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Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – TCE/SP

Auxiliar da Fiscalização Financeira II

Matemática Financeira e Estatística: Razão; Proporção; Porcentagem; Juros simples e compostos;


Descontos simples; Média Aritmética; Mediana; Moda. ............................................................................ 1

Orçamento público. Conceitos e princípios orçamentários. ................................................................ 20

Orçamento-programa: fundamentos e técnicas. ................................................................................ 26

Lei de Diretrizes Orçamentárias: conceito e função. Plano Plurianual: conceito e função. Lei
Orçamentária Anual: conceito e função. ................................................................................................. 27

Questões ........................................................................................................................................... 36

Candidatos ao Concurso Público,


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Bons estudos!

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Matemática Financeira e Estatística: Razão; Proporção;
Porcentagem; Juros simples e compostos; Descontos
simples; Média Aritmética; Mediana; Moda.

RAZÃO1

É o quociente entre dois números (quantidades, medidas, grandezas).


Sendo a e b dois números a sua razão, chama-se razão de a para b:
𝑎
𝑜𝑢 𝑎: 𝑏 , 𝑐𝑜𝑚 𝑏 ≠ 0
𝑏
Onde:

Exemplos:

1 - Em um vestibular para o curso de marketing, participaram 3600 candidatos para 150 vagas. A razão
entre o número de vagas e o número de candidatos, nessa ordem, foi de

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠 150 1


= =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 3600 24

Lemos a fração como: Um vinte e quatro avós.

2 - Em um processo seletivo diferenciado, os candidatos obtiveram os seguintes resultados:


− Alana resolveu 11 testes e acertou 5
− Beatriz resolveu 14 testes e acertou 6
− Cristiane resolveu 15 testes e acertou 7
− Daniel resolveu 17 testes e acertou 8
− Edson resolveu 21 testes e acertou 9
O candidato contratado, de melhor desempenho, (razão de acertos para número de testes), foi:

5
𝐴𝑙𝑎𝑛𝑎: = 0,45
11
6
𝐵𝑒𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧: 14 = 0,42
7
𝐶𝑟𝑖𝑠𝑡𝑖𝑎𝑛𝑒: 15 = 0,46
8
𝐷𝑎𝑛𝑖𝑒𝑙: 17 = 0,47

9
𝐸𝑑𝑠𝑜𝑛: 21 = 0,42

Daniel teve o melhor desempenho.

- Quando a e b forem medidas de uma mesma grandeza, essas devem ser expressas na mesma
unidade.

- Razões Especiais

Escala  Muitas vezes precisamos ilustrar distâncias muito grandes de forma reduzida, então
utilizamos a escala, que é a razão da medida no mapa com a medida real (ambas na mesma unidade).
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𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑝𝑎
𝐸=
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙

Velocidade média  É a razão entre a distância percorrida e o tempo total de percurso. As unidades
utilizadas são km/h, m/s, entre outras.
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎
𝑉=
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Densidade É a razão entre a massa de um corpo e o seu volume. As unidades utilizadas são g/cm³,
kg/m³, entre outras.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝐷=
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜

PROPORÇÃO2

É uma igualdade entre duas razões.


𝑎 𝑐 𝑎 𝑐
Dada as razões 𝑏 e 𝑑 , à setença de igualdade 𝑏
= 𝑑 chama-se proporção.
Onde:

Exemplo:

1 - O passageiro ao lado do motorista observa o painel do veículo e vai anotando, minuto a minuto, a
distância percorrida. Sua anotação pode ser visualizada na tabela a seguir:

Distância percorrida (em km) 2 4 6 8 ...

Tempo gasto (em min) 1 2 3 4 ...

Nota-se que a razão entre a distância percorrida e o tempo gasto para percorrê-la é sempre igual a 2:

2 4 6 8
=2; =2 ; =2 ; =2
1 2 3 4
Então:

2 4 6 8
= = =
1 2 3 4

Dizemos que os números da sucessão (2,4,6,8,...) são diretamente proporcionais aos números da
sucessão (1,2,3,3,4,...).

- Propriedades da Proporção

1 - Propriedade Fundamental

O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é, a . d = b . c

Exemplo:
45 9
Na proporção 30 = 6 ,(lê-se: “45 esta para 30 , assim como 9 esta para 6.), aplicando a propriedade
fundamental , temos: 45.6 = 30.9 = 270

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2 - A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro (ou para o segundo termo), assim como a
soma dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).

𝑎 𝑐 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑


= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑

Exemplo:
2 6 2 + 3 6 + 9 5 15 2 + 3 6 + 9 5 15
= → = → = = 30 𝑜𝑢 = → = = 45
3 9 2 6 2 6 3 9 3 9

3 - A diferença entre os dois primeiros termos está para o primeiro (ou para o segundo termo), assim
como a diferença entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).

𝑎 𝑐 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑


= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑

Exemplo:
2 6 2 − 3 6 − 9 −1 −3 2 − 3 6 − 9 −1 −3
= → = → = = −6 𝑜𝑢 = → = = −9
3 9 2 6 2 6 3 9 3 9

4 - A soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes, assim como cada antecedente está
para o seu consequente.

𝑎 𝑐 𝑎+𝑐 𝑎 𝑎+𝑐 𝑐
= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑏+𝑑 𝑏 𝑏+𝑑 𝑑

Exemplo:
2 6 2+6 2 8 2 2+6 6 8 6
= → = → = = 24 𝑜𝑢 = → = = 72
3 9 3+9 3 12 3 3+9 9 12 9

5 - A diferença dos antecedentes está para a diferença dos consequentes, assim como cada
antecedente está para o seu consequente.
𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑎−𝑐 𝑐
= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑏−𝑑 𝑑

Exemplo:
6 2 6−2 6 4 6 6−2 2 4 2
= → = → = = 36 𝑜𝑢 = → = = 12
9 3 9−3 9 6 9 9−3 3 6 3

- Problemas envolvendo razão e proporção

1 - Em uma fundação, verificou-se que a razão entre o número de atendimentos a usuários internos e
o número de atendimento total aos usuários (internos e externos), em um determinado dia, nessa ordem,
foi de 3/5. Sabendo que o número de usuários externos atendidos foi 140, pode-se concluir que, no total,
o número de usuários atendidos foi:
A) 84
B) 100
C) 217
D) 280
E) 350

Resolução:
Usuários internos: I
Usuários externos : E
𝐼 3 𝐼
𝐼+𝐸
= 5 = 𝐼+140 , usando o produto dos meios pelos extremos temos 

5I = 3I + 420 2I = 420  I = 210

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I + E = 210 + 140 = 350
Resposta “E”

2 – Em um concurso participaram 3000 pessoas e foram aprovadas 1800. A razão do número de


candidatos aprovados para o total de candidatos participantes do concurso é:
A) 2/3
B) 3/5
C) 5/10
D) 2/7
E) 6/7

Resolução:

Resposta “B”

3 - Em um dia de muita chuva e trânsito caótico, 2/5 dos alunos de certa escola chegaram atrasados,
sendo que 1/4 dos atrasados tiveram mais de 30 minutos de atraso. Sabendo que todos os demais alunos
chegaram no horário, pode-se afirmar que nesse dia, nessa escola, a razão entre o número de alunos
que chegaram com mais de 30 minutos de atraso e número de alunos que chegaram no horário, nessa
ordem, foi de:
A) 2:3
B) 1:3
C) 1:6
D) 3:4
E) 2:5

Resolução:
Se 2/5 chegaram atrasados
2 3
1 − = 𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑟𝑎𝑚 𝑛𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜
5 5
2 1 1
∙ = 𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟𝑎𝑚 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 30 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑠𝑜
5 4 10
1
𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟𝑎𝑚 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 30 min 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑠𝑜 10
𝑟𝑎𝑧ã𝑜 = =
𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑟𝑎𝑚 𝑛𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜 3
5
1 5 1
𝑟𝑎𝑧ã𝑜 = 10 ∙ 3 = 6 𝑜𝑢 1: 6

Resposta “C”

PORCENTAGEM3

Razões de denominador 100 que são chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou
simplesmente de porcentagem. Servem para representar de uma maneira prática o "quanto" de um "todo"
se está referenciando.
Costumam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo % (Lê-se: “por cento”).
𝒙
𝒙% =
𝟏𝟎𝟎

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Exemplos:
1) A tabela abaixo indica, em reais, os resultados das aplicações financeiras de Oscar e Marta entre
02/02/2013 e 02/02/2014.

Banco Saldo em Saldo em Rendimento


02/02/2013 02/02/2014
Oscar A 500 550 50
Marta B 400 450 50

Notamos que a razão entre os rendimentos e o saldo em 02/02/2013 é:

50
, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑂𝑠𝑐𝑎𝑟, 𝑛𝑜 𝐵𝑎𝑛𝑐𝑜 𝐴;
500
50
, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑀𝑎𝑟𝑡𝑎, 𝑛𝑜 𝐵𝑎𝑛𝑐𝑜 𝐵.
400

Quem obteve melhor rentabilidade?

Uma das maneiras de compará-las é expressá-las com o mesmo denominador (no nosso caso o 100),
para isso, vamos simplificar as frações acima:
50 10
𝑂𝑠𝑐𝑎𝑟 ⇒ = , = 10%
500 100
50 12,5
𝑀𝑎𝑟𝑡𝑎 ⇒ = , = 12,5%
400 100

Com isso podemos concluir, Marta obteve uma rentabilidade maior que Oscar ao investir no Banco B.

2) Em uma classe com 30 alunos, 18 são rapazes e 12 são moças. Qual é a taxa percentual de rapazes
na classe?
Resolução:
18
A razão entre o número de rapazes e o total de alunos é 30 . Devemos expressar essa razão na forma
centesimal, isto é, precisamos encontrar x tal que:

18 𝑥
= ⟹ 𝑥 = 60
30 100

E a taxa percentual de rapazes é 60%. Poderíamos ter divido 18 por 30, obtendo:

18
= 0,60(. 100%) = 60%
30

- Lucro e Prejuízo

É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.


Caso a diferença seja positiva, temos o lucro(L), caso seja negativa, temos prejuízo(P).

Lucro (L) = Preço de Venda (PV) – Preço de Custo (PC).

Podemos ainda escrever:


PC + L = PV
PC – P = PV

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A forma percentual é:

Exemplos:
1) Um objeto custa R$ 75,00 e é vendido por R$ 100,00. Determinar:
a) a porcentagem de lucro em relação ao preço de custo;
b) a porcentagem de lucro em relação ao preço de venda.

Resolução:

Preço de custo + lucro = preço de venda  75 + lucro =100  Lucro = R$ 25,00

a) b)

2) O preço de venda de um bem de consumo é R$ 100,00. O comerciante tem um ganho de 25% sobre
o preço de custo deste bem. O valor do preço de custo é:
A) R$ 25,00
B) R$ 70,50
C) R$ 75,00
D) R$ 80,00
E) R$ 125,00

Resolução:
𝐿
𝑃𝐶
. 100% = 25% ⇒ 0,25 , o lucro é calculado em cima do Preço de Custo(PC).

PC + L = PV  PC + 0,25.PC = PV  1,25 . PC = 100  PC = 80,00


Resposta D

- Aumento e Desconto Percentuais


𝒑
Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por (𝟏 + 𝟏𝟎𝟎).V .
Logo:
𝒑
VA = (𝟏 + 𝟏𝟎𝟎).V
Exemplos:

1 - Aumentar um valor V de 20% , equivale a multiplicá-lo por 1,20, pois:


20
(1 + 100).V = (1+0,20).V = 1,20.V

2 - Aumentar um valor V de 200% , equivale a multiplicá-lo por 3 , pois:


200
(1 + 100).V = (1+2).V = 3.V

3) Aumentando-se os lados a e b de um retângulo de 15% e 20%, respectivamente, a área do retângulo


é aumentada de:
A)35%
B)30%
C)3,5%
D)3,8%
E) 38%

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Resolução:
Área inicial: a.b
Com aumento: (a.1,15).(b.1,20)  1,38.a.b da área inicial. Logo o aumento foi de 38%.
Resposta E
𝒑
Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por (𝟏 − 𝟏𝟎𝟎).V.

Logo:
𝒑
V D = (𝟏 − 𝟏𝟎𝟎).V

Exemplos:

1) Diminuir um valor V de 20%, equivale a multiplicá-lo por 0,80, pois:


20
(1 − ). V = (1-0,20). V = 0, 80.V
100

2) Diminuir um valor V de 40%, equivale a multiplicá-lo por 0,60, pois:


40
(1 − 100). V = (1-0,40). V = 0, 60.V

3) O preço do produto de uma loja sofreu um desconto de 8% e ficou reduzido a R$ 115,00. Qual era
o seu valor antes do desconto?

Temos que V D = 115, p = 8% e V =? é o valor que queremos achar.


𝑝
V D = (1 − ). V  115 = (1-0,08).V  115 = 0,92V  V = 115/0,92  V = 125
100
O valor antes do desconto é de R$ 125,00.

𝒑 𝒑
A esse valor final de (𝟏 + ) ou (𝟏 − ), é o que chamamos de fator de
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de porcentagem. O mesmo
pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Abaixo a tabela com alguns fatores de multiplicação:

% Fator de multiplicação - Acréscimo Fator de multiplicação - Decréscimo


10% 1,1 0,9
15% 1,15 0,85
18% 1,18 0,82
20% 1,2 0,8
63% 1,63 0,37
86% 1,86 0,14
100% 2 0

Aumentos e Descontos Sucessivos

São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou
aumentos, fazemos uso dos fatores de multiplicação.
Vejamos alguns exemplos:

1) Dois aumentos sucessivos de 10% equivalem a um único aumento de...?


𝑝
Utilizando VA = (1 + 100).V  V. 1,1 , como são dois de 10% temos  V. 1,1 . 1,1  V. 1,21
Analisando o fator de multiplicação 1,21; concluímos que esses dois aumentos significam um único
aumento de 21%.

Observe que: esses dois aumentos de 10% equivalem a 21% e não a 20%.

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2) Dois descontos sucessivos de 20% equivalem a um único desconto de:
𝑝
Utilizando VD = (1 − 100).V  V. 0,8 . 0,8  V. 0,64 . . Analisando o fator de multiplicação 0,64,
observamos que esse percentual não representa o valor do desconto, mas sim o valor pago com o
desconto. Para sabermos o valor que representa o desconto é só fazermos o seguinte cálculo:
100% - 64% = 36%
Observe que: esses dois descontos de 20% equivalem a 36% e não a 40%.

3) Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um
desconto de 20%. Qual o preço desse produto após esse acréscimo e desconto?
𝑝 𝑝
Utilizando VA = (1 + 100).V para o aumento e VD = (1 − 100).V, temos:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo
em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

JUROS SIMPLES4

Em regime de juros simples (ou capitalização simples), o juro é determinado tomando como base
de cálculo o capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que empresta) no final da
operação. As operações aqui são de curtíssimo prazo, exemplo: desconto simples de duplicata, entre
outros.
No juros simples o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial
emprestado ou aplicado.

- Os juros são representados pela letra J.


- O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de capital e é representado
pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP ou PV (valor presente) *.
- O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela letra t ou n.*
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um capital durante certo
tempo. É representado pela letra i e utilizada para calcular juros.

*Varia de acordo com a literatura estudada.

Chamamos de simples os juros que são somados ao capital inicial no final da aplicação.

Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma unidade:


Taxa anual Tempo em anos
Taxa mensal Tempo em meses
Taxa diária Tempo em dias
E assim sucessivamente

Exemplo:

1) Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de R$ 4. 000,00, pelo prazo de 5 meses,
à taxa de 3% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?

Resolução:
- Capital aplicado (C): R$ 4.000,00
- Tempo de aplicação (t): 5 meses
- Taxa (i): 3% ou 0,03 a.m. (= ao mês)

Fazendo o cálculo, mês a mês:


- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,03 x R$ 4.000,00 = R$ 120,00
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 120,00 + R$ 120,00 = R$ 240,00

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MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – Rio de Janeiro: Elsevier,2013

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- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 240,00 + R$ 120,00 = R$ 360,00
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 360,00 + R$ 120,00 = R$ 480,00
- No final do 5º período (5 meses), os juros serão: R$ 480,00 + R$ 120,00 = R$ 600,00

Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$ 600,00 de juros.

Juros a serem Pagos


700,00 600,00
600,00 480,00
500,00
360,00
Juros(J)

400,00
240,00
300,00
200,00 120,00
100,00
0,00
1 2 3 4 5
Meses(t)

Fazendo o cálculo, período a período:


- No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
------------------------------------------------------------------------------
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C

Portanto, temos:
J=C.i.t

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!!!
1) O capital cresce linearmente com o tempo;
2) O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
3) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
4) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
5) Chamamos de montante (M) ou FV (valor futuro) a soma do
capital com os juros, ou seja:
Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se três delas forem
valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.

M = C + J  M = C.(1+i.t)

Exemplos:

1) A que taxa esteve empregado o capital de R$ 25.000,00 para render, em 3 anos, R$ 45.000,00 de
juros? (Observação: Como o tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)

C = R$ 25.000,00
t = 3 anos
j = R$ 45.000,00
i = ? (ao ano)
C.i.t
j=
100
25000.i.3
45 000 =
100

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45 000 = 750 . i
45.000
i=
750
i = 60
Resposta: 60% ao ano.

2) Qual o valor dos juros correspondentes a um empréstimo de R$ 10.000,00, pelo prazo de 15 meses,
sabendo-se que a taxa cobrada é de 3% a m.?

Dados: Solução:
PV = 10.000,00 j = PV . i . n
n = 15 meses j = 10.000,00 x 0,03 x 15
i = 3% a m. j= 4.500,00
j =?

Quando o prazo informado for em dias, a taxa resultante dos cálculos


será diária; se o prazo for em meses, a taxa será mensal; se for em
trimestre, a taxa será trimestral, e assim sucessivamente.

JUROS COMPOSTOS5

O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas
modalidades, a saber:

Juros simples (capitalização simples) – a taxa de juros incide sempre sobre o


capital inicial.
Juros compostos (capitalização composta) – a taxa de juros incide sobre o capital
de cada período. Também conhecido como "juros sobre juros".

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as


quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos
na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Exemplo:

Considere o capital inicial (C) $1500,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i
= 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a mês:

Após o 1º mês, teremos: M1 = 1500 x 1,1 = 1650 = 1500(1 + 0,1)


Após o 2º mês, teremos: M2 = 1650 x 1,1 = 1815 = 1500(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1815 x 1,1 = 1996,5 = 1500(1 + 0,1)3
.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo M o montante, teremos evidentemente: M = 1500(1 + 0,1)t
De uma forma genérica, teremos para um capital C, aplicado a uma taxa de juros compostos (i) durante
o período (t):
M = C (1 + i)t
Onde:
M = montante,
C = capital,
i = taxa de juros e

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MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – Rio de Janeiro: Elsevier,2013

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t = número de períodos que o capital C (capital inicial) foi aplicado.
(1+i)t ou (1+i)n = fator de acumulação de capital

Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e


do período (t), tem de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe
importantíssimo, que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a
taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês
durante 3x12=36 meses.

Graficamente temos, que o crescimento do principal(capital) segundo juros simples é LINEAR,


CONSTANTE enquanto que o crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO
e, portanto tem um crescimento muito mais "rápido".

- O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de juros simples


como para juros compostos;
- Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros simples;
- Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros
compostos.

 Juros Compostos e Logaritmos

Para resolução de algumas questões que envolvam juros compostos, precisamos ter conhecimento de
conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisamos achar o tempo/prazo. É muito
comum ver em provas o valor dado do logaritmo para que possamos achar a resolução da questão.

Exemplos:

1) Expresse o número de períodos t de uma aplicação, em função do montante M e da taxa de


aplicação i por período.

Solução:
Temos M = C(1+i)t
Logo, M/C = (1+i)t
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever:
t = log (1+ i ) (M/C) . Portanto, usando logaritmo decimal (base 10), vem:

𝐥𝐨𝐠⟨𝑴|𝑪⟩ 𝐥𝐨𝐠 𝑴 − 𝐥𝐨𝐠 𝑪


𝒕= =
𝐥𝐨𝐠(𝟏 + 𝒊) 𝐥𝐨𝐠(𝟏 + 𝒊)

Temos também da expressão acima que: t.log(1 + i) = logM – logC

Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros compostos é uma aplicação prática
do estudo dos logaritmos.

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2) Um capital é aplicado em regime de juros compostos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois
de quanto tempo este capital estará duplicado?

Solução:
Sabemos que M = C (1 + i)t. Quando o capital inicial estiver duplicado, teremos M = 2C.
Substituindo, vem: 2C = C(1+0,02)t [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%]
Simplificando, fica:
2 = 1,02t , que é uma equação exponencial simples.
Teremos então: t = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / 0,00860 = 35

Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem ser obtidos rapidamente em máquinas
calculadoras científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular ou concurso, o examinador teria de
informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir o uso de calculadora na prova, o que
não é comum no Brasil.
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe que a taxa de juros do problema é
mensal), o que equivale a 2 anos e 11 meses.
Resposta: 2 anos e 11 meses.

- Em juros simples quando a taxa de juros(i) estiver em unidade diferente do


tempo(t), pode-se colocar na mesma unidade de (i) ou (t).

- Em juros compostos é preferível colocar o (t) na mesma unidade da taxa (i).

FORMULAS:

Juros Simples Juros Compostos

J= C.i.t J= C.[(1+i)t -1]

M= C.(1+i.t) M= C.(1+i)t

DESCONTO SIMPLES

Quando temos um título, seja ele uma duplicata, uma nota promissória, letra de câmbio etc, e temos a
necessidade de obtermos o seu valor antes da data de vencimento, as instituições financeiras cobram
por esta antecipação uma taxa administrativa que incide sobre o valor do título (valor nominal).
Exemplo:

Fonte: https://centraldefavoritos.wordpress.com/2012/05/30/titulos-de-credito/

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Ao resgatar uma duplicata dois meses, antes da data do vencimento (04/03/2005), o credor José da
Silva (aquele que receber o valor da mesma) recebe uma quantia de R$ 460,00.
A essa diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual) damos o nome
de desconto.

D=N–A
Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual

O desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título antes do vencimento é maior, resultando
num resgate de menor valor para o proprietário do título. O desconto é o contrário da capitalização.

ATENÇÃO!!!
Comparando com o regime de juros, observamos que:

- o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;


- o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
- e o Desconto nos dá ideia de Juros.

Os descontos são nomeados simples em função do cálculo dos mesmos terem sido no regime de
juros simples. Se classificam em Racional e Comercial (ou bancário).

- Desconto Racional Simples (por dentro)

O desconto racional nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor
atual (A) do título.

Associando com o juros simples teremos:

Onde:

DRS = Desconto Racional Simples


A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Onde:

N = Valor Nominal
A = Valor Atual
i = taxa
t = tempo ou período

Das fórmulas acimas podemos escrever também uma outra:


DRS = A.i.t e
N
𝐴= , então
1+i.t

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𝐍. 𝐢. 𝐭
𝐃𝐑𝐒 =
𝟏 + 𝐢. 𝐭

Caso na hora da prova você não lembre a fórmula acima, basta lembrar as de juros simples e fazer as
respectivamente as associações.

Exemplo:
(ASSAF NETO, 2001). Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está
sendo liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente,
pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?

N. i. t 4000.0,035.3 420
DRS = = = = 380,10
1 + i. t 1 + 0,035.3 1,105

Vd = 4 000 – 380,10 = 3 619,90

- Desconto Comercial Simples (por fora)

O desconto comercial ou bancário nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois
todas as taxas são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior
e é justamente onde eles querem ganhar.

Como associamos as fórmulas a juros simples, escrevemos a mesma como fizemos com desconto
racional, alterando o valor atual pelo nominal.

Onde:

DCS = Desconto Comercial Simples


N = Valor Nominal
i = taxa
t = tempo ou período

Exemplo:

Um comerciante poderá escolher uma das opções abaixo para descontar, hoje, um título que vence
daqui a 45 dias.
I. Banco A: a uma taxa de 2% ao mês, segundo uma operação de desconto comercial simples,
recebendo no ato o valor de R$ 28.178,50.
II. Banco B: a uma taxa de 2,5% ao mês, segundo uma operação de desconto racional simples.
Utilizando a convenção do ano comercial, caso opte por descontar o título no Banco B, o comerciante
receberá no ato do desconto o valor de:
(A) R$ 27.200,00
(B) R$ 27.800,00
(C) R$ 28.000,00
(D) R$ 28.160,00
(E) R$ 28.401,60

Observe que todas as taxas estão no mesmo período.


Banco A (desconto comercial simples)

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i = 2% a.m = 0,02
A = 28 178,50
N=?

Dcs = N.i.t ; D = N – A , vamos igualar os descontos:


N – A = N.i.t  N – 28 178,5 = N.0,02.1,5  N – 0,03.N = 28 178,5  0,97N = 28 178,5 
N = 28 178,5 / 0,97  N = 29 050.

Banco B (desconto racional simples)


i = 2,5% a.m = 0,025
t = 1,5 meses
A =?
N = A.(1 + i.t)
29 050 = A.(1 + 0,025.1,5)  29 050 = A .1,0375  A = 29 050 / 1,0375  A = 28 000
Resposta: C.

- Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada

Em alguns casos teremos acréscimos de taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas de despesas
bancárias ou administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N).
Quando as mesmas aparecem nos enunciados, devemos soma-la a taxa de juros, conforme a fórmula
abaixo:

Dc = N. (i.t + h)

Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.

- Relação entre Desconto Comercial(Dc) e Desconto Racional(Dr)

Algumas questões propõem a utilização dessa relação para sabermos o valor do desconto caso a
fosse utilizada o comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice e versa.
A relação é dada por:

Dc = Dr . (1 + i.t)

Algumas literaturas representam o tempo pela letra n ao invés de t, para o


tempo, S ou FN (VN) ao invés de N para o valor nominal e C ao invés de A ou
FA (VA) para o valor atual, d ao invés de i para a taxa de juros, entre outras.
Essas convenções literárias não alteram os cálculos, só precisamos saber o que
cada letra representa dentro do contexto e aplica-los.

MÉDIA ARITMÉTICA6

Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e efetue uma certa operação com todos os
elementos de A.
Se for possível substituir cada um dos elementos do conjunto A por um número x de modo que o
resultado da operação citada seja o mesmo diz-se, por definição, que x será a média dos elementos de
A relativa a essa operação.

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IEZZI, Gelson – Matemática – Volume Único

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 Média Aritmética Simples

A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adição é chamada média aritmética.

- Cálculo da média aritmética

Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por
definição:

A média aritmética(x) dos n elementos do conjunto numérico A é a soma de todos os seus


elementos, dividida pelo número de elementos n.

Exemplos:

1) Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6, 9, e 13.

Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto (3, 4, 6, 9, 13), então x será a soma dos 5
elementos, dividida por 5. Assim:

3 + 4 + 6 + 9 + 13 35
𝑥= ↔𝑥= ↔𝑥=7
5 5

A média aritmética é 7.

2) Os gastos (em reais) de 15 turistas em Porto Seguro estão indicados a seguir:


65 – 80 – 45 – 40 – 65 – 80 – 85 – 90
75 – 75 – 70 – 75 – 75 – 90 – 65

Se somarmos todos os valores teremos:

65 + 80 + 45 + 40 + 65+, , , +90 + 65 1075


𝑥= = = 71,70
15 15

Assim podemos concluir que o gasto médio do grupo de turistas foi de R$ 71,70.

 Média aritmética ponderada

A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adição e na qual cada elemento tem um
“determinado peso” é chamada média aritmética ponderada.

- Cálculo da média aritmética ponderada

Se x for a média aritmética ponderada dos elementos do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com
“pesos” P1; P2; P3; ...; Pn, respectivamente, então, por definição:

P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x =
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn ↔ (P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x =
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto,

𝑥1 ; 𝑥2 ; 𝑥3 ; …; 𝑥𝑛
Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então 𝑥 = 𝑛
: que é a média aritmética simples.

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A média aritmética ponderada dos n elementos do conjunto numérico A é a soma dos
produtos de cada elemento multiplicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos
pesos.

Exemplos:

1) Calcular a média aritmética ponderada dos números 35, 20 e 10 com pesos 2, 3, e 5,


respectivamente.

Se x for a média aritmética ponderada, então:

2 .35 + 3 .20 + 5 .10 70 + 60 + 50 180


𝑥= ↔𝑥= ↔𝑥= ↔ 𝑥 = 18
2+3+5 10 10

A média aritmética ponderada é 18.

2) Em um dia de pesca nos rios do pantanal, uma equipe de pescadores anotou a quantidade de peixes
capturada de cada espécie e o preço pelo qual eram vendidos a um supermercado em Campo Grande.

Tipo de Quilo de peixe Preço por


peixe pescado quilo
Peixe A 18 R$ 3,00
Peixe B 10 R$ 5,00
Peixe C 6 R$ 9,00

Vamos determinar o preço médio do quilograma do peixe vendido pelos pescadores ao supermercado.
Considerando que a variável em estudo é o preço do quilo do peixe e fazendo a leitura da tabela,
concluímos que foram pescados 18 kg de peixe ao valor unitário de R$ 3,00, 10 kg de peixe ao valor
unitário de R$ 5,00 e 6 kg de peixe ao valor de R$ 9,00.
Vamos chamar o preço médio de p:
18𝑥3,00 + 10𝑥5,00 + 6𝑥9,00 54 + 50 + 54 158
𝑝= = = = 4,65 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
18 + 10 + 6 34 34

Neste caso o fator de ponderação foi a quantidade de peixes capturadas de cada espécie.

DICA:
A palavra média, sem especificações (aritmética ou ponderada), deve ser entendida como
média aritmética.

MEDIANA, MODA

Mediana: é o valor que tem tantos dados antes dele, como depois dele. Para se medir a mediana, os
valores devem estar por ordem crescente ou decrescente. No caso do número de dados ser ímpar, existe
um e só um valor central que é a mediana. Se o número de dados é par, toma-se a média aritmética dos
dois valores centrais para a mediana.
É uma medida de localização do centro da distribuição dos dados, definida do seguinte
modo: Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a
divide ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os outros 50%
são maiores ou iguais à mediana.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de ordenada a amostra de n elementos: Se
n é ímpar, a mediana é o elemento médio. Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos
médios.
A mediana, m, é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados, definida do seguinte
modo:

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Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a divide
ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os outros 50% são
maiores ou iguais à mediana.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de ordenada a amostra de n elementos:
- Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
- Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos médios.

Se se representarem os elementos da amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n;
então uma expressão para o cálculo da mediana será:

Como medida de localização, a mediana é mais robusta do que a média, pois não é tão sensível aos
dados. Consideremos o seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve as seguintes notas: 10, 10, 10,
11, 11, 11, 11, 12. A média e a mediana da amostra anterior são respectivamente.

Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída por uma de 18. Neste caso a mediana continuaria
a ser igual a 11, enquanto que a média subiria para 11.75.

Média e Mediana: Se se representarmos os elementos da amostra ordenada com a seguinte notação:


X1:n, X2:n, ..., Xn: “n” então uma expressão para o cálculo da mediana será:
Como medida de localização, a mediana é mais robusta do que a média, pois não é tão sensível aos
dados.
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana coincidem.
- A mediana não é tão sensível, como a média, às observações que são muito maiores ou muito
menores do que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as observações.
A média ao contrário da mediana, é uma medida muito influenciada por valores "muito grandes" ou
"muito pequenos", mesmo que estes valores surjam em pequeno número na amostra. Estes valores são
os responsáveis pela má utilização da média em muitas situações em que teria mais significado utilizar a
mediana.
A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição dos dados:
- for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se da mediana.
- for enviesada para a direita (alguns valores grandes como "outliers"), a média tende a ser maior que
a mediana.
- for enviesada para a esquerda (alguns valores pequenos como "outliers"), a média tende a ser inferior
à mediana.

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Dado um histograma é fácil obter a posição da mediana, pois esta está na posição em que passando
uma linha vertical por esse ponto o histograma fica dividido em duas partes com áreas iguais.

Como medida de localização, a mediana é mais resistente do que a média, pois não é tão sensível
aos dados.
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana coincidem.
- A mediana não é tão sensível, como a média, às observações que são muito maiores ou muito
menores do que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as observações.

Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual destas medidas de localização é preferível,
dependendo do contexto em que estão a ser utilizadas.
Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma determinada empresa, distribuem-se de acordo
com a seguinte tabela de frequências:

Calcular a média e a mediana e comentar os resultados obtidos.


Resolução: = (75.23 + 100.58 +...+ 400.7 + 1700.2)/160 = 156,10
Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de ordem 80 e 81 = 100 euros.
Comentário: O fato de termos obtido uma média de 156,10 e uma mediana de 100, é reflexo do fato
de existirem alguns, embora poucos, salários muito altos, relativamente aos restantes. Repare-se que,
numa perspectiva social, a mediana é uma característica mais importante do que a média. Na realidade
50% dos trabalhadores têm salário menor ou igual a 100 €, embora a média de 156,10 € não transmita
essa ideia.

Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a distribuição dos dados é simétrica ou aproximadamente
simétrica, as medidas de localização do centro da amostra (média e mediana) coincidem ou são muito
semelhantes. O mesmo não se passa quando a distribuição dos dados é assimétrica, fato que se prende
com a pouca resistência da média.

Representando as distribuições dos dados (esta observação é válida para as representações gráficas
na forma de diagramas de barras ou de histograma) na forma de uma mancha, temos, de um modo geral:

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Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distribuição, ou seja, é o de maior efetivo e, portanto, de
maior frequência. Define-se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os dados são
discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequência se os dados são contínuos. Assim, da
representação gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a classe
modal. Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de um conjunto de dados qualitativos,
apresentados sob a forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média e por
vezes a mediana.
Para um conjunto de dados, define-se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se
os dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequência se os dados são contínuos. Assim,
da representação gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a classe
modal.

Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de um conjunto de dados qualitativos,
apresentados sob a forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média e por
vezes a mediana (se não forem susceptíveis de ordenação).

Orçamento público. Conceitos e princípios orçamentários.

CONCEITO7

O Orçamento Público é um documento legal, que contém a previsão de receitas e a estimativa de


despesas a serem realizadas pelo Governo em determinado exercício, que no Brasil, coincide com o ano
civil. O orçamento deve se basear em estudos e documentos cuidadosamente tratados que irão compor
todo o processo de elaboração orçamentária do governo.
O Poder Executivo elabora o texto do Orçamento Geral da União e o entrega ao Poder Legislativo para
discussão, aprovação e conversão em lei. O documento contém a estimativa de arrecadação das receitas
federais para o ano seguinte e a autorização para a realização de despesas do Governo. Porém, está
atrelado a um forte sistema de planejamento público das ações a realizar no exercício. O Orçamento
Geral da União é composto pelo:
- Orçamento Fiscal,
- Orçamento da Seguridade Social e
- Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais.

Os princípios básicos para elaboração e controle dos Orçamentos Públicos são definidos pela
Constituição, por meio da Lei 4.320/64, no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na
recente Lei de Responsabilidade Fiscal.

O cidadão tem o direito de verificar a destinação dos recursos que o governo recolhe sob a forma de
impostos. Nenhuma despesa pública pode ser realizada sem estar fixada no Orçamento. Por este motivo,
o orçamento público é planejado por meio do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal.

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Abraham, Marcus. Curso de direito financeiro brasileiro. - 2.ª ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal é organizado e disciplinado pela Lei Nº 10.180,
de 6 de fevereiro de 2001. A Medida Provisória nº 2.112-88, de 2001 foi aprovada para os efeitos do
disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal.
Dessa forma, as finalidades do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal são:
I - formular o planejamento estratégico nacional;
II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social;
III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;
IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal;
V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, visando a
compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, distrital
e municipal.

O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal compreende as atividades de elaboração,


acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de realização de estudos e
pesquisas socioeconômicas. E integram:

- O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central;


- Órgãos setoriais: são unidades de planejamento e orçamento dos Ministérios, da Advocacia-Geral
da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República.
- Órgãos específicos: são as unidades vinculadas ou subordinadas ao órgão central do Sistema, cuja
missão está voltada para as atividades de planejamento e orçamento.

As unidades responsáveis pelas atividades de planejamento:


I - elaborar e supervisionar a execução de planos e programas nacionais e setoriais de
desenvolvimento econômico e social;
II - coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metas e prioridades da
Administração Pública Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, bem como de
suas alterações, compatibilizando as propostas de todos os Poderes, órgãos e entidades integrantes da
Administração Pública Federal com os objetivos governamentais e os recursos disponíveis;
III - acompanhar física e financeiramente os planos e programas referidos no planejamento I e II, bem
como avaliá-los, quanto à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar o processo de alocação de
recursos públicos, a política de gastos e a coordenação das ações do governo;
IV - assegurar que as unidades administrativas responsáveis pela execução dos programas, projetos
e atividades da Administração Pública Federal mantenham rotinas de acompanhamento e avaliação da
sua programação;
V - manter sistema de informações relacionados a indicadores econômicos e sociais, assim como
mecanismos para desenvolver previsões e informação estratégica sobre tendências e mudanças no
âmbito nacional e internacional;
VI - identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos do Governo, suas fontes de
financiamento e sua articulação com os investimentos privados, bem como prestar o apoio gerencial e
institucional à sua implementação;
VII - realizar estudos e pesquisas socioeconômicas e análises de políticas públicas;
VIII - estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atuação das empresas estatais.

Já às unidades responsáveis pelo Orçamento Federal compete:


I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração dos projetos da lei de diretrizes orçamentárias
e da lei orçamentária da União, compreendendo os orçamentos fiscal, da seguridade social e de
investimento das empresas estatais;
II - estabelecer normas e procedimentos necessários à elaboração e à implementação dos orçamentos
federais, harmonizando-os com o plano plurianual;
III - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo
orçamentário federal;
IV - acompanhar e avaliar a execução orçamentária e financeira, sem prejuízo da competência
atribuída a outros órgãos;
V - estabelecer classificações orçamentárias, tendo em vista as necessidades de sua harmonização
com o planejamento e o controle;
VI - propor medidas que objetivem a consolidação das informações orçamentárias das diversas esferas
de governo.

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS8

São premissas (ou regras) norteadoras de ação, a serem observadas no processo de elaboração,
aprovação, execução e controle do orçamento, objetivando assegurar o cumprimento dos fins a que o
mesmo se propõe.
Os princípios orçamentários básicos para a elaboração, execução e controle do orçamento público,
válidos para todos os poderes e nos três níveis de governo estão definidos na Constituição Federal de
1988 e na Lei nº 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro, aplicadas à elaboração e ao
controle dos orçamentos. Eis os mais difundidos, sendo distribuídos, doutrinariamente, nas seguintes
espécies:
Princípio da Unidade

De acordo com este princípio previsto no artigo 2.º da Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação
(União, Estado ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”, previsto no artigo 56 da referida Lei,
segundo o qual todas as receitas e despesas convergem para um fundo geral (conta única), a fim de se
evitar as vinculações de certos fundos a fins específicos.
O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas numa só conta, a fim de confrontar os totais e
apurar o resultado: equilíbrio, déficit ou superávit.
Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento tornou o orçamento, necessariamente,
multidocumental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (Plano Plurianual –
PPA -, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO - e Lei Orçamentária Anual – LOA), alguns de planejamento
e outros de orçamento e programas. Em que pese tais documentos serem distintos, inclusive com datas
de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente, ser
compatibilizados entre si, conforme definido na própria Constituição Federal.
O modelo orçamentário adotado a partir da Constituição Federal de 1988, com base no § 5.º do artigo
165 da CF 88 consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em: Orçamento Fiscal, da
Seguridade Social e de Investimento das Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos programas do
governo em cada área. O artigo 165 da Constituição Federal define, em seu parágrafo 5.º, o que deverá
constar em cada desdobramento do orçamento:

“§ 5.º – A lei orçamentária anual compreenderá:


I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.”

Princípio da Universalidade

Segundo os artigos 3.º e 4.º da Lei nº 4.320/1964, a Lei Orçamentária deverá conter todas as receitas
e despesas, o que possibilita um controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios
administrados pelo ente público.

“Art. 3.º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de


crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por
antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo
e passivo financeiros.

Art. 4.º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo
e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o
disposto no artigo 2.°.”

8
Abraham, Marcus. Curso de direito financeiro brasileiro. - 2.ª ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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Tal princípio se complementa pela “regra do orçamento bruto”, definida no artigo 6.º da Lei nº
4.320/1964:

“Art. 6.º. Todas as receitas e despesas constarão da lei de orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.”

Princípio da Anualidade ou Periodicidade

O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um
ano. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe o artigo 34 da Lei nº
4320/1964:

“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.”

Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e extraordinários - autorizados nos últimos quatro
meses do exercício - podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao
orçamento do exercício subsequente, conforme estabelecido no § 3.º do artigo 167 da Carta Magna.

Princípio da Exclusividade

Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa. Previsto
no artigo 165, § 8.º da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive
por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis de créditos adicionais também
devem observar esse princípio.

Princípio do Equilíbrio

Esse princípio estabelece que o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não
poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de
receitas com base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer
solicitação de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser
considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional.
Conforme o caput do artigo 3.º da Lei nº 4.320/1964, a Lei de Orçamentos compreenderá todas as
receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por meio de operações de crédito. Entretanto,
conforme estabelece o artigo 167, III, da Constituição Federal, é vedada a realização de operações de
crédito que excedam o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido como “regra de ouro”.
De acordo com esta regra, cada unidade governamental deve manter o seu endividamento vinculado à
realização de investimentos e não à manutenção da máquina administrativa e demais serviços.
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece regras limitando o endividamento dos entes
federados, nos artigos 34 a 37:

“Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos
após a publicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente
ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive
suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou
postergação de dívida contraída anteriormente.
§ 1.º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira
estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se
destinem a:
I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§ 2.º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprarem títulos da dívida da
União como aplicação de suas disponibilidades.

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Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da
Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir,
no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da
dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:


I – captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato
gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7.º do art. 150 da Constituição;
II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma
da legislação;
III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com
fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de
crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;
IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento
a posteriori de bens e serviços.”

Princípio da Legalidade

Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública, segundo o qual
cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou
seja, subordina-se aos ditames da lei.
A Constituição Federal de 1988, no artigo 379 estabelece os princípios da administração pública, dentre
os quais o da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

Princípio da Publicidade

O princípio da publicidade está previsto no artigo 37 da Constituição Federal e também se aplica às


peças orçamentárias. Justifica-se, especialmente, no fato de o orçamento ser fixado em lei, e esta, para
criar, modificar, extinguir ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada.
Portanto, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais para que tenha validade.

Princípio da Especificação ou Especialização

Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias devem ser autorizadas pelo Poder
Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento e o
controle do gasto público. Esse princípio está previsto no artigo 5.º da Lei nº 4.320/1964:

“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender


indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou
quaisquer outras [...]”

O princípio da especificação confere maior transparência ao processo orçamentário, possibilitando a


fiscalização parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na
alocação dos recursos pelo poder executivo. Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração
dos orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas.

9
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

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Princípio da Não Afetação da Receita

Tal princípio se encontra consagrado, como regra geral, no inciso IV, do artigo 167, da Constituição
Federal de 1988, quando veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa:

“Art. 167. São vedados:


[...]
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos artigos 198, § 2.º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8.º, bem como o disposto no § 4.º
deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); [...]

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os
artigos 155 e 156, e dos recursos de que tratam os artigos 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contra garantia à União e para pagamento de débitos para com esta.”

As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão relacionadas à repartição do produto
da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM e
Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação de recursos
para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por
antecipação de receitas.
Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possibilita ao administrador público dispor dos
recursos de forma mais flexível para o atendimento de despesas em programas prioritários.
No âmbito federal, a Constituição reforça a não vinculação das receitas por meio do artigo 76 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da
União – DRU”, abaixo transcrito:

“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte
por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no
domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais
e respectivos acréscimos legais.
§ 1.º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das transferências a
Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos artigos 153, § 5.º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e
b; e II, da Constituição, bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I,
c, da Constituição.
§ 2.º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo a arrecadação da
contribuição social do salário-educação a que se refere o art. 212, § 5.º, da Constituição.”

Princípio da Programação

Considerado um dos princípios orçamentários mais modernos, consistindo na organização das ações
governamentais através de programas de trabalho, com objetivos claramente definidos e dispondo de
meios para alcançá-los, sendo ainda elos entre o planejamento e o orçamento.

Princípio da Exatidão

Desde os primeiros diagnósticos e levantamentos das necessidades, para fins de elaboração da


proposta orçamentária, deve existir grande preocupação com a realidade e com a efetiva capacidade do
setor público intervir para solucioná-las através do orçamento. A regra é válida não apenas para os setores
encarregados da política orçamentária, mas também para todos os órgãos que solicitam recursos para
execução em programas e projetos. Tal princípio tem concepção doutrinária, porém passou a ter também
previsão legal a partir da LRF, que exige memória e metodologia de cálculo para as metas fiscais de
receitas, despesas, resultado primário e nominal, dentre outros.

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Princípio da Clareza

O orçamento deve ser claro e compreensível para qualquer indivíduo, sem, no entanto, descuidar das
exigências da técnica orçamentária, especialmente em matéria de classificação das receitas e despesas.

Princípio da Uniformidade

O orçamento deve conservar estrutura uniforme através dos distintos exercícios, permitindo uma
comparação ao longo do tempo.

Orçamento-programa: fundamentos e técnicas

De acordo com Kashiwakura10, o Orçamento-Programa, em inglês, Planning-Programming Budgeting


System – PPBS, surgiu nos Estados Unidos, na década de 1950. Primeiramente, o Orçamento-Programa
foi utilizado por grandes empresas privadas como a Du Pont, General Motors e Ford, em um esforço para
planejar os seus desenvolvimentos empresariais.
Mais tarde, a "Comission on Organization of the Executive Branch of the Government" (que ficou
conhecida pelo nome de Comissão Hoover, por causa do seu presidente Herbert Hoover, aperfeiçoou e
adaptou o Orçamento Programa para o setor público. O governo do Canadá, por exemplo, utiliza a
chamada Planing, Programming and Budgeting System (PPBS). O Orçamento-Programa foi
sistematizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), cuja concepção básica foi extraída da
experiência federal americana obtida com a implantação do Orçamento de Desempenho (Performance
Budget). O Brasil, assinou a Lei n. 4.320/64, em 7 de março de 1964, que efetivou a adoção legal do
orçamento-programa.

Esta Lei preceitua no seu art. 2º:


A Lei de orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa de forma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade,
universalidade e anualidade.

Embora desde 1965, o Orçamento da União já se apresentasse classificado por Funções e


Subfunções, o Orçamento-Programa teve seus princípios claramente delineados e estatuídos quando da
assinatura do Decreto-Lei n. 200, de 25-2-1967, que disciplina os aspectos orçamentários, referindo-se,
expressamente, ao Orçamento-Programa. Conforme-se lê em seu Art. 7º, "a ação governamental
obedecerá a planejamento que vise ao desenvolvimento econômico-social do país e a segurança
nacional, norteando-se segundo planos e programas, elaborados na forma do Título III, e compreenderá
a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:
a) plano geral de governo;
b) programas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual;
c) orçamento-programa anual;
d) programação financeira de desembolso"

Em 1974, através da Portaria n. 9/7421, o governo federal estendeu sua concepção de classificação
programática aos demais níveis governamentais. Além da uniformização da terminologia, a opção pelo
esquema classificatório padrão foi justificada com base na necessidade de informações mais amplas
sobre as programações de governo, inclusive para a implementação do processo integrado de
planejamento e orçamento.

O orçamento é um plano de trabalho, expresso em termos financeiros, para um determinado período


de tempo, contendo os meios de financiamento das despesas governamentais e aprovado por uma lei.
Esta definição, segundo o autor, permite:
a) definir o orçamento como instrumento de planejamento;
b) conceber o plano em termos financeiros;
c) manter o aspecto legal do orçamento;
d) limitar no tempo e nas dotações, a autorização legislativa para a arrecadação da receita e aplicação
dos dinheiros.
10
http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/Premio_TN/IIPremio/sistemas/MH2tefpIIPTN/KASHIWAKURA_Helder_Kitoshi.pdf

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Vantagens do Orçamento Programa:
1) Melhor planejamento do trabalho;
2) Maior precisão na elaboração dos orçamentos;
3) Determinação de responsabilidades;
4) Maior oportunidade para redução dos custos, baseando-se em decisões políticas;
5) Maior compreensão do conteúdo do orçamento por parte do Executivo, do Legislativo e do público;
6) Identificação das funções duplicadas;
7) Melhor controle da execução do programa.

Elementos essenciais do Orçamento-Programa:


a) os objetivos e propósitos perseguidos pela instituição e para cuja consecução são utilizados os
recursos orçamentários;
b) os programas, isto é, os instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da
concretização dos objetivos;
c) os custos dos programas medidos através da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material,
equipamentos, serviços etc.) necessários para a obtenção dos resultados; e
d) medidas de desempenho com a finalidade de medir as realizações (produto final) e os esforços
despendidos na execução dos programas.

Em sua elaboração, o Orçamento-Programa tem uma lógica que o distingue de outros modelos. Essa
lógica pode ser traduzida em fases que, ao serem cumpridas, dão ao orçamento-programa toda a sua
peculiaridade. São elas:

Determinação da situação: identificação dos problemas existentes.


Diagnóstico da situação: identificação das causas que concorrem para o aparecimento dos
problemas.
Apresentação das soluções: identificação das alternativas viáveis para solucionar os problemas.
Estabelecimento das prioridades: ordenamento das soluções encontradas.
Definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende fazer e o que se conseguirá com isso.
Determinação das tarefas: identificação das ações necessárias para atingir os objetivos.
Determinação dos recursos: arrolamento dos meios: recursos humanos, materiais, técnicos,
institucionais e serviços de terceiros necessários.
Determinação dos meios financeiros: expressão monetária dos recursos alocados.

A partir da Lei nº. 4.320, de 17.03.1964, e com o advento da Lei Complementar nº 101, de 04.05.2000,
o orçamento público brasileiro ganhou o status de orçamento-programa, integrado aos sistemas de
contabilidade pública. No direito administrativo brasileiro, o orçamento público é o ato administrativo
através do qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo a executar determinada despesa pública,
destinada a cobrir o custeio do ente ou a seguir a sua política econômica.
O orçamento público brasileiro, conforme abordado anteriormente, compreende a elaboração e a
execução de três leis básicas: o Plano Plurianual ("PPA"), a Lei de Diretrizes Orçamentárias ("LDO") e a
Lei de Orçamento Anual ("LOA"), que em conjunto materializam o planejamento e a execução das
políticas públicas de cada ente da Federação.11

Lei de Diretrizes Orçamentárias: conceito e função. Plano


Plurianual: conceito e função. Lei Orçamentária Anual:
conceito e função.

O Sistema Orçamentário Brasileiro é composto de três elementos básicos

- Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO


- Plano Plurianual – PPA
- Lei Orçamentária Anual – LOA

11
http://jus.com.br/artigos/14940/o-orcamento-publico-brasileiro#ixzz3VKpm91dP

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Cabe a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados apreciar os projetos de lei
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais.

Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro
seguinte; orienta a elaboração do Orçamento; dispõe sobre alteração na legislação tributária; estabelece
a política de aplicação das agências financeiras de fomento. Com base na LDO aprovada pelo Legislativo,
a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, em
conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. Por
determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento ao
Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano.
É o instrumento por meio do qual o governo estabelece as principais diretrizes e metas da
Administração Pública para o prazo de um exercício. Ela estabelece um elo entre o Plano Plurianual de
Ação Governamental e a Lei Orçamentária Anual, uma vez que reforça quais programas relacionados no
PPAG terão prioridade na programação e execução orçamentária.
Conforme disposto na Constituição Federal, compete à LDO traçar diretrizes para a elaboração da Lei
Orçamentária Anual do exercício subsequente a sua aprovação, assegurar o equilíbrio fiscal das contas
públicas, dispor sobre alteração na legislação tributária e estabelecer a política de aplicação das agências
financeiras de fomento. Fora as exigências constitucionais, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
ampliou as atribuições da LDO conferindo-a o papel de apresentar os resultados fiscais de médio prazo
para a administração pública.
O projeto de Lei da LDO, que contém a consolidação das propostas parciais de cada Poder
(Legislativo, Judiciário, Ministério Público, e Defensoria Pública), é elaborado pelo chefe do Poder
Executivo auxiliado por seu corpo técnico da Secretária de Estado de Planejamento e Gestão. Ele deve
ser encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado até o dia 15 de abril para ser aprovado na primeira
sessão legislativa. Compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento.

Ciclo orçamentário
Sequência de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo orçamentário. A maioria
dos autores adota como fases do ciclo orçamentário as seguintes: elaboração, apreciação legislativa,
execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, se inicia o ciclo seguinte.
Corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público,
desde sua concepção até a avaliação final.
O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser definido como um processo contínuo,
dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os programas do setor
público nos aspectos físicos e financeiro, corresponde, portanto, ao período de tempo em que se
processam as atividades típicas do orçamento público. Preliminarmente é conveniente ressaltar que o
ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o
qual se executa o orçamento, correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário.

Orçamento anual
No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 de janeiro encerra em
31 de dezembro de cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei nº 4.320/64. Por outro lado, o ciclo

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orçamentário é um período muito maior, iniciando com o processo de elaboração do orçamento, passando
pela execução e encerramento com o controle.

Outros planos e programas


O orçamento da União contém programas sociais do governo para diversas áreas de atuação, como
saúde, educação e segurança alimentar, e para diversos grupos de beneficiários, como mulheres,
crianças e quilombolas. Por meio de parcerias com organizações da sociedade civil que acompanham
segmentos específicos das políticas públicas, identificamos e destacamos os diversos ‘orçamentos
temáticos’ contidos no orçamento da União, de modo a facilitar o acesso à informação pelos interessados.
Por exemplo:

Orçamento da Educação: contém ações que impactam a qualidade e disponibilidade de serviços de


educação para a população. Como forma de apoiar a atuação das entidades que fazem o
acompanhamento das políticas educacionais, identifica-se, destaca-se e disponibiliza-se as ações de
educação contidas no orçamento da União.

Orçamento da Mulher: é um extrato do orçamento da União contendo as ações que, segundo a


metodologia adotada, impactam a qualidade de vida das mulheres brasileiras. Foi organizado em parceria
com o Centro Feminista de Estudos e Assessoria - CFEMEA, para facilitar o acompanhamento do
processo orçamentário pelas entidades voltadas para as políticas da mulher.

Orçamento da Saúde: contém ações que impactam a qualidade da saúde dos cidadãos e a
disponibilidade de serviços de saúde para a população. Por meio de parceria com a Escola Nacional de
Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ, que desenvolve o portal ParticipanetSUS, as ações de saúde contidas
no orçamento da União são identificadas e destacadas, de modo a apoiar a atuação das instituições
responsáveis pelo controle social, a exemplo dos Conselhos de Saúde, no acompanhamento do processo
de elaboração e execução das despesas públicas.

Orçamento da segurança alimentar12: é um extrato do orçamento da União contendo as ações que,


segundo a metodologia adotada, promovem uma alimentação saudável, acessível, permanente e de
qualidade para os cidadãos. Foi elaborado em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos –
INESC, para facilitar o acompanhamento do processo orçamentário pelas entidades integrantes do
Conselho Nacional de Segurança Alimentar – CONSEA e outras organizações da sociedade civil.

Conforme art. 165 § 2º da CF/88 a lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades
(MP) da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente.

Terá ainda como atribuições:

- orientar a elaboração da LOA;


- dispor sobre alterações na legislação tributária;
- estabelecer as políticas de aplicação das agências financeiras de fomento;
- disporá sobre autorizações para aumento do gasto ou contratação de pessoal da dos
- órgãos da administração direta e indireta ressalvadas as empresas públicas e as
- sociedades de economia mista.

Importante: As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão


ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual (Art. 166,

Prazo Legais: A CF/88 em seu art. 165, § 9 º, assim dispõe:


“Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”.
Art. 35, §2º, II, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.

12
Mais informações sobre programas do orçamento federal podem ser obtidas no site: http://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-
anuais/orcamento-2013-1/arquivos-cadastro-de-acoes/todos-os-programas-por-ordem-alfabetica

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LDO: o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa;

Poder Executivo Poder Legislativo


(envio até 15/04) (retorno até 17/07)

A LDO na LRF: Além das atribuições contidas no Art. 165, § 2º. Da Constituição Federal, a Lei
101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, em seu Art. 4º, a traz novas atribuições para a LDO:
- disposições sobre equilíbrio entre receitas e despesas;
- critérios para limitação de empenhos e o consequente controle sobre o endividamento;
- Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do
ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.
- destinação de recursos provenientes de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita
orçamentária;
- condições para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
- definir limites e condições para a expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado
(despesas decorrentes de lei, medida provisória ou outro ato normativo que fixe para o ente público,
obrigação legal de sua execução por mais de dois exercícios financeiros).
- normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos.

Além das atribuições acima descritas a LRF trouxe dois anexos a obrigatórios para compor a LDO:

Anexo de Metas Fiscais - AMF

A LRF determina que no Anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas anuais, em valores
correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, e conterá ainda:
- a avaliação do cumprimento de metas do exercício anterior;
- demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os
resultados pretendidos, comparando-as com as metas fixadas nos três exercícios anteriores, e
evidenciando a consistência das mesmas com as premissas e os objetivos da política econômica
nacional;
- evolução do patrimônio líquido, com destaque para a origem e aplicação de recursos provenientes
de alienação de ativos;
- avaliação financeira e atuarial do regime próprio de previdência;
- demonstrativo da estimativa e compensação de renúncia de receita e da margem de expansão das
despesas obrigatórias de caráter continuado.

Anexo de Riscos Fiscais – ARF

No ARF serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas,
informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
Os Riscos Fiscais são a possibilidade da ocorrência de eventos que venham a impactar,
negativamente, as contas públicas e são classificados em dois grupos:
- Riscos orçamentários que referem-se à possibilidade das receitas previstas não se realizarem ou à
necessidade de execução de despesas, inicialmente não fixadas ou orçadas a menor durante a

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elaboração do Orçamento. Exemplos: frustração na arrecadação, devido a fatos ocorridos posteriormente
à elaboração da LOA e ocorrência de epidemias, enchentes, abalos sísmicos e outras situações de
calamidade pública que demandem de ações emergenciais.
- Riscos decorrentes da gestão da dívida referem-se a possíveis ocorrências externas à administração
que, quando efetivadas, resultarão em aumento do serviço da dívida pública no ano de referência.
Exemplos: variação das taxas de juros e de câmbio em títulos vincendos e dívidas, cuja existência
depende de fatores imprevisíveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais.

Plano Plurianual – PPA

O PPA é uma Lei de Iniciativa do Poder Executivo, onde estão quantificados, especificados e
qualificados os custos de cada projeto de duração plurianual ou continuada. O PPA funciona como um
instrumento de planejamento estratégico das ações do Governo para um período de quatro anos.

Referida Lei é uma inovação instituída pela Constituição Federal de 1988, onde determina em seus
art. 165, § 1º, que a Lei que instituir o plano em questão “estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Os planos e programas
nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição serão elaborados em consonância com o PPA.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
inclusão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Prazo Legais: A CF/88 em seu art. 165, § 9 º, assim dispõe:

“Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”

Art. 35, §2º, I, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.

PPA: o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Poder Legislativo
Poder Executivo
(envio até 31/08) (retorno até 22/12)

Período do Mandato X Período de Vigência do PPA

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Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do governo para um período de quatro
anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas.
É o instrumento de planejamento que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada. O PPA declara as escolhas pactuadas com a
sociedade e contribui para viabilizar os objetivos fundamentais da República. Além disso, organiza a ação
de governo na busca de um melhor desempenho da Administração Pública.

O PPA apresenta uma parte dos recursos financeiros orçamentários (esferas “Fiscal e Seguridade
Social” e “Investimentos das Estatais”) arrecadados pelo Governo, mas também faz uso de recursos que
não estão no orçamento, valores que podem ser originários de agências oficiais de crédito (exemplos:
Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES, etc.), de fundos administrados pelo Governo (ex: FAT - fundo de Amparo ao Trabalhador), de
incentivos ou renúncias fiscais, de parcerias com o setor privado, entre outras possibilidades.
Diferentemente da Lei Orçamentária Anual (LOA), o PPA não apresenta os Programas classificados como
Operação Especial. Atualmente, a peça orçamentária de cada exercício anual permite visualizar o tipo de
recurso que está financiando determinada ação orçamentária.
A gestão do PPA ocorre, principalmente, com base no monitoramento dos Programas, Objetivos,
Metas e Iniciativas, dedicando especial atenção aos meios mais eficazes para possibilitar a execução
necessária ao desenvolvimento do País. É importante destacar que o conceito de gestão associado ao
Plano Plurianual - PPA dialoga com a criação de condições objetivas que favoreçam a execução, de forma
que o conceito de resultado está associado à abertura de canais que ampliem a escala de entregas do
Estado.
O PPA confere um tratamento especial à transversalidade e à multissetorialidade, institutos que
permitem identificar públicos ou políticas específicas em determinados setores de atuação do governo. É
o caso, por exemplo, da declaração e identificação da política para as mulheres (público) no interior da
política de desenvolvimento agrário (setor). Por meio das agendas transversais do PPA, por exemplo, é
possível combinar diferentes Objetivos, Metas e Iniciativas, criando condições para uma abordagem mais
adequada da relação entre os programas, além de permitir a análise e o acompanhamento de políticas
públicas integradas.

Dessa forma, a atual estrutura do PPA ampliou as possibilidades das políticas para as mulheres, raça,
criança e adolescente, idoso, LGBT, quilombola, povos e comunidades tradicionais, juventude e pessoa
com deficiência. O Plano apresenta a visão de futuro para o País, macro desafios e valores que guiam o
comportamento para o conjunto da Administração Pública Federal. Por meio dele o governo declara e
organiza sua atuação, a fim de elaborar e executar políticas públicas necessárias. O Plano permite
também, que a sociedade tenha um maior controle sobre as ações concluídas pelo governo.

Estrutura programática

A partir da Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, os programas deixaram de ter o caráter de


classificador e cada nível de governo passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus
problemas, e originária do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano
Plurianual – PPA.
Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do orçamento anual a partir do programa,
“módulo” comum integrador do PPA com o Orçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no
programa e o orçamento começa no programa, o que confere a esses documentos uma integração desde
a origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre módulos diversificados.
O programa age como único módulo integrador, e os projetos e as atividades, como instrumento de
realização dos programas.
Cada programa contém, no mínimo, objetivo, indicador que quantifica a situação que o programa tem
por fim modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos
programas dão origem aos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só pode estar associado um
produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dá origem à meta.
Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação
denominada operações especiais. Essas últimas podem fazer parte dos programas quando entendido
que efetivamente contribuem para a consecução de seus objetivos. As operações especiais quando
associadas a programas finalísticos apresentam, na maioria dos casos, produtos associados. Daí a

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necessidade de caracterização desses produtos. Quando não, as operações especiais não se vincularão
a programas.
A estruturação de programas e respectivos produtos, consubstanciados em projetos e em atividades,
é sempre revisada anualmente e seu resultado disponibilizado para que os órgãos setoriais e as unidades
orçamentárias apresentem as suas propostas orçamentárias.
O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um conjunto de ações
que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no
plano plurianual, visando à solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda
da sociedade.
Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em programas, orientados para
consecução dos objetivos estratégicos definidos, para o período, no PPA. A ação finalística é a que
proporciona bem ou serviço para atendimento direto às demandas da sociedade.

Tipos de programas

Programas Finalísticos: são programas que resultam em bens e serviços ofertados diretamente à
sociedade. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), fórmulas de
cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa
O indicador quantifica a situação que o programa tenha por fim modificar, de modo a explicitar o
impacto das ações sobre o público alvo.

Programas de Gestão de Políticas Públicas: os programas de gestão de políticas públicas assumirão


denominação específica de acordo com a missão institucional de cada órgão. Portanto, haverá apenas
um programa dessa natureza por órgão. Exemplo: “Gestão da Política de Saúde”.
Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade
responsável pelo programa.
Na Presidência da República e nos Ministérios que constituam órgãos centrais de sistemas
(Orçamento e Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um programa desse tipo.
Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações de gestão de Governo e serão
compostos de atividades de planejamento, orçamento, controle interno, sistemas de informação e
diagnóstico de suporte à formulação, coordenação, supervisão, avaliação e divulgação de políticas
públicas. As atividades deverão assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial.

Programas de Serviços ao Estado: Programas de Serviços ao Estado são os que resultam em bens e
serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Seus atributos
básicos são: denominação, objetivo, indicador(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade
responsável pelo programa.

Programa de Apoio Administrativo: o programa de Apoio Administrativo corresponde ao conjunto de


despesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem para a consecução dos
objetivos dos programas finalísticos e de gestão de políticas públicas, não são passíveis de apropriação
a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de prover os órgãos da União dos meios
administrativos para a implementação e gestão de seus programas finalísticos.

Créditos ordinários e adicionais

Crédito ordinário é aquele aprovado pela lei orçamentária anual e que consta no orçamento fiscal, da
seguridade social e do investimento das empresas estatais. A quantia monetária (dotação) que consta no
crédito orçamentário limita o recurso financeiro autorizado.
Pode acontecer de haver um gasto público menor do que o previsto, uma vez que o princípio da
eficiência pode motivar gastos menores.
No prazo entre a elaboração e a execução do orçamento podem ocorrer situações que não estavam
previstas, dessa forma, o gestor público precisa de flexibilidade para trabalhar, uma vez que os créditos
orçamentários iniciais podem sofrer alterações qualitativa e quantitativa por meio de créditos adicionais.
Crédito adicional é a autorização de despesa não computada ou insuficientemente dotada na lei
orçamentária, a Lei nº 4.320 de 17 de Março de 1964:

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Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais podem ter a abertura já prevista em lei orçamentária,
mas que o normal é que eles passem a integrar o orçamento após sua abertura ou que sequer o integrem.

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:


I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública.

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação
da despesa, até onde for possível.

Lei Orçamentária Anual – LOA

Orçamento Público O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental onde são


previstas as receitas e fixadas as despesas para um determinado período.

Aspectos do Orçamento Público

- Jurídico - O STF nos recursos extraordinários 34.581, 75.908 e na ADI 2.100, decidiu considerar a
lei orçamentária lei formal de efeito concreto.
No Brasil o orçamento é uma lei ordinária (aprovada por maioria simples), de caráter autorizativo e
temporária (vigência limitada).
- Financeiro - Sob este aspecto o orçamento público é caracterizado pelo controle do fluxo monetário
decorrente da entrada de receita e saídas de despesas.
- Econômico - O orçamento público tem um papel importante na regulação econômica do pais, uma
vez que o Governo é obrigado a atender as necessidades econômicas e sociais da coletividade e
redistribuir a renda nacional, com o objetivo de elevar o nível econômico da população.
- Político - Este aspecto diz respeito às características dos planos e programas governamentais do
grupo ou partido que detém o poder.
Abaixo, uma figura que representa as Finanças Públicas, englobando suas funcionalidades e
processos:

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É na Lei LOA que o governo define as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser
atingidas naquele ano. A LOA disciplina todas as ações do Governo Federal. Nenhuma despesa pública
pode ser executada fora do Orçamento, mas nem tudo é feito pelo Governo Federal. As ações dos
governos estaduais e municipais devem estar registradas nas leis orçamentárias dos Estados e
Municípios. No Congresso, deputados e senadores discutem, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos

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Públicos e Fiscalização (CMO), a proposta enviada pelo Executivo, fazem as modificações que julgam
necessárias por meio das emendas e votam o projeto. Depois de aprovado, o projeto é sancionado pelo
Presidente da República e se transforma em Lei.
Princípio da Unidade determina que cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento,
fundamentado em uma única política orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existe o
orçamento da União, o de cada Estado e o de cada Município.
Princípio da Universalidade estabelece que a Lei Orçamentária (LOA) deve incorporar todas as
receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento.
Princípio da Anualidade estabelece um período limitado de tempo para as estimativas de receita a
fixação da despesa, ou seja, o orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde
ao ano fiscal.
A Lei Orçamentária Anual compreenderá:
- O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, e estatais chamadas de
dependentes(deficitárias).
- O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;
- Orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.

Questões

01. (SEPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Em uma ação policial, foram apreendidos
1 traficante e 150 kg de um produto parecido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou
que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma mistura da Cannabis sativa com outras
ervas. Interrogado, o traficante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava apenas 2 kg
da Cannabis sativa; o restante era composto por várias “outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar
que, para fabricar todo o produto apreendido, o traficante usou
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas.
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas.
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.

02. (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. IMARUÍ/2014) De cada dez alunos de uma sala
de aula, seis são do sexo feminino. Sabendo que nesta sala de aula há dezoito alunos do sexo feminino,
quantos são do sexo masculino?
(A) Doze alunos.
(B) Quatorze alunos.
(C) Dezesseis alunos.
(D) Vinte alunos.

03. (EBSERH/ HUSM-UFSM/RS - Técnico em Informática – AOCP/2014) Uma loja de camisas


oferece um desconto de 15% no total da compra se o cliente levar duas camisas. Se o valor de cada
camisa é de R$ 40,00, quanto gastará uma pessoa que aproveitou essa oferta?
(A) R$ 68,00.
(B) R$ 72,00.
(C) R$ 76,00.
(D) R$ 78,00.
(E) R$ 80,00.

04. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista Técnico Legislativo – Designer
Gráfico – VUNESP/2014) O departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcionários, sendo
que 15% deles são estagiários. O departamento de Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20%
estagiários. Em relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fração de estagiários é
igual a

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(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5.
(D) 2/9.
(E) 3/5.

05. (EBSERH/ HUSM – UFSM/RS – Analista Administrativo – Administração – AOCP/2014)


Quando calculamos 32% de 650, obtemos como resultado
(A) 198.
(B) 208.
(C) 213.
(D) 243.
(E) 258.

06. (PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB/ 2014) Qual é o capital que, investido no sistema de juros
simples e à taxa mensal de 2,5 %, produzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
(A) R$ 1.650,00
(B) R$ 2.225,00
(C) R$ 3.250,00
(D) R$ 3.460,00
(E) R$ 3.500,00

07. (FUNDUNESP – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2014) Por um empréstimo com período de


45 dias foram pagos R$ 18,75 de juros. Se o capital emprestado foi de R$ 1.500,00, então é verdade que
a taxa anual correspondente de juros simples cobrada foi de
(A) 8,35%.
(B) 9,0%.
(C) 9,5%.
(D) 10%.
(E) 10,37%.

08. (FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano, compostos anualmente. Utilizando
para cálculos a aproximação de log 1,1 = 0,04, pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria
resgatada no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

09. (COLÉGIO MILITAR DE BELO HORIZONTE/MG – PROFESSOR DE MATEMÁTICA –


EXÉRCITO BRASILEIRO/2013) Determine o tempo necessário para que um capital aplicado a 20 % a.
m. no regime de juros compostos dobre de valor. Considerando que log 2 = 0,3 e log 1,2 = 0,08.
(A) 3,75 meses.
(B) 3,5 meses.
(C) 2,7 meses.
(D) 3 meses.
(E) 4 meses.

10. Considere um título cujo valor nominal seja $10.000,00. Calcule o desconto comercial a ser
concedido para um resgate do título 3 meses antes da data de vencimento, a uma taxa de desconto de
5% a.m.

11. Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros
simples de 12% a.m.. O banco cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da
promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao descontar uma promissória vencível
em três meses. O valor da comissão é de:

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12. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista Técnico Legislativo – Designer
Gráfico – VUNESP/2014) Na festa de seu aniversário em 2014, todos os sete filhos de João estavam
presentes. A idade de João nessa ocasião representava 2 vezes a média aritmética da idade de seus
filhos, e a razão entre a soma das idades deles e a idade de João valia
(A) 1,5.
(B) 2,0.
(C) 2,5.
(D) 3,0.
(E) 3,5.

13. (TJ/SC - Técnico Judiciário - Auxiliar TJ-SC) Os censos populacionais produzem informações
que permitem conhecer a distribuição territorial e as principais características das pessoas e dos
domicílios, acompanhar sua evolução ao longo do tempo, e planejar adequadamente o uso sustentável
dos recursos, sendo imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de
investimento. Constituem a única fonte de referência sobre a situação de vida da população nos
municípios e em seus recortes internos – distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanos – cujas
realidades socioeconômicas dependem dos resultados censitários para serem conhecidas.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm
(Acesso dia 29/08/2011)
Um dos resultados possíveis de se conhecer, é a distribuição entre homens e mulheres no território
brasileiro. A seguir parte da pirâmide etária da população brasileira disponibilizada pelo IBGE.

http://www.ibge.gov.br/censo2010/piramide_etaria/index.php
(Acesso dia 29/08/2011)
O quadro abaixo, mostra a distribuição da quantidade de homens e mulheres, por faixa etária de uma
determinada cidade. (Dados aproximados)
Considerando somente a população masculina dos 20 aos 44 anos e com base no quadro abaixo a
frequência relativa, dos homens, da classe [30, 34] é:

(A) 64%.
(B) 35%.
(C) 25%.
(D) 29%.
(E) 30%.

14. (SESP/MT – Perito Oficial Criminal - Engenharia Civil/Engenharia Elétrica/Física/Matemática


– FUNCAB/2014) Determine a mediana do conjunto de valores (10, 11, 12, 11, 9, 8, 10, 11, 10, 12).
(A) 8,5
(B) 9
(C) 10,5
(D) 11,5
(E) 10

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15. (Pref. Guarujá/SP – SEDUC – Professor de Matemática – CAIPIMES/2014) As massas de 5
amigos são 63,5; 70,3; 82,2; 59 e 71,5 quilogramas. A média e a mediana das massas são,
respectivamente:
(A) 69,3 e 70,3 quilogramas.
(B) 172,25 e 82,2 quilogramas.
(C) 69,3 e 82,2 quilogramas.
(D) 172, 70,3 quilogramas.

16. (FUNDUNESP – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2014) O gráfico apresenta informações


sobre o número médio de anos de estudo da população brasileira, com base na Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios de 2011, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com base nas informações do gráfico, é verdade que


(A) o número de homens com estudo é menor que o número de mulheres com estudo, nos anos de
2009 e 2011.
(B) de 2009 para 2011 houve um aumento no número de homens com estudo.
(C) em 2010, a média de anos de estudo das mulheres era de 7,4 anos.
(D) em 2009, a média de anos de estudos das mulheres era de exatos 7 anos e 3 meses.
(E) a média de anos de estudo das mulheres não ultrapassou a 5 meses a dos homens, nos anos de
2009 e 2011.

17. (PBGAS - Advogado – FCC/2007) Com relação aos princípios que informam o orçamento público,
é INCORRETO afirmar que, pelo Princípio da
(A) Universalidade, recomenda-se que todas as receitas e todas as despesas governamentais devem
ser incluídas no orçamento, com a eliminação de qualquer vinculação entre umas e outras.
(B) Unidade, é, em qualquer caso, proibida a vinculação de receita de impostos, taxas e contribuições
de melhoria a órgão, fundo ou despesa.
(C) Especialização, a discriminação das receitas e das despesas deve ser feita por unidade
administrativa, de modo a se poder saber quanto poderá render ou despender cada unidade.
(D) Exclusividade, o orçamento não poderá conter dispositivo estranho à fixação da despesa e à
previsão da receita.
(E) Anualidade, a fixação do orçamento com periodicidade anual objetiva proporcionar a possibilidade
de alterações do seu conteúdo, em vista das oscilações econômicas que envolvem a receita e a despesa.

18. (ICMBio - Analista Administrativo - CESPE/2014) Acerca do orçamento público e do papel do


Estado nas finanças públicas, julgue o item a seguir.
A função alocativa do orçamento justifica-se nos casos de provisão de bens públicos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

19. (MTUR – Administrador – FUNIVERSA/2010) Acerca das características da lei orçamentária,


assinale a alternativa incorreta.
(A) É uma lei informal.
(B) É uma lei temporária.
(C) É uma lei ordinária.
(D) É uma lei especial.

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(E) Tem vigência limitada a um ano

20. (MTUR – Administrador – FUNIVERSA/2010) O princípio orçamentário que prescreve que o


orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, ou seja, a lei
orçamentária não poderá tratar de assuntos que não digam respeito a receitas e despesas públicas, é o
princípio do(a):
(A) unidade.
(B) exclusividade.
(C) anualidade.
(D) universalidade.
(E) equilíbrio.

21. (Secretaria do Estado Planejamento e Gestão/DF – Auditor Fiscal Atividades Urbanas –


FUNIVERSA/2011) Em relação ao princípio orçamentário da exclusividade, de acordo com as normas
vigentes, assinale a alternativa correta.
(A) Esse princípio estabelece que, sem exceção, a lei orçamentária não poderá dispor sobre outra
matéria que não seja a fixação da receita e a previsão das despesas.
(B) Esse princípio informa que toda receita ou despesa deve estar prevista na lei orçamentária, sem
exceção.
(C) Esse princípio estabelece que a Administração deve possuir apenas uma única peça orçamentária.
(D) Esse princípio é excepcionado no caso de autorização para a abertura de créditos suplementares
e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.
(E) Por esse princípio, proíbe-se a vinculação de impostos.

22. (Secretaria do Estado Planejamento e Gestão/DF – Auditor Fiscal Atividades Urbanas –


FUNIVERSA/2011) Com relação ao orçamento público, assinale a alternativa correta.
(A) Tem a natureza jurídica de lei complementar.
(B) O projeto da lei orçamentária é de iniciativa de qualquer um dos poderes.
(C) A Lei n.º 4.320/1964 estabelece o regime de tramitação do projeto de lei orçamentária.
(D) Sob o enfoque formal, tem natureza jurídica de lei anual.
(E) É um instrumento que estima a despesa e fixa a receita.

23. (DNIT – Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes – ESAF/2013 –) De acordo com


a Constituição Federal, o principal objetivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias é:.
(A) orientar as unidades orçamentárias e administrativas na formulação do seu planejamento anual e
na elaboração da proposta orçamentária, bem como estabelecer as metas a serem alcançadas no
exercício subsequente.
(B) estabelecer as diretrizes, prioridades e metas para a organização das entidades com vistas à
definição da proposta orçamentária anual a ser enviada ao Congresso Nacional.
(C) criar as condições necessárias ao estabelecimento de um sistema de planejamento integrado com
vistas à elaboração e aprovação do orçamento.
(D) estabelecer as metas de despesas correntes e de capital para o exercício seguinte, as prioridades
da administração e orientar a elaboração da proposta orçamentária.
(E) estabelecer as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente e orientar a elaboração da lei orçamentária.

24. (TJ-RO – Analista Judiciário – Administração – CESPE/2012 ) De acordo com o princípio


orçamentário da totalidade,
(A) as despesas previstas e as receitas fixadas devem integrar uma única LOA.
(B) a inclusão de autorização para a contratação de operação de crédito na LOA é proibida.
(C) a Lei Orçamentária Anual (LOA) deve conter todas as receitas e despesas.
(D) cada ente governamental deve elaborar um único orçamento.
(E) a LOA deve referir-se a um único exercício financeiro.

25. (DPE-S – Agente de Defensoria – Contador – FCC/2013)


Sobre os princípios orçamentários, é correto afirmar que o princípio

(A) da exclusividade representou o fim às chamadas caudas orçamentárias que serviam para
nomeações, promoções e abertura de créditos adicionais suplementares.

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(B) da unidade determina que receitas e despesas devem aparecer no orçamento de maneira
discriminada, no mínimo, por elementos de despesa.
(C) do orçamento bruto determina que deve existir somente uma Lei Orçamentária Anual, sendo
proibida a existência de orçamentos paralelos.
(D) da não-afetação das receitas veda vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
salvo exceções estabelecidas pela Constituição Federal de 1988.
(E) da universalidade determina que a lei orçamentária deve ser divulgada por mecanismos oficiais de
comunicação e de divulgação para garantir amplo conhecimento público.

26. (TCM-GO – Auditor de Controle Externo – Contábil – INSTITUTO CIDADES/2012)


Indique a única opção correta relacionada aos Princípios Orçamentários.

(A) Com base no Princípio da Anualidade, todas as receitas e despesas deve ser contempladas em
um único Orçamento;
(B) De conformidade com o Princípio da Exclusividade não deve conter no Orçamento matéria estranha
a Previsão da Receita e a Fixação da Despesa, não se incluindo na proibição autorização para Abertura
de Créditos Especiais e a Contratação de Operações de Créditos por Antecipação da Receita.
(C) Em obediência ao Princípio da Exclusividade o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio
de veículos oficiais de comunicação, para conhecimento da sociedade e para a eficácia de sua validade;
(D) Segundo o Princípio da Anualidade o Orçamento deve conter todas as receitas e despesas
pertinentes aos três Poderes da União;
(E) Em obediência ao Princípio do Orçamento Bruto, todas as receitas e despesas devem constar no
Orçamento pelos seus valores totais, sem quaisquer deduções.

Respostas

01. Resposta: C.
O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg da Cannabis sativa e os demais outras
2
ervas. Podemos escrever em forma de razão 5, logo :

2
. 150 = 60𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑛𝑛𝑎𝑏𝑖𝑠 𝑠𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 ∴ 150 − 60 = 90𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠
5

02. Resposta: A.
6
Como 6 são do sexo feminino, 4 são do sexo masculino (10-6 = 4) .Então temos a seguinte razão:
4

6 18
4
= 𝑥
 6x = 72  x = 12

03. Resposta: A.
Como são duas camisas 40.2 = 80,00
O desconto é dado em cima do valor das duas camisas. Usando o fator de multiplicação temos 1-0,15
= 0,85 (ele pagou 85% do valor total): 80 .0,85 = 68,00

04. Resposta: B.
15 30
* Dep. Contabilidade: 100 . 20 = 10 = 3  3 (estagiários)

20 200
* Dep. R.H.: 100 . 10 = 100 = 2  2 (estagiários)

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑖á𝑟𝑖𝑜𝑠 5 1
∗ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = = =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 30 6

05. Resposta: B.
32 32 .65 2080
. 650 = = = 208
100 10 10

06. Resposta: C.

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Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j = 3900 – C ( I )
Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:

𝐶.𝑖.𝑡
𝑗= 100

𝐶.2,5.8
3900 − 𝐶 = 100
390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C
– 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
120.C = 390000
C = 390000 / 120
C = R$ 3250,00

07. Resposta: D.
𝐶.𝑖.𝑡
𝑗 = 100

1500 .𝑖 .45 1875


18,75 = 100
1500.45. 𝑖 = 18,75 . 100 𝑖 = 67500 = 0,0278 (ao dia)

Ao ano: 0,0278 . 365 = 10,1%

08. Resposta: E.
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i
= 10% = 0,1:

1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t


1.000.000
= (1,1)𝑡
1.000

(1,1)𝑡 = 1.000 (agora para calcular t temos que usar logaritmo no dois lados da equação para pode
utilizar a propriedade log 𝑎 𝑁 𝑚 = 𝑚. log 𝑎 𝑁, o expoente m passa multiplicando)

log(1,1)𝑡 = log 1.000

t.log 1,1 = log 103 (lembrando que 1000 = 103 e que o logaritmo é de base 10)

t.0,04 = 3
3 3 3
t = 0,04 = 4.10−2 = 4 . 102

3
t = 4 . 100 anos, portanto, ¾ de século.

09. Resposta: A.
M=C(1+i)t
2C=C(1+0,2)t
2=1,2t

Log2=log1,2t
Log2=t.log1,2
0,3=0,08t
T=3,75 meses

10. Resposta: 1.500,00.


V = 10000 . (1 - 0,05 . 3) = 8500
Dc = 10000 - 8500 = 1500
Valor descontado = $8.500,00; desconto = $1.500,00

11. Resposta: 20.000.


h = 0.04

. 42
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iB = 0.12 * 3
AB = N * [1-(iB + h)]
300000 = N * [1-(0.12*3 + 0.04)]
300000 = N * [1-0.4]
N = 500000
Vc = 0.04 * N
Vc = 0.04 * 500000
Vc = 20000

12. Resposta: E.
Foi dado que: J = 2.M
𝑎+𝑏+⋯+𝑔
𝐽= 7
= 2. 𝑀 (I)

𝑎+𝑏+⋯+𝑔
Foi pedido: 𝐽
=?

Na equação ( I ), temos que:


𝑎+𝑏+⋯+𝑔
7= 𝐽

7 𝑎+𝑏+⋯+𝑔
2
= 𝑀

𝑎 + 𝑏 + ⋯+ 𝑔
= 3,5
𝑀

13. Resposta: E.

[30, 34] = 600, somatória de todos os homens é: 300+400+600+500+200= 2000


600 600
300+400+600+500+200
= 2000 = 0,3 . (100) = 30%

14. Resposta: C.
Coloquemos os valores em ordem crescente:
8, 9, 10, 10, 10, 11, 11, 11, 12, 12

Como a Mediana é o elemento que se encontra no meio dos valores colocados em ordem crescente,
temos que:
10 + 11 21
𝑀= = = 10,5
2 2

15. Resposta: A.
63,5+70,3+82,2 + 59+71,5 346,5
A média é: 𝑀 = = = 69,3
5 5
Para verificar a mediana, basta colocar os valores em ordem crescente e verificar o elemento que se
encontra no meio deles:
59 63,5 70,3 71,5 82,2

16. Resposta: E.
7,3+7,5 14,8
Média das mulheres: = = 7,4 anos = 7,4 . 12 = 88,8 meses
2 2

7+7,1 14,1
Média dos homens: 2 = 2 = 7,05 anos = 7,05 . 12 = 84,6 meses
Assim, 88,8 – 84,6 = 4,2 meses

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17. Resposta: B
Pelo princípio da unidade do orçamento, tem-se a integração entre os mais diversos orçamentos, como
prevê o § 5.º do art. 165, CF, ao estabelecer a existência de uma única lei orçamentária para três
orçamentos, a saber, o fiscal, de investimento e da seguridade social.

18. Certo
Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público, destaca-se a função alocativa, que diz
respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos.

19. Resposta “A”


Jurídico - O STF nos recursos extraordinários 34.581, 75.908 e na ADI 2.100, decidiu considerar a lei
orçamentária lei formal de efeito concreto.
No Brasil o orçamento é uma lei ordinária (aprovada por maioria simples), de caráter autorizativo e
temporária (vigência limitada). Portanto não se trata de uma lei informal.

20. Resposta “B”


Princípio Orçamentário da Exclusividade
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa.
Referido princípio está previsto no artigo 165, § 8º, da Constituição Federal, o qual estabelece que a
Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis
de créditos adicionais também devem observar esse princípio.
Não se inclui na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.
Este princípio encontra-se expresso no art. 165, § 8º da CF de 88: "A lei orçamentária anual não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa ..."

21. Resposta “D”.


Princípio Orçamentário da Exclusividade
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa.
Referido princípio está previsto no artigo 165, § 8º, da Constituição Federal, o qual estabelece que a
Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis
de créditos adicionais também devem observar esse princípio.
Não se inclui na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.
Este princípio encontra-se expresso no art. 165, § 8º da CF de 88: "A lei orçamentária anual não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa ..."

22. Resposta “D”


Lei Orçamentária Anual – LOA
Orçamento Público O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental onde são
previstas as receitas e fixadas as despesas para um determinado período.
Discute-se se ela é uma lei anual, entretanto, para a maioria dos autores, não existe tal dúvida, visto
que essa lei, entre outras metas e prioridades administrativas, inclui as despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente e orientará a elaboração da lei orçamentária anual.
Além do estabelecimento de metas e prioridades, deve a lei orçamentária dispor sobre a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, procurando equilibrar as despesas com as
receitas

23. Resposta “E”


De acordo com o parágrafo 2º do art. 165 da Constituição Federal, a LDO:
- compreenderá as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital
para o exercício financeiro subsequente;
- orientará a elaboração da LOA;

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- disporá sobre as alterações na legislação tributária; e
- estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

24. Resposta D.
Princípio Orçamentário da Totalidade
Coube à doutrina tratar de reconceituar o princípio da unidade de forma que abrangesse as novas
situações. Surgiu, então, o princípio da totalidade, que possibilitava a coexistência de múltiplos
orçamentos que, entretanto, devem sofrer consolidação, de forma a permitir uma visão geral do conjunto
das finanças públicas.
A Constituição de 1988 trouxe melhor entendimento para a questão ao precisar a composição do
orçamento anual que passará a ser integrado pelas seguintes partes: a) orçamento fiscal; b) orçamento
da seguridade social e c) orçamento de investimentos das estatais. Este modelo, em linhas gerais segue
o princípio da totalidade.
Estabelece que o orçamento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar um único
orçamento. Este princípio é mencionado no caput do art. 2da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar
múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas e
despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada
nível federativo.

25. Resposta. D
(A) Errada. O erro está em chamar de cauda orçamentária a abertura de créditos suplementares
porque essa autorização pode constar na LOA, sendo uma exceção ao princípio da Exclusividade.
(B) Errada. O princípio da Unidade não preza pelo que foi dito e sim por cada esfera de governo (U, E,
DF e M) ter apenas um orçamento cada um.
(C) Errada. Esta não é a definição do Princípio do orçamento bruto. (foi descrito o princípio da Unidade)
(E) Errada. Essa não é a definição do princípio da universalidade (foi descrito o princípio da
Publicidade)

26. Resposta. E
(A) ANUALIDADE- As previsões de receitas e despesas devem referir-se sempre a um período limitado
de tempo; estabelece que a cada ano financeiro (período de 12 meses) seja elaborado uma nova lei
orçamentária. No Brasil, por força do artigo 34, que definiu que o exercício financeiro coincidirá com o
ano civil, este período coincide com o ano civil, ou seja, vai de 01 de janeiro a 31 de dezembro. a LETRA
A TRAZ O CONCEITO DO PRINCIPIO DA UNIDADE.
(B) EXCLUSIVIDADE- A lei orçamentária deverá conter somente matéria de natureza orçamentária,
não podendo constar dispositivo estranho à previsão da receita e a fixação da despesa.
EXCEÇÃO: autorização para abertura de créditos suplementares na própria Lei Orçamentária Anual
(LOA) e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, para atender a
insuficiência de caixa.
(C) TRAZ O CONCEITO DO PRINCIPIO DA PUBLICIDADE-
Mais do que um princípio orçamentário, a PUBLICIDADE é um Princípio Constitucional que deve
nortear todos os atos da Administração Pública. O maior objetivo deste princípio é proporcionar
publicidade aos atos públicos na busca da tão difundida transparência dos gastos públicos.
(D) CONCEITO CITADO NO COMENTÁRIO DA LETRA A.
(E) PRINCIPIO DO ORÇAMENTO PUBLICO- As receitas e as despesas devem constar da lei
orçamentária e de créditos adicionais pelos seus valores brutos, sem nenhuma dedução.

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