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GRAMÁTICA
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Elias Santana
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Pontuação.............................................................................................................................................................................4
1. A Pontuação e a Ordem Direta..............................................................................................................................4
2. A Pontuação e os Termos Ligados ao Nome................................................................................................8
3. As Enumerações.. .........................................................................................................................................................9
4. A Pontuação e outras Funções Sintáticas...................................................................................................11
4.1. Vocativo.........................................................................................................................................................................11
4.2. Aposto..........................................................................................................................................................................12
5. O Zeugma........................................................................................................................................................................15
Questões de Concurso.................................................................................................................................................17
Gabarito...............................................................................................................................................................................60
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................61
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Apresentação
Já passeamos por alguns assuntos importantes da língua portuguesa, e a disposição dos
conteúdos não é aleatória! Tudo aquilo que já vimos é completamente necessário para enten-
der outros assuntos. Na verdade, em gramática, um assunto sempre é pré-requisito para outro.
Por isso, é preciso estudar de forma orientada.
O assunto deste PDF só é compreensível se você tiver estudado os assuntos anteriores
com consciência (principalmente o primeiro). Na verdade, a maior dificuldade das pessoas
com pontuação reside justamente na falta de pré-requisitos. Entender vírgula não é meramen-
te saber como colocar uma pontuação, mas entender se a estrutura morfossintática de uma
sentença depende de pontuação para tornar a informação clara e inteligível.
Na verdade, a principal finalidade da pontuação na língua portuguesa é esta: CLAREZA. A
língua falada se vale de vários recursos para garantir que a informação seja transmitida, como
entonação, expressões faciais e gestos. A língua escrita possui comportamento bem diferen-
te. As palavras chapadas em um papel não possuem o mesmo potencial comunicativo. Para
que as mensagens escritas alcancem o receptor de maneira adequada, os sinais de pontuação
se fazem necessários.
Antes de entrarmos no conteúdo, faço uma última ressalva: o assunto pontuação costuma
deixar os alunos ansiosos, por gerar dúvidas frequentemente. Mas eu peço que você “se res-
peite”. Não queira resolver em algumas linhas os problemas de muitos anos! Para se tornar ex-
pert em pontuação, faça o seguinte: estude este PDF; faça muitos exercícios sobre o assunto;
leia textos, tentando identificar a razão da pontuação; por fim, aplique tudo isso na sua escrita.
É uma técnica que envolve conscientização, internalização e aplicação! Não espere, ao fim da
leitura deste PDF, já se tornar um craque da pontuação nas redações! Siga o meu passo a pas-
so, com paciência! O resultado virá!
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PONTUAÇÃO
1. A Pontuação e a Ordem Direta
Desde o PDF 2, estou falando a você acerca da ordem direta da oração (S+V+C+A.Adv.). Ela
é a base para que você entenda pontuação! Em linhas gerais, o esquema é o seguinte:
SØ VØC(,) A. Adv.
(cuidado com deslocamentos)
A. Adv. deslocados
Apostos (X = Y)
Explicar → com pontuação
Para encerrar Orações subordinadas
Restringir → sem pontuação
período → .?! adjetivas
Em outras palavras: não se separa o sujeito do verbo por vírgula; não se separa o verbo do
complemento por vírgula. Facultativamente – por razões principalmente estilísticas –, é possí-
vel separar por vírgula um adjunto adverbial. Tudo isso NA ORDEM DIRETA!
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de significados que individualizam estilos. Uma pontuação estilística pode estar além
das regras, mas encontra justificativa na finalidade do redator. Por isso, pouco aparece
em provas!
EXEMPLO
(1) Os deputados votaram a nova emenda nesta quinta.
Sobre a pontuação no trecho: nada de vírgula entre “deputados” e “votaram”; nada de vír-
gula entre “votaram” e “a”. Facultativamente, uma vírgula poderia ser colocada entre “emenda”
e “nesta”.
EXEMPLOS
Os jogadores estavam cansados. (Ordem direta)
Cansados os jogadores estavam. (Pred.Suj. deslocado)
Os trabalhadores manifestavam revoltados durante a passeata. (Ordem direta)
Revoltados, os trabalhadores manifestavam durante a passeata. (Pred.Suj. deslocado).
Obs.: Para você que já está pensando “professor, mas “cansados” e “revoltados” não são
adjuntos adverbiais?”, aí vai o meu lembrete: adjuntos adverbiais são INVARIÁVEIS! Veja
que as duas palavras concordam com “jogadores” e “trabalhadores”, respectivamente.
IV – E o adjunto adverbial deslocado? Agora, quero de você toda a atenção possível, pois,
dos quatro tópicos que acabei de listar, este é o mais cobrado em provas! Veja comigo o se-
guinte exemplo:
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EXEMPLO
Nesta quinta, os deputados votaram a nova emenda.
O que fiz: peguei a oração (1) e desloquei o adjunto adverbial para o início da sentença.
Conforme você observou, o emprego da vírgula é facultativo. Isso devido à extensão do adjun-
to adverbial.
EXEMPLO
Os deputados, nesta quinta, votaram a nova emenda.
Note que, agora, o adjunto adverbial está entre o sujeito e o verbo. Por ser curto, as vírgulas
permanecem facultativas. Mas, agora, é preciso empregar duas, e não apenas uma.
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EXEMPLOS
Nesta manhã de quinta, os deputados votaram a nova emenda.
Os deputados, nesta manhã de quinta, votaram a nova emenda.
Agora, os adjuntos adverbiais são longos, e o emprego da vírgula passou a ser obrigatório.
Viu como é simples?
Obs.: Reitero: se o adjunto adverbial estiver em posição canônica (no fim da oração) o empre-
go da vírgula é facultativo, não importa se ele é curto ou longo! Isso só vale para os
deslocados, ok?
Primeiramente, note: a ação de receber ocorreu “durante o período de janeiro a março de 2013”.
Isso mostra que a expressão deslocada se refere ao verbo. Por isso, é um adjunto adverbial
deslocado. Como ele está antes do verbo, podemos dizer que está anteposto. Nesse caso, por
ser de longa extensão o emprego da vírgula é obrigatório.
Certo.
002. (2011/IADES/SEDF) Todo dia, você acorda de manhã e pega o jornal para saber das últi-
mas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que re-
cebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em ou-
tro país. Depois, vai até a escola e separa livros para planejar uma atividade com seus alunos.
As vírgulas presentes nas linhas 1, 2 e 4 são empregadas pela mesma regra.
003. (2013/CESPE/ANS) Os planos com pior avaliação — durante dois períodos 10 consecu-
tivos — estão sujeitos à suspensão temporária da comercialização.
A substituição dos travessões por vírgulas ou por parênteses preservaria a correção gramati-
cal do período.
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Conforme expliquei acima, para realizar intercalações, via de regra, pode-se usar travessões,
parênteses ou vírgulas.
Certo.
004. (2014/IADES/SEAP) No período “Não existem registros oficiais sobre a fundação da ci-
dade.”, de acordo com a norma-padrão, o emprego da vírgula
a) poderia ocorrer entre “existem” e “registros”.
b) é facultativo para separar o sujeito do predicado.
c) deveria ocorrer para isolar da oração o termo “sobre a fundação da cidade”.
d) não poderia ocorrer entre “registros” e “oficiais”.
e) poderia ocorrer desde que “registros oficiais sobre a fundação da cidade” fosse deslocado
para o início do período.
Primeiramente, note a estrutura sintática do período: há apenas o verbo “existem”, que é in-
transitivo; o sujeito é “registros oficiais sobre a fundação da cidade”; “não” é um advérbio de
negação, todavia colocar uma vírgula em um “não” pode mudar completamente o sentido de
uma frase. Veja:
EXEMPLOS
Não estudei. (realmente não foi praticada a ação de estudar)
Não, estudei. (na verdade a ação de estudar foi praticada)
Dentro do sujeito, há um núcleo, que é “registros”; “oficiais” e “sobre a fundação da cidade” são
dois adjuntos adnominais. Em outras palavras: no período em questão, não há qualquer pos-
sibilidade de colocação de vírgula.
As letras “a”, “b” e “e” sugerem colocar uma vírgula entre o sujeito e o verbo, o que é proibido.
A letra “c” propõe colocar uma vírgula entre o nome e o adjunto adnominal, o que também é
proibido. Já a letra “d” diz que não pode ocorrer uma vírgula entre o nome e o adjunto adnomi-
nal. Por isso, esta alternativa é a correta.
Letra d.
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3. As Enumerações
Esse talvez seja o uso da pontuação mais famoso de todos! As enumerações são facilmen-
te reconhecíveis em qualquer texto!
Entenda o texto: o autor menciona a existência de “três linhas de ação para aperfeiçoar a
inclusão financeira”. Após os dois-pontos, ele lista, enumera essas três linhas. Além disso,
há a estrutura clássica de qualquer enumeração: o emprego de vírgula entre os primeiros e a
conjunção “e” entre o penúltimo e o último. Detalhe importante: toda enumeração é feita com
elementos de mesma função sintática!
Mas nem toda questão acerca de enumeração é tão óbvia assim! É um assunto que exige do
candidato atenção!
Certo.
Qual foi o grande problema dessa reescritura? A enumeração! Veja que, no texto original, há a
enumeração de quatro elementos:
A assistência gratuita inclui orientação e defesa jurídica (1), divulgação de informações sobre
direitos e deveres (2), prevenção da violência (3) e patrocínio de causas perante o Poder Judi-
ciário (4).
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4.1. Vocativo
O vocativo nada mais é do que um chamamento! Serve para evocar alguém que está parti-
cipando do discurso.
EXEMPLOS
(2) Maria, não podemos começar sem você!
(3) Senhor, tende piedade de nós!
Detalhe importante: todo vocativo deve ser isolado por vírgula! Isso é para evitar qualquer
tipo de ambiguidade!
008. (2014/IADES/CAU-RJ)
a) Errada. Veja que o vocábulo “mãe” foi usado como um chamamento. Por se tratar de um
vocativo, o emprego da vírgula é obrigatório.
b) Certa. Existem três pontuações que podem ser usadas para encerrar períodos: ponto final,
ponto de interrogação e ponto de exclamação. Tanto é que, depois delas, deve-se empregar
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letra maiúscula. Troca de uma exclamação por um ponto final altera, no máximo, a prosódia (a
entoação da frase). Isso não prejudica a correção gramatical.
Letra b.
009. (2010/IADES/FCA) O interessante é que esta quebra de paradigmas científicos seria se-
guida, décadas mais tarde, por mudanças que sacudiram as noções sociais de tempo e a per-
cepção sobre o status da ciência.
O termo “décadas mais tarde” é um vocativo.
Eu te pergunto: já ouviu alguém ser chamado de “décadas mais tarde”? É evidente que isso não
é um vocativo! Trata-se de um adjunto adverbial deslocado e longo.
Errado.
A frase original está com vírgula, pois “Paulo” é um vocativo! A ideia é: Paulo, (você) chegou
tarde ontem? Em outras palavras, entende-se que alguém está falando com Paulo (por isso, a
vírgula está empregada corretamente). Com a retirada da vírgula, “Paulo” passa a ser o sujeito,
ou seja, entende-se que alguém está falando sobre Paulo (por isso, o sentido é alterado).
Letra b.
4.2. Aposto
Analise comigo o seguinte período:
EXEMPLO
(4) Bernardinho, ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, ministra palestras.
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Dessa forma, podemos entender que, em (4), “ex-técnico da seleção brasileira de vôlei” é
aposto devido à equivalência semântica. Como a finalidade dele é explicar quem é “Bernardi-
nho”, aplica-se as vírgulas, a fim de indicar que se trata de um aposto explicativo.
Agora, vamos falar um pouco sobre os tipos de apostos:
• EXPLICATIVO: Elvis, o Rei do Rock, não morreu.
• ENUMERATIVO: Tudo – calças, camisas e sapatos – foi vendido em alguns minutos.1
• RESUMITIVO: Calças, camisas, sapatos, tudo foi vendido em alguns minutos.
• ESPECIFICATIVO: A escritora Clarice Lispector causa-me emoção.
Como foi possível perceber, os dois últimos apostos não dependem de isolamento por
vírgula; mantêm, todavia, a equivalência semântica com termos anteriormente apresentados.
1
É em construções semelhantes a essa que os dois-pontos costumam ser empregados! Poderíamos redigir o texto assim:
Em alguns minutos, foi vendido tudo: calças, camisas e sapatos.
OU
Em alguns minutos, foi vendido tudo – calças, camisas e sapatos.
OU
Em alguns minutos, foi vendido tudo (calças, camisas e sapatos).
Nesse caso, a vírgula não é recomendada (no lugar dos dois-pontos, do travessão ou dos parênteses), uma vez que “tudo”
pode se confundir com os termos da enumeração subsequente. A troca entre pontuações não é um simples capricho! Em
muitas oportunidades, abrimos mão de usar a vírgula e optamos por outras pontuações para conferir ao texto clareza, que
é a principal finalidade da pontuação!
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011. (2013/CESPE/MI) O Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográfi-
cas do Nordeste Setentrional é um empreendimento do governo federal sob a responsabilida-
de do Ministério da Integração Nacional. Esse projeto tem o objetivo de assegurar a oferta de
água para 12 milhões de habitantes de 391 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de
Pernambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
As vírgulas são empregadas para isolar aposto explicativo.
Primeiramente, note que não há qualquer equivalência semântica entre “Pernambuco”, “Ce-
ará” e “Paraíba”. Além disso, as vírgulas foram empregadas para isolar elementos de uma
enumeração.
Errado.
012. (2013/CESPE/MPU) No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano.
A vírgula após “colonial” é utilizada para isolar aposto.
Além de não haver equivalência semântica, a vírgula foi empregada por outra razão: adjunto
adverbial de tempo deslocado.
Errado.
013. (2010/IADES/CFA) Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto,
Nicomaquides, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres.
O vocábulo “Nicomaquides” exerce função de aposto.
Mais uma vez, não há qualquer equivalência semântica. “Nicomaquides” está entre vírgulas
por ser vocativo.
Errado.
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Primeiramente, note a equivalência semântica entre “roubo com restrição de liberdade” e “o fa-
moso sequestro-relâmpago”. Isso denuncia o valor apositivo desta expressão. Além disso, as
vírgulas reforçam o entendimento de que o aposto é explicativo.
Certo.
015. (2013/CESPE/BACEN) O único meio é lançar mão de um regime debilitante: ler com-
pêndios de retórica, ouvir certos discursos etc.; para esse fim, deves evitar as livrarias, mas,
de quando em quando, elas serão de grande conveniência para falares do boato do dia; de um
contrabando, de qualquer coisa: verás que muitos dos leitores, estimáveis cavalheiros, repe-
tir-te-ão as mesmas opiniões, e uma tal monotonia é saudável. Com tal regime, durante — su-
ponhamos — dois anos, reduzes o intelecto, por mais pródigo que seja, ao equilíbrio comum.
O segmento “estimáveis cavalheiros” é um aposto explicativo da expressão “muitos dos
leitores”.
Cuidado com esta questão! Talvez, desavisadamente, você tenha classificado “estimáveis ca-
valheiros” como vocativo; essa é, contudo, uma possibilidade inválida. Se você observar com
carinho o texto, verá que quem está falando se refere a uma única pessoa. Como perceber
isso? A ocorrência de verbos na segunda pessoa do singular (“deves”, “falares”, “verás”, “redu-
zes”) e a presença do pronome oblíquo átono “te” em “repetir-te-ão”. Ora, se a segunda pessoa
– com quem se fala – é singular, não há razão para usar um vocativo no plural! Isso deixa claro
que há uma equivalência semântica entre “muitos dos leitores” e “estimáveis cavalheiros”, o
que confirma o valor apositivo desta expressão.
Certo.
5. O Zeugma
Para entendermos melhor esse tópico, precisamos falar um pouco sobre figuras de lingua-
gem. Há duas que são muito importantes para concursos: elipse e zeugma.
• ELIPSE: a omissão de um termo. Ex.: Estudamos bastante para a prova. (omissão de
“nós”).
• ZEUGMA: a omissão de um termo anteriormente citado. Ex.: A criança é fonte de alegria,
futuro do nosso país (omissão de “a criança é” antes de “futuro”).
Detalhe importante: o zeugma nada mais é do que um tipo de elipse. Para ser ainda mais
claro, todo zeugma é uma elipse. Já o contrário não é válido.
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(5) Maria tem três filhos. Antônio, dois.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (VUNESP/TEC LEG/CM SJC/2022) Leia o texto para responder a questão.
A Amazon pega, mata e come
Foi-se embora a Livraria São José, sebo mais antigo do Rio de Janeiro, fundado há
85 anos - e todo mundo acha normal. Ora, tudo não está morrendo ao nosso redor? Por que
livrarias, logo elas, iriam escapar à destruição que atinge o país inteiro? É a vida - ou a morte -
que segue.
Em sua fase espetacular - entre as décadas de 40 e 60 -, a São José chegou a ter três lojas
e estoque de 100 mil livros. Tornou-se editora e promoveu tardes de autógrafos. A primeira foi
um luxo: “Itinerário de Pasárgada”, de Manuel Bandeira, em 1954. Eram concorridíssimas - não se
sabe se pelos autores ou se pelas “madrinhas” deles, beldades como Tônia Carrero e Odette Lara.
Ponto de encontro de intelectuais, estudantes e buquinadores 1 profissionais, fuçando
nas estantes e bancadas poderiam ser vistos lado a lado figuras tão díspares como o ex-presi-
dente Eurico Gaspar Dutra e o romancista Lúcio Cardoso. Matando aula na Faculdade Nacional
de Filosofia, foi lá que o cronista Ruy Castro começou sua invejada coleção de livros.
Não “essenciais”, as livrarias cariocas estão fechadas para cumprir o recesso sanitário.
É um setor do comércio que, com a pandemia, recorreu sobretudo à atividade online. Melhor do
que ninguém a Amazon sabe disso e se aproveita para complicar ainda mais a vida de livreiros
e editores. Em recente e-mail, agigante norte-americana pediu descontos maiores e aumento
na cobrança de taxas de marketing.
Na arte do oportunismo, a Amazon é o carcará de João do Vale na seca do sertão: pega,
mata e come2.
1 Buquinar: buscar e comprar li vros usados em livrarias, bancas, sebos.
2 Referência à letra da música «Carca rá», de João do Vale.
(Alvaro Costa e Silva. ht!ps:l/www1.folha. uol.com.br/colunas/ alvaro-costa-e-silva/2021 /03/a-amazon-pega-
-mata-e-come.shtml. 29.03.2021. Adaptado)
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O trecho – “Meu filho, não quero esses brinquedos perigosos dentro de casa” – foi posto entre
aspas para indicar:
a) os dizeres de um personagem que não está no texto.
b) um destaque para um detalhe importante da história.
c) a fala de uma personagem que está no próprio texto.
d) o alívio de Francisca por ter um filho obediente.
e) o final feliz para a história que começou triste.
Assinale a alternativa em que a pontuação da frase reescrita a partir do texto está correta.
a) A vida interiorana, é bem mais calma, e tem também suas desvantagens.
b) O estilo, sertanejo das músicas, caiu no gosto dos interioranos.
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As palavras – amiga e mulher – são antecedidas por vírgula em observância a uma regra de
pontuação, que ocorre também na frase:
a) As mulheres são consumistas e, gastam muito, mesmo que os maridos proíbam.
b) Um incêndio causou pânico em todos e destruiu, ontem, parte do Shopping.
c) As mulheres ganham os próprios salários, por isso, podem gastar como quiserem.
d) Quem gasta sem pensar, não sabe depois de onde tirar para pagar as despesas.
e) Vocês, mulheres consumistas, devem pensar mais no meio ambiente.
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Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível
ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a
duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in
Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se a mais
influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos
homens como guia único, supremo, da conduta humana.
Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da
vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode
ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento
técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com
rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente,
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende
que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação
matemática.
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade,
mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era,
paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos
86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
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Há cerca de 50 000 anos, quando, segundo achados recentes, o Homo Sapiens come-
çou a pintar nas paredes das cavernas, desenhávamos figuras místicas, como caçadores do-
tados de superpoderes, que pareciam auxiliar os homens daquela época a situar a si mesmos
em meio ao desconhecido. De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma
razão única que justifique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua.
Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante uma entrevista, o escritor
Charles Bukowski (1920- 1994), alemão radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem
acredita em Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida. Mas, para aque-
les que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes respostas não estão cravadas na pedra.
Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas”.
No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale tanto assim o esforço
de refletir acerca dos motivos de estar na Terra? Um estudo publicado em dezembro no peri-
ódico científico Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir que, até mesmo do
ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena. O veredito do estudo: aqueles que
revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de
saúde, tanto psicológica como física. Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declara-
vam estar no máximo em um processo de busca. Esses apresentavam, com maior frequência,
problemas de saúde.
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)
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que o homem poderia dominar a natureza. Desde a invenção do vapor ficou claro que conse-
guiríamos multiplicar a velocidade dos deslocamentos, assim como já se podia supor que um
dia chegaríamos à luz elétrica. Mas durante séculos os homens sonharam em vão com o elixir
da longa vida e com a fonte da juventude eterna. Na Idade Média existiam ótimos moinhos de
vento, mas existia também uma igreja que os peregrinos procuravam para obter o milagre de
viver até os 40 anos.
Fomos à Lua há muitos anos e ainda não conseguimos ir a Marte, mas na época do de-
sembarque lunar uma pessoa de 70 anos já havia chegado ao fim da vida, enquanto hoje temos
esperanças razoáveis de chegar aos 90. Em suma, o grande progresso ocorreu no campo da
vida, não no campo dos computadores.
Muitos dos problemas que devemos enfrentar hoje têm relação com o aumento do
tempo médio de vida. E não estou falando apenas das aposentadorias. A imensa migração
do Terceiro Mundo para os países ocidentais nasce certamente da esperança de milhares de
pessoas de encontrar comida, trabalho e principalmente de chegar a um mundo onde se vive
mais – ou, seja como for, fugir de um outro mundo onde se morre cedo demais. No entanto
– embora não tenha as estatísticas à mão –, creio que a soma que gastamos em pesquisas
gerontológicas e em medicina preventiva seja infinitamente menor do que o investimento em
tecnologia bélica e em informática. Sabemos muito bem como destruir uma cidade ou como
transportar informação a baixo custo, mas ainda não temos ideia de como conciliar bem-estar
coletivo, futuro dos jovens, superpopulação mundial e aumento da expectativa de vida.
Um jovem pode pensar que o progresso é aquilo que lhe permite enviar recadinhos pelo
celular ou voar barato para Nova York, enquanto o fato surpreendente – e o problema não re-
solvido – é que, se tudo correr bem, ele só precisará se preparar para ser adulto aos 40 anos,
enquanto seus antepassados tinham de fazê-lo aos 16.
Certamente é preciso agradecer a Deus ou à sorte por vivermos mais, mas temos de
enfrentar esse problema como um dos mais dramáticos de nosso tempo e não como um pon-
to pacífico.
(Eco, Humberto. Pape Satan Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Rio de Janeiro: Record, 2017)
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Assinale a alternativa em que o uso de sinal de pontuação no interior do enunciado tem a fina-
lidade de indicar ao leitor uma explicação feita pelo narrador.
a) A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lem-
brança disto.
b) Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares...
c) Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava.
d) ... o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na caatinga.
e) ... e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula.
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Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente impor-
tante passam para a categoria do “quem era mesmo?”. Tornam-se nomes sem rosto, tragados
pela nossa desmemória.
Mas o pior é o doloroso processo de suprimir os que já se foram. É incrível quantos
amigos ou conhecidos têm o hábito de nos deixar a cada dez ou 15 anos. As agendas são um
registro macabro dessa fatalidade.
De algum tempo para cá, outro tipo de supressão ficou obrigatório: o dos telefones
fixos. Se a agenda anterior contém o número do telefone fixo e do celular de cada pessoa, e
você tenta ligar para um e para outro a fim de certificar-se de que continuam valendo, ficará es-
pantado com quantos fixos, de repente, não existem mais. É terrível constatar que até os seus
companheiros de geração reduziram-se ao celular.
Para completar, as próprias agendas de papel estão sob ataque. Mesmo entre os co-
roas, quase ninguém mais as usa – os números de telefones são anotados diretamente no
celular. Mas o que acontece quando têm o celular roubado ou o esquecem em algum lugar, e
já jogaram fora o velho caderno ensebado?
Talvez as agendas do futuro sejam gravadas diretamente no cérebro – no mísero cére-
bro humano, arcaico, analógico, que ainda é o nosso.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 29.11.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, com a inserção das vírgulas, a frase “Nomes que um dia foram
anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...” atende à norma padrão de
pontuação.
a) Nomes que, um dia, foram anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...
b) Nomes que um dia, foram anotados, porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...
c) Nomes que um dia foram anotados porque, tinham a ver, com algo terrivelmente importante...
d) Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver, com algo, terrivelmente importante...
e) Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver com, algo terrivelmente, importante...
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a) É preciso, aceitar que a vida é feita, de ganhos e perdas que deve ser vista como algo natural.
b) É grande o número de pessoas, que se revoltam, quando fracassam porém deveriam tentar
entender que fracassos fazem parte da vida.
c) Ficamos mais leves, quando aprendemos a ganhar e a perder, uma vez que isso é caracte-
rística, da vida de todos nós.
d) Guilherme, autor da música, propõe a nós uma reflexão: é preciso aprender a ser mais flexí-
vel diante das circunstâncias da nossa existência.
e) Viver, não é ter sucesso o tempo todo embora, muitas pessoas, pensem o contrário.
No trecho “Tal cargo, obtido em concurso, lhe dera direito a uma viagem à Europa, nos tempos
em que as subvenções para isso largamente se distribuíam, razão pela qual eram equitativa e
sabiamente feitas” (1º parágrafo), pode- -se inserir uma vírgula antes e uma depois da seguinte
expressão, sem prejuízo da norma-padrão de pontuação da língua portuguesa:
a) a uma viagem à Europa
b) nos tempos em que
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Assinale a alternativa que está em concordância com a norma-padrão no que se refere ao em-
prego dos sinais de pontuação nos trechos reescritos.
a) Segundo alegava a produção, tal prática, confundiria os espectadores, que a recusariam
inevitavelmente.
b) Por ser estática somente aos trancos e barrancos a câmera adquiriu a mobilidade, de que é
provida hoje.
c) Já era divertido o suficiente; quando o ponto de contraste para o cinema era o estaticismo
da fotografia.
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d) Sabemos que, o seu modelo era o popular romance de Charles Dickens, superlido no final
do século passado.
e) Já conhecemos o resultado dessa polêmica: a vitória da intuição genial sobre o medo do novo.
017. (VUNESP/AG FISC/RIB PRETO/PREF RP/2021) Leia o texto, para responder a questão.
Escritório
Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência – o que quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de minha particular
devoção. Espero que ele me assista nesta grave emergência.
Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cum-
prir fielmente o regulamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por
exemplo, colocar pregos que danifiquem as paredes.
Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha quali-
dade de bacharel nunca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio,
esteja ainda bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de
ser inesperadamente convocado à vida pública, por exemplo, com uma honrosa nomeação,
sacrifício a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida,
iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita. Além do mais, eu
não poderia mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de literatura: apenas um local
onde possa acender diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o con-
domínio) desta padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo
como São Francisco é servido. Levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a máquina
de escrever – e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas
vozes de antigamente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção
de mim mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na lembrança, figuras
feitas de ar e imaginação.
(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado)
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018. (VUNESP/AG ADM/RIB PRETO/PREF RP/2021) Colunista comenta relatório do IPCC sobre
mudanças climáticas.
“O que já havia sido previsto vem se materializando com um aumento médio da tem-
peratura da Terra, chegando-se à conclusão de que esse aumento está chegando antes do
previsto”, diz Paulo Saldiva em seu comentário sobre o sexto relatório do IPCC (Painel Intergo-
vernamental sobre Mudanças Climáticas). As consequências são as de que os ciclos hidroge-
ológicos vão aumentar em sua intensidade e frequência, provocando, de um lado, períodos de
seca alternados com inundação e, por outro lado, a elevação dos níveis dos mares comprome-
terá cidades costeiras, assim como a desertificação de algumas regiões afetará a produção de
alimentos.
Não bastasse tudo isso, as inundações e o aumento da temperatura vão facilitar o surgi-
mento de vetores de doenças infecciosas, como dengue, zika, malária ou febre amarela. Aliás,
em se tratando de saúde, deve-se observar ainda que os extremos de temperatura farão com
que algumas pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias tenham sua saúde ainda
mais comprometida, até mesmo com risco de morte.
Para o colunista, ainda há tempo de reverter esse cenário de caos, embora parte dessas
alterações, admite, seja irreversível. “Se fizermos tudo certo, vai ser necessário mais de um
século para que a gente reverta as condições anteriores que nossos antepassados deixaram”.
(https://jornal.usp.br/radio-usp/445402/, 16.08.21. Adaptado)
019. (VUNESP/CF/CM/ESFCEX/EVANGÉLICO/2021)
Pêndulo persa
Pressionado por coalizão regional e pelos EUA, Irã endurece com novo presidente
Apesar de promover eleições de forma regular, a teocracia iraniana não é uma democracia.
Fórum de luminares do regime, o Conselho dos Guardiões veta candidatos inadequados ideo-
logicamente.
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De tempos em tempos, contudo, o pêndulo do país persa se move, dando algum sinal
de vitalidade ao ossificado sistema político da revolução de 1979, que é liderado pelo aiatolá
Ali Khamenei.
Assim, alternaram-se moderados como Mohammad Khatami e radicais como Mah-
moud Ahmadinejad, que foi substituído novamente por um nome mais suave, Hassan Rouha-
ni, em 2013.
Na sexta-feira (18/06/2021), 62% dos eleitores escolheram presidente um ultraconser-
vador, Ebrahim Raisi. O menor comparecimento às urnas da história indica em si um protesto
contra a natureza do pleito, além de mostrar o impacto da má gestão da pandemia e da repres-
são a protestos desde 2017.
O Irã constitui um dos polos vitais do precário equilíbrio estratégico do Oriente Médio,
e Raisi é uma resposta do seu governo ao cerco sofrido desde 2017, quando Donald Trump
assumiu o poder.
O republicano retirou Washington do acordo, de resto problemático, que coibia o desen-
volvimento de armas nucleares por Teerã.
Em sua primeira entrevista, Raisi disse a que veio: quer concessões americanas para vol-
tar a negociar a questão nuclear como deseja Joe Biden, não aceita conversar com o presiden-
te americano e descarta colocar seus preciosos mísseis balísticos em qualquer negociação.
Otimistas verão na fala de Raisi abertura para discutir a guerra por procuração contra os sau-
ditas no Iêmen, mas sob seus termos. Tudo indica que Biden não terá vida fácil com o novo
presidente.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 21.06.2021)
Bechara (2019: 610) explica que se emprega a vírgula “para separar as conjunções e advérbios
adversativos, principalmente quando pospostos”. Essa explicação está corretamente exempli-
ficada com o trecho:
a) Apesar de promover eleições de forma regular, a teocracia iraniana não é uma democracia.
b) Assim, alternaram-se moderados como Mohammad Khatami e radicais como Mahmoud
Ahmadinejad…
c) De tempos em tempos, contudo, o pêndulo do país persa se move, dando algum sinal de
vitalidade…
d) O Irã constitui um dos polos vitais […] do Oriente Médio, e Raisi é uma resposta do seu go-
verno ao cerco sofrido desde 2017…
e) O republicano retirou Washington do acordo, de resto problemático, que coibia o desenvolvi-
mento de armas nucleares por Teerã.
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a) Saíam às ruas e se divertiam, felizes. Se chovia, escondiam-se debaixo das marquises; quan-
do estiava, caminhavam.
b) Foram acusados de fraude, mais de uma vez. Até agora, nenhum deles se manifestou; a
rigor, seu silêncio é covardia.
c) Um era infeliz, e o outro, taciturno. O motivo, mistério; o casamento, um fracasso total.
d) A vida é passageira e a morte, certa. Afora isso, não há verdade; assim, é aceitar e pronto.
e) A verdade incomoda, e a mentira fere. No entanto, esta ainda é preferível; aquela, descartável.
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c) Pergunta-se se seria possível chamar também de vida, essas novas formas mutantes, de
vírus de computador?
d) O autor do texto inteira-nos, do desenvolvimento de certos vírus, que constituem um proces-
so que se dá, inteiramente à margem do nosso controle.
e) Não deixa de ser assustadora a possibilidade de que nós, criaturas orgânicas, sejamos ca-
pazes de, a certa altura, concorrermos para uma evolução inorgânica.
1 Que tipo de capitalismo desejamos? Em termos gerais, temos três modelos entre os
quais escolher.
2 O primeiro é o “capitalismo de acionistas”, que propõe que o objetivo de uma empresa
deve ser a maximização dos lucros. O segundo é o “capitalismo de Estado”, que confia ao
governo a tarefa de estabelecer a direção da economia e ganhou proeminência em países
emergentes, entre os quais se destaca a China. E há o capitalismo de “stakeholders” (partes
interessadas), que posiciona as empresas privadas como curadoras dos interesses da socie-
dade e representa a melhor resposta aos atuais desafios ambientais.
3 O capitalismo de acionistas, o modelo hoje dominante, ganhou terreno nos EUA, na dé-
cada de 1970, e expandiu sua influência nas décadas seguintes. Sua ascensão não deixa de
ter méritos. Durante seu período de maior êxito, milhões prosperaram, à medida que empresas
abriam mercados e criavam empregos em busca do lucro.
4 Mas essa não é toda a história. Os defensores do capitalismo de acionistas negligenciam
o fato de que uma empresa de capital aberto não é apenas uma entidade que busca lucros,
mas também um organismo social.
5 Muitos perceberam que essa forma de capitalismo já não é sustentável. Um provável
motivo é o efeito “Greta Thunberg”. A jovem ativista sueca nos recorda que a adesão ao atual
sistema econômico representa uma traição às futuras gerações, por sua falta de sustentabi-
lidade ambiental. Outro motivo (correlato) é que muitos jovens já não querem trabalhar para
empresas cujos valores se limitem à maximização do lucro. Por fim, executivos e investidores
começaram a reconhecer que seu sucesso em longo prazo está intimamente ligado ao de seus
clientes, empregados e fornecedores.
6 Manifestando-se favoravelmente ao estabelecimento do capitalismo de stakeholders
como novo modelo dominante, está sendo lançando um novo Manifesto de Davos, que diz que
as empresas devem mostrar tolerância zero à corrupção e sustentar os direitos humanos em
toda a extensão de suas cadeias mundiais de suprimento.
7 Mas, para defender os princípios do capitalismo de stakeholders, as empresas precisarão
de novos indicadores. De início, um novo indicador de “criação de valor compartilhado” deveria
incluir metas ecológicas e sociais como complemento aos indicadores financeiros.
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8 Ademais, as grandes empresas deveriam compreender que elas são partes interessadas
em nosso futuro comum. Elas deveriam trabalhar com outras partes interessadas a fim de
melhorar a situação do mundo em que operam. Na verdade, esse deveria ser seu propósito
definitivo.
9 Os líderes empresariais têm neste momento uma grande oportunidade. Ao dar significa-
do concreto ao capitalismo de stakeholders, podem ir além de suas obrigações legais e cum-
prir seu dever para com a sociedade. Se eles desejam deixar sua marca no planeta, não existe
outra alternativa.
(Adaptado de: SCHWAB, Klaus. Tradução: Paulo Migliacci. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)
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1 Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da maio-
ria das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida transcor-
resse distante dos olhares alheios.
2 A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais im-
pressionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressio-
nante: a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas
obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente
os direitos, de privacidade vieram a surgir.
3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacidade
está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência
humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico − e portanto um estado de
coisas transitório.
4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas
trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshanna
Zuboff define como “capitalismo de vigilância” − a transformação de nossos dados pessoais
em mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é
uma parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente quan-
do sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser observado,
e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos − não o que desejamos que os
outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso
requererá a criação de diversas leis.
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci.
Disponível em: www.folha.uol.com.br)
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c) I e II.
d) III.
e) II e III.
No segmento... morros pobres, como o da Geada. Que tinha esse nome a propósito: lá pelos
altos do Jaguaré, quando fazia muito frio, no morro costumava gear (2º parágrafo), o sinal de
dois-pontos introduz
a) uma ressalva.
b) uma citação.
c) um esclarecimento.
d) uma contradição.
e) um resumo.
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e) Em Seus sintomas incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade
e flutuações de humor (1º parágrafo), as vírgulas isolam um segmento explicativo.
A interrogação Mas somos mais felizes?, que abre o 2º parágrafo do texto, tem como função
a) ponderar sobre um conceito que tem preocupado exageradamente a filosofia e as artes.
b) ratificar o que houve de mais positivo nas conquistas da humanidade nos últimos 500 anos.
c) associar o progressivo índice da felicidade humana aos feitos da ciência e da economia.
d) introduzir criticamente um conceito sempre subestimado ao longo da nossa civilização.
e) abrir uma linha de raciocínio que desqualifica as supostas conquistas da tecnologia.
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1. Sem deixar de reconhecer seus méritos, o crítico Richard Brody classificou “Parasita”,
do coreano Bong Joon-ho, como um filme conservador. Entre outras coisas, por expressar a
urgência de uma correção da ordem social e econômica, sem romper com as regras do entre-
tenimento comercial.
2. Já entendemos que as coisas perderam o rumo, mas continuamos caminhando para o
precipício. Bong se apoia nesse consenso para transmitir uma parábola admonitória que nos
faz rir ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio.
3. Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que já
está estabelecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico.
Bong inverte a lógica. Ridículo é quem ainda acredita na normalidade das estruturas.
4. Já nos primeiros minutos, o protagonista, filho de uma família de párias, considera, dian-
te da miséria à sua volta, o quanto “tudo é metafórico”. Na comédia proposta por Bong, para
falar do estado insustentável da desigualdade no mundo, as metáforas são evidentes. Rimos
do que já entendemos.
5. O filme opõe uma família de desempregados, condenados a viver como parasitas, a uma
família de ricos frívolos, enredados em pequenas neuroses e ambições previsíveis, entre os
muros que os separam da realidade.
6. Atentos às menores chances de sobrevivência, em pouco tempo pai, mãe e os dois filhos
da família pobre estarão ocupando cargos de confiança na casa dos ricos, graças a uma série
de circunstâncias.
7. A casa onde vivem os ricos, representativa de uma tradição moderna de elegância e con-
forto minimalista, é mal-assombrada, a julgar pelas visões do filho menor.
8. O que se instila na parábola de Bong Joon-ho é um conservadorismo estético. É fato que
o estado político, social e econômico do mundo desautorizou as ambições da modernidade. A
casa da família rica, em seu empenho modernista, não só não resolve a desigualdade econô-
mica como a esconde, encobre, transforma-a em fantasma.
9. Mesmo ironizando o projeto modernista, o cineasta não rompe, por razões táticas, com
as regras do sistema de entretenimento que acompanha essa mesma ordem desigual. É como
se o discurso artístico também precisasse reduzir-se ao mais básico e consensual entendi-
mento das coisas (as metáforas imediatamente reconhecíveis por todos), evitando as contra-
dições e o mistério que são a matéria de uma arte de ruptura.
10. Em “Parasita” não há desejo de ruptura nem revolução. Com a ponderação típica de um
conto moral, ele nos exorta a salvar o que ainda não desmoronou.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que já está esta-
belecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico. (3ºparágrafo)
No trecho acima, o sinal de dois-pontos pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por:
a) conquanto, precedido de vírgula.
b) mas, precedido de vírgula.
c) cujo.
d) à medida que.
e) pois, precedido de vírgula.
029. (FCC/BANRISUL/ESCRITURÁRIO/2019)
[Retratos fiéis]
Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas: o galho
daquela árvore exatamente na sua inclinação de quarenta e três graus, o casaco daquele ho-
mem justamente com as ruguinhas que no momento apresenta, e o próprio retratado com
todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos... Para isso já existe há muito tempo
a fotografia, com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade.
Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o invejável dom
da pintura, eu seria um pintor lírico (o adjetivo não é bem apropriado, mas vai esse mesmo en-
quanto não ocorrer outro). Quero dizer, o modelo serviria tão só do ponto de partida. O restante
eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia e poder de imaginação.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Na volta da esquina. Porto Alegre: Globo, 1979, p. 88)
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de
esporte, paquerar a diagramadora do caderno de turismo, ir à esquina comer um pastel. Se
estivesse numa das fases de trabalhar em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina
e abria um livro, escutava um disco, dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no
dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens
para saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de res-
posta, eu próprio mando mensagens inúteis, entro em jornais e revistas on-line. Quando me
dou conta, já é noite lá fora e não saí da frente da tela.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o tele-
fone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD,
o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o
CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isto que nem chego perto dele – temo que me substi-
tua também.
(Adaptado de: CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018, p. 67-68)
... eu me sentava a ela, punha uma folha de papel no rolo, escrevia o que tinha de escrever,
tirava o papel, lia o que escrevera, fazia eventuais emendas... (1º parágrafo)
Nesse trecho, as vírgulas servem ao propósito de
a) apresentar atividades tidas como hipotéticas.
b) ordenar fatos em uma hierarquia, do mais ao menos importante.
c) encadear eventos que ocorrem em concomitância.
d) separar ações que se sucedem cronologicamente.
e) listar acontecimentos que se ligam aleatoriamente.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
Com a ajuda de um funil, coloque o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem para evi-
tar vazamentos, odores e insetos (5º parágrafo)
Após a alteração na pontuação, a frase acima fica correta e com o sentido preservado em:
a) Com a ajuda de um funil, coloque o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem, para
evitar vazamentos, odores e insetos.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
b) Com a ajuda de um funil, coloque o material, em uma garrafa de plástico e feche-a bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
c) Com a ajuda de um funil coloque o material em, uma garrafa de plástico e feche-a, bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
d) Com a ajuda de um funil coloque, o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
e) Com a ajuda, de um funil coloque o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
Ele próprio se sente um pouco póstumo quando // conversa com gente jovem.
Uma redação alternativa, em prosa, para os versos acima, que apresenta pontuação corre-
ta, está em:
a) Ele próprio, se sente um pouco póstumo quando conversa, com gente jovem.
b) Ele próprio se sente, um pouco póstumo, quando conversa com gente jovem.
c) Ele próprio, quando conversa com gente jovem se sente um pouco póstumo.
d) Quando conversa, com gente jovem ele próprio se sente, um pouco póstumo.
e) Quando conversa com gente jovem, ele próprio se sente um pouco póstumo.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
A atual revolução tecnológica lança, a cada ano, novas formas de leitura, mudando não
só o modo como a literatura é distribuída, mas também como é escrita, à medida que os auto-
res se ajustam a essas novas realidades. Ao mesmo tempo, alguns dos termos que começa-
mos a usar recentemente parecem momentos anteriores da longa história da literatura.
Hoje, muitos já leem em uma tela. No dispositivo, o leitor irá virar páginas ou rolar um
texto. Dois milênios após o rolo de papiro ter dado lugar ao livro de pergaminho, esse movi-
mento de rolagem voltou, visto que a infindável sequência de palavras armazenadas pelos
computadores está mais próxima de um pergaminho do que de páginas separadas. E, como
os antigos escribas, mais uma vez nos sentamos curvados sobre “tabuletas”. A narração oral
também retornou. Como bem se sabe, palavras “escritas” podem ser apenas ouvidas em um
dispositivo de áudio.
Mas a revolução tecnológica por si só não assegura o futuro da literatura. A única ga-
rantia de sobrevivência de uma obra é o uso contínuo: um texto precisa permanecer relevante
o suficiente e ser lido, traduzido, transcrito e transcodificado pelas gerações futuras para per-
sistir ao longo do tempo.
(Adaptado de: PUCHNER, Martin. O mundo da escrita. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018, edição digital)
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Pontuação
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Quanto à pontuação e ao emprego de crase, está plenamente correta a frase que se encontra em:
a) O fim da Guerra Fria traria como forma definitiva de governo, à universalização da democra-
cia liberal ocidental.
b) Atrelada às necessidades de construir uma sociedade civil forte, havia a necessidade de
assegurar a neutralidade de instituições de Estado fundamentais.
c) O sistema político se estabilizava, à medida que, um país passava a ser rico e, ao mesmo
tempo, democrático.
d) Cientistas políticos, impressionados com à estabilidade sem paralelo das democracias ri-
cas viram no pós-guerra um período de consolidação democrática.
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Elias Santana
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GRAMÁTICA
Pontuação
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b) Por se deixarem influenciar pela ideia de que os leitores não apreciam tal gênero, vê-se edi-
tores que não se interessam em publicar contos.
c) O critério do tamanho prossegue invencível para o leitor que, alheio à fórmulas narrativas,
sabe se tratar de um conto a obra de breve leitura.
d) De apenas uma frase, o conto de Dalton Trevisan, foi arbitrariamente escolhido por Tezza
como ponto de partida para determinar certas características que um conto deveria apresentar.
e) Após a publicação de Flores Artificiais, Luiz Ruffato consagrou-se como um notável autor de
contos, fenômeno que se repetiu com o lançamento de A Cidade Dorme.
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Pontuação
Elias Santana
d) Não se planeja o tempo, conquanto nosso desejo, fosse determinar exatamente os passos
que temos a dar.
e) Cada dia da semana segundo o autor, tem características tão próprias, que nos fazem sen-
ti-los de modo distinto.
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E o pai volta ao café da rua Luís de Camões, interroga um e outro, nada: ninguém mais
viu aquela senhora. Disposto a procurá- -la por toda parte, ele anuncia:
− Fico sem camisa, mas compro o menino pelo preço que ela quiser.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. “Caso de menino”. 70 historinhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p.
101-102)
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foram apenas o prelúdio do que viria em seguida - a revolução permanente dos últimos três
séculos. Ciência e mercado são apostas na liberdade: liberdade balizada por padrões impes-
soais de argumentação e validação de teorias no primeiro caso; e por regras que fixam os mar-
cos dentro dos quais a busca do ganho econômico por parte das pessoas é livre, no segundo.
Por mais brilhantes, entretanto, que sejam suas inegáveis conquistas, é preciso ter uma visão
clara do que podemos esperar que façam por nós: a ciência jamais aplacará a nossa fome de
sentido, e o mercado nada nos diz sobre a ética - como usar a nossa liberdade e o que fazer de
nossas vidas.
O sistema de mercado - baseado na propriedade privada, nas trocas voluntárias e na for-
mação de preços por meio de um processo competitivo reconhecidamente imperfeito - define
um conjunto de regras de convivência na vida prática. A regra de ouro do mercado estabelece
que a recompensa material dos seus participantes corresponderá ao valor monetário que os
demais estiverem dispostos a atribuir ao resultado de suas atividades: a remuneração de cada
um, portanto, não depende da intensidade dos seus desejos de consumo, do civismo de suas
ações, do seu mérito moral ou estético. Dependerá tão somente da disposição dos consumido-
res em pagar, com parte do ganho do seu próprio trabalho, para ter acesso aos bens e serviços
que o outro oferece. Mas o mercado não decide, em nome dos que nele atuam, os resultados
finais da interação. Assim como a gramática não determina o teor das mensagens, mas ape-
nas as regras das trocas verbais, também o mercado não estabelece de antemão o que será
feito e escolhido pelos que dele participam.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, edição digital)
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c) I e II.
d) II, III e IV.
e) III e IV.
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III – O sentido não será alterado caso se acrescente uma vírgula imediatamente após “servi-
ços” em novos trabalhos no setor de serviços que requeriam o tipo de habilidade cognitiva que
só humanos possuíam [...] (3º parágrafo).
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e III.
c) II e III.
d) I e II.
e) I.
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A frase Uma viagem até Belém durava invariavelmente três meses permanecerá pontuada cor-
retamente caso esteja entre vírgulas o segmento:
a) durava invariavelmente
b) durava
c) até Belém durava
d) Belém
e) invariavelmente
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arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem
usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi cria-
do no século 21 um espaço especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se
precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele não é considerado simplesmente arte?
3 E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de
formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por
mulheres. Mas se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou
seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para que se
torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios “ocidentais”.
Muitas vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim,
poderia ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.
4 Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a
respeito do fato de que talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acre-
dito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que
já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual
específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que
intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que
nos marcou esteticamente.
(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”. Disponível em: https://www.
goethe.de)
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GABARITO
1. c 37. e
2. c 38. a
3. d 39. d
4. e 40. c
5. c 41. c
6. b 42. b
7. b 43. e
8. a 44. d
9. a 45. e
10. c 46. a
11. d 47. e
12. a 48. d
13. b 49. a
14. d 50. a
15. e
16. e
17. e
18. e
19. c
20. c
21. e
22. a
23. c
24. b
25. c
26. d
27. d
28. e
29. e
30. d
31. a
32. a
33. e
34. d
35. d
36. b
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GABARITO COMENTADO
001. (VUNESP/TEC LEG/CM SJC/2022) Leia o texto para responder a questão.
A Amazon pega, mata e come
Foi-se embora a Livraria São José, sebo mais antigo do Rio de Janeiro, fundado há
85 anos - e todo mundo acha normal. Ora, tudo não está morrendo ao nosso redor? Por que
livrarias, logo elas, iriam escapar à destruição que atinge o país inteiro? É a vida - ou a morte -
que segue.
Em sua fase espetacular - entre as décadas de 40 e 60 -, a São José chegou a ter três
lojas e estoque de 100 mil livros. Tornou-se editora e promoveu tardes de autógrafos. A primei-
ra foi um luxo: “Itinerário de Pasárgada”, de Manuel Bandeira, em 1954. Eram concorridíssimas
- não se sabe se pelos autores ou se pelas “madrinhas” deles, beldades como Tônia Carrero e
Odette Lara.
Ponto de encontro de intelectuais, estudantes e buquinadores 1 profissionais, fuçando
nas estantes e bancadas poderiam ser vistos lado a lado figuras tão díspares como o ex-presi-
dente Eurico Gaspar Dutra e o romancista Lúcio Cardoso. Matando aula na Faculdade Nacional
de Filosofia, foi lá que o cronista Ruy Castro começou sua invejada coleção de livros.
Não “essenciais”, as livrarias cariocas estão fechadas para cumprir o recesso sanitário.
É um setor do comércio que, com a pandemia, recorreu sobretudo à atividade online. Melhor do
que ninguém a Amazon sabe disso e se aproveita para complicar ainda mais a vida de livreiros
e editores. Em recente e-mail, agigante norte-americana pediu descontos maiores e aumento
na cobrança de taxas de marketing.
Na arte do oportunismo, a Amazon é o carcará de João do Vale na seca do sertão: pega,
mata e come2.
1 Buquinar: buscar e comprar livros usados em livrarias, bancas, sebos.
2 Referência à letra da música «Carca rá», de João do Vale.
(Alvaro Costa e Silva. ht!ps:l/www1.folha. uol.com.br/colunas/ alvaro-costa-e-silva/2021 /03/a-amazon-pega-
-mata-e-come.shtml. 29.03.2021. Adaptado)
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I: As aspas foram usadas para sinalizar o título de uma obra literária de Manuel Bandeira.
II: As aspas foram empregadas como uma forma de direcionar uma crítica ao fato de as livra-
rias não terem sido, conforme o contexto, consideradas essenciais, uma vez que foram fecha-
das em razão das medidas emergenciais.
Letra c.
O trecho – “Meu filho, não quero esses brinquedos perigosos dentro de casa” – foi posto entre
aspas para indicar:
a) os dizeres de um personagem que não está no texto.
b) um destaque para um detalhe importante da história.
c) a fala de uma personagem que está no próprio texto.
d) o alívio de Francisca por ter um filho obediente.
e) o final feliz para a história que começou triste.
As aspas foram utilizadas para indicar uma citação direta: quando se citam a fala do persona-
gem exatamente como foi dita por ele(a).
Letra c.
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Assinale a alternativa em que a pontuação da frase reescrita a partir do texto está correta.
a) A vida interiorana, é bem mais calma, e tem também suas desvantagens.
b) O estilo, sertanejo das músicas, caiu no gosto dos interioranos.
c) A vantagem de viver no interior é, que as pessoas, são mais atenciosas.
d) Na cidade pequena, se a pessoa anda na rua, todos a cumprimentam.
e) A atendente do metrô, vende bilhete, e seu “bom dia” nunca acontece.
a) Errada. Ocorre a separação do sujeito (vida interiorana) e o verbo “é”, o que não pode ocorrer
na norma culta.
b) Errada. A palavra “sertanejo” cumpre função de adjunto adnominal de “estilo”, razão pela
qual não pode haver a separação por vírgula. A vírgula após “músicas” também está incorreta,
pois separa o sujeito (estilo sertanejo das músicas) do verbo (caiu). Não é permitida a vírgula
entre sujeito e verbo na norma culta.
c) Errada. A vírgula após o verbo “é” está separando o sujeito do predicativo:
d) Certa. A primeira vírgula ocorre para evidenciar adjunto adverbial de lugar deslocado, e a se-
gunda vírgula é utilizada para isolar oração subordinada adverbial condicional.
e) Errada. A primeira vírgula separa o sujeito do verbo: a atendente do metrô (sujeito) vende
(verbo). A segunda vírgula é facultativa, uma vez que se trata de oração coordenada sindética.
Letra d.
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Pontuação
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As palavras – amiga e mulher – são antecedidas por vírgula em observância a uma regra de
pontuação, que ocorre também na frase:
a) As mulheres são consumistas e, gastam muito, mesmo que os maridos proíbam.
b) Um incêndio causou pânico em todos e destruiu, ontem, parte do Shopping.
c) As mulheres ganham os próprios salários, por isso, podem gastar como quiserem.
d) Quem gasta sem pensar, não sabe depois de onde tirar para pagar as despesas.
e) Vocês, mulheres consumistas, devem pensar mais no meio ambiente.
005. (VUNESP/ASOC/CODEN/2021)
Leia o texto para responder a questão.
Lições de vida
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger
e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa.
Sully virou herói e a lenda estava criada.
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para
contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão
Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário
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pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando exis-
tiam opções mais sensatas?
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível
ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a
duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationa-
lism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se
a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na
razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana.
Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da
vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode
ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conheci-
mento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresenta-
dos com rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente,
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende
que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação
matemática.
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
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Pontuação
Elias Santana
Na primeira ocorrência, os dois pontos são usados para explicar a expressão “o que aconteceu
depois do milagre”.
Na segunda ocorrência, a vírgula é utilizada para explicar o termo “racionalismo”.
Letra c.
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Elias Santana
palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é im-
possível enfrentar o mundo.
O conto extraordinário de Kafka, Um Artista da Fome, fala de um homem com extre-
ma resiliência para aguentar jejuns prolongados. Era um herói! Ao final, emitiu a verdade sur-
preendente. Ele não era um homem de vontade férrea, apenas nunca havia encontrado um
prato que… o seduzisse realmente. Seu paladar nunca fora tentado. Creio ser a receita geral
da resiliência: a serenidade diante das coisas que, na verdade, não nos atingiram. Esperança
ajuda sempre.
(Leandro Karnal. Os heróis da resiliência. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br. Acesso em 20.01.2021.
Adaptado)
Na primeira ocorrência, a expressão entre parênteses apresenta uma alternativa “se considera
ou é, de fato”.
Na segunda ocorrência, a afirmação após os dois pontos confirma porque é “sempre bom ser
resiliente”, afirmação anteriormente explicitada.
Letra b.
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Pontuação
Elias Santana
b) Depois da gripe suína, a nova doença causava febre alta, dor de garganta e de cabeça, perda
de olfato e de paladar.
c) A pandemia trouxe novos hábitos e cada qual a seu jeito, foi procurando adaptar-se não sem
pouco sofrimento.
d) O progresso foi chegando devagarinho: tudo foi sendo substituído, pouco a pouco pelos
prédios; o bairro, já não é o mesmo.
e) Os pesquisadores observaram que depois, das queimadas há no solo da floresta, uma maior
abundância de bactérias.
a) Errada. A primeira vírgula, sozinha, separa o adjunto adverbial de lugar (nas escolas de sam-
ba de São Paulo), que deveria estar isolado por vírgulas, ou seja, entre vírgulas. Dessa forma,
para que estivesse de acordo com a norma culta, deve haver outra vírgula após “São Paulo”.
A segunda vírgula após “que” também está incorreta, uma vez que está separando o verbo
(aguardando) de seu complemento (que ocorra uma vacinação em massa).
b) Certa. A primeira vírgula ocorre para isolar adjunto adverbial de tempo, e a segunda vírgula é
utilizada para separar elementos coordenados entre si, que exercem a mesma função sintática.
c) Errada. A vírgula após “jeito” separa o sujeito do verbo, o que é proibido na norma culta. Caso
a expressão “a seu jeito” estivesse isolada por vírgulas (entre vírgulas) a opção estaria correta,
pois haveria apenas o isolamento de um adjunto adverbial de modo.
d) Errada. A expressão “pouco a pouco” deve vir entre vírgulas, para isolar adjunto adverbial de
modo deslocado. A segunda vírgula após “bairro” separa o sujeito do verbo, o que é proibido
na norma culta.
e) Errada. A vírgula após “depois” está incorreta, uma vez que “depois das queimadas” é um
adjunto adverbial de tempo deslocado, e deveria estar entre vírgulas.
Letra b.
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em meio ao desconhecido. De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma
razão única que justifique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua.
Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante uma entrevista, o escritor
Charles Bukowski (1920- 1994), alemão radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem
acredita em Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida. Mas, para aque-
les que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes respostas não estão cravadas na pedra.
Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas”.
No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale tanto assim o esforço
de refletir acerca dos motivos de estar na Terra? Um estudo publicado em dezembro no peri-
ódico científico Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir que, até mesmo do
ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena. O veredito do estudo: aqueles que
revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de
saúde, tanto psicológica como física. Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declara-
vam estar no máximo em um processo de busca. Esses apresentavam, com maior frequência,
problemas de saúde.
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)
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Elias Santana
a) durante séculos
b) os homens
c) sonharam em vão
d) o elixir da longa vida
e) com a fonte da juventude
a) Errada. A primeira vírgula separa o sujeito do verbo, o que é proibido pela norma culta.
b) Errada. A primeira vírgula separa o sujeito do verbo e a segunda vírgula separa o verbo de
seu complemento.
c) Certa. A vírgula está correta, uma vez que é utilizada para isolar oração subordinada adver-
bial concessiva deslocada.
d) Errada. A vírgula separa o sujeito posposto do predicado.
e) Errada. A virgula separa o substantivo de seu adjunto adnominal.
Letra c.
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Assinale a alternativa em que o uso de sinal de pontuação no interior do enunciado tem a fina-
lidade de indicar ao leitor uma explicação feita pelo narrador.
a) A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lem-
brança disto.
b) Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares...
c) Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava.
d) ... o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na caatinga.
e) ... e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula.
A expressão “que andava furioso” representa uma explicação, uma vez que é uma oração su-
bordinada adjetiva explicativa: introduzida por pronome relativo e entre vírgulas.
Letra d.
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Para completar, as próprias agendas de papel estão sob ataque. Mesmo entre os co-
roas, quase ninguém mais as usa – os números de telefones são anotados diretamente no
celular. Mas o que acontece quando têm o celular roubado ou o esquecem em algum lugar, e
já jogaram fora o velho caderno ensebado?
Talvez as agendas do futuro sejam gravadas diretamente no cérebro – no mísero cére-
bro humano, arcaico, analógico, que ainda é o nosso.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 29.11.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, com a inserção das vírgulas, a frase “Nomes que um dia foram
anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...” atende à norma padrão de
pontuação.
a) Nomes que, um dia, foram anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...
b) Nomes que um dia, foram anotados, porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...
c) Nomes que um dia foram anotados porque, tinham a ver, com algo terrivelmente importante...
d) Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver, com algo, terrivelmente importante...
e) Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver com, algo terrivelmente, importante...
A expressão “um dia” é ajunto adverbial de tempo de curta extensão, e pode ser isolado en-
tre vírgulas.
Letra a.
a) Errada. Está incorreto o emprego da vírgula porque separa a oração subordinada adjetiva
restritiva da oração principal.
b) Certa. A vírgula foi usada corretamente, para separar oração coordenada sindética
adversativa.
c) Errada. A primeira vírgula separa o adjunto adnominal do substantivo.
d) Errada. A primeira vírgula separa o sujeito do verbo: As pessoas (sujeito) + que vão ao con-
sultório de um dentista (oração adjetiva restritiva) + sempre (adjunto adverbial de tempo de curta
extensão) + abrem (verbo) + a boca (complemento).
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e) Errada. O emprego da vírgula separa a oração subordinada adjetiva restritiva, que não pode
ser separada (uma vírgula). Obs: Uma vírgula = separar – Duas vírgulas = isolar.
Letra b.
a) Errada. A primeira vírgula separa o sujeito do predicado, e a segunda vírgula separa o com-
plemento nominal do termo a que se refere: “a vida é feita de ganhos”.
b) Errada. A vírgula separa a oração subordinada adjetiva restritiva da oração principal.
c) Errada. A vírgula após “características” separa o adjunto adnominal do termo a que se refere.
d) Certa. O emprego de vírgulas está correto: a primeira ocorrência é usada para isolar aposto,
e os dois-pontos são usados para introduzir uma explicação.
e) Errada. A primeira vírgula separa o sujeito do verbo e a segunda vírgula deve ser introduzida
antes da conjunção “embora” para separar oração subordinada adverbial concessiva.
Letra d.
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A nossa mentecapta inteligência nacional, de que não fazem parte só as mulheres, não
admite que tratem de botânica senão os médicos; e de matemática os engenheiros; quando,
em geral, nem uns nem outros se preocupam em tais coisas.
Ela, porém, vivendo em círculo restrito, não tendo estudos especiais, convivências ou-
tras que não essa da sociedade, fossilizadas de cérebro e com receitas de formulário na cabe-
ça, não podia ter outra opinião que a geral na nossa terra, de cima a baixo. Aquele moço era por
força doutor em medicina ou, no mínimo, estudante. Quando soube que não, teve uma ponta de
despeito; e custou-lhe a crer que fosse tão formado como outro qualquer doutor. Foi o próprio
pai quem a convenceu.
(Lima Barreto. Contos completos de Lima Barreto. Companhia das Letras, 2010. Adaptado)
No trecho “Tal cargo, obtido em concurso, lhe dera direito a uma viagem à Europa, nos tempos
em que as subvenções para isso largamente se distribuíam, razão pela qual eram equitativa e
sabiamente feitas” (1º parágrafo), pode- -se inserir uma vírgula antes e uma depois da seguinte
expressão, sem prejuízo da norma-padrão de pontuação da língua portuguesa:
a) a uma viagem à Europa
b) nos tempos em que
c) para isso largamente
d) pela qual eram
e) equitativa e sabiamente
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Assinale a alternativa que está em concordância com a norma-padrão no que se refere ao em-
prego dos sinais de pontuação nos trechos reescritos.
a) Segundo alegava a produção, tal prática, confundiria os espectadores, que a recusariam
inevitavelmente.
b) Por ser estática somente aos trancos e barrancos a câmera adquiriu a mobilidade, de que é
provida hoje.
c) Já era divertido o suficiente; quando o ponto de contraste para o cinema era o estaticismo
da fotografia.
d) Sabemos que, o seu modelo era o popular romance de Charles Dickens, superlido no final
do século passado.
e) Já conhecemos o resultado dessa polêmica: a vitória da intuição genial sobre o medo do novo.
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017. (VUNESP/AG FISC/RIB PRETO/PREF RP/2021) Leia o texto, para responder a questão.
Escritório
Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência – o que quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de minha particular
devoção. Espero que ele me assista nesta grave emergência.
Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cum-
prir fielmente o regulamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por
exemplo, colocar pregos que danifiquem as paredes.
Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha quali-
dade de bacharel nunca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio,
esteja ainda bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de
ser inesperadamente convocado à vida pública, por exemplo, com uma honrosa nomeação,
sacrifício a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida,
iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita. Além do mais, eu
não poderia mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de literatura: apenas um local
onde possa acender diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o con-
domínio) desta padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo
como São Francisco é servido. Levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a máquina
de escrever – e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas vozes
de antigamente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção de mim
mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na lembrança, figuras feitas
de ar e imaginação.
(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado)
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A alternativa em que a vírgula é utilizada para separar oração deslocada é a letra E, na qual é
separada por vírgula uma oração subordinada adverbial concessiva.
Letra e.
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019. (VUNESP/CF/CM/ESFCEX/EVANGÉLICO/2021)
Pêndulo persa
Pressionado por coalizão regional e pelos EUA, Irã endurece com novo presidente
Apesar de promover eleições de forma regular, a teocracia iraniana não é uma democracia.
Fórum de luminares do regime, o Conselho dos Guardiões veta candidatos inadequados ideo-
logicamente.
De tempos em tempos, contudo, o pêndulo do país persa se move, dando algum sinal
de vitalidade ao ossificado sistema político da revolução de 1979, que é liderado pelo aiatolá
Ali Khamenei.
Assim, alternaram-se moderados como Mohammad Khatami e radicais como Mah-
moud Ahmadinejad, que foi substituído novamente por um nome mais suave, Hassan Rouha-
ni, em 2013.
Na sexta-feira (18/06/2021), 62% dos eleitores escolheram presidente um ultraconser-
vador, Ebrahim Raisi. O menor comparecimento às urnas da história indica em si um protesto
contra a natureza do pleito, além de mostrar o impacto da má gestão da pandemia e da repres-
são a protestos desde 2017.
O Irã constitui um dos polos vitais do precário equilíbrio estratégico do Oriente Médio,
e Raisi é uma resposta do seu governo ao cerco sofrido desde 2017, quando Donald Trump
assumiu o poder.
O republicano retirou Washington do acordo, de resto problemático, que coibia o desen-
volvimento de armas nucleares por Teerã.
Em sua primeira entrevista, Raisi disse a que veio: quer concessões americanas para vol-
tar a negociar a questão nuclear como deseja Joe Biden, não aceita conversar com o presiden-
te americano e descarta colocar seus preciosos mísseis balísticos em qualquer negociação.
Otimistas verão na fala de Raisi abertura para discutir a guerra por procuração contra os sau-
ditas no Iêmen, mas sob seus termos. Tudo indica que Biden não terá vida fácil com o novo
presidente.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 21.06.2021)
Bechara (2019: 610) explica que se emprega a vírgula “para separar as conjunções e advérbios
adversativos, principalmente quando pospostos”. Essa explicação está corretamente exempli-
ficada com o trecho:
a) Apesar de promover eleições de forma regular, a teocracia iraniana não é uma democracia.
b) Assim, alternaram-se moderados como Mohammad Khatami e radicais como Mahmoud
Ahmadinejad…
c) De tempos em tempos, contudo, o pêndulo do país persa se move, dando algum sinal de
vitalidade…
d) O Irã constitui um dos polos vitais […] do Oriente Médio, e Raisi é uma resposta do seu go-
verno ao cerco sofrido desde 2017…
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Na oração “De tempos em tempos, contudo, o pêndulo do país persa se move, dando algum
sinal de vitalidade” a expressão destacada representa uma conjunção coordenada adversativa,
a qual deve vir separada por vírgula.
Letra c.
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no ciberespaço. Um dia, quando o vírus se replica, um erro ocorre – uma mutação compu-
tadorizada. Talvez a mutação ocorra porque o engenheiro humano programou o vírus para,
ocasionalmente, cometer erros aleatórios de replicação. Talvez a mutação se deva a um erro
aleatório. Se, por acidente, o vírus modificado for melhor para escapar de programas antivírus
sem perder sua capacidade de invadir outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço.
Com o passar do tempo, o ciberespaço estará cheio de novos vírus que ninguém produziu e
que passam por uma evolução inorgânica.
Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas
certamente foram criadas a partir de um novo processo evolutivo, completamente independen-
te das leis e limitações da evolução orgânica.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens, Uma breve história da humanidade.Trad. Janaína Marcoantonio.
Porto Alegre: L&PM, 38. ed,, 2018, p. 419-420).
a) Errada. A vírgula após “radical” está errada, pois está separando o núcleo de um termo do
seu completo (“forma radical de evolução inorgânica”). Além disso, a vírgula após “vírus” é a
clássica vírgula errada entre sujeito e verbo.
b) Errada. A vírgula após “vida” está correta, pois separa uma oração subordinada. A vírgula
após “texto” está errada, pois não se deve separar sujeito e verbo. O outro erro está nos dois
pontos, que não deveriam aparecer na frase.
c) Errada. Não é possível separar “mutantes” de “de vírus de computador” por vírgula. Além
disso, não cabe interrogação, pois o questionamento é feito de forma de indireta, em que a
pontuação deve ser o ponto final
d) Errada. Não se usa vírgula entre o verbo e o objeto. O advérbio “inteiramente” deveria apare-
cer intercalado por vírgula ou sem vírgulas antes e depois.
e) Certa. Pontuação correta.
Letra e.
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1 Que tipo de capitalismo desejamos? Em termos gerais, temos três modelos entre os
quais escolher.
2 O primeiro é o “capitalismo de acionistas”, que propõe que o objetivo de uma empresa
deve ser a maximização dos lucros. O segundo é o “capitalismo de Estado”, que confia ao
governo a tarefa de estabelecer a direção da economia e ganhou proeminência em países
emergentes, entre os quais se destaca a China. E há o capitalismo de “stakeholders” (partes
interessadas), que posiciona as empresas privadas como curadoras dos interesses da socie-
dade e representa a melhor resposta aos atuais desafios ambientais.
3 O capitalismo de acionistas, o modelo hoje dominante, ganhou terreno nos EUA, na dé-
cada de 1970, e expandiu sua influência nas décadas seguintes. Sua ascensão não deixa de
ter méritos. Durante seu período de maior êxito, milhões prosperaram, à medida que empresas
abriam mercados e criavam empregos em busca do lucro.
4 Mas essa não é toda a história. Os defensores do capitalismo de acionistas negligenciam
o fato de que uma empresa de capital aberto não é apenas uma entidade que busca lucros,
mas também um organismo social.
5 Muitos perceberam que essa forma de capitalismo já não é sustentável. Um provável
motivo é o efeito “Greta Thunberg”. A jovem ativista sueca nos recorda que a adesão ao atual
sistema econômico representa uma traição às futuras gerações, por sua falta de sustentabi-
lidade ambiental. Outro motivo (correlato) é que muitos jovens já não querem trabalhar para
empresas cujos valores se limitem à maximização do lucro. Por fim, executivos e investidores
começaram a reconhecer que seu sucesso em longo prazo está intimamente ligado ao de seus
clientes, empregados e fornecedores.
6 Manifestando-se favoravelmente ao estabelecimento do capitalismo de stakeholders
como novo modelo dominante, está sendo lançando um novo Manifesto de Davos, que diz que
as empresas devem mostrar tolerância zero à corrupção e sustentar os direitos humanos em
toda a extensão de suas cadeias mundiais de suprimento.
7 Mas, para defender os princípios do capitalismo de stakeholders, as empresas precisarão
de novos indicadores. De início, um novo indicador de “criação de valor compartilhado” deveria
incluir metas ecológicas e sociais como complemento aos indicadores financeiros.
8 Ademais, as grandes empresas deveriam compreender que elas são partes interessadas
em nosso futuro comum. Elas deveriam trabalhar com outras partes interessadas a fim de
melhorar a situação do mundo em que operam. Na verdade, esse deveria ser seu propósito
definitivo.
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Elias Santana
9 Os líderes empresariais têm neste momento uma grande oportunidade. Ao dar significa-
do concreto ao capitalismo de stakeholders, podem ir além de suas obrigações legais e cum-
prir seu dever para com a sociedade. Se eles desejam deixar sua marca no planeta, não existe
outra alternativa.
(Adaptado de: SCHWAB, Klaus. Tradução: Paulo Migliacci. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)
Geralmente, questões envolvendo supressão da vírgula e sentido abordam os casos das ora-
ções adjetivas (restritivas e explicativas).
a) Certa. Com a vírgula, a oração tem sentido explicativo em relação ao termo “capitalismo de
Estado”. Caso a vírgula seja retirada, entende-se que há vários “capitalismos de Estados” e ape-
nas um deles é que confia ao confia ao governo a tarefa de estabelecer a direção da economia.
Portanto, há mudança de sentido.
b) Errada. A oração iniciada por “à medida que” tem sentido adverbial. Quando os adjuntos ad-
verbiais aparecem no final da frase, a vírgula é facultativa e sua supressão não altera o sentido.
c), d) e e). Erradas. As três orações são iniciadas por adjuntos adverbiais que estão deslo-
cados. É possível usar vírgula para separá-los. Em regra, quando os adjuntos adverbiais são
pequenos (uma ou duas palavras), a vírgula é facultativa. Quando o adjunto tiver três ou mais
palavras e iniciando a frase, a vírgula é obrigatória.
Letra a.
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O travessão costuma aparecer bastante em textos narrativos, para marcar os discursos dire-
tos. No entanto, há casos em que o travessão pode exercer a mesma função que as vírgulas.
Em textos argumentativos, o travessão pode ser usado para exemplificar uma situação ou
realçar uma ideia.
No texto, o autor enumera exemplos após o travessão.
Letra c.
1 Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da maio-
ria das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida transcor-
resse distante dos olhares alheios.
2 A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais im-
pressionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressio-
nante: a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas
obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente
os direitos, de privacidade vieram a surgir.
3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacidade
está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência
humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico − e portanto um estado de
coisas transitório.
4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas
trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshanna
Zuboff define como “capitalismo de vigilância” − a transformação de nossos dados pessoais
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
I – Certa. O trecho após o travessão tem sentido de explicação do trecho anterior. Em textos
argumentativos, é comum usar o travessão para destacar esclarecimentos e exemplificações.
II – Errada. A palavra “expectativa” exige um complemento e não se deve separar nomes e
complementos por vírgulas
III – Certa. O trecho após o travessão é uma explicação. Os “dois pontos” também podem ser
usados para iniciar uma explicação.
Letra b.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
Nossa pobreza não era envergonhada. Ainda não fora substituída pela miséria nos mor-
ros pobres, como o da Geada. Que tinha esse nome a propósito: lá pelos altos do Jaguaré,
quando fazia muito frio, no morro costumava gear. Tínhamos um par de sapatos para o domin-
go. Só. A semana tocada de tamancos ou de pés no chão.
Não há lembrança que me chegue sem os gostos. Será difícil esquecer, lá no morro, o
gosto de fel de chá para os rins, chá de carqueja empurrado goela abaixo pelas mãos de minha
bisavó Júlia. Havia pobreza, marcada. Mas se o chá de carqueja me descia brabo pela goela,
como me é difícil esquecer o gosto bom do leite quente na caneca esmaltada estirada, amoro-
samente, também no morro da Geada, pelas mãos de minha avó Nair.
A miséria não substituíra a pobreza. E lá no morro da Geada, além do futebol e do jogo
de malha, a gente criava de um tudo. Havia galinha, cabrito, porco, marreco, passarinho, e
a natureza criava rolinha, corruíra, papa-capim, andorinha, quanto. Tudo ali nos Jaguarés, no
morro da Geada, sem água encanada, com luz só recente, sem televisão, sem aparelho de som
e sem inflação.
Nenhum de nós sabia dizer a palavra solidariedade. Mas, na casa do tio Otacílio, cria-
vam-se até filhos dos outros, e estou certo que o nosso coração era simples, espichado e
melhor. Não desandávamos a reclamar da vida, não nos hostilizávamos feito possessos, tocá-
vamos a pé pra baixo e pra cima e, quando um se encontrava com o outro, a gente não dizia:
“Oi!”. A gente se saudava, largo e profundo: − Ô, batuta*!
*batuta: amigo, camarada.
(Texto adaptado. João Antônio. Meus tempos de menino. In: WERNEK, Humberto (org.). Boa companhia: crôni-
cas. São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 141-143)
No segmento... morros pobres, como o da Geada. Que tinha esse nome a propósito: lá pelos
altos do Jaguaré, quando fazia muito frio, no morro costumava gear (2º parágrafo), o sinal de
dois-pontos introduz
a) uma ressalva.
b) uma citação.
c) um esclarecimento.
d) uma contradição.
e) um resumo.
Os dois pontos iniciam uma explicação acerca do nome do morro ser Geada.
Letra c.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz ama-
relo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque
o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul
é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.
3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas
décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acon-
tece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e
smartphones.
4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos
eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesqui-
sadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso
excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofo-
bia” (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar
sem celular.
5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.
Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos
viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan, neurocientista que
estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cére-
bro a tratará da mesma maneira que uma droga”.
(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)
a) Errada. O pronome relativo “que” inicia uma oração subordinada adjetiva restritiva. Ao colo-
car a vírgula após “dispositivos”, a oração seguinte passa a ser subordinada adjetiva explicati-
va. A correção estaria correta, mas o sentido estaria errado.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
b) Errada. Não há ideia de oposição. O autor faz, na verdade, um comentário a mais em relação
ao que acabara de afirmar.
c) Errada. A vírgula separa um adjunto adverbial deslocado.
d) Certa. Os dois pontos iniciam uma explicação. O “pois” precedido de vírgula também serve
para introduzir explicações.
e) Errada. A vírgula separa termos enumerativos.
Letra d.
A interrogação Mas somos mais felizes?, que abre o 2º parágrafo do texto, tem como função
a) ponderar sobre um conceito que tem preocupado exageradamente a filosofia e as artes.
b) ratificar o que houve de mais positivo nas conquistas da humanidade nos últimos 500 anos.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
O autor aborda as mudanças passadas pela humanidade ao longo dos anos. No final do tex-
to, ele levanta um debate sobre a hipótese de as gerações atuais serem mais felizes que as
ancestrais. O autor, que conclui discordando dessa ideia, começa a questioná-la no segundo
parágrafo, justamente com a frase interrogativa citada no enunciado.
Letra d.
1. Sem deixar de reconhecer seus méritos, o crítico Richard Brody classificou “Parasita”,
do coreano Bong Joon-ho, como um filme conservador. Entre outras coisas, por expressar a
urgência de uma correção da ordem social e econômica, sem romper com as regras do entre-
tenimento comercial.
2. Já entendemos que as coisas perderam o rumo, mas continuamos caminhando para o
precipício. Bong se apoia nesse consenso para transmitir uma parábola admonitória que nos
faz rir ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio.
3. Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que já
está estabelecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico.
Bong inverte a lógica. Ridículo é quem ainda acredita na normalidade das estruturas.
4. Já nos primeiros minutos, o protagonista, filho de uma família de párias, considera, dian-
te da miséria à sua volta, o quanto “tudo é metafórico”. Na comédia proposta por Bong, para
falar do estado insustentável da desigualdade no mundo, as metáforas são evidentes. Rimos
do que já entendemos.
5. O filme opõe uma família de desempregados, condenados a viver como parasitas, a uma
família de ricos frívolos, enredados em pequenas neuroses e ambições previsíveis, entre os
muros que os separam da realidade.
6. Atentos às menores chances de sobrevivência, em pouco tempo pai, mãe e os dois filhos
da família pobre estarão ocupando cargos de confiança na casa dos ricos, graças a uma série
de circunstâncias.
7. A casa onde vivem os ricos, representativa de uma tradição moderna de elegância e con-
forto minimalista, é mal-assombrada, a julgar pelas visões do filho menor.
8. O que se instila na parábola de Bong Joon-ho é um conservadorismo estético. É fato que
o estado político, social e econômico do mundo desautorizou as ambições da modernidade. A
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Pontuação
Elias Santana
casa da família rica, em seu empenho modernista, não só não resolve a desigualdade econô-
mica como a esconde, encobre, transforma-a em fantasma.
9. Mesmo ironizando o projeto modernista, o cineasta não rompe, por razões táticas, com
as regras do sistema de entretenimento que acompanha essa mesma ordem desigual. É como
se o discurso artístico também precisasse reduzir-se ao mais básico e consensual entendi-
mento das coisas (as metáforas imediatamente reconhecíveis por todos), evitando as contra-
dições e o mistério que são a matéria de uma arte de ruptura.
10. Em “Parasita” não há desejo de ruptura nem revolução. Com a ponderação típica de um
conto moral, ele nos exorta a salvar o que ainda não desmoronou.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)
Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que já está esta-
belecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico. (3ºparágrafo)
No trecho acima, o sinal de dois-pontos pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por:
a) conquanto, precedido de vírgula.
b) mas, precedido de vírgula.
c) cujo.
d) à medida que.
e) pois, precedido de vírgula.
029. (FCC/BANRISUL/ESCRITURÁRIO/2019)
[Retratos fiéis]
Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas: o galho
daquela árvore exatamente na sua inclinação de quarenta e três graus, o casaco daquele ho-
mem justamente com as ruguinhas que no momento apresenta, e o próprio retratado com
todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos... Para isso já existe há muito tempo
a fotografia, com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade.
Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o invejável dom
da pintura, eu seria um pintor lírico (o adjetivo não é bem apropriado, mas vai esse mesmo
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Pontuação
Elias Santana
enquanto não ocorrer outro). Quero dizer, o modelo serviria tão só do ponto de partida. O res-
tante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia e poder de imaginação.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Na volta da esquina. Porto Alegre: Globo, 1979, p. 88)
I – Com a vírgula, temos uma oração subordinada adjetiva restritiva; sem a vírgula, a oração
passa a ser explicativa. A correção é mantida, mas o sentido é alterado.
II – A vírgula não pode ser retirada, pois é um adjunto adverbial de longa extensão.
III – A vírgula não pode ser retirada, pois é um adjunto adverbial de longa extensão.
Letra e.
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Pontuação
Elias Santana
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o tele-
fone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD,
o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o
CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isto que nem chego perto dele – temo que me substi-
tua também.
(Adaptado de: CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018, p. 67-68)
... eu me sentava a ela, punha uma folha de papel no rolo, escrevia o que tinha de escrever, tirava
o papel, lia o que escrevera, fazia eventuais emendas... (1º parágrafo)
Nesse trecho, as vírgulas servem ao propósito de
a) apresentar atividades tidas como hipotéticas.
b) ordenar fatos em uma hierarquia, do mais ao menos importante.
c) encadear eventos que ocorrem em concomitância.
d) separar ações que se sucedem cronologicamente.
e) listar acontecimentos que se ligam aleatoriamente.
Uma das funções da vírgula é separar enumerações. No primeiro parágrafo do texto, o autor
descreve uma série de atos que ele precisa realizar para datilografar na máquina de escrever.
Essas ações acontecem em ordem cronológica, uma após a outra (sentar-se, colocar papel no
rolo, escrever, tirar o papel, ler, fazer emendas).
Letra d.
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Pontuação
Elias Santana
Elipse do verbo é a supressão (retirada) do verbo. Quando o verbo é retirado, é preciso colo-
car vírgula.
a) Certa. Neste caso, é recomendável voltar ao texto, no verso anterior. Observe:
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria.
Percebe-se que a forma “verbal” morre foi substituída pela vírgula no segundo verso.
b) Errada. Não há elipse de verbo.
c) Errada. Não há elipse de verbo.
d) Errada. Não há elipse de verbo.
e) Errada. Não há elipse de verbo.
Letra a.
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Pontuação
Elias Santana
pias ou ralos, pois toda a sujeira volta para sua casa, provoca entupimentos e traz mais prejuí-
zos para o meio ambiente e sua família.
E como armazenar e coletar o óleo usado em casa? Após utilizar o óleo, deixe esfriar
por pelo menos 30 minutos. Com a ajuda de um funil, coloque o material em uma garrafa de
plástico e feche-a bem para evitar vazamentos, odores e insetos. Quando armazenar uma boa
quantidade, leve as garrafas a um ponto de coleta.
(Texto adaptado. Original em: http://site.sabesp.com.br)
Com a ajuda de um funil, coloque o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem para evi-
tar vazamentos, odores e insetos (5º parágrafo)
Após a alteração na pontuação, a frase acima fica correta e com o sentido preservado em:
a) Com a ajuda de um funil, coloque o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem, para
evitar vazamentos, odores e insetos.
b) Com a ajuda de um funil, coloque o material, em uma garrafa de plástico e feche-a bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
c) Com a ajuda de um funil coloque o material em, uma garrafa de plástico e feche-a, bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
d) Com a ajuda de um funil coloque, o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
e) Com a ajuda, de um funil coloque o material em uma garrafa de plástico e feche-a bem para
evitar vazamentos, odores e insetos.
a) Certa. A vírgula está correta, pois separa adjunto adverbial deslocado (obrigatória). A segun-
da vírgula está correta pois separa oração subordinada adverbial final (facultativa). A terceira
vírgula está correta, pois faz parte de uma enumeração (obrigatória).
b) Errada. Não existe a vírgula após “material”.
c) Errada. Não se pode se parar “em” de “uma” no sentido da frase.
d) Errada. Não se pode separar o verbo do resto do complemento.
e) Errada. O termo completo é “com a ajuda de um funil”. Não pode vírgula quebrando partes
do adjunto.
Letra a.
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Pontuação
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Ele próprio se sente um pouco póstumo quando // conversa com gente jovem.
Uma redação alternativa, em prosa, para os versos acima, que apresenta pontuação corre-
ta, está em:
a) Ele próprio, se sente um pouco póstumo quando conversa, com gente jovem.
b) Ele próprio se sente, um pouco póstumo, quando conversa com gente jovem.
c) Ele próprio, quando conversa com gente jovem se sente um pouco póstumo.
d) Quando conversa, com gente jovem ele próprio se sente, um pouco póstumo.
e) Quando conversa com gente jovem, ele próprio se sente um pouco póstumo.
a) Errada. As duas vírgulas estão erradas. O erro da primeira é separa sujeito de predicado; o
erro da segunda é separar o verbo do seu complemento.
b) Errada. A primeira vírgula está errada, pois separa sujeito do predicado.
c) Errada. A oração adverbial está deslocada para o meio da frase. Para ficar correta, é preciso
colocá-la intercalada por vírgulas.
d) Errada. Não pode haver vírgula entre o verbo e seu complemento.
e) Certa. A pontuação está correta. A vírgula, neste caso, é obrigatória.
Letra e.
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GRAMÁTICA
Pontuação
Elias Santana
também retornou. Como bem se sabe, palavras “escritas” podem ser apenas ouvidas em um
dispositivo de áudio.
Mas a revolução tecnológica por si só não assegura o futuro da literatura. A única ga-
rantia de sobrevivência de uma obra é o uso contínuo: um texto precisa permanecer relevante
o suficiente e ser lido, traduzido, transcrito e transcodificado pelas gerações futuras para per-
sistir ao longo do tempo.
(Adaptado de: PUCHNER, Martin. O mundo da escrita. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018, edição digital)
I – Certa. Os “dois pontos” marcam uma explicação. O “pois”, quando precedido de vírgula”, é
um conectivo que serve para introduzir uma explicação.
II – Errada. O aposto é usado para esclarecer um termo substantivo anterior. O trecho isolado
é uma oração subordinada adverbial comparativa.
III – Certa. O termo “rolar” é usado para descrever a ação de deslizar o dedo pela tela do celular
ao ler alguma coisa.
Letra d.
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Elias Santana
Quanto à pontuação e ao emprego de crase, está plenamente correta a frase que se encontra em:
a) O fim da Guerra Fria traria como forma definitiva de governo, à universalização da democra-
cia liberal ocidental.
b) Atrelada às necessidades de construir uma sociedade civil forte, havia a necessidade de
assegurar a neutralidade de instituições de Estado fundamentais.
c) O sistema político se estabilizava, à medida que, um país passava a ser rico e, ao mesmo
tempo, democrático.
d) Cientistas políticos, impressionados com à estabilidade sem paralelo das democracias ri-
cas viram no pós-guerra um período de consolidação democrática.
e) A controversa obra de Francis Fukuyama associou-se, no pensamento político, à ideais do
triunfo da democracia.
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Pontuação
Elias Santana
3. Para entender o gênero, criei arbitrariamente um ponto mínimo de partida, que consi-
dero o menor conto do mundo, uma síntese mortal de Dalton Trevisan: “Nunca me senti tão só,
querida, como na tua companhia”.
4. Temos aí dois personagens, um diálogo implícito e uma intriga tensa que parece vir
de longe e não acabar com o conto. Bem, por ser um gênero curto, o conto é também, por pa-
recer fácil, uma perigosa porta aberta em que cabe tudo de cambulhada.
5. Desde Machado de Assis, que colocou o gênero entre nós num patamar muito alto já
no seu primeiro instante, a aparente facilidade do conto vem destroçando vocações.
6. Além disso, há a maldição dos editores, refletindo uma suposta indiferença dos lei-
tores: “conto não vende”. Essa é uma questão comercial, não literária. Porque acabo de ler
dois ótimos livros de contos que quebram qualquer preconceito eventual que se tenha con-
tra o gênero.
7. Os contos de A Cidade Dorme, de Luiz Ruffato, que já havia demonstrado ser um mes-
tre da história curta no excelente Flores Artificiais, formam uma espécie de painel do “Brasil
profundo”, a gigantesca classe média pobre que luta para sobreviver, espremida em todo canto
do país entre os sonhos e a violência.
8. Em toda frase, sente-se o ouvido afinado da linguagem coloquial que transborda nos-
sa cultura pelo arcaísmo de signos singelos: “Mas eu não queria ser torneiro-mecânico, queria
mesmo era ser bancário, que nem o marido da minha professora, dona Aurora”.
9. O atávico país rural, com o seu inesgotável atraso, explode em todos os poros da ci-
dade moderna.
10. Já nos dez contos de Reserva Natural, de Rodrigo Lacerda, que se estruturam clas-
sicamente como “intrigas”, na melhor herança machadiana, o mesmo Brasil se desdobra em
planos individuais; e o signo forte de “reserva natural” perde seu limite geográfico para ganhar
a tensão da condição humana.
11. Como diz o narrador do conto “Sempre assim”, “é tudo uma engrenagem muito maior”.
(Adaptado de: TEZZA, Cristovão Disponível em: www1.folha.uol.com.br)
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Elias Santana
a) Errada. O trecho isolado por vírgulas está correto, pois explica quem é o autor. O verbo “con-
sideram” está errado, pois o sujeito é simples (“Tezza”).
b) Errada. O verbo “ver” é transitivo direto; “editores” é o sujeito e, por isso, o verbo deveria apa-
recer no plural.
c) Errada. A crase está errada, pois não há artigo, mas apenas preposição. Há duas maneiras
corretas: “alheio a fórmulas” ou “alheio às fórmulas”.
d) Errada. Sujeito e verbo não devem ser separados por vírgula.
e) Certa.
Letra e.
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b) Move-nos uma ilusão, de que possamos contar com o tempo como se ele estivesse dispo-
nível, para dele nos valermos, segundo nosso interesse.
c) O que se teme no tempo, é o fato de não podermos dimensioná-lo, segundo nossa
necessidade.
d) Não se planeja o tempo, conquanto nosso desejo, fosse determinar exatamente os passos
que temos a dar.
e) Cada dia da semana segundo o autor, tem características tão próprias, que nos fazem sen-
ti-los de modo distinto.
a) Certa. A oração entre vírgulas tem valor adverbial concessivo. Por estar fora da ordem direta,
a oração precisa estar entre vírgulas. O trecho “sujeito a um preenchimento nosso” é uma expli-
cação do termo anterior (“aberto”); neste caso, a vírgula marca um aposto explicativo.
b) Errada. Não se separa por vírgula o nome de seu complemento.
c) Errada. A expressão “no tempo” tem valor adverbial. Como há vírgula depois, seria preciso
uma vírgula antes também, para intercalar o termo. Outra opção seria deixar a expressão “no
tempo” sem vírgula antes e depois.
d) Errada. A vírgula após “desejo” não pode separar sujeito do verbo.
e) Errada. O trecho “segundo o autor” deveria estar entre vírgulas.
Letra a.
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reclamar, parecia que ele próprio queria ser dado. Até que apareceu uma senhora gorda e to-
pou o oferecimento:
− Já tenho seis lá em casa, que mal faz inteirar sete? Moço, eu fico com ele.
Disse mais que morava em Senador Camará, num sobradão assim assim, e lá se foi
com o presente. O pai se esquecera de perguntar-lhe o nome, ou preferia não saber. Nenhum
papel escrito selara o ajuste; nem havia ajuste. Havia um bebê que mudou de mãos e agora
começa a fazer falta ao pai.
− Praquê fui dar esse menino? − interroga-se ele. Chega em casa e não sabe como expli-
car à mulher o que fizera. Porque não fora abandonado por ela; os dois tinham apenas brigado,
e o marido, no vermelho da raiva, saíra com o filho para dá-lo a quem quisesse.
A mulher nem teve tempo de brigar outra vez. Correram os dois em busca do menino
dado, foram ao vago endereço, perguntaram pela vaga senhora. Não há notícia. No estirão do
subúrbio, no estirão maior deste Rio, como pode um bebê fazer-se notar? E logo esse, manso
de natureza, pronto a aceitar quaisquer pais que lhe deem, talvez na pré-consciência mágica de
que pais deixaram de ter importância.
E o pai volta ao café da rua Luís de Camões, interroga um e outro, nada: ninguém mais
viu aquela senhora. Disposto a procurá- -la por toda parte, ele anuncia:
− Fico sem camisa, mas compro o menino pelo preço que ela quiser.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. “Caso de menino”. 70 historinhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p.
101-102)
Elipse do verbo é a supressão (retirada) do verbo. Quando o verbo é retirado, é preciso colo-
car vírgula.
I – Certa. A vírgula foi usada para omitir o verbo “ser”, que acabara de ser usado. Para evitar a
repetição de palavras, recorre-se à elipse.
II – Errada. Não há omissão de verbo.
III – Errada. Não há omissão de verbo.
Letra d.
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Na letra c, a oração após a vírgula tem sentido explicativo; ao retirar a vírgula, a oração passa
a ser adjetiva restritiva.
Letra c.
Por mais brilhantes, entretanto, que sejam suas inegáveis conquistas, é preciso ter uma visão
clara do que podemos esperar que façam por nós: a ciência jamais aplacará a nossa fome de
sentido, e o mercado nada nos diz sobre a ética - como usar a nossa liberdade e o que fazer de
nossas vidas.
O sistema de mercado - baseado na propriedade privada, nas trocas voluntárias e na for-
mação de preços por meio de um processo competitivo reconhecidamente imperfeito - define
um conjunto de regras de convivência na vida prática. A regra de ouro do mercado estabelece
que a recompensa material dos seus participantes corresponderá ao valor monetário que os
demais estiverem dispostos a atribuir ao resultado de suas atividades: a remuneração de cada
um, portanto, não depende da intensidade dos seus desejos de consumo, do civismo de suas
ações, do seu mérito moral ou estético. Dependerá tão somente da disposição dos consumido-
res em pagar, com parte do ganho do seu próprio trabalho, para ter acesso aos bens e serviços
que o outro oferece. Mas o mercado não decide, em nome dos que nele atuam, os resultados
finais da interação. Assim como a gramática não determina o teor das mensagens, mas ape-
nas as regras das trocas verbais, também o mercado não estabelece de antemão o que será
feito e escolhido pelos que dele participam.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, edição digital)
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7. Um dos pioneiros da internet no país, o engenheiro Demi Getschko admite que a rede
enfrenta problemas, mas defende que o que vemos nela, conforme já expresso pelo matemá-
tico Vint Cerf, um de seus fundadores, é a representação daquilo que existe no mundo real. “A
maioria das pessoas envolvidas com ela é bem-intencionada, mas existe uma ânsia de parti-
cipar, de falar sem pensar, que com o tempo, esperamos, vai assentar. Tenho dúvidas sobre a
eficiência de normatizações para corrigir os excessos na rede. Como ela não tem fronteiras,
qualquer legislação local tende a falhar.”
(Adaptado de: VASCONCELOS, Yuri. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br)
a) Errada. Não se separa o nome do seu complemento. Além disso, a vírgula após o “que” está
errada, pois o trecho “que a rede mundial de computadores enfrenta problemas” é objeto direto
do verbo “admite”.
b) Errada. A vírgula após “naquela época” é facultativa, pois é o advérbio de curta extensão. A
vírgula após o “mas” está errada, pois não há vírgula após conjunção adversativa.
c) Errada. Não se separa o nome do seu complemento (“ânsia de participar do processo”).
d) Errada. Sujeito e verbo não devem ser separados por vírgula.
e) Certa. A vírgula separa duas orações com sujeitos diferentes.
Letra e.
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cada emprego perdido para uma máquina pelo menos um novo emprego foi criado, e o pa-
drão de vida médio subiu consideravelmente. Mas há boas razões para pensar que desta vez é
diferente.
Seres humanos possuem dois tipos de habilidades - física e cognitiva. No passado, as máqui-
nas competiram com humanos principalmente em habilidades físicas, enquanto eles ficaram
à frente das máquinas em capacidade cognitiva. Por isso, quando trabalhos manuais na agri-
cultura e na indústria foram automatizados, surgiram novos trabalhos no setor de serviços que
requeriam o tipo de habilidade cognitiva que só humanos possuíam: aprender, analisar, comu-
nicar e compreender emoções. No entanto, acredita-se que a Inteligência Artificial será capaz
de apreender um número cada vez maior dessas habilidades.
(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, edição
digital.)
I – Certa. O travessão introduz um esclarecimento e realmente pode ser substituído por dois
pontos, sem prejuízo.
II – Certa. O sujeito da primeira oração é “novo emprego”; o sujeito da segunda oração é “o
padrão de vida”.
III – Errada. Sem a vírgula, a oração introduzida pelo “que” tem valor adjetivo restritivo; caso
seja colocada uma vírgula, a oração passa a ser adjetiva explicativa.
Letra d.
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a) Certa. As vírgulas isolam uma oração subordinada adjetiva explicativa. O trecho “que é neu-
tra e exata” explica “notação matemática”.
b) Errada. O trecho intercalado tem sentido concessivo.
c) Errada. O trecho intercalado tem sentido condicional.
d) Errada. O trecho intercalado tem sentido condicional.
e) Errada. As vírgulas marcam uma enumeração de termos.
Letra a.
A frase Uma viagem até Belém durava invariavelmente três meses permanecerá pontuada cor-
retamente caso esteja entre vírgulas o segmento:
a) durava invariavelmente
b) durava
c) até Belém durava
d) Belém
e) invariavelmente
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c) Em Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? (2ºparágrafo), caso se supri-
mam os dois-pontos e o ponto de interrogação, deverá também se alterar a grafia de “por que”
para “porque”.
d) No 3º parágrafo, se as aspas, por um lado, relativizam expressões como “pessoas certas”
e “ocidentais”, por outro, destacam uma fala hipotética do mundo da arte em “sim, poderia
ser arte”.
e) Em por que é que se precisa desse museu? (2º parágrafo), a supressão do segmento subli-
nhado, por ser expletivo, acarreta erro de sintaxe à frase.
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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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