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Para compor o escrito de demanda (petição) da causa (ou suplice libelo), em ordem a
obter a declaração de nulidade de um matrimónio, a mesma, através dos seguintes
passos, deve ser fundamentada nos factos e no direito, para que assim o juiz possa
aceitar a introdução da causa. Pode ser redigida directa e pessoalmente por uma ou por
ambas as partes, ou, através de mandato, por um advogado acreditado perante o
Tribunal eclesiástico. Para a sua preparação prévia podem ajudar o Pároco ou qualquer
pessoa idónea, nomeadamente, os membros das Equipas de Pastoral que colaboram com
o Tribunal para ajudar as famílias em dificuldade e que estejam interessadas em iniciar
uma causa matrimonial. Quanto à forma, o Libelo deve ser apresentado em articulados
simples, claros, não demasiado pormenorizados e com probabilidade de serem
provados. Deve conter tudo o que se considera fundamental, quer de facto quer de
direito, em que se funda a eventual nulidade. Para tal, devem constar os seguintes
elementos:
Como foi a infância e adolescência de cada uma das partes? Como era e é o seu
ambiente familiar? Dados sobre saúde física, psicossocial e relacional. Como, quando e
onde se conheceram as partes? Que idades tinham na altura? Como, quando e onde se
iniciou o namoro? Quanto tempo durou? Como foi esse tempo? Havia brigas e
desentendimentos; porquê? Houve intimidades sexuais? Gravidez
(indesejada/desejada)? Chegou a acabar ou interromper o namoro; quantas vezes e por
quanto tempo? Quem procurava a reconciliação e porquê?
c) Vida matrimonial
Houve lua-de-mel, onde e por quanto tempo? O matrimónio foi consumado? Houve
dificuldades? Quais? Quando surgiram os primeiros problemas do casal? Eles já
existiam anteriormente ao casamento? Relate pormenorizada mente os principais factos
concretos que prejudicaram o relacionamento do casal e que levaram o casamento a um
final indesejável. Algum problema de saúde, psíquico ou mental, prejudicou o
relacionamento? Esse problema era já anterior ao casamento? Houve infidelidade
conjugal: de quem? Já antes, durante ou depois do casamento? Ou sempre? Tiveram
filhos? Quantos? Se não, porquê? As partes assumiram as suas obrigações de casados,
com referência ao lar, ao outro cônjuge e aos filhos? Amavam-se de verdade? Com que
tipo de amor? Amavam-se com amor marital capaz de fundamentar e garantir a
continuidade do matrimónio? Quando descobriram que não havia mais amor entre os
dois? Ou que nunca chegou a existir? Quanto tempo durou a vida conjugal? Como pode
ser avaliada, no seu conjunto, a vida matrimonial?
d) Separação
De quem foi a iniciativa da separação e qual o verdadeiro motivo da mesma? Houve
alguma tentativa de reconciliação? De quem partiu a iniciativa? Qual foi o seu
resultado? Com quem e como vivem hoje as partes? Se tiveram filhos, com quem vivem
estes actualmente e quem provê ao seu sustento? Qual ou quais os motivos que o(a)
levaram a introduzir esta acção de nulidade num Tribunal Eclesiástico?
4. Documentos anexos
1.ª Parte:
• Fotocópia do Cartão de Cidadão/Bilhete de Identidade ou documento equivalente.
• Certidão de baptismo dos dois (obter nas Paróquias onde foram baptizados).
• Certidão de casamento católico (obter na Paróquia onde se casaram).
• Cópia de separação legal ou nulidade matrimonial civil.
• Certidão de domicílio Civil e Canónico da parte Demandada.
• Relatórios periciais (se houver), da área de psiquiatria ou de psicologia.
• Cartas e outros documentos que interessar ao processo.
2ª Parte:
Rol de testemunhas:
• Elenco de, ao menos, cinco pessoas que melhor conheçam, directa e pessoalmente,
todos os factos narrados na parte descritiva do libelo, sobre as quais as mesmas estejam
dispostas a falar quando se apresentarem perante o Tribunal.
A parte demandante deve dirigir-se ao Moderador do Tribunal competente (p. ex. "Ao
Ex.mo e Rev.mo Senhor Arcebispo de Évora") e, esclarecida a causa do pedido de
nulidade matrimonial (c. 1504, 1.°), assinar o Libelo, indicando o dia, mês e ano (c.
1504,3.°). Todos e quaisquer documentos pedidos deverão ser apresentados em
duplicado: duas fotocópias simples, ou o original e uma cópia. Não há necessidade de
autenticação.
Anexo 3