Você está na página 1de 4

Universidade Estadual do Piauí - UESPI

Núcleo de Educação a Distância - NEAD


Universidade Aberta do Brasil
Licenciatura Plena em Letras - Espanhol
Disciplina: Literatura e Cultura Afro-Brasileira e Indígena

Tutor (a): ___________________________________________________________________________


Aluno(a): _________________________________________________ Matrícula: ____________
Polo: ______________________________________________________ Data: _________________

EXAME FINAL

1. Leia o poema a seguir:

Que faço com a minha cara de índia?


E meus cabelos
E minhas rugas
E minha história
E meus segredos?
Que faço com a minha cara de índia?
E meus espíritos
E minha força
E meu Tupã
E meus círculos?
Que faço com a minha cara de índia?
E meu Toré
E meu sagrado
E meus “cabocos”
E minha Terra?
Que faço com a minha cara de índia?
E meu sangue
E minha consciência
E minha luta
E nossos filhos?
Brasil, o que faço com a minha cara de índia?
Não sou violência
Ou estupro
Eu sou história
Eu sou cunhã
Barriga brasileira
Ventre sagrado
Povo brasileiro.
Ventre que gerou
O povo brasileiro
Hoje está só...
A barriga da mãe fecunda
E os cânticos que outrora cantavam
Hoje são gritos de guerra
Contra o massacre imundo.
(POTIGUARA, 2018, p. 32)

Relacione a temática do poema com os primórdios da Literatura Indígena, evidenciando a


problemática do marco inicial desta literatura.

2. A partir da leitura do tratado da associação Grumin sobre “Conhecimentos Tradicionais e


Patrimônio Cultural” criada por indígenas potiguaras em 1976, escreva um texto reflexivo sobre a
profundidade da Cultura Indígena, que não é somente uma “contação de histórias originárias”, mas
um modo de vida distinto.

-Que as políticas públicas reconheçam os direitos reprodutivos


das mulheres indígenas de acordo com as tradições e culturas,
desde que essas culturas não violentem as mulheres.
-Que as mulheres indígenas curandeiras, pajés, líderes
espirituais e os próprios pajés sejam valorizados pelas políticas
públicas como conhecedores milenares da tradição indígena.
-Que o conhecimento ancestral sobre ervas medicinais seja
uma prioridade em benefício da saúde e da integridade da
mulher, da comunidade e da humanidade.
-Que as cerimônias de cura sejam respeitadas pelas políticas
públicas.
-Que as mulheres indígenas sejam incentivadas, por agentes de
saúde locais e líderes do movimento indígena, a realizar seus
partos em casa junto às parteiras tradicionais.
-Que os métodos tradicionais de controle de natalidade, assim
como as decisões culturais sobre concepção e parto, sejam
reconhecidos nos hospitais públicos, caso a mulher recorra a
eles.
-Que a espiritualidade feminina possa ser resgatada quando ela
queira e reconhecida dentro e fora da cultura, espiritualidade
essa exercida em forma de pajelança e que foi abafada pela
imposição da Igreja no período da colonização.
(POTIGUARA, 2018, p. 52)

3. Observe o texto:

A tristeza invadiu o coração de Akin, jovem negro de 12 anos, que cobre a cabeça com um boné ao ir
para a escola. Ao seu avô, Dito Pereira, ele não conta que tem vergonha do seu cabelo, motivo de
chacota dos colegas. Antes que Akin tome uma atitude brusca, o sábio avô, com a força das histórias
da ancestralidade, leva o neto a recuperar a autoestima. Agora confiante, Akin ergue seu cabelo black
power e se sente um príncipe. Além do prefácio assinado pelo rapper Emicida, “O Black Power de
Akin” tem projeto gráfico e ilustrações que incorporam referências da ancestralidade em linguagem
contemporânea de arte digital, criados pelo designer Rodrigo Andrade. (Fonte:
https://mskiusam.com/ acesso:06 novembro 2023)
A partir do texto e da ilustração, elabore uma reflexão acerca da importância social da
representatividade negra nas artes desde a primeira segmentação escolar. Lembre-se de exemplificar,
trazer personagens e, caso queira, sugerir obras e temas relacionados.

Você também pode gostar