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23/06/22, 16:05 Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Fortaleza - um instrumento técnico jurídico, utilizado para a resolução dos conflitos ent…

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Causas de nulidades
Cân. 1095,1: São incapazes de contrair matrimónio os que carecem do uso suficiente da razão.

Refere-se à falta de suficiente uso da razão. A perda do uso da razão pode ser de modo total ou
transitória. No primeiro caso as anomalias havidas a partir do nascimento (os “loucos”) ou
enfermidades mentais ou patológicas adquiridas. No segundo caso as originadas pelo abuso
de medicamentos (drogas) ou álcool.

Exemplos:

José, demandado in causa, no momento da celebração estava dopado por um medicamento ou


entorpecentes; Antonio, demandado in causa, estava completamente embriagado no dia da
celebração do seu casamento e não sabia o que está fazendo.

Título canônico para a causa: Incapacidade de contrair matrimônio por carecer do uso
suficiente da razão por parte do demandado.

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Cân. 1095,2 — São incapazes de contrair matrimónio os que sofrem de defeito grave de
discrição do juízo acerca dos direitos e deveres essenciais do matrimônio, que se devem dar e
receber mutuamente;

Um ou ambos os nubentes não conseguem compreender a profundidade e o alcance das


obrigações essenciais do matrimônio (indissolubilidade, abertura à vida, fidelidade, comunhão
de vida, etc.). Neste cânon, é comum se alegar a imaturidade (não é fácil julgar sem a ajuda de
um especialista), a dependência afetiva (dependência excessiva em relação à mãe, ao pai ou
alguém que esteja cumprindo papel análogo) e a falta de liberdade interna.

Exemplos:

*Josefa, demandante in causa, casou, mas não conseguiu cortar o cordão umbilical. Toda vez
que seu esposo chegava do trabalho ela estava na casa de seus pais. Não tomava nenhuma
decisão sem a opinião dos seus genitores. Ele queria ser pai, mas a mãe dela dizia que não era
o momento. Ela sempre seguiu os conselhos de sua mãe e era dependente afetivamente em
tudo.

Título canônico para a causa: Grave falta de discrição de Juízo a respeito dos direitos e
obrigações essenciais do matrimônio, na forma da dependência afetiva, por parte da
demandante (1095,2).

*José, demandante in causa, com 17 anos, casou com Joana, demandada in causa, com 16
anos. Depois de celebrado o casamento foram morar na casa dos pais dele. José não tinha
maturidade para casar. Sempre agiu como criança. Depois de casados vivia como solteiro. Não
tinha nenhum compromisso com o matrimônio. Ela nada fazia em casa. Ficava na rua com as
amigas adolescentes. Ambos eram sustentados pelos pais e José não queria saber de
trabalhar. Foram morar em uma casa alugada. Tudo piorou. Ele vivia mais com os amigos do
que com a esposa, e Joana na casa dos pais.

Título canônico para a causa: Grave falta de discrição de Juízo a respeito dos direitos e deveres
essenciais do matrimônio, que se devem dar e receber mutuamente, imaturidade, por parte do
demandante e da demandada (1095,2).

*Flavio, demandante in causa, namorava com Carla, demandada in causa. O namoro não ia
bem. Flávio resolveu terminar. Carla ameaçou se matar caso Flávio terminasse o namoro e não
se casasse com ela. Flávio estava muito ligado afetivamente à Carla e a família dela. Não

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queria que algo de ruim acontecesse, pois se sentiria culpado pelo resto de sua vida. Flávio
tomou a decisão de não terminar o namoro e casar com ela. O fato da ameaça de suicídio tirou
de Flávio sua liberdade interior e sua autodeterminação de decidir livremente pelo matrimônio.

Título canônico para a causa: Grave falta de discrição de Juízo a respeito dos direitos e deveres
essenciais do matrimônio, que se devem dar e receber mutuamente, falta de liberdade interna,
por parte do demandante (1095,2).

Cân. 1095,3 - São incapazes de contrair matrimônio os que por causas de natureza psíquica não
podem assumir as obrigações essenciais do matrimônio.

Desvio de personalidade que impede uma ou ambas as partes de levar uma autêntica e fecunda
comunhão de vida. São os casos dos distúrbios de natureza psíquica e/ou sexual. Incluem-se
ainda sob o mesmo titulo o ciúme doentio (visto que se torna muito difícil a um(a) consorte
viver com alguém que re­pete várias vezes por dia, sem funda­mento: "Estou certo(a) de que tu
me enga­nas") e os estados obsessivos, que resultam de ideias fixas, neuroses e outras
perturbações mentais.

Exemplos:

*Paulo, demandado in causa, durante o namoro era dado a bebida alcoólica, mas não chegou a
atrapalhar o namoro. Durante o noivado suas bebidas se acentuaram. Joana, demandante in
causa, achava que depois de casados Paulo deixasse um pouco a bebida. Depois de casados,
as bebidas de Paulo pioraram a ponto dele perder o emprego. Já não conseguia passar um dia
sem beber. O dinheiro que ganhava era para comprar bebidas.

Título canônico para a causa: Incapacidade para assumir as obrigações essenciais do


matrimônio por alcoolismo por parte do demandado (c.1095,3)

*Flávio, demandado in causa, era ex-dependente de drogas. Por se achar curado resolveu casar
com a primeira pretendente. Conheceu Josefa, demandante in causa, e falou de toda sua vida.
Queria ser uma nova pessoa ao lado dela. Depois de casados, ele voltou a usar drogas. Não
houve harmonia no lar por conta da sua dependência às drogas.

Título canônico para a causa: Incapacidade para assumir as obrigações essenciais do


matrimônio, uso de drogas, por parte do demandado (c.1095,3)

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*Joana, demandante in causa, depois de quatro anos de casada descobriu que Flávio,
demandado in causa, tinha um distúrbio sexual. Tal distúrbio já vinha desde a época do
namoro. Deixou joana para viver ao lado de uma pessoa do mesmo sexo.

Título canônico para a causa: Incapacidade para assumir as obrigações essenciais do


matrimônio, homossexualismo, por parte do demandado (c.1095,3)

Cân. 1097,2 — O erro acerca da qualidade da pessoa, ainda que dê causa ao contrato, não torna
inválido o matrimónio, a não ser que direta e principalmente se pretenda esta qualidade.

Um dos cônjuges está visando à qualidade e não ao sacramento do matrimônio em si, em


outras palavras, o cônjuge está casando com a qualidade direta e principalmente visada por
ele. Depois de casados, não encontrando essa qualidade, vem a separação. Não se trata de
uma qualidade com relação a personalidade de uma pessoa, mas uma qualidade visada,
pretendida.

Exemplo:

*Paulo, demandante in causa, quer casar com uma mulher virgem. Encontra Tereza e pensa ser
ela uma mulher casta. Depois de casado, descobre que ela não era virgem. A separação se deu
porque Paulo não encontrou, depois de casado, em Tereza a qualidade que ele buscava, ou
seja, a virgindade.

Título canônico para a causa: Erro de pessoa direta e principalmente visada sofrido pelo
demandante (c.1097,2)

Pistas de indagação para o conselheiro: Qual a qualidade que visava no seu futuro cônjuge?
Quando e em que momento da vida conjugal descobriu que ele não tinha essa qualidade? Até
que ponto essa descoberta prejudicou a vida conjugal? A separação se deu porque não
encontrou no cônjuge a qualidade desejada?

Cân. 1098 — Quem contrai o matrimônio, enganado por dolo perpetrado para obter o
consentimento matrimonial, a respeito de alguma qualidade da outra parte, e essa qualidade,
por sua natureza, possa perturbar gravemente o consorcio da vida conjugal, contrai
invalidamente.

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O dolo deve ser cometido para induzir o outro ao matrimônio. É a vontade deliberada de induzir
ao erro, de esconder algo do outro. É necessário que se trate de um engano. Ocorre, também,
quando a pessoa, ciente e voluntariamente, finge uma determinada qualidade só para obter o
consentimento da outra. Se a ação dela decorrente não corresponde à verdade, presume-se o
dolo. Pouco importa que o engano tenha sido provocado e partido de uma das partes ou por
outra pessoa.

Exemplos:

*Depois de casados, Joana, demandante na causa, descobriu que Carlos, demandado na causa,
tinha um filho com outra mulher. Joana não aceitou de forma alguma ter sido enganada, pois
queria ter casado com um homem sério e fiel. Joana pediu explicações. Carlos disse que
temeu contar a verdade com receio de que o casamento não pudesse acontecer. A descoberta
do filho perturbou a vida conjugal do casal.

Título canônico para a causa: Dolo sofrido pela parte demandante (c.1098)

*Maria, demandante na causa, sempre desejou a maternidade. No namoro falava isso


claramente para Paulo, demandado in causa. Depois de casados e com várias tentativas de
engravidar, Maria descobriu que ele era estéril. Ele omitiu a esterilidade porque não queria
perder Maria. A situação perturbou gravemente a vida conjugal. Maria não aceitou ter sido
enganada.

Título canônico para a causa: Dolo sofrido pela parte demandante (c.1098)

Cân. 1103 — É inválido o matrimônio celebrado por violência ou por medo grave, incutido por
uma causa externa, ainda que não dirigido para extorquir o consentimento, para se libertar do
qual alguém se veja obrigado a contrair matrimónio.

Violência ou coação é uma força estranha ao sujeito que o obriga a realizar atos contra a sua
vontade. Pode ser física (se incide sobre o corpo) ou moral (se incide sobre o ânimo - ex.:
ameaça de morte, vingança, denúncia, etc.). Há também o medo reverencial que é provocado
por aquele que guarda uma relação de superioridade com uma das partes, por exemplo: o pai, a
mãe, um irmão mais velho, um patrão. O medo reverencial fica evidenciado em algumas
situações como, por exemplo, de ameaças de perda de herança, de expulsão do lar, etc.

Exemplos:

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*Paulo, demandante in causa, manteve relações sexuais com Joana, demandada in causa. O
genitor de Joana disparou: se não casar com minha filha vai casar com a minha pistola. Com
medo de ser morto Paulo casou com Joana. O casamento durou até o momento em que o pai
de Joana estava vivo. Com a morte do pai veio a separação.

Título canônico para a causa: Coação sofrida por parte do demandante (c. 1098)

*Carlos, demandante na causa, namorava com Joana, demandada in causa. A mãe de Carlos
tinha joana como filha. Carlos não querendo desagradar sua mãe, que pedia com insistência
que ele casasse com joana, não teve outra saída senão fazer a vontade de sua mãe.

Título canônico para a causa: Medo reverencial sofrido por parte do demandante (c. 1098)

Cân. 1101,1 — se uma ou ambas as partes, por um ato positivo de vontade, excluírem o próprio
matrimónio ou algum elemento essencial do matrimónio ou alguma propriedade essencial,
contraem-no invalidamente.

O consentimento das partes, sem o qual não há matrimônio, é um ato de vontade; não havendo
esse ato de vontade de contrair matrimônio, não há matrimônio, mesmo que externamente se
declare haver essa vontade. É a simulação: a vontade rejeita o que afirma com as palavras, ou
seja, os lábios dizem uma coisa, mas se pensa e se quer o contrário do que se diz. A simulação
é total ou parcial. É total quando recai sobre a essência do matrimônio, ou seja, exclui todo o
matrimonio com suas propriedades e elementos essenciais.

Exemplos:

Paulo, demandante na causa, engravidou Joana. Os pais disseram que ele tinha que
casar. Ele disse que casava, mas não viveria ao lado dela. Depois da cerimônia cada um foi
para o seu lado e nunca conviveram juntos.

Título canônico para a causa: Exclusão do próprio matrimônio por parte do demandante (c.
1101,1)

*José, demandante na causa, recebeu a noticia que seu pai deixaria a presidência da empresa
se ele casasse com Joana. Ele já não amava Joana o suficiente para casar, mas não quis deixar
passar essa oportunidade. Ele casa com Joana e obtém a presidência da empresa. Com
poucos meses vem a separação.

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Titulo canônico para a causa: Exclusão do próprio matrimônio por parte do demandante (c.
1101,1)

A simulação é parcial quando se exclui uma das suas propriedades (unidade e/ou
indissolubilidade) ou elementos essenciais (fidelidade, prole, comunhão de vida, débito
conjugal). Vejamos os exemplos, a fundamentação jurídica e no final um breve comentário.

Exemplo 1.

Matuzael, demandado na causa, casou no religioso com Francinalva, demandante na causa, e


tiveram uma filha. Com um ano de casados, Francinalva descobriu que Matuzael vivia com
outra mulher e com ela tinha um filho de dois anos.

Titulo canônico para a causa: Exclusão de uma propriedade essencial do matrimônio, a


unidade, por parte do demandado (c. 1101,1)

Exemplo 2.

Matuzael, demandado na causa, casou com Francinalva, demandante na causa, por insistência
de um amigo. Ele resolveu casar na Igreja, mas, logo dizendo que se não desse certo se
separava. Casamento, dizia Matuzael, era somente até o momento em que a relação estivesse
boa e não existia essa coisa de casamento para sempre.

Titulo canônico para a causa: Exclusão de uma propriedade essencial do matrimônio, a


indissolubilidade, por parte do demandado (c. 1101,1)

Exemplo 3.

Flávio, demandante na causa, casou com Juliana, demandada na causa. Depois de casados
Flávio passou a viver como se fosse solteiro. Quase não era presente em casa. Não era um
esposo atencioso e carinhoso. Todos os finais de semana ele saia com os amigos para farras.
Ia trabalhar cedo e nunca tomavam café juntos. Saia cedo do Trabalho mais somente chegava
tarde em casa. Tinha dias que jantavam juntos, mas na maioria das vezes ele chegava, tomava
banho e ia dormir. Juliana somente existia quando era para manter relações sexuais com ele.
Por conta dessa situação a vida conjugal foi recheada de atritos até a separação final.

Título canônico para a causa: Exclusão do elemento essencial do bem dos cônjuges por parte
do demandante (c.1101,2)
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Breve Comentário: Exclui a comunhão de vida (Bem dos cônjuges) aquele cônjuge que nada faz
para manter relacionamento conjugal pautado no companheirismo, do assumir juntos as
alegrias e as tristezas da vida em comum, do saber-se suportar, compreender, amar, perdoar, do
empenhar-se em tudo fazer para que nada falte ao bem- estar material e espiritual do casal e
filhos.

Exemplo 4.

Flávio, demandado na causa, antes de casar com Juliana, demandante na causa, já tinha fama
de namorador, inclusive, chegou a ser infiel no namoro. Juliana perdoou-o. Na esperança de
que ele fosse fiel no casamento, Juliana resolveu contrair núpcias. Depois de celebrado o
casamento, Flavio passou a se envolver com outras mulheres. Foram dois anos suportando as
infidelidades dele. Como não houve mudança ela resolveu se separar.

Titulo canônico para a causa: Exclusão de um elemento essencial do matrimônio, a fidelidade,


por parte do demandado (c. 1101,1).

Breve comentário: Excluiu o elemento essencial da fidelidade aquele cônjuge que antes do
matrimônio se envolve com outras mulheres e que depois de casado permanece com a mesma
conduta porque casou determinado a negar a(o) companheira(o) o direito exclusivo aos atos
conjugais, reservando-se o direito de manter relações sexuais fora do casamento com outras
pessoas. Contudo, devemos distinguir entre a infidelidade, fruto da tentação em que cai um dos
cônjuges depois de casado e por motivos diferentes, e a infidelidade à qual já se está
predisposto antes de casar. Diferente é uma pessoa que casa e nunca se envolveu em caso de
infidelidade na época do namoro nem noivado, mas somente depois de um ano de casados
praticou o adultério. Adultério não é causa de nulidade matrimonial.

Exemplo 5.

Durante o namoro Juliana, demandada in causa, sempre desejou ter filhos e conversava
abertamente tal desejo com Flávio, demandante in causa. Depois de celebrado o casamento,
Juliana planejou ter filhos somente depois do seu mestrado, ou seja, depois de 3 anos. Depois
de terminar o mestrado Juliana já não queria ter filhos porque não queria deformar seu corpo.
Era desejo de Flávio ser pai. Como Juliana já estava decidida a não engravidar veio a separação
do casal.

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Titulo canônico para a causa: Exclusão de um elemento essencial do matrimônio, a prole, por
parte do demandado (c. 1101,1).

Breve comentário: Excluiu a prole aquele que casa predisposto a não querer filhos. Essa vontade
deve ser manifestada por palavras, antes de celebrado o casamento religioso, ou por meio da
conduta assumida dentro do matrimônio, utilizando-se de todas as formas para evitar a prole.

Exemplo 6.

Depois de celebrado o casamento foram para a noite de núpcias. Juliana, demandada na causa,
se recusou a manter relações sexuais com Júlio, demandante na causa. A consumação se deu
depois de três dias que voltaram da lua de mel, depois de muita insistência. Depois de
consumado o matrimônio, eles passaram três semanas para manter a segunda relação sexual,
com muita insistência de Júlio. Depois disso, as relações sexuais somente se davam
praticamente uma vez por mês e com muitas brigas. Com um ano de casados veio a separação.

Titulo canônico para a causa: Exclusão de um elemento essencial do matrimônio, débito


conjugal, por parte do demandado (c. 1101,1)

Breve comentário: O que se aceita e se outorga na aliança matrimonial é o constituir-se como


esposos, isto é, a entrega e acolhida de cada um ao outro na sua dimensão sexuada: como
partícipes dela. E é justamente isto que faz nascer o vínculo conjugal.

Cân. 1101,1 — se uma ou ambas as partes, por um ato positivo de vontade, excluírem o próprio
matrimónio ou algum elemento

Condição é uma circunstância ou fato determinado de cuja verificação se faz depender um ato
da vontade; não se pode casar sob condição de futuro.

Exemplo:

Tereza, demandante na causa, falou para Paulo, demandado na causa, que somente casaria
com ele na condição de morar na casa dos pais dela. Depois de casado, Paulo aluga um
apartamento para os dois morarem. Tereza não aceita porque a condição dada era que casados
residiriam na casa dos pais dela.

Titulo canônico para a causa: Condição não cumprida pelo demandado (c. 1101,1)

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