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Universidade Estadual do Piauí - UESPI

Núcleo de Educação a Distância - NEAD


Universidade Aberta do Brasil
Licenciatura Plena em Letras - Espanhol
Disciplina: Literatura e Cultura Afro-Brasileira e Indígena

Tutor (a): ___________________________________________________________________________


Aluno(a): _________________________________________________ Matrícula: ____________
Polo: ______________________________________________________ Data: _________________

AVALIAÇÃO

1. Elabore um texto dissertativo, abordando a problemática acerca da conceituação da Literatura


Afro-brasileira.

2. Elabore um texto dissertativo, abordando a problemática acerca da conceituação da Literatura


Indígena.

3. As cartas escritas pelo povo Potiguara no século XVII, traduzidas do tupi pelo professor da USP ,
Alexandre Navarro, podem ser consideradas Literatura Indígena? Justifique sua resposta, refletindo
sobre isso.

4. Observe o texto abaixo e em seguida realize o que se pede:

Deixei o leito as 4 horas para escrever. Abri a porta e contemplei o céu estrelado. Quando o
astro-rei começou despontar eu fui buscar água. Tive sorte! As mulheres não estavam na torneira.
Enchi minha lata e zarpei. (...) Fui no Arnaldo buscar o leite e o pão. Quando retornava encontrei o
senhor Ismael com uma faca de 30 centimetros mais ou menos. Disse-me que estava a espera do
Binidito e do Miguel para matá-los, que êles lhe expancaram quando êle estava embriagado.

Lhe aconselhei a não brigar, que o crime não trás vantagens a ninguem, apenas deturpa a vida.
Senti o cheiro do alcool, disisti. Sei que os ébrios não atende. O senhor Ismael quando não está
alcoolizado demonstra sua sapiencia. Já foi telegrafista. E do Circulo Exoterico. Tem conhecimentos
bíblicos, gosta de dar conselhos. Mas não tem valor. Deixou o alcool lhe dominar, embora seus
conselho seja util para os que gostam de levar vida decente.
Preparei a refeição matinal. Cada filho prefere uma coisa. A Vera, mingau de farinha de trigo torrada.
O João José, café puro. O José Carlos, leite branco. E eu, mingau de aveia.
Já que não posso dar aos meus filhos uma casa decente para residir, procuro lhe dar uma
refeição condigna.
Terminaram a refeição. Lavei os utensílios. Depois fui lavar roupas. Eu não tenho homem em casa.
É só eu e meus filhos. Mas eu não pretendo relaxar. O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas
de alto preço, residir numa casa confortável, mas não é possivel. Eu não estou descontente com a
profissão que exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel. O desgosto que tenho
é residir em favela.
... Durante o dia, os jovens de 15 e 18 anos sentam na grama e falam de roubo. E já tentaram assaltar
o empório do senhor Raymundo Guello. E um ficou carimbado com uma bala. O assalto teve inicio
as 4 horas. Quando o dia clareou as crianças catava dinheiro na rua e no capinzal. Teve criança que
catou vinte cruzeiros em moeda. E sorria exibindo o dinheiro. Mas o juiz foi severo. Castigou
impiedosamente.
Fui no rio lavar as roupas e encontrei D. Mariana. Uma mulher agradavel e decente. Tem 9
filhos e um lar modelo. Ela e o espôso tratam-se com iducação. Visam apenas viver em paz. E criar
filhos. Ela tambem ia lavar roupas. Ela disse-me que o Binidito da D. Geralda todos os dias ia prêso.
Que a Radio Patrulha cançou de vir buscá-lo. Arranjou serviço para êle na cadêia. Achei graça. Dei
risada!... Estendi as roupas rapidamente e fui catar papel. Que suplicio catar papel atualmente! Tenho
que levar a minha filha Vera Eunice. Ela está com dois anos, e não gosta de ficar em casa. Eu ponho
o saco na cabeça e levo-a nos braços. Suporto o pêso do saco na cabeça e suporto o pêso da Vera
Eunice nos braços. Tem hora que revolto-me. Depois domino-me. Ela não tem culpa de estar
no mundo.
Refleti: preciso ser tolerante com os meus filhos. Êles não tem ninguem no mundo a não ser eu. Como
é pungente a condição de mulher sozinha sem um homem no lar.
Aqui, todas impricam comigo. Dizem que falo muito bem. Que sei atrair os homens. (...)
Quando fico nervosa não gosto de discutir. Prefiro escrever. Todos os dias eu escrevo. Sento no quintal
e escrevo. (JESUS, 1993, p.55-56)

A partir do trecho da obra de Carolina Maria de Jesus, marque a opção correta:


a) Aborda, de modo ficcional, a vida de uma personagem negra e moradora da favela do Canindé,
que conta a realidade das mulheres negras periférica.
b) O fato da obra ser escrita retratando a realidade de uma mulher negra já pode ser considerada uma
obra Afro-brasileira.
c) O título de Literatura Afro-brasileira à obra selecionada dá-se pelo fato da escritora ser negra.
d) O fato do texto estar apresentado em forma de diário não entra no hall das obras ficcionais.

5. Ainda sobre a obra acima, marque a opção correta:


a) O lirismo conferido ao texto dá-se pela maneira como a autora descreve a periferia e de como toca
em questões universais a partir do olhar local.
b) A estética do texto encontra-se no teor sentimental colocado pela autora que fez uma análise de
campo sobre os moradores de periferias.
c) A construção do texto com palavras “erradas” do ponto de vista gramatical reforça a intenção da
autora de mostrar o modo de viver das minorias.
d) Caso o texto fosse revisado e modificassem os termos “errados” do ponto de vista gramatical, o
texto seria descaracterizado do título de Literatura Afro-brasileira.

6. Observando o trecho abaixo, como podemos compará-lo com o trecho de Carolina Maria de Jesus
no aspecto temático?

Eu não aprendi a pensar as coisas da floresta fixando os olhos em peles de papel. Vi-as de
verdade, bebendo o sopro de vida de meus antigos com o pó de yãkoana que me deram. Foi desse
modo que me transmitiram também o sopro dos espíritos que agora multiplicam minhas palavras e
estendem meu pensamento em todas as direções. Não sou um ancião e ainda sei pouco. Entretanto,
para que minhas palavras sejam ouvidas longe da floresta, fiz com que fossem desenhadas na língua
dos brancos. Talvez assim eles afinal as entendam, e depois deles seus filhos, e mais tarde ainda, os
filhos de seus filhos. Desse modo, suas ideias a nosso respeito deixarão de ser tão sombrias e
distorcidas e talvez até percam a vontade de nos destruir. Se isso ocorrer, os nossos não mais morrerão
em silêncio, ignorados por todos, como jabutis escondidos no chão da floresta (KOPENAWA,
ALBERT, 2015, p.53)

a) O texto escrito na primeira pessoa.


b) Abordar assuntos relacionados aos filhos.
c) Refletir sobre a vida das minorias.
d) Reclamar por espaço na literatura.
7. Observando as metáforas presentes no trecho da questão anterior, retire uma e explique porque o
sentido e o motivo são importantes para a construção do texto.
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8. Observe o trecho abaixo e marque a opção correta:

Educar é como catar piolho na cabeça da criança. É preciso que haja esperança, abandono,
perseverança. A esperança é crença de que se está cumprindo uma missão; O abandono é a confiança
do educando na palavra;
A presença é a perseguição aos mais teimosos dos piolhos, é não permitir que um único escape, se
perca. Só se educa pelo carinho e catar piolho é o carinho que o educador faz na cabeça do educando,
estimulando-o a palavra é pela magia do silêncio.
Ser educador é ser confessor dos próprios sonhos e só quem é capaz de oferecer um colo para
que o educando repouse a cabeça e se abandone ao som das palavras mágicas, pode fazer o outro
construir seus próprios sonhos. E pouco importa se os piolhos são apenas imaginários. (Fonte:
https://institutouka.blogspot.com/2011/09/educar-e-como-catar-piolho-na-cabeca-da.html)

a) A educação à qual o autor se refere é a indígena, uma vez que se trata de um autor indígena.
b) A temática abordada relaciona-se com o processo educativo universal, pois o autor é um educador.
c) A expressão “catar piolho” remete aos costumes indígenas, portanto, trata-se de um texto de
Literatura Indígena.

9. Leia o poema a seguir:

Certidão de óbito

Os ossos de nossos antepassados


colhem as nossas perenes lágrimas
pelos mortos de hoje.

Os olhos de nossos antepassados,


negras estrelas tingidas de sangue,
elevam-se das profundezas do tempo
cuidando de nossa dolorida memória.

A terra está coberta de valas


e a qualquer descuido da vida
a morte é certa.
A bala não erra o alvo, no escuro
um corpo negro bambeia e dança.
A certidão de óbito, os antigos sabem,
veio lavrada desde os negreiros.
(Fonte: https://www.culturagenial.com/poemas-de-conceicao-evaristo/)

Observe o poema acima e relacione a ideia de Conceição Evaristo, presente em “Certidão de óbito”,
com pautas defendidas pelo Movimento Negro.
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10. Cite abaixo 5 elementos culturais que remetem à Cultura Afro-brasileira e 5 relacionados à
Cultura Indígena.
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