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Prefeitura do Município

de Jundiaí/SP
Agente de Desenvolvimento Infantil

Língua Portuguesa
Questões que possibilitem avaliar a capacidade de Interpretação de texto, conhecimento da norma culta na
modalidade escrita do idioma e aplicação da Ortografia oficial; ................................................................................1
Acentuação gráfica; .............................................................................................................................................................9
Pontuação; ......................................................................................................................................................................... 11
Classes gramaticais; ......................................................................................................................................................... 12
Concordância verbal e nominal; .................................................................................................................................... 38
Pronomes: emprego e colocação e Regência nominal e verbal. ............................................................................... 41

Matemática
Teoria dos Conjuntos. ..........................................................................................................................................................1
Conjuntos dos números Reais (R): operações, propriedades e problemas. .............................................................3
Cálculos Algébricos. ......................................................................................................................................................... 12
Grandezas Proporcionais. ............................................................................................................................................... 13
Regra de Três Simples e Composta. .............................................................................................................................. 16
Porcentagem e Juro Simples. .......................................................................................................................................... 19
Sistema Monetário Brasileiro.......................................................................................................................................... 22
Equação do Primeiro e Segundo Graus – problemas. ................................................................................................ 24
Sistema Decimal de Medidas (comprimento, superfície, volume, massa, capacidade e tempo) - transformação
de unidades e resolução de problemas. ....................................................................................................................... 27
Geometria: ponto, reta, plano – ângulos, polígonos, triângulos, quadriláteros, circunferência, círculo e seus
elementos respectivos – figuras geométricas planas (perímetros e áreas) – sólidos geométricos (figuras
espaciais): seus elementos e volumes. ......................................................................................................................... 29
Funções do 1º e 2º graus. ................................................................................................................................................ 51
Sequências, Progressões Aritméticas e Geométricas. Resolução de problemas. ................................................... 56

Referências
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Disponível em:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm .............................................................................................................1
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996........... 35
BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Câmara de Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação. Brasília: 2009 ............................................................................................................................ 51
CAMPOS, Maria Malta; ROSEMBERG, Fúlvia. Critérios para um atendimento em creches que respeite os
direitos fundamentais das crianças – 6.ed. Brasília: MEC, SEB, 2009. BRASIL ...................................................... 60
JUNDIAÍ, Secretaria Municipal de Educação. Manual de Boas Práticas para Atendimento na Educação Infantil,
Jundiaí, 2015 ...................................................................................................................................................................... 66
BRASIL, Ministério da Educação. Brinquedos e Brincadeiras nas creches: manual de orientação pedagógica.
Brasíli: MEC/SEB, 2012 .................................................................................................................................................... 73
JUNDIAÍ. Secretaria Municipal de Educação. Proposta Curricular Jundiaí: educação infantil I. Jundiaí, SP: SMEE,
2016 ...................................................................................................................................................................................109
Estatuto do funcionário Público (Lei Complementar nº 499 de 2010) e alterações ...........................................135

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LÍNGUA PORTUGUESA

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APOSTILAS OPÇÃO
Interpretar X compreender
Interpretar significa
- explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Questões que possibilitem avaliar Compreender significa
a capacidade de Interpretação - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está
de texto, conhecimento da escrito.
norma culta na modalidade - o texto diz que...
escrita do idioma e aplicação da - é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
Ortografia oficial; - o narrador afirma...
Erros de interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de
erros de interpretação. Os mais frequentes são:
Interpretação de texto
a) Extrapolação (viagem)
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público,
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que
a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece
não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
porque lhes faltam informações específicas a respeito desta
pela imaginação.
tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no
b) Redução
momento de responder às questões relacionadas a textos.
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas
aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).
desenvolvido.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se
c) Contradição
com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato,
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação
fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente,
dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as
errando a questão.
frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto
original e analisada separadamente, poderá ter um significado
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
diferente daquele inicial.
e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor
diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse
diz e nada mais.
tipo de recurso denomina-se intertexto.
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome
ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.
oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer
e o que já foi dito.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
1. Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia
de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste
e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
o tempo).
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade
diferenças entre as situações do texto.
de adequação ao antecedente.
3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma
Os pronomes relativos são muito importantes na
realidade, opinando a respeito.
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe
em um só parágrafo.
um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas
depende das condições da frase.
Condições básicas para interpretar
qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
Fazem-se necessários:
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o
objeto possuído.
a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
como (modo)
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
onde (lugar)
quando (tempo)
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
quanto (montante)
texto) e semântico;
Exemplo:
Observação – na semântica (significado das palavras)
Falou tudo QUANTO queria (correto)
incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação,
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre
aparecer o demonstrativo O ).
outros.
c) Capacidade de observação e de síntese e
Dicas para melhorar a interpretação de textos
d) Capacidade de raciocínio.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;

Língua Portuguesa 1
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APOSTILAS OPÇÃO
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a 01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de
leitura; locomoção nas metrópoles brasileiras
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo (A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra
menos duas vezes; devido à falta de regulamentação.
- Inferir; (B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; incentivado em várias cidades.
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; (C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor maioria dos moradores.
compreensão; (D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada demais meios de transporte.
questão; (E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; arriscada e pouco salutar.

Questões 02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos


objetivos centrais do texto é
O uso da bicicleta no Brasil (A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
ciclista.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil (B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países mais seguro do que dirigir um carro.
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta (C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez no Brasil.
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa (D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que locomoção se consolidou no Brasil.
oferecem mais vantagens. (E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas dar prioridade ao pedestre.
e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais
na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos 03. Considere o cartum de Evandro Alves.
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e
prioridade sobre os automotores. Afogado no Trânsito
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta
no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo
e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha;
a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos
motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o
favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito
bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
claro, nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em
parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um
ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto
em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é
semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
espalhadas em pontos estratégicos. (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não
sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, 04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de Televisão
um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes,
discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso
é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos
e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br.
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, Adaptado)
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos É correto concluir que, de acordo com o cartum,
pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo. (A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou
pela TV são equivalentes.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)

Língua Portuguesa 2
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APOSTILAS OPÇÃO
(B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação (D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de
mais ativa. experiências e atividades não só individuais como também
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém sociais.
que não sabe se distrair. (E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir emoções positivas por parte dos motoristas.
a um programa de televisão.
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo Respostas
idêntico, embora ler seja mais prazeroso. 1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D)

Leia o texto para responder às questões: Norma Culta e Língua-Padrão


Propensão à ira de trânsito De acordo com M. T. Piacentini, mesmo que não se mencione
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente terminologia específica, é evidente que se lida no dia-a-dia com
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro níveis diferentes de fala e escrita. É também verdade que as
do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como pessoas querem “falar e escrever melhor”, querem dominar a
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. língua dita culta, a correta, a ideal, não importa o nome que se
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas lhe dê.
não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas O padrão de língua ideal a que as pessoas querem chegar é
também se engajam num comportamento de risco – algumas até aquele convencionalmente utilizado nas instâncias públicas de
agem especificamente para irritar o outro motorista ou impedir uso da linguagem, como livros, revistas, documentos, jornais,
que este chegue onde precisa. textos científicos e publicações oficiais; em suma, é a que circula
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá nos meios de comunicação, no âmbito oficial, nas esferas de
ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um pesquisa e trabalhos acadêmicos.
motorista a tomar decisões irracionais. Não obstante, os linguistas entendem haver uma língua
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. circulante que é correta mas diferente da língua ideal e
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa imaginária, fixada nas fórmulas e sistematizações da gramática.
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. Eles fazem, pois, uma distinção entre o real e o ideal: a língua
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas concreta com todas suas variedades de um lado, e de outro um
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de padrão ou modelo abstrato do que é “bom” e “correto”, o que
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no conformaria, no seu entender, uma língua artificial, situada num
momento. nível hipotético.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que Para os cientistas da língua, portanto, fica claro que há
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros dois estratos diferenciados: um praticamente intangível,
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao representado nas normas preconizadas pela gramática
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um tradicional, que comporta as irregularidades e excrescências da
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos concentrarmos língua, e outro concreto, o utilizado pelos falantes cultos, qual
em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de seja, a “linguagem concretamente empregada pelos cidadãos
dirigir. que pertencem aos segmentos mais favorecidos da nossa
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o população”, segundo Marcos Bagno.
Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsito não Convém esclarecer que para a ciência sociolinguística
são os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim somente a pessoa que tiver formação universitária completa
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças será caracterizada como falante culto(urbano).
aprendem que as regras normais em relação ao comportamento Sendo assim, como são presumivelmente cultos os sujeitos
e à civilidade não se aplicam quando dirigimos um carro. Elas que produzem os jornais, a documentação oficial, os trabalhos
podem ver seus pais envolvidos em comportamentos de disputa científicos, só pode ser culta a sua linguagem, mesmo que a
ao volante, mudando de faixa continuamente ou dirigindo em língua que tais pessoas falam e os textos que produzem nem
alta velocidade, sempre com pressa para chegar ao destino. sempre se coadunem com as regras rígidas impostas pela
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos gramática normativa, divulgada na escola e em outras instâncias
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era descarregar (de repressão linguística) como o vestibular.
a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de Isso é o que pensam os linguistas. E o povo – saberá ele fazer
frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma situação de ira a distinção entre as duas modalidades e os dois termos que as
de trânsito, a descarga de frustrações pode transformar um descrevem?
incidente em uma violenta briga. Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas e convenções agregadas num corpo chamado de gramática
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de
predisposta a apresentar um comportamento irracional quando correção para toda e qualquer forma de expressão linguística.
dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior parte das Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de
pessoas fica emocionalmente incapacitada quando dirige. O que acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não
deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente de seu estado pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta
emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo quando estiver uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos
tentado a agir só com a emoção. igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a
culto).
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/ Em suma: há uma realidade heterogênea que, por abrigar
furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado) diferenças de uso que refletem a dinâmica social, exclui a
possibilidade de imposição ou adoção como única de uma
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é língua-modelo baseada na gramática tradicional, a qual, por sua
correto afirmar que vez, está ancorada nos grandes escritores da língua, sobretudo
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à os clássicos , sendo pois conservadora. E justamente por se valer
medida que os motoristas se envolvem em decisões conscientes. de escritores é que as prescrições gramaticais se impõem mais
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas na escrita do que na fala.
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto “ A cultura escrita, associada ao poder social , desencadeou
comunitário do ato de dirigir. também, ao longo da história, um processo fortemente unificador
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é (que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas),
o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando
agressiva. neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse

Língua Portuguesa 3
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APOSTILAS OPÇÃO
processo, a esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de sendo assim classificando os cidadãos nascidos e criados em
norma-padrão ou língua-padrão” (Faraco, Carlos Alberto). zonas urbanas e com grau de instrução superior completo.
Aryon Rodrigues entra na discussão: “Frequentemente o “Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras
padrão ideal é uma regra de comportamento para a qual tendem dos grandes escritores, em cuja linguagem a classe ilustrada põe
os membros da sociedade, mas que nem todos cumprem, ou não o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso
cumprem integralmente”. Mais adiante, ao se referir à escola, ele idiomático e consagrou”. (ROCHA LIMA).
professa que nem mesmo os professores de Língua Portuguesa Dentre as características que são pertinentes à Norma Culta
escapam a esse destino: “Comumente, entretanto, o mesmo podemos citar que é: a variante de maior prestígio social na
professor que ensina essa gramática não consegue observá-la comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos
em sua própria fala nem mesmo na comunicação dentro de seu membros do grupo social de padrão cultural mais elevado;
grupo profissional ”. cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal; ensinada
Vamos ilustrar os argumentos acima expostos. Não há pela escola; usada na escrita em gêneros discursivos em que há
brasileiro – nem mesmo professores de português – que não fale maior formalidade aproximando-a dos padrões da prescrição da
assim: gramática tradicional; a mais empregada na literatura e também
– Me conta como foi o fim de semana… pelas pessoas cultas em diferentes situações de formalidade;
– Te enganaram, com certeza! indicada precisamente nas marcas de gênero, número e pessoa;
– Me explica uma coisa: você largou o emprego ou foi usada em todas as pessoas verbais, com exceção, talvez, da 2ª
mandado embora? do plural, sendo utilizada principalmente na linguagem dos
sermões; empregada em todos os modos verbais em relação
Ou mesmo assim: verbal de tempos e modos; possuindo uma enorme riqueza
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles bem de construção sintática, além de uma maior utilização da
machucados. voz passiva; grande o emprego de preposições nas regências
– Conheço ela há muito tempo – é ótima menina. aproveitando a organização gramatical cuidada da frase.
– Acho que já lhe conheço, rapaz. De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso língua e ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico,
às regras padronizadas, incutidas no processo de escolarização, um repertório que, se não for erudito, também não será vulgar.
se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas Isso configura o que se entende por norma culta. A Norma
propugnadas pela gramática tradicional e que provavelmente só Padrão está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições
se encontrariam na escrita (conta-me como foi /enganaram-te / representadas na gramática, mas é marcada pela língua
explica-me uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos produzida em certo momento da história e em uma determinada
/ acho que já o conheço) configuram a norma-padrão ou língua- sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes
padrão. formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
Se para os cientistas da língua, portanto, existe uma Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
polarização entre a norma-padrão (também denominada Dentro da Norma Padrão define-se um modelo de língua
“norma canônica” por alguns linguistas) e o conjunto das idealizada prescrito pelas gramáticas normativas, como sendo
variedades existentes no Brasil, aí incluída a norma culta, no uma receita que nenhum usuário da língua emprega na fala e
senso comum não se faz distinção entre padrão e culta. Para os raramente utiliza na escrita. Sendo também uma referência
leigos, a população em geral, toda forma elevada de linguagem, para os falantes da Norma Culta, mas não passam de um ideal
que se aproxime dos padrões de prestígio social, configura a a ser alcançado, pois é um padrão extremamente enriquecido
norma culta. de língua. Assim, as gramáticas tradicionais descrevem a Norma
Padrão, não refletindo o uso que se faz realmente do Português
Norma culta, norma padrão e norma popular no Brasil.
Marcos Bagno propõe, como alternativa, uma triangulação:
A Norma é um uso linguístico concreto e corresponde ao onde a Norma Popular teria menos prestígio opondo-se à Norma
dialeto social praticado pela classe de prestígio, representando Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas
a atitude que o falante assume em face da norma objetiva. A anteriores servindo como um ideal imaginário e inatingível.
normatização não existe por razões apenas linguísticas, mas A Norma Padrão subdivide-se em: Formal e Coloquial. A
também culturais, econômicas, sociais, ou seja, a Norma na Padrão Formal é o modelo culto utilizado na escrita, que segue
língua origina-se de fatores que envolvem diferenças de classes, rigidamente as regras gramaticais.
poder, acesso a educação escrita, e não da qualidade da forma Essa linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante
da língua. Há um conceito amplo e um conceito estreito de tem mais tempo para se pronunciar de forma refletida como
Norma. No primeiro caso, ela é entendida como um fator de porque é supervalorizada na nossa cultura. É a história do vale o
coesão social. No segundo, corresponde concretamente aos que está escrito. Já a Padrão Coloquial é a versão oral da língua
usos e aspirações da classe social de prestígio. Num sentido culta e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais de
amplo, a norma corresponde à necessidade que um grupo liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais.
social experimenta de defender seu veículo de comunicação das Entretanto, a margem de afastamento dessas regras é estreita e,
alterações que poderiam advir no momento do seu aprendizado. embora exista, a permissividade com relação às transgressões é
Num sentido restrito, a Norma corresponde aos usos e atitudes pequena.
de determinado seguimento da sociedade, precisamente aquele Assim, na linguagem coloquial, admitem-se sem grandes
que desfruta de prestígio dentro da Nação, em virtude de razões traumas, construções como: ainda não vi ele; me passe o
políticas, econômicas e culturais. Segundo Lucchesi considera- arroz e não te falei que você iria conseguir?. Inadmissíveis na
se que a realidade linguística brasileira deve ser entendida como língua escrita. O falante culto, de modo geral, tem consciência
um contínuo de normas, dentro do quadro de bipolarização do dessa distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente
Português do Brasil. as construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita.
A existência da civilização dá-se com o surgimento da Contudo, como se disse, não são muitos os desvios admitidos
escrita. Suas regras são pautadas a partir da Norma Culta. Sendo e muitas formas peculiares da Norma Popular são condenadas
esta importante nos documentos formais que exigem a correta mesmo na linguagem oral. A Norma Popular é aquela linguagem
expressão do Português para que não haja mal entendido algum. que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a
Ela nada mais é do que a modalidade linguística escolhida pela linguagem popular, falada no cotidiano.
elite de uma sociedade como modelo de comunicação escrita e O nível popular está associado à simplicidade da utilização
verbal. linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos.
A Norma Culta é uma expressão empregada pelos linguistas Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da
brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas natural economia linguística. É utilizado em contextos informais.
efetivamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos, Dentre as características da Norma Popular podemos

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APOSTILAS OPÇÃO
destacar: economia nas marcas de gênero, número e pessoa; Emprego de X e Ch
redução das pessoas gramaticais do verbo; mistura da 2ª com Emprega-se o X:
a 3ª pessoa do singular; uso intenso da expressão a gente em 1) Após um ditongo.
lugar de eu e nós; redução dos tempos da conjugação verbal e de Exemplos: caixa, frouxo, peixe
certas pessoas, como a perda quase total do futuro do presente Exceção: recauchutar e seus derivados
e do pretérito-mais-que-perfeito no indicativo; do presente do
subjuntivo; do infinitivo pessoal; falta de correlação verbal entre 2) Após a sílaba inicial “en”.
os tempos; redução do processo subordinativo em benefício da Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca
frase simples e da coordenação; maior emprego da voz ativa Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo
em lugar da passiva; predomínio das regências verbais diretas; “en-”
simplificação gramatical da frase; emprego dos pronomes Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
pessoais retos como objetos. encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
Na visão de Preti, os falantes cultos “até em situação de
gravação consciente revelaram uma linguagem que, em geral, 3) Após a sílaba inicial “me-”.
também pertence a falantes comuns”. Sendo mais espontânea e Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão
criativa, a Norma Popular se afigura mais expressiva e dinâmica. Exceção: mecha
Temos, assim, alguns exemplos: estou preocupado (Norma
Culta); to preocupado (Norma Popular); to grilado (gíria, limite 4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras
da Norma Popular). inglesas aportuguesadas.
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu
conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade,
expressividade e enorme criatividade para viver, necessitando 5) Nas seguintes palavras:
conhecer a língua culta para conviver. bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar,
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale,
Fonte:https://centraldefavoritos.wordpress. xingar, etc.
com/2011/07/22/norma-padrao-e-nao-padrao/(Adaptado)
Emprega-se o dígrafo Ch:
Ortografia 1) Nos seguintes vocábulos:
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão,
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha,
forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto
fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia
compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem
forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos da palavra. Veja os exemplos:
que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é gesso: Origina-se do grego gypsos
oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e jipe: Origina-se do inglês jeep.
consultar o dicionário sempre que houver dúvida.
Emprega-se o G:
O Alfabeto 1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem
O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem
letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja: Exceção: pajem

a A (á) b B (bê) 2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio
c C (cê) d D (dê) Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio
e E (é) f F (efe)
g G (gê ou guê) h H (agá) 3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g
i I (i) j J (jota) Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem),
k K (cá) l L (ele) vertiginoso (de vertigem)
m M (eme) n N (ene)
o O (ó) p P (pê) 4) Nos seguintes vocábulos:
q Q (quê) r R (erre) algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete,
s S (esse) t T (tê) hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem.
u U (u) v V (vê)
w W (dáblio) x X (xis) Emprega-se o J:
y Y (ípsilon) z Z (zê) 1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear
Exemplos:
Observação: emprega-se também o ç, que representa o arranjar: arranjo, arranje, arranjem
fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras. despejar: despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
Emprego das letras K, W e Y enferrujar: enferruje, enferrujem
Utilizam-se nos seguintes casos: viajar: viajo, viaje, viajem
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus
derivados. 2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica
Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji
taylorista. 3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j
Exemplos:
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus laranja- laranjeira loja- lojista lisonja -
derivados. lisonjeador nojo- nojeira
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer
jeito- ajeitar
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como
unidades de medida de curso internacional. 4) Nos seguintes vocábulos:
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
(quilômetro), Watt. traje, pegajento

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Emprego das Letras S e Z 6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no
Emprega-se o S: contraste entre o S e o Z
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no Exemplos:
radical cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar( ter em consideração) e presar (prender)
Exemplos: traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)
análise- analisar catálise- catalisador
casa- casinha, casebre liso- alisar Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os
exemplos:
2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título exame exato exausto exemplo existir exótico
ou origem inexorável
Exemplos:
burguês- burguesa inglês- inglesa Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs
chinês- chinesa milanês- milanesa Existem diversas formas para a representação do fonema /S/.
Observe:
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
Exemplos: Emprega-se o S:
catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa Nos substantivos derivados de verbos terminados em
palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa “andir”,”ender”, “verter” e “pelir”
Exemplos:
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa expandir- expansão pretender- pretensão verter-
Exemplos: versão expelir- expulsão
catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, estender- extensão suspender- suspensão
metamorfose, virose converter - conversão repelir- repulsão

5) Após ditongos Emprega-se Ç:


Exemplos: Nos substantivos derivados dos verbos “ter” e “torcer”
coisa, pouso, lousa, náusea Exemplos:
ater- atenção torcer- torção
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus deter- detenção distorcer-distorção
derivados manter- manutenção contorcer- contorção
Exemplos:
pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos Emprega-se o X:
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos Em alguns casos, a letra X soa como Ss
repus, repusera, repusesse, repuséssemos Exemplos:
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto,
7) Nos seguintes nomes próprios personativos: trouxe
Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa,
Teresa, Teresinha, Tomás Emprega-se Sc:
Nos termos eruditos
8) Nos seguintes vocábulos: Exemplos:
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente,
decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível,
paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.
raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
Emprega-se Sç:
Emprega-se o Z: Na conjugação de alguns verbos
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no Exemplos:
radical nascer- nasço, nasça
Exemplos: crescer- cresço, cresça
deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar descer- desço, desça
raiz- enraizar cruz-cruzeiro
Emprega-se Ss:
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a Nos substantivos derivados de verbos terminados em “gredir”,
partir de adjetivos “mitir”, “ceder” e “cutir”
Exemplos: Exemplos:
inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão
rígido- rigidez discutir- discussão
frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- progredir- progressão t r a n s m i t i r - t r a n s m i s s ã o
surdez exceder- excesso repercutir- repercussão

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar Emprega-se o Xc e o Xs:


substantivos
Exemplos: Em dígrafos que soam como Ss
civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização Exemplos:
colonizar- colonização realizar- realização exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita Observações sobre o uso da letra X
Exemplos: 1) O X pode representar os seguintes fonemas:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita /ch/ - xarope, vexame

5) Nos seguintes vocábulos: /cs/ - axila, nexo


azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz,
cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc. /z/ - exame, exílio

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APOSTILAS OPÇÃO
/ss/ - máximo, próximo nos substantivos derivados como baiano, baianada ou baianinha
ele não é utilizado.
/s/ - texto, extenso
2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a
2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci- letra “h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos
Exemplos: excelente, excitar sempre são grafados com h. Veja:
herbívoro, hispânico, hibernal.
Emprego das letras E e I
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i / Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
pode não ser nítida. Observe: 1) Utiliza-se inicial maiúscula:
a) No começo de um período, verso ou citação direta.
Exemplos:
Emprega-se o E: Disse o Padre Antonio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.”
Exemplos:
magoar - magoe, magoes “Auriverde pendão de minha terra,
continuar- continue, continues Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra
2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior) As promessas divinas da Esperança…”
Exemplos: antebraço, antecipar (Castro Alves)

3) Nos seguintes vocábulos: Observações:


cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, - No início dos versos que não abrem período, é facultativo o
orquídea, etc. uso da letra maiúscula.

Emprega-se o I : Por Exemplo:


1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir “Aqui, sim, no meu cantinho,
Exemplos: vendo rir-me o candeeiro,
cair- cai gozo o bem de estar sozinho
doer- dói e esquecer o mundo inteiro.”
influir- influi
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra) se letra minúscula.
Exemplos: Por Exemplo:
Anticristo, antitetânico “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro,
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira)
3) Nos seguintes vocábulos:
aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
etc. Exemplos:
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
Emprego das letras O e U
Emprega-se o O/U: c) Nos topônimos, reais ou fictícios.
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de Exemplos:
algumas palavras. Veja os exemplos: Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação,
realização) d) Nos nomes mitológicos.
soar (emitir som) e suar (transpirar) Exemplos:
Dionísio, Netuno.
Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume,
moleque. e) Nos nomes de festas e festividades.
Exemplos:
Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua Natal, Páscoa, Ramadã.

Emprego da letra H f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.


Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Exemplos:
Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e ONU, Sr., V. Ex.ª.
da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta
forma devido a sua origem na forma latina hodie. g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos,
políticos ou nacionalistas.
Emprega-se o H: Exemplos:
1) Inicial, quando etimológico Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria,
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio União, etc.

2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula
Exemplos: flecha, telha, companhia quando são empregados em sentido geral ou indeterminado.
Exemplo:
3) Final e inicial, em certas interjeições Todos amam sua pátria.
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.
elemento, se etimológico Exemplos:
Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc. Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
Observações: Edifício Azevedo ou edifício Azevedo
1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note que

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APOSTILAS OPÇÃO
2) Utiliza-se inicial minúscula: Exemplos:
a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.
Exemplos: Você ainda tem coragem de
carro, flor, boneca, menino, porta, etc. Final de
Por perguntar por quê?
frases e seguidos
Quê
b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana. de pontuação
Você não vai? Por quê?
Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc. Não sei por quê!
segunda, sexta, domingo, etc.
primavera, verão, outono, inverno Exemplos:
Conjunção
c) Nos pontos cardeais. A situação agravou-se
que indica
Exemplos: porque ninguém reclamou.
explicação ou
Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
causa
Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, Ninguém mais o espera,
sudoeste. Porque porque ele sempre se atrasa.
Conjunção de
Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os Exemplos:
Finalidade –
pontos cardeais são grafados com letra maiúscula.
equivale a “para
Exemplos: Não julgues porque não te
que”, “a fim de
Nordeste (região do Brasil) julguem.
que”.
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático) Função de
Exemplos:
substantivo
Lembre-se: – vem
Não é fácil encontrar o
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa- acompanhado
Porquê porquê de toda confusão.
se letra minúscula. de artigo ou
pronome
Dê-me um porquê de sua
Exemplo:
saída.
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro,
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira)
1. Por que (pergunta)
Emprego FACULTATIVO de letra minúscula: 2. Porque (resposta)
a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. 3. Por quê (fim de frase: motivo)
Exemplos: 4. O Porquê (substantivo)
Crime e Castigo ou Crime e castigo
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas Emprego de outras palavras
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
Senão: equivale a “caso contrário”, “a não ser”: Não fazia coisa
b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em nenhuma senão criticar.
nomes sagrados e que designam crenças religiosas. Se não: equivale a “se por acaso não”, em orações adverbiais
Exemplos: condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas desta situação crítica.
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não
Santa Maria ou santa Maria. compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa.
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão
c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e pouco esta semana.
disciplinas.
Exemplos: Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios.
Português ou português Traz - do verbo trazer.
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
modernas Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
História do Brasil ou história do Brasil Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está
Arquitetura ou arquitetura vultuosa e deformada.
Questões
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/
fono24.php 01. Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou
Emprego do Porquê até sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
........................ praticar atividade física..........................benefícios
Orações
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
Interrogativas Exemplo:
terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o
(pode ser Por que devemos nos
avanço da idade.
substituído por: preocupar com o meio
(Ciência Hoje, março de 2012)
Por por qual motivo, ambiente?
Que por qual razão)
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
Exemplo: respectivamente, com:
Equivalendo (A) porque … trás … previnir
a “pelo qual” Os motivos por que não (B) porque … traz … previnir
respondeu são desconhecidos. (C) porquê … tras … previnir
(D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir

Língua Portuguesa 8
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APOSTILAS OPÇÃO
02. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
da frase abaixo: Não sei o _____ ela está com os olhos vermelhos, última sílaba.
talvez seja _____ chorou. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
(A) porquê / porque;
(B) por que / porque; Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se
(C) porque / por que; evidencia na penúltima sílaba.
(D) porquê / por quê; Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
(E) por que / por quê.
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
03. evidencia na antepenúltima sílaba.
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus

Como podemos observar, mediante todos os exemplos


mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados,
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.

Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos


em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos
Considerando a ortografia e a acentuação da norma- observar no exemplo a seguir:
padrão da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e
respectivamente, preenchidas por: “Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor”.
(A) mal ... por que ... intuíto
(B) mau ... por que ... intuito Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos;
(C) mau ... porque ... intuíto os demais, como átonos (que, em, de).
(D) mal ... porque ... intuito
(E) mal ... por quê ... intuito Os Acentos Gráficos
04. Assinale a alternativa que preenche, correta e acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
respectivamente, as lacunas do trecho a seguir, de acordo com sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
a norma-padrão. as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenômeno da Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. 
corrupção e das fraudes. Ex.: herói – médico – céu(ditongos abertos)
(A) a … concenso … acerca
(B) há … consenso … acerca acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
(C) a … concenso … a cerca “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
(D) a … consenso … há cerca Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
(E) há … consenço … a cerca
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
05. Assinale a alternativa cujas palavras se apresentam artigos e pronomes.
flexionadas de acordo com a norma-padrão. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. derivadas de nomes próprios estrangeiros.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! Ex.: mülleriano (de Müller)
Respostas til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
01. D/02. B/03. D/4-B/5-D nasais.
Ex.: coração – melão – órgão – ímã
Acentuação gráfica; Regras fundamentais:

Palavras oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
Acentuação “em”, seguidas ou não do plural(s):
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
consequentemente, colocando-as em prática na linguagem ou não de “s”.
escrita. Ex.: pá – pé – dó – há
Regras básicas – Acentuação tônica Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
de lo, la, los, las.
A acentuação tônica implica na intensidade com que são respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de
forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As Paroxítonas:
demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
denominadas de átonas. - i, is
táxi – lápis – júri
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas - us, um, uns
como: vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps

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APOSTILAS OPÇÃO
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
- ã, ãs, ão, ãos precedidas de vogal idêntica:
ímã – ímãs – órfão – órgãos xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba

- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim serão mais acentuadas. Ex.:
ficará mais fácil a memorização!
Antes Depois
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. apazigúe (apaziguar) apazigue
argúi (arguir) argui
água – pônei – mágoa – jóquei
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
Regras especiais: plural de:

Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” ( ditongos abertos), ele tem – eles têm
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com ele vem – eles vêm (verbo vir)
a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma deter, abster. 
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são ele contém – eles contêm
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento. ele obtém – eles obtêm
Ex.: ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm
Antes Agora
assembléia assembleia
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes
idéia ideia
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes
jibóia jiboia
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções,
apóia (verbo apoiar) apoia
como:
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
ou não de “s”, haverá acento:
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira
pessoa do singular do presente do indicativo). Ex:
Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
Ela pode fazer isso agora.
quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
Antes Agora
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
bocaiúva bocaiuva
preposição por.
feiúra feiura
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”,
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”;
Ex.:
nos outros casos, “por” preposição. Ex:
Antes Agora
Faço isso por você.
crêem creem
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
vôo voo
Questões
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que,
no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
como antes: CRER, DAR, LER e VER.
A) Tem a última sílaba como tônica.
B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
Repare:
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
1-) O menino crê em você
D) Não tem sílaba tônica.
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem!
02. Assinale a alternativa correta.
Todas leem bem!
A palavra faliu contém um:
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
A) hiato
Esperamos que os dados deem efeito!
B) dígrafo
4-) Rubens vê tudo!
C) ditongo decrescente
Eles veem tudo!
D) ditongo crescente
- Cuidado! Há o verbo vir:
03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
Ele vem à tarde!
aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
Eles vêm à tarde!
mesmo motivo que:
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
A) túnel
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
B) voluntário
C) até
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
D) insólito
E) rótulos
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
seguidas do dígrafo nh:
04. Assinale a alternativa correta.
ra-i-nha, ven-to-i-nha.
A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem
paroxítonas terminadas em ditongo.

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APOSTILAS OPÇÃO
B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamente, Ponto de Exclamação
encontro consonantal e hiato. 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto,
C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as palavras súplica, etc.
grifadas são paroxítonas. - Sim! Claro que eu quero me casar com você!
D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as partes
destacadas são dígrafos. 2- Depois de interjeições ou vocativos
E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-si-có- - Ai! Que susto!
lo-ga” e “a-ci-o-na”. - João! Há quanto tempo!

05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO: Ponto de Interrogação


A) saúde Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
B) cooperar “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)
C) ruim Reticências
D) creem 1- Indica que palavras foram suprimidas.
E) pouco - Comprei lápis, canetas, cadernos...
Respostas
1-B / 2-C / 3-B / 4-A / 5-E 2- Indica interrupção violenta da frase.
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”

Pontuação; 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida


- Este mal... pega doutor?

4- Indica que o sentido vai além do que foi dito


Pontuação - Deixa, depois, o coração falar...

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem Vírgula


para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar Não se usa vírgula
especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais *separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se
funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua diretamente entre si:
portuguesa.
a) entre sujeito e predicado.
Ponto Todos os alunos da sala    foram advertidos. 
1- Indica o término do discurso ou de parte dele. Sujeito                            predicado
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
se encontra. b) entre o verbo e seus objetos.
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite. O trabalho custou            sacrifício             aos realizadores. 
             V.T.D.I.              O.D.                      O.I.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
c) entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. adnominal.
A surpreendente reação do governo contra os sonegadores
Ponto e Vírgula ( ; ) despertou reações entre os empresários.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma adj. adnominal nome adj. adn. complemento nominal
importância.
-  “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão Usa-se a vírgula:
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de - Para marcar intercalação:
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
vem caindo de preço.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
vírgulas. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias
e cobertor. não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir
mão dos lucros altos.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
decreto de lei, etc. - Para marcar inversão:
- Ir ao supermercado; a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
- Pegar as crianças na escola; Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
- Caminhada na praia; b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Reunião com amigos. pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
Dois pontos de 1982.
1- Antes de uma citação
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos
em enumeração):
2- Antes de um aposto Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
e calor à noite.
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre. - Para isolar:

4- Em frases de estilo direto - o aposto:


 Maria perguntou: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um
- Por que você não toma uma decisão? trânsito caótico.

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APOSTILAS OPÇÃO
- o vocativo: (C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente
Ora, Thiago, não diga bobagem. seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em
Questões outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente
01. Assinale a alternativa em que a pontuação está seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
corretamente empregada, de acordo com a norma-padrão da notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em
língua portuguesa. outros.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente,
experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em
ajudar a revelar quem era a sua dona. outros.
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou 05. Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse após o acréscimo das vírgulas.
ajudar a revelar quem era a sua dona. (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou ou acione o código na internet.
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o
ajudar a revelar quem era a sua dona. código foi acionado.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados,
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse criança foi encontrada.
ajudar a revelar quem era a sua dona. (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, às, areias do Guarujá.
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse de quem a encontrou e informar um ponto de referência
ajudar a revelar quem era a sua dona.
Resposta
02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a 1-C 2-C 3-B 4-D 5-E
ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas
da frase abaixo:
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem Classes gramaticais;
ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho
oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; Classes de Palavras
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; Artigo
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
03. Os sinais de pontuação estão empregados corretamente se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
em: Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
A) Duas explicações, do treinamento para consultores número dos substantivos.
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a construção
de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de Classificação dos Artigos
vendas associadas aos dois temas.
B) Duas explicações do treinamento para consultores Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a construção precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de
vendas associadas aos dois temas. Artigos Indefinidos:  determinam os substantivos
C) Duas explicações do treinamento para consultores de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a construção matei um animal.
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de
vendas associadas aos dois temas. Combinação dos Artigos
D) Duas explicações do treinamento para consultores É muito presente a combinação dos artigos definidos e
iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a construção indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma
de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de assumida por essas combinações:
vendas associadas aos dois temas.
E) Duas explicações, do treinamento para consultores Preposições Artigos
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção - o, os
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de
vendas associadas aos dois temas. a ao, aos
de do, dos
04. Assinale a alternativa em que o período, adaptado da
revista Pesquisa Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à em no, nos
regência nominal e à pontuação. por (per) pelo, pelos
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais a, as um, uns uma, umas
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em à, às - -
outros.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente da, das dum, duns duma, dumas
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais na, nas num, nuns numa, numas
notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em
outros. pela, pelas - -

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APOSTILAS OPÇÃO
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o Questões
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida
por crase. 01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
A) Estes são os candidatos que lhe falei.
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
manifestam: C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral E) Muito é a procura; pouca é a oferta.
“ambos”:
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. 02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
A) O Amazonas é um rio imenso.
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
artigo, outros não: C) O Antônio comunicou-se com o João.
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... D) O professor João Ribeiro está doente.
E) Os Lusíadas são um poema épico
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
toda uma espécie: 03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está
O trabalho dignifica o homem. substantivando uma palavra.
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
O Pedro é o xodó da família. D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no
plural, são determinados pelo uso do artigo: Respostas
Os Maias, os Incas, Os Astecas... 1-B / 2-C / 3-D

- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para Substantivo


conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o
pronome assume a noção de qualquer. Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
(qualquer classe) também nomeiam:
-lugares: Alemanha, Porto Alegre...
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo: -sentimentos: raiva, amor...
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. -estados: alegria, tristeza...
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de -qualidades: honestidade, sinceridade...
aproximação numérica: -ações: corrida, pescaria...
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
Morfossintaxe do substantivo
- O artigo também é usado para substantivar palavras
oriundas de outras classes gramaticais: Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
Não sei o porquê de tudo isso. exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua
como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar
cujo (e flexões). como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como
Este é o homem cujo amigo desapareceu. núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo
Este é o autor cuja obra conheço. do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos
de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido funções são desempenhadas por grupos de palavras. 
de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que
venham especificadas. Classificação dos Substantivos
Eles estavam em casa.
Eles estavam na casa dos amigos. 1-  Substantivos Comuns e Próprios
Os marinheiros permaneceram em terra. Observe a definição:
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios,
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município
com exceção de senhor(a), senhorita e dona. é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).
Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada  cidade.
de revistas, jornais, obras literárias. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma
mesma espécie de forma genérica.
Morfossintaxe cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro.

Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações Estamos voando para Barcelona.
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é
substantivo: aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
particular.
A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia. Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

Língua Portuguesa 13
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APOSTILAS OPÇÃO
2 - Substantivos Concretos e Abstratos Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
outra palavra da própria língua portuguesa.
LÂMPADA MALA O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
da palavra limão.
Os substantivos lâmpada e mala  designam seres com Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra
existência própria, que são independentes de outros seres. São palavra.
assim, substantivos concretos.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, Flexão dos substantivos
independentemente de outros seres. O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar:
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo Plural: meninos
real e do mundo imaginário. Feminino: menina
Aumentativo: meninão
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, Diminutivo: menininho
etc.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc. Flexão de Gênero
  Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
Observe agora: sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa,
há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao
Beleza exposta gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar
O substantivo beleza designa uma qualidade. Um Natal inesquecível
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que Os reis da praia
dependem de outros para se manifestar ou existir.  
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. A história sem fim
Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. Uma cidade sem passado
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, As tartarugas ninjas
ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos,
e sem os quais não podem existir. Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
(sentimento).   Substantivos Biformes (= duas formas):  ao indicar nomes
de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado
3 - Substantivos Coletivos ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra masculino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem
abelha, mais outra abelha. – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra feminino. Classificam-se em:
abelha... - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos.
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular fêmea.
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas.
(abelhas). a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo,
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. o indivíduo.
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma meio do artigo.
espécie. o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Formação dos Substantivos Saiba que:
Substantivos Simples e Compostos - Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma,
são masculinos.
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema.
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou variam em seu significado.
radical. É um substantivo simples. o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o
Substantivo Simples: é aquele formado por um único capital (dinheiro) e a capital (cidade)
elemento.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a.
(guarda + chuva). Esse substantivo é composto. aluno - aluna
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
elementos. b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Outros exemplos: beija-flor, passatempo. masculino.
  freguês - freguesa
Substantivos Primitivos e Derivados
Meu limão meu limoeiro, c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
meu pé de jacarandá... formas:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
nenhum outro dentro de língua portuguesa. - troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona

Língua Portuguesa 14
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APOSTILAS OPÇÃO
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte.
d) Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Masculinos
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: o tapa
cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa o eclipse
duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa o lança-perfume
o dó (pena)
f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final o sanduíche
por -a: o clarinete
elefante - elefanta o champanha
o sósia
g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e o maracajá
no feminino: o clã
bode – cabra boi - vaca o hosana
o herpes
h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, o pijama
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
czar – czarina réu - ré Femininos
a dinamite
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes a áspide
a derme
- Epicenos: a hélice
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. a alcíone
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre a filoxera
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar a clâmide
o masculino e o feminino. a omoplata
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para a cataplasma
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de a pane
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade a mascote
de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. a gênese
A cobra macho picou o marinheiro. a entorse
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. a libido

Sobrecomuns: - São geralmente masculinos os substantivos de origem


grega terminados em -ma:
Entregue as crianças à natureza. o grama (peso)
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, o quilograma
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem o plasma
um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que o apostema
se refere a palavra. Veja: o diagrama
A criança chorona chamava-se João. o epigrama
A criança chorona chamava-se Maria. o telefonema
Outros substantivos sobrecomuns: o estratagema
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa o dilema
criatura. o teorema
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O o apotegma
cônjuge de Marcela faleceu o trema
o eczema
Comuns de Dois Gêneros: o edema
o magma
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante Gênero dos Nomes de Cidades:
da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
A distinção de gênero pode ser feita através da análise do Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo. A histórica Ouro Preto.
o colega - a colega A dinâmica São Paulo.
um jovem - uma jovem A acolhedora Porto Alegre.
artista famoso - artista famosa Uma Londres imensa e triste.

- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
gêneros.
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada Gênero e Significação:
preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de Muitos substantivos têm uma significação no masculino e
carochinha. outra no feminino.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: Observe:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
a personagem. o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente
personagem. de um bloco carnavalesco, manejando um bastão)

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APOSTILAS OPÇÃO
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis
proibição de trânsito) Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.

o cabeça (chefe) e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas


a cabeça (parte do corpo) maneiras:
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
o cisma (separação religiosa, dissidência) - Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
a cisma (ato de cismar, desconfiança) Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
o cinza (a cor cinzenta)
a cinza (resíduos de combustão) f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
maneiras:
o capital (dinheiro) - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
a capital (cidade) de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis:
o coma (perda dos sentidos) o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
a coma (cabeleira)
g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três
o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro) maneiras.
a coral (cobra venenosa) - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
de outros sacramentos) h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
a crisma (sacramento da confirmação) látex - os látex.

o cura (pároco) Plural dos Substantivos Compostos


a cura (ato de curar) A formação do plural dos substantivos compostos depende
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam
o estepe (pneu sobressalente) o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que
a estepe (vasta planície de vegetação) são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos
simples:
o guia (pessoa que guia outras) aguardente e aguardentes girassol e girassóis
a guia (documento, pena grande das asas das aves) pontapé e pontapés malmequer e malmequeres

o grama (unidade de peso) O plural dos substantivos compostos cujos elementos são
a grama (relva) ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
Algumas orientações são dadas a seguir:
o caixa (funcionário da caixa)
a caixa (recipiente, setor de pagamentos) a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
o lente (professor) substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
a lente (vidro de aumento) adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
o moral (ânimo)
a moral (honestidade, bons costumes, ética) b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
formados de:
o nascente (lado onde nasce o Sol) verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
a nascente (a fonte) palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
falantes
Flexão de Número do Substantivo palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

Em português, há dois números gramaticais: o singular, que c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
indica um ser ou um grupo de seres, e formados de:
o plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-
característica do plural é o “s” final. colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-
Plural dos Substantivos Simples vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante
a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
fazem o plural pelo acréscimo de “s”. anterior.
pai – pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no palavra-chave - palavras-chave
plural). bomba-relógio - bombas-relógio
Exceção: cânon - cânones. notícia-bomba - notícias-bomba
homem-rã - homens-rã
b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”. d) Permanecem invariáveis, quando formados de:
homem - homens. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”. e) Casos Especiais
revólver – revólveres raiz - raízes o louva-a-deus e os louva-a-deus
Atenção: O plural de caráter é caracteres. o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se o joão-ninguém e os joões-ninguém.
no plural, trocando o “l” por “is”.

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APOSTILAS OPÇÃO
Plural das Palavras Substantivadas Particularidades sobre o Número dos Substantivos

As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes a) Há substantivos que só se usam no singular:
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras. b) Outros só no plural:
O aluno errou na prova dos noves. as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. (naipes de baralho), as fezes.
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural. c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez. bem (virtude) e bens (riquezas)
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem,
Plural dos Diminutivos títulos)

Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e d) Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
acrescenta-se o sufixo diminutivo. sentido de plural:
pãe(s) + zinhos = pãezinhos Aqui morreu muito negro.
animai(s) + zinhos = animaizinhos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
botõe(s) + zinhos = botõezinhos improvisadas.
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos Flexão de Grau do Substantivo
tren(s) + zinhos = trenzinhos Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
colhere(s) + zinhas = colherezinhas variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
papéi(s) + zinhos = papeizinhos normal. Por exemplo: casa
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
pé(s) + zitos = pezitos Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que
Plural dos Nomes Próprios Personativos indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre aumento. Por exemplo: casarão.
que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados. - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
As Raquéis e Esteres. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que
Plural dos Substantivos Estrangeiros indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos diminuição. Por exemplo: casinha.
como na língua original, acrescentando -se “s” (exceto quando
terminam em “s” ou “z”). Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php
os shows os shorts os jazz
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com Questões
as regras de nossa língua:
os clubes os chopes 01. A flexão de número do termo “preços-sombra” também
os jipes os esportes ocorre com o plural de
as toaletes os bibelôs (A) reco-reco.
os garçons os réquiens (B) guarda-costa.
(C) guarda-noturno.
Observe o exemplo: (D) célula-tronco.
Este jogador faz gols toda vez que joga. (E) sem-vergonha.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
02. Assinale a alternativa cujas palavras se apresentam
Plural com Mudança de Timbre flexionadas de acordo com a norma-padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
Certos substantivos formam o plural com mudança de (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
chamado metafonia (plural metafônico). (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
Singular Plural Singular Plural 03. Indique a alternativa em que a flexão do substantivo está
corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó) errada:
esforço esforços ovo ovos A) Catalães.
fogo fogos poço poços B) Cidadãos.
forno fornos porto portos C) Vulcães.
fosso fossos posto postos D) Corrimões.
imposto impostos rogo rogos Respostas
olho olhos tijolo tijolos 1-D / 2-D / 3-C

Adjetivo
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
característica do ser e se relaciona com o substantivo.
molho (ó) = feixe (molho de lenha).

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APOSTILAS OPÇÃO
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos classificam-se em: 
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa outra para o feminino.
bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
moça bondade, pessoa bondade.  Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. somente o último elemento.
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte-
Morfossintaxe do Adjetivo: americana. 
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
Adjetivo Pátrio feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe político-social.
alguns deles:
Estados e cidades brasileiros: Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples


Alagoas alagoano Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com
Amapá amapaense as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos
simples.
Aracaju aracajuano ou aracajuense Por exemplo:
Amazonas amazonense ou baré mau e maus
feliz e felizes
Belo Horizonte belo-horizontino ruim e ruins
Brasília brasiliense boa e boas
Cabo Frio cabo-friense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
Campinas campineiro ou campinense de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo,
Adjetivo Pátrio Composto  ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável.
Observe alguns exemplos: Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana Motos vinho (mas: motos verdes)
Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo: Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Competições teuto-inglesas Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
América américo- / Por exemplo: Companhia Adjetivo Composto
américo-africana
Bélgica belgo- / Por exemplo: Acampamentos belgo- É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente,
franceses esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam
China sino- / Por exemplo: Acordos sino-japoneses na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que
Espanha hispano- / Por exemplo: Mercado hispano- formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado,
português todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a
palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver
Europa euro- / Por exemplo: Negociações euro- qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se
americanas ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto;
França franco- ou galo- / Por exemplo: Reuniões como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro
franco-italianas ficará invariável. Por exemplo:
Grécia greco- / Por exemplo: Filmes greco-romanos Camisas rosa-claro.
Inglaterra anglo- / Por exemplo: Letras anglo- Ternos rosa-claro.
portuguesas Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Itália ítalo- / Por exemplo: Sociedade ítalo- Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
portuguesa
Japão nipo- / Por exemplo: Associações nipo- Observe
brasileiras - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo
composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
Portugal luso- / Por exemplo: Acordos luso-brasileiros - O adjetivo composto pele-vermelha têm os dois elementos
flexionados.
Flexão dos adjetivos
Grau do Adjetivo
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a
Gênero dos Adjetivos intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
o comparativo e o superlativo.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,

Língua Portuguesa 18
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APOSTILAS OPÇÃO
Comparativo doce dulcíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica fácil facílimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
fiel fidelíssimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade,
de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser
abaixo:
é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação
pode ser:
1) Sou tão alto como você.  = Comparativo de Igualdade
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
Note bem:
2) Sou  mais alto  (do) que  você.  = Comparativo de
1)  O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
Superioridade Analítico
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc.,
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
antepostos ao adjetivo.
substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é
2)  O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas
analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
3) O Sol é  maior (do) que  a Terra.  = Comparativo de
latino +  um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
Superioridade Sintético
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
A forma popular é constituída do radical do adjetivo
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim.
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas
São eles:
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável
bom-melhor
hiato i-í.
pequeno-menor
mau-pior
Questões
alto-superior
grande-maior
01. Leia o texto a seguir.
baixo-inferior
Violência epidêmica
Observe que: 
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora
pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas
epidêmicas.
entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades
as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes
pequeno.
centros urbanos e se dissemina pelo interior.
Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de
As estratégias que as sociedades adotam para combater a
dois elementos.
violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas
pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços
qualidades de um mesmo elemento.
ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras
enfermidades.
4) Sou  menos alto  (do) que  você.  = Comparativo de
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações
Inferioridade
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências
Sou menos passivo (do) que tolerante.
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de
Superlativo
seus desejos.
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que
O superlativo expressa qualidades num grau muito
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
desenvolvimento psicológico pleno.
absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
A revisão de estudos científicos permite identificar três
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um
fatores principais na formação das personalidades com maior
ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se
inclinação ao comportamento violento:
nas formas:
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos,
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras
humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O
2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
secretário é muito inteligente.
transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
lhes impuseram limites de disciplina.
sufixos.
3) Associação com grupos de jovens portadores de
Por exemplo:
comportamento antissocial.
O secretário é inteligentíssimo.
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças
que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à
Observe alguns superlativos sintéticos: 
falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social,
esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a
benéfico beneficentíssimo violência crescente nas cidades.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a
bom boníssimo ou ótimo resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o
comum comuníssimo criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver
preso.
cruel crudelíssimo Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares
difícil dificílimo e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao

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APOSTILAS OPÇÃO
mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
mais sólidas com o mundo do crime. [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda.
Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
superlotadas.
Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
criminalidade e tratar os que ingressaram nela. variáveis  em gênero (masculino ou feminino) e em número
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através
Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os do pronome seja coerente em termos de gênero e número
policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando
acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e este se apresenta ausente no enunciado.
construir cadeias novas para substituir as velhas.
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas Fala-se de Roberta. Ele  quer participar do desfile
preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão da nossa escola neste ano.
capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das adequada]
práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento [neste: pronome que determina “ano” = concordância
artístico. adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado) inadequada]

Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,


corresponde a – características de epidemias. demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo
em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada. Pronomes Pessoais
A) água fluvial – água da chuva.
B) produção aurífera – produção de ouro. São aqueles que substituem os substantivos, indicando
C) vida rupestre – vida do campo. diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
D) notícias brasileiras – notícias de Brasília. assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”,
E) costela bovina – costela de porco. “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”,
“eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de
02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto: quem fala.
A) azul-celeste Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções
B) azul-pavão que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso
C) surda-muda oblíquo.
D) branco-gelo
Pronome Reto
03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não
estão no grau superlativo absoluto sintético: Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença,
A) Arquimilionário/ ultraconservador; exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
B) Supremo/ ínfimo; Nós lhe ofertamos flores.
C) Superamigo/ paupérrimo;
D) Muito amigo/ Bastante pobre Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal
Respostas flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o
1-B / 2-C / 3-D quadro dos pronomes retos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular: eu
Pronome - 2ª pessoa do singular: tu
- 3ª pessoa do singular: ele, ela
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele - 1ª pessoa do plural: nós
se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de - 2ª pessoa do plural: vós
alguma forma. - 3ª pessoa do plural: eles, elas
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
[substituição do nome] Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
[referência ao nome] comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os
Essa moça morava nos meus sonhos! pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a
[qualificação do nome] na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
Grande parte dos pronomes não possuem significados Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas
um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do
daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no verbo indicadas pelo pronome reto.
ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos Fizemos boa viagem. (Nós)
e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal
apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, Pronome Oblíquo
indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
dessa característica, os pronomes apresentam uma forma Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
específica para cada pessoa do discurso. exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou 
indireto) ou complemento nominal.
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante

Língua Portuguesa 20
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APOSTILAS OPÇÃO
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
oração. - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico
Pronome Oblíquo Átono são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são - As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica  fraca. pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
Ele me deu um presente. contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os
pronomes costumam ser usados desta forma:
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado: Não há mais nada entre mim e ti.
- 1ª pessoa do singular (eu): me Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
- 2ª pessoa do singular (tu): te Não há nenhuma acusação contra mim.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe Não vá sem mim.
- 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos Atenção:
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes Há construções em que a preposição, apesar de surgir
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo
Observações: verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o reto.
pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar
diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
função de objeto indireto na oração. Não vá sem eu mandar.

Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos - A combinação da preposição “com” e alguns pronomes


diretos como objetos indiretos. originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
objetos diretos. frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de
companhia.
Saiba que: Ele carregava o documento consigo.
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo, - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com
mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no- nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados
la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou
nos exemplos que seguem: algum numeral.

Você terá de viajar com nós todos.


- Trouxeste o pacote? - Não contaram a novidade a Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
vocês? Ele disse que iria com nós três.
- Sim, entreguei-to ainda há - Não, no-la contaram.
pouco. Pronome Reflexivo

No português do Brasil, essas combinações não são usadas; São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem
até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.  como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo
Atenção: verbo.
Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z,
-s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
tempo que a terminação verbal é suprimida. Eu não me vanglorio disso.
Por exemplo: fiz + o = fi-lo Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
fazei + o = fazei-os
dizer + a = dizê-la - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Assim tu te prejudicas.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume Conhece a ti mesmo.
as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
repõe + os = repõe-nos Guilherme já se preparou.
retém + a: retém-na Ela deu a si um presente.
tem + as = tem-nas Antônio conversou consigo mesmo.

Pronome Oblíquo Tônico - 1ª pessoa do plural (nós): nos.


Lavamo-nos no rio.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
configurado: Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo

Língua Portuguesa 21
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APOSTILAS OPÇÃO
A Segunda Pessoa Indireta Observe o quadro:

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando Número Pessoa Pronome


utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso singular primeira meu(s), minha(s)
interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento, singular segunda teu(s), tua(s)
que podem ser observados no quadro seguinte: singular terceira seu(s), sua(s)

Pronomes de Tratamento plural primeira nosso(s), nossa(s)


plural segunda vosso(s), vossa(s)
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais plural terceira seu(s), sua(s)
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
oficiais-generais gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de o objeto possuído.
universidades Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas difícil.
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa Observações:
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento
cerimonioso 1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da
Vossa Onipotência V. O. Deus alteração fonética da palavra senhor.
- Muito obrigado, seu José.
Também são pronomes de tratamento o senhor, a
senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse.
no tratamento cerimonioso;  “você”  e  “vocês”, no tratamento Podem ter outros empregos, como:
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português a) indicar afetividade.
do Brasil; em algumas regiões, a forma  tu  é de uso frequente; - Não faça isso, minha filha.
em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à b) indicar cálculo aproximado.
linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. Ele já deve ter seus 40 anos.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
Observações: Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
a) Vossa Excelência X Sua Excelência:  os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa (s)”  são empregados em 3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
relação à pessoa com quem falamos. pronome possessivo fica na 3ª pessoa.
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este Vossa Excelência trouxe sua mensagem?
encontro.
Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa. 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o concorda com o mais próximo.
Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. Trouxe-me seus livros e anotações.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao átonos assumem valor de possessivo.
tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa. Pronomes Demonstrativos

b)  3ª pessoa:  embora os pronomes de tratamento dirijam- Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto.
pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar discurso.
na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, No espaço:
para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro
está perto da pessoa que fala.
c) Uniformidade de Tratamento:  quando escrevemos ou Compro esse carro (aí). O pronome  esse  indica que o carro
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, fala.
por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
na terceira pessoa.  
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto
cabelos. (errado) por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro
cabelos. (correto) localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
cabelos. (correto)
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
Pronomes Possessivos informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
destinatária).
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical Reafirmamos a disposição  desta  universidade em participar
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
possuída). envia a mensagem).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

Língua Portuguesa 22
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APOSTILAS OPÇÃO
No tempo: eles:  algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém,
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere outrem, quem, tudo.
ao ano presente. Algo o incomoda?
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a Quem avisa amigo é.
um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se - Pronomes Indefinidos Adjetivos:  qualificam um ser
referindo a um passado distante. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
  aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Cada povo tem seus costumes.
invariáveis, observe: Certas pessoas exercem várias profissões.

Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s). Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
Invariáveis: isto, isso, aquilo. pronomes indefinidos adjetivos:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
- Também aparecem como pronomes demonstrativos: demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
te indiquei.) Menos palavras e mais ações.
- mesmo(s), mesma(s): Alguns se contentam pouco.
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
- próprio(s), própria(s): Os pronomes indefinidos podem ser divididos
Os próprios alunos resolveram o problema. em variáveis e invariáveis. Observe:

- semelhante(s): Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,


Não compre semelhante livro. outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
- tal, tais: tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns,
Tal era a solução para o problema. todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas,
nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Note que: Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
cada.
a)  Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
construções redundantes, com finalidade expressiva, para São  locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um,
salientar algum termo anterior. Por exemplo: qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for,
Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso. seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou
Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte! qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
b)  O pronome demonstrativo neutro  ou  pode representar Cada um escolheu o vinho desejado.
um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que
aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto. Indefinidos Sistemáticos
O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
c)  Para evitar a repetição de um verbo anteriormente Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, percebemos que existem alguns grupos que criam oposição
chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido
de). afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo;
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse. todo/tudo,  que indicam uma totalidade afirmativa, e  nenhum/
d)  Em frases como a seguinte,  este  se refere à pessoa nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ninguém,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro que se referem à pessoa, e  algo/nada, que se referem à coisa;
lugar. certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.
O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; Essas oposições de sentido são muito importantes na
aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado] construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica. vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos
A menina foi a tal que ameaçou o professor? expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes
f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem
pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, parte:
nisso, no, etc. Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo) prático.
Certas  pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
Pronomes Indefinidos pessoas quaisquer.

São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, Pronomes Relativos


dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
indeterminada. São aqueles que representam nomes já mencionados
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as
plantadas. orações subordinadas adjetivas.
Não é difícil perceber que  “alguém”  indica uma pessoa O racismo é um sistema  que  afirma a superioridade de um
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma grupo racial sobre outros.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano (afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros =
que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou oração subordinada adjetiva).
não se quer revelar.  O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema”
Classificam-se em: é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome
- Pronomes Indefinidos Substantivos:  assumem o lugar demonstrativo o, a, os, as.
do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São Não sei o que você está querendo dizer.

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APOSTILAS OPÇÃO
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem - quando (= em que)
expresso. Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
Quem casa, quer casa.
j)  Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
Observe: numa só frase.
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, O futebol é um esporte.
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas. O povo gosta muito deste esporte.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

Note que: k)  Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode


a)  O pronome  “que”  é o relativo de mais largo emprego, ocorrer a elipse do relativo “que”.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria,
por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for (que) fumava.
um substantivo.
Pronomes Interrogativos
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes
interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).
b)  O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são preferes.
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos
ou depois de determinadas preposições: passageiros desembarcaram.

Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o Sobre os pronomes:


qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade.) O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de
sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas desempenha função de complemento. Vamos entender,
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que
função exerce. Observe as orações:
c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
refere a uma oração. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-
lo.
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
sua vocação natural. Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto.
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo
mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
das quais. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso,
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia
(antecedente) (consequente) ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do
e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: “ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”)
Emprestei tantos quantos foram necessários. estiver no infinitivo ou gerúndio.
(antecedente) Eu desejo lhe perguntar algo.
Eu estou perguntando-lhe algo.
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente) Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos:
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente
f)  O pronome  “quem” se refere a pessoas e vem sempre dos segundos que são sempre precedidos de preposição.
precedido de preposição. - Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
estava fazendo.
É um professor a quem muito devemos. - Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que
(preposição) eu estava fazendo.
Questões
g)  “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar. 01. Observe as sentenças abaixo.
A casa onde morava foi assaltada. I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam.
II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo-
h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em nos inimigas desde aquele episódio.
que. III. A criança cuja a família não compareceu ficou inconsolável.
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
exterior. O pronome ‘cuja’ foi empregado de acordo com a norma
culta da língua portuguesa em:
i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras: (A) apenas uma das sentenças
- como (= pelo qual) (B) apenas duas das sentenças.
Não me parece correto o modo como você agiu semana (C) nenhuma das sentenças.
passada. (D) todas as sentenças.

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APOSTILAS OPÇÃO
02. Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou Em relação à charge acima, assinale a afirmativa inadequada.
que o que mais se faz no Facebook, depois de interagir com (A) A fala do personagem é uma modificação intencional de
amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer. uma fala de Cristo.
Se você gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará (B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a
formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo de todo pessoas distintas.
mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de (C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no
transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam poder.
o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos (D) A posição dos braços do personagem na charge repete a
fracos – uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais
que existam exceções _______qualquer regra, todos os estudos de Cristo na cruz.
mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são (E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de
mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem forma equilibrada.
fora dela.
Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito Respostas
geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo 01. A\02. E\03. B
mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles
transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe
apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando Verbo
uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos,
inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das
redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às Verbo  é a classe de palavras que se flexiona em pessoa,
informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
dizer “não” ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba ocorrência (nascer); desejo (querer).
adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
do conceito de amizade. possíveis significados. Observe que palavras como corrida,
É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns
diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidores” e possibilidades de flexão que esses verbos possuem.
“seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito
mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo Estrutura das Formas Verbais
Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu
que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto apresentar os seguintes elementos:
em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas.
No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
começar a te seguir. Nós não nos conhecemos. a)  Radical:  é a parte invariável, que expressa o significado
Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu essencial do verbo. Por exemplo:
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você.
Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a
pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas entre conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
si.
Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em: São três as conjugações:
<http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet- 1ª - Vogal Temática - A - (falar)
estamudando-amizade-619645.shtml>.
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se 3ª - Vogal Temática - I - (partir)
estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a que
se referem. c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o
I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a tempo e o modo do verbo.
amizades. Por exemplo:
II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
superficial de amizade. falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere-
se aos pronomes eu e você.
d)  Desinência número-pessoal:  é o elemento que designa
Quais estão corretas? a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou
(A) Apenas I. plural).
(B) Apenas II. falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
(C) Apenas III. falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III. Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a
03. Observe a charge a seguir. forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do
verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos


verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com
facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificação dos Verbos

Classificam-se em:

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APOSTILAS OPÇÃO
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações conjunção que.
no radical.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de
Por exemplo: canto     cantei      cantarei     cantava      cantasse fumar.)
b) Irregulares:  são aqueles cuja flexão provoca alterações Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia.
no radical ou nas desinências. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Por exemplo: faço     fiz      farei     fizesse Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais. - Pessoais:  não apresentam algumas flexões por motivos
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do
Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
principais verbos impessoais são: provavelmente causaria problemas de interpretação em certos
a)  haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se contextos.
ou fazer (em orações temporais). verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é
o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a
b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo) popularização da informática, tem sido conjugado em todos os
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. tempos, modos e pessoas.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia. d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- curtas (particípio irregular). Observe:
humorado”, usa-se o verbo  “amanhecer”  em sentido figurado.
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
deixa de ser impessoal para ser pessoal. Infinitivo Particípio regular Particípio irregular
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Anexar Anexado Anexo
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Dispersar Dispersado Disperso
d) São impessoais, ainda: Eleger Elegido Eleito
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
Ex.: Já passa das seis. Envolver Envolvido Envolto
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, Imprimir Imprimido Impresso
indicando suficiência. Ex.: 
Basta de tolices. Chega de blasfêmias. Matar Matado Morto
3. os verbos  estar  e  ficar  em orações tais como  Está bem, Morrer Morrido Morto
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal,  sem referência
a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, Pegar Pegado Pego
classificar o sujeito como  hipotético, tornando-se, tais verbos, Soltar Soltado Solto
então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical
possível”. Por exemplo: em sua conjugação.
Não deu para chegar mais cedo. Por exemplo: 
Dá para me arrumar uns trocados?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se Ir Pôr Ser Saber


apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. vou ponho sou sei
A fruta amadureceu. vais pus és sabes
As frutas amadureceram. ides pôs fui soube
fui punha foste saiba
Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
foste seja
pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de f) Auxiliares
animais; eis alguns: São aqueles que entram na formação dos tempos
bramar: tigre compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando
bramir: crocodilo acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas
cacarejar: galinha nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
coaxar: sapo                         
cricrilar: grilo   Vou                       espantar           as          moscas.
(verbo auxiliar)       (verbo principal no infinitivo)
Os principais verbos unipessoais são:
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, Está                    chegando            a         hora     do    debate.
ser (preciso, necessário, etc.). (verbo auxiliar)      (verbo principal no gerúndio)                 
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos                    
bastante.) Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.) haver.
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

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APOSTILAS OPÇÃO
Conjugação dos Verbos Auxiliares ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles
estivessem.
SER - Modo Indicativo Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres,
Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são. quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós
Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, estiverdes, quando eles estiverem.
vós éreis, eles eram. Futuro Composto: Tiver estado.
Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós
fomos, vós fostes, eles foram. Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós,
Pretérito Perfeito Composto: tenho sido. estai vós, estejam eles.
Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não
fôramos, vós fôreis, eles foram. estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido. Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele,
Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles.
nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
Futuro do Pretérito Composto: terei sido. Formas Nominais
Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos, Infinitivo: estar
vós sereis, eles serão. Gerúndio: estando
Futuro do Pretérito Composto: Teria sido. Particípio: estado

SER - Modo Subjuntivo ESTAR - Formas Nominais

Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós Infinitivo Impessoal: estar
sejamos, que vós sejais, que eles sejam. Infinitivo Pessoal: estar, estares, estar, estarmos, estardes,
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, estarem.
se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. Gerúndio: estando
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido. Particípio: estado
Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem. HAVER - Modo Indicativo
Futuro Composto: tiver sido.
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles
SER - Modo Imperativo hão.
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede havíamos, vós havíeis, eles haviam.
vós, sejam eles. Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram.
nós, não sejais vós, não sejam eles. Pretérito Perfeito Composto: tenho havido.
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu
sermos nós, por serdes vós, por serem eles. houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles
houveram.
SER - Formas Nominais Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido.
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele
Formas Nominais haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Infinitivo: ser Futuro do Presente Composto: terei havido.
Gerúndio: sendo Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele
Particípio: sido haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam.
Futuro do Pretérito Composto: teria havido.
Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos
nós, serdes vós, serem eles. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

ESTAR - Modo Indicativo Modo Subjuntivo


Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós
Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais, hajamos, que vós hajais, que eles hajam.
eles estão. Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se
Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles
estávamos, vós estáveis, eles estavam. houvessem.
Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido.
esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram. Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres,
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado. quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu houverdes, quando eles houverem.
estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles Futuro Composto: tiver havido.
estiveram.
Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado Modo Imperativo
Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós,
estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão. hajam eles.
Futuro do Presente Composto: terei estado. Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele hajamos nós, não hajais vós, não hajam eles.
estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam. Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver
Futuro do Pretérito Composto: teria estado. ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo HAVER - Formas Nominais

Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que Infinitivo Impessoal: haver, haveres, haver, havermos,
nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam. haverdes, haverem.
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se Infinitivo Pessoal: haver

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APOSTILAS OPÇÃO
Gerúndio: havendo chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
Particípio: havido A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Maria
TER - Modo Indicativo penteou-me.
 
Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, Observações:
eles têm. 1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
tínhamos, vós tínheis, eles tinham. sintática.
Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós 2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes
tivemos, vós tivestes, eles tiveram. oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais,
Pretérito Perfeito Composto: tenho tido. são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes,
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito,
ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram. exercem funções sintáticas.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido. Por exemplo:
Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto
teremos, vós tereis, eles terão. direto) - 1ª pessoa do singular
Futuro do Presente: terei tido.
Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria, Modos Verbais
nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
Futuro do Pretérito composto: teria tido. Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo modos: 
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo:
Modo Subjuntivo Eu sempre estudo.
Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por
nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham. exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por
tivesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem. exemplo: Estuda agora, menino.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido.
Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver, Formas Nominais
quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem.
Futuro Composto: tiver tido. Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
Modo Imperativo advérbio), sendo por isso denominadas  formas nominais.
Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós, Observe: 
tende vós, tenham eles. - a) Infinitivo Impessoal:  exprime a significação do verbo
Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles. substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta)
Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
termos nós, por terdes vós, por terem eles. O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
g) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro.
os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma
pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais b) Infinitivo Pessoal:  é o infinitivo relacionado às três
acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja: apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal;
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira:
pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se,
ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós)
no radical do verbo. Por exemplo: 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós)
Arrependi-me de ter estado lá. 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem (eles)
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem
um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, Por exemplo:
pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do
verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz- - c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou
se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva advérbio. Por exemplo: 
expressa pelo radical do próprio verbo.   Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e advérbio)
respectivos pronomes):  Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
Eu me arrependo  Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso;
Tu te arrependes  na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Ele se arrepende  Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Nós nos arrependemos  Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Vós vos arrependeis 
Eles se arrependem - d) Particípio:  quando não é empregado na formação dos
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado
 - 2. Acidentais:  são aqueles verbos transitivos diretos em que de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e
a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por grau. Por exemplo:
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito Terminados os exames, os candidatos saíram.
faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se (adjetivo verbal). Por exemplo:

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APOSTILAS OPÇÃO
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
Tempos Verbais cantaM vendeM parteM M

Tomando-se como referência o momento em que se fala, Pretérito Perfeito do Indicativo


a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
Veja: 1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação/Desinência
pessoal
1. Tempos do Indicativo CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
- Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo: cantaSTE vendeSTE partISTE STE
Eu estudo neste colégio. cantoU vendeU partiU U
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
momento anterior ao atual, mas que não foi completamente cantaSTES vendeSTES partISTES STES
terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi cantaRAM vendeRAM partiRAM AM
interrompido.
- Pretérito Perfeito (simples)  -  Expressa um fato ocorrido Pretérito mais-que-perfeito
num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite. 1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve 1ª/2ª e 3ª conj.
início no passado e que pode se prolongar até o momento atual. CANTAR VENDER PARTIR - -
Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames. cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
(forma simples) cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Pretérito Imperfeito do Indicativo
Por exemplo:  Ele estudará as lições amanhã.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve 1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado CANTAR VENDER PARTIR
antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal, cantAVA vendIA partIA
os alunos já terão terminado o teste. cantAVAS vendIAS partAS
- Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode CantAVA vendIA partIA
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
- Futuro do Pretérito (composto)  -  Enuncia um fato que cantAVAM vendIAM partIAM
poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato
passado. Por exemplo:  Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria Futuro do Presente do Indicativo
viajado nas férias.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
2. Tempos do Subjuntivo CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento cantar ás vender ás partir ás
atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame. cantar á vender á partir á
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas cantar emos vender emos partir emos
posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que cantar eis vender eis partir eis
ele vencesse o jogo. cantar ão vender ão partir ão

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções Futuro do Pretérito do Indicativo
em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente CANTAR VENDER PARTIR
terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha cantarIA venderIA partirIA
estudado bastante, não passou no teste. cantarIAS venderIAS partirIAS
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode cantarIA venderIA partirIA
ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo: cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
Quando ele vier à loja, levará as encomendas. cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que cantarIAM venderIAM partirIAM
indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
levará as encomendas. Presente do Subjuntivo
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
ao momento atual mas já terminado antes de outro fato Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a
futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
visitaremos. indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou
pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
Presente do Indicativo
1ª conj./2ª conj./3ª conju./Des.Temp./Des.temp./Des. pess
1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação / Desinência 1ª conj. 2ª/3ª conj.
pessoal CANTAR VENDER PARTIR
CANTAR VENDER PARTIR cantE vendA partA E A Ø
cantO vendO partO O cantES vendAS partAS E A S
cantaS vendeS parteS S cantE vendA partA E A Ø
canta vende parte - cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS

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APOSTILAS OPÇÃO
cantEIS vendAIS partAIS E A IS - O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu),
cantEM vendAM partAM E A M sede (vós).

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Infinitivo Impessoal

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, CANTAR VENDER PARTIR
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse
tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número Infinitivo Pessoal
e pessoa correspondente.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal CANTAR VENDER PARTIR
1ª /2ª e 3ª conj. cantar vender partir
CANTAR VENDER PARTIR cantarES venderES partirES
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø cantar vender partir
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S cantarMOS venderMOS partirMOS
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø cantarDES venderDES partirDES
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS cantarEM venderEM partirEM
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M Questões

Futuro do Subjuntivo 01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos


___ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada
-STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo- para seus pertences, conservando-os junto ao corpo. Assinale a
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa do texto.
correspondente. (A) sejam … mantesse
(B) sejam … mantivessem
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess. (C) sejam … mantém
1ª /2ª e 3ª conj. (D) seja … mantivessem
CANTAR VENDER PARTIR (E) seja … mantêm
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES 02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão
cantaR vendeR partiR R Ø apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS verbal em destaque expressa ação
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES (A) concluída.
cantaREM vendeREM PartiREM R EM (B) atemporal.
(C) contínua.
Imperativo (D) hipotética.
(E) futura.
Imperativo Afirmativo
03. (Escrevente TJ SP Vunesp) Sem querer estereotipar,
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente mas já estereotipando: trata--se de um ser cujas interações sociais
do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:  (A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
Pres. do Indicativo Imperativo Afirm. Pres. do Subjuntivo (C) adotar como referência de qualidade.
Eu canto --- Que eu cante (D) julgar de acordo com normas legais.
Tu cantas CantA tu Que tu cantes (E) classificar segundo ideias preconcebidas.
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos Respostas
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis 1-B / 2-C / 3-E
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem
Advérbio
Imperativo Negativo
O  advérbio, assim como muitas outras palavras existentes
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo,
negação às formas do presente do subjuntivo. tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade,
contiguidade.
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no
Que eu cante --- sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias
Que tu cantes Não cantes tu em que esse processo se desenvolve. 
Que ele cante Não cante você O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
Que nós cantemos Não cantemos nós caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não
Que vós canteis Não canteis vós é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também
Que eles cantem Não cantem eles modifica o  adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns
exemplos:
Observações:
Para quem se diz  distantemente alheio  a esse assunto,
você está até bem informado.
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa
(singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se alheio, representando uma qualidade, característica.
fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.

Língua Portuguesa 30
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APOSTILAS OPÇÃO
O artista canta muito mal. Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar -
devagarinho, 
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro Questões
advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos
verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando 01. Leia os quadrinhos para responder a questão.
como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por
mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar
tal função. Temos aí o que chamamos de locução adverbial,
representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem
dúvida, frente a frente, de modo algum, entre outras.

Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das


circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em
distintas categorias, uma vez expressas por:    
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam
em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
bondosamente, generosamente
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
muito, por completo.
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
em breve, hoje em dia (Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. Volume
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, Único)
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque dois
alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, advérbios: AÍ e ainda.
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, Considerando que advérbio é a palavra que modifica
ao lado, em volta um verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de a circunstância em que determinado fato ocorre, assinale
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, circunstâncias expressas por eles.
provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe A) Lugar e negação.
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, B) Lugar e tempo.
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, C) Modo e afirmação.
indubitavelmente D) Tempo e tempo.
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, E) Intensidade e dúvida.
simplesmente, só, unicamente
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também 02. Leia o texto a seguir.
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
de designação: Eis Impunidade é motor de nova onda de agressões
de interrogação: onde?(lugar), como?(modo),
quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade), Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas
para quê?(finalidade) últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de
Locução adverbial  repercussões.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio. Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da
Exemplo: estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) penal, por agressão, movida por sua ex-mulher.
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma
Há locuções adverbiais que possuem advérbios boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens
correspondentes. que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna
Exemplo: fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem
Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente. sucesso, de duas garotas que eram amigas dos rapazes que
saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única cair no chão.
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios Curiosamente, também é possível achar um blog que diz
é a de grau: que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se
quebrou ao cair no chão.
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
inconstitucionalissimamente, etc; ajudar a polícia na investigação.
Diminutivo: diminui a intensidade.

Língua Portuguesa 31
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APOSTILAS OPÇÃO
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se respectivamente, circunstâncias de
quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões A) afirmação e de intensidade.
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que B) modo e de tempo.
eles sejam julgados e condenados. C) modo e de lugar.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que D) lugar e de tempo.
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil E) intensidade e de negação.
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por
outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões. Respostas
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar. 1-B / 2-C / 3-B
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro,
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle Preposição
sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns
dos caminhos. Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado) termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente
há uma subordinação do segundo termo em relação ao
Assinale a alternativa cuja expressão em destaque apresenta primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
circunstância adverbial de modo. da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores
A) Repetidos episódios de violência (...) estão gerando ainda semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
uma série de repercussões.
B) ...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em Tipos de Preposição
plena balada…
C) Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem 1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente
sucesso, de duas amigas… como preposições.
D) Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
de um engano... para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
E) O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se
quebrando por aí… 2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
gramaticais que podem atuar como preposições.
03. Leia o texto a seguir. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
visto.
Cultura matemática
Hélio Schwartsman 3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas.
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito trás de.
com Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas
quais os números não encontravam muito espaço, como direito, A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode
jornalismo, as humanidades e até a medicina de antigamente. unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela
universitários, é considerado aceitável que um intelectual se
vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o beabá Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou preposição, mas das palavras às quais ela se une.
dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão
recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o nariz na Esse processo de junção de uma preposição com outra
manga da camisa. palavra pode se dar a partir de dois processos:
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida 1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma preposição a + artigos definidos o, os
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo a + o = ao
para quem não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras preposição a + advérbio onde
técnicas. a + onde = aonde
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil 2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
assimilar toda a numeralha que idealmente as informa. Preposição + Artigos
Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito De + o(s) = do(s)
para compreender as novas pesquisas que trazem informações De + a(s) = da(s)
relevantes para nossa saúde e bem-estar. De + um = dum
A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes De + uns = duns
especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da De + uma = duma
mecânica quântica indicam que existem universos paralelos, De + umas = dumas
isso basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene Em + o(s) = no(s)
Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão Em + a(s) = na(s)
eficaz para exprimir as leis da física. Em + um = num
Releia os trechos apresentados a seguir. Em + uma = numa
- Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras Em + uns = nuns
podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números Em + umas = numas
não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo) A + à(s) = à(s)
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma Por + o = pelo(s)
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º Por + a = pela(s)
parágrafo)
Preposição + Pronomes
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e De + ele(s) = dele(s)

Língua Portuguesa 32
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APOSTILAS OPÇÃO
De + ela(s) = dela(s) “Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s) João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
De + esse(s) = desse(s) meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos
De + essa(s) = dessa(s) preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros,
De + aquele(s) = daquele(s) grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos
De + aquela(s) = daquela(s) em comum: tabuleiros e peças de xadrez.
De + isto = disto O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
De + isso = disso de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
De + aquilo = daquilo que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
De + aqui = daqui “Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar
De + aí = daí duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada,
De + ali = dali pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate,
De + outro = doutro(s) instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça
De + outra = doutra(s) errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha
Em + este(s) = neste(s) vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema
Em + esta(s) = nesta(s) maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos.
Em + esse(s) = nesse(s) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos
Em + aquele(s) = naquele(s) em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez
Em + aquela(s) = naquela(s) que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar
Em + isto = nisto a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de
Em + isso = nisso Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado
Em + aquilo = naquilo o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi
A + aquele(s) = àquele(s) implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da
A + aquela(s) = àquela(s) disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória
A + aquilo = àquilo não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
Dicas sobre preposição esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido
oblíquo e artigo. Como distingui-los? ao bom comportamento”.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças
Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo
e feminino. por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade,
A dona da casa não quis nos atender. já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e
Como posso fazer a Joana concordar comigo? pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma
atitude”.
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a
um tratamento adequado. minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ “Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o
ou a função de um substantivo. egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
da família tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho
Creio que a conhecemos melhor que ninguém. Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado)
preposições:
Destino = Irei para casa. No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
Modo = Chegou em casa aos gritos. vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o
Lugar = Vou ficar em casa; termo em destaque expressa relação de
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência. A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar
Tempo = A prova vai começar em dois minutos. do projeto “Xadrez que liberta”.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral. B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o de falar.
tratamento. C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para
Instrumento = Escreveu a lápis. termos mais chances de vencer o torneio de xadrez.
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe. D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom. muito feliz, porque eu não esperava.
Companhia = Estarei com ele amanhã. E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir
Matéria = Farei um cartão de papel reciclado. a revisão da minha pena.
Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste, e você? 02. Considere o trecho a seguir.
Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume. O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio,
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista. no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham,
é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na
Questões instituição.
As preposições que preenchem o trecho, correta,
01. Leia o texto a seguir. respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são:

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APOSTILAS OPÇÃO
A) a ...com - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
B) de ...com Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
C) de ...a Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
D) com ...a quer, já...já.
E) para ...de
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Ex.
03. Assinale a alternativa cuja preposição em destaque Estudei muito, por isso mereço passar.
expressa ideia de finalidade. Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$ (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
957,70 para R$ 1.915,40.
B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É
o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
comprovar o crime. Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes
C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer do verbo), porquanto.
o exame clínico”...
D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz Conjunções subordinativas
Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas - CAUSAIS
embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”. Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma
E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade vez que, como (= porque).
policial de dizer quem está embriagado... Ele não fez o trabalho porque não tem livro.

Respostas - COMPARATIVAS
1-B / 2-B / 3-B Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
mais...do que, menos...do que.
Conjunção Ela fala mais que um papagaio.

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou - CONCESSIVAS


dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo: Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
mesmo que, apesar de, se bem que.
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato
amiguinhas. inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as cansada)
amiguinhas Apesar de ter chovido fui ao cinema.

Cada informação está estruturada em torno de um verbo: - CONFORMATIVAS


segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: Principais conjunções conformativas: como, segundo,
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e  mostrou conforme, consoante
3ª oração: quando viu as amiguinhas. Cada um colhe conforme semeia.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.
terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações. - CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência.
Observe: Gosto de natação e de futebol. Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”,
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes “tão”, “tamanho”).
ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está Falou tanto que ficou rouco.
ligando termos de uma mesma oração.
- FINAIS
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações Expressam ideia de finalidade, objetivo.
ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Todos trabalham para que possam sobreviver.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
Morfossintaxe da Conjunção (=para que),

As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem - PROPORCIONAIS


propriamente uma função sintática: são conectivos. Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
mais, ao passo que, à proporção que.
Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
Subordinativas
- TEMPORAIS
Conjunções coordenativas Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo
Dividem-se em: que.
Quando eu sair, vou passar na locadora.
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.
Ex. Gosto de cantar e de dançar. Importante:
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
não só...como também. Diferença entre orações causais e explicativas

- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição, Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
de compensação. e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos
com a dúvida de como distinguir uma oração causal de uma
Ex. Estudei, mas não entendi nada. explicativa. Veja os exemplos:
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo,
todavia, no entanto, entretanto. 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
atropelado”:

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APOSTILAS OPÇÃO
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou 03. Leia o texto a seguir.
uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes Participação
uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que
vêm marcadas por vírgula. Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de
b) Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração nós: a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação
Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será junto aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é
explicativa. simples: costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes”
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo) de nós, nas quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos
da nossa vida precisamos escolher entre o atendimento de um
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade interesse pessoal e o cumprimento de um dever ético? Como poeta
porque não havia cemitério no local.” e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um
(parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo convicto socialista. Em seu poema, o diálogo entre as duas partes
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê- é desenvolvido de modo a nos fazer pensar que são incompatíveis.
la é colocá-la no início do período, introduzida pela
conjunção como - o que não ocorre com a CS Explicativa. Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os mortos estrofe:
em outra cidade. “Traduzir uma parte na outra parte − que é uma questão de
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente vida ou morte − será arte?”
dependentes uma da outra.
Questões O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte
na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de
01. Leia o texto a seguir. espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse
A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma
mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em comunidade; quando deixasse de haver contradição entre a razão
disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos particular e a coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse
de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se
entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou mostra capaz de expressar tanto nossa subjetividade como nossa
até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. identidade social.
Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria
rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos vencer a parcialidade e chegar a uma autêntica participação,
ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços de sentido altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa
de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô, hipótese provocadora, formulada com um ar de convicção.
o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de (Belarmino Tavares, inédito)
Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de
um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma
passado. relação de causa e efeito:
Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877, A) ser poeta e militante político / confronto entre
existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor subjetividade e atuação social
da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para B) ser poeta e militante político / divisão permanente em
os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a cada um de nós
tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas
que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte
a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos, E) participar ativamente da política / formular hipóteses
as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de com ar de convicção
concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem Respostas
de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão 1-E / 2-E / 3-A
saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould,
depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu Interjeição
que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter
eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical. Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77) interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, mais elaboradas. Observe o exemplo:
ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o raiva se traduz numa palavra: Droga!
elemento grifado pode ser substituído por:
A) Porém. Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
B) Contudo. simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
C) Todavia. As sentenças da língua costumam se organizar de forma
D) Entretanto. lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
E) Conquanto. em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
outro lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma
02. Observando as ocorrências da palavra “como” em – ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
Como fomos programados para ver o mundo como um lugar locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
ameaçador… – é correto afirmar que se trata de conjunção sentença.
(A) comparativa nas duas ocorrências. Veja os exemplos:
(B) conformativa nas duas ocorrências. Bravo! Bis!
(C) comparativa na primeira ocorrência. bravo  e  bis: interjeição / sentença (sugestão): «Foi muito
(D) causal na segunda ocorrência. bom! Repitam!»
(E) causal na primeira ocorrência. Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...

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APOSTILAS OPÇÃO
ai: interjeição / sentença (sugestão): “Isso está doendo!” ou - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
“Estou com dor!” Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me,
Deus!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro,
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
um estado da alma decorrente de uma situação particular, um
não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes,
momento ou um contexto específico. Exemplos:
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que
Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
não se trata de um processo natural dessa classe de palavra,
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
O significado das interjeições está vinculado à maneira
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita Locução Interjetiva
o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
enunciação. Exemplos: Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
Psiu! expressão com sentido de interjeição. Por exemplo
contexto:  alguém pronunciando essa expressão na rua; Ora bolas!
significado da interjeição (sugestão):  “Estou te chamando! Ei, Quem me dera!
espere!” Virgem Maria!
Psiu! Meu Deus!
contexto: alguém pronunciando essa expressão em um Ai de mim!
hospital; significado da interjeição (sugestão):  “Por favor, faça Valha-me Deus!
silêncio!” Graças a Deus!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! Alto lá!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Muito bem!
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção Observações:

As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: 1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
a)  Sintetizar uma frase  exclamativa, exprimindo alegria, exemplo:
tristeza, dor, etc. Ué! = Eu não esperava por essa!
Você faz o que no Brasil? Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.
Eu? Eu negocio com madeiras.
Ah, deve ser muito interessante. 2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
b) Sintetizar uma frase apelativa tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
Cuidado! Saia da minha frente. podem aparecer como interjeições.
As interjeições podem ser formadas por: Viva! Basta! (Verbos)
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. Fora! Francamente! (Advérbios)
b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
bolas! porque sozinha pode constituir uma mensagem.
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes Socorro!
da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que Ajudem-me! 
uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo: Silêncio!
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade) Fique quieto!
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas,
Classificação das Interjeições
que exprimem ruídos e vozes.
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Atenção!, Olha!, Alerta!
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
depois do “ó” vocativo.
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!» (Olavo Bilac) 
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
Oh! a jornada negra!» (Olavo Bilac)
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
diminutivo ou no superlativo.
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
- Desculpa: Perdão!
Interjeições, leitura e produção de textos
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
Eh!
Usadas com muita frequência na língua falada informal,
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam
Ora!
conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
- como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos -
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens

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APOSTILAS OPÇÃO
e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas. É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos
Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido.
racional fazem das interjeições presença constante nos textos É o que ocorre em frases como:
publicitários. “Me empresta duzentinho...”
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ É artigo de primeiríssima qualidade!
morf89.php O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
Numeral divisão de futebol)

Numeral é a palavra que indica os seres em termos Emprego dos Numerais


numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
em determinada sequência. *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do
Eu quero café duplo, e você? substantivo:
[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] Ordinais Cardinais
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
“fila”] Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a
expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata *Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal
de numerais, mas sim de algarismos. até nono e o cardinal de dez em diante:
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção
ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, *Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um
ambos(as), novena. e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente
empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez
Classificação dos Numerais referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico: da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
um, dois, cem mil, etc. comunitárias de seu bairro.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
primeiro, segundo, centésimo, etc. Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: um primeiro - -
dobro, triplo, quíntuplo, etc. dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
Leitura dos Numerais quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
Separando os números em centenas, de trás para frente, seis sexto sêxtuplo sexto
obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no sete sétimo sétuplo sétimo
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos oito oitavo óctuplo oitavo
usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”. nove nono nônuplo nono
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte dez décimo décuplo décimo
e seis. onze décimo primeiro - onze avos
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
Flexão dos numerais catorze décimo quarto - catorze avos
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, quinze décimo quinto - quinze avos
dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. dezessete décimo sétimo - dezessete avos
Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: dezoito décimo oitavo - dezoito avos
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis. dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
Os numerais ordinais variam em gênero e número: trinta trigésimo - trinta avos
primeiro segundo milésimo quarenta quadragésimo - quarenta avos
primeira segunda milésima cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
primeiros segundos milésimos sessenta sexagésimo - sessenta avos
primeiras segundas milésimas setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam noventa nonagésimo - noventa avos
em funções substantivas: cem centésimo cêntuplo centésimo
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção. duzentos ducentésimo - ducentésimo
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais trezentos trecentésimo - trecentésimo
flexionam-se em gênero e número: quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
Teve de tomar doses triplas do medicamento. quinhentos quingentésimo - quingentésimo
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças setecentos septingentésimo - septingentésimo
partes oitocentos octingentésimo - octingentésimo
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma novecentos nongentésimo
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. ou noningentésimo - nongentésimo

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APOSTILAS OPÇÃO
mil milésimo - milésimo uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar
milhão milionésimo - milionésimo com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo
bilhão bilionésimo - bilionésimo que a segue: A  maioria  dos alunos  resolveu  ficar.   A maioria
dos alunos resolveram ficar.
Questões
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões
01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais” aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo
temos exemplos de numerais: concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de
A) ordinais; vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
B) cardinais;
C) fracionários; 5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
D) romanos; “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de
E) Nenhuma das alternativas. um candidato se inscreveu no concurso de piadas.  
Observação:
02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem - No caso da referida expressão aparecer repetida ou
empregados. associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo,
A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro. necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais de um
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo. aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de
C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro. doação de alimentos. 
D) Antes do artigo dez vem o artigo nono. Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado. de formatura. 

03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos
são, respectivamente que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos
A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno, que atuaram na Copa América.
nongentésimo
B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo 7) Em casos relativos à concordância com locuções
C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos
atermos a duas questões básicas:
Respostas - No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural,
1-B / 2-D / 3-B o verbo poderá com ele concordar, como poderá também
concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos.
/ Alguns de nós o receberão.
Concordância verbal e nominal; - Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso
no singular, o verbo permanecerá, também, no singular:  Algum
de nós o receberá.  

Concordância Verbal 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome


“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular
Ao falarmos sobre a  concordância verbal, estamos nos ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:   
referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / Fomos
e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes nós quem contamos toda a verdade para ela.
principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha 9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
a função de subordinado.  “que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza- palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. /
se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número Em casa sou eu que decido tudo.   
e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
chegou 10) No caso de o sujeito aparecer representado por
Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o
singular, pois faz referência a um sujeito, assim também expresso numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:   
(ele).  Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram 50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50%
atrasados. do eleitorado apoiou a decisão.
Temos aí o que podemos chamar de princípio básico. Observações:
Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é - Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de
eleger as principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram
simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos:  a decisão da diretoria 50% dos funcionários.     
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
Casos referentes a sujeito simples 1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.  
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os
núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.  50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. 

2) Nos casos referentes a sujeito representado por 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
singular:  A multidão, apavorada, saiu aos gritos. pessoa do singular ou do plural:  Vossas Majestades gostaram das
Observação: homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.  
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo
plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. que os determinam:
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, este permanece no singular, contanto que o predicativo também
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, esteja no singular:  Memórias póstumas de Brás Cubas é uma

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criação de Machado de Assis.    cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que
mundial. as sentem.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem (Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que
aparece, o verbo permanece no singular:  Estados Unidos é uma late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis,
potência mundial.  2005. p 250)

Casos referentes a sujeito composto A frase em que se respeitam as normas de concordância


verbal é:
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas (A) Deve haver muitas razões pelas quais os cachorros nos
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando atraem.
relacionado a dois pressupostos básicos: (B) Várias razões haveriam pelas quais os cachorros nos
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as atraem.
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. (C) Caberiam notar as muitas razões pelas quais os cachorros
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá nos atraem.
flexionar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. (D) Há de ser diversas as razões pelas quais os cachorros nos
Tu e ele são primos. atraem.
(E) Existe mesmo muitas razões pelas quais os cachorros
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto nos atraem.
ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois
filhos compareceram ao evento.   03. Uma pergunta
Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
no plural: Compareceram  ao evento  o pai e seus dois filhos. amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. e político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
decisão: - Quem sofrerá?
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a se
mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: considerar.
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do (Salvador Nicola, inédito)
mundo.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de
permanecer no singular ou ir para o plural: Minha vitória, corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço. (B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o
/ Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de peso de suas mais graves decisões.
meu esforço. (C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer)
tomar decisões sem medir suas consequências.
Questões (D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar)
sobrevir consequências imprevistas e injustas.
01. A concordância realizou-se adequadamente em qual (E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade,
alternativa? recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
(A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior potência humana.
econômica do planeta, mas há quem aposte que a China, em
breve, o ultrapassará. 04. Em um belo artigo, o físico Marcelo Gleiser, analisando a
(B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos constatação do satélite Kepler de que existem muitos planetas
que chegarão atrasados, tenho certeza disso. com características físicas semelhantes ao nosso, reafirmou sua
(C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode fé na hipótese da Terra rara, isto é, a tese de que a vida complexa
comê-las sem receio! (animal) é um fenômeno não tão comum no Universo.
(D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na Gleiser retoma as ideias de Peter Ward expostas de modo
janela do hotel! persuasivo em “Terra Rara”. Ali, o autor sugere que a vida
microbiana deve ser um fenômeno trivial, podendo pipocar até
02. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não em mundos inóspitos; já o surgimento de vida multicelular na
posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New Terra dependeu de muitas outras variáveis físicas e históricas,
Morning”. Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos o que, se não permite estimar o número de civilizações
nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos extra terráqueas, ao menos faz com que reduzamos nossas
de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato expectativas.
de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos Uma questão análoga só arranhada por Ward é a da
sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras inexorabilidade da inteligência. A evolução de organismos
tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações complexos leva necessariamente à consciência e à inteligência?
cotidianas com os outros. Robert Wright diz que sim, mas seu argumento é mais
Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato matemático do que biológico: complexidade engendra
de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam complexidade, levando a uma corrida armamentista entre
com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. espécies cujo subproduto é a inteligência.
Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um Stephen J. Gould e Steven Pinker apostam que não. Para
universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela eles, é apenas devido a uma sucessão de pré-adaptações e
vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao coincidências que alguns animais transformaram a capacidade
vento ou uivando durante a noite faz agitar-se dentro de nós de resolver problemas em estratégia de sobrevivência. Se
alguma coisa que também quer se expressar. rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes as
nós porque não prestam atenção as nossas convenções sociais. chances de não chegarmos a nada parecido com a inteligência.
Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima (Adaptado de Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo,
do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os 28/10/2012)

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APOSTILAS OPÇÃO
A frase em que as regras de concordância estão plenamente c) Um substantivo e mais de um adjetivo
respeitadas é: 1- antecede todos os adjetivos com um artigo.
(A) Podem haver estudos que comprovem que, no passado, Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos 2- coloca o substantivo no plural.
ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
(B) Cada um dos organismos simples que vivem na natureza
sobrevivem de forma quase automática, sem se valerem de d) Pronomes de tratamento
criatividade e planejamento. 1 - sempre concordam com a 3ª pessoa.
(C) Desde que observe cuidados básicos, como obter energia Vossa Santidade esteve no Brasil.
por meio de alimentos, os organismos simples podem preservar
a vida ao longo do tempo com relativa facilidade. e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
(D) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio de 1 - Concordam com o substantivo a que se referem.
dificuldades para obter a energia necessária a sua sobrevivência As cartas estão anexas.
e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças. A bebida está inclusa.
(E) A maioria dos organismos mais complexos possui um Precisamos de nomes próprios.
sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a Obrigado, disse o rapaz.
mudanças ambientais, como alterações na temperatura.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
05. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a 1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
concordância verbal está correta em: singular e o adjetivo no plural.
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois Renato advogou um e outro caso fáceis.
acabou os créditos. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis
que executa diversos serviços para os clientes. g) É bom, é necessário, é proibido
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis para 1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier
os passageiros que chegavam à cidade. precedido de artigo ou outro determinante.
(D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas Canja é bom. / A canja é boa.
lembranças que seu tio lhe deixou. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
(E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de táxi É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
para bater um papo com o motorista. é proibida.

Respostas h) Muito, pouco, caro


01. C\02. A\03. C\04. E\05. C 1- Como adjetivos: seguem a regra geral.
Comi muitas frutas durante a viagem.
Concordância Nominal Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros.
Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
demais termos da oração para que concordem em gênero e 2- Como advérbios: são invariáveis.
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o Comi muito durante a viagem.
artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
também o verbo, que se flexionará à sua maneira. Comprei caro os sapatos.

Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome i) Mesmo, bastante


concordam em gênero e número com o substantivo. 1- Como advérbios: invariáveis
- A pequena criança é uma gracinha. Preciso mesmo da sua ajuda.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.

Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra 2- Como pronomes: seguem a regra geral.
geral mostrada acima. Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
a) Um adjetivo após vários substantivos
1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural j) Menos, alerta
ou concorda com o substantivo mais próximo. 1- Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Preciso de menos comida para perder peso.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Estamos alerta para com suas chamadas.

2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o k) Tal Qual


plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. 1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o
- Ela tem pai e mãe louros. consequente.
- Ela tem pai e mãe loura. As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
para o plural. l) Possível
- O homem e o menino estavam perdidos. 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.
A mais possível das alternativas é a que você expôs.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
próximo. cidade.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco. m) Meio
2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: 1- Como advérbio: invariável.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Estou meio (um pouco) insegura.
Estavam feridos o pai e os filhos. 2- Como numeral: segue a regra geral.
Estava ferido o pai e os filhos. Comi meia (metade) laranja pela manhã.

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APOSTILAS OPÇÃO
n) Só - Advérbios:
1- apenas, somente (advérbio): invariável. Nesta casa se fala alemão.
Só consegui comprar uma passagem. Naquele dia me falaram que a professora não veio.
2- sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas. - Pronomes relativos:
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Questões Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.

01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou - Pronomes indefinidos:


nominal: Quem me disse isso?
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical. Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
(B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam
encontros semanais com os diversos interessados no assunto. - Pronomes demonstrativos:
(C) Alguma solução é necessária, e logo! Isso me deixa muito feliz!
(D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
não pode prosperar. - Preposição seguida de gerúndio:
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D. Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
João VI ter também elevado sua colônia americana à condição de indicado à pesquisa escolar.
Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil obter
certa autonomia econômica. - Conjunção subordinativa:
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
gênero, número ou pessoa): Ênclise
(A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer a
diferença.” A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
(B) Todos sabemos que a solução não é fácil. aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A
(C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às ênclise vai acontecer quando:
cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
(D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
longe... Amem-se uns aos outros.
(E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais Sigam-me e não terão derrotas.
compreensivo.
- O verbo iniciar a oração:
03. A concordância nominal está INCORRETA em: Diga-lhe que está tudo bem.
(A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o Chamaram-me para ser sócio.
envolvimento da empresa.
(B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição
desnecessária. “a”:
(C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da empresa Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
e a campanha. Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
(D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
desnecessárias. - O verbo estiver no gerúndio:
Respostas Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de
01. D\02. D\03. B despreocupada.
Despediu-se, beijando-me a face.
Pronomes: emprego e
colocação e Regência nominal - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no
e verbal. mesmo instante.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
Mesóclise
Colocação dos Pronomes Oblíquos
Átonos A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no
futuro do presente ou no futuro do pretérito:
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se
colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais realizará)
oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
referem. proposta a você)
Fontes:
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php
lhes, nos e vos. http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na htm
oração em relação ao verbo: Questões

1. próclise: pronome antes do verbo 01. Considerada a norma culta escrita, há correta substituição
2. ênclise: pronome depois do verbo de estrutura nominal por pronome em:
3. mesóclise: pronome no meio do verbo (A) Agradeço antecipadamente sua Resposta // Agradeço-
lhes antecipadamente.
Próclise (B) do verbo fabricar se extraiu o substantivo fábrica. // do
verbo fabricar se extraiu-lhe.
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: (C) não faltam lexicógrafos // não faltam-os.
- Palavras com sentido negativo: (D) Gostaria de conhecer suas considerações // Gostaria de
Nada me faz querer sair dessa cama. conhecê-las.
Não se trata de nenhuma novidade. (E) incluindo a palavra ‘aguardo’ // incluindo ela.

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APOSTILAS OPÇÃO
02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em também nominal). As preposições são capazes de modificar
“Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser exemplos:
(A) Basta apresenta-lo. Cheguei ao metrô.
(B) Basta apresentar-lhe. Cheguei no metrô.
(C) Basta apresenta-lhe.
(D) Basta apresentá-la. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
(E) Basta apresentá-lo. caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
03. Em qual período, o pronome átono que substitui o vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
sintagma em destaque tem sua colocação de acordo com a muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
norma-padrão? cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
(A) O porteiro não conhecia o portador do embrulho –
conhecia-o Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
(B) Meu pai tinha encontrado um marinheiro na praça Mauá acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é
– tinha encontrado-o. um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
(C) As pessoas relatarão as suas histórias para o registro no formas em frases distintas.
Museu – relatá-las-ão.
(D) Quem explicou às crianças as histórias de seus Verbos Intransitivos
antepassados? – explicou-lhes. Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
(E) Vinham perguntando às pessoas se aceitavam a ideia de importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
um museu virtual – Lhes vinham perguntando. aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
a) Chegar, Ir
04. De acordo com a norma-padrão e as questões gramaticais Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais
que envolvem o trecho “Frustrei-me por não ver o Escola”, é de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
correto afirmar que indicar destino ou direção são: a, para.
(A) “me” poderia ser deslocado para antes do verbo que Fui ao teatro.
acompanha.       Adjunto Adverbial de Lugar
(B) “me” deveria obrigatoriamente ser deslocado para antes
do verbo que acompanha. Ricardo foi para a Espanha.
(C) a ênclise em “Frustrei-me” é facultativa.                   Adjunto Adverbial de Lugar
(D) a inclusão do advérbio Não, no inı́cio da oração “Frustrei- b) Comparecer
me”, tornaria a próclise obrigatória. O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
(E) a ênclise em “Frustrei-me” é obrigatória. por em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
05. A substituição do elemento grifado pelo pronome jogo.
correspondente foi realizada de modo INCORRETO em:
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu Verbos Transitivos Diretos
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os Os verbos transitivos diretos são complementados por
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la objetos diretos. Isso significa que  não  exigem preposição  para
(D) que desviava a água = que lhe desviava o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses
(E) supriam a necessidade = supriam-na verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os,
as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir
Respostas as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r,
01. D/02. E/03. C/04. D/05. D -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em
sons nasais), enquanto  lhe e lhes são, quando complementos
Regência Verbal e Nominal verbais, objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar,
desejado, que sejam corretas e claras. socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
Regência Verbal verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Termo Regente:  VERBO Amo aquela moça. / Amo-a.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre Amam aquele rapaz. / Amam-no.
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
conhecermos as diversas significações que um verbo pode Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição.  Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Observe: Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou Verbos Transitivos Indiretos
prazer”, satisfazer. Os verbos transitivos indiretos são complementados por
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de preposição para o estabelecimento da relação de regência.
“agradar a alguém”. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que
podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para
Saiba que: substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como
O conhecimento do uso adequado das preposições é um complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos
dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes

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oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos Pedir
pronomes átonos lhe, lhes.  Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Pedi-lhe                 favores.
a) Consistir - Tem complemento introduzido pela Objeto Indireto    Objeto Direto
preposição “em”.                                      
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para Pedi-lhe                     que mantivesse em silêncio.
todos. Objeto Indireto           Oração Subordinada Substantiva
b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos                                                            Objetiva Direta
introduzidos pela preposição “a”.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Saiba que:
Eles desobedeceram às leis do trânsito. 1) A construção  “pedir para”,  muito comum na linguagem
c) Responder - Tem complemento introduzido pela cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver
quem” ou “ao que” se responde. subentendida.
Respondi ao meu patrão. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Respondemos às perguntas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
Respondeu-lhe à altura. oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto ir entregar-lhe os catálogos em casa).
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva 2) A construção  “dizer para”,  também muito usada
analítica. Veja: popularmente, é igualmente considerada incorreta.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Preferir
d) Simpatizar e  Antipatizar - Possuem seus complementos Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
introduzidos pela preposição “com”. indireto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Antipatizo com aquela apresentadora. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam Prefiro trem a ônibus.
para uma minoria privilegiada. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
termos intensificadores, tais como:  muito, antes, mil vezes, um
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados no próprio verbo (pre).
de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse
grupo: Mudança de Transitividade versus Mudança de
Significado
Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. apresentam mudança de significado. O conhecimento das
Veja os exemplos: diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico
Agradeço    aos ouvintes         a audiência. muito importante, pois além de permitir a correta interpretação
                   Objeto Indireto      Objeto Direto de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a
Cristo ensina que é preciso perdoar     o pecado        ao pecador. quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
                                                                 Obj. Direto       Objeto Indireto
Paguei      o débito        ao cobrador. AGRADAR
               Objeto Direto      Objeto Indireto 1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
acariciar.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
particular cuidado. Observe: quando o revê.
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. não perde oportunidade de agradá-lo.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. 2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado
Paguei minhas contas. / Paguei-as. a, satisfazer, ser agradável a.  Rege complemento introduzido
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Informar O cantor não lhes agradou.
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. ASPIRAR
Informe os novos preços aos clientes. 1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos (o ar), inalar.
preços) Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)

- Na utilização de pronomes como complementos, veja as 2)  Aspirar  é transitivo indireto no sentido de  desejar, ter
construções: como ambição.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre elas)
eles) Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
Obs.: a mesma regência do verbo  informar é usada  para os mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe”
seguintes:  avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”.  Veja o
exemplo:
Comparar Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento ASSISTIR
indireto. 1)  Assistir  é transitivo direto no sentido de  ajudar, prestar
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. assistência a, auxiliar. Por Exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.

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APOSTILAS OPÇÃO
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. Você procede muito mal.

2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, 2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição”
estar presente, caber, pertencer. de”) e  fazer, executar  (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
Exemplos: O avião procede de Maceió.
Assistimos ao documentário. Procedeu-se aos exames.
Não assisti às últimas sessões. O delegado procederá ao inquérito.
Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é QUERER
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar 1)  Querer  é transitivo direto no sentido de  desejar, ter
introduzido pela preposição “em”. vontade de, cobiçar.
Assistimos numa conturbada cidade. Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
CHAMAR
1)  Chamar  é transitivo direto no sentido de  convocar, 2)  Querer  é transitivo indireto no sentido de  ter afeição,
solicitar a atenção ou a presença de. estimar, amar.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Quero muito aos meus amigos.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
2)  Chamar  no sentido de  denominar, apelidar  pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo VISAR
preposicionado ou não. 1)  Como transitivo direto, apresenta os sentidos de  mirar,
A torcida chamou o jogador mercenário. fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
A torcida chamou ao jogador mercenário. O homem visou o alvo.
A torcida chamou o jogador de mercenário. O gerente não quis visar o cheque.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
2)  No sentido de  ter em vista, ter como meta, ter como
CUSTAR objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor O ensino deve sempre visar ao progresso social.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
Frutas e verduras não deveriam custar muito. público.
Questões
2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto. 01. Todas as alternativas estão corretas quanto ao emprego
Muito custa          viver tão longe da família. correto da regência do verbo, EXCETO:
            Verbo   Oração Subordinada Substantiva Subjetiva  (A) Faço entrega em domicílio.
       Intransitivo                       Reduzida de Infinitivo (B) Eles assistem o espetáculo.
(C) João gosta de frutas.
Custa-me (a mim)  crer que tomou realmente aquela atitude. (D) Ana reside em São Paulo.
        Objeto                 Oração Subordinada Substantiva Subjetiva  (E) Pedro aspira ao cargo de chefe.
        Indireto                                     Reduzida de Infinitivo
02. Assinale a opção em que o verbo
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que chamar é empregado com o mesmo sentido que
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara,
Observe o exemplo abaixo: Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
Custei para entender o problema.  (A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
Forma correta: Custou-me entender o problema. (B) bateram à porta, chamando Rodrigo;
(C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
IMPLICAR (D) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: (E) mandou chamar o médico com urgência.

a) dar a entender, fazer supor, pressupor 03. A regência verbal está correta na alternativa:
Suas atitudes implicavam um firme propósito. (A) Ela quer namorar com o meu irmão.
(B) Perdi a hora da entrevista porque fui à pé.
b)  Ter como consequência, trazer como consequência, (C) Não pude fazer a prova do concurso porque era de menor.
acarretar, provocar (D) É preferível ir a pé a ir de carro.
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um
povo. 04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado
com regência certa, exceto em:
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, (A) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera.
envolver (B) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. (C) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso;
(D) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo mágico;
indireto e rege com preposição “com”. (E) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.
Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
05. A regência verbal está INCORRETA em:
PROCEDER (A) Proibiram-no de fumar.
1)  Proceder  é intransitivo no sentido de  ser decisivo, (B) Ana comunicou sua mudança aos parentes mais íntimos.
ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, (C) Prefiro Português a Matemática.
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de (D) A professora esqueceu da chave de sua casa no carro da
adjunto adverbial de modo. amiga.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como (E) O jovem aspira à carreira militar.
refutá-las.

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APOSTILAS OPÇÃO
Respostas Habituado a
01. B\02. A\03. D\04. B\05. D Relativo a
Contemporâneo a, de
Regência Nominal Idêntico a
   
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, Advérbios
adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa Longe de Perto de
relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo
da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir
apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, paralelamente a; relativa a; relativamente a.
conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição «a”.Veja: Questões

Obedecer a algo/ a alguém. 01. Assinale a alternativa em que a preposição “a” não deva


Obediente a algo/ a alguém. ser empregada, de acordo com a regência nominal.
(A) A confiança é necessária ____ qualquer relacionamento.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados (B) Os pais de Pâmela estão alheios ____ qualquer decisão.
da preposição ou preposições que os regem. Observe-os (C) Sirlene tem horror ____ aves.
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses (D) O diretor está ávido ____ melhores metas.
nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. (E) É inegável que a tecnologia ficou acessível ____ toda
população.
Substantivos
Admiração a, por 02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto......
Devoção a, para, com, por simpatia.
Medo a, de (A) a, por, menos
Aversão a, para, por (B) do que, por, menos
Doutor em (C) a, para, menos
Obediência a (D) do que, com, menos
Atentado a, contra (E) do que, para, menos
Dúvida acerca de, em, sobre
Ojeriza a, por 03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser
Bacharel em seguidos pela mesma preposição:
Horror a (A) ávido, bom, inconsequente
Proeminência sobre (B) indigno, odioso, perito
Capacidade de, para (C) leal, limpo, oneroso
Impaciência com (D) orgulhoso, rico, sedento
Respeito a, com, para com, por (E) oposto, pálido, sábio

Adjetivos 04. “As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir


Acessível a Aracaju,........coração bate de noite, no silêncio”. A opção que
Diferente de completa corretamente as lacunas da frase acima é:
Necessário a (A) as quais, de cujo
Acostumado a, com (B) a que, no qual
Entendido em (C) de que, o qual
Nocivo a (D) às quais, cujo
Afável com, para com (E) que, em cujo
Equivalente a
Paralelo a 05. Com relação à Regência Nominal, indique a alternativa
Agradável a em que esta foi corretamente empregada.
Escasso de (A) A colocação de cartazes na rua foi proibida.
Parco em, de (B) É bom aspirar ao ar puro do campo.
Alheio a, de (C) Ele foi na Grécia.
Essencial a, para (D) Obedeço o Código de Trânsito.
Passível de
Análogo a Respostas
Fácil de 01. D\02. A\03. D\04. D\05. A
Preferível a
Ansioso de, para, por
Fanático por
Prejudicial a
Anotações
Apto a, para
Favorável a
Prestes a
Ávido de
Generoso com
Propício a
Benéfico a
Grato a, por
Próximo a
Capaz de, para
Hábil em
Relacionado com
Compatível com

Língua Portuguesa 45
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APOSTILAS OPÇÃO

Língua Portuguesa 46
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MATEMÁTICA

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APOSTILAS OPÇÃO

Quando todos os elementos de um conjunto A são também


elementos de um outro conjunto B, dizemos que A é
subconjunto de B. Exemplo:
- B = {2, 4} ⊂ A = {2, 3, 4, 5, 6}, pois 2 ∈ {2, 3, 4, 5, 6} e 4 ∈
{2, 3, 4, 5 ,6}

Teoria dos Conjuntos.

Conjunto é uma reunião, agrupamento de pessoas, seres, 1) Todo conjunto A é subconjunto dele próprio;
objetos, classes…, que possuem a mesma característica, nos dá 2) O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de
ideia de coleção. qualquer conjunto;
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras maiúsculas 3) O conjunto das partes é o conjunto formado por todos
A, B, C, ..., X, e os elementos pelas letras minúsculas a, b, c, ..., x, os subconjuntos de A.
y, ..., embora não exista essa obrigatoriedade. Se quiséssemos saber quantos subconjuntos tem o
conjunto A (exemplo acima), basta calcularmos aplicando o
Representação dos Conjuntos fórmula:
1) Pela designação de seus elementos: escrevemos os Números de elementos(n)= 5 → 2n = 25 = 32 subconjuntos,
elementos entre chaves, separando os por vírgula. Exemplo: incluindo o vazio e ele próprio.
{a, e, i, o, u} indica o conjunto formado pelas vogais
Relação de inclusão
2) Pela sua característica: escrevemos o conjunto Deve ser usada para estabelecer relação entre conjuntos
enunciando uma propriedade ou característica comum de seus com conjuntos, verificando se um conjunto é subconjunto ou
elementos. {x, | (tal que) x tem a propriedade P} não de outro conjunto.
Exemplo: Representamos as relações de inclusão pelos seguintes
- {x| x é vogal} é o mesmo que {a, e, i, o, u} símbolos:
⊂ (está contido); ⊄ (não está contido)
3) Pelo diagrama de Venn-Euler: os elementos do ⊃ (contém); ⊅ (não contém)
conjunto são colocados dentro de uma figura em forma de
elipse, chamada diagrama de Venn. Operações com Conjuntos
- União de conjuntos: a união (ou reunião) dos conjuntos
A e B é o conjunto formado por todos os elementos que
pertencem a A ou a B. Representa-se por A  B.
Simbolicamente: A  B = {x | x A ou x  B}

Igualdade de Conjuntos
Dois conjuntos A = B são ditos iguais (ou idênticos) se Exemplos:
todos os seus elementos são iguais, e escrevemos A = B. Caso - {2, 3}  {4, 5, 6} = {2, 3, 4, 5, 6}
haja algum que não o seja dizemos que estes conjuntos são - {a, b}   = {a, b}
distintos e escrevemos A ≠ B.
Exemplo: - Intersecção de conjuntos: a intersecção dos conjuntos
1) A = {3, 5, 7} e B = {x| x é primo e 3 ≤ x ≤ 7}, então A = B. A e B é o conjunto formado por todos os elementos que
pertencem, simultaneamente, a A e a B. Representa-se por A
Tipos de Conjuntos  B. Simbolicamente: A  B = {x | x  A e x  B}
- Conjunto Universo: reunião de todos os conjuntos que
estamos trabalhando.
- Conjunto Vazio: conjunto vazio é aquele que não possui
elementos. Representa-se por 0 ou, simplesmente { }.
- Conjunto Unitário: conjunto caracterizado por possuir
apenas um único elemento. Exemplos:
- Conjuntos Finitos e Infinitos - {2, 3, 4}  {3, 5} = {3}
Finito = quando podemos enumerar todos os seus - {2, 4}  {3, 5, 7} = 
elementos.
Infinito = contrário do finito.
Observação: Se A  B =  , dizemos que A e B são
Relação de Pertinência conjuntos disjuntos.
A relação de pertinência que nos dá um relacionamento
entre um elemento e um conjunto.
Usamos os ∈ (pertence) e ∉ (não pertence)
Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos x ∈ A,
caso ele não faça parte deste conjunto escrevemos x ∉ A
- Número de Elementos da União e da Intersecção de
Conjuntos: dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura
Subconjuntos

Matemática 1
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APOSTILAS OPÇÃO

abaixo, podemos estabelecer uma relação entre os respectivos - Se 92 pessoas responderam gostar do partido A e 35 delas
números de elementos. responderam que gostam de ambos, então o número de
pessoas que gostam somente do partido A é: 92 – 35 = 57.
- Se 80 pessoas responderam gostar do partido B e 35 delas
responderam gostar dos dois partidos, então o número de
operários que gostam somente do partido B é: 80 – 35 = 45.
- Se 57 gostam somente do partido A, 45 responderam que
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) gostam somente do partido B e 35 responderam que gostam
dos dois partidos políticos, então o número de pessoas que
Note que ao subtrairmos os elementos comuns (𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)) responderam à pesquisa foi: 57 + 35 + 45 = 137.
evitamos que eles sejam contados duas vezes.
Observações:
1) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um
deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será
verdadeira.
2) Podemos ampliar a relação do número de elementos
para três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) + 𝑛(𝐶) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐶) Referências
− 𝑛(𝐵 ∩ 𝐶) + 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵 ∩ 𝐶) GONÇALVES, Antônio R. - Matemática para Cursos de Graduação – Contexto
e Aplicações
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática Elementar – Vol. 01 – Conjuntos
- Diferença: a diferença entre os conjuntos A e B é o e Funções
conjunto formado por todos os elementos que pertencem a A Questões
e não pertencem a B. Representa-se por A – B. Para determinar
a diferença entre conjuntos, basta observamos o que o 01. Dos 43 vereadores de uma cidade, 13 dele não se
conjunto A tem de diferente de B. inscreveram nas comissões de Educação, Saúde e Saneamento
Simbolicamente: A – B = {x | x ∈ A e x ∉ B} Básico. Sete dos vereadores se inscreveram nas três comissões
citadas. Doze deles se inscreveram apenas nas comissões de
Educação e Saúde e oito deles se inscreveram apenas nas
comissões de Saúde e Saneamento Básico. Nenhum dos
vereadores se inscreveu em apenas uma dessas comissões. O
número de vereadores inscritos na comissão de Saneamento
Básico é igual a
Exemplo: (A) 15.
- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2} → A – B = {1, 3} e (B) 21.
(C) 18.
B – A =
(D) 27.
Note que A – B ≠ B - A (E) 16.

- Complementar: dados dois conjuntos A e B, tais que B ⊂ 02. Em uma pequena cidade, circulam apenas dois jornais
A (B é subconjunto de A), chama-se complementar de B em diferentes. O jornal A e o jornal B. Uma pesquisa realizada com
relação a A o conjunto A - B, ou seja, a diferença (os elementos os moradores dessa cidade mostrou que 33% lê o jornal A,
de A que não pertencem a B). Dizemos complementar de B em 45% lê o jornal B, e 7% leem os jornais A e B. Sendo assim,
relação a A. quantos por centos não leem nenhum dos dois jornais?
(A) 15%
(B) 25%
(C) 27%
(D) 29%
Exemplos: (E) 35%
Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:
03. Considere dois conjuntos A e B, sabendo que 𝐴 ∩ 𝐵 =
- A = {2, 3, 4}  A = {0, 1, 5, 6} {3}, 𝐴 ∪ 𝐵 = {0; 1; 2; 3; 5} 𝑒 𝐴 − 𝐵 = {1; 2}, assinale a
-C= C =S alternativa que apresenta o conjunto B.
(A) {1;2;3}
Resolução de Problemas Utilizando Conjuntos (B) {0;3}
Nos utilizaremos das operações com conjunto para (C) {0;1;2;3;5}
resolvermos problemas dessa natureza. (D) {3;5}
Exemplo: (E) {0;3;5}
1) Numa pesquisa sobre a preferência por dois partidos
políticos, A e B, obteve-se os seguintes resultados. Noventa e 04. Uma pesquisa, com 200 pessoas, investigou como eram
duas disseram que gostam do partido A, oitenta pessoas utilizadas as três linhas: A, B e C do Metrô de uma cidade.
disseram que gostam do partido B e trinta e cinco pessoas Verificou-se que 92 pessoas utilizam a linha A; 94 pessoas
disseram que gostam dos dois partidos. Quantas pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utilizam a linha C. Utilizam as
responderam a pesquisa? linhas A e B um total de 38 pessoas, as linhas A e C um total de
Resolução pela Fórmula 42 pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas; 26 pessoas
» n(A U B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira, conclui-se
» n(A U B) = 92 + 80 – 35 corretamente que o número de entrevistados que utilizam as
» n(A U B) = 137 linhas A e B e C é igual a
Resolução pelo diagrama: (A) 50.
(B) 26.
(C) 56.

Matemática 2
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APOSTILAS OPÇÃO

(D) 10. 92 - [80 - x] + 94 - [98 - x] + 110 - [102 - x] + 38 + 42 – x +


(E) 18. 60 – x + 26 = 200
92 – 80 +x + 94 – 98 +x + 110 – 102 + x + 166 -2x = 200
05. Numa recepção, foram servidos os salgados pastel e x + 462 – 280 = 200 → x + 182 = 200 → x = 200-182 → x =
casulo. Nessa, estavam presentes 10 pessoas, das quais 5 18
comeram pastel, 7 comeram casulo e 3 comeram as duas.
Quantas pessoas não comeram nenhum dos dois salgados? 05. Resposta: C.
(A) 0
(B) 5
(C) 1
(D) 3
(E) 2
Respostas

01. Resposta: C.
De acordo com os dados temos: 2 + 3 + 4 + x = 10 → x = 10 – 9 → x = 1
7 vereadores se inscreveram nas 3.
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois Conjuntos dos números
ele já desconsidera os que se inscreveram nos três) Reais (R): operações,
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões,
propriedades e problemas.
pois 13 dos 43 não se inscreveram.
Portanto, 30 – 7 – 12 – 8 = 3 Caro (a) candidato (a), este Tópico refere-se a todos os
Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores. CONJUNTOS (NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS, IRRACIONAIS e
REAIS.

CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS - N

O conjunto dos números naturais é representado pela letra


maiúscula N e estes números são construídos com os
algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são conhecidos
como algarismos indo-arábicos. Embora o zero não seja um
número natural no sentido que tenha sido proveniente de
objetos de contagens naturais, iremos considerá-lo como um
número natural uma vez que ele tem as mesmas propriedades
Em saneamento se inscreveram: 3 + 7 + 8 = 18 algébricas que estes números.
Na sequência consideraremos que os naturais têm início
02. Resposta: D. com o número zero e escreveremos este conjunto como: N = {
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}

As reticências (três pontos) indicam que este conjunto não


tem fim. N é um conjunto com infinitos números.

26 + 7 + 38 + x = 100 → x = 100 – 71 → x = 29% Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o


conjunto será representado por:
03. Resposta: E. N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ...}
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
de B. A – B são os elementos que tem em A e não em B. Então Subconjuntos notáveis em N:
de A  B, tiramos que B = {0; 3; 5}. 1 – Números Naturais não nulos
N* ={1,2,3,4,...,n,...}; N* = N-{0}
04. Resposta: E.
2 – Números Naturais pares
Np = {0,2,4,6,...,2n,...}; com n ∈ N

3 - Números Naturais ímpares


Ni = {1,3,5,7,...,2n+1,...} com n ∈ N

4 - Números primos
P={2,3,5,7,11,13...}

A construção dos Números Naturais


- Todo número natural dado tem um sucessor (número que
vem depois do número dado), considerando também o zero.

92-[38-x+x+42-x]+94-[38-x+x+60-x]+110-[42-x+x+60- - Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um


x]+(38-x)+x+(42-x)+(60-x)+26=200 antecessor (número que vem antes do número dado).
Exemplo:

Matemática 3
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APOSTILAS OPÇÃO

- Se um número natural é sucessor de outro, então os dois


números juntos são chamados números consecutivos.
Relações essenciais numa divisão de números
Exemplos:
naturais:
a) 1 e 2 são números consecutivos.
- Em uma divisão exata de números naturais, o divisor
b) 7 e 8 são números consecutivos.
deve ser menor do que o dividendo.
35 : 7 = 5
- Vários números formam uma coleção de números
- Em uma divisão exata de números naturais, o
naturais consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro, o
dividendo é o produto do divisor pelo quociente.
terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do terceiro
35 = 5 x 7
e assim sucessivamente.
Exemplos:
- A divisão de um número natural n por zero não é
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
possível pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, então
b) 7, 8 e 9 são consecutivos.
poderíamos escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: n = 0 x q
= 0 o que não é correto! Assim, a divisão de n por 0 não tem
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
sentido ou ainda é dita impossível.
números naturais pares. P = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
Propriedades da Adição e da Multiplicação dos
números naturais ímpares. I = {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
números Naturais
Para todo a, b e c ∈ 𝑁
Operações com Números Naturais
1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c)
As duas principais operações possíveis no conjunto dos
2) Comutativa da adição: a + b = b + a
números naturais são: a adição e a multiplicação.
3) Elemento neutro da adição: a + 0 = a
4) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a. (b.c)
- Adição de Números Naturais
5) Comutativa da multiplicação: a.b = b.a
A primeira operação fundamental da Aritmética tem por
6) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a
finalidade reunir em um só número, todas as unidades de dois
7) Distributiva da multiplicação relativamente à adição:
ou mais números.
a.(b +c ) = ab + ac
Exemplo:
8) Distributiva da multiplicação relativamente à
5 + 4 = 9, onde 5 e 4 são as parcelas e 9 soma ou total
subtração: a .(b –c) = ab –ac
9) Fechamento: tanto a adição como a multiplicação de um
-Subtração de Números Naturais
número natural por outro número natural, continua como
É usada quando precisamos tirar uma quantia de outra, é a
resultado um número natural.
operação inversa da adição. A operação de subtração só é
válida nos naturais quando subtraímos o maior número do Referências
menor, ou seja quando a-b tal que a≥ 𝑏. IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
Exemplo: IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 01 – Conjuntos e
254 – 193 = 61, onde 254 é o Minuendo, o 193 Funções
Subtraendo e 061 a diferença. Questões

Obs.: o minuendo também é conhecido como aditivo e o 01. A partir de 1º de março, uma cantina escolar adotou
subtraendo como subtrativo. um sistema de recebimento por cartão eletrônico. Esse cartão
funciona como uma conta corrente: coloca-se crédito e vão
- Multiplicação de Números Naturais sendo debitados os gastos. É possível o saldo negativo. Enzo
É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro toma lanche diariamente na cantina e sua mãe credita valores
número denominado multiplicando ou parcela, tantas vezes no cartão todas as semanas. Ao final de março, ele anotou o seu
quantas são as unidades do segundo número denominadas consumo e os pagamentos na seguinte tabela:
multiplicador.
Exemplo:
2 x 5 = 10, onde 2 e 5 são os fatores e o 10 produto.

- 2 vezes 5 é somar o número 2 cinco vezes: 2 x 5 = 2 + 2 +


2 + 2 + 2 = 10. Podemos no lugar do “x” (vezes) utilizar o ponto
“. “, para indicar a multiplicação).

- Divisão de Números Naturais


Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber
quantas vezes o segundo está contido no primeiro. O primeiro No final do mês, Enzo observou que tinha
número que é o maior é denominado dividendo e o outro (A) crédito de R$ 7,00.
número que é menor é o divisor. O resultado da divisão é (B) débito de R$ 7,00.
chamado quociente. Se multiplicarmos o divisor pelo (C) crédito de R$ 5,00.
quociente obteremos o dividendo. (D) débito de R$ 5,00.
(E) empatado suas despesas e seus créditos.

02. José, funcionário público, recebe salário bruto de R$


2.000,00. Em sua folha de pagamento vem o desconto de R$

Matemática 4
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APOSTILAS OPÇÃO

200,00 de INSS e R$ 35,00 de sindicato. Qual o salário líquido


de José? - O conjunto dos números inteiros positivos:
(A) R$ 1800,00 Z*+ = {1, 2, 3, 4,...}
(B) R$ 1765,00
(C) R$ 1675,00 - O conjunto dos números inteiros não positivos:
(D) R$ 1665,00 Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
- O conjunto dos números inteiros negativos:
03. O quociente entre dois números naturais é 10. Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1}
Multiplicando-se o dividendo por cinco e reduzindo-se o
divisor à metade, o quociente da nova divisão será: Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a
(A) 2 distância ou afastamento desse número até o zero, na reta
(B) 5 numérica inteira. Representa-se o módulo por | |.
(C) 25 O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
(D) 50 O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
(E) 100 O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
Respostas O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é
sempre positivo.
01. Resposta: B.
Crédito: 40 + 30 + 35 + 15 = 120 Números Opostos: Dois números inteiros são ditos
Débito: 27 + 33 + 42 + 25 = 127 opostos um do outro quando apresentam soma zero; assim, os
120 – 127 = - 7 pontos que os representam distam igualmente da origem.
Ele tem um débito de R$ 7,00. Exemplo: O oposto do número 3 é -3, e o oposto de -3 é 3,
pois 3 + (-3) = (-3) + 3 = 0
02. Resposta: B. No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a é – a, e
2000 – 200 = 1800 – 35 = 1765 vice-versa; particularmente o oposto de zero é o próprio zero.
O salário líquido de José é R$ 1.765,00.

03. Resposta: E.
D= dividendo
d= divisor
Q = quociente = 10
R= resto = 0 (divisão exata)
Equacionando:
D = d.Q + R
D = d.10 + 0 → D = 10d Adição de Números Inteiros
Pela nova divisão temos: Para melhor entendimento desta operação, associaremos
𝑑 𝑑
5𝐷 = . 𝑄 → 5. (10𝑑) = . 𝑄 , isolando Q temos: aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos
2 2 números inteiros negativos a ideia de perder.
Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+ 5) + (+ 3) = (+8)
50𝑑 2
𝑄= → 𝑄 = 50𝑑. → 𝑄 = 50.2 → 𝑄 = 100 Perder 3 + perder 4 = perder 7 (- 3) + (- 4) = (- 7)
𝑑 𝑑 Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+ 8) + (- 5) = (+ 3)
2 O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado,
mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser
dispensado.
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS – Z
Subtração de Números Inteiros
Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião
do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o A subtração é empregada quando:
conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Este - Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade;
conjunto é denotado pela letra Z (Zahlen = número em - Temos duas quantidades e queremos saber quanto uma
alemão). delas tem a mais que a outra;
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a
uma delas para atingir a outra.
A subtração é a operação inversa da adição.
Observe que em uma subtração o sinal do resultado é
sempre do maior número!!!
4+5=9
4 – 5 = -1

Considere as seguintes situações:


N ᑕ Z – O conjunto dos números Naturais está contido no
1 - Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou
Conjunto do números Interios.
de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura?
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) –
O conjunto dos números inteiros possui alguns
(+3) = +3
subconjuntos notáveis:
2 - Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o
- O conjunto dos números inteiros não nulos:
dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus.
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...};
Qual a temperatura registrada na noite de terça-feira?
Z* = Z – {0}
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) =
- O conjunto dos números inteiros não negativos:
+3
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...}
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N

Matemática 5
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APOSTILAS OPÇÃO

Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6) Exemplos:


– (+3) é o mesmo que (+6) + (–3). 33 = (3) x (3) x (3) = 27
Temos: (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3 (-7)² = (-7) x (-7) = 49
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 (+9)² = (+9) x (+9) = 81
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o - Toda potência de base positiva é um número inteiro
mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do segundo. positivo.
Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
Fique Atento: todos parênteses, colchetes, chaves,
números, ..., entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o - Toda potência de base negativa e expoente par é um
seu sinal invertido, ou seja, é dado o seu oposto. número inteiro positivo.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
Multiplicação de Números Inteiros
A multiplicação funciona como uma forma simplificada de - Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um
uma adição quando os números são repetidos. Poderíamos número inteiro negativo.
analisar tal situação como o fato de estarmos ganhando Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
repetidamente alguma quantidade, como por exemplo, ganhar
1 objeto por 30 vezes consecutivas, significa ganhar 30 objetos Propriedades da Potenciação:
e está repetição pode ser indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ...
+ 1 + 1 = 30 x 1 = 30 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 + 2 se a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–
+ 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60 7)9
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: (–2)
+ (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-
Observamos que a multiplicação é um caso particular da se a base e subtraem-se os expoentes. (-13)8 : (-13)6 = (-13)8 –
adição onde os valores são repetidos. 6 = (-13)2

Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser


indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e
as letras. multiplicam-se os expoentes. [(-8)5]2 = (-8)5 . 2 = (-8)10

Divisão de Números Inteiros 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-8)1 =


- Divisão exata de números inteiros. -8 e (+70)1 = +70
Veja o cálculo:
(– 20): (+ 5) = q  (+ 5) . q = (– 20)  q = (– 4) 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero:
Logo: (– 20): (+ 5) = - 4 É igual a 1.
Exemplo: (+3)0 = 1 e (–53)0 = 1
Considerando os exemplos dados, concluímos que, para
efetuar a divisão exata de um número inteiro por outro Radiciação de Números Inteiros
número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a é a
dividendo pelo módulo do divisor. operação que resulta em outro número inteiro não negativo b
Exemplo: (+7): (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que não que elevado à potência n fornece o número a. O número n é o
podem ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número índice da raiz enquanto que o número a é o radicando (que fica
inteiro. sob o sinal do radical).
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a
associativa e não tem a propriedade da existência do elemento operação que resulta em outro número inteiro não negativo
neutro. que elevado ao quadrado coincide com o número a.
- Não existe divisão por zero. Atenção: Não existe a raiz quadrada de um número
- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.
zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por
zero é igual a zero. Erro comum: Frequentemente lemos em materiais
Exemplo: 0: (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1) = 0 didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimento
de:
Regra de Sinais da Multiplicação e Divisão:
→ Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre 9 = ± 3, mas isto está errado. O certo é: 9 = +3
positivo.
→ Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre Observamos que não existe um número inteiro não
negativo. negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um
número negativo.
Potenciação de Números Inteiros A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a
A potência an do número inteiro a, é definida como um operação que resulta em outro número inteiro que elevado ao
produto de n fatores iguais. O número a é denominado a base cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os nossos
e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é cálculos somente aos números não negativos.
multiplicado por a n vezes Exemplos:
3
(a) 8 = 2, pois 2³ = 8.

(b)
3
8 = –2, pois (–2)³ = -8.

Matemática 6
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APOSTILAS OPÇÃO

Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o (D) - 49


produto de números inteiros, concluímos que: (E) – 42
(1) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número Respostas
inteiro negativo.
(2) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz de 01. Resposta: A.
qualquer número inteiro. 50-20=30 atitudes negativas
Propriedades da Adição e da Multiplicação dos 20.4=80
números Inteiros 30.(-1)=-30
Para todo a, b e c ∈ 𝑍 80-30=50
1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c)
2) Comutativa da adição: a + b = b +a 02. Resposta: D.
3) Elemento neutro da adição : a + 0 = a Geladeira + Micro-ondas + DVD = 1213 + 429 + 399 = 2041
4) Elemento oposto da adição: a + (-a) = 0 Geladeira + Micro-ondas + TV = 1213 + 429 + 562 = 2204,
5) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a. (b.c) extrapola o orçamento
6) Comutativa da multiplicação : a.b = b.a Geladeira + TV + DVD = 1213 + 562 + 399 = 2174, é a maior
7) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a quantidade gasta possível dentro do orçamento.
8) Distributiva da multiplicação relativamente à adição: Troco:2200 – 2174 = 26 reais
a.(b +c ) = ab + ac
9) Distributiva da multiplicação relativamente à 03. Resposta: D.
subtração: a .(b –c) = ab –ac Maior inteiro menor que 8 é o 7
10) Elemento inverso da multiplicação: Para todo inteiro z Menor inteiro maior que - 8 é o - 7.
diferente de zero, existe um inverso Portanto: 7(- 7) = - 49
z –1 = 1/z em Z, tal que, z x z–1 = z x (1/z) = 1
11) Fechamento: tanto a adição como a multiplicação de CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS – Q
um número natural por outro número natural, continua como
resultado um número natural. m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
Referências n
IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único , onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 01 – Conjuntos e
Funções
diferente de zero. Frequentemente usamos m/n para significar
Questões a divisão de m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser
01. Para zelar pelos jovens internados e orientá-los a obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão
respeito do uso adequado dos materiais em geral e dos pela qual, o conjunto de todos os números racionais é
recursos utilizados em atividades educativas, bem como da denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a
preservação predial, realizou-se uma dinâmica elencando notação:
“atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no entendimento m
Q={ : m e n em Z, n diferente de zero}
dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um classificasse n
suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo (+4)
pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Se
um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes
anotadas, o total de pontos atribuídos foi
(A) 50.
(B) 45.
(C) 42.
(D) 36.
(E) 32.
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
- Q* = conjunto dos racionais não nulos;
02. Ruth tem somente R$ 2.200,00 e deseja gastar a maior
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
quantidade possível, sem ficar devendo na loja.
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
Verificou o preço de alguns produtos:
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
TV: R$ 562,00
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos.
DVD: R$ 399,00
Micro-ondas: R$ 429,00
Representação Decimal das Frações
Geladeira: R$ 1.213,00
Na aquisição dos produtos, conforme as condições p
mencionadas, e pagando a compra em dinheiro, o troco Tomemos um número racional , tal que p não seja
recebido será de:
q
(A) R$ 84,00 múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar
(B) R$ 74,00 a divisão do numerador pelo denominador.
(C) R$ 36,00 Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
(D) R$ 26,00 1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
(E) R$ 16,00 número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2
03. Multiplicando-se o maior número inteiro menor do que = 0,4
8 pelo menor número inteiro maior do que - 8, o resultado
5
encontrado será 1
= 0,25
(A) - 72 4
(B) - 63
(C) - 56

Matemática 7
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APOSTILAS OPÇÃO

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, O número 234 é a junção do ante período com o período.
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se Neste caso temos um dízima periódica é composta, pois existe
periodicamente Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas: uma parte que não se repete e outra que se repete. Neste caso
1 temos um ante período (2) e o período (34). Ao subtrairmos
= 0,333... deste número o ante período(234-2), obtemos 232, o
3 numerador. O denominador é formado por tantos dígitos 9 –
1 que correspondem ao período, neste caso 99(dois noves) – e
= 0,04545...
22 pelo dígito 0 – que correspondem a tantos dígitos tiverem o
ante período, neste caso 0(um zero).
Existem frações muito simples que são representadas por
formas decimais infinitas, com uma característica especial:
existe um período.

232
1 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜 − 𝑎
990
1222
→ (1.990 + 232) = 1222, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶
Aproveitando o exemplo acima temos 0,333... = 3. 1/101 990
+ 3 . 1/102 + 3 . 1/103 + 3 . 1/104 ...
611
Simplificando por 2, obtemos x = , a fração geratriz da
Representação Fracionária dos Números Decimais 495
Trata-se do problema inverso: estando o número racional dízima 1, 23434...
escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
fração. Temos dois casos: Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que
1º) Transformamos o número em uma fração cujo representa esse número ao ponto de abscissa zero.
numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador
é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas
forem as casas decimais do número decimal dado:
9
0,9 =
10
5 1
0,005 = =
1000 200
Exemplos:
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para 3 3
. Indica-se 
3 3
tanto, vamos apresentar o procedimento através de alguns 1) Módulo de – é =
exemplos: 2 2 2 2
Exemplos:
3 3
. Indica-se 
1) Seja a dízima 0, 333.... 3 3
2) Módulo de + é =
Veja que o período que se repete é apenas 1(formado pelo 2 2 2 2
3) → então vamos colocar um 9 no denominador e repetir no
numerador o período.
3 3
Números Opostos: Dizemos que – e são números
2 2
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do
3 3 3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração . outro. As distâncias dos pontos – e ao ponto zero da
9 2 2
2) Seja a dízima 5, 1717.... reta são iguais.
O período que se repete é o 17, logo dois noves no
denominador (99). Observe também que o 5 é a parte inteira, Inverso de um Número Racional
logo ele vem na frente: 𝒂 −𝒏 𝒃 𝒏
17 ( ) ,𝒂 ≠ 𝟎 = ( ) ,𝒃 ≠ 𝟎
5 → 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑎, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜 → 𝒃 𝒂
99
512
(5.99 + 17) = 512, 𝑙𝑜𝑔𝑜 ∶
99

512 Representação geométrica dos Números Racionais


Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
Neste caso para transformarmos uma dízima
periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9
no denominador para cada quantos dígitos tiver o período Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem
da dízima. infinitos números racionais.

3) Seja a dízima 1, 23434... Soma (Adição) de Números Racionais

Matemática 8
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APOSTILAS OPÇÃO

Como todo número racional é uma fração ou pode ser qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)
escrito na forma de uma fração, definimos a adição entre os
a c Exemplos:
números racionais e , da mesma forma que a soma de
b d 2
3
2 2 2 8
frações, através de: a)   =  . . =
a c ad  bc
5  5   5   5  125
+ =
b d bd
 1
3
 1  1  1
Subtração de Números Racionais b)    =   .   .   =  1
A subtração de dois números racionais p e q é a própria  2  2  2  2 8
operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: p –
q = p + (–q)
Propriedades da Potenciação:
a c ad  bc 1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
- =
b d bd 0
 2
  =1
Multiplicação (Produto) de Números Racionais  5
Como todo número racional é uma fração ou pode ser
escrito na forma de uma fração, definimos o produto de dois 2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
a c 1
números racionais e , da mesma forma que o produto  9 9
b d   = 
de frações, através de:  4 4
a c ac
x = 3) Toda potência com expoente negativo de um número
b d bd racional diferente de zero é igual a outra potência que tem a
O produto dos números racionais a/b e c/d também pode base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao
ser indicado por a/b × c/d, a/b.c/d . Para realizar a oposto do expoente anterior.
multiplicação de números racionais, devemos obedecer à 2 2
mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:  3  5 25
  =   =
Propriedades da Adição e Multiplicação de Números
 5  3 9
Racionais
1) Fechamento: O conjunto Q é fechado para a operação de 4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal
adição e multiplicação, isto é, a soma e a multiplicação de dois da base.
números racionais ainda é um número racional. 2
3
2 2 2 8
2) Associativa da adição: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c   =  . .  =
)=(a+b)+c 3 3 3 3 27
3) Comutativa da adição: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
4) Elemento neutro da adição: Existe 0 em Q, que 5) Toda potência com expoente par é um número positivo.
adicionado a todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q +
 1
2
 1  1 1
0=q   =   .   =
5) Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal  5  5   5  25
que q + (–q) = 0
6) Associativa da multiplicação: Para todos a, b, c em Q: a × 6) Produto de potências de mesma base. Para reduzir um
(b×c)=(a×b)×c produto de potências de mesma base a uma só potência,
7) Comutativa da multiplicação: Para todos a, b em Q: a × b conservamos a base e somamos os expoentes.
=b×a 2 3
8) Elemento neutro da multiplicação: Existe 1 em Q, que 2 2
multiplicado por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:   .  =
q×1=q 5 5
23 5
9) Elemento inverso da multiplicação: Para todo q =
a  2 2 2 2 2  2 2
b  . . . .      
 5 5 5 5 5  5 5
em Q, q diferente de zero, existe :
b a b 7) Quociente de potências de mesma base. Para reduzir um
q-1 = em Q: q × q-1 = 1 x =1
a b a quociente de potências de mesma base a uma só potência,
10) Distributiva da multiplicação: Para todos a, b, c em Q: a conservamos a base e subtraímos os expoentes.
×(b+c)=(a×b)+(a×c) 5 2
3 3 3 3 3
. . . . 5 2 3
Divisão (Quociente) de Números Racionais 3 3 3 3
  :   2 2 2 2 2     
A divisão de dois números racionais p e q é a própria 2 2 3 3
. 2 2
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto 2 2
é: p ÷ q = p × q-1
𝒂 𝒄 𝒂 𝒅 8) Potência de Potência. Para reduzir uma potência de
: = . potência a uma potência de um só expoente, conservamos a
𝒃 𝒅 𝒃 𝒄
base e multiplicamos os expoentes.
Potenciação de Números Racionais
A potência qn do número racional q é um produto de n
fatores iguais. O número q é denominado a base e o número n
é o expoente.

Matemática 9
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APOSTILAS OPÇÃO
3 03. De um total de 180 candidatos, 2/5 estudam inglês, 2/9
 1  2   1  2  1  2  1  2  1  2 2 2  1  3 2  1  6
      .  .         estudam francês, 1/3estuda espanhol e o restante estuda
 2    2   2   2   2  2 2 alemão. O número de candidatos que estuda alemão é:
3
(A) 6.
 1  2  1
3.2
1
6
(B) 7.
ou          (C) 8.
 2   2 2 (D) 9.
(E) 10.
Radiciação de Números Racionais
Respostas
Se um número representa um produto de dois ou mais
01. Resposta: B.
fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.
Somando português e matemática:
Exemplos: 1 9 5 + 9 14 7
2 + = = =
1 1 1 1 1 4 20 20 20 10
1) Representa o produto . ou   .Logo, O que resta gosta de ciências:
9 3 3 3 3 7 3
1− =
1 10 10
é a raiz quadrada de .
9
02. Resposta: B.
1 1 8,3 ∙ 7 = 58,1
Indica-se = Como recebeu um desconto de 10 centavos, Dirce pagou 58
9 3 reais
Troco:100 – 58 = 42 reais
2) 0,216 Representa o produto 0,6. 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo,
0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6. 03. Resposta: C.
2 2 1
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o + +
5 9 3
número zero ou um número racional positivo. Logo, os Mmc(3,5,9)=45
números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
100 18+10+15 43
O número 
não tem raiz quadrada em Q, pois tanto =
45 45
9 O restante estuda alemão: 2/45
10 10 100
 como  , quando elevados ao quadrado, dão .
180 ∙
2
=8
3 3 9 45
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
perfeito. CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS - R
2
O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe O conjunto dos números reais R é uma expansão do
3 conjunto dos números racionais que engloba não só os inteiros
2 e os fracionários, positivos e negativos, mas também todos os
número racional que elevado ao quadrado dê . números irracionais.
3 Assim temos:
Referências
IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 1 – Conjuntos e Funções R = Q U I , sendo Q ∩ I = Ø ( Se um número real é racional,
http://mat.ufrgs.br não irracional, e vice-versa).
Lembrando que N Ϲ Z Ϲ Q , podemos construir o diagrama
Questões abaixo:

01. Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua


portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática
como favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo
assim, qual fração representa os alunos que têm ciências como
disciplina favorita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
(D) 4/5 O conjunto dos números reais apresenta outros
(E) 3/2 subconjuntos importantes:
- Conjunto dos números reais não nulos: R* = {x ϵ R| x ≠ 0}
02. Dirce comprou 7 lapiseiras e pagou R$ 8,30, em cada - Conjunto dos números reais não negativos: R+ = {x ϵ R| x
uma delas. Pagou com uma nota de 100 reais e obteve um ≥ 0}
desconto de 10 centavos. Quantos reais ela recebeu de troco? - Conjunto dos números reais positivos: R*+ = {x ϵ R| x > 0}
(A) R$ 40,00 - Conjunto dos números reais não positivos: R- = {x ϵ R| x ≤
(B) R$ 42,00 0}
(C) R$ 44,00 - Conjunto dos números reais negativos: R*- = {x ϵ R| x < 0}
(D) R$ 46,00
(E) R$ 48,00 Representação Geométrica dos números reais

Matemática 10
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APOSTILAS OPÇÃO

Operações com Números Relativos

1) Adição e Subtração de números relativos


a) Se os numerais possuem o mesmo sinal, basta adicionar
Propriedades os valores absolutos e conservar o sinal.
É válido todas as propriedades anteriormente vistos nos b) Se os numerais possuem sinais diferentes, subtrai-se o
outros conjuntos, assim como os conceitos de módulo, numeral de menor valor e dá-se o sinal do maior numeral.
números opostos e números inversos (quando possível). Exemplos:
3+5=8
Ordenação dos números Reais 4-8=-4
A representação dos números Reais permite definir uma - 6 - 4 = - 10
relação de ordem entre eles. Os números Reais positivos são -2+7=5
maiores que zero e os negativos, menores. Expressamos a
relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois números 2) Multiplicação e Divisão de Números Relativos
Reais a e b, a) O produto e o quociente de dois números relativos de
a≤b↔b–a≥0 mesmo sinal são sempre positivos.
b) O produto e o quociente de dois números relativos de
Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0 sinais diferentes são sempre negativos.
5 + 15 ≥ 0 Exemplos:
- 3 x 8 = - 24
Operações com números Reais - 20 (-4) = + 5
Operando com as aproximações, obtemos uma sucessão de - 6 x (-7) = + 42
intervalos fixos que determinam um número Real. É assim que 28 2 = 14
vamos trabalhar as operações adição, subtração, multiplicação
Referências
e divisão. Relacionamos, em seguida, uma série de IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
recomendações úteis para operar com números Reais. IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática Elementar – Vol. 01 – Conjuntos
e Funções
Intervalos reais Questões
O conjunto dos números reais possui também
subconjuntos, denominados intervalos, que são determinados 01. Mário começou a praticar um novo jogo que adquiriu
por meio de desiguladades. Sejam os números a e b , com a < b. para seu videogame. Considere que a cada partida ele
conseguiu melhorar sua pontuação, equivalendo sempre a 15
Em termos gerais temos: pontos a menos que o dobro marcado na partida anterior. Se
- A bolinha aberta = a intervalo aberto (estamos excluindo na quinta partida ele marcou 3.791 pontos, então, a soma dos
aquele número), utilizamos os símbolos: algarismos da quantidade de pontos adquiridos na primeira
> ;< ; ] ; [ partida foi igual a
- A bolinha fechada = a intervalo fechado (estamos (A) 4.
incluindo aquele número), utilizamos os símbolos: (B) 5.
≥;≤;[;] (C) 7.
(D) 8.
Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] , para indicar as (E) 10.
extremidades abertas dos intervalos.
[a,b[ = [a,b) ; ]a,b] = (a,b] ; e ]a,b[ = (a,b) 02. Considere m um número real menor que 20 e avalie as
afirmações I, II e III:
I- (20 – m) é um número menor que 20.
II- (20 m) é um número maior que 20.
III- (20 m) é um número menor que 20.
É correto afirmar que:
A) I, II e III são verdadeiras.
B) apenas I e II são verdadeiras.
C) I, II e III são falsas.
D) apenas II e III são falsas.

Observações 03. Na figura abaixo, o ponto que melhor representa a


Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] , para indicar as 3 1
diferença − na reta dos números reais é:
extremidades abertas dos intervalos. 4 2
[a,b[ = [a,b) ; ]a,b] = (a,b] ; e ]a,b[ = (a,b)

a) Às vezes, aparecem situações em que é necessário


registrar numericamente variações de valores em sentidos
opostos, ou seja, maiores ou acima de zero (positivos), como (A) P.
as medidas de temperatura ou reais em débito ou em haver (B) Q.
etc... Esses números, que se estendem indefinidamente, tanto (C) R.
para o lado direito (positivos) como para o lado esquerdo (D) S.
(negativos), são chamados números relativos. Respostas
b) Valor absoluto de um número relativo é o valor do
número que faz parte de sua representação, sem o sinal. 01. Resposta: D.
c) Valor simétrico de um número é o mesmo numeral, Pontuação atual = 2 . partida anterior – 15
diferindo apenas o sinal. * 4ª partida: 3791 = 2.x – 15
2.x = 3791 + 15

Matemática 11
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APOSTILAS OPÇÃO

x = 3806 / 2 Convém lembrar-se dos jogos de sinais.


x = 1903 Na expressão (x³ + 2 y² + 1) – (y ² - 2) = x³ +2 y² + 1 – y² +
2 = x³ + y² +3
* 3ª partida: 1903 = 2.x – 15
2.x = 1903 + 15 Multiplicação e Divisão de expressões algébricas
x = 1918 / 2 Na multiplicação e divisão de expressões algébricas,
x = 959 devemos usar a propriedade distributiva.
Exemplos:
* 2ª partida: 959 = 2.x – 15 1) a (x + y) = ax + ay
2.x = 959 + 15 2) (a + b).(x + y) = ax + ay + bx + by
x = 974 / 2 3) x (x² + y) = x³ + xy
x = 487
* 1ª partida: 487 = 2.x – 15 Obs.: Para multiplicarmos potências de mesma base,
2.x = 487 + 15 conservamos a base e somamos os expoentes.
x = 502 / 2 Na divisão de potências devemos conservar a base e
x = 251 subtrair os expoentes
Portanto, a soma dos algarismos da 1ª partida é 2 + 5 + 1 =
8. Exemplos:
1) 4x² ÷ 2x = 2x
02. Resposta: C. 2) (6x³ - 8x) ÷ 2x = 3x² - 4
I. Falso, pois m é Real e pode ser negativo. 3) =
II. Falso, pois m é Real e pode ser negativo. Resolução:
III. Falso, pois m é Real e pode ser positivo.

03. Resposta: A.
3 1 3−2 1
− = = = 0,25
4 2 4 4

Cálculos Algébricos.
Para iniciarmos as operações devemos saber o que são
termos semelhantes. Dizemos que um termo é semelhante do
outro quando suas partes literais são idênticas.
EXPRESSÕES ALGÉBRICAS OU CÁCULO ALGÉBRICO
Veja:
Expressões Algébricas: São aquelas que contêm números 5x2 e 42x são dois termos, as suas partes literais são x2 e x,
e letras. as letras são iguais, mas o expoente não, então esses termos
Ex.: 2ax² + bx não são semelhantes.
7ab2 e 20ab2 são dois termos, suas partes literais são ab2 e
Variáveis: São as letras das expressões algébricas que ab2, observamos que elas são idênticas, então podemos dizer
representam um número real e que de princípio não possuem que são semelhantes.
um valor definido.
Adição e subtração de monômios
Valor numérico de uma expressão algébrica é o número Só podemos efetuar a adição e subtração de monômios
que obtemos substituindo as variáveis por números e entre termos semelhantes. E quando os termos envolvidos na
efetuamos suas operações. operação de adição ou subtração não forem semelhantes,
deixamos apenas a operação indicada.
Ex: Sendo x = 1 e y = 2, calcule o valor numérico (VN) da
expressão: Veja:
x² + y → 1² + 2 = 3; Portando o valor numérico da Dado os termos 5xy2, 20xy2, como os dois termos são
expressão é 3. semelhantes eu posso efetuar a adição e a subtração deles.
5xy2 + 20xy2 devemos somar apenas os coeficientes e
Monômio: Os números e letras estão ligados apenas por conservar a parte literal.
produtos. 25 xy2
Ex: 4x 5xy2 - 20xy2 devemos subtrair apenas os coeficientes e
conservar a parte literal.
Polinômio: É a soma ou subtração de monômios. - 15 xy2
Ex: 4x + 2y Veja alguns exemplos:
Termos semelhantes: São aqueles que possuem partes - x2 - 2x2 + x2 como os coeficientes são frações devemos
literais iguais (variáveis) tirar o mmc de 6 e 9.
Ex: 2 x³ y² z e 3 x³ y² z  são termos semelhantes pois
possuem a mesma parte literal. 3x2 - 4 x2 + 18 x2
18
Adição e Subtração de expressões algébricas 17x2
Para determinarmos a soma ou subtração de expressões 18
algébricas, basta somar ou subtrair os termos semelhantes.
Assim: 2 x³ y² z + 3x³ y² z = 5x³ y² z ou - 4x2 + 12y3 – 7y3 – 5x2 devemos primeiro unir os termos
2 x³ y² z - 3x³ y² z = -x³ y² z semelhantes: 12y3 – 7y3 + 4x2 – 5x2 agora efetuamos a soma e
a subtração.

Matemática 12
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APOSTILAS OPÇÃO

5y3 – x2 como os dois termos restantes não são Exemplo:


semelhantes, devemos deixar apenas indicado à operação dos A raiz de √9x4y6z²
monômios. √9𝑥 4 𝑦 6 𝑧 2 → √9. √𝑥 4 . √𝑦 6 . √𝑧 2 → 3. 𝑥 4:2 . 𝑦 6:2 . 𝑧 2:2 → 3𝑥 2 𝑦 3 𝑧

Reduza os termos semelhantes na expressão 4x2 – 5x -3x +


2x2. Depois calcule o seu valor numérico da expressão. 4x2 – 5x
- 3x + 2x2 reduzindo os termos semelhantes. 4x2 + 2x2 – 5x - 3x
6x2 - 8x os termos estão reduzidos, agora vamos achar o Grandezas Proporcionais.
valor numérico dessa expressão.
Para calcularmos o valor numérico de uma expressão
Caro (a) candidato (a), este Tópico refere-se aos assuntos:
devemos ter o valor de sua incógnita, que no caso do exercício
RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS, RAZÃO e PROPORÇÃO.
é a letra x.
Vamos supor que x = - 2, então substituindo no lugar do x
RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS
o -2 termos:
Grandeza é tudo aquilo que pode ser contado e medido. Do
6x2 - 8x = dicionário, tudo o que pode aumentar ou diminuir (medida de
= 6 . (-2)2 – 8 . (-2) = grandeza.).
= 6 . 4 + 16 = As grandezas proporcionais são aquelas que relacionadas
= 24 + 16 = a outras, sofrem variações. Elas podem ser diretamente ou
= 40 inversamente proporcionais.
Multiplicação de monômios Exemplo:
Para multiplicarmos monômios não é necessário que eles
A tabela a seguir mostra a velocidade de um trem ao
sejam semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente com
percorrer determinado percurso:
coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo que quando
Velocidade (km/h) 40 80 120 ...
multiplicamos as partes literais devemos usar a propriedade
Tempo (horas) 6 3 2 ...
da potência que diz: am . an = am + n (bases iguais na
multiplicação repetimos a base e somamos os expoentes).
Se sua velocidade aumentar para 240 km/h, em quantas
(3a2b).(- 5ab3) na multiplicação dos dois monômios,
horas ele fará o percurso?
devemos multiplicar os coeficientes 3 . (-5) e na parte literal
Podemos pegar qualquer velocidade para acharmos o
multiplicamos as que têm mesma base para que possamos
novo tempo:
usar a propriedade am . an = am + n.
40 km ------ 6 horas
3 . ( - 5) . a2 . a . b . b3 =
240 km ----- x horas
= - 15 a2 +1 b1 + 3 =
= - 15 a3b4
40 𝑥
= → 240𝑥 = 40.6 → 240𝑥 = 240 → 𝑥 = 1
Divisão de monômios 240 6
∴ 𝐿𝑜𝑔𝑜 𝑜 𝑡𝑟𝑒𝑚 𝑓𝑎𝑟á 𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 𝑒𝑚 1 ℎ𝑜𝑟𝑎.
Para dividirmos os monômios não é necessário que eles
sejam semelhantes, basta dividirmos coeficiente com
Observe que invertemos os valores de uma das duas
coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo que quando
proporções (km ou tempo), neste exemplo optamos por
dividirmos as partes literais devemos usar a propriedade da
inverter a grandeza tempo.
potência que diz: am ÷ an = am - n (bases iguais na divisão
repetimos a base e diminuímos os expoentes), sendo que a ≠ 0.
Observe que:
(-20x2y3) ÷ (- 4xy3) na divisão dos dois monômios,
Se aumentarmos a velocidade, diminuímos de forma
devemos dividir os coeficientes -20 e -4 e na parte literal
proporcional ao tempo. Logo as grandezas são
dividirmos as que têm mesma base para que possamos usar a
inversamente proporcionais.
propriedade am ÷ an = am – n.
- 20 ÷ (– 4) . x2 ÷ x . y3 ÷ y3 =
= 5 x2 – 1 y 3 – 3 =
= 5x1y0 = - Grandezas diretamente proporcionais (GDP)
= 5x São aquelas em que, uma delas variando, a outra varia na
mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são
Potenciação de monômios diretamente proporcionais quando, dobrando uma delas, a
Na potenciação de monômios devemos novamente utilizar outra também dobra; triplicando uma delas, a outra também
uma propriedade da potenciação: triplica, divididas à terça parte a outra também é dividida à
terça parte... E assim por diante.
I - (a . b)m = am . bm Matematicamente podemos escrever da seguinte forma:
II - (am)n = am . n
𝒂𝟏 𝒂𝟐 𝒂𝟑
= = =⋯=𝒌
Veja alguns exemplos: 𝒃𝟏 𝒃𝟐 𝒃𝟑
(-5x2b6)2 aplicando a propriedade
Onde a grandeza A ={a1,a2,a3...} , a grandeza B=
{b1,b2,b3...} e os valores entre suas razões são iguais a k
I- (-5)2 .(x2)2 .(b6)2aplicando a propriedade
(constante de proporcionalidade).
II - 25 . x4 . b12 25x4b12
Exemplo:
Radiciação de monômios
Um mosaico foi construído com triângulos, quadrados e
Na radicação de monômios retiramos a raiz do coeficiente
hexágonos. A quantidade de polígonos de cada tipo é
numérico e também de cada um de seus fatores, em resumo
proporcional ao número de lados do próprio polígono. Sabe-se
isso equivale a dividirmos cada expoente dos fatores pelo
que a quantidade total de polígonos do mosaico é 351. A
índice da raiz.

Matemática 13
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APOSTILAS OPÇÃO

quantidade de triângulos e quadrados somada supera a


quantidade de hexágonos em *Se uma grandeza aumenta e a outra diminui
A) 108.
B) 27. , elas são inversamente proporcionais.
C) 35.
D) 162. *Se uma grandeza diminui e a outra aumenta
E) 81.
𝑡𝑟𝑖â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜𝑠: 3𝑥 , elas também são inversamente proporcionais.
𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜: 4𝑥
ℎ𝑒𝑥á𝑔𝑜𝑛𝑜: 6𝑥
Referências
3𝑥 + 4𝑥 + 6𝑥 = 351 IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e
13𝑥 = 351 Estatística Descritiva
𝑥 = 27 http://www.brasilescola.com
http://www.dicio.com.br
3𝑥 + 4𝑥 = 3.27 + 4.27 = 81 + 108 = 189
6𝑥 = 6.27 = 162 → 189-162= 27
Questões
Resposta B
01. Na tabela abaixo, a sequência de números da coluna A
*Se uma grandeza aumenta e a outra também é inversamente proporcional à sequência de números da
coluna B.
, elas são diretamente proporcionais.

*Se uma grandeza diminui e a outra também

, elas também são diretamente proporcionais.


A letra X representa o número
(A) 90.
- Grandezas inversamente proporcionais (GIP) (B) 80.
São aquelas quando, variando uma delas, a outra varia na (C) 96.
razão inversa da outra. Isto é, duas grandezas são (D) 84.
inversamente proporcionais quando, dobrando uma delas, a (E) 72.
outra se reduz pela metade; triplicando uma delas, a outra se
reduz para à terça parte... E assim por diante. 02. Um pintor gastou duas horas para pintar um quadrado
Matematicamente podemos escrever da seguinte forma: com 1,5 m de lado. Quanto tempo ele gastaria, se o mesmo
𝒂𝟏. 𝒃𝟏 = 𝒂𝟐. 𝒃𝟐 = 𝒂𝟑. 𝒃𝟑 = ⋯ = 𝒌 quadrado tivesse 3 m de lado?
(A) 4 h
Uma grandeza A ={a1,a2,a3...} será inversamente a outra (B) 5 h
B= {b1,b2,b3...} , se e somente se, os produtos entre os (C) 6 h
valores de A e B são iguais. (D) 8 h
(E) 10 h
Exemplo:
1 - Carlos dividirá R$ 8.400,00 de forma inversamente 03 . A tabela, com dados relativos à cidade de São Paulo,
proporcional à idade de seus dois filhos: Marcos, de12 anos, e compara o número de veículos da frota, o número de radares
Fábio, de 9 anos. O valor que caberá a Fábio será de: e o valor total, em reais, arrecadado com multas de trânsito,
A) R$ 3.600,00 relativos aos anos de 2004 e 2013:
B) R$ 4.800,00 Ano Frota Radares Arrecadação
C) R$ 7.000,00 2004 5,8 milhões 260 328 milhões
D) R$ 5.600,00 2013 7,5 milhões 601 850 milhões
(Veja São Paulo, 16.04.2014)
Marcos: a
Fábio: b Se o número de radares e o valor da arrecadação tivessem
a + b = 8400 crescido de forma diretamente proporcional ao crescimento
𝑎 𝑏 𝑎+𝑏 da frota de veículos no período considerado, então em 2013 a
+ = quantidade de radares e o valor aproximado da arrecadação,
1 1 1 1
+
12 9 12 9 em milhões de reais (desconsiderando-se correções
monetárias), seriam, respectivamente,
𝑏 8400 (A) 336 e 424.
=
1 3 4 (B) 336 e 426.
+
9 36 36 (C) 334 e 428.
(D) 334 e 430.
8400
7 8400 9 → 𝑏 = 8400 . 36 (E) 330 e 432.
𝑏= →𝑏=
36 9 7 9 7
36 Respostas
1200 4
→ 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒: . = 4800
1 1 01. Resposta: B.
Resposta B 16 12
1 = 1
60 𝑋
16 ∙ 60 = 12 ∙ 𝑋
X=80

Matemática 14
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02. Resposta: D. PROPORÇÃO


Como a medida do lado dobrou (1,5 . 2 = 3), o tempo
também vai dobrar (2 . 2 = 4), mas, como se trata de área, o É uma igualdade entre duas razões.
valor vai dobrar de novo (2 . 4 = 8h).
𝑎 𝑐 𝑎 𝑐
Dada as razões e , à setença de igualdade = chama-
𝑏 𝑑 𝑏 𝑑
03. Resposta: A. se proporção.
Chamando os radares de 2013 de ( x ), temos que: Onde:
5,8 260
=
7,5 𝑥

5,8 . x = 7,5 . 260


x = 1950 / 5,8
x = 336,2 (aproximado) - Propriedades da Proporção
Por fim, vamos calcular a arrecadação em 2013: 1 - Propriedade Fundamental
5,8 328
= O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto
7,5 𝑥
é, a . d = b . c
5,8 . x = 7,5 . 328 Exemplo:
45 9
x = 2460 / 5,8 Na proporção = ,(lê-se: “45 esta para 30 , assim como
30 6
x = 424,1 (aproximado) 9 esta para 6.), aplicando a propriedade fundamental , temos:
45.6 = 30.9 = 270

RAZÃO 2 - A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro


(ou para o segundo termo), assim como a soma dos dois
É o quociente entre dois números (quantidades, medidas, últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
grandezas). 𝑎 𝑐 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑
Sendo a e b dois números a sua razão, chama-se razão de a = → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑
para b:
3 - A diferença entre os dois primeiros termos está para o
𝑎
𝑜𝑢 𝑎: 𝑏 , 𝑐𝑜𝑚 𝑏 ≠ 0 primeiro (ou para o segundo termo), assim como a diferença
𝑏 entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto
Onde:
termo).
𝑎 𝑐 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑
= → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑

4 - A soma dos antecedentes está para a soma dos


Exemplo: consequentes, assim como cada antecedente está para o seu
Em um vestibular para o curso de marketing, participaram consequente.
3600 candidatos para 150 vagas. A razão entre o número de 𝑎 𝑐 𝑎+𝑐 𝑎 𝑎+𝑐 𝑐
= → = 𝑜𝑢 =
vagas e o número de candidatos, nessa ordem, foi de 𝑏 𝑑 𝑏+𝑑 𝑏 𝑏+𝑑 𝑑

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠 150 1 5 - A diferença dos antecedentes está para a diferença dos
= = consequentes, assim como cada antecedente está para o seu
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 3600 24
consequente.
𝑎 𝑐 𝑎−𝑐 𝑎 𝑎−𝑐 𝑐
Lemos a fração como: Um vinte e quatro avós. = → = 𝑜𝑢 =
𝑏 𝑑 𝑏−𝑑 𝑏 𝑏−𝑑 𝑑
- Quando a e b forem medidas de uma mesma grandeza,
- Problema envolvendo razão e proporção
essas devem ser expressas na mesma unidade.
Em um concurso participaram 3000 pessoas e foram
aprovadas 1800. A razão do número de candidatos aprovados
- Razões Especiais
para o total de candidatos participantes do concurso é:
Escala → Muitas vezes precisamos ilustrar distâncias
A) 2/3
muito grandes de forma reduzida, então utilizamos a escala,
B) 3/5
que é a razão da medida no mapa com a medida real (ambas
C) 5/10
na mesma unidade).
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑝𝑎 D) 2/7
𝐸= E) 6/7
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 Resolução:
Velocidade média → É a razão entre a distância percorrida
e o tempo total de percurso. As unidades utilizadas são km/h,
m/s, entre outras.
Resposta “B”
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎
𝑉= Referências
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e
Estatística Descritiva
Densidade → É a razão entre a massa de um corpo e o seu IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
volume. As unidades utilizadas são g/cm³, kg/m³, entre outras. http://educacao.globo.com
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝐷= Questões
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
01. André, Bruno, Carlos e Diego são irmãos e suas idades
formam, na ordem apresentada, uma proporção. Considere
que André tem 3 anos, Diego tem 18 anos e Bruno é 3 anos

Matemática 15
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APOSTILAS OPÇÃO

mais novo que Carlos. Assim, a soma das idades, destes quatro Como a Biblioteca de Física ficou com 1/12x, logo teremos:
irmãos, é igual a 1 216
. 216 = = 18
(A) 30 12 12
(B) 32;
(C) 34; 03. Resposta: B.
(D) 36. Primeiro:2k
Segundo:5k
02. Alfredo irá doar seus livros para três bibliotecas da 2k + 5k = 14 → 7k = 14 → k = 2
universidade na qual estudou. Para a biblioteca de Primeiro: 2.2 = 4
matemática, ele doará três quartos dos livros, para a biblioteca Segundo5.2=10
de física, um terço dos livros restantes, e para a biblioteca de Diferença: 10 – 4 = 6 m³
química, 36 livros. O número de livros doados para a biblioteca 1m³------1000L
de física será 6--------x
(A) 16. x = 6000 l
(B) 22.
(C) 20.
(D) 24.
(E)18.
Regra de Três Simples e
Composta.
03. Foram construídos dois reservatórios de água. A razão
entre os volumes internos do primeiro e do segundo é de 2
para 5, e a soma desses volumes é 14m³. Assim, o valor REGRA DE TRÊS SIMPLES
absoluto da diferença entre as capacidades desses dois
reservatórios, em litros, é igual a Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente
(A) 8000. ou inversamente proporcionais podem ser resolvidos através
(B) 6000. de um processo prático, chamado regra de três simples.
(C) 4000. Vejamos a tabela abaixo:
(D) 6500.
(E) 9000. Grandezas Relação Descrição
Respostas Nº de MAIS funcionários
funcionário x Direta contratados demanda MAIS
01. Resposta: D. serviço serviço produzido
Pelo enunciado temos que: Nº de MAIS funcionários
A=3 funcionário x Inversa contratados exigem MENOS
B=C–3 tempo tempo de trabalho
C Nº de MAIS eficiência (dos
D = 18 funcionário x Inversa funcionários) exige MENOS
Como eles são proporcionais podemos dizer que: eficiência funcionários contratados
𝐴 𝐶 3 𝐶 Nº de Quanto MAIOR o grau de
= → = → 𝐶 2 − 3𝐶 = 3.18 → 𝐶 2 − 3𝐶 − 54
𝐵 𝐷 𝐶 − 3 18 funcionário x dificuldade de um serviço,
=0 Direta
grau MAIS funcionários deverão
Vamos resolver a equação do 2º grau: dificuldade ser contratados
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐 MAIS serviço a ser produzido
𝑥= Serviço x
2𝑎 Direta exige MAIS tempo para
tempo
−(−3) ± √(−3)2 − 4.1. (−54) 3 ± √225 realiza-lo
→ → Quanto MAIOR for a
2.1 2 Serviço x
Direta eficiência dos funcionários,
eficiência
3 ± 15 MAIS serviço será produzido
→ Quanto MAIOR for o grau de
2
3 + 15 18 3 − 15 −12 Serviço x grau dificuldade de um serviço,
𝑥1 = = = 9 ∴ 𝑥2 = = = −6 Inversa
2 2 2 2 de dificuldade MENOS serviços serão
Como não existe idade negativa, então vamos considerar produzidos
somente o 9. Logo C = 9 Quanto MAIOR for a
B=C–3=9–3=6 eficiência dos funcionários,
Tempo x
Somando teremos: 3 + 6 + 9 + 18 = 36 Inversa MENOS tempo será
eficiência
necessário para realizar um
02. Resposta: E. determinado serviço
X = total de livros Quanto MAIOR for o grau de
Matemática = ¾ x , restou ¼ de x dificuldade de um serviço,
Tempo x grau
Física = 1/3.1/4 = 1/12 Direta MAIS tempo será necessário
de dificuldade
Química = 36 livros para realizar determinado
Logo o número de livros é: 3/4x + 1/12x + 36 = x serviço
Fazendo o mmc dos denominadores (4,12) = 12
Logo: Exemplos:
9𝑥 + 1𝑥 + 432 = 12𝑥 1) Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos litros
→ 10𝑥 + 432 = 12𝑥
12 de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
O problema envolve duas grandezas: distância e litros de
→ 12𝑥 − 10𝑥 = 432 → 2𝑥 = 432 → álcool.
432 Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
[𝑥 = → 𝑥 = 216
2 consumido.

Matemática 16
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APOSTILAS OPÇÃO

Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma Como 0,375 corresponde 22 minutos (0,375 x 60 minutos),
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que se então o percurso será feito em 4 horas e 22 minutos
correspondem em uma mesma linha: aproximadamente.
Distância (km) Litros de álcool
180 ---- 15 3) Ao participar de um treino de fórmula Indy, um
210 ---- x competidor, imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz
o percurso em 20 segundos. Se a sua velocidade fosse de 300
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”), km/h, que tempo teria gasto no percurso?
vamos colocar uma flecha: Vamos representar pela letra x o tempo procurado.
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade
(180 km/h e 300 km/h) com dois valores da grandeza tempo
(20 s e x s).
Queremos determinar um desses valores, conhecidos os
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de outros três.
álcool também duplica. Então, as grandezas distância e litros
de álcool são diretamente proporcionais. No esquema que
estamos montando, indicamos esse fato colocando uma flecha
na coluna “distância” no mesmo sentido da flecha da coluna
“litros de álcool”: Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas
são inversamente proporcionais. Assim, os números 180 e 300
são inversamente proporcionais aos números 20 e x.
Daí temos:
3600
180.20 = 300. 𝑥 → 300𝑥 = 3600 → 𝑥 =
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos: 300
𝑥 = 12
180 15 Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em
= 300 km/h, teria gasto 12 segundos para realizar o percurso.
210 𝑥
→ 𝑜𝑚𝑜 180 𝑒 210 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 30, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:
Questões
180: 30 15 1806 15
= =
210: 30 𝑥 2107 𝑥 01. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP) Em 3 de
maio de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte
→ 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑐𝑟𝑢𝑧𝑎𝑑𝑜(𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠)
105 informação sobre o número de casos de dengue na cidade de
→ 6𝑥 = 7.156𝑥 = 105 → 𝑥 = = 𝟏𝟕, 𝟓 Campinas.
6
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.

2) Viajando de automóvel, à velocidade de 50 km/h, eu


gastaria 7 h para fazer certo percurso. Aumentando a
velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
percurso?
Indicando por x o número de horas e colocando as
grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as
grandezas de espécies diferentes que se correspondem em
uma mesma linha, temos:
Velocidade (km/h) Tempo (h)
50 ---- 7
80 ---- x
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos De acordo com essas informações, o número de casos
colocar uma flecha: registrados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014,
teve um aumento em relação ao número de casos registrados
em 2007, aproximadamente, de
(A) 70%.
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica (B) 65%.
reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade (C) 60%.
e tempo são inversamente proporcionais. No nosso (D) 55%.
esquema, esse fato é indicado colocando-se na coluna (E) 50%.
“velocidade” uma flecha em sentido contrário ao da flecha da
coluna “tempo”: 02. (FUNDUNESP – Assistente Administrativo –
VUNESP) Um título foi pago com 10% de desconto sobre o
valor total. Sabendo-se que o valor pago foi de R$ 315,00, é
correto afirmar que o valor total desse título era de
(A) R$ 345,00.
(B) R$ 346,50.
Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
(C) R$ 350,00.
flechas. Assim, temos:
(D) R$ 358,50.
7 80 7 808
= , 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑙𝑎𝑑𝑜 → = 5 → 7.5 = 8. 𝑥 (E) R$ 360,00.
𝑥 50 𝑥 50

35 03. (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.


𝑥= → 𝑥 = 4,375 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 IMARUÍ) Manoel vendeu seu carro por R$27.000,00(vinte e
8
Matemática 17
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APOSTILAS OPÇÃO

sete mil reais) e teve um prejuízo de 10%(dez por cento) sobre As grandezas máquinas e dias são inversamente
o valor de custo do tal veículo, por quanto Manoel adquiriu o proporcionais (duplicando o número de máquinas, o número
carro em questão? de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso será
(A) R$24.300,00 indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma flecha no
(B) R$29.700,00 sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
(C) R$30.000,00
(D)R$33.000,00
(E) R$36.000,00

Respostas
Agora vamos montar a proporção, igualando a razão que
01. Resposta: E.
Utilizaremos uma regra de três simples: 4
contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
ano % x
11442 ------- 100
17136 ------- x  6 160 
11442.x = 17136 . 100 x = 1713600 / 11442 = 149,8%
segundo a orientação das flechas  . :
 8 300 
(aproximado)
149,8% – 100% = 49,8%
Aproximando o valor, teremos 50%

02. Resposta: C.
Se R$ 315,00 já está com o desconto de 10%, então R$ Simplificando as proporções obtemos:
315,00 equivale a 90% (100% - 10%). 4 2 4.5
= → 2𝑥 = 4.5 → 𝑥 = → 𝑥 = 10
Utilizaremos uma regra de três simples: 𝑥 5 2
$ %
315 ------- 90 Resposta: Em 10 dias.
x ------- 100
90.x = 315 . 100 x = 31500 / 90 = R$ 350,00 2) Uma empreiteira contratou 210 pessoas para
pavimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de
03. Resposta: C. serviço, apenas 75 km estavam pavimentados. Quantos
Como ele teve um prejuízo de 10%, quer dizer 27000 é empregados ainda devem ser contratados para que a obra seja
90% do valor total. concluída no tempo previsto?
Valor %
27000 ------ 90 Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
X ------- 100 As grandezas “pessoas” e “tempo” são inversamente
proporcionais (duplicando o número de pessoas, o tempo fica
27000 909 27000 9 reduzido à metade). No nosso esquema isso será indicado
= 10 → = → 9.x = 27000.10 → 9x = 270000 colocando-se na coluna “tempo” uma flecha no sentido
𝑥 100 𝑥 10
→ x = 30000. contrário ao da flecha da coluna “pessoas”:

REGRA DE TRÊS COMPOSTA

O processo usado para resolver problemas que envolvem


mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais, é chamado regra de três composta.
As grandezas “pessoas” e “estrada” são diretamente
proporcionais. No nosso esquema isso será indicado
Exemplos:
colocando-se na coluna “estrada” uma flecha no mesmo
1) Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em
sentido da flecha da coluna “pessoas”:
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam
300 dessas peças?
Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma
linha. Na coluna em que aparece a variável x (“dias”),
coloquemos uma flecha:

Como já haviam 210 pessoas trabalhando, logo 315 – 210


= 105 pessoas.
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x. Reposta: Devem ser contratados 105 pessoas.

As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais. Referências


No nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição –
Rio de Janeiro: Elsevier,2013.
“peças” uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna
“dias”:
Questões

01. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO – FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m²
de calçada é feita em um dia de trabalho por 18 varredores

Matemática 18
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APOSTILAS OPÇÃO

trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as mesmas Funcionários horas dias


proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de calçadas, em 10---------------8--------------27
um dia, trabalhando por dia, o tempo de 8----------------9-------------- x
(A) 8 horas e 15 minutos. Quanto menos funcionários, mais dias devem ser
(B) 9 horas. trabalhados (inversamente proporcionais).
(C) 7 horas e 45 minutos. Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser
(D) 7 horas e 30 minutos. trabalhados (inversamente proporcionais).
(E) 5 horas e 30 minutos. Funcionários horas dias
8---------------9-------------- 27
02. (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma 10----------------8----------------x
equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por
dia durante 60 dias, realiza o calçamento de uma área igual a 27
=
8

9
→ x.8.9 = 27.10.8 → 72x = 2160 → x = 30 dias.
4800 m². Se essa equipe fosse constituída por 15 operários, 𝑥 10 8

trabalhando 10 horas por dia, durante 80 dias, faria o


calçamento de uma área igual a: Porcentagem e Juro
(A) 4500 m²
(B) 5000 m² Simples.
(C) 5200 m²
(D) 6000 m²
(E) 6200 m² Porcentagem

03. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Dez Razões de denominador 100 que são chamadas de
funcionários de uma repartição trabalham 8 horas por dia, razões centesimais ou taxas percentuais ou simplesmente de
durante 27 dias, para atender certo número de pessoas. Se um porcentagem. Servem para representar de uma
funcionário doente foi afastado por tempo indeterminado e maneira prática o "quanto" de um "todo" se está
outro se aposentou, o total de dias que os funcionários referenciando.
restantes levarão para atender o mesmo número de pessoas, Costumam ser indicadas pelo numerador seguido do
trabalhando uma hora a mais por dia, no mesmo ritmo de símbolo % (Lê-se: “por cento”).
trabalho, será:
(A) 29. 𝒙
(B) 30. 𝒙% =
𝟏𝟎𝟎
(C) 33.
(D) 28. Exemplo:
(E) 31. Em uma classe com 30 alunos, 18 são rapazes e 12 são
Respostas moças. Qual é a taxa percentual de rapazes na classe?
Resolução: A razão entre o número de rapazes e o total de
01. Resposta: D. alunos é
18
. Devemos expressar essa razão na forma
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta o x. 30
centesimal, isto é, precisamos encontrar x tal que:
M² varredores horas 18 𝑥
6000--------------18-------------- 5 = ⟹ 𝑥 = 60
7500--------------15--------------- x 30 100
Quanto mais a área, mais horas (diretamente E a taxa percentual de rapazes é 60%. Poderíamos ter
proporcionais) divido 18 por 30, obtendo:
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente
proporcionais) 18
5 6000 15 = 0,60(. 100%) = 60%
= ∙ 30
𝑥 7500 18
- Lucro e Prejuízo
6000 ∙ 15 ∙ 𝑥 = 5 ∙ 7500 ∙ 18 É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
90000𝑥 = 675000 Caso a diferença seja positiva, temos o lucro(L), caso seja
𝑥 = 7,5 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 negativa, temos prejuízo(P).
Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7
horas e 30 minutos. Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).
02. Resposta: D. Podemos ainda escrever:
Operários horas dias área C + L = V ou L = V - C
20-----------------8-------------60-------4800 P = C – V ou V = C - P
15----------------10------------80-------- x
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo: A forma percentual é:
4800 20 8 60
= ∙ ∙
𝑥 15 10 80
20 ∙ 8 ∙ 60 ∙ 𝑥 = 4800 ∙ 15 ∙ 10 ∙ 80
9600𝑥 = 57600000
𝑥 = 6000𝑚²

03. Resposta: B. Exemplo:


Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamento Um objeto custa R$ 75,00 e é vendido por R$ 100,00.
esse número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas por dia Determinar:
, passarão a trabalhar uma hora a mais perfazendo um total de a) a porcentagem de lucro em relação ao preço de custo;
9 horas, nesta condições temos: b) a porcentagem de lucro em relação ao preço de venda.

Matemática 19
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Resolução:
Preço de custo + lucro = preço de venda → 75 + lucro =100 Questões
→ Lucro = R$ 25,00
01. Marcos comprou um produto e pagou R$ 108,00, já
𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 inclusos 20% de juros. Se tivesse comprado o produto, com
𝑎) . 100% ≅ 33,33% 25% de desconto, então, Marcos pagaria o valor de:
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜
(A) R$ 67,50
𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 (B) R$ 90,00
𝑏) . 100% = 25% (C) R$ 75,00
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎
(D) R$ 72,50
- Aumento e Desconto Percentuais
02. O departamento de Contabilidade de uma empresa tem
A) Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo
𝒑 20 funcionários, sendo que 15% deles são estagiários. O
por (𝟏 + ).V .
𝟏𝟎𝟎 departamento de Recursos Humanos tem 10 funcionários,
Logo: sendo 20% estagiários. Em relação ao total de funcionários
𝒑
VA = (𝟏 + ).V desses dois departamentos, a fração de estagiários é igual a
𝟏𝟎𝟎
(A) 1/5.
Exemplo: (B) 1/6.
1 - Aumentar um valor V de 20% , equivale a multiplicá- (C) 2/5.
lo por 1,20, pois: (D) 2/9.
20
(1 + ).V = (1+0,20).V = 1,20.V (E) 3/5.
100
03. Quando calculamos 15% de 1.130, obtemos, como
B) Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo resultado
𝒑
por (𝟏 − ).V. (A) 150
𝟏𝟎𝟎
Logo: (B) 159,50;
𝒑
V D = (𝟏 − ).V (C) 165,60;
𝟏𝟎𝟎
(D) 169,50.
Exemplo: Respostas
Diminuir um valor V de 40%, equivale a multiplicá-lo por
0,60, pois: 01. Resposta: A.
40 Como o produto já está acrescido de 20% juros sobre o seu
(1 − ). V = (1-0,40). V = 0, 60.V
100 preço original, temos que:
𝒑 𝒑
100% + 20% = 120%
A esse valor final de (𝟏 + ) ou (𝟏 − ), é o que Precisamos encontrar o preço original (100%) da
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
chamamos de fator de multiplicação, muito útil para mercadoria para podermos aplicarmos o desconto.
resolução de cálculos de porcentagem. O mesmo pode ser um Utilizaremos uma regra de 3 simples para encontrarmos:
acréscimo ou decréscimo no valor do produto. R$ %
108 ---- 120
- Aumentos e Descontos Sucessivos X ----- 100
São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. 120x = 108.100 → 120x = 10800 → x = 10800/120 → x =
Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos 90,00
uso dos fatores de multiplicação. O produto sem o juros, preço original, vale R$ 90,00 e
representa 100%. Logo se receber um desconto de 25%,
Vejamos alguns exemplos: significa ele pagará 75% (100 – 25 = 75%) → 90. 0,75 = 67,50
1) Dois aumentos sucessivos de 10% equivalem a um Então Marcos pagou R$ 67,50.
único aumento de...?
𝑝
Utilizando VA = (1 + ).V → V. 1,1 , como são dois de 02. Resposta: B.
100 15 30
10% temos → V. 1,1 . 1,1 → V. 1,21 Analisando o fator de * Dep. Contabilidade: . 20 = = 3 → 3 (estagiários)
100 10
multiplicação 1,21; concluímos que esses dois aumentos
20 200
significam um único aumento de 21%. * Dep. R.H.: . 10 = = 2 → 2 (estagiários)
100 100
Observe que: esses dois aumentos de 10% equivalem a
21% e não a 20%. 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑖á𝑟𝑖𝑜𝑠 5 1
∗ 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = = =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 30 6
2) Dois descontos sucessivos de 20% equivalem a um
único desconto de:
𝑝
Utilizando VD = (1 − ).V → V. 0,8 . 0,8 → V. 0,64 . . 03. Resposta: D.
100
Analisando o fator de multiplicação 0,64, observamos que 15% de 1130 = 1130.0,15 ou 1130.15/100 → 169,50
esse percentual não representa o valor do desconto, mas sim
o valor pago com o desconto. Para sabermos o valor que
Juro Simples
representa o desconto é só fazermos o seguinte cálculo:
100% - 64% = 36%
Observe que: esses dois descontos de 20% equivalem a A Matemática Financeira é um ramo da Matemática
36% e não a 40%. Aplicada que estuda as operações financeiras de uma forma
geral, analisando seus diferentes fluxos de caixa ao longo do
Referências tempo, muito utilizada hoje para programar a vida financeira
IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e não só de empresas mais também dos indivíduos.
Estatística Descritiva
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
http://www.porcentagem.org

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Existe também o que chamamos de Regime de 5) Chamamos de montante (M) ou FV (valor futuro) a
Capitalização, que é a maneira pelo qual será pago o juro por soma do capital com os juros, ou seja:
um capital aplicado ou tomado emprestado. Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se três delas
forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.
Elementos Básicos:
- Valor Presente ou Capital Inicial ou Principal (PV, P M = C + J  M = C. (1+i.t)
ou C): termo proveniente do inglês “Present Value”, sendo
caracterizado como a quantidade inicial de moeda que uma Exemplo:
pessoa tem em disponibilidade e concorda em ceder a outra Qual o valor dos juros correspondentes a um empréstimo
pessoa, por um determinado período, mediante o pagamento de R$ 10.000,00, pelo prazo de 15 meses, sabendo-se que a
de determinada remuneração. taxa cobrada é de 3% a m.?
Dados:
- Taxa de Juros (i): termo proveniente do inglês “Interest PV = 10.000,00
Rate” (taxa de juros) e relacionado à sua maneira de n = 15 meses
incidência. Salientamos que a taxa pode ser mensal, anual, i = 3% a.m = 0,03
semestral, bimestral, diária, entre outras. J=?
Solução:
- Juros (J): é o que pagamos pelo aluguel de determinada J = PV.i.n → J = 10.000 x 0,03 x 15 → J = 4.500,00
quantia por um dado período, ou seja, é a nomenclatura dada
à remuneração paga para que um indivíduo ceda Para não esquecer!!!
temporariamente o capital que dispõe. Só podemos efetuar operações algébricas com valores
referenciados na mesma unidade, ou seja, se apresentarmos
- Montante ou Valor Futuro (FV ou M): termo a taxa de juros como a anual, o prazo em questão também
proveniente do inglês “Future Value”, sendo caracterizado em deve ser referenciado em anos. Ou seja, as unidades de tempo
termos matemáticos como a soma do capital inicial mais os referentes à taxa de juros (i) e do período (t), tem de ser
juros capitalizados durante o período. Em outras palavras, é a necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo,
quantidade de moeda (ou dinheiro) que poderá ser usufruída que não pode ser esquecido!
no futuro. Em símbolos, escrevemos FV = PV + J.
Questões
- Tempo ou período de capitalização (n ou t): nada mais
é do que a duração da operação financeira, ou seja, o horizonte 01. Uma aplicação de R$ 1.000.000,00 resultou em um
da operação financeira em questão. O prazo pode ser descrito montante de R$ 1.240.000,00 após 12 meses. Dentro do
em dias, meses, anos, semestres, entre outros. regime de Juros Simples, a que taxa o capital foi aplicado?
(A) 1,5% ao mês.
JUROS SIMPLES (B) 4% ao trimestre.
(C) 20% ao ano.
Em regime linear de juros (ou juros simples), o juro é (D) 2,5% ao bimestre.
determinado tomando como base de cálculo o capital da (E) 12% ao semestre.
operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que
empresta) no final da operação. As operações aqui são de 02. Mirtes aplicou um capital de R$ 670,00 à taxa de juros
curtíssimo prazo, exemplo: desconto simples de duplicata, simples, por um período de 16 meses. Após esse período, o
“Hot Money” entre outras. montante retirado foi de R$ 766,48. A taxa de juros praticada
No juros simples o juro de cada intervalo de tempo sempre nessa transação foi de:
é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado. (A) 9% a.a.
(B) 10,8% a.a.
Chamamos de simples os juros que são somados ao capital (C) 12,5% a.a.
inicial no final da aplicação. (D) 15% a.a.

Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma 03. Qual o valor do capital que aplicado por um ano e meio,
unidade: a uma taxa de 1,3% ao mês, em regime de juros simples resulta
Taxa anual Tempo em anos em um montante de R$ 68.610,40 no final do período?
Taxa mensal Tempo em meses (A) R$ 45.600,00
Taxa diária Tempo em dias (B) R$ 36.600,00
E assim sucessivamente (C) R$ 55.600,00
(D) R$ 60.600,00
Podemos definir o Juros como: Respostas
J=C.i.t
Onde: 01. Resposta: E.
J = Juros C = 1.000.000,00
C = Capital M = 1.240.000,00
i = taxa t = 12 meses
t = tempo i=?
M = C.(1+it) → 1240000 = 1000000(1 + 12i) → 1 + 12i =
1) O capital cresce linearmente com o tempo; 1240000 / 1000000 → 1 + 12i = 1,24 → 12i = 1,24 – 1 → 12i =
2) O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J 0,24 → i = 0,24 / 12 → i = 0,02 → i = 0,02x100 → i = 2% a.m
= C.i Como não encontramos esta resposta nas alternativas,
3) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma vamos transformar, uma vez que sabemos a taxa mensal:
unidade. Um bimestre tem 2 meses → 2 x 2 = 4% a.b.
4) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma Um trimestre tem 3 meses → 2 x 3 = 6% a.t.
decimal. Um semestre tem 6 meses → 2 x 6 = 12% a.s.

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APOSTILAS OPÇÃO

Um ano tem 1 ano 12 meses → 2 x 12 = 24% a.a.

02. Resposta: B.
Pelo enunciado temos:
C = 670
i=?
n = 16 meses
M = 766,48
Aplicando a fórmula temos: M = C.(1+in) → 766,48 = 670
(1+16i) → 1 + 16i = 766,48 / 670 →1 + 16i = 1,144 → 16i =
1,144 – 1 → 16i = 0,144 → i = 0,144 / 16 → i = 0,009 x 100 → i
= 0,9% a.m.
Observe que as taxas das alternativas são dadas em ano,
logo como 1 ano tem 12 meses: 0,9 x 12 = 10,8% a.a.

03. Resposta: C.
C=?
n = 1 ano e meio = 12 + 6 = 18 meses
i = 1,3% a.m = 0,013
M = 68610,40
Aplicando a fórmula: M = C (1+in) → 68610,40 = C
(1+0,013.18) → 68610,40 = C (1+0,234) → C = 68610,40 =
C.1,234 → C = 68610,40 / 1,234 → C = 55600,00.
Como surgiram as moedas
Por muito tempo, os objetos de metal foram mercadorias
Sistema Monetário muito apreciadas. Como sua produção exigia, além do domínio
das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o
Brasileiro. metal poderia ser encontrado, essa tarefa, naturalmente, não
estava ao alcance de todas as pessoas. A valorização, cada vez
maior, destes instrumentos levou à sua utilização como
O sistema monetário brasileiro é composto por regras e
moeda, e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em
bancos comerciais e estatais responsáveis pela circulação da
pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro.
moeda. Os sistemas monetários costumam ser de
Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com
responsabilidade de cada país e administrados como parte da
características das atuais: são pequenas peças de metal, com
política econômica nacional. No Brasil, a moeda vigente é o
peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto
Real e o banco responsável pela administração e produção
é, a marca de quem as emitiu, e lhes garante seu valor. Moedas
de cédulas e notas é o Banco Central. Na Europa, por
de prata foram cunhadas na Grécia. A princípio, essas peças
exemplo, é diferente: existe um sistema transnacional que
eram fabricadas por processos manuais muito rudimentares e
atende pelo nome de zona do euro pois vários países da mesma
não eram exatamente iguais, como as de hoje, que são peças
região compartilham da mesma moeda.
absolutamente iguais umas às outras.
O sistema monetário brasileiro, tal como os demais em
todo o mundo, é organizado em torno de dois
Moedas utilizadas no Brasil (Real)
componentes: moeda de conta e moeda de pagamento ou
As moedas utilizadas oficialmente no Brasil, e que
real/ideal. O sistema de moeda de conta não existe
compõem o Sistema Monetário Brasileiro são:
materialmente, isto é, serve apenas como unidade de cálculo,
por meio do qual é anunciado o valor dos produtos ou serviços.
Quando se diz que um sorvete custa R$ 2 estamos fazendo uso
da moeda enquanto conta. Já a moeda de pagamento ou
real/ideal é a que serve como intermediária nas operações, de
fato, e é composta por espécies metálicas e notas. Ou seja, no
exemplo acima, uma nota de R$ 2, ou duas moedas de R$ 1, oito
de R$ ,025 e assim por diante.
Abaixo veremos uma tabela onde abordará as unidades do
sistema monetário brasileiro, período de vigência e correlação. É interessante notar que a moeda de 1 centavo (R$ 0,01)
foi desativada em 2004.

Cédulas utilizadas no Brasil (Real)


1ª Família do Real

Matemática 22
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APOSTILAS OPÇÃO

Casa da Moeda do Brasil (CMB) - é uma empresa pública


vinculada ao Ministério da Fazenda. Fundada em 8 de março
de 1694, acumula mais de 300 anos de existência. Foi criada
no Brasil Colônia pelos governantes portugueses para fabricar
moedas com o ouro proveniente das minerações. Na época, a
extração de ouro era muito expressiva no Brasil e o
crescimento do comércio começava a causar um caos
monetário devido à falta de um suprimento local de moedas. A
Casa da Moeda possui, atualmente, três fábricas: de cédulas,
moedas e gráfica geral.

Referências
www.bcb.gov.br
www.casadamoeda.gov.br
www.meunegociobrilhante.com.br

Questões
As notas apresentadas no anverso e verso. Atualmente não
circula mais a cédula de R$ 1,00, dando lugar a de R$ 2,00. 01. O carro do pai de Tiago gasta R$ 1,00 em gasolina a
As notas da Primeira Família continuam valendo e podem cada 1min. Para levar Tiago à escola, seu pai sai de casa às
ser usadas normalmente. Aos poucos, serão substituídas 13h45min e chega lá às 13h55min. Sabendo que o pai dele só
por suas versões mais recentes: a Segunda Família do Real. tem moedas de R$ 0,50 no bolso, quantas moedas ele deverá
gastar com a gasolina deste percurso?
(A) 5 moedas
2ª Família do Real (B) 10 moedas
(C) 15 moedas
(D) 20 moedas

02. Lita comprou um sorvete por R$ 1,55. Que moedas ela


utilizou para realizar essa compra?
(A) 1 moeda de 1 real, 1 moeda de 25 centavos e 1 moeda
de 10 centavos
(B) 1 moeda de 1 real, 1 moeda de 25 centavos e 2 moedas
de 10 centavos
(C) 1 moeda de 1 real, 2 moedas de 25 centavos e 1 moeda
de 5 centavos
(D) 1 moeda de 1 real, 2 moedas de 25 centavos e 1 moeda
de 10 centavos
Por que mudar as notas?
O Real está consolidado como uma moeda forte, utilizado 03. Durante o ano inteiro, Aliene poupou em seu cofrinho
cada vez mais nas transações cotidianas e como reserva de 20 moedas de 1 real, 11 moedas de 50 centavos, 19 moedas de
valor. Com o avanço das tecnologias digitais nos últimos anos, 25 centavos, 15 moedas de 10 centavos e 12 moedas de 5
é necessário dotar as nossas cédulas de recursos gráficos e centavos. Quantos reais ela terá quando for abrir o cofrinho?
elementos antifalsificação mais modernos, capazes de (A) R$ 32,25
continuar garantindo a segurança do dinheiro brasileiro no (B) R$ 32,35
futuro. (C) R$ 33,25
(D) R$ 33,35
Glossário
04. Tadeu foi ao cinema do shopping. Antes de entrar para
assistir ao filme ele foi comprar pipoca. O saco de pipoca custa
Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetária do
R$ 2,50 e ele tinha três moedas de R$ 1,00. Quanto ele recebeu
País responsável pela execução da política financeira do
governo. Cuida ainda da emissão de moedas, fiscaliza e de troco?
controla a atividade de todos os bancos no País.

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - (A)


Órgão internacional que visa ajudar países subdesenvolvidos
e em desenvolvimento na América Latina. A organização foi
criada em 1959 e está sediada em Washington, nos Estados (B)
Unidos.

Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacional de


(C)
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhecido. Órgão
internacional ligado a ONU, a instituição foi criada para ajudar
países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
(D)
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
05. Joana ganhou de seu avô R$ 5,00 em moedas diversas
Social (BNDES) - Empresa pública federal vinculada ao
do real. Qual das respostas abaixo representa este valor?
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
que tem como objetivo financiar empreendimentos para o
desenvolvimento do Brasil.

Matemática 23
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APOSTILAS OPÇÃO

Assim, o total é: 5.1,00 + 10 . 0,50 + 5 . 0,25


T = 5 + 5 + 1,25 = R$ 11,25

(A)
Equação do Primeiro e
(B)
Segundo Graus – problemas.
Caro (a) candidato (a), o assunto PROBLEMAS está sendo
abordada através das questões referente a este Tópico.
(C)
Equação do Primeiro grau
(D)
Equação é toda sentença matemática aberta que exprime
06. (UNESP – Campus de Araraquara – FCL - Assistente uma relação de igualdade e uma incógnita ou variável (x, y,
Operacional II – Jardinagem – VUNESP) Possuo 20 moedas z,...).
na carteira. Sabe-se que 1/4 delas são de 1 real e 4/8 de todas Exemplos:
as moedas são de 50 centavos. Se as restantes são de 25 2x + 8 = 0
centavos, o valor que possuo em moedas na carteira é 5x – 4 = 6x + 8
(A) R$ 11,50.
(B) R$ 11,25. - Não são equações:
(C) R$ 10,75. 4 + 8 = 7 + 5 (Não é uma sentença aberta)
(D) R$ 10,25. x – 5 < 3 (Não é igualdade)
(E) R$ 10,00. 5 ≠ 7 (não é sentença aberta, nem igualdade)
Respostas
Termo Geral da equação do 1º grau
01. Resposta: D. Onde a e b (a≠0) são números conhecidos e a diferença de
Como a cada 1 min é gasto R$ 1,00, e o pai dele gastou 10 0, se resolve de maneira simples: subtraindo b dos dois lados
min, 1,00.10= 10,00. Como o pai só tem moedas de 0,50 obtemos:
centavos, logo: 10,00:0,5 = 20 moedas. Podemos também ax + b – b = 0 – b → ax = -b → x = -b / a
pensar da seguinte maneira:
Como 10,00 = 10 moedas e com moedas de 0,50 , Termos da equação do 1º grau
precisamos de 2 moedas para fazer um total de 1,00, logo 3x + 2 = x - 4
precisaríamos do dobro de moedas para chegar a 10,00. Nesta equação cada membro possui dois termos:
1º membro composto por 3x e 2
02. Resposta: C. 2º membro composto pelo termo x e -4
R$ 1,55 = 1 moeda de 1 real + 2 moedas de 25 centavos=
0,50 + 1 moeda de 0,05 centavos = 1+0,50+0,05 = 1,55. Resolução da equação do 1º grau
O método que usamos para resolver a equação de 1º grau
03. Resposta: B. é isolando a incógnita, isto é, deixar a incógnita sozinha em um
20 x 1,00 = 20,00 dos lados da igualdade. O método mais utilizado para isso é
11 x 0,50 = 5,50 invertermos as operações. Vejamos
19 x 0,25 = 4,75 Resolvendo a equação 2x + 600 = x + 750, passamos os
15 x 0,10 = 1,50 termos que tem x para um lado e os números para o outro
12 x 0,05 = 0,60 invertendo as operações.
2x – x = 750 – 600, com isso eu posso resolver minha
04. Resposta: A. equação → x = 150
3 x 1,00 = 3,00 – 2,50 da pipoca = 0,50. A única opção que
tem o valor correto é a A, 2 moedas de 0,25 = 0,50. Outros exemplo:
Resolução da equação 3x – 2 = 16, invertendo operações.
05. Resposta: D.
Vamos somar cada um valor das alternativas para Procedimento e justificativa: Se 3x – 2 dá 16, conclui-se
acharmos a correta: que 3x dá 16 + 2, isto é, 18 (invertemos a subtração). Se 3x é
Alternativa Moeda R$ Moeda R$ Moeda R$ Total igual a 18, é claro que x é igual a 18 : 3, ou seja, 6 (invertemos
1,00 0,50 0,25 a multiplicação por 3).
A 2 x 1 = 2,00 3 x 0,50 = 0 3,50 Registro:
1,50
3x – 2 = 16
B 1 x 1 = 1,00 3 x 0,50 = 4x 0,25 = 3,50
1,50 1,00 3x = 16 + 2
C 2 x 1 = 2,00 2 x 0,50 = 3 x 0,25 = 3,75 3x = 18
1,00 0,75 18
D 3x1= 3 x 0,50 = 2 x 0,25 = 5,00
x=
3,00 1,50 0,50
3
x=6
06. Resposta: B.
1 Há também um processo prático, bastante usado, que se
. 20 = 5 (são de 1 real) baseia nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
4
- Se a + b = c, conclui-se que a = c – b.
4 1
. 20 = . 20 = 10 (são de 50 centavos) Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no
8 2
lado esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no
Restantes são de 25 centavos: 20 – 5 – 10 = 5 lado direito da igualdade.
- Se a . b = c, conclui-se que a = c : b, desde que b ≠ 0.

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APOSTILAS OPÇÃO

Na primeira igualdade, o número b aparece multiplicando 𝑥


= 300
no lado esquerdo; na segunda, ele aparece dividindo no lado 6
direito da igualdade. x = 1800
Recebida: 1800.3=5400
Questões
03. Resposta: E.
01. O gráfico mostra o número de gols marcados, por jogo, Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. Assim:
de um determinado time de futebol, durante um torneio. 16 . x = Total
Total = 10 . (x + 57) (pois 6 desistiram)
Combinando as duas equações, temos:
16.x = 10.x + 570 → 16.x – 10.x = 570
6.x = 570 → x = 570 / 6 → x = 95
O valor total é: 16 . 95 = R$ 1520,00.

Equação do Segundo grau

Uma equação é uma expressão matemática que possui em


sua composição incógnitas, coeficientes, expoentes e um sinal
Sabendo que esse time marcou, durante esse torneio, um de igualdade. As equações são caracterizadas de acordo com o
total de 28 gols, então, o número de jogos em que foram maior expoente de uma das incógnitas.
marcados 2 gols é:
(A) 3.
(B) 4.
Em que a, b, c são números reais e a ≠ 0.
(C) 5.
(D) 6.
Nas equações de 2º grau com uma incógnita, os números
(E) 7.
reais expressos por a, b, c são chamados coeficientes da
equação.
02. Certa quantia em dinheiro foi dividida igualmente
entre três pessoas, cada pessoa gastou a metade do dinheiro
Equação completa e incompleta:
que ganhou e 1/3(um terço) do restante de cada uma foi
- Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz
colocado em um recipiente totalizando R$900,00(novecentos
completa.
reais), qual foi a quantia dividida inicialmente?
Exemplos:
(A) R$900,00
x2 - 5x + 6 = 0= 0 é uma equação completa (a = 1, b = – 5, c
(B) R$1.800,00
= 6).
(C) R$2.700,00
-3y2 + 2y - 15 = 0 é uma equação completa (a = -3, b = 2, c
(D) R$5.400,00
= -15).
03. Um grupo formado por 16 motoristas organizou um
- Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se
churrasco para suas famílias. Na semana do evento, seis deles
diz incompleta.
desistiram de participar. Para manter o churrasco, cada um
Todas essas equações estão escritas na forma ax2 + bx + c
dos motoristas restantes pagou R$ 57,00 a mais.
= 0, que é denominada forma normal ou forma reduzida de
O valor total pago por eles, pelo churrasco, foi:
uma equação do 2º grau com uma incógnita.
(A) R$ 570,00
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não estão
(B) R$ 980,50
escritas na forma ax2 + bx + c = 0; por meio de transformações
(C) R$ 1.350,00
convenientes, em que aplicamos o princípio aditivo e o
(D) R$ 1.480,00
multiplicativo, podemos reduzi-las a essa forma.
(E) R$ 1.520,00
Exemplo: Pelo princípio aditivo.
Respostas
2x2 – 7x + 4 = 1 – x2
2x2 – 7x + 4 – 1 + x2 = 0
01. Resposta: E.
2x2 + x2 – 7x + 4 – 1 = 0
0.2 + 1.8 + 2.x + 3.2 = 28
3x2 – 7x + 3 = 0
0 + 8 + 2x + 6 = 28 → 2x = 28 – 14 → x = 14 / 2
x=7
Exemplo: Pelo princípio multiplicativo.
2 1 x
02. Resposta: D.  
x 2 x4
Quantidade a ser recebida por cada um: x
Se 1/3 de cada um foi colocado em um recipiente e deu
R$900,00, quer dizer que cada uma colocou R$300,00. 4.x  4  xx  4 2x 2

𝑥 3
𝑥 2 x x  4  2 x x  4 
= + 300 4(x – 4) – x(x – 4) = 2x2
3 2
4x – 16 – x2 + 4x = 2x2
𝑥 𝑥 – x2 + 8x – 16 = 2x2
= + 300
3 6 – x2 – 2x2 + 8x – 16 = 0
– 3x2 + 8x – 16 = 0
𝑥 𝑥
− = 300
3 6 Raízes de uma equação do 2º grau
Raiz é o número real que, ao substituir a incógnita de uma
2𝑥 − 𝑥 equação, transforma-a numa sentença verdadeira. As raízes
= 300
6 formam o conjunto verdade ou solução de uma equação.

Matemática 25
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APOSTILAS OPÇÃO

Resolução das equações incompletas do 2º grau com


uma incógnita.
Primeiramente devemos saber duas importante
propriedades dos números Reais que é o nosso conjunto
Universo.
−7 ± √−59
𝑥=
1º) Se x ϵ R, y ϵ R e x.y=0, então x= 0 ou y=0 6
2º) Se x ϵ R, y ϵ R e x2=y, então x= √y ou x=-√y
Como Δ < 0, a equação não tem raízes reais.
Então: S = ᴓ
1º Caso) A equação é da forma ax2 + bx = 0.
x2 – 9x = 0  colocamos x em evidência
Relação entre os coeficientes e as raízes
x . (x – 9) = 0 , aplicando a 1º propriedade dos reais temos:
As equações do 2º grau possuem duas relações entre suas
x=0 ou x–9=0
raízes, são as chamadas relações de Girard, que são a Soma (S)
x=9
e o Produto (P).
Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes da equação.
𝒃
2º Caso) A equação é da forma ax2 + c = 0. 1) Soma das raízes é dada por: 𝑺 = 𝒙𝟏 + 𝒙𝟐 = −
𝒂
x2 – 16 = 0  Fatoramos o primeiro membro, que é uma
𝒄
diferença de dois quadrados. 2) Produto das raízes é dada por: 𝑷 = 𝒙𝟏 . 𝒙𝟐 =
𝒂
(x + 4) . (x – 4) = 0, aplicando a 1º propriedade dos reais
temos: Logo podemos reescrever a equação da seguinte forma:
x+4=0 x–4=0
x=–4 x=4 x2 – Sx + P=0
ou Exemplo:
x2 – 16 = 0 → x2 = 16 → √x2 = √16 → x = ± 4, (aplicando a Determine uma equação do 2º grau cujas raízes sejam os
segunda propriedade). números 2 e 7.
Logo, S = {–4, 4}. Resolução:
Pela relação acima temos:
Resolução das equações completas do 2º grau com S = 2+7 = 9 e P = 2.7 = 14 → Com esses valores montamos
uma incógnita. a equação: x2 -9x +14 =0
Para este tipo de equação utilizaremos a Fórmula de
Bháskara. Essa fórmula é chamada fórmula resolutiva ou Referências
fórmula de Bháskara. www.somatematica.com.br

Questões

01. Para que a equação (3m-9)x²-7x+6=0 seja uma


equação de segundo grau, o valor de m deverá,
necessariamente, ser diferente de:
(A) 1.
Nesta fórmula, o fato de x ser ou não número real vai
(B) 2.
depender do discriminante Δ; temos então, três casos a
(C) 3.
estudar.
(D) 0.
(E) 9.
Duas raízes reais distintas.
b  02. Qual a equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2?
Δ>0
x'  (A) x²-3x+4=0
1º caso
(Positivo)
2.a (B) -3x²-5x+1=0
(C) 3x²+5x+2=0
b 
x ''  (D) 2x²-5x+3=0
2.a
Duas raízes reais iguais. 03. O dobro da menor raiz da equação de 2º grau dada por
Δ=0 x²-6x=-8 é:
2º caso b (A) 2
(Nulo) x’ = x” =
2a (B) 4
(C) 8
Δ<0 Não temos raízes reais. (D) 12
3º caso
(Negativo) Respostas

A existência ou não de raízes reais e o fato de elas serem 01. Resposta: C.


duas ou uma única dependem, exclusivamente, do Neste caso o valor de a ≠ 0, 𝑙𝑜𝑔𝑜:
discriminante Δ = b2 – 4.a.c; daí o nome que se dá a essa 3m - 9 ≠ 0 → 3m ≠ 9 → m ≠ 3
expressão.
02. Resposta: D.
Exemplo: Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
1) Resolver a equação 3x2 + 7x + 9 = 0 no conjunto R. x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas
Temos: a = 3, b = 7 e c = 9 raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas
raízes multiplicadas resultam no valor de c.

Matemática 26
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APOSTILAS OPÇÃO

3 5 nos comprimentos. Entretanto, consideramos que o sistema


𝑆 =1+ = =𝑏
2 2 continua decimal, porque 100 = 102.
Existem outras unidades de medida mas que não
3 3 pertencem ao sistema métrico decimal. Vejamos as relações
𝑃 =1∙ = = 𝑐 ; 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜
2 2 entre algumas essas unidades e as do sistema métrico
decimal (valores aproximados):
5 3 1 polegada = 25 milímetros
𝑥2 − 𝑥 + = 0
2 2 1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
2𝑥 2 − 5𝑥 + 3 = 0 1 pé = 30 centímetros

03. Resposta: B.
x²-6x+8=0
∆= (−6)2 − 4.1.8 ⇒ 36 − 32 = 4

−(−6)±√4 6±2
𝑥= ⇒𝑥=
2.1 2

6+2
𝑥1 = =4
2 A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
6−2
acrescidas de quadrado.
𝑥2 = =2 Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a
2
lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc.
Dobro da menor raiz: 22=4 Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o
centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade
vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103,
Sistema Decimal de o sistema continua sendo decimal.
Medidas (comprimento,
superfície, volume, massa,
capacidade e tempo) -
transformação de unidades e
resolução de problemas.
Caro (a) candidato (a), o assunto RESOLUÇÃO DE A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o
PROBLEMAS está sendo abordada através das questões volume da água que enche um tanque é de 7.000 litros,
referente a este Tópico. dizemos que essa é a capacidade do tanque. A unidade
fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a
Sistema de Medidas Decimais 1 dm3.
Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.
medida que mantém algumas relações entre si. O sistema
métrico decimal é hoje o mais conhecido e usado no mundo
todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de
comprimento do sistema métrico. A unidade fundamental é o
metro, porque dele derivam as demais.

O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de


medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g).

Unidades de Massa e suas Transformações

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm
uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada
unidade vale sempre 10 vezes a unidade menor seguinte. Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama
Por isso, o sistema é chamado decimal. e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t).
Medidas Especiais:
E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na 1 Tonelada(t) = 1000 Kg
prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular 1 Arroba = 15 Kg
de litro. 1 Quilate = 0,2 g
As unidades de área do sistema métrico correspondem às
unidades de comprimento da tabela anterior. Relações entre unidades:
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro
quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o
quilômetro quadrado, o metro quadrado e o hectômetro
quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o
nome de hectare (há): 1 hm2 = 1 há.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma
unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como

Matemática 27
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APOSTILAS OPÇÃO

Temos que: Utilizaremos uma regra de três simples:


1 kg = 1l = 1 dm3 ml %
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2 4000 ------- 100
1 m3 = 1000 l 2200 ------- x
4000.x = 2200 . 100 x = 220000 / 4000 = 55%
Questões
03. Resposta: D.
3
01. O suco existente em uma jarra preenchia da sua 4 . 3 . 200000000 . 52 = 1,248 . 1011 g = 1,248 . 105 t
4
capacidade total. Após o consumo de 495 mL, a quantidade de
1
suco restante na jarra passou a preencher da sua capacidade MEDIDAS DE TEMPO
5
total. Em seguida, foi adicionada certa quantidade de suco na Não Decimais
jarra, que ficou completamente cheia. Nessas condições, é
correto afirmar que a quantidade de suco adicionada foi igual, Medidas de Tempo (Hora) e suas Transformações
em mililitros, a
(A) 580.
(B) 720.
(C) 900.
(D) 660.
(E) 840.
Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede
02. Em uma casa há um filtro de barro que contém, no intervalos de tempo, é o mais conhecido. A unidade utilizada
início da manhã, 4 litros de água. Desse filtro foram retirados como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo.
800 mL para o preparo da comida e meio litro para consumo 1h → 60 minutos → 3 600 segundos
próprio. No início da tarde, foram colocados 700 mL de água
dentro desse filtro e, até o final do dia, mais 1,2 litros foram Para passar de uma unidade para a menor seguinte,
utilizados para consumo próprio. Em relação à quantidade de multiplica-se por 60.
água que havia no filtro no início da manhã, pode-se concluir Exemplo:
que a água que restou dentro dele, no final do dia, corresponde 0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos, quantos
a uma porcentagem de minutos indica 0,3 horas?
(A) 60%.
(B) 55%.
(C) 50%.
Efetuando temos: 0,3 . 60 = 1. x → x = 18 minutos.
(D) 45%.
Concluímos que 0,3horas = 18 minutos.
(E) 40%.
- Adição e Subtração de Medida de tempo
03. Admita que cada pessoa use, semanalmente, 4 bolsas
Ao adicionarmos ou subtrairmos medidas de tempo,
plásticas para embrulhar suas compras, e que cada bolsa é
precisamos estar atentos as unidades. Vejamos os exemplos:
composta de 3 g de plástico. Em um país com 200 milhões de
A) 1 h 50 min + 30 min
pessoas, quanto plástico será utilizado pela população em um
ano, para embrulhar suas compras? Dado: admita que o ano é
formado por 52 semanas. Indique o valor mais próximo do
obtido.
(A) 108 toneladas Observe que ao somar 50 + 30, obtemos 80 minutos, como
(B) 107 toneladas sabemos que 1 hora tem 60 minutos, temos, então
(C) 106 toneladas acrescentamos a hora +1, e subtraímos 80 – 60 = 20 minutos,
(D) 105 toneladas é o que resta nos minutos:
(E) 104 toneladas
Respostas

01. Resposta: B.
Vamos chamar de x a capacidade total da jarra. Assim:
3 1
. 𝑥 − 495 = . 𝑥
4 5

3 1
.𝑥 − . 𝑥 = 495 Logo o valor encontrado é de 2 h 20 min.
4 5

5.3.𝑥 − 4.𝑥=20.495 B) 2 h 20 min – 1 h 30 min


20

15x – 4x = 9900
11x = 9900
x = 9900 / 11 Observe que não podemos subtrair 20 min de 30 min,
x = 900 mL (capacidade total) então devemos passar uma hora (+1) dos 2 para a coluna
Como havia 1/5 do total (1/5 . 900 = 180 mL), a quantidade minutos.
adicionada foi de 900 – 180 = 720 mL

02. Resposta: B.
4 litros = 4000 ml; 1,2 litros = 1200 ml; meio litro = 500
ml
4000 – 800 – 500 + 700 – 1200 = 2200 ml (final do dia)

Matemática 28
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APOSTILAS OPÇÃO

Então teremos novos valores para fazermos nossa 02. Resposta: D.


subtração, 20 + 60 = 80: T = 8 . 4 + 10 . 6 + 15 . 10 + 20 . 5 =
= 32 + 60 + 150 + 100 = 342 min
Fazendo: 342 / 60 = 5 h, com 42 min (resto)

03. Resposta: B.
Logo o valor encontrado é de 50 min. 15 h 40 – 2 h 15 – 50 min = 12 h 35min

Questões
Geometria: ponto, reta,
01. Joana levou 3 horas e 53 minutos para resolver uma
prova de concurso, já Ana levou 2 horas e 25 minutos para
plano – ângulos, polígonos,
resolver a mesma prova. Comparando o tempo das duas triângulos, quadriláteros,
candidatas, qual foi a diferença encontrada? circunferência, círculo e seus
(A) 67 minutos.
(B) 75 minutos.
elementos respectivos –
(C) 88 minutos. figuras geométricas planas
(D) 91 minutos. (perímetros e áreas) – sólidos
(E) 94 minutos.
geométricos (figuras
02. A tabela a seguir mostra o tempo, aproximado, que um espaciais): seus elementos e
professor leva para elaborar cada questão de matemática. volumes.
Questão (dificuldade) Tempo (minutos)
Fácil 8
Média 10 Caro (a) candidato (a), não fizemos a divisão em Tópicos
Difícil 15 pois os mesmos estão inteiramente relacionados. Colocamos os
Muito difícil 20 assuntos seguindo a melhor ordem de estudo para você; visando
O gráfico a seguir mostra o número de questões de a melhor compreensão dos assuntos cobrados neste edital.
matemática que ele elaborou.
- Ponto, reta, plano
- Ângulos

PONTO – RETA E PLANO

Ao estudo das figuras em um só plano chamamos de


Geometria Plana.
A Geometria estuda, basicamente, os três princípios
fundamentais (ou também chamados de “entes primitivos”)
que são: Ponto, Reta e Plano. Estes três princípios não tem
definição e nem dimensão (tamanho).
O tempo, aproximado, gasto na elaboração dessas questões Para representar um ponto usamos. e para dar nome
foi usamos letras maiúsculas do nosso alfabeto. Exemplo: . A
(A) 4h e 48min. (ponto A).
(B) 5h e 12min. Para representar uma reta usamos ↔ e para dar nome
(C) 5h e 28min. usamos letras minúsculas do nosso alfabeto ou dois pontos por
(D) 5h e 42min. onde esta reta passa.
(E) 6h e 08min. ⃡ ).
Exemplo: t ( reta t ou reta 𝐴𝐵
03. Para obter um bom acabamento, um pintor precisa dar
duas demãos de tinta em cada parede que pinta. Sr. Luís utiliza
uma tinta de secagem rápida, que permite que a segunda
demão seja aplicada 50 minutos após a primeira. Ao terminar Para representar um plano usamos uma figura chamada
a aplicação da primeira demão nas paredes de uma sala, Sr. paralelogramo e para dar nome usamos letras minúsculas do
Luís pensou: “a segunda demão poderá ser aplicada a partir alfabeto grego (α, β, π, θ,....).
das 15h 40min.” Exemplo:
Se a aplicação da primeira demão demorou 2 horas e 15
minutos, que horas eram quando Sr. Luís iniciou o serviço?
(A) 12h 25 min
(B) 12h 35 min
(C) 12h 45 min Semi plano: toda reta de um plano que o divide em outras
(D) 13h 15 min duas porções as quais denominamos de semi plano. Observe a
(E) 13h 25 min figura:
Respostas

01. Resposta: C.

Como 1h tem 60 minutos. Partes de uma reta


Então a diferença entre as duas é de 60+28=88 minutos. Estudamos, particularmente, duas partes de uma reta:

Matemática 29
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APOSTILAS OPÇÃO

- Semirreta: é uma parte da reta que tem origem em um


ponto e é infinita.
Exemplo: (semirreta 𝐴𝐵), tem origem em A e passa por B.

- Segmento de reta: é uma parte finita (tem começo e fim)


da reta.
Exemplo: (segmento de reta ̅̅̅̅
𝐴𝐵). Ângulos colaterais internos: (colaterais = mesmo lado)

̅̅̅̅ = 𝐵𝐴
Observação: 𝐴𝐵 ≠ 𝐵𝐴 e 𝐴𝐵 ̅̅̅̅.

POSIÇÃO RELATIVA ENTRE RETAS

- Retas concorrentes: duas retas são concorrentes


quando se interceptam em um ponto. Observe que a figura A soma dos ângulos 4 e 5 é igual a 180°.
abaixo as retas c e d se interceptam no ponto B.

- Retas paralelas: são retas que por mais que se A soma dos ângulos 3 e 6 é igual a 180°
prolonguem nunca se encontram, mantêm a mesma distância
e nunca se cruzam. O ângulo de inclinação de duas ou mais Ângulos colaterais externos:
retas paralelas em relação a outra é sempre igual. Indicamos
retas paralelas a e b por a // b.

- Retas coincidentes: duas retas são coincidentes se


pertencem ao mesmo plano e possuem todos os pontos em A soma dos ângulos 2 e 7 é igual a 180°
comum.

- Retas perpendiculares: são retas concorrentes que se


cruzam num ponto formando entre si ângulos de 90º ou seja
ângulos retos. A soma dos ângulos 1 e 8 é igual a 180°

Ângulos alternos internos: (alternos = lados diferentes)

Os ângulos 4 e 6 são congruentes (iguais)

Ângulos formados por duas retas paralelas com uma


transversal
Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no mesmo
plano e não possuem ponto em comum.
Vamos observar a figura abaixo:

Os ângulos 3 e 5 são congruentes (iguais)

Matemática 30
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APOSTILAS OPÇÃO

Ângulos alternos externos:

(A) 10°
(B) 20°
Os ângulos 1 e 7 são congruentes (iguais) (C) 30°
(D) 40°
(E) 50°

02. O valor de x na figura seguinte, em graus, é:

Os ângulos 2 e 8 são congruentes (iguais)


(A) 32°
Ângulos correspondentes: são ângulos que ocupam uma (B) 32° 30’
mesma posição na reta transversal, um na região interna e o (C) 33°
outro na região externa. (D) 33° 30’
(E) 34°

̂ é reto, o valor
03. Na figura abaixo, sabendo que o ângulo A
de 𝛼 é:

Os ângulos 1 e 5 são congruentes (iguais)

(A) 20°
(B) 30°
(C) 40°
(D) 50°
(E) 60°
Respostas
os ângulos 2 e 6 são congruentes (iguais)
01. Resposta: E.
Na figura, os ângulos assinalados são correspondentes,
portanto são iguais.

os ângulos 3 e 7 são congruentes (iguais)

x + 2x + 30° = 180°
3x = 180°- 30°
3x = 150°
x = 150° : 3
x = 50°

02. Resposta: B.
Na figura dada os ângulos 47° e 2x – 18° são
os ângulos 4 e 8 são congruentes (iguais) correspondentes e, portanto tem a mesma medida, então:
2x – 18° = 47° → 2x = 47° + 18° → 2x = 65° → x = 65°: 2
Questões

01. Na figura abaixo, o valor de x é:

x = 32° 30’

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APOSTILAS OPÇÃO

03. Resposta: C. Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que


Precisamos traçar uma terceira reta pelo vértice A paralela 90º.
às outras duas.
Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semirretas opostas.

Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

Os ângulos são dois a dois iguais, portanto 𝛼 = 40°

ÂNGULOS

Ângulo: É uma região limitada por duas semirretas de


mesma origem. Ângulos Complementares: Dois ângulos são
0
complementares se a soma das suas medidas é 90 .
Elementos de um ângulo:
- LADOS: são as duas semirretas 𝑂𝐴 e 𝑂𝐵.
-VÉRTICE: é o ponto de intersecção das duas semirretas,
no exemplo o ponto O.

Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos


0
replementares se a soma das suas medidas é 360 .

Ângulo Central:
- Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro da
circunferência; Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos
- Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do suplementares se a soma das suas medidas de dois ângulos é
polígono regular e cujos lados passam por vértices 180º.
consecutivos do polígono.

Então, se x e y são dois ângulos, temos:


Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não - se x + y = 90° → x e y são Complementares.
pertence à circunferência e os lados são tangentes a ela. - se x + y = 180° → e y são Suplementares.
- se x + y = 360° → x e y são Replementares.

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a mesma


medida.

Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a uma


circunferência.

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são opostos


pelo vértice se os lados de um são as respectivas semirretas
opostas aos lados do outro.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que


90º.

Matemática 32
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APOSTILAS OPÇÃO

Ângulos consecutivos: são ângulos que tem um lado em c)


comum.

Ângulos adjacentes: são ângulos consecutivos que não


tem ponto interno em comum.

d)

̂ B e BO
- Os ângulos AO ̂ C, AO
̂ B e AO
̂ C, BO
̂ C e AO
̂ C são pares
de ângulos consecutivos.
̂ B e BO
- Os ângulos AO ̂ C são ângulos adjacentes.

Unidades de medida de ângulos:


Grado: (gr.): dividindo a circunferência em 400 partes
iguais, a cada arco unitário que corresponde a 1/400 da
circunferência denominamos de grado. Respostas
Grau: (º): dividindo a circunferência em 360 partes iguais,
cada arco unitário que corresponde a 1/360 da circunferência 01. Respostas:
denominamos de grau.
a) 55˚
- o grau tem dois submúltiplos: minuto e segundo. E temos
b) 74˚
que 1° = 60’ (1 grau equivale a 60 minutos) e 1’ = 60” (1 minuto
equivale a 60 segundos).
02. Resposta: 130.
Imagine uma linha cortando o ângulo î, formando uma
Questões linha paralela às retas "a" e "b".
Fica então decomposto nos ângulos ê e ô.
01. As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a medida
do ângulo â, nos seguintes casos:
a)

b) Sendo assim, ê = 80° e ô = 50°, pois o ângulo ô é igual ao


complemento de 130° na reta b.
Logo, î = 80° + 50° = 130°.

03. Respostas:
a) 160° - 3x = x + 100°
160° - 100° = x + 3x → 60° = 4x
x = 60°/4 → x = 15°
Então 15°+100° = 115° e 160°-3*15° = 115°
02. As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î?
b) 6x + 15° + 2x + 5º = 180°
6x + 2x = 180° -15° - 5° → 8x = 160° → x = 160°/8
x = 20°
Então, 6*20°+15° = 135° e 2*20°+5° = 45°

c) Sabemos que a figura tem 90°.


Então x + (x + 10°) + (x + 20°) + (x + 20°) = 90°
4x + 50° = 90° → 4x = 40° → x = 40°/4 → x = 10°
03. Obtenha as medidas dos ângulos assinalados:
a)
d) Sabemos que os ângulos laranja + verde formam 180°,
pois são exatamente a metade de um círculo.
Então, 138° + x = 180° → x = 180° - 138° → x = 42°
Logo, o ângulo x mede 42°.

Polígonos

b) Um polígono é uma figura geométrica fechada, simples,


formada por segmentos consecutivos e não colineares.

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APOSTILAS OPÇÃO

Elementos de um polígono (𝐧−𝟐).𝟏𝟖𝟎° 𝐒


1 – Ângulo interno: 𝐚𝐢 = ou 𝐚𝐢 = 𝐢.
𝐧 𝐧

𝟑𝟔𝟎° 𝐒
2 - Ângulo externo: 𝐚𝐞 = ou 𝐚𝐞 = 𝐞.
𝐧 𝐧

Semelhança de Polígonos: Dois polígonos são


semelhantes quando os ângulos correspondentes são
congruentes e os lados correspondentes são proporcionais.
Vejamos:

Um polígono possui os seguintes elementos:

- Lados: cada um dos segmentos de reta que une vértices


consecutivos: ̅̅̅̅
AB, ̅̅̅̅
BC, ̅̅̅̅ DE e ̅̅̅̅
CD, ̅̅̅̅ AE.

- Vértices: ponto de intersecção de dois lados consecutivos:


Fonte: http://www.somatematica.com.br
A, B, C, D e E.
1) Os ângulos correspondentes são congruentes:
- Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não
̅̅̅̅, AD
consecutivos: AC ̅̅̅̅, BD ̅̅̅̅ e BE
̅̅̅̅, CE ̅̅̅̅.
2) Os lados correspondentes (homólogos) são
- Ângulos internos: ângulos formados por dois lados proporcionais:
𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐶𝐷 𝐷𝐴
consecutivos (assinalados em azul na figura): , , , = = = 𝑜𝑢
𝐴′𝐵′ 𝐵′𝐶′ 𝐶′𝐷′ 𝐷′𝐴′
, . 3,8 4 2,4 2
= = =
5,7 6 3,6 3
- Ângulos externos: ângulos formados por um lado e pelo
prolongamento do lado a ele consecutivo (assinalados em
Podemos dizer que os polígonos são semelhantes. Mas
a semelhança só será válida se ambas condições existirem
vermelho na figura): , , , , .
simultaneamente.
Classificação: os polígonos são classificados de acordo
A razão entre dois lados correspondentes em polígonos
com o número de lados, conforme a tabela abaixo.
semelhante denomina-se razão de semelhança, ou seja:
N° de lados Nome 𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐶𝐷 𝐷𝐴 2
3 Triângulo = = = = 𝑘 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑘 =
𝐴′𝐵′ 𝐵′𝐶′ 𝐶′𝐷′ 𝐷′𝐴′ 3
4 Quadrilátero
5 Pentágono Questões
6 Hexágono
7 Heptágono 01. A soma dos ângulos internos de um heptágono é:
8 Octógono (A) 360°
9 Eneágono (B) 540°
10 Decágono (C) 1400°
11 Undecágono (D) 900°
12 Dodecágono (E) 180°
15 Pentadecágono
20 Icoságono 02. Qual é o número de diagonais de um icoságono?
(A) 20
Fórmulas: na relação de fórmulas abaixo temos a letra n (B) 70
que representa o números de lados ou de ângulos ou de (C) 160
vértices de um polígonos, pois um polígono de 5 lados tem (D) 170
também e vértices e 5 ângulos. (E) 200

1 – Diagonais de um vértice: dv = n – 3. 03. O valor de x na figura abaixo é:

(𝐧−𝟑).𝐧
2 - Total de diagonais: 𝐝 = .
𝟐

3 – Soma dos ângulos internos: Si = (n – 2).180°.

4 – Soma dos ângulos externos: para qualquer polígono o


valor da soma dos ângulos externos é uma constante, isto é, Se
= 360°.

Polígonos Regulares: um polígono é chamado de regular (A) 80°


quando tem todos os lados congruentes (iguais) e todos os (B) 90°
ângulos congruentes. Exemplo: o quadrado tem os 4 lados (C) 100°
iguais e os 4 ângulos de 90°, por isso é um polígono regular. E (D) 70°
para polígonos regulares temos as seguintes fórmulas, além (E) 50°
das quatro acima:

Matemática 34
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APOSTILAS OPÇÃO

Respostas (A) 4
(B) 4√3
01. Resposta: D. (C) 8
Heptágono (7 lados) → n = 7 (D) 8√2
Si = (n – 2).180° (E) 12
Si = (7 – 2).180°
Si = 5.180° = 900° 02. O apótema de um triângulo equilátero inscrito em uma
circunferência mede 10 cm, o raio dessa circunferência é:
02. Resposta: D. (A) 15 cm
Icoságono (20 lados) → n = 20 (B) 10 cm
(C) 8 cm
(𝑛−3).𝑛
𝑑= (D) 20 cm
2
(E) 25 cm
(20−3).20
𝑑= = 17.10
2 03. O apótema de um quadrado mede 6 dm. A medida do
raio da circunferência em que esse quadrado está inscrito, em
d = 170 dm, vale:
(A) 4√2 dm
03. Resposta: A.
(B) 5√2 dm
A soma dos ângulos internos do pentágono é:
Si = (n – 2).180º (C) 6√2 dm
Si = (5 – 2).180º (D) 7√2 dm
Si = 3.180º → Si = 540º (E) 8√2 dm
540º = x + 3x / 2 + x + 15º + 2x – 20º + x + 25º
540º = 5x + 3x / 2 + 20º Respostas
520º = 10x + 3x / 2
1040º = 13x 01. Resposta: B.
X = 1040º / 13 → x = 80º Basta substituir r = 8 na fórmula do hexágono
𝑟√3 8√3
𝑎= →𝑎 = = 4√3 cm
2 2

POLÍGONOS REGULARES
02. Resposta: D.
Basta substituir a = 10 na fórmula do triangulo equilátero.
Todo polígono regular pode ser inscrito em uma 𝑟 𝑟
circunferência. E temos fórmulas para calcular o lado e o 𝑎 = → 10 = → r = 2.10 → r = 20 cm
2 2
apótema desse triângulo em função do raio da circunferência.
Apótema e um segmento que sai do centro das figuras 03. Resposta: C.
regulares e divide o lado em duas partes iguais. Sendo a = 6, temos:
𝑟√2
𝑎=
2
I) Triângulo Equilátero: 𝑟√2
6= → 𝑟√2 = 2.6 → 𝑟√2 = 12 (√2 passa dividindo)
2
12
r= (temos que racionalizar, multiplicando em cima e
√2
em baixo por √2)

12.√2 12√2
𝑟= →𝑟 = → 𝑟 = 6√2 dm
√2.√2 2

II) Quadrado:
RAZÃO ENTRE ÁREAS

- Razão entre áreas de dois triângulos semelhantes

III) Hexágono Regular


Vamos chamar de S1 a área do triângulo ABC = S1 e de S2
a do triângulo A’B’C’ = S2

𝑏1 ℎ1
Δ ABC ~ Δ A’B’C’ → = = 𝑘 (𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑙ℎ𝑎𝑛ç𝑎)
𝑏2 ℎ2

Referências 𝑏.ℎ
Sabemos que a área do triângulo é dada por 𝑆 =
DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da Matemática – Vol. 2
09 – Geometria Plana – 7ª edição – Editora Atual
www.somatematica.com.br Aplicando as razões temos que:
𝑏1. ℎ1
Questões 𝑆1 𝑏1 ℎ1 𝑆1
= 2 = . = 𝑘. 𝑘 = 𝑘 2 → = 𝑘2
𝑆2 𝑏2. ℎ2 𝑏2 ℎ2 𝑆2
01. O apótema de um hexágono regular inscrito numa 2
circunferência de raio 8 cm, vale, em centímetros:

Matemática 35
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APOSTILAS OPÇÃO

A razão entre as áreas de dois triângulos semelhantes Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto
é igual ao quadrado da razão de semelhança. médio do lado oposto. ̅̅̅̅
BM é uma mediana.

- Razão entre áreas de dois polígonos semelhantes

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas


̂ está dividido ao meio e neste caso Ê
partes iguais. O ângulo B
= Ô.

Área de ABCDE ... MN = S1 Área de A’B’C’D’ ...


M’N’ = S2

ABCDE ... MN = S1 ~ A’B’C’D’ ... M’N’ = S2 → ΔABC ~ ΔA’B’C’


e ΔACD ~ ΔAMN →
𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝑀𝑁 Ângulo Interno: Todo triângulo possui três ângulos
= = ⋯ = ′ ′ = 𝑘 (𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑙ℎ𝑎𝑛ç𝑎) ̂, B
internos, na figura são A ̂ e Ĉ
𝐴′𝐵′ 𝐵′ 𝐶 ′ 𝑀𝑁

Fazendo:

Área ΔABC = t1, Área ΔACD = t2, ..., Área ΔAMN = tn-2

Área ΔA’B’C’ = T1, Área ΔA’C’D’ = T2, ..., Área ΔA’M’N’ = Tn-2
Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triângulo
Anteriormente vimos que: e pelo prolongamento do lado adjacente a este lado, na figura
𝑡𝑖 ̂, E
são D ̂ e F̂ (na cor em destaque).
= 𝑘 2 → 𝑡𝑖 = 𝑘 2 𝑇𝑖 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑖 = 1,2,3, … , 𝑛 − 2
𝑇𝑖
Classificação
Então: O triângulo pode ser classificado de duas maneiras:
𝑆1 𝑡1 + 𝑡2 + 𝑡3 + ⋯ + 𝑡𝑛−2 𝑆1
= → = 𝑘2 1- Quanto aos lados:
𝑆2 𝑇1 + 𝑇2 + 𝑇3 + ⋯ + 𝑇𝑛−2 𝑆2
Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas iguais,
A razão entre as áreas de dois polígonos semelhantes é ̅̅̅̅) = m(BC
m(AB ̅̅̅̅) = m(AC
̅̅̅̅) e os três ângulos iguais.
igual ao quadrado da razão de semelhança.

Observação: A propriedade acima é extensiva a quaisquer


superfícies semelhantes e, por isso, vale

A razão entre as áreas de duas superfícies


semelhantes é igual ao quadrado da razão de Triângulo Isósceles: Tem dois lados com medidas iguais,
̅̅̅̅) = m(AC
m(AB ̅̅̅̅) e dois ângulos iguais.
semelhança.

Triângulos

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas
possui o menor número de lados. É o único polígono que não ̅̅̅̅) ≠ m(AC
diferentes, m(AB ̅̅̅̅) ≠ m(BC
̅̅̅̅) e os três ângulos
tem diagonais. Todo triângulo possui alguns elementos e os diferentes.
principais são: vértices, lados, ângulos, alturas, medianas e
bissetrizes.

2 - Quanto aos ângulos:


Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são
agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do que 90º.
1. Vértices: A, B e C.
2. Lados: ̅̅̅̅
AB,BC̅̅̅̅ e ̅̅̅̅
AC.
3. Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso, isto
vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.
̅̅̅̅ é uma altura do triângulo.
formando um ângulo reto. BH

Matemática 36
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APOSTILAS OPÇÃO

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto (90° 2- Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois
graus). lados correspondentes proporcionais e os ângulos formados
por esses lados também são congruentes, então os triângulos
são semelhantes.

Propriedade dos ângulos

1- Ângulos Internos: a soma dos três ângulos internos de


qualquer triângulo é igual a 180°.

3- Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os


três lados correspondentes proporcionais, então os triângulos
são semelhantes.
a + b + c = 180º
2- Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC onde
as letras minúsculas representam os ângulos internos e as
respectivas letras maiúsculas os ângulos externos. Temos que
em todo triângulo cada ângulo externo é igual à soma de dois
ângulos internos apostos.

Observação: temos três critérios de semelhança, porém o


̂ = b̂ + ĉ; B
A ̂ = â + ĉ e Ĉ = â + b̂ mais utilizado para resolução de exercícios, isto é, para provar
que dois triângulos são semelhantes, basta provar que eles tem
Semelhança de triângulos dois ângulos correspondentes congruentes (iguais).
Dois triângulos são semelhantes se tiverem, entre si, os
lados correspondentes proporcionais e os ângulos Questões
congruentes (iguais).
01. O valor de x na figura abaixo é:

(A) 30°
(B) 40°
(C) 50°
(D) 60°
(E) 70°

02. Na figura abaixo ̅̅̅̅


AB = ̅̅̅̅
AC, ̅̅̅̅
CB = ̅̅̅̅
CD, a medida do ângulo
̂
DCB é:

Critérios de semelhança
1- Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem,
entre si, dois ângulos correspondentes congruentes iguais,
então os triângulos são semelhantes. (A) 34°
(B) 72°
(C) 36°
(D) 45°
(E) 30°

̂ C é reto. O valor em
03. Na figura seguinte, o ângulo AD
̂
graus do ângulo CBD é igual a:

Matemática 37
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APOSTILAS OPÇÃO

(A) 120°
(B) 110°
(C) 105°
(D) 100°
(E) 95°
Respostas

01. Resposta: B.
Da figura temos que 3x é um ângulo externo do triângulo
e, portanto, é igual à soma dos dois internos opostos, então:
3x = x + 80º
3x – x = 80º
2x = 80°
x = 80° : 2
x = 40°

02. Resposta: C. E todo triângulo tem três desses elementos, isto é, o


Na figura dada, temos três triângulos: ABC, ACD e BCD. Do triângulo tem três alturas, três medianas, três bissetrizes e três
enunciado AB = AC, o triângulo ABC tem dois lados iguais, mediatrizes. Os pontos de intersecção desses elementos são
então ele é isósceles e tem dois ângulos iguais: chamados de pontos notáveis do triângulo.
AĈB = AB ̂ C = x. A soma dos três ângulos é igual a 180°.
36° + x + x = 180° - Baricentro: é o ponto de intersecção das três medianas de
2x = 180° - 36° um triângulo. É sempre um ponto interno. E divide as
2x = 144 medianas na razão de 2:1. É ponto de gravidade do triângulo.
x = 144 : 2
x = 72
Logo: AĈB = AB ̂ C = 72°
Também temos que CB = CD, o triângulo BCD é isósceles:
CB̂ D = CD̂ B = 72°, sendo y o ângulo DĈB, a soma é igual a
180°.
72° + 72° + y = 180°
144° + y = 180° - Incentro: é o ponto de intersecção das três bissetrizes de
y = 180° - 144° um triângulo. É sempre um ponto interno. É o centro da
y = 36º circunferência circunscrita (está dentro do triângulo
tangenciando seus três lados).
03. Resposta: D.
Na figura temos três triângulos. Do enunciado o ângulo
̂ C = 90° (reto).
AD
O ângulo BD ̂ C = 30° → AD
̂ B = 60º.

- Circuncentro: é o ponto de intersecção das três


mediatrizes de um triângulo. É o centro da circunferência
O ângulo CB̂ D (x) é ângulo externo do triângulo ABD, então: circunscrita (está por fora do triângulo passando por seus três
x = 60º + 40° (propriedade do ângulo externo) → x = 100° vértices). No triângulo acutângulo o circuncentro é um ponto
interno, no triângulo obtusângulo é um ponto externo e no
triângulo retângulo é o ponto médio da hipotenusa.
PONTOS NOTÁVEIS DO TRIÂNGULO

Em um triângulo qualquer nós temos alguns elementos


chamados de cevianas. Estes elementos são:
- Altura: segmento que sai do vértice e forma um ângulo de
90° com o lado oposto a esse vértice.
- Mediana: segmento que sai do vértice e vai até o ponto
médio do lado oposto a esse vértice, isto é, divide o lado oposto - Ortocentro: é o ponto de intersecção das três alturas de
em duas partes iguais. um triângulo. No triângulo acutângulo é um ponto interno, no
- Bissetriz do ângulo interno: semirreta que divide o ângulo triângulo retângulo é o vértice do ângulo reto e no triângulo
em duas partes iguais. obtusângulo é um ponto externo.
- Mediatriz: reta que passa pelo ponto médio do lado
formando um ângulo de 90°

Um triângulo cujos vértices são os “pés” das alturas de um


outro triângulo chama-se triângulo órtico do primeiro
triângulo.

Matemática 38
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APOSTILAS OPÇÃO

E é ponto de tangência, logo o raio traçado no ponto de


tangência forma ângulo reto (90°) e ̅̅̅̅
OE = 2 cm. Portanto o
triângulo AEO é retângulo, basta aplicar o Teorema de
Pitágoras e sendo AE ̅̅̅̅ = x:
̅̅̅̅)2 = (AE
(AO ̅̅̅̅)2 + (OE̅̅̅̅)2
42 = x 2 + 22
16 − 4 = x 2
x 2 = 12
Observações:
1) Num triângulo isósceles (dois lados iguais) os quatro x = √12
pontos notáveis são colineares (estão numa alinhados). x = 2√3 cm
2) Num triângulo equilátero (três lados iguais) os quatro
pontos notáveis são coincidentes, isto é, um só ponto já é o 03. Resposta: E.
Baricentro, Incentro, Circuncentro e Ortocentro. O baricentro é sempre interno, pois as 3 medianas de um
3) As iniciais dos quatro pontos formam a palavra BICO. triângulo são segmentos internos.

Questões
Quadriláteros
01. Assinale a afirmação falsa:
(A) Os pontos notáveis de um triângulo equilátero são Quadrilátero é todo polígono com as seguintes
coincidentes. propriedades:
(B) O encentro de qualquer triângulo é sempre um ponto - Tem 4 lados.
interno. - Tem 2 diagonais.
(C) O ortocentro de um triângulo retângulo é o vértice do - A soma dos ângulos internos Si = 360º
ângulo reto. - A soma dos ângulos externos Se = 360º
(D) O circuncentro de um triângulo retângulo é o ponto
médio da hipotenusa. Observação: é o único polígono em que Si = Se
(E) O baricentro de qualquer triângulo é o ponto médio de
cada mediana.

02. Na figura, o triângulo ABC é equilátero e está


̅̅̅̅ é altura do
circunscrito ao círculo de centro O e raio 2 cm. AD
triângulo. Sendo E ponto de tangência, a medida de ̅̅̅̅ AE, em
centímetros, é:
No quadrilátero acima, observamos alguns elementos
geométricos:
- Os vértices são os pontos: A, B, C e D.
- Os ângulos internos são A, B, C e D.
- Os lados são os segmentos: ̅̅̅̅
AB, ̅̅̅̅
BC, ̅̅̅̅
CD e ̅̅̅̅
AD.

Observação: Ao unir os vértices opostos de um


(A) 2√3 quadrilátero qualquer, obtemos sempre dois triângulos e
(B) 2√5 como a soma das medidas dos ângulos internos de um
(C) 3 triângulo é 180 graus, concluímos que a soma dos ângulos
(D) 5 internos de um quadrilátero é igual a 360 graus.
(E) √26

03. Qual das afirmações a seguir é verdadeira?


(A) O baricentro pode ser um ponto exterior ao triângulo e
isto ocorre no triângulo acutângulo.
(B) O baricentro pode ser um ponto de um dos lados do
triângulo e isto ocorre no triângulo escaleno.
(C) O baricentro pode ser um ponto exterior ao triângulo e Quadriláteros Notáveis:
isto ocorre no triângulo retângulo.
(D) O baricentro pode ser um ponto dos vértices do Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.
triângulo e isto ocorre no triângulo retângulo.
(E) O baricentro sempre será um ponto interior ao
triângulo.
Respostas

01. Resposta: E.
O baricentro divide as medianas na razão de 2 para 1, logo ̅̅̅̅ é paralelo a CD
- AB ̅̅̅̅
não é ponto médio.
Os trapézios podem ser:
02. Resposta: A. - Retângulo: dois ângulos retos.
Do enunciado temos que O é o circuncentro (centro da - Isósceles: lados não paralelos congruentes (iguais).
circunferência inscrita) então O também é baricentro (no - Escaleno: os quatro lados diferentes.
triângulo equilátero os 4 pontos notáveis são coincidentes),
logo pela propriedade do baricentro temos que AO ̅̅̅̅ é o dobro
̅̅̅̅ ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
de OD. Se OD = 2 (raio da circunferência) → AO = 4 cm. O ponto

Matemática 39
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APOSTILAS OPÇÃO

Paralelogramo: É o quadrilátero que tem lados opostos


paralelos. Num paralelogramo, os ângulos opostos são
02. Com relação aos quadriláteros, assinale a alternativa
congruentes e os lados apostos também são congruentes.
incorreta:
(A) Todo quadrado é um trapézio.
(B) Todo retângulo é um paralelogramo.
(C) Todo quadrado é um losango.
(D) Todo trapézio é um paralelogramo.
(E) Todo losango é um paralelogramo.

03. Na figura, ABCD é um trapézio isósceles, onde AD = 4,


̅̅̅̅//CD
- AB ̅̅̅̅ e AD
̅̅̅̅//BC
̅̅̅̅ CD = 1, A = 60° e a altura vale 2√3. A área desse trapézio é
- ̅̅̅̅
AB = ̅̅̅̅
CD e ̅̅̅̅
AD = ̅̅̅̅
BC (lados opostos iguais)
-Â = Ĉ e B̂=D ̂ (ângulos opostos iguais)
̅̅̅̅ ≠ BD
- AC ̅̅̅̅ (duas diagonais diferentes)

Os paralelogramos mais importantes recebem nomes


especiais:

- Losango: 4 lados congruentes (A) 4.


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus) (B) (4√3)/3.
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos. (C) 5√3.
(D) 6√3.
(E) 7.
Respostas

01. Respostas: a = 70º; b = 162º e c = 18º.


a) x + 105° + 98º + 87º = 360º
x + 290° = 360°
x = 360° - 290°
x = 70º
Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes b) x + 80° + 82° = 180°
(iguais) x + 162° = 180°
- No losango e no quadrado as diagonais são x = 180º - 162º
perpendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são x = 18°
bissetrizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio). 18º + 90º + y + 90º = 360°
y + 198° = 360°
Fórmulas da área dos quadriláteros: y = 360º - 198°
(B+b).h
1 - Trapézio: A = , onde B é a medida da base maior, y = 162º
2
b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é c) 3a / 2 + 2a + a / 2 + a = 360º
a medida da altura. (3a + 4a + a + 2a) / 2 = 720° /2
3 - Retângulo: A = b.h 10a = 720º
D.d
4 - Losango: A = , onde D é a medida da diagonal maior a = 720° / 10
2 a = 72°
e d é a medida da diagonal menor. 72° + b + 90° = 180°
5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado. b + 162° = 180°
b = 180° - 162°
Questões b = 18°.
01. Determine a medida dos ângulos indicados: 02. Resposta: D.
a) Trata-se de uma pergunta teórica.
a) V → o quadrado tem dois lados paralelos, portanto é
um trapézio.
b) V → o retângulo tem os lados opostos paralelos,
portanto é um paralelogramo.
c) V → o quadrado tem os lados opostos paralelos e os 4
b) lados congruentes, portanto é um losango.
d) F
e) V → o losango tem lados opostos paralelos, portanto
é um paralelogramo.

c) 03. Resposta: D.
De acordo com e enunciado, temos:

Matemática 40
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APOSTILAS OPÇÃO

Diâmetro: Diâmetro de uma circunferência (ou de um


círculo) é uma corda que passa pelo centro da circunferência.
Observamos que o diâmetro é a maior corda da
̅̅̅̅ é um
circunferência. Na figura abaixo, o segmento de reta AC
diâmetro.

𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 √3 ℎ
- sen60º = → = → 2h = 4√3 → h = 2√3
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 2 4
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 1 𝑥
- cos60º = → = → 2x = 4 → x = 2
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 2 4
- base maior AB = x + 1 + x = 2 + 1 + 2 = 5
- base menor CD = 1 Posições relativas de uma reta e uma circunferência

(𝐵+𝑏).ℎ (5+1).2√3 Reta secante: Uma reta é secante a uma circunferência se


A= →A= → A = 6√3
2 2 essa reta intercepta a circunferência em dois pontos
quaisquer, podemos dizer também que é a reta que contém
uma corda.
Circunferência, círculo e seus elementos
respectivos
Reta tangente: Uma reta tangente a uma circunferência é
uma reta que intercepta a circunferência em um único ponto
Circunferência: A circunferência é o lugar geométrico de P. Este ponto é conhecido como ponto de tangência ou ponto
todos os pontos de um plano que estão localizados a uma de contato. Na figura ao lado, o ponto P é o ponto de tangência
mesma distância r de um ponto fixo denominado o centro da e a reta que passa pelos pontos E e F é uma reta tangente à
circunferência. Esta talvez seja a curva mais importante no circunferência.
contexto das aplicações.

Reta externa (ou exterior): é uma reta que não tem ponto
Círculo: (ou disco) é o conjunto de todos os pontos de um em comum com a circunferência. Na figura abaixo a reta t é
plano cuja distância a um ponto fixo O é menor ou igual que externa.
uma distância r dada. Quando a distância é nula, o círculo se
reduz a um ponto. O círculo é a reunião da circunferência com
o conjunto de pontos localizados dentro da mesma. No gráfico
acima, a circunferência é a linha de cor verde escuro que
envolve a região verde claro, enquanto o círculo é toda a região
pintada de verde reunida com a circunferência.
Propriedades das secantes e tangentes
Pontos interiores de um círculo e exteriores a um Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O,
círculo intercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B e se
M é o ponto médio da corda AB, então o segmento de reta OM
Pontos interiores: Os pontos interiores de um círculo são é perpendicular à reta secante s.
os pontos do círculo que não estão na circunferência.

Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O,


intercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B, a
perpendicular às retas que passam pelo centro O da
Pontos exteriores: Os pontos exteriores a um círculo são circunferência, passa também pelo ponto médio da corda AB.
os pontos localizados fora do círculo.

Conceitos:
Raio: Raio de uma circunferência (ou de um círculo) é um
segmento de reta com uma extremidade no centro da
circunferência (ou do círculo) e a outra extremidade num Seja OP um raio de uma circunferência, onde O é o centro e P
ponto qualquer da circunferência. Na figura abaixo, os um ponto da circunferência. Toda reta perpendicular ao raio
̅̅̅̅, OB
segmentos de reta OA ̅̅̅̅ e OC
̅̅̅̅ são raios. OP é tangente à circunferência no ponto de tangência P.

Corda: Corda de uma circunferência é um segmento de


reta cujas extremidades pertencem à circunferência (ou seja,
um segmento que une dois pontos de uma circunferência). Na
̅̅̅̅ e DE
figura abaixo, os segmentos de reta AC ̅̅̅̅ são cordas.
Toda reta tangente a uma circunferência é perpendicular ao
raio no ponto de tangência.

Matemática 41
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APOSTILAS OPÇÃO

Posições relativas de duas circunferências circunferência, e a medida do ângulo central e do arco são
iguais.
Reta tangente comum: Uma reta que é tangente a duas
circunferências ao mesmo tempo é denominada uma tangente
comum. Há duas possíveis retas tangentes comuns: a interna e
a externa.

̂
O ângulo central determina na circunferência um arco𝐴𝐵
e sua medida é igual a esse arco.

̂
α = AB
Ao traçar uma reta ligando os centros de duas Ângulo Inscrito: é um ângulo cujo vértice está sobre a
circunferências no plano, esta reta separa o plano em dois circunferência.
semi-planos. Se os pontos de tangência, um em cada
circunferência, estão no mesmo semi-plano, temos uma reta
tangente comum externa. Se os pontos de tangência, um em
cada circunferência, estão em semi-planos diferentes, temos
uma reta tangente comum interna.

Circunferências internas: Uma circunferência C1 é


̂
O ângulo inscrito determina na circunferência um arco 𝐴𝐵
interna a uma circunferência C2, se todos os pontos do círculo
C1 estão contidos no círculo C2. Uma circunferência é externa e sua medida é igual à metade do arco.
à outra se todos os seus pontos são pontos externos à outra. ̂
AB
α=
2

Ângulo Excêntrico Interno: é formado por duas cordas da


circunferência.

Circunferências concêntricas: Duas ou mais


circunferências com o mesmo centro, mas com raios diferentes
são circunferências concêntricas.

Circunferências tangentes: Duas circunferências que


estão no mesmo plano, são tangentes uma à outra, se elas são O ângulo excêntrico interno determina na circunferência
tangentes à mesma reta no mesmo ponto de tangência. dois arcos AB e CD e sua medida é igual à metade da soma dos
dois arcos.
̂ + CD
AB ̂
α=
2

Ângulo Excêntrico Externo: é formado por duas retas


secantes à circunferência.

As circunferências são tangentes externas uma à outra se


os seus centros estão em lados opostos da reta tangente
comum e elas são tangentes internas uma à outra se os seus
centros estão do mesmo lado da reta tangente comum.
O ângulo excêntrico externo determina na circunferência
Circunferências secantes: são aquelas que possuem ̂ e 𝐶𝐷
dois arcos 𝐴𝐵 ̂ e sua medida é igual à metade da diferença
somente dois pontos distintos em comum. dos dois arcos.

̂ − CD
AB ̂
α=
2

Questões
Segmentos tangentes: Se AP e BP são segmentos de reta
tangentes à circunferência nos ponto A e B, então esses 01. O valor de x na figura abaixo é:
segmentos AP e BP são congruentes.

(A) 90°
ÂNGULOS (OU ARCOS) NA CIRCURFERÊNCIA
(B) 92°
(C) 96°
Ângulo central: é um ângulo cujo vértice coincide com o
(D) 98°
centro da circunferência. Este ângulo determina um arco na
(E) 100°

Matemática 42
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APOSTILAS OPÇÃO

02. Na figura abaixo, qual é o valor de y?

Usamos a seguinte representação: AB.


(A) 30° Observação: quando A e B são pontos coincidentes, um
(B) 45° arco é chamado de nulo e o outro arco de uma volta.
(C) 60°
(D) 35° Unidades de medidas de arcos (e ângulos)
(E) 25° I) Grau: para medir ângulos a circunferência foi dividida
em 360° partes iguais, e cada uma dessas partes passou a ser
03. Na figura seguinte, a medida do ângulo x, em graus, é: chamada de 1 grau (1°).

1
= (𝑢𝑚 𝑡𝑟𝑒𝑧𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎𝑣𝑜𝑠) 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎.
360
- submúltiplos do grau
O grau tem dois submúltiplos (medidas menores que o
grau). São o minuto e o segundo, de forma que:
1° = 60′ ou seja 1 minutos é igual a 1/60 do grau.
(A) 80° 1’ = 60” ou seja 1 segundo é igual a 1/60 do minuto.
(B) 82°
(C) 84° II) Radiano
(D) 86° A medida de um arco, em radianos, é a razão (divisão)
(E) 90° entre o comprimento do arco e o raio da circunferência sobre
Respostas a qual está arco está determinado.

01. Resposta: B.
O ângulo dado na figura (46°) é um ângulo inscrito,
portanto é igual à metade do arco x:

𝑥
46° =
2

x = 46°.2 Sendo α o ângulo (ou arco), r o raio e l o comprimento do


x = 92° arco, temos:
l
α=
02. Resposta: D. r
O ângulo da figura é um ângulo excêntrico externo, O arco l terá seu comprimento máximo (ou maior) quando
portanto é igual à metade da diferença dos dois arcos dados. for igual ao comprimento total de uma circunferência (C = 2πr
110° − 40° – fórmula do comprimento da circunferência), ou seja lmáximo =
𝑦= C → lmax = 2πr.
2
Então, o valor máximo do ângulo α em radianos será:
70° 2πr
𝑦= = 35° α= ==> α = 2π rad
2 r

03. Resposta: C. Observação: uma volta na circunferência é igual a 360° ou


O ângulo x é um ângulo excêntrico interno, portanto é igual 2π rad.
à metade da soma dos dois arcos.
Conversões
108° + 60° - graus para radianos: para converter grau para radianos
𝑥= usamos uma regra de três simples.
2
exemplo:
168° Converter 150° para radianos.
𝑥= = 84° 180° π rad
2
150° x rad

MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS 180° π


=
150° x
180𝑥 = 150𝜋
Arcos (e ângulos) na circunferência 150π
Se forem tomados dois pontos A e B sobre uma x= (simplificando)
180

circunferência, ela ficará dividida em duas partes chamadas x= rad
6
arcos. Estes dois pontos A e B são as extremidades dos arcos.
- radianos para graus: basta substituir o π por 180°.
exemplo:

Converter rad para graus (ou podemos usar regra de
2
três simples também).

Matemática 43
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APOSTILAS OPÇÃO

3𝜋 3.180 540
= = = 270°
2 2 2 Área é a medida da superfície de uma figura plana.
A unidade básica de área é o m2 (metro quadrado), isto é,
Questões uma superfície correspondente a um quadrado que tem 1 m de
lado.
01. Um ângulo de 120° equivale a quantos radianos?

5𝜋
02. Um ângulo de rad equivale a quantos graus?
4

03. (FUVEST) Quantos graus, mede aproximadamente, um Fórmulas de área das principais figuras planas:
arco de 0,105 rad? (usar π = 3,14)
1) Retângulo
Respostas - sendo b a base e h a altura:

𝟐𝝅
01. Resposta: 𝒓𝒂𝒅
𝟑

180° π rad
120° x rad
2. Paralelogramo
180°
=
𝜋 - sendo b a base e h a altura:
120° 𝑥

180x = 120π
120𝜋
𝑥= (simplificando)
180
2𝜋
𝑥= 𝑟𝑎𝑑
3
3. Trapézio
02. Resposta: 225° - sendo B a base maior, b a base menor e h a altura:
5𝜋 5.180° 900°
= = = 225°
4 4 4

03. Resposta: 6°
Neste caso, usamos regra de três:
180° π rad
4. Losango
x 0,105 rad
- sendo D a diagonal maior e d a diagonal menor:
180° 𝜋
=
𝑥 0,105

π.x = 180°.0,105
3,14x = 18,9
x = 18,9 : 3,14 ≅ 6,01 5. Quadrado
x ≅ 6° - sendo l o lado:

Figuras geométricas planas (perímetros e


áreas)
6. Triângulo: essa figura tem 6 fórmulas de área,
dependendo dos dados do problema a ser resolvido.
Perímetro: é a soma de todos os lados de uma figura plana.
Exemplo: I) sendo dados a base b e a altura h:

II) sendo dados as medidas dos três lados a, b e c:

Perímetros de algumas das figuras planas:

III) sendo dados as medidas de dois lados e o ângulo


formado entre eles:

Matemática 44
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APOSTILAS OPÇÃO

IV) triângulo equilátero (tem os três lados iguais):

Utilizando o Teorema de Pitágoras:


d2 = l2 + l2
2
(2√7) = 2l2
4.7 = 2l2
V) circunferência inscrita:
2l2 = 28
28
l2 =
2
A = 14 cm2

02. Resposta: A.
- um quadrado terá perímetro x
x
VI) circunferência circunscrita: o lado será l = e o outro quadrado terá perímetro 30 – x
4
30−x
o lado será l1 = , sabendo que a área de um quadrado
4
é dada por S = l2, temos:
S = S1 + S2
S=l²+l1²
x 2 30−x 2
S=( ) +( )
4 4
x2 (30−x)2
Questões S= + , como temos o mesmo denominador 16:
16 16

01. A área de um quadrado cuja diagonal mede 2√7 cm é, x 2 + 302 − 2.30. x + x 2


S=
em cm2, igual a: 16
(A) 12 x 2 + 900 − 60x + x 2
S=
(B) 13 16
(C) 14 2x2 60x 900
S= − + ,
(D) 15 16 16 16

(E) 16
sendo uma equação do 2º grau onde a = 2/16; b = -60/16
e c = 900/16 e o valor de x será o x do vértice que e dado pela
02. Corta-se um arame de 30 metros em duas partes. Com −b
cada uma das partes constrói-se um quadrado. Se S é a soma fórmula: x = , então:
2a
das áreas dos dois quadrados, assim construídos, então o
menor valor possível para S é obtido quando: −60 60
−( )
(A) o arame é cortado em duas partes iguais. xv = 16 = 16
(B) uma parte é o dobro da outra. 2 4
2. 16
(C) uma parte é o triplo da outra. 16
60 16 60
(D) uma parte mede 16 metros de comprimento. xv = . = = 15,
16 4 4

03. Um grande terreno foi dividido em 6 lotes retangulares logo l = 15 e l1 = 30 – 15 = 15.


congruentes, conforme mostra a figura, cujas dimensões
indicadas estão em metros. 03. Resposta: D.
Observando a figura temos que cada retângulo tem lados
medindo x e 0,8x:
Perímetro = x + 285
8.0,8x + 6x = x + 285
6,4x + 6x – x = 285
11,4x = 285
x = 285:11,4
Sabendo-se que o perímetro do terreno original, delineado x = 25
em negrito na figura, mede x + 285, conclui-se que a área total Sendo S a área do retângulo:
desse terreno é, em m2, igual a: S= b.h
(A) 2 400. S= 0,8x.x
(B) 2 600. S = 0,8x2
(C) 2 800. Sendo St a área total da figura:
(D) 3000. St = 6.0,8x2
(E) 3 200. St = 4,8.252
Respostas St = 4,8.625
St = 3000
01.Resposta: C.
Sendo l o lado do quadrado e d a diagonal: ÁREA DO CIRCULO E SUAS PARTES

I- Círculo:
Quem primeiro descreveu a área de um círculo foi o
matemático grego Arquimedes (287/212 a.C.), de Siracusa,

Matemática 45
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APOSTILAS OPÇÃO

mais ou menos por volta do século II antes de Cristo. Ele (D) 350.
concluiu que quanto mais lados tem um polígono regular mais (E) 360.
ele se aproxima de uma circunferência e o apótema (a) deste
polígono tende ao raio r. Assim, como a fórmula da área de um 02. A área de um círculo, cuja circunferência tem
polígono regular é dada por A = p.a (onde p é semiperímetro e comprimento 20𝜋 cm, é:
2𝜇𝑟 (A) 100𝜋 cm2.
a é o apótema), temos para a área do círculo 𝐴 = . 𝑟, então
2
(B) 80 𝜋 cm2.
temos:
(C) 160 𝜋 cm2.
(D) 400 𝜋 cm2.

03. Quatro tanques de armazenamento de óleo, cilíndricos


e iguais, estão instalados em uma área retangular de 24,8 m de
comprimento por 20,0 m de largura, como representados na
II- Coroa circular: figura abaixo.
É uma região compreendida entre dois círculos
concêntricos (tem o mesmo centro). A área da coroa circular é
igual a diferença entre as áreas do círculo maior e do círculo
menor. A = 𝜋R2 – 𝜋r2, como temos o 𝜋 como fator comum,
podemos colocá-lo em evidência, então temos:

2
Se as bases dos quatro tanques ocupam da área
5
retangular, qual é, em metros, o diâmetro da base de cada
tanque?
Dado: use 𝜋=3,1
III- Setor circular: (A) 2.
É uma região compreendida entre dois raios distintos de (B) 4.
um círculo. O setor circular tem como elementos principais o (C) 6.
raio r, um ângulo central 𝛼 e o comprimento do arco l, então (D) 8.
temos duas fórmulas: (E) 16.
Respostas

01. Resposta: B.
Unindo os centros das três circunferências temos um
triângulo equilátero de lado 2r ou seja l = 2.10 = 20 cm. Então
a área a ser calculada será:

IV- Segmento circular:


É uma região compreendida entre um círculo e uma corda
(segmento que une dois pontos de uma circunferência) deste
círculo. Para calcular a área de um segmento circular temos
que subtrair a área de um triângulo da área de um setor
circular, então temos: 𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐
𝐴 = 𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐 + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔 +
2
𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐
𝐴= + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔
2
𝜋𝑟 2
𝐴= + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔
2

𝜋𝑟 2 𝑙 2 √3
𝐴= +
2 4
(3,14 ∙ 102 ) 202 ∙ 1,73
𝐴= +
2 4
Questões 400 ∙ 1,73
𝐴 = 1,57 ∙ 100 +
4
01. A figura abaixo mostra três círculos, cada um com 10 𝐴 = 157 + 100 ∙ 1,73 = 157 + 173 = 330
cm de raio, tangentes entre si.
02. Resposta: A.
A fórmula do comprimento de uma circunferência é C =
2π.r, Então:
C = 20π
2π.r = 20π
20π
Considerando √3 ≅ 1,73 e 𝜋 ≅ 3,14, o valor da área r=

sombreada, em cm2, é: r = 10 cm
(A) 320. A = π.r2 → A = π.102 → A = 100π cm2
(B) 330.
(C) 340.

Matemática 46
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APOSTILAS OPÇÃO

03. Resposta: D.
Primeiro calculamos a área do retângulo (A = b.h)
Aret = 24,8.20
Aret = 496 m2

2
4.Acirc = .Aret
5

2
4.πr2 = .496
5
992
4.3,1.r2 =
5
12,4.r2 = 198,4 Dois sólidos, nos quais todo plano secante, paralelo a
r2 = 198,4 : 12, 4 → r2 = 16 → r = 4 um dado plano, determina superfícies de áreas iguais
d = 2r =2.4 = 8 (superfícies equivalentes), são sólidos de volumes iguais
(sólidos equivalentes).
Sólidos geométricos (figuras espaciais):
seus elementos e volumes.

Sólidos Geométricos são figuras geométricas que possui


três dimensões. Um sólido é limitado por um ou mais planos.
Os mais conhecidos são: prisma, pirâmide, cilindro, cone e
esfera.

- Principio de Cavalieri
Bonaventura Cavalieri foi um matemático italiano, A aplicação do princípio de Cavalieri, em geral, implica na
discípulo de Galileu, que criou um método capaz de determinar colocação dos sólidos com base num mesmo plano, paralelo ao
áreas e volumes de sólidos com muita facilidade, denominado qual estão as secções de áreas iguais (que é possível usando a
princípio de Cavalieri. Este princípio consiste em estabelecer congruência)
que dois sólidos com a mesma altura têm volumes iguais se as
secções planas de iguais altura possuírem a mesma área. - Sólidos geométricos
Vejamos:
Suponhamos a existência de uma coleção de chapas I) PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases
retangulares (paralelepípedos retângulos) de mesmas iguais e paralelas.
dimensões, e consequentemente, de mesmo volume.
Imaginemos ainda a formação de dois sólidos com essa coleção
de chapas.

Elementos de um prisma:
a) Base: pode ser qualquer polígono.
b) Arestas da base: são os segmentos que formam as
Tanto em A como em B, a parte do espaço ocupado, ou seja, bases.
o volume ocupado, pela coleção de chapas é o mesmo, isto é, os c) Face Lateral: é sempre um paralelogramo.
sólidos A e B tem o mesmo volume. d) Arestas Laterais: são os segmentos que formam as
Mas se imaginarmos esses sólidos com base num mesmo faces laterais.
plano α e situados num mesmo semi espaço dos determinados e) Vértice: ponto de intersecção (encontro) de arestas.
por α. f) Altura: distância entre as duas bases.

Classificação:
Um prisma pode ser classificado de duas maneiras:

1- Quanto à base:
- Prisma triangular...........................................................a base é
um triângulo.
- Prisma quadrangular.....................................................a base é
um quadrilátero.
- Prisma pentagonal........................................................a base é
Qualquer plano β, secante aos sólidos A e B, paralelo a α, um pentágono.
determina em A e em B superfícies de áreas iguais (superfícies - Prisma hexagonal.........................................................a base é
equivalentes). A mesma ideia pode ser estendida para duas um hexágono.
pilhas com igual número de moedas congruentes. E, assim por diante.

2- Quanta à inclinação:
- Prisma Reto: a aresta lateral forma com a base um
ângulo reto (90°).

Matemática 47
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APOSTILAS OPÇÃO

- Prisma Obliquo: a aresta lateral forma com a base um


ângulo diferente de 90°.

Fórmulas: Elementos de uma pirâmide:


- Área da Base A pirâmide tem os mesmos elementos de um prisma: base,
Como a base pode ser qualquer polígono não existe uma arestas da base, face lateral, arestas laterais, vértice e altura.
fórmula fixa. Se a base é um triângulo calculamos a área desse Além destes, ela também tem um apótema lateral e um
triângulo; se a base é um quadrado calculamos a área desse apótema da base.
quadrado, e assim por diante. Na figura acima podemos ver que entre a altura, o apótema
- Área Lateral: da base e o apótema lateral forma um triângulo retângulo,
Soma das áreas das faces laterais então pelo Teorema de Pitágoras temos: ap2 = h2 + ab2.
- Área Total:
At=Al+2Ab Classificação:
- Volume: Uma pirâmide pode ser classificado de duas maneiras:
V = Abh 1- Quanto à base:
- Pirâmide triangular...........................................................a base é
Prismas especiais: temos dois prismas estudados a parte um triângulo.
e que são chamados de prismas especiais, que são: - Pirâmide quadrangular.....................................................a base é
um quadrilátero.
a) Hexaedro (Paralelepípedo reto-retângulo): é um - Pirâmide pentagonal........................................................a base é
prisma que tem as seis faces retangulares. um pentágono.
- Pirâmide hexagonal.........................................................a base é
um hexágono.
E, assim por diante.

2- Quanta à inclinação:
- Pirâmide Reta: tem o vértice superior na direção do
Temos três dimensões: a= comprimento, b = largura e c = centro da base.
altura. - Pirâmide Obliqua: o vértice superior está deslocado em
relação ao centro da base.
Fórmulas:
- Área Total: At = 2.(ab + ac + bc)

- Volume: V = a.b.c

- Diagonal: D = √a2 + b 2 + c 2

b) Hexaedro Regular (Cubo): é um prisma que tem as 6


faces quadradas.
Fórmulas:
- Área da Base: 𝐴𝑏 = 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜, como a base
pode ser qualquer polígono não existe uma fórmula fixa. Se a
base é um triângulo calculamos a área desse triângulo; se a
base é um quadrado calculamos a área desse quadrado, e
assim por diante.
- Área Lateral: 𝐴𝑙 =
As três dimensões de um cubo comprimento, largura e 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 á𝑟𝑒𝑎𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑐𝑒𝑠 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠
altura são iguais.
- Área Total: At = Al + Ab
Fórmulas:
- Área Total: At = 6.a2 1
- Volume: 𝑉 = . 𝐴𝑏 . ℎ
3
- Volume: V = a3
- TRONCO DE PIRÂMIDE
O tronco de pirâmide é obtido ao se realizar uma secção
- Diagonal: D = a√3
transversal numa pirâmide, como mostra a figura:
II) PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base
e um vértice superior.

Matemática 48
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APOSTILAS OPÇÃO

- Cilindro Reto: a geratriz forma com o plano da base um


ângulo reto (90°).
- Cilindro Obliquo: a geratriz forma com a base um ângulo
diferente de 90°.

O tronco da pirâmide é a parte da figura que apresenta as


arestas destacadas em vermelho.
É interessante observar que no tronco de pirâmide as
arestas laterais são congruentes entre si; as bases são
polígonos regulares semelhantes; as faces laterais são
Fórmulas:
trapézios isósceles, congruentes entre si; e a altura de
- Área da Base: Ab = π.r2
qualquer face lateral denomina-se apótema do tronco.
- Área Lateral: Al = 2.π.r.h
→ Cálculo das áreas do tronco de pirâmide.
Num tronco de pirâmide temos duas bases, base maior e
- Área Total: At = 2.π.r.(h + r) ou At = Al + 2.Ab
base menor, e a área da superfície lateral. De acordo com a
base da pirâmide, teremos variações nessas áreas. Mas
- Volume: V = π.r2.h ou V = Ab.h
observe que na superfície lateral sempre teremos trapézios
Secção Meridiana de um cilindro: é um “corte” feito pelo
isósceles, independente do formato da base da pirâmide. Por
centro do cilindro. O retângulo obtido através desse corte é
exemplo, se a base da pirâmide for um hexágono regular,
chamado de secção meridiana e tem como medidas 2r e h. Logo
teremos seis trapézios isósceles na superfície lateral.
a área da secção meridiana é dada pela fórmula: ASM = 2r.h.
A área total do tronco de pirâmide é dada por:
St = Sl + SB + Sb
Onde:
St → é a área total
Sl → é a área da superfície lateral
SB → é a área da base maior
Sb → é a área da base menor

→ Cálculo do volume do tronco de pirâmide.


A fórmula para o cálculo do volume do tronco de pirâmide
é obtida fazendo a diferença entre o volume de pirâmide maior
e o volume da pirâmide obtida após a secção transversal que
produziu o tronco. Colocando em função de sua altura e das
áreas de suas bases, o modelo matemático para o volume do
tronco é: Cilindro Equilátero: um cilindro é chamado de equilátero
quando a secção meridiana for um quadrado, para isto temos
que: h = 2r.

IV) CONE: é um sólido geométrico que tem uma base


Onde,
circular e vértice superior.
V → é o volume do tronco
h → é a altura do tronco
SB → é a área da base maior
Sb → é a área da base menor

III) CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases


iguais, paralelas e circulares.

Elementos de um cone:
a) Base: é sempre um círculo.
b) Raio
c) Altura: distância entre o vértice superior e a base.
d) Geratriz: segmentos que formam a face lateral, isto é, a
face lateral e formada por infinitas geratrizes.

Classificação: como a base de um cone é um círculo, ele só


tem classificação quanto à inclinação.
Elementos de um cilindro:
- Cone Reto: o vértice superior está na direção do centro
a) Base: é sempre um círculo.
da base.
b) Raio
- Cone Obliquo: o vértice superior esta deslocado em
c) Altura: distância entre as duas bases.
relação ao centro da base.
d) Geratriz: são os segmentos que formam a face lateral,
isto é, a face lateral é formada por infinitas geratrizes.

Classificação: como a base de um cilindro é um círculo, ele


só pode ser classificado de acordo com a inclinação:

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APOSTILAS OPÇÃO

medida da altura lateral do cone, também está presente na


composição do tronco de cone.
Não devemos confundir a medida da altura do tronco de
cone com a medida da altura de sua lateral (geratriz), pois são
elementos distintos. A altura do cone forma com as bases um
ângulo de 90º. No caso da geratriz os ângulos formados são um
agudo e um obtuso.

Área da Superfície e
Fórmulas:
Volume
- Área da base: Ab = π.r2

- Área Lateral: Al = π.r.g

- Área total: At = π.r.(g + r) ou At = Al + Ab Onde:


1 1 h = altura
- Volume: 𝑉 = . 𝜋. 𝑟 2 . ℎ ou 𝑉 = . 𝐴𝑏 . ℎ g = geratriz
3 3

- Entre a geratriz, o raio e a altura temos um triângulo


retângulo, então: g2 = h2 + r2. V) ESFERA

Secção Meridiana: é um “corte” feito pelo centro do cone.


O triângulo obtido através desse corte é chamado de secção
meridiana e tem como medidas, base é 2r e h. Logo a área da
secção meridiana é dada pela fórmula: ASM = r.h.

Elementos da esfera
Cone Equilátero: um cone é chamado de equilátero - Eixo: é um eixo imaginário, passando pelo centro da
quando a secção meridiana for um triângulo equilátero, para esfera.
isto temos que: g = 2r. - Polos: ponto de intersecção do eixo com a superfície da
esfera.
- TRONCO DE CONE - Paralelos: são “cortes” feitos na esfera, determinando
Se um cone sofrer a intersecção de um plano paralelo à sua círculos.
base circular, a uma determinada altura, teremos a - Equador: “corte” feito pelo centro da esfera,
constituição de uma nova figura geométrica espacial determinando, assim, o maior círculo possível.
denominada Tronco de Cone.
Fórmulas

- na figura acima podemos ver que o raio de um paralelo


Elementos (r), a distância do centro ao paralelo ao centro da esfera (d) e
- A base do cone é a base maior do tronco, e a seção o raio da esfera (R) formam um triângulo retângulo. Então,
transversal é a base menor; podemos aplicar o Teorema de Pitágoras: R2 = r2 + d2.
- A distância entre os planos das bases é a altura do tronco. - Área: A = 4.π.R2
4
- Volume: V = . π. R3
3

Fuso Esférico:

Diferentemente do cone, o tronco de cone possui duas


bases circulares em que uma delas é maior que a outra, dessa
forma, os cálculos envolvendo a área superficial e o volume do
tronco envolverão a medida dos dois raios. A geratriz, que é a Fórmula da área do fuso:

Matemática 50
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APOSTILAS OPÇÃO

𝛼. 𝜋. 𝑅 2 V = 24√3.12
𝐴𝑓𝑢𝑠𝑜 =
90° V = 288√3 cm3

Cunha Esférica:
Funções do 1º e 2º graus.

Funções do 1º grau

FUNÇÃO DO 1º GRAU OU FUNÇÃO AFIM OU POLINOMIAL


DO 1º GRAU
Fórmula do volume da cunha:
𝛼. 𝜋. 𝑅3 Recebe ou é conhecida por um desses nomes, sendo por
𝑉𝑐𝑢𝑛ℎ𝑎 = definição: Toda função f: R → R, definida por:
270°
Referências F(x) = ax + b
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
DOLCE, Osvalo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da matemática
elementar – Vol 10 – Geometria Espacial, Posição e Métrica – 5ª edição – Atual Com a ϵ R* e b ϵ R.
Editora O domínio e o contradomínio é o conjunto dos números
www.brasilescola.com.br reais (R) e o conjunto imagem coincide com o contradomínio,
Questões Im = R.
Quando b = 0, chamamos de função linear.
01. Dado o cilindro equilátero, sabendo que seu raio é igual
a 5 cm, a área lateral desse cilindro, em cm2, é:
(A) 90π
(B) 100π
(C) 80π
(D) 110π
(E) 120π

02. Seja um cilindro reto de raio igual a 2 cm e altura 3 cm. Tipos de Função
Calcular a área lateral, área total e o seu volume. Função constante: é toda função definida f: R → R, para
cada elemento de x, temos a mesma imagem, ou seja, o mesmo
03. Um prisma hexagonal regular tem aresta da base igual f(x) = y. Podemos dizer que y = f(x) = k.
a 4 cm e altura 12 cm. O volume desse prisma é:
(A) 288√3 cm3 Observe os gráficos abaixo da função constante
(B) 144√3 cm3
(C) 200√3 cm3
(D) 100√3 cm3
(E) 300√3 cm3

Respostas

01. Resposta: B.
Em um cilindro equilátero temos que h = 2r e do enunciado
r = 5 cm. A reresentação gráfica de uma função do constante, é uma
h = 2r → h = 2.5 = 10 cm reta paralela ao eixo das abscissas ou sobre o eixo (igual ao
Al = 2.π.r.h eixo abscissas).
Al = 2.π.5.10
Al = 100π Função Identidade
Se a = 1 e b = 0, então y = x. Quando temos este caso
02. Respostas: Al = 12π cm2, At = 20π cm2 e V = 12π cm3 chamamos a função de identidade, notamos que os valores de
Aplicação direta das fórmulas sendo r = 2 cm e h = 3 cm. x e y são iguais, quando a reta corta os quadrantes ímpares
Al = 2.π.r.h At = 2π.r(h + r) V = π.r2.h e y = - x, quando corta os quadrantes pares.
Al = 2.π.2.3 At = 2π.2(3 + 2) V = π.22.3 A reta que representa a função identidade é denominada
Al = 12π cm2 At = 4π.5 V = π.4.3 de bissetriz dos quadrantes ímpares:
At = 20π cm2 V = 12π cm2

03. Resposta: A.
O volume de um prisma é dado pela fórmula V = Ab.h, do
enunciado temos que a aresta da base é a = 4 cm e a altura h =
12 cm.
A área da base desse prisma é igual a área de um hexágono
regular
6.𝑎2 √3
𝐴𝑏 = E no caso abaixo a reta é a bissetriz dos quadrantes pares.
4

6.42 √3 6.16√3
𝐴𝑏 =  𝐴𝑏 =  𝐴𝑏 = 6.4√3  𝐴𝑏 = 24√3
4 4
cm2

Matemática 51
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APOSTILAS OPÇÃO

A função f : [1; 3] → [3; 5], definida por f(x) = x + 2, é uma


função bijetora.

Função Injetora: Quando para n elementos distintos do


domínio apresentam imagens também distintas no
contradomínio. Exemplo:

Função Ímpar e Função Par


Dizemos que uma função é par quando para todo elemento
x pertencente ao domínio temos 𝑓(𝑥) = 𝑓(−𝑥), ∀ 𝑥 ∈ 𝐷(𝑓).
Reconhecemos, graficamente, uma função injetora quando, Ou seja os valores simétricos devem possuir a mesma imagem.
uma reta horizontal, qualquer que seja interceptar o gráfico da Par melhor compreensão observe o diagrama abaixo:
função, uma única vez.

Função Sobrejetora: Quando todos os elementos do A função é dita ímpar quando para todo elemento x
contradomínio forem imagens de pelo menos um elemento do pertencente ao domínio, temos f(-x) = -f(x) ∀ x є D(f). Ou seja
domínio. Exemplo: os elementos simétricos do domínio terão imagens simétricas.
Observe o diagrama abaixo:

Reconhecemos, graficamente, uma função sobrejetora


quando, qualquer que seja a reta horizontal que interceptar o
eixo no contradomínio, interceptar, também, pelo menos uma
vez o gráfico da função.
Função crescente e decrescente
A função pode ser classificada de acordo com o valor do
coeficiente a (coeficiente angular da reta), se a > 0, a
função é crescente, caso a < 0, a função é decrescente. A
função é caracterizada por uma reta.

Função Bijetora: uma função é dita bijetora quando é


injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Exemplo:

Através do gráfico da função notamos que:


Exemplo:

Matemática 52
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APOSTILAS OPÇÃO

-Para função é crescente o ângulo formado entre a reta da


função e o eixo x (horizontal) é agudo (< 90º) e
- Para função decrescente o ângulo formado é obtuso (> 90º).

Zero ou Raiz da Função


Chama-se zero ou raiz da função y = ax + b, o valor de x
que anula a função, isto é, o valor de x para que y ou f(x) seja
igual à zero.

Sabendo-se que é constante a razão entre a variação do


Para achar o zero da função y = ax + b, basta igualarmos y lucro e a variação da quantidade vendida e que se pretende ter
ou f(x) a valor de zero, então assim teremos uma equação do um lucro total não menor que R$ 90.500,00 em 10 dias de
1º grau, ax + b = 0. venda desse produto, então a média diária de unidades que
deverão ser vendidas, nesse período, deverá ser, no mínimo,
Estudo do sinal da função: de:
Estudar o sinal da função y = ax + b é determinar os valores (A) 8 900.
reais de x para que: (B) 8 950.
- A função se anule (y = 0); (C) 9 000.
- A função seja positiva (y > 0); (D) 9 050.
- A função seja negativa (y < 0). (E) 9 150.

Vejamos abaixo o estudo do sinal: 02. Em determinado estacionamento cobra-se R$ 3,00 por
hora que o veículo permanece estacionado. Além disso, uma
taxa fixa de R$ 2,50 é somada à tarifa final. Seja t o número de
horas que um veículo permanece estacionado e T a tarifa final,
assinale a seguir a equação que descreve, em reais, o valor de
T:
(A) T = 3t
(B) T = 3t + 2,50
(C) T = 3t + 2.50t
(D) T = 3t + 7,50
(E) T = 7,50t + 3

03. Dada a função f(x) = −4x +15 , sabendo que f(x) = 35,
então
(A) x = 5.
(B) x = 6.
(C) x = -6.
(D) x = -5.
Respostas

01. Resposta: E.
Pelo enunciado temos que, a razão constante entre
variação de lucro (ΔL) e variação de quantidade (ΔQ) vendida:
Exemplo: ∆𝐿 7000 − (−1000) 8000
Estudar o sinal da função y = 2x – 4 (a = 2 > 0). 𝑅= →𝑅= →𝑅= → 𝑅 = 100
∆𝑄 80 − 0 80
Qual o valor de x que anula a função?
y=0 Como se pretende ter um lucro maior ou igual a R$
2x – 4 = 0 90.500,00, logo o lucro final tem que ser pelo menos 90.500,00
2x = 4 Então fazendo a variação do lucro para este valor temos:
4 ΔL = 90500 – (-1000) = 90500 + 1000 = 91500
x= Como é constante a razão entre a variação de lucro (ΔL) e
2 variação de quantidade (ΔQ) vendida, vamos usar o valor
x=2
encontrado para acharmos a quantidade de peças que
A função se anula para x = 2.
precisam ser produzidas:
Referências
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática Volume 1 – Editora ∆𝐿 91500 91500
Moderna
𝑅= → 100 = → 100∆𝑄 = 91500 → ∆𝑄 =
∆𝑄 ∆𝑄 100
FACCHINI, Walter – Matemática Volume Único – 1ª Edição - Editora
Saraiva:1996
→ ∆𝑄 = 915

Questões Como são em 10 dias, termos 915 x 10 = 9150 peças que


deverão ser vendidas, em 10 dias, para que se obtenha como
01. O gráfico apresenta informações do lucro, em reais, lucro pelo menos um lucro total não menor que R$ 90.500,00
sobre a venda de uma quantidade, em centenas, de um produto
em um hipermercado. 02. Resposta: B.
Equacionando as informações temos: 3 deve ser
multiplicado por t, pois depende da quantidade de tempo, e
acrescentado 2,50 fixo

Matemática 53
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APOSTILAS OPÇÃO

T = 3t + 2,50 Toda parábola tem um ponto de ordenada máxima ou


ponto de ordenada mínima, a esse ponto denominamos
03. Resposta: D. vértice. Dado por V (xv , yv).
35 = - 4x + 15 → - 4x = 20 → x = - 5

Funções do 2º grau

FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU OU FUNÇÃO


QUADRÁTICA
- Eixo de simetria
Chama-se “função do 2º grau”, função quadrática, função
É aquele que dado o domínio a imagem é a mesma. Isso faz
polinomial do 2º grau ou função trinômio do 2º grau, toda
com que possamos dizer que a parábola é simétrica a reta que
função f de R em R definida por um polinômio do 2º grau da
passa por xv, paralela ao eixo y, na qual denominamos eixo de
forma:
simetria. Vamos entender melhor o conceito analisando o
exemplo: y = x2 + 2x – 3 (início do assunto).
Atribuímos valores a x, achamos valores para y. Temos
Com a, b e c reais e a ≠ 0. que:
f (-3) = f (1) = 0
Onde: f (-2) = f (0) = -3
a é o coeficiente de x2
b é o coeficiente de x Conjunto Domínio e Imagem
c é o termo independente Toda função com Domínio nos Reais (R) que possui a > 0,
Exemplos: sua concavidade está voltada para cima, e o seu conjunto
y = x2 – 16, sendo a = 1, b = 0 e c = – 16 imagem é dado por:
f(x) = x2, sendo a = 1, b = 0 e c = 0 −∆ −∆
𝑰𝒎 = {𝒚 ∈ 𝑹| 𝒚 ≥ } 𝒐𝒖 𝑰𝒎 = [ ; +∞[
𝟒𝒂 𝟒𝒂
Representação gráfica da Função
O gráfico da função é constituído de uma curva aberta
chamada de parábola.
Exemplo:
Se a função f de R em R definida pela equação y = x2 + x.
Atribuindo à variável x qualquer valor real, obteremos em
correspondência os valores de y, vamos construir o gráfico da
função:

x y Logo se a < 0, a concavidade estará voltada para baixo, o


-3 6 seu conjunto imagem é dado por:
-2 2 −∆ −∆
-1 0 𝑰𝒎 = {𝒚 ∈ 𝑹| 𝒚 ≤ } 𝒐𝒖 𝑰𝒎 = ]−∞; ]
𝟒𝒂 𝟒𝒂
-1/2 -1/4
0 0
1 2
2 6

1) Como o valor de a > 0 a concavidade está voltada para


cima;
2) -1 e 0 são as raízes de f(x);
3) c é o valor onde a curva corta o eixo y neste caso, no 0
(zero) Coordenadas do vértice da parábola
4) O valor do mínimo pode ser observado nas Como visto anteriormente a função apresenta como eixo
extremidades (vértice) de cada parábola: -1/2 e -1/4 de simetria uma reta vertical que intercepta o gráfico num
ponto chamado de vértice.
Concavidade da Parábola As coordenadas do vértice são dadas por:
No caso das funções definida por um polinômio do 2º grau,
a parábola pode ter sua concavidade voltada para cima (a > 0)
ou voltada para baixo (a < 0).

Onde:
x1 e x2 são as raízes da função.
Vértice da parábola
Valor máximo e valor mínimo da função definida por
um polinômio do 2º grau

Matemática 54
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APOSTILAS OPÇÃO

- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada


mínima. Nesse caso, o vértice é chamado ponto de mínimo e
a ordenada do vértice é chamada valor mínimo da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada
máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de máximo e a
ordenada do vértice é chamada valor máximo da função.

Resolução:
Como conhecemos as raízes x1 e x2 (x1= -4 e x2 = 0),
podemos nos da forma fatorada temos:
f (x) = a.[ x – (-4)].[x – 0] ou f (x) = a(x + 4).x .
O vértice da parábola é (-2,4), temos:
4 = a.(-2 + 4).(-2) → a = -1
Raízes ou zeros da função definida por um polinômio Logo, f(x) = - 1.(x + 4).x → (-x – 4x).x → -x2 – 4x
do 2º grau
As raízes ou zeros da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c Referências
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática Volume 1 – Editora
são os valores de x reais tais que f(x) = 0, ou seja são valores Moderna
que deixam a função nula. Com isso aplicamos o método de FACCHINI, Walter – Matemática Volume Único – 1ª Edição - Editora
resolução da equação do 2º grau. Saraiva:1996
ax2 + bx + c = 0

A resolução de uma equação do 2º grau é feita com o


auxílio da chamada “fórmula de Bháskara”. Questões

01. Duas cidades A e B estão separadas por uma distância


b  d. Considere um ciclista que parte da cidade A em direção à
x , onde, = b2 – 4.a.c cidade B. A distância d, em quilômetros, que o ciclista ainda
2.a precisa percorrer para chegar ao seu destino em função do
100−𝑡 2
As raízes (quando são reais), o vértice e a intersecção com tempo t, em horas, é dada pela função 𝑑(𝑡) = . Sendo
𝑡+1
o eixo y são fundamentais para traçarmos um esboço do assim, a velocidade média desenvolvida pelo ciclista em todo o
gráfico de uma função do 2º grau. percurso da cidade A até a cidade B é igual a
(A) 10 Km/h
Forma fatorada das raízes: f (x) = a (x – x1) (x – x2). (B) 20 Km/h
Esta fórmula é muito útil quando temos as raízes e (C) 90 Km/h
precisamos montar a sentença matemática que expresse a (D) 100 Km/h
função.
02. Uma indústria produz mensalmente x lotes de um
Estudo da variação do sinal da função produto. O valor mensal resultante da venda deste produto é
Estudar o sinal de uma função quadrática é determinar os V(x)=3x²-12x e o custo mensal da produção é dado por
valores reais de x que tornam a função positiva, negativa ou C(x)=5x²-40x-40. Sabendo que o lucro é obtido pela diferença
nula. entre o valor resultante das vendas e o custo da produção,
Abaixo podemos resumir todos os valores assumidos pela então o número de lotes mensais que essa indústria deve
função dado a e Δ (delta). vender para obter lucro máximo é igual a
(A) 4 lotes.
(B) 5 lotes.
(C) 6 lotes.
(D) 7 lotes.
(E) 8 lotes.

03. A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB


sobre a porta da entrada de um salão:

Observe que:
Quando Δ > 0, o gráfico corta e tangencia o eixo x em dois
pontos distintos, e temos duas raízes reais distintas. Considere um sistema de coordenadas cartesianas com
Quando Δ = 0, o gráfico corta e tangencia o eixo dos x em centro em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto
um ponto e temos duas raízes iguais. mais alto do arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos
Quando Δ < 0, o gráfico não corta e não tangencia o eixo de apoio desse arco sobre a porta (A e B).
dos x em nenhum ponto e não temos raízes reais. Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse
arco é f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a
Exemplo: distância ̅̅̅̅
𝐴𝐵, em metros, é igual a
Considere a função quadrática representada pelo gráfico (A) 2,1.
abaixo, vamos determinar a sentença matemática que a define. (B) 1,8.
(C) 1,6.

Matemática 55
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APOSTILAS OPÇÃO

(D) 1,9. 1. Igualdade


(E) 1,4. As sequências são apresentadas com os seus termos entre
Respostas parênteses colocados de forma ordenada. Sucessões que
apresentarem os mesmos termos em ordem diferente serão
01. Resposta: A. consideradas sucessões diferentes.
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0: Duas sequências só poderão ser consideradas iguais se, e
100−02 somente se, apresentarem os mesmos termos, na mesma
𝑑(0) = = 100𝑘𝑚
0+1 ordem.
Exemplo
Agora, vamos substituir na função: A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à
100−𝑡 2
0= sequência (5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z = 15; e t
𝑡+1
= 17.
100 – t² = 0 Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3, 2, 1,
– t² = – 100 . (– 1) 0) são diferentes, pois, embora apresentem os mesmos
t² = 100 elementos, eles estão em ordem diferente.
𝑡 = √100 = 10𝑘𝑚/ℎ
2. Formula Termo Geral
02. Resposta: D. Podemos apresentar uma sequência através de um
L(x)=3x²-12x-5x²+40x+40 determinado valor atribuído a cada de termo a n em função do
L(x)=-2x²+28x+40 valor de n, ou seja, dependendo da posição do termo. Esta
𝑏 28 formula que determina o valor do termo an é chamada formula
𝑥𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = − = − = 7 𝑙𝑜𝑡𝑒𝑠
2𝑎 −4 do termo geral da sucessão.

Exemplo:
03. Resposta: B. - Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo
C=0,81, pois é exatamente a distância de V termo geral e igual a:
F(x)=-x²+0,81 an = n2 – 2n,com n ∈ N*.
0=-x²+0,81 Teremos:
X²=0,81 - se n = 1 ⇒ a1 = 12 – 2. 1 ⇒ a1 = 1 – 2 = - 1
X=0,9 - se n = 2 ⇒ a2 = 22 – 2. 2 ⇒ a2 = 4 – 4 = 0
A distância AB é 0,9+0,9=1,8 - se n = 3 ⇒ a3 = 32 – 2. 3 ⇒ a3 = 9 – 6 = 3
- se n = 4 ⇒ a4 = 42 – 4. 2 ⇒ a4 =16 – 8 = 8
- se n = 5 ⇒ a5 = 52 – 5. 2 ⇒ a5 = 25 – 10 = 15
Sequências, Progressões
Aritméticas e Geométricas. 3. Lei de Recorrências
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos o
Resolução de problemas. valor do primeiro termo e um “caminho” (uma fórmula) que
permite a determinação de cada termo conhecendo-se o seu
antecedente. Essa forma de apresentação de uma sucessão é
Caro (a) candidato (a), o assunto: RESOLUÇÃO DE chamada lei de recorrências.
PROBLEMAS, cobrado neste Tópico já foi abordado em nosso
material através: da resolução de questões, as quais visam a Exemplo:
fixação do conteúdo assim como situações problemas referente - Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência em
a cada assunto. que:
a1 = 3 e an+1 = 2an – 4 , em que n ∈ N*.
SEQUÊNCIAS Teremos: o primeiro termo já foi dado.
- a1 = 3
Podemos, no nosso dia-a-dia, estabelecer diversas - se n = 1 ⇒ a1+1 = 2.a1 – 4 ⇒ a2 = 2.3 – 4 ⇒ a2 = 6 – 4 = 2
sequências como, por exemplo, a sucessão de cidades que - se n = 2 ⇒ a2+1 = 2.a2 – 4 ⇒ a3 = 2.2 – 4 ⇒ a3 = 4 – 4 = 0
temos numa viagem de automóvel entre Brasília e São Paulo - se n = 3 ⇒ a3+1 = 2.a3 – 4 ⇒ a4 = 2.0 – 4 ⇒ a4 = 0 – 4 = - 4
ou a sucessão das datas de aniversário dos alunos de uma - se n = 4 ⇒ a4+1 = 2.a4 – 4 ⇒ a5 = 2.(-4) – 4 ⇒ a5 = - 8 – 4 = -
determinada escola. 12
Podemos, também, adotar para essas sequências uma
ordem numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 para Observações
o 2º termo até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o termo 1) Devemos observar que a apresentação de uma
an é também chamado termo geral das sequências, em que n é sequência através do termo geral é mais pratica, visto que
um número natural diferente de zero. Evidentemente, podemos determinar um termo no “meio” da sequência sem a
daremos atenção ao estudo das sequências numéricas. necessidade de determinarmos os termos intermediários,
As sequências podem ser finitas, quando apresentam um como ocorre na apresentação da sequência através da lei de
último termo, ou, infinitas, quando não apresentam um último recorrências.
termo. As sequências infinitas são indicadas por reticências no 2) Algumas sequências não podem, pela sua forma
final. “desorganizada” de se apresentarem, ser definidas nem pela
lei das recorrências, nem pela formula do termo geral. Um
Exemplo: exemplo de uma sequência como esta é a sucessão de números
- Sequência dos números primos positivos: (2, 3, 5, 7, 11, naturais primos que já “destruiu” todas as tentativas de se
13, 17, 19, ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com encontrar uma formula geral para seus termos.
a1 = 2; a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 11; a6 = 13 etc. 3) Em todo exercício de sequência em que n ∈ N*, o
primeiro valor adotado é n = 1. No entanto de no enunciado
estiver n > 3, temos que o primeiro valor adotado é n = 4.
Lembrando que n é sempre um número natural.

Matemática 56
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APOSTILAS OPÇÃO

A Matemática estuda dois tipos especiais de sequências, Como em qualquer sequência os termos são chamados de
uma delas a Progressão Aritmética. a1, a2, a3, a4,.......,an,....

PROGRESSÃO ARITMÉTICA (P.A.) Cálculo da razão: a razão de uma P.G. é dada pelo
quociente de um termo qualquer pelo termo imediatamente
Definição: é uma sequência numérica em que cada termo, anterior a ele.
𝑎 𝑎 𝑎 𝑎
a partir do segundo termo, é igual ao termo anterior somado 𝑞 = 2 = 3 = 4 = ⋯……… = 𝑛
𝑎1 𝑎2 𝑎3 𝑎𝑛−1
com uma constante que é chamada de razão (r).
Como em qualquer sequência os termos são chamados de
Exemplos:
a1, a2, a3, a4,.......,an,....
- (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 3 e
razão q = 2
Cálculo da razão: a razão de uma P.A. é dada pela −9 −9
diferença de um termo qualquer pelo termo imediatamente - (-36, -18, -9, , ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = -
2 4
1
anterior a ele. 36 e razão q =
2
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1 5 5
- (15, 5, , ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 15 e razão
3 9
1
Exemplo: q=
3
- (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a1 = 5 e razão r = - (- 2, - 6, -18, - 54, ...) é uma PG de primeiro termo a1 = - 2
4 e razão q = 3

Classificação: uma P.A. é classificada de acordo com a Classificação: uma P.G. é classificada de acordo com o
razão. primeiro termo e a razão.
1- Se r > 0 ⇒ a P.A. é crescente. 1- Crescente: quando cada termo é maior que o anterior.
2- Se r < 0 ⇒ a P.A. é decrescente. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
3- Se r = 0 ⇒ a P.A. é constante. 2- Decrescente: quando cada termo é menor que o
anterior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 <
0 e q > 1.
Fórmula do Termo Geral 3- Alternante: quando cada termo apresenta sinal
Em toda P.A., cada termo é o anterior somado com a razão, contrário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
então temos: 4- Constante: quando todos os termos são iguais. Isto
1° termo: a1 ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de
2° termo: a2 = a1 + r razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
3° termo: a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r estacionaria.
4° termo: a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r 5- Singular: quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
5° termo: a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r quando a1 = 0 ou q = 0.
6° termo: a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
. . . . . . Fórmula do termo geral
. . . . . . Em toda P.G. cada termo é o anterior multiplicado pela
. . . . . . razão, então temos:
n° termo é: 1° termo: a1
𝐚𝐧 = 𝐚𝟏 + (𝐧 − 𝟏). 𝐫 2° termo: a2 = a1.q
3° termo: a3 = a2.q = a1.q.q = a1q2
Fórmula da soma dos n primeiros termos: 4° termo: a4 = a3.q = a1.q2.q = a1.q3
5° termo: a5 = a4.q = a1.q3.q = a1.q4
(𝐚𝟏 + 𝐚𝐧 ). 𝐧 . . . . .
𝐒𝐧 = . . . . .
𝟐
. . . . .
Propriedades:
1- Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos n° termo é:
extremos é igual à soma dos extremos. an = a1.qn – 1
Exemplo: (2, 8, 14, 20, 26, 32, 38,......)
Soma dos n primeiros termos:
𝐚𝟏 . (𝐪𝐧 − 𝟏)
𝐒𝐧 =
𝐪−𝟏
Soma dos infinitos termos (ou Limite da soma)
Vamos ver um exemplo:
1
Seja a P.G. (2, 1, ½, ¼, 1/8, 1/16, 1/32,.....) de a1 = 2 e q =
2
- como podemos observar neste exemplo, temos um se colocarmos na forma decimal, temos
número ímpar de termos. Neste caso sobrou um termo no (2; 1; 0,5; 0,25; 0,125; 0,0625; 0,03125;.....) se efetuarmos
meio (20) que é chamado de termo médio e é igual a metade a somas destes termos:
da soma dos extremos. Porém, só existe termos médio se 2+1=3
houver um número ímpar de termos. 3 + 0,5 = 3,5
3,5 + 0,25 = 3,75
P.G. – PROGRESSÃO GEOMETRICA 3,75 + 0,125 = 3,875
3,875 + 0,0625 = 3,9375
Definição: é uma sequência numérica em que cada termo, 3,9375 + 0,03125 = 3,96875
a partir do segundo termo, é igual ao termo anterior .
multiplicado por uma constante que é chamada de razão (q). .

Matemática 57
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APOSTILAS OPÇÃO

. (A) 3,1
Como podemos observar o número somado vai ficando (B) 3,9
cada vez menor e a soma tende a um certo limite. Então temos (C) 3,99
a seguinte fórmula: (D) 3, 999
(E) 4
𝐚𝟏 Respostas
𝐒= → −𝟏 < 𝐪 < 𝟏
𝟏−𝐪
01. Resposta: A.
2 2 r = 48 – 45 = 3
Utilizando no exemplo acima: 𝑆 = 1 = 1 = 4, logo 𝑎1 = 45
1−
2 2
dizemos que esta P.G. tem um limite que tenda a 4. 𝑎𝑛 = 𝑎1 + (𝑛 − 1)𝑟
𝑎99 = 45 + 98 ∙ 3 = 339
Produto da soma de n termos
02. Resposta: D.
|𝐏𝐧 | = √(𝐚𝟏 . 𝐚𝐧 )𝐧 𝑎𝑛 = 𝑎1 − (𝑛 − 1)𝑟
𝑎4 = 0,3 − 3.0,07 = 0,09
𝑎7 = 0,3 − 6.0,07 = −0,12
Temos as seguintes regras para o produto, já que esta 𝑆 = 𝑎4 + 𝑎7 = 0,09 − 0,12 = −0,03
fórmula está em módulo:
1- O produto de n números positivos é sempre positivo. 03. Resposta: B.
2- No produto de n números negativos: Primeiro, observe que os termos ímpares da sequência é
a) se n é par: o produto é positivo. uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 11; 12; 13; …).
b) se n é ímpar: o produto é negativo. Da mesma forma os termos pares é uma PA de razão 1 e
primeiro termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …).
Propriedades Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte
1- Numa P.G., com n termos, o produto de dois termos formato:
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes (1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
extremos. Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a regra
Exemplo: (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64,....) geral de formação da sequência, que está intrinsecamente
relacionada às duas progressões da seguinte forma:
- Se n (índice da sucessão) é ímpar temos que n = 2i - 1, ou
seja, i = (n + 1)/2;
- Se n é par temos n = 2i ou i = n/2.
Daqui e de (1) obtemos que:
- como podemos observar neste exemplo, temos um an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar
número ímpar de termos. Neste caso sobrou um termo no an = 8 + (n/2) - 1 se n é par
meio (8) que é chamado de termo médio e é igual a raiz Logo:
quadrada do produto dos extremos. Porém, só existe a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e
termos médio se houver um número ímpar de termos. a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37
E, portanto:
Questões a30 + a55 = 22 + 37 = 59.

01. Descubra o 99º termo da P.A. (45, 48, 51,...) 04. Resposta: E.
(A) 339 Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma
(B) 337 da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1.
(C) 333 Assim:
(D) 331 S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma
02. Uma sequência inicia-se com o número 0,3. A partir do PG infinita para obter S1:
2º termo, a regra de obtenção dos novos termos é o termo S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
anterior menos 0,07. Dessa maneira o número que
corresponde à soma do 4º e do 7º termos dessa sequência é
(A) –6,7.
(B) 0,23.
(C) –3,1.
(D) –0,03.
(E) –0,23. Anotações
03. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …)
obedecem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a
N*, é o termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é
igual a:
(A) 58
(B) 59
(C) 60
(D) 61
(E) 62

04. A soma dos elementos da sequência numérica infinita


(3; 0,9; 0,09; 0,009; …) é:

Matemática 58
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REFERÊNCIAS

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APOSTILAS OPÇÃO

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas


relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de


qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os


BRASIL. Estatuto da criança fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os
direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar
e do adolescente: Lei federal da criança e do adolescente como pessoas em
nº 8069, de 13 de julho de desenvolvimento.
1990. Disponível em:
Comentários:
www.planalto.gov.br/ccivil_ O ECA incorporou a doutrina da proteção integral à criança
03/leis/l8069.htm e ao adolescente, passando assim a serem sujeitos e titulares
de direitos fundamentais.
O direito da criança e do adolescente possui fundamento
constitucional, em especial nos artigos 227 a 229.
O art. 2º do Estatuto traz os conceitos de criança e de
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
adolescente:
DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
Criança é a pessoa com até 12 anos de idade incompletos.
ADOLESCENTE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Adolescente é a pessoa entre 12 e 18 anos de idade.
O critério adotado para distinguir essas pessoas foi o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
cronológico, ou seja, verifica-se apenas a idade da pessoa e
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
não sua capacidade de discernimento para a prática de alguma
conduta.
Título I
Na interpretação do ECA se levará em conta as exigências
Das Disposições Preliminares
do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e
a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança
em desenvolvimento. Em eventual semelhança de interesses
e ao adolescente.
jurídicos será preciso aplicar o princípio da
proporcionalidade, de modo a optar pelo interesse que mais se
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
aproxime dos fins sociais da lei e do princípio da dignidade
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
humana, coluna vertebral da proteção integral e do próprio
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Direito da Infância e da Juventude.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
Temos 4 princípios norteadores do ECA:
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
A- Princípio da Proteção Integral.
vinte e um anos de idade.
Em seu artigo 227, a Constituição Federal trás o princípio
da Proteção Integral indica o dever da família, da sociedade e
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
do Estado de zelar pela inviolabilidade dos direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
fundamentais da criança e do adolescente, deixando-os a salvo
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes,
de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
violência, crueldade e opressão.
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
B- Princípio da Prioridade Absoluta.
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e
Também previsto no artigo 227 da Carta Magna, o
de dignidade.
princípio da prioridade absoluta determina que a criança e o
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-
adolescente devem ser tratados com absoluta preferência,
se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de
pela sociedade e. em especial, pelo Poder Público.
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor,
O próprio ECA traz em quais aspectos essa prioridade
religião ou crença, deficiência, condição pessoal de
absoluta deve ser observada (art. 4º, parágrafo único):
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica,
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição
circunstâncias;
que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
sociais públicas;
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
C- Princípio do Respeito à Condição Peculiar da
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
Criança e do Adolescente de Pessoa em Desenvolvimento.
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Por esse princípio entendemos que as crianças e
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
adolescentes são pessoas em condições peculiares de
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
desenvolvimento e, por isso, apresentam hipossuficiência
circunstâncias;
frente à defesa dos seus próprios interesses, além de
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
possuírem interesses especiais, assim, esta expressão significa
relevância pública;
que a criança e o adolescente possuem todos os direitos, de
c) preferência na formulação e na execução das políticas
que são detentores os adultos, desde que sejam aplicáveis à
sociais públicas;

Referências 1
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APOSTILAS OPÇÃO

sua idade, ao grau de desenvolvimento físico ou mental e à sua custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que
capacidade de autonomia e discernimento. atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único
D- Princípio da Participação Popular. de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o
Este princípio decorre do artigo, 204, II da Constituição sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento
Federal, que garante a participação da população, por meio de integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
organizações representativas, na formulação das políticas
públicas e no controle das ações em todos os níveis Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
relacionados à infância e à juventude. propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de
Título II liberdade.
Dos Direitos Fundamentais § 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde
Capítulo I desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
Do Direito à Vida e à Saúde visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de
ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à e à alimentação complementar saudável, de forma
vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento § 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta
de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
programas e às políticas de saúde da mulher e de Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e I - manter registro das atividades desenvolvidas, através
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
nº 13.257, de 2016) impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
profissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei administrativa competente;
nº 13.257, de 2016) III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao nascido, bem como prestar orientação aos pais;
estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
direito de opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº necessariamente as intercorrências do parto e do
13.257, de 2016) desenvolvimento do neonato;
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta a permanência junto à mãe.
hospitalar responsável e contra referência na atenção VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a
apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo
de 2016) técnico já existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência 2017) (Vigência)
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,
inclusive como forma de prevenir ou minorar as Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado
consequências do estado puerperal. voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade
prestada também a gestantes e mães que manifestem no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
gestantes e mães que se encontrem em situação de privação de de 2016)
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 1o A criança e o adolescente com deficiência serão
§ 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
acompanhante de sua preferência durante o período do pré- necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
natal, do trabalho de parto e do pós-parto reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e
aleitamento materno, alimentação complementar saudável e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 13.257, de 2016) § 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável frequente de crianças na primeira infância receberão
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, formação específica e permanente para a detecção de sinais de
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o
intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído pela
pela Lei nº 13.257, de 2016) Lei nº 13.257, de 2016)
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré- Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) cuidados intermediários, deverão proporcionar condições
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob

Referências 2
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APOSTILAS OPÇÃO

responsável, nos casos de internação de criança ou acompanhar a prática do processo de amamentação,


adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a
mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo técnico já existente, conforme agora o artigo 10º, VI.
físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos No que diz respeito ao artigo 14 §5º foi acrescido a
contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente obrigatoriedade ao Sistema Único de Saúde promover a
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito
sem prejuízo de outras providências legais. meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente de acompanhamento da criança, de risco para o seu
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da desenvolvimento psíquico.
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de Capítulo II
entrada, os serviços de assistência social em seu componente Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
especializado, o Centro de Referência Especializado de
Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade,
Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo
conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos
faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
de violência de qualquer natureza, formulando projeto
terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela aspectos:
Lei nº 13.257, de 2016) I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas II - opinião e expressão;
de assistência médica e odontológica para a prevenção das III - crença e culto religioso;
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e V - participar da vida familiar e comunitária, sem
alunos. discriminação;
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos VI - participar da vida política, na forma da lei;
recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integridade física, psíquica e moral da criança e do
integral e inter setorial com as demais linhas de cuidado adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos
13.257, de 2016) espaços e objetos pessoais.
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e
por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) constrangedor.
§ 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos
especiais será atendida pelo Sistema Único de Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser
Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus tratamento cruel ou degradante, como formas de correção,
primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais,
instrumento construído com a finalidade de facilitar a pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis,
detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas
criança, de risco para o seu desenvolvimento ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los,
psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
Comentários: I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
No Título II da Lei 8.069 está disposto os direitos aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
fundamentais das crianças e dos adolescentes, estes são adolescente que resulte em:
aqueles mesmos outorgados aos adultos, mais outros especiais a) sofrimento físico; ou
e conferidos em respeito a condição peculiar de pessoa em b) lesão;
desenvolvimento. II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma
No Capítulo II temos os direitos à vida e a saúde. cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente
Atenção! No ano de 2016 esse capítulo sofreu relevantes que:
alterações em razão da publicação da Lei nº 13.257 que dispõe a) humilhe;
acerca da Primeira Infância. Observa-se, que o direito à vida, b) ameace gravemente; ou
embutido no direito à saúde, é considerado o mais elementar c) ridicularize.
e absoluto dos direitos fundamentais, já que este é
indispensável ao exercício dos demais direitos, ficando a cargo Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os
do Estado garanti-los através de políticas públicas. responsáveis, os agentes públicos executores de medidas
Atenção! Em virtude da Lei n.º 13.438, os artigos 10 e 14 socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de
sofreram adição de incisos e parágrafos, dessa forma, os crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los
hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou
gestantes, públicos e particulares, passam a ser obrigados a degradante como formas de correção, disciplina, educação ou

Referências 3
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APOSTILAS OPÇÃO

qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de § 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou
outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão adolescente à sua família terá preferência em relação a
aplicadas de acordo com a gravidade do caso: qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos
proteção à família; termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação
psiquiátrico; dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - encaminhamento a cursos ou programas de § 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente
orientação; com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de
especializado; acolhimento institucional, pela entidade responsável,
V - advertência. independentemente de autorização judicial.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão § 5o Será garantida a convivência integral da criança com a
aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.
providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o A mãe adolescente será assistida por equipe
Comentários: especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509,
O direito à liberdade é mais amplo do que o direito de ir e de 2017)
vir, sendo compreendido pelo amplo acesso a logradouros e
espaços comunitários, a livre opinião e expressão, crença e Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em
culto religioso, bem como ao direito de participar sem entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
discriminação da vida familiar, comunitária e da vida política, nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
na forma da lei. Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Há, ainda, o especialíssimo direito de brincar, praticar § 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe inter
esportes e divertir-se, absolutamente condizente com a profissional da Justiça da Infância e da Juventude, que
condição infanto-juvenil, aliás, tão agradável também ao apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando
adulto que busca uma vida feliz e plena. inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
Entretanto, esse direito à liberdade não é absoluto. É puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
importante lembrar que crianças e adolescentes estão § 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá
submetidos ao poder familiar dos pais ou à tutela ou guarda determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante
dos responsáveis, e por isso, a eles devem respeito e sua expressa concordância, à rede pública de saúde e
subordinação para efeito de criação e educação, cabendo-lhes assistência social para atendimento especializado. (Incluído
obediência e reverência. pela Lei nº 13.509, de 2017)
Outra restrição ao direito de liberdade, é a possibilidade do § 3o A busca à família extensa, conforme definida nos
adolescente de ser apreendido em flagrante pela prática de ato termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual
autoridade judiciária competente. Observa-se que as período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
limitações à liberdade são impostas devido a própria condição § 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de
de pessoas em desenvolvimento, levando sempre em não existir outro representante da família extensa apto a
consideração o seu bem estar. receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá
Atenção! A criança não pode ser privada de liberdade e, no decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação
caso de flagrante de ato infracional, tão somente, será da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado
encaminhada ao Conselho Tutelar, na companhia dos pais ou a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de
responsável. acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
Capítulo III § 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado,
Seção I deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do art.
Disposições Gerais 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e § 6o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família § 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia
em ambiente que garanta seu desenvolvimento seguinte à data do término do estágio de
integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em § 8o Na hipótese de desistência pelos genitores -
programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua manifestada em audiência ou perante a equipe inter
situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, profissional - da entrega da criança após o nascimento, a
devendo a autoridade judiciária competente, com base em criança será mantida com os genitores, e será determinado
relatório elaborado por equipe inter profissional ou pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído
possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família pela Lei nº 13.509, de 2017)
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 § 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o
desta Lei. nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
programa de acolhimento institucional não se prolongará por § 10. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de
mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade 2017)
que atenda ao seu superior interesse, devidamente
fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de
pela Lei nº 13.509, de 2017) acolhimento institucional ou familiar poderão participar de

Referências 4
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APOSTILAS OPÇÃO

programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de Comentários:


2017) Atenção! O texto do Capítulo III, Seção I, que trata sobre as
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e disposições gerais do Direito à Convivência Familiar e
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à Comunitária, sofreu relevantes alterações após a Lei 13.257.
instituição para fins de convivência familiar e comunitária e A permanência da criança e do adolescente em programa
colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, de acolhimento não se prolongará por mais de dezoito
moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído meses, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
pela Lei nº 13.509, de 2017) superior interesse, devidamente fundamentada pela
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) autoridade judiciária. Em relação a convivência, será garantida
§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou a mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional a
adolescente a fim de colaborar para o seu convivência integral com a criança, sendo assistida por equipe
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) especializada multidisciplinar. Nos casos de gestantes ou mães
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser que manifeste o interesse em entregar seu filho para adoção,
apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de antes ou logo após o nascimento será encaminhado à Justiça
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou da Infância e da Juventude, sendo levado em consideração para
adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar tal, os efeitos do estado gestacional e puerperal.
ou colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº Acrescido o Art.19-B, que trata sobre o programa de
13.509, de 2017) apadrinhamento, que consiste em proporcionar à criança e ao
§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento adolescentes, que estão em programa de acolhimento
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser institucional, vínculos externos à instituição para fins de
executados por órgãos públicos ou por organizações da convivência familiar e comunitária, colaborando assim para o
sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) seu desenvolvimento nos aspectos sociais, morais, físicos,
§ 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os cognitivos, educacionais e financeiros. Assim, deverá ser
responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento respeitada para tal as exigências contidas na Lei.
deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária
competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Seção II
Da Família Natural
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
filiação. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou
ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a com os quais a criança ou adolescente convive e mantém
legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em vínculos de afinidade e afetividade.
caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária
competente para a solução da divergência. Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse escritura ou outro documento público, qualquer que seja a
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as origem da filiação.
determinações judiciais. Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados descendentes.
no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado
o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça.
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão Seção III
do poder familiar. Da Família Substituta
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a Subseção I
decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido Disposições Gerais
em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser
incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta
a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de Lei.
condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
contra o próprio filho ou filha. previamente ouvido por equipe inter profissional, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente
decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos considerada
casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que necessário seu consentimento, colhido em audiência.
alude o art. 22. § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de
evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.

Referências 5
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, regulamentação específica, a pedido do interessado ou do
procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento Ministério Público.
definitivo dos vínculos fraternais. Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
substituta será precedida de sua preparação gradativa e acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente
acompanhamento posterior, realizados pela equipe inter afastado do convívio familiar.
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, § 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento
execução da política municipal de garantia do direito à institucional, observado, em qualquer caso, o caráter
convivência familiar. temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
ainda obrigatório. receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas § 3o A União apoiará a implementação de serviços de
instituições, desde que não sejam incompatíveis com os acolhimento em família acolhedora como política pública, os
direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento
Constituição Federal; temporário de crianças e de adolescentes em residências de
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma estejam no cadastro de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257,
etnia; de 2016)
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão § 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais,
federal responsável pela política indigenista, no caso de distritais e municipais para a manutenção dos serviços de
crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de
a equipe inter profissional ou multidisciplinar que irá recursos para a própria família acolhedora. (Incluído pela
acompanhar o caso. Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar Público.
adequado.
Subseção III
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá Da Tutela
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
entidades governamentais ou não-governamentais, sem Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
autorização judicial. pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e
constitui medida excepcional, somente admissível na implica necessariamente o dever de guarda.
modalidade de adoção.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
encargo, mediante termo nos autos. Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a
abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao
Subseção II controle judicial do ato, observando o procedimento previsto
Da Guarda nos arts. 165 a 170 desta Lei.
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei,
material, moral e educacional à criança ou adolescente, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, disposição de última vontade, se restar comprovado que a
inclusive aos pais. medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, em melhores condições de assumi-la.
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.
estrangeiros. 24.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares Subseção IV
ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser Da Adoção
deferido o direito de representação para a prática de atos
determinados. Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição segundo o disposto nesta Lei.
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive § 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
previdenciários. deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em manutenção da criança ou adolescente na família natural ou
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.
medida for aplicada em preparação para adoção, o § 2o É vedada a adoção por procuração.

Referências 6
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do § 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, dispensa da realização do estágio de convivência.
devem prevalecer os direitos e os interesses do § 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo
adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito Lei nº 13.509, de 2017)
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela § 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
dos adotantes. domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no
mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco)
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, dias, prorrogável por até igual período, uma única vez,
com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, mediante decisão fundamentada da autoridade
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
impedimentos matrimoniais. § 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo,
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe
outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o
cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. deferimento da adoção à autoridade judiciária. (Incluído
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus pela Lei nº 13.509, de 2017)
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e § 4o O estágio de convivência será acompanhado pela
colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação equipe inter profissional a serviço da Justiça da Infância e da
hereditária. Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política de garantia do direito à
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
independentemente do estado civil. acerca da conveniência do deferimento da medida.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do § 5o O estágio de convivência será cumprido no território
adotando. nacional, preferencialmente na comarca de residência da
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do
estável, comprovada a estabilidade da família. juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais Lei nº 13.509, de 2017)
velho do que o adotando.
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o do qual não se fornecerá certidão.
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
período de convivência e que seja comprovada a existência de pais, bem como o nome de seus ascendentes.
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. registro original do adotado.
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei residência.
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após constar nas certidões do registro.
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante
procedimento, antes de prolatada a sentença. e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a
modificação do prenome.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista
pupilo ou o curatelado. no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à
data do óbito.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou § 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
do representante legal do adotando. relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou a sua conservação para consulta a qualquer tempo.
tenham sido destituídos do poder familiar. § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com
idade, será também necessário o seu consentimento. deficiência ou com doença crônica.
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade
(noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
e as peculiaridades do caso. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no
adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a completar 18 (dezoito) anos.
conveniência da constituição do vínculo. Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá
ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos,

Referências 7
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a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e II - for formulada por parente com o qual a criança ou
psicológica. adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde
familiar dos pais naturais. que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de
laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em arts. 237 ou 238 desta Lei.
condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
na adoção. candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, que
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia preenche os requisitos necessários à adoção, conforme
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério previsto nesta Lei.
Público. § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não interessadas em adotar criança ou adolescente com
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das deficiência, com doença crônica ou com necessidades
hipóteses previstas no art. 29. específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de pela Lei nº 13.509, de 2017)
um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado
pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela o pretendente possui residência habitual em país-parte da
execução da política municipal de garantia do direito à Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção
convivência familiar. das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 junho
referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças e de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da
adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando
e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo restar comprovado:
programa de acolhimento e pela execução da política I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada
municipal de garantia do direito à convivência familiar. ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
nacional de crianças e adolescentes em condições de serem colocação da criança ou adolescente em família adotiva
adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com
residentes fora do País, que somente serão consultados na perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos aos cadastros mencionados nesta Lei; (Redação dada pela Lei
cadastros mencionados no § 5o deste artigo. nº 13.509, de 2017)
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a consultado, por meios adequados ao seu estágio de
troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida,
sistema. mediante parecer elaborado por equipe inter profissional,
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes § 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
em condições de serem adotados que não tiveram colocação aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança
familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que ou adolescente brasileiro.
tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros § 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das
estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena de Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de
responsabilidade. adoção internacional.
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento
posterior comunicação à Autoridade Central Federal previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes
Brasileira. adaptações:
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
pretendentes habilitados residentes no País com perfil criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria
adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado o de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido
encaminhamento da criança ou adolescente à adoção aquele onde está situada sua residência habitual;
internacional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar,
em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que emitirá um relatório que contenha informações sobre a
possível e recomendável, será colocado sob guarda de família identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes
cadastrada em programa de acolhimento familiar. para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir
dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério uma adoção internacional;
Público. III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente Autoridade Central Federal Brasileira;
nos termos desta Lei quando: IV - o relatório será instruído com toda a documentação
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por
equipe inter profissional habilitada e cópia autenticada da

Referências 8
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legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
vigência; encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
V - os documentos em língua estrangeira serão V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a
devidamente autenticados pela autoridade consular, Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade
observados os tratados e convenções internacionais, e Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois)
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de cópia
juramentado; autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências de acolhida para o adotado;
e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os
postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
acolhida; Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira sejam concedidos.
com a nacional, além do preenchimento por parte dos § 5o A não apresentação dos relatórios referidos no §
postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos 4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar
necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta a suspensão de seu credenciamento.
Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo § 6o O credenciamento de organismo nacional ou
de habilitação à adoção internacional, que terá validade por, estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção
no máximo, 1 (um) ano; internacional terá validade de 2 (dois) anos.
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será § 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da mediante requerimento protocolado na Autoridade Central
Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao
ou adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade término do respectivo prazo de validade.
Central Estadual. § 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, a adoção internacional, não será permitida a saída do
admite-se que os pedidos de habilitação à adoção adotando do território nacional.
internacional sejam intermediados por organismos § 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade
credenciados. judiciária determinará a expedição de alvará com autorização
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando,
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços
internacional, com posterior comunicação às Autoridades peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão
Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de digital do seu polegar direito, instruindo o documento com
imprensa e em sítio próprio da internet. cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de julgado.
organismos que: § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das
de Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade crianças e adolescentes adotados
Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida § 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
do adotando para atuar em adoção internacional no Brasil; credenciados, que sejam considerados abusivos pela
II - satisfizerem as condições de integridade moral, Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
competência profissional, experiência e responsabilidade devidamente comprovados, é causa de seu
exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central descredenciamento.
Federal Brasileira; § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua representados por mais de uma entidade credenciada para
formação e experiência para atuar na área de adoção atuar na cooperação em adoção internacional.
internacional; § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano,
jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela podendo ser renovada.
Autoridade Central Federal Brasileira. § 14. É vedado o contato direto de representantes de
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda: organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições dirigentes de programas de acolhimento institucional ou
e dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do familiar, assim como com crianças e adolescentes em
país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela condições de serem adotados, sem a devida autorização
Autoridade Central Federal Brasileira; judicial.
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá
e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada limitar ou suspender a concessão de novos credenciamentos
formação ou experiência para atuar na área de adoção sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia fundamentado.
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
competente; descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
III - estar submetidos à supervisão das autoridades organismos estrangeiros encarregados de intermediar
competentes do país onde estiverem sediados e no país de pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e pessoas físicas.
situação financeira; Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente
cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de
como relatório de acompanhamento das adoções Direitos da Criança e do Adolescente.

Referências 9
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Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em Capítulo IV


país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao
tenha sido processado em conformidade com a legislação Lazer
vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea
“c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
recepcionada com o reingresso no Brasil. visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
“c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser assegurando-se lhes:
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país escola;
não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Brasil, deverá requerer a homologação da sentença III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for estudantis;
o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela residência.
Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à ciência do processo pedagógico, bem como participar da
Autoridade Central Federal e determinará as providências definição das propostas educacionais.
necessárias à expedição do Certificado de Naturalização
Provisório. Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério adolescente:
Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade
da criança ou do adolescente. ao ensino médio;
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, III - atendimento educacional especializado aos portadores
prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
imediatamente requerer o que for de direito para resguardar IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de
os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306,
providências à Autoridade Central Estadual, que fará a de 2016)
comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa
Autoridade Central do país de origem. e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for condições do adolescente trabalhador;
o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país VII - atendimento no ensino fundamental, através de
de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, programas suplementares de material didático-escolar,
ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o transporte, alimentação e assistência à saúde.
adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido à § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da público subjetivo.
adoção nacional. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da
Comentários: autoridade competente.
Atenção! Este capítulo também sofreu alterações em § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no
decorrência da Lei 13.509, assim ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
O Capítulo III da Lei 8.069/90, assegura à toda criança e pais ou responsável, pela frequência à escola.
adolescente o direito de ser criado e educado no seio da sua
família e, excepcionalmente, em família substituta, Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
assegurando a convivência familiar, bem como a comunitária, matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
assim, fica evidente que a legislação brasileira preconiza que
toda criança e adolescente tem direito a uma família, cujos Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
vínculos devem ser protegidos pelo Estado e pela sociedade, fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
de outras pessoas, inclusive de seus pais biológicos, devem II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
prevalecer os direitos e os interesses do adotando. esgotados os recursos escolares;
A adoção será precedida de estágio de convivência com a III - elevados níveis de repetência.
criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa)
dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências
peculiaridades do caso, sendo respeitada as exigências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
estabelecidas na lei, e com prazo máximo para conclusão da metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
uma única vez por igual período, mediante decisão obrigatório.
fundamentada da autoridade judiciária.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
criação e o acesso às fontes de cultura.

Referências 10
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Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas IV - realizado em horários e locais que não permitam a
para a infância e a juventude. frequência à escola.

Comentários: Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
A criança e o adolescente têm direito à educação, visando educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, ao adolescente que dele participe condições de capacitação
assegurando-se: para o exercício de atividade regular remunerada.
a) igualdade de condições para o acesso e permanência na § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral
escola; em que as exigências pedagógicas relativas ao
b) direito de ser respeitado por seus educadores; desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem
c) direito de contestar critérios avaliativos, podendo sobre o aspecto produtivo.
recorrer às instâncias escolares superiores; § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
d) direito de organização e participação em entidades trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de
estudantis; seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
e) acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
residência. Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à
Assim, a Lei8.069/90 assegura a criança e ao adolescente proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre
uma educação voltada ao integral desenvolvimento da pessoa, outros:
com prática para a cidadania de forma clara e objetiva e I - respeito à condição peculiar de pessoa em
capacitação para o trabalho, sempre preconizando o absoluto desenvolvimento;
respeito aos direitos fundamentais da criança e do II - capacitação profissional adequada ao mercado de
adolescente. trabalho.
Segundo o art. 59, os Municípios contarão com a
assistência e cooperação dos estados e da União na destinação Comentários:
de recursos e espaços para o desenvolvimento programações Observa-se no Capítulo V que, quando a criança ou o
culturais, esportivas e de lazer destinadas à criança e ao adolescente exercita o trabalho não mais como impulso de
adolescente. experimento de suas potencialidades, mas, sim, como
necessidade de prover seu próprio sustento, o trabalho torna-
Capítulo V se incompatível com outros interesses necessários ao seu
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no pleno desenvolvimento.
Trabalho Assim, o trabalho poderá retirar estímulos imprescindíveis
para o acompanhamento das aulas regulares, limitando a
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de capacidade de aprendizado e prejudicando sua qualificação
quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. teórico-profissional. Ainda, o trabalho poderá representar um
esforço superior ao seu estágio de crescimento,
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada comprometendo a saúde e o seu desenvolvimento cognitivo.
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei Para que isso não ocorra e visando sempre a proteção da
criança ou adolescente e, ao mesmo tempo, assegurar-lhes o
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico- direito fundamental à profissionalização, o ordenamento
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da estabeleceu um regime especial de trabalho, com direitos e
legislação de educação em vigor. restrições.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos Título III


seguintes princípios: Da Prevenção
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino Capítulo I
regular; Disposições Gerais
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
adolescente; Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça
III - horário especial para o exercício das atividades. ou violação dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
assegurada bolsa de aprendizagem. Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração
de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e
são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. difundir formas não violentas de educação de crianças e de
adolescentes, tendo como principais ações:
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é I - a promoção de campanhas educativas permanentes
assegurado trabalho protegido. para a divulgação do direito da criança e do adolescente de
serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em proteção aos direitos humanos;
entidade governamental ou não-governamental, é vedado II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do
trabalho: Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do
e as cinco horas do dia seguinte; Adolescente e com as entidades não governamentais que
II - perigoso, insalubre ou penoso; atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança
e do adolescente;

Referências 11
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III - a formação continuada e a capacitação dos recomendem, locais e horários em que sua apresentação se
profissionais de saúde, educação e assistência social e dos mostre inadequada.
demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
direitos da criança e do adolescente para o desenvolvimento espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil
das competências necessárias à prevenção, à identificação de acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada
evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no
formas de violência contra a criança e o adolescente; certificado de classificação.
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica
de conflitos que envolvam violência contra a criança e o Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
adolescente; diversões e espetáculos públicos classificados como
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a adequados à sua faixa etária.
garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente
atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou
responsáveis com o objetivo de promover a informação, a exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,
processo educativo; no horário recomendado para o público infanto juvenil,
VI - a promoção de espaços inter setoriais locais para a programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e
articulação de ações e a elaboração de planos de atuação informativas.
conjunta focados nas famílias em situação de violência, com Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
participação de profissionais de saúde, de assistência social e anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos transmissão, apresentação ou exibição.
direitos da criança e do adolescente;
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários
com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de
políticas públicas de prevenção e proteção. programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou
locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas competente.
áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão
seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a
comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus- faixa etária a que se destinam.
tratos praticados contra crianças e adolescentes.
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela Art. 78. As revistas e publicações contendo material
comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão
por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência
ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e de seu conteúdo.
adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas
retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam
protegidas com embalagem opaca.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito à informação,
cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público
serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,
desenvolvimento. legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco,
armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da sociais da pessoa e da família.
prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela
adotados. Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,
importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja
nos termos desta Lei. permitida a entrada e a permanência de crianças e
adolescentes no local, afixando aviso para orientação do
Comentários: público.
O direito à cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos
deve fazer parte da vida da criança em todas as suas fases de Seção II
desenvolvimento, reconhecendo assim o direito de receber Dos Produtos e Serviços
uma educação capaz de promover a sua cultura e capacitá-la a
desenvolver suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo, seu Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
senso de responsabilidade moral e social. I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
Capítulo II III - produtos cujos componentes possam causar
Da Prevenção Especial dependência física ou psíquica ainda que por utilização
Seção I indevida;
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
Espetáculos pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se

Referências 12
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Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento I - municipalização do atendimento;
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional
responsável. dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos
e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a
Seção III participação popular paritária por meio de organizações
Da Autorização para Viajar representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos,
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da observada a descentralização político-administrativa;
comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e
responsável, sem expressa autorização judicial. municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos
§ 1º A autorização não será exigida quando: da criança e do adolescente;
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
região metropolitana; Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local,
b) a criança estiver acompanhada: para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, a quem se atribua autoria de ato infracional;
comprovado documentalmente o parentesco; VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
mãe ou responsável. encarregados da execução das políticas sociais básicas e de
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou assistência social, para efeito de agilização do atendimento de
responsável, conceder autorização válida por dois anos. crianças e de adolescentes inseridos em programas de
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar
autorização é dispensável, se a criança ou adolescente: comprovadamente inviável, sua colocação em família
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado desta Lei;
expressamente pelo outro através de documento com firma VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
reconhecida. participação dos diversos segmentos da sociedade.
VIII - especialização e formação continuada dos
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à
nenhuma criança ou adolescente nascido em território primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos
nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Incluído pela Lei
residente ou domiciliado no exterior. nº 13.257, de 2016)
IX - formação profissional com abrangência dos diversos
Parte Especial direitos da criança e do adolescente que favoreça a inter
Título I setorialidade no atendimento da criança e do adolescente e
Da Política de Atendimento seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Capítulo I 2016)
Disposições Gerais X - realização e divulgação de pesquisas sobre
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de
ações governamentais e não-governamentais, da União, dos Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios. conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do
adolescente é considerada de interesse público relevante e não
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: será remunerada.
I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de Capítulo II
assistência social de garantia de proteção social e de Das Entidades de Atendimento
prevenção e redução de violações de direitos, seus Seção I
agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei nº Disposições Gerais
13.257, de 2016)
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, manutenção das próprias unidades, assim como pelo
exploração, abuso, crueldade e opressão; planejamento e execução de programas de proteção e
IV - serviço de identificação e localização de pais, socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; regime de:
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos I - orientação e apoio sócio familiar;
direitos da criança e do adolescente. II - apoio socioeducativo em meio aberto;
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou III - colocação familiar;
abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a IV - acolhimento institucional;
garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de V - prestação de serviços à comunidade;
crianças e adolescentes; VI - liberdade assistida;
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de VII - semiliberdade; e
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio VIII - internação.
familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças § 1o As entidades governamentais e não governamentais
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de deverão proceder à inscrição de seus programas,
saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. especificando os regimes de atendimento, na forma definida
neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e

Referências 13
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do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses,
suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança
e à autoridade judiciária. ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação
§ 2o Os recursos destinados à implementação e prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.
manutenção dos programas relacionados neste artigo serão § 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes
previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência permanente qualificação dos profissionais que atuam direta
Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade ou indiretamente em programas de acolhimento institucional
absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes,
do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e
único do art. 4o desta Lei. Conselho Tutelar.
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, judiciária competente, as entidades que desenvolvem
no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para programas de acolhimento familiar ou institucional, se
renovação da autorização de funcionamento: necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem assistência social, estimularão o contato da criança ou
como às resoluções relativas à modalidade de atendimento adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.
do Adolescente, em todos os níveis; § 5o As entidades que desenvolvem programas de
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, acolhimento familiar ou institucional somente poderão
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos
Justiça da Infância e da Juventude; princípios, exigências e finalidades desta Lei.
III - em se tratando de programas de acolhimento § 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo
institucional ou familiar, serão considerados os índices de dirigente de entidade que desenvolva programas de
sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
substituta, conforme o caso. destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
administrativa, civil e criminal.
Art. 91. As entidades não-governamentais somente § 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos
poderão funcionar depois de registradas no Conselho em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual atuação de educadores de referência estáveis e
comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao
judiciária da respectiva localidade. atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto
§ 1o Será negado o registro à entidade que: como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; Art. 93. As entidades que mantenham programa de
b) não apresente plano de trabalho compatível com os acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e
princípios desta Lei; de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia
c) esteja irregularmente constituída; determinação da autoridade competente, fazendo
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o
Adolescente, em todos os níveis. apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, necessárias para promover a imediata reintegração familiar da
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a
renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo. programa de acolhimento familiar, institucional ou a família
substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de Lei.
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os
seguintes princípios Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
reintegração familiar; I - observar os direitos e garantias de que são titulares os
II - integração em família substituta, quando esgotados os adolescentes;
recursos de manutenção na família natural ou extensa; II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; objeto de restrição na decisão de internação;
IV - desenvolvimento de atividades em regime de III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
coeducação; unidades e grupos reduzidos;
V - não desmembramento de grupos de irmãos; IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para e dignidade ao adolescente;
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
VII - participação na vida da comunidade local; preservação dos vínculos familiares;
VIII - preparação gradativa para o desligamento; VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os
IX - participação de pessoas da comunidade no processo casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento
educativo. dos vínculos familiares;
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os
todos os efeitos de direito. objetos necessários à higiene pessoal;
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;

Referências 14
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IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive
odontológicos e farmacêuticos; suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
X - propiciar escolarização e profissionalização; § 2o As pessoas jurídicas de direito público e as
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; organizações não governamentais responderão pelos danos
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
de acordo com suas crenças; caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; das atividades de proteção específica.
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à Título II
autoridade competente; Das Medidas de Proteção
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado Capítulo I
sobre sua situação processual; Disposições Gerais
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os
casos de adolescentes portadores de moléstias Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
infectocontagiosas; são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos forem ameaçados ou violados:
adolescentes; I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
acompanhamento de egressos; III - em razão de sua conduta.
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício
da cidadania àqueles que não os tiverem; Capítulo II
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e Das Medidas Específicas de Proteção
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus
pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas
e demais dados que possibilitem sua identificação e a a qualquer tempo.
individualização do atendimento.
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
deste artigo às entidades que mantêm programas de necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
acolhimento institucional e familiar. fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este Parágrafo único. São também princípios que regem a
artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos aplicação das medidas:
da comunidade. I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de
direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição
abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que Federal;
em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser
Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que
crianças e adolescentes são titulares;
Seção II III - responsabilidade primária e solidária do poder
Da Fiscalização das Entidades público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças
e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo
Art. 95. As entidades governamentais e não- nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares. governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e
da possibilidade da execução de programas por entidades não
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas governamentais;
serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
origem das dotações orçamentárias. intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de consideração que for devida a outros interesses legítimos no
atendimento que descumprirem obrigação constante do art. âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus concreto
dirigentes ou prepostos: V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da
I - às entidades governamentais: criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
a) advertência; intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
b) afastamento provisório de seus dirigentes; VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. seja conhecida;
II - às entidades não-governamentais: VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
a) advertência; exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da
públicas; criança e do adolescente;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve
d) cassação do registro. ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por criança ou o adolescente se encontram no momento em que a
entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos decisão é tomada;
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao
Ministério Público ou representado perante autoridade

Referências 15
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IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser § 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do


efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para adolescente, a entidade responsável pelo programa de
com a criança e o adolescente; acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na individual de atendimento, visando à reintegração familiar,
proteção da criança e do adolescente deve ser dada ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na contrário de autoridade judiciária competente, caso em que
sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que também deverá contemplar sua colocação em família
promovam a sua integração em família adotiva; (Redação dada substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
pela Lei nº 13.509, de 2017) § 5o O plano individual será elaborado sob a
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.
ser informados dos seus direitos, dos motivos que § 6o Constarão do plano individual, dentre outros:
determinaram a intervenção e da forma como esta se I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
processa; II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável;
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o e
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e esta vedada por expressa e fundamentada determinação
de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação
autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
1o e 2o do art. 28 desta Lei. judiciária.
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no local mais próximo à residência dos pais ou do responsável e,
art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre como parte do processo de reintegração familiar, sempre que
outras, as seguintes medidas: identificada a necessidade, a família de origem será incluída
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção
termo de responsabilidade; social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; ou com o adolescente acolhido.
III - matrícula e frequência obrigatórias em § 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o
estabelecimento oficial de ensino fundamental; responsável pelo programa de acolhimento familiar ou
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou institucional fará imediata comunicação à autoridade
comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de
criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
2016) § 9o Em sendo constatada a impossibilidade de
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou reintegração da criança ou do adolescente à família de origem,
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; após seu encaminhamento a programas oficiais ou
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de comunitários de orientação, apoio e promoção social, será
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual
VII - acolhimento institucional; conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade
IX - colocação em família substituta. ou responsáveis pela execução da política municipal de
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar garantia do direito à convivência familiar, para a destituição
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
esta possível, para colocação em família substituta, não prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de
implicando privação de liberdade. destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais realização de estudos complementares ou de outras
para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providências indispensáveis ao ajuizamento da
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
criança ou adolescente do convívio familiar é de competência § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas
a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento
interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se familiar e institucional sob sua responsabilidade, com
garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada
contraditório e da ampla defesa. um, bem como as providências tomadas para sua reintegração
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das
encaminhados às instituições que executam programas de modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a
ou de seu responsável, se conhecidos; implementação de políticas públicas que permitam reduzir o
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, número de crianças e adolescentes afastados do convívio
com pontos de referência; familiar e abreviar o período de permanência em programa de
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em acolhimento.
tê-los sob sua guarda;
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
convívio familiar. serão acompanhadas da regularização do registro civil.

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§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o Capítulo III


assento de nascimento da criança ou adolescente será feito à Das Garantias Processuais
vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da
autoridade judiciária. Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de liberdade sem o devido processo legal.
que trata este artigo são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado seguintes garantias:
procedimento específico destinado à sua averiguação, I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de infracional, mediante citação ou meio equivalente;
1992. II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de necessárias à sua defesa;
paternidade pelo Ministério Público se, após o não III - defesa técnica por advogado;
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para necessitados, na forma da lei;
adoção. V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
§ 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a competente;
qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta responsável em qualquer fase do procedimento.
prioridade. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação Capítulo IV
requerida do reconhecimento de paternidade no assento de Das Medidas Socioeducativas
nascimento e a certidão correspondente. (Incluído dada Seção I
pela Lei nº 13.257, de 2016) Disposições Gerais

Título III Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a


Da Prática de Ato Infracional autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as
Capítulo I seguintes medidas:
Disposições Gerais I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita III - prestação de serviços à comunidade;
como crime ou contravenção penal. IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de VI - internação em estabelecimento educacional;
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a
considerada a idade do adolescente à data do fato. sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade
da infração.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
corresponderão as medidas previstas no art. 101. admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
Capítulo II mental receberão tratamento individual e especializado, em
Dos Direitos Individuais local adequado às suas condições.

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem 100.
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes
acerca de seus direitos. da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à que houver prova da materialidade e indícios suficientes da
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou autoria.
à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de Seção II
responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Da Advertência

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal,
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. que será reduzida a termo e assinada.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, Seção III
demonstrada a necessidade imperiosa da medida. Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
havendo dúvida fundada. do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Referências 17
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Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
medida poderá ser substituída por outra adequada. sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis meses.
Seção IV § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de
Da Prestação de Serviços à Comunidade internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período semiliberdade ou de liberdade assistida.
não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem idade.
como em programas comunitários ou governamentais. § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante § 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
trabalho. quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
Seção V ameaça ou violência a pessoa;
Da Liberdade Assistida II - por reiteração no cometimento de outras infrações
graves;
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se III - por descumprimento reiterado e injustificável da
afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, medida anteriormente imposta.
auxiliar e orientar o adolescente. § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por decretada judicialmente após o devido processo legal.
entidade ou programa de atendimento. § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de havendo outra medida adequada.
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
orientador, o Ministério Público e o defensor. exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
supervisão da autoridade competente, a realização dos Parágrafo único. Durante o período de internação,
seguintes encargos, entre outros: inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
I - promover socialmente o adolescente e sua família, pedagógicas.
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em
programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar entre outros, os seguintes:
do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
III - diligenciar no sentido da profissionalização do Ministério Público;
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
IV - apresentar relatório do caso III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
Seção VI solicitada;
Do Regime de Semiliberdade V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, responsável;
possibilitada a realização de atividades externas, VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
independentemente de autorização judicial. VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos pessoal;
existentes na comunidade. X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene
§ 2º A medida não comporta prazo determinado e salubridade;
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à XI - receber escolarização e profissionalização;
internação. XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
Seção VII XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
Da Internação desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
Art. 121. A internação constitui medida privativa da local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, daqueles porventura depositados em poder da entidade;
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em XVI - receber, quando de sua desinternação, os
desenvolvimento. documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa § 2º A autoridade judiciária poderá suspender
determinação judicial em contrário. temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade
aos interesses do adolescente.

Referências 18
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Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adolescente, definidos nesta Lei.
adequadas de contenção e segurança.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região
Capítulo V Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Da Remissão Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1
apuração de ato infracional, o representante do Ministério (uma) recondução, mediante novo processo de escolha.
Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão
do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
adolescente e sua maior ou menor participação no ato I - reconhecida idoneidade moral;
infracional. II - idade superior a vinte e um anos;
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da III - residir no município.
remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão
ou extinção do processo. Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local,
dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem assegurado o direito a:
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir I - cobertura previdenciária;
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a (um terço) do valor da remuneração mensal;
internação. III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá V - gratificação natalina.
ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e
expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao
Ministério Público. funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e
formação continuada dos conselheiros tutelares.
Título IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: de idoneidade moral.
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família; Capítulo II
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Das Atribuições do Conselho
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
psiquiátrico; previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no
IV - encaminhamento a cursos ou programas de art. 101, I a VII;
orientação; II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar as medidas previstas no art. 129, I a VII;
sua frequência e aproveitamento escolar; III - promover a execução de suas decisões, podendo para
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tanto:
tratamento especializado; a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
VII - advertência; educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
VIII - perda da guarda; b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
IX - destituição da tutela; descumprimento injustificado de suas deliberações.
X - suspensão ou destituição do poder familiar. IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. da criança ou adolescente;
23 e 24. V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
competência;
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o adolescente autor de ato infracional;
afastamento do agressor da moradia comum. VII - expedir notificações;
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança criança ou adolescente quando necessário;
ou o adolescente dependentes do agressor. IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
proposta orçamentária para planos e programas de
Título V atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
Do Conselho Tutelar X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a
Capítulo I violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Disposições Gerais Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de

Referências 19
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possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente Conselho Municipal, da autoridade judiciária competente e do


junto à família natural. Ministério Público.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos Este órgão Tutelar, exerce função de natureza executiva, e
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o não está vinculado ao poder judiciário, por isso tem a
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e característica de não jurisdicional.
adolescentes.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Título VI
Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do Do Acesso à Justiça
convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Capítulo I
Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal Disposições Gerais
entendimento e as providências tomadas para a orientação, o
apoio e a promoção social da família. Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que
quem tenha legítimo interesse. dela necessitarem, através de defensor público ou advogado
nomeado.
Capítulo III § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da
Da Competência Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos,
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
competência constante do art. 147. Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
representados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e
Capítulo IV um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
Da Escolha dos Conselheiros forma da legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou
realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos quando carecer de representação ou assistência legal ainda
Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do que eventual.
Ministério Público.
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e
Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes
nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês a que se atribua autoria de ato infracional.
de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial. Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se
de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. fotografia, referência ao nome, apelido, filiação, parentesco,
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
natureza, inclusive brindes de pequeno valor. refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade
judiciária competente, se demonstrado o interesse e
Capítulo V justificada a finalidade.
Dos Impedimentos
Capítulo II
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho Da Justiça da Infância e da Juventude
marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro Seção I
ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, Disposições Gerais
padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar
conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude,
judiciária e ao representante do Ministério Público com cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
comarca, foro regional ou distrital. infraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
plantões.
Comentários:
O artigo 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente Seção II
apresenta o conceito de Conselho Tutelar, bem como a sua Do Juiz
finalidade. Em sua definição apresenta três características
básicas: Permanente, autônomo e não jurisdicional. Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da
O Conselho Tutelar é órgão permanente, com trabalho Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na
contínuo e ininterrupto, com a finalidade de representação da forma da lei de organização judiciária local.
sociedade, implementando assim a participação popular no
processo de busca de melhores condições para o Art. 147. A competência será determinada:
desenvolvimento do menor. I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
Também, o Conselho Tutelar é autônomo, já que não II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à
necessita de ordem judicial para aplicar medidas protetivas falta dos pais ou responsável.
previstas nesse Lei, quando as entender adequadas. Exercendo § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a
assim, sua função com independência, sob fiscalização do autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras
de conexão, continência e prevenção.

Referências 20
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§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo
autoridade competente da residência dos pais ou responsável, deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou determinações de caráter geral.
adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão Seção III
simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma Dos Serviços Auxiliares
comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a
autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua
rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de
retransmissoras do respectivo estado. equipe inter profissional, destinada a assessorar a Justiça da
Infância e da Juventude.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: Art. 151. Compete à equipe inter profissional dentre outras
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local,
Público, para apuração de ato infracional atribuído a fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
adolescente, aplicando as medidas cabíveis; verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção
extinção do processo; e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses técnico.
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de
adolescente, observado o disposto no art. 209; servidores públicos integrantes do Poder Judiciário
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de
entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária
infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente; poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a Capítulo III
Justiça da Infância e da Juventude para o fim de: Dos Procedimentos
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; Seção I
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, Disposições Gerais
perda ou modificação da tutela ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-
casamento; se subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna processual pertinente.
ou materna, em relação ao exercício do poder familiar; § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade,
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando prioridade absoluta na tramitação dos processos e
faltarem os pais; procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução
f) designar curador especial em casos de apresentação de dos atos e diligências judiciais a eles referentes.
queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus
ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia
adolescente; do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em
g) conhecer de ações de alimentos; dobro para a Fazenda Pública e o Ministério
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
dos registros de nascimento e óbito.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a
através de portaria, ou autorizar, mediante alvará: autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, ofício as providências necessárias, ouvido o Ministério
desacompanhado dos pais ou responsável, em: Público.
a) estádio, ginásio e campo desportivo; Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para
b) bailes ou promoções dançantes; o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua
c) boate ou congêneres; família de origem e em outros procedimentos
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; necessariamente contenciosos.
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - a participação de criança e adolescente em: Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza. Seção II
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei; Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
b) as peculiaridades locais; do poder familiar terá início por provocação do Ministério
c) a existência de instalações adequadas; Público ou de quem tenha legítimo interesse.
d) o tipo de frequência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou Art. 156. A petição inicial indicará:
frequência de crianças e adolescentes; I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
f) a natureza do espetáculo. II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do
requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se

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tratando de pedido formulado por representante do § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento


Ministério Público; das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de
III - a exposição sumária do fato e o pedido; testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts.
logo, o rol de testemunhas e documentos. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade pela Lei nº 13.509, de 2017)
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509,
do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o de 2017)
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança
responsabilidade. ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária grau de compreensão sobre as implicações da medida.
determinará, concomitantemente ao despacho de citação e § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem
independentemente de requerimento do interessado, a identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os
realização de estudo social ou perícia por equipe inter casos de não comparecimento perante a Justiça quando
profissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de devidamente citados. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar, de 2017)
ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a
observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de 2017. (Incluído autoridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva
pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária
é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe inter dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo
profissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, quando este for o requerente, designando, desde logo,
de representantes do órgão federal responsável pela política audiência de instrução e julgamento.
indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 desta § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2017)
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente
dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito,
produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e
documentos. o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos. (Redação
meios para sua realização. dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado § 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a
pessoalmente. autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o pela Lei nº 13.509, de 2017)
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar § 4o Quando o procedimento de destituição de poder
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora necessidade de nomeação de curador especial em favor da
que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo 2017)
Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de
(dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir
para a localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à
colocação em família substituta. (Redação dada pela Lei
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de nº 13.509, de 2017)
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a
família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado suspensão do poder familiar será averbada à margem do
dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta, registro de nascimento da criança ou do adolescente.
contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de
nomeação. Atenção! A Lei 13.509 de 2017 também modificou o
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de Capítulo III, Seção I e Seção II, que trata sobre os
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento procedimentos da perda e da suspenção do poder
da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. familiar.

Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária Seção III


requisitará de qualquer repartição ou órgão público a Da Destituição da Tutela
apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou
a requerimento das partes ou do Ministério Público. Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe
inter profissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual
prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

Referências 22
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Seção IV Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial,


Da Colocação em Família Substituta e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-
se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
colocação em família substituta:
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste; perda ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de lógico da medida principal de colocação em família substituta,
seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, será observado o procedimento contraditório previsto nas
especificando se tem ou não parente vivo; Seções II e III deste Capítulo.
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
seus pais, se conhecidos; poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento,
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, observado o disposto no art. 35.
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente. disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente
também os requisitos específicos. sob a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento
familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem
aderido expressamente ao pedido de colocação em família Seção V
substituta, este poderá ser formulado diretamente em Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, Adolescente
dispensada a assistência de advogado.
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
devidamente assistidas por advogado ou por defensor público, Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
para verificar sua concordância com a adoção, no prazo infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo da policial competente.
petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada
as declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) para atendimento de adolescente e em se tratando de ato
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a
Lei nº 13.509, de 2017) atribuição da repartição especializada, que, após as
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o
precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela adulto à repartição policial própria.
equipe inter profissional da Justiça da Infância e da Juventude,
em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
medida. mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
§ 3o São garantidos a livre manifestação de vontade dos policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das único, e 107, deverá:
informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá adolescente;
validade se não for ratificado na audiência a que se refere o § II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) III - requisitar os exames ou perícias necessários à
§ 5o O consentimento é retratável até a data da realização comprovação da materialidade e autoria da infração.
da audiência especificada no § 1o deste artigo, e os pais podem Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a
exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
da data de prolação da sentença de extinção do poder ocorrência circunstanciada.
familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado após Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável,
o nascimento da criança. o adolescente será prontamente liberado pela autoridade
§ 7o A família natural e a família substituta receberão a policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua
devida orientação por intermédio de equipe técnica inter apresentação ao representante do Ministério Público, no
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua
execução da política municipal de garantia do direito à repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de internação para garantia de sua segurança pessoal ou
2017) manutenção da ordem pública.
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
requerimento das partes ou do Ministério Público, Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
determinará a realização de estudo social ou, se possível, encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do
perícia por equipe inter profissional, decidindo sobre a Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
concessão de guarda provisória, bem como, no caso de adoção, apreensão ou boletim de ocorrência.
sobre o estágio de convivência. § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o atendimento, que fará a apresentação ao representante do
adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
responsabilidade.

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§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. conclusão do procedimento, estando o adolescente internado
À falta de repartição policial especializada, o adolescente provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
aguardará a apresentação em dependência separada da
destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
exceder o prazo referido no parágrafo anterior. designará audiência de apresentação do adolescente,
decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
policial encaminhará imediatamente ao representante do § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de cientificados do teor da representação, e notificados a
ocorrência. comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
indícios de participação de adolescente na prática de ato § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
infracional, a autoridade policial encaminhará ao judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
representante do Ministério Público relatório das determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
investigações e demais documentos. apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou
infracional não poderá ser conduzido ou transportado em responsável.
compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade. autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
estabelecimento prisional.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do § 1º Inexistindo na comarca entidade com as
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de características definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e adolescente aguardará sua remoção em repartição policial,
informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais desde que em seção isolada dos adultos e com instalações
ou responsável, vítima e testemunhas. apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o cinco dias, sob pena de responsabilidade.
representante do Ministério Público notificará os pais ou
responsável para apresentação do adolescente, podendo Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
requisitar o concurso das polícias civil e militar. responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos
mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
anterior, o representante do Ministério Público poderá: remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
I - promover o arquivamento dos autos; proferindo decisão.
II - conceder a remissão; § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de internação ou colocação em regime de semiliberdade, a
medida socioeducativa. autoridade judiciária, verificando que o adolescente não
possui advogado constituído, nomeará defensor, designando,
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a
concedida a remissão pelo representante do Ministério realização de diligências e estudo do caso.
Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no
dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para prazo de três dias contado da audiência de apresentação,
homologação. oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as
cumprimento da medida. diligências e juntado o relatório da equipe inter profissional,
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos será dada a palavra ao representante do Ministério Público e
autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
fundamentado, e este oferecerá representação, designará para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a
autoridade judiciária obrigada a homologar. Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do autoridade judiciária designará nova data, determinando sua
Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder condução coercitiva.
a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,
propondo a instauração de procedimento para aplicação da Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão
medida socioeducativa que se afigurar a mais adequada. do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do
§ 1º A representação será oferecida por petição, que procedimento, antes da sentença.
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada medida, desde que reconheça na sentença:
pela autoridade judiciária. I - estar provada a inexistência do fato;
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída II - não haver prova da existência do fato;
da autoria e materialidade. III - não constituir o fato ato infracional;

Referências 24
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APOSTILAS OPÇÃO

IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para de garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº
o ato infracional. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o
adolescente internado, será imediatamente colocado em Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
liberdade. identidade para, por meio da internet, colher indícios de
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
internação ou regime de semiliberdade será feita: 154-A, 217-A, 218,218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de
I - ao adolescente e ao seu defensor; 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela Lei nº
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais 13.441, de 2017)
ou responsável, sem prejuízo do defensor. Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á observar a estrita finalidade da investigação responderá pelos
unicamente na pessoa do defensor. excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente,
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
Seção V-A procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) informações necessárias à efetividade da identidade fictícia
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta
Criança e de Adolescente Seção será numerado e tombado em livro
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet
com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes ao Ministério Público, juntamente com relatório
regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial devidamente Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e
da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito
Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) policial, assegurando-se a preservação da identidade do
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos
ou representação de delegado de polícia e conterá a adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos 2017)
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e,
quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que Seção VI
permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei nº Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
13.441, de 2017) Atendimento
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem
prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua em entidade governamental e não-governamental terá início
efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. (Incluído mediante portaria da autoridade judiciária ou representação
pela Lei nº 13.441, de 2017) do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste,
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão necessariamente, resumo dos fatos.
requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a
do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, entidade, mediante decisão fundamentada.
consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo
início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
(IP) utilizado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela documentos e indicar as provas a produzir.
Lei nº 13.441, de 2017)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo
endereço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado necessário, a autoridade judiciária designará audiência de
para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário instrução e julgamento, intimando as partes.
ou código de acesso tenha sido atribuído no momento da § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
conexão. Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
admitida se a prova puder ser obtida por outros § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) definitivo de dirigente de entidade governamental, a
autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela substituição.
autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade
pela Lei nº 13.441, de 2017) judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao processo será extinto, sem julgamento de mérito.
delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo

Referências 25
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
entidade ou programa de atendimento. postulantes em juízo e testemunhas;
III - requerer a juntada de documentos complementares e
Seção VII a realização de outras diligências que entender
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas necessárias.
de Proteção à Criança e ao Adolescente
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade inter profissional a serviço da Justiça da Infância e da
administrativa por infração às normas de proteção à criança e Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que
ao adolescente terá início por representação do Ministério conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade
por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios
duas testemunhas, se possível. desta Lei.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude,
natureza e as circunstâncias da infração. preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir- execução da política municipal de garantia do direito à
se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção
motivos do retardamento. devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes
apresentação de defesa, contado da data da intimação, que com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades
será feita: específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
na presença do requerido; § 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo incluirá
habilitado, que entregará cópia do auto ou da representação o contato com crianças e adolescentes em regime de
ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão; acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça
encontrado o requerido ou seu representante legal; da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal. acolhimento familiar e institucional e pela execução da política
municipal de garantia do direito à convivência
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério § 3o É recomendável que as crianças e os adolescentes
Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo. acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora sejam
preparados por equipe inter profissional antes da inclusão em
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
necessário, designará audiência de instrução e julgamento. Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a
sucessivamente o Ministério Público e o procurador do autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, Público e determinará a juntada do estudo psicossocial,
que em seguida proferirá sentença. designando, conforme o caso, audiência de instrução e
julgamento.
Seção VIII Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no igual prazo.
Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste:
I - qualificação completa; Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será
II - dados familiares; inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem
casamento, ou declaração relativa ao período de união cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de
estável; crianças ou adolescentes adotáveis.
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro § 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá
de Pessoas Físicas; deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas
V - comprovante de renda e domicílio; hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
VI - atestados de sanidade física e mental comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
VII - certidão de antecedentes criminais; adotando.
VIII - certidão negativa de distribuição cível. § 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo
trienalmente mediante avaliação por equipe inter
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 profissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério § 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção,
Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: será dispensável a renovação da habilitação, bastando a
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe avaliação por equipe inter profissional. (Incluído pela
inter profissional encarregada de elaborar o estudo técnico a Lei nº 13.509, de 2017)
que se refere o art. 197-C desta Lei;

Referências 26
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa
adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
escolhido, haverá reavaliação da habilitação contado da sua conclusão.
concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da
§ 5o A desistência do pretendente em relação à guarda data do julgamento e poderá na sessão, se entender
para fins de adoção ou a devolução da criança ou do necessário, apresentar oralmente seu parecer.
adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de
adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
na vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial instauração de procedimento para apuração de
fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na responsabilidades se constatar o descumprimento das
legislação vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.

Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação Capítulo V


à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual Do Ministério Público
período, mediante decisão fundamentada da autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta
Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
Capítulo IV
Dos Recursos Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I - conceder a remissão como forma de exclusão do
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e processo;
da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às
socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei infrações atribuídas a adolescentes;
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os
com as seguintes adaptações: procedimentos de suspensão e destituição do poder familiar,
I - os recursos serão interpostos independentemente de nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem
preparo; como oficiar em todos os demais procedimentos da
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de competência da Justiça da Infância e da Juventude;
declaração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
será sempre de 10 (dez) dias; interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e
III - os recursos terão preferência de julgamento e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
dispensarão revisor; administradores de bens de crianças e adolescentes nas
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) hipóteses do art. 98;
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos
instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho VI - instaurar procedimentos administrativos e, para
fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo instruí-los:
de cinco dias; a) expedir notificações para colher depoimentos ou
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
remeterá os autos ou o instrumento à superior instância injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo polícia civil ou militar;
pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos b) requisitar informações, exames, perícias e documentos
dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do de autoridades municipais, estaduais e federais, da
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da administração direta ou indireta, bem como promover
intimação. inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. instituições privadas;
149 caberá recurso de apelação. VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
investigatórias e determinar a instauração de inquérito
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida proteção à infância e à juventude;
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias
adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as
ou de difícil reparação ao adotando. medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos
dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e
deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo. ao adolescente;
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de por infrações cometidas contra as normas de proteção à
destituição de poder familiar, em face da relevância das infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da
questões, serão processados com prioridade absoluta, responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de
serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à
parecer urgente do Ministério Público. remoção de irregularidades porventura verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência

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social, públicos ou privados, para o desempenho de suas Capítulo VII


atribuições. Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais,
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações Difusos e Coletivos
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
Lei. responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou
outras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério oferta irregular:
Público. I - do ensino obrigatório;
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de II - de atendimento educacional especializado aos
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre portadores de deficiência;
criança ou adolescente. III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de
§ 4º O representante do Ministério Público será zero a cinco anos de idade;
responsável pelo uso indevido das informações e documentos IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do
que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo. educando;
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII V - de programas suplementares de oferta de material
deste artigo, poderá o representante do Ministério Público: didático-escolar, transporte e assistência à saúde do educando
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, do ensino fundamental;
instaurando o competente procedimento, sob sua presidência; VI - de serviço de assistência social visando à proteção à
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como
reclamada, em dia, local e horário previamente notificados ou ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
acertados; VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços VIII - de escolarização e profissionalização dos
públicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescentes privados de liberdade.
adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
adequação. promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do
direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for X - de programas de atendimento para a execução das
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que proteção.
terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar Obs: A Lei nº 13.431/2017 acrescentou o inciso XI ao
documentos e requerer diligências, usando os recursos artigo 208, entretanto, essa lei só entrará em vigor após 1 ano
cabíveis. de sua publicação (04/04/2018).
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
caso, será feita pessoalmente. coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos
pela Constituição e pela Lei.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo adolescentes será realizada imediatamente após notificação
juiz ou a requerimento de qualquer interessado. aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
Art. 205. As manifestações processuais do representante transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes
do Ministério Público deverão ser fundamentadas. todos os dados necessários à identificação do
desaparecido.
Capítulo VI
Do Advogado Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que competência originária dos tribunais superiores.
trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para
todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
respeitado o segredo de justiça. coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária concorrentemente:
integral e gratuita àqueles que dela necessitarem. I - o Ministério Público;
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática os territórios;
de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, III - as associações legalmente constituídas há pelo menos
será processado sem defensor. um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, autorização da assembleia, se houver prévia autorização
constituir outro de sua preferência. estatutária.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos
ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido associação legitimada, o Ministério Público ou outro
indicado por ocasião de ato formal com a presença da legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
autoridade judiciária.

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Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo quaisquer outras despesas.
extrajudicial.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação
pertinentes. civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
normas do Código de Processo Civil. Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério
poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Público para as providências cabíveis.
Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da
lei do mandado de segurança. Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado
poderá requerer às autoridades competentes as certidões e
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela prazo de quinze dias.
específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
adimplemento. presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo organismo público ou particular, certidões, informações,
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá
juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação ser inferior a dez dias úteis.
prévia, citando o réu. § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na diligências, se convencer da inexistência de fundamento para
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do fundamentadamente.
preceito. § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida desde grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do
o dia em que se houver configurado o descumprimento. Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do público, poderão as associações legitimadas apresentar razões
respectivo município. escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito inquérito ou anexados às peças de informação.
em julgado da decisão serão exigidas através de execução § 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados. conforme dispuser o seu regimento.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro
conta com correção monetária. órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
recursos, para evitar dano irreparável à parte. disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.

Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser Título VII


condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa de Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
peças à autoridade competente, para apuração da Capítulo I
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se Dos Crimes
atribua a ação ou omissão. Seção I
Disposições Gerais
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado
da sentença condenatória sem que a associação autora lhe Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem
facultada igual iniciativa aos demais legitimados. prejuízo do disposto na legislação penal.

Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo,
do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 as pertinentes ao Código de Processo Penal.
(Código de Processo Civil), quando reconhecer que a
pretensão é manifestamente infundada. Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a incondicionada.
associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente condenados ao
décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por
perdas e danos.

Referências 29
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APOSTILAS OPÇÃO

Seção II com inobservância das formalidades legais ou com o fito de


Dos Crimes em Espécie obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter ou fraude:
registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à correspondente à violência.
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
parto e do desenvolvimento do neonato: registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos. pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 comete o crime:
desta Lei: I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. exercê-la;
Parágrafo único. Se o crime é culposo: II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem,
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu
judiciária competente: consentimento.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou
procede à apreensão sem observância das formalidades legais. outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
comunicação à autoridade judiciária competente e à família do Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
apreendido ou à pessoa por ele indicada: distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
Pena - detenção de seis meses a dois anos. por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia,
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
constrangimento: § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, artigo;
de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata
Pena - detenção de seis meses a dois anos. o caput deste artigo.
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o
Pena - detenção de seis meses a dois anos. acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com pequena quantidade o material a que se refere o caput deste
o fim de colocação em lar substituto: artigo.
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
finalidade de comunicar às autoridades competentes a
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e
a terceiro, mediante paga ou recompensa: 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. I – agente público no exercício de suas funções;
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece II – membro de entidade, legalmente constituída, que
ou efetiva a paga ou recompensa. inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato referidos neste parágrafo;
destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de

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APOSTILAS OPÇÃO

computadores, até o recebimento do material relativo à notícia § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder da licença de localização e de funcionamento do
Judiciário. estabelecimento.
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
manter sob sigilo o material ilícito referido. Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou induzindo-o a praticá-la:
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, internet.
expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por § 2o As penas previstas no caput deste artigo são
qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
produzido na forma do caput deste artigo. induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25
de julho de 1990.
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela Capítulo II
praticar ato libidinoso. Das Infrações Administrativas
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental,
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente
praticar ato libidinoso; os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
sexualmente explícita. aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” de atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos
compreende qualquer situação que envolva criança ou II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
adolescente para fins primordialmente sexuais.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, documento de procedimento policial, administrativo ou
munição ou explosivo: judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. infracional:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido
produtos cujos componentes possam causar dependência em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga
física ou psíquica: respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
fato não constitui crime mais grave. § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de da publicação ou a suspensão da programação da emissora até
estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu por dois dias, bem como da publicação do periódico até por
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dois números. (Expressão declara inconstitucional pela ADIN
dano físico em caso de utilização indevida: 869-2)
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a
exploração sexual prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado pelos
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da pais ou responsável: (Vide Lei n.º 13.431, de 2017)
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em Pena - multa de três a vinte salários de referência,
favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da aplicando-se o dobro em caso de reincidência,
unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi independentemente das despesas de retorno do adolescente,
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa- se for o caso.
fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017) Observação: A Lei nº 13.431/2017 revoga o art. 248,
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente entretanto, essa lei só entrará em vigor após 1 ano de sua
ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de publicação (04/04/2018).
criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste
artigo. Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda,

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bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua
Tutelar: participação no espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de
escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, providenciar a instalação e operacionalização dos cadastros
motel ou congênere: previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
Pena – multa. Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de mil reais).
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou
30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em
fechado e terá sua licença cassada. regime de acolhimento institucional ou familiar.

Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
desta Lei: imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. entregar seu filho para adoção:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo mil reais).
público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da programa oficial ou comunitário destinado à garantia do
diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
certificado de classificação: comunicação referida no caput deste artigo.
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso
II do art. 81:
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00
representações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade (dez mil reais);
a que não se recomendem: Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
Pena - multa de três a vinte salários de referência, comercial até o recolhimento da multa aplicada.
duplicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, Observação: A Lei nº 13.431/2017 revoga o art. 248,
à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou entretanto, essa lei só entrará em vigor após 1 ano de sua
publicidade. publicação (04/04/2018).

Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, Disposições Finais e Transitórias


espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de
sua classificação: Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da
poderá determinar a suspensão da programação da emissora política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece
por até dois dias. o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às
classificado pelo órgão competente como inadequado às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas,
dias. sendo essas integralmente deduzidas do imposto de renda,
obedecidos os seguintes limites:
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
programação em vídeo, em desacordo com a classificação apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
atribuída pelo órgão competente: real; e
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado
fechamento do estabelecimento por até quinze dias. o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de
1997.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas
desta Lei: com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e
Pena - multa de três a vinte salários de referência, municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,
apreensão da revista ou publicação. Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o pela Primeira Infância. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de 2016)

Referências 32
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§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de período a que se refere a apuração do imposto.
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
guarda, de crianças e adolescentes e para programas de Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem
atenção integral à primeira infância em áreas de maior ser depositadas em conta específica, em instituição financeira
carência socioeconômica e em situações de pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art.
calamidade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 260.
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
artigo. nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a em favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo
forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos presidente do Conselho correspondente, especificando:
Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais I - número de ordem;
referidos neste artigo. II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, endereço do emitente;
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
do caput doador;
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e V - ano-calendário a que se refere a doação.
II - não poderá ser computada como despesa operacional § 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode
na apuração do lucro real. ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores
doados mês a mês.
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário § 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve
de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata conter a identificação dos bens, mediante descrição em campo
o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando
de Ajuste Anual. também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço
§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até dos avaliadores.
os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado
na declaração: Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
I - (VETADO); deverá
II - (VETADO); I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. documentação hábil;
§ 2o A dedução de que trata o caput: II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de
sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II pessoa jurídica; e
do caput do art. 260; III - considerar como valor dos bens doados:
II - não se aplica à pessoa física que: a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
a) utilizar o desconto simplificado; declaração do imposto de renda, desde que não exceda o valor
b) apresentar declaração em formulário; ou de mercado;
c) entregar a declaração fora do prazo; b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
III - só se aplica às doações em espécie; e Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em considerado na determinação do valor dos bens doados,
vigor. exceto se o leilão for determinado por autoridade
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data judiciária.
de vencimento da primeira quota ou quota única do imposto,
observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D
Federal do Brasil. e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução
§ 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, perante a Receita Federal do Brasil.
ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença
de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das
os acréscimos legais previstos na legislação. contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na nacional, estaduais, distrital e municipais devem:
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo I - manter conta bancária específica destinada
ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;
Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital, II - manter controle das doações recebidas; e
estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal
trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art. do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os
260. seguintes dados por doador:
a) nome, CNPJ ou CPF;
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou
poderá ser deduzida: em bens.
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do
as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.

Referências 33
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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais catorze anos.
divulgarão amplamente à comunidade: 2) Art. 129 ...............................................................
I - o calendário de suas reuniões; § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de das hipóteses do art. 121, § 4º.
atendimento à criança e ao adolescente; § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem 3) Art. 136.................................................................
beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou contra pessoa menor de catorze anos.
municipais; 4) Art. 213 ..................................................................
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano- Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
calendário e o valor dos recursos previstos para Pena - reclusão de quatro a dez anos.
implementação das ações, por projeto; 5) Art. 214...................................................................
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de Pena - reclusão de três a nove anos.
dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
Adolescência; e 1973, fica acrescido do seguinte item:
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados "Art. 102 ....................................................................
com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União,
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada da administração direta ou indireta, inclusive fundações
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão
fiscais referidos no art. 260 desta Lei. edição popular do texto integral deste Estatuto, que será posto
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de
260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação defesa dos direitos da criança e do adolescente.
judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de
ofício, a requerimento ou representação de qualquer Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla
cidadão. divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios
de comunicação social. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da de 2016)
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será
da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a
arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade
dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, inferior a 6 (seis) anos. (Incluído dada pela Lei nº 13.257,
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos de 2016)
números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias
específicas mantidas em instituições financeiras públicas, Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto nos esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
arts. 260 a 260-K.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a disposições em contrário.
que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão
efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
pertencer a entidade. 102º da República.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
estados e municípios, e os estados aos municípios, os recursos Questões
referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão
logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança e do 01. (Prefeitura de Sul Brasil – SC - Agente Educativo –
adolescente nos seus respectivos níveis. ALTERNATIVE CONCURSOS/2017) De acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90, art. 60,
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, é proibido qualquer trabalho a menores:
as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela (A) De quatorze anos de idade, inclusive na condição de
autoridade judiciária. aprendiz.
(B) De quatorze anos de idade, salvo na condição de
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de aprendiz.
1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes (C) De dezesseis anos de idade, salvo na condição de
alterações: aprendiz.
1) Art. 121 ............................................................ (D) De dezesseis anos de idade, inclusive na condição de
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um aprendiz.
terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de (E) De dezessete anos de idade, inclusive na condição de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar aprendiz.
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 02. (Prefeitura de Sul Brasil – SC - Educador Social –
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de ALTERNATIVE CONCURSOS/2017) De acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90, art. 69,

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APOSTILAS OPÇÃO

o adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se
trabalho, observados os seguintes aspectos: desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
I. Respeito à condição peculiar de pessoa em instituições próprias.
desenvolvimento. § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
II. Capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho e à prática social.
trabalho.
III. Remuneração do adolescente em relação ao trabalho Comentários:
prestado. A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei
(A) Somente I e III estão corretas. 9.394/96, também conhecida como Lei Darcy Ribeiro, é a mais
(B) Somente I e II estão corretas. importante lei do sistema educacional brasileiro, pois
(C) Somente II e III estão corretas. regulamenta as diretrizes gerais da educação, seja ele público
(D) Somente I está correta. ou privado.
(E) Todas estão corretas.
TÍTULO II
03. (SEDF - Monitor de Gestão Educacional – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
CESPE/2017) À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) — Lei n.º 8.069/1990 — e da CF, julgue o item seguinte. Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada
Conforme o ECA, professores que submeterem estudantes nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
constrangimento serão passíveis de detenção de um a seis educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
meses. qualificação para o trabalho.
( ) Certo ( ) Errado
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes
04. (SEDF - Monitor de Gestão Educacional – princípios:
CESPE/2017) À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
(ECA) — Lei n.º 8.069/1990 — e da CF, julgue o item seguinte. escola;
Os conselhos tutelares das regiões administrativas do DF II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
são compostos por seis membros indicados pela SEE/DF, com cultura, o pensamento, a arte e o saber;
mandatos fixos de quatro anos. III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
( ) Certo ( ) Errado IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de
05. (SEDF - Monitor de Gestão Educacional – ensino;
CESPE/2017) À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
(ECA) — Lei n.º 8.069/1990 — e da CF, julgue o item seguinte. oficiais;
Situação hipotética: Maurício completou quatorze anos de VII - valorização do profissional da educação escolar;
idade e deseja trabalhar, mas não quer abandonar seus VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta
estudos. Assertiva: Nesse caso, o direito de proteção especial Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
permite que Maurício seja admitido ao trabalho, cabendo ao IX - garantia de padrão de qualidade;
Estado garantir seu acesso à escola. X - valorização da experiência extraescolar;
( ) Certo ( ) Errado XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as
práticas sociais.
Respostas XII - consideração com a diversidade étnico-racial.
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao
01. B. / 02. B. / 03. Errado. / 04. Errado. / 05. Certo. longo da vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018)

Comentários:
Os princípios e fins a que se refere à Lei 9.394/96, de modo
BRASIL. Senado Federal. Lei explícito e formal, são retirados da Constituição Federal de
1988, em seu artigo 206.
de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional: nº TÍTULO III
9394/96. Brasília: 1996. Do Direito à Educação e do Dever de Educar

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública


será efetivado mediante a garantia de:
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte
forma:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o a) pré-escola;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: b) ensino fundamental;
c) ensino médio;
TÍTULO I II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco)
Da Educação anos de idade;
III - atendimento educacional especializado gratuito aos
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas preferencialmente na rede regular de ensino;
manifestações culturais. IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e
médio para todos os que não os concluíram na idade própria;

Referências 35
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APOSTILAS OPÇÃO

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa A Constituição Federal em seu artigo 205, diz:
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da
condições do educando; família, será promovida e incentivada com a colaboração da
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
adultos, com características e modalidades adequadas às suas preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalho.
trabalhadores as condições de acesso e permanência na
escola; Desse modo, a educação é vista como um direito público
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da subjetivo, e isso significa que a não oferta ou a sua oferta
educação básica, por meio de programas suplementares de irregular por parte do Poder Público (Federal, Estadual ou
material didático-escolar, transporte, alimentação e Municipal), importa no direito de acioná-lo para que este seja
assistência à saúde; oferecido. Por outro lado, a matrícula nas escolas é dever dos
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos pais ou responsáveis.
como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de TÍTULO IV
ensino-aprendizagem. Da Organização da Educação Nacional
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. Municípios organizarão, em regime de colaboração, os
respectivos sistemas de ensino.
Art. 5° O acesso à educação básica obrigatória é direito § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o relação às demais instâncias educacionais.
Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização
§ 1o O poder público, na esfera de sua competência nos termos desta Lei.
federativa, deverá:
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em Art. 9º A União incumbir-se-á de:
idade escolar, bem como os jovens e adultos que não I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração
concluíram a educação básica; com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - fazer-lhes a chamada pública; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos
escola. Territórios;
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao
assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de
nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à
níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva
constitucionais e legais. e supletiva;
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito
artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a
hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que
gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente. nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente assegurar formação básica comum;
para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o
ser imputada por crime de responsabilidade. Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de para identificação, cadastramento e atendimento, na educação
ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades
aos diferentes níveis de ensino, independentemente da ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
escolarização anterior. V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a
educação;
Art. 6° É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula VI - assegurar processo nacional de avaliação do
das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior,
de idade. em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a
definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e
seguintes condições: pós-graduação;
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e VIII - assegurar processo nacional de avaliação das
do respectivo sistema de ensino; instituições de educação superior, com a cooperação dos
II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de
pelo Poder Público; ensino;
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e
previsto no art. 213 da Constituição Federal. avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de
Comentários: ensino.
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho
Com o advento da Lei 12.796, de 04 de abril de 2013, que Nacional de Educação, com funções normativas e de
alterou a LDB n.º 9.394/96, incluindo Educação Infantil como supervisão e atividade permanente, criado por lei.
parte da educação básica, esta é dever do Estado, que deverá
ser gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade.

Referências 36
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus
União terá acesso a todos os dados e informações necessários filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a
de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser execução da proposta pedagógica da escola;
delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz
mantenham instituições de educação superior. competente da Comarca e ao respectivo representante do
Ministério Público a relação dos alunos que apresentem
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições percentual permitido em lei.
oficiais dos seus sistemas de ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a I - participar da elaboração da proposta pedagógica do
distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo estabelecimento de ensino;
com a população a ser atendida e os recursos financeiros II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos
integrando e coordenando as suas ações e as dos seus de menor rendimento;
Municípios; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos,
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e além de participar integralmente dos períodos dedicados ao
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de VI - colaborar com as atividades de articulação da escola
ensino; com as famílias e a comunidade.
V - baixar normas complementares para o seu sistema de
ensino; Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com gestão democrática do ensino público na educação básica, de
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; princípios:
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede I - participação dos profissionais da educação na
estadual. elaboração do projeto pedagógico da escola;
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as II - participação das comunidades escolar e local em
competências referentes aos Estados e aos Municípios. conselhos escolares ou equivalentes.

Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições escolares públicas de educação básica que os integram
oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa
e planos educacionais da União e dos Estados; e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; financeiro público.
III - baixar normas complementares para o seu sistema de
ensino; Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os I - as instituições de ensino mantidas pela União;
estabelecimentos do seu sistema de ensino; II - as instituições de educação superior criadas e mantidas
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, pela iniciativa privada;
com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em III - os órgãos federais de educação.
outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas
plenamente as necessidades de sua área de competência e com Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito
recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Federal compreendem:
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente,
ensino. pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede II - as instituições de educação superior mantidas pelo
municipal. Poder Público municipal;
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas
se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele e mantidas pela iniciativa privada;
um sistema único de educação básica. IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
respectivamente.
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de
normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada,
incumbência de: integram seu sistema de ensino.
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
financeiros; I - as instituições do ensino fundamental, médio e de
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;
estabelecidas; II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada pela iniciativa privada;
docente; III - os órgãos municipais de educação.
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor
rendimento; Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando classificam-se nas seguintes categorias administrativas:
processos de integração da sociedade com a escola; I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas,
mantidas e administradas pelo Poder Público;

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APOSTILAS OPÇÃO

II - privadas, assim entendidas as mantidas e CAPÍTULO II


administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito DA EDUCAÇÃO BÁSICA
privado. Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão
nas seguintes categorias: (Regulamento) Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
jurídicas de direito privado que não apresentem as progredir no trabalho e em estudos posteriores.
características dos incisos abaixo;
II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries
por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de
jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade,
lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de
representantes da comunidade; organização, sempre que o interesse do processo de
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas aprendizagem assim o recomendar.
por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive
jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia quando se tratar de transferências entre estabelecimentos
específicas e ao disposto no inciso anterior; situados no País e no exterior, tendo como base as normas
IV - filantrópicas, na forma da lei. curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às
Comentários: peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a
Quando a Constituição Federal determina que a União critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir
estabeleça as diretrizes e bases da educação nacional, ela está o número de horas letivas previsto nesta Lei.
propondo que a educação em todo o território do país seja
organizada segundo diretrizes e bases comuns. Assim, a União Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio,
é que coordena as políticas educacionais, ficando responsável será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
por recolher impostos e tributos dos municípios, do Distrito I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas
Federal e dos estados e redistribuí-los as instâncias para o ensino fundamental e para o ensino médio, distribuídas
educacionais (Art. 8º da LDB). por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,
Os artigos 9º, 10, 11, 12 e 13 possuem natureza atributiva, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;
ou seja, tratam da atribuição de responsabilidade à nível (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
federal, estadual, municipal, institucional e docente, II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a
respectivamente. primeira do ensino fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com
TÍTULO V aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino b) por transferência, para candidatos procedentes de
outras escolas;
CAPÍTULO I c) independentemente de escolarização anterior, mediante
Da Composição dos Níveis Escolares avaliação feita pela escola, que defina o grau de
desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: inscrição na série ou etapa adequada, conforme
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino regulamentação do respectivo sistema de ensino;
fundamental e ensino médio; III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular
II - educação superior. por série, o regimento escolar pode admitir formas de
progressão parcial, desde que preservada a sequência do
Comentários: currículo, observadas as normas do respectivo sistema de
A educação básica vai dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) ensino;
anos e é dividida em três etapas a educação infantil (creche e IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos
pré-escola), a educação fundamental (até a oitava série, 9° de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento
ano) e o ensino médio. na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou
Outra etapa da educação é o ensino superior, em que o outros componentes curriculares;
estudante opta pela “área” em que quer estudar e que só é V - a verificação do rendimento escolar observará os
possível após a conclusão da educação básica. seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com
atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries
mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de
preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo
rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições
Observa-se que a educação escolar vai desde a educação de ensino em seus regimentos;
infantil até a educação superior, enquanto a educação básica, VI - o controle de frequência fica a cargo da escola,
deixa a educação superior de fora. conforme o disposto no seu regimento e nas normas do
respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de

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setenta e cinco por cento do total de horas letivas para § 9o Conteúdos relativos aos direitos humanos e à
aprovação; prevenção de todas as formas de violência contra a criança e
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos ao adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos
escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo
certificados de conclusão de cursos, com as especificações como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
cabíveis. da Criança e do Adolescente), observada a produção e
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do distribuição de material didático adequado.
caput deverá ser ampliada de forma progressiva, no ensino § 10. A inclusão de novos componentes curriculares de
médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os sistemas de caráter obrigatório na Base Nacional Comum Curricular
ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, pelo menos dependerá de aprovação do Conselho Nacional de Educação e
mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de de homologação pelo Ministro de Estado da Educação.
2017. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 2º Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de
educação de jovens e adultos e de ensino noturno regular, Art. 26.A- Nos estabelecimentos de ensino fundamental e
adequado às condições do educando, conforme o inciso VI do de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o
art. 4º. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades incluirá diversos aspectos da história e da cultura que
responsáveis alcançar relação adequada entre o número de caracterizam a formação da população brasileira, a partir
alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da
do estabelecimento. África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o
vista das condições disponíveis e das características regionais índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas
e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto contribuições nas áreas social, econômica e política,
neste artigo. pertinentes à história do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados
fundamental e do ensino médio devem ter base nacional no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em educação artística e de literatura e história brasileiras.
cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica
cultura, da economia e dos educandos. observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social,
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da comum e à ordem democrática;
realidade social e política, especialmente do Brasil. II - consideração das condições de escolaridade dos alunos
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões em cada estabelecimento;
regionais, constituirá componente curricular obrigatório da III - orientação para o trabalho;
educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da desportivas não-formais.
escola, é componente curricular obrigatório da educação
básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: Art. 28. Na oferta de educação básica para a população
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações
horas; necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e
II – maior de trinta anos de idade; de cada região, especialmente:
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às
situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro II - organização escolar própria, incluindo adequação do
de 1969; calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
V – (Vetado) climáticas;
VI – que tenha prole. III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo,
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que
africana e europeia. considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a
ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação dada pela Lei nº manifestação da comunidade escolar.
13.415, de 2017)
§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as Comentários:
linguagens que constituirão o componente curricular de que Quando pensamos em educação básica devemos não só
trata o § 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, de considerar os conteúdos ministrados em sala de aula, mas
2016). também, o desenvolvimento integral do aluno de modo a
§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a critério possibilitar seu desenvolvimento para o exercício da
dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os cidadania, favorecendo assim o seu desenvolvimento para o
temas transversais de que trata o caput. (Redação dada pela trabalho e também para seus estudos posteriores servindo
Lei nº 13.415, de 2017) como base para o seu desenvolvimento enquanto sujeito e
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá autor do seu futuro.
componente curricular complementar integrado à proposta Assim, o Capítulo II, Seção I das disposições Gerais (Art. 22
pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no a 28) trata sobre as regras comuns aos estabelecimentos de
mínimo, 2 (duas) horas mensais. ensino em relação à carga horária, dias letivos, bem como suas

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formas de organização (promoção, seriação, frequência, III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem,


currículos, transferências e avaliações). tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a
formação de atitudes e valores;
Seção II IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
Da Educação Infantil solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se
assenta a vida social.
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação § 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino
básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da fundamental em ciclos.
criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, § 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da por série podem adotar no ensino fundamental o regime de
família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo
2013) de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo
sistema de ensino.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: § 3º O ensino fundamental regular será ministrado em
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a
três anos de idade; utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) aprendizagem.
anos de idade. § 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino
a distância utilizado como complementação da aprendizagem
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com ou em situações emergenciais.
as seguintes regras comuns: § 5o O currículo do ensino fundamental incluirá,
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças
desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13
mesmo para o acesso ao ensino fundamental; de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, Adolescente, observada a produção e distribuição de material
distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho didático adequado.
educacional; § 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.
diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada
integral; Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte
IV - controle de frequência pela instituição de educação integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina
pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por dos horários normais das escolas públicas de ensino
cento) do total de horas; fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural
V - expedição de documentação que permita atestar os religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os
procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino
Comentários: religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
A Educação Infantil (0 aos 5 anos) deve ser admissão dos professores.
complementar à ação da família e da comunidade desde então § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil,
possibilitando o desenvolvimento físico, psicológico, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a
intelectual e social. definição dos conteúdos do ensino religioso.
O artigo 31 da Lei 9.394/96 traz em seu inciso I, algo que
merece ser destacado: Não existe promoção na educação Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá
infantil, ou seja não há reprovação nessa etapa da educação pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula,
básica, a avaliação corre mediante registro e sendo progressivamente ampliado o período de permanência
acompanhamento do desenvolvimento da criança, sem o na escola.
objetivo de promoção, ainda que este seja para o acesso ao § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das
ensino fundamental. formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas
as seguintes regras comuns: de ensino.
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do
desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, Comentários:
mesmo para o acesso ao ensino fundamental; O Ensino Fundamenta (06 aos 14 anos) têm duração de 9
anos, podendo ser desdobrado em ciclos (Art. 32 § 1º), visa a
Seção III formação básica do cidadão, ou seja, - o desenvolvimento da
Do Ensino Fundamental capacidade de aprender através do domínio da leitura, da
escrita e do cálculo, a compreensão do ambiente natural e
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos
9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 valores em que se fundamenta a sociedade, a aquisição de
(seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e
cidadão, mediante: valores e o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se
como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do assenta a vida social.
cálculo; O artigo 33 da referida lei, merece ser destacado por trazer
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema informações relevantes:
político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se
fundamenta a sociedade; Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é
parte integrante da formação básica do cidadão e constitui
disciplina dos horários normais das escolas públicas de

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ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
proselitismo. § 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e
procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de
religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela
admissão dos professores. Lei nº 13.415, de 2017)
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída § 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho
pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos esperados para o ensino médio, que serão referência nos
conteúdos do ensino religioso. processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional
Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Assim, o artigo 33 da Lei 9.394/96 está em consonância § 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a
com o artigo 210 §1º da Constituição Federal que regulamenta formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho
o ensino religioso, de matrícula facultativa nas escolas públicas voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua
de ensino fundamental. O objetivo de tal preceito não é uma formação nos aspectos físicos, cognitivos e sócio emocionais.
formação religiosa específica, e sim a apresentação da (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
diversidade religiosa, a escola ao trazer em seus espaços as § 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de
diversas manifestações religiosas, ensina o princípio da avaliação processual e formativa serão organizados nas redes
tolerância e o exercita em sua rotina escolar. de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas
orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de
Seção IV tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:
Do Ensino Médio (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, presidem a produção moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415,
com duração mínima de três anos, terá como finalidades: de 2017)
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos II - conhecimento das formas contemporâneas de
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos,
se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes
aperfeiçoamento posteriores; arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber:
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
intelectual e do pensamento crítico; I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº
IV - a compreensão dos fundamentos científico- 13.415, de 2017)
tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei
com a prática, no ensino de cada disciplina. nº 13.415, de 2017)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá pela Lei nº 13.415, de 2017)
direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada
conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas pela Lei nº 13.415, de 2017)
seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei nº 13.415, V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei nº
de 2017) 13.415, de 2017)
I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº § 1º A organização das áreas de que trata o caput e das
13.415, de 2017) respectivas competências e habilidades será feita de acordo
II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino.
13.415, de 2017) (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído pela I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
Lei nº 13.415, de 2017) II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei § 2º Revogado pela Lei nº 11.741/08
nº 13.415, de 2017) § 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser
§ 1º A parte diversificada dos currículos de que trata o composto itinerário formativo integrado, que se traduz na
caput do art. 26, definida em cada sistema de ensino, deverá composição de componentes curriculares da Base Nacional
estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricular e ser Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos,
articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, considerando os incisos I a V do caput. (Redação dada pela Lei
ambiental e cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) nº 13.415, de 2017)
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de § 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de
educação física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído pela Lei nº vagas na rede, possibilitarão ao aluno concluinte do ensino
13.415, de 2017) médio cursar mais um itinerário formativo de que trata o
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às § 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação
comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas com ênfase técnica e profissional considerará: (Incluído pela
línguas maternas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Lei nº 13.415, de 2017)
§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor
obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo
outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos
preferencialmente o espanhol, de acordo com a estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem
profissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

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II - a possibilidade de concessão de certificados Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,


intermediários de qualificação para o trabalho, quando a facultativamente, a habilitação profissional poderão ser
formação for estruturada e organizada em etapas com desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio
terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) ou em cooperação com instituições especializadas em
§ 7º A oferta de formações experimentais relacionadas ao educação profissional.
inciso V do caput, em áreas que não constem do Catálogo
Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua Art. 36.B- A educação profissional técnica de nível médio
continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conselho será desenvolvida nas seguintes formas:
Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inserção no I - articulada com o ensino médio;
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos, II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha
contados da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela concluído o ensino médio.
Lei nº 13.415, de 2017) Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível
§ 8º A oferta de formação técnica e profissional a que se médio deverá observar:
refere o inciso V do caput, realizada na própria instituição ou I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes
em parceria com outras instituições, deverá ser aprovada curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional
previamente pelo Conselho Estadual de Educação, de Educação;
homologada pelo Secretário Estadual de Educação e II - as normas complementares dos respectivos sistemas de
certificada pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº ensino;
13.415, de 2017) III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado com de seu projeto pedagógico.
validade nacional, que habilitará o concluinte do ensino médio
ao prosseguimento dos estudos em nível superior ou em Art. 36.C- A educação profissional técnica de nível médio
outros cursos ou formações para os quais a conclusão do articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei,
ensino médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº será desenvolvida de forma:
13.415, de 2017) I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído
§ 10. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a
o ensino médio poderá ser organizado em módulos e adotar o conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível
sistema de créditos com terminalidade específica. (Incluído médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se
pela Lei nº 13.415, de 2017) matrícula única para cada aluno;
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino
curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão médio ou já o estejam cursando, efetuando-se matrículas
reconhecer competências e firmar convênios com instituições distintas para cada curso, e podendo ocorrer:
de educação a distância com notório reconhecimento, a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as
mediante as seguintes formas de comprovação: (Incluído pela oportunidades educacionais disponíveis;
Lei nº 13.415, de 2017) b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, de oportunidades educacionais disponíveis;
2017) c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao
experiência adquirida fora do ambiente escolar; (Incluído pela desenvolvimento de projeto pedagógico unificado.
Lei nº 13.415, de 2017)
III - atividades de educação técnica oferecidas em outras Art. 36.D- Os diplomas de cursos de educação profissional
instituições de ensino credenciadas; (Incluído pela Lei nº técnica de nível médio, quando registrados, terão validade
13.415, de 2017) nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na
IV - cursos oferecidos por centros ou programas educação superior.
ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Parágrafo único. Os cursos de educação profissional
V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante e
ou estrangeiras; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) subsequente, quando estruturados e organizados em etapas
VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados
educação presencial mediada por tecnologias. (Incluído pela de qualificação para o trabalho após a conclusão, com
Lei nº 13.415, de 2017) aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma
§ 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de qualificação para o trabalho.
escolha das áreas de conhecimento ou de atuação profissional
previstas no caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Comentários:
A Educação Profissional Técnica de Nível Médio, que
Comentários: tem por princípios os mesmos pressupostos do ensino médio
O Ensino Médio é a etapa final da educação básica, com além de preparar o educando para o exercício de profissões
duração mínima de 3 anos, sua finalidade é o aprofundamento técnicas, assim a Educação profissional técnica de nível médio
dos conhecimentos adquiridos anteriormente, a preparação poderá ser articulada com o ensino médico, dessa forma,
para o trabalho, aprofundamento do desenvolvimento poderá ser integrada quando oferecida aos que tenha
enquanto ser humano além da integração da teoria à pratica concluído o ensino fundamental, e concomitante quando
profissional. oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o estejam
cursando ou subsequente para aqueles que já concluíram o
Seção IV-A ensino médio.
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Seção V
Art. 36.A- Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Da Educação de Jovens e Adultos
Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do
educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada
técnicas. àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos
nos ensinos fundamental e médio na idade própria e

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constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao Art. 41. O conhecimento adquirido na educação
longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018) profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para
jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na prosseguimento ou conclusão de estudos.
idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interesses, Art. 42. As instituições de educação profissional e
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à
permanência do trabalhador na escola, mediante ações capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível
integradas e complementares entre si. de escolaridade.
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se,
preferencialmente, com a educação profissional, na forma do CAPÍTULO IV
regulamento. Da Educação Superior

Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
supletivos, que compreenderão a base nacional comum do I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do
currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em espírito científico e do pensamento reflexivo;
caráter regular. II - formar diplomados nas diferentes áreas de
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os e para a participação no desenvolvimento da sociedade
maiores de quinze anos; brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação
de dezoito anos. científica, visando o desenvolvimento da ciência e da
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo,
educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos desenvolver o entendimento do homem e do meio em que
mediante exames. vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais,
Comentários: científicos e técnicos que constituem patrimônio da
A Educação de Jovens e Adultos, diz respeito àqueles que humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
não tiveram acesso ou continuidade no ensino fundamental e publicações ou de outras formas de comunicação;
médio na idade regular, assim, o EJA traz a oportunidade de V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento
acesso e permanência do trabalhador na escola. cultural e profissional e possibilitar a correspondente
O artigo 37 §3º traz a possibilidade da educação de jovens concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo
e adultos se articular com um ensino profissional, porém não adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do
há essa obrigatoriedade. Observe: conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo
Art. 37. § 3o A educação de jovens e adultos deverá articular- presente, em particular os nacionais e regionais, prestar
se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta
do regulamento. uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da
CAPÍTULO III população, visando à difusão das conquistas e benefícios
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e
Da Educação Profissional e Tecnológica tecnológica geradas na instituição.
VIII - atuar em favor da universalização e do
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a
cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se capacitação de profissionais, a realização de pesquisas
aos diferentes níveis e modalidades de educação e às pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão
dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº
§ 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica 13.174, de 2015)
poderão ser organizados por eixos tecnológicos,
possibilitando a construção de diferentes itinerários Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos
formativos, observadas as normas do respectivo sistema e e programas:
nível de ensino. I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes
§ 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos
seguintes cursos: requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde
I – de formação inicial e continuada ou qualificação que tenham concluído o ensino médio ou equivalente;
profissional; II - de graduação, abertos a candidatos que tenham
II – de educação profissional técnica de nível médio; concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido
III – de educação profissional tecnológica de graduação e classificados em processo seletivo;
pós-graduação. III - de pós-graduação, compreendendo programas de
§ 3o Os cursos de educação profissional tecnológica de mestrado e doutorado, cursos de especialização,
graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados
a objetivos, características e duração, de acordo com as em cursos de graduação e que atendam às exigências das
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho instituições de ensino;
Nacional de Educação. IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos
requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de
Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em ensino.
articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias § 1º Os resultados do processo seletivo referido no inciso
de educação continuada, em instituições especializadas ou no II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas
ambiente de trabalho. instituições de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação

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da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica
classificação, bem como do cronograma das chamadas para prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
matrícula, de acordo com os critérios para preenchimento das c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio
vagas constantes do respectivo edital. eletrônico, deve criar página específica para divulgação das
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº 13.168,
públicas de ensino superior darão prioridade de matrícula ao de 2015)
candidato que comprove ter renda familiar inferior a dez d) a página específica deve conter a data completa de sua
salários mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando mais última atualização; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
de um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela Lei II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino
nº 13.184, de 2015) superior, por meio de ligação para a página referida no inciso
§ 3º O processo seletivo referido no inciso II considerará I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
as competências e as habilidades definidas na Base Nacional III - em local visível da instituição de ensino superior e de
Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de
Art. 45. A educação superior será ministrada em acordo com a duração das disciplinas de cada curso oferecido,
instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com observando o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
variados graus de abrangência ou especialização. a) caso o curso mantenha disciplinas com duração
diferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída pela
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem lei nº 13.168, de 2015)
como o credenciamento de instituições de educação superior, b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início
terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
após processo regular de avaliação. c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências docente até o início das aulas, os alunos devem ser
eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168,
artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o de 2015)
caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei
na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da nº 13.168, de 2015)
autonomia, ou em descredenciamento. a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
responsável por sua manutenção acompanhará o processo de b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular
saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, de cada curso e as respectivas cargas horárias; (Incluída pela
para a superação das deficiências. lei nº 13.168, de 2015)
§ 3º No caso de instituição privada, além das sanções c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em
previstas no § 1o deste artigo, o processo de reavaliação cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará naquele
poderá resultar em redução de vagas autorizadas e em curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação
suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de profissional do docente e o tempo de casa do docente, de forma
cursos. (Alterado pela Lei 13.530/2017). total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168,
§ 4º É facultado ao Ministério da Educação, mediante de 2015)
procedimento específico e com aquiescência da instituição de § 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento
ensino, com vistas a resguardar os interesses dos estudantes, nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros
comutar as penalidades previstas nos §§ 1o e 3o deste artigo instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca
por outras medidas, desde que adequadas para superação das examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos
deficiências e irregularidades constatadas. (Alterado pela Lei seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.
13.530/2017). § 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores,
§ 5º Para fins de regulação, os Estados e o Distrito Federal salvo nos programas de educação a distância.
deverão adotar os critérios definidos pela União para § 4º As instituições de educação superior oferecerão, no
autorização de funcionamento de curso de graduação em período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de
Medicina.” (Incluído pela Lei 13.530/2017). qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a
oferta noturna nas instituições públicas, garantida a
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, necessária previsão orçamentária.
independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de
trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos,
exames finais, quando houver. quando registrados, terão validade nacional como prova da
§ 1º As instituições informarão aos interessados, antes de formação recebida por seu titular.
cada período letivo, os programas dos cursos e demais § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por
componentes curriculares, sua duração, requisitos, elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições
qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios não-universitárias serão registrados em universidades
de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições, indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primeiras § 2º Os diplomas de graduação expedidos por
formas concomitantemente: (Redação dada pela lei nº 13.168, universidades estrangeiras serão revalidados por
de 2015). universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e
I - em página específica na internet no sítio eletrônico área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais
oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte: de reciprocidade ou equiparação.
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos
a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos
título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de por universidades que possuam cursos de pós-graduação
2015) reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e
b) a página principal da instituição de ensino superior, bem em nível equivalente ou superior.
como a página da oferta de seus cursos aos ingressantes sob a
forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma

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Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a IV - programação das pesquisas e das atividades de
transferência de alunos regulares, para cursos afins, na extensão; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo. V - contratação e dispensa de professores; (Redação dada
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na pela Lei nº 13.490, de 2017)
forma da lei. VI - planos de carreira docente. (Redação dada pela Lei nº
13.490, de 2017)
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da § 2º As doações, inclusive monetárias, podem ser dirigidas
ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus a setores ou projetos específicos, conforme acordo entre
cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade doadores e universidades. (Incluído pela Lei nº 13.490, de
de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio. 2017)
§ 3º No caso das universidades públicas, os recursos das
Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas doações devem ser dirigidos ao caixa único da instituição, com
como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de destinação garantida às unidades a serem beneficiadas.
seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017)
desses critérios sobre a orientação do ensino médio,
articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público
ensino. gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para
atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e
Art. 52. As universidades são instituições financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos
pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo § 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições
do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento) asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas
I - produção intelectual institucionalizada mediante o poderão:
estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e
tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e administrativo, assim como um plano de cargos e salários,
nacional; atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação disponíveis;
acadêmica de mestrado ou doutorado; II - elaborar o regulamento de seu pessoal em
III - um terço do corpo docente em regime de tempo conformidade com as normas gerais concernentes;
integral. III - aprovar e executar planos, programas e projetos de
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
especializadas por campo do saber. geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo
Poder mantenedor;
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas
atribuições: peculiaridades de organização e funcionamento;
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com
programas de educação superior previstos nesta Lei, aprovação do Poder competente, para aquisição de bens
obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do imóveis, instalações e equipamentos;
respectivo sistema de ensino; VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial
observadas as diretrizes gerais pertinentes; necessárias ao seu bom desempenho.
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa § 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser
científica, produção artística e atividades de extensão; estendidas a instituições que comprovem alta qualificação
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação
institucional e as exigências do seu meio; realizada pelo Poder Público.
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em
consonância com as normas gerais atinentes; Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e
VII - firmar contratos, acordos e convênios; desenvolvimento das instituições de educação superior por ela
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de mantidas.
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
geral, bem como administrar rendimentos conforme Art. 56. As instituições públicas de educação superior
dispositivos institucionais; obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma existência de órgãos colegiados deliberativos, de que
prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos participarão os segmentos da comunidade institucional, local
estatutos; e regional.
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão
cooperação financeira resultante de convênios com entidades setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e
públicas e privadas. comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e
§ 1º Para garantir a autonomia didático-científica das modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha
universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e de dirigentes.
pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários
disponíveis, sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de
(Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) aulas.
II - ampliação e diminuição de vagas; (Redação dada pela
Lei nº 13.490, de 2017) Comentários:
III - elaboração da programação dos cursos; (Redação dada A Educação Superior faz parte apenas da educação
pela Lei nº 13.490, de 2017) escolar, com objetivos específicos e voltados a cultura de

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transformação, de forma avançada para aperfeiçoar Comentários:


competências voltadas ao trabalho, além de uma perspectiva A Educação Especial diz respeito ao direito à Educação
de pesquisa. aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
CAPÍTULO V assim, com a alteração sofrida pela Lei 12.796/2013, a
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL nomenclatura educandos portadores de necessidades
especiais deixou de ser utilizada. À essas crianças o direito
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos à educação deve ser garantido visando o maior
desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida desenvolvimento possível desse educando que deverá ser
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos oferecido preferencialmente na rede regular, assim a educação
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e especial oferecerá um acesso igualitário além de uma
altas habilidades ou superdotação. educação de qualidade.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às TÍTULO VI
peculiaridades da clientela de educação especial. Dos Profissionais da Educação
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes,
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar
condições específicas dos alunos, não for possível a sua básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido
integração nas classes comuns de ensino regular. formados em cursos reconhecidos, são:
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput I – professores habilitados em nível médio ou superior
deste artigo, tem início na educação infantil e estende-se ao para a docência na educação infantil e nos ensinos
longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo fundamental e médio;
único do art. 60 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, II – trabalhadores em educação portadores de diploma de
de 2018) pedagogia, com habilitação em administração, planejamento,
supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de
altas habilidades ou superdotação: curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos
organização específicos, para atender às suas necessidades; respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem áreas afins à sua formação ou experiência profissional,
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, atestados por titulação específica ou prática de ensino em
em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das
menor tempo o programa escolar para os superdotados; corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente
III - professores com especialização adequada em nível para atender ao inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela lei
médio ou superior, para atendimento especializado, bem como nº 13.415, de 2017)
professores do ensino regular capacitados para a integração V - profissionais graduados que tenham feito
desses educandos nas classes comuns; complementação pedagógica, conforme disposto pelo
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415,
efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições de 2017)
adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção
no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos Parágrafo único. A formação dos profissionais da
oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma educação, de modo a atender às especificidades do exercício
habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes
psicomotora; etapas e modalidades da educação básica, terá como
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais fundamentos:
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino I – a presença de sólida formação básica, que propicie o
regular. conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas
competências de trabalho;
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios
nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação supervisionados e capacitação em serviço;
matriculados na educação básica e na educação superior, a fim III – o aproveitamento da formação e experiências
de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades.
desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado.
(Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015) Art. 62 A formação de docentes para atuar na educação
básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino plena, admitida, como formação mínima para o exercício do
estabelecerão critérios de caracterização das instituições magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na
exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e modalidade normal. (Redação dada pela lei nº 13.415, de
financeiro pelo Poder Público. 2017)
Parágrafo único. O poder público adotará, como § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios,
alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos em regime de colaboração, deverão promover a formação
educandos com deficiência, transtornos globais do inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na magistério.
própria rede pública regular de ensino, independentemente § 2º A formação continuada e a capacitação dos
do apoio às instituições previstas neste artigo. profissionais de magistério poderão utilizar recursos e
tecnologias de educação a distância.

Referências 46
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§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará Art. 64. A formação de profissionais de educação para
preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo administração, planejamento, inspeção, supervisão e
uso de recursos e tecnologias de educação a distância. orientação educacional para a educação básica, será feita em
§ 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
em cursos de formação de docentes em nível superior para formação, a base comum nacional.
atuar na educação básica pública.
§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios Art. 65. A formação docente, exceto para a educação
incentivarão a formação de profissionais do magistério para superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas
atuar na educação básica pública mediante programa horas.
institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes
matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, Art. 66. A preparação para o exercício do magistério
nas instituições de educação superior. superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente
§ 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota em programas de mestrado e doutorado.
mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por
médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de universidade com curso de doutorado em área afim, poderá
graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho suprir a exigência de título acadêmico.
Nacional de Educação - CNE.
§ 7o (Vetado). Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos
terão por referência a Base Nacional Comum termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério
Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas
Art. 62. A- A formação dos profissionais a que se refere o e títulos;
inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo com licenciamento periódico remunerado para esse fim;
habilitações tecnológicas. III - piso salarial profissional;
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para IV - progressão funcional baseada na titulação ou
os profissionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou habilitação, e na avaliação do desempenho;
em instituições de educação básica e superior, incluindo V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
cursos de educação profissional, cursos superiores de incluído na carga de trabalho;
graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. VI - condições adequadas de trabalho.
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício
Art. 62-B. O acesso de professores das redes públicas de profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos
educação básica a cursos superiores de pedagogia e termos das normas de cada sistema de ensino.
licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo § 2o Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no §
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) 8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas
funções de magistério as exercidas por professores e
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto no caput especialistas em educação no desempenho de atividades
deste artigo os professores das redes públicas municipais, educativas, quando exercidas em estabelecimento de
estaduais e federal que ingressaram por concurso público, educação básica em seus diversos níveis e modalidades,
tenham pelo menos três anos de exercício da profissão e não incluídas, além do exercício da docência, as de direção de
sejam portadores de diploma de graduação. (Incluído pela Lei unidade escolar e as de coordenação e assessoramento
nº 13.478, de 2017) pedagógico.
§ 3o A União prestará assistência técnica aos Estados, ao
§ 2º As instituições de ensino responsáveis pela oferta de Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de concursos
cursos de pedagogia e outras licenciaturas definirão critérios públicos para provimento de cargos dos profissionais da
adicionais de seleção sempre que acorrerem aos certames educação.
interessados em número superior ao de vagas disponíveis
para os respectivos cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de TÍTULO VII
2017) Dos Recursos financeiros

§ 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os
definidos em regulamento pelas universidades, terão originários de:
prioridade de ingresso os professores que optarem por cursos I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do
de licenciatura em matemática, física, química, biologia e Distrito Federal e dos Municípios;
língua portuguesa. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) II - receita de transferências constitucionais e outras
transferências;
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: III - receita do salário-educação e de outras contribuições
I - cursos formadores de profissionais para a educação sociais;
básica, inclusive o curso normal superior, destinado à IV - receita de incentivos fiscais;
formação de docentes para a educação infantil e para as V - outros recursos previstos em lei.
primeiras séries do ensino fundamental;
II - programas de formação pedagógica para portadores de Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de
diplomas de educação superior que queiram se dedicar à dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte
educação básica; e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas
III - programas de educação continuada para os Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de
profissionais de educação dos diversos níveis. impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na
manutenção e desenvolvimento do ensino público.

Referências 47
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§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação,
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou quando em desvio de função ou em atividade alheia à
pelos Estados aos respectivos Municípios, não será manutenção e desenvolvimento do ensino.
considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
receita do governo que a transferir. Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos
mencionadas neste artigo as operações de crédito por balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se
antecipação de receita orçamentária de impostos. refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal.
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão,
mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a receita prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos,
estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
com base no eventual excesso de arrecadação. Transitórias e na legislação concernente.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as
efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito
percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de
a cada trimestre do exercício financeiro. oportunidades educacionais para o ensino fundamental,
§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios assegurar ensino de qualidade.
ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo
observados os seguintes prazos: será calculado pela União ao final de cada ano, com validade
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada para o ano subsequente, considerando variações regionais no
mês, até o vigésimo dia; custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino.
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo
dia de cada mês, até o trigésimo dia; Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente,
de cada mês, até o décimo dia do mês subsequente. as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção qualidade de ensino.
monetária e à responsabilização civil e criminal das § 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula
autoridades competentes. de domínio público que inclua a capacidade de atendimento e
a medida do esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e Federal ou do Município em favor da manutenção e do
desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas desenvolvimento do ensino.
à consecução dos objetivos básicos das instituições § 2º A capacidade de atendimento de cada governo será
educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se definida pela razão entre os recursos de uso
destinam a: constitucionalmente obrigatório na manutenção e
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo
demais profissionais da educação; ao padrão mínimo de qualidade.
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de § 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a
instalações e equipamentos necessários ao ensino; União poderá fazer a transferência direta de recursos a cada
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos
ensino; que efetivamente frequentam a escola.
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas § 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser
visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos
expansão do ensino; Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua
V - realização de atividades-meio necessárias ao responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V
funcionamento dos sistemas de ensino; do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua capacidade de
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas atendimento.
públicas e privadas; Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo
VII - amortização e custeio de operações de crédito anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos
destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto nesta Lei,
VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção sem prejuízo de outras prescrições legais.
de programas de transporte escolar.
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com: confessionais ou filantrópicas que:
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam
ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela
não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;
ou à sua expansão; II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
caráter assistencial, desportivo ou cultural; escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
III - formação de quadros especiais para a administração Público, no caso de encerramento de suas atividades;
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos
IV - programas suplementares de alimentação, assistência recebidos.
médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser
formas de assistência social; destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público

Referências 48
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obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede de comunicação que sejam explorados mediante autorização,
local. concessão ou permissão do poder público;
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão II - concessão de canais com finalidades exclusivamente
poderão receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive educativas;
mediante bolsas de estudo. III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder
Público, pelos concessionários de canais comerciais.
TÍTULO VIII
Das Disposições Gerais Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições
de ensino experimentais, desde que obedecidas as disposições
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração desta Lei.
das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos
índios, desenvolverá programas integrados de ensino e Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de
pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal
intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: sobre a matéria.
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a
recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica,
suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas
ciências; fixadas pelos sistemas de ensino.
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso
às informações, conhecimentos técnicos e científicos da Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser
sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não- aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas
índias. respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de
acordo com seu rendimento e seu plano de estudos.
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os
sistemas de ensino no provimento da educação intercultural Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação
às comunidades indígenas, desenvolvendo programas própria poderá exigir a abertura de concurso público de
integrados de ensino e pesquisa. provas e títulos para cargo de docente de instituição pública
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das de ensino que estiver sendo ocupado por professor não
comunidades indígenas. concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato
Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos: das Disposições Constitucionais Transitórias.
I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna
de cada comunidade indígena; Art. 86. As instituições de educação superior constituídas
II - manter programas de formação de pessoal como universidades integrar-se-ão, também, na sua condição
especializado, destinado à educação escolar nas comunidades de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e
indígenas; Tecnologia, nos termos da legislação específica.
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles
incluindo os conteúdos culturais correspondentes às TÍTULO IX
respectivas comunidades; Das Disposições Transitórias
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático
específico e diferenciado. Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um
§ 3o No que se refere à educação superior, sem prejuízo de ano a partir da publicação desta Lei.
outras ações, o atendimento aos povos indígenas efetivar-se-á, § 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação
nas universidades públicas e privadas, mediante a oferta de desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano
ensino e de assistência estudantil, assim como de estímulo à Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos
pesquisa e desenvolvimento de programas especiais. seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre
Educação para Todos.
Art. 79-A. (Vetado) § 2º (Revogado)
§ 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e,
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de supletivamente, a União, devem:
novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. I - (Revogado)
a) (Revogado)
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a b) (Revogado)
veiculação de programas de ensino a distância, em todos os c) (Revogado)
níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e adultos insuficientemente escolarizados;
regime especiais, será oferecida por instituições III - realizar programas de capacitação para todos os
especificamente credenciadas pela União. professores em exercício, utilizando também, para isto, os
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização recursos da educação a distância;
de exames e registro de diploma relativos a cursos de IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino
educação a distância. fundamental do seu território ao sistema nacional de avaliação
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de do rendimento escolar.
programas de educação a distância e a autorização para sua § 4º (Revogado)
implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, § 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a
podendo haver cooperação e integração entre os diferentes progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino
sistemas. fundamental para o regime de escolas de tempo integral.
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento § 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao
diferenciado, que incluirá: Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados aos
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento do art.
de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios

Referências 49
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212 da Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes (D) I, IV e V, apenas.


pelos governos beneficiados.
02. (Prefeitura Municipal de Alumínio/SP - Auxiliar de
Art. 87.A- (Vetado). Desenvolvimento Infantil - VUNESP/2016) A Lei Federal nº
9.394, de 20.12.1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Nacional), introduziu uma série de inovações em relação à
Municípios adaptarão sua legislação educacional e de ensino Educação Básica, dentre as quais,
às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir (A) a construção de identidade das creches e pré-escolas
da data de sua publicação. com base nas diferenciações em relação à classe social das
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos crianças.
e regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos (B) o atendimento obrigatório e gratuito no ensino
respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes fundamental e gratuidade extensiva apenas à Educação
estabelecidos. Infantil das crianças a partir dos 4 anos de idade.
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o (C) o atendimento em creches e pré-escolas pelos órgãos
disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos. de assistência social, prioritariamente.
(D) o entendimento da creche e pré-escola como um favor
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham aos socialmente menos favorecidos.
a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da (E) a integração das creches nos sistemas de ensino,
publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de compondo, junto com as pré-escolas, a primeira etapa da
ensino. Educação Básica.

Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime 03. (TJ/GO- Analista Judiciário- Pedagogia- FGV) A
anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo educação escolar, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da
Conselho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste, Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, é dever da família
pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a e do Estado.
autonomia universitária. Cabe ao Estado garantir, a partir da nova redação do Art.
4º da LDB instituída pela Lei nº 12.796, de 2013:
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (A) educação básica obrigatória e gratuita dos seis aos
quatorze anos de idade;
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de (B) educação infantil e ensino fundamental obrigatórios e
20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, gratuitos;
não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de (C) ensino fundamental e ensino médio obrigatórios e
1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs gratuitos;
5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de (D) educação básica obrigatória e gratuita a todos que
1982, e as demais leis e decretos-lei que as modificaram e desejarem cursá-la;
quaisquer outras disposições em contrário. (E) educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos
dezessete anos de idade.
Questões
04. (Pref. Mun. de Palhoça/SC – Professor de Educação
01. (SEAP/DF- Professor- IBFC) De acordo com o que Infantil – Pref. Mun. de Palhoça/2016) Assinale a
disserta a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação alternativa FALSA:
Brasileira (LDB), julgue os itens a seguir: (A) A educação superior somente será ministrada em
I. A LDB reconhece que a educação abrange os processos instituições de ensino superior públicas, com variados graus
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na de abrangência ou especialização.
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino, (B) Os cursos de pós-graduação serão oferecidos em
nos movimentos sociais e nas manifestações culturais. Por diversas instituições públicas ou privadas.
isso, a lei disserta, expressamente, que a educação escolar (C) A educação superior será oferecida tanto em
deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. instituições públicas como nas privadas.
II. A educação básica é obrigatória e gratuita dos 6 anos aos (D) A educação superior será ministrada em instituições
17 anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola, de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus
ensino fundamental e ensino médio. Sendo a educação infantil de abrangência ou especialização.
gratuita às crianças de até 6 anos de idade
III. O atendimento ao educando é previsto, em todas as 05. (Pref. Mun. de Nova Friburgo/RJ - Secretário
etapas da educação básica, por meio de programas Escolar - EXATUS/PR) A questão é concernente a Lei de
suplementares de material didático-escolar e alimentação. Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Nº 9394/96)”.
Transporte e assistência à saúde não estão expressamente Segundo a LDB, a educação escolar compõe-se de:
previstos na LDB 9394/96, sendo deixados à lei ordinária. (A) Educação Básica e Educação Infantil.
IV. É garantida a vaga na escola pública de educação (B) Educação Infantil e Ensino Fundamental.
infantil ou de ensino fundamental mais próxima da residência (C) Educação Básica e Educação Superior.
a toda criança a partir do dia em que completar 4 anos de (D) Educação Básica, Educação Infantil e Educação
idade. Superior.
V. É garantido acesso público e gratuito aos ensinos
fundamental e médio para todos os que não os concluíram na Respostas
idade própria, porém vedado acesso aos níveis mais elevados
do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a 01. B. / 02. E. / 03. E. / 04. A. / 05. C.
capacidade de cada um.
É correto o que afirma em:
(A) I, II e III, apenas.
(B) I e IV, apenas.
(C) II, III e V, apenas.

Referências 50
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sua vigência, 2011, a oferta da Educação Infantil alcance a 50%


das crianças de 0 a 3 anos e 80% das de 4 e 5 anos, metas que
BRASIL. Diretrizes curriculares ainda persistem como um grande desafio a ser enfrentado pelo
nacionais para a educação país.
infantil. Câmara de Educação Frente a todas essas transformações, a Educação Infantil
vive um intenso processo de revisão de concepções sobre a
Básica do Conselho Nacional de educação de crianças em espaços coletivos, e de seleção e
Educação. Brasília: 2009 fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de
aprendizagens e do desenvolvimento das crianças. Em
especial, têm se mostrado prioritárias as discussões sobre
PARECER CNE/CEB Nº: 20/2009 como orientar o trabalho junto às crianças de até três anos em
REVISÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS creches e como garantir práticas junto às crianças de quatro e
PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL cinco anos que se articulem, mas não antecipem processos do
Ensino Fundamental.
I – RELATÓRIO Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil elaboradas anteriormente por este Conselho
1. Histórico (Resolução CNE/CEB nº 1/99 e Parecer CNE/CEB nº 22/98)
A construção da identidade das creches e pré-escolas a foram fundamentais para explicitar princípios e orientações
partir do século XIX em nosso país insere-se no contexto da para os sistemas de ensino na organização, articulação,
história das políticas de atendimento à infância, marcado por desenvolvimento e avaliação de propostas pedagógicas.
diferenciações em relação à classe social das crianças. Embora os princípios colocados não tenham perdido a
Enquanto para as mais pobres essa história foi caracterizada validade, ao contrário, continuam cada vez mais necessários,
pela vinculação aos órgãos de assistência social, para as outras questões diminuíram seu espaço no debate atual e
crianças das classes mais abastadas, outro modelo se novos desafios foram colocados para a Educação Infantil,
desenvolveu no diálogo com práticas escolares. exigindo a reformulação e atualização dessas Diretrizes.
Essa vinculação institucional diferenciada refletia uma A ampliação das matrículas, a regularização do
fragmentação nas concepções sobre educação das crianças em funcionamento das instituições, a diminuição no número de
espaços coletivos, compreendendo o cuidar como atividade docentes não-habilitados na Educação Infantil e o aumento da
meramente ligada ao corpo e destinada às crianças mais pressão pelo atendimento colocam novas demandas para a
pobres, e o educar como experiência de promoção intelectual política de Educação Infantil, pautando questões que dizem
reservada aos filhos dos grupos socialmente privilegiados. respeito às propostas pedagógicas, aos saberes e fazeres dos
Para além dessa especificidade, predominou ainda, por muito professores, às práticas e projetos cotidianos desenvolvidos
tempo, uma política caracterizada pela ausência de junto às crianças, ou seja, às questões de orientação curricular.
investimento público e pela não profissionalização da área. Também a tramitação no Congresso Nacional da proposta de
Em sintonia com os movimentos nacionais e Emenda Constitucional que, dentre outros pontos, amplia a
internacionais, um novo paradigma do atendimento à infância obrigatoriedade na Educação Básica, reforça a exigência de
– iniciado em 1959 com a Declaração Universal dos Direitos da novos marcos normativos na Educação Infantil.
Criança e do Adolescente e instituído no país pelo artigo 227 Respondendo a estas preocupações, a Coordenadoria de
da Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e Educação Infantil do MEC estabeleceu, com a Universidade
do Adolescente (Lei 8.069/90) – tornou-se referência para os Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), convênio de
movimentos sociais de “luta por creche” e orientou a transição cooperação técnica na articulação de um processo nacional de
do entendimento da creche e pré-escola como um favor aos estudos e debates sobre o currículo da Educação Infantil, que
socialmente menos favorecidos para a compreensão desses produziu uma série de documentos, dentre eles “Práticas
espaços como um direito de todas as crianças à educação, cotidianas na
independentemente de seu grupo social. Educação Infantil: bases para a reflexão sobre as
O atendimento em creches e pré-escolas como um direito orientações curriculares” (MEC/COEDI, 2009a). Esse processo
social das crianças se concretiza na Constituição de 1988, com serviu de base para a elaboração de “Subsídios para as
o reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado Diretrizes Curriculares Nacionais Específicas da Educação
com a Educação, processo que teve ampla participação dos Básica” (MEC, 2009b), texto encaminhado a este colegiado
movimentos comunitários, dos movimentos de mulheres, dos pelo Senhor Ministro de Estado da Educação.
movimentos de redemocratização do país, além, A proposta do MEC foi apresentada pela professora Maria
evidentemente, das lutas dos próprios profissionais da do Pilar Lacerda Almeida e Silva, Secretária de Educação
educação. A partir desse novo ordenamento legal, creches e Básica do MEC, na reunião ordinária do mês de julho do
pré-escolas passaram a construir nova identidade na busca de corrente ano da Câmara de Educação Básica, ocasião em que
superação de posições antagônicas e fragmentadas, sejam elas foi designada a comissão que se encarregaria de elaborar nova
assistencialistas ou pautadas em uma perspectiva Diretriz Curricular Nacional para a Educação Infantil,
preparatória a etapas posteriores de escolarização. presidida pelo Conselheiro Cesar Callegari, tendo o
A Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Conselheiro Raimundo Moacir Mendes Feitosa como relator
Nacional), regulamentando esse ordenamento, introduziu (Portaria CNE/CEB nº 3/2009).
uma série de inovações em relação à Educação Básica, dentre Em 5 de agosto, com a participação de representantes das
as quais, a integração das creches nos sistemas de ensino entidades nacionais UNDIME, ANPED, CNTE, Fórum Nacional
compondo, junto com as pré-escolas, a primeira etapa da de Conselhos Estaduais de Educação, MIEIB (Movimento
Educação Básica. Essa lei evidencia o estímulo à autonomia das Interfóruns de Educação Infantil do Brasil), da
unidades educacionais na organização flexível de seu currículo SEB/SECAD/MEC e de especialistas da área de Educação
e a pluralidade de métodos pedagógicos, desde que assegurem Infantil, Maria Carmem Barbosa (coordenadora do Projeto
aprendizagem, e reafirmou os artigos da Constituição Federal MECUFRGS/2008), Sonia Kramer (consultora do MEC
acerca do atendimento gratuito em creches e pré-escolas. responsável pela organização do documento de referência),
Neste mesmo sentido deve-se fazer referência ao Plano Fulvia Rosemberg (da Fundação Carlos Chagas), Ana Paula
Nacional de Educação (PNE), Lei nº 10.172/2001, que Soares Silva (FFCLRP-USP) e Zilma de Moraes Ramos de
estabeleceu metas decenais para que no final do período de Oliveira (FFCLRP-USP), o relator da Comissão apresentou um

Referências 51
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texto-síntese dos pontos básicos que seriam levados como como dever do Estado em relação à educação, oferecido em
indicações para o debate em audiências públicas nacionais regime de colaboração e organizado em sistemas de ensino da
promovidas pela Câmara de Educação Básica do CNE, União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A
realizadas em São Luis do Maranhão, Brasília e São Paulo. incorporação das creches e pré-escolas no capítulo da
Este parecer incorpora as contribuições apresentadas, Educação na Constituição Federal (art. 208, inciso IV) impacta
nestas audiências e em debates e reuniões regionais todas as outras responsabilidades do Estado em relação à
(encontros da UNDIME – Região Norte e do MIEIB em Educação Infantil, ou seja, o direito das crianças de zero a cinco
Santarém, PA, ocorrido em agosto de 2009; o debate na ANPED anos de idade à matrícula em escola pública (art. 205), gratuita
ocorrido em outubro de 2009), por grupos de pesquisa e e de qualidade (art. 206, incisos IV e VI), igualdade de
pesquisadores, conselheiros tutelares, Ministério Público, condições em relação às demais crianças para acesso,
sindicatos, secretários e conselheiros municipais de educação, permanência e pleno aproveitamento das oportunidades de
entidades não governamentais e movimentos sociais. Foram aprendizagem propiciadas (art. 206, inciso I).
consideradas também as contribuições enviadas por Na continuidade dessa definição, a Lei de Diretrizes e
entidades e grupos como: OMEP; NDI-UFSC; Fórum de Bases da Educação Nacional afirma que “a educação abrange
Educação Infantil do Pará (FEIPA); Fórum Amazonense de os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,
Educação Infantil (FAMEI); Fórum Permanente de Educação na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino
Infantil do Tocantins (FEITO); Fórum de Educação Infantil do e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
Amapá; Fórum de Educação Infantil de Santa Catarina sociedade civil e nas manifestações culturais” (Lei nº
(contemplando também manifestações dos municípios de 9.394/96, art. 1º), mas esclarece que: “Esta Lei disciplina a
Jaguaré, Cachoeiro e Vitória); Fórum Paulista de Educação educação escolar que se desenvolve, predominantemente, por
Infantil; Fórum Gaúcho de Educação Infantil; GT de Educação meio do ensino, em instituições próprias” (Lei nº 9.394/96,
Infantil da UNDIME; CEERT; GT 21 da ANPEd (Educação das art. 1º, § 1º). Em função disto, tudo o que nela se baseia e que
Relações Étnico-Raciais); grupo de estudos em Educação dela decorre, como autorização de funcionamento, condições
Infantil do Centro de Educação da UFAL conjuntamente com de financiamento e outros aspectos, referem-se a esse caráter
equipe técnica das Secretarias de Educação do Município de institucional da educação.
Maceió e do Estado de Alagoas; alunos do curso de Pedagogia Fica assim evidente que, no atual ordenamento jurídico, as
da UFMS; CINDEDI-USP; representantes do Setor de Educação creches e pré-escolas ocupam um lugar bastante claro e
do MST São Paulo; técnicos da Coordenadoria de Creches da possuem um caráter institucional e educacional diverso
USP; participantes de evento da Secretaria de Educação, daquele dos contextos domésticos, dos ditos programas
Esporte e Lazer de Recife e do Seminário Educação Ambiental alternativos à educação das crianças de zero a cinco anos de
e Educação Infantil em Brasília. Ainda pesquisadores das idade, ou da educação não-formal. Muitas famílias necessitam
seguintes Universidades e Instituições de Pesquisa fizeram de atendimento para suas crianças em horário noturno, em
considerações ao longo desse processo: FEUSP; FFCLRP-USP; finais de semana e em períodos esporádicos. Contudo, esse
Fundação Carlos Chagas; Centro Universitário Claretiano tipo de atendimento, que responde a uma demanda legítima da
Batatais; PUC-RIO; UNIRIO; UNICAMP; UFC; UFPA; UFRJ; UERJ; população, enquadra-se no âmbito de “políticas para a
UFPR; UNEMAT; UFMG; UFRGS; UFSC; UFRN; UFMS; UFAL, Infância”, devendo ser financiado, orientado e supervisionado
UFMA, UEMA, UFPE. por outras áreas, como assistência social, saúde, cultura,
esportes, proteção social. O sistema de ensino define e orienta,
2. Mérito com base em critérios pedagógicos, o calendário, horários e as
demais condições para o funcionamento das creches e pré-
A revisão e atualização das Diretrizes Curriculares escolas, o que não elimina o estabelecimento de mecanismos
Nacionais para a Educação Infantil é essencial para incorporar para a necessária articulação que deve haver entre a Educação
os avanços presentes na política, na produção científica e nos e outras áreas, como a Saúde e a Assistência, a fim de que se
movimentos sociais na área. Elas podem se constituir em cumpra, do ponto de vista da organização dos serviços nessas
instrumento estratégico na consolidação do que se entende instituições, o atendimento às demandas das crianças. Essa
por uma Educação Infantil de qualidade, “ao estimular o articulação, se necessária para outros níveis de ensino, na
diálogo entre os elementos culturais de grupos marginalizados Educação Infantil, em função das características das crianças
e a ciência, a tecnologia e a cultura dominantes, articulando de zero a cinco anos de idade, se faz muitas vezes
necessidades locais e a ordem global, chamando a atenção para imprescindível.
uma maior sensibilidade para o diverso e o plural, entre o As creches e pré-escolas se constituem, portanto, em
relativismo e o universalismo” (MEC, 2009b). estabelecimentos educacionais públicos ou privados que
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação educam e cuidam de crianças de zero a cinco anos de idade por
Infantil, de caráter mandatório, orientam a formulação de meio de profissionais com a formação específica legalmente
políticas, incluindo a de formação de professores e demais determinada, a habilitação para o magistério superior ou
profissionais da Educação, e também o planejamento, médio, refutando assim funções de caráter meramente
desenvolvimento e avaliação pelas unidades de seu Projeto assistencialista, embora mantenha a obrigação de assistir às
Político-Pedagógico e servem para informar as famílias das necessidades básicas de todas as crianças.
crianças matriculadas na Educação Infantil sobre as As instituições de Educação Infantil estão submetidas aos
perspectivas de trabalho pedagógico que podem ocorrer. mecanismos de credenciamento, reconhecimento e supervisão
do sistema de ensino em que se acham integradas (Lei nº
3. A identidade do atendimento na Educação Infantil 9.394/96, art. 9º, inciso IX, art.10, inciso IV e art.11, inciso IV),
assim como a controle social. Sua forma de organização é
Do ponto de vista legal, a Educação Infantil é a primeira variada, podendo constituir unidade independente ou integrar
etapa da Educação Básica e tem como finalidade o instituição que cuida da Educação Básica, atender faixas
desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de etárias diversas nos termos da Lei nº 9.394/96, em jornada
idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e integral de, no mínimo, 7 horas diárias, ou parcial de, no
social, complementando a ação da família e da comunidade mínimo, 4 horas, seguindo o proposto na Lei nº 11.494/2007
(Lei nº 9.394/96, art. 29). (FUNDEB), sempre no período diurno, devendo o poder
O atendimento em creche e pré-escola a crianças de zero a público oferecer vagas próximo à residência das crianças (Lei
cinco anos de idade é definido na Constituição Federal de 1988 nº 8.069/90, art. 53). Independentemente das nomenclaturas

Referências 52
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diversas que adotam (Centros de Educação Infantil, Escolas de escolas implica assumir a responsabilidade de torná-las
Educação Infantil, Núcleo Integrado de Educação Infantil, espaços privilegiados de convivência, de construção de
Unidade de Educação Infantil, ou nomes fantasia), a estrutura identidades coletivas e de ampliação de saberes e
e funcionamento do atendimento deve garantir que essas conhecimentos de diferentes naturezas, por meio de práticas
unidades sejam espaço de educação coletiva. que atuam como recursos de promoção da equidade de
Uma vez que o Ensino Fundamental de nove anos de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes
duração passou a incluir a educação das crianças a partir de classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às
seis anos de idade, e considerando que as que completam essa possibilidades de vivência da infância. Em quarto lugar,
idade fora do limite de corte estabelecido por seu sistema de cumprir função sociopolítica e pedagógica requer oferecer as
ensino para inclusão no Ensino Fundamental necessitam que melhores condições e recursos construídos histórica e
seu direito à educação seja garantido, cabe aos sistemas de culturalmente para que as crianças usufruam de seus direitos
ensino o atendimento a essas crianças na pré-escola até o seu civis, humanos e sociais e possam se manifestar e ver essas
ingresso, no ano seguinte, no Ensino Fundamental. manifestações acolhidas, na condição de sujeito de direitos e
de desejos. Significa, finalmente, considerar as creches e pré-
4. A função sociopolítica e pedagógica da Educação Infantil escolas na produção de novas formas de sociabilidade e de
subjetividades comprometidas com a democracia e a
Delineada essa apresentação da estrutura legal e cidadania, com a dignidade da pessoa humana, com o
institucional da Educação Infantil, faz-se necessário refletir reconhecimento da necessidade de defesa do meio ambiente e
sobre sua função sociopolítica e pedagógica, como base de com o rompimento de relações de dominação etária,
apoio das propostas pedagógica e curricular das instituições. socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística
Considera a Lei nº 9.394/96 em seu artigo 22 que a e religiosa que ainda marcam nossa sociedade.
Educação Infantil é parte integrante da Educação Básica, cujas
finalidades são desenvolver o educando, assegurar-lhe a 5. Uma definição de currículo
formação comum indispensável para o exercício da cidadania
e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos O currículo na Educação Infantil tem sido um campo de
posteriores. Essa dimensão de instituição voltada à introdução controvérsias e de diferentes visões de criança, de família, e de
das crianças na cultura e à apropriação por elas de funções da creche e da pré-escola. No Brasil nem sempre foi
conhecimentos básicos requer tanto seu acolhimento quanto aceita a ideia de haver um currículo para a Educação Infantil,
sua adequada interpretação em relação às crianças pequenas. termo em geral associado à escolarização tal como vivida no
O paradigma do desenvolvimento integral da criança a ser Ensino Fundamental e Médio, sendo preferidas as expressões
necessariamente compartilhado com a família, adotado no ‘projeto pedagógico’ ou ‘proposta pedagógica’. A integração da
artigo 29 daquela lei, dimensiona aquelas finalidades na Educação Infantil ao sistema educacional impõe à Educação
consideração das formas como as crianças, nesse momento de Infantil trabalhar com esses conceitos, diferenciando-os e
suas vidas, vivenciam o mundo, constroem conhecimentos, articulando-os.
expressam-se, interagem e manifestam desejos e curiosidades A proposta pedagógica, ou projeto pedagógico, é o plano
de modo bastante peculiares. orientador das ações da instituição e define as metas que se
A função das instituições de Educação Infantil, a exemplo pretende para o desenvolvimento dos meninos e meninas que
de todas as instituições nacionais e principalmente, como o nela são educados e cuidados, as aprendizagens que se quer
primeiro espaço de educação coletiva fora do contexto promovidas. Na sua execução, a instituição de Educação
familiar, ainda se inscreve no projeto de sociedade Infantil organiza seu currículo, que pode ser entendido como
democrática desenhado na Constituição Federal de 1988 (art. as práticas educacionais organizadas em torno do
3º, inciso I), com responsabilidades no desempenho de um conhecimento e em meio às relações sociais que se travam nos
papel ativo na construção de uma sociedade livre, justa, espaços institucionais, e que afetam a construção das
solidária e socioambientalmente orientada. identidades das crianças. Por expressar o projeto pedagógico
A redução das desigualdades sociais e regionais e a da instituição em que se desenvolve, englobando as
promoção do bem de todos (art. 3º, incisos II e IV da experiências vivenciadas pela criança, o currículo se constitui
Constituição Federal) são compromissos a serem perseguidos um instrumento político, cultural e científico coletivamente
pelos sistemas de ensino e pelos professores também na formulado (MEC, 2009b).
Educação Infantil. É bastante conhecida no país a desigualdade O currículo da Educação Infantil é concebido como um
de acesso às creches e pré-escolas entre as crianças brancas e conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os
negras, moradoras do meio urbano e rural, das regiões saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte
sul/sudeste e norte/nordeste e, principalmente, ricas e do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico. Tais
pobres. Além das desigualdades de acesso, também as práticas são efetivadas por meio de relações sociais que as
condições desiguais da qualidade da educação oferecida às crianças desde bem pequenas estabelecem com os professores
crianças configuram-se em violações de direitos e as outras crianças, e afetam a construção de suas identidades.
constitucionais das mesmas e caracterizam esses espaços Intencionalmente planejadas e permanentemente
como instrumentos que, ao invés de promover a equidade, avaliadas, as práticas que estruturam o cotidiano das
alimentam e reforçam as desigualdades socioeconômicas, instituições de Educação Infantil devem considerar a
étnico-raciais e regionais. Em decorrência disso, os objetivos integralidade e indivisibilidade das dimensões expressivo-
fundamentais da República serão efetivados no âmbito da motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e
Educação Infantil se as creches e pré-escolas cumprirem sociocultural das crianças, apontar as experiências de
plenamente sua função sociopolítica e pedagógica. aprendizagem que se espera promover junto às crianças e
Cumprir tal função significa, em primeiro lugar, que o efetivar-se por meio de modalidades que assegurem as metas
Estado necessita assumir sua responsabilidade na educação educacionais de seu projeto pedagógico.
coletiva das crianças, complementando a ação das famílias. Em A gestão democrática da proposta curricular deve contar
segundo lugar, creches e pré-escolas constituem-se em na sua elaboração, acompanhamento e avaliação tendo em
estratégia de promoção de igualdade de oportunidades entre vista o Projeto Político-Pedagógico da unidade educacional,
homens e mulheres, uma vez que permitem às mulheres sua com a participação coletiva de professoras e professores,
realização para além do contexto doméstico. Em terceiro lugar, demais profissionais da instituição, famílias, comunidade e das
cumprir função sociopolítica e pedagógica das creches e pré- crianças, sempre que possível e à sua maneira.

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6. A visão de criança: o sujeito do processo de educação Também as professoras e os professores têm, na


experiência conjunta com as crianças, excelente oportunidade
A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito de se desenvolverem como pessoa e como profissional.
histórico e de direitos que se desenvolve nas interações, Atividades realizadas pela professora ou professor de brincar
relações e práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por ela com a criança, contar-lhe histórias, ou conversar com ela sobre
estabelecidas com adultos e crianças de diferentes idades nos uma infinidade de temas, tanto promovem o desenvolvimento
grupos e contextos culturais nos quais se insere. Nessas da capacidade infantil de conhecer o mundo e a si mesmo, de
condições ela faz amizades, brinca com água ou terra, faz-de- sua autoconfiança e a formação de motivos e interesses
conta, deseja, aprende, observa, conversa, experimenta, pessoais, quanto ampliam as possibilidades da professora ou
questiona, constrói sentidos sobre o mundo e suas identidades professor de compreender e responder às iniciativas infantis.
pessoal e coletiva, produzindo cultura.
O conhecimento científico hoje disponível autoriza a visão 7. Princípios básicos
de que desde o nascimento a criança busca atribuir significado
a sua experiência e nesse processo volta-se para conhecer o Os princípios fundamentais nas Diretrizes anteriormente
mundo material e social, ampliando gradativamente o campo estabelecidas (Resolução CNE/CEB nº 1/99 e Parecer
de sua curiosidade e inquietações, mediada pelas orientações, CNE/CEB nº 22/98) continuam atuais e estarão presentes
materiais, espaços e tempos que organizam as situações de nestas diretrizes com a explicitação de alguns pontos que mais
aprendizagem e pelas explicações e significados a que ela tem recentemente têm se destacado nas discussões da área. São
acesso. eles:
O período de vida atendido pela Educação Infantil
caracteriza-se por marcantes aquisições: a marcha, a fala, o a) Princípios éticos: valorização da autonomia, da
controle esfincteriano, a formação da imaginação e da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem
capacidade de fazer de conta e de representar usando comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades
diferentes linguagens. Embora nessas aquisições a dimensão e singularidades.
orgânica da criança se faça presente, suas capacidades para Cabe às instituições de Educação Infantil assegurar às
discriminar cores, memorizar poemas, representar uma crianças a manifestação de seus interesses, desejos e
paisagem através de um desenho, consolar uma criança que curiosidades ao participar das práticas educativas, valorizar
chora etc., não são constituições universais biologicamente suas produções, individuais e coletivas, e trabalhar pela
determinadas e esperando o momento de amadurecer. Elas conquista por elas da autonomia para a escolha de
são histórica e culturalmente produzidas nas relações que brincadeiras e de atividades e para a realização de cuidados
estabelecem com o mundo material e social mediadas por pessoais diários. Tais instituições devem proporcionar às
parceiros mais experientes. crianças oportunidades para ampliarem as possibilidades de
Assim, a motricidade, a linguagem, o pensamento, a aprendizado e de compreensão de mundo e de si próprio
afetividade e a sociabilidade são aspectos integrados e se trazidas por diferentes tradições culturais e a construir
desenvolvem a partir das interações que, desde o nascimento, atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a autoestima
a criança estabelece com diferentes parceiros, a depender da e os vínculos afetivos de todas as crianças.
maneira como sua capacidade para construir conhecimento é Desde muito pequenas, as crianças devem ser mediadas na
possibilitada e trabalhada nas situações em que ela participa. construção de uma visão de mundo e de conhecimento como
Isso por que, na realização de tarefas diversas, na companhia elementos plurais, formar atitudes de solidariedade e
de adultos e de outras crianças, no confronto dos gestos, das aprender a identificar e combater preconceitos que incidem
falas, enfim, das ações desses parceiros, cada criança modifica sobre as diferentes formas dos seres humanos se constituírem
sua forma de agir, sentir e pensar. enquanto pessoas. Poderão assim questionar e romper com
Cada criança apresenta um ritmo e uma forma própria de formas de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de
colocar-se nos relacionamentos e nas interações, de gênero, regional, linguística e religiosa, existentes em nossa
manifestar emoções e curiosidade, e elabora um modo próprio sociedade e recriadas na relação dos adultos com as crianças e
de agir nas diversas situações que vivencia desde o nascimento entre elas. Com isso elas podem e devem aprender sobre o
conforme experimenta sensações de desconforto ou de valor de cada pessoa e dos diferentes grupos culturais,
incerteza diante de aspectos novos que lhe geram adquirir valores como os da inviolabilidade da vida humana, a
necessidades e desejos, e lhe exigem novas respostas. Assim liberdade e a integridade individuais, a igualdade de direitos
busca compreender o mundo e a si mesma, testando de alguma de todas as pessoas, a igualdade entre homens e mulheres,
forma as significações que constrói, modificando-as assim como a solidariedade com grupos enfraquecidos e
continuamente em cada interação, seja com outro ser humano, vulneráveis política e economicamente. Essa valorização
seja com objetos. também se estende à relação com a natureza e os espaços
Uma atividade muito importante para a criança pequena é públicos, o respeito a todas as formas de vida, o cuidado de
a brincadeira. Brincar dá à criança oportunidade para imitar o seres vivos e a preservação dos recursos naturais.
conhecido e para construir o novo, conforme ela reconstrói o
cenário necessário para que sua fantasia se aproxime ou se b) Princípios políticos: dos direitos de cidadania, do
distancie da realidade vivida, assumindo personagens e exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.
transformando objetos pelo uso que deles faz. A Educação Infantil deve trilhar o caminho de educar para
Na história cotidiana das interações com diferentes a cidadania, analisando se suas práticas educativas de fato
parceiros, vão sendo construídas significações promovem a formação participativa e crítica das crianças e
compartilhadas, a partir das quais a criança aprende como agir criam contextos que lhes permitem a expressão de
ou resistir aos valores e normas da cultura de seu ambiente. sentimentos, ideias, questionamentos, comprometidos com a
Nesse processo é preciso considerar que as crianças aprendem busca do bem estar coletivo e individual, com a preocupação
coisas que lhes são muito significativas quando interagem com com o outro e com a coletividade.
companheiros da infância, e que são diversas das coisas que Como parte da formação para a cidadania e diante da
elas se apropriam no contato com os adultos ou com crianças concepção da Educação Infantil como um direito, é necessário
já mais velhas. Além disso, à medida que o grupo de crianças garantir uma experiência bem sucedida de aprendizagem a
interage, são construídas as culturas infantis. todas as crianças, sem discriminação. Isso requer

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proporcionar oportunidades para o alcance de conhecimentos As práticas pedagógicas devem ocorrer de modo a não
básicos que são considerados aquisições valiosas para elas. fragmentar a criança nas suas possibilidades de viver
A educação para a cidadania se volta para ajudar a criança experiências, na sua compreensão do mundo feita pela
a tomar a perspectiva do outro - da mãe, do pai, do professor, totalidade de seus sentidos, no conhecimento que constrói na
de outra criança, e também de quem vai mudar-se para longe, relação intrínseca entre razão e emoção, expressão corporal e
de quem tem o pai doente. O importante é que se criem verbal, experimentação prática e elaboração conceitual. As
condições para que a criança aprenda a opinar e a considerar práticas envolvidas nos atos de alimentar-se, tomar banho,
os sentimentos e a opinião dos outros sobre um trocar fraldas e controlar os esfíncteres, na escolha do que
acontecimento, uma reação afetiva, uma ideia, um conflito. vestir, na atenção aos riscos de adoecimento mais fácil nessa
faixa etária, no âmbito da Educação Infantil, não são apenas
c) Princípios estéticos: valorização da sensibilidade, da práticas que respeitam o direito da criança de ser bem
criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações atendida nesses aspectos, como cumprimento do respeito à
artísticas e culturais. sua dignidade como pessoa humana. Elas são também práticas
O trabalho pedagógico na unidade de Educação Infantil, em que respeitam e atendem ao direito da criança de apropriar-
um mundo em que a reprodução em massa sufoca o olhar das se, por meio de experiências corporais, dos modos
pessoas e apaga singularidades, deve voltar-se para uma estabelecidos culturalmente de alimentação e promoção de
sensibilidade que valoriza o ato criador e a construção pelas saúde, de relação com o próprio corpo e consigo mesma,
crianças de respostas singulares, garantindo-lhes a mediada pelas professoras e professores, que
participação em diversificadas experiências. intencionalmente planejam e cuidam da organização dessas
As instituições de Educação Infantil precisam organizar práticas.
um cotidiano de situações agradáveis, estimulantes, que A dimensão do cuidado, no seu caráter ético, é assim
desafiem o que cada criança e seu grupo de crianças já sabem orientada pela perspectiva de promoção da qualidade e
sem ameaçar sua autoestima nem promover competitividade, sustentabilidade da vida e pelo princípio do direito e da
ampliando as possibilidades infantis de cuidar e ser cuidada, proteção integral da criança. O cuidado, compreendido na sua
de se expressar, comunicar e criar, de organizar pensamentos dimensão necessariamente humana de lidar com questões de
e ideias, de conviver, brincar e trabalhar em grupo, de ter intimidade e afetividade, é característica não apenas da
iniciativa e buscar soluções para os problemas e conflitos que Educação Infantil, mas de todos os níveis de ensino. Na
se apresentam às mais diferentes idades, e lhes possibilitem Educação Infantil, todavia, a especificidade da criança bem
apropriar-se de diferentes linguagens e saberes que circulam pequena, que necessita do professor até adquirir autonomia
em nossa sociedade, selecionados pelo valor formativo que para cuidar de si, expõe de forma mais evidente a relação
possuem em relação aos objetivos definidos em seu Projeto indissociável do educar e cuidar nesse contexto. A definição e
Político Pedagógico. o aperfeiçoamento dos modos como a instituição organiza
essas atividades são parte integrante de sua proposta
8. Objetivos e condições para a organização curricular curricular e devem ser realizadas sem fragmentar ações.
Um bom planejamento das atividades educativas favorece
Os direitos da criança constituem hoje o paradigma para o a formação de competências para a criança aprender a cuidar
relacionamento social e político com as infâncias do país. A de si. No entanto, na perspectiva que integra o cuidado, educar
Constituição de 1988, no artigo 227, declara que “É dever da não é apenas isto. Educar cuidando inclui acolher, garantir a
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao segurança, mas também alimentar a curiosidade, a ludicidade
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, e a expressividade infantis.
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à Educar de modo indissociado do cuidar é dar condições
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência para as crianças explorarem o ambiente de diferentes
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda maneiras (manipulando materiais da natureza ou objetos,
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, observando, nomeando objetos, pessoas ou situações, fazendo
crueldade e opressão”. perguntas etc) e construírem sentidos pessoais e significados
Nessa expressão legal, as crianças são inseridas no mundo coletivos, à medida que vão se constituindo como sujeitos e se
dos direitos humanos e são definidos não apenas o direito apropriando de um modo singular das formas culturais de agir,
fundamental da criança à provisão (saúde, alimentação, lazer, sentir e pensar. Isso requer do professor ter sensibilidade e
educação lato senso) e à proteção (contra a violência, delicadeza no trato de cada criança, e assegurar atenção
discriminação, negligência e outros), como também seus especial conforme as necessidades que identifica nas crianças.
direitos fundamentais de participação na vida social e cultural, As práticas que desafiam os bebês e as crianças maiores a
de ser respeitada e de ter liberdade para expressar-se construírem e se apropriarem dos conhecimentos produzidos
individualmente. Esses pontos trouxeram perspectivas por seu grupo cultural e pela humanidade, na Educação
orientadoras para o trabalho na Educação Infantil e Infantil, pelas características desse momento de vida, são
inspiraram inclusive a finalidade dada no artigo 29 da Lei nº articuladas ao entorno e ao cotidiano das crianças, ampliam
9.394/96 às creches e pré-escolas. suas possibilidades de ação no mundo e delineiam
Com base nesse paradigma, a proposta pedagógica das possibilidades delas viverem a infância.
instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo
principal promover o desenvolvimento integral das crianças 2) O combate ao racismo e às discriminações de gênero,
de zero a cinco anos de idade garantindo a cada uma delas o socioeconômicas, étnico-raciais e religiosas deve ser objeto de
acesso a processos de construção de conhecimentos e a constante reflexão e intervenção no cotidiano da Educação
aprendizagem de diferentes linguagens, assim como o direito Infantil.
à proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à As ações educativas e práticas cotidianas devem
brincadeira, à convivência e interação com outras crianças. Daí considerar que os modos como a cultura medeia as formas de
decorrem algumas condições para a organização curricular. relação da criança consigo mesma são constitutivos dos seus
processos de construção de identidade. A perspectiva que
1) As instituições de Educação Infantil devem assegurar a acentua o atendimento aos direitos fundamentais da criança,
educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como compreendidos na sua multiplicidade e integralidade, entende
algo indissociável ao processo educativo. que o direito de ter acesso a processos de construção de
conhecimento como requisito para formação humana,

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participação social e cidadania das crianças de zero a cinco instituições em territórios não-urbanos respeitem suas
anos de idade, efetua-se na interrelação das diferentes práticas identidades.
cotidianas que ocorrem no interior das creches e pré-escolas e Essa exigência é explicitada no caso de crianças filhas de
em relação a crianças concretas, contemplando as agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais,
especificidades desse processo nas diferentes idades e em ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária,
relação à diversidade cultural e étnico-racial e às crianças com quilombolas, caiçaras, nas Diretrizes Operacionais para a
deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas Educação Básica nas Escolas do Campo (Resolução CNE/CEB
habilidades/superdotação. nº 1/2002). Essas Diretrizes orientam o trabalho pedagógico
A valorização da diversidade das culturas das diferentes no estabelecimento de uma relação orgânica com a cultura, as
crianças e de suas famílias, por meio de brinquedos, imagens e tradições, os saberes e as identidades dessas populações, e
narrativas que promovam a construção por elas de uma indicam a adoção de estratégias que garantam o atendimento
relação positiva com seus grupos de pertencimento, deve às especificidades dessas comunidades - tais como a
orientar as práticas criadas na Educação Infantil ampliando o flexibilização e adequação no calendário, nos agrupamentos
olhar das crianças desde cedo para a contribuição de etários e na organização de tempos, atividades e ambientes -
diferentes povos e culturas. Na formação de pequenos em respeito às diferenças quanto à atividade econômica e à
cidadãos compromissada com uma visão plural de mundo, é política de igualdade e sem prejuízo da qualidade do
necessário criar condições para o estabelecimento de uma atendimento. Elas apontam para a previsão da oferta de
relação positiva e uma apropriação das contribuições materiais didáticos, brinquedos e outros equipamentos em
histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, conformidade com a realidade da comunidade e as
asiáticos, europeus e de outros países da América, diversidades dos povos do campo, evidenciando o papel
reconhecendo, valorizando, respeitando e possibilitando o dessas populações na produção do conhecimento sobre o
contato das crianças com as histórias e as culturas desses mundo. A Resolução CNE/CEB nº 2/2008, que estabelece
povos. Diretrizes complementares, normas e princípios para o
O olhar acolhedor de diversidades também se refere às desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da
crianças com deficiência, transtornos globais de Educação Básica do Campo e regulamenta questões
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Também importantes para a Educação Infantil, proíbe que se agrupe em
o direito dessas crianças à liberdade e à participação, tal como uma mesma turma crianças da Educação Infantil e crianças do
para as demais crianças, deve ser acolhido no planejamento Ensino Fundamental.
das situações de vivência e aprendizagem na Educação A situação de desvantagem das crianças moradoras dos
Infantil. Para garanti-lo, são necessárias medidas que territórios rurais em relação ao acesso à educação é conhecida
otimizem suas vivências na creche e pré-escola, garantindo por meio dos relatórios governamentais e por trabalhos
que esses espaços sejam estruturados de modo a permitir sua acadêmicos. Não bastasse a baixíssima cobertura do
condição de sujeitos ativos e a ampliar suas possibilidades de atendimento, esses relatórios apontam que são precárias as
ação nas brincadeiras e nas interações com as outras crianças, instalações, são inadequados os materiais e os professores
momentos em que exercitam sua capacidade de intervir na geralmente não possuem formação para o trabalho com essas
realidade e participam das atividades curriculares com os populações, o que caracteriza uma flagrante ineficácia no
colegas. Isso inclui garantir no cotidiano da instituição a cumprimento da política de igualdade em relação ao acesso e
acessibilidade de espaços, materiais, objetos e brinquedos, permanência na Educação Infantil e uma violação do direito à
procedimentos e formas de comunicação e orientação vividas, educação dessas crianças. Uma política que promova com
especificidades e singularidades das crianças com deficiências, qualidade a Educação Infantil nos próprios territórios rurais
transtornos globais de desenvolvimento e altas instiga a construção de uma pedagogia dos povos do campo –
habilidades/superdotação. construída na relação intrínseca com os saberes, as realidades
e temporalidades das crianças e de suas comunidades – e
3) As instituições necessariamente precisam conhecer as requer a necessária formação do professor nessa pedagogia.
culturas plurais que constituem o espaço da creche e da pré- Em relação às crianças indígenas, há que se garantir a
escola, a riqueza das contribuições familiares e da autonomia dos povos e nações na escolha dos modos de
comunidade, suas crenças e manifestações, e fortalecer formas educação de suas crianças de zero a cinco anos de idade e que
de atendimento articuladas aos saberes e às especificidades as propostas pedagógicas para esses povos que optarem pela
étnicas, linguísticas, culturais e religiosas de cada comunidade. Educação Infantil possam afirmar sua identidade
O reconhecimento da constituição plural das crianças sociocultural. Quando oferecidas, aceitas e requisitadas pelas
brasileiras, no que se refere à identidade cultural e regional e comunidades, como direito das crianças indígenas, as
à filiação socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, propostas curriculares na Educação Infantil dessas crianças
linguística e religiosa, é central à garantia de uma Educação devem proporcionar uma relação viva com os conhecimentos,
Infantil comprometida com os direitos das crianças. Esse crenças, valores, concepções de mundo e as memórias de seu
fundamento reforça a gestão democrática como elemento povo; reafirmar a identidade étnica e a língua materna como
imprescindível, uma vez que é por meio dela que a instituição elementos de constituição das crianças; dar continuidade à
também se abre à comunidade, permite sua entrada, e educação tradicional oferecida na família e articular-se às
possibilita sua participação na elaboração e acompanhamento práticas socioculturais de educação e cuidado da comunidade;
da proposta curricular. Dessa forma, a organização da adequar calendário, agrupamentos etários e organização de
proposta pedagógica deve prever o estabelecimento de uma tempos, atividades e ambientes de modo a atender as
relação positiva com a comunidade local e de mecanismos que demandas de cada povo indígena.
garantam a gestão democrática e a consideração dos saberes
comunitários, seja ela composta pelas populações que vivem 4) A execução da proposta curricular requer atenção
nos centros urbanos, ou a população do campo, os povos da cuidadosa e exigente às possíveis formas de violação da
floresta e dos rios, os indígenas, quilombolas ou dignidade da criança.
afrodescendentes. O respeito à dignidade da criança como pessoa humana,
Na discussão sobre as diversidades, há que se considerar quando pensado a partir das práticas cotidianas na instituição,
que também a origem urbana das creches e pré-escolas e a sua tal como apontado nos “Indicadores de Qualidade na Educação
extensão como direito a todas as crianças brasileiras remetem Infantil” elaborados pelo MEC, requer que a instituição garanta
à necessidade de que as propostas pedagógicas das a proteção da criança contra qualquer forma de violência –

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física ou simbólica – ou negligência, tanto no interior das diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a
instituições de Educação Infantil como na experiência familiar valorização das diferentes formas em que elas se organizam.
da criança, devendo as violações ser encaminhadas às A família constitui o primeiro contexto de educação e
instâncias competentes. Os profissionais da educação que aí cuidado do bebê. Nela ele recebe os cuidados materiais,
trabalham devem combater e intervir imediatamente quando afetivos e cognitivos necessários a seu bem-estar, e constrói
ocorrem práticas dos adultos que desrespeitem a integridade suas primeiras formas de significar o mundo. Quando a criança
das crianças, de modo a criar uma cultura em que essas passa a frequentar a Educação Infantil, é preciso refletir sobre
práticas sejam inadmissíveis. a especificidade de cada contexto no desenvolvimento da
criança e a forma de integrar as ações e projetos educacionais
5) O atendimento ao direito da criança na sua integralidade das famílias e das instituições. Essa integração com a família
requer o cumprimento do dever do Estado com a garantia de necessita ser mantida e desenvolvida ao longo da permanência
uma experiência educativa com qualidade a todas as crianças da criança na creche e pré-escola, exigência inescapável frente
na Educação Infantil. às características das crianças de zero a cinco anos de idade, o
As instituições de Educação Infantil devem tanto oferecer que cria a necessidade de diálogo para que as práticas junto às
espaço limpo, seguro e voltado para garantir a saúde infantil crianças não se fragmentem.
quanto se organizar como ambientes acolhedores, O trabalho com as famílias requer que as equipes de
desafiadores e inclusivos, plenos de interações, explorações e educadores as compreendam como parceiras, reconhecendo-
descobertas partilhadas com outras crianças e com o as como criadoras de diferentes ambientes e papéis para seus
professor. Elas ainda devem criar contextos que articulem membros, que estão em constante processo de modificação de
diferentes linguagens e que permitam a participação, seus saberes, fazeres e valores em relação a uma série de
expressão, criação, manifestação e consideração de seus pontos, dentre eles o cuidado e a educação dos filhos. O
interesses. importante é acolher as diferentes formas de organização
No cumprimento dessa exigência, o planejamento familiar e respeitar as opiniões e aspirações dos pais sobre
curricular deve assegurar condições para a organização do seus filhos. Nessa perspectiva, as professoras e professores
tempo cotidiano das instituições de Educação Infantil de modo compreendem que, embora compartilhem a educação das
a equilibrar continuidade e inovação nas atividades, crianças com os membros da família, exercem funções
movimentação e concentração das crianças, momentos de diferentes destes. Cada família pode ver na professora ou
segurança e momentos de desafio na participação das mesmas, professor alguém que lhe ajuda a pensar sobre seu próprio
e articular seus ritmos individuais, vivências pessoais e filho e trocar opiniões sobre como a experiência na unidade de
experiências coletivas com crianças e adultos. Também é Educação Infantil se liga a este plano. Ao mesmo tempo, o
preciso haver a estruturação de espaços que facilitem que as trabalho pedagógico desenvolvido na Educação Infantil pode
crianças interajam e construam sua cultura de pares, e apreender os aspectos mais salientes das culturas familiares
favoreçam o contato com a diversidade de produtos culturais locais para enriquecer as experiências cotidianas das crianças.
(livros de literatura, brinquedos, objetos e outros materiais), Um ponto inicial de trabalho integrado da instituição de
de manifestações artísticas e com elementos da natureza. Educação Infantil com as famílias pode ocorrer no período de
Junto com isso, há necessidade de uma infraestrutura e de adaptação e acolhimento dos novatos. Isso se fará de modo
formas de funcionamento da instituição que garantam ao mais produtivo se, nesse período, as professoras e professores
espaço físico a adequada conservação, acessibilidade, estética, derem oportunidade para os pais falarem sobre seus filhos e
ventilação, insolação, luminosidade, acústica, higiene, as expectativas que têm em relação ao atendimento na
segurança e dimensões em relação ao tamanho dos grupos e Educação Infantil, enquanto eles informam e conversam com
ao tipo de atividades realizadas. os pais os objetivos propostos pelo Projeto Político-
O número de crianças por professor deve possibilitar Pedagógico da instituição e os meios organizados para atingi-
atenção, responsabilidade e interação com as crianças e suas los.
famílias. Levando em consideração as características do Outros pontos fundamentais do trabalho com as famílias
espaço físico e das crianças, no caso de agrupamentos com são propiciados pela participação destas na gestão da proposta
criança de mesma faixa de idade, recomenda-se a proporção pedagógica e pelo acompanhamento partilhado do
de 6 a 8 crianças por professor (no caso de crianças de zero e desenvolvimento da criança. A participação dos pais junto com
um ano), 15 crianças por professor (no caso de criança de dois os professores e demais profissionais da educação nos
e três anos) e 20 crianças por professor (nos agrupamentos de conselhos escolares, no acompanhamento de projetos
crianças de quatro e cinco anos). didáticos e nas atividades promovidas pela instituição
Programas de formação continuada dos professores e possibilita agregar experiências e saberes e articular os dois
demais profissionais também integram a lista de requisitos contextos de desenvolvimento da criança. Nesse processo, os
básicos para uma Educação Infantil de qualidade. Tais pais devem ser ouvidos tanto como usuários diretos do serviço
programas são um direito das professoras e professores no prestado como também como mais uma voz das crianças, em
sentido de aprimorar sua prática e desenvolver a si e a sua particular daquelas muito pequenas.
identidade profissional no exercício de seu trabalho. Eles Preocupações dos professores sobre a forma como
devem dar-lhes condições para refletir sobre sua prática algumas crianças parecem ser tratadas em casa – descuido,
docente cotidiana em termos pedagógicos, éticos e políticos, e violência, discriminação, superproteção e outras – devem ser
tomar decisões sobre as melhores formas de mediar a discutidas com a direção de cada instituição para que formas
aprendizagem e o desenvolvimento infantil, considerando o produtivas de esclarecimento e eventuais encaminhamentos
coletivo de crianças assim como suas singularidades. possam ser pensados.

8. A necessária e fundamental parceria com as famílias na 9. A organização das experiências de aprendizagem na


Educação Infantil proposta curricular

A perspectiva do atendimento aos direitos da criança na Em função dos princípios apresentados, e na tarefa de
sua integralidade requer que as instituições de Educação garantir às crianças seu direito de viver a infância e se
Infantil, na organização de sua proposta pedagógica e desenvolver, as experiências no espaço de Educação Infantil
curricular, assegurem espaços e tempos para participação, o devem possibilitar o encontro pela criança de explicações

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sobre o que ocorre à sua volta e consigo mesma enquanto tempo, imprevistas, abertas a surpresas e a novas descobertas.
desenvolvem formas de agir, sentir e pensar. Elas visam a criação e a comunicação por meio de diferentes
O importante é apoiar as crianças, desde cedo e ao longo formas de expressão, tais como imagens, canções e música,
de todas as suas experiências cotidianas na Educação Infantil teatro, dança e movimento, assim como a língua escrita e
no estabelecimento de uma relação positiva com a instituição falada, sem esquecer da língua de sinais, que pode ser
educacional, no fortalecimento de sua autoestima, no interesse aprendida por todas as crianças e não apenas pelas crianças
e curiosidade pelo conhecimento do mundo, na familiaridade surdas.
com diferentes linguagens, na aceitação e acolhimento das É necessário considerar que as linguagens se inter-
diferenças entre as pessoas. relacionam: por exemplo, nas brincadeiras cantadas a criança
Na explicitação do ambiente de aprendizagem, é explora as possibilidades expressivas de seus movimentos ao
necessário pensar “um currículo sustentado nas relações, nas mesmo tempo em que brinca com as palavras e imita certos
interações e em práticas educativas intencionalmente voltadas personagens. Quando se volta para construir conhecimentos
para as experiências concretas da vida cotidiana, para a sobre diferentes aspectos do seu entorno, a criança elabora
aprendizagem da cultura, pelo convívio no espaço da vida suas capacidades linguísticas e cognitivas envolvidas na
coletiva e para a produção de narrativas, individuais e explicação, argumentação e outras, ao mesmo tempo em que
coletivas, através de diferentes linguagens” (MEC, 2009a). amplia seus conhecimentos sobre o mundo e registra suas
A professora e o professor necessitam articular condições descobertas pelo desenho ou mesmo por formas bem iniciais
de organização dos espaços, tempos, materiais e das de registro escrito. Por esse motivo, ao planejar o trabalho, é
interações nas atividades para que as crianças possam importante não tomar as linguagens de modo isolado ou
expressar sua imaginação nos gestos, no corpo, na oralidade disciplinar, mas sim contextualizadas, a serviço de
e/ou na língua de sinais, no faz de conta, no desenho e em suas significativas aprendizagens.
primeiras tentativas de escrita. As crianças precisam brincar em pátios, quintais, praças,
A criança deve ter possibilidade de fazer deslocamentos e bosques, jardins, praias, e viver experiências de semear,
movimentos amplos nos espaços internos e externos às salas plantar e colher os frutos da terra, permitindo a construção de
de referência das turmas e à instituição, envolver-se em uma relação de identidade, reverência e respeito para com a
explorações e brincadeiras com objetos e materiais natureza. Elas necessitam também ter acesso a espaços
diversificados que contemplem as particularidades das culturais diversificados: inserção em práticas culturais da
diferentes idades, as condições específicas das crianças com comunidade, participação em apresentações musicais,
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas teatrais, fotográficas e plásticas, visitas a bibliotecas,
habilidades/superdotação, e as diversidades sociais, culturais, brinquedotecas, museus, monumentos, equipamentos
étnico-raciais e linguísticas das crianças, famílias e públicos, parques, jardins.
comunidade regional. É importante lembrar que dentre os bens culturais que
De modo a proporcionar às crianças diferentes crianças têm o direito a ter acesso está a linguagem verbal, que
experiências de interações que lhes possibilitem construir inclui a linguagem oral e a escrita, instrumentos básicos de
saberes, fazer amigos, aprender a cuidar de si e a conhecer expressão de ideias, sentimentos e imaginação. A aquisição da
suas próprias preferências e características, deve-se linguagem oral depende das possibilidades das crianças
possibilitar que elas participem de diversas formas de observarem e participarem cotidianamente de situações
agrupamento (grupos de mesma idade e grupos de diferentes comunicativas diversas onde podem comunicar-se, conversar,
idades), formados com base em critérios estritamente ouvir histórias, narrar, contar um fato, brincar com palavras,
pedagógicos. refletir e expressar seus próprios pontos de vista, diferenciar
As especificidades e os interesses singulares e coletivos conceitos, ver interconexões e descobrir novos caminhos de
dos bebês e das crianças das demais faixas etárias devem ser entender o mundo. É um processo que precisa ser planejado e
considerados no planejamento do currículo, vendo a criança continuamente trabalhado.
em cada momento como uma pessoa inteira na qual os Também a linguagem escrita é objeto de interesse pelas
aspectos motores, afetivos, cognitivos e linguísticos integram- crianças. Vivendo em um mundo onde a língua escrita está
se, embora em permanente mudança. Em relação a qualquer cada vez mais presente, as crianças começam a se interessar
experiência de aprendizagem que seja trabalhada pelas pela escrita muito antes que os professores a apresentem
crianças, devem ser abolidos os procedimentos que não formalmente. Contudo, há que se apontar que essa temática
reconhecem a atividade criadora e o protagonismo da criança não está sendo muitas vezes adequadamente compreendida e
pequena, que promovam atividades mecânicas e não trabalhada na Educação Infantil. O que se pode dizer é que o
significativas para as crianças. trabalho com a língua escrita com crianças pequenas não pode
Cabe à professora e ao professor criar oportunidade para decididamente ser uma prática mecânica desprovida de
que a criança, no processo de elaborar sentidos pessoais, se sentido e centrada na decodificação do escrito. Sua
aproprie de elementos significativos de sua cultura não como apropriação pela criança se faz no reconhecimento,
verdades absolutas, mas como elaborações dinâmicas e compreensão e fruição da linguagem que se usa para escrever,
provisórias. Trabalha-se com os saberes da prática que as mediada pela professora e pelo professor, fazendo-se presente
crianças vão construindo ao mesmo tempo em que se garante em atividades prazerosas de contato com diferentes gêneros
a apropriação ou construção por elas de novos conhecimentos. escritos, como a leitura diária de livros pelo professor, a
Para tanto, a professora e o professor observam as ações possibilidade da criança desde cedo manusear livros e revistas
infantis, individuais e coletivas, acolhe suas perguntas e suas e produzir narrativas e “textos”, mesmo sem saber ler e
respostas, busca compreender o significado de sua conduta. escrever.
As propostas curriculares da Educação Infantil devem Atividades que desenvolvam expressão motora e modos de
garantir que as crianças tenham experiências variadas com as perceber seu próprio corpo, assim como as que lhe
diversas linguagens, reconhecendo que o mundo no qual estão possibilitem construir, criar e desenhar usando diferentes
inseridas, por força da própria cultura, é amplamente marcado materiais e técnicas, ampliar a sensibilidade da criança à
por imagens, sons, falas e escritas. Nesse processo, é preciso música, à dança, à linguagem teatral, abrem ricas
valorizar o lúdico, as brincadeiras e as culturas infantis. possibilidades de vivências e desenvolvimento para as
As experiências promotoras de aprendizagem e crianças.
consequente desenvolvimento das crianças devem ser Experiências que promovam o envolvimento da criança
propiciadas em uma frequência regular e serem, ao mesmo com o meio ambiente e a conservação da natureza e a ajudem

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elaborar conhecimentos, por exemplo, de plantas e animais, ajudar o professor a reorganizar as atividades de modo mais
devem fazer parte do cotidiano da unidade de Educação adequado ao alcance dos propósitos infantis e das
Infantil. Outras experiências podem priorizar, em contextos e aprendizagens coletivamente trabalhadas.
situações significativos, a exploração e uso de conhecimentos A documentação dessas observações e outros dados sobre
matemáticos na apreciação das características básicas do a criança devem acompanhá-la ao longo de sua trajetória da
conceito de número, medida e forma, assim como a habilidade Educação Infantil e ser entregue por ocasião de sua matrícula
de se orientar no tempo e no espaço. no Ensino Fundamental para garantir a continuidade dos
Ter oportunidade para manusear gravadores, projetores, processos educativos vividos pela criança.
computador e outros recursos tecnológicos e midiáticos
também compõe o quadro de possibilidades abertas para o 11. O acompanhamento da continuidade do processo de
trabalho pedagógico na Educação Infantil. educação
As experiências que permitam ações individuais e em um
grupo, lidar com conflitos e entender direitos e obrigações, que Na busca de garantir um olhar contínuo sobre os processos
desenvolvam a identidade pessoal, sentimento de autoestima, vivenciados pela criança, devem ser criadas estratégias
autonomia e confiança em suas próprias habilidades, e um adequadas aos diferentes momentos de transição por elas
entendimento da importância de cuidar de sua própria saúde vividos. As instituições de Educação Infantil devem assim:
e bem-estar, devem ocupar lugar no planejamento curricular. a) planejar e efetivar o acolhimento das crianças e de suas
Na elaboração da proposta curricular, diferentes arranjos famílias quando do ingresso na instituição, considerando a
de atividades poderão ser feitos, de acordo com as necessária adaptação das crianças e seus responsáveis às
características de cada instituição, a orientação de sua práticas e relacionamentos que têm lugar naquele espaço, e
proposta pedagógica, com atenção, evidentemente, às visar o conhecimento de cada criança e de sua família pela
características das crianças. equipe da Instituição;
A organização curricular da Educação Infantil pode se b) priorizar a observação atenta das crianças e mediar as
estruturar em eixos, centros, campos ou módulos de relações que elas estabelecem entre si, entre elas e os adultos,
experiências que devem se articular em torno dos princípios, entre elas e as situações e objetos, para orientar as mudanças
condições e objetivos propostos nesta diretriz. Ela pode de turmas pelas crianças e acompanhar seu processo de
planejar a realização semanal, mensal e por períodos mais vivência e desenvolvimento no interior da instituição;
longos de atividades e projetos fugindo de rotinas mecânicas. c) planejar o trabalho pedagógico reunindo as equipes da
creche e da pré-escola, acompanhado de relatórios descritivos
10. O processo de avaliação das turmas e das crianças, suas vivências, conquistas e planos,
de modo a dar continuidade a seu processo de aprendizagem;
As instituições de Educação Infantil, sob a ótica da garantia d) prever formas de articulação entre os docentes da
de direitos, são responsáveis por criar procedimentos para Educação Infantil e do Ensino Fundamental (encontros, visitas,
avaliação do trabalho pedagógico e das conquistas das reuniões) e providenciar instrumentos de registro – portfólios
crianças. de turmas, relatórios de avaliação do trabalho pedagógico,
A avaliação é instrumento de reflexão sobre a prática documentação da frequência e das realizações alcançadas
pedagógica na busca de melhores caminhos para orientar as pelas crianças – que permitam aos docentes do Ensino
aprendizagens das crianças. Ela deve incidir sobre todo o Fundamental conhecer os processos de aprendizagem
contexto de aprendizagem: as atividades propostas e o modo vivenciados na Educação Infantil, em especial na pré-escola e
como foram realizadas, as instruções e os apoios oferecidos às as condições em que eles se deram, independentemente dessa
crianças individualmente e ao coletivo de crianças, a forma transição ser feita no interior de uma mesma instituição ou
como o professor respondeu às manifestações e às interações entre instituições, para assegurar às crianças a continuidade
das crianças, os agrupamentos que as crianças formaram, o de seus processos peculiares de desenvolvimento e a
material oferecido e o espaço e o tempo garantidos para a concretização de seu direito à educação.
realização das atividades. Espera-se, a partir disso, que o
professor possa pesquisar quais elementos estão Questões
contribuindo, ou dificultando, as possibilidades de expressão
da criança, sua aprendizagem e desenvolvimento, e então 01. (Prefeitura de Goiânia/GO - Auxiliar de Atividades
fortalecer, ou modificar, a situação, de modo a efetivar o Educativas - CS-UFG/2016). De acordo com o Parecer
Projeto Político-Pedagógico de cada instituição. CNE/CEB n. 20/2009, o período de vida atendido pela
A avaliação, conforme estabelecido na Lei nº 9.394/96, educação infantil caracteriza-se por marcantes aquisições,
deve ter a finalidade de acompanhar e repensar o trabalho dentre elas, encontra-se:
realizado. Nunca é demais enfatizar que não devem existir (A) a formação da imaginação e da capacidade de fazer de
práticas inadequadas de verificação da aprendizagem, tais conta.
como provinhas, nem mecanismos de retenção das crianças na (B) a formação do conceito de causalidade
Educação Infantil. Todos os esforços da equipe devem (C) a capacidade de realizar abstrações, envolvendo o
convergir para a estruturação de condições que melhor conceito de ordem.
contribuam para a aprendizagem e o desenvolvimento da (D) a aprendizagem da escrita por meio da mera
criança sem desligá-la de seus grupos de amizade. decodificação do escrito.
A observação sistemática, crítica e criativa do
comportamento de cada criança, de grupos de crianças, das 02. (Prefeitura de Fortaleza/CE - Assistente da
brincadeiras e interações entre as crianças no cotidiano, e a Educação Infantil Substituto - Prefeitura de Fortaleza -
utilização de múltiplos registros realizados por adultos e CE/2016) Segundo o Parecer CNE/CEB nº 20/2009, a
crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.), feita ao proposta pedagógica, ou projeto pedagógico, é:
longo do período em diversificados momentos, são condições (A) o plano orientador das ações da instituição e define as
necessárias para compreender como a criança se apropria de metas que se pretendem para o desenvolvimento dos meninos
modos de agir, sentir e pensar culturalmente constituídos. e meninas.
Conhecer as preferências das crianças, a forma delas (B) o currículo de atividades direcionadas ao cuidado e
participarem nas atividades, seus parceiros prediletos para a educação da criança na creche ou pré-escola.
realização de diferentes tipos de tarefas, suas narrativas, pode

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(C) o projeto de práticas desenvolvidas pelas secretarias (B) um conjunto de práticas que buscam articular as
de educação de cada município e repassadas às instituições de experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos
Educação Infantil. que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e
(D) o documento que rege o funcionamento de cada escola tecnológico.
de Educação Infantil e regulamenta o papel dos professores e (C) práticas desenvolvidas pelos educadores e cuidadores,
funcionários. com a finalidade de neutralizar as relações sociais negativas
que os pequenos estabelecem com familiares, pois elas
03. (Prefeitura de São José dos Campos/SP - Agente atrasam as aprendizagens.
Educador – VUNESP) Geraldo é agente educador de um (D) ações planejadas com a intenção de estruturar as
centro educacional de educação infantil municipal de uma rotinas do cotidiano das crianças dessa etapa, visto que as
cidade da Grande São Paulo. Para estudar a avaliação relativa mesmas são fundamentais na formação de hábitos necessários
à faixa etária com a qual atua, consultou o Parecer CNE/CEB n° ao trabalho escolar.
20/2009 e constatou corretamente que a avaliação, na (E) atividades que expressam o projeto pedagógico da
educação infantil, instituição em que se desenvolvem, destinadas a substituir as
(A) é instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica experiências vivenciadas pela criança fora da escola, por
na busca de melhores caminhos para orientar as outras instrutivas.
aprendizagens das crianças.
(B) pode acompanhar o desenvolvimento integral do pré-- Respostas
escolar, fazendo uso de provinhas que verificam seu
desempenho global. 01. A. / 02. A. / 03. A. / 04. D. / 05. B.
(C) precisa recorrer à retenção dos educandos ao final da
pré--escola, quando estes não estão prontos para ingressar no
Ensino Fundamental. CAMPOS, Maria Malta;
(D) deve utilizar instrumentos que meçam a prontidão das
ROSEMBERG, Fúlvia.
crianças e as selecionem para a organização de turmas
homogêneas. Critérios para um
(E) tem como objetivo primordial observar a criança atendimento em creches que
pequena para selecionar a que requer atendimento
respeite os direitos
especializado precoce.
fundamentais das crianças –
04. (Prefeitura de São José dos Campos/SP - Agente 6.ed. Brasília: MEC, SEB,
Educador - VUNESP). Gabriela é agente educadora num 2009. BRASIL.
centro municipal de educação infantil e, com outros colegas,
está debatendo os princípios que orientam a educação infantil,
com apoio no Parecer CNE/CEB 20/2009. De acordo com esse
Parecer, “A Educação infantil deve trilhar o caminho de educar Critérios para um atendimento em creches que respeite os
para a cidadania, analisando se suas práticas educativas de direitos fundamentais das crianças1
fato promovem a formação participativa e crítica das crianças
e criam contextos que lhes permitem a expressão de Apresentação
sentimentos, ideias, questionamentos, comprometidos com a Este documento compõe-se de duas partes. A primeira
busca do bem estar coletivo e individual, com a preocupação contém critérios relativos à organização e ao funcionamento
com o outro e com a coletividade". Gabriela entendeu, interno das creches, que dizem respeito principalmente as
corretamente, que tais atributos referem--se aos princípios práticas concretas adotadas no trabalho direto com as
(A) filosóficos. crianças. A segunda explicita critérios relativos à definição de
(B) psicológicos. diretrizes e normas políticas, programas e sistemas de
(C) estéticos financiamento de creches, tanto governamentais como não
(D) políticos. governamentais.
(D) éticos. Não inclui, assim, o detalhamento e as especificações
técnicas necessárias para a implantação dos programas. Os
05. (Prefeitura de São José dos Campos/SP - Agente critérios foram redigidos no sentido positivo, afirmando
Educador - VUNESP). Luciana passou no concurso de agente compromissos dos políticos, administradores e dos
educacional promovido por um município paulista e foi educadores de cada creche com um atendimento de qualidade,
designada para trabalhar em unidades escolares, participando voltado para as necessidades fundamentais da criança.
do planejamento, da execução de procedimentos e de Dessa forma, podem ser adotados ao mesmo tempo como
vivências relacionadas à Educação Infantil (do berçário até a um roteiro para implantação e avaliação e um termo de
entrada no ensino fundamental). Como ingressante na função, responsabilidade. O texto utiliza uma linguagem direta,
Luciana foi convocada para um treinamento, no qual teve a visando todos aqueles que lutam por um atendimento que
oportunidade de debater o currículo da Educação Infantil e as garanta o bem estar e o desenvolvimento das crianças.
práticas do cotidiano escolar dessa etapa da Educação Básica, O documento focaliza o atendimento em creche, para
com apoio no Parecer CNE/ CEB n° 20/2009, o que crianças entre 0 a 6 anos de idade. Na maior parte das creches,
possibilitou a ela compreender, corretamente, que o currículo as crianças permanecem em tempo integral, voltando para
da Educação Infantil deve ser concebido como suas casas diariamente.
(A) ações da instituição voltadas a cumprir as metas A creche, assim, caracteriza-se, quase sempre, pela
pretendidas para o desenvolvimento dos meninos e meninas presença de crianças menores de 4 anos e pelas longas horas
que nela estão matriculados, de modo a atingirem, aos cinco que ali permanecem diariamente. Embora muitos dos itens
anos, o autocuidado. incluídos apliquem-se também a outras modalidades de
atendimento, como a pré-escola, a qualidade da educação e do
cuidado em creches constitui o objeto principal do documento.

1Maria Malta Campos e Fúlvia Rosemberg. Critérios para um atendimento em SEB, 2009. 44 p. : il.
creches que respeite os direitos fundamentais das crianças / 6.ed. Brasília : MEC, http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/direitosfundamentais.pdf

Referências 60
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Atingir, concreta e objetivamente, um patamar mínimo de • As salas onde as crianças ficam estão arrumadas de forma
qualidade que respeite a dignidade e os direitos básicos das a facilitar brincadeiras espontâneas e interativas
crianças, nas instituições onde muitas delas vivem a maior • Ajudamos as crianças a aprender a usar brinquedos
parte de sua infância, nos parece, nesse momento, o objetivo novos
mais urgente. • Os adultos também propõem brincadeiras às crianças
Os pressupostos do documento baseiam-se em três áreas • Os espaços externos permitem as brincadeiras das
de conhecimento e ação: dados sistematizados e não crianças
sistematizados sobre a realidade vivida no cotidiano da • As crianças maiores podem organizar os seus jogos de
maioria das creches brasileiras que atendem a criança bola, inclusive futebol
pequena pobre; o estado do conhecimento sobre o • As meninas também participam de jogos que
desenvolvimento infantil em contextos alternativos à família, desenvolvem os movimentos amplos: correr, jogar, pular
no Brasil e em países mais desenvolvidos, que vem trazendo • Demonstramos o valor que damos às brincadeiras
contribuições importantes para o entendimento do significado infantis participando delas sempre que as crianças pedem
das interações e das vivências da criança pequena e o papel • Os adultos também acatam as brincadeiras propostas
que desempenham em seu desenvolvimento psicológico, pelas crianças
físico, social e cultural; discussões nacionais e internacionais
sobre os direitos das crianças e a qualidade dos serviços Nossas crianças têm direito à atenção individual
voltados para a população infantil.
Sua primeira versão foi preparada no contexto de um • Chamamos sempre as crianças por seu nome
projeto de assessoria e formação de profissionais de creche de • Observamos as crianças com atenção para conhecermos
Belo Horizonte, financiado por Vitae*. Posteriormente foi melhor cada uma delas
discutido no 1° Simpósio Nacional de Educação Infantil, em • O diálogo aberto e contínuo com os pais nos ajuda a
Brasília. A partir do final de 1994, contou com o apoio do responder às necessidades individuais da criança
Ministério de Educação e do Desporto, que organizou um • A criança é ouvida
encontro de especialistas, em São Paulo, para discutir a • Sempre procuramos saber o motivo da tristeza ou do
segunda versão do documento. Outros grupos e pessoas choro das crianças
também colaboraram com críticas e sugestões durante todo o • Saudamos e nos despedimos individualmente das
período de elaboração do texto. crianças na chegada e saída da creche
Esperamos que estas propostas de compromisso sejam • Conversamos e somos carinhosos com as crianças no
amplamente discutidas, assumidas e traduzidas em práticas momento da troca de fraldas e do banho
que respeitem nossas crianças. • Comemoramos os aniversários de nossas crianças
• Crianças muito quietas, retraídas, com o olhar parado,
ESTA CRECHE RESPEITA A CRIANÇA motivam nossa atenção especial
• Aprendemos a lidar com crianças mais agitadas e ativas
Critérios para a unidade creche sem discriminá-las ou puni-las
• Aprendemos a lidar com preferências individuais das
• Nossas crianças têm direito à brincadeira crianças por alimentos
• Nossas crianças têm direito à atenção individual • Ficamos atentos à adequação de roupas e calçados das
• Nossas crianças têm direito a um ambiente aconchegante, crianças nas diversas situações
seguro e estimulante • Damos suporte às crianças que têm dificuldades para se
• Nossas crianças têm direito ao contato com a natureza integrar nas brincadeiras dos grupos
• Nossas crianças têm direito a higiene e à saúde • Procuramos respeitar as variações de humor das crianças
• Nossas crianças têm direito a uma alimentação sadia • Procuramos respeitar o ritmo fisiológico da criança: no
• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua curiosidade, sono, nas evacuações, nas sensações de frio e calor
imaginação e capacidade de expressão • Crianças com dificuldades especiais recebem apoio para
• Nossas crianças têm direito ao movimento em espaços participar das atividades e brincar com os colegas
amplos • Nossas crianças têm direito a momentos de privacidade
• Nossas crianças têm direito à proteção, ao afeto e à e quietude
amizade • Evitamos usar e que as crianças usem apelidos que
• Nossas crianças têm direito a expressar seus sentimentos discriminem outras crianças
• Nossas crianças têm direito a uma especial atenção • Procuramos analisar porque uma criança não está bem e
durante seu período de adaptação à creche encaminhá-la à orientação especializada quando necessário
• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua identidade
cultural, racial e religiosa Nossas crianças têm direito a um ambiente
aconchegante, seguro e estimulante
Nossas crianças têm direito à brincadeira
• Arrumamos com capricho e criatividade os lugares onde
• Os brinquedos estão disponíveis às crianças em todos os as crianças passam o dia
momentos • Nossas salas são claras, limpas e ventiladas
• Os brinquedos são guardados em locais de livre acesso às • Não deixamos objetos e móveis quebrados nos espaços
crianças onde as crianças ficam
• Os brinquedos são guardados com carinho, de forma • Mantemos fora do alcance das crianças produtos
organizada potencialmente perigosos
• As rotinas da creche são flexíveis e reservam períodos • As crianças têm lugares agradáveis para se recostar e
longos para as brincadeiras livres das crianças desenvolver atividades calmas
• As famílias recebem orientação sobre a importância das • As crianças têm direito a lugares adequados para seu
brincadeiras para o desenvolvimento infantil descanso e sono
• Ajudamos as crianças a aprender a guardar os • Nossa creche demonstra seu respeito às crianças pela
brinquedos nos lugares apropriados forma como está arrumada e conservada

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• Nossa creche sempre tem trabalhos realizados pelas Nossas crianças têm direito a uma alimentação sadia
crianças em exposição
• Quando fazemos reformas na creche nossa primeira • Preparamos os alimentos com capricho e carinho
preocupação é melhorar os espaços usados pelas crianças • Nossas crianças têm direito a um ambiente tranquilo e
• Quando fazemos reformas tentamos adequar a altura das agradável para suas refeições
janelas, os equipamentos e os espaços de circulação às • Planejamos alimentos apropriados para as crianças de
necessidades de visão e locomoção das crianças diferentes idades
• Nossa equipe procura desenvolver relações de trabalho • Permitimos que meninos e meninas participem de
cordiais e afetivas algumas atividades na cozinha, sempre que possível
• Procuramos tornar acolhedor o espaço que usamos para • Procuramos respeitar preferências, ritmos e hábitos
receber e conversar com as famílias alimentares individuais das crianças
• Procuramos garantir o acesso seguro das crianças à • Procuramos diversificar a alimentação das crianças,
creche educando-as para uma dieta equilibrada e variada
• Lutamos para melhorar as condições de segurança no • Incentivamos as crianças maiorzinhas a se alimentarem
trânsito nas proximidades da creche sozinhas
• A água filtrada está sempre acessível às crianças
Nossas crianças têm direito ao contato com a natureza • Incentivamos a participação das crianças na arrumação
das mesas e dos utensílios, antes e após as refeições
• Nossa creche procura ter plantas e canteiros em espaços • Nossa cozinha é limpa e asseada
disponíveis • Nossa despensa é limpa, arejada e organizada
• Nossas crianças têm direito ao sol • Valorizamos o momento da mamadeira, segurando no
• Nossas crianças têm direito de brincar com água colo os bebês e demonstrando carinho para com eles
• Nossas crianças têm oportunidade de brincar com areia, • Ajudamos os pequenos na transição da mamadeira para
argila, pedrinhas, gravetos e outros elementos da natureza a colher e o copo
• Sempre que possível levamos os bebês e as crianças para • Procuramos sempre incluir alimentos frescos nos
passear ao ar livre cardápios
• Nossas crianças aprendem a observar, amar e preservar • Procuramos manter uma horta, mesmo pequena, para
a natureza que as crianças aprendam a plantar e cuidar das verduras
• Incentivamos nossas crianças a observar e respeitar os • As famílias são informadas sobre a alimentação da
animais criança e suas sugestões são bem recebidas
• Nossas crianças podem olhar para fora através de janelas
mais baixas e com vidros transparentes Nossas crianças têm direito a desenvolver sua
• Nossas crianças têm oportunidade de visitar parques, curiosidade, imaginação e capacidade de expressão
jardins e zoológicos
• Procuramos incluir as famílias na programação relativa à • Nossas crianças têm direito de aprender coisas novas
natureza sobre seu bairro, sua cidade, seu país, o mundo, a cultura e a
natureza
Nossas crianças têm direito à higiene e à saúde • Valorizamos nossas crianças quando tentam expressar
seus pensamentos, fantasias e lembranças
• Nossas crianças têm direito de manter seu corpo, • Nossas crianças têm oportunidade de desenvolver
cuidado, limpo e saudável brincadeiras e jogos simbólicos
• Nossas crianças aprendem a cuidar de si próprias e • Nossas crianças têm oportunidade de ouvir músicas e de
assumir responsabilidades em relação à sua higiene e saúde assistir teatro de fantoches
• Nossas crianças têm direito a banheiros limpos e em bom • Nossas crianças são incentivadas a se expressar através
funcionamento de desenhos, pinturas, colagens e modelagem em argila
• O espaço externo da creche e o tanque de areia são limpos • Nossas crianças têm direito de ouvir e contar histórias
e conservados periodicamente de forma a prevenir • Nossas crianças têm direito de cantar e dançar
contaminações • Nossas crianças têm livre acesso a livros de história,
• Nossas crianças têm direito à prevenção de contágios e mesmo quando ainda não sabem ler
doenças • Procuramos não deixar as perguntas das crianças sem
• Lutamos para melhorar as condições de saneamento nas resposta
vizinhanças da creche • Quando não sabemos explicar alguma coisa para as
• Acompanhamos com as famílias o calendário de crianças, sempre que possível procuramos buscar informações
vacinação das crianças adequadas e trazê-las posteriormente para elas
• Acompanhamos o crescimento e o desenvolvimento • Sempre ajudamos as crianças em suas tentativas de
físico das crianças compreender as coisas e os acontecimentos à sua volta
• Mantemos comunicação com a família quando uma • Não reprimimos a curiosidade das crianças pelo seu
criança fica doente e não pode frequentar a creche corpo
• Procuramos orientação nos serviços básicos de saúde • Não reprimimos a curiosidade sexual das crianças
para a prevenção de doenças contagiosas existentes no bairro • Bebês e crianças bem pequenas aproveitam a companhia
• Procuramos orientação especializada para o caso de de crianças maiores para desenvolver novas habilidades e
crianças com dificuldades físicas, psico-afetivas ou problemas competências
de desenvolvimento • Crianças maiores aprendem muito observando e
• Sempre que necessário encaminhamos as crianças ao ajudando a cuidar de bebês e crianças pequenas
atendimento de saúde disponível ou orientamos as famílias • Não deixamos nossas crianças assistindo televisão por
para fazê-lo longos períodos
• O cuidado com a higiene não impede a criança de brincar • As famílias são informadas sobre o desenvolvimento de
e se divertir suas crianças
• Damos o exemplo para as crianças, cuidando de nossa
aparência e nossa higiene pessoal

Referências 62
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Nossas crianças têm direito ao movimento em espaços • Nossos meninos e meninas têm direito a expressar
amplos tristeza e frustração
• Procuramos ensinar meninos e meninas como expressar
• Nossas crianças têm direito de correr, pular e saltar em e lidar com seus sentimentos e impulsos
espaços amplos, na creche ou nas suas proximidades • Procuramos sempre enfrentar as reações emocionais das
• Nossos meninos e meninas têm oportunidade de jogar crianças com carinho e compreensão
bola, inclusive futebol • Procuramos sempre entender as reações das crianças e
• Nossos meninos e meninas desenvolvem sua força, buscar orientação para enfrentar situações de conflito
agilidade e equilíbrio físico nas atividades realizadas em • O bem-estar físico e psicológico das crianças é um de
espaços amplos nossos objetivos principais
• Nossos meninos e meninas, desde bem pequenos, podem • Ajudamos as crianças a desenvolver sua autonomia
brincar e explorar espaços externos ao ar livre • Sempre conversamos com as crianças sobre suas
• Nossas crianças não são obrigadas a suportar longos experiências em casa e no bairro
períodos de espera • Nossas crianças podem, sempre que querem, procurar e
• Os bebês não são esquecidos no berço ficar perto de seus irmãozinhos que também estão na creche
• Os bebês têm direito de engatinhar • Nossas crianças expressam seus sentimentos através de
• Os bebês têm oportunidade de explorar novos ambientes brincadeiras, desenhos e dramatizações
e interagir com outras crianças e adultos • A manifestação de preconceitos de raça, sexo ou religião
• As crianças pequenas têm direito de testar seus nos mobiliza para que procuremos incentivar atitudes e
primeiros passos fora do berço comportamentos mais igualitários na creche.
• Reservamos espaços livres cobertos para atividades
físicas em dias de chuva Nossas crianças têm direito a uma especial atenção
• Organizamos com as crianças aquelas brincadeiras de durante seu período de adaptação à creche
roda que aprendemos quando éramos pequenos
• Procuramos criar ocasiões para as famílias participarem • As crianças recebem nossa atenção individual quando
de atividades ao ar livre com as crianças começam a frequentar a creche
• As mães e os pais recebem uma atenção especial para
ganhar confiança e familiaridade com a creche
Nossas crianças têm direito à proteção, ao afeto e à • Nossas crianças têm direito à presença de um de seus
amizade familiares na creche durante seu período de adaptação
• Nosso planejamento reconhece que o período de
• Nossas crianças sabem que são queridas quando adaptação é um momento muito especial para cada criança,
percebem que suas famílias são bem-vindas e respeitadas na sua família e seus educadores
creche • Nosso planejamento é flexível quanto a rotinas e horários
• Nossa creche respeita as amizades infantis para as crianças em período de adaptação
• Nossa creche valoriza a cooperação e a ajuda entre • Nossas crianças têm direito de trazer um objeto querido
adultos e crianças de casa para ajudá-las na adaptação à creche: uma boneca, um
• Nossas crianças encontram conforto e apoio nos adultos brinquedo, uma chupeta, um travesseiro
sempre que precisam • Criamos condições para que os irmãozinhos maiores que
• Procuramos entender porque a criança está triste ou já estão na creche ajudem os menores em sua adaptação à
chorando creche
• Procuramos ajudar as pessoas da equipe quando • As mães e os pais são sempre bem-vindos à creche
enfrentam problemas pessoais sérios • Reconhecemos que uma conversa aberta e franca com as
• Procuramos não interromper bruscamente as atividades mães e os pais é o melhor caminho para superar as
das crianças dificuldades do período de adaptação
• Evitamos situações em que as crianças se sintam • Observamos com atenção a reação dos bebês e de seus
excluídas familiares durante o período de adaptação
• Evitamos comentar assuntos relacionados com as • Nunca deixamos crianças inseguras, assustadas,
crianças e seus familiares na presença delas chorando ou apáticas, sem atenção e carinho
• Nossas crianças, mesmo quando brincam • Nossas crianças têm direito a um cuidado especial com
autonomamente, não ficam sem a proteção e o cuidado dos sua alimentação durante o período de adaptação
adultos • Observamos com cuidado a saúde dos bebês durante o
• Conversamos e brincamos com os bebês quando estão período de adaptação
acordados
• Nossas crianças recebem atenção quando nos pedem ou Nossas crianças têm direito a desenvolver sua
perguntam alguma coisa identidade cultural, racial e religiosa
• Procuramos proteger as crianças de eventuais agressões
dos colegas • Nossas crianças têm direito a desenvolver sua autoestima
• Ajudamos as crianças a desenvolver seu auto-controle e • Meninos e meninas têm os mesmos direitos e deveres
aprender a lidar com limites para seus impulsos e desejos • Nossas crianças, negras e brancas, aprendem a gostar de
• Explicamos as crianças os motivos para comportamentos seu corpo e de sua aparência
e condutas que não são aceitos na creche • Respeitamos crenças e costumes religiosos diversos dos
• Nunca deixamos de procurar entender e tomar nossos
providências quando nossas crianças aparecem na creche • Nossas crianças não são discriminadas devido ao estado
machucadas e amedrontadas civil ou à profissão de seus pais
• A creche é um espaço de criação e expressão cultural das
Nossas crianças têm direito a expressar seus crianças, das famílias e da comunidade
sentimentos • Nossas crianças, de todas as idades, participam de
comemorações e festas tradicionais da cultura brasileira:
• Nossas crianças têm direito à alegria e à felicidade carnaval, festas juninas, natal, datas especiais de nossa história

Referências 63
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APOSTILAS OPÇÃO

• Nossas crianças visitam locais significativos de nossa • O valor do per capita repassado pelo poder público às
cidade, sempre que possível: parques, museus, jardim creches conveniadas é suficiente para oferecer um tratamento
zoológico, exposições digno às crianças
• Nossas crianças visitam locais significativos do bairro, • O valor do per capita repassado às creches segue uma
sempre que possível: a padaria, uma oficina, a praça, o corpo curva ascendente
de bombeiros, um quintal • Os critérios para estabelecimento e avaliação de
• Estimulamos os pais a participar ativamente de eventos convênios são transparentes e acessíveis ao público
e atividades na creche • As entidades conveniadas permitem o acesso público aos
equipamentos e acolhem a orientação dos órgãos responsáveis
A POLÍTICA DE CRECHE RESPEITA CRIANÇA
A política de creche está comprometida com o bem-
Critérios para políticas e programas de creche estar e o desenvolvimento da criança

• A política de creche respeita os direitos fundamentais da • O programa para as creches prevê educação e cuidado de
criança forma integrada visando, acima de tudo, o bem-estar e o
• A política de creche está comprometida com o bem-estar desenvolvimento da criança
e o desenvolvimento da criança • A melhoria da qualidade do serviços oferecido nas
• A política de creche reconhece que as crianças têm direito creches é um objetivo do programa
a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante • As creches são localizadas em locais de fácil acesso, cujo
• A política de creche reconhece que as crianças têm direito entorno não oferece riscos à saúde e segurança
à higiene e à saúde • Os projetos de construção e reforma das creches visam,
• A política de creche reconhece que as crianças têm direito em primeiro lugar, o bem-estar e o desenvolvimento da
a uma alimentação saudável criança
• A política de creche reconhece que as crianças têm direito • A política de creche reconhece que os profissionais são
à brincadeira elementos chave para garantir o bem-estar e o
• A política de creche reconhece que as crianças têm direito desenvolvimento da criança
a ampliar seus conhecimentos • As creches dispõem de um número de profissionais
• A política de creche reconhece que as crianças têm direito suficiente para educar e cuidar de crianças pequenas
ao contato com a natureza • O programa dá importância à formação profissional
prévia e em serviço do pessoal, bem como à supervisão
A política de creche respeita os direitos fundamentais • A formação prévia e em serviço concebe que é função do
da criança profissional de creche educar e cuidar de forma integrada
• Os profissionais dispõem de conhecimentos sobre
As creches têm por objetivo educar e cuidar de desenvolvimento infantil
• crianças até 6 anos de idade • A política de creche reconhece que os adultos que
• As creches não estão sendo usadas por crianças com mais trabalham com as crianças têm direito a condições favoráveis
de 7 anos como alternativa à educação de 1º grau para seu aperfeiçoamento pessoal, educacional e profissional
• As creches são concebidas como um serviço público que • A política de creche reconhece a importância da
atende a direitos da família e da criança comunicação entre famílias e educadores
• A política de creche procura responder ao princípio de
igualdade de oportunidade para as classes sociais, os sexos, as A política de creche reconhece que as crianças têm
raças e os credos direito a um ambiente aconchegante, seguro e
• A política de creche reconhece que as crianças têm uma estimulante
família
• A política de creche prevê a gestão democrática dos • Os profissionais responsáveis elaboram projetos de
equipamentos e a participação das famílias e da comunidade construção ou reforma dos prédios das creches que visam em
• A programação para as creches respeita e valoriza as primeiro lugar as necessidades, o bem-estar e o
características culturais da população atendida desenvolvimento das crianças
• O programa de creches integra o planejamento • O orçamento possibilita construção ou reforma adequada
municipal, estadual, regional e federal de ações mais gerais dos prédios das creches
• A política de creche estimula a produção e o intercâmbio • Os prédios das creches recebem manutenção periódica
de conhecimentos sobre educação infantil • O orçamento das creches prevê compra, reposição e
• Há um projeto para as creches com explicitação de metas, manutenção de mobiliário, equipamentos e materiais
estratégias, mecanismos de supervisão e avaliação necessários para que os ambientes sejam aconchegantes,
• O plano de expansão das creches, em quantidade e seguros e estimulantes
localização, responde às necessidades das famílias e crianças • O orçamento das creches prevê compra, reposição e
• O plano para creche prevê entre suas metas a melhoria manutenção de roupas necessárias para as crianças dormirem,
da qualidade do atendimento à criança se trocarem em caso de imprevistos e se lavarem
• para oferecer um atendimento digno às crianças e um • Os prédios contam com espaço interno e externo
reconhecimento do trabalho do adulto profissional adequado ao número de crianças atendidas e às necessidades
• Os critérios para admissão de crianças nas creches são de sua faixa etária
democráticos, transparente e não discriminatórios • Os prédios oferecem condições adequadas para o bem-
• As pessoas que trabalham nas creches que trabalham nas estar e o conforto da crianças: insolação, iluminação,
creches são reconhecidas e tratadas como profissionais nos ventilação, sonorização, esgoto e água potável
planos da formação educacional, do processo de seleção, do • Os prédios oferecem condições adequadas para as
salário e dos direitos trabalhistas necessidades profissionais e pessoais dos adultos
• O per capita repassado às creches respeita o cronograma • Os ambientes das creches são adequados às funções de
pré-estabelecido educar e cuidar de crianças pequenas

Referências 64
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APOSTILAS OPÇÃO

• As creches dispõem de espaços externos sombreados, • A programação das creches integra a alimentação e
sem entulho, lixo, ou outras situações que ofereçam perigo às outras atividades ligadas ao cuidado no processo educativo
crianças
• O programa prevê a manutenção dos espaços verdes das A política de creche reconhece que as crianças têm
creches para que ofereçam condições de uso sem perigo direito à brincadeira
• Os espaços internos das creches, seu mobiliário e o
material disponível permitem que a criança brinque, durma, • O orçamento para creches prevê a compra e reposição de
aprenda, se alimente, vá ao banheiro, se lave e tenha brinquedos, material para expressão artística e livros em
privacidade quantidade e qualidade satisfatórias para o número de
• As creches dispõem de mesas, cadeiras, mamadeiras, crianças e as faixas etárias
pratos e talheres para as crianças se alimentarem • Os brinquedos, os materiais e os livros são considerados
• As creches respeitam a regulamentação local sobre como instrumento do direito à brincadeira e não como um
normas de segurança e higiene presente excepcional
• Os adultos recebem formação prévia e em serviço sobre • A construção das creches prevê a possibilidade de
como criar, arrumar conservar e usar um ambiente brincadeiras em espaço interno e externo
aconchegante, seguro e estimulante para as crianças • As creches dispõem de número de educadores
compatível com a promoção de brincadeiras interativas
A política de creche reconhece que as crianças têm • Os prédios das creches dispõem de mobiliário que facilite
direito à higiene e à saúde o uso, a organização e conservação dos brinquedos
• A formação prévia e em serviço reconhece a importância
O orçamento das creches prevê custos para manutenção da brincadeira e da literatura infantil para o desenvolvimento
• da higiene e promoção de condições favoráveis à saúde da criança
de crianças e funcionários • A programação para as creches reconhece e incorpora o
• Os prédios das creches são limpos, arejados e bem direito das crianças à brincadeira
insolados, evitando ser espaços propagadores de doenças
entre as crianças A política de creche reconhece que as crianças têm
• As creches dispõem de água potável direito a ampliar seus conhecimentos
• O esgotamento sanitário não corre pelos pátios das
creches e nos espaços próximos • A política de creche possibilita que as crianças tenham
• O lixo das creches é recolhido diariamente acesso à produção cultural da humanidade
• As creches dispõem de produtos para a higiene pessoal • O orçamento para creches prevê a compra e reposição de
das crianças livros e materiais adequados para o número de crianças e as
• As creches dispõem de utensílios e produtos de limpeza faixas etárias
• O programa de manutenção das creches está atento para • Os brinquedos, os materiais e os livros são considerados
infestações com insetos e animais nocivos como instrumentos importantes para a promoção do
• O Planejamento sanitário e da saúde da região incorpora desenvolvimento e ampliação dos conhecimentos das crianças
a ação desenvolvida nas creches e a orientação aos • Os profissionais de creche dispõem de um nível de
profissionais que ali trabalham instrução compatível com a função de educador
• A formação prévia e em serviço dos adultos está atenta • A formação prévia e em serviços dos profissionais
para temas relacionados à higiene e à saúde contempla o acesso à cultura e a ampliação dos conhecimentos
• A definição da função do profissional integra a das crianças como aspectos importante do trabalho da creche
preocupação com a saúde e a higiene na creche • A política de creche incorpora a preocupação de
• A programação para as crianças prevê ações relacionadas encontrar meios adequados para promover o
à área de saúde e higiene desenvolvimento infantil, sem submeter precocemente as
• As creches dispõem de material necessário para prestar crianças a um modelo escolar rígido
os primeiros socorros e seus profissionais estão informados • A programação prevê que as famílias sejam informadas
para onde devem encaminhar as crianças em casos de acidente dos progressos de suas crianças sem que isto implique em
• A programação de saúde dá especial atenção à avaliação formal
comunicação entre família e creche • A política de creche propicia que os educadores ampliem
seus conhecimentos e sua formação pessoal, educacional e
A política de creche reconhece que as crianças têm profissional
direito a uma alimentação saudável
A política de creche reconhece que as crianças têm
• O orçamento das creches prevê um custo de alimentação direito ao contato com a natureza
per capita pelo menos equivalente ao destinado a uma criança
na cesta básica • O orçamento para construção, reforma e conservação das
• A programação da alimentação nas creches prevê creches prevê custos para manutenção de área verde no
alimentos in natura entorno ou dentro da creche
• O cardápio das creches é balanceado e variado para • As instâncias de arborização e jardinagem municipal
responder às necessidades calóricas e protéicas das crianças incluem as creches e seus espaços externos nos projetos locais
• As creches dispõem de espaços adequados, arejados, • O projeto de construção e reforma dos prédios das
limpos e seguros para armazenamento e preparo de alimentos creches prevê espaços externos que comportem plantas
• As creches dispõem de utensílios necessários ao preparo • O programa prevê que as creches tenham condições para
de alimentos plantio de pequenas hortas e árvores frutíferas de rápido
• As crianças dispõem de móveis e utensílios suficientes e crescimento
adequados para se alimentarem • Os profissionais de creche recebem formação e
• A formação prévia e em serviço dos profissionais orientação para propiciar o contato e o respeito das crianças
considera a alimentação e outras atividades ligadas ao cuidado para com a natureza
como integradas ao processo educativo infantil • A programação para as crianças dá especial atenção ao
tema da natureza

Referências 65
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APOSTILAS OPÇÃO

• A programação das creches incentiva passeios e outras estabelecimento educacional, incluindo, no mínimo: os
atividades que favoreçam maior contato com a natureza requisitos sanitários dos edifícios; a manutenção e a
higienização das instalações, dos equipamentos e dos
utensílios; o controle integrado de vetores e pragas urbanas; o
JUNDIAÍ, Secretaria controle da higiene e o cuidado com a saúde dos
Municipal de Educação. manipuladores; o controle e a garantia de qualidade aos
usuários.
Manual de Boas Práticas
• MEDIDA PREVENTIVA: qualquer ação ou atividade que
para Atendimento na pode ser usada para prevenir, eliminar ou reduzir a um nível
Educação Infantil, Jundiaí, aceitável um contaminante.
2015 • MONITORIZAÇÃO: condução de uma sequência
planejada de observações ou de medidas de controle, com a
finalidade de se avaliar a execução das boas práticas.
• PRAGAS: animais que infestam ambientes urbanos,
1. Objetivos podendo causar agravos à saúde e/ou prejuízos materiais.
O Manual de Boas Práticas tem por objetivos:
• PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRONIZADO:
• estabelecer procedimentos a fim de garantir as procedimento escrito de forma objetiva que estabelece
condições higiênico-sanitárias necessárias para atender aos instruções sequenciais para a realização de operações
requisitos relativos às Boas Práticas, proporcionando rotineiras.
inocuidade aos ambientes e segurança aos alunos e
funcionários envolvidos em todos os processos realizados • PROCEDIMENTOS PADRONIZADOS DE HIGIENE
cotidianamente nas escolas municipais de educação básica; OPERACIONAL: procedimentos de limpeza e sanitização
adotados pelo estabelecimento educacional.
• estabelecer procedimentos padronizados de limpeza e
sanitização de ambientes, bem como de tarefas efetuadas • REGISTRO: planilha ou documento contendo as
cotidianamente (Procedimentos Padronizados de Higiene anotações de controles ou de verificação com a assinatura do
Operacional). responsável pelo seu preenchimento.
• estabelecer procedimentos de verificação e avaliação • RESÍDUOS: materiais a serem descartados, oriundos de
dos processos de boas práticas de manipulação e de áreas de produção e de demais áreas do estabelecimento.
higienização e sanitização implementados. • SANEANTE: substância química ou preparação capaz de
eliminar ou reduzir, em níveis aceitáveis, contaminantes
Campo de aplicação microbiológicos.
• Este documento aplica-se às Escolas Municipais de • SANITIZAÇÃO: operação de eliminação ou redução do
Educação Básica (EMEB) que atendem crianças de 0 a 3 anos, número de micro-
no município de Jundiaí. organismos, por meio de método físico ou de substância
• Os Procedimentos Padronizados de Higiene Operacional química, em um nível que não comprometa a integridade e a
e os Procedimentos Operacionais Padronizados aplicam-se às inocuidade do alimento.
instalações, aos equipamentos, aos utensílios utilizados, aos • VERIFICAÇÃO: procedimento realizado,
funcionários e aos usuários dessas instituições. cotidianamente, pelo diretor da unidade escolar e,
ocasionalmente, pela Secretaria de Educação.
Definições • VETORES: artrópodes ou invertebrados que transmitem
• AÇÃO CORRETIVA: qualquer ação a ser tomada quando infecções, por meio do carreamento externo (transmissão
os resultados da monitorização indicarem um desvio das boas passiva ou mecânica) ou interno (transmissão biológica) de
práticas. micro-organismos.
• ANTISSEPSIA: operação destinada à redução de micro- Observação: Limpeza e esterilização são procedimentos
organismos presentes na pele, por meio de agentes químicos, diferentes. A limpeza se destina à remoção de resíduos,
após lavagem, enxágue e secagem das mãos. enquanto a esterilização refere-se à eliminação de bactérias e
germes.
• BOAS PRÁTICAS: procedimentos necessários para
obtenção de segurança sanitária nas rotinas cotidianas. Recursos Humanos
• CONTROLAR: adotar as ações necessárias para manter
e assegurar o cumprimento dos critérios estabelecidos no Formação permanente dos servidores da educação
Manual de Boas Práticas. Sempre que ingressarem novos servidores nas EMEB que
• CONTROLE: maneira como os procedimentos corretos atendem crianças de 0 a 3 anos, deverá ocorrer formação
são executados e os critérios cumpridos. relativa aos procedimentos contidos neste manual. Esta
• CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS: sistema que formação deverá ser organizada pelas diretorias da SME,
incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir responsáveis pelas atribuições dos cargos envolvidos, com
a atração, o abrigo, o acesso e/ou proliferação de vetores e indicação dos diretores das escolas. Após esta formação inicial,
pragas urbanas que comprometam a segurança ambiental. caberão às equipes gestoras das unidades a manutenção da
formação e o acompanhamento da execução dos
• DESINFECÇÃO: redução, por método físico e/ou agentes procedimentos.
químicos, do número de micro-organismos a um nível que não
comprometa a segurança de usuários e funcionários. Saúde/ Controle
• HIGIENIZAÇÃO: operação que se divide em duas etapas, No caso de o funcionário apresentar sintomas de
limpeza e desinfecção. enfermidades e ou lesões que possam comprometer às
• LIMPEZA: remoção residual de alimentos, sujidades ou condições higiênico-sanitárias do estabelecimento, dos alunos
outras substâncias indesejáveis. ou de outros funcionários, ele deverá ser encaminhado à
• MANUAL DE BOAS PRÁTICAS: documento que unidade básica de saúde ou ao hospital mais próximo, para que
descreve as operações a serem realizadas pelo passe por consulta médica.

Referências 66
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APOSTILAS OPÇÃO

Todo funcionário deverá manter a carteira de vacinação • friccionar por, no mínimo, 15 segundos toda a superfície
atualizada. das mãos, dedos e antebraços;

Vestimenta de servidores
• lavar a torneira (quando a abertura for manual);
As regras de vestimenta serão aplicadas a todos os • enxaguar bem com água corrente as mãos e antebraços;
servidores da unidade escolar, com exceção das cozinheiras, • enxaguar a torneira (quando a abertura for manual) e
que seguem procedimentos próprios, e dos assistentes usar toalha de papel para fechá-la;
administrativos (desde que não circulem pelos ambientes • enxugar as mãos e os antebraços com papel toalha;
destinados às crianças), conforme seguem:
• aplicar álcool em gel (70o) e espalhar por toda a mão e
• utilizar vestuário em bom estado, sem fendas ou antebraço, deixando secar naturalmente.
manchas, nem com partes descosturadas ou furos;
• manter a vestimenta limpa, bem passada e trocada Observações: Utilizar sabonete líquido e saboneteiras
diariamente; dosadoras.
• utilizar roupas confortáveis e discretas que permitam Não é recomendado o uso de escovas para lavar as unhas.
ampla movimentação no contato com as crianças, com os
materiais e com o ambiente (sentar no chão, abaixar, subir Antissepsia
escadas, carregar crianças, caixas etc.); • aplicar o antisséptico nas mãos e nos antebraços,
• não utilizar peças de roupas curtas, apertadas, deixando secar naturalmente ao ar;
decotadas, transparentes ou com elementos excessivamente • utilizar antisséptico em saboneteiras dosadoras.
salientes, como, por exemplo, botões muito grandes, pedrarias Observação: O antisséptico deverá ser utilizado mesmo
etc.; quando, na etapa de lavagem, tiver sido utilizado o sabonete
• calçar sapatos que ofereçam segurança ao profissional e líquido antisséptico;
ao atendimento às crianças, sendo assim, não devem ser
utilizados saltos altos, tamancos ou chinelos; Hábitos Pessoais:
É dever de todos os servidores seguir os procedimentos de
• durante o trabalho, não portar acessórios ou adereços, higiene corporal e operacional.
tais como: anéis, colares, correntes, gargantilhas, amuletos,
Procedimentos:
relógios, pulseiras, piercings e brincos grandes; o é permitido
apenas o uso de aliança e de piercings ou brincos pequenos, • tomar banho diariamente;
sem argolas ou pingentes, que não ultrapassem o lóbulo da • lavar e secar bem os pés;
orelha; • lavar a cabeça com frequência e escovar bem os cabelos;
• não portar, durante o trabalho, bolsas, pochetes ou • evitar barba, bigode, costeletas e, se utilizados, bem
similares, nem carregar no vestuário: caneta, lápis, aparados, limpos e não exagerados;
espelhinhos, ferramentas, pentes, pinças, batons, alfinetes,
cigarros, dinheiro, celulares ou quaisquer outros objetos que
• manter as unhas curtas e limpas
o é permitido o uso de esmaltes;
possam desviar a atenção do servidor durante o trabalho com
as crianças; utilizar touca durante a alimentação das • escovar os dentes após as refeições;
crianças. não utilizar perfumes ou produtos com odores acentuados;
eliminar odores de cigarros do corpo e da vestimenta,
• O servidor poderá optar por utilizar-se de outros antes de iniciar o trabalho; manter a higiene adequada das
recursos, além da touca, caso esta não seja suficiente para
mãos;
manter todo cabelo preso durante a refeição.
• limpar, cobrir e proteger qualquer ferimento;
Higiene das mãos: • comunicar à chefia direta a ocorrência de ferimento ou
Os funcionários devem higienizar as mãos antes e após doenças transmissíveis; manter os calçados limpos.
realizarem os procedimentos cotidianos com os usuários
(alimentação, banho, troca de roupas), adotando as técnicas Saúde e Higiene das Crianças
adequadas, que envolvem, obrigatoriamente, as etapas de
lavagem e antissepsia das mãos. Higiene:
Toda criança deve ter seus utensílios de higiene pessoal
Lavagem: separados e identificados. Devem ser de uso individual: pente,
A lavagem deverá ser realizada nos seguintes momentos: escova de dente, creme dental, sabonete líquido, shampoo e
• quando chegar ao trabalho; condicionador.
A criança que faz uso de chupeta durante o período de
• depois de utilizar os sanitários; adaptação deve ter um recipiente identificado e com tampa
• depois de tossir, espirrar ou assoar o nariz; para acondicioná-la de acordo com os procedimentos a seguir.
• depois de usar esfregões, panos e materiais de limpeza;
• depois de recolher o lixo e os resíduos; Higienização das chupetas:
Ressalta-se que o uso da chupeta é permitido no período
• depois de pegar em dinheiro; de adaptação. Nos casos em que a criança faz o uso da chupeta
• depois de tocar nos sapatos; para dormir, deverão ser traçadas ações para a retirada desse
• antes de manipular alimentos; cada vez que as mãos hábito, respeitando a individualidade de cada criança.
estiverem sujas; antes e após a troca das crianças. Frequência: diária, no início do período, e após sempre
que necessária.
Procedimentos:
• umedecer as mãos e os antebraços com água; Responsável: ADI Procedimentos:
Diariamente
• aplicar o sabonete líquido inodoro em quantidade
suficiente; • lavar a chupeta após o uso com sabão neutro e água
corrente; remover o excesso de água e borrifar solução clorada
em toda a superfície do látex ou do silicone do bico;

Referências 67
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APOSTILAS OPÇÃO

• acondicioná-la, após secar, em recipientes limpos e com • trocar o lenço umedecido sempre que houver
tampa; lavar a chupeta em água corrente, antes que a criança necessidade;
a utilize novamente; não deixar a chupeta diretamente sob o • após secar bem a pele do bebê, se necessário, passar
calor ou luz do sol, nem deixar em solução esterilizadora por pomada preventiva contra assadura e colocar uma nova fralda
mais tempo do que o recomendado, para não prejudicar o descartável;
funcionamento do produto.
Observação: a família deverá realizar diariamente a
• descartar a fralda suja e as luvas utilizadas; após cada
troca, limpar o trocador com álcool de forma unidirecional.
esterilização das chupetas, fervendo-a por cinco minutos.

Troca de fraldas: Ao defecar – ambos os sexos
A fralda deverá ser trocada imediatamente após a criança • certificar-se de que todos os materiais estão preparados;
urinar ou defecar. A higienização das crianças procede de • lavar as mãos antes de limpar o bebê e após a realização
forma diferente em cada uma dessas duas situações. Não se deste procedimento;
deve trocar a criança na sala de atividades e deve-se aproveitar
este momento para trocar as roupas das crianças, sempre que
• usar luvas durante o procedimento;
houver necessidade. É função dos adultos observar as • levar a criança à sala de banho e colocá-la em posição de
condições climáticas, garantindo que as crianças estejam com troca (decúbito dorsal);
roupas adequadas, além de providenciar, junto à família, o • retirar a fralda da criança e começar a limpeza com lenço
acesso às roupas necessárias para atender a criança. umedecido para não sujar a água, sempre de cima para baixo,
Antes de iniciar a troca, é necessário forrar o trocador com principalmente nas meninas, para evitar que as fezes entrem
lençol descartável e retirá-lo após o uso. em contato com o órgão genital;
Frequência: sempre que necessário • após a limpeza, fechar a fralda suja com as próprias tiras
adesivas, colocando-as dentro das luvas e jogar em lixo
Responsável: ADI Procedimentos: apropriado;
Ao urinar – criança de sexo feminino
• colocar o bebê na cuba e LAVAR as partes intimas com
• certificar-se de que todos os materiais estão preparados; água e sabão TODA vez que ocorrer a defecação,
• lavar as mãos antes de limpar o bebê e após a realização independentemente do gênero;
deste procedimento; • secar bem a pele do bebê com uma toalha macia, usar
• usar luvas durante o procedimento; pomada preventiva contra assaduras e, se necessário, colocar
• levar a criança à sala de banho e colocá-la em posição de nova fralda descartável; higienizar o trocador com álcool de
troca (decúbito dorsal); forma unidirecional.
• retirar a fralda da criança; Descarte de fraldas
higienizar a região genital com água morna ou lenço
umedecido; começar a limpeza sempre partindo da região • fechar bem a fralda com o conteúdo de defecação na
mais limpa para a mais suja; limpar sempre no sentido parte interna (fechar com a própria fita adesiva);
descendente (de cima para baixo); • retirar a luva de procedimento da mão esquerda e, ao
• após limpar os grandes lábios, afastá-los e proceder à retirar a da mão direita, deixar todo o conteúdo (fralda fechada
limpeza nos pequenos lábios, sempre de cima para baixo; + luva da mão esquerda) dentro da luva invertida da mão
direita;
• trocar o lenço umedecido sempre que houver
necessidade; • fechar a luva que contém a fralda e a luva da mão
esquerda;
• após secar bem a pele do bebê, se necessário, passar
pomada preventiva contra assadura e colocar uma nova fralda • descartá-la no lixo;
descartável; • fechar o lixo após o descarte.
• descartar a fralda suja e as luvas utilizadas; Observação: A unidade de ensino deverá ter uma rotina
periódica de limpeza e de retirada desse lixo, para que o
• após cada troca, limpar o trocador com álcool de forma conteúdo de fezes não fique muito tempo no ambiente do
unidirecional.
banheiro.

Ao urinar – sexo masculino Banho:
• certificar-se de que todos os materiais estão preparados; É necessário o uso da cuba para os bebês e de chuveiros
• lavar as mãos antes de limpar o bebê e após a realização para as crianças que já andam com segurança. Antes de colocar
deste procedimento; a criança na cuba ou chuveiro, o funcionário deverá testar com
o dorso da mão a temperatura da água.
• usar luvas durante o procedimento; Frequência: Escolas de período integral: diariamente
• levar a criança à sala de banho e colocá-la em posição de somente para as crianças que usam fralda, de acordo com a
troca (decúbito dorsal); necessidade da criança. Para as crianças que não usam fralda,
• retirar a fralda da criança e começar a higienização com sempre que se fizer necessário.
água morna ou lenço umedecido; Escolas de período parcial: sempre que se fizer necessário,
• colocar sobre ele um pano pequeno enquanto estiver para todas as crianças (que usam fralda ou não). Responsável:
sem falda, poupando, assim, um eventual esguicho inesperado ADI Procedimentos:
de urina;
Na cuba:
• começar a limpeza pela virilha, sempre partindo da
região mais limpa para a mais suja; • providenciar e organizar todo material de banho;
• limpar sempre no sentido descendente (de cima para • lavar as mãos antes de dar o banho na criança e após a
baixo); realização deste procedimento;
• após limpar o pênis de cima para baixo, limpar os • ligar a ducha e examinar a temperatura da água com o
testículos e o períneo; dorso da mão;

Referências 68
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APOSTILAS OPÇÃO

• encher a cuba e examinar, novamente, a temperatura da Deve-se explicar sempre para a criança o que acontece no
água com o dorso da mão; banheiro, de forma que ela possa entender que aquele lugar é
o ideal para fazer suas necessidades fisiológicas. Não se deve
• desligar a ducha; utilizar penicos ou “troninhos” no ambiente escolar.
• retirar toda a roupa da criança e colocá-la na cuba; É importante familiarizar a criança com o vaso sanitário,
• caso tenha defecado antes do banho, fazer a higienização explicando-lhe quando e como usá-lo. No início, é importante
com o lenço umedecido, conforme as instruções dos oferecer o banheiro constantemente, aumentando
procedimentos de troca de fraldas, antes de colocá-la na cuba; gradativamente os intervalos de tempo.
• começar a higienização da cabeça (cabelos) e depois do Nunca se deve postergar a ida ao banheiro quando
corpo, parte de trás das orelhas, pescoço e axilas – locais em solicitado pela criança, nem puni-la ou castigá-la quando não
que se acumulam detritos; conseguir utilizar o vaso sanitário para realizar as suas
necessidades fisiológicas.
• lavar os braços e as pernas da criança, atentando-se para Meninos e meninas aprendem primeiramente sentados,
os dedos dos pés e das mãos;
mas os meninos devem ser estimulados a urinar em pé, depois
lavar o umbigo e, finalmente, a região inguinal, limpando-a
do controle já adquirido.
cuidadosamente e detalhadamente, principalmente nas
Não é indicado deixar a criança por um tempo excessivo no
meninas;
vaso sanitário, quando ela não conseguir evacuar ou urinar. É
• não trocar a água durante o banho, a água utilizada na importante atentar-se aos horários em que ela defecava na
cuba durante o banho deverá ser a mesma do início ao fralda e levá-la ao vaso sanitário nesses períodos.
término;
• após o banho, enrolar a criança em uma toalha seca; Saúde Bucal:
• enxugar a cabeça com movimentos suaves, evitando-se Os dentes de leite (decíduos) são importantes para
esfregar; “guardar” o espaço e preparar o caminho dos dentes
permanentes, servindo de guia para que esses dentes se
• enxugar bem as dobras, pois nestas regiões podem posicionem de forma correta.
ocorrer intertrigos;
Para a criança alimentar-se bem, com prazer, e ter uma
• enxugar as orelhas com a toalha; mastigação eficiente dos alimentos, sem desconforto, é
• após enxugar a criança, trocá-la com roupas limpas e necessário que seus dentes estejam em bom estado.
secas; fazer a limpeza e desinfecção da cuba após o banho. A escovação realizada na escola tem como objetivo,
prioritário, que a criança aprenda a realizar este
No chuveiro: procedimento.
• providenciar e organizar todo o material de banho; Higienização Bucal na Escola
Frequência: diariamente, conforme organização de cada
• lavar as mãos antes de dar o banho na criança e após a unidade escolar.
realização deste procedimento; Responsáveis: ADI ou Professores
• ligar o chuveiro e identificar a temperatura da água com Procedimentos: para a higienização bucal das crianças,
o dorso da mão; devem-se seguir os seguintes procedimentos:
• retirar toda a roupa da criança e colocá-la embaixo do Criança sem dentição:
chuveiro; • higienizar as mãos conforme procedimento descrito;
• começar a higienização da cabeça (cabelos) e depois do • enrolar uma gaze limpa no dedo indicador direito ou
corpo, parte de trás das orelhas, pescoço e axilas – locais em esquerdo, molhando-a em água filtrada ou fervida;
que se acumulam detritos; • limpar a gengiva da criança, abordando a pele superior e
• lavar os braços e as pernas da criança, atentando-se para inferior, a língua, e o céu da boca, isto é, toda cavidade oral.
os dedos dos pés e das mãos; Criança com dentição:
• lavar o umbigo e, finalmente, a região inguinal, • usar a escova extramacia com cabeça pequena em todos
limpando-a cuidadosamente e detalhadamente, os dentes;
principalmente nas meninas; • usar creme dental infantil com flúor a partir do
• após o banho, enrolar a criança em uma toalha macia; nascimento do primeiro molar decíduo (de quinze a dezoito
• enxugar a cabeça com movimentos suaves, evitando meses);
esfregar; • estimular a criança a cuspir a espuma da escovação;
• enxugar bem as dobras, pois nestas regiões podem • usar uma quantidade mínima (“sujar” a escova com
ocorrer intertrigos; quantidade de pasta semelhante a um grão de arroz).
• enxugar as orelhas com a toalha;
• após enxugar a criança, trocá-la com roupas limpas e Acondicionamento das escovas:
secas. • Identificar todas as escovas com o nome do usuário;
• após o uso, bater a escova na pia para eliminar o excesso
Desfralda: de água; acondicionar as escovas individualmente.
O processo de desfralda se dá de forma individual e muda •
de acordo com o desenvolvimento de cada criança, portanto, Troca de roupas (para crianças que não usam fraldas):
deve-se respeitar o tempo de cada uma. Sempre que possível, a criança deverá ser trocada no
A criança precisa ter algumas habilidades para começar a banheiro. Na impossibilidade, devido à quantidade de adultos,
ficar sem as fraldas, como, por exemplo, ficar sentada sozinha, deve-se garantir que, durante as trocas, a criança seja exposta
andar com segurança e desenvoltura e expressar-se para o mínimo possível e que possa se sentar sobre um colchão
conseguir ir ao banheiro e tirar suas roupas. forrado, com lençol descartável, que deverá ser trocado para
A ADI e a professora têm um papel importante nesse cada criança.
processo, pois podem ensinar as crianças a deixarem as Os adultos devem observar as condições climáticas,
fraldas, incentivando-as para que isso aconteça naturalmente, garantindo que as crianças estejam com roupas adequadas.
sem traumas.

Referências 69
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APOSTILAS OPÇÃO

Cabe ao adulto providenciar, junto à família, o acesso às roupas Paredes internas e azulejos:
necessárias para atender a criança. Campo de aplicação: limpeza e sanitização das paredes e
Higienização Ambiental e de Instalações azulejos internos
(Procedimentos operacionais padronizados) Frequência: quinzenal ou sempre que necessário
Responsável: agente operacional Procedimentos:
Área externa: • molhar, usando esguicho ou balde;
Campo de aplicação: limpeza das calçadas em torno da
instituição e do local de entrada
• aplicar detergente neutro e esfregar toda a área com
esponja sintética macia;
Frequência: diária às calçadas da frente e da entrada;
sempre que necessário, às calçadas laterais. • deixar escorrer e secar naturalmente;
Responsável: agente operacional Procedimentos: • com auxílio de esguicho, proceder ao enxágue;
Diariamente: • espalhar solução sanitizante de hipoclorito de sódio em
• varrer; diluição de 200 ppm.
• recolher os dejetos em recipientes de lixo com auxílio de
pá e vassoura. Interruptores, tomadas e caixas disjuntores:
Campo de aplicação: limpeza e sanitização de
Sempre que necessário: interruptores, tomadas e caixas disjuntores
Frequência: mensal ou sempre que necessário
• enxaguar com mangueira as calçadas; Responsável: agente operacional Procedimentos:
• esfregar com sabão em pó ou detergente neutro toda a • limpar com auxílio de esponja sintética macia umedecida
área com auxílio de vassoura;
com detergente neutro;
• enxaguar com mangueira; • retirar o excesso de detergente, com auxílio de pano
• deixar secar naturalmente. multiuso umedecido com água em temperatura ambiente, até
a retirada completa do produto (de 2 a 3 vezes);
Caixas de areia:
Campo de aplicação: caixas de areia
• sanitizar com auxílio de pano umedecido com solução de
hipoclorito de sódio a 200 ppm;
Frequência: diária
Responsável: agente operacional Procedimentos: • deixar secar naturalmente.
• rastelar toda a superfície da areia removendo possíveis Telas e janelas:
dejetos de felinos;
Campo de aplicação: limpeza de telas e vidros de todos os
• revolver a areia com auxílio de ancinho para jardim; setores da instituição Frequência: sempre que necessário, no
• deixar a areia exposta ao sol para esterilização por, no caso das janelas, e, semestralmente, para as telas
mínimo, duas horas; cobrir o local com lona plástica ao final Responsável: agente operacional Procedimentos:
do expediente, sempre que possível. Vidros das janelas:
• com auxílio de esguicho, proceder ao enxágue;
Ralos:
Campo de aplicação: limpeza e sanitização de ralos
• aplicar detergente neutro e esfregar vidros com esponja
dupla face;
Frequência: sempre que necessário
Responsável: agente operacional Procedimentos: • com auxílio de esguicho, proceder ao enxágue; deixar
secar naturalmente.
• recolher os dejetos sólidos acumulados sobre grelhas e Telas
ralos com auxílio de vassoura e de pá e colocá-los no recipiente
de lixo; • com auxílio de esguicho, proceder ao enxágue;
• retirar as grelhas dos ralos; • aplicar detergente;
• enxaguar as grelhas com auxílio de mangueira; • deixar agir por 10 minutos;
• lavar as grelhas com detergente neutro, esponja dupla • com auxílio de esguicho, proceder ao enxágue; deixar
face e/ou escova de nylon; enxaguar as grelhas com auxílio secar naturalmente.
de mangueira.
Teto, luminárias e ventiladores:
Pisos: Campo de aplicação: limpeza de teto, luminárias e
Campo de aplicação: limpeza e sanitização de todos os ventiladores de toda a instituição
pisos Frequência: mensal
Frequência: diária/ semanal e sempre que necessário Responsável: agente operacional Procedimentos:
Responsável: agente operacional Procedimentos: • retirar teias de aranha do teto e das luminárias com
• varrer a área e recolher os dejetos sólidos com auxílio de auxílio de extensor de cabo longo;
vassoura e pá e colocá-los no recipiente de lixo; • limpar as pás dos ventiladores com auxílio de esponja
• molhar o piso; sintética macia umedecida com detergente neutro;
• espalhar detergente neutro e esfregar toda a área com • com auxílio de pano multiuso umedecido em água em
auxílio de vassoura; temperatura ambiente, retirar o excesso de detergente, até a
retirada completa do produto (de 2 a 3 vezes);
• com auxílio de esguicho, proceder ao enxágue;
• espalhar, com auxílio de rodo e balde, solução sanitizante • sanitizar com auxílio de pano umedecido com solução de
hipoclorito de sódio a 200 ppm.
de hipoclorito de sódio em diluição de 200 ppm e deixar agir;
• retirar o excesso de solução com o auxílio de rodo e De acordo com a divisão de Engenharia de Segurança do
deixar secar naturalmente. Trabalho, é preciso seguir as seguintes orientações:
• na limpeza dos ventiladores/luminárias, desligar o
respectivo disjuntor para sua segurança contra descarga
elétrica;

Referências 70
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APOSTILAS OPÇÃO

• na realização de trabalhos em altura, ter alguém Procedimentos:


segurando a escada; utilizar somente as escadas em boas Higienização realizada pelos Agentes Operacionais:
condições de uso. • aplicar de detergente neutro com o auxílio de pano e
força mecânica nas duas faces do colchonete;
Sanitários: • remover o detergente com o mesmo pano, retirando o
Campo de aplicação: higienização dos sanitários excesso;
Frequência: diária e sempre que houver necessidade
Responsável: agente operacional Procedimentos:
• aplicar a solução sanitizante de hipoclorito de sódio a
200 ppm remover o excesso com pano multiuso.
• retirar o lixo e seus recipientes;
• enxaguar as pias e os vasos sanitários com água corrente; Armazenamento:
• lavar as pias e os vasos sanitários com detergente • empilhar os colchonetes sem a roupa de cama;
neutro; • trocar a roupa de cama, no mínimo, uma vez por semana
• aplicar a solução de hipoclorito de sódio a 200 ppm; e, neste ínterim, guardála individualmente e com identificação.
• deixar agir por 10 minutos; • Caso seja lavada diariamente, a identificação e o
remover o excesso de solução com auxílio de rodo e pano armazenamento individual são dispensados.
limpo;
• aplicar a solução de hipoclorito de sódio dentro dos Higienização realizada pela ADI:
vasos sanitários; • higienizar o colchonete com álcool, de forma
• abastecer os toalheiros com papel-toalha; unidirecional.
• abastecer as saboneteiras com sabonete líquido; Organização das Toalhas:
• aplicar a solução de hipoclorito de sódio a 200 ppm nos • após o uso, encaminhar as toalhas para as casas dos
vãos sanitários.
usuários diariamente para lavagem e troca.
Portas:
Brinquedos:
Campo de aplicação: limpeza de portas e seus vidros de
Campo de aplicação: higienização de brinquedos
todas as áreas da instituição
Frequência: Semanal ou sempre que houver necessidade.
Frequência: mensal ou sempre que houver necessidade
Responsáveis: agente operacional e ADI Procedimentos:
Responsável: agente operacional Procedimentos:
• limpar com auxílio de esponja sintética macia • enxaguar com água e com auxílio de mangueira;
umedecida com detergente neutro; • lavar os brinquedos de plástico com solução de
detergente neutro com auxílio de esponja dupla face;
• com auxílio de pano multiuso umedecido em água em
temperatura ambiente, retirar o excesso de detergente, até a • proceder ao enxágue com auxílio de mangueira;
retirada completa do produto (de 2 a 3 vezes); • deixar escorrer o excesso de água de enxágue;
• aplicar a solução de hipoclorito de sódio a 200 ppm; • aplicar solução sanitizante de hipoclorito de sódio a 200
deixar secar naturalmente. ppm; deixar secar naturalmente.

Recipiente de lixo: Prateleiras de apoio e armários:


Campo de aplicação: limpeza e sanitização dos Campo de aplicação: higienização das prateleiras de
recipientes de lixo apoio e armários Frequência: semanal ou sempre que houver
Frequência: a cada dois dias ao fim do expediente ou necessidade.
sempre que necessário Responsáveis: parte interna, ADI e professor; parte
Responsável: agente operacional Procedimentos: externa, agente operacional.
• enxaguar os recipientes e tampas com água em Procedimentos:
temperatura ambiente, com auxílio de mangueira; • retirar os resíduos e toda sujeira visível;
• lavar a superfície com solução de detergente neutro com • passar um pano multiuso umedecido em solução
auxílio de esponja dupla face, esfregando; composta por água e detergente neutro;
• enxaguar os recipientes e tampas com água em • proceder à retirada do detergente com pano multiuso
temperatura ambiente, com auxílio de mangueira; umedecido em água;
• aplicar solução sanitizante de hipoclorito de sódio a 200 • passar um pano multiuso umedecido com solução de
ppm; hipoclorito de sódio a 200 ppm;
• escorrer o excesso de solução sanitizante e deixar secar • deixar secar naturalmente;
naturalmente. • manter os itens dos armários/prateleiras dentro de
caixas, organizadas e etiquetadas;
Higienização de equipamentos e utensílios –
procedimentos operacionais padronizados
• evitar o armazenamento de objetos sobre os armários,
na impossibilidade, estes deverão estar em caixas organizadas
e etiquetadas.
Roupa de cama e banho:
Campo de aplicação: roupa de cama e banho.
Cubas de banho:
Frequência: semanal e sempre que houver necessidade.
Campo de aplicação: higienização das cubas de banho
Responsável: agente operacional.
Frequência: após o uso
Responsáveis: agente operacional e ADI.
Colchonetes:
Procedimentos:
Campo de atuação: higienização de colchonetes.
Lavagem após o uso:
Frequência: semanal e sempre que houver necessidade.
Responsáveis: Agente Operacional (semanalmente) e ADI • realizar lavagem manual utilizando esponja sintética
(sempre que houver necessidade). macia umedecida em solução composta por água e detergente

Referências 71
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APOSTILAS OPÇÃO

neutro; enxaguar em água corrente; deixar secar Responsável: agente operacional Procedimentos:
naturalmente. Desinfecção periódica de bebedouros
• esvaziar e limpar o reservatório, passando uma esponja
Higienização no final do expediente: embebida em hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária);
• realizar lavagem manual utilizando esponja sintética • encher um galão vazio de 20 litros com água tratada (da
macia umedecida em solução composta por água e detergente torneira) e colocar cinco colheres das de sopa (50 ml) de
neutro; hipoclorito de sódio a 2,5%;
• enxaguar em água corrente; • colocar o galão no bebedouro e abrir as torneiras para
• espalhar solução sanitizante de hipoclorito de sódio em escorrer um pouco desta água clorada, fechá-las e deixar o
diluição de 200 ppm; deixar secar naturalmente. hipoclorito de sódio agir por 30 minutos;
Observação: É proibido arear (utilizar palha de aço ou • abrir novamente as torneiras esgotando toda a água do
sapólio) a cuba de banho, por se tratar de um perigo físico. galão;

Vasilhames de plástico em geral:


• encher o galão com água tratada (da torneira), colocar no
bebedouro e abrir as torneiras até esgotar;
Campo de aplicação: higienização de vasilhames de
plásticos (lavagem manual) • colocar o galão mineral a ser consumido, tomando os
Frequência: semanal devidos cuidados de substituição recomendados a seguir.
Responsável: agente operacional Procedimentos: Observação: desde que a substituição de galões siga os
procedimentos recomendados, essa desinfecção deverá ser
• realizar lavagem manual em solução por água e feita semestralmente, ou antes, sempre que for verificada
detergente neutro;
situação que possa contaminar a água.
• enxaguar em água corrente;
• preparar solução de hipoclorito de sódio a 200 ppm; Substituição do galão de água de 20 litros dos
• imergir os vasilhames de plástico na solução de bebedouros
hipoclorito de sódio a 200 ppm; deixar secar naturalmente. • lavar bem as mãos com água e sabão (ou sabonete);
• lavar todo o galão por fora com água, sabão e esponja,
Mesas e cadeiras: enxaguando bem com água tratada;
Campo de aplicação: higienização das mesas e cadeiras
Frequência: diária, semestral ou sempre que necessário.
• retirar o lacre, com auxílio de uma faca limpa;
Responsável: agente operacional Procedimentos: • higienizar a parte externa do galão (que ficará em
contato com a água dentro do bebedouro), com uma esponja
Sempre que necessário: embebida em hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) ou
álcool absoluto e enxaguar com água tratada;
• realizar a limpeza após os horários de uso;
• passar na superfície pano multiuso umedecido com • retirar a tampa do galão, com auxilio de uma faca limpa
(higienizada com hipoclorito de sódio a 2,5%);
álcool 70° até a retirada completa da sujidade.
Diariamente: • colocar o galão no bebedouro, sem tocar com as mãos as
partes que ficam em contato com a água potável.
• realizar a limpeza após o expediente;
• enxaguar a superfície com pano umedecido em água; Desinfecção periódica de bebedouros de pressão
• limpar com pano umedecido em detergente neutro; Frequência: semanalmente ou sempre que houver
• enxaguar a superfície com pano umedecido em água, até necessidade
a retirada completa do detergente; Responsável: agente operacional Procedimento:
• sanitizar com pano multiuso umedecido com álcool 70°. • Separar o seguinte material necessário:
• 2 baldes o 3 panos de limpeza o escova de limpeza o água
Semestralmente: o detergente líquido o luvas de autoproteção o álcool a 70%
• lavar as mesas e cadeiras com detergente neutro com o • desligar o bebedouro da tomada;
auxílio de esponja dupla face; • encher metade dos dois baldes: um com água e o outro
• secar com pano limpo; com água e detergente;
• sanitizar com álcool 70° ou com solução de hipoclorito • imergir o pano de limpeza no balde com solução
de sódio a 200 ppm. detergente e torcer;
• passar o pano no bebedouro, fazendo movimentos retos,
Pano de tecido: sempre de cima para baixo;
Campo de aplicação: limpeza e sanitização dos panos de
tecido utilizados em todos os setores da instituição
• molhar a escova no balde com solução detergente;
Frequência: diária • utilizar a escova para lavar ao redor do dispositivo de
Responsável: agente operacional Procedimentos: saída da água e o acionador de água;
• enxaguar com água corrente, retirando sujidades; • passar o outro pano com água limpa no bebedouro e
remover toda a solução detergente;–
• aplicar detergente neutro e esfregar os panos;
• enxaguar com água corrente até a retirada do • friccionar álcool a 70% ao redor do dispositivo de saída
de água, acionador de água e local de escoamento de água,
detergente;
repetindo o procedimento por três vezes;
• deixar imersos em solução composta de detergente e • ligar o bebedouro na tomada;
hipoclorito de sódio de um dia para outro.
• limpar o material de trabalho e guardar em local
Bebedouros de galões de água: adequado.
Campo de aplicação: desinfecção dos bebedouros e
substituição de galão de água
Frequência: semestral ou sempre que houver necessidade

Referências 72
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APOSTILAS OPÇÃO

Preparo de Soluções: Como é possível utilizar um conjunto de brincadeiras que


Preparação de soluções de Hipoclorito de Sódio (200 seja, ao mesmo tempo, adequado individualmente e, também,
ppm): a todo o agrupamento de crianças?
Objetivo: estabelecer procedimentos a serem adotados Como acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico em
para preparação de solução sanitizante de hipoclorito de sódio conjunto com a família?
a 200 ppm A creche oferece às crianças e a suas famílias o melhor em
Responsáveis: agente operacional e ADI Procedimentos: termos de serviços e materiais para a sua educação?
Atenção: No preparo da solução sanitizante de hipoclorito A creche tem uma proposta curricular em que o brincar e
de sódio a 200 ppm, devese proceder acrescentando a água a interação sejam contemplados?
sanitária na água e não o inverso; São muitas as questões e dúvidas abordadas por este
manual, mas é fundamental o empenho da professora e da
Preparo da solução sanitizante de hipoclorito de sódio equipe da creche para que as sugestões possam ser recriadas,
• misturar uma “colher de sopa” rasa (10 ml) de água dentro do contexto de cada prática e que, de fato, ocorra uma
sanitária em um litro de água (equivalente a 200 ppm); mudança duradoura, capaz de promover qualidade na vida das
crianças e de suas famílias.
Observação: deve haver uma rotina de preparo e A educação da criança pequena foi considerada, por muito
utilização da solução sanitizante de hipoclorito de sódio a 200 tempo, como pouco importante, bastando que fossem
ppm, com o objetivo de que não seja utiliza com mais de 6 cuidadas e alimentadas. Hoje, a educação da criança pequena
horas após o preparo. integra o sistema público de educação. Ao fazer parte da
primeira etapa da educação básica, ela é concebida como
questão de direito, de cidadania e de qualidade. As interações
e a brincadeira são consideradas eixos fundamentais para se
BRASIL, Ministério da Educação. educar, com qualidade.
Brinquedos e Brincadeiras nas A criança é cidadã - poder escolher e ter acesso aos
brinquedos e às brincadeiras é um de seus direitos como
creches: manual de orientação cidadã. Mesmo sendo pequena e vulnerável, ela sabe muitas
pedagógica. Brasíli: MEC/SEB, coisas, toma decisões, escolhe o que quer fazer, olha e pega
2012 coisas que lhe interessam, interage com pessoas, expressa o
que sabe fazer e mostra em seus gestos, em um olhar, em uma
palavra, como compreende o mundo.
O brincar ou a brincadeira - considerados com o mesmo
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS DE CRECHES2 significado neste texto - é atividade principal da criança. Sua
Manual de orientação pedagógica importância reside no fato de ser uma ação livre, iniciada e
conduzida pela criança com a finalidade de tomar decisões,
INTRODUÇÃO expressar sentimentos e valores, conhecer a si mesma, os
outros e o mundo em que vive. Brincar é repetir e recriar ações
Este manual tem a finalidade de orientar a seleção, a prazerosas, expressar situações imaginárias, criativas,
organização e o uso de brinquedos e brincadeiras nas creches compartilhar brincadeiras com outras pessoas, expressar sua
destinadas especialmente a crianças com idade entre 0 e 3 individualidade e sua identidade, explorar a natureza, os
anos e 11 meses, com base nas recomendações das Diretrizes objetos, comunicar-se, e participar da cultura lúdica para
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (MEC, 2009). compreender seu universo. Ainda que o brincar possa ser
Embora o universo de crianças com idade até 5 anos e 11 considerado um ato inerente à criança, exige um
meses também seja objeto de atenção, a prioridade está sendo conhecimento, um repertório que ela precisa aprender.
dada à educação das crianças menores que, historicamente, O brinquedo visto como objeto suporte da brincadeira
foram excluídas do sistema público de educação. pode ser industrializado, artesanal ou fabricado pela
A introdução de brinquedos e brincadeiras na creche professora junto com a criança e a sua família. Para brincar em
depende de condições prévias: uma instituição infantil não basta disponibilizar brincadeiras
1. Aceitação do brincar como um direito da criança; e brinquedos, é preciso planejamento do espaço físico e de
2. Compreensão da importância do brincar para a criança, ações intencionais que favoreçam um brincar de qualidade.
vista como um ser que precisa de atenção, carinho, que tem A pouca qualidade ainda presente na educação infantil
iniciativas, saberes, interesses e necessidades; pode estar relacionada à concepção equivocada de que o
3. Criação de ambientes educativos especialmente brincar depende apenas da criança, não demanda suporte do
planejados, que ofereçam oportunidades de qualidade para adulto, observação, registro nem planejamento. Tal visão
brincadeiras e interações; precisa ser desconstruída, uma vez que a criança não nasce
4. Desenvolvimento da dimensão brincalhona da sabendo brincar. Ao ser educada, a criança deve entrar em um
professora. ambiente organizado para recebê-la, relacionar-se com as
Tais condições requerem o detalhamento de aspectos que pessoas (professoras, pais e outras crianças), escolher os
emergem na prática pedagógica: brinquedos, descobrir os usos dos materiais e contar com a
Quais brinquedos selecionar e adquirir? mediação do adulto ou de outra criança para aprender novas
Em que quantidade? brincadeiras e suas regras. Depois que aprende, a criança
Há certeza sobre sua qualidade? reproduz ou recria novas brincadeiras e assim vai garantindo
Como utilizá-los? a ampliação de suas experiências. É nesse processo que vai
Como modificar e recriar o espaço físico para introduzir experimentando ler o mundo para explorá-lo: vendo, falando,
novos mobiliários, materiais e brinquedos? movimentando-se, fazendo gestos, desenhos, marcas,
Os interesses e necessidades das crianças de diferentes encantando-se com suas novas descobertas.
segmentos étnicos, sociais e culturais estão sendo A brincadeira de alta qualidade faz a diferença na
contemplados? experiência presente e futura, contribuindo de forma única

2BRASIL.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brinquedos e 2012. <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao_brinquedo_e_brincad


brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica / Ministério da eiras_completa.pdf>
Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC/SEB,

Referências 73
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APOSTILAS OPÇÃO

para a formação integral das crianças. As crianças brincam de Para iniciar a análise, é preciso pensar no significado de
forma espontânea em qualquer lugar e com qualquer coisa, Interação: ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais
mas há uma diferença entre uma postura espontaneísta e coisas, ou duas ou mais pessoas; ação recíproca. (Dicionário
outra reveladora da qualidade. A alta qualidade é resultado da Aurélio da Língua Portuguesa).
intencionalidade do adulto que, ao implementar o eixo das Na educação infantil, sob a ótica das crianças, ocorrem
interações e brincadeiras, procura oferecer autonomia às interações entre:
crianças, para a exploração dos brinquedos e a recriação da • as crianças e as professoras/adultos - essenciais para dar
cultura lúdica. É essa intenção que resulta na intervenção que riqueza e complexidade às brincadeiras;
se faz no ambiente, na organização do espaço físico, na • as crianças entre si - a cultura lúdica ou a cultura infantil
disposição de mobiliário, na seleção e organização dos só acontece quando as crianças brincam entre si, com idades
brinquedos e materiais e nas interações com as crianças. Para iguais ou diferentes (maiores com bebês, crianças pequenas
que isso ocorra, faz-se necessária a observação das crianças, a com as maiores);
definição de intenções educativas, o planejamento do • as crianças e os brinquedos - por meio das diferentes
ambiente educativo, o envolvimento das crianças, das famílias formas de brincar com os objetos / brinquedos;
e das suas comunidades e, especialmente, a ação interativa das • as crianças e o ambiente - a organização do ambiente
professoras e da equipe das creches. facilita ou dificulta a ação de brincar. Uma estante na altura do
É o conjunto desses fatores - as concepções, o olhar das crianças facilita o uso independente dos brinquedos.
planejamento do espaço, do tempo e dos materiais, a liberdade Um escorregador alto no parque, além do risco oferecido ao
de ação da criança e a intermediação do adulto - que faz a uso pelos pequenos, leva a uma situação de estresse no grupo
diferença no processo educativo, resultando em uma educação quando a professora proíbe utilizá-lo.
de qualidade para a primeira infância. Não se separa, portanto, • as crianças, as instituições e as famílias - tais relações
a qualidade da brincadeira da qualidade da educação infantil. possibilitam vínculos que favorecem um clima de respeito
Assim, neste manual, a brincadeira é sempre considerada mútuo e confiabilidade, gerando espaços para o trabalho
com o sentido de um brincar de qualidade. Para educar colaborativo e a identificação da cultura popular da criança e
crianças pequenas, que ainda são vulneráveis, é necessário de sua família, de suas brincadeiras e brinquedos preferidos.
integrar a educação ao cuidado, mas também a educação e o
cuidado à brincadeira. Tal tarefa depende do projeto Como ampliar a ação recíproca entre a(s) criança(s) e
curricular, um documento orientador das práticas cotidianas, a professora?
das programações diárias que acompanham a vida das A forma como a professora interage com a criança e seu
crianças e que ampliam gradualmente suas experiências em agrupamento infantil, a relação corporal que estabelece e que
todo o período de vivência na creche e precisa ser construído envolve corpo e olhar, pode facilitar ou dificultar o diálogo. Tal
pela equipe junto com as crianças e seus familiares. O brincar relação pode ser de igualdade ou de superioridade, e será
e as interações devem ser os pilares da construção deste exemplificado nas figuras que se seguem.
projeto curricular.
Para atender a essas preocupações, o manual foi concebido
em duas versões, com o mesmo conteúdo.
A primeira versão corresponde ao livro, que inclui o
conjunto completo das recomendações propostas, para ser
distribuído às instituições de educação infantil.
A segunda versão é a subdivisão do livro em cinco
fascículos, que serão destinados às professoras. A opção por
fascículos separados objetivou a produção de um material
mais leve e focado nos agrupamentos infantis ou temas, como
organização do espaço e compra de brinquedos. Os fascículos,
por serem pequenos, funcionam como práticos guias para
rápidas consultas específicas.

MÓDULO I
BRINCADEIRA E INTERAÇÕES NAS DIRETRIZES
CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Neste módulo são analisados 3 itens contemplados pelas


Diretrizes Curriculares de Educação Infantil:
1. Brincadeira e interações nas práticas pedagógicas e nas
experiências infantis
2. Brincadeira e proposta curricular Na figura 1, a professora está no mesmo nível que as
3. Brincadeira nas transições da casa à creche e da creche crianças e junto com elas. Sua postura corporal aberta revela
à pré-escola disponibilidade para interagir com o grupo, o que representa
uma forma de comunicação facilitadora.
1. Brincadeira nas transições da casa à creche e da Já na figura 2, a professora apenas observa, sua postura é
creche à pré-escola de vigia, ela não se inclui no grupo. A postura corporal isolada
denota uma atitude de não interação com o grupo.
As Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil, Na figura 3, professora e criança mantêm contato direto
de 2009, indicam que: pelo olhar e estabelecem um diálogo que as envolvem. Essa
forma de interação possibilita a construção de uma cultura
as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular partilhada entre a professora e a criança, criando um fluxo
da Educação infantil devem ter como eixos norteadores: as positivo que potencializa a aprendizagem.
interações e a brincadeira, as quais devem ser observadas, A figura 4 mostra uma relação corporal distante, de um
registradas e avaliadas. adulto que sempre olha para a criança “de cima” e não facilita
a criação de um vínculo de confiança e proximidade,

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APOSTILAS OPÇÃO

fundamental para processos comunicativos na primeira Brincadeiras de adultos e crianças de esconder objetos em
infância, em especial na faixa etária de 0 a 3 anos e 11 meses. baixo de almofadas ou copinhos, além de divertirem as
crianças que procuram encontrá-los, criam desafios para as
Portanto, as figuras 1 e 3 indicam interações positivas e mentes infantis em desenvolvimento.
partilhadas e as 2 e 4, a ausência de interações facilitadoras
para a comunicação. As interações e a brincadeira, que não b. Linguagens e formas de expressão
podem ser separadas na educação infantil, aparecem na forma As crianças expressam significações quando brincam: com
de práticas pedagógicas planejadas pelas professoras e em gestos, falam, desenham, imitam, cantam ou constroem
experiências vividas pelas crianças. estruturas tridimensionais. São tais ações que se denominam
formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e
a. Conhecimentos de si e do mundo musical. No interior dessas formas de expressão se encontram
As práticas pedagógicas devem garantir experiências diferentes modalidades de linguagem e gêneros textuais: falar,
diversas que contemplem os 12 itens que serão a seguir escrever cartas, contos de fadas, contos fantásticos etc.
especificados:
Experiência corporal - ver-se diante de um espelho EXPRESSÃO GESTUAL E VERBAL
favorece ao bebê o conhecimento de si mesmo e o leva a se As crianças comunicam-se por diferentes linguagens, por
identificar como distinto de outras crianças e dos objetos. gestos, expressões, olhares, pela palavra. Os bebês se
expressam inicialmente por gestos e sorrisos e, depois, pelas
Experiência com cores - o conhecimento de si próprio pode palavras.
ser experimentado pela imersão no universo das cores, O aprendizado da fala (linguagem verbal) se inicia no
através das sensações produzidas por folhas de celofane nascimento com a comunicação entre as crianças e seus pais
coloridas, que se penduram em varais. em casa e, depois, entre a professora e a criança ou entre as
Cortinas coloridas com aplicação de chocalhos e outros crianças na creche. Há diversos estilos de comunicação
objetos sonoros também proporcionam aos bebês a familiar que levam as crianças a aprenderem a falar e que
descoberta de sons na relação com o corpo. O toque, a fazem parte de suas culturas quando ingressam na creche.
investigação e a curiosidade são formas de aquisição de A comunicação na creche, que valoriza as interações e a
conhecimento de si mesmo e do mundo que os cerca. brincadeira, acontece em diversos momentos:
- quando a professora conversa com o bebê e ele responde
Experiências corporais e afetivas - o adulto, ao pegar a com um gesto, olhar ou sorriso;
criança no colo, troca olhares, sorrisos e oferece um clima - nas brincadeiras, ao relacionar nomes dos objetos e
afetivo e de bem-estar criando oportunidade para as primeiras situações do seu cotidiano;
descobertas; massagens no corpo e ambientes planejados com - nas brincadeiras corporais de exploração dos objetos do
materiais diversos proporcionam novas experiências; ambiente;
brincadeiras corporais propiciam desafios motores, como - nas brincadeiras de imitação;
subir em almofadas, pegar um brinquedo colocado a certa - nas danças e nas músicas;
distância, ou pegar vários materiais com as mãos; tocar seu - nos desenhos e grafismos;
próprio corpo, brincar com as mãos, pés e dedos. - nas comunicações cotidianas e no recontar histórias;
- na expressão de poesias, parlendas, adivinhas, cantigas
Exploração e conhecimento do mundo - as experiências de roda e de ninar.
motoras (corporais), possibilitam posicionar o corpo para a
exploração dos objetos, de subir na almofadas ou entrar em EXPRESSÃO DRAMÁTICA
um buraco, ações que favorecem o conhecimento do mundo. A expressão dramática começa a surgir quando as crianças
Ao colocar o brinquedo na boca, as crianças sentem sua manifestam o desejo de assumir papéis, como os de motorista,
textura, conseguem diferenciar algo que é mole ou duro, mas mãe, professora. Quando entram no faz-de-conta
tais características ainda estão no plano da experiência vivida, compreendem as funções desses personagens na sociedade:
seu pensamento ainda não consegue conceituar. Essas do motorista que dirige carros, da professora que educa as
experiências constituem as bases para que mais tarde possam crianças ou da mãe que dá comida para o bebê. As imitações
compreender os conceitos. anteriores, embora importantes, são repetições de ações
Tapetes com diferentes texturas e cores ou objetos que observadas pelas crianças sem a compreensão do significado
podem ser explorados, trazem experiências significativas para dos papéis desempenhados. A dramatização de situações
os bebês. Estruturas com materiais pendurados de diferentes imaginárias tanto nas brincadeiras de faz-de-conta como no
cores, tamanhos e texturas que, ao serem puxados pelas mãos recontar histórias deve ser livre para que as crianças possam
ou pés dos bebês, emitem sons e permitem que eles decidam expressar suas emoções e seus desejos. Nessa atividade, a
sobre o que querem fazer – balanças, puxar, ver e ouvir. variedade de acessórios, como bonecas de diversos tipos,
berço, carrinho, caminhões de diferentes tipos - cegonha,
As experiências expressivas – entre as brincadeiras caçamba, bombeiro, posto de gasolina, fantoches, bichinhos e
interativas que levam o bebê a se expressar, é muito conhecida kit médico auxiliam a representação de papéis, ampliando o
a de “esconder-e-achar” com fralda, dizendo “cucu”, repertório das brincadeiras.
“escondeu”, “achou”. Essa brincadeira ajuda a criança a
aprender os significados dos movimentos, regras e a expressão EXPRESSÃO PLÁSTICA
da linguagem oral e dos gestos. Mas somente quando o bebê Atividades relacionadas às artes plásticas incluem brincar
inicia a brincadeira e a conduz, escolhendo se vai esconder a si com tinta ou utilizar- se da natureza para fazer tintas – com
mesmo, ou seu bichinho de estimação, há aprendizagem e plantas, com terra –, possibilitando tanto experiências
desenvolvimento cognitivo. Nesse momento, ele teve agência sensoriais e prazerosas quanto plásticas. Brincadeiras com
(decisão própria). Essa forma de brincar para esconder outros cores iniciam-se com a exploração das tintas com as mãos, com
objetos desperta a curiosidade e o prazer – da descoberta, da o corpo, com pinceis, mas ganham em qualidade ao saber
repetição e recriação da ação. Há muitos brinquedos em que se misturá-las e recriá-las.
colocam bolinhas dentro de estruturas com túneis que Para iniciar atividades relacionadas às artes plásticas para
possibilitam a expressão do prazer do “desaparecer” e as crianças pequenas de creches, convém introduzir primeiro
“reaparecer”. a brincadeira livre de explorar tintas, de sentir a sensação de

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APOSTILAS OPÇÃO

pintar as mãos, o corpo, o papel, de misturar tintas e utilizá-las por exemplo “Vamos tomar banho”, cantar essa frase
em diferentes tipos de papéis, superfícies e objetos pequenos utilizando uma melodia conhecida. Tanto a palavra como a
e grandes. Com as crianças maiores, avançar em projetos frase, que fazem parte da conversação diária, podem ser
relacionados à construção de uma paleta de cores - o conjunto cantadas para que a criança entre em contato com a linguagem
de cores de uma determinada obra, seja ela pintura, escultura musical.
ou desenho. - Brincar com a voz, em repetição de sons, como o “ba, ba,
Para as maiores da pré-escola, em uma atividade ligada à ba” que o bebê balbucia, com o uso de estruturas melódicas,
construção de cores a partir de elementos da natureza, pode- mas sem as letras das músicas, proporcionam experiências
se oferecer inicialmente uma paleta com tons marrons, terras prazerosas e contribuem para a musicalização.
e verdes. - Encontrar um tempo na rotina diária para transformar a
Em uma atividade plástica ligada a pintura de flores, pode- “conversa com a criança” em um “musical”. A criança maior já
se oferecer outro conjunto com tons roxos, rosas, branco, utiliza a estrutura de uma cantiga ou parlenda para criar novas
verdes, azuis e laranjas. A paleta de cores é uma combinação músicas ou até contar histórias.
inicial que visa oferecer suporte às crianças em atividades - Para estreitar os vínculos entre a família e a creche e dar
plásticas que buscam aprimorar os conceitos de arte e estética. continuidade às experiências anteriores das crianças,
Um brincar de qualidade inclui a experiência com a arte, as aproveitar a cultura musical que elas já trazem de casa para
atividades plásticas e o uso de cores como suporte prévio para valorizar suas identidades culturais para, depois, acrescentar
que as crianças encontrem prazer e reconheçam na sua novos tipos de músicas que enriqueçam seus repertórios.
produção artística uma estética e uma beleza próprias. - Os brinquedos musicais de berço ou de manipulação para
As diversas técnicas voltadas para os trabalhos plásticos a produção de diferentes sons, ritmos melódicos contribuem
(argila, pintura, colagem etc.) requerem materiais não só para a musicalização mas para a expressão das
apropriados. diferentes linguagens infantis.
Crianças gostam de fazer marcas para expressar sua - Pode-se criar sons batendo com uma colher de pau em
individualidade e as tintas, nas artes plásticas, são ferramentas panelas enfileiradas, batendo duas tampas de panelas ou tocos
que cumprem essa finalidade. de madeira ao ritmo das músicas, falar ou criar sons dentro de
Brincar com massinhas, argila, gesso ou materiais de tubos e caixas.
desenho, pintar, fazer colagens e construções com diferentes - Os bebês se divertem ouvindo os sons do despertador ou
objetos, são linguagens plásticas associadas a experiências batendo em sinos e objetos pendurados que produzem sons.
sociais, motoras e sensoriais prazerosas. Entretanto, é preciso Pode-se criar um ambiente de exploração ao pendurar muitas
dispor de grande quantidade de massinha e argila para que as tiras de papel laminado ou celofane colorido no teto, na altura
crianças possam construir seus projetos (cerca de um quilo das crianças, para que elas possam tocar e criar sons.
para cada uma). - Cantar músicas, recitar parlendas, ouvir histórias
Uma quantidade pequena só possibilita a manipulação e cantadas são recursos importantes para todas as crianças.
não a modelagem das formas que expressam a imaginação, os - Recolher as cantigas que as mães cantam para os seus
desejos e as intenções de cada criança. A manipulação é filhos e cantar para as crianças. O repertório individual torna-
importante no início, mas deve ser seguida de inúmeras se coletivo, atende à diversidade cultural e traz identidade às
oportunidades para dar forma aos propósitos da própria crianças.
criança, o que só é possível com uma boa quantidade de argila.
O desenvolvimento do imaginário está relacionado com a c. Narrativas e gêneros textuais, orais e escritos
oferta cotidiana de práticas que ofereçam suporte para que as No processo de interação com o mundo, as crianças
crianças possam realizar suas recriações. Ver diferentes tipos adquirem experiências de narrativas veiculadas pelas
de esculturas, dispor de técnicas para compreender como se linguagens oral, escrita e visual.
faz a modelagem e ter materiais à disposição para uso Há várias formas para narrar experiências e mostrar
independente, são práticas necessárias que auxiliam a significados, seja utilizando cada uma das linguagens seja
expressão criativa. Para valorizar a autonomia das crianças, é integrando-as.
necessário dispor de tempo e materiais em quantidade Para favorecer as experiências de narrar, as crianças
suficiente para que elas escolham estes materiais e as técnicas podem ser levadas a apreciar as várias modalidades de
adequadas à produção do que desejam para suas expressões, linguagens e com elas interagir:
quer seja no desenho, no gesto ou na modelagem. FALADA - praticar a conversação, ouvir músicas, cantar,
contar e ouvir histórias, brincar com jogos de regras, com jogos
EXPRESSÃO MUSICAL imitativos, ver e comentar programas de TV, vídeos e filmes.
A música é essencial para a formação do ser humano. ESCRITA - usar ambientes impressos, livros, cartazes,
Auxilia o desenvolvimento do raciocínio lógico, traz letras, revistas, jornais, embalagens de brinquedos e
envolvimento emocional e é instrumento de interação. alimentos.
Brincadeiras de experimentar diferentes sons e instrumentos VISUAL - ver e criar imagens, desenhos, construções
musicais contribuem para o desenvolvimento da linguagem e tridimensionais, ilustrações, retratos, animação, TV, filmes.
a formação integral das crianças. COMBINAÇÃO DE LINGUAGENS VISUAL / ESCRITA /
FALADA - baseia-se em equipamentos que utilizam a tela como
Algumas sugestões para a expressão musical suporte e possibilitam a interação entre máquina e espectador,
- Ouvir e produzir sons, altos, baixos, acompanhados de a exemplo dos computadores e da TV. Internet, jogos
movimentos e uso de recursos da natureza, do corpo, dos eletrônicos e filmes possibilitam a conjunção das linguagens
objetos e materiais diversos, assim como o conhecimento da falada, escrita e visual, enquanto as embalagens de brinquedos
diversidade de músicas infantis ampliam as experiências das e alimentos, livros, revistas, capas de CD, privilegiam as
crianças. linguagens escrita e visual.
- Brincar de cantar palavras, como o nome das crianças, em MEDIAÇÕES CRÍTICAS - ao analisar os programas
diferentes ritmos e alturas, traz envolvimento afetivo e televisivos ou propagandas pode-se ampliar a experiência das
propicia interações. crianças por meio da mediação crítica da professora, que
- Transformar conversas com crianças pequenas em consiste em comentários críticos durante as brincadeiras,
momentos de musicalização cria um clima de afetividade, de enquanto olha a imagem de um livro ou vê algum programa de
prazer partilhado e de encanta- mento. Ao falar com a criança, TV.

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outros textos, como bilhetes e receitas; acesso aos textos da


Há dois fatores importantes para ampliar as narrativas das cultura oral como cantigas de ninar, de roda, parlendas, trava-
crianças: o trabalho integrado com a família e o uso da sua línguas, fórmulas de escolha, adivinhas, enigmas, linguagens
cultura popular. secretas, histórias de bichos, de animais, contos e lendas
Quando se estreitam as relações entre a casa e a creche ou brasileiras e de vários povos, amplia o repertório das
se conhecem os brinquedos e brincadeiras preferidos pelas narrativas infantis.
crianças, seus familiares e comunidade, ou seja, a sua cultura Crianças que aprendem gêneros de texto como “Serra,
popular, caminha-se na direção da ampliação das experiências serra, serrador, serra o papo do vovô”, facilmente tornam-se
de narrativas infantis. Considerar os saberes das crianças autoras quando inserem o seu próprio nome ou o de uma
implica em não rotular como inadequada uma música cantada pessoa querida no lugar do “vovô”. É comum, também, o
por elas, ou uma preferência de dança ou um gesto, mas aproveitamento de frases de histórias que elas ouviram.
procurar ampliar suas experiências. As crianças ampliam suas narrativas ao dispor do acervo
de textos da literatura e da cultura oral que permanecem como
Algumas sugestões estruturas básicas para novas recriações.
- Escutar as crianças - deixar as crianças falarem de
situações ou brincadeiras que aprenderam nos ambientes ATENÇÃO
pelos quais circularam antes da sua vinda à creche; - As crianças pequenas deixadas sozinhas permanecem
- Perguntar às famílias - quais são os brinquedos, materiais passivas diante dos programas de TV ou filmes e pouco
e brincadeiras preferidos pelas crianças, para dar compreendem o que se passa, pela dificuldade da linguagem.
continuidade na creche às experiências do lar. Elas precisam de ações corporais, de exploração do ambiente
- Usar a narrativa das crianças - especialmente na hora da e de interação para compreender o mundo e desenvolver a sua
roda de novidades, ou no momento em que as crianças se linguagem.
reúnem para falar sobre o que fizeram no dia anterior, - Os momentos da programação para crianças maiores, em
aproveitar qualquer narrativa sobre suas experiências e que se oferecem práticas de ver programas de TV, ver vídeos e
brincadeiras prediletas para a exploração das várias filmes, devem ser acompanhados de conversas com a
linguagens. Se o menino conta que jogou bola com o pai, professora. Não podem ser momentos estáticos, em que as
escrever em um papel ou cartolina “Pedro jogou bola com o crianças apenas absorvem passivamente o que se passa nas
pai”, mostrar para as crianças e ouvi-las, pois podem surgir telas desses equipamentos. Conversar com a professora nos
discussões interessantes sobre as letras escritas no papel. Em momentos de ver e ouvir a TV, vídeos e filmes leva à promoção
outro momento, se Pedro quiser, poderá desenhar usando essa da visão crítica através dos comentários, sem proibir – é o que
cartolina com a frase criada com sua narrativa, desse modo os especialistas chamam de letramento crítico. Ao ouvir e
haverá continuidade da experiência significativa vivida por recontar histórias, as crianças experimentam o prazer de falar
Pedro, e a linguagem verbal se transforma em linguagem sobre o que viram na TV, o que conversaram com os amigos ou
escrita e depois em plástica, por meio do desenho. O com os pais, incluindo suas experiências e outras histórias que
letramento se fortalece com o uso da diversidade de conhecem.
linguagens para expressar os mesmos significados. A cada - Quando as famílias partilham informações com a equipe
expressão as crianças vão ressignificando melhor suas da creche / pré-escola sobre o que as crianças gostam de fazer
experiências e, em contato com o adulto e outras crianças, vão em casa e escutam o que a professora diz sobre o que seus
aperfeiçoando sua forma de ver o tema de seu interesse. filhos fazem na instituição, criam-se pontes para a construção
- Dar um pequeno papel para desenhar o mesmo tema de de um currículo que amplia a responsabilidade pela educação
interesse das crianças, depois outro maior, ou pintá-los com das crianças pequenas (pais e creche / pré-escola
diferentes tipos de materiais. Lápis, crayon, tintas variadas, /comunidade).
criam sempre oportunidades para ampliar experiências. Essa é a ponte de ligação para ampliar a imaginação e a
- Visitar, se possível, a casa de cada criança - para conhecer brincadeira mas, também, para criar entre a professora e os
como brincam e quais são os seus brinquedos e brincadeiras. pais um sistema de apoio contínuo, de mediações que
Pode-se, como alternativa, solicitar à mãe ou à criança para potencializam e enriquecem as experiências das crianças.
comentar quais são seus brinquedos prediletos. Ao comentar - O conteúdo da escuta das crianças deve ser ampliado pela
na creche a respeito dos brinquedos de cada um, a criança se inserção de novos conhecimentos, especialmente
sente valorizada. Solicitar às crianças que tragam brinquedos provenientes da literatura infantil e da vida cotidiana. Essa
não mais utilizados para pendurar na sala ou fora dela, prática requer o planeja- mento curricular e programático da
organizando o ambiente e tornando-o lugar de curiosidade, de creche, a formação das professoras para que tais gêneros de
exploração e de conversação. São objetos que lembram a casa textos estejam presentes nas suas práticas cotidianas. Não se
e com muitas histórias para contar e partilhar. pode esquecer que há a necessidade de supervisão das
- Valorizar a cultura das crianças - deixar as crianças práticas para verificar a continuidade dessas experiências na
contarem o que gostam de fazer em suas casas, valorizar creche e a ação política de dar suporte material para que elas
experiências vividas, são oportunidades de trazer e ampliar sejam implementadas.
suas narrativas. Após essa escuta, a professora poderá mostrar
outros conteúdos da cultura oral, introduzindo novos contos, Objetos e atividades que contribuem para as
parlendas, trava-línguas, adivinhas, músicas, danças, livros, experiências narrativas
programas de TV e outras brincadeiras, ampliando desse As crianças fazem suas narrativas utilizando várias
modo ainda mais as experiências das crianças. linguagens: gestuais, orais e gráficas. Brinquedos, materiais e
- Participar da conversação diária com adultos e outras atividades diversas servem para que as crianças expressem
crianças, ouvir e cantar músicas, contar e ouvir histórias, suas experiências utilizando vários recursos para narrar o que
brincar com jogos em que se discutem as regras ou os pontos percebem ao seu redor.
ganhos ou perdidos, partilhar temas das brincadeiras de faz-
de-conta com outros parceiros são momentos que enriquecem Algumas sugestões
as experiências das crianças. - Bebês utilizam os gestos e algumas vocalizações para
explicar como conhecem os objetos ao seu redor. Um bebê, que
O contato com a diversidade dos textos orais e escritos por ainda não domina a linguagem verbal, explica ao adulto o que
meio da participação em conversas cotidianas, contato com

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APOSTILAS OPÇÃO

quer utilizando, por exemplo, gestos com o corpo, com as - Após várias tentativas para explicar, com sua narrativa
mãos, com expressões faciais, para narrar sua experiência. gestual e algumas vocalizações, a falta de leitura da fala
- A experiência narrativa do bebê é corporal, é gestual, com corporal inviabilizou a compreensão da narrativa por gestos
acompanha- mento de alguns sons que consegue articular. do bebê.
- Para ampliar as experiências narrativas das crianças é - Mais tarde, quando a mãe chegou, foi possível
fundamental que o adulto tenha um tempo diário com cada compreender a narrativa do bebê.
criança para ouvir suas narrativas e observar o que elas fazem, - Toda criança já traz de sua casa inúmeras experiências
para planejar novos suportes para ampliar tais experiências. lúdicas que podem ser aproveitadas na creche, se há diálogo
- Deve-se conversar com o bebê, por meio de olhares, entre a mãe e a professora. A continuidade e a ampliação das
trocar carinhos, dar tempo para o bebê responder a cada narrativas infantis depende do fluxo de informações entre a
demanda que se faz. O bebê sempre faz uma narrativa gestual, casa e a creche.
por sorrisos, gestos ou vocalizações. - Esse relato mostra a importância da professora observar
- Utilizar livros de pano, de papelão, plástico, com imagens as ações das crianças para compreender suas narrativas.
para as crianças “lerem” sozinhas, com amigos ou com a
professora e seu agrupamento, em um espaço aconchegante da Ouvir histórias e recontar
sala, com tapetes e almofadas, um baú com os “tesouros”, os As crianças gostam de ouvir vários tipos de histórias e,
livros, que podem ser levados para casa para que os pais também, fazer comentários, mas não de ficar apenas ouvindo,
continuem a experiência da leitura e ampliem as narrativas caladas. Ao participarem, vão se tornando leitoras, ouvindo,
infantis. vendo, falando, gesticulando, lendo, desenhando sua própria
- Construir caixas com personagens para contar histórias. história e construindo novas histórias.
- Envolver as crianças na construção dos personagens.
Utilizar recursos simples, como um lenço vermelho para ser a Algumas sugestões
Chapeuzinho Vermelho ou qualquer outro personagem, de - As histórias podem ser contadas em qualquer lugar e a
modo a criar um clima de envolvimento e convidar as crianças qualquer momento. No entanto, cada agrupamento deve
a ingressarem no mundo imaginário. dispor de um tempo cotidiano para essa importante atividade.
- Deixar as crianças escolherem e pegarem os livros, pois - Criar por exemplo, alguns rituais para iniciar o momento
as narrativas na creche se iniciam com a manipulação: segurar de contar histórias, como acender uma vela para criar
o livro, virar páginas, ver imagens, indicar com o olhar ou com envolvimento, usar um espaço coberto com tecido, utilizar
o dedo figuras de interesse. Ouvir a narrativa de crianças palavras mágicas que as crianças gostam ou trazer o
pequenas significa observar tais ações e responder com personagem preferido, um boneco construído por eles, para
pequenos comentários para valorizar tais ações, partilhar do momento da história.
- Mediações da professora são mais eficientes quando a - Ler o livro, contar do seu jeito, dramatizar a história,
história é partilhada; portanto, grupos menores são mais incluir diversas formas de recontar histórias usando
adequados. Enquanto a professora conta para um pequeno diferentes gêneros literários.
grupo, o outro pode brincar com materiais diferentes, ler os - No gênero literário dos contos de fadas, o mundo dos reis,
livros que estão no ambiente, na estante, ou envolver-se com princesas, bruxas, dragões encantam as crianças.
outras experiências de seu interesse. - As histórias do mundo encantado trazem uma estrutura
- Bebês precisam de atenção individualizada para as de começo, meio e fim, acompanhadas de expressões típicas,
interações com o livro. Dispor de um tempo para cada bebê como “era uma vez”, “depois...”, “e viveram felizes para
para ver as imagens do livro, fazendo os turnos de interações: sempre”, que auxiliam as crianças a recontarem a história e
após sua fala, deixar sempre o bebê falar (por gesto, sorriso ou ampliarem suas narrativas.
balbucio). - Somente quando as crianças têm agência, ou seja, quando
- Podem-se fazer narrativas por meio de desenhos. Os são elas que recontam de seu jeito, incluindo os personagens
traços das crianças relatam experiências que elas vivenciam, que querem, trazendo suas experiências do cotidiano,
falam do prazer em fazer os traços, nos desafios que isso misturando personagens de outras histórias, elas vão se
representa, no encantamento de produzir marcas. Observar, tornando leitoras, criando suas próprias narrativas.
escutar e valorizar tais ações amplia as experiências das
crianças. NARRATIVAS DAS CRIANÇAS
- As músicas e danças são outras formas de expressão da
criança para narra- rem suas experiências. Observar tais Uma criança de 3 anos, de um centro de educação infantil
atividades significa compreender suas narrativas. na cidade de São Paulo, após ouvir várias vezes a história da
- A manipulação de objetos dentro do Cesto dos Tesouros Branca de Neve, discutia com seus amigos e a professora a
(cesta de vime, redonda e sem alça) é uma experiência razão de ser sempre “branca” a personagem. Propôs uma
narrativa da criança que mostra pelos gestos, expressão facial história com a “Morena das Neves”, alternativa que reflete o
e envolvimento, seu nível de exploração desses objetos. contexto de diversidade em que vivem as crianças, em sua
maioria, de famílias afrodescendentes.
NARRATIVA DE UM BEBÊ
- Um bebê de um ano, nos momentos de brincadeiras com Outra criança utilizou a história de Chapeuzinho Vermelho
sua mãe, aprendeu a reorganizar as almofadas em uma para criar uma narrativa sobre o lobo. Na sua história, havia
varanda para brincar de fazer túneis, brincar de procurar dois lobos, um bom e outro mau. O “bom” morava no zoológico
brinquedos ou atravessar o túnel para encontrar sua mãe. e o “mau” matava os animais de lá.
- Na ausência da mãe, outra pessoa que desconhecia essa Essa versão expressa a vivência da criança, por ocasião da
forma de organizar o espaço da brincadeira e ainda não matança dos animais do zoológico por homens, fato ocorrido
compreendia a linguagem do bebê, brincava na mesma na cidade de São Paulo.
varanda com almofadas. O bebê tentava explicar pelos gestos
e pelo corpo como queria brincar. Ao não ser compreendido, Outra incluiu uma experiência familiar, ao dizer que
balançava a cabeça e o indicador do dedo para dizer “não é Chapeuzinho Vermelho levava na cesta bolinhos de chuva que
assim”, e verbalizava “nã, nã, nã”. O bebê tentava pegar as a vovó gostava.
almofadas que eram grandes e pesadas e não conseguia
empilhá-las para fazer o túnel.

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Ouvir histórias de todos os gêneros, deixar as crianças - A linguagem escrita vai emergindo quando se planejam
recontarem para inserir suas vivências e seus saberes atividades em que as crianças entram em contato com
ampliam as narrativas. diferentes materiais, que auxiliam a sua entrada no mundo
letrado: letras em cartazes, propagandas, embalagens,
As histórias têm elementos diferentes conforme as idades, refrigerantes, revistas e jornais.
as origens étnicas sociais, culturais, o gênero e os interesses - Brincar de colecionar, comparar e fazer álbuns com letras,
das crianças. Aos 3 e 4 anos, as crianças respondem mais verificar se uma tem perna de um lado ou de outro, partes
fisicamente, representando, batendo palmas, imitando os abertas e fechadas e diferenciar os formatos dos números são
personagens, as de 4 a 6 anos respondem por meio de atividades interessantes que se pode fazer na sala.
movimentos corporais como danças e aplausos, compartilham - As letras, os números, as formas geométricas podem fazer
descobertas em livros, por meio de ações e fazem parte de brincadeiras de pega-pega. Pode-se pendurar um
representações baseadas na literatura. cartaz nas costas de cada criança com a inicial de seu nome, ou
a sílaba. Sorteia-se o pegador usando “par ou impar”, “dois ou
um”, “tirar o palitinho” ou “jamquempô”
Ampliar a vivência de ouvir e recontar histórias (papel/pedra/tesoura). O pegador deverá correr atrás da letra
Essa é uma tarefa que requer ampliação de dois tempos no que ele anuncia. Se a letra for M ou Ma, então Mariana, Maria,
cotidiano das creches: a escuta de muitas histórias e o tempo Marcelo, devem correr e podem esconder-se entrando em um
para o seu reconto pelas crianças. círculo formado pelas outras crianças, que protegem o colega
que tem o nome procurado nas costas. O pegador pode furar o
Algumas sugestões cerco e correr atrás do procurado. A criança que for pega pode
- Criar no tempo cotidiano momentos para contar histórias anunciar o novo nome a ser procurado. A professora pode
e deixar as crianças recontarem. intervir trazendo para a brincadeira os nomes das crianças que
- Modificar as formas de apresentar as mesmas histórias: ainda não foram chamadas.
lendo, contando de seu jeito, trazendo personagens para - Brincar de pegar letrinha, além de ser brincadeira
ilustrar a história, montando uma tenda (um lençol pendurado motora, auxilia na construção da identidade, valorizando os
no canto da parede, um tecido elástico, liso ou colorido, com nomes de cada criança e é ferramenta para o ingresso no
diferentes texturas), ou à sombra de uma árvore. mundo letrado.
- Os brinquedos na forma de monstros, animais, bruxas, - As variações dessa brincadeira podem incluir números,
princesas, super-heróis, personagens preferidos das crianças, formas geométricas, cores, flores, frutas, personagens do
podem, também, desencadear um “mar de histórias” se for mundo fantástico, histórias ou outras situações que as
dada a liberdade para cada criança narrar suas experiências. próprias crianças escolhem.
- Fantoches na forma de famílias, brancas e negras, animais - Brincar de fotografar ou desenhar letreiros, placas de
domésticos ou do zoológico, personagens do folclore, como o carros, sinais de trânsito, propagandas; visitar um
saci, o curupira, são importantes recursos nas atividades de supermercado e verificar as sinalizações e marcas dos
narrativas. Dedos pintados com carinhas ou dedoches são alimentos é um interessante “passeio” para iniciar a criança no
alternativas simples e desencadeiam o imaginário e o mundo letramento.
de interações por meio de brincadeiras. ATENÇÃO
- Caixas de papelão ou de madeira contendo cenas e Durante a brincadeira imaginária, a criança integra outros
personagens da história. Esse material dá visibilidade aos textos. Além de usar a linguagem falada, pode “escrever “, com
personagens e ajuda as crianças a acompanharem a história qualquer rabisco, tornando o ato simbólico da escrita parte da
por meio do cenário montado na caixa, o que proporciona um ação de fazer receitas médicas, colocar cartas no correio,
maior envolvimento. construir outros textos com desenhos e imagens
- Livros estruturados, contendo formas tridimensionais tridimensionais. Lembrar-se que a expressão da criança
que aparecem subitamente na abertura das páginas, com pequena só é possível por meio de linguagens. Integradas. A
figuras e cenários que se abrem diante das crianças, como uma separação neste segmento é apenas de natureza didática.
flor que desabrocha, ou um castelo que emerge, encantam as Portanto, a criança está sendo letrada quando vê embalagens
crianças e criam um clima de envolvimento, de prazer e de de alimentos, em programas televisivos ou nas áreas de
encantamento. brincadeiras, discute com a professora e com os amigos, dança,
- Dramatização da história com a encenação de um teatro fala, desenha ou modela personagens ou situações que lhe
e participação das crianças e adultos (professoras, interessa e utiliza a cultura oral e a poética para a expressão
funcionárias/os, pais). de suas narrativas. Em todas essas situações, ela mostra que
- As histórias podem ser contadas em qualquer lugar e em estão compreendendo o mundo letrado utilizando várias
qualquer momento do tempo cotidiano. No entanto, cada formas de expressão conjugadas. Portanto, filmar crianças
agrupamento deve dispor de um tempo cotidiano para essa brincando, deixá-las ver o filme, solicitar que façam desenhos
importante atividade. Promover, por exemplo, alguns rituais sobre o que estão fazendo nas cenas e pedir que falem sobre o
para iniciar o momento de contar histórias, como acender uma que fazem, implica no uso de várias linguagens: visual, gestual
vela, para criar envolvimento, usar um espaço coberto com e gráfica. As ações ficam mais significativas quando se tem
tecido, utilizar palavras mágicas que as crianças gostam ou oportunidade de rever as mesmas cenas com várias
trazer o personagem preferido (um boneco construído por linguagens.
eles, para partilhar do momento da história.
d. A brincadeira e o conhecimento do mundo
Desde o nascimento, as crianças vão entrando no mundo matemático
letrado. Esse mundo se inicia com gestos, olhares, depois com Contextos significativos possibilitam experiências ricas
a oralidade, desenhos e construções tridimensionais até para as crianças no conhecimento do mundo social,
chegar à escrita propriamente dita. A oralidade, a escrita e a matemático, artístico, etc. Na educação infantil, essas
imagem visual tem papel importante nesse processo e experiências ocorrem nas brincadeiras.
integram o que se entende por letramento. Como ampliar o Como experimentar contextos significativos que
letramento para crianças menores? favoreçam a sua imersão no mundo matemático?
Os bebês experimentam a imersão no mundo matemático
Algumas sugestões usando o seu próprio corpo, movimentando-se no espaço,

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subindo, descendo, entrando e saindo de caixas, túneis ou - Brincadeiras tradicionais como esconde-esconde, pique,
buracos. Brincando de rolar sobre rolos de espuma, subindo pular corda, amarelinha, brincadeira de roda, facilitam a
em estruturas preparadas para criar desafios, brincando de integração no grupo.
esconder e achar objetos, olhando de cima ou de baixo, - Depois de integradas, elas adquirem confiança e pode-se
deitado, sentado ou de pé, apalpando objetos, encaixando ensinar novos jogos.
peças, balbuciando sons ao ritmo de melodias, o bebê está - Nas brincadeiras em pares, podem ser usados brinquedos
explorando a geometria dos objetos, o espaço físico, os sons e como carros com dois lugares para os bebês serem puxados e
mergulhando no mundo matemático. triciclos, com assento regulável e apoio traseiro, para pedalar
A entrada no mundo da matemática ocorre quando a e até dar carona a um amigo.
professora sabe como encaminhar a criança para brincadeiras - Escolher um escorregador com a prancha larga para que
em que se vai descobrindo o significado dos números. O bebê duas a três crianças possam escorregar juntas.
ingressa no mundo matemático pelo uso do corpo no espaço, - Nas atividades individuais, pode-se oferecer a
pelas experiências que realiza com os objetos. Crianças diversidade de materiais e brinquedos interessantes para as
maiores já vão medindo a sala com cabo de vassoura, de braços crianças. Um bom exemplo é o recipiente com materiais de uso
abertos ou com as palmas da mão, fazendo marcas ou cotidiano, conhecido como Cesto dos Tesouros, em que as
números. Assim vão compreendendo o significado de tamanho crianças podem manipular e explorar num mesmo lugar vários
e quantidade objetos que lhes interessem, de acordo com seu ritmo.
- Para grandes agrupamentos, deve-se prever não só a
Brincadeiras para pensar sobre como medir e quantificar diversidade, mas a quantidade de materiais e brinquedos para
- Desenhar os móveis e objetos dentro da sala. garantir o brincar de cada um e ampliar contatos sociais.
- Brincar em diferentes posições: deitado, em cima, - O clima de confiança se estabelece quando se criam
embaixo, do lado. momentos em que as crianças ensinam as brincadeiras que
- Contar os dias, observar quantas crianças vieram e conhecem aos novos coleguinhas, em situações de
quantas faltaram, anotar no calendário diário, se há sol, chuva cumplicidade entre crianças de idades iguais e diferentes.
ou nuvens, verificar as atividades ao longo do dia.
- Classificar conjuntos de objetos com palavras como ATENÇÃO
“nenhum”, “muito”, “pouco”, “bastante”. Cada criança é diferente da outra. Uma vive no centro,
- Criar símbolos para indicar quantidades. outra na periferia, em bairros nobres ou populares. Algumas
- Fazer coleções de objetos de modo que elas possam vivem em famílias que falam outras línguas, tem hábitos
compor o cotidiano, a sala, os espaços de sua casa ou da creche. alimentares e formas de brincar que são diferentes, porque
- Brincadeiras, como a dança das cadeiras, de trazem a cultura de outros países. Enfim, todas são crianças,
correspondência entre a criança e a cadeira: a cada criança que mas diferentes na forma de falar, pensar, relacionar-se e até de
sai tira-se uma cadeira. brincar. Desta forma, um agrupamento da mesma faixa etária
- Boliche (de tecido, macio para os menores e mais duro, de pode ter interesses comuns específicos, mas a singularidade de
plástico, para os maiores) ou argolas no poste, para contar os cada criança precisa ser respeitada.
acertos. Para aprender novas formas de brincar, as crianças
- Brincar de medir as crianças. precisam ter contato diário com outras crianças não só do seu
- Apostar corrida para ver quem chega primeiro a um lugar agrupamento, mas com as mais velhas em espaços de dentro e
marcado. fora da instituição infantil.
- Cantar, pular corda e recitar parlendas, trava-línguas, em
ritmo rápido e lento. f. Brincadeiras livres: cuidado pessoal, auto-
- Marcar as batidas com as palmas e os pés, aumentar ou organização, saúde e bem-estar
diminuir o tom de voz. Muitos acreditam que a brincadeira livre é natural nas
- Jogar bolas coloridas, cada cor em uma cesta. crianças. Ao imaginar que as crianças nascem sabendo brincar,
- Pescar e anotar com marcas ou números os peixes que não precisam aprender, que brincam em todo lugar e com
pescados. o que existe, concluem inadequadamente que nada precisa ser
- Fazer compras em supermercado, pagando com feito.
“dinheiro” feito pelas crianças. Deve-se lembrar que este manual aborda as brincadeiras
de qualidade que precisam de planejamento.
e. Brincadeiras individuais e coletivas As brincadeiras livres devem ocorrer em ambientes
As crianças brincam sozinhas ou em grupos em qualquer planejados para essa finalidade, de modo que as crianças
lugar, inclusive na creche. É importante ter um tempo possam vivenciar durante esse processo experiências de
individual para “pensar” sozinho, para “falar” com seu amigo cuidado com o corpo, capazes de lhes propiciar bem-estar e
imaginário, ou explorar um brinquedo. Uma educação de oportunidade de auto-organização.
qualidade deve ofertar tempos para brincadeiras individuais e O clima de confiança se estabelece quando se criam
grupais. momentos em que as crianças ensinam as brincadeiras que
conhecem aos novos coleguinhas, em situações de
Algumas sugestões cumplicidade entre crianças de idades iguais e diferentes.
- Valorizar a organização da sala depois da brincadeira
contribui para a construção da autoestima e da identidade da Algumas sugestões
criança e do grupo. A partir de um ano e meio, as crianças - Brinquedos e materiais em estantes baixas, na altura do
começam a gostar de organizar seus brinquedos. Criar com olhar das crianças, separados e organizados em caixas
elas sistemas de organização faz parte da brincadeira, etiquetadas com o nome dos brinquedos oferecem autonomia
pegando, brincando e depois guardando os brinquedos. às crianças para pegá-los, usá-los e depois guardá-los. A
- Toda situação nova pode trazer um pouco de tensão. O responsabilidade de cuidar dos objetos de uso coletivo é
desconhecimento de brincadeiras pode levar a criança a se adquirida nesse tipo de brincadeira. A auto-organização da
afastar do grupo, por isso, para uma boa integração, nada criança, nesse processo de pegar e guardar o brinquedo,
melhor do que iniciar com brincadeiras conhecidas por todas. contribui para a sua formação e passa a fazer parte da
brincadeira. Esse sistema propicia, também, o
desenvolvimento da linguagem escrita e visual, porque as

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crianças observam o desenho e o nome do brinquedo na - O bem-estar das crianças tem relação com suas
etiqueta e vão gradativamente descobrindo o significado das necessidades: dormir ou brincar, comer ou ficar com seus
palavras escritas durante esse processo de organização. brinquedos afetivos. Deve-se promover atividades
- Com o apoio da professora, crianças pequenas exploram interessantes para aquelas que não querem dormir ou
autonomamente os objetos, e são orientadas a guardá-los após reservar sempre espaços para aquelas que, mesmo durante os
o uso em sacolas ou caixas devidamente identificadas. A tempos de atividade, precisam dormir.
professora faz a mediação, indicando as peças que se - Deixar em espaços delimitados e conhecidos pelas
encontram espalhadas e onde devem ser guardadas, até as crianças os seus brinquedos de afeto, para que possam pegá-
crianças adquirirem o hábito da auto-organização. Essa los quando quiserem, por exemplo, seu bichinho de estimação.
brincadeira de identificar o tipo do brinquedo e guardá-lo na Garantir essa tranquilidade é exemplo de um ambiente de
respectiva sacola/caixa, introduz, na educação infantil, a bem-estar.
experiência prévia para a compreensão da classificação. - A edificação de estabelecimentos de educação infantil
- Na educação infantil é fundamental a integração dos influi no bem estar das crianças. O projeto arquitetônico do
tempos de cuidar, educar e brincar. O planejamento coletivo edifício da creche deve atender às normas brasileiras de
sobre o uso do espaço físico da creche por professoras e conforto ambiental para que bebês e crianças pequenas não
gestoras, facilita a integração entre cuidar/educar e brincar sejam submetidos a situações de risco e desconforto
em todos os tempos da permanência da criança na creche. (temperaturas muito altas ou baixas, ruídos excessivos, pisos
- Espaços de troca e banho integrados aos da sala de frios para engatinhar, refeitórios barulhentos, parques sem
atividades possibilitam à professora dar banho em uma sombra etc.), prejudiciais ao seu desenvolvimento e à sua
criança, observar outras que brincam próximo a ela e, ao saúde.
mesmo tempo, visualizar as que estão na sala de atividades. - O edifício da creche deve ser composto por ambientes
Esse é um exemplo de ambiente que integra o cuidar/ acolhedores, áreas diferenciadas para brincadeiras em
educar/brincar. É também divertido brincar de tomar banho ambientes internos (espaços de movimentação, espaços para
de esguicho nos dias muito quentes. apresentações teatrais, espaços para artes, música, salas de
- Enquanto a professora dá banho em uma criança, pode atividades etc.) e externos (parques com relevos, vegetações e
convidar outras para brincar de encher e esvaziar canecas em situações que promovam desafios saudáveis para bebês e
uma bacia. É muito prazeroso. crianças pequenas).
- Integrar o brincar com as ações de cuidado e educação faz
com que, mesmo durante o banho, a professora olhe e fale com g. Brincadeiras e vivências éticas e estéticas com
o bebê. Ao responder com um sorriso, olhar ou balbucio, o outras crianças grupos culturais, para favorecer a
bebê interage e inicia o processo do brincar. identidade a diversidade
- Para a saúde e o bem-estar da criança, é fundamental que
as brincadeiras ocorram em ambientes tranquilos, seguros, em VIVÊNCIAS ÉTICAS INCLUEM:
espaços internos e externos, cotidianamente. - ações, como respeitar o espaço de brincar do outro,
- Mesmo durante a alimentação, se o bebê derrubar a guardar, emprestar os brinquedos e esperar sua vez de usá-lo;
colher, deve-se brincar dizendo: “Caiu a colher!” e observar - ações de responsabilidade e de democracia.
como ele repete a ação: se há repetição com prazer, a
brincadeira integrou o cuidar e o educar. O tempo da VIVÊNCIAS ESTÉTICAS INCLUEM:
alimentação é também o momento para a apreciação das cores, - uso dos objetos ao modo individual de cada criança;
texturas, cheiros dos alimentos, além de ser espaço para - uso de acordo com a cultura estética de sua família e de
imitação. sua comunidade.
- Quando o bebê quer dar de comer ao outro, colocar uma
boneca perto dele para que possa repetir ações imitativas. Algumas sugestões
- Durante as brincadeiras, especialmente com bonecas, as - Brincadeiras com sucata e blocos desenvolvem a
crianças expressam seus conhecimentos sobre os cuidados criatividade e tais materiais ganham formas variadas nas mãos
pessoais: tomar banho, pentear o cabelo, vestir-se, trocar das crianças, que por meio deles expressam sua visão do
fraldas. mundo.
- Durante a brincadeira, podem surgir confrontos: um - Uma criança que, por exemplo, observa o pai reformar o
empurra o outro para tomar o brinquedo, o que obriga a jardim de sua casa e, na creche, reproduz a atividade a seu
professora a intervir, para a criança aprender a controlar modo usando blocos de construção, fazendo um jardim similar
sentimentos de raiva quando não consegue o brinquedo, ao construído por seu pai, está oferecendo um exemplo de
levando-a a partilhar a brincadeira com o amiguinho. Os vivência estética. Ela reproduz na brincadeira a mesma
conflitos fazem parte da educação das crianças e devem ser estética que o pai utiliza na organização dos blocos para
experimentados, para que aprendam a compartilhar e a viver construir o jardim de sua casa.
em grupo. - Espaço do faz-de-conta - a estética adotada por cada
- As experiências mediadas que focam a saúde e o bem- cultura diferencia, por exemplo, a panela de barro ou de
estar também estão relacionadas com a disposição e o alumínio utilizada para fazer comida; a rede, o berço ou o cesto
planejamento do uso do espaço no edifício escolar bem como para pôr a boneca para dormir - a criança organiza os
com as diversas opções de atividades para as crianças. utensílios domésticos no espaço da casinha, conforme suas
- A integração de ambientes internos (sala de atividades) experiências prévias, adquiridas em casa.
com os espaços externos (pequenos parques conjugados às - Respeitar as vivências estéticas de grupos culturais
salas) possibilita à criança autonomia para entrar e sair significa utilizar as práticas cotidianas das famílias na
durante determinado momento do dia, de acordo com a organização do seu espaço de vida cotidiano. A organização da
atividade e a proposta curricular da instituição. Estar ao lado casa, do jardim, é um exemplo de vivência estética que pode
de um parque pode fazer muita diferença nas atividades ser utilizado para organizar os espaços de faz-de-conta.
cotidianas de um berçário: para a criança, abre a possibilidade - As vivências éticas podem aparecer nos jogos em que se
de estar ao ar livre e de ter mais espaços para brincar; para a ganha ou perde, em que se discutem as regras e as implicações
professora, significa dispor de recursos que a auxiliem na quando forem burladas.
realização de um trabalho de qualidade que integre espaços - As vivências éticas podem manifestar-se no respeito ao
internos e externos. espaço do brincar do outro, em não destruir a construção feita

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pelo amiguinho, de aprender a guardar os brinquedos Essas crianças precisam de brinquedos e materiais específicos
utilizados, a partilhar os brinquedos, emprestando ou e diversos para elas, da supervisão da professora e de amigos
esperando sua vez de brincar. Para favorecer as vivências para observar e brincar junto.
éticas é importante construir, com as crianças, regras para o
convívio no dia a dia ATENÇÃO
É fundamental pensar em práticas específicas para cada
PASSO-A-PASSO criança. Mesmo apresentando algumas características comuns
CRIAR NORMAS nos grupos culturais, uma é diferente da outra, o que requer
1. Discutir com as crianças o que elas acham que está observá-las individualmente, para que os interesses e as
correto ou errado, o que se pode fazer ou não. necessidades de cada uma façam parte do planejamento
2. A professora escreve em uma frase cada norma criada curricular. Não apenas na sua entrada na creche, mas a
pelas crianças. qualquer momento, em todos os dias, o cuidado com a
3. As crianças fazem o desenho de cada norma. individualidade e a diversidade aumentam as oportunidades
4. As crianças selecionam o desenho que melhor de educação.
representa cada norma.
5. A professora organiza um grande cartaz em que h. Brincadeiras: mundo físico e social, o tempo e
aparecem as normas escritas e os desenhos selecionados. natureza
6. Colocar na parede ou em um grande quadro as normas MUNDO FÍSICO
escritas e desenhadas pelas crianças, que servem de guia para O mundo físico é entendido como a forma cognitiva da
as ações do dia a dia. criança experimentar situações em que percebe pelos sentidos
físicos (visão, audição, tato, paladar, olfato) como é a realidade
ATENÇÃO à sua volta. Ao brincar, a criança explora e experimenta o que
Esse cartaz é um suporte para que as crianças se lembrem se pode fazer com a água ou com a terra e vai compreendendo
do que o próprio grupo propôs como ações permitidas ou o mundo ao seu redor. Não se trata de propor à criança a
proibidas. A frase escrita pela professora é também um aquisição de uma definição científica do fenômeno físico, pois
recurso para o letramento, assim como o desenho da criança é essa é a tarefa do ensino fundamental.
outra linguagem que facilita a compreensão do significado de
cada norma. Se a professora fotografar, digitalizar e diminuir Algumas sugestões
os desenhos pode-se ter um quadro de melhor dimensão para - Brincando com água usando tubos, peneiras, canecas e
ocupar um espaço menor nas paredes da sala. garrafas, as crianças questionam a razão da água não parar na
Lembrar que, para o criador da escola infantil italiana, peneira, o que faz emergir a hipótese de “segurar” a água com
Malaguzzi, o mobiliário e paredes fazem parte do ambiente a mão debaixo da peneira.
educativo, é como se um “segundo adulto” auxiliasse - Brincando com água, fazendo chuva, vapor ou gelo, as
continuamente a educação de seu agrupamento. crianças aprendem a mudar a natureza das coisas do mundo
físico.
SITUAÇÕES QUE FAVORECEM A IDENTIDADE E - Brincando com objetos para produzir som, desenhando
DIVERSIDADE CULTURAIS com carvão ou giz de cera, fazendo sombra ou luz com vela ou
- As crianças são diferentes. Cada qual tem sua identidade lanterna, produzindo tintas com plantas e terra para criar
própria, vive em famílias distintas, provém de comunidades cores, as crianças entram em con- tato com as transformações
étnicas, ambientes culturais e níveis econômicos diversos. do mundo físico.
- Ampliam seu conhecimento quando o adulto propicia
Como aproveitar essa diversidade utilizando as materiais, tempo para brincar, observar ou desenhar situações
brincadeiras? em que se pode observar as transformação do mundo físico
- É possível aprender brincadeiras típicas com crianças de utilizando água, areia e terra.
outros países ou de comunidades indígenas, quilombolas,
ribeirinhas, do campo e afrodescendentes. Por exemplo, no MUNDO SOCIAL
pega-pega, o pegador poderá ser um personagem do mundo As pessoas vivem em mundos sociais, com suas famílias e
real ou imaginário referente à cultura do grupo, como onça, seus vizinhos, em locais em que compartilham suas vidas com
caçador, cuca, bruxa, mula sem cabeça, saci ou curupira. as pessoas no mundo do trabalho, da escola, do lazer, da vida
- Brincadeiras de faz-de-conta - ao pentear o cabelo no doméstica, onde estudam, aprendem, trabalham, passeiam ou
salão de beleza, diante do espelho, as crianças têm consciência convivem com seus familiares.
da cor de sua pele e do tipo de cabelo, tendo a oportunidade de O mundo social, ao conter a diversidade de profissões, de
avaliar a estética de seu grupo cultural. A mediação da situações da vida na cidade, no campo, nos acampamentos, é
professora, ao valorizar as características de cada uma, auxilia rico de experiências que as crianças aproveitam para ampliar
a construção da identidade da criança. seu repertório de brincadeiras, por meio de interações com
- Contar histórias dos diferentes povos e dos objetos por outras pessoas e expressar novas formas lúdicas.
eles utilizados.
- Oferecer bonecas negras, brancas e objetos de enfeite de Algumas sugestões
cada agrupa- mento cultural nas áreas de faz-de-conta, o que - Conforme a região do país, há diferentes formas de
possibilita vivenciar o modo de vida da criança e de sua família. brincar e denominações diferentes para a brincadeira como
- Organizar, com os pais, vivências de brincadeiras típicas pipa, pandorga, quadrado ou rodar pião com regras diversas.
da comunidade para aumentar o repertório de brincadeiras de - As práticas sociais de expressão de brincadeiras incluem
todas as crianças e propiciar a aprendizagem do respeito às desde fazer boneco de sabugo de milho a relógio de sol, pisar
formas de vida dos vários grupos. na sombra dos outros, desenhar os pingos da chuva, pisar nas
- As crianças com deficiências, com dificuldades de poças d´água, esconder-se, ser perseguida pela mula-sem-
aprendizagem ou as superdotadas requerem ambientes cabeça, o monstro ou o super-herói.
especiais, mas não devem ficar separadas das outras. Crianças - Jogos de tabuleiro, brincadeiras em grupo e suas regras
com mobilidade reduzida utilizam carrinhos ou equipamentos são criações da sociedade e trazem tanto valores da
específicos; o deficiente visual ou com baixa visão precisa de competição, em que se ganha ou perde, quanto aqueles
pisos diferenciados e corrimãos para aprender a se deslocar.

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portadores de valores éticos como cooperação, proteção ao uma mesa, um banco, que servem para brincadeiras
meio ambiente, saúde, biodiversidade, entre outros. imaginárias.
- Para ampliar esse tipo de brincadeira, construir com as - Amarrar nos troncos frondosos cordas para brincar de
crianças maiores os jogos de tabuleiro, introduzindo as balançar.
experiências das crianças no percurso do jogo. Uma ida ao - Utilizar as folhas e flores como alimentos nas
zoológico pode oferecer inúmeras experiências que podem brincadeiras imaginárias.
figurar nas caselas do jogo. - Brincar de esconder atrás de arbustos, árvores ou
- Desenhar em uma cartolina, uma trilha contendo dois morros;
percursos iguais, ou um esquema em cruz com ponto de - Brincar de colher musgos, conchinhas, pedrinhas, galhos,
partida e chegada para dois jogadores. Em algumas caselas a folhas e flores para fazer coleções ou recriar a natureza sobre
criança desenha, por exemplo, a girafa e o elefante como azulejos. A natureza se transforma em objeto de arte, em
animais maiores que requer parar para olhar. Outros cultura feita pela criança.
personagens do zoológico como o jacaré e o leão podem
figurar como perigosos e nessas caselas o jogador perde uma TEMPO
casela, tendo que voltar atrás. Momentos prazerosos como o O tempo pode parecer algo complicado para crianças
de tomar sorvete ou brincar no parque representam a sorte, pequenas. No entanto, elas vivem seu cotidiano mergulhadas
em que se avança uma casela. em atividades que exigem a atenção para o tempo. Como
- Discutir com as crianças as regras: sortear com os dados utilizar o cotidiano para fazer as crianças pensarem sobre o
a quantidade de caselas que se pode avançar; quem chegar no tempo?
final do percurso ganha; parar quando encontrar caselas com
as figuras de animais como a girafa e o elefante; voltar uma Algumas sugestões
casela quando encontrar um jacaré ou leão. Avançar uma - Brincar de fazer previsões de tempo, observar as
casela quando encontrar um sorvete ou um parque para fotografias da escola ou da casa da criança antes e depois da
brincar. reforma, ver o calendário diário e semanal da creche são
- Para crianças de creche, a professora já disponibiliza o atividades que promovem vivências sobre a noção do tempo.
tabuleiro com o traçado e solicita às crianças que desenhem - Os desenhos feitos pelas crianças, de um ano a outro,
nas caselas os personagens, conforme as regras definidas. Para mostram como elas avançam em seus traços e significados: os
os pré-escolares o tabuleiro pode ser construído por eles. rabiscos vão dando lugar a formas arredondadas e a detalhes
- Adquirir dados ou construí-los com cartolina ou argila. do que se quer significar. Tais marcas mostram o grafismo e o
Desenhar os números ou pontinhos nas suas faces. tempo vivido por cada criança.
- Cada dupla pode escolher os personagens e situações que - Olhar fotografias do tempo em que entraram na creche
desejar para suas caselas. Depois é só desenhar e brincar. como bebês e agora, com 3 anos, já crescidas e com muita
- A temática do mundo social aparece na brincadeira de experiência, é outra maneira de ver o tempo passar.
faz-de-conta, nos personagens que a criança assume: médico, - Olhar o mapa que contém as medidas da altura de cada
professora, motorista. Os personagens do mundo social nem criança de um ano para outro para verificar como elas
sempre são os mesmos, pois dependem do contexto vivido cresceram e também mudaram de agrupamento.
pelas crianças. Se as crianças conhecem apenas o pediatra, - Os portfólios individuais das crianças são documentos
pode-se ampliar a brincadeira introduzindo o ortopedista, o pedagógicos que devem ser vistos pelas crianças para que
oftalmologista, o otorrino, o cardiologista e as práticas asso- compreendam a noção do tempo: sua história de vida ao longo
ciadas a tais profissões. Dispor na sala e na área da brincadeira de um período.
de médico, apetrechos como estetoscópio, termômetro,
aparelho de medir pressão, injeção, ataduras e bengalas. Nem ATENÇÃO
sempre os personagens agem da mesma forma, pois cada Ao jogar, as crianças vão aprendendo a noção de sequência,
criança experimenta situações sociais que são diferentes. Cada as regras indicam o tempo de cada jogador. Saber esperar sua
criança expressa o personagem do “médico”, conforme vez de jogar é também a construção da noção do tempo no
experiências próprias ou vivenciadas em filmes, nas revistas, jogo.
nas conversas domésticas. É importante lembrar que brincadeiras do mundo físico e
social, o tempo e a natureza exigem uma clara intenção
NATUREZA pedagógica da professora, desde o momento que a criança
A natureza é farta de elementos que enriquecem o brincar ingressa na creche. Brincar de fazer gelo ou vapor requer
infantil. materiais e tempo para a atividade. Para se comparar
Brincadeiras como fazer cabanas com folhas e galhos, fotografias de crianças, é preciso guardar aquelas do período
brincar nos troncos das árvores, expressam valores do berçário, quando elas eram bebês, e agora, com três anos.
relacionados a comunidades rurais, mas pode-se recriar tais Se vou utilizar a mudança na altura das crianças, para a
modalidades em qualquer lugar. Os brinquedos carregam compreensão da passagem do tempo no crescimento das
significações de lugares e tempos diferentes. crianças, preciso guardar e organizar as medidas sobre a altura
de cada criança.
Algumas sugestões
- Usar recursos da natureza para fazer colares, anéis e i. Brincadeiras com música, artes plásticas e gráficas,
brincos ou utensílios domésticos, de caça ou pesca, utilizando cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura
frutos, cipós, argila, madeira macia como a palmeira de meriti As manifestações artísticas criam sempre oportunidades
para, junto com as crianças, produzir brinquedos e objetos. para inúmeras brincadeiras. A diversidade de experiências
- Utilizar pedrinhas do rio e fazer desenhos em sua culturais favorece brincadeiras coletivas e dão oportunidades
superfície ou usá-los como peças dos jogos criados pelas para as crianças se relacionarem. Tais experiências no campo
crianças valorizam a natureza e oferecem novas das artes devem fazer parte da vida diária das crianças na
oportunidades de expressão. programação curricular.
- Aproveitar os troncos de madeira caídos ou de árvores
que foram cortadas para criar cenários de brincadeiras de Algumas sugestões
expressão motora em que se pula, sobe, desce, ou para fazer - Ir a festivais, teatros e exposições, assistir a filmes no
cinema, aprender a fotografar, dançar, recitar poesias e ouvir

Referências 83
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histórias são atividades que despertam essas manifestações crianças com uso de várias linguagens, mais elas se tornam
artísticas. compreendidas de forma mais complexa.
- Promover ações da instituição de educação infantil junto - Brincar com água, tomando cuidado para não
com as famílias e a comunidade que possibilitem o acesso das desperdiçar, é aprender a preservar os recursos naturais.
crianças a esses bens culturais. - Fazer explorações em parque e jardins no entorno da
- Convidar artistas da comunidade para divulgar a arte que creche, para colecionar folhas e flores caídas, pedrinhas,
dominam. cascalhos e utilizá-los na produção de obras de arte, de
- Inserir na programação curricular de cada agrupamento coleções, classificações e de suporte para suas narrativas.
os elementos necessários para enriquecer a cultura artística - A sustentabilidade implica na oferta constante da mesma
das crianças. Dispondo desse conhecimento cultural sobre as qualidade do trabalho ao longo dos anos. Uma atividade
artes as crianças podem recriá-las em suas brincadeiras. considerada rica pelas crianças, pelos pais e pela creche não
- Qualquer atividade com música, artes plásticas e gráficas, pode ser exercida apenas de vez em quando. Ela deve integrar
fotografia, dança, dramatização, recitação ou reconto de o currículo e ser oferecida sistematicamente na programação
histórias pode tornar-se uma brincadeira divertida, quando se cotidiana, para que todas as crianças que chegam nessa fase da
oferecem oportunidades para expressões livres. Lembrar que creche possam ter o direito a um brincar de qualidade. Esse é
o brincar de qualidade significa que a criança deve ter o sentido da sustentabilidade das experiências significativas,
iniciativa para começar uma ação como dançar e cantar, mas que garante a qualidade do trabalho da instituição.
necessita um suporte cultural. Se ela desconhece as danças e
músicas, não poderá expressar uma brincadeira de qualidade, k. Brincadeiras e manifestações de tradições culturais
que significa sempre a recriação de algo que a criança já brasileiras
domina. Se o conteúdo cultural da criança é pobre de A riqueza cultural do Brasil proporciona uma rica
referências, sua expressão também o será. diversidade de manifestações tradicionais do folclore, com as
- Lembrar que há necessidade de previsão e planejamento festas do boi bumbá, maracatu, congada, festas juninas,
desses programas culturais que devem fazer parte do carnaval, reisado, entre outros. Acompanham essas
currículo e necessitam sempre da mediação da professora, do expressões os instrumentos musicais, os objetos e as fantasias.
apoio da equipe, da família e da comunidade que abre as portas Como aproveitar essa riqueza das tradições da cultura
para o mundo das exposições e atividades artísticas. brasileira?
- As crianças utilizam os saberes adquiridos a partir dessas
vivências externas (programas culturais) para se expressar e Algumas sugestões
se relacionar. Durante as brincadeiras, utilizam a experiência - Convidar pais e membros da comunidade que conheçam
cultural que adquiriram, apropriando-se das canções, das tradições do folclore brasileiro a repassá-las às crianças da
danças, fazem desenhos, fotografam, dramatizam, tornam- se creche para que possam construir os instrumentos musicais
poetas e narradoras durante suas expressões lúdicas. que acompanham essas manifestações.
- Incentivar os pais a levarem seus filhos para conhecer as
j. Brincadeiras, biodiversidade, sustentabilidade e festas populares.
recursos naturais - As professoras podem promover a continuidade da
As crianças podem brincar tanto com brinquedos experiência da casa na creche, ao aproveitar a cultura popular
industrializados como artesanais, construídos por adultos e que as crianças já dominam para aprofundar a significação de
crianças, além de utilizar materiais de sucata e da natureza. tais tradições culturais brasileiras.
Como interagir com tais materiais e preservar os recursos que - As crianças podem construir com caixa de papelão e fitas
são escassos? decorativas o boi bumbá, para ter o duplo prazer da
construção e da brincadeira de ser o boi.
Algumas sugestões
- São muitos os brinquedos que podem ser feitos com COMO CONSTRUIR?
materiais de sucata que divertem as crianças e devem ser 1. Selecionar caixas de papelão que se encaixam no corpo
utilizados com responsabilidade. É importante aprender a da crianças e cortar as abas das caixas
usar, limpar, guardar e reutilizar os materiais. 2. Fazer um buraco no fundo de cada caixa para que a
- Respeitar o meio ambiente significa não jogar papéis e criança possa entrar dentro dela
brinquedos pelo chão, usar os materiais sem desperdiçar, 3. Amarrar um fio nas duas laterais de cada caixa, de forma
reutilizar caixas, copinhos de iogurte e garrafas de plástico a possibilitar à criança segurá-la pelo fio que passa pelo seu
para construir brinquedos. pescoço. A caixa deve ficar suspensa pelo fio, na altura da
- Lembrar que as crianças adquirem muito mais cintura da criança.
experiência quando podem explorar os espaços externos à 4. Solicitar às crianças a pintura das caixas e a decoração
creche. Os passeios no quarteirão, no supermercado, na nas suas laterais com pedaços de papel colorido ou fitas.
vendinha, no parque, nos espaços próximos à creche são 5. Oferecer às crianças toquinhos de madeira como
momentos importantes para a observação da natureza, da instrumentos musicais para acompanhar as danças do boi
cidade, do campo, do trabalho e oferecem os “conteúdos bumbá.
curriculares”, que são as vivências, para as conversas e
projetos das crianças. Esses momentos devem ser CONTAR HISTÓRIAS, APRENDER AS MÚSICAS E DANÇAS
programados e fazer parte do currículo de cada agrupamento LEVA A CRIANÇA A PENETRAR NO SIGNIFICADO DESSAS
infantil. CULTURAS.
- Para explorar o mundo, as crianças precisam sair da Cada povo tem sua identidade, sua marca cultural
instituição para observar casas, prédios, morros, florestas, divulgada por suas histórias, seus contos e suas tradições na
árvores com flores e frutos, pássaros, animais, nuvens, o céu, música e na dança. A diversidade cultural brasileira,
plantações, rios e riachos, jardins, ruas, bueiros, lixos, fumaça constituída por povos vindos de países europeus, americanos,
das fábricas, mangues, supermercado e carros. São referências asiáticos e latino-americanos, pode ser compreendida quando
que poderão ser utilizadas em outras atividades expressivas se conhece as histórias de cada povo, suas músicas e danças. É
como desenhos, pinturas, esculturas, contação de histórias, muito mais fácil para uma criança pequena compreender a
danças, músicas e brincadeiras. Quanto mais uma experiência vida de diferentes povos que vivem em ambientes diferentes
aparece sistematicamente representada livremente pelas como na floresta, no deserto, na neve, nas cidades ou na zona

Referências 84
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APOSTILAS OPÇÃO

rural, por meio dos contos, de suas músicas e suas danças. situações nas programações curriculares, em que as
Como aproveitar a riqueza desses contos, músicas e danças? interações e a brincadeira estejam presentes.
Desenvolver um currículo por meio da brincadeira é
Algumas sugestões diferente de um currículo de conteúdos disciplinares. O
- Cada família pode trazer para a instituição infantil os brincar requer uma condição: é a criança a protagonista que
objetos valorizados por sua comunidade, criando um pequeno faz a experiência. A abordagem disciplinar geralmente
museu, fortalecendo as tradições e ampliando as favorece a ação do adulto, que explica ou faz a demonstração
oportunidades para comentários de crianças e familiares. do significado do conceito e não requer, necessariamente, a
- Visitar, com as crianças, as exposições e apresentações de ação dinâmica e ativa das crianças.
grupos culturais. Propostas curriculares que valorizam o brincar levam
- Envolver os pais e a comunidade na divulgação de suas crianças a experimentarem situações que impliquem a
manifestações culturais na creche. compreensão de noções como peso, quando elas brincam com
- Convidar os grupos culturais da região para visitas e uma balança, ou na gangorra do playground, quando duas
apresentações na creche. crianças com pesos diferentes brincam juntas. Quando se
- Contar histórias de várias culturas e convidar as crianças oferece no espaço da brincadeira com água, tubos ou canecas
a imaginar e recriar novas histórias. com furos, as crianças experimentam diferentes situações,
- Ensinar músicas e danças de diferentes culturas. observam e fazem suas reflexões.
- Dispor de livros de histórias que tratam da cultura dos Os significados das profissões podem ser experimentados
diferentes povos para consulta de crianças e de familiares. quando as crianças entram no faz-de-conta, assumindo
personagens adultos do mundo do trabalho. Para isso, é
l. Brincadeiras e tecnologia necessária uma equipe pedagógica com perfil brincalhão, que
A tecnologia se faz presente em todos os aspectos da vida programe espaços, materiais e tempo para que, por meio das
moderna. Até em regiões do sertão ou em quilombos, mesmo brincadeiras e interações, as crianças possam compreender o
de forma incipiente, a televisão, o celular e a máquina mundo ao seu redor.
fotográfica começam a se tornar conhecidos, como Adotar o brincar como eixo da proposta curricular significa
consequência da circulação desses habitantes entre o campo e compreender que é a criança que deve iniciar a experiência.
a cidade. Na creche, a tecnologia está presente em forma de Toda educação tem valores. Para ter raízes na cultura é
brinquedos como fogão, geladeira, ou meios de comunicação preciso que a educação inclua os valores da comunidade na
como o karaokê e o celular, que servem para as brincadeiras qual está inserida. Cada comunidade deve ter o direito de
de imitação. Como aproveitar de forma adequada o mundo da escolher para suas creches propostas curriculares que reflitam
tecnologia nas brincadeiras infantis? os valores de seu povo e espelhem as escolhas do grupo.

Algumas sugestões a. Integração das interações, brincadeiras e


- Com o apoio da professora, as crianças podem pesquisar experiências da comunidade
temas de interesse na internet, escanear, gravar e imprimir A qualidade da educação infantil depende da integração
desenhos realizados em outras atividades, tendo o entre a creche, a família e a comunidade. Essa integração pode
computador como suporte para aprofundar o conhecimento. ser feita por meio da circulação das brincadeiras. Assim,
- A professora pode gravar filmes de crianças brincando aproveita-se a diversidade da cultura lúdica das famílias e da
para elas assistirem em outro dia. Ao verem tais cenas, as comunidade e, ao mesmo tempo, propicia-se ás crianças a
crianças têm oportunidade para novas expressões, o que gera manutenção de suas identidades culturais.
prazer e contribui para o desenvolvimento da memória.
- Assistir, junto com as crianças, os programas que Algumas sugestões
apreciam, para comentar, avaliando a sua qualidade, colabora - Nas práticas curriculares das creches de comunidades
para uma visão crítica dos meios de comunicação. indígenas, quando personagens como a onça, o macaco, as aves
- Há brinquedos que geram brincadeiras imitativas, no e os peixes estão presentes nos contos e brincadeiras das
formato de celular, máquina fotográfica, televisão e rádio, crianças, há interação entre as experiências da comunidade e
entre outras tecnologias do mundo atual. As crianças imitam as brincadeiras.
ações do mundo adulto utilizando tais objetos. - Respeitar o direito de comunidades que educam suas
- A máquina fotográfica que não é brinquedo propicia crianças no contexto em que vivem: brincar no riacho, subir
também brincadeiras de grande impacto na ampliação das nas árvores, construir brinquedos com sementes, frutos e
experiências das crianças. Deixar as crianças fotografarem é galhos, para preservar valores e tradições.
uma experiência rica para elas e uma forma do adulto observar - Quando as práticas cotidianas garantem a memória do
seus interesses. As crianças maiores podem construir com povo e a continuidade de sua cultura, a língua materna, a
auxílio do adulto uma máquina fotográfica. A construção faz escrita, as músicas, os contos, os jogos e as brincadeiras
parte da brincadeira com os adultos. indígenas fazer parte do repertório de suas creches.
- Outros brinquedos imitam instrumentos musicais com - Se a mãe indígena carrega o bebê preso ao seu corpo
uso da tecnologia e produzem sons e movimentos quando se durante os afazeres domésticos, esta prática interativa deve
acionam botões ou mecanismos. O seu inconveniente é a ser considerada relevante, ampliando-se, no entanto, as
necessidade de reposição de pilhas, nem sempre disponíveis experiências do bebê na creche, por meio de interações com
nas instituições e a constante supervisão do adulto, para que a outras crianças, espaços e materiais.
criança não as coloque na boca. Há, ainda, a necessidade de - Utilizar brinquedos como chocalhos de cascas e sementes
separar o lixo tecnológico, de modo a garantir a qualidade do de frutas é uma forma de preservar as práticas culturais de
meio ambiente. uma comunidade. No entanto, introduzir na creche as
brincadeiras interativas com o bebê, utilizando outros
2. Brincadeira e proposta curricular brinquedos para ampliar suas experiências.
Um currículo que adota a brincadeira como eixo precisa - Ao aprender as brincadeiras de seus amigos de
valorizar a dimensão brincante e brincalhona da professora descendência americana, indígena, asiática, europeia ou
como condição importante. Essa atitude da professora é africana, as crianças ampliam seu repertório de brincadeiras e
essencial para criar vínculos com a criança e para organizar aprendem a respeitar os povos.

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APOSTILAS OPÇÃO

- As crianças podem brincar à moda japonesa com - Na zona urbana, há diversidade de situações: algumas
“janquempô”, um meio de escolher o pegador usando a mão têm a forte presença dos brinquedos tecnológicos, outras
como pedra, tesoura ou papel, brincando de bola, usando preservam práticas tradicionais de construção de brinquedos
termos como “pelota”, como seus amigos bolivianos, como a e há as que procuram integrá-los. Há projetos curriculares que
“pandorga” de seus amigos do Sul, brincando com personagens se diferenciam, quando a creche se alia a outros grupos
do mundo animal ou com algum outro jogo. formadores como universidades, centros de formação, outros
- A bola é um brinquedo universal carregado de magia, que serviços sociais ou culturais como bibliotecas ou grupos
pode ser feita de tecido, jornal, palha, madeira, borracha ou musicais. Nesses casos, utiliza-se a tecnologia, mas preservam-
plástico. Ela penetra no universo infantil e oferece se as tradições do passado, mantendo as brincadeiras
oportunidade para manipulação, exploração, tradicionais, o contar histórias, as danças, as músicas ou a
desenvolvimento de habilidades, mas, especialmente, para construção de brinquedos com recursos da natureza, sucata
estabelecer relações sociais com os outros, compreensão e doméstica ou industrial.
recriação de regras e expressão da cultura lúdica. - Para garantir a identidade cultural de cada creche é
- Bonecas negras e brancas, com traços físicos diferentes, preciso preservar seus valores. Se a opção é a valorização do
contribuem para que as crianças compreendam a identidade contato com a natureza, o brincar neste contexto natural é
de cada povo e aprendam a respeitar as especificidades étnico- importante. Mas deve-se oferecer a possibilidade para que a
raciais, evitando preconceitos e discriminações. creche escolha os recursos tecnológicos de que necessita para
- As crianças que vivem na zona rural têm experiências educar melhor as crianças.
diferentes das que moram na cidade. Vivem em contato direto
com a natureza, em florestas ou matas, junto a rios ou campos. ATENÇÃO:
Os pais caçam, pescam, plantam e colhem cereais e frutos, - O apoio financeiro modifica espaços físicos e amplia o
fazem artesanato. As crianças brincam nas árvores, fazem acervo de brinquedos e materiais, mas é preciso que a equipe
cabanas, gangorras e balanços com cipós, nadam nos rios e pedagógica se empenhe para preservar a continuidade da
riachos, mas também brincam com bonecas e assistem difusão de valores importantes para a comunidades.
televisão. - A tecnologia está presente de forma incisiva em quase
- Para aproveitar essa vivência, pode-se instalar na todos os espaços e atividades. Para garantir a integração entre
instituição infantil brinquedos com troncos de árvores, o novo e o antigo é preciso ter clareza do que se deseja. Caso
carrinhos de madeira, cabanas com troncos e galhos, madeira contrário, o ingresso no mundo tecnológico pode afetar os
para fazer brinquedos, flores e frutos para “fazer comida” e valores da comunidade.
outros objetos industrializados.
- Uma pedrinha tem muitas utilidades, pode se tornar uma c. Acompanhamento e avaliação do trabalho
peça de jogo, servir para marcar os pontos e objeto para pedagógico
expressão do imaginário. Quando se pinta sua superfície, Se o brincar e as interações são eixos importantes do
deixa-se uma marca ou pode-se utilizá-la para criar um trabalho pedagógico, é preciso observar e acompanhar cada
personagem como um besouro ou uma formiga, utilizando fios criança para verificar:
de plástico ou de arame fino, pintando e dando asas para a - Quais foram seus brinquedos preferidos?
imaginação. - Com quem brincou e como brincou?
- A pescaria, quando a criança “conta” quantos peixes - Quais brincadeiras novas ela aprendeu?
pescou, contribui para a iniciação do letramento no mundo da - Ela interagiu com a diversidade dos objetos e pessoas de
matemática. seu agrupamento e de outros?
- Os utensílios de cozinha estimulam o faz-de-conta. - Ela explorou brinquedos e materiais de diferentes tipos?
Panelas de barro para brincar de “fazer comida”, rede para a - Ela brincou de faz-de-conta com temas simples ou
boneca dormir, reproduzem a vivência cotidiana das crianças. complexos?
- Cestos de mandioca e de abóbora, enxadas, peneiras, - Ela utilizou os blocos de construção e ingressou no
redes, varas de pescar e cestos com estilos regionais servem mundo imaginário, ou faltaram materiais?
para brincar e explorar a temática do trabalho nas - Foi oferecida a oportunidade para interações entre as
brincadeiras. crianças e entre outras, de diferentes idades, durante as
- Com a argila, abundante em certas regiões, pode-se fazer brincadeiras?
artesanato, brinquedos em miniatura com as formas típicas do - Houve interações entre o adulto e cada criança durante a
lugar. brincadeira?
- Fantasias de caipira, bailarina, pirata, Peter Pan, bruxa ou - Os pais e a comunidade foram envolvidos durante o
outras produzidas pelos pais e professoras, que reproduzem processo de educar, cuidar e brincar?
os personagens locais, são suportes para as brincadeiras - Os brinquedos e os materiais foram suficientes e
imaginárias e ampliam as interações entre as crianças. adequados para cada criança e, ao mesmo tempo, ao
agrupamento?
b. Preservar valores da comunidade e integrar - Os brinquedos e materiais quebrados foram substituídos?
tecnologias - Houve preocupação em integrar a cultura lúdica que a
A tecnologia faz parte do mundo atual, mas muitas vezes criança traz de casa com a da creche?
ela não tem penetração em certas comunidades. Como integrar - Houve ampliação do repertório das brincadeiras de cada
a tecnologia preservando os valores da comunidade? Como criança e do agrupamento?
conseguir manter a tradição do passado, de construção de - As expressões lúdicas revelavam a riqueza das tradições
brinquedos pelos brincantes e, ao mesmo tempo, garantir o do folclore brasileiro e incluíam as linguagens expressivas?
acesso aos brinquedos tecnológicos? - Já se pode observar as crianças e suas brincadeiras para
Nos centros urbanos é mais fácil essa integração porque a detectar seus interesses e necessidades?
tecnologia se faz presente em tudo, mas na zona rural, isso não
ocorre. Essas questões, entre muitas outras, só serão respondidas
Cabe à creche e à pré-escola selecionar o que é importante, quando se avaliar cada item das Diretrizes Curriculares
para criar um espaço onde coexistam a tradição e a Nacionais de Educação Infantil, tendo como foco as interações
modernidade. e a brincadeira.
Algumas sugestões

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APOSTILAS OPÇÃO

ATENÇÃO casa, ampliando a cultura lúdica das crianças. Trata-se um


- A pobreza dos temas ou a ausência de roteiros mais material que auxilia a integrar a família à creche, quando os
complexos durante as brincadeiras pode ter como causa a falta pais dão sequência, em casa, às atividades do centro de
de brinquedos adequados para ampliar o repertório das educação infantil e o complementam com comentários,
crianças, a falta da participação da professora no brincar ou a fotografias ou objetos que tenham significado para tais
falta de estruturação, do ambiente da brincadeira, pela registros.
carência de brinquedos e mobiliário. - A exposição dos documentos nas paredes da instituição
- As ações repetidas de manipulação de um tipo de infantil, na altura do olhar das crianças, é importante recurso
brinquedo por um bebê fazem parte de sua forma de explorar, de avaliação e divulgação do seu trabalho. Assim, crianças e
mas quando se trata de crianças com idade entre 2 e 3 anos, familiares encontram na documentação pedagógica, um
podem ser decorrentes da falta de brinquedos e de interações. instrumento de avaliação do trabalho da instituição e um
- Muitas vezes faltam brinquedos e a ação da professora documento que evidencia a ampliação das experiências das
para diversificar o brincar. Definir diariamente quais crianças crianças no brincar, no domínio de rica cultura lúdica que é
observar, para que, ao longo da semana, seja possível observar fruto das interações e da brincadeira.
todo o agrupamento, é uma estratégia que organiza os
registros e verifica o que deve ser feito para melhorar a 3. Brincadeiras nas transições da casa à creche e da
qualidade da brincadeira. creche à pré-escola.
- É pela observação diária e pelo registro que a professora As transições ou mudanças são muito difíceis para toda
pode acompanhar os interesses e a evolução do brincar de criança. Há transições de uma atividade para outra, de um ano
cada criança. a outro, no interior de uma creche e entre instituições. Passar
de uma atividade a outra requer flexibilidade de horário, para
d. Registros de adultos e crianças (relatórios, deixar a criança que ainda está brincando, que tem um ritmo
fotografias, desenhos, álbuns etc.) mais lento, terminá-la com tranquilidade, evitando o choro e o
Como fazer registros e documentação? desconforto. Ir da casa para a creche e passar da creche para a
Escutar as crianças é um procedimento importante para pré-escola são transições temidas pelas crianças.
melhorar a qualidade da educação infantil. Essa escuta se faz
por meio de observações e registros do que a criança faz, de Como tornar essas transições tranquilas, sem
seus desenhos, produções e falas. Todo esse material é traumas?
importante para identificar os seus interesses e experiências e Algumas sugestões
para planejar etapas subsequentes. - Quando se conhece o lugar, não se tem medo. Assim, a
primeira providência é fazer visitas e passeios ao novo local,
Algumas sugestões conhecer o espaço, as professoras e o que as crianças fazem.
- Planejar como e quando colher os dados e sistematizar os - Dentro da mesma instituição, criar brincadeiras de
registros: usar fotografias, selecionar desenhos e outras integração, em que as crianças ensinam brincadeiras aos
produções das crianças, verificar os preferidos pelas crianças outros, constroem brinquedos e brincam com seus colegas de
e pela professora, esclarecendo as razões dessas escolhas e agrupamentos mais adiantados.
elaborar relatórios de atividades. Do conjunto de registros - Para preparar a transição para outra instituição, brincar
disponíveis, pode-se selecionar o material para a elaboração de entrevistar futuros amiguinhos, conhecer seus brinquedos,
de um portfólio, ou documentação pedagógica. fotografar, desenhar, construir brinquedos para presentear
- Há diferentes tipos de portfólios ou documentação seus novos amigos e falar sobre o novo lugar.
pedagógica. Alguns exemplos: os que documentam o processo - Criar momentos em que as crianças ensinam as
de aprendizagem de cada criança, os que tratam das atividades brincadeiras que conhecem para os amiguinhos de outra
desenvolvidas pelo agrupamento infantil ou os que instituição infantil são alternativas de transição que facilitam
evidenciam projetos desenvolvidos pelas crianças e a a mudança para um novo lugar e não criam traumas.
professora.
- Essa documentação pedagógica pode aparecer na forma MÓDULO II
de uma sequência de imagens e frases que mostra, por BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E MATERIAIS PARA
exemplo, as ações de um bebê ao explorar objetos, BEBÊS
brincadeiras interativas entre o bebê e a professora ou, ainda, (0 A 1 ANO E MEIO)
as ações imitativas de uma criança que dá de comer ao seu
ursinho. Quem são os bebês que ficam no berçário? Como eles
- A documentação visual ou tridimensional, exposta nas brincam?
paredes da sala ou no corredor da creche serve de consulta Bebê é a denominação para a primeira fase da vida da
para as crianças, que gostam de ver suas produções e fazer criança e abrange o período de 0 a 18 meses (1 ano e meio) de
comentários, ou para os pais compreenderem o trabalho idade. O bebê é um ser vulnerável que precisa de muito
realizado. carinho, atenção e acolhimento, mas sabe tomar decisões,
- Há portfólios ou formatos de documentação em grandes escolhe o que quer, gosta de explorar novas situações, é
cadernos, que podem circular nas casas das crianças para que criativo e muito curioso. Durante esse período, os bebês
os pais possam dar continuidade aos registros. Outros podem apresentam especificidades importantes a serem
existir no formato tecnológico, em CDs ou DVDs, A consideradas no planejamento das brincadeiras. Há bebês que
documentação pedagógica indica o que as crianças gostam e chegam bem novinhos e que permanecem ainda deitados,
sabem fazer. outros já sentam ou engatinham, depois começam a andar.
- A documentação da brincadeira livre possibilita Para cada uma dessas fases características da vida dos bebês é
identificar interesses das crianças, para aproveitá-los no preciso planejar ambientes para sua educação e selecionar
planejamento de atividades planejadas em conjunto com as brinquedos e brincadeiras que ampliem suas experiências.
crianças e familiares. Assim nascem os projetos. No primeiro ano, os bebês interagem com outros bebês,
- O portfólio ou a documentação pedagógica dos com as crianças maiores e com a professora, movimentam-se
brinquedos e brincadeiras, ao circular na casa das crianças, em espaços planejados para atender seus interesses e
divulga o processo vivido por elas na creche/pré-escola, necessidades, exploram brinquedos e materiais, utilizam o
possibilitando às famílias dar continuidade a esse processo em corpo, a boca, as mãos e os sentidos, engatinham ou andam na

Referências 87
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APOSTILAS OPÇÃO

direção de objetos e pessoas de seu interesse e se envolvem MORROS CRIADOS POR ALMOFADAS
com as coisas que lhes chamam a atenção. Gostam, também, de O bebê pode ser desafiado a pegar um brinquedo colocado
conversar com a professora, inicialmente com olhares, gestos, do outro lado de uma almofada ou estrutura de espuma, com
sorrisos e balbucios, depois com a linguagem oral. Sua desníveis e buracos, criada para explorações motoras.
curiosidade os leva a explorar buracos, caixas, túneis ou coisas
para entrar dentro, repetir ações como empilhar, bater, puxar MÚSICA COM BOLA PARA BEBÊS
ou empurrar, colocar e tirar objetos, olhar objetos brilhantes, Usar uma bola grande inflável, colocar o bebê em cima e
coloridos e coisas que se movimentam ou produzem sons. movimentá-lo, acompanhando o ritmo da música.
Para atender à diversidade dos momentos da vida dessas
crianças, optou-se pela divisão deste módulo em sugestões PALAVRA CANTADA
para bebês que ficam deitados, sentados, que engatinham e Cantar para falar com os bebês. Cantar o nome dos bebês,
que andam. transformar a conversa em um musical utilizando melodias
É importante saber que o interesse de cada criança pelo diferentes para ampliar suas experiências musicais.
brinquedo varia. Portanto, as sugestões para um bebê que
engatinha pode também servir para outro que ainda não se PEGAR O BEBÊ NO COLO
locomove e fica sentado. Portanto, é recomendável utilizar Colocar o bebê no colo, de costas para que ele enxergue o
sempre uma variedade de sugestões de brinquedos mais mundo atrás da professora ou, de frente, segurando seu
apropriados às características de cada bebê. bumbum e peito, bem firme ou, de lado. São posições
diferentes para ver o mundo e aprender a equilibrar a cabeça.
Para compreender como os bebês brincam, foram
selecionados os seguintes módulos de sugestões: BRINCAR NA REDE
1. Brinquedos e materiais para bebês que ficam Balançar suavemente o bebê na rede, segurada por duas
deitados pessoas, ou numa colcha ou cobertor.
2. Brinquedos e materiais para bebês que sentam Utilizar redes comerciais ou cobertores de solteiro
3. Brinquedos e materiais para bebês que engatinham tamanho 90x180cm, prevendo duas peças por turma.
4. Brinquedos e materiais para bebês que andam
5. Organização do brinquedo como direito da criança BEBÊ NO COLO EM FRENTE DA MESA PARA EXPLORAR
Sentar-se à mesa e segurar o bebê no colo. Ele vai apalpar
1. Brinquedos e materiais para bebês que ficam o canto e a superfície do tampo da mesa, tentar pegar o
deitados brinquedo colocado sobre ela ou, mais tarde, bater com as
Algumas sugestões mãos no tampo.
BRINQUEDOS PARA EXPERIÊNCIAS VISUAIS E MOTORAS
Móbiles coloridos, sonoros, que se movimentam e criam PLANO INCLINADO
cintilações encantam os bebês, que se envolvem, prestando Brincar com o bebê deitado em um plano inclinado,
atenção e evidenciando prazer pelo movimento dos braços e protegido por cobertor ou toalha.
pernas.
PEGAR UM OBJETO
ESTRUTURAS DE EXPLORAÇÃO Selecionar vários objetos e ir oferecendo para o bebê, que
Há brinquedos em que o bebê é colocado em baixo de uma deve estar de frente, deitado ou sentado. Oferecer objetos,
estrutura de exploração, conhecida como “ginásio de como uma colher de madeira, na posição horizontal e, outra,
atividades” ou “tapete de exploração”, em que se penduram na vertical, para verificar o interesse do bebê na exploração
objetos coloridos, que fazem sons, que se movimentam e que desse objeto. A exploração cotidiana auxiliará no ajuste das
encantam e envolvem os pequenininhos que ainda mãos para pegar os objetos.
permanecem deitados.
MÓBILES
BRINCAR COM AS PESSOAS São estrutura simples ou complexas que balançam, em
O primeiro brinquedo interativo de um bebê na creche é o geral penduradas, ou podem permanecer próximas das
contato físico com a professora, com o olhar, o toque e o crianças para sua exploração. O móbile acessível ao bebê e ao
movimento. Brincar de fazer carinho e olhar para o bebê, seu toque deve prever uma estrutura mais resistente, que não
deixá-lo responder com outro olhar, aninhá-lo no colo e fazer desmonte ou quebre com o toque das mãos ou pés.
movimentos ritmados ou balançar para a frente e para trás, Os móbiles que se penduram no teto não têm essa
suavemente, na rede ou na colcha, com a ajuda de outro adulto, característica. Os móbiles em geral representam estruturas
criam oportunidades para a aquisição de experiências que englobam texturas, volumes, cores, formas e cheiros.
diferentes, além do estabelecimento de vínculos com as
professoras, que favorecem a segurança e a tranquilidade do CONSTRUIR ESTRUTURAS DE EXPLORAÇÃO
bebê. Pode-se construir, com ajuda da equipe, dos pais e da
comunidade, pequenas estruturas de madeira ou de PVC, em
BRINQUEDOS E MATERIAIS PARA BEBÊS QUE FICAM que se penduram objetos coloridos, que emitem sons quando
DEITADOS movidos e que encantam a criança que, deitada em cima de um
Brincadeira de seguir o brinquedo. Com o bebê recostado tapete ou colchonete, observa ou tenta alcançar com as mãos
em cima de suas pernas pode-se fazer inúmeras brincadeiras ou pés os objetos pendurados. Há brinquedos industrializados
interativas. Quando o bebê seguir o brinquedo com os olhos, no formato de estruturas ou tapetes de exploração.
move-se o brinquedo lentamente diante do rosto do bebê para
que ele aprenda o movimento de acompanhar com o olhar. EXPERIÊNCIA PELO TOQUE
No berçário, a criança aprende pelo toque, pelo tato, pelo
PRODUZIR SONS olfato. Ao pendurar móbiles, observar se eles estão seguros ao
Emitir sons com objetos, do lado esquerdo e direito do toque das mãos e pés dos bebês (costumam ser toques fortes
bebê, fazendo pequenos comentários, para observar se ele sem dimensão/controle de força/direção).
presta atenção.

Referências 88
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APOSTILAS OPÇÃO

ESTÉTICA E VALORES
Valorizar a estética tanto em estruturas simples ou EXPERIMENTAR AÇÕES MAIS COMPLEXAS
complexas, pequenas ou grandes, considerando, desde o início, Pegar dois brinquedos/objetos ao mesmo tempo é uma
a importância das relações entre a criança, sua família e a tarefa mais complexa para os bebês. A partir do sétimo mês,
creche e o respeito aos valores culturais e sociais, importantes oferecer dois objetos iguais como blocos, bolas de pingue-
na construção de um ambiente educativo partilhado. pongue ou contas de madeira, para observar se eles seguram
um em cada mão. No início, os bebês largam um objeto para
CONVERSAR COM O BEBÊ pegar outro, depois, percebem que não precisam largar e vão
Conversar com o bebê por meio de frases curtas, deixando pegar um bloco em cada mão e bater para fazer ruído. A
que ele responda com um olhar, um sorriso ou balbucio. Cantar observação sistemática e a gradual complexidade de situações
o nome do bebê, ou usar a palavra cantada para conversar com a serem oferecidas aos bebês ampliam suas experiências.
o bebê.
USAR PAPEL E CANUDO DE PLÁSTICO
PRODUZIR RUÍDOS O bebê vai amassar o papel vegetal para fazer barulho,
Fazer pequenos ruídos de um lado e depois do outro para rasgar e, se puser na boca, perceber que fica molhado; se
observar se o bebê vira a cabeça em sua direção. utilizar papel celofane colorido, o barulho será diferente, e as
cores e sua transparência vão encantá-lo. Canudos de plástico
CHOCALHOS colorido de tomar refresco são outra opção para amassar e
Chocalhos são brinquedos que produzem sons ao balançar, observar sua flexibilidade.
chocalhar. Em geral contém no seu interior bolinhas ou outros
objetos que se movem e fazem som. Lembrar que os chocalhos TAPETES SENSORIAIS
construídos com latinhas, garrafas pet ou embalagens de Tapetes sensoriais contendo argolas para puxar, objetos
iogurte não são adequados aos bebês que colocam tudo na que fazem sons, tecidos com diferentes texturas e cores,
boca, mordem e correm o risco de ingerir as partes da aberturas para fechar e abrir com zíper ou material adesivo
embalagem. As produções feitas pelas professoras e mães são desafiadores para a criança pequena. Tais recursos podem
servem para crianças maiores. Nesse caso, observar se o som ser construídos pelas próprias professoras ou com a
produzido não está muito estridente (atentar para o conforto colaboração das mães. Oficinas de produção de brinquedos
acústico do ambiente) e se a criança pode manusear o para as crianças envolvem os pais e eles aprendem a
brinquedo com segurança (sem que peças internas se soltem importância de tais recursos para educar seus filhos.
ou vazem do brinquedo).

BRINQUEDOS MUSICAIS BRINQUEDOS DE ENCAIXAR


Brinquedos musicais são aqueles que, mesmo não sendo Brinquedos de encaixar que formam torres, carros feitos
instrumentos, produzem música ou emitem sons. Pode ser um com blocos para montar e, depois, serem derrubados, são
rádio, um toca-disco, uma pelúcia musical ou um passarinho oferecidos aos bebês que já se sentam com firmeza. Típicos
com uma cordinha que, puxada, produz o canto. Há brinquedos brinquedos de desafio e lógica, propiciam atividades de grande
em forma de animais, de estruturas com múltiplas funções, concentração.
com botões para apertar e que acendem luzinhas produzindo
diferentes sons, ou tocam músicas distintas. Observar sempre BRINQUEDOS E MATERIAIS PARA POR E TIRAR
o conforto acústico e a segurança do material, dando, portanto, Encher um recipiente de plástico com pequenas colheres,
preferência aos de corda e aos que tocam músicas curtas. rolhas, bolas de tênis, pregadores de roupa ou outros objetos
Atenção para os brinquedos com pilhas. Além de exigir a sua pequenos e deixar a criança brincar de tirar e colocar.
substituição, requerem o cuidado necessário para que o bebê
não tenha acesso a elas. BRINQUEDOS DE BATER
Bater tampas de panelas ou brincar com o bate-pino deixa
2. Brinquedos e materiais para bebês que sentam o bebê feliz e satisfaz sua necessidade de compreender o que
Ao sentar, os bebês não deixam de apreciar as brincadeiras esses objetos podem fazer, ao tempo em que desfrutam do som
sugeridas para os que ficam deitados, mas ampliam as produzido pelas batidas.
oportunidades para interações com objetos e com as pessoas.
Como favorecer essas novas possibilidades do bebê? DEIXAR CAIR PARA VER O QUE ACONTECE
Quando o bebê deixar cair alguma coisa durante a refeição,
Algumas sugestões fazer disso uma brincadeira, falando sobre o que acontece com
MORDEDORES o objeto: “Agora a colher está no chão”, “Quando você soltar a
Todo bebê leva coisas à boca para explorar, e dentes. colher, ela cai no chão”. Quando ele jogar uma bola no chão
Objetos com materiais de texturas leves, como os mordedores, para ver o que acontece, diga: “Olhe, a bola está rolando”, “O
oferecem algum conforto. brinquedo caiu debaixo do armário”, “A bola está pulando”.
Há mordedores com diferentes formatos e cores e que Essa brincadeira repetitiva auxilia a criança a compreender o
servem também para explorar e brincar. Observar a que se pode fazer com o objeto, além de auxiliar a
higienização e o tipo de material, garantindo que não seja compreensão da linguagem.
tóxico ou solte tinta.
RABISCAR
TOMAR BANHO E BRINCAR Colocar um giz grosso de cera na mão do bebê e deixar que
Enquanto o bebê toma banho na bacia, oferecer canecas ele produza seus primeiros rabiscos no chão, sobre um papel
para ele encher e esvaziar e objetos que possam ser colocados grande. As crianças se divertem com o movimento de rabiscar
dentro delas, mas que sejam maiores do que o seu pulso, para e se encantam com as marcas que conseguem deixar no papel.
impedir que, ao colocar na boca, possam ser engolidos. Nos
dias quentes, deixar os bebês se divertirem em bacias com BRINQUEDOS PARA CHOCALHAR
água e objetos, no parque ou solário, em ambientes externos, Há inúmeros modelos de chocalhos para os bebês que
protegidos do sol excessivo, para que possam brincar e sentam e seguram objetos para chocalhar. Há variações na
apreciar o entorno. forma, textura, cores e tamanhos. Atentar para o nível de ruído

Referências 89
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APOSTILAS OPÇÃO

do brinquedo que deve ser suave. Procurar os brinquedos que possibilitam o desenvolvimento do cérebro e a aprendizagem,
tem o selo do INMETRO que já contemplam esse item. sendo o amor e a atenção fatores importantes para levar os
bebês e as crianças pequenas a aprenderem. Quando a
BEBÊS GOSTAM DE BRINCAR JUNTO COM OUTROS professora do agrupamento é gentil, amorosa e responde às
Mesmo pequenos, os bebês já interagem e se aproximam demandas das crianças, cria um ambiente que leva à ampliação
de outros para se comunicar. Não impedir essa aproximação, de experiências. Pegar os bebês no colo e dar-lhes afeto é
mas cuidar para que um não machuque o outro pela falta de essencial para a construção de relações afetivas. A falta de
coordenação de suas ações. amor gera ansiedade e bloqueia a aprendizagem.

BRINCAR COM ÁGUA Equilíbrio entre ansiedade e curiosidade


Bebês adoram brincar na água, na banheira ou bacia. A curiosidade leva à ampliação de experiências
Enquanto se dá banho em uma criança, colocar outras em A criança pode ficar ansiosa por querer brincar com um
bacias com água e deixar canecas para que elas possam encher brinquedo novo, que está com outra criança, mas quando
e esvaziar. compreende que é preciso esperar sua vez de brincar com o
objeto, o contexto lhe dá segurança. Mas a curiosidade pode
O CESTO DO TESOURO também trazer perigo: crianças que não sentem medo de nada
Cesto do tesouro é a coletânea de objetos domésticos, de podem criar situações perigosas, inesperadas, caso não haja
uso cotidiano, utilizada com o fim de ampliar as experiências constante supervisão da professora. Crianças que evitam
sensoriais. A variedade de texturas e características dos situações de ansiedade ficam passivas e não demonstram
objetos, possibilita a exploração livre do bebê, oferecendo, curiosidade, precisam de muita atenção e carinho para
pela sensorialidade, oportunidades de novos conhecimentos. desenvolver relações afetivas e vínculos. O brinquedo e a
brincadeira são as melhores formas de criar tais vínculos.
CESTO COM OBJETOS PARA BEBÊS
O que é o Cesto com Objetos? Risco e segurança
O Cesto do Tesouro é uma estratégia pedagógica para Quando a criança está iniciando sua experiência na creche,
despertar diferentes interesses em bebês, criada por Elinor fica com medo de assumir riscos e, por isso, é importante a
Goldschmied (2006). Dentro de uma cesta de vime, redonda, ação da professora para iniciar uma interação com uma
sem alça, baixa e forte, mistura-se uma variedade de objetos brincadeira que ela já conheça ou com o brinquedo que ela usa
para exploração do bebê que já senta, mas não engatinha. O em casa, que não cria ansiedade e lhe dá segurança. Depois,
cesto oferece a oportunidade de entrar em contato com os gradativa- mente, pode inserir novas situações para a criança
objetos, em sua diversidade de formas, texturas e cores, explorar, tomar iniciativa e expressar sua curiosidade. Quando
disponíveis no universo cultural em que a criança está o bebê quer se comunicar com outro, oferecer segurança para
inserida. Deve-se dar preferência aos objetos naturais e de uso que ele realize sua intenção, mas permanecer atenta e
doméstico evitando os brinquedos de plástico, as sucatas próxima, para evitar riscos de confrontos físicos.
tecnológicas (pedaços de telefone etc.) para os muito
pequenos, incluindo somente alguns que forem característicos Esforço e criatividade
da cultura da comunidade do bebê. Se não for encontrado um Quando envolvida na exploração de qualquer objeto ou
cesto redondo, seguro, sem farpas, pode-se substituí-lo por brinquedo, a criança se esforça, presta atenção e se empenha
uma caixa de papelão rígida ou de madeira, redonda, ou por no que está fazendo, mostra sua concentração e perseverança
uma bacia de plástico, revestida com tecido. para encaixar ou encher e esvaziar. O brincar é sempre
prazeroso, mas pode criar tensão, quando a criança está
empenhada em fazer algo que não consegue, por ser complexo
Importância do Cesto com objetos demais, especialmente se tiver alguma modalidade de
O Cesto com objetos é importante para ampliar a deficiência ou dificuldades de aprendizagem. Se não houver
experiência do bebê, que usa os sentidos para manipular, suporte afetivo, poderá ocorrer sensação de fracasso, o que
explorar e experimentar os objetos e entender o mundo em paralisa a ação. Brinquedos simples, mas atrativos, são as
que vive. Quando coloca tudo na boca, está aprendendo as melhores escolhas para que o envolvimento no brincar seja
características do objeto (5 a 10 meses de idade); quando criativo.
enche, esvazia e empilha tenta descobrir o que fazer com os
objetos (10 a 20 meses de idade). Quando começa a Saberes das crianças
compreender e usar a linguagem oral para a imaginação, uma É fundamental acreditar que as crianças são capazes,
caixa pode se tornar um carro (em torno de 20 meses de sabem o que querem, selecionam os objetos de seu interesse e
idade). têm seus modos de manipulá-los. No brincar não há certo nem
errado: experimentar várias vezes, “errar”, tentar de novo,
Aspectos importantes para compreender a relação da sem a cobrança de resultados “corretos”. A professora que não
criança com o objeto sabe que os bebês têm saberes não oferece desafios e, num
Relações afetivas e segurança, equilíbrio entre ansiedade e círculo vicioso, impede a descoberta de novas situações. É
curiosidade, risco, esforço e criatividade, saberes da criança e como se, desde cedo, a professora mar- casse os bebês com o
ambiente apropriado. rótulo de incompetência, antecipando seus fracassos.

Relações afetivas e segurança Ambiente apropriado para brincar


Os Indicadores de Qualidade na Educação Infantil (2009) e O brincar é a coisa mais importante para as crianças, a
as Diretrizes Curriculares de Educação Infantil (2010) atividade mais vital, pela qual elas aprendem a dar e receber,
apontam para a importância das relações afetivas entre as a compreender a natureza complexa do ambiente, a solucionar
crianças e a professora e do ambiente de segurança para a problemas, a relacionar-se com os outros, a ser criativa e
educação. imaginativa. Para evitar que se diga: “Ah! Ela está só
O mais importante na creche é o estabelecimento de brincando!” ou “Quando parar de brincar, venha fazer algo
vínculo entre as crianças, as famílias e a equipe que dá o mais útil”, é importante criar ambientes estruturados que dão
suporte educativo. As ciências cognitivas mostram que os qualidade para o brincar, com a participação da professora e
contatos positivos que os bebês estabelecem desde pequenos de outras crianças.

Referências 90
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APOSTILAS OPÇÃO

Organização e uso do Cesto passo-a-passo coloridos ou tiras de panos coloridas amarradas, o bebê vai se
- Selecionar os objetos, conversando com as professoras e divertir, tirando a “cobrinha” de dentro da caixa.
os pais, e fazendo uma pesquisa na comunidade para conhecer
os objetos do seu cotidiano. ENGATINHAR E NOVAS EXPERIÊNCIAS
- Selecionar vários tipos de objetos com características Depois que o bebê aprendeu a engatinhar, oferecer novas
físicas diferentes, como pedaços de madeira, frutas como experiências: na grama, na areia ou subir e descer num
laranja e maçã, legumes como pepinos e pimentões coloridos, pequeno declive.
chaveiros com chaves, rolos para cabelo, buchas, cones de
pinha, escovas de dente novas, garrafinhas com essência de BRINQUEDOS ESTRUTURADOS DE ESPUMA
baunilha e bolas de madeira, entre outros. Nessa fase, estruturas de espumas com superfícies macias,
- Verificar se os objetos são seguros, se não têm pontas, mas sólidas, para subir, descer e entrar em buracos são ótimas
partes pequenas que podem ser engolidas, se não são tóxicos para criar cenários desafiadores para os bebês. Os pais podem
e estão limpos. ser convidados para brincadeiras interativas com seus bebês,
- Colocar uma grande quantidade desses objetos em uma aproveitando a oportunidade para conversa com as
cesta de vime, redonda, grande, com fundo plano, firme e sem professoras.
alças e farpas. Pegar cada objeto nas mãos e imaginar o que Brinquedos de espuma formam estruturas integradas de
pode ser feito com cada um deles. apoio as atividades de exploração das crianças. São
- Oferecer um cesto para cada 3 bebês explorarem, sendo considerados materiais lúdicos e possuem dimensões que
que para um agrupamento de 8 bebês disponibilizar 3 cestos. possibilitam estruturar o ambiente e criar situações diversas,
- Permanecer ao lado e não interferir, exceto quando em que predominam as atividades sensório-motoras
solicitado. A intervenção tira a concentração do bebê. É um integradas às interações entre crianças e adultos. São fáceis de
bom momento para fazer observações e registros. manipular, confeccionados em material lavável e permitem
- Substituir os objetos do cesto ou providenciar vários diversos tipos de montagem, podendo ser utilizados tanto em
cestos com itens diferentes, para utilizá-los de forma rotativa. espaços internos como externos.
- Substituir os itens estragados, lavar ou limpar
regularmente os objetos. TÚNEL COM CADEIRA OU MESA
- Se houver crianças maiores no mesmo ambiente, separar Colocar uma cadeira ou mesa entre a professora e o bebê
a área dos bebês com um tapete. que engatinha. Falar com ele do outro lado e mostrar-lhe um
- Dependendo do contexto regional, cada creche pode brinquedo. O bebê irá engatinhar por baixo da cadeira ou da
escolher objetos compatíveis com seus usos e práticas, mesa.
incluindo as preferências dos grupos étnico-raciais das
crianças. TÚNEL COM CAIXA
- Selecionar diferentes objetos naturais ou feitos com Utilizar uma caixa com um buraco, para que o bebê passe
materiais naturais como couro, tecido e madeira, utilizados por ela como em um túnel.
pelas diversas comunidades étnico-raciais e regionais no
Brasil. BRINCAR COM ÁGUA
- Ao oferecer o cesto, guardar outros brinquedos para que Crianças que engatinham continuam gostando de
as crianças possam se concentrar na exploração dos materiais. brincadeiras com água, com livros de plástico e brinquedos
- Objetos feitos com cascas de árvores, sementes de frutos, para afundar ou canecas para pegar água.
ossos, dentes e chifres de animais, escamas de peixes, cocares
com plumas, colares, bolsas e cintos de couro, madeira ou OUTRAS BRINCADEIRAS
palha dourada, conchas, objetos musicais, pedras, cipós, Lembrar que as brincadeiras das crianças que sentam
tapetes e enfeites de materiais naturais, pratos, canecas e continuam interessando àquelas que engatinham: encaixar,
panelas pequenas de barro, cestos pequenos de vime, com derrubar, tirar e por dentro de caixas ou canecas (outras
padrões típicos de cada região, representam a variedade de informações sobre brincadeiras com água podem ser vistas no
objetos do cotidiano de várias comunidades brasileiras. módulo para crianças maiores).
- Durante o uso do cesto, procurar, calmamente, sem tirar
a concentração da criança, recolher e recolocar no lugar os BATER, FAZER SONS, CANTAR, PINTAR
objetos que ficarem espalhados. Outras brincadeiras que encantam essas crianças incluem
brinquedos para bater, para fazer sons, cantar e pintar.
3. Brinquedos e materiais para bebês que engatinham
Ao engatinharem, os bebês ampliam as possibilidades de LEMBRAR QUE
exploração, indo atrás de objetos de seu interesse. Como criar Muitos desses materiais podem ser construídos pelos pais
situações para favorecer tais explorações? junto com as professoras, em oficinas que ensinam os
familiares a brincar com seus filhos. A educação partilhada
Algumas sugestões entre a instituição e os pais é a que oferece melhor qualidade.
CADEIRAS, MESAS, CAIXAS DE PAPELÃO COM FUROS Bebês que engatinham continuam gostando de coisas para
Tais objetos possibilitam a criação de desafios para os encaixar, por e tirar e de explorar objetos.
bebês que engatinham O bebê pode engatinhar, passando
debaixo da cadeira ou da mesa ou entrando na caixa. A 4. Brinquedos e materiais para bebês que andam
professora pode ir à frente, será mais divertido. Quando os bebês andam, eles não deixam de brincar de
encaixar, de empilhar, de bater, tirar e por objetos, brincar na
DESCOBRIR O QUE TEM DENTRO água, com tintas, com o corpo, de explorar os brinquedos e
Utilizar caixas de papelão, com tampa (caixa de sapato ou materiais, como já faziam antes de andar. Agora, exploram os
de lenços) com um buraco onde caiba a mão do bebê e ir mesmos materiais e outros, com novas preocupações porque
colocando brinquedos pequenos dentro dela, objetos que adquirem maior autonomia com o andar e podem realizar
fazem ruído, como sininhos amarrados em tecidos que podem brincadeiras mais complexas.
ser puxados. Depois, chacoalhar na frente do bebê para fazer
barulho e ver o que ele faz. Provavelmente ele vai pôr a mão na
caixa para ver o que tem dentro. Se forem colocados três lenços

Referências 91
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APOSTILAS OPÇÃO

Algumas sugestões tais iniciativas e dispor de áreas ou cestos com tecidos e


BRINQUEDOS DE EMPILHAR roupas.
Tais brinquedos fazem parte da construção, que implica
em montar. No entanto, o grau de complexidade é o BRINCADEIRAS COM ÁGUA E TINTA
empilhamento sem derrubar. Costuma-se oferecer “peças” Crianças bem pequenas gostam de brincar com água, fazer
construídas com materiais de reciclagem como caixas de pinturas, brincar de imitar. Portanto é importante criar
papelão ou copos de iogurte, alternativos aos brinquedos ambientes para essas experiências. Brincar com canecas
produzidos pela indústria. dentro de bacias, nos dias quentes, banhos de esguicho, pintar

BRINQUEDOS DE EMPURRAR 5. Organização do brinquedo como direito da criança.


São aqueles utilizados para auxiliar no aprendizado e Prever:
desenvolvimento motor do andar. Eles devem ser capazes de - Lembrar que as crianças que engatinham gostam de
sustentar o peso da criança e ter resistência suficiente para colocar o dedinho em qualquer buraco, entrar em espaços
auxiliar no equilíbrio dos primeiros passos. Há carrinhos de apertados. Procurar fechar as tomadas e verificar se não há
madeira resistentes, com suporte para puxar e empurrar. buracos com aberturas cortantes nos brinquedos e nos objetos
do ambiente para garantir a segurança dos bebês que são
BRINQUEDOS DE PUXAR muito curiosos e exploradores.
Tais brinquedos oferecem ótimas oportunidades para - A retirada dos brinquedos quebrados ou que ofereçam
crianças que estão iniciando os primeiros passos. O carrinho algum risco.
de madeira serve ao mesmo tempo para empurrar e puxar. - O uso que a criança faz do brinquedo, oferecendo outras
alternativas.
BRINQUEDOS DE ENCAIXAR - A oferta de brinquedos e materiais, de acordo com a
Encaixes e quebra-cabeças com poucas peças são ótimos proposta prevista no projeto pedagógico para o agrupamento
para criar desafios para as crianças pequenas experimentarem infantil.
como encaixar a peça correta. - A possibilidade de usar o brinquedo com outras crianças
e, também, de brincar sozinha.
BRINQUEDOS DE AFETO - O armazenamento adequado dos brinquedos e materiais.
Ursinhos de pelúcia, um pedaço de pano ou de cobertor ou - A oferta de variações sobre o uso do brinquedo, de modo
a boneca preferida são os brinquedos de “afeto”, objetos a ampliar o repertório da criança.
importantes para a tranquilidade e segurança dos pequenos. - A valorização das escolhas das crianças, agregando novos
Devem receber cuidado e atenção da professora e ser desafios.
colocados em lugar de fácil acesso, para que a criança consiga - A garantia de materiais e brinquedos em quantidade
pegá-los quando quiser. suficiente para que todas as crianças tenham oportunidades
iguais na brincadeira.
BOLAS - Modificações contínuas na forma de estruturar o espaço
São ótimos brinquedos para apertar, sentir a textura, cor e da brincadeira, de modo a oferecer novas oportunidades.
formato e deixar cair para ver como rolam. Ao deixar cair, os
bebês experienciam, pela observação, como esses objetos MÓDULO III
rolam. Testam a gravidade e verificam, pela repetição, o BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E MATERIAIS PARA
comportamento sistemático do objeto, por isso a importância CRIANÇAS PEQUENAS
da variedade de formas, materiais e tamanhos, para que os (1 ANO E MEIO A 3 ANOS E 11 MESES)
bebês possam repetir as experiências com materiais diversos.
Há bolas com múltiplas funções, que possibilitam experiências Para facilitar o trabalho das professoras, este módulo
de tocar para conhecer sua textura, ver a cor, produzir som ao contém práticas para crianças com idade em torno de 2 e 3
toque, faces espelhadas que auxiliam o conhecimento de si e anos, separadas de forma didática. É preciso lembrar que cada
com buracos para por as mãos e explorar. criança é diferente de outra e que a idade não é o único critério
para verificar os interesses e necessidades de cada uma. As
BRINCADEIRAS COM MATERIAIS DIVERSOS crianças continuam gostando dos brinquedos e brincadeiras
Há inúmeros tipos de brincadeiras para crianças pequenas que já conhecem, mas ampliam suas experiências e a
que começam a andar: brincadeiras com o próprio corpo, com complexidade do brincar. Assim, as sugestões para os menores
movimentos, explorando a sensibilidade para a produção de podem servir aos maiores e vice-versa. Neste módulo serão
sons, experiências com argilas, tintas e materiais para incluídas as experiências mais significativas para essa fase da
vivenciar formas, cores e texturas; organização de cenários e criança.
ambientes mais estruturados que possibilitem a exploração, a
socialização e a solução de problemas que envolvem e 1. Segundo ano
ampliam as experiências das crianças. Durante o segundo ano, as crianças caminham na direção
da independência de movimentos, utilizando materiais mais
BRINCADEIRAS DE EXPLORAÇÃO estruturados para praticar atividades físicas e de manipulação.
Criação de ambientes de exploração, com materiais As professoras exercem um papel fundamental ao oferecer um
pendurados no teto: tiras de jornal, papel laminado ou ambiente que prepare as crianças para a autonomia no brincar
celofane ou objetos que produzem sons criam ambientes e oportunidades para aprender a se organizar. Esta também é
sonoros para a exploração musical e resultam em brincadeiras a fase em que as crianças apreciam permanecer juntas. Diante
coletivas para a socialização da criança. de tais responsabilidades, torna-se fundamental pensar,
igualmente, no conforto da professora durante as
BRINCAR DE IMITAR brincadeiras.
Crianças pequenas gostam de imitar as pessoas, Compõe o segmento para crianças em torno de 2 anos:
especialmente as situações que lhes chamam a atenção.
Apreciam pegar a colher e dar de comer ao seu ursinho, a. Brinquedos e materiais para a área interna e externa
colocar panos na cabeça. Portanto, é indispensável favorecer ESCORREGADOR

Referências 92
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APOSTILAS OPÇÃO

Estrutura simples, sólida, de madeira, com três pequenos FANTASIAS


degraus, plataforma com escorregador do outro lado. Pode ser São itens importantes para as crianças que gostam de
utilizada tanto na área interna ou externa, independentemente imitar outros e, gradativamente, vão assumindo personagens
do clima. e ingressando no mundo fantástico dos reis e princesas, dos
monstros e bruxas, dos super-heróis e animais de reinos
CAIXA PARA BRINCADEIRAS encantados. Caso não haja fantasias, importantes para o
Caixa quadrada grande com furo grande dos dois lados, repertório das crianças, convocar os pais para a fabricação de
para que a criança possa engatinhar para fora e para dentro. tais itens. A construção de um brinquedo ou suporte de
Uma cortina pode ser fixada para cobrir o furo, possibilitando brincadeira não visa apenas o aspecto econômico, é, também,
brincadeiras de esconde-esconde, que as crianças gostam. um importante fator de conscientização e integração dos pais
na tarefa de promover a experiência lúdica da criança e a
CAIXAS DE EMPILHAR ampliação do seu repertório imaginário.
Caixa resistente de madeira, com duas caixas menores
dentro. A caixa maior deve ter 43cm de comprimento por ÁREA DE IMITAÇÃO
28cm de altura e 28 cm de profundidade, para que a criança Não precisa ser uma casinha fechada, basta um canto de
possa subir nela sozinha; a caixa menor pode estar cheia de “casinha”, em qualquer lugar da sala do agrupamento, com a
bloquinhos de madeira. Trata-se de um brinquedo versátil, por cozinha e o quarto, separados por biombos baixos e
atender crianças com diferentes interesses e idades e a creche resistentes, com janela, cortina e os apetrechos domésticos.
poderá ter, pelo menos, duas ou três caixas desse tipo, para
que as crianças as utilizem o ano todo. Juntas, as caixas se MATERIAIS PARA BRINCAR
tornam um trenzinho; de lado, um lugar para se esconder; Para brincar na cozinha é necessário dispor de apetrechos
sentar em cima ou subir e equilibrar-se. Com a criança dentro, de uso doméstico, como conchas e colheres, pratos, xícaras e
a professora pode puxar ou empurrar. As caixas devem ter panelinhas pequenas. Dependendo da região, as panelas
feltro de proteção nos cantos, mas sem rodinhas. poderão ser de barro ou alumínio e as crianças vão imitar a
prática de comer de sua família e de sua comunidade.
CAIXA DE CORREIO
Para brincar de mandar cartas e ser usada junto à casinha, MESAS
na cerca que separa os ambientes. As mesas para crianças pequenas brincarem com
miniaturas, massinha de farinha de trigo, fazer biscoitos,
COLCHÕES salada de frutas, carimbar desenhos com batata, beterraba,
São boas alternativas para brincar de rolar e dar desenhar, cortar papel e colar ou, mesmo, brincar com quebra-
cambalhotas. cabeça ou materiais de construção, devem comportar de 6 a 8
crianças juntas. As tradicionais mesas para pré-escolares
ÁREA EXTERNA acolhem somente até 4 crianças.
O acesso direto a uma área externa, coberta ou aberta, Mesmo que se juntem duas mesas, ocorrem interferências
propicia o livre movi- mento de entrar e sair da sala, separados na junção dos tampos e na altura dos pés das mesas, limitam
dos maiores, evitando colisões com bicicletas ou carrinhos de os trabalhos, principalmente com papéis de grandes
bebês. Em certas regiões brasileiras, com altas temperaturas, dimensões. Deve-se preferir mesas maiores com tampos
faz-se necessário que os locais sejam sombreados. Na área revestidos de melamínico (fórmica).
externa pode-se criar atividades planejadas para oferecer
desafios motores para as crianças maiores com a criação de OBJETOS PARA BRINCAR NA MESA
circuito que incluem subir, descer, entrar em túneis, pular A mesa é essencial para brincar de realizar inúmeros
obstáculos, utilizando tábuas, caixotes e mesas. projetos das crianças. Disponibilizar materiais como contas de
madeira grandes e coloridas (maiores que 3 cm) para enfiar
em um fio do tipo elétrico plastificado, jogos de montar ou
ESTOCAGEM DE BRINQUEDOS E MATERIAIS quebra-cabeças, tesouras sem pontas para cortar, argilas,
Para organizar o trabalho, é essencial dispor de espaço revistas, moldes e adesivos para imprimir, giz de cera grosso e
para estocagem de materiais e objetos de brincadeiras. A papéis para desenhar e pintar contribui para ampliar a
creche deve organizar um espaço conhecido pelas crianças complexidade das ações das crianças.
para a guarda de seus objetos de “afeto”, para que elas possam
encontrá-los facilmente, bem como, deixar também à vista os ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
outros brinquedos, para serem usados pelas crianças de forma Existe uma diversidade de materiais que também servem
independente. para brincar e que requerem uma organização com previsão
de espaços, estantes, lugares mais baixos para uso
ÁREA DA BIBLIOTECA independente da criança e mais altos, para o uso do adulto.
Cada sala deve dispor, para seu agrupamento de crianças,
de uma área para ver livros e revistas, que devem estar ÁREA PARA A CONSTRUÇÃO
guardados em cestos ou em estantes na altura das crianças. A Disponibilizar blocos de construção de diferentes
professora deve contar histórias, ver livros com as crianças, tamanhos e materiais, carrinhos e miniaturas para compor o
envolver os pais, emprestar livros para os familiares. tema da brincadeira. É divertido construir um castelo, porque
as crianças tornam-se mais criativas quando produzem seus
CESTO COM OBJETOS DIVERSOS projetos mas, para continuar a brincadeira, são precisos
Com pedaços de pano de veludo, lamê, laços, sedas, personagens como super-heróis, monstros ou princesas em
bordados e adornos de estofados ou conchas do mar, seixos, miniatura, para se proporcionar conteúdo temático ao brincar
caixas decoradas colocados dentro de um cesto, são oferecidas e para favorecer a entrada no mundo do faz-de-conta.
oportunidades tranquilas de manipulação e imaginação para
as crianças. TANQUE DE AREIA
Na área externa, protegida do sol, dispor um tanque de
areia com torneira próxima para “molhar” a areia e fazer

Referências 93
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APOSTILAS OPÇÃO

bolinhos. Escolher materiais resistentes para baldes, copinhos - 3 regadores de plástico tamanho grande com bico fino
e pás e objetos para brincar de lavar a areia. para regar plantas;
- 3 chaleiras de alumínio para chá;
LAVAR A AREIA - 5 funis de tamanhos e materiais variados;
Convidar as crianças para lavar a areia como prática - 5 canos de PVC de ¾, comprimento de 30cm, cor marrom;
cotidiana. Lavar antes de brincar. Basta colocar um pouco de - 5 canos de PVC de ½, comprimento de 50cm, cor branca;
areia no fundo do balde, encher de água mexer com a colher e - 5 canos de PVC de 1 ½, comprimento de 50cm, cor branca;
encher novamente de água, para que a sujeira saia junto com a - 20m de mangueira de regar jardim, cor transparente;
água. - 10 rolhas;
- 10 bolas de pingue-pongue para boiar;
BRINCAR COM ÁGUA - objetos para afundar;
Junto ao tanque de areia disponibilizar um espaço com - recipientes com boca pequena para encher;
água: tanque baixo com torneira, uma pequena piscina ou - 10 tigelas ovais de madeira tamanho de 10 a 25cm (peças
várias bacias grandes ou mangueira para brincar com água nos variadas).
dias quentes. A integração do espaço da areia com a água
possibilita a criação de novas brincadeiras. Sacolas e latas com objetos para brincar
Pode-se brincar na banheira, durante o banho, tendo Sugestões passo-a-passo
objetos para encher, para flutuar, livros de plástico para “ler”. - Envolver professoras e pais na tarefa de selecionar
Outra opção é o banho coletivo em dias bem quentes, que objetos de uso doméstico ou típicos da comunidade e comprar
oferecem o prazer de correr atrás do esguicho de uma os itens que não podem ser doados (ver relação de itens nas
mangueira. Ao deliciar-se com o frescor da água, compartilha- sugestões do Cesto de objetos).
se da alegria de um brincar coletivo, de corpos movidos pela - Escolher 15 variedades de objetos e guardar cada item em
liberdade de expressão e de espíritos carregados da essência uma sacola de pano fechada com uma cordinha. As sacolas
lúdica. devem ficar penduradas em ganchos nas paredes e
identificadas pelo tipo de item.
INTEGRAR ÁREAS PARA BRINCAR - Para um grupo de 8 crianças são necessários, pelo menos,
Se houver uma parede próxima da área da água, cobrir a 50 ou 60 objetos.
superfície com azulejos brancos para favorecer a brincadeira - Todos os outros materiais devem ser guardados para que
de fazer pinturas coletivas ou individuais, usar a mangueira a criança possa se concentrar.
para lavar e dispor uma mesa como suporte para a produção - Reservar uma hora por dia para a brincadeira com os
de tintas com diferentes materiais, de modo a criar produções materiais.
bastante coloridas. - A professora do agrupamento deve ficar perto das
O tanque de areia deve ter área mínima de 15m com crianças.
profundidade de 30cm. Preferencialmente, as muretas em - Escolher pelo menos 5 variedades de materiais e colocar
torno do tanque de areia devem ter largura de 25cm e estarem em latas e bacias ou caixas próximas a cada criança para que
ao nível do chão. Usar rede removível para proteger a areia de possam escolher livremente. As latas/bacias são melhores do
fezes de animais e resíduos de folhas e outros materiais, que os cestos para esse tipo de atividade.
higienizando o tanque com solução de cloro a cada 15 dias. - As crianças precisam de tempo para pensar em como vão
(Para maiores informações e orientação verificar na Secretaria brincar com o material. Exemplo de combinação de materiais:
de Saúde ou de Zoonoses da sua cidade.) correntes, tubos de papelão, pompons, tampas de latas e
argolas de cortina. Dependendo do tipo de comunidade a que
BRINCAR DE MISTURAR E EXPERIMENTAR pertencem as crianças, os materiais podem variar e as
Selecionar alimentos para misturar e experimentar. Sob a combinações também. Para manter o ambiente organizado e
supervisão da professora, misturar água, suco, gelatina, sal, atrativo, recolher os materiais espalhados e colocar
açúcar, farinha, cereal, frutas, verduras, tudo é interessante novamente nas latas para que as crianças possam continuar a
para experimentar e observar suas características. exploração.

MATERIAIS PARA MISTURAR E VER O QUE ACONTECE b. Papel do adulto na brincadeira com objetos na
Sob a supervisão da professora, misturar terra, areia, reorganização dos brinquedos
argila, água, farinha, tinta, óleo para ver o que acontece e fazer O adulto tem papel fundamental na escolha, organização,
desenhos e marcas com estas misturas. disponibilização dos brinquedos e materiais, além do
planejamento e implementação de uma “rotina” junto ás
CONSTRUÇÃO DE CABANAS crianças para que aprendam a usar, guardar e respeitar as
Brincar de construir cabanas, túneis com cobertores ou normas de uso dos brinquedos e materiais.
toalhas, presas por pregadores sobre dois fios de naylon que
atravessam a sala. No interior desses espaços pode- se contar Os principais papéis são:
histórias, brincar de faz-de-conta e de esconder. As crianças se - selecionar e organizar sacolas, latas, caixas ou bacias e
divertem auxiliando a montar e desmontar o espaço, recolher os materiais espalhados.
solucionando problemas como tirar e por pregadores. Pode-se - convidar as crianças para guardar os objetos nas sacolas
criar tais espaços no parque, prendendo os fios de naylon nos e pendurar nos ganchos.
galhos das árvores, junto aos cantos dos muros. São espaços - não é preciso estimular ou elogiar o que a criança faz, mas
móveis que surgem e desaparecem conforme os projetos de observar, fazendo os registros.
brincadeiras das crianças. - intervir, quando a criança estiver aflita ou precisar de
atenção, ou então, quando uma delas começar a perturbar as
Materiais para brincar na areia e na água outras – nesse caso, oferecer um recipiente para a criança
Além dos tradicionais baldinhos, colheres e pás sugerem- colocar os objetos dentro.
se:
- 5 canecas com asa; Para envolver as crianças na reorganização
- 5 recipientes furados na parte inferior; As crianças aprendem a se auto organizar quando auxiliam
a professora na guarda dos materiais nas sacolas. Quando as

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APOSTILAS OPÇÃO

crianças já terminaram de brincar, envolvê-las na tarefa de de participarem com menor nível de ruído. Podem-se planejar
reorganizar o ambiente; aquela que ainda estiver entretida no momentos para um grande grupo e outros para pequenos
brincar não deve ser perturbada, mas sim, ser deixada à grupos em que exerçam atividades diferentes das que ocorrem
vontade, para aproveitar seu envolvimento. ao mesmo tempo, de modo a atender melhor às necessidades
Para iniciar a guarda dos materiais oferecer, às crianças de cada pequeno agrupamento. Basta organizar o tempo, o
que já pararam de brincar, um objeto para guardar na sacola. espaço e os materiais e fazer a supervisão e as mediações.
Ao colocar no mesmo saco os objetos do mesmo tipo, Além do acesso diário aos livros, que devem permanecer
percebem diferenças e semelhanças e entram no mundo da em áreas apropriadas para serem escolhidos e “lidos”, as
matemática. crianças devem ter a oportunidade de aproveitar o gosto que
nessa idade possuem pela música.
c. Atividades coletivas com agrupamentos de crianças Nessa fase, as crianças já dominam um bom repertório de
com idade entre 1 e 2 anos canções infantis, dançam e acompanham a professora, o pai, a
A brincadeira com objetos pode ser feita também durante mãe ou convidados que toquem violão. Portanto, é essencial
a reunião de dois agrupamentos pequenos, de um a dois anos. aproveitar essa forma de expressão das crianças.
Assim, as crianças podem observar o que as outras fazem com Brincadeiras no exterior, na areia, com água, agora
os objetos e ampliar suas experiências. demandam a presença constante do adulto para fazer
É importante que o ambiente seja tranquilo, sem excesso perguntas, de modo a levar a criança a pensar sobre suas ações
de crianças. e levantar hipóteses.
Também nessa idade as crianças se interessam por
d. Conforto para a professora durante a observação pequenos animais, bichinhos, aves, borboletas, joaninhas,
Enquanto as crianças brincam, é importante que a minhocas. Esse interesse pode propiciar conversações livres,
professora fique sentada confortavelmente, sem afetar a criando momentos de atividades dirigidas, para aprender,
coluna, e próxima das crianças, para recolher os objetos e fazer junto com as outras crianças e a professora, por meio da
seus registros. reflexão e investigação sistemática. Este é o potencial do
A instituição deve prever mobiliário adequado para a brincar nessa fase da vida da criança: forma de expressão que,
professora em todos os ambientes de trabalho. pela interação com a professora e as outras crianças, amplia
experiências e impulsiona novos estudos. Fazer minhocário,
2. Terceiro ano jardim, horta ou composteira são projetos que envolvem as
Aos três anos, as crianças começam a ter consciência de crianças.
quem são e aprendem a conviver em grupo, fazendo Meninos e meninas devem ter a mesma oportunidade para
negociações, dando explicações sobre as coisas que fazem. Elas brincar com tudo: carrinhos, bonecas, construção. Pessoas de
já têm muitas experiências: manipulam objetos, constroem outros grupos culturais, com seus materiais, brincadeiras e
coisas e falam o tempo todo sobre o que fazem ou pensam. É brinquedos, contribuem para ampliar as experiências lúdicas
uma fase de intenso desenvolvimento da linguagem e de das crianças.
grande interesse pelas brincadeiras imaginárias, momento em
que as crianças conversam com elas próprias: é comum que, Para pensar nas possibilidades de brincadeiras para
ao fabricar uma bruxa gigante, na área da construção, as atender as características dessas crianças, organizou-se as
crianças comparem o tamanho dos blocos, avaliem e sugestões em oito segmentos:
concluam: “este bloco é grande, não serve... este é do mesmo a) Brincadeira de faz-de-conta - atividade principal da
tamanho”. A fala da criança para ela mesma é um importante criança;
guia para o seu pensamento e condução da ação. b) Construção de mobiliário para áreas de faz-de-conta;
É necessário, então, aproveitar essa riqueza de interesses c) Ampliação da qualidade do brincar;
e preparar o ambiente de modo que haja espaços para a d) Dançar, pintar, desenhar e construir: outras formas de
ocorrência de brincadeiras imaginárias e a expressão da expressão lúdica;
individualidade. Um espaço estruturado, com mobiliário, e) Brincar na areia e na água;
brinquedos e materiais compatíveis com os temas das f) Construção da identidade da criança por meio do
brincadeiras e enriquecido com a interação da professora, brincar;
proporciona maior qualidade ao brincar. g) Valorização das diferenças nas crianças;
Em razão do desenvolvimento rápido da linguagem da h) Desenvolvimento de projetos e o conhecimento do
criança, é importante utilizar não só a fala como a escrita e as mundo físico, social e matemático.
imagens para ampliar as narrativas. A conversa diária na área
da imitação, os rabiscos e desenhos que fazem ao colocar a a. Brincadeira de faz-de-conta atividade principal da
carta no correio ou escreverem a receita médica na área do criança
médico, são brincadeiras capazes de integrar essas diferentes Para que o brincar se transforme na atividade principal da
modalidades de linguagem: o brincar de fazer a consulta, criança, com impacto positivo na sua educação e na ampliação
conversar com a mãe para “escrever” a receita, já mobiliza a de suas experiências, é preciso organizar o espaço e selecionar
fala e a escrita, que também é visual, pois o desenho ou o materiais e objetos que provoquem sua imaginação. Diante de
rabisco são formas visuais de expressar significados. um estetoscópio, ela é levada a entrar na temática de “ser
Essa fase de desenvolvimento intenso da linguagem requer médico”; ao ver a mamadeira, torna-se “a mãe que dá
um ambiente tranquilo, sem excesso de ruído, que possibilite mamadeira ao filho”; um carrinho a leva a “passear com seu
a compreensão da fala da professora e das outras crianças, bebê”. A ausência de mobiliário, brinquedos e acessórios (que
mesmo durante as brincadeiras movimentadas. Como as acompanham especialmente as bonecas) dificulta o brincar
histórias são momentos prazerosos, as crianças, além de ouvir, imaginário.
querem também participar, por isso grandes agrupamentos
não são adequados por criarem maior volume de ruídos, Mobiliário, brinquedos e acessórios para favorecer
exigindo um maior controle por parte da professora e a brincadeiras imaginárias.
obrigando a pedir silêncio constantemente para ser ouvida. Se, - Bonecas-bebê (com corpo macio e diferentes identidades
por exemplo, houver 15 crianças e 2 adultos, é melhor dividir étnicas e raciais); roupas fáceis de tirar e por; mamadeiras;
o agrupamento, e cada professora contar histórias cobertor/lençol de boneca; cama/berço, carrinho.
separadamente, dando assim maior oportunidade às crianças

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APOSTILAS OPÇÃO

- Fogão no tamanho da criança (pode ser construído com Algumas sugestões


caixas de leite) - Quando a criança está encenando o papel de “médico”,
- Pia, bacia ou tacho para lavar louças para dar maior complexidade ao brincar pode-se entrar na
- Geladeira do tamanho da criança brincadeira oferecendo um lápis para usar como termômetro
- Mesas e cadeiras do tamanho da criança para medir a febre da boneca e dizer: “está com febre “. Depois,
- Telefone/celular (de brinquedo ou de uso doméstico) oferecer um bloco de papel para que o “médico” possa fazer
- Armário para guardar a louça uma receita médica para a “mãe” (outra criança) providenciar
- Vaso de flor ou fruteira como enfeite na mesa da cozinha os remédios.
- Toalha na mesa da cozinha - A professora pode oferecer orientações verbais e
- Quadros ou cortina imitando uma janela, que podem ser procedimentos para outros “médicos” cuidarem do ouvido, da
feitos pelas professoras ou mães com tecido cru, pintado pelas garganta, da perna ou do braço quebrado, indicando outras
crianças com rolinhos e tinta guache especialidades médicas para dar papéis diferentes às crianças.
- Panelas de alumínio, barro, ferro ou aço - Modelos acompanhados de orientação verbal auxiliam a
- Copos, tigelas, pratos de plástico e outros materiais, criança a compreender o roteiro da brincadeira. A criança
conforme usos locais pode ampliar ou modificar o roteiro inicial, introduzindo
- Colheres, conchas, colher de pau, colheres de medida novas experiências, que tornam a brincadeira mais rica e
- Escovas para limpar frascos complexa, com vários personagens e diálogos mais longos. A
- Embalagens vazias de alimentos criança não nasce sabendo brincar, mas aprende com adultos
- Objetos ou brinquedos diversos para fazer comida e outras crianças.
- No brincar livre, as crianças sozinhas experimentam e
b. Construção de mobiliário para áreas de faz-de-conta ensaiam diferentes formas de brincar, mas é o brincar em
Pode-se construir mobiliário simples para áreas do faz-de- ambientes estruturados, com a participação do adulto e de
conta como cama, sofá, banco, mesa, fogão, estante, com caixas outras crianças, que proporciona maior complexidade ao
de leite de papelão. brincar e qualidade à educação. A ação do adulto como
Construção do banco, passo-a-passo: parceiro de brincadeira, observador atento, para atender
1. Convidar as mães para a construção do mobiliário; necessidades que surgem, para reorganizar o ambiente,
2. Juntar caixas de leite de papelão, abrir a caixa sem cortar substituir um objeto e incluir um novo é o que faz a diferença.
as bordas, lavar e desinfetar com produtos tipo Lysoform;
3. Juntar jornais velhos, para cada banco separar 15 caixas d. Dançar, pintar, desenhar e construir - outras formas
de leite, 3 tubos de 90 ml de cola branca, 1 bacia, 1 rolo de fita de expressão lúdica
crepe, guache, tinta plástica ou materiais como papel contact Nessa idade de construção de identidade, a criança já pinta
para revestir; figuras, combina cores primárias e dá nome às coisas que
4. Em oficina, com a participação de mães, professoras e pinta. Por isso, deve-se colocar numa área diferentes materiais
crianças, rasgar os jornais em pedaços pequenos; para as crianças fazerem as marcas com tinta, papel, lápis,
5. Encher as caixas de leite com os pedaços de papel e socar cadernos, adesivos para recados, agendas, calendários e
bem para que fiquem bem resistentes; cartões, máquinas de escrever.
6. Após encher as caixas, fechar com fita crepe; A escrita acompanha a cultura dos pais. Assim, crianças
7. Unir três caixas cheias e fechadas, prendendo-as com fita orientais podem fazer marcas de cima para baixo e da direita
crepe. Fazer três conjuntos (9 caixas) para o assento; para a esquerda, diferenciando-se da cultura ocidental, em que
8. Juntas os três conjuntos com fita crepe; se escreve da esquerda para a direita, em linha reta.
9. O encosto do banco é feito com dois conjuntos de 3 caixas As crianças gostam de construir objetos e estruturas
de leite unidas; idealizadas pelo seu imaginário com caixas de papelão,
10. Em seguida, juntar com fita crepe o encosto ao assento; arames, gesso, argila, tubos, tecidos e madeira, entre outros,
11. Colocar na bacia a mesma medida de cola e de água, sempre com acompanhamento do adulto. São brincadeiras
molhar os pedacinhos de jornal dentro da mistura e colar na prolongadas que podem levar dias, semanas, meses,
superfície do banco; acompanhando projetos desenvolvidos ao longo do tempo.
12. Para eliminar as superfícies irregulares, fazer uma
massa com o papel molhado e preencher os espaços entre as e. Brincar na areia e na água
caixas; Para que as brincadeiras com areia e água se tornem
13. Preencher com os jornais picados todos os espaços, de momentos de qualidade para crianças de 3 anos, é preciso o
modo que o banco fique recoberto de forma homogênea; acompanhamento da professora e o aporte de materiais
14. Deixar secar durante 2 dias; adequados.
15. Depois de seco, pintar com tinta ou recobrir com tecido,
papel contact ou outro material que desejar; ATENÇÃO:
16. Para a construção de outros itens: divisória (90 caixas), - Os comentários e perguntas das professoras são
cama (66 caixas), fogão (34 caixas); essenciais para que o brincar não permaneça apenas como
17. Usar a criatividade e fazer mesas, estantes e outros manipulação de objetos, de fazer a água escorrer pelas mãos
itens, decorando as peças de acordo com a preferência das ou encher e esvaziar canecas, práticas que a criança já adquiriu
crianças e da cultura local; nos anos anteriores. As perguntas da professora devem fazer
18. Outras sugestões podem ser encontradas no site emergir preocupações sobre o mundo físico: por que a água
www.labrimp.fe.usp.br e Kishimoto, Monaco, Sigoli(1996). escorre pelos furos da caneca e não fica dentro? Por que não
se faz bolo com areia seca?
c. Ampliação da qualidade do brincar - A função da professora não é ensinar ou falar sobre as
Não basta um ambiente estruturado, com mobiliário, propriedades da caneca com o furo, mas disponibilizar o
brinquedos e materiais adequados para o tema da brincadeira. material e perguntar à criança o que está acontecendo, para
A ação da professora é fundamental para ampliar a qualidade que ela pense sobre a situação.
do brincar, observando os interesses da criança e as práticas - Ao brincar com água, a criança pode dar banho nas
do universo profissional da comunidade, de modo a criar bonecas, lavar e guardar os objetos, aprender a se auto
outras brincadeiras de faz-de-conta ou fazer mediações. As organizar, o que exige a preparação do ambiente.
crianças gostam de imitar as pessoas no trabalho.

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APOSTILAS OPÇÃO

- É preciso organizar, selecionar e guardar os materiais e ATENÇÃO


brinque- dos em caixas ou locais etiquetados. Crianças com deficiências e que têm dificuldades de
- Durante as práticas diárias, deve-se garantir à criança manipulação têm direitos iguais aos outros de usar os
autonomia para o acesso aos materiais. brinquedos tecnológicos.
- No momento da brincadeira, a criança seleciona e leva os
materiais para o local desejado. h. Desenvolvimento de projetos e o conhecimento do
- Após o término da brincadeira, a criança lava e leva os mundo físico, social e matemático
objetos para o local de origem. Continuar a prática de Crianças que avançam no terceiro ano de vida já dispõem
autonomia no uso independente e guarda dos brinquedos é de vários conhecimentos, sabem tomar decisões e conduzir
importante, em qualquer período da educação infantil. projetos por elas definidos. Escutar a criança significa “dar
voz” a ela, dar atenção às suas propostas para planejar junto
f. Construção da identidade da criança por meio do como desenvolver suas ideias.
brincar
Três anos é o auge da construção da identidade da criança, RELATO DAS CRIANÇAS
que já percebe como as pessoas diferenciam brinquedos de É comum, após ouvir histórias que dão prazer, as crianças
meninas e meninos: o menino pode começar a adquirir decidirem fazer o personagem que gostaram, construindo, por
preconceitos e não querer brincar com boneca; a menina pode exemplo, uma bruxa ou dinossauro do tamanho gigante. Um
não querer brincar com carrinho, porque ouviu alguém dizer: grupo de crianças de 3 anos e meio, em uma escola municipal
“carrinho é brinquedo de menino”. de educação infantil na cidade de São Paulo, decidiu construir
uma bruxa do tamanho gigante cujas atividades aqui
ATENÇÃO detalhamos.
- Quando a professora adota uma posição neutra, não
intervindo, favorece a discriminação porque não impede que Descrição do projeto passo-a-passo
as crianças continuem agindo com preconceito. É preciso que - Após ouvir várias histórias sobre as bruxas, as crianças
as crianças aprendam as diferenças de cor e traços físicos, brincam de representar bruxas, falam sobre elas o tempo todo.
brincando de pentear crianças de cabelo liso e cabelo crespo, - A professora registra esse interesse, que perdura por
vendo no espelho crianças de cor negra e branca, enquanto a várias semanas.
professora explica que todos os tipos e cores são bonitos, para - Então, as crianças decidem fazer uma bruxa gigante. A
favorecer a construção da identidade de cada criança. ideia é acolhida pela professora, que pergunta como ela será
- Para auxiliar a construção da identidade, contar histórias feita.
dos povos, selecionar livros, bonecas, quebra-cabeças com - Começam a discutir o que vão usar para essa construção.
vários tipos físicos, apontando a cor da pele, as características Uma das crianças levanta a ideia de utilizar caixas de papelão
faciais e as práticas das famílias e comunidades, valorizando- (de sapato, de camisa), semelhantes às existentes na área da
as, para a construção de identidades positivas. Exposições construção.
turísticas pedindo para as crianças vestirem roupas típicas de - Solicitam as caixas à coordenadora, explicando a
vários países ou trazerem comidas regionais não ajuda a proposta do grupo.
construção da identidade. - Começam a montagem da bruxa, após escolher as caixas,
medindo-as para fazer o corpo, os braços e pernas.
g. Valorização das diferenças nas crianças - Terminado o corpo, decidem utilizar fios de lã para fazer
As crianças já começam a construir identidades próprias e o cabelo..., mas, e o chapéu?
a perceber as diferenças de traços físicos, cor, linguagem. É - Para fazer o chapéu, pesquisam na biblioteca e analisam
essencial o trabalho pedagógico da professora para a vários livros com imagens sobre bruxas, até decidirem o tipo
valorização da diversidade. de chapéu que mais apreciam.
- Escolhem uma cartolina preta e surge nova discussão:
Algumas sugestões como fazer o chapéu? Uma das crianças diz que pode ser
- Quadros e cartões pintados por deficientes físicos com os parecido com o saquinho de pipoca e começam a enrolar até
pés e as mãos fazem a criança perceber que eles também têm ficar com o formato escolhido.
saberes e que podem aprender e realizar coisas maravilhosas. - Faltava a roupa. A professora traz um tecido preto e
- Brincar de andar pela sala, com olhos vendados como as ensina as crianças a prender o tecido com pregador. Em
crianças cegas, ajuda a compreender suas dificuldades, como seguida, as crianças decidem que a bruxa terá um nome:
elas se organizam e como ajudá-las. surgem três possibilidades - Bruxa malvada, Bruxa Boa e
- Brincar de botar a mão dentro de uma caixa, com os olhos Bruxa Keka. Fazem a votação. A cada voto para Bruxa Keka as
vendados, para explorar o seu conteúdo, pelo tato. crianças marcam com um traço. No final, ganha o nome KEKA
- Desligar o som da TV e tentar entender o que se diz, para porque tem mais marcas. Assim, as crianças também vão
compreender a situação da criança surda. entrando no mundo da matemática.
- Colocar nas mãos meias de tecido grosso e tentar abotoar - Terminada a construção da Bruxa Keka, as crianças
uma blusa ou amarrar o sapato, para compreender as começam a inventar uma nova bruxa: criam histórias, fazem
dificuldades das crianças com paralisia cerebral. desenhos e pintam. Ou seja elaboram coletivamente outras
- Utilizar brincadeiras em que as crianças se colocam no narrativas, das quais fazem parte também suas vivências.
lugar daquelas que têm deficiência é uma forma de Assim, as crianças tornam-se escritoras, trazendo para dentro
compreender tais dificuldades, para valorizá-las. da história coletiva a sua própria história.
- Adaptar brinquedos para crianças com deficiência com - Durante o desenvolvimento do projeto, as crianças
auxílio dos pais. Ligar e desligar uma caixa de música, um desenham bruxas, brincam de ser bruxa, correndo pelo pátio,
karaoquê ou MP3 para ouvir música, cantar e dançar podem contando as histórias, fazendo bruxas com massinhas.
ser facilitados com pequenas adaptações do botão que aciona - A professora registra e expõe uma das narrativas no
o aparelho. Com auxílio de pais que entendem de eletricidade, corredor, para divulgação entre as próprias crianças, pais e
substituir o botão pequeno por uma plataforma maior, de comunidade.
modo a controlar o aparelho com um simples bater de mão na
plataforma.

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APOSTILAS OPÇÃO

REFLEXÕES tomarem banho, explorarem objetos e ambientes sozinhas,


- Desse modo as crianças utilizaram várias linguagens com outras crianças e com a professora.
(oral, visual, escrita, matemática) e ampliaram suas Um ambiente educativo para crianças de creches deve
experiências, ao entrar em contato com objetos do mundo respeitar a pedagogia das relações, de bebês e crianças
físico (caixas, tintas, cola, tesoura, tecido, lã). Com auxílio da pequenas que adquirem experiências ricas em um mundo de
professora e da coordenadora, realizaram seu projeto de afetos, de relações positivas e desafiadoras, de fantasias e
construção da bruxa. encantamentos. Contatos entre crianças da mesma idade, de
- A autoestima cresce quando elas se dão conta de que são idades diferentes, de crianças e adultos, da creche com as
capazes, não só de fazer a bruxa do tamanho gigante, mas dar famílias e membros da comunidade fazem parte desse mundo
explicações sobre seu processo de construção, pois de relações.
aprenderam a fazer o seu chapéu e a roupa, além das histórias, Não se pode esquecer que as relações também entre
dos desenhos e pinturas que elaboraram. crianças e os objetos, os brinquedos, os materiais, o mobiliário,
o parque, as áreas internas e externas, o edifício e suas
Outras sugestões condições de iluminação, temperatura, ventilação e acústica e
- A observação das brincadeiras pode desencadear seus níveis de conforto.
variados projetos, quando a professora escuta as crianças. Para educar as crianças, as pessoas (pais, professora,
Algumas pistas: equipe) precisam saber traduzir esses conhecimentos em um
- Brincar de fazer sombras. Pisar na sombra dos outros ambiente educativo, composto também por materiais e
pode gerar interessantes reflexões. brinquedos.
- Brincar no jardim desperta interesse pelos pequenos É a partir dessas informações que se deve definir a
bichinhos que lá habitam: aranhas, joaninhas, caracóis, proposta educativa. Primeiro, ter a clareza de que os bebês são
borboletas, tatuzinhos. seres que já têm vontade, têm consciência sobre o que querem,
- Deixar as crianças falarem possibilita que elas revelem sabem decidir e dizer o que querem. Eles ingressam no mundo
seus interesses. da cultura por meio de interações com as pessoas e objetos e
- Observar as crianças, fazer registros e verificar a utilizam seu poder de decisão, seu corpo e os canais do
persistência de alguns temas. Depois, perguntar a elas se conhecimento, que são seus órgãos sensoriais (o tato, o
gostariam de pesquisar os temas registrados. paladar, o olfato, a audição e a visão) para explorar esse
- Esses temas de interesse das crianças geram o projeto, mundo. Eles ampliam suas experiências por meio do uso
que exige investigação e planejamento, tarefa que é feita em intencional do corpo, das mãos, pés e movimentos e utilizam
colaboração, envolvendo as crianças, a professora e até os pais. seu ato voluntário para investigar esse mundo.
- Geralmente, projetos dessa natureza são registrados em Se os bebês já tomam decisões e sabem o que querem, é
portfólios. A professora faz a documentação pedagógica, ou fundamental observar o que eles fazem. Pegar objetos e
seja, descreve o processo vivido pelas crianças e registra o que engatinhar em direção aos brinquedos são experiências de
elas aprenderam. movimentações, que requerem a garantia de espaços seguros
- A independência e os saberes adquiridos possibilitam e adequados. A consciência desta necessidade também é
atividades com autonomia, como: fazer piquenique na área fundamental para a definição das finalidades de uma educação
externa e levar os materiais da sala para fora, construir uma de qualidade e para a organização do projeto curricular.
cabana com caixotes de plástico ou de madeira, cobrir com Para definir o projeto curricular é preciso, ainda,
tecido e levar os objetos de faz-de-conta para a nova casa. considerar a seleção adequada de materiais e mobiliário: tipos
de tapetes, divisórias, brinquedos e materiais para educar os
MÓDULO IV bebês. Isso requer conhecimentos sobre as características dos
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DOS BRINQUEDOS brinquedos e materiais, aspectos relativos à qualidade e
E MATERIAIS PARA BEBÊS E CRIANÇAS PEQUENAS segurança, à quantidade de crianças por agrupamento sob o
cuidado da professora e aos espaços disponíveis na creche.
Cada Município responsável pela Educação Infantil no Para que as sugestões desse manual sejam, de fato, uma
Brasil apresenta uma diversidade de normas próprias em colaboração à proposta curricular da instituição, faz-se
relação a dimensionamento e tipologia de creches, número de necessário que o espaço e os materiais dialoguem com o
crianças atendidas, salas disponíveis por agrupamento e currículo definido, que se ajustem às concepções que se tem de
relação de professoras por agrupamento infantil. criança e da forma como se pretende educá-la. O conjunto
Diante dessa variedade, adotou-se neste manual, um desses fatores constitui o que se denomina ambiente
projeto baseado em situações reais de creches brasileiras com educativo. Antes de se pensar nos brinquedos e materiais, é
o objetivo de oferecer informações sobre a organização do preciso indagar qual é a proposta curricular da creche.
espaço físico. A partir dessas sugestões, cada equipe da creche Sugestão de berçário para atender a uma proposta
poderá recriar seus espaços para organizar os brinquedos e curricular educativa, que venha a favorecer o bem-estar da
materiais para suas crianças. criança, o seu acolhimento e a interação.
Para educar é preciso ter uma ideia clara sobre quem são As configurações dos ambientes e mobiliários no seio da
as crianças e sobre o que é relevante para a sua educação. proposta curricular construída pela equipe devem estar em
Considerar que todas as crianças são cidadãs, com direito a sintonia com os princípios das Diretrizes Curriculares
uma educação de qualidade e que devem ser educadas por Nacionais para a Educação Infantil (2009), para que se possa
meio de brincadeiras e interações é o primeiro passo. oferecer um serviço educativo de qualidade à criança e a suas
Para implementar esse eixo pedagógico principal - as famílias.
interações e a brincadeira - é preciso identificar que espaços As sugestões são apresentadas em quatro blocos:
físicos a creche dispõe, planejar o seu uso, selecionar e
organizar os brinquedos e materiais, dispor de equipes que 1. Ambientes para bebês
planejem atividades dentro de programas consistentes para as O berçário é mais do que a sala de atividades onde os bebês
crianças, em conjunto com os pais e a comunidade. brincam. Em geral inclui uma sala com berços, separada da
Pensar no tipo de espaço e nos materiais necessários para sala principal, uma área de troca e banho (fraldário), uma área
as brincadeiras e interações é importante, mas deve-se para alimentação (lactário) e um solário. Em alguns casos,
considerar, também, a qualidade dos espaços para as crianças essas atividades são exercidas em um único espaço (exceto
dormirem, serem alimentadas, terem suas fraldas trocadas, solário), em outros, dividem-se em dois ou mais ambientes.

Referências 98
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APOSTILAS OPÇÃO

A análise desse ambiente educativo, onde os bebês O piso deve ser térmico, com tapetes antialérgicos e com
interagem e brincam, é apresentada em 5 segmentos: almofadões para o bebê escalar, entrar em túneis, engatinhar
no espaço e se movimentar, explorando objetos, usando seu
a. Entrada e acolhimento corpo e suas habilidades motoras.
É preciso pensar com cuidado e atenção sobre a Um grande espelho pode ser uma referência para as
importância desse ambiente para bebês ou crianças pequenas crianças se enxergarem, ajudando a construir suas
que deixam o espaço aconchegante da família para ingressar identidades, diferenciando-se das outras crianças a partir da
em um mundo desconhecido. construção das suas imagens.
A ansiedade e o medo provocados por essa mudança
podem ser amenizados quando se respeita as necessidades das Sugestão de quantidade de brinquedos e materiais
crianças, principalmente no momento da entrada na creche. para agrupamentos de 6 a 8 bebês com até um ano de
Proporcionar às crianças acolhimento e inserção gradual idade
na creche, respeitando suas individualidades e identidades são - Uma bola grande de 40 cm, de plástico resistente e
as propostas deste segmento. inflável
A ilustração do projeto sugere a entrada da creche como - 3 bolas de tênis
espaço de acolhimento. Para atender a essa finalidade, propõe- - 3 bolas de borracha, com diâmetro de 10cm
se uma divisória de vidro tipo blindex (vidro de segurança), - 3 bolas de espuma revestidas com tecido (cores e texturas
que define um espaço separado da sala de atividades, para as diversas) ou bolas confeccionadas com meias, com diâmetro
mães ou responsáveis ficarem com seus filhos ou de 7cm
amamentarem com tranquilidade. - Um conjunto de bolas de espuma, com múltiplas funções:
Cria-se, assim, um espaço de acolhimento, onde a espelho, abertura para pôr o braço e guizos que produzem
professora recebe a mãe e a criança antes de entrar na sala de sons
atividade e onde a criança pode brincar com a professora ou - Uma colcha ou rede, para balançar o bebê
com a mãe, fortalecendo vínculos, preparando-se para a - 10 a 15 tipos de objetos da natureza e de uso doméstico
separação, acostumando-se à mudança e aprendendo a (pedras de rio, pinhas sem espinho, laranjas, pimentões,
valorizar a relação trilateral - mãe - filho (a) - professora. É um cenouras, almofadinhas de tecido com aroma ou saquinhos
ambiente silencioso, mas não isolado, pois a transparência da com ervas, colheres de pau, sinos), para serem colocados em
divisória favorece o contato visual com o restante da sala e que cestos do tesouro. Para 8 crianças, dispor de 3 cestos e cerca
transmite segurança à mãe, ao ver sua criança ser bem de 40 a 50 objetos
acolhida na instituição. Neste espaço, podem ser apreciados - 6 tipos diferentes de bichinhos para morder e pegar
portfólios ou documentação pedagógica com os desenhos, - Bichinhos de pelúcia - as crianças podem trazer de casa o
pinturas e esculturas criadas pelas crianças e, oferecidas seu brinquedo de afeto
cadeiras, para que os pais possam acompanhar, com - 4 carrinhos para entrar e empurrar
comodidade, as atividades de seus filhos. - 2 conjuntos de blocos plásticos de encaixe
- 1 conjunto do tipo ligue-tudo
b. Sala de atividades e de experiências - 5 argolas coloridas para pôr na boca
A sala de atividades é um espaço para experiências - 3 brinquedos musicais ou sonoros
interativas, de trocas afetivas e sociais, manipulação de - 3 brinquedos de bater tipo bate-pino
objetos, construção, brincadeiras de encaixe, expressão de - 1 kit de construção com espuma para movimento (de
várias linguagens corporais, motoras, orais e gráficas. É um encaixe, rodas, cilindros)
espaço onde os bebês ficam boa parte do seu dia. Outros - 1 caixa de madeira, com roda e peças de formas diferentes
espaços, como o solário, o parque e áreas externas também - 1 teatro de fantoches, com diferentes personagens
devem ser utilizados pelos bebês. - 3 cavalos de balanço
Oferecer experiências significativas para as crianças é - 3 conjuntos de canecas e caixas para encaixar
garantir seus direitos. Uma educação de qualidade inclui - 3 conjuntos de blocos para empilhar
espaços para que as crianças possam se manifestar por - Uma estrutura de espuma para brincadeiras motoras
diferentes meios, serem ouvidas, serem acolhidas e se - 6 tipos diversos de livros de pano e de plástico.
sentirem bem no seu ambiente.
A sala de atividade dos bebês deve ser um espaço amplo, c. Espaço do sono
arejado, ensolarado, com cores suaves, claras e materiais O espaço de sono deve estar integrado à sala de atividades,
estimulantes. É muito importante o acesso ao exterior, ao mas isolado, para propiciar intimidade e proteção nos
parque, possibilitando que algumas crianças brinquem fora e momentos necessários.
outras não. Espaços de sono e de troca devem ser Além da presença de 4 berços, o espaço do sono poderá
“permeáveis”, e estarem interligados ao grande ambiente, em contar, também, com 4 colchões no piso, com a vantagem de
que coexistem brincadeiras e atividades organizadas pela poderem ser removidos, oferecendo a oportunidade de
professora, para que as crianças que estejam brincando não ampliar a área de brincar, integrando-se à sala de experiências
sejam separadas das que necessitam de cuidados, integrando sensório-motoras (bebês com idades a partir de 7 meses
o processo cuidar/educar/brincar. iniciam o engatinhar e não precisam necessariamente de
Como sugestão, indicam-se divisórias baixas, cortinas, berços para dormir). A cortina, como elemento divisório,
biombos, elementos móveis que permitam à sala expandir-se possibilita aconchego e intimidade e, quando aberta, integra os
nos momentos de maior atividade e retrair-se em outros ambientes.
momentos do dia. Uma veneziana ou cortina escura na janela pode escurecer
A janela grande e próxima ao chão possibilita às crianças o ambiente na hora do sono, diferenciando os momentos do
“enxergarem” o mundo exterior, enquanto que janelas dia pela luz e pelas atividades. Lembrar que não se deve
convencionais, com peitoris de 90 cm de altura, somente “forçar” a criança a dormir, que o toque e o carinho são
permitem que os bebês, principalmente quando ficam no chão, importantes neste momento. Deve-se prever outros espaços
vejam o céu e as nuvens. A altura ideal do peitoril é de 30 para as atividades das crianças que não querem dormir.
centímetros, permitindo a criança ver o mundo exterior na
altura do seu olhar.

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APOSTILAS OPÇÃO

d. Espaço do banho É interessante que o jardim, composto por ervas


O espaço da troca e banho deve estar integrado à sala de aromáticas apresente, também, um pequeno relevo. O
atividades e ao espaço do sono. Uma cortina isola a área de panorama do parque, que deve ainda conter um anfiteatro e
banho quando necessário. Esse ambiente integrado facilita à um palco, muda conforme a disposição dos brinquedos, sendo
professora visualizar as crianças, que brincam nos outros inúmeras essas possibilidades. Indica-se, ainda, o acréscimo de
ambientes. tecidos, cordas e elementos da natureza, que enriquecem o
A integração dos ambientes facilita o contato visual entre brincar e criam um novo visual para o parque.
o adulto e o bebê, oferecendo-lhe segurança e autonomia para Na creche, os projetos de parque devem prever esse
sentir-se capaz de escolher um canto para brincar sozinho ou conceito de brincar em um ambiente que se transforme e
coletivamente. Cuidar/educar/brincar estão em harmonia em ofereça sempre novas experiências às crianças.
um ambiente de bem-estar que atende com qualidade ao Os brinquedos tradicionais como escorregadores,
projeto educativo para bebês, respeitando suas gangorras e gira-giras são fixos e imobilizam o espaço.
especificidades e necessidades cotidianas. Para diversificar a brincadeira e encantar as crianças,
pode-se fazer pequenas modificações no uso desses espaços:
e. Solário e jardim sensorial - Colocar elementos móveis agregados ao brinquedo, como
O solário é um espaço externo interligado à sala do tecidos de malha, Jersey ou de outras texturas e cores;
berçário. Pode ser um jardim sensorial ou um parque infantil - Um tecido de 2 a 3 metros transforma o trepa-trepa em
para os bebês. Jardim é uma palavra cuja origem está associada uma cabana;
ao paraíso: um espaço agradável, de paz, de boas sensações, - Tiras de pano criam movimentos que encantam as
belo, com plantas, água, areia e brinquedos. crianças;
Se o jardim for imaginado como o paraíso para as crianças, - Um tecido de chita pendurado entre uma árvore e outra
que espaço seria esse? cria um colorido e recria áreas para uma cabana, uma casinha
Na educação infantil, a tradição o define como um espaço para brincadeiras simbólicas ou para “ler” livros com os
externo, uma área com brinquedos e areia para brincar. amigos.
Mais do que isso, o jardim deve ser, também, um espaço
que desperta a curiosidade, leva a experiências olfativas, Sugestões de elementos para parque infantil
sensitivas, sonoras e visuais mas, fundamentalmente, um - Duas caixas de areia
espaço de bem-estar, agradável, que oferece boas - Diversidades de pisos
experiências, onde seja muito agradável de estar, interagir, - Áreas com sombra e áreas ensolaradas
brincar e fazer descobertas cotidianas. - Cantos com plantas sensoriais como temperos e
O jardim sensorial requer a escolha de suas plantas pelos aromáticas
aromas que exalam, como manjericão, hortelã, camomila, - Plantas comestíveis (tipo hortelã, manjericão, alface,
orégano, lavanda e pelo sabor que se experimenta ao serem orégano, rúcula, erva-doce etc.)
colocadas na boca. Por ser um espaço de experimentação, não - Brinquedos que podem mudar de lugar (ver ilustrações)
se deve colocar plantas ornamentais que ofereçam risco às - Espaço de correr
crianças. - Espaço para brincar de roda, com bola e com triciclo
Os pisos servem para andar, correr e brincar, portanto - Cantos para montar cabanas. Para os menorzinhos, uma
deve-se atentar para a diversidade de materiais que corda estendida tipo varal com lençóis ou tecidos pendurados
possibilitem todas essas atividades: brincar com pedrinhas, é um ótimo divisor de espaço, além de propiciar divertidas
com giz no chão, correr na areia, andar sobre cascas de árvores brincadeiras de esconder-achar.
e folhas secas são experiências diferenciadas que podem ser
construídas a cada dia. ATENÇÃO:
Para as caixas de areia, sugere-se no mínimo duas - uma Quando se oferecem poucas possibilidades de ação, como
com areia grossa e outra com areia fina. Assim oferece-se à subir e escorregar, ou se reduz o piso a um único tipo
criança diferenças de textura, a possibilidade de construir (cimentado) e os objetos da caixa de areia a simples baldes de
castelos com dois tipos de areias e agregar outros materiais plástico (em geral sucatas de baixa qualidade), limita-se a
como pedras, casca de árvores, frutos etc., que ela mesma riqueza da brincadeira. O brincar, para criança, é muito
possa recolher no jardim. importante e não pode ser cerce- ado, limitado pela pobreza
Cantos com pisos mais duros como cimento e outros, com de espaço e material e pela falta de interações do adulto
pisos macios e molhados como terra e lama, favorecem a durante as brincadeiras.
exploração multissensorial desse espaço. A curiosidade será O parque infantil é um espaço riquíssimo para invenções,
aguçada se, por exemplo, instalar-se um sino de bambu que imaginação e fantasia e para ampliar experiências das
emita som ao ser movimentado pelo vento, um móbile com crianças. Instalado junta à sala de atividades, integra-se o
bandeiras coloridas e outro com frutos secos, para serem aprendizado ao lazer com a mesma valoração.
explorados por crianças e professoras no dia-a-dia da
instituição. Sons, cheiros e texturas, em forma de elementos 2. Ambientes para crianças pequenas (1 a 3 anos)
móveis e variáveis (perecíveis ou perenes) devem ser trocados Os ambientes para crianças pequenas devem estar em
sistematicamente, inserindo a novidade, elemento surpresa no consonância com as atividades que são por elas exercidas e
brincar, possibilitando descobertas diferente a cada dia. com o respectivo currículo da educação infantil, e serão
Além disso, o jardim-parque deve conter um canto com analisados através dos seguintes segmentos:
água e areia, uma área para correr e/ou exercitar os primeiros
passos, um espaço para montar uma cabana e outro, maior, a. Entrada e acolhimento
para brincar de roda. Nas salas das crianças pequenas de 1 a 3 anos, a proposta
de acolhimento considera que a criança já está acostumada ao
PARQUE convívio na instituição. Ela é recebida em um espaço que a
As ilustrações a seguir apresentam um parque para bebês convida a participar da brincadeira imaginária junto com sua
e crianças pequenas. O brinquedo deve ser de madeira e mãe, pai e irmãos.
desmontável, possibilitando que professoras, em conjunto O momento de entrada e saída da instituição, transição
com funcionários da instituição o movam, separando suas entre a creche e o lar, deve receber atenção especial,
partes e recriando o espaço de brincar. valorizando-se vínculos e ritmos das crianças. Por isso, é

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APOSTILAS OPÇÃO

importante um espaço de brincar livre, para brincadeiras de se efetuar obras de reforma na sala ou no edifício. Basta mudar
imitação, construção ou representações teatrais, lembrando o mobiliário. Se uma atividade requer mesa e cadeiras, pode-
que o envolvimento das crianças pequenas aumenta quando se organizar o espaço colocando-as no centro da sala. Para
elas têm a oportunidade de escolher suas brincadeiras e de favorecer o ambiente do faz-de-conta, as mesas e cadeiras
convidar outras crianças e adultos para se juntar a elas nesse podem ficar encostadas, liberando o espaço central para as
momento de prazer. brincadeiras simbólicas. No mesmo dia, é possível reorganizar
Ao longo do dia, o espaço da entrada pode ser várias vezes a mesma sala. Basta combinar com as crianças a
transformado em área para descanso, ou em um espaço livre rotina de reorganização desse espaço.
para brincadeiras de roda com músicas e canções populares.
Propõe-se que o ambiente seja facilmente adaptado ao longo HISTÓRIA DE UMA PROFESSORA
do dia, contemplando as diversas atividades do currículo para Uma professora de uma escola municipal de educação
crianças pequenas, que demandam espaços para expor as suas infantil na cidade de São Paulo, com um agrupamento de 30
realizações como esculturas, desenhos e fotografias crianças de 4 anos, teve a clareza de que se pode melhorar a
produzidas por elas, pelas professoras ou pelas mães. Deve-se, qualidade da educação, mesmo em condições adversas.
também, viabilizar o espaço para produzir sons, músicas e Esta instituição mantinha a mesma organização em todas
diferentes linguagens expressivas. as salas: mesas e cadeiras e materiais em armário fechado.
A mesma sala era ocupada diariamente por três
b. Sala de atividades professoras diferentes com seus agrupamentos (das 7 às 11
As atividades curriculares para crianças pequenas horas, das 11 às 15 horas e das 15 às 19 horas).
incluem: Ela decidiu, com suas crianças, reorganizar o espaço da
- atividades físicas sala para oferecer autonomia às crianças e o direito ao
- atividades de leitura brinquedo e à brincadeira.
- atividades de imitação
- atividades intelectuais e de relações sociais O que foi feito?
- atividades de construção e de criação - Conversou com as crianças e juntas decidiram pela
- atividades de experimentação mudança
Na proposta desenhada, as salas compartilham banheiro e - Logo no início das atividades, as crianças encostavam as
espaço externo. Sugere-se ainda que compartilhem, mesas e as cadeiras e criavam áreas de brincadeiras:
igualmente, o conjunto de materiais, já que o uso comum de - Retiravam do armário da professora os brinquedos e
jogos e brinquedos oferece maior variedade. Isso não significa materiais e os distribuíam nas áreas;
trabalhar com grupos grandes. Pelo contrário, é preciso - Discutiam entre elas o que cada uma ia fazer no dia:
valorizar as atividades no pequeno grupo (como contar brincar na área de faz de conta, na construção, na fantasia, nos
histórias ou brincar com o cesto dos tesouros), o que requer livros ou em atividades artísticas;
um ambiente com pouco ruído, de modo a promover a - Terminado o tempo de brincar e explorar, elas
concentração. guardavam todos os brinquedos e colocavam as mesas e
Áreas reservadas separadas por um biombo como cadeiras no lugar, para que a turma seguinte encontrasse tudo
divisória móvel, podem ajudar a resolver o problema, criando no lugar definido pela instituição.
intimidade a cada pequeno grupo. Deve-se lembrar que as
crianças precisam de tranquilidade para a exploração de Assim, a professora trocou o modelo tradicional de
materiais e para brincar. organização de sala de atividades, com mesas e cadeiras, pela
Observa-se que as duas salas apresentadas na planta da proposta de oferecer autonomia às crianças, oferecendo
página anterior promovem duas configurações distintas, oportunidades para brincar e interagir. Modificou o espaço
utilizando o mesmo mobiliário, porém disposto de forma físico, retirou os materiais e brinquedos do armário e recriou
diversa oferecendo, à professora e às crianças, alternativas de novos desafios às crianças. As crianças tiveram autonomia
modificação dos ambientes, de acordo com a programação para brincar, para interagir. Foram protagonistas nessa ação
pedagógica previamente definida. Assim, criam-se diferentes de reorganizar a sala cotidianamente.
espaços com mesas para atividades e para jogos de imitação.
A área próxima à entrada recebe colchões e pode ser Sugestão de mobiliário para sala de atividades de
utilizada para descanso ou para atividades de crianças pequenas
leitura/brincadeiras calmas, rodas de música etc. Uma pia com Nessa sala sugere-se 2 mesas menores e retráteis (que se
armários facilita a organização do material de uso cotidiano. encaixam, quando são guardadas) ou empilhadas, para
Ao dispor os materiais de jogos de imitação no espaço da utilização por 4 a 6 crianças cada. Elas não devem ser
entrada, libera-se a sala para uma atividade voltada para a sobrepostas, com os pés para cima, de modo a não sugerir falta
exploração corporal, aproveitando o uso dos colchonetes para de organização para as crianças. As cadeiras também devem
atividades motoras. ser empilhadas e armazenadas debaixo das mesas.
Ao disponibilizar maior quantidade de materiais, com Um grande tapete redondo pode ser utilizado para
diversidade e qualidade, a variação sobre o mesmo tema faz brincadeiras de roda. Um armário na entrada serve para a
aumentar o repertório e as possibilidades de ampliar organização dos materiais das crianças (mochilas etc) e outro
experiências (por exemplo, 3 jogos diferentes de dominó, um armário na sala, para brinquedos e materiais.
de plástico, um de madeira e outro de pano ou, um com tema Deve-se prever portas transparentes e caixas de
de animais, outro mais tradicional com bolinhas e outro com armazenamento, para que as crianças tenham facilidade para
cores). arrumar a sala e autonomia para escolher os materiais.
Para melhor adaptar o espaço da sala à diversidade de A área de jogos de imitação, momento de livre brincadeira
ações que deve ser contemplada na educação infantil, sugere- pode ser um canto reservado, também utilizado para
se um espaço amplo e facilitador, que seja flexível e possa ser atividades específicas. O piso com cor diferenciada demarca o
facilmente ampliado ou dividido, adequando-se da melhor espaço na sala, podendo ser, alternativamente, um tapete.
forma possível à atividade proposta. Colchões são distribuídos no centro da sala, favorecendo
Um mesmo espaço pode ser transformado com facilidade brincadeiras corporais ou atividades de estar, relaxamento e
de modo a atender a diferentes propostas de trabalho, tanto da sono.
instituição como da própria professora, sem a necessidade de

Referências 101
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APOSTILAS OPÇÃO

c. Sugestões de materiais - 1 bancada de pia com 4 torneiras, que deve ter em torno
- 3 tipos de cesto do tesouro de 45cm de altura, prevendo que essas crianças tenham entre
- Cestos com tecidos grandes 90 e 110cm de altura total.
- Peça de tecido do tipo veludo de algodão liso, em cores Colocar um espelho na frente da bancada da pia para que
escuras como azul, preta ou roxa, com comprimento de 5m e as crianças iniciem o processo de higienização e conhecimento
largura de 1.40m corporal.
- Peça de tecido do tipo viscose ou lycra, com motivos Banho é, portanto, um momento para brincar com água
estampadas e comprimento de 5m e largura de 1.40m (sem desperdício) e aprender noções de higiene e cuidados
- Peças de chita de algodão estampado com motivos florais corporais. Mais do que uma simples água no corpo, é um
ou festivos, nas cores de fundo vermelha, amarela e verde e trabalho educativo e corporal. Por isso, é importante que o
comprimento de 5m e largura de 1.40m espaço do chuveiro seja grande o suficiente para que mais de
- Peças de tecido tipo voil ou equivalente, mas que possua uma criança possa se banhar/brincar e, ao mesmo, tempo seja
transparência. Motivo liso, cores suaves como bege, pérola, confortável para o adulto dar banho na criança. Valoriza-se a
azul claro, verde claro etc. Comprimento de 5m e largura de autonomia e o conhecimento do próprio corpo, o que muitas
1.40m vezes é partilhado em pares (sejam meninas ou meninos).
- Dominós coloridos de animais domésticos ou selvagens Tinas, bacias e outros elementos que proporcionam conforto
- Dominós de profissões, de pano ou tradicionais para a criança nessa atividade também são recomendados.
- Jogos de percurso (variar temas) Diferente do berçário, onde o espaço de banho está
- Jogos de memória (variar temas) totalmente integrado com a sala, esse banheiro é mais
- 3 quebra-cabeças de 10 a 20 peças (variar temas) reservado. A transparência no plano das portas (de madeira,
- 1 conjunto de fantoches de família branca mas com visores baixos, na altura da criança) aumenta a
- 1 conjunto de fantoches de família negra comunicação entre o ambiente da sala de atividades e o
- 1 fantoche de personagens do folclore banheiro.
- Teatrinho de fantoches (pode ser de tecido para ser O espaço do sono deixa de ser reservado, para ser criado
pendurado na sala) conforme as necessidades do cotidiano, sendo opção da
- 3 conjuntos de bichos de pano com filhotes professora estabelecer este ambiente de dormir no canto
- 1 kit médico próximo à entrada, ou em um canto próximo à janela,
- 2 conjuntos de 5 a 8 bonecas diversas, brancas e negras liberando o restante da sala para outras atividades.
- 3 carrinhos de bebê - variar tipologia e material
- 2 conjuntos de acessórios para brincadeiras de faz-de- e. Parque
conta de casinha (fogão, cama, geladeira, mesa e cadeira, O parque infantil, instalado junto às salas de atividades, é
pratos, xícaras, colheres, panelas etc.) um ganho para crianças e professoras no cotidiano das
- Acessórios de caixas e embalagens reutilizadas para instituições de educação infantil. Planejado nos mesmos
montar supermercado moldes do parque para os bebês, propõe que o espaço externo
- Uma cesta com frutas, verduras e sementes seja um potencializador da imaginação, de encantamento, de
- 1 jogo de construção com peças gigantes experiências, de desafios e exercício da sensorialidade.
- 1 jogo de construção em madeira, com peças menores Nesta proposta, sugerem-se um canto com areia, uma área
- 1 ligue-tudo para plantas sensoriais como temperos, flores e verduras e um
- 1 conjunto de blocos lógicos de madeira espaço cimentado com desenho no piso para brincadeiras de
- Caminhões tipo cegonha, caçamba e de bombeiro de triciclo, corrida e jogos corporais coletivos. No canto do jardim
material plástico resistente de qualidade das plantas sensoriais, pode haver uma pequena casa ou
- 1 posto de gasolina cabana para o início da imitação (não significa construí-la em
- 1 conjunto de ferramentas alvenaria ou madeira). Próximo ao tanque de areia, cria-se um
- 1 grande mesa com 8 a10 cadeiras espaço com água, valorizando as brincadeiras, incrementando
- 2 mesas pequenas para 4 cadeiras e ampliando o brincar mais complexo.
- 1 boliche de pano
- 1 boliche de plástico Nessa composição, o jardim projetado oferece:
- 1 banda rítmica - Areia
- 1 minhocão - Diversidade de pisos
- 3 caixas para empilhar - Áreas com sombra e áreas ensolaradas
- Fantasias diversas - Cantos com plantas sensoriais como temperos e
Lembrar que muitos desses brinquedos podem ser aromáticas
construídos pelas professoras em atividades de integração - Plantas comestíveis
com as famílias, durante as oficinas de construção de - Espaço de corrida
brinquedos. - Espaço para brincar de bola, triciclo, de roda
- Cantos para montar cabanas ou uma corda estendida do
d. Espaços de banho troca e sono tipo varal, com lençóis pendurados, ótimo divisor de espaço
Nas salas de atividades para crianças pequenas, as que propicia divertidas brincadeiras de esconder-achar.
necessidades daquelas que iniciam o controle do xixi e
construindo sua autonomia é completamente diversa do f. Brinquedos para espaço externo
berçário. - 5 triciclos sem pedal
Para o banheiro compartilhado com as duas salas foram - 5 triciclos com pedal e assento regulável
previstos: - 5 carros para entrar e empurrar
- 1 bancada para troca; - 5 baldes grandes de plástico
- 2 vasos sanitários pequenos - ressalta-se a importância - 5 baldes médios de alumínio
da experimentação nessa idade em que as crianças preferem ir - 5 baldes pequenos de plástico
em duplas ao banheiro quando estão iniciando a - 10 pás grandes de plástico resistente
aprendizagem do controle do xixi; - 10 canecas de tamanhos e materiais diversos (metal e
plástico)
- 5 peneiras de plástico de tamanhos diversos

Referências 102
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APOSTILAS OPÇÃO

- 5 canos de PVC de ¾ comprimento de 30 cm – cor marrom Algumas sugestões


- 5 canos de PVC de ½ comprimento de 50 cm – cor branca - O jardim, com diferentes espécies de plantas, coloridas e
- 5 canos de PVC de 1 ½ comprimento de 50 cm – a cor de formas diferentes, ervas aromáticas, árvores que fazem
branca sombra, arbustos para esconder-se, áreas com grama,
- Tecidos para pendurar formando varal de roupas pedrinhas e cascalhos, caminhos para percorrer, morros para
- 10 peças de tecido estampados de algodão com cores escalar e descer, oferece muitas oportunidades para brincar e
diversas. Comp. 2m largura 1.40m vivenciar experiências do mundo físico, além da exploração
motora e da vivência social, que despertam a curiosidade das
3. Parque infantil como espaço de aprendizagem, crianças e podem gerar projetos de estudos.
experimentação, socialização e construção da cultura - Para dar qualidade a esse brincar, pode-se reservar
lúdica momentos para que a professora atenda a pequenos grupos e
Brincar no parque faz parte da educação infantil. Porém, converse com cada criança durante as brincadeiras. Essa
nem sempre é visto assim pelas professoras, que não mediação faz a diferença e amplia a qualidade do brincar nos
consideram que o brincar nas áreas externas seja capaz de espaços externos.
atuar positivamente na construção de atividades curriculares - As crianças podem divertir-se auxiliando na limpeza,
das crianças. catando e varrendo as folhas, galhinhos e pedaços de papel do
Entretanto, é comum encontrar, em muitas instituições, chão, empilhando em carrinhos de mão com as mãos e as
áreas externas precárias, com mato alto e equipamentos espátulas, conversando sobre a importância da limpeza do
quebrados. Em alguns casos é negado aos bebês o direito de ambiente.
brincar nessas áreas, pela falta de pisos adequados para - Pequenos seres vivos, como joaninhas, minhocas,
engatinhar ou um canto com sombra. São áreas que constam centopeias, caracóis, lagartas, borboletas, tatuzinhos,
apenas nos projetos, mas que não receberam a devida atenção, despertam grande interesse nas crianças. Tais temas podem
revelando-se impróprias para o uso cotidiano pelas crianças. permanecer como interesses duradouros e gerar projetos de
A falta de manutenção, o descuido de alguns serviços por estudo das crianças junto com suas professoras e suas famílias.
parte das políticas públicas e a depredação são fatores que - Bichos de estimação como coelhos, porquinhos-da-índia,
cerceiam o direito das crianças brincarem nas áreas externas: peixes, galinhas, patos, tatus-bola, criam um ambiente
os balanços com frequência estão quebrados, faltam peças nas positivo, desde que incluídos nas normas sanitárias
gangorras, as caixas de areia muitas vezes não estão municipais e com funcionários que gostem de animais e
higienizadas adequadamente, tornando-se focos de doenças, cuidem deles nos finais de semanas, de forma voluntária.
há lixo amontoado e faltam os cuidados mínimos para receber - Equipamentos elaborados com materiais naturais, como
as crianças. madeira, cascas de árvore, pedras e metais, que se desgastam
mas mantêm boa aparência por muito tempo, devem ser
Nesse contexto pergunta-se: preferidos aos de plástico, com cores espalhafatosas, que
- Por que os parques não contemplam os direitos das sujam e mancham.
crianças de brincarem de forma saudável em espaços externos - Mosaicos proporcionam uma aparência bonita e um
de qualidade, que atendam às suas especificidades? ambiente colorido. Desenhos de animais ou outros temas, que
- Por que esses espaços não respeitam as especificidades podem ser feitos por funcionários, professoras e pais, criam
das crianças pequenas? identidade e aproximação entre a creche e a família.
- Por que não se oferecem com mais frequência situações - Pedaços de toras de árvores, dispostos como degraus,
que propiciem atividades de exploração e ampliação de bancos ou obstáculos, servem para pular, subir ou imaginar -
experiências para as crianças? por exemplo, um volante na ponta da tora pode tornar-se um
As respostas nem sempre são fáceis e dependem de fatores simpático carro.
que incluem concepções sobre a educação e a criança, - Duas caixas de areia pequenas, ao invés de uma grande,
valorização da brincadeira no currículo, além de questões atendem melhor às necessidades das crianças, evitando
relativas ao orçamento, entre outras, que mobilizam o conflitos e reduzindo aglomerações, além de serem mais fáceis
direcionamento das políticas públicas. de cobrir para proteger. A areia pode ser desinfetada pela
professora e pelas crianças com pequenos regadores.
Um parque que atenda a essas especificações deve - Área para experiências com água, integrada à de areia,
prever: com materiais como tubos, peneiras, canudos, canecas,
- Plenitude, com espaços que aconchegam e outros que recipientes de plástico, funil, objetos que afundam e que
desafiam, espaços para brincar sozinho, para olhar e explorar, flutuam.
outros para brincadeiras coletivas, para correr e escalar. - Horta construída com auxílio dos pais, para que as
- Áreas sombreadas para descanso e áreas ensolaradas crianças usem a sua terra orgânica, levando saquinhos com
para aquecer-se nos dias frios. essa terra para ampliar tais experiências em casa.
- Canteiros com plantas coloridas, ervas aromáticas,
pedrinhas para coleções e caixas de areia para construir ROTEIRO PARA ORGANIZAR O PARQUE
castelos e áreas para brincar com água. A seguir foi elaborado um roteiro para facilitar ações e
- Brinquedos para escalar, escorregar, árvores frutíferas atividades de brincar nos parques infantis e para que
para colher frutas doces e gostosas, ampliando a qualidade da comunidade educativa, professoras e direção da Instituição
educação infantil. possam refletir sobre esse espaço de brincar.
- Uma proposta ideal de parque é possível e acessível a - Observar atentamente o parque para verificar o que ele
todas as instituições, por meio de esforços coletivos. A oferece, o que já dispõe e o que se pretende mudar.
construção desses espaços inclui ações simples e pontuais, - Certificar se o parque oferece oportunidades de brincar,
como revelam as autoras Goldschmied e Jackson (2006). incluindo pequenos cantos temáticos para favorecer as
O espaço externo é rico para o olhar curioso das crianças, brincadeiras de faz-de-conta.
que gostam de colecionar pequenos bichinhos, pedras, folhas - Propiciar espaços para brincadeiras coletivas (organizar
e cascalhos e limpar as áreas já que estão aprendendo a se auto um pega-pega, uma brincadeira de roda, uma pequena
organizar. competição, jogos com bola etc.).
- Propiciar espaços para brincadeiras solitárias ou em
pequenos grupos, envolvendo as crianças em brincadeiras

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temáticas com auxílio de fantasias, brinquedos e materiais - Fazer coleções de adivinhas, brincadeiras tradicionais,
lúdicos. pesquisar na creche /pré-escola, no ambiente familiar, entre
- Inserir no parque espaços para expressão sensorial, amigos, na comunidade.
valorizando brinquedos que utilizam vento, luz, água. - Investigar as diferentes regras dos jogos e de produção de
- Dispor de bacias/recipientes com água e sabão para objetos que dão suporte ao brincar, como amarelinha, pião,
brincar com bolhas de sabão. pipas; fazer desenhos, comparar, produzir os protótipos dos
- Brincar com cata-ventos. brinquedos, ensinar outras crianças, fazer exposições sobre o
- Brincar com prismas. resultado de suas pesquisas são ações apreciadas pelas
- Ter materiais que podem ser utilizados tanto em áreas crianças. Elas gostam de brincar de jogos de tabuleiro, de
externas como internas (tecidos, bolas leves, balões, bambolês percurso, de quebra-cabeça com maior quantidade de peças e
etc.) com temas diferentes. Elas são capazes de construir jogos de
- Ter brinquedos em diferentes tamanhos para oferecer às tabuleiros inserindo diferentes percursos e temáticas. Podem
crianças a oportunidade de brincar com escalas (baldes de construir também a partir de seus desenhos os quebra-
areia pequenos e grandes para brincar na areia, canecas de cabeças.
diferentes tamanhos) - Crianças nesta fase já realizam atividades bastante
- A inclusão dessas ações ampliará as oportunidades de complexas com o auxílio do adulto. Projetos de seu interesse
brincadeiras e favorecerá a inclusão de projetos associados ao com o auxílio do adulto, da família e da comunidade, fruto de
currículo da educação infantil. interesses contínuos mobilizam brincadeiras e a produção de
brinquedos. Fazer cabanas, criar rios ou lagos no tanque de
4. Da simplicidade à originalidade: os materiais para areia ou na terra, minhocário, jardins e hortas, são projetos
crianças de 4 a 6 anos. que encantam e mobilizam as crianças.
Muitas creches ainda atendem crianças da fase pré-escolar, O espaço de áreas externas e internas da criança entre 4 e
de 4 a 5 anos que já têm maior experiência que as menores de 5 anos de idade necessita de adaptações constantes. Para áreas
3 anos. Elas se diferenciam das crianças pequenas pela internas, sugere-se mobiliários e brinquedos grandes feitos de
preferência de brincadeiras mais voltadas para a realidade. materiais simples como tecidos, biombos e estantes, que
São mais críticas em relação à lógica da brincadeira. Não oferecem à professora meios para transformar o ambiente em
aceitam o desempenho de papéis, em que a mesma criança espaços ricos para brincar.
pode ser, ao mesmo tempo, mãe e filha, ou assume um papel Brinquedo e material não estruturado é aquele que não
contraditório. Assim, a dramatização neste agrupamento vai se tem uso previa- mente definido.
aproximando cada vez mais do brincar de teatro, de Materiais com vários usos como tecido, plástico, papel,
simulações de histórias como Chapeuzinho Vermelho, em que tinta, argila, areia, água ou sucata, com pouca estruturação,
se busca a representação mais compatível com personagens possibilitam inúmeros usos: caixas de papelão transformam-
com a sua recriação. Essa característica é comum na expressão se em casinhas de boneca; tecidos, em cabanas; tapetes são
das várias linguagens, corporal, musical, gráfica e oral. cenários para brincadeiras diversas.
A crianças maiores têm maior clareza do que querem e Brinquedos, como blocos de construção, pela sua forma
procuram um grau de perfeição no que fazem. Ao pintar uma neutra, possibilitam construir diferentes coisas.
flor do jardim buscam a tonalidade que se assemelha à flor que Tecidos e cortinas são materiais simples e versáteis que
escolheram. Sua insistência em realizar a ação da forma de possibilitam a transformação do espaço físico e a oferta de
conceberam é a marca de seu grau de aproximação com a novas oportunidades de brincar para as crianças: um tecido
realidade. Não se contentam com qualquer cor, como nos anos pendurado delimita um espaço, divide ambientes, cria um
anteriores. espaço reservado para brincar, torna-se telhado de cabana.
O desenvolvimento da linguagem oral é intenso e elas Pequenos ganchos presos nas paredes ou teto auxiliam sua
adoram ouvir e contar histórias. fixação/remoção.
Estantes baixas, para atender às dimensões das crianças
Algumas sugestões pequenas, podem ser adquiridas em lojas ou feitas sob medida
- Livros de imagens com poucas letras e com temas por marceneiros: altura entre 60 e 90 cm, comprimento que
diversos devem estar sempre disponíveis na sala. O tempo não ultrapasse 1,00 m e largura até 25 cm. A separação de
para a leitura, contar e recontar histórias deve ser cotidiano. A áreas pode ocorrer com uso de estantes de diferentes
observação e o registro do que falam, do que gostam, é tamanhos. Verificar: se o tamanho da estante é compatível com
importante para definir propostas conjuntas de trabalho. o olhar da criança e se permite alcançar facilmente os objeto;
- Muitas crianças já têm um desenvolvimento lógico se os cantos foram arredondados e se a pintura é feita à base
bastante avançado e gostam de desafios, para resolver de tinta poliuretano ou revestimento em melamínico. Quando
problemas. o mobiliário possui rodízios (com travas) fica mais fácil a
- Adoram brincar de adivinhar e fazem coleções de tudo transformação do ambiente no cotidiano. Evitar papéis
que gostam: pedrinhas, adivinhas, letras, números, figurinhas, sintéticos imitando padrões de madeira, que são de baixa
desenhos, bonequinhos, miniaturas, folhinhas, flores, qualidade.
sementes. Assim, suas experiências vão sedimentando ações Móveis modulares - ou mobiliário componível. São móveis
que colaboram para a emergência no mundo da matemática. É projetados em sistema modular, que possibilitam reorganizar
o letramento em diferentes campos por meio da brincadeira. o espaço em diferentes situações, sendo ideal para salas de
- Nas áreas das brincadeiras livres, como uma vendinha, atividades ou espaços multiuso: mesas que variam em
com estantes com caixinhas de produtos alimentícios, pode-se formato/tamanho (duas mesas quadradas formam uma
inserir, por exemplo, um cartaz escrito “supermercado”, na retangular) e podem ser organizadas conforme as atividades.
área do hospital, “hospital”, “silêncio”. O fato de serem empilháveis ou de encaixe otimiza o uso do
- Sinalizações de trânsito podem ser colocadas na área espaço.
externa indicando o fluxo, com áreas proibidas para circulação Almofadões - coloridos e leves, propiciam conforto nas
e estacionamento. Levar as bicicletas, os carros e caminhões de atividades de leitura, de contar histórias ou nas brincadeiras
brinquedos para a área externa para brincar, respeitando as corporais. Formatos e tamanhos diversos enriquecem o
sinalizações de trânsito, é importante para a compreensão do ambiente: retangulares, cilíndricos e quadrados, jogos entre
cotidiano em que vivem as crianças. 40 cm a 80 cm e com enchimento de manta acrílica ou flocos

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de espuma. Capa dupla dá maior segurança ao material e Para efetuar a compra de brinquedos e materiais e ter um
facilita a lavagem. uso adequado na creche é preciso compreender alguns
Tapetes são bons para construir áreas de brincadeiras ou princípios que serão detalhados nos itens especificados:
para separar bebês sentados daqueles que engatinham, além
de oferecer conforto térmico no frio e deixar o ambiente mais 1. Processo de escolha e características do brinquedo
bonito. Por razões higiênicas, em lugar de tecidos, lãs ou sisal, O brinquedo que chega na creche pode vir de compra
costuma-se usar placas de borracha EVA, e, por razões governamental, doação ou compra direta pela instituição. Em
estéticas, os tapetes devem estar harmonizados com o restante qualquer dessas modalidades para o brinquedo atender aos
do ambiente da creche. interesses de cada criança e do agrupamento, deve passar por
Mobiliário para brincadeira de imitação. O mobiliário deve critérios de seleção que respondam às indagações que
estar adequado ao tema – cabeleireiro, casinha, cozinha, listamos abaixo:
médico. Se não for possível adquirir no comércio ou - Como brinquedo e materiais chegam à nossa creche?
encomendar ao marceneiro, o mobiliário poderá ser fabricado - Os materiais e brinquedos que as crianças brincam são
aproveitando, por exemplo, caixas de leite (ver sugestão no escolhidos dentro de critérios elaborados pela equipe
módulo III). Os materiais que servem de cenário para as pedagógica?
brincadeiras infantis podem ser objeto de integração familiar,
com a proposta de construção conjunta entre pais e Todo e qualquer material ou brinquedo que entra na
professores. Com tecido, papelão ondulado, caixas de leite ou creche deve passar por um processo criterioso de seleção e
madeira compensada, podem-se construir inúmeras aprovação, pela equipe pedagógica.
estruturas que servem para as brincadeiras infantis. Tanto a
ausência de materiais, quanto sua repetição/ homogeneização, Os brinquedos não podem ser comprados sem uso de
empobrece o repertório e restringe as brincadeiras critérios claros, que atendam às necessidades da educação das
imaginárias. As salas devem ter a identidade das crianças, não crianças. Não se pode também, receber doações de
serem todas iguais, lembrando que dois agrupamentos de brinquedos, sem antes verificar a adequação dos mesmos, uma
crianças podem ter interesses diferentes. A organização do vez que podem oferecer riscos à saúde das crianças ou serem
mobiliário e dos materiais deve refletir os interesses, os inadequados ao uso coletivo.
valores, as necessidades e origens étnico-raciais desse
universo infantil. DOAÇÃO
Biombos - são estruturas leves e flexíveis, que podem ser É muito comum instituições de educação infantil
de pano, madeira ou papelão, possibilitando a organização de receberem doações de materiais e brinquedos. Em um
áreas temáticas ou a separação de ambientes dentro de uma processo educativo participativo e colaborativo, doações são
mesma sala. Outro uso é a divisão do agrupamento de crianças: muito bem-vindas e fazem parte das relações entre a
em uma sala de atividades, com 15 crianças e duas professoras, instituição e a comunidade. No entanto, dentro de uma
pode- se dividir o agrupamento com o biombo, para que 8 instituição educativa para crianças pequenas não se pode
crianças e uma professora tenham um ambiente mais aceitar qualquer brinquedo. É preciso analisar o brinquedo
preservado, facilitando a concentração e o envolvimento para segundo os critérios de escolha definido pela equipe
ouvir e participar no momento de contar histórias. pedagógica e, se for o caso, encaminhar o material para outro
local, explicar ao doador que esse tipo de material não faz
MÓDULO V parte daqueles que podem ser aceitos pela instituição.
CRITÉRIOS DE COMPRA E USOS DOS BRINQUEDOS E Receber doações é muito bom. É importante informar a
MATERIAIS PARA INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL comunidade e potenciais doadores as necessidades da
instituição, divulgando em murais e jornais os materiais e
A qualidade da educação oferecida por uma instituição brinquedos que são bem vindos. Isso facilita o tipo de doação
depende de fatores já discutidos em módulos anteriores e, e agiliza o recebimento de materiais que a creche/pré-escola
também, dos critérios para aquisição e usos dos brinquedos e tem necessidade.
materiais. Por exemplo, criar um quadro na entrada:
Se compartilhamos da ideia de que a educação das crianças
se faz por meio das relações e interações a escolha dos
brinquedos e materiais deve atender aos princípios da
Pedagogia das Relações, onde a educação se torna um processo
amplo, coletivo, de relações estabelecidas entre as políticas
governamentais, as instituições de educação infantil, as
famílias e a comunidade. Portanto, a escolha dos brinquedos
deve prever a participação de todo grupo responsável pela
educação das crianças: o governo, por meio de políticas
públicas, cria e oferece alternativas para orientar a aquisição e
compra dos brinquedos; a equipe da creche/pré-escola baseia- Ao receber um material deve-se valorizar o doador
se nos princípios da brincadeira e das interações de modo a divulgando o recebimento em murais e eventos.
atender os interesses e as necessidades de cada criança na sua
individualidade e os dos agrupamentos por meio do projeto COMPRA GOVERNAMENTAL
curricular; e a família e a comunidade, participam da educação Outra forma dos brinquedos e materiais chegarem às
de suas crianças trazendo a riqueza e a diversidade das creches é pela distribuição ou remessas provenientes das
culturas de seus membros. políticas educacionais municipais, estaduais e federais. Nesse
A escolha dos brinquedos e materiais está relacionada com caso, as creches e pré escolas recebem uma quantidade ou um
a gestão e o trabalho pedagógico da instituição. Uma gestão tipo determinado de materiais e brinquedos. Essa forma de
colaborativa, democrática, apoia a compra de materiais compra e distribuição não privilegia a individualidade das
selecionados por suas professoras. A observação dos creches, pelo contrário, pode trazer prejuízos àquelas
interesses das crianças e a participação dos pais fazem parte instituições que já estão mais avançadas no processo de
desse processo de escolha, portanto, a gestão partilhada é um compra de brinquedos e já dispõem de critérios de qualidade
critério importante para definir a escolha dos brinquedos.

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próprios, pois os brinquedos que recebem podem não atender A professora é responsável pela elaboração das atividades
suas necessidades. do seu grupo de crianças. Uma programação adequada prevê
No processo de compra governamental, a creche ou pré- para cada atividade os materiais necessários para o conjunto
escola raramente participa de forma individual. No entanto, das crianças. A falta de planejamento ou a previsão
em muitos casos, observa-se que técnicos preocupados com a inadequada dos recursos pode conduzir às situações de pouco
qualidade da educação, trazem a voz das instituições e das envolvimento das crianças gerando práticas que não
professoras, indicando para o departamento de compras satisfazem nem as crianças nem as professoras. Para que a
especificações técnicas detalhadas sobre a tipologia, o atividade tenha qualidade é preciso prever espaços,
tamanho e a cor dos materiais e brinquedos indicados pelos brinquedos e materiais de acordo com a proposta educativa
usuários da educação infantil. definida para o agrupamento infantil.
Esse processo é lento e faz parte de um conceito novo: a Ao planejar uma atividade, pensar cuidadosamente na
compra de brinquedos para creches sustentada por uma quantidade de materiais, para atender todas as crianças. Mas
decisão coletiva, que vem sendo aprimorada a cada nova como há diversidade de interesses em relação aos brinquedos
experiência vivenciada. As instituições, ao avaliarem tais e materiais é preciso prever outras opções caso algumas
brinquedos durante os usos, vão relatando aos técnicos e crianças não se envolvam com a atividade planejada pela
dirigentes suas observações, possibilitando um professora. Tais opções devem atender os interesses e
aprimoramento das escolhas, indicando novas necessidade de necessidades individuais, do agrupamento infantil e de
materiais, ressaltando aqueles que são de primeira qualidade. projetos planejados pela professora. A inexistência de uma
Esse processo coletivo vai aprimorando a qualidade das programação prévia reproduz práticas espontaneístas, de um
compras futuras. brincar pobre, sem recursos e materiais.
Lembrar que é preciso diferenciar a educação infantil do Além das sugestões oferecidas, o processo de escolha dos
ensino fundamental, inclusive pelos materiais, para deixar no brinquedos deve considerar:
passado a prática em que se recebia réguas e cadernos para os - Ideias partilhadas entre professoras, pais e crianças
bebês. - Lista de prioridades afixada em local público
Participar dos processos de compra e escolha dos - Reais necessidades das crianças relacionadas às das
brinquedos e materiais é uma forma de garantir a qualidade instituições de educação infantil
do processo educativo. Pode-se iniciar esse processo de - Divulgar uma lista dos materiais/brinquedos escolhidos,
participação e escolha, por meio de cartas, reuniões e dando espaço para que o grupo possa se manifestar,
assembleias junto aos órgãos municipais. São processos que se possibilitando trocas e diálogos com a comunidade até que se
iniciam localmente, nas secretarias e departamentos finalize uma lista definitiva
regionais, mas reverberam em instâncias maiores como as - Ter informações sobre os brinquedos antes de adquiri-
estaduais e as federais, podendo, a médio prazo, contribuir los, por meio dos programas governamentais, em lojas, sites
para compras de melhor qualidade em todos os níveis ou outras instituições comerciais
administrativos.
2. Escolha dos materiais por licitações ou tomada de
A COMPRA PELA INSTITUIÇÃO preço
Materiais e brinquedos são itens de consumo, gastam e A compra dos materiais fica fácil quando se conhece os
precisam ser repostos sistematicamente ao longo do ano produtos e se tem uma lista dos itens a serem adquiridos.
letivo. Comprar bons brinquedos e materiais de qualidade não Antes de adquirir os materiais é preciso observar:
é a mesma coisa que fazer compras no dia da criança, no natal - Presença de diversidade de materiais (não só de plástico,
e no início do ano. Requer a definição de critérios para sua produtos industrializados ou um só fabricante).
compra, fruto de observações das crianças, planejamento, - Tipos diversos do mesmo brinquedo (carrinhos grandes
reuniões, listagens que atendam tanto a singularidade de cada e pequenos, articulados, coloridos, de madeira, de ferro).
criança como o conjunto dos agrupamentos infantis e os - Variação de temas em todas as salas de atividades (não é
projetos das creches/pré-escolas. necessário o mesmo material nas salas, mas todas as salas
O programa Dinheiro Direto Na Escola (PDDE), tem como devem possuir recursos suficientes para as crianças brincarem
princípio oferecer uma verba diretamente à instituição, e construírem projetos).
- Disponibilidade de materiais adequados em quantidade
o objetivo desses recursos é a melhoria da infraestrutura suficiente para todas as crianças.
física e pedagógica, o reforço da autogestão escolar e a - Resistência do material (pedir amostra e testar junto com
elevação dos índices de desempenho da educação básica. Os as crianças e adultos antes de comprar).
recursos do programa são transferidos de acordo com o - Referências do fabricante (garantia contra quebra): e
número de alunos, de acordo com o censo escolar do ano como é proposta a manutenção.
anterior ao do repasse. - Construção dos brinquedos e materiais sugeridos na
São valores limitados (dependem do número de criança própria Instituição de Educação Infantil ou por artesãos da
por instituição, portanto seu valor é variável), mas que podem comunidade, devem ter os mesmos critérios de qualidade e
ser aplicados conforme a demanda da gestão escolar. A segurança utilizado na escolha dos brinquedos
principal dificuldade dos gestores é a apresentação da industrializados.
prestação de contas do uso dessa verba, processo novo e que
demanda apoio e formação para que a compra dos materiais Sobre os critérios de escolha do brinquedo, deve-se
realmente atinja seus objetivos. observar:
O processo de compra direta pela escola, via PDDE facilita - O brinquedo deve atender à faixa etária recomendada
à instituição manter seu acervo ao longo do ano letivo. pelo fabricante.
Não basta que as professoras participem da elaboração de - O brinquedo deve atender às normas de segurança. (Não
listagens de brinquedos. As listagens devem ser frutos dos só o que vem escrito pelo fabricante, mas observar se não
interesses e necessidades das crianças individualmente e de possui pontas, objetos muito pequenos, farpas, material tóxico,
seus agrupamentos, assim como de projetos sob a etc)
responsabilidade de seus profissionais. Certificar-se de que os - Possuir selo do INMETRO. (Isso é obrigatório para
brinquedos e materiais adquiridos refletem essa preocupação. qualquer brinquedo, sendo que os artesanais devem ser
fabricados dentro nas normas de segurança para brinquedos,

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seguindo as indicações da Associação Brasileira de Normas Dessa forma, empresas que não tenham materiais de primeira
Técnicas - ABNT) e preferencialmente possuírem algum selo qualidade são impossibilitadas de continuar a participar do
indicativo, por exemplo: selo da associação de fabricantes processo licitatório.
artesãos da região, selo de material ecologicamente correto, - Essas ações garantem que a instituição busque sempre
etc. materiais comprovadamente de PRIMEIRA QUALIDADE e
O site www.abrinquedoteca.com.br, divulga informações fabricados para uso especifico em Instituições de Educação
sobre normas técnicas de segurança do brinquedo: Infantil, que requerem uso coletivo e intenso. Incluir nos
serviços a serem solicitados no processo licitatório
A certificação de brinquedos importados e nacionais no ASSISTÊNCIA TÉCNICA E MANUTENÇÃO, de modo a obrigar a
Brasil é um dos modelos de certificação existentes, sendo uma empresa vencedora a oferecer serviços e as garantias.
atividade de caráter compulsório (obrigatório), que está - Comprar de fabricantes éticos. (Selos de procedência,
baseada na norma brasileira NBR 11786 – Segurança do registro em associações, cartas de referências, são
Brinquedo, publicada pela Associação Brasileira de Normas documentos que a creche pode pedir para comprovar a origem
Técnicas (ABNT) e regulamentada pela Portaria Inmetro n. º e qualidade do material)
177, de 30 de novembro 1998. (14/02/2012). - Priorizar produção local/artesanal/cultural da região.
- Priorizar brinquedos éticos e étnicos.
- Não conter peças pequenas em jogos e brinquedos às
crianças menores de 3 anos. 4. Critérios de uso
- Ser um produto para uso COLETIVO, o que difere do uso Brinquedo não é só para ver, é para tocar, sentir, lamber,
particular ou daquele brinquedo que costumamos ter nas movimentar, experimentar suas possibilidades em todas as
nossas casas. formas e jeitos. Às vezes, a curiosidade leva a destruir o
- Ter costuras reforçadas. brinquedo para conhecer seu interior, ver como funciona, o
- Bichos de pano ou de pelúcia ou enchimentos devem ser que acontece com ele, o que faz ele se mover. Brinquedo é para
feitos com manta acrílica e antialérgica. todas as idades e só tem função quando utilizado para brincar.
- Produtos confeccionados em madeira NÃO DEVEM TER Brinquedo é material de consumo, estraga, perde validade, fica
PREGOS, devem ser COLADOS e preferencialmente utilizar antigo, fora de moda, quebra. Não é objeto de decoração.
PARAFUSOS. Brinquedo é suporte de brincadeira, portanto, deve estar
- Ter acabamento arredondado nos cantos. sempre disponível.
- Não conter farpas, não soltar lascas ou se esfarelar. Os materiais adquiridos são propriedade da creche PARA
- Não ser TÓXICO nem ser fabricado com MATERIAL SEREM UTILIZADOS PELAS CRIANÇAS, mesmo aqueles
TÓXICO. brinquedos novos e caros. Não devem permanecer em
- Ser leve para facilitar o manuseio pela criança pequena prateleiras altíssimas e em salas trancadas, para “melhor
ou bebê. conservação”, como muitas vezes acontece.
- Possuir uma estética interessante, comunicar um Bebês e crianças pequenas são capazes de compreender os
desenho rico e belo para a criança. limites, quando há comunicação.
- Preocupar-se com a DIVERSIDADE DE MATERIAL. Por A criação de normas de utilização e critérios de usos a
exemplo, no caso de chocalhos: adquirir os de borracha, de partir de acordos coletivos entre professoras e crianças é
tecido, de madeira, de palha, oferecendo às crianças um fundamental para que os produtos adquiridos sejam bem
repertório e uma variedade de sons, materiais, formatos e utilizados, ampliando sua vida útil.
cores, que ampliem as possibilidades de brincadeiras. Não é
necessário que cada bebê tenha cinco tipos de chocalhos, mas 5. Idades e interesses das crianças
possibilitar que todos os bebês possam brincar, cada um ao Embora da mesma idade, cada criança tem características
seu tempo com 5 tipos de chocalhos diferentes, de modo que diferentes, uma não é igual à outra. Nem todas as crianças
possam explorar os materiais, as cores, formas, sons, texturas gostam dos mesmos tipos de brinquedos: algumas se
e peso. interessam por blocos, outras, por quebra-cabeças, outras
ainda preferem andar de bicicleta ou jogar bola. Ao oferecer o
3. Critérios de compra brinquedo para a criança, deve-se ter em mente que o
- O sistema de compra nas instituições de caráter público é interesse dela pelo objeto lúdico pode ir além de sua faixa
a da licitação por meio do pregão eletrônico legitimado pela etária. A professora precisa conhecer os seus interesses,
Lei 8.666, na qual a função do Estado é a compra pelo menor habilidades e limitações. Ninguém conhece melhor a criança
preço. do que aquele que cuida/educa.
- No processo de licitação, ao fornecedor não é facultado o Para selecionar brinquedos, além de observar o selo do
diálogo com o receptor. O melhor meio de garantir que o que INMETRO é necessário considerar uma variedade de fatores:
está sendo pedido é o que será entregue, é por meio da adequação à criança, segurança, durabilidade, oportunidades
DESCRIÇÃO DETALHADA do material desejado. Sempre para brincar que propiciam, diversidade dos usos, diversidade
utilizar no sistema descritivo a palavra MATERIAL DE de materiais, se são atraentes, se atendem à diversidade racial
PRIMEIRA QUALIDADE. Isso possibilita que sejam descartados sem preconceitos de gênero, classe social e etnia, se não
produtos econômicos ou de segunda linha. E EXIGIR SELOS DE estimulam a violência, se são brinquedos tecnológicos,
QUALIFICAÇÃO DO MATERIAL (INMETRO, ABRINE). A artesanais e/ou produzidos pelas crianças, professoras e pais,
instituição, ao exigir/fornecer uma descrição detalhada do além de atender à quantidade de crianças do agrupamento.
produto, incluindo medidas, cores, tipo de material, tipologia e
formato da peça (brinquedo), exigindo selos e certificados, 6. Brinquedo adequado à instituição de educação
possui maiores possibilidades de receber material solicitado infantil
com garantia de origem e qualidade. E, se necessário, Escolher brinquedos que contemplem todas as áreas de
complementar a descrição com as características do desenvolvimento: físico, cognitivo, emocional e social. Não se
brinquedo, justificando-as dentro das especificidades de uso restringir aos brinquedos de sucata. Valorizar os brinquedos
pela criança pequena auxilia que o material solicitado seja de feitos pelos pais/educadoras/crianças. Incluir brinquedos
primeira qualidade e de uso apropriado para creches. industrializados, tecnológicos e artesanais
- Colocar na licitação a necessidade de se entregar Valorizar a diversidade de tipologias, tamanhos e
amostras para comprovar a qualidade do material escolhido. materiais. Por exemplo: comprar carrinhos pequenos de

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APOSTILAS OPÇÃO

plástico, carrinhos grandes de madeira (para entrar dentro) e fatores que devem ser considerados na hora da compra e não
de plástico (para manipular e compor situações imaginárias). se pode simplesmente dizer “esse é mais caro ou barato” - Caro
- Comprar acessórios para as brincadeiras de carrinho, e barato são critérios que devem ser discutidos e avaliados
cones, bandeiras, sinalizadores, pista de carrinho, posto de dentro de uma perspectiva institucional, lembrando que o uso
gasolina, oficina mecânica. Nesse conjunto incluir carrinhos e desses brinquedos sempre é coletivo. Usos, durabilidade,
objetos feitos de sucata e lata de óleo por artesãos locais. qualidade, tipologia influem no custo final. No uso coletivo, o
- Incluir carrinhos feitos pelas crianças, pais e professoras. brinquedo deve ser mais robusto, maior, e “aguentar” usos
- Retirar os brinquedos quebrados e trocar periodicamente diversos, fatores incluídos no processo de manufatura.
alguns brinque- dos para renovar o acervo da instituição. Portanto, ao comprar um brinquedo deve-se estar atento para
não levar simplesmente o mais barato, mas aquele que oferece
Nesse contexto, brinquedo institucional é: o melhor custo/benefício aos usos da criança e da instituição.
- Desafiador, mas não frustra
- Possui nível de complexidade adequado à idade 8. Critérios para compra pública que garantam a
- Atende a uma variedade de níveis de desenvolvimento qualidade do material
- Tem design, cor, forma, texturas, variedade de materiais Adquirir materiais de primeira qualidade é um processo
e estilo árduo e dispendioso. Quando se trata de adquirir em grande
- Adequado para o espaço disponível escala e por meio de licitações e pregões eletrônicos é sem
- Possibilita o trabalho com o número de crianças desejado dúvida um processo mais complexo, que exige critérios muito
- É durável para o uso esperado bem elaborados para que o material inicialmente escolhido
chegue às unidades de destino como foi pensado pelas
BRINQUEDO X SEGURANÇA professoras.
- Passa em teste de avaliação
- Não é toxico 9. Escolha, seleção e especificação dos materiais para
- Não se desmancha ou esfarela compra pública
- Não possui peças pequenas (ver idade da criança) A especificação do material é um trabalho de grande
- Não tem pontas agudas importância e deve ser feito por especialistas nas áreas de
- Não apresenta risco de sufocar educação, infância, criança e ou áreas afins. Implica na
- Não é perigoso para a visão elaboração de uma publicação OFICIAL com descritivos
extremamente minuciosos, que não podem ser direcionados a
BRINQUEDO COM DURABILIDADE um fabricante específico mas deve garantir a compra de um
- Não se quebra ou fica logo inutilizado material adequado, equivalente ao selecionado e ser de
- Pode ser usado mais que algumas semanas ou meses primeira qualidade.
- É adequado para uso em grupo na instituição A descrição das características específicas do material
selecionado deve conter:
BRINQUEDO APROPRIADO PARA USO INTERNO E a) descritivo de medidas;
EXTERNO b) descritivo de cores;
- É flexível, amplia a brincadeira c) especificação do material de fabricação (tipo de plástico,
- É feito de material de fácil limpeza por exemplo polipropileno, poliestireno, etc);
d) especificação do método de fabricação (plástico
OPORTUNIDADES DE BRINCAR injetável, soprado, moldado, etc);
- Propiciam o pensamento divergente e) especificação de qualidade do material a ser utilizado no
- Favorecem a diversidade de usos brinquedo - material de primeira qualidade;
f) especificação de toxidade;
BRINQUEDO MULTICULTURAL g) exigência de selos de procedência, testes e garantias do
- Adequado a uma variedade de grupos étnicos produto/ equipamento selecionado (INMETRO, ABRINE, entre
- Não apresenta estereótipos outros, que indiquem a sua origem e a qualidade);
h) observação da faixa etária para que esteja adequado a
BRINQUEDO SEM DIRECIONAMENTO DE GÊNERO faixa etária das instituições de educação infantil;
- É utilizável por meninos e meninas i) não direcionamento do descritivo a um único fabricante,
- Não sugere a utilização por um dos gêneros em função da mas possibilidade de que diversas indústrias e ou
cor, como fogão rosinha e carrinhos azuis microindustrias possam atender prazos e o número de peças
- Não tem um papel determinado exigidas pelo edital;
j) elaborar uma pesquisa previa de mercado e adequar os
BRINQUEDO NÃO VIOLENTO números as demandas das instituições e à capacidade de
- Não inclui armas produção das indústrias de brinquedos nacionais que se
- Não encoraja a agressão propõem a desenvolver produtos de primeira qualidade para
- Apresenta personagens que não representam violência instituições de educação infantil;
k) Material de origem ecologicamente correta;
BRINQUEDO CONSTRUÍDO COM SUCATA l) Material de origem étnica e ética correta;
- Valoriza trabalho de pais e artesãos locais m) Produto de origem nacional;
- Ensina a criança a reaproveitar materiais que estariam n) Produto montado no território nacional;
em desuso o) Manual em português;
- Valoriza a criatividade p) Fornecimento de assistência técnica.
- Promove ensinamentos sobre ecologia e sustentabilidade
- São brinquedos construídos com embalagens recicladas Uma das etapas do processo de compra por meio do pregão
ou recicláveis eletrônico - licitação - deve incluir a solicitação de amostra
dos produtos vencedores que serão apresentados aos gestores
7. Preço do brinquedo das instituições - as amostras devem ser em quantidade
O brincar e as características do brinquedo institucional suficiente para atender os locais de entrega.
são mais importantes, assim o preço do brinquedo inclui

Referências 108
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Realizar alguns testes com as amostras para verificar se as (B) classificar conjuntos de objetos com palavras como
mesmas possuem a mesma qualidade do produto escolhido. “nenhum”, “muito”, “pouco”, “bastante”.
Garantir que o fornecedor apresente amostras de lotes (C) identificar e nomear os numerais.
diferentes para observar a qualidade do material a ser (D) contar os objetos de um determinado conjunto a fim de
adquirido. verificar sua quantidade exata.
Capacitar os gestores das unidades para discernir sobre a (E) classificar, seriar e ordenar os objetos de uma coleção,
qualidade do material a ser recebido, observando se ele objetivando observar quantidades.
corresponde ao descritivo da licitação. Ofertar formação e
informação indicando: especificidades, garantias, 03. Conforme o documento Brinquedos e Brincadeiras nas
necessidades de reparo, manutenção e troca. Creches: manual de orientação pedagógica, é correto afirmar
que fantoches e brinquedos em forma de monstros, animais,
RECOMENDAÇÕES FINAIS bruxas e princesas e super-heróis devem ser
Nos tempos atuais, a educação deve agregar as questões da (A) evitados, por desencadear medos e pesadelos muito
diversidade, da sustentabilidade e da biodiversidade do país. precocemente no imaginário infantil.
Com suas florestas, matas, cerrados, rios, praias, plantações, (B) utilizados pelos adultos em contextos de festas e
montanhas, pequenos bairros e grandes cidades, o país produz comemorações de datas, como o dia do folclore.
uma invulgar cultura lúdica que, por meio de um rico (C) mostrados pelos adultos, que criteriosamente
artesanato, em conjunto com sua produção industrial, oferece escolhem as histórias e as encenam, sozinhos.
infinitas possibilidades para o brincar. Basta considerar tudo (D) ofertados para as crianças, a fim de que cada uma possa
o que a própria natureza e as diferentes culturas locais podem narrar suas experiências.
disponibilizar para as brincadeiras com as crianças. (E) evitados, pois trazem diferentes crenças que muitas
Mas são fundamentais a mobilização e o desenvolvimento vezes não são aceitas pelas famílias das crianças.
da dimensão brincante e brincalhona das professoras para
garantir o direito ao brinquedo e à brincadeira. Esse é o papel Respostas
dos cursos de formação inicial e continuada de professores.
Mas é também o compromisso de cada profissional que já atua 01. C. / 02. B. 03. D.
com as crianças. Sem interações e brincadeiras de qualidade,
os materiais e os brinquedos perdem o significado.
A infância, a criança e o brinquedo são temas importantes
para nossas reflexões. O bebê ingressa na creche, cresce e vai
JUNDIAÍ. Secretaria
embora, sua infância é passageira. Se não garantirmos a Municipal de Educação.
qualidade da experiência de cada criança no seu curto espaço Proposta Curricular Jundiaí:
de tempo vivenciado na creche, deixaremos de cumprir o
nosso papel ético, social e educativo.
educação infantil I. Jundiaí,
SP: SMEE, 2016.
Questões

01. Uma criança de 3 anos, de um centro de educação da 1. Concepção de educação da SME


cidade de São Paulo, após ouvir várias vezes a história da Em 2013, a Secretaria Municipal de Educação de Jundiaí
Branca de Neve, falava com seus amigos e com a professora convidou seus profissionais a fazerem uma reflexão sobre sua
sobre a razão de ser sempre “branca” a personagem. Propôs concepção de escola e de Educação, a partir de estudos de
uma história com a “Morena das Neves”, alternativa que reflete documentos e discussões coletivas. Foram muitos encontros,
o contexto da diversidade em que vivem as crianças, em sua reunindo gestores e professores da rede, e, no ambiente
maioria, de famílias afrodescendentes. Outra criança utilizou a escolar, educadoras e educadores, para definir qual a
história da Chapeuzinho Vermelho para criar uma narrativa concepção de escola e de Educação era consensual entre eles.
com dois lobos, um “bom” e outro “mau”. Assim, de acordo com Após estudos e reflexões e à luz da legislação vigente sobre as
o documento Brinquedos e Brincadeiras nas Creches: manual várias correntes do pensamento pedagógico contemporâneo,
de orientação pedagógica (Brasília. MEC/SEB, 2012), ouvir identificou-se na Pedagogia Crítica, inspirada no pensamento
histórias de todos os gêneros, deixar as crianças recontarem de Paulo Freire, a concepção que atendia os anseios das
para inserir suas vivências e seus saberes ampliando as educadoras e educadores. Desse estudo, surgiu o documento
narrativas é uma tarefa que requer ampliação de dois tempos “Diretrizes Pedagógicas Fundamentais Iniciais da
no cotidiano dos centros de educação, a Secretaria Municipal de Educação de Jundiaí:
(A) roda de conversa inspirada nos contos e o brincar livre. Educação como ação política transformadora”, norteador
(B) brincadeira criativa e o jogo simbólico. das discussões para elaboração de uma nova proposta
(C) escuta de muitas histórias e o tempo para o seu reconto curricular.
pelas crianças. A pedagogia crítica pressupõe transformações nas
(D) musicalização de contos e a ciranda de poemas. relações entre o ensinar e o aprender, num processo contínuo
(E) escrita espontânea das narrativas criadas e o reconto de aprender, desaprender, reaprender, refletir, avaliar e
programado. reavaliar. Considerando a criança tanto como sujeito de suas
ações, capaz de analisar sua realidade social, cultural e
02. “A entrada no mundo da matemática ocorre quando a histórica, com autonomia também para transformá-la, quanto
professora sabe como encaminhar a criança para brincadeiras como indivíduo que compreende o mundo em sua
em que se vai descobrindo o significado dos números”. integralidade, sem compartimentar os conhecimentos.
Considerando o documento Brinquedos e Brincadeiras nas Portanto, na construção do currículo, devemos considerar a
creches: manual de orientação pedagógica (MEC/SEB, 2012), criança como sujeito de direitos, vivendo um momento
é correto afirmar que uma das brincadeiras para pensar como específico do seu desenvolvimento e conhecimento.
medir e quantificar que pode ser desenvolvida na educação No documento Diretrizes Pedagógicas Fundamentais
infantil é Iniciais da SME, a afirmação de que a Educação deve ser
(A) colar sementes ou bolinhas de papel no traçado do entendida como prática da liberdade estabelece novas
numeral. relações entre educadora ou educador e educando, este

Referências 109
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APOSTILAS OPÇÃO

considerado o centro do planejamento escolar, sujeito de de formação inicial prevista em lei e de formação permanente.
direitos, que traz consigo a marca de sua cultura e de seus Os saberes das educadoras e educadores da infância e a
valores. As propostas pedagógicas devem, portanto, interpretação das linguagens das crianças não se dão apenas
considerar esse saber como ponto de partida para a pela escuta atenta ou de forma intuitiva, embora estes
organização curricular, agregando os saberes das crianças aos componentes sejam primordiais. A compreensão da cultura da
saberes historicamente construídos, sejam eles populares ou infância exige do adulto: preparo, estudo e reflexão sobre a
eruditos. Dessa perspectiva o conceito de avaliação, ao superar prática. Dessa forma, essa concepção de educação considera
aspectos quantitativos e comparativos entre as crianças, primordial o investimento na formação permanente de suas
coloca-se a serviço desses objetivos. educadoras e educadores. A partir de uma prática reflexiva
Os sujeitos não se educam sozinhos e toda relação (ação-reflexão-ação), as educadoras e educadores da infância
pedagógica deve ser dialógica, entendida a dialogicidade como constituem-se como protagonistas de seu saber, dialogando
escuta atenta que objetiva a compreensão do ponto de vista do com os teóricos de forma singular.
outro para fazer desse lugar o ponto de partida para novos A construção das relações democráticas supõe o
saberes. Nesse processo, o educando faz-se educador e os estabelecimento de parcerias com as famílias, as quais são
papéis se complementam. convidadas a participar intensamente das ações dentro das
Visando a construção do bem comum, onde se priorize o instituições escolares. Essa participação da comunidade deve
respeito à dignidade dos seres humanos em sua diversidade, observar-se tanto nas discussões e reflexões quanto na
respeito a toda forma de vida, ao meio ambiente, uma das execução de ações referentes às instituições escolares. Trata-
principais finalidades dessa pedagogia é humanizar as se de uma participação presente em todas as situações na
relações entre os sujeitos. Fomenta-se, assim, a construção dos escola, por meio do Conselho de Escola, APM, Reuniões de Pais
ideais da paz, liberdade e justiça social com compromissos e Mestres, em propostas planejadas e definidas no Projeto
éticos que valorizem os conhecimentos já construídos, através Político Pedagógico tais como eventos, palestras informativas,
de situações que estimulem a autoestima da criança e suas murais, reuniões, aprovação do calendário escolar, projetos,
relações interpessoais. entre outras.
A ética deve nortear as relações entre os atores da escola, Através da realização de um trabalho participativo,
adultos e crianças, sendo aqui interpretada na atitude de autônomo e democrático, envolvendo todos os segmentos que
amorosidade que se manifesta no respeito a si mesmo, ao compõem a escola, podemos contribuir para o rompimento do
outro e ao ambiente em que se vive. autoritarismo, proporcionando uma reflexão coletiva sobre os
Outros aspectos a serem observados no processo de problemas e a busca de soluções. Pensar o trabalho coletivo
humanização das relações são a valorização dos diferentes significa construir mediações capazes de garantir que os
pontos de vista, o reconhecimento e respeito às diversidades obstáculos não se constituam em imobilismo, que as
e, também, a garantia à igualdade de direitos a todos. diferenças não sejam impeditivas da ação educativa coerente,
A pedagogia crítica adota o conceito de qualidade social na responsável e transformadora.
Educação. Segundo essa perspectiva, salienta-se a relevância O Projeto Político Pedagógico é, simultaneamente, um
da educação escolar no processo de reconstrução da sociedade processo e um produto, que tem como meta nortear a
brasileira. A qualidade social se desenvolve e se efetiva quando organização e o funcionamento da escola. Como processo, é
algumas condições estão sendo previstas nos dinâmico e passível de mudanças com o objetivo de observar,
encaminhamentos políticos do setor educacional. refletir e replanejar ações que favoreçam uma educação de
Consensualmente, podem ser apontados alguns eixos qualidade. Como produto, reflete o trabalho coletivo de
indicadores de qualidade social: a educação como direito de diferentes atores – escola e comunidade. Por fim, mas não
cidadania, que supõe a inclusão social e participação popular menos importante, está o clima organizacional, ou seja, o
na gestão escolar; a valorização das educadoras e educadores ambiente de comprometimento e organização criado pelo
e os recursos adequados. Os recursos destinados à Educação coletivo, que favorece a participação responsável dos
precisam ser aplicados como o que prevê a legislação vigente envolvidos e consolida o Projeto Político Pedagógico.
e, quando esses recursos não forem suficientes, deve-se buscar A participação das crianças é indispensável no cenário da
outras fontes de recursos. A educação infantil, por exemplo, gestão democrática. Nas instituições de Educação Infantil, as
apresenta mais custos que os demais níveis da educação famílias assumem papel importante na interlocução com as
básica, dado a sua especificidade de atendimento (INEP 2004). educadoras e os educadores. Constituindo-se muitas vezes na
Para que tal processo se efetive, é fundamental a determinação primeira experiência das crianças fora do ambiente familiar, é
das escolas na ampliação dos mecanismos de gestão a partir do diálogo com pais e outros responsáveis que
democrática, com progressivos graus de autonomia nas passamos a apreender o universo da criança que se insere no
discussões e decisões financeiras, pedagógicas e contexto escolar. O saber e o fazer das famílias devem ser
administrativas, na transparência das ações, na prestação de considerados, desde o momento da matrícula das crianças na
contas, na efetiva atuação dos Conselhos Escolares, na garantia escola.
da palavra e na participação das famílias e das crianças. Não podemos esquecer, sobretudo, que as crianças
A sustentação da gestão democrática requer uma estrutura pequenas expressam seus gostos, desgostos, desejos,
alicerçada na autonomia e participação num clima interesses e afetos o tempo todo, por meio da linguagem
organizacional pautado na descentralização da gestão com a corporal, de seus desenhos, da arte, de suas brincadeiras e de
proposta de construção de uma escola nova que leve à todas as suas formas peculiares de expressão. Para que a
educação para a cidadania, construindo paralelamente cultura da infância seja plenamente incorporada ao interior
relações sociais democráticas e igualitárias. A participação das instituições de educação infantil, faz-se necessário que o
popular na gestão deve superar os limites de uma metodologia adulto considere a criança potente, autônoma e sujeito de
participativa, na qual a população é levada a contribuir na direitos. Através da observação reflexiva das ações das
tomada de decisões preestabelecidas, e legitimar-se crianças, de suas falas, de suas demonstrações de bem estar,
efetivamente. prazer e incômodos, faz-se necessário que os adultos planejem
A construção da gestão democrática alicerça-se na ações na escola que reconheçam estes interesses e que sejam
autonomia das unidades escolares, o que requer investimento capazes de interpretar suas linguagens, considerando suas
na formação. A valorização das educadoras e educadores, para singularidades, criando situações onde a criança possa ser
além das questões de remuneração e de carreira, se dá livre para se expressar, para compreender o mundo e a si
também através da garantia de condições dignas de trabalho, mesma, para se relacionar com o outro e desenvolver sua

Referências 110
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afetividade, para lidar com suas emoções, em ambientes A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
lúdicos, cuidadosamente planejados, onde os desafios, as será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
interações, brincadeiras e a livre expressão da corporeidade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
possam acontecer de forma rica e segura. Ambientes para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
planejados, acolhedores, humanizadores e integrados às trabalho.
necessidades coletivas são importantes para a educação de
qualidade social. Considerando o que traz a LDBEN 9394/96, em seu
A concepção de escola e de educação adotada pela artigo 1º:
Secretaria de Educação de Jundiaí tem, assim, o objetivo de A educação abrange os processos formativos que se
contribuir favoravelmente para a emancipação humana e desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
construção da cultura de paz, de liberdade e de relações éticas trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
e solidárias entre as pessoas, na perspectiva de seres movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
integrados à natureza e ao meio ambiente. manifestações culturais.
Com a finalidade de atender ao texto das Diretrizes
2. Legislação e Documentos Oficiais de Referência Curriculares Nacionais da Educação Infantil, Resolução
Os estudos de legislação que embasaram a Proposta 05/2009, art. 3º:
Curricular do Município de Jundiaí para o segmento de zero a O currículo da Educação Infantil é concebido como um
três anos foram orientados pelos seguintes documentos: conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os
• Constituição da República Federativa do Brasil, de saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte
05/10/1988 (Constituição Federal / 88); do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e
tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral
• Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069 de de crianças de 0 a 5 anos de idade.
13/07/1990 (ECA);
A presente Proposta validou essas prerrogativas, com a
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.º 9394 visibilidade no desenvolvimento integral da criança, tendo
de 20/12/1996 (LDBEN 9394 /96); ainda como base o que legislam as Diretrizes Curriculares
• Parecer do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Nacionais para a Educação Infantil e os Indicadores da
Educação Básica n.º 20 de 11/11/2009 (Parecer CEN/CEB Qualidade na Educação Infantil, quanto à qualidade da
20/2009); educação oferecida e ao processo da construção de
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação conhecimentos:
Infantil, Ministério da Educação, Conselho Nacional de
Educação, Câmara da Educação Básica, de 17/12/2009 Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de Educação
(Resolução 5/ 2009); Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a
processos de apropriação, renovação e articulação de
• Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens,
Infantil Volumes 1 e 2, Ministério da Educação, Secretaria de
assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à
Educação Básica, 2006;
confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à
• Parâmetros Básicos de Infra Estrutura para as convivência e à interação com outras crianças.
Instituições de Educação Infantil, Ministério da Educação, § 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas
Secretaria de Educação Básica, 2006; pedagógicas das instituições de Educação Infantil deverão
• Critérios para um Atendimento em Creches que Respeite prever condições para o trabalho coletivo e para a organização
os Direitos Fundamentais das Crianças, Ministério da de materiais, espaços e tempos que assegurem:
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2.ª Edição, 2009 ; I - a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado
• Indicadores da Qualidade na Educação Infantil, como algo indissociável ao processo educativo;
Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2009; II - a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora,
afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural da
• Plano Municipal de Educação de Jundiaí, Lei n.º 8.446 de criança;
24/06/2015 (PME);
III - a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das
• Plano Nacional pela Primeira Infância, Rede Nacional famílias, o respeito e a valorização de suas formas de
Primeira Infância, dezembro de 2010; organização;
• Anais Do I Seminário Nacional: Currículo Em Movimento IV - o estabelecimento de uma relação efetiva com a
– Perspectivas Atuais, Belo Horizonte, Novembro de 2010; comunidade local e de mecanismos que garantam a gestão
• Processo de Gestão da Alimentação Escolar para democrática e a consideração dos saberes da comunidade;
Unidades Escolares de 0 a 3 anos, Prefeitura de Jundiaí, V - o reconhecimento das especificidades etárias, das
Secretaria Municipal de Educação, 2015; singularidades individuais e coletivas das crianças,
promovendo interações entre crianças de mesma idade e
• Manual de Boas Práticas para Atendimento na Educação crianças de diferentes idades;
Infantil Prefeitura de VI - os deslocamentos e os movimentos amplos das
Jundiaí, Secretaria Municipal de Educação, 2015; crianças nos espaços internos e externos às salas de referência
• Decreto nº 23.548/2011 - Regulamento de Atendimento das turmas e à instituição;
de Crianças de 4 (quatro) meses a 5 (cinco) anos nas Escolas VII - a acessibilidade de espaços, materiais, objetos,
Municipais de Educação Básica de Jundiaí, Prefeitura de brinquedos e instruções para as crianças com deficiência,
Jundiaí, Secretaria Municipal de Educação, de 05/12/2011; transtornos globais de desenvolvimento e altas
A leitura levou em consideração os seguintes temas: habilidades/superdotação;
Concepção de Educação, Escola, VIII - a apropriação pelas crianças das contribuições
Infância e de Educadores da Infância; Gestão Democrática; histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes,
Adaptação e Acolhimento; asiáticos, europeus e de outros países da América;
Princípios e Dimensões; Organização de Tempos e IX - o reconhecimento, a valorização, o respeito e a
Ambientes; Saberes Essenciais e Avaliação. interação das crianças com as histórias e as culturas africanas,
De acordo com a Constituição Federal, artigo 205: afro-brasileiras, bem como o combate ao racismo e à
discriminação;

Referências 111
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X - a dignidade da criança como pessoa humana e a Art. 58: Entende-se por educação especial, para os efeitos
proteção contra qualquer forma de violência – física ou desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida
simbólica – e negligência no interior da instituição ou preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos de com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
violações para instâncias competentes (Resolução 5/2009). altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº
A instituição de Educação Infantil é um espaço de 12.796, de 2013)
convivências, experiências e aprendizagens. Nelas as crianças § 1º: Haverá, quando necessário, serviços de apoio
socializam, brincam e convivem com a diversidade humana. especializado, na escola regular, para atender às
(Indicadores da Qualidade na Educação Infantil, página 57). peculiaridades da clientela de educação especial. (...)
As escolas de Educação Infantil têm como objeto as § 3º: A oferta de educação especial, dever constitucional do
relações educativas num espaço de convívio coletivo, cujo Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
sujeito prioritário é a criança. Destaca-se assim que essas educação infantil.
relações são perpassadas pela função indissociável do (...)
cuidar/educar, tendo em vista os direitos e as necessidades Art. 60, Parágrafo único: O poder público adotará, como
próprias das crianças, no que se refere à alimentação, saúde, alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos
higiene, proteção e ao acesso ao conhecimento sistematizado educandos com deficiência, transtornos globais do
(Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na
volume I). própria rede pública regular de ensino, independentemente
Dessa forma, a Proposta Curricular deve oportunizar a do apoio às instituições previstas neste artigo (Redação dada
valorização do lúdico e as culturas infantis, para garantir que pela Lei nº 12.796, de 2013).
as crianças tenham experiências variadas com as diversas
linguagens, reconhecendo que o mundo no qual estão No entanto, a qualidade desse atendimento somente será
inseridas, por força da própria cultura, é amplamente marcado possível mediante uma gestão democrática efetiva, conforme
por imagens, sons, falas e escritas. Deve também contemplar o os artigos 3.º da LDBEN e 206 da Constituição Federal. A
brincar em diferentes espaços (pátios, quintais, praças, gestão será garantida pela participação da comunidade
bosques, jardins, praias), permitindo a construção de uma escolar3 na elaboração, acompanhamento e avaliação da
relação de identidade, reverência e respeito com a natureza. Proposta Pedagógica e em colaboração com as diversas
O acesso a espaços culturais diversificados, como a representações, como Associação de Pais e Mestres e Conselho
inserção em práticas culturais da comunidade, participação de Escola (LDBEN 9394/96 artigos13 e 14, Parecer 20/2009).
em apresentações musicais, teatrais, fotográficas e plásticas, Quanto mais pessoas dos diversos segmentos da
visitas a bibliotecas, brinquedotecas, museus, monumentos, comunidade se envolverem em ações para melhoria da
equipamentos públicos, parques, jardins, também devem ser qualidade da instituição da educação infantil, maiores serão os
considerados na Proposta Curricular (Parecer CNE/CEB ganhos para as crianças, a sociedade e para a educação
20/2009 e Critérios de Atendimento em Creches). brasileira (Indicadores da Qualidade na Educação Infantil).
Este trabalho, portanto, busca ampliar os diferentes Nessa perspectiva, a instituição de Educação Infantil deve,
olhares sobre o espaço, visando construir o ambiente físico constantemente, avaliar suas ações e percursos, de acordo com
destinado à Educação Infantil, promotor de aventuras, as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil,
descobertas, criatividade, desafios, aprendizagem e que Resolução 05/2009, em seu Artigo 10.º:
facilite a interação criança-criança, criança-adulto e deles com As instituições de Educação Infantil devem criar
o meio ambiente. O espaço lúdico infantil deve ser dinâmico, procedimentos para acompanhamento do trabalho
vivo, “brincável”, explorável, transformável e acessível para pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças,
todos. (Parâmetros de Infra Estrutura, página 08) sem objetivo de seleção, promoção ou classificação,
Destarte, a Proposta Curricular assume a responsabilidade garantindo:
de tornar creches em espaços privilegiados de convivência, de I - a observação crítica e criativa das atividades, das
construção de identidades coletivas e de ampliação de saberes brincadeiras e interações das crianças no cotidiano;
de diferentes naturezas, por meio de práticas que atuam como
recursos de promoção da equidade de oportunidades
II - utilização de múltiplos registros realizados por adultos
e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais, no
que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de III - a continuidade dos processos de aprendizagens por
vivência da infância. Nessa perspectiva, orienta-se pelos meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes
princípios previstos nas DCNEI. momentos de transição vividos pela criança (transição
casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da
Art. 6.º: As propostas pedagógicas de Educação Infantil instituição, transição creche/pré-escola e transição
devem respeitar os seguintes princípios: préescola/Ensino Fundamental);
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da IV - documentação específica que permita às famílias
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os
e às diferentes culturas, identidades e singularidades. processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da Educação Infantil; V - a não retenção das crianças na Educação
criticidade e do respeito à ordem democrática. Infantil.
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da
ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes A avaliação de uma instituição de educação infantil, neste
manifestações artísticas e culturais. ínterim, deve ter o intuito de desenvolver e ampliar as diversas
formas das crianças conhecerem o mundo e se expressarem,
A Proposta Curricular também evidencia o atendimento à garantindo seu pleno desenvolvimento e respeitando suas
educação especial, conforme os artigos da LDBEN 9394/96: capacidades (Indicadores da Qualidade na Educação Infantil e
LDBEN 9394/96).

3 Comunidade escolar refere-se ao todos os sujeitos: família, funcionários,


professores, alunos e outras instituições de apoio a escola.

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3. Concepção de Infância Além disso, a educadora e o educador da infância precisam


As escolas de educação infantil devem cumprir sua função ser sensíveis em relação à diversidade cultural que poderá
sociopolítica e pedagógica, conforme determinam as encontrar entre crianças e suas famílias, visto que sua atuação
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil não é neutra e produz efeitos sobre a formação da criança.
(Resolução n. 5, de 17 de dezembro de 2009), pois estamos Através dessa atuação a educadora e o educador buscam
diante de uma concepção de criança como sujeito histórico, articular as experiências e os saberes das crianças com os
potente e de direitos. conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural,
Neste sentido, cada criança possui personalidade, artístico, ambiental e outros a fim de promover o
interesses e gostos particulares que lhe conferem a desenvolvimento integral das mesmas.
individualidade, transformando-a em um “ser” único entre Segundo Saviani (2013), deve-se dar condições para que a
seus pares, buscando compreender a si mesma e o mundo, criança se desenvolva, respeitando sua individualidade e
sentindo-o e pensando-o de um jeito próprio. considerando suas dimensões biológica, subjetiva, física e
A criança interage desde cedo com as pessoas e com o meio psicológica.
em que vive, revelando esforço para compreender o mundo e Para que essa ação educativa cumpra seu objetivo, é
as relações contraditórias que presencia, apropriando-se da essencial que a educadora e o educador da infância sejam
cultura não como mera expectadora, mas (re) construindo-a observadores e pesquisadores, atuando como mediadores e
por sua vez. articuladores que promovam para a criança a reflexão,
A criança necessita ser protegida, respeitada em seus buscando provocar mudanças nela dando condições para seu
interesses, potencialidades e necessidades, segundo seu desenvolvimento. Neste contexto, há necessidade de estarem
próprio tempo e ritmo. Deve ser atendida com prioridade, atentos à complexidade própria da criança em seu processo de
tornandose o centro de todo o planejamento pedagógico. desenvolvimento, utilizando-se de diversas formas de
Segundo Vygotsky, o brincar na educação infantil tem sua registros, consolidando sua práxis.
origem naquilo que a criança vive no seu dia a dia, nas A educadora e o educador da infância precisam ter
interações com seus pares, com os adultos e com o meio. consciência do seu papel e responsabilidade num processo
O brincar possibilita o processo de aquisição e ampliação contínuo de autoeducação, valorizando em sua prática
de conhecimento, de comunicação, do repertorio de atuação, momentos de troca de conhecimentos com seus pares.
num mundo de fantasia e imaginação, produzindo e A educadora e o educador da infância são leitores de
reproduzindo “culturas” próprias da infância. Facilita a símbolos e significados infantis que constantemente buscam
construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, posturas que favoreçam as relações dialógicas e de
estabelecendo desta forma, uma relação estreita entre a construções de saberes. Neste sentido, veem a criança como
brincadeira e a aprendizagem. um ser único, singular, um indivíduo capaz de relacionar-se
Entendemos que ao brincar a criança tem o direito de com pessoas, objetos e ambientes, o que por sua vez, contribui
tomar decisões, expressar sentimentos, individualidade, para o seu desenvolvimento integral.
identidade, valores, conhecer a si e aos outros, usar o corpo, os Partindo de uma relação mais humanizada, estabelecem
sentidos, os movimentos, a solucionar e criar problemas, bem com a criança uma relação de afeto, onde, por meio do olhar,
como desenvolver várias linguagens. A criança usa a da fala, do toque e consequentemente da confiança, o vínculo
brincadeira para se expressar, aprender e se desenvolver. se consolida.
Enfim, brincar é o ato que lhe dá oportunidade de atribuir Para que esse vínculo possa ser estabelecido é necessário
significados, principalmente por meio do corpo em movimento que também desempenhem junto às crianças o cuidado. O ato
e do jogo simbólico. de cuidar, não sendo uma ação de menor importância, precisa
ser reconstruído e entendido na origem e no real significado
3.1 Educadora e educador da Infância do termo, uma vez que, essa atitude se dá quando a pessoa de
“Passo então a dedicar-me a ele; disponho-me a participar quem se cuida, tem importância para quem cuida. Segundo
de seu destino, de suas buscas, de seus sofrimentos e de suas Boff (2005), cuidado significa “Cura”, em latim coera, e era
conquistas, enfim, de sua vida.” (Boff, 2005) utilizada num “contexto de relações humanas de amor e
amizade”.
É primordial que a educadora e o educador da Infância Buscando atuar em seu trabalho de cuidar de forma mais
tenha uma base sólida de formação e conhecimento sobre o humanizada, tendo uma nova visão sobre o profundo
desenvolvimento infantil e da natureza humana - como a significado desta ação, a educadora e o educador da infância
criança de 0 a 3 anos aprende e se desenvolve, suas poderão atingir a essência humana, de sensibilidade e
necessidades de vínculo, ritmo, acolhimento e cuidados solidariedade, em si e no outro. O momento do banho, da troca,
essenciais, reconhecendo a plenitude e a intensidade do ato de da alimentação, ou seja, quando atende às necessidades mais
cuidar e educar para a complexidade e diversidade. básicas do corpo da criança, são grandes oportunidades para
Dentre suas prioridades, a educadora e o educador da estabelecer este vínculo.
infância precisam levar em consideração a proteção e o A relação que se estabelece nestes momentos pode ser de
respeito à criança e à sua infância, sendo contrário ao grande prazer para os envolvidos, quem cuida e quem recebe
autoritarismo, distanciamento, desafeto, senso comum e o cuidado, mas para isso é necessário que a educadora e o
negligência no planejamento e realização de seu trabalho educador da infância possam interagir com a criança por
cotidiano. inteiro, entendendo o grande valor deste momento.
É necessário que a educadora e o educador da infância Além disso, possuem a responsabilidade de proporcionar
reconheçam a importância de possibilitar às crianças um ambiente que atenda as necessidades, os desejos, as
oportunidades diversas de brincar espontaneamente, brincadeiras, o movimento, a exploração e a interação com o
tornando-se referência a elas durante as brincadeiras, espaço, com os objetos e com o outro, de forma mais
possibilitando o desenvolvimento corpóreo, cognitivo, independente, respeitando o tempo e a maneira de pensar da
emocional e autônomo. criança, e não do adulto.
Para que isso aconteça, a educadora e o educador da É necessário que criem situações de interações cotidianas
infância precisam adquirir uma postura de adulto brincante a fim de provocar nas crianças a necessidade e a vontade de
(Brasil 2012), ampliando seu olhar, levando o brincar vivenciar situações de aprendizagem no coletivo e
desenvolvido por essas crianças a sério, lembrando-se que a individualmente.
criança também é produtora de cultura.

Referências 113
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Por fim, a educadora e o educador participativos, atuantes, Desta vez, todas as ações ficaram voltadas para o trabalho com
brincantes, atentos e sensíveis, que observam e interagem com as crianças da creche. O sistema educacional direcionou o
as individualidades e especificidades da criança, trazem, após cargo às funções pedagógicas/educacionais e formações
a reflexão, novas ações para sua prática. Essa atitude de especificas da área de atuação. Neste mesmo ano, nesta mesma
constância e equilíbrio irá desenvolver o sentimento de lei, houve redução da jornada de trabalho de 40 horas para 33
confiança em relação ao outro garantindo a qualidade do horas semanais, sendo regulamentada pelo decreto 24965 de
vínculo que estabelecem com a criança, promovendo o 23/04/2014 com 3 horas reservadas para a formação
respeito, a observação, a escuta atenta e a segurança afetiva. permanente.
Até o momento, a administração direta não exige formação
4. Concepção de Escola de Educação Infantil inicial em Pedagogia como requisito de ingresso e
4.1 Percurso Histórico permanência para as ADI. Como alternativa de cumprimento à
A Educação pública municipal, de zero a três anos, na exigência federal, o município, desde 2013, oferta bolsa de
cidade de Jundiaí desde muito cedo esteve ligada a Secretaria estudo em Pedagogia para aqueles que tiverem interesse.
Municipal de Educação. Mesmo estando histórica e Outra situação importante a ser observada na mudança da
culturalmente atrelada ao assistencialismo, com a publicação concepção da Creche é que a função de Coordenador
da Constituição de 1988 e a aprovação do Estatuto da Criança Pedagógico foi incluída neste segmento. Com a presença do
e do Adolescente, no ano de 1990, as creches do Município Coordenador Pedagógico, a atenção e qualidade do
passaram a fazer parte da Secretaria da Educação, sendo acompanhamento do trabalho educacional ficaram
conhecidas na época como UMEI (Unidade Municipal de valorizadas, pois esta função tem sua atividade voltada
Educação Infantil). No ano de 1998, com o Regimento Comum exclusivamente à ação pedagógica escolar.
das Escola Municipais de Educação Básica de Jundiaí (decreto Em 1999, três Coordenadoras Pedagógicas atuavam nas
Municipal 16664 de 28/01/1998), as Unidades Escolares quinze creches, sendo que cada unidade era atendida somente
passaram para EMEB (Escola Municipal de Educação Básica), um dia por semana. Em 2006 a coordenadora passou a atender
em cumprimento a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação duas escolas e, a partir de maio de 2009 algumas creches
Nacional (nº 9394/96), no ano de 1996. passaram a ter sua própria coordenadora, enquanto outras
A princípio, entendia-se cuidar e educar separados, onde coordenadoras atendiam duas creches. Esse processo foi
as auxiliares de serviços operacionais (pajens) cuidavam das concluído em 2010 quando cada creche teve sua própria
crianças e as professoras educavam. A lei nº 3.067/87 que coordenadora pedagógica, função em carácter de confiança,
criou o cargo de auxiliar de serviços operacionais, atribuía a regulamentada pelo DECRETO Nº 23.318, DE 24 DE AGOSTO
estes profissionais: além de cuidar da higiene de crianças; DE 2011.
colaborar nas atividades recreativas, vigiar e orientar as Em 1994, junto ao lançamento do Plano Decenal, foi
crianças nas creches municipais; auxiliar as crianças das lançado pela Secretaria Municipal de Educação o texto
creches, ministrando refeições e medicamentos; atribuía norteador do trabalho de capacitação dos professores da rede
também, outros serviços públicos não ligadas a educação. municipal de Jundiaí. Nesta publicação a SME informa o
Estes servidores poderiam ser alocados em diversas percurso da reorganização da rede municipal de ensino, como
secretarias. A escolaridade exigida para o cargo de auxiliar de revisão curricular, referencial teórico (construtivismo) e
serviços operacionais (pajens) era a quarta série do ensino reflexões e formas da capacitação dos professores.
fundamental. Desta forma, o cargo não estava exclusivamente Entre 1995/1997 foi lançado a versão preliminar do
voltado para o desenvolvimento cognitivo e afetivo das currículo de educação infantil de Jundiaí. Nota-se mudanças
crianças. O entendimento do educar se resumia ao tempo que nas formas de pensar a avaliação e a ação docente no processo
a criança passava com o professor (recreacionista) na sala, ensino-aprendizagem.
conhecida como “sala de recreação”. Não havia hora de Essa versão preliminar teve influência na elaboração do
estudos direcionada a este profissional, apenas um momento RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação
semanal, onde todos os funcionários da creche se reuniam com Infantil), que foi instituído em 1998, onde coloca-se a creche
a diretora, aproximadamente por sessenta minutos, para como visão educativa, fundamentando as concepções de
algumas orientações e recados administrativos, mas não criança, de escola e de profissional além de definir os objetivos
regulamentada em lei. gerais da educação infantil.
Pelas pesquisas, percebe-se que o professor sempre esteve Em 2003, foi lançado o documento “Metas de
presente no trabalho com esta faixa etária havendo, aprendizagem de Educação Básica”, com expectativas de
inicialmente, um professor por turno, o qual desenvolvia as aprendizagens de 0 a 3 anos. Em 2004, com base neste
atividades educativas em todos os grupos da creche por volta documento, foram elaboradas as expectativas de
de trinta a sessenta minutos por dia. O diretor de escola aprendizagens para todos os grupos, a partir do Berçário, onde
orientava o trabalho com as crianças e as rotinas/planos de a concepção do cuidar e educar eram vistos como
trabalho. indissociáveis.
Depois se organizou estas escolas com um professor para Em agosto de 2011 foi lançado o documento “Proposta
atender a cada dois grupos, no período da manhã. Em 2013 Curricular Jundiaí- Educação
cada turma passou a ter um professor. Infantil de 0 a 3 anos” que já encaminhava sua concepção
No ano de 2007 o Plano de Cargos, Empregos, Carreiras e de educação segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais
Remuneração (lei 6.897/07) foi revisado e o cargo de agente para a Educação Infantil. Neste ano, também foi mudado a
de serviços operacionais (pajem) foi trocado de nomenclatura denominação dos grupos: Berçário, mini grupo passou para
passando a se chamar “monitor de creche”. As atribuições Grupo 1, maternal 1 para grupo 2 e maternal 2 para grupo 3.
também foram revisadas indicando uma postura mais Em 2014, por meio do decreto 24649 de 30/10/2013, sete
educacional e menos operacional ao cargo. Todas as creches passaram a funcionar em período parcial, atendendo a
atribuições convergiram para o trabalho especifico na creche, uma demanda de famílias com outras configurações de
ressalvando o atendimento a idoso que permanecia atrelado a organização e horário de trabalho, incentivando o equilíbrio
este cargo. de convivência da criança entre a família e a escola. Nestas
Com a Lei nº 7827 de 29 de março de 2012, houve outra creches houve uma mudança na rotina de trabalho com as
reformulação do plano de cargos da administração direta da crianças, com professores atuando nos dois períodos, além de
Prefeitura de Jundiaí e o cargo de monitor de creche foi ter dobrado o atendimento ao número de crianças.
renomeado para Agente de Desenvolvimento Infantil (ADI).

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A Secretaria Municipal de Educação, em 2015, passou a práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por ela
organizar o processo de construção coletiva da nova Proposta estabelecidas com adultos e crianças de diferentes idades nos
Curricular do Município, alinhada com a Pedagogia Crítica, à grupos e contextos culturais nos quais se insere”.
luz dos atuais estudos da infância e da educação infantil. Nesse processo, é preciso oferecer às crianças uma escola
que valorize as interações e as brincadeiras, e oportunize o
4.2 Concepção de Escola desenvolvimento das múltiplas linguagens, respeitando as
A concepção de escola de Educação Infantil que queremos, culturas infantis. Oferecer condições para que ela construa seu
apoiada na pedagogia crítica, participativa, cidadã e conhecimento e sua própria cultura, bem como suas formas de
democrática, entende, respeita e afirma as diferentes agir e pensar que são marcantes no contexto histórico em que
infâncias, garantindo o respeito à diversidade e a sua se vive.
singularidade.
Temos como princípio básico a criança como sujeito de 4.3 Recursos Materiais, Equipamentos e Organização
aprendizagem e não como ser passivo, todas as ações devem O espaço é físico e material, porém, inexiste sem suas
ser pensadas para atender esta criança, tais como: a dimensões culturais, históricas e sociais. Portas, janelas e
arquitetura de construção do prédio (planejamento físico), pisos, casas ruas e cidades, todos configuram teoricamente um
recursos humanos, relação adulto-criança, alimentação, espaço, mas são as pessoas, objetos, cores, texturas, cheiros e
recursos materiais, organização e equipamentos, organização sons que o qualificam como ambiente. Do objeto à paisagem
de tempos e ambientes. urbana – a percepção, a cultura, e os costumes são
Ao falarmos em concepção de escola é imprescindível determinantes na configuração espacial, caracterizando as
pensar em corporeidade, sendo assim as educadoras e os atividades e as relações sociais que ali se estabelecem. O
educadores da infância devem compreender e respeitar o fato homem, ao fazer uso desse espaço, transforma-o em ambiente
de que corpo e mente integram um único organismo - “sem (FREYBERGER, 2005, p. 17).
viver concretamente, corporalmente, as relações espaciais e
temporais de que a cultura é repleta, fica difícil falar em Toda escola tem que ser promotora de aventuras, de
educação concreta, em conhecimento significativo, em descobertas, de criatividade.
formação para a autonomia, em democracia e assim por Os recursos materiais e equipamentos levam a uma
diante”. (Freire, 2008. p.14). importante reflexão sobre a qualidade e diversidade do que é
Ao respeitar as expressões da criança em suas múltiplas oferecido nas escolas de educação infantil. A criança, como
linguagens, oportuniza-se e assegura-se que ela seja produtora sujeito da ação, constrói sua aprendizagem por meio do
de cultura e conhecimento. brincar e das interações. Desta forma, a organização dos
Essa escola deve atender a uma concepção de infância materiais e equipamentos dentro dos ambientes educativos
abrangente e de educação democrática que tenha em sua ação precisa favorecer essa aprendizagem.
a valorização dos princípios éticos, da autonomia da criança, É preciso proporcionar à criança contato com a
da solidariedade, do respeito ao bem comum e ao meio diversidade dos materiais, suas formas, texturas, cores,
ambiente. tamanhos e outras especificidades que a ajudem a conhecer o
As crianças vivenciam o mundo, constroem mundo. Tanto a funcionalidade quanto a organização dos
conhecimentos, expressam-se, interagem e manifestam ambientes e materiais devem ter o propósito de educar e ser
desejos e curiosidades de modo bastante peculiar. Para tanto, construído para e com a criança, tendo em vista que os sujeitos
Oliveira (1993, p.60) atenta que: envolvidos transformam e são transformados pelas
experiências significativas.
O currículo busca articular as experiências e os saberes das Os brinquedos e os materiais oferecidos na educação
crianças com os conhecimentos que fazem parte do infantil precisam apresentar condições de segurança,
patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico da durabilidade, acabamento e resistência à manipulação.
sociedade por meio de práticas planejadas e Precisam ser adequados a faixa etária e estar em boas
permanentemente avaliadas que estruturam o cotidiano das condições de uso, sendo importante a manutenção, reposição
instituições. e higienização quando necessário. É importante que cada
escola tenha os insumos necessários para a plena realização de
A definição de currículo defendida nas Diretrizes põe o seu Projeto Político Pedagógico.
foco na ação mediadora da instituição de Educação infantil O mobiliário também precisa estar adequado a faixa etária,
como articuladora das experiências e saberes das crianças e os com móveis, estantes e prateleiras acessíveis ao alcance das
conhecimentos que circulam na cultura mais ampla e que crianças.
despertam o interesse das crianças. O cotidiano dessas As salas precisam de iluminação e ventilação adequadas,
unidades, como contextos de experiências, aprendizagem e além de espaços seguros e aconchegantes que possibilitem às
desenvolvimento, requer a organização de diversos aspectos: crianças ampla circulação, interação e acesso aos materiais,
os tempos de realização das atividades, os ambientes em que oferecendo inúmeras possibilidades de exploração num
essas atividades transcorrem (o que inclui a estruturação dos ambiente que proporcione a mobilidade e o contato visual com
ambientes internos, externos, de modo a favorecer as o espaço externo e a natureza.
interações na exploração que fazem do mundo) e os materiais No prédio deve haver proteção adequada nas instalações
disponíveis. Deve levar em consideração as maneiras que elétricas, hidráulicas, vidros, espelhos, escadas, janelas, etc., o
educadoras e educadores da infância, em constante formação, que deve ser cuidadosamente planejado. As entradas de
exercem seu papel (organizando o ambiente, ouvindo as energia elétrica devem estar nas paredes em locais altos, fora
crianças, oferecendo-lhes materiais, sugestões, apoio do alcance das crianças. Se algumas se encontram baixas,
emocional, ou promovendo condições para a ocorrência de devem ser utilizados protetores de tomadas. Os ambientes
valiosas interações e brincadeiras criadas pelas crianças etc.). devem ser seguros e conservados, com a garantia de conforto
Para que tudo isso ocorra, é preciso educadoras e térmico e a inexistência de objetos perigosos.
educadores da infância atentos, sensíveis, cuidadosos e A conservação e higiene dos materiais, brinquedos,
comprometidos. utensílios, dos espaços devem fazer parte dos procedimentos
De acordo com Oliveira (2002, p.7) a criança é o centro do diários. A limpeza é mais do que essencial e o uso de produtos
planejamento curricular, considerada um sujeito histórico e de químicos deve ser cuidadosamente planejado, observando até
direitos e se desenvolve nas interações, “[...] nas relações e

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mesmo questões relacionadas a sensibilidades e alergias, exploração; a valorização das produções infantis e todas as
seguindo as normas e padrões de limpeza em vigor. demais marcas da infância, nas mais diversas formas de
Pesquisas e práticas vêm buscando afirmar a importância expressão e na composição estética do ambiente; as diversas
de se promover uma educação de qualidade para todas as funções dos espaços e a acessibilidade de materiais para as
crianças, o que envolve também o ambiente construído. Como crianças nas diferentes idades; a diversidade das propostas
afirma Frago (1995), referindo-se ao espaço escolar, este não nos ambientes: momentos coletivos, em grupo ou individuais;
é apenas um “cenário” onde se desenvolve a educação, mas sim os eventos de interações sociais prolongadas e criativas e
“uma forma silenciosa de ensino”. ambientes para cada criança ter sua individualidade; a
Na contemporaneidade é importante ampliar os diferentes presença de objetos que permitam à criança ter contato com
olhares sobre o espaço e o ambiente, que precisam ser elementos de outras culturas e o convívio com uma
destinados a favorecer descobertas, criatividade, desafios, diversidade maior de valores estéticos; a visibilidade do
aprendizagem, facilitando a interação criança-criança, criança- ambiente exterior; o convívio com o meio externo e os
adulto, criança-objeto e delas com o meio ambiente. Um elementos da natureza necessários à saúde e à qualidade de
espaço lúdico, dinâmico, vivo, “brincável”, explorável, vida.
transformável, e acessível para todos. Um dos principais objetivos do trabalho com o tempo são
Nesta concepção o projeto de construção e reforma de as relações que a criança estabelece para começar a
escola de educação infantil deve contar com a participação da diferenciar seu tempo interno do tempo externo, construindo
comunidade educacional, visando compartilhar os saberes e também, hábitos sociais coletivos e situando-a na
experiências daqueles que vivenciam os espaços, além de diferenciação dos momentos do dia a dia.
incorporar a reflexão sobre o perfil pedagógico da instituição. As experiências, com relação ao tempo, devem ser
Na LDBEN, a construção e a conservação das instalações cuidadosamente planejadas para torná-lo prazeroso,
escolares são incluídas nos orçamentos de educação. A partir caracterizando-se como um convite à criança para interagir
daí, uma série de documentos legais vem sendo produzidos com seus pares, a fim de estabelecer equilíbrio entre envolver-
com o objetivo de definir ou redefinir critérios de qualidade se em propostas por conta própria e construir algo em
para infraestrutura das unidades destinadas à educação da conjunto; dedicar-se a propostas mais espontâneas e
criança de 0 a 6 anos. Sendo assim, engenheiros, arquitetos, envolver-se em situações dirigidas pelas educadoras e
juntamente com a equipe educacional devem estar de acordo educadores da infância; oportunizar variedade, diversidade e
com a legislação vigente para elaboração de projetos de regularidade das atividades ao longo do tempo, favorecendo
construção e reformas da instituição pretendida. uma maior familiaridade com algumas delas e apropriação de
conhecimentos pelas crianças.
4.4 Tempos e ambientes Ressalta-se a importância da flexibilização do
Organizar o cotidiano das crianças da Educação Infantil tempo/rotina, pois quando as crianças envolvem-se nas
pressupõe pensar que o estabelecimento de uma sequência experiências propostas, dão significados a elas, sendo capazes
básica de atividades diárias é, antes de mais nada, o resultado de ficar muito tempo interessadas, desconstruindo a ideia de
da leitura que fazemos do nosso grupo de crianças, a partir, que as crianças pequenas são dotadas de uma capacidade de
principalmente, de suas necessidades. É importante que o atenção reduzida.
educador observe o que as crianças brincam como estas As crianças de 0 a 3 anos precisam de tempo também para
brincadeiras se desenvolvem, o que mais gostam de fazer, em participar de seus cuidados de forma significativa. Elas não
que espaços preferem ficar, o que lhes chama mais atenção, em podem ser apressadas e mecanizadas no ato de comer, lavar as
que momentos do dia estão mais tranquilos ou mais agitados. mãos, tomar banho, usar o banheiro, escovar os dentes, trocar
Este conhecimento é fundamental para que a estruturação de roupa. Estas aprendizagens despertam interesse e exigem
espaço-temporal tenha significado. Ao lado disto, também é tempo individualizado.
importante considerar o contexto sociocultural no qual se
insere e a proposta pedagógica da instituição, que deverão lhe 4.5. Educação Infantil e valorização dos saberes
dar suporte. (BARBOSA; HORN, 2001, p. 67). A concepção de escola desejada para o nosso Município,
balizada pelas orientações das DCNEI e concretizada com a
A constituição de um ambiente implica em vários aspectos nova proposta curricular, busca construir ações que garantam
ou dimensões, que estão integrados, considerando a faixa uma educação de qualidade, igualitária e rica a todas as nossas
etária atendida: crianças, em uma integração entre a creche, a família e a
Dimensão Interacional: as interações sociais são comunidade.
elementos determinantes da aprendizagem, por isso precisa Essa concepção deixa claro que a criança deve ser o centro
ser levado em consideração a organização do ambiente bem de todo o planejamento das ações educativas, que a infância é
como o trabalho de planejamento. uma construção social e histórica. Assim, as crianças devem
Dimensão Física: é todo o espaço real e a organização ser consideradas sujeitos históricos e de direitos.
dada ao mesmo, levando em consideração a qualidade A escola que almejamos deve possibilitar o
sensorial oferecida. desenvolvimento integral das crianças e isso significa
Dimensão Temporal: compreende na organização do aprendizagens para além das habilidades e competências,
tempo e os momentos em que os diferentes ambientes serão anteriormente buscadas.
utilizados, bem como a distribuição das atividades ao longo da Neste sentido, o estabelecimento de expectativas e metas,
rotina diária. por idades e grupos deve ser descartado, já que entendemos
Dimensão Funcional: considera a forma de utilização dos que a aprendizagem é um processo contínuo e que ocorrerá
diferentes ambientes, sua polivalência, sua flexibilidade e os por meio das interações, com crianças de idades variadas
tipos de experiência que podem ocorrer nelas. dentro de um mesmo grupo ou grupos diversos. É oportuno
Dimensão Estética: considera a arquitetura para a registrar que, quando se estabelece uma meta ou expectativa
utilização e disposição das produções artísticas, materiais e para um grupo, homogeneizamos os processos e
mobiliários, bem como as possibilidades de arranjos espaciais responsabilizamos a criança se, eventualmente, esta não
e físicos. atingir o estabelecido ao coletivo, desconsiderando seu
O ambiente precisa ser cuidadosamente preparado de percurso individual. É necessário que as propostas tenham a
modo a contemplar a segurança e acolhimento da criança; a intenção de ampliar os saberes das crianças por meio das
superação de obstáculos e a promoção de desafios para a sua diferentes linguagens e todas as suas formas de expressão.

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Para a criança, permanecer imóvel por muito tempo pode ser processo de adaptação, porem quando não há choro, nem
prejudicial a sua aprendizagem, pois por meio da expressão manifestações explicitas de sentimentos, as educadoras e
corporal e ao experimentar os desafios motores a criança se educadores devem se preocupar e estar atentos, já que pode se
desenvolve. tratar de um momento de grande sofrimento.
No contexto escolar as DCNEI indicam que: “as práticas Durante o processo de adaptação, a permanência de um
pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação membro da família ou outro adulto com quem a criança possua
Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a vínculo, respeitando seu tempo e ritmo, se faz necessária. No
brincadeira” (p. 25), as quais devem ser observadas, entanto, precisamos entender que existem famílias que não
registradas e avaliadas. podem acompanhar a criança nesse processo por um longo
Sendo assim, educadoras e educadores da infância devem período, algo que deve ser considerado. Logo, a equipe escolar
promover novas experiências e novas vivências, num contexto deverá criar estratégias diferenciadas tanto com a família que
social diverso, que busque apresentar texturas, formas, cores, estará disponível durante todo o processo, como com a que
sons, aromas e variadas manifestações culturais e expressivas. apresenta dificuldades nesse acompanhamento.
O uso de paninhos, chupetas, brinquedos, entre outros
5. Adaptação e Acolhimento, Educar e Cuidar, Relação objetos de transição, são facilitadores desse processo. Consolo
com a Família e a Comunidade é uma forma de cuidado. Se não sou cuidado, não tenho
É certo que, desde que vem ao mundo, o bebê interage de repertório para cuidar. Os cuidados são aprendidos e são
diferentes maneiras no ambiente físico e social que o cerca. valores constituídos e levados para a vida. Atividades de
Entretanto, seu ingresso em uma instituição de caráter cuidado são significativas para a criança.
educativo o fará experimentar, forçosamente e de forma Ser cuidado é um direito da criança e um dever do adulto
sistemática, situações de interação distintas das que vive com que cuida. A forma como somos cuidados nos constitui, pois
sua família. Ao separar-se de sua mãe/pai, para interagir com sem cuidados, deixamos de ser humanos. Cuidado, como
outros adultos e compartilhar o mesmo espaço e brinquedos processo educativo, nada mais é que atenção com o outro,
com outras crianças, vai conviver com ritmos nem sempre porque nos sentimos envolvidos e afetivamente ligados ao
compatíveis com o seu e participar de um universo de objetos, outro. Cuidamos e somos cuidados. O modo como cuidamos
ações e relações cujo significado lhe é desconhecido. Oliveira diz para a criança quem e como são as pessoas, a cultura e o
(2001, p. 26) lugar em que ela vive. Cuidado significa desvelo, solicitude,
A entrada na escola constitui uma situação nova para todos diligência, zelo, atenção e bom trato.
os envolvidos: crianças, famílias, educadoras e educadores. A O cuidar e o educar são indissociáveis. Deve-se cuidar e
escola e a família têm o importante papel na adaptação, que é educar para a autonomia, pois quando se cuida, se educa. No
necessária e indispensável, pois proporciona um melhor entanto, é necessário lembrar que autonomia não é abandono.
acolhimento e a inserção da criança no contexto escolar. Autonomia é educação, é criar condições para que o sujeito
A relação escola-família na Educação Infantil é firmada faça por si e para si. O adulto é indispensável nesta passagem
desde o início do processo de matrícula. O diálogo deve e, quando não permite que a criança desenvolva seu
permear essa relação que precisa ser construída com repertório, ele está descuidando e, consequentemente, não
seriedade, compreendendo que as famílias são coautoras do está educando.
processo educativo. O adulto ensina às crianças como viver nesse mundo.
Após a matrícula e antes do ingresso da criança na escola, Brincar e interagir faz parte do cuidar e do educar. Cada
a equipe escolar deve realizar uma entrevista com os cultura cuida, educa, protege, oferece afeto e convivência,
responsáveis para conhecer as crianças e estreitar as relações assim como a escola com suas normas e procedimentos
com as famílias, oportunizando sempre que possível, a específicos.
presença de um ou mais adultos do grupo. É fato que as famílias chegam à escola com seus
As entrevistas devem ser ricas em troca de informações de procedimentos próprios quanto ao cuidar e educar as crianças.
ambas as partes, em benefício a um ingresso de qualidade. As Dessa forma, muitas vezes, os conflitos acabam sendo gerados,
dúvidas dos familiares devem ser esclarecidas e os anseios já que este cuidar e educar são compartilhados. Para que isso
precisam ser acolhidos pela equipe. É importante apresentar o não prejudique essa relação, faz-se necessária a negociação, de
espaço escolar e o Projeto Político Pedagógico, esclarecendo forma que as crianças se sintam seguras e capazes de lidar com
procedimentos e as diferentes formas de participação nas os ambientes da escola e de sua casa. Tal negociação só é
propostas da escola. possível numa relação horizontal, de diálogos e trocas, em
Para as crianças, a adaptação é um período de instabilidade parceria. Ressaltamos que a educação de 0 a 3 anos é
e grande transformação, portanto necessitam de um ambiente constituída por uma comunidade que educa e é um direito da
onde haja segurança emocional, acolhimento e atenção. criança.
A adaptação deve ser vista com seriedade tanto pelas A escola precisa estabelecer uma relação efetiva com as
famílias quanto pela escola. Há de se levar em conta as famílias e a comunidade local para conhecer e considerar, de
especificidades de cada uma nesse processo. O momento de modo crítico e reflexivo, os saberes, as crenças, os valores e a
adaptação é o momento de aproximação do adulto e da diversidade de práticas sociais e culturais que cada grupo
criança. É importante criar vínculo para que a criança sinta-se social tem para educar suas crianças.
segura e se desenvolva plenamente. A creche deixou de ter um caráter assistencialista, mas há
Toda ação educadora de adaptação deve estar pensada, necessidade de ter um olhar social e humanizado,
discutida e organizada no Projeto Político Pedagógico. A estabelecendo vínculos, respeitando a diversidade, não no seu
equipe escolar deve prever o que fazer para acolher e adaptar aspecto de exclusão, mas de contemplar novas situações que
a criança e sua família. O tempo de permanência da criança na são apresentadas pelas famílias na contemporaneidade.
instituição deve ser aumentado gradualmente, já que as Uma das especificidades desse segmento é construída em
necessidades de acolhimento são diferentes, porque cada ser encontros diários, na entrada e na saída, porque o processo
tem suas características e precisa de algo específico. educacional é constante, além das reuniões bimestrais ou
Sabendo que o choro é a linguagem do bebê, conhecer esse eventos ocasionais. As relações entre os adultos – pais,
choro significa que o adulto está conectado a essa criança, que educadoras e educadores – não podem ser descuidadas,
a ouve e a atende no que precisa. É possível que algumas apesar destes realizarem atividades diferenciadas junto às
crianças demonstrem dificuldades como a falta de apetite, a crianças. É preciso momentos de formação para a partilha das
apatia e o desinteressem participar das propostas escolares no

Referências 117
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dificuldades e a resolução de conflitos, para a comunicação, elementos que devem ser trabalhados principalmente através
integração e comemoração dos êxitos. da brincadeira, do jogo simbólico e da linguagem.
É importante ter clareza em relação ao que a escola O Princípio Ético se estende também a questões de
compreende sobre o educar e o que a família espera. Tal conservação e respeito ao meio ambiente. Com essa finalidade,
clareza permitirá fomentar discussões que irão permear ações cotidianas como molhar o jardim, apagar a luz, fechar a
relações de confiança. A escola acolherá não apenas uma torneira, separar lixo devem ser incentivadas no ambiente
criança, mas toda uma família, que está vivendo um processo escolar. Além disso, as crianças devem aprender que todas as
de transformação. Segundo Barbosa(2010, p. 10), “...acolher nossas ações possuem consequências, como por exemplo, a
uma criança na creche exige dos diferentes profissionais morte de uma planta ao ser arrancada com sua raiz. Todavia, o
atenção, competência e sensibilidade nas relações com os respeito ao ambiente natural não deve limitar a realização de
bebês e suas famílias. Para isso, é preciso em primeiro lugar experiências práticas, pois é por meio destas que a criança da
respeitar e valorizar as famílias em suas diferentes formas de educação infantil aprende. No entanto, o que precisa ficar claro
estruturação e organização e abrir diferentes canais para a para os envolvidos é que não existe uma separação entre o ser
participação cotidiana das famílias nas escolas de educação humano e o meio ambiente, e o último não está a serviço do
infantil”. primeiro. Ser humano e natureza fazem parte de um todo,
Concluindo, a presença da família é essencial não só no estão integrados em uma ação mútua de cuidados, por isso, na
processo de adaptação, mas em todo o decorrer da vida escolar escola, faz parte dos princípios éticos experienciar com as
da criança. Por outro lado, para um bom acolhimento, cabe à crianças as possibilidades oferecidas pelo espaço da unidade
escola construir um ambiente estável de colaboração e um escolar, de forma que elas procurem, conheçam, explorem, não
clima de confiança, tanto para as crianças quanto para suas apenas com uma finalidade utilitária, mas também
famílias e equipe escolar, pois assim conseguirá o bem-estar integradora.
de todos os envolvidos e, principalmente, a proteção das Os Princípios Políticos são tratados, inicialmente, como o
crianças. ato de educar para a cidadania, o direito de participação e
crítica e a liberdade de expressão. Na educação infantil esses
6. Princípios e Dimensões princípios devem ser traduzidos na garantia de um espaço de
6.1. Princípios expressão de sentimentos. Considerando que a educação
A expressão princípio, originada do latim principium, infantil atende crianças que não possuem completo domínio
significa o início, a origem de tudo. Pensando a educação a da fala, essa expressão de sentimentos e de ideias devem ser
partir desse conceito, podemos entender por princípio os incentivadas por meio da criação de diferentes espaços, meios
aspectos iniciais e centrais que permeiam qualquer proposta e suportes que possibilitem a manifestação das ideias,
educativa. Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais questionamentos e da liberdade criativa.
da Educação Infantil (Resolução nº 05/2009) apresentam os Além disso, para que a criança possa expressar uma
princípios da educação infantil divididos em três aspectos: opinião sobre algo, é necessário que ela tenha experiências
éticos, estéticos e políticos. Em consonância com a normativa pessoais. Nesse sentido, uma das formas de desenvolver o
federal e compartilhando de sua importância e validade, princípio político é deixar a criança brincar criando e
ressaltamos que todas as ações nas escolas municipais de modificando brinquedos e brincadeiras, pois desse modo a
educação infantil devem ser norteadas por esses três criança desenvolve sentidos e significados para as próprias
princípios. ações, e entende o mundo a sua volta. O olhar e a ação da
Os princípios éticos são baseados nas noções de educadora e educador da Infância não devem ser limitadores
autonomia, responsabilidade e respeito, e determinam que as no sentido de entender que a criança “está fugindo da regra”,
unidades escolares devam se apresentar como locais de ou “está brincando do jeito errado”, e sim um olhar atento, que
formação de uma criança capaz de entender e aceitar o outro percebe as potencialidades e as possibilidades daquilo que a
em seus múltiplos aspectos seja eles raciais, de gênero, de criança está desenvolvendo. O direito à participação também
idade, religiosos, econômicos e culturais. Para tanto, as pode ser garantido na forma como o adulto usa a linguagem
crianças devem estar em contato não apenas com a verbal, gestual e troca de olhares para que a criança
apresentação dos princípios, mas estar exposta a eles por meio compreenda o que ocorre no cotidiano, como a forma de ser
das atitudes das educadoras e dos educadores com quem trocada, escolha de roupas, assim como sua participação na
convivem. organização da rotina. Essas ações devem ser estendidas e
Desse modo, as crianças conseguem desenvolver mais garantidas a todas as crianças da unidade escolar,
claramente a consciência de que as diferenças devem ser independente de suas especificidades, pois, novamente, são as
tratadas com respeito e passam a compreender que fazem experiências de aprendizagem que irão garantir que elas se
parte do cotidiano. Por isso, no currículo da educação infantil expressem.
em Jundiaí, não é a cultura da escola que deve prevalecer sobre Outro aspecto importante com relação à educação para a
a das famílias, existe a necessidade de que haja respeito mútuo cidadania é trabalhar com a criança a compreensão da
e a consideração de que existem formas diferentes de se existência do outro que, assim como ela, possui direitos,
educar uma criança. Além disso, a criança, dentro da escola, deveres, ideias e pensamentos. Obviamente este trabalho deve
tem que ser ouvida em suas múltiplas linguagens, e realmente ser feito respeitando os limites impostos pela idade, pelo
vista, tendo seu tempo respeitado, suas experiências desenvolvimento específico de cada criança, mas deve
garantidas, e sua vontade levada em consideração. As noções acontecer nas unidades de educação infantil nas atividades
de autonomia, responsabilidade e respeito devem prevalecer cotidianas, como esperar o colega escorregar, dividir um
em todas as relações, seja entre a equipe escolar e os pais, brinquedo, perceber que pode fazer o colega chorar, ou que
entre a equipe escolar e as crianças, entre as próprias crianças todos devem ajudar a guardar o brinquedo, para que ninguém
ou entre os próprios membros da equipe. fique mais cansado. Entretanto, não se espera que a criança
Nas propostas diárias, além do exemplo, a criança pode compreenda verbalmente essas regras, mas sim que as
conviver com os princípios éticos a partir do momento em que vivencie, e por isso a educadora e o educador de Infância têm
é incentivada a se cuidar e a cuidar do outro, sejam estes que tomar o cuidado de não privilegiar somente a explicação
cuidados básicos, exercitando a autonomia (se vestir, colocar oral, mas que também crie espaços que possibilitem
sozinho o sapato, guardar o brinquedo que tirou do lugar), ou experiências, de forma que a criança aprenda a se reconhecer
no sentido da proteção (ajudar outra criança, brincar junto, como um cidadão.
dividir o brinquedo, cooperar, se solidarizar com o colega),

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Os Princípios Estéticos compreendem a valorização da Diferentemente da concepção de corpos da escravidão, esses


diversidade, da ludicidade e da criatividade. Considerando que corpos dóceis não são propriedades, mas são controlados
a humanidade já produziu muito conhecimento antes da através de disciplina, que dispensa a violência e as agressões.
criança vir ao mundo, e que muitas vezes as crianças (e os Diferentes também da domesticidade, que é uma relação de
adultos) são influenciadas e pressionadas com noções prontas dominação constante, da vontade singular do patrão, que se
do que é belo, é necessário que a escola desconstrua essa difere também do conceito de vassalo, que é relação de
noção e trabalhe outros conceitos de beleza além dos submissão altamente codificada, e que se realiza muito menos
previamente construídos, postos como ideais. sobre as operações do corpo, mas nas marcas rituais da
Dentro do ambiente escolar, superando a ideia de que a obediência (FOUCAULT, 1987).
criança deve receber conhecimentos prontos, os princípios O corpo dócil sobre o qual Foucault trata é o corpo
estéticos devem ser trabalhados com a finalidade de incentivar obediente, com movimentos detalhados, sutil na forma e na
a criança à realização de suas próprias experiências criativas, disciplina adquirida, é um corpo mais obediente quanto mais
com diferentes meios e suportes, aprendendo a valorizar é útil e vice-versa. Trata-se, portanto, de um controle político
aquilo que ela e as outras crianças criaram. Essa valorização para manutenção de poder, com enfoque em pequenas coisas
ocorre também por meio da apreciação das obras produzidas de modo a controlar e utilizar os homens, levando consigo todo
na escola, e aquelas histórica e culturalmente produzidas pela um conjunto de técnicas, todo um corpo de processo e de
sociedade. Desse modo, as crianças entendem que sua criação saber, de descrições, de receitas e dados (FOUCAULT, 1987).
gera um produto ou expressão a ser admirado. Para isso, a Nessa perspectiva devemos entender e ver o corpo das
criança precisa ser levada a ter experiências através do corpo, crianças na escola, como um corpo histórico e social, que traz
das emoções e sentidos, utilizando vários suportes, e valorizá- em si a coerção, a repressão e a obediência como marca
las como sendo arte. principal. Como acrescenta Rodrigues (1980), o corpo é um
Considerando os princípios estéticos, é possível criar uma suporte de signos sociais, nele estão marcadas todas as regras
série de situações lúdicas e agradáveis com as crianças de e normas, os valores e a cultura de uma determinada
forma a desafiá-las a se expressarem por meio de diferentes sociedade. É possível, então, como acrescenta Daólio (1995),
linguagens (música, dança, teatro, jogos, fotografia, escultura) pensar no corpo como uma construção cultural, pois cada
e a perceber que existem outras expressões além da sua, que sociedade se expressa diferentemente por meio de seus
apesar de ser diferente não deve ser julgada. corpos. Assim, entender o corpo é entender os signos e
significados de uma determinada sociedade.
6.2 Dimensões Galvão (2012) afirma que o desenvolvimento da criança se
Considerando a legislação vigente, que apresenta os dá por meio do corpo e do movimento e nos traz contribuições
princípios de ação na educação infantil, é possível também à respeito do que significa o olhar da educadora e do educador
fazer referência às dimensões dessa ação, ou seja, a extensão, da Infância para o corpo da criança na escola. A autora nos diz
o alcance, a forma como devem ser trabalhados esses que o corpo e movimento são de natureza social, cultural,
princípios. Nesse sentido, pode-se inferir como dimensões biológica e histórica, pois é por intermédio dessa simbiose
extremamente importantes da educação infantil, a dialética que se constrói o desenvolvimento das crianças
corporeidade, a brincadeira e a interação, que serão pequenas, que se dá na dimensão espaço temporal e histórico
apresentadas nas linhas abaixo. social.
A autora afirma também que o desenvolvimento ocorre
6.2.1.Corporeidade num processo contínuo e descontínuo, provocando e
Para pensar o corpo da criança no contexto escolar torna- detonando a complexa maturação do sistema nervoso da
se necessário entender quem são esses corpos e de que forma criança, tendo em vista o seu acabamento e formação
se expressam na escola e fora dela. Além disso, é importante individual. Nesse limiar, o movimento, que é a abstração
olhar para esses corpos de maneira apurada, uma vez que pensada, e o pensamento é o resultado das relações entre o
carregam em si as especificidades de sua cultura, as marcas de biológico e o social (GALVÃO, 2012). Portanto, é conveniente
seu tempo, os desígnios sociais e históricos de um tempo e não pensar esse corpo como estritamente biológico, pois esses
espaço social. diversos elementos citados por Galvão se complementam e se
O presente texto pretende um breve diálogo acerca do apresentam como um corpo muito mais completo e complexo
corpo da criança e da corporeidade no contexto escolar. Para na sua individualidade, coletividade e diversidade. A partir
isso, apresenta a perspectiva do corpo como construção desse viés, de um corpo social, cultural, biológico e histórico,
cultural, corpo histórico e social. poderemos dar sentido às práticas na escola que nos
Arroyo (2012), ao tratar sobre o conceito de corpos impulsionam às ações que farão dessas crianças protagonistas
precarizados, afirma que o acesso à escola pública aumentou do seu próprio desenvolvimento.
desde a década passada e, por isso, indaga sobre qual infância A corporeidade, nessa perspectiva do corpo como
e adolescência está chegando às escolas. A resposta é construção cultural, histórica, social e biológica, pode ser
preocupante, pois segundo ele são outras vidas e outros entendida como expressão e manifestação do corpo em
corpos mais precarizados do que as crianças e adolescentes movimento, que carrega individualidade e coletividade de
que por décadas tiveram o privilégio do acesso à escola. determinada cultura e tempo histórico.
Segundo o autor é dever ético para a reflexão da prática, Marques (2014) fala sobre a importância de conhecer a
olhar esse corpo e trazê-lo para a formação profissional corporeidade das crianças e perceber como estão vivenciando
docente, entender e aprofundar o que pode significar carregar seus corpos em contextos concretos, virtuais e/ou imaginário,
um corpo faminto, desnutrido e precarizado. dentro e fora da escola. Para isso, toma como ponto de partida
Esse corpo do qual fala Arroyo (2010) não deverá ser as contribuições de Lefebvre (1996), dos corpos vividos,
ignorado pelas educadoras e educadores da Infância e pela percebidos e imaginados.
equipe gestora, ao contrário, deverá ser esmiuçado, discutido O corpo vivido, o qual a autora cita, relaciona-se ao corpo
e principalmente constar no currículo para uma pedagogia que concreto no contexto escolar, vivido na experiência, e que se
priorize o corpo e o movimento. A concepção de corpo tratada constrói nas relações estabelecidas com o outro, adulto ou
neste texto é a de Foucault (1987), que o compreende como criança (MARQUES, 2014). A criança quando envolvida em
um objeto de investimento político e ideológico ao longo da seus jogos, brinquedos, brincadeiras, vive concretamente seu
história. O autor fala sobre corpos dóceis, que são corpo, e por meio desses mecanismos se relaciona com o
disciplinados e fabricados para a submissão, sujeição. mundo e expressa sua corporeidade. Segundo a autora, as

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educadoras e os educadores da Infância devem atentar-se às O adulto cuidador está presente no entorno, podendo ser
necessidades e preferências das crianças, o tempo e espaços visto pela criança, contudo está centrado em outra atividade.
corporais na escola, se são agitadas, se gostam de desafios (...) A presença da pessoa de referência em um raio próximo
corporais, se passam o tempo correndo ou se são permite às crianças ficarem sozinhas sem se sentirem
desaceleradas e preferem as atividades mais seguras abandonadas. (LEITE, 2011)
(MARQUES, 2014). Entretanto, vale ressaltar que as ações das
crianças dentro da escola têm relação direta com as A segurança da criança vai sendo construída por ela ao
experiências fora dela, portanto seria de grande valia conhecer perceber o cuidado e a confiança que a educadora e o educador
as famílias e como são os espaços em que vivem. da Infância lhe transmite, desde os momentos de cuidado com
O corpo percebido, citado pela autora, trata a respeito de o corpo (banho, trocas) até as demais propostas.
quais são as percepções corporais que as crianças têm acerca Devemos sempre antecipar para as crianças, por meio da
de si, e do quanto isso é influenciado pelo mundo, pois nem linguagem, a ação a ser realizada pelo adulto (“Vamos limpar
sempre o que a criança sente e percebe de seu corpo seu nariz?”, “Precisamos trocar sua fralda.”...) e durante o ato,
corresponde à realidade. O interessante é a educadora e o ter consciência que o corpo infantil exige sensibilidade e
educador de Infância perceberem como se dá essa relação respeito tanto no fazer quanto na comunicação, seja ela, verbal
entre como vivem e como percebem seus corpos (MARQUES, ou gestual.
2014). Sabe-se que é comum nas escolas surgirem piadas de Discutir esse corpo em movimento na escola é ressignificar
“gordinhos”, “magricela”, “chorona”, e isto deturpa a maneira o universo infantil em desenvolvimento. A criança que brinca
com que a criança percebe o próprio corpo, por isso é e tem autonomia para fazer suas escolhas é corpo. A criança
importante conhecer tanto a percepção que as crianças têm de com seus pés na terra, na areia, na grama, no chão, na água, no
si mesmas quanto àquilo que vivem concretamente barro, potencializa seu desenvolvimento, seu corpo, tanto
(MARQUES, 2014). individual quanto coletivamente, além de aprender com a
Outro aspecto importante que Marques (2014) aponta é a experiência, com as relações estabelecidas entre crianças e
concepção de corpos imaginados, que sofrem influência entre os adultos.
nefasta da mídia, pois são apresentados como referência
corpos perfeitos, esbeltos, ricos e de alta performance, o que 6.2.2. Brincadeiras
influencia também o imaginário infantil. Por isso, é Brincar é uma forma de expressão e de constituição como
extremamente importante que a educadora e o educador de sujeito, e é através da brincadeira que a criança estabelece
Infância conheçam e investiguem esses aspectos que rondam suas primeiras relações consigo mesma, com o outro e com o
o imaginário infantil acerca de seus corpos. mundo. No início da vida, o ato de brincar se dá de forma
Além disso, é frequente a educadora e o educador da involuntária, mas, à medida que a criança se desenvolve,
Infância esquecerem-se do quanto suas ações são referência conquista independência e autonomia em suas ações e
para as crianças, por isso é preciso perguntarem-se o quanto percepções (BRASIL, 1998; OLIVEIRA, 2008). Nesse processo,
percebem seu corpo e como são suas interações com a criança forma vínculos e desenvolve sua identidade influenciada pela
na escola. As ações das educadoras e dos educadores da cultura na qual está inserida, pois, por detrás de cada gesto,
Infância refletem diretamente no processo de formação dessas atitude e contatos que estabelece existe uma intenção
crianças e seus corpos dizem muito a respeito do que são e comunicativa que carrega os sentidos e significados
fazem na escola e fora dela. Marques (2014) discute sobre a construídos e reconstruídos historicamente por dado grupo na
importância de a educadora e de o educador da Infância sociedade (OLIVEIRA et. al., 2013; ORTIZ, CARVALHO, 2013).
perguntarem-se à respeito de seus próprios corpos: “que Vygotsky, em seus estudos, ressalta o caráter social do
corpos vivemos (...)? como percebemos nossos corpos desenvolvimento humano, pois afirma que o sujeito se
profissionais em atuação com os alunos? sentimo-nos constitui nas relações dialéticas, na história e fazendo história,
cansados, desanimados (...)? Ou, ao contrário, o contato com as e também por meio das interações sociais as funções
crianças nos estimula (...) às descobertas de outras superiores do pensamento são desenvolvidas (OLIVEIRA,
possibilidades corporais pessoais?” (MARQUES, 2014) 2008).
Dada a influência que o educador exerce na formação das Dessa forma, as brincadeiras são oportunidades para as
crianças, é imprescindível que ele reflita a respeito da interações e experiências em diferentes linguagens, tais como,
necessidade de ser um corpo lúdico que brinca com as crianças a imaginativa, a emocional, a sensorial e a oralidade. Pela
na escola, pois é dessa ação que emerge a possibilidade de brincadeira há a possibilidade de se resolver problemas ora
crianças mais ativas no meio escolar. imaginados, ora reais aprendendo a viver enquanto se
A corporeidade, vista como manifestações expressivas que desenvolve e explora o mundo. As Diretrizes Curriculares
surgem do corpo histórico e social em movimento, deve ser Nacionais para a Educação Infantil colocam como eixos
pensada minuciosamente, pois não se trata de técnicas rígidas norteadores das propostas curriculares nas instituições de
e passos formatados , e sim da livre expressão em movimento. Educação Infantil as brincadeiras e as interações (BRASIL,
Entretanto, pensar a liberdade dos movimentos em ação não 2009). Nesse sentido, “O brincar requer uma condição: é a
significa deixar a criança fazer o que quer, ou fazer por fazer. criança a protagonista que faz a experiência” (BRASIL, 2012, p.
Segundo Marques (2014), se assim fosse feito, estaríamos 54). A relevância do brincar está no protagonismo da criança
trabalhando valores, atitudes e princípios também opostos, em tomar decisões, fazer escolhas, expressar seus
por exemplo, a criança autocentrada, egoísta, sem limites e sentimentos, desejos, valores, criando e recriando situações.
percepção dos outros e do mundo. No entanto, por de trás Schlesener (2011) explica que o protagonismo da criança está
desta ação, livre e espontânea do movimento, deve existir a justamente no seu processo de criação quando dá significados
intencionalidade de despertar um corpo disposto a sua próprios a realidade que a rodeia, questionando as certezas
liberdade, a seu fazer, a sua autonomia. instituídas e construindo o seu modo de compreensão de
À luz das experiências de Lóczy (apud Falk, 2004), vale mundo. Muito se fala da importância do brincar para o
lembrar que a criança precisa ter garantido espaço e tempo desenvolvimento infantil, mas pouco sobre a brincadeira e o
para vivenciar seu corpo, suas potencialidades e limites. Para adulto. À medida que a vida adulta chega, o trabalho toma
isso, não é possível que as educadoras e educadores da conta do ser humano e, normalmente, o ato de brincar fica cada
Infância estejam apenas presentes, mas que se envolvam nas vez mais distante. É como se fosse proibido à educadora e ao
propostas, sem necessariamente intervir a todo o momento. educador de Infância brincarem, como se essa experiência não
combinasse com o mundo do trabalho. No entanto, para

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Winnicott (1975), é apenas no brincar que a criança e também O ponto de partida para a discussão sobre as interações
a educadora e o educador da Infância usufruem da própria será a partir da concepção de criança adotada pelas DCNEIs,
liberdade para criar. Ao longo da história humana, o ato de que afirma que a criança é sujeito histórico e de direitos que,
brincar passou da ação experimentada por pessoas de nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia,
diferentes idades a uma experiência predominantemente de constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina,
criança. Porém, essa atividade precisa fazer parte do cotidiano fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra,
do ser humano, para que o sonho e a imaginação não se questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
acabem. Isso não significa infantilizar o adulto, mas produzindo cultura.
potencializar seu papel interagindo criativamente com a
criança. ...desde o início da vida, as relações são construídas a
partir das interações, isto é, de ações partilhadas e
I. Papel do adulto no ato de brincar interdependentes. Essas ações se estabelecem por meios de
Para exercitar plenamente a ação do brincar na escola é processos dialógicos, nos quais cada pessoa tem seu fluxo de
necessário que as educadoras e os educadores da Infância comportamentos continuamente delimitado, recortado e
tenham claro o seu papel nesse processo, que é o de interpretado pelo(s) outro(s) e por si próprio, através da
possibilitar oportunidades de brincar espontaneamente e coordenação de papeis ou posições, dentro de contextos
apresentar modelos para serem imitados. Além disso, auxilia a específicos” (ROSSETI FERREIRA, 2004, p. 24)
criança a ampliar um repertório motor, instrumentalizando-a
para que possa agir sobre o ambiente e, assim, realize ações e Para Lev Vygotsky (10 novembro de 2008), pioneiro na
se comunique conforme os signos e símbolos da sociedade a análise de que o desenvolvimento intelectual das crianças
qual pertence (OLIVEIRA et. al, 2013). Sua função mediadora é ocorre em função das interações sociais, duas linhas se
exercida intencionalmente na organização de espaços, entrecruzam no desenvolvimento da pessoa humana: o
materiais estimulantes e adequados à faixa etária, desenvolvimento biológico e o desenvolvimento cultural. Isso
acompanhamento contínuo, interação com a criança e significa “compreender que a singularidade do ser humano,
observação do processo de desenvolvimento. Dessa forma, enquanto um sujeito histórico-social se constitui através das
para observar como se dá a brincadeira é preciso que as relações sociais, pela ação do trabalho e pela utilização de
educadoras e os educadores da Infância adotem uma postura elementos semióticos”.
brincante (BRASIL, 2012), se coloquem à escuta, ampliem o Para o autor, o processo de interação pressupõe a
olhar, se sensibilizem pelo brincar, levem a criança a sério, existência de uma ação partilhada entre os sujeitos, na qual
como sujeito potente e de direitos sociais, capaz de ambos se constituem em sujeitos ativos. Tal processo, de
desenvolver-se integralmente, respeitando o tempo, a cultura cunho essencialmente social, precisa ser compreendido
em que está inserida e a sua criatividade. dentro de uma dinâmica entre os sujeitos, na qual os
significados emergem em decorrência de uma ação conjunta,
II. Diferentes formas de brincar, brinquedos e resultante dos (des)encontros de diferentes níveis de
brincadeiras conhecimento. O desenvolvimento e a aprendizagem das
Nessa perspectiva não se pode deixar de pensar na crianças vão sendo potencializados pelas divergências, pela
relevância de ofertar diferentes materiais para exploração e comparação e defesa de hipóteses e por (des)acordos. É
manipulação, dependendo da intencionalidade do adulto nas importante salientar a ideia de que, quando se fala em
situações de aprendizagem. Os materiais não estruturados interação no contexto escolar, temos presente, além da relação
irão possibilitar à criança inúmeras situações que entre educadoras e educadores da Infância e criança, também
potencializem sua criatividade no ato de ressignificar os signos a que ocorre entre pares como um momento privilegiado para
e símbolos que o objeto carrega. “Brincadeiras com sucatas e o desenvolvimento dos sujeitos. Interação essa que
blocos desenvolvem a criatividade e tais materiais ganham compreende um processo cooperativo entre os sujeitos
formas variadas nas mãos das crianças, que por meio deles envoltos numa situação comum. Entretanto, é necessário
expressam sua visão de mundo” (BRASIL, 2012, p. 41). Afinal, romper com uma visão simplista de que todas as interações
“[...] tudo o que para o adulto é resto, detalhe, descartável, nas provocam ou desencadeiam processos de desenvolvimento e
mãos da criança torna-se meio de reconhecimento de si e do aprendizagem, ou até mesmo possuem um valor formativo,
mundo” (SCHLESENER, 2011, p.132). Aqui não se trata de independentemente se essas acontecem no contexto escolar
excluir os brinquedos industrializados, já que direcionam os ou no contexto social mais amplo.
modos de brincar, mas de priorizar modos de brincar que Nessa perspectiva, é tarefa da escola, palco das interações,
propiciem à criança colocar toda a força do pensamento em e, no particular, é responsabilidade da educadora e do
suas criações e recriações. educador da Infância, criarem situações de interações
De acordo com Oliveira (2008), a criança em seu cotidianas que provoquem nas crianças a necessidade e o
desenvolvimento passa das relações concretas para as desejo de vivenciar e experimentar situações de aprendizagem
associações com conceitos construídos culturalmente nas como conquista individual e coletiva, a partir do contexto
situações que experimenta, tornando-se capaz de agir em um particular e local, de forma espontânea, rica, criativa e
mundo imaginário em que o significado é determinado pelas agradável, preservando o prazer da descoberta e da alegria
relações com o contexto e não pelos elementos concretos contida nas atividades. “Situações que “ampliem a confiança e
presentes. Por esse motivo é que a brincadeira de faz de conta a participação das crianças nas atividades individuais e
se torna fundamental para a construção do pensamento coletivas” (Parecer CNE/CEB n167 20/2009).
abstrato, pois a criança vivencia, muitas vezes, papéis acima de Nesse processo, as crianças compartilham suas vivências e
suas capacidades reais ao tentar desempenhar uma conduta conhecimentos, tornando-se não só meros receptores da
regida por regras sociais pré-estabelecidas. Então, pode-se cultura que os cerca, mas sim sujeitos ativos no processo, se
afirmar que o brincar é a forma mais significativa da criança se apropriando e reinterpretando seus elementos (BORBA,
desenvolver e se apropriar do mundo ao qual está inserida, 2006). Desse modo, entende-se que a criança, por meio da
visto que “[...] a criança apreende o mundo com o exercício interação com os pares, não só se apropria da cultura advinda
permanente da imaginação, da fantasia, da sensibilidade” dos outros, como também produz cultura. Assim, as produções
(SCHLESENER, 2011, p.134). de cultura infantil se dão por meio das relações estabelecidas
pelas crianças, resultado da interação e socialização entre os
6.2.3 Interações pares. No dizer de Sarmento (2003, p. 8), “as culturas da

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infância constituem no mútuo reflexo de uma sobre a outra das grupo e partilhar da identidade que o mesmo confere a seus
produções culturais dos adultos para as crianças e das membros.
produções culturais geradas pelas crianças nas suas • As crianças, as instituições e as famílias – Essas
interações de pares”. relações possibilitam vínculos que favorecem um clima de
Para tanto, ao oportunizarmos os momentos de interação respeito mútuo e confiabilidade, gerando espaço para o
na escola devemos garantir que elas aconteçam por meio das trabalho e a identificação da cultura popular da criança e de
seguintes situações: sua família, de suas brincadeiras e brinquedos preferidos. É
• As crianças entre si – A cultura infantil só acontece importantíssimo que a comunidade escolar como um todo
quando asseguramos que os espaços e as práticas educativas esteja convicta da importância dessas interações para que
viabilizem a interação entre parceiros com diferentes níveis de esses espaços e tempos da escola sejam ricos e pulsantes.
experiências. Isso rompe com a ideia de turmas homogêneas e O processo de desenvolvimento da criança envolve,
aponta para a heterogeneidade como mecanismo propulsor de portanto, uma contínua negociação de significados entre os
desenvolvimento. É essencial para dar riqueza e complexidade atores em interação, em que as diferentes culturas são
às brincadeiras. interpretadas e reinterpretadas de forma ativa pelos
• As crianças e o ambiente – A posição de Lev Vygotsky indivíduos. Ao mesmo tempo, essas diferentes culturas, que de
sobre o papel do ambiente no desenvolvimento da criança alguma forma se modificaram, são constantemente
rompe com a ideia acerca da determinação do primeiro sobre internalizadas e externalizadas no contexto sociocultural.
o segundo, pois tanto a criança quanto o ambiente estão num
constante processo de mudança e, desse modo, se influenciam 7. Saberes Essenciais
mutuamente. As mesmas condições ambientais - em crianças Considerando a escola como espaço de ampliação da
diferentes e em diferentes fases de desenvolvimento - podem experiência humana, não devemos limitar as experiências da
exercer diferentes tipos de influências, assim como provocar criança, mas sim, pensar numa escola aberta aos saberes
diferentes atitudes, dependendo também do significado que contemporâneos da macro e micro sociedade. Esse currículo,
cada criança atribui às situações vivenciadas e do nível de que se pretende democrático, visa também a formação do
consciência que ela possui em relação aos acontecimentos. cidadão e da humanização de todos.
Cada criança interpreta, vivencia e se relaciona com as A partir da perspectiva da pedagogia crítica, acreditamos
situações de forma particular. Já é consenso que quanto mais na importância de ampliarmos nosso campo de ação nas
lhes forem dadas condições de estabelecer interações com o escolas também no que se refere ao que contemplamos nos
outro, com o seu entorno físico e sociocultural, maior será seu processos de construção do saber. Assim, acolhemos a
potencial de desenvolvimento e aprendizagem. proposta de trabalhar com os “Saberes Essenciais” aos seres
humanos, no que preconiza as DCNEI para o trabalho com a
• As crianças e os brinquedos - É importante salientar Educação Infantil, considerando que os saberes são
que a efetivação das competências em vias de consolidação
socialmente constituídos, na relação do sujeito consigo, com o
está condicionada também às condições materiais desse
outro, com o meio e com a ressignificação a partir dessas
sujeito. A existência de um ser humano construtor de sua
relações. Dessa maneira, entendemos que abordagens como
história individual, que é gestada a partir de uma coletividade
“áreas do conhecimento” ou “campos de experiência”
em que as condições materiais e práticas sociais são
necessitam ser repensadas, pois tendem a reduzir a amplitude
fundamentais para o desenvolvimento, tanto individual
das possibilidades que ocorrem nas vivências e experiências
quanto coletivo.
do cotidiano.
• As crianças e os adultos – A ideia de educadora e Uma das grandes questões é definir quais saberes devem
educador da Infância mediador e articulador implica concebê- ser vivenciados e compartilhados, o que é relevante, essencial
lo como alguém que possui papel primordial: a função de para fundamentar e orientar a prática pessoal e coletiva. Os
organizar, selecionar, planejar e propor situações de saberes essenciais dialogam com a produção do sentido e com
aprendizagem, conhecer os verdadeiros interesses e as a leitura de mundo que se faz, daí a busca de saberes que
necessidades das crianças, tornando as interações mais ajudem não só o educando, mas também as educadoras, os
complexas e desafiadoras de modo que instiguem a educadores e a comunidade, ajudando-os a se tornarem seres
interlocução e a partilha de experiências e conhecimentos. As integrais. Desse modo, ressalta-se que a interlocução entre os
demandas da criança passam a ser compreendidas pelo outro saberes regionais, locais e familiares merece ser valorizada no
e ressignificadas pela própria criança. É preciso haver um interior das escolas com a mesma intensidade que os saberes
projeto político pedagógico que coloque foco nas interações, eruditos, formalizados como patrimônios da humanidade, de
valorizando-as e observando-as cotidianamente como fonte de reconhecimento nacional e mundial.
registro e reflexão. A reflexão acerca de quais saberes são necessários para a
• As crianças e as brincadeiras - Uma das formas mais construção de uma escola significativa é fundamental, pois é
ricas de favorecer a interação e consequentemente as trocas também um dos elementos que forma a estrutura da ação
de saberes é pelas brincadeiras. Segundo o artigo 9º das pedagógica e quase sempre representa a síntese da atividade
Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação Infantil do ser em busca da sua humanização enquanto
(DCNEI), os eixos norteadores das práticas pedagógicas devem reconhecimento do desenvolvimento físico, mental,
ser as “interações e as brincadeiras”. Assim, a principal ação da emocional, espiritual, ético e social, em condições de liberdade
criança é o brincar. As interações e brincadeiras acontecem e de dignidade.
como processo dinâmico, indissociável; interagir e brincar são Os saberes essenciais, fundamentais para o processo de
linguagens naturais das diferentes infâncias. A interação que a humanização, são derivados dos saberes de referência da
brincadeira promove entre as crianças possibilita a aquisição diversidade e singularidade, os saberes artísticos, científicos e
de valores como cooperação, respeito, responsabilidade e tecnológicos, os comunicativos e os socioambientais. Para isso
amizade, além de reconhecimento das diferenças e da e nessa condição, a educação infantil prepara-se para garantir
diversidade, dando novo significado e prazer a sua prática. O às crianças vivências e experiências diversificadas,
ato de brincar tem função primordial de vincular a criança com desafiadoras, sensíveis e criativas, valorizando as interações, a
a cultura e, assim, inseri-la no mundo social. Nas brincadeiras brincadeira e sensações como fonte de desenvolvimento e de
as crianças produzem ações em contextos sócio-histórico- descobertas. Por considerarmos importantes esses saberes é
culturais reais que favorecem a seus integrantes, não só um que desejamos que as educadoras e os educadores da infância
conhecimento comum, mas a segurança de pertencer a um os internalizem e não que apenas “passem por eles”.

Referências 122
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É importante salientar que em relação aos saberes percepção de si próprio, e as de vivência coletiva. A
matemáticos, entende-se que, no que condiz às propostas consciência de si como ser de cultura e o acolhimento à
voltadas a educação de crianças de 0 a 3 anos, há a apropriação diversidade, se explorado no currículo, poderá modificar o ser
de conceitos através das experiências e vivências das mais humano na escola e na sociedade.
variadas, que perpassam os demais saberes. É através da O sujeito envolvido no processo educacional, com essa
experienciação e exploração corporal e espacial, das relações troca de vivência e experiência coletiva, deixa sua condição
entre os seres, ambientes e objetos que a criança tem a passiva de simples reprodutor do saber para exercer um papel
oportunidade de resolver problemas. Dessa forma, não há de produtor do conhecimento. Passa a ser sujeito de seu
segmentação de conhecimentos matemáticos a serem processo de aprendizagem e mediador das relações humanas.
ensinados e sistematizados. Esse conhecimento deve ser Acima de tudo poderá exercer o saber da prática reflexiva e
valorizado como instrumento para interpretação das coisas investigadora, integrados à realidade de forma participativa,
que rodeiam nossas vidas e o mundo, formando assim pessoas crítica e transformadora. Organizar ambiente e espaço de
conscientes para a cidadania e a criatividade, e não somente relação para as crianças apreenderem sobre as representações
como memorização, alienação e exclusão. simbólicas do universo humano. Transformar as práticas
O movimento corporal bem como toda forma de expressão pedagógicas em oportunidades potentes, para que os
da criança ocorre por meio do e com todo o corpo, a todo educandos, as educadoras e os educadores da infância sejam
instante, sendo importante o olhar atento do profissional para sujeitos de sua história e coparticipes do processo educativo.
permitir e viabilizar movimentações livres, desafiadoras, Tempo de estar junto, fazer-se presente.
expressivas e comunicativas.
Nesse sentido, a prática da professora e professor de SABERES POPULARES E SABERES ERUDITOS
Educação Física na educação infantil deve levar em
consideração tal característica, assim como a condição da
criança como sujeito histórico e cultural, produtor de sua
identidade. A função dessa professora e professor, integrado
ao ambiente educacional, é, portanto, viabilizar para as
crianças experiências significativas que articulem o
conhecimento do patrimônio cultural produzido pela
humanidade com os elementos próprios da cultura da criança,
permitindo sua incorporação no seu processo de construção
identitária em andamento. Na mesma medida, a presença
desse profissional nesse segmento educacional se justifica
pelo seu conhecimento específico dos temas da cultura
corporal, conhecimento que deve enriquecer as experiências
promovidas para as crianças sem dar margem às práticas
isoladas, desconectadas ou desarticuladas do processo
educacional promovido pela escola.
Quanto à mobilização dos saberes na ação educativa é
importante que não haja fragmentação dos conhecimentos,
pois têm entre si vários pontos que os aproximam e, tanto o
conhecimento popular, quanto o erudito devem ser
valorizados no currículo, uma vez que ampliam a formação das
crianças, das educadoras e dos educadores. Fig 1 - Saberes essenciais - Populares e eruditos
A manifestação e a apropriação dos saberes pelas crianças,
educadoras, educadores e familiares necessita ser permeada Partindo do pressuposto de que a criança é um sujeito
pela ação da escola por meio do diálogo, das manifestações histórico e potente, a escola necessita educar para a
culturais diversas e da imersão em ambientes ricos em sensibilidade e estética. Dessa forma, é dever da escola romper
diversidades. De acordo com Paulo Freire (Abertura do historicamente com a ideia de que a criança era considerada
Congresso Brasileiro de Leitura - Campinas, novembro de uma tábula rasa, sem fala, sem direitos, ou ainda um sujeito a
1981): “O ato de ler o mundo implica uma leitura dentro e fora vir a ser. A criança está aqui e o tempo presente é o agora!
de mim. Implica na relação que eu tenho com esse mundo”. Assim, deve-se possibilitar na proposta curricular espaço
Para que o desenvolvimento e a aprendizagem se realizem para a produção cultural dos saberes populares legitimados,
de forma adequada é necessário que as experiências propostas permitindo seu diálogo com os saberes eruditos, tornando–os
sejam diversificadas, que oportunizem a interação com o integrantes do currículo, instrumentos de ação na vida das
mundo de diversas formas e em diferentes momentos. crianças, capazes de promover a ampliação da cultura e da
Toda pessoa se desenvolve de forma integral e a relação concepção de mundo.
dos saberes e conhecimentos necessários ao trabalho Levar em conta os saberes da comunidade escolar bem
educativo perpassa pelos saberes experienciais relacionados como do entorno são necessários a uma prática que comunga
ao contexto sócio histórico de cada um. Além disso, temos a com a sensibilidade, o diálogo e a partilha. Nas palavras de
corporeidade ativa como outra grande dimensão norteadora Paulo Freire essa “comunhão” propriamente dita se concretiza
das ações com as crianças, portanto, só compreendemos o a partir do momento que os nossos saberes se entrecruzam
sujeito quando consideramos suas potencialidades físicas, possibilitando o reconhecimento e o sentimento de
emocionais, cognitivas, sociais e culturais. Nenhuma dessas pertencimento.
necessidades e interesses deve ser deixada de lado ou A erudição necessita, portanto, ser encarada como
esquecida. patrimônio material e imaterial da humanidade à disposição
A ampliação de oportunidades de experimentação do das crianças e comunidade escolar, como instrumentos de
mundo surge a partir do movimento, das relações afetivas, da fruição, pesquisa, elaboração e reelaboração de percursos e
expressividade, pelas diferentes linguagens culturais e histórias, de maneira acessível e que permita aos sujeitos a
precisam ser exploradas no tempo e espaço escolar. O trabalho apropriação de seus sentidos.
com os princípios éticos, estéticos, políticos são oportunidades Os saberes populares devem ser levados em consideração
de desenvolvimento que podem resultar em mudanças de tanto quanto os saberes eruditos, salientando que não se trata

Referências 123
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APOSTILAS OPÇÃO

de hierarquização de saberes, ou seja, devem ser legitimados 7.1.1 Saberes Artísticos


de forma igualitária considerando as suas peculiaridades. Não Alguém só se torna marceneiro
estamos buscando uma igualdade epistemológica entre tais Tornando-se sensível aos signos da madeira e médico
saberes, mas a pluralidade dos mesmos, considerando-os tornando-se sensível aos signos da doença.
como possíveis e válidos dentro do contexto da escola, Gilles Deleuze
buscando uma interrelação entre eles, de forma a contribuir
para a construção do conhecimento e no desenvolvimento das Partimos do pressuposto de que as linguagens ocorrem no
crianças. encontro de um corpo que simultaneamente age, observa,
Diferentes saberes coexistem nas pessoas e se enriquecem interpreta e pensa num mundo imerso em linguagens, com
no encontro dos sujeitos. Como educadoras e educadores, nos pessoas que vivem em linguagens, em um mundo social
tornamos mais humanos, construímos a nossa história, a organizado e significado por elas. É preciso que os as
alegria de conviver e o sentido de nossas vidas. educadoras e os educadores sejam refinados tradutores e
A manifestação e a apropriação dos saberes pelas crianças, compreendam tais linguagens. As crianças, por sua vez, são
educadoras, educadores e familiares necessita ser permeada designers de linguagens cabendo ao adulto observar, entender
pela ação da escola através do diálogo, da valorização das e, ao mesmo tempo, disseminá-las para todos.
manifestações culturais diversas e da imersão em ambientes Em artes, a atividade da criança deve ser caracterizada
ricos em diversidade. pelo exercício das possibilidades corporais, de exploração, de
Assim, o desafio é construir nesse emaranhado complexo movimentação e ação no mundo. A descoberta das sensações
uma história viva e coletiva, em que os saberes possam ecoar, do próprio corpo e das possibilidades de movimentos ao agir
ressoar, provocar; ou ainda, de forma mais ampla e sobre os materiais plásticos são muito prazerosas para as
significativa, provocar enredos, inquietações e curiosidades crianças. Isso, em si, já justifica a presença das experiências
que fomentem o exercício da cidadania. com a linguagem visual na Educação Infantil. Além disso, o
Uma sociedade que busca resgatar seus saberes pode trabalho de produção plástica permite à criança imprimir suas
garantir não apenas a sobrevivência de uma coletividade, mas marcas no mundo e ser reconhecida como produtora de
um referencial de humanidade e de civilização. Para ser sujeito cultura.
e autora de sua história é importante que a criança se aproprie Em artes visuais as educadoras e educadores da infância
do conhecimento acumulado pela humanidade tanto quanto o devem priorizar propostas voltadas a:
seu próprio conhecimento, e desenvolva as condições para • Valorização e ampla utilização de experiências com
produzir novos saberes. tintas (caseiras e industrializadas), melecas, argila, barro,
areia, elementos da natureza diversos, massa de modelar
(caseiras e industrializadas), canetas coloridas, giz de cera
(caseiro e industrializado), carvão e demais materiais que
proporcionem marcas artísticas e expressem a
individualidade da criança.
• Utilização de diferentes suportes e diferentes recursos
para produção das marcas artísticas: papéis, caixas, telas,
paredes, tecidos, jornais, rolos de pintura, pincéis, diferentes
partes do corpo, bexiga, esponjas, elementos da natureza e
demais recursos criativos que possam proporcionar a
produção artística.
• Organização de ambientes que deem oportunidade para
as crianças desenharem em diferentes superfícies deixando
marcas sobre áreas de diferentes texturas, formas e tamanhos.
• Utilização de diversos recursos para o desenho com
cores, texturas, formas de tamanhos diversos.
Fig 2 - Saberes essenciais - Populares e eruditos • Exploração, incentivo e valorização de diferentes
posturas corporais na realização das produções artísticas (em
7.1 Diálogos e práticas educativas pé, deitado, sentado, em baixo de mesas, etc.), fugindo de
As educadoras e educadores da infância, na escolha posturas escolarizadas na realização das propostas. Utilizar
intencional das propostas que serão desenvolvidas, devem chão, estruturas aéreas, paredes, cavaletes, cabanas de tecidos,
levar em consideração o grupo de crianças envolvidas, a dentro de caixas, etc., como base de apoio para a realização da
organização dos ambientes que acolherão a proposta, o produção artística.
contexto escolar, o desafio que será proposto e as experiências
que deseja proporcionar para livre expressão das linguagens • Em relação ao trabalho com bebês é importante garantir
da criança, levando-se em consideração a existência dos que eles visualizem imagens diversas. Utilização de objetos e
diferentes saberes em uma única proposta. A divisão dos imagens em diferentes planos oferecem ricas experiências
saberes não é estática. As ações contínuas devem ser pensadas visuais. Imagens plastificadas e fixadas no chão possibilitam
visando a brincadeira, interação, corporeidade e autonomia. que os bebês interajam com elas ao engatinhar.
É importante que as propostas ocorram ora • Variação da luminosidade da sala a fim de propiciar
individualmente, ora na coletividade, pela livre escolha da brincadeiras com luzes e sombras que permitam às crianças
criança em agregar parceiros ou organizar-se sozinha. A investigarem e brincarem com esses elementos.
escolha dos parceiros pela criança ocorre na diversidade das • Estímulo à apreciação das próprias produções, de outras
idades, e não apenas na divisão da faixa etária, por grupos. crianças, de familiares, de artistas locais e de diversos períodos
O trabalho deve ocorrer sem tempo de espera pela criança, e estilos por meio de exposições feitas na sala da criança, nos
descentralizado da figura do adulto. corredores e demais espaços da escola, bem como em visitas a
outros espaços onde haja exposições.
• Valorização das manifestações artísticas de diferentes
povos.

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• Utilização, na escola, de murais na altura da criança para relacionadas à hora da alimentação e higiene das crianças.
facilitar a visualização. Pode-se também utilizar de outras Torna-se necessário e fundamental que a música não se reduza
formas de exposição que estimulem o prazer da criança pela a aspectos de disciplinarização da infância e controle do corpo
apreciação artística. na rotina escolar. A educadora e o educador da infância
precisam estar atentos para perceber o modo como bebês e
• Utilização de metodologia que incentive a escolha, a crianças se expressam musicalmente em cada período de suas
ludicidade, a interação e a expressividade de cada criança que
vidas.
promova desafios ao mesmo tempo em que acolha; que
Os eventos relacionados a fechamentos de projetos
permita tempo de criação, diálogo e deslocamentos pelo
institucionais não devem se resumir a uma ação isolada da
espaço; que desconstrua a existência de tempos de espera para
escola. Nesse sentido, as datas comemorativas fazem parte de
a realização das propostas.
uma construção histórica, no entanto, o que permeia um
• Incentivo de pesquisa com água, líquidos coloridos e determinado evento histórico necessita ser contextualizado e
outros materiais. vivenciado pelas crianças no decorrer do ano e não visto como
• Valorização e observação por quem que prepara o uma tarefa ocasional.
ambiente para as explorações para garantir que reservem um Em música as educadoras e os educadores devem priorizar
espaço amplo, que permitam a circulação e a mobilidade das propostas voltadas a:
crianças. • Promoção do contato com outros gêneros musicais, de
• Uso de áreas externas e oferta de diversos recursos como outras culturas e, principalmente com os sons de todas as
areia, terra, plantas, pedras e outros elementos naturais. partes do mundo, considerando também o que a criança porta
• Organização do local da proposta de modo atraente para advindo de seu contexto social, familiar, cultural.
as crianças, para compor um cenário convidativo. É • Criação de instrumentos sonoros, trabalho vocal com
fundamental garantir às crianças que os materiais estejam canto entre as crianças e pesquisas sonoras, de modo a não
acessíveis para que elas possam tomar decisões sobre qual tornarmos os espaços destinados à educação infantil, meros
utilizar, sobre o que fazer com eles, etc. reprodutores de músicas amplamente exploradas pelas mídias
• Planejamento de propostas de atividades alternativas televisivas e rádios, e devemos cultivar com elas um ouvido
para aquelas crianças que, ao terminarem sua “pensante” e criador, e em ambientes onde as músicas
experimentação/ criação, possam se engajar autonomamente escolares cedam espaço para outros sons.
enquanto outras permanecem na atividade inicial, a fim de • Utilização dos instrumentos musicais convencionais a
eliminar o tempo de espera. partir do livre manuseio e de formas diversificadas, à escolha
A expressividade Corporal pressupõe que nossas histórias da criança, de maneira que possam descobrir as diversas
estão marcadas no corpo, sejamos crianças ou adultos. Ao possibilidades de produção sonora, convencional e não
longo da vida, nossas experiências vão construindo nossa convencional.
corporeidade e a forma de sermos e estarmos no mundo • Criação e construção de forma cooparticipativa e
(JHONSON, 1991). Segundo o autor, não temos um corpo, nós colaborativa entre crianças e adultos, de instrumentos
somos nossos corpos constituídos e construídos a partir das musicais não convencionais a partir de materiais diversos
relações que estabelecemos conosco, com os outros e com o como elementos naturais e objetos que possam ser
ambiente. reutilizados.
Em expressividade corporal as educadoras e os
educadores da infância devem priorizar propostas voltadas a:
• Ampliação do repertório de brincadeiras de roda
cantada, acalantos, parlendas e trava-línguas.
• Vivência de possibilidades de criação, de autoria, de • Pesquisa, pelas próprias crianças, de novas formas de
protagonismo, favorecendo a educação de corpos que sejam
fazer sons com o próprio corpo (bater palmas, esfregar as
lúdicos, relacionais, críticos.
mãos, estalar os dedos, bater os pés no chão, criar ruídos com
• Incentivo para que as crianças brinquem com seus a boca, etc.).
corpos, inventem suas danças com e a partir de suas histórias
corporais. A primeira delas é trabalhar com os próprios
• Produção de histórias sonoras criando com as crianças
intervenções ao longo de uma narrativa utilizando a própria
elementos da linguagem da dança: o espaço, o corpo, os ritmos,
voz, o corpo, diversos objetos e instrumentos musicais.
as ações corporais, os relacionamentos, etc.
• Realização de atividades que permitam que as crianças • Exploração, pesquisa e apreciação de sons e músicas em
diferentes espaços da escola (internos e externos), garantindo
criem personagens, brincadeiras corporais.
que haja ampla circulação e movimentos livres durante sua
• Utilização de materiais diversos, além da música, com o realização.
objetivo de promover a criação de movimentos que interajam
com esses sons.
• Pesquisas comparativas, pelas crianças, relativas à
existência de sons e silêncio.
• Realização de atividades expressivas que busquem a • Apreciação e imersão em músicas e estilos musicais de
criação de movimentos coordenados (dançar em duplas, em
repertório folclórico local.
trios, grupos maiores, em roda, etc.).
O Teatro é um acontecimento de cultura, não se tratando
• Utilização de espelhos nas salas e em diferentes espaços de eventos esporádicos apenas, envolve ricos processos de
da escola, de forma que a criança possa ver-se constantemente criação de todos os envolvidos, ainda mais, daqueles que
na realização de seus fazeres, promovendo o reconhecimento participam não somente da encenação, mas dos que assistem
da autoimagem. às peças, sejam quais forem e como acontecerem,
A Música, principalmente a voz humana, brincadeiras independente de sua faixa etária.
cantadas e acalantos, no dia a dia das crianças é fundamental Assim, pode-se falar de situações teatrais com meninos e
para que elas possam compreender e construir seu cotidiano e meninas da primeira infância? Essa indagação, na verdade, é
seu mundo a partir da linguagem sonora. As crianças estão uma provocação ao pensar que o teatro para crianças
envolvidas no universo sonoro desde tenra idade. No fazer pequenas está muito relacionado com a sua linguagem
musical, as crianças percebem ritmos e sons e como estes corporal e ao ato de imitar.
podem ser arranjados, desenvolvendo a sua própria Dessa forma, “fazer teatro” na primeira infância pressupõe
imaginação musical. Não podemos reduzir o trabalho com cair por terra toda a ideia de representação, considerando a
música utilizando-a como auxílio na organização de atividades vivência que pode ser expressa no corpo.

Referências 125
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Em teatro as educadoras e os educadores da infância mídias, estamos falando de qualquer tipo de arquivo que possa
devem priorizar propostas voltadas a: ser visto por meio de tablets, câmeras digitais, edição de CDs e
• Incentivo a situações em que o imaginário, ou ainda, a DVDs, internet, rádios, gravadores, computadores entre tantos
brincadeira de faz conta se faça presente, possibilitando que as outros que estão cada vez mais acessíveis à comunidade
crianças criem a partir de seus próprios conhecimentos, ou escolar.
seja, não nos interessa aqui neste momento criar um enredo, Do ponto de vista da prática pedagógica a vídeo-gravação
com personagens ou histórias já prontas, em que cabe a pode ser um importante instrumento para as educadoras e
criança muitas vezes representar algo muito distante do que educadores da infância, pois ao ser revisitado permite-lhes
lhe é peculiar. obter informações relevantes que os auxiliam a observar as
ideias das crianças que circularam pela escola. Assim,
• Observação e modificação do ambiente, a partir das entendemos que esse instrumento pode ser um facilitador
situações trazidas pelas crianças, fomentando o uso de objetos,
para que se reflita sobre a expressão das crianças. Desta forma,
luzes e ampliando a possibilidade da criação de enredos e
recomenda-se que as mídias que estão disponíveis em nossas
cenários que se fazem a partir da criança e com ela.
mãos não possibilitem o esvaziamento e a naturalização do
• Estímulo para que a linguagem teatral permeie várias cotidiano para que não nos tornemos apenas meros
situações no cotidiano da criança, seja na história, na produtores e receptores de imagens que quando armazenadas
brincadeira, na expressão plástica, na linguagem musical e no em computadores podem correr o risco de não serem vistas,
movimento, em diferentes espaços da escola (interno e dialogadas e compartilhadas com a comunidade escolar.
externo). Nos murais das escolas comumente encontramos fotos que
• Realizações de dramatizações entre adultos e crianças de vão contando em seus fragmentos uma história e a vida que
diferentes idades, de forma lúdica, utilizando-se, como ponto nela pulsa. Em algumas escolas já existe a prática de
de partida, o repertório da criança. compartilhar registros em reuniões de pais e a edição de
O Cinema é um recurso bastante rico para as crianças dessa projetos por vídeo-gravação entre tantas outras formas de
faixa etária. Nossas crianças podem produzir filmes? Como a comunicar a todos o que se faz.
linguagem do cinema e da vídeo-gravação podem fazer parte Fomentar o uso dos recursos tecnológicos pelas crianças
do cotidiano das crianças da Educação Infantil? Uma coisa é pode trazer vários indicadores da percepção delas sobre a
certa, nossas crianças já nasceram num mundo imerso nas escola. Santos e Nacarato (2014) apontaram o quanto à
tecnologias, e a escola não pode deixar de pensar sobre esses câmera na mão das crianças possibilitou-lhes um “olhar” de
artefatos que cada vez mais estão presentes no dia a dia. como as crianças enxergavam a escola dando pistas,
Deve-se, ainda, ter muita atenção para que os filmes não levantando hipóteses e produzindo conhecimentos. Acredita-
sirvam apenas para momentos de controle das crianças, se que possibilitar às crianças o uso das mídias para nos dizer
reprodução aleatória de filmes e desenhos de consumo ou sobre como elas veem o mundo pode trazer empoderamento a
momentos de descanso para os adultos. São situações que elas, o desenvolvimento da autonomia e valorizar as crianças
devem ser planejadas, fundamentadas e estudadas pelas como sujeitos produtores de cultura e o seu protagonismo
educadoras e educadores da infância antes de serem infantil.
propostas às crianças. Em se tratando de recursos científicos e tecnológicos as
Vale destacar que não se trata aqui de substituir ou mesmo educadoras e os educadores da infância devem priorizar
interferir na prática pedagógica das educadoras e dos propostas voltadas a:
educadores da infância, no entanto há que se considerar que • Vivências e experiências com os diversos estados físicos
em determinadas situações os recursos tecnológicos podem se da água (líquido, sólido e gasoso) nas propostas artísticas,
tornar facilitadores e instigadores para a produção do comunicativas, sensitivas e contemplativas.
conhecimento das crianças e a escola precisa possibilitar o
acesso.
• Observação e acompanhamento da terra como geradora
de vida animal, vegetal e mineral.
Em linguagem cinematográfica, as educadoras e os
educadores da infância devem priorizar propostas voltadas a: • Uso e/ou criação de instrumentos para observação,
experimentação, como lupa, binóculo.
• Utilização e valorização das gravações de vários
momentos da escola para diversas situações, tais como, • Feitura de misturas, provocando mudanças físicas e
fechamento de projetos, participações em eventos, contações químicas na realização de propostas de culinária, pintura,
de histórias, reuniões de pais entre tantas outras brincadeiras e experiências com água, terra, argila, etc..
possibilidades, e apresentação para as crianças. • Apreciação e/ou observação de fenômenos naturais –
• Incentivo para que as crianças, as educadoras e os chuva, vento, granizo, sol, nuvens.
educadores da infância filmem momentos diversos dentro da • Observação das imagens produzidas pela escola seja
escola, e que isto seja mostrado às crianças e estudado pela por meio de fotos ou gravações.
comunidade escolar. • Incentivo ao uso da câmera fotográfica, gravador,
computador, rádios, etc. pelas crianças desenvolvendo a
7.1.2 Saberes científicos e tecnológicos autonomia e valorizando-as como sujeitos produtores de
Aproximar-se das ciências e das tecnologias por meio de cultura e o seu protagonismo infantil.
experiências e vivências pode permitir às crianças a inserção
no mundo contemporâneo, fortemente marcado por estes
• Valorização do uso do projetor de luz permitindo
brincadeiras interessantes com o trabalho com a luz e a
saberes, de forma mais ativa e protagonista, quando utilizados
sombra.
em parceria e colaboração com os adultos e quando à criança
é permitido fotografar, filmar cenas e situações do contexto • Realização de propostas que oportunizem que as
escolar e ver seu resultado exposto, quando participa dos crianças se vejam, bem como os amigos, estabelecendo uma
processos de feitura de misturas, melecas, observação dos relação de identidade.
fenômenos da natureza, construção de brinquedos e • Observação sobre a necessidade de
engenhocas, entre outros. permissão/comunicação com a equipe gestora para a
Os saberes científicos e tecnológicos concebem que as divulgação de registros que por ventura necessitem ser
mídias digitais oportunizam várias possibilidades de trabalho compartilhados para estudos e trabalhos além dos muros da
na escola tanto pelas crianças como pelas educadoras e escola.
educadores da infância. Compreende-se que ao se reportar as

Referências 126
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• Utilização de metodologia que incentive a escolha, a internos e de aprendizagem. Cada criança precisa de um
ludicidade, a interação e a expressividade de cada criança que tempo diferente para desenvolver determinada ação e
promova desafios ao mesmo tempo em que acolha; que algumas, inclusive, precisam de momentos ociosos, que não
permita tempo de criação, diálogo e deslocamentos pelo devem ser confundidos sobremaneira com “cantos do
espaço que desconstrua a existência de tempos de espera para pensamento”.
a realização das propostas. • Deve-se respeitar o direito que a criança tem de não
desejar estar o tempo inteiro em atividades ou na coletividade.
7.1.3 Saberes Comunicativos • Consideração, também, aos momentos de choro das
crianças, visto que essa é mais uma maneira de comunicação,
“Na tribo, o velho é o dono da história, o adulto é o dono da sobretudo das crianças bem pequenas. O adulto precisa estar
aldeia e a criança é a dona do mundo.” sensível ao choro, buscando compreender o seu significado,
Orlando Villas Boas acalmando a criança quando necessário e deixando que ela
Os saberes comunicativos envolvem diversas linguagens. A chore quando assim preferir, demonstrando a sua insatisfação,
criança pequena possui desejo profundo de se expressar seu sentimento.
utilizando suas linguagens. A educadora e o educador da
infância precisam dar voz e ouvir essa criança, valorizando
• Utilização de palavras, canções, parlendas, poesias,
rimas, trava-línguas, histórias, que afiançam e ampliam a
suas manifestações como momentos de criação, contrapondo-
comunicação entre os seres.
se à padronização por vezes massiva no contexto escolar.
É com a percepção cenestésica do mundo e com o seu • Comunicação com a criança, de forma sensível e
corpo em movimento, que a criança tem a possibilidade de adequada, sobre as diversas questões que aparecem no
abrir caminhos de conhecimento, expressão e comunicação e cotidiano escolar, como doença de colegas, afastamento ou
que podem utilizar das suas diferentes linguagens, que não troca das educadoras e dos educadores da infância.
necessariamente a verbal. Assim, as crianças que conhecem as • Valorização das narrativas infantis e tradução dessas em
possibilidades de seus corpos em movimento, em diferentes uma forma de linguagem que devolva à criança a sensação de
tempos e espaços, poderão estabelecer uma maneira pessoal ser compreendida, ao mesmo tempo em que enriqueça a sua
de ser, estar e se comunicar no mundo. capacidade de se comunicar. Quando o adulto se comunica
Considerando essas diferentes linguagens, as educadoras e com a criança somente ou principalmente para regular seu
os educadores da infância devem priorizar propostas voltadas comportamento (ordens, proibições), isso não garante trocas
a: linguísticas significativas. Mais do que preparar situações com
• Respeito às características da faixa etária de zero a três objetivo de desenvolver atividades linguísticas, a educadora e
anos, cuja necessidade de movimento é fator importante para o educador da infância devem garantir que a criança tenha,
que haja escuta e atenção significativas. cotidianamente, momentos de diálogo individualizado e em
grupo, inclusive para que eles possam modificar sua prática a
• Respeito à linguagem como forma de brincar, relação partir do que as crianças comunicam sobre a mesma.
mútua não compreendida sem gestos, movimentos corporais,
carícias, expressões faciais, olhares, onomatopeias, melodias, • Percepção dos desenhos e pinturas infantis como
ritmos que acompanham e são transcendentais para seu linguagem, que deve ser proporcionada cotidianamente, pois
pleno desenvolvimento. a criança comunica a realidade através de traços e tintas,
quando manifesta situações e emoções que não consegue
• Valorização de momentos de leitura de diversos gêneros comunicar com a linguagem verbal. Ter o cuidado de não
literários, proporcionados pelas educadoras e educadores da
esperar que o desenho da criança se aproxime de modelos e
infância e, também, pelas crianças, ocorridos em diferentes
conceitos dos adultos para que esses os considerem como
ambientes.
adequados, belos, bons. Ao contrário, as pinturas e desenhos
• Valorização de momentos de contação de histórias, são importantes fontes de informação sobre as crianças, desde
proporcionados pelas educadoras e os educadores da infância que possam se manifestar livremente no uso de materiais,
e, também, pelas crianças, utilizando diferentes recursos cores, tipos de traçados.
(fantoches, fantasias, fotos, gravuras, objetos, etc.), ocorridos
em ambientes internos e externos.
• Inserção de trabalhos manuais, como tear, bordados,
costuras simples, esculturas de argila e papel reciclado,
• Incentivo ao manuseio dos diversos portadores de texto, confecção de brinquedos, entre outros, dentre as atividades do
como gibis, catálogos, revistas e de livros de qualidade, sendo cotidiano escolar, entendendo esses trabalhos também como
esses os mesmos utilizados pelos adultos para leitura e possibilidades de linguagem da criança.
contação.
• Estimulo à linguagem musical de modo a cultivar com as
• Participação em teatros, no ambiente da escola, como em crianças um ouvido pensante e criador, fugindo da mera
outros espaços culturais. reprodução de músicas exacerbadamente exploradas pelas
• Compreensão de que o teatro é um acontecimento mídias. Nesse sentido, as diversas propostas de sons e
cultural que pode envolver ricos processos de criação. Assim, barulhos como chocalhos com sementes diversas, cortinas ou
quando a criança participa da encenação, assiste às peças, painéis sonoros etc. são bem-vindas, no sentido de aguçar na
contribui na construção do cenário, ela passa por esse criança a percepção dos diferentes sons e ritmos.
processo de criação. • Estímulo à produção de sons e barulhos com os diversos
• Apreciação de imagens, fotos, figuras, criação de instrumentos musicais, com outros objetos que não sejam
cenários, etc., de boa qualidade, e não estereotipadas, em todas instrumentos, mas que a criança utiliza para este fim, e mesmo
as propostas realizadas na escola. com o próprio corpo através de palmas, batidas de pés, entre
• Estímulo ao uso da câmera fotográfica pelas crianças outros. Gravar as crianças cantando, os diversos sons da
para fotografar e para filmar. Essas fotos e vídeos feitos pelas escola/cidade e reproduzir com elas também pode ser uma
crianças podem compor o banco de imagem e ser utilizado proposta interessante para deixar que o corpo das crianças
pelo educador na construção de painéis, portfólios, caixa de interaja com esses sons.
imagem, criação de cenários, entre outros. • Valorização dos diversos ritmos musicais existentes na
• Consideração aos momentos de introspecção e silêncio cultura popular e erudita, proporcionando que as crianças
da criança, como necessidade para elaboração de conteúdos conheçam desde músicas clássicas a populares, fugindo dos
repertórios infantis.

Referências 127
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• Consideração ao que as crianças já sabem e conhecem como insetos, aves e pequenos animais que compartilham do
como dança, levando em conta o improviso, a criação de espaço onde a escola foi inserida e seu entorno. É a partir da
formas, o que as crianças trazem de seus universos familiares, curiosidade e da vontade de conhecer das crianças que suas
de maneira que estas possam inventar e reinventar suas personalidades serão construídas, de forma processual e na
danças, seus movimentos, a partir do repertório que é o constante interação com o outro. A criança, quando em contato
próprio corpo, sem que haja obrigação de exibi-los em datas com a natureza, faz da areia o seu castelo, de uma simples
pré-definidas. O corpo que dança livremente, que constrói seus joaninha a sua investigação e poesia. O contato com o verde lhe
movimentos e coreografias não deve ter seus gestos e desejos permite perceber as modificações no ambiente, favorece uma
cerceados em expressões limitadoras e disciplinadoras na aproximação e interação maior
execução de algo pronto.
Vai se envolvendo, envolvendo
• Conscientização das educadoras e dos educadores de Como no muro a hera
que a criança os imitam e que a maneira com a qual a criança
E vai brotando, brotando
se expressa e se comunica sofre influências desses adultos, que
Como o musgo na pedra
são modelo para a criança.
Como o musgo na pedra,
• Valorização do direito de sonhar da criança, rompendo Ai sim, sim, sim.
com qualquer tipo de julgamento. A criança tem liberdade para com o meio natural.
fantasiar, criar e imaginar seus sonhos e principalmente em
realizá-los. A criança é movida pela curiosidade e fantasia e Assim, a criança reconhece e se reconhece como parte
tem necessidade de ir além das explicações convencionais. integrante da natureza.
• Respeito e valorização da poética pela vida, direito a Considerando esses princípios, as educadoras e os
maravilhar-se, alegrar-se diante de imagens poéticas criadas educadores da infância devem priorizar propostas voltadas a:
pelos seres. • Proposição de experiências artísticas, tecnológicas,
• Estímulo para que as crianças busquem experiências que comunicativas e expressivas diversas em contato com os
as levem a questionar, desafiar e solucionar problemas. espaços naturais presentes nas escolas, ao ar livre, na terra,
• Promoção de situações de autonomia, criatividade e gramado, areia, sob e sobre árvores, plantações, sejam elas in
verbalização da criança, respeitando o tempo de natura ou com intervenção humana (paisagismo, canteiros,
aprendizagem de cada uma. vasos).
• Utilização de metodologia que incentive a escolha, a • Proposição da livre escolha da criança em envolver-se
ludicidade, a interação e a expressividade de cada criança; que com água, terra, ar, fogo, seja pelo manuseio, experimentos
promova desafios ao mesmo tempo em que acolha que mistos entre os elementos ou pela observação.
permita tempo de criação, diálogo e deslocamentos pelo • Potencialização da livre escolha pela criança de
espaço que desconstrua a existência de tempos de espera para brinquedos da natureza: galhos, folhas, flores caídas,
a realização das propostas. sementes, poças de água.
Finalizando, proporcionar que a criança se expresse com • Interação diária da criança, sozinha ou em grupos, à sua
tantas e diferentes linguagens também é uma maneira de livre escolha, com barro, argila, areia, promovendo a sintonia
possibilitar que construam suas identidades e de valorizar as consigo e a relação com os elementos naturais.
diferenças entre elas, sejam em relação à ampliação de
repertórios ou preferências. Quando a criança pode se
• Aproximação da criança aos cuidados com a terra,
plantações, colheitas, como protagonistas das ações, visando
expressar livremente, utilizando a linguagem que deseja,
fortalecer o sentimento de pertença e cuidados de si e de todas
tendo experiências saudáveis e agradáveis com seu corpo, ela
as formas de vida.
também desenvolve sua autoestima, pois sente que é
valorizada e compreendida em sua primeira necessidade • Interação com as diversas espécies em seu habitat (ex:
básica em relação ao outro: se comunicar. E a autoestima está insetos, aves e outros pequenos animais), em jardins,
intrinsecamente ligada ao desenvolvimento de autonomia, gramado, hortas e árvores, possibilitando a relação de cuidado
pois o ser autônomo é o que se sente capaz de realizar uma e respeito com as diferentes formas de vida.
ação. • Valorização da relação entre os momentos de
alimentação com a geração de vida pela terra.
7.1.4 Saberes socioambientais • Plantio e cuidados com plantas diversas, comestíveis ou
não.
“Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
• Organização da escola de forma que adultos e crianças
vivenciem práticas de combate ao consumismo e de
Y va brotando, brotando
desperdício de recursos naturais, economizando energia e
Como el musguito en la piedra
água por exemplo, apagar a luz quando não houver ninguém
Como el musguito en la piedra,
no ambiente/sala, utilizar água de forma consciente, sem
Ay si, si, si.”2
desperdício.
Violeta Parra
• Organização da escola de forma que adultos e crianças
O contato direto com a natureza é de fundamental pratiquem os cuidados com o ambiente, respeitando as formas
relevância no dia a dia da Educação Infantil e precisa ser de vida presentes (jardins, árvores, vasos, hortas, insetos).
potencializado. Há de se perceber a vida que há dentro e para • Organização das salas e ambientes internos da escola de
além dos muros da escola. Considerar adultos e crianças seres forma que adultos e crianças pratiquem os cuidados com
da natureza é também uma forma de se recuperar a dimensão organização e higiene necessários para a preservação da vida.
biológica da espécie humana e podemos, com isso, dizer que • Organização da escola de forma que adultos e crianças
não vivemos sós no planeta Terra, mas que a compartilhamos descartem o lixo em recipientes apropriados
com outras espécies. Pensar os espaços abertos, proporcionar quotidianamente.
o contato com elementos do mundo natural, permitir que as
crianças brinquem com barro, areia, água, musgo, e perceba o
• Visitas aos parques, museus, hortos florestais, praças,
que permitam e potencializem a liberdade e interação das
vento, o sol, as nuvens, a chuva, a diversidade da vida animal

Referências 128
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crianças com os ambientes naturais em sua diversidade nos garantindo uma educação de qualidade, humanitária e para
mais variados locais externos à escola. todos.
• Aproximação de fontes de informações para pesquisa A escola precisa aprender a valorizar todas as formas de
tais como vídeos, livros, revistas, internet como portadores ser, a singularidade de cada um, respeitando as diferenças e
sociais de informação não escolarizadas ou escolarizantes. reconhecendo as diversas formas de viver e relacionar-se.
Quando a escola trabalha com a diversidade, ela mobiliza
• Garantia dos cuidados essenciais, propiciando à criança potencialidades. Somos resultados das nossas experiências e
o bem-estar, segurança, saúde e higiene, envolvidas em uma
das trocas com o outro.
relação afetiva e de proteção, proporcionando sua autonomia
no decorrer do processo.
[...] significa afirmar a diferença sem com isso destruir o
• Percepção do próprio corpo, dos corpos das outras outro, nem mesmo destruir-se. O fato é que para afirmar o meu
crianças, dos corpos dos adultos de modo que a criança possa ‘eu’ não preciso necessariamente passar pela negação do
estabelecer relações respeitosas consigo e com o outro, por outro. (...) O outro, que é diferente, não é algo que possa ou não
meio de experiências sensoriais diversas com os elementos deva existir. Ele existe. (ITANI, 1998, p.128).
naturais.
• Estímulo à livre movimentação e deslocamento pelos Ao se trabalhar com a diversidade e singularidade, as
diversos tipos de espaço (aberto, semiaberto, fechado), educadoras e os educadores da infância devem priorizar
diversos tipos de solo e composições espaciais. propostas voltadas a:
• Proposição nas brincadeiras e nas interações, livre • Consideração dos diferentes costumes do entorno social,
escolha de elementos iguais em diferentes tamanhos e pesos e despertando o respeito pelo outro, por meio da livre
livre escolha entre elementos diferentes com tamanhos e exploração de vestimentas, culinária, manifestações religiosas,
pesos variados. tradições, entre outros aspectos, permitindo que a criança
• Permissão de acesso e manuseio de instrumentos brinque com fantasias e adornos.
tecnológicos pelas crianças que tragam seu protagonismo na • Estímulo à promoção da diversidade, fortalecendo a
captura e registro de áudios e/ou imagens da natureza e suas formação da identidade em uma educação que respeite,
manifestações. proteja e a incentive a partir da nutrição estética, utilizando
• Experienciação de propostas artísticas populares fotos e produções artísticas que ressaltem as manifestações
diversas como danças circulares, rodas de samba, maracatu, culturais como capoeira, samba, congada, maracatu entre
jongo, entre outras, em contato com o ambiente natural, tal outros.
qual originalmente estas culturas se manifestam. • Utilização de metodologia que incentive a ludicidade, a
• Vivência de momentos de fruição e contemplação ao ar interação e a expressividade de cada criança, oportunizando
livre como piquenique, acantonamentos, sempre que possível, momentos de fala e escuta.
com acompanhamento de um instrumento que deve ser • Valorização das manifestações culturais brasileiras
tocado ao vivo por um adulto, ou com audição de músicas dos estimuladas por vídeos, livros, objetos culturais, brincadeiras,
mais variados estilos. canções e jogos que remetem às tradições culturais de suas
• Vivência de momentos desafiadores como escaladas, comunidades e de outros grupos.
rolamentos, que possam ocorrer de forma prazerosa nas • Criação de tempos e ambientes que favoreçam o
brincadeiras e interações que ocorram entre as crianças nos percurso criativo infantil através da interação com o outro,
espaços externos da unidade. com a literatura, com a música, etc.
• Resgate e contextualização da nossa cultura local por
7.1.5 Diversidade e singularidade meio de outras culturas universais.
O principal elemento da escola é o ser humano e, por isso,
temos um rol de diversidade, pois cada um traz consigo as suas
• Organização de propostas que tragam os idosos para o
interior das escolas, de forma que eles compartilhem suas
particularidades, especificidades, crenças, características,
experiências com as crianças, educadoras e educadores,
desejos, sonhos, enfim, cada ser é único e carrega dentro de si
valorizando e reconhecendo sua importância na sociedade.
um conjunto de referências diferentes de todas as outras, a sua
singularidade. • Valorização e respeito à diversidade cultural afro-
A diversidade da comunidade escolar vai muito além das brasileira, num processo de afirmação com as nossas raízes
diferenças visíveis, alcançando as vivências e experiências culturais.
pelas quais cada indivíduo passou. • Valorização e respeito à diversidade e culturas indígenas,
Contudo, analisando o percurso histórico, podemos num processo de afirmação com as nossas raízes culturais.
perceber que o contexto escolar está repleto de concepções • Adequação dos materiais e espaços disponíveis,
equivocadas, nas quais as diferenças encontram-se presentes considerando a singularidade das crianças com deficiências
e são perceptíveis, porém por vezes ignoradas ou tratadas de visuais, auditivas, físicas ou intelectuais.
forma preconceituosa. É importante ter consciência das
diferenças entre os indivíduos para, assim, organizar uma
• Garantia de ambientes que respeitem as especificidades
de cada criança bem como seus saberes e potencialidades.
prática educativa que considere todos os envolvidos sem
distinção, mas respeitando e valorizando a singularidade de • Respeito ao tempo e ao ritmo de cada criança, através do
cada um. estímulo à exploração, interação e direito de escolha.
A diversidade, que é composta pela singularidade, não • Diversidade de materiais, como brinquedos e livros que
deve ser um obstáculo na rotina escolar ou uma ameaça à tragam para dentro da escola as diferentes características
identidade do outro, mas um instrumento que enriquece o dia físicas.
a dia das pessoas que fazem parte desse grupo, ajudando a • Promoção da inclusão das crianças com deficiências, de
formar pessoas melhores, cheias de conhecimento e sem modo que elas sejam plenamente integradas nas propostas,
preconceito. coibindo práticas e falas preconceituosas. Esse processo deve
É preciso que cada ator envolvido no processo educativo ser objeto de constante reflexão e intervenção no cotidiano da
(escola, comunidade e família) assuma seu papel no Educação
enfrentamento às discriminações de qualquer natureza, Infantil.
saindo do espaço de omissão, negligência e silêncio,

Referências 129
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• Conhecimento da produção vinculada às raízes e culturas Pedagogia Crítica e emancipatória, estamos assumindo um
da comunidade escolar e seu entorno. posicionamento político transformador que traz à tona a
criança como centro do planejamento curricular, como sujeito
• Resgate da identidade cultural do bairro e da cidade. histórico e de direitos, competente e que produz cultura. Nesse
• Resgate de tradições culturais que as crianças ouvem em sentido, a organização do ambiente surge como um elemento
suas casas ou que elas próprias vivenciam nos mais diversos curricular que revela nossas concepções e valores acerca do
campos: artes plásticas, literatura, comunicação, teatro, que pensamos sobre educação, criança, infância e
música. aprendizagem. A maneira de organizar o ambiente constitui
• Abertura da escola à cultura de seu território e ao diferentes experiências e formas de aprendizagem.
intercâmbio da escola com produções e produtores de cultura De acordo com Forneiro (1998), o termo espaço refere-se
na sociedade, planejando visitas, passeios, etc. apenas ao espaço físico e estrutural, entretanto, precisamos
• Realização de pesquisas com as famílias para conhecer ampliar esse foco e pensar no termo ambiente, que abarca uma
suas origens étnico-histórico-culturais, bem como suas gama de relações que se estabelecem nos espaços, nas quais
diversas organizações, como meios de repertório para estão presentes as relações interpessoais e os meios históricos
planejamento de projetos, oficinas e socializações. e culturais; a qualidade e quantidade de materiais e objetos,
bem como suas formas de organização e utilização; a
• Inserção das famílias no cotidiano escolar nas propostas organização do tempo e da rotina nesses ambientes; a
escolares e projetos institucionais, garantindo o acolhimento e
polivalência e flexibilidade (o mesmo ambiente sendo
a preservação de suas culturas, tradições, e a diversidade das
reinventado para diferentes experiências e funções); o tempo
organizações familiares em sintonia e diálogo com as práticas
das atividades; as normas de uso e acessibilidade dos
escolares.
ambientes, se os mesmos têm intencionalidade, se são
• Combate a toda forma de discriminação que devem ser planejados e convidativos, se propõem desafios, se garantem a
objeto de constante reflexão e intervenção no cotidiano da movimentação ampla, a autonomia, a corporeidade, a
Educação Infantil. brincadeira e as interações das crianças (inclusive de
• Realização de propostas, organização de ambientes e diferentes idades), se configuram diferentes tipos de
escolha de materiais que não reforcem desigualdades e senso agrupamentos e garantem boas experiências. Verdadeiros
comum dentro da escola, e que respeitem a integridade da ambientes de aprendizagem devem conter sons, imagens,
criança e sua liberdade como indivíduo. cores, formas, aromas e tudo o mais que constitui a vida.
• Valorização das escolhas das crianças por brinquedos, É importante também que a criança participe da
brincadeiras e uso de espaços no interior das instituições de organização dos ambientes, dando sugestões de diferentes
Educação Infantil. arranjos ou trazendo novas propostas a partir dos materiais
disponíveis e organizados pelas educadoras e pelos
• Valorização da diversidade das culturas das diferentes educadores da infância.
crianças e de suas famílias, por meio de brinquedos, imagens e
Planejar os ambientes de aprendizagem é criar e
narrativas que promovam a construção de uma relação
reorganizar diferentes cenários com a ajuda de todos que
positiva com seus grupos de pertencimento.
atuam direta ou indiretamente, propondo inúmeras
• Fortalecimento do vínculo familiar através do possibilidades, e isso é papel das educadoras e dos educadores
acolhimento de todas as formas de organização familiar no que observam, que sabem ouvir, que planejam, que avaliam,
espaço escolar. que modificam os ambientes, que são atentos aos interesses e
• Inserção das famílias no dia a dia escolar, de modo que a desejos das crianças. Transformar os espaços em verdadeiros
participação aconteça rotineiramente, de forma efetiva, ambientes é reconhecer as necessidades das crianças nos
planejada e/ou espontânea. momentos planejados ou imprevistos, individuais ou
• Criação de parcerias com outras instituições, como Casa coletivos. O ambiente pode, inclusive, estender-se ao entorno
da Cultura, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), da escola, à rua, ao bairro, à cidade. O importante é que sejam
etc., viabilizando acesso a espaços e eventos culturais, lugares de ser, conviver, investigar, criar, crescer e aprender,
proporcionando às crianças novas perspectivas de vida, ampliando experiências no mundo da natureza e da cultura,
socialização e sensibilização. produzindo e reconstruindo sentidos. Nesse contexto, o livre
acesso da criança aos espaços, a criação e a ampliação de
• Planejamento de ações coletivas e individuais através de ambientes a ela destinados, devem ser garantidos.
diferentes formas de expressão e/ou manifestação cultural, Todas essas experiências de aprendizagem e
como a música, teatro, artes, dança. desenvolvimento pessoal mostram a importância da
• Planejamento de espaços mais acolhedores, organização do ambiente de forma que sejam ricos,
integradores, críticos, dinâmicos e criativos, que valorizem as estimulantes, e que tragam elementos condicionantes à efetiva
vivências, as experiências, as parcerias e a confiança entre a educação emancipadora e de qualidade.
comunidade. Quando pensamos nos fatores climáticos (se está quente,
• Respeito e reconhecimento das diversas manifestações frio, chuvoso, etc.), no planejamento dos ambientes internos e
religiosas e/ou crenças ou a ausência delas, livre de quaisquer externos (além das salas de referência e nos usos comuns), nas
julgamentos de valores e apologias. condições arquitetônicas (como, por exemplo, tipos de piso
que favoreçam brincadeiras com segurança, e na altura das
8. Organizando Tempos e Ambientes na Educação janelas, para que as crianças vejam o entorno), no mobiliário
Infantil (flexibilidade, novos arranjos e uso dos mesmos), na
Quando entramos em uma escola, as paredes, os móveis e diversidade de materiais (naturais ou artificiais, quantidades,
a sua distribuição, os espaços mortos, as pessoas, a decoração, segurança, se são estruturados ou não, se favorecem a
etc., tudo nos fala do tipo de atividades que se realizam, da autonomia e as interações), na acessibilidade das crianças, na
comunicação entre os alunos (as) dos diferentes grupos, das liberdade de movimento, na intencionalidade e critérios de
relações com o mundo externo, dos interesses dos alunos (as) organização para favorecimento da aprendizagem, estamos
e dos professores (as)... (FORNEIRO, 1998, p. 232). colocando a criança verdadeiramente como centro do
planejamento escolar.
Quando falamos sobre a organização dos ambientes nas Especificamente sobre os tipos de materiais, há que se ter
Instituições de Educação Infantil sob a perspectiva de uma um equilíbrio entre o uso dos materiais naturais e

Referências 130
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industrializados, uma vez que, quanto mais naturais, mais elementos, que tenham a identidade de cada instituição, que
colaboramos para práticas pedagógicas que visam uma sejam pensados pela ótica das crianças. Nesse sentido, a
educação ética, calcada em produções artísticas e na organização visual do ambiente precisa ser feita com e pelas
construção de novas aprendizagens com as crianças, que crianças, trazendo as experiências vividas, processos de
fazem uso criativo e belo do que é simples, reaproveitável, aprendizagem, murais com suas produções, na sua altura
sustentável, que faz parte do contexto de vida e que não foi física, com a finalidade de que visualizem e acompanhem seus
pensado para ser brinquedo, mas que, nas mãos das crianças, percursos, garantindo que as crianças criem sentidos e que
ganham propriedades imaginativas incríveis. sejam respeitadas suas personalidades e identidades próprias.
De acordo com Tiriba (2010), as crianças só se constituirão Valorizar os trabalhos das crianças é realçar o valor estético e
integralmente se forem sujeitos de seus corpos e de seus afetivo de seus processos cognitivos, além de possibilitar
movimentos nos ambientes onde vivem e convivem, também o encorajamento de novos processos e da
rompendo com as relações de dominação etária e superando a criatividade. Para isso, é importante que haja ambientes
obsessão de controle por parte dos adultos. Nessa lógica, não esteticamente organizados também com as famílias, com
faz sentido que as crianças permaneçam por longos períodos obras de arte, com objetos que tragam a cultura própria de
em ambientes fechados, enfileiradas, ou sentadas em mesas e cada realidade, enfim, que tenham significado para cada
cadeiras, em momentos de espera, aguardando comandos dos instituição. De acordo com Horn (2004), é refletindo a cultura
adultos, mas sim que vivam práticas pedagógicas atentas às própria de cada realidade, que se determinarão diferenças
manifestações infantis, que priorizem as interações e significativas de uma escola para a outra e que marcará uma
brincadeiras, assim como apontam as dimensões norteadoras história, uma trajetória percorrida e um contexto singular.
das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(2009). Funções da organização do ambiente para o
As brincadeiras e as interações são livres para as crianças, desenvolvimento integral das crianças:
mas muito bem planejadas e intencionais para educadoras e • Que as crianças tenham a oportunidade de desenvolver
educadores da infância atentos, uma vez que estes observam, sua individualidade, a fim de que tenham seus próprios objetos
planejam, interagem, incitam diferentes formas de brincar, e que participem da organização dos ambientes, pensando e
trazem a cultura para dentro da escola, lançam desafios, usando diferentes linguagens.
modificam e criam novos ambientes e em diferentes planos
(alto, baixo, sob, vertical, horizontal...) e tempos, para
• Que a criança tenha a oportunidade de desenvolver
domínio, autonomia e controle sobre seu próprio ambiente
interesses das crianças. Se pensarmos na corporeidade
(acender luzes, tomar água, limpar seu nariz, pegar roupas,
infantil, na movimentação ampla e na autonomia das crianças,
fácil acesso a prateleiras e materiais, etc.).
não utilizamos os ambientes e mobiliários para garantir o
controle dos corpos e a disciplina. Uma mesa na creche, por • Que a criança tenha oportunidades para
exemplo, pode ser usada como uma bancada de trabalho em desenvolvimento em ambientes abertos para que possa andar,
que os materiais ficam acessíveis às crianças, como uma balançar, correr, subir, rolar, pular, controlando o próprio
cabana para brincar e contar histórias, como um obstáculo corpo.
numa atividade de circuito de movimento, numa perspectiva • Que a criança tenha oportunidades para
polivalente e criativa, e não para cercear os corpos, desenvolvimento em ambientes onde haja variação dos
controlando uma atividade em que todos devam permanecer estímulos como cores, músicas, vozes, sabores, contato com a
sentados à espera de orientações de um adulto. Ambientes água, barro, areia, folhas, hortaliças, variações estruturais
bem planejados servem à experimentação e investigação (tetos altos e baixos, cobertos e descobertos, biombos,
infantil e não a ordens verticalizadas. estantes baixas, elevações do chão, ambientes barulhentos e
Assim, é importante que as crianças desfrutem de quietos, lugares mais claros e menos claros, etc.).
ambientes convidativos, aconchegantes, bonitos, arejados, • Que a criança tenha oportunidades para
confortáveis, seguros e organizados funcionalmente, que desenvolvimento em ambientes internos que possam conter
ofereçam e ampliem as experiências com vistas ao elementos naturais que estimulem os sentidos, como a
desenvolvimento humano, afetivo, motor, lúdico, estético, presença de vasos e plantas, entrada de luz natural, visão do
cognitivo, social, linguístico, criativo, político e expressivo. entorno, etc., que são necessários à saúde e à qualidade de
Nessa perspectiva não cabem escolas “enfeitadas” com vida.
desenhos estereotipados e infantilizados de domínio popular,
como personagens infantis da moda, por exemplo, ou
• Que a criança tenha sensação de segurança e confiança,
pois precisa de um ambiente confortável e seguro, que tenha
decoradas com peças de EVA, papel crepom ou similar. Nem
modificações moderadas e que não lhe causem
tampouco imaginar que ambientes excessivamente coloridos
estranhamento, ou seja, o ambiente não pode mudar o tempo
são a melhor escolha para compor um lugar de convivência da
todo, ainda que seja necessário que haja desafios constantes,
infância. Ou ainda, planejar ambientes cujas delimitações de
provocando a criança a investigar e fazer descobertas. A
circulação são feitas com portões, tatames ou qualquer outro
criança explora o ambiente com o corpo todo, com variadas
material que exerçam controle sobre a criança.
sensações, compreendendo suas características físicas e,
Partindo desse pressuposto, cabe às educadoras e aos
assim, vai se apropriando de si mesmo e se relacionando e
educadores da infância pensarem em diferentes
agindo com e sobre o ambiente, o que lhe proporciona mais
possibilidades de uso e aproveitamento dos ambientes,
confiança em suas próprias ações.
favorecendo que, a partir do bom planejamento dos mesmos,
as próprias crianças criem seus enredos para brincar e dar • Que a criança tenha oportunidades para contato social e
continuidade às investigações, além de também poderem privacidade. Ambientes privados favorecem a expressão e
participar dessa organização, criando novas possibilidades e exploração de sentimentos, especialmente raiva, angústia e
dando um feedback aos adultos, que podem e devem modificar frustração, uma vez que a criança pode retirar-se
os ambientes pelas percepções das crianças, provocando bons momentaneamente, longe do olhar dos outros e, assim, ter seu
enredos de histórias, brincadeiras, movimentação ampla, sentimento respeitado. Com relação aos ambientes para
autonomia e momentos de escolha, incitando novos desafios. contato social, conforme Campos de Carvalho e Rubiano
Refletindo sobre a questão estética dos ambientes (2010), as melhores configurações são as chamadas zonas
institucionais, é importante pensar nas cores e na poluição circunscritas ou ambientes semiabertos. Comumente
visual, principalmente procurando originalidade nos chamados de “cantos”, pois sua característica principal é que

Referências 131
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APOSTILAS OPÇÃO

são áreas espaciais claramente delimitadas por mobiliário, interações (enquanto dimensões da educação infantil), há que
desníveis do solo, tecidos, etc. São configurações muito se garantir diariamente o brincar espontâneo, o brincar
recomendadas porque proporcionam uma visão clara e fácil do individual e o brincar coletivo, em diferentes ambientes
todo, incluindo a localização de adultos e crianças (portanto (internos e externos) e permeados por diferentes
gera confiança e segurança), promovem interações afiliativas agrupamentos, ou seja, entre pequenos e grandes grupos de
e tendem a evocar respostas das crianças com mais autonomia, crianças, entre crianças de diferentes idades, entre adultos e
criatividade e imaginação. Cabe ainda salientar que são nesses crianças, inclusive em momentos de introspecção e
ambientes que acontece o jogo social mais complexo, que individualidade.
favorecem a brincadeira, sendo palco privilegiado para o faz A organização deve proporcionar às crianças diferentes
de conta, proporcionando tempos e sequências mais longas de experiências e formas de expressão, previstas nas
interação, ou seja, no tempo da criança. modalidades organizativas elaboradas pelos professores em
seus planos de ensino (projetos, sequencias de atividades,
As zonas circunscritas favorecem a promoção e atividades permanentes) como por exemplo: canções e
manutenção das interações entre crianças pequenas. [...] Esta músicas, imagens, teatros e dramatizações, danças, artes
facilitação ocorre em função da diminuição da probabilidade visuais, movimento, relações quantitativas e espaço-
de interrupção da atividade por outras crianças ou pela temporais, vivências éticas e estéticas, biodiversidade,
educadora, o que é frequente em arranjos mais abertos. tradições culturais, assim como a linguagem oral e escrita, não
Ademais, as zonas circunscritas, fornecendo proteção ou se esquecendo da linguagem de sinais. Isso tudo deve ser
privacidade, favorecem à criança focalizar sua atenção tanto garantido por meio das interações, possibilitando que as
na atividade que está sendo desenvolvida bem como no crianças construam seus saberes com experiências variadas e
comportamento do parceiro, requisitos essenciais para a utilizando as diversas linguagens, sempre valorizando as
ocorrência de interação entre coetâneos, sobretudo com idade brincadeiras e a cultura infantil.
inferior a três anos (CAMPOS DE CARVALHO E RUBIANO, Tratando-se de cultura infantil, é necessário evitar que as
2010, pp. 132 e 133). datas comemorativas sejam utilizadas como o centro das ações
previstas em calendário, no planejamento escolar, nas rotinas
A organização dos ambientes é um elemento curricular tão e propostas, inclusive numa sequência cronológica, uma vez
importante que pode conduzir a atividades específicas, por que isso desfavorece a ampliação de conhecimentos sobre
exemplo, se o ambiente é tranquilizador e propício para fatos e conceitos, e minimiza toda a gama de relações
dormir, para a volta à calma; se é estimulante para as presentes e vivenciadas pelas crianças nas instituições.
brincadeiras; se permite a pesquisa e investigação. Vemos, Por definição, a rotina é uma estrutura organizacional
portanto, que o ambiente pode definir se é o adulto que dirige pedagógica que permite que a educadora e o educador da
e direciona as ações da criança ou se a criança pode ser mais infância promova momentos de cuidado e educação
ativa e protagonista de todo o processo de aprendizagem. diferenciadas e sistemáticas, de acordo com as experiências
Em relação ao tempo, é importante destacar que cada que se pretende colocar em prática intencionalmente, além
criança tem o seu tempo, seu interesse e seu modo de explorar daquelas que surgem naturalmente, seja por sugestão de uma
o mundo, o que direciona para um currículo que não seja criança ou do grupo (LINO, 1998).
acadêmico, aplicado ao mesmo tempo a todos, mas sim como De acordo com OLIVEIRA (2012), a rotina na instituição de
ação produzida entre educadoras, educadores da infância e Educação Infantil é fundamental para o desenvolvimento
crianças, tendo por base os princípios educativos. profissional das educadoras e dos educadores da infância e o
Para que o tempo individual da criança e o seu ritmo sejam desenvolvimento integral (cognitivo, afetivo, motor, social)
respeitados é importante que o tempo da rotina seja flexível e das crianças. Em sua definição, é preciso considerar o tempo
que todos tenham um olhar atento para as crianças. O tempo dos atores envolvidos: tempo de aprender, de conviver, de
não poder ser rígido, com um fim em si mesmo. É importante falar, de escutar, de silenciar, de brincar, de ser.
considerar a existência de um currículo orientador e não O ato de respeitar o ritmo das crianças possibilita que elas
prescritivo. O tempo de uma criança na instituição educativa decidam sobre seus tempos e autorregulações (comer, dormir,
deve ser visto da perspectiva da própria criança. defecar, etc.). Em outras palavras, é organizar rotinas que
possibilitem autoconhecimento, que as tornem conscientes de
Na literatura pedagógica brasileira sobre a educação seus desejos, de seus processos sensitivos, corporais, tanto
infantil, encontram-se vários exemplos de preocupação com o quanto das questões sociais. A autorregulação é a capacidade
uso do tempo. A princípio, pode-se afirmar que ela gira em biológica e natural que revela o potencial para o
torno de duas temáticas básicas, que podem ser vistas como desenvolvimento da autonomia. A partir dessa referência à lei
concomitantes e complementares: por um lado, a concepção natural de funcionamento da vida no indivíduo, é que se pode
de que é na infância que as crianças constroem as noções compreender a ideia de uma organização social baseada nos
temporais e, portanto, faz-se necessário criar circunstâncias fluxos da natureza humana, pois o respeito a esses fluxos é
ou situações em que elas possam estruturar tal noção, e, por condição necessária a uma cultura que almeje reconhecer os
outro, a necessidade de organizar o trabalho com as crianças indivíduos que a compõem. O objetivo é integrar os processos
de modo a harmonizar objetivos, situações, suas biológico-naturais e sociais, tentando superar a dicotomia
características, etc. Assim, a construção do tempo é vista como entre natureza e cultura, e propor uma relação dinâmica entre
uma aquisição psicológica e sociocultural. (BARBOSA, 2006, p. indivíduo e sociedade. Nesse sentido, não há mais que se
143). pensar, por exemplo, na hora do banho ou nas trocas de fralda
de forma coletiva, em que todos passam pelos procedimentos
Pensando nessa questão do tempo, é importante que a ao mesmo tempo. Isso deve acontecer sempre que necessário,
educadora e o educador da infância organize rotinas diárias considerando a individualidade de cada criança, e a qualquer
que contenham momentos de higiene, de alimentação com hora de sua rotina.
propostas educativas, de repouso; propostas coletivas Assim, cabe dizer que o tempo do adulto (tempo
(momentos de conversa, leitura e contação de histórias, institucional) é diferente do tempo da criança e, tendo a
oficinas de artes, entre outros.); propostas individuais e criança como foco de todo o processo, a rotina da instituição
propostas nas quais as crianças possam se envolver não pode prevalecer à da criança. Trabalhando com horários
livremente, ainda que sob os olhares dos adultos. Pensando de regulação nas questões fisiológicas, a criança consegue
especificamente sobre a corporeidade, o tempo do brincar e as respeitar a instituição também aprendendo a conviver numa

Referências 132
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vida social. O processo de autorregulação não traz 9.1 Avaliação na educação infantil
interferências nos direitos das crianças, ao contrário, cria A avaliação na educação infantil é um objeto de reflexão
regras e normas próprias que decorrem das necessidades sobre a prática, por isso deve ser considerada como um meio
sentidas por todos, sem imposição externa e que orientam as no processo educacional e não apenas um fim. Isso se deve ao
relações sociais. fato de que a criança é sujeito de direitos, protagonista do
Além disso, na sequência da rotina organizada, ainda que processo educativo e produtora de cultura. Assim, a avaliação
se prevejam todos os tempos individuais dos atores é realizada dentro da Instituição de Educação Infantil pelos
envolvidos, a mesma é intercalada por tempos de transição profissionais que atuam cotidianamente com a criança, pela
entre as propostas. Esses tempos também podem ter uma própria criança e pelos familiares.
duração bastante diversa devido aos interesses das crianças e Neste aspecto Godoi (2007) aponta para a avaliação na
ao olhar atento do observador, para que seus tempos e ritmos perspectiva do olhar e da escuta do adulto para com as
sejam respeitados, inclusive extinguindo momentos de espera. crianças, no intuito de conhecê-las, e não de julgá-las ou
Há que se problematizar para eliminar a existência de compará-las, nem mesmo de estabelecer padrões em relação à
longas esperas de bebês e crianças em filas, momentos de faixa etária, categorias ou expectativas.
entrada e saída, ao se iniciar ou finalizar momentos de A participação efetiva da família contribui imensamente
alimentação, espera para uso do banheiro e trocas de fraldas, na medida em que informações são compartilhadas,
etc. Inclusive as filas precisam ser revistas, pois incorporadas aprendizagens são construídas e reconstruídas em contextos
às práticas de organização, sejam diretamente ou de formas específicos que precisam estar abertos a mudanças quando
maquiadas como “trenzinhos”, “trombas de elefante”, “segurar necessário, e que considere o cuidar e o educar, o brincar, as
a camiseta do amigo” etc., mostram-se descoladas das práticas diferentes infâncias, as diferentes marcas infantis em relação
sociais reais e demonstram, na verdade, uma necessidade de ao espaço, as interações e o contexto social. Para se garantir
controle dos adultos. essa participação, é necessário buscar momentos de
Na ausência de um bom planejamento de tempos, convivência produtiva, encontros que qualifiquem as reuniões
ambientes e propostas, as crianças se veem desinteressadas e de familiares com os profissionais da Unidade Escolar,
ultrapassam os limites evidentemente colocados pelos fortalecendo o processo dialógico.
adultos, aumentando episódios de mordidas e conflitos. Conforme estudos, toda ação avaliativa demonstra uma
Reduzir tempos de espera, extinguir confinamentos e opinião e uma apreciação de valor, portanto, vinculada a
qualificar tempos de propostas e ambientes pode resolver concepções. Os dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases de
muitos problemas. O tempo em uma instituição educativa deve 1996 e as concepções das Diretrizes Curriculares Nacionais
ser vivido de modo a se aproveitar as oportunidades de para Educação Infantil sinalizam que as Unidades
aprender e se desenvolver plenamente, além de ter Educacionais devem planejar formas de avaliação que
experiências diversificadas que não seriam possíveis no contemplem o acompanhamento do trabalho pedagógico e
ambiente doméstico, até mesmo pela intencionalidade das uma avaliação do desenvolvimento da criança em relação a si
ações. mesma, na perspectiva do que é oferecido a ela e nas
É preciso pensar no tempo da experiência, das interações, experiências que vivencia.
da repetição, para que a criança crie enredos e possa dar O principal desafio é construir documentações
continuidade às suas investigações e brincadeiras, ou seja, dar pedagógicas que considerem dinâmicas mais amplas das
lugar ao tempo da criação e da imaginação, bem como para relações, “focadas nas crianças enquanto sujeitos e coautoras
uma maior familiaridade com algumas propostas e construção de seus desenvolvimentos” (DIDONET 2011 apud RIBEIRO,
de repertórios diversos. O prazer funcional de repetir uma 2015).
proposta por si mesma possibilita aprender pela experiência. Devido às recentes mudanças introduzidas pela Lei
Assim, a rotina deve nortear, mas não engessar o trabalho e Federal nº 12796, de 2013, as instituições de educação infantil
nem o tempo, não pode ser algo estanque. O olhar e a escuta deverão expedir documentações que possibilitem atestar os
atentos às crianças é que faz com que os tempos sejam vistos e processos de desenvolvimento da criança e acompanhá-la nos
revistos, pois é preciso ter o tempo da elaboração do anos subsequentes.
conhecimento, que é diferente para cada criança. É evidente Tal documentação não só se apresenta como registro do
que existem os tempos institucionais e que são fundamentais percurso do desenvolvimento da criança, sem objetivo de
para a organização das instituições, contudo os mesmos promoção e classificação, mas também como instrumento que
podem ser pensados sempre em função das crianças, da possibilita a reflexão sobre a prática pedagógica, buscando sua
aprendizagem e do desenvolvimento infantil. qualificação com registros significativos das atividades que
O tempo de brincar, de explorar, de repousar, de desenvolvem. O objetivo dessa documentação é registrar a
comunicar-se, de contar e ouvir histórias, o tempo das história dos caminhos que o grupo percorreu em suas inter-
refeições, das brincadeiras livres e autônomas, de avaliar o relações, e que vem percorrendo em busca do conhecimento
próprio processo, etc. deve mostrar uma coerência entre a de mundo e suas formas de expressões.
nossa organização de tempos e ambientes para garantir boas
experiências que considerem a criança como centro de todo 9.1.1. Documentação pedagógica – observação, registro
planejamento pedagógico. e reflexão
Os registros considerados como documentação
9. Avaliação “Na” e “Da” Educação Infantil pedagógica, são todos aqueles que expressam o que as crianças
Quando o assunto é avaliação, há um questionamento que estão dizendo e fazendo, e a maneira como educadoras e
muitos educadores e demais profissionais da área da educação educadores da infância se relacionam com elas e com o seu
se fazem: por que avaliar? A avaliação tem potencial para trabalho, tendo como ponto de partida a observação da
induzir políticas e ações, redirecionar trajetórias, subsidiar criança.
decisões, apoiar a formulação de projetos pedagógicos, Observar exige mirar, reparar, notar, registrar e analisar. É
programas, planos e auxiliar o acompanhamento de um processo de investigação. Cabe as educadoras e
desenvolvimento da criança e não devem produzir educadores da infância um olhar observador em todos os
comparações e classificações, ser instrumento de punição, momentos do cotidiano das crianças, e levar em consideração
servir para rotular pessoas, escolas, redes, gerar competição e suas linguagens. Dependendo da intenção, a prática da
disputa e produzir fracasso escolar (RIBEIRO, 2015). observação pode ou não ser pautada, mas sempre dirigida. É
preciso ter claro que o olhar não é neutro, mas marcado pela

Referências 133
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subjetividade, crenças, valores e vivências e que, ao iniciar a educadora ou educador da infância, onde serão anotadas suas
elaboração da documentação, deve-se respeitar e levar em hipóteses de trabalho, suas descobertas e preocupações, o que
consideração as crenças, valores e vivências das crianças, o torna um instrumento reflexivo da sua prática.
famílias e cultura nas quais estão inseridas. Os diferentes instrumentos – registro, diário de aula,
Segundo Godoi (2006), todas as práticas são construídas a portfólio e outros – indicam concepções e formas de
partir das concepções internalizadas de educadoras e organização diversas, mas não contraditórias. Existem,
educadores da infância, e sendo a avaliação um dos portanto várias modalidades de documentação pedagógica
componentes da organização do trabalho, estritamente ligada que se relacionam e que podem contribuir para a construção
à produção do conhecimento, faz-se necessário atentar para os de práticas cada vez mais intencionais e adequadas à objetivos
valores que serão considerados nos momentos de observação e necessidades das crianças, educadores e pais.
e registro.
A documentação pedagógica pode assumir diversas 9.1.3 Avaliação de acompanhamento bimestral
modalidades e linguagens: portfólio, vídeo, relato de uma
turma e de escola, pasta pessoal da criança, álbum fotográfico, A Avaliação de Acompanhamento Bimestral, de caráter
álbum de desenhos, murais. Educadoras e educadores da obrigatório, deverá contar sempre com a presença do diretor,
infância deverão utilizar o maior número desses instrumentos do coordenador pedagógico, de todos os professores e, sempre
compondo seu repertório diagnóstico que servirá para a que possível, com as demais educadoras e educadores da
elaboração da Avaliação de Acompanhamento Bimestral, e a unidade. Essa forma de avaliação usa as ferramentas da
Ficha de Acompanhamento do processo de Aprendizagem, de observação e propõe registros a partir das interações e
caráter obrigatório. brincadeiras, tendo por objetivo compreender o processo de
desenvolvimento e a relação que as crianças estabelecem com
9.1.2. Portfólio os diferentes saberes, além de analisar os avanços, conquistas
O portfólio é um instrumento que tem como foco a e necessidades das crianças em relação a si mesmas e quais as
narração dos percursos de aprendizagem de crianças e adultos propostas diferenciadas que educadoras e educadores da
(OLIVIERA-FORMOSINHO; AZEVEDO, 2002). As autoras fazem infância planejarão para o bimestre seguinte. Essa é uma
referência à documentação pedagógica como conteúdo, pois forma de fazer com que as educadoras e educadores da
integra o material que registra o que a criança diz e faz, e como infância tenham subsídios para organizarem e reorganizarem
processo, é um meio de refletir de forma sistemática e rigorosa, suas propostas pedagógicas.
sobre o trabalho pedagógico. As reuniões de Avaliação de Acompanhamento Bimestral,
Os portfólios representam a documentação real a partir de quando bem conduzidas, se transformam num espaço de
narrativas, fotografias, vídeos, episódios que permitam revisar reflexão da equipe escolar que possibilita a discussão de
e pesquisar a situação. Além disso, implica na seleção de aspectos muito importantes como a análise de rotina em
registros que, organizados, representam uma forma de relação ao plano de ensino e a proposta curricular, da
conferir visibilidade ao trabalho da criança a um percurso de metodologia adotada e dos instrumentos de avaliação
aprendizagem, conferindo a ele legitimidade; possibilita ainda utilizados pelo professor e demais educadoras e educadores.
compreender as hipóteses e teorias por ela formuladas, Dessa forma, traz aos professores e educadores uma
problematizando e articulando suas aprendizagens. Segundo interessante experiência formativa, permitindo a reavaliação
Hilda Micarelo (2010) os portfólios podem ser: da prática pedagógica a partir de sua reflexão, tendo a criança
• Portfólios individuais: muitas educadoras e como centro do processo.
educadores da infância têm o hábito de agrupar as produções Na Educação Infantil, esse instrumento reconhece a
das crianças em varais, caixas ou pastas. Essas produções inclusão das crianças no processo educacional, dispensando os
podem ser mais bem organizadas em portfólios, que têm a critérios comparativos ou que supõem expectativas de
função não apenas de registrar os produtos das atividades, aprendizagem do adulto sobre a criança.
mas também devem refletir o processo de produção, por isso
podem conter também fotos, objetos, coleções. Assim, ao 9.1.4 Ficha de acompanhamento do processo de
propor uma atividade de modelagem, por exemplo, o educador aprendizagem
pode fotografar os diferentes momentos de envolvimento das A Ficha de Acompanhamento do Processo de
crianças na atividade e usar essas fotos para compor o Aprendizagem, de caráter obrigatório, deve ser baseada nos
portfólio. É importante que os portfólios estejam sempre ao diversos instrumentos que compõem a documentação
alcance das crianças e sejam retomados frequentemente pela pedagógica produzida durante o período que antecede o seu
educadora ou educador da infância para relembrar atividades preenchimento. Todos as educadoras e educadores, ou seja, os
já realizadas e situações já vividas, servindo de instrumento profissionais que atuam diretamente com criança (professor
para provocar um olhar observador da criança sobre suas da turma, professor de Educação Física, professor do AEE,
próprias produções. As rodas de conversa podem ser um ADIs e demais educadores) participam dessa avaliação de
ótimo momento para que as crianças participem da escolha forma a agregar o máximo de informações possíveis ao
dos materiais que vão compor o portfólio e para ver e recordar processo, considerando a integralidade da criança.
o que já foi feito, discutindo sobre as impressões das crianças Vale lembrar que se trata de uma ficha para leitura, tanto
com relação a esses materiais. Os portfólios são também um dos pais como dos demais profissionais no processo de
importante instrumento a ser compartilhado com as famílias, transição e o registro desse processo deve estar numa
pois possibilitam uma visão mais ampla, do conjunto das linguagem clara, de fácil compreensão, permitindo que
produções da criança e dos processos vivenciados por ela. durante essa leitura seja possível o reconhecimento da criança
a que se refere. Lendo a ficha, deve ser possível saber como
• Portfólios coletivos: são coleções de atividades cada criança estabelece suas relações com os diversos saberes
realizadas em grupo. Podem compô-los atividades produzidas
nas diversas linguagens que manifesta no cotidiano escolar. Na
pelas crianças, assim como as impressões delas com relação a
produção desse documento, devem ser evitados adjetivos que
diferentes situações. Essas impressões podem ser colhidas
supervalorizem ou desqualifiquem a criança, ou que
pelas educadoras e educadores da infância nas rodas de
contenham critérios subjetivos relacionados às questões
conversa e registradas por escrito.
socioeconômicas, gênero, raça, religião, regional e demais
• Registros diários: Também conhecido como “diário de manifestações passíveis de serem discriminatórias.
bordo” ou “diário de campo”, são anotações diárias da

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A redação dessa ficha deverá ser feita pela professora ou A avaliação institucional também carrega a perspectiva
professor, apresentada aos gestores para intervenções formativa, pois possibilita a valorização dos contextos em que
necessárias. Deverá ser assinada pela professora ou professor os resultados foram produzidos, os processos, os programas, o
de sala, pela professora ou professor de Educação Física, pela conjunto das ações, o Projeto Político Pedagógico, comparando
equipe gestora antes da apresentação aos pais em Reunião de o que foi executado com o que estava previsto, identificando
Pais, no final de cada semestre. Ao final de cada ano esse os resultados não previstos, os fatores que facilitam ou são
documento deverá ser entregue a educadoras e educadores da obstáculos à qualidade da educação; possibilita a reflexão
infância do ano seguinte e ao final do grupo três, deverá ser fundamentada em dados, visando desencadear mudanças; põe
encaminhado para a escola que receberá a criança em seu novo em diálogo informações de fontes variadas (das crianças, dos
ciclo de formação. docentes, das famílias, das condições objetivas de trabalho, das
avaliações externas).
9.2 Avaliação da instituição de educação infantil Caminhando para a reinvenção das práticas avaliativas,
Não existem respostas únicas de como deve ser uma FREITAS (2014) considera a importância de incluir as crianças
instituição de educação infantil de qualidade, pois as no processo de avaliação da instituição na perspectiva da
definições dependem de muitos fatores: os valores nos quais democracia e da emancipação.
as pessoas acreditam, as tradições de uma determinada A avaliação institucional não deve servir para divulgação
cultura, os conhecimentos científicos a respeito da ou à comparação de resultados da avaliação entre unidades. Os
aprendizagem da criança, o contexto histórico, social e resultados obtidos por meio de procedimentos qualitativos e
econômico na qual a escola se insere. negociados entre os vários segmentos que participam do
De acordo com Ribeiro (2015), “avaliar é sempre uma processo adquirem sentido apenas para aquele contexto. A
atividade política que envolve escolhas e valores que precisam mesma equipe, em momentos diferentes, pode chegar a
ser negociados entre diferentes sujeitos, mas a questão que se resultados diversos; unidades com diferentes tipos de desafios
coloca quando o assunto é avaliação institucional é: que podem obter resultados com distintos significados. Assim, a
valores podem ser negociados e quais devem ser?”. avaliação institucional pode ser um instrumento potente para
Em resposta a essa questão, a avaliação institucional deve reconstrução das práticas resultantes do confronto e da
ser fundamentada em um atendimento que respeite as negociação de posições, de interesses, de perspectivas e, ainda,
necessidades e protagonismo da criança, independente da para o fortalecimento das relações internas e das relações com
instituição educacional que frequente. Além disso, deve ser as demais instâncias decisórias do sistema de ensino.
participativa e aberta, de forma que todos tomem De acordo com FREITAS (2014), a avaliação institucional
conhecimento e possam discutir e decidir as prioridades de com fim à compreensão de sua realidade concreta,
ação para sua melhoria, sendo de responsabilidade de toda a dificuldades e potencialidades, com a reflexão coletiva na
comunidade escolar, pois possibilita a reflexão e a definição de busca de indicadores para o avanço e crescimento da
um caminho próprio para aperfeiçoar o trabalho pedagógico e instituição, tende a fortalecer o Projeto Político Pedagógico e
social das instituições. qualificar a educação ofertada.
A busca por fazeres pedagógicos cada vez mais Assim, a finalidade da avaliação institucional é reafirmar a
qualificados deve constituir uma decisão e um esforço qualidade da educação e propor planos de ação a curto, médio
permanente para todas as instituições de educação infantil. e longo prazo, para compartilhar responsabilidades dos
Embora o conceito de qualidade se modifique ao longo do diversos atores da comunidade escolar.
tempo e esteja relacionado à cultura do grupo, da comunidade
e da região, ele envolve parâmetros mínimos nacionais e
locais. Tais parâmetros devem ser bem conhecidos e utilizados Estatuto do funcionário
como referências para a avaliação da instituição, do trabalho
docente e da atuação das crianças, bem como para a
Público (Lei Complementar
construção de um plano de busca permanente da qualidade. nº 499 de 2010) e
O documento "Indicadores da Qualidade na Educação alterações.
Infantil" é um importante instrumento que pode ser utilizado
na avaliação, não com o objetivo de medir, julgar, comparar ou
punir, mas sim um mecanismo de reflexão e precioso auxílio
LEI COMPLEMENTAR N.º 499, DE 22 DE DEZEMBRO DE
para tomada de decisões em diferentes instâncias.
2010
INSTITUI O NOVO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS
Indicadores não são, portanto, padrões, isto é, normas
PÚBLICOS.
impostas do alto, às quais devemos nos adequar. Não
representam, nem mesmo um “valor médio” de exequibilidade
O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ, Estado de São
de aspectos de qualidade. São, ao contrário, significados
Paulo, de acordo com o que decretou a Câmara Municipal em
compartilhados sobre o que deve haver em uma creche para
Sessão Extraordinária realizada no dia 20 de dezembro de
que ela possa ser assim chamada, possa ser reconhecida como
2010, PROMULGA a seguinte Lei Complementar:
lugar de vida e de educação para pequenos e grandes. São,
portanto, como indica o próprio termo, sinalizações, linhas que
TÍTULO I
indicam um percurso possível de realização de objetivos
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
compartilhados (BONDIOLI, 2004, p. 18-19, apud, RIBEIRO,
2015, p. 16)
Art. 1° O Regime Jurídico dos Funcionários Públicos do
Município de Jundiaí, Estado de São Paulo, instituído pela Lei
Quando a instituição compreende seus pontos fortes e
no 3.087, de 04 de agosto de 1987, com a redação dada pela
fracos, ela pode intervir para melhorar sua qualidade, de
Lei Complementar no 348, de 18 de setembro de 2002,
acordo com suas condições, definindo suas prioridades e
alterada pelas Leis Complementares no 361, de 26 de
traçando um caminho a seguir na construção de um trabalho
dezembro de 2002; no 372, de 08 de abril de 2003; no 401, de
pedagógico e social significativos, sendo a avaliação um
29 de junho de 2004; no 402, de 29 de junho de 2004; no 422,
importante instrumento para auxiliar na garantia do
de 09 de junho de 2005, no 458, de 25 de julho de 2008, e no
atendimento às crianças pequenas.
494, de 25 de agosto de 2010, passa a vigorar com a redação
desta Lei Complementar.

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Art. 2° Para os efeitos desta Lei Complementar: Complementar só será computado, para os servidores que, na
I – funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo data de sua entrada em vigor, estejam no exercício de cargo em
público do Município, sob regime estatutário, seja o cargo de comissão. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 508,
provimento efetivo ou em comissão; de 02 de dezembro de 2011)
II – empregado é a pessoa contratada sob o regime da § 9° Na hipótese de incorporação de 10 (dez) décimos da
legislação trabalhista; gratificação na forma prevista no §
III – servidor é todo funcionário e empregado do 3° deste artigo, o servidor designado para o exercício de
Município, independentemente de qualquer condição. cargo em comissão fará jus apenas à diferença entre o valor da
parcela incorporada e aquele resultante do cálculo da
TÍTULO II gratificação referida no inciso II do § 2° deste artigo,
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA observadas, para fins de incorporação da nova parcela, as
CAPÍTULO I condições estabelecidas no mencionado § 3° (Parágrafo
DISPOSIÇÕES GERAIS acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de
2011)
Art. 3° O servidor não poderá, sem prejuízo de seu cargo § 10. Para os efeitos deste artigo, equipara-se ao cargo em
ou emprego, ser provido em outro cargo efetivo ou emprego, comissão o agente político e a designação para responder por
salvo nos casos de acumulação lícita. cargos da mesma natureza. (Parágrafo acrescido pela Lei
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
Art. 4° Os cargos em comissão, destinados exclusivamente
às funções de direção, chefia e assessoramento, são providos Art. 5° O empregado municipal, quando investido em
mediante livre escolha do Prefeito, podendo esta recair em cargo de provimento em comissão, terá suspenso seu contrato
qualquer servidor ou em pessoa estranha ao serviço público, de trabalho.
desde que reúna os requisitos necessários e habilitação § 1° Exonerado do cargo em comissão, o empregado
profissional para a respectiva nomeação. reverterá imediatamente ao cumprimento do contrato.
§ 1° Serão reservados percentuais mínimos de cargos de (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
provimento em comissão para serem preenchidos por dezembro de 2011)
funcionários ocupantes de cargo efetivo, na forma da lei. § 2° A suspensão do contrato e seu posterior
§ 2° Recaindo a nomeação em funcionário do Município, restabelecimento serão obrigatoriamente anotados na
este optará: carteira de trabalho, bem como nos registros relativos ao
I – pelo vencimento do cargo em comissão; ou empregado.
II – pela percepção do vencimento e vantagens do seu
cargo efetivo, acrescidos de uma gratificação correspondente Art. 6° Ocorrida a hipótese a que se refere o art. 5°, terá o
a 40% (quarenta por cento) da remuneração do cargo em empregado direito de opção entre o vencimento do cargo em
comissão. comissão e a remuneração do empregado, com a vantagem
III – Na hipótese do inciso anterior, considerada a exceção estabelecida na parte final do inciso II do § 2° do art. 4° e
prevista no art. 16, § 4°, da Lei no 3.067, de 10 de junho de observadas as disposições do inciso III do § 2° do art. 4°, se o
1987 e no art. 21, § 4°, da Lei no 3.088, de 04 de agosto de 1987, caso. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
ambos alterados pela Lei no 5.989, de 26 de dezembro de dezembro de 2011)
2002, poderá, também, o servidor, optar quanto à incidência
da progressão salarial contemplada em tais dispositivos ou no Art. 7° Para o efeito de férias decorrentes do regime
cargo de origem. (Inciso acrescido pela Lei Complementar n.º estatutário, o servidor terá direito ao cômputo do tempo
508, de 02 de dezembro de 2011) vinculado ao regime trabalhista, quando prestado ao
§ 3° O servidor com mais de 5 (cinco) anos de exercício no Município, desde que tal período já não tenha sido considerado
serviço público municipal, que exerça ou venha a exercer cargo para igual fim.
de provimento em comissão por período de 5 (cinco) anos
ininterruptos ou 10 (dez) intercalados, incorporará um Art. 8° Havendo interesse público, o Município de Jundiaí
décimo do valor correspondente à gratificação referida no poderá solicitar a cessão de servidor lotado em órgão da União,
inciso II do § 2° por ano de exercício nessa condição, até o Estado ou outro Município, com ou sem ônus para entidade de
limite de 10 (dez) décimos. origem. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 549, de 13 de
§ 4° Para o fim da incorporação de que trata este artigo, agosto de 2014)
serão considerados os períodos de 1 (um) ano completos e § 1° O servidor colocado, por ato formal, à disposição do
ininterruptos. Município, será nomeado para o exercício de cargo em
§ 5° Na hipótese de o servidor vir a exercer diferentes comissão, podendo optar pela manutenção do vínculo com a
cargos, a incorporação far-se-á proporcionalmente ao tempo entidade de origem, no caso de cessão sem ônus para o
de exercício em cada um deles, limitada sempre à gratificação cedente. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 549, de 13
de 40% (quarenta por cento) da remuneração fixada para o de agosto de 2014)
respectivo cargo em comissão. § 2° Se o servidor nomeado para cargo em comissão tiver
§ 6° O valor da incorporação constitui vantagem pessoal a sido colocado à disposição sem ônus para a entidade a que
ser paga em rubrica própria, não aderindo ao vencimento para pertence, receberá, pelo exercício do cargo em comissão, o
o cálculo de outros acréscimos pecuniários, exceto a vencimento para este fixado, caso contrário, perceberá apenas
gratificação de Natal. a gratificação prevista na parte final do inciso II do § 2° do art.
§ 7° A incorporação de que trata este artigo deverá ser 4°, devendo ser, em todos os casos, observada a norma do
requerida em processo próprio, após o desligamento do cargo inciso XI do art. 37 da Constituição Federal. (Parágrafo
em comissão, e levará em conta, para efeito de cálculo, a acrescido pela Lei Complementar n.º 549, de 13 de agosto de
posição efetivamente ocupada pelo servidor na tabela de 2014)
vencimentos correspondentes ao seu cargo ou emprego. § 3° Se o servidor optar pela manutenção do vínculo com a
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de entidade de origem, sem ônus para tal entidade, o órgão
dezembro de 2011) cessionário reembolsará o órgão cedente da remuneração
§ 8° Para fins da incorporação de que trata este artigo, o paga ao servidor. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar
tempo exercido anteriormente à publicação desta Lei n.º 549, de 13 de agosto de 2014)

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Art. 9° O inativo provido em cargo em comissão perceberá depende de prévia habilitação em concurso público de provas
integralmente o vencimento para este fixado, ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e
cumulativamente com o respectivo provento. complexidade do cargo.
Parágrafo único. O provimento de cargo em comissão por
inativo só se fará se este for inativo por tempo de contribuição. Art. 15. A nomeação respeitará a ordem de classificação
dos candidatos habilitados.
Art. 10. A investidura em cargo de provimento em
comissão determinará o concomitante afastamento do Subseção I
funcionário do seu cargo efetivo, ressalvados os casos de Do Concurso
acumulação permitida, sem prejuízo dos direitos e vantagens
previstos para o cargo efetivo. Art. 16. Observar-se-ão, na realização do concurso, as
seguintes normas:
Art. 11. Os cargos com atribuições de direção, I – não se preencherá vaga nem se abrirá concurso, sem
coordenação e chefia poderão ser exercidos, eventualmente, que se verifique, previamente, a inexistência de funcionário
por servidores em substituição, nos casos de impedimento e em disponibilidade, possuidor da necessária qualificação para
de afastamento temporário de seus titulares, por períodos provimento do cargo;
iguais ou superiores a 10 (dez) dias, sendo possível a II – o edital do concurso será obrigatoriamente publicado,
substituição nos demais cargos públicos e funções de na íntegra, na Imprensa Oficial do Município e, por extrato, em
confiança, nas mesmas condições desde que o impedimento ou jornal de circulação local, estabelecendo prazo de pelo menos
o afastamento temporário de seus titulares seja por períodos 10 (dez) dias corridos para as inscrições, sob pena de nulidade
iguais ou superiores a 20 (vinte) dias. (Redação dada pela Lei do concurso;
Complementar n.º 553, de 11 de dezembro de 2014) III – aos candidatos serão assegurados recursos, em todas
§ 1° O servidor designado para substituição deverá estar as fases do concurso, na forma prevista no Edital;
lotado na mesma Secretaria, órgão e área de trabalho do IV – o candidato deverá ter 18 (dezoito) anos completos na
substituído e possuir nível de escolaridade compatível com o data da nomeação;
cargo a ser substituído. (Redação dada pela Lei Complementar V – os requisitos para provimento do cargo serão
n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) estabelecidos de acordo com a sua natureza e complexidade;
§ 2° As funções de confiança, com atribuições de Chefia e VI – desde que atendidos os requisitos legais, poderão
Assessoramento, somente poderão ser atribuídas a inscrever-se candidatos brasileiros ou estrangeiros, na forma
funcionários detentores de cargo efetivo. da legislação pertinente;
§ 3° A substituição dependerá de ato de designação, a VII – a critério do Poder Público, poderá ser cobrada taxa
requerimento justificado do titular da Pasta ou órgão, de inscrição até o percentual de 5% (cinco por cento) sobre o
evidenciada a necessidade do serviço, mas independe de valor do Grau inicial do cargo a ser provido, sendo o seu valor
posse. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de fixado no edital do concurso público;
dezembro de 2011) VIII – o candidato deve ser eleitor;
§ 4° Pelo tempo de substituição e proporcionalmente a ele, IX – ressalvado o documento de identidade, no ato de
o substituto perceberá vencimento e vantagens atribuídos ao inscrição, não se exigirão documentos, certidões e atestados,
cargo em substituição, com enquadramento no nível e grau bastando ao candidato firmar declaração circunstanciada
inicial do grupo correspondente ao cargo substituído. pertinente.
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de § 1° O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos,
dezembro de 2011) podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
§ 5° O servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em § 2° Na elaboração das provas e na exigência de títulos
comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração, levar-se-á em conta a natureza e complexidade dos cargos a
não poderá ser designado para substituição. (Redação dada serem providos.
pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) § 4° Se ocorrer empate entre candidatos não pertencentes
§ 6° Excetua-se da previsão contida no parágrafo anterior, ao serviço público municipal, decidir-se-á na forma das
a designação para a substituição na função de agente político. disposições do edital do concurso.
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
dezembro de 2011) Subseção II
Da Posse
Art. 12. A substituição não poderá recair em pessoa
estranha ao serviço público municipal. Art. 17. Posse é a investidura em cargo público.
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de
CAPÍTULO II promoção e reintegração.
DO PROVIMENTO
Seção I Art. 18. Só poderá ser empossado quem, além do
Das Formas de Provimento atendimento de outras prescrições legais acaso exigidas,
satisfizer os seguintes requisitos:
Art. 13. Os cargos públicos são providos por: I – atender ao edital de convocação nas condições e prazos
I – nomeação; nele estabelecidos;
II – reintegração; II – ser julgado apto em exame de sanidade física e mental,
III – aproveitamento; a cargo do Serviço de Medicina do Trabalho da Prefeitura;
IV – reversão; (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
V – promoção; dezembro de 2011)
VI – readaptação definitiva. III – estar em gozo dos direitos políticos;
IV – estar quite com as obrigações militares;
Seção II V – ter, no mínimo, 18 (dezoito) anos de idade completos.
Da Nomeação § 1° No exame de sanidade física e mental observar-se-á a
compatibilidade do candidato com as atribuições do cargo,
Art. 14. A nomeação para cargo de provimento efetivo inclusive sob o aspecto psicológico.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2° Na avaliação do perfil psicológico, poderá a superior imediato que exerceu as funções naquele período.
Administração valer-se da aplicação de testes e técnicas § 3° A Comissão poderá, a qualquer tempo, utilizar-se de
reconhecidas pelos conselhos federal e regional de psicologia. todas as informações existentes sobre o funcionário avaliado,
bem como realizar diligências junto às chefias, solicitando, se
Art. 19. No ato da posse, o servidor deverá declarar, por necessário, a revisão das informações, a fim de corrigir erros
escrito, se exerce cargo, emprego ou função pública na e/ou omissões.
Administração Direta ou Indireta, federal, estadual ou § 4° De posse de todas as informações, a Comissão emitirá
municipal, ou se dela recebe proventos de aposentadoria. parecer e, se este for contrário à permanência do funcionário,
§ 1° Ocorrendo hipótese de acumulação proibida, a posse dar-se-lhe-á conhecimento, para efeito de apresentação de
será sustada, até que, respeitados os prazos fixados no art. 22, defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei
se comprove a inexistência daquela. Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
§ 2° Sendo constatada a acumulação após a data da posse, § 5° Recebida a defesa, a Comissão emitirá parecer
o servidor estará sujeito às disposições decorrentes do art. 145 conclusivo, submetendo o processo à manifestação do
e seguintes. Secretário Municipal de Recursos Humanos, cabendo a este a
§ 3° No caso de posse para o exercício de cargo de remessa do expediente ao Prefeito, que decidirá sobre a
provimento em comissão, além da declaração mencionada no exoneração ou manutenção do funcionário.
“caput”, o servidor deverá declarar, por escrito, não ter relação § 6° Se o Prefeito considerar aconselhável a exoneração do
familiar ou de parentesco que importe na prática de funcionário, será publicado o respectivo ato, caso contrário, a
nepotismo, na forma do regulamento. confirmação do funcionário não dependerá de qualquer novo
ato.
Art. 20. Cumpre à autoridade responsável pelo órgão de
Recursos Humanos verificar, previamente, sob pena de Art. 26. Além das hipóteses previstas no art. 138 desta Lei
responsabilidade, se foram satisfeitas as condições legais para Complementar, o funcionário poderá ser exonerado antes de
a investidura. findo o período de estágio probatório, nos seguintes casos:
I – inassiduidade;
Art. 21. O Prefeito ou a autoridade por ele delegada dará II – ineficiência de desempenho.
posse aos nomeados.
Seção III
Art. 22. A posse deverá verificar-se no prazo de 15 Da Reintegração
(quinze) dias, contados da data do ato de nomeação.
§ 1° Poderá haver posse mediante procuração, a critério da Art. 27. A reintegração, que decorrerá de decisão
autoridade competente. administrativa ou sentença judicial, é o reingresso no serviço
§ 2° A requerimento do interessado, o prazo para a posse do funcionário exonerado de ofício ou demitido, com
poderá ser prorrogado por até 15 (quinze) dias, a critério da ressarcimento do vencimento e vantagens e reconhecimento
Administração, no caso de impedimento. dos direitos ligados ao cargo, nos termos da decisão ou
§ 3° Em se tratando de servidor municipal que esteja em sentença.
férias ou licenciado, o prazo deste artigo será contado da data Parágrafo único. A decisão administrativa que
em que retornar ao serviço, exceto na hipótese de licença para determinar a reintegração será sempre proferida em pedido
tratar de interesse particular. de reconsideração, recurso hierárquico ou revisão de
processo.
Art. 23. Será tornada sem efeito a nomeação, se a posse
não se verificar no prazo estabelecido. Art. 28. A reintegração será feita no cargo anteriormente
ocupado, se este houver sido transformado, no cargo
Subseção III resultante da transformação ou, se extinto, em cargo de
Do Estágio Probatório vencimento ou remuneração equivalente, atendida a
habilitação profissional.
Art. 24. Ao entrar em exercício, o funcionário nomeado Parágrafo único. Não ocorrendo qualquer das hipóteses
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio previstas neste artigo, o funcionário será reintegrado no cargo
probatório, por período de 03 (três) anos, durante o qual a sua extinto, que será restabelecido, como excedente a ser
aptidão e capacidade para o desempenho do cargo serão definitivamente extinto na vacância.
objeto de avaliação, observados os critérios e fatores a serem
estabelecidos em regulamento próprio. (Redação dada pela Art. 29. O funcionário reintegrado será submetido à
Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) inspeção médica e poderá ser readaptado ou aposentado,
Parágrafo único. O estágio probatório ficará suspenso quando houver limitação em sua capacidade física e/ou
durante as licenças e afastamentos previstos no art. 49 e nos mental.
incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do art. 69 desta Lei Complementar,
superiores a 180 (cento e oitenta) dias consecutivos. Seção IV
Do Aproveitamento
Art. 25. A avaliação do estágio probatório será realizada
por Comissão Especial designada pelo Prefeito, mediante Art. 30. Aproveitamento é o retorno ao serviço público do
informações prestadas pelas chefias mediata e imediata, funcionário colocado em disponibilidade.
conforme manual de avaliação aprovado em regulamento Art. 31. Será obrigatório o aproveitamento do funcionário
próprio. em cargo de natureza e vencimento ou remuneração
§ 1° A Comissão Especial será constituída de 03 (três) compatíveis com o anteriormente ocupado, especialmente
membros que não estejam, na ocasião, ocupando cargo ou quando:
função dos quais possam ser exonerados “ad nutum”. I – for recriado o cargo de cuja extinção decorreu a
§ 2° Ocorrendo transferência do funcionário ou de seu disponibilidade;
superior imediato durante o estágio probatório, as II – houver necessidade de prover o cargo anteriormente
informações de que trata o “caput” relativas ao período declarado desnecessário.
anterior serão fornecidas, por ocasião da transferência, pelo Parágrafo único. O aproveitamento dependerá de prévia

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inspeção médica. Art. 40. A vacância decorrerá de:


I – exoneração;
Art. 32. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, II – demissão;
terá preferência o de maior tempo de disponibilidade e, no III – promoção;
caso de empate, o de maior tempo no serviço público. IV – aposentadoria;
V – posse em outro cargo de acumulação proibida;
Art. 33. Será tornado sem efeito o aproveitamento e VI – falecimento;
cassada a disponibilidade se o funcionário não tomar posse no VII – readaptação definitiva.
prazo legal, salvo no caso de doença comprovada em inspeção Parágrafo único. A vacância de cargo implicará na
médica. respectiva vaga. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508,
Parágrafo único. Provada a incapacidade definitiva em de 02 de dezembro de 2011)
inspeção médica, será o funcionário aposentado.
Art. 41. A exoneração dar-se-á a pedido ou de ofício.
Seção V § 1° Pedida a exoneração, o funcionário cumprirá o
Da Reversão exercício até a publicação do ato, sob pena de perda da
remuneração, salvo decisão administrativa em contrário.
Art. 34. Reversão é o retorno ao serviço público de § 2° A exoneração de ofício somente ocorrerá quando:
funcionário aposentado por invalidez. I – se tratar de cargo em comissão;
Parágrafo único. Para que a reversão se efetive, é II – o funcionário não tomar posse nem assumir o exercício
necessário que o aposentado seja considerado apto em do cargo no prazo legal.
inspeção médica realizada pelo Serviço de Medicina do § 3° Na hipótese dos §§ 1° e 2°, inciso I, deste artigo, o
Trabalho da Prefeitura. (Redação dada pela Lei Complementar servidor só poderá ser exonerado após a realização de exame
n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) médico demissional. (Parágrafo acrescido pela Lei
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
Art. 35. A reversão far-se-á no mesmo cargo em que se deu § 4° A critério da Administração, observados os requisitos
a aposentadoria ou no cargo resultante de sua transformação. legais e a necessidade do serviço, o exame médico demissional
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de poderá ser dispensado. (Parágrafo acrescido pela Lei
dezembro de 2011) Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
Parágrafo único. Encontrando-se o cargo provido, o
funcionário exercerá suas atribuições como excedente, até a Art. 42. A vaga ocorrerá na data:
ocorrência de vaga. (Parágrafo acrescido pela Lei I – do falecimento;
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) II – imediata àquela em que o funcionário completar 75
(setenta e cinco) anos de idade;
Art. 36. Não haverá reversão se o funcionário houver (Redação dada pela Lei Complementar n.º 569, de 02 de
preenchido os requisitos para a aposentadoria voluntária ou junho de 2016)
compulsória. III – da publicação:
a) da lei que criar o cargo;
Seção VI b) do ato que aposentar, exonerar, demitir ou conceder
Da Promoção promoção;
IV – da posse em outro cargo de acumulação proibida.
Art. 37. A promoção é a passagem do servidor de um nível
para o outro imediatamente superior dentro do grupo a que Art. 43. Quando se tratar de função de confiança, a
pertence o cargo ou emprego, mediante avaliação do vacância dar-se-á, por dispensa, a pedido ou de ofício, ou por
desempenho e capacitação profissional. (Redação dada pela Lei destituição.
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
CAPÍTULO III
Seção VII DO EXERCÍCIO
Da Readaptação
Art. 44. Exercício é o período de desempenho efetivo das
Art. 38. A readaptação é o provimento de funcionário em atribuições de determinado cargo.
cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a § 1° O funcionário ficará afastado do exercício de suas
superveniente limitação que tenha sofrido em sua capacidade atividades com prejuízo da renumeração devida, quando tiver
física e/ou mental, constatada em inspeção médica, a cargo do suspensa, por decisão definitiva do órgão administrativo ou de
Serviço de Medicina do Trabalho da Prefeitura. (Redação dada classe competente, a habilitação exigida para a posse e
pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) exercício do cargo, pelo prazo necessário à regularização.
§ 1° A readaptação poderá ser temporária ou definitiva, de (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
conformidade com o resultado da inspeção médica. dezembro de 2011)
§ 2° Na readaptação, nos termos do “caput” deste artigo, § 2° Não se aplica o disposto no § 1° ao servidor enquanto
será mantida a remuneração do cargo efetivo, não sendo estiver afastado do serviço por outro motivo ou em gozo de
considerada motivo para efeito de equiparação de licença prevista nesta Lei Complementar. (Parágrafo acrescido
vencimentos. pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
§ 3° O funcionário readaptado será alocado, segundo as § 3° Na hipótese de perda definitiva da habilitação de que
suas restrições, independentemente do local de trabalho de trata o § 1°, será instaurado processo administrativo
origem. disciplinar visando a exoneração do servidor. (Parágrafo
acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de
Seção VIII 2011)
Da Vacância
Art. 45. O início, a interrupção e o reinício do exercício
Art. 39. Dar-se-á vacância do cargo ou da função na data serão registrados no assentamento individual do funcionário.
do fato ou da publicação do ato que implique desinvestidura. Parágrafo único. O início do exercício e as alterações que

Referências 139
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neste ocorrerem serão comunicados, pelo chefe imediato do Art. 55. Será considerado como de efetivo exercício o
funcionário, ao órgão de Recursos Humanos da Prefeitura. afastamento em virtude de:
I – férias;
Art. 46. Ao titular do órgão para onde for designado o II – casamento, até 08 (oito) dias consecutivos, contados do
funcionário compete dar-lhe exercício. dia da realização do ato, inclusive;
III – falecimento de pai, mãe, cônjuge, companheiro,
Art. 47. O exercício do cargo terá início na data da posse padrasto, madrasta filhos de qualquer natureza e irmãos, até
ou da publicação oficial do ato, no caso de reintegração. 08 (oito) dias consecutivos, a contar do dia do falecimento,
§ 1° A promoção não interrompe o exercício, que é contado inclusive;
no novo cargo a partir da publicação do ato respectivo. IV – falecimento de sogro, sogra, avós, netos, tios,
§ 2° O funcionário, quando licenciado nos termos do art. sobrinhos, cunhados e primos de 1° grau, até 03 (três) dias
69, deverá entrar em exercício ou retomá-lo, imediatamente, consecutivos, a contar do falecimento, inclusive;
após o término da licença. V – licença por acidente em serviço ou doença profissional;
VI – licença para tratamento de saúde do servidor;
Art. 48. O funcionário terá exercício no órgão em que for VII – licença para tratamento de saúde de pessoa da família
lotado, podendo ser deslocado para outro, atendida a até 30 (trinta) dias, consecutivos ou não;
conveniência do serviço. VIII – licença à funcionária gestante;
IX – licença à funcionária da qual trata o art. 83 desta Lei
Art. 49. O funcionário não poderá ausentar-se do serviço Complementar;
para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem X – licença ao servidor de 05 (cinco) dias por motivo de
vencimento, sem prévia autorização ou designação do paternidade ou por adoção ou obtenção de guarda judicial
Prefeito. para fins de adoção de criança até 8 (oito) anos de idade;
§ 1° O funcionário designado para estudo ou XI – missão ou estudo de interesse do Município, quando o
aperfeiçoamento fora do Município, com ônus para os cofres afastamento tiver sido autorizado pelo Prefeito;
municipais, ficará obrigado a prestar serviços ao Município XII – exercício de outro cargo ou função de governo ou
por tempo igual ao dobro do período de afastamento, devendo direção, de provimento em comissão ou em substituição, no
ser assinado termo de compromisso. serviço público do Município, inclusive respectivas autarquias,
§ 2° Não cumprido o compromisso, o Município será empresas públicas e sociedades de economia mista;
indenizado da quantia total despendida com a viagem, XIII – exercício de outro cargo ou função de governo ou
incluídos os vencimentos e as vantagens recebidos. direção, de provimento em comissão, no serviço público da
União, dos Estados e de outros Municípios, inclusive nas
Art. 50. O servidor matriculado em estabelecimento de respectivas autarquias, empresas públicas e sociedades de
ensino será, sempre que possível, aproveitado em serviços economia mista, quando o afastamento houver sido
cujo horário não colida com o relativo ao período das aulas. autorizado pelo Prefeito;
§ 1° Sendo impossível o aproveitamento a que se refere XIV – férias-prêmio;
este artigo, poderá o estudante iniciar o serviço uma hora XV – 01 (um) dia a cada 12 (doze) meses, para doação
depois do expediente ou dele se retirar uma hora antes do seu voluntária de sangue, devidamente justificada;
término, conforme o caso, desde que a compense, prorrogando XVI – candidatura a cargo eletivo, se obrigatório o
ou antecipando o expediente normal. afastamento;
§ 2° Sob pena de suspensão do benefício, o servidor XVII – mandato legislativo ou executivo, federal, estadual
apresentará, mensalmente, atestado de frequência às aulas. ou municipal;
XVIII – convocação para o serviço militar;
Art. 51. Havendo interesse público, devidamente XIX – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
justificado, poderá o servidor ser colocado à disposição de XX – as faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou
qualquer órgão da União, do Estado ou de outros Municípios e de força maior, a critério da chefia;
de suas entidades de administração indireta, com ou sem ônus XXI – o tempo de afastamento resultante da aplicação de
para o Município. medidas protetivas à mulher, nos termos da legislação federal,
Parágrafo único. As disposições do “caput” deste artigo observando–se quanto ao prazo e condições o disposto na
aplicam-se às autarquias, fundações públicas e empresas de decisão judicial;
economia mista do Município. XXII – falta abonada. (Inciso acrescido pela Lei
Complementar n.º 5 3 0, de 0 3 de julh o de 201 3)
Art. 52. Preso preventivamente, pronunciado por crime Parágrafo único. O tempo em que o funcionário esteve em
comum ou, denunciado por crime funcional ou, ainda, disponibilidade será computado integralmente para efeito de
condenado por crime inafiançável em processo no qual não aposentadoria, adicional por tempo de serviço e sexta parte.
haja pronúncia, o funcionário será afastado do exercício, até
decisão final transitada em julgado. CAPÍTULO V
DOS DIREITOS
CAPÍTULO IV Seção I
DO TEMPO DE SERVIÇO Da Estabilidade

Art. 53. A apuração do tempo de serviço far-se-á em dias. Art. 56. O funcionário adquirirá estabilidade após 03
§ 1° O número de dias será convertido em anos, (três) anos de exercício em cargo efetivo, quando nomeado por
considerado o ano de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. concurso público. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
§ 2° Não serão computados no tempo de serviço os 508, de 02 de dezembro de 2011)
afastamentos não elencados no art. 55, desta Lei
Complementar. Art. 57. O servidor estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
Art. 54. É vedada a soma de tempo de serviço II – mediante processo administrativo em que lhe seja
simultaneamente prestado. assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de

Referências 140
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desempenho, na qual será assegurada ampla defesa; Art. 63. As férias somente poderão ser interrompidas por
IV – nas formas e condições previstas no art. 169, § 4°, da imperiosa necessidade de serviço, desde que a interrupção
Constituição Federal e na Lei Federal no 9.801, de 16 de junho seja devidamente justificada e o servidor tenha gozado, no
de 1999. mínimo, 50% (cinquenta por cento) dos dias inicialmente
Seção II previstos.
Das Férias Parágrafo único. O restante do período interrompido será
gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 59 desta
Art. 58. O funcionário terá direito a 30 (trinta) dias de Lei Complementar.
férias por ano, concedidos de acordo com escala organizada
pela sua chefia imediata. Art. 64. Por motivo de provimento em outro cargo, o
§ 1° A escala de férias poderá ser alterada por autoridade funcionário em gozo de férias não poderá interrompê-las; a
superior, ouvido o chefe imediato do funcionário. investidura decorrente, quando for o caso, terá como termo
§ 2° As férias serão reduzidas a 20 (vinte) dias quando o inicial do seu prazo a data em que o funcionário voltar ao
funcionário contar, no período aquisitivo, mais de 09 (nove) serviço.
faltas, não justificadas, ao serviço.
§ 3° Somente depois de 12 (doze) meses de exercício o Seção III
funcionário terá direito a férias. Das Férias–Prêmio
§ 4° Durante as férias, o funcionário terá direito, além do
vencimento, a todas as vantagens que perceba no momento em Art. 65. A cada quinquênio de exercício no serviço público
que passou a fruí–las, além do adicional de férias, no valor municipal, ao funcionário ocupante de cargo efetivo, que as
correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração. requerer, conceder-se-ão férias-prêmio de 03 (três) meses.
§ 5° No caso de exoneração, qualquer que seja a causa, ou § 1° A remuneração das férias–prêmio observará os
de aposentadoria do funcionário, as férias não gozadas serão direitos e vantagens do cargo ou função ocupada na data da
indenizadas integralmente e os períodos incompletos concessão.
indenizados na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de § 2° Interromperá o período aquisitivo, iniciando-se nova
exercício no período aquisitivo, sendo o mês considerado contagem, se houver o funcionário:
como a fração superior a 14 (catorze) dias. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
§ 6° Os períodos incompletos não serão indenizados dezembro de 2011)
quando o servidor for exonerado por decisão em regular I – sofrido pena de suspensão;
processo administrativo, observado o disposto no § 3° deste II – faltado ao serviço, injustificadamente, por mais de 10
artigo. (dez) dias, consecutivos ou não;
(Inciso com redação dada pela Lei Complementar n.º 562, de
Art. 59. É proibida a acumulação de férias, salvo por 17 de setembro de 2015)
imperiosa necessidade do serviço e pelo máximo de 02 (dois) III – gozado das seguintes licenças:
períodos, a critério da chefia. a) prestação do serviço militar;
b) para trato de interesse particular;
Art. 60. Perderá o direito às férias o funcionário que: c) para desempenho de mandato eletivo;
I – no período aquisitivo, houver gozado das licenças, a d) para tratamento de doença em pessoa da família por
saber: mais de 30 (trinta) dias, consecutivos ou não;
a) prestação do serviço militar; e) para tratamento de saúde superior a 30 (trinta) dias,
b) para trato de interesse particular; consecutivos ou não, salvo para repouso a gestante.
c) para desempenho de mandato eletivo. § 3° As férias-prêmio deverão ser requeridas de forma a
II – no período aquisitivo, houver gozado qualquer licença possibilitar que sejam integralmente gozadas antes de findo o
por prazo superior a 60 (sessenta) dias, salvo para repouso à novo período aquisitivo, sob pena de perda do direito, salvo na
gestante, acidente em serviço ou doença profissional; hipótese prevista no § 2° do art. 67 desta Lei Complementar.
III – não as gozar até 03 (três) anos após o período
aquisitivo; Art. 66. Em se tratando de acumulação permitida, o
IV – que no período aquisitivo tiver mais de 30 (trinta) funcionário terá direito a férias-prêmio nos dois cargos, desde
faltas injustificadas. que os requisitos do art. 65 sejam satisfeitos em relação a
ambos.
Art. 61. As férias poderão ser gozadas de forma parcelada,
em duas oportunidades, de 10 (dez) e 20 (vinte) dias, ou vice- Art. 67. O funcionário poderá gozar das férias-prêmio até
versa. em 03 (três) etapas, não inferiores a um mês.
§ 1° É facultado ao funcionário converter 1/3 (um terço) § 1° A época da concessão e das etapas das férias-prêmio
do período de férias a que tiver direito, desde que não inferior será a que melhor atenda aos interesses da Administração.
a 20 (vinte) dias, em abono pecuniário, no valor da § 2° É facultado à autoridade competente, tendo em vista
remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes, razões de ordem pública, adiar, em despacho fundamentado, a
gozando obrigatoriamente o restante no mesmo momento. concessão das férias-prêmio por prazo não superior a 18
§ 2° Ressalvado o disposto neste artigo, é expressamente (dezoito) meses, a contar da data do requerimento.
proibido transacionar com o direito de férias.
Art. 68. O funcionário com direito a férias-prêmio poderá
Art. 62. No início das férias, o funcionário terá direito ao optar pelo recebimento, em dinheiro, da importância
recebimento da remuneração relativa aos dias de férias que irá equivalente aos vencimentos correspondentes ao período
gozar, acrescido do valor correspondente ao abono pecuniário, todo, ou a parte deles, levando em conta o disposto no art. 67.
se for o caso, e ao adicional de que trata o § 4° do art. 58. Parágrafo único. O pagamento a que se refere o “caput”
§ 1° Para efeito de pagamento da remuneração acima, será deste artigo será efetuado em até 03 (três) parcelas, segundo
observada a média das horas extras prestadas no período disponibilidade orçamentária.
aquisitivo, se o caso.
§ 2° O pagamento correspondente aos dias de gozo das
férias será efetuado até 02 (dois) dias antes de seu início.

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APOSTILAS OPÇÃO

Seção IV de saúde a funcionário que não tenha cumprido o período de


Das Licenças carência referido no parágrafo anterior, o pagamento da
Subseção I remuneração ficará a cargo da Prefeitura.
Disposições Gerais
Art. 74. No curso da licença, o funcionário poderá ser
Art. 69. Conceder-se-á licença: examinado pelo Serviço de Medicina do Trabalho da
I – para tratamento de saúde; Prefeitura, a pedido ou de ofício, ficando obrigado a reassumir
II – para tratamento de doença em pessoa da família; imediatamente seu cargo, se for considerado apto para o
III – para repouso à gestante; trabalho, sob pena de se tomarem como faltas injustificadas os
IV – para serviço militar; dias de ausência. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508,
V – para trato de interesse particular; de 02 de dezembro de 2011)
VI – para desempenho de mandato eletivo;
VII – para desempenho de mandato de direção sindical. Art. 75. Nos casos de acidente do trabalho e de doença
profissional, o tratamento médico e a assistência médica e
Art. 70. Terminada a licença, o funcionário reassumirá hospitalar do servidor serão realizados, sempre que possível,
imediatamente o exercício. por estabelecimento da rede municipal e as despesas correrão
por conta do Município.
Art. 71. Ao funcionário ocupante de cargo em comissão ou § 1° Considera-se acidente do trabalho todo aquele que se
função de confiança não serão concedidas, nessa qualidade, as verifique pelo exercício das atribuições do cargo, provocando,
licenças de que tratam os itens IV, V, VI e VII do art. 69. direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional
ou doença que determine a morte, a perda total ou parcial,
Art. 72. No curso das licenças a que se referem os incisos, permanente ou temporária, da capacidade física ou mental
I, II e III do art. 69, o funcionário abster-se-á de qualquer para o trabalho.
atividade remunerada, sob pena de interrupção da licença, § 2° Equipara–se ao acidente do trabalho:
com perda total do vencimento e demais vantagens até que I – o acidente ocorrido no percurso da residência para o
reassuma o exercício do cargo. local do trabalho, ou deste para aquela, qualquer que seja o
Parágrafo único. Os dias correspondentes à perda de meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade
vencimento de que trata este artigo serão considerados como particular do funcionário, desde que não haja alteração ou
faltas injustificadas ao serviço. interrupção do percurso por motivo alheio ao trabalho;
II – o acidente ocorrido no local e no horário de trabalho
Subseção II em consequência de agressão não provocada, sofrida pelo
Da Licença para Tratamento de Saúde funcionário no desempenho do cargo ou em razão dele.
§ 3° A prova do acidente será feita em processo especial,
Art. 73. Será concedida ao funcionário licença para no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período
tratamento de saúde, mediante inspeção médica a cargo do quando as circunstâncias o exigirem, e seu reconhecimento
Serviço de Medicina do Trabalho da Prefeitura, sem prejuízo dependerá de inspeção ou apuração pelos Serviços de
da remuneração a que fizer jus. (Redação dada pela Lei Engenharia de Segurança do Trabalho e Medicina do Trabalho
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) da Prefeitura. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de
§ 1° Para os fins deste artigo, admitir-se-á atestado médico 02 de dezembro de 2011)
emitido por médico particular, identificado com o respectivo § 4° Entende-se por doença profissional a que se deve
código previsto na CID – Classificação Internacional de atribuir, como relação de causa e efeito, às condições inerentes
Doenças, se o caso, o qual deverá ser apresentado na forma e ao serviço ou a fatos nele ocorridos.
no prazo previsto em Regulamento. (Redação dada pela Lei § 5° A prova pericial da relação de causa e efeito a que se
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) refere § 4° será produzida a cargo dos Serviços de Engenharia
§ 2° É facultado ao médico do Serviço de Medicina do de Segurança do Trabalho e Medicina do Trabalho da
Trabalho da Prefeitura, a qualquer tempo, exigir nova inspeção Prefeitura e por junta médica do Regime Próprio de
médica. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de Previdência do Município. (Redação dada pela Lei
dezembro de 2011) Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
§ 3° No caso do pedido de afastamento não ser acatado, o
servidor será obrigado a reassumir o exercício do cargo ou Art. 76. A licença para tratamento de saúde será
função no dia imediatamente posterior à ciência da negativa concedida, ou prorrogada, de ofício ou a pedido do funcionário
do acolhimento. ou de seu representante, quando não possa ele fazê-lo.
§ 4° O atestado médico entregue fora do prazo previsto em Parágrafo único. Incumbe à chefia imediata promover a
regulamento implicará na perda da remuneração apresentação do funcionário à inspeção médica, sempre que
correspondente ao período do afastamento, considerando-se, este a solicitar.
todavia, de efetivo exercício para os demais fins.
§ 5° Para a licença com afastamento de até 15 (quinze) Art. 77. O funcionário que se recusar à inspeção médica
dias, a inspeção será feita por médico do Serviço de Medicina ficará impedido do exercício do seu cargo, até que se verifique
do Trabalho da Prefeitura, e, se, por prazo superior, por perícia a inspeção.
médica a cargo do Regime Próprio de Previdência do Parágrafo único. Os dias em que o funcionário, por força
Município. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de do disposto neste artigo, ficar impedido do exercício do cargo
02 de dezembro de 2011) serão tidos como faltas ao serviço.
§ 6° O pagamento da remuneração da licença referida
neste artigo, quando exceder a 15 (quinze) dias, desde que Art. 78. O não comparecimento do servidor à inspeção da
cumprido o prazo de carência previsto no art. 31, I, da Lei no perícia médica do Regime Próprio de Previdência do
5.894, de 12 de setembro de 2002, ficará a cargo do Regime Município na data marcada, sem motivo justificado, acarretará
Próprio de Previdência Municipal, na forma de auxílio-doença, a perda da remuneração correspondente ao período
sendo que o funcionário terá direito a todas as vantagens requerido, a critério da perícia, se não for possível a
percebidas normalmente. convalidação do laudo ou do atestado médico em razão das
§ 7° Na hipótese de concessão de licença para tratamento condições apresentadas pelo paciente.

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APOSTILAS OPÇÃO

Subseção III aos dias do afastamento de que trata o caput deste artigo ficará
Da Licença para Tratamento de Saúde em Pessoa da a cargo do regime próprio de previdência municipal, no caso
Família da servidora investida em cargo público, ou do regime geral de
previdência social, no caso de servidora vinculada ao regime
Art. 79. O funcionário poderá obter licença por motivo de da legislação trabalhista (celetista), durante o período previsto
doença na pessoa de: na legislação previdenciária, e, após, incumbirá à Prefeitura, na
I – pais e filhos de qualquer condição; forma de licença à gestante.
II – cônjuge do qual não esteja separado;
III – companheiro ou companheira que com ele conviva Art. 84. No caso de natimorto ou aborto não provocado
comprovadamente. será concedida a licença à gestante observado o seguinte:
§ 1° A licença somente será concedida mediante prova de I – natimorto: 120 (cento e vinte) dias;
ser indispensável à assistência pessoal e permanente do II – aborto não provocado: 2 (duas) semanas.
funcionário e esta não possa ser prestada simultaneamente
com o exercício do cargo, ou mediante compensação de Subseção V
horário, observado o seguinte: Da Licença para Prestação do Serviço Militar
I – ao médico do trabalho compete atestar se a patologia
apresentada pelas pessoas elencadas nos incisos I a III deste Art. 85. Ao funcionário que for convocado para serviço
artigo exige a assistência pessoal e permanente de terceiros; militar ou outro encargo da segurança nacional, será
II – ao Serviço Social compete realizar as diligências concedida licença sem remuneração, pelo prazo que durar a
necessárias para verificação e emissão de relatório quanto à sua incorporação ou convocação.
necessidade de assistência pessoal do servidor, nos termos do § 1° A licença será concedida à vista do documento oficial
§ 1° deste artigo. que prove a incorporação ou convocação.
§ 2° A licença de que trata este artigo será concedida com § 2° Ao funcionário desincorporado ou desconvocado
remuneração integral até 30 (trinta) dias; após, sem conceder-se-á prazo não excedente a 05 (cinco) dias, para que
remuneração, até o limite máximo de 02 (dois) anos, sendo reassuma o exercício.
computado neste período as novas concessões. (Redação dada
pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) Subseção VI
§ 3° Atingido o limite estabelecido no § 2° deste artigo, Da Licença para Trato de Interesses Particulares
nova licença só poderá ser concedida após decorridos 2 (dois)
anos do término da anterior. (Parágrafo acrescido pela Lei Art. 86. A critério da Administração, poderá ser concedida,
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) ao servidor ocupante de cargo efetivo, licença sem
§ 4° Sem prejuízo do disposto nos §§ 1° e 2° deste artigo, remuneração, para tratar de interesses particulares,
nova licença remunerada só poderá ser concedida depois de observado o disposto no Parágrafo único do art. 24 desta Lei
decorridos 2 (dois) anos do término da licença remunerada Complementar.
anterior. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 508, § 1° A licença poderá ser concedida pelo prazo de 02 (dois)
de 02 de dezembro de 2011) anos, prorrogável por igual período, a critério da
Administração.
Subseção IV § 2° Para a licença concedida com prazo inferior a 02 (dois)
Da Licença à Gestante anos, a prorrogação observará o limite máximo estabelecido
no § 1° deste artigo.
Art. 80. À servidora gestante serão concedidos 180 (cento § 3° O requerente aguardará, em exercício, a concessão da
e oitenta) dias de licença, com todas as vantagens, mediante licença, sob pena de demissão por abandono de cargo.
inspeção médica. § 4° Será negada a licença quando inconveniente ao
§ 1° Salvo prescrição médica em contrário, a licença será interesse do serviço.
concedida a partir do oitavo mês de gestação. § 5° Só poderá ser concedida nova licença depois de
§ 2° Durante o período da licença, a servidora não poderá decorridos 02 (dois) anos do término da anterior, incluída a
exercer qualquer atividade remunerada ou manter a criança prorrogação.
em creche ou instituição similar, sob pena de cometimento de
falta grave. Art. 87. O funcionário poderá, a qualquer tempo, desistir
da licença.
Art. 81. O pagamento da remuneração do período de Parágrafo único. Quando houver justificado interesse do
afastamento da servidora, nos primeiros 120 (cento e vinte serviço público, a licença poderá ser cassada, mediante
dias), ficará a cargo do regime próprio de previdência determinação fundamentada da autoridade competente.
municipal, no caso da servidora investida em cargo público,
sob a forma de salário maternidade, ou do regime geral de Subseção VII
previdência social, no caso de servidora vinculada ao regime Do Exercício do Mandato Eletivo
da legislação trabalhista (celetista) e, após, incumbirá à
Prefeitura, na forma de licença à gestante. Art. 88. Ao servidor municipal, da Administração Direta ou
Indireta, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
Art. 82. Se a criança nascer prematuramente, antes de seguintes disposições:
concedida a licença, o início desta se contará a partir da data I – tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual,
do parto. ficará afastado do seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito, será
Art. 83. À servidora que adotar ou obtiver termo de guarda afastado de seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
judicial para fins de adoção de criança de até 12 (doze) anos optar pelos subsídios ou pela sua remuneração;
de idade incompletos, será concedida a licença de que trata o III – investido no mandato de Vereador, havendo
art. 80, mediante apresentação do termo judicial de guarda à compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
adotante ou guardiã. (Redação dada pela Lei Complementar n.º cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
562, de 17 de setembro de 2015) cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, aplicar-se-á a
Parágrafo único. O pagamento da remuneração relativo norma prevista no inciso II deste artigo.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 1° Em qualquer caso que exija o afastamento para o IX – sexta-parte de vencimentos;


exercício do mandato, o seu tempo de serviço será contado X – adicional noturno;
para todos os efeitos legais, exceto para progressão e XI – abono de permanência.
promoção. Parágrafo único. Os acréscimos pecuniários percebidos
§ 2° É vedado ao Vereador, no âmbito da administração pelos servidores municipais não serão computados nem
pública direta e indireta municipal, ocupar cargo em comissão acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
ou aceitar, salvo mediante concurso público, emprego ou
função. Seção II
§ 3° Excetua-se da vedação do § 2° o cargo de Secretário Do Vencimento
Municipal, agente político, desde que o Vereador se licencie do
exercício do mandato. Art. 91. Vencimento é a retribuição pecuniária básica,
§ 4° Para efeito da compatibilidade de horários de que fixada em lei, paga mensalmente ao servidor público.
trata o inciso III deste artigo, não serão consideradas as § 1° Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não
convocações para reuniões ou seções extraordinárias. poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo para
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas.
Subseção VIII § 2° Respeitado o disposto no § 1° deste artigo, é vedada
Do Exercício do Mandato de Direção Sindical vinculação ou equiparação, de qualquer natureza, para o efeito
de remuneração do pessoal do serviço público.
Art. 89. Ao servidor municipal eleito para ocupar o cargo § 3° Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
de direção sindical, na forma do título de remuneração, incluídas as vantagens pessoais ou de
Decreto-Lei 5.452 de 04 de maio de 1943 (Consolidação qualquer natureza, valores superiores ao subsídio mensal, em
das Leis do Trabalho), é assegurado o direito de afastar–se de espécie, do Prefeito.
suas funções, durante o tempo em que durar o mandato,
recebendo seus vencimentos e vantagens, considerando o Art. 92. O servidor perderá o vencimento do dia se não
tempo como de serviço efetivo para todos os efeitos legais, comparecer ao serviço, salvo motivo previsto em lei.
exceto para promoção. (Redação dada pela Lei Complementar
n.º 5 32 , de 28 de agosto de 2013) Art. 93. A falta injustificada na semana acarretará:
Parágrafo único. O afastamento de que trata o “caput” I – a perda da remuneração do dia da falta;
deste artigo poderá ser concedido simultaneamente a, no II – a perda do Descanso Semanal Remunerado – DSR;
máximo, cinco servidores. (Redação dada pela Lei III – a perda da remuneração do feriado e/ou do ponto
Complementar n.º 5 32, de 28 de agosto de 2013) facultativo posterior ao dia da falta.

Seção V Art. 94. As reposições e indenizações devidas à Fazenda


Da Falta Abonada Municipal serão descontadas em parcelas mensais
consecutivas, não excedentes da décima parte da remuneração
Art. 89-A. Os servidores terão direito a 6 (seis) ausências ou provento, exceto na ocorrência de dolo ou pagamento
anuais, em dia de sua livre escolha, limitado a 3 (três) indevido, hipóteses em que não se admitirão parcelamento.
ausências no semestre, em intervalo não inferior a 15 (quinze) § 1° Será dispensada a reposição nos casos em que a
dias. percepção indevida tiver decorrido de decisão Administrativa.
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 562, de 17 de § 2° Se inviável a reposição ou a indenização, os valores,
setembro de 2015) devidamente corrigidos, serão inscritos na dívida ativa e
§ 1° As ausências de que trata o “caput” deste artigo serão cobrados administrativa ou judicialmente.
abonadas previamente pelo superior imediato, mediante
requerimento por escrito. (Parágrafo acrescido pela Lei Seção III
Complementar n.º 530, de 03 de julho de 2013) Das Diárias
§ 2° O servidor que faltar injustificadamente ou mediante
atestado médico perderá, a partir destes, durante o ano em Art. 95. Ao funcionário que, a serviço, missão ou estudo, de
curso, o direito à falta abonada. (Parágrafo acrescido pela Lei interesse do Município, dele se deslocar, em caráter eventual
Complementar n.º 530, de 03 de julho de 2013) ou transitório, no país ou no exterior, serão concedidas, além
§ 3° As faltas decorrentes de acidente do trabalho e doença do transporte, diárias a título de indenização das despesas de
do trabalho não acarretarão a perda das faltas abonadas. alimentação e hospedagem.
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 530, de 03 de
julho de 2013) Seção IV
Das Gratificações
CAPÍTULO VI
DO VENCIMENTO E DAS VANTAGENS Art. 96. Conceder-se-á gratificação:
Seção I I – pelo exercício de Função de Confiança;
Disposições Gerais II – pela prestação de serviços especiais;
III – de Natal;
Art. 90. Além do vencimento, o funcionário que houver
preenchido as condições para sua percepção, fará jus às Art. 97. O exercício de Função de Confiança somente
seguintes vantagens: poderá ser atribuído aos servidores detentores de cargo de
I – diárias; provimento efetivo.
II – gratificações; § 1° A gratificação pelo exercício de Função de Confiança
III – adicional por tempo de serviço; constitui-se em retribuição mensal pelo desempenho de
IV – adicional de insalubridade ou periculosidade; encargos de chefia ou direção.
V – adicional de risco de vida; § 2° A gratificação pelo exercício de Função de Confiança
VI – adicional pela prestação de horas extraordinárias; integra os vencimentos para todos os efeitos na forma da lei,
VII – auxílio-transporte; exceto para definição dos proventos de aposentadoria e
VIII – abono familiar; pensão, que observará o disposto em legislação específica.

Referências 144
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 3° A Função de Confiança será atribuída pelo Prefeito ou Seção VII


pela autoridade por ele delegada. Do Adicional de Risco de Vida
§ 4° A gratificação pelo exercício de Função de Confiança
será mantida nos casos de afastamento previstos nos incisos I Art. 103. Será concedido adicional de risco de vida,
a XI, XIV, XV, XIX, XX e XXI do art. 55. correspondente a 30% (trinta por cento) do vencimento base,
para os servidores integrantes da carreira de Guarda
Art. 98. Poderá ser atribuída a qualquer servidor, seja o Municipal e do cargo de Agente de Trânsito. (Redação dada pela
seu cargo de provimento efetivo ou não, uma gratificação que Lei Complementar n.º 5 4 8, de 16 de julho de 201 4)
se constitui numa retribuição mensal pela prestação de § 1° O adicional de que trata o caput deste artigo não se
serviços especiais, na forma do regulamento, a ser paga incorpora ao vencimento ou ao salário para fins de acréscimos
enquanto perdurar essa condição. ulteriores.
Parágrafo único. A gratificação de que trata este artigo § 2° O adicional de risco de vida de que trata o caput deste
não adere aos vencimentos para quaisquer efeitos. artigo tem caráter permanente, sendo mantido nos casos dos
afastamentos previstos no art. 55 desta Lei, sem prejuízo do
Art. 99. A gratificação de Natal será paga, anualmente, a disposto nos §§ 3° e 4° deste artigo. (Redação dada pela Lei
todo funcionário municipal, independentemente da Complementar n.º 548, de 16 de julho de 2014)
remuneração a que fizer jus. § 3° Nos afastamentos previstos nos incisos V e VI do artigo
§ 1° A gratificação corresponderá a 1/12 (um doze avos), 55 desta Lei Complementar, o adicional de risco de vida será
por mês de efetivo exercício, da remuneração devida em mantido até o 15° dia de afastamento. (Parágrafo acrescido
dezembro do ano correspondente. pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
§ 2° A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de § 4° Nos afastamentos por licença à gestante e por adoção,
exercício será tomada como mês integral, para efeito do § 1°. o adicional de risco de vida será devido a partir da cessação do
§ 3° A gratificação de Natal será calculada sobre a benefício previdenciário, na forma dos arts. 80, 81 e 83 desta
remuneração do funcionário, acrescida da média das horas Lei Complementar. (Parágrafo acrescido pela Lei
extras prestadas no ano em curso, excluído o abono familiar. Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
§ 4° A gratificação de Natal será estendida aos inativos e
pensionistas, com base no provento ou pensão que Art. 103-A. Será concedido adicional de risco de vida,
perceberem na data do pagamento daquela, a ser custeada correspondente a 30% (trinta por cento) do vencimento base,
pelo Regime Próprio de Previdência. para os servidores integrantes do cargo de Agente de
Fiscalização de Posturas Municipais, em efetivo exercício na
Seção V fiscalização do comércio. (Artigo acrescido pela Lei
Do Adicional por Tempo de Serviço Complementar n.º 5 4 3 , de 04 de junh o de 201 4)
§ 1° O adicional de que trata o caput deste artigo tem
Art. 101. A cada quinquênio no serviço público municipal, caráter transitório e não se incorpora ao vencimento ou ao
será concedido ao funcionário um adicional correspondente a salário para fins de acréscimos ulteriores. (Parágrafo
5% (cinco por cento) do vencimento de seu cargo efetivo, até acrescido pela Lei
o limite de 07 (sete) quinquênios. Complementar n.º 5 4 3 , de 04 de junh o de 201 4)
§ 1° O adicional é devido a partir do dia imediato àquele em § 2° O adicional de risco de vida será mantido nos casos de
que o funcionário tenha completado o tempo de serviço afastamento de que tratam os incisos I a IV, VII, X, XI, XIV, XV,
exigido. XIX, XX e XXI do art. 55 desta Lei Complementar. (Parágrafo
§ 2° O funcionário que exercer, cumulativamente, mais de acrescido pela Lei Complementar n.º 5 4 3 , de 04 de junh o de
um cargo, terá direito ao adicional calculado sobre o 201 4)
vencimento de maior monta. § 3° Nos afastamentos previstos nos incisos V e VI do art.
§ 3° Será computado, para efeito deste artigo: 55 desta Lei Complementar, o adicional de risco de vida será
I – para os funcionários admitidos a partir da data da mantido até o 15° (décimo quinto) dia de afastamento.
publicação da Lei Complementar no 348, de 18 de setembro de (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 5 4 3 , de 04 de
2002, com as alterações da Lei Complementar no 402, de 29 de junh o de 201 4)
junho de 2004, todo o tempo de serviço prestado ao Município, § 4° Nos afastamentos por licença à gestante e por adoção,
desde que contínuo, sob qualquer regime, inclusive o da o adicional de risco de vida será devido a partir da cessação do
legislação trabalhista; (Redação dada pela Lei Complementar benefício previdenciário, na forma dos arts. 80, 81 e 83 desta
n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) Lei Complementar. (Parágrafo acrescido pela Lei
II – para os funcionários admitidos até da data da Complementar n.º 5 4 3 , de 04 de junh o de 201 4)
publicação da Lei Complementar no 348, de 18 de setembro de
2002, com as alterações da Lei Complementar no 402, de 29 de Seção VIII
junho de 2004, todo o tempo de serviço prestado ao Município, Do Adicional pela Prestação de Horas Extraordinárias
ainda que descontínuo e sob qualquer regime, inclusive o da
legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei Complementar Art. 104. As horas extraordinárias prestadas de segunda-
n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) feira a sábado, no horário das 5:00 às 20:00 horas, serão
§ 4° Na hipótese de que trata o § 3° deste artigo, a calculadas com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre
concessão do adicional far-se-á mediante requerimento. a hora de trabalho em expediente normal.
§ 5° Aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes do § 1° Em se tratando de hora extraordinária noturna,
quadro de pessoal contratado, regulado pela Lei no 3.067, de realizada entre 20:00 horas de um dia e 5:00 horas do dia
10 de junho de 1987. (Parágrafo acrescido pela Lei seguinte, o valor da hora será acrescido de 20% (vinte por
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) cento) sobre a hora de trabalho extraordinária diurna, a título
de adicional noturno, observado o disposto no art. 117 desta
Seção VI Lei Complementar.
Do Adicional de Insalubridade e Periculosidade § 2° Nos domingos e feriados, independentemente do
horário, as horas extraordinárias serão pagas com acréscimo
Art. 102. Será concedido adicional de insalubridade ou de 100% (cem por cento).
periculosidade, nas condições previstas na legislação federal. § 3° Somente será permitido o serviço extraordinário para

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atender às situações excepcionais e temporárias, respeitado o filho ou dependente excepcional, o abono familiar
limite máximo de 2 (duas) horas diárias. corresponderá ao valor de 50% (cinquenta por cento) do
§ 4° As horas extras realizadas poderão ser pagas ou salário mínimo nacional, pago em relação a cada doente.
compensadas, por meio de crédito em banco de horas, a (Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
critério da Administração, na forma disciplinada em dezembro de 2011)
Regulamento.
Art. 110. Quando o pai e mãe forem funcionários
Art. 105. O adicional pela prestação de horas municipais e viverem em comum, o abono familiar será
extraordinárias é acumulável com outras gratificações, salvo a concedido exclusivamente ao pai.
gratificação pela prestação de serviços de brigadista, de Parágrafo único. Se os pais não viverem em comum, será
cerimonialista e de bilheteiro, na forma da lei específica, mas concedido àquele que tiver o dependente sob sua guarda.
não adere ao vencimento para cálculo de qualquer vantagem,
inclusive de outras gratificações, exceção feita quanto aos Art. 111. Nos casos de acumulação de cargos, o abono
reflexos de horas extras nas férias, descanso semanal familiar será pago somente em relação a um deles.
remunerado e gratificação de Natal. (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 5 53, de 11 de dezembro de 201 4) Art. 112. Nenhum desconto incidirá sobre o abono
familiar nem este servirá de base a qualquer contribuição,
Seção IX ainda que para fins de previdência social.
Do Auxílio-Transporte Parágrafo único. O abono familiar será pago mesmo nos
casos em que o funcionário ativo deixar de receber o
Art. 106. A todos servidores públicos municipais em respectivo vencimento ou provento.
atividade é devido o auxílio-transporte, a ser pago
mensalmente junto com os vencimentos. Art. 113. Todo aquele que, por ação ou omissão, der causa
§ 1° O benefício não será devido aos servidores que a pagamento indevido de abono familiar, ficará obrigado à sua
utilizarem transporte fornecido diretamente pelo Poder restituição, sem prejuízo das demais cominações legais.
Público e nem se incorpora à respectiva remuneração, para
cálculo de quaisquer outros benefícios ou vantagens Art. 114. O abono familiar relativo a cada dependente, será
pecuniárias. devido a partir do mês seguinte ao da solicitação.
§ 2° O benefício será pago proporcionalmente aos dias Parágrafo único. Deixará de ser devido o abono familiar,
efetivamente trabalhados durante o mês. relativo a cada dependente, no mês seguinte ao que se tenha
verificado o ato ou fato que haja determinado a sua supressão.
Art. 107. O Auxílio-Transporte corresponde ao valor de 80
(oitenta) passagens de ônibus urbanos de Jundiaí vigente no Seção XI
dia 15 (quinze) de cada mês. Da Sexta-Parte de Vencimentos

Seção X Art. 115. O funcionário que completar 25 (vinte e cinco)


Do Abono Familiar anos de tempo de serviço poderá requerer mais uma vantagem
pecuniária, correspondente à sexta-parte de seu vencimento.
Art. 108. Será concedido abono familiar ao funcionário § 1° Será computado, para efeito deste artigo:
ativo: I – para os funcionários admitidos a partir da data da
I – pelo cônjuge ou pessoa que viva comprovadamente em publicação da Lei Complementar no 348, de 18 de setembro de
sua companhia e que não exerça atividade remunerada nem 2002, com as alterações da Lei Complementar no 402, de 29 de
tenha renda própria; junho de 2004, todo o tempo de serviço prestado ao Município,
II – por filho menor de 18 (dezoito) anos ou filha menor de desde que contínuo, sob qualquer regime, inclusive o da
21 (vinte e um) anos, desde que viva às expensas do legislação trabalhista; (Redação dada pela Lei Complementar
funcionário e não exerça atividade remunerada; n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
III – por filho inválido que, comprovadamente, não exerça II – para os funcionários admitidos até a data da publicação
atividade remunerada nem possua renda; da Lei Complementar no 348, de 18 de setembro de 2002, com
IV – por filho excepcional; as alterações da Lei Complementar no 402, de 29 de junho de
V – por filho estudante que frequente curso superior, até a 2004, todo o tempo de serviço prestado ao Município, ainda
idade de 24 (vinte e quatro) anos, desde que não exerça que descontínuo e sob qualquer regime, inclusive o da
atividade remunerada; legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei Complementar
VI – por ascendente sem rendimento próprio que viva às n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
expensas do funcionário. § 2° O adicional de que trata este artigo será, para todos os
§ 1° Compreende-se, neste artigo, o filho, o enteado, e o efeitos, incorporado ao vencimento, observado o disposto no
menor que, mediante autorização judicial, estiver sob guarda Parágrafo único do art. 90.
e sustento do funcionário.
§ 2° Para efeito deste artigo, considera-se renda própria ou Seção XII
atividade remunerada o recebimento de importância igual ou Do Abono de Permanência
superior ao salário mínimo nacional. (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de 2011) Art. 116. O servidor que tenha completado as exigências
§ 3° Ao pai e a mãe equiparam-se o padrasto e a madrasta. para aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em
atividade nos termos do art. 40, § 19, da Constituição Federal
Art. 109. O valor do abono familiar será de 10% (dez por e dos arts. 2°, § 5°, e 3°, § 1°, da Emenda Constitucional no 41,
cento) do salário mínimo nacional, por dependente. (Redação de 19 de dezembro de 2003, fará jus a um abono de
dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de permanência equivalente ao valor da sua contribuição
2011) previdenciária até completar as exigências para a
§ 1° O valor do abono familiar por dependente inválido é o aposentadoria compulsória.
triplo do valor do abono familiar por dependente não inválido.
§ 2° Se o funcionário ativo possuir, comprovadamente,

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Seção XIII CAPÍTULO IX


Do Adicional Noturno DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 117. O serviço noturno em expediente normal, Art. 124. É assegurado ao funcionário o direito de
prestado no horário compreendido entre 20:00 (vinte) horas requerer ou representar.
de um dia e 5:00 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor § 1° O requerimento será dirigido à autoridade competente
hora acrescido de 20% (vinte por cento). para decidi-lo.
CAPÍTULO VII § 2° Da decisão caberá pedido de reconsideração e recurso
DA DISPONIBILIDADE administrativo, na forma prevista na Lei no 5.349, de 17 de
dezembro de 1999.
Art. 118. Extinto o cargo ou declarada pelo Poder Público
a sua desnecessidade, o funcionário estável será posto em Art. 125. O direito de pleitear na esfera administrativa
disponibilidade remunerada, com remuneração proporcional prescreverá:
ao tempo de serviço. I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
§ 1° A remuneração da disponibilidade do funcionário será cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem
calculada na razão de 1/35 (um, trinta e cinco avos) por ano interesse patrimonial e direitos resultantes das relações de
de serviço, se do sexo masculino, e 1/30 (um, trinta avos) se trabalho;
do sexo feminino, acrescidos do adicional por tempo de II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
serviço a que fizer jus o funcionário, na data da quando outro prazo for fixado em lei.
disponibilidade, do abono familiar e de outras vantagens § 1° O prazo de prescrição contar-se-á da data da
adquiridas. publicação oficial do ato impugnado ou da data da ciência do
§ 2° No caso de disponibilidade de professores, a interessado.
remuneração será calculada na base 1/30 (um, trinta avos) por § 2° O pedido de reconsideração e o recurso, quando
ano de serviço, se do sexo masculino, e 1/25 (um, vinte e cinco cabíveis, interrompem a prescrição.
avos) se do sexo feminino, acrescidos das vantagens previstas
no parágrafo anterior. Art. 126. São fatais e improrrogáveis os prazos
estabelecidos no art. 125.
Art. 119. Restabelecido o cargo, ainda que modificada sua
denominação, ou tornada sem efeito a declaração de sua Art. 127. Os direitos que dependem de provocação do
desnecessidade, será obrigatoriamente aproveitado nele o interessado serão conferidos a partir do dia primeiro do mês
funcionário posto em disponibilidade quando da sua extinção subsequente ao pedido, salvo disposição expressa em
ou desnecessidade. contrário.

Art. 120. O funcionário em disponibilidade poderá ser CAPÍTULO X


aposentado. DOS DEVERES

CAPÍTULO VIII Art. 128. São deveres do servidor:


DA ACUMULAÇÃO I – exercer com zelo e dedicação as suas atribuições;
II – ser leal às instituições a que servir;
Art. 121. É vedada a acumulação remunerada de cargos III – observar as normas legais e regulamentares;
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários: IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando
I – a de dois cargos de professor; manifestamente ilegais;
II – a de um cargo de professor com outro técnico ou V – atender com presteza:
científico; a) ao público em geral, prestando as informações
III – a de dois cargos ou empregos privativos de requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. b) aos pedidos de expedição de certidões para defesa de
§ 1° A proibição de acumular estende–se a empregos ou direito ou esclarecimento de situações de interesses pessoais;
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as
controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público. irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
§ 2° É vedada a percepção simultânea de proventos de VII – zelar pela economia do material e a conservação do
aposentadoria com a remuneração de cargo, emprego ou patrimônio público;
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis, na forma VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
do “caput” e incisos deste artigo, os cargos eletivos e os cargos IX – manter conduta compatível com a moralidade
em comissão declarados em lei de livre nomeação e administrativa;
exoneração. X – ser assíduo e pontual ao serviço;
§ 3° Em sendo a acumulação lícita, observar-se-á o XI – tratar com urbanidade as pessoas;
disposto no § 3° do art. 91. XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
poder;
Art. 122. O servidor não poderá exercer mais de uma XIII – não dar causa, por ação ou omissão, a situação que o
função de confiança. inabilite ou impeça o exercício regular do cargo de que é titular.
(Inciso acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
Art. 123. Verificada, em processo administrativo, dezembro de 2011)
acumulação proibida e provada a boa-fé, o servidor optará por Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII
um dos cargos. deste artigo será encaminhada pela via hierárquica e
Parágrafo único. Provada a má-fé, o servidor perderá o apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é
cargo mais antigo que exercia e restituirá o que tiver percebido formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
indevidamente.

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CAPÍTULO XI CAPÍTULO XIII


DAS PROIBIÇÕES DAS PENALIDADES

Art. 129. Ao servidor é proibido: Art. 131. São penas disciplinares:


I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem I – advertência;
prévia autorização do chefe imediato; II – multa;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade III – suspensão;
competente, qualquer documento ou objeto da repartição; IV – destituição de função de confiança;
III – recusar fé a documentos públicos; V – demissão;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de VI – cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
documento, processo ou execução de serviço;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no Art. 132. Na aplicação das penas disciplinares, serão
recinto da repartição; consideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos que dela provierem para o serviço público.
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua
responsabilidade ou de seu subordinado; Art. 133. Será punido o servidor que, sem justa causa,
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem- deixar de submeter-se a inspeção médica, quando exigível, nos
se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; termos desta Lei Complementar.
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, Art. 134. A pena de advertência será aplicada por escrito
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive; nos casos de desobediência ou falta de cumprimento dos
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de deveres.
outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
X – atuar, como procurador ou intermediário, junto a Art. 135. A pena de suspensão, que não excederá 90
repartições públicas municipais, salvo quando se tratar de (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave ou de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o reincidência.
segundo grau e de cônjuge ou companheiro; § 1° Constitui sempre falta grave a praticada com dolo, bem
XI – receber propina, comissão ou vantagem de qualquer como aquela de que resulte prejuízo para o serviço público.
espécie, em razão de suas atribuições; § 2° Quando houver conveniência para o serviço, a pena de
XII – praticar usura sob qualquer de suas formas; suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
XIII – proceder de forma desidiosa; (cinquenta por cento) por dia de remuneração, excluídas as
XIV – utilizar pessoal ou recursos materiais de repartição vantagens pessoais, ficando o servidor, nesse caso, obrigado a
em serviços ou atividades particulares; permanecer em serviço.
XV – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e Art. 136. O servidor, enquanto suspenso, perderá todos os
transitórias; direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo, exceto
XVI – exercer quaisquer atividades que sejam o abono familiar.
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho; Art. 137. A destituição de função de confiança terá por
XVII – recusar-se, injustificadamente, a atualizar seus fundamento a falta de exação no cumprimento do dever.
dados cadastrais, quando solicitado;
XVIII – exercer o comércio ou participar de gerência ou Art. 138. A pena de demissão será aplicada nos casos de:
administração de sociedade privada, personificada ou não, I – crime contra a administração pública;
exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; II – abandono do cargo;
XIX – praticar assédio moral sob qualquer de suas formas. III – incontinência de conduta e mau procedimento;
(Inciso acrescido pela Lei Complementar n.º 5 3 0, de 0 3 de IV – insubordinação em serviço;
julho de 201 3) V – ofensa moral ou física em serviço contra servidor ou
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso XVIII do qualquer pessoa, salvo em legítima defesa;
“caput” deste artigo não se aplica nos seguintes casos: VI – aplicação irregular dos dinheiros públicos;
I – exercício de atribuições de direção e gerência, bem VII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
como participação nos conselhos de administração e fiscal, de público;
empresas ou entidades em que o Município detenha, direta ou VIII – corrupção passiva, nos termos da lei penal;
indiretamente, participação no capital social ou em sociedade IX – transgressão dos itens II, VII, VIII, IX, X e XI do art. 129;
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de públicas;
dezembro de 2011) II – gozo de licença para o trato de XI – ineficiência de desempenho;
interesses particulares, nos termos do art. 86 desta Lei XII – indisciplina;
Complementar. XIII – desídia;
XIV – embriaguez habitual;
CAPÍTULO XII XV – ação ou omissão em virtude da qual o servidor se
DAS RESPONSABILIDADES torne inabilitado ou impedido do exercício regular do cargo.
(Inciso acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de
Art. 130. Pelo exercício irregular de suas atribuições, o dezembro de 2011)
servidor responde administrativa, civil e penalmente. § 1° Considera-se abandono do cargo a ausência do serviço,
Parágrafo único. A responsabilidade administrativa sem justa causa, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
resulta de atos ou omissões que contravenham o regular § 2° Poderá ser ainda demitido o servidor que:
cumprimento dos deveres, atribuições e responsabilidades I – reiteradamente, faltar ao serviço, ausentar-se do serviço
que as leis e os regulamentos cometem ao servidor. sem autorização ou atrasar-se para o serviço sem motivo
justificado;
II – for reincidente no cometimento de qualquer infração.

Referências 148
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Art. 139. O ato de demissão mencionará sempre a causa da B desta Lei, considerando os danos ao serviço público, os
penalidade. antecedentes funcionais do servidor e circunstâncias
agravantes e atenuantes da conduta. (Artigo acrescido pela Lei
Art. 140. Atenta à gravidade da falta, a demissão poderá Complementar n.º 5 3 0, de 0 3 de julho de 201 3)
ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual
constará sempre dos atos de demissão fundada nos itens I, VII, Art. 144-D. A pena de demissão será aplicada pela prática
VIII e IX do art. 138. das condutas previstas nos incisos IV e VII do § 1° do art. 85-B
da Lei Orgânica do Município de Jundiaí que resultem em
Art. 141. Para a imposição de penas disciplinares são graves danos ao servidor assediado ou em prejuízos
competentes: substanciais ao serviço público e na hipótese de reincidência
I – no caso de demissão: na prática de assédio moral punido com suspensão nos termos
a) o Prefeito; do art. 144-C desta Lei. (Artigo acrescido pela Lei Complementar
b) os titulares das entidades da Administração Indireta; n.º 5 3 0, de 0 3 de julho de 201 3)
II – no caso de penas de advertência e suspensão:
a) o Secretário Municipal de Recursos Humanos; Art. 144-E. A aplicação de penalidade por assédio moral
b) os titulares das entidades da Administração Indireta. dependerá de apuração em processo administrativo
Parágrafo único. A pena de multa será aplicada pela disciplinar ou sindicância, observando, no que couber, o
autoridade que impuser a suspensão. disposto no Capítulo XIV deste Título. (Artigo acrescido pela Lei
Complementar n.º 5 3 0, de 0 3 de julho de 201 3)
Art. 142. As penas poderão ser agravadas pelas seguintes Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo ao
circunstâncias: agente político do Município de Jundiaí que praticar assédio
I – conluio para a prática de infração; moral. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º 5 3 0, de
II – acumulação de infrações; 03 de julho de 2013)
III – reincidência genérica ou específica na infração.
CAPÍTULO XIV
Art. 143. Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SUA
se ficar provado que o inativo: REVISÃO
I – praticou falta grave no exercício do cargo ou função; Seção I
II – aceitou ilegalmente cargo ou função pública. Do Processo
Parágrafo único. Será igualmente cassada a
disponibilidade do servidor que não assumiu no prazo legal o Art. 145. A aplicação das penalidades previstas neste
exercício do cargo ou função em que for aproveitado. Estatuto dependerá de processo administrativo disciplinar,
assegurando-se ao acusado ampla defesa.
Art. 144. As faltas prescreverão, contados os prazos a
partir da data da infração: Art. 146. Compete ao Prefeito determinar a instauração de
I – em 06 (seis) meses, quando sujeitas a pena de processo administrativo.
advertência; Parágrafo único. A autoridade ou servidor que tiver
II – em 01 (um) ano, quando sujeitas às penas de multa ou ciência de qualquer irregularidade no serviço público é
suspensão; obrigado a denunciá-la, para que seja promovida sua apuração
III – em 05 (cinco) anos, quando sujeitas às penas de imediata, mediante Sindicância ou Inquérito Administrativo,
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e de assegurados, ao acusado, o contraditório e a ampla defesa.
destituição de função.
§ 1° A falta administrativa, também prevista como crime na Art. 147. Promoverá o processo uma comissão, designada
lei penal, prescreverá juntamente com este. pelo Prefeito, composta de 03 (três) servidores que não
§ 2° A instauração de procedimento administrativo e a estejam, na ocasião, ocupando cargo ou função de que sejam
decisão da autoridade competente interrompem a prescrição. exoneráveis "ad nutum".
Parágrafo único. Ao designar a comissão, o Prefeito
CAPÍTULO XIII–A indicará dentre seus membros o respectivo presidente, bem
DAS PENALIDADES POR ASSÉDIO MORAL como um servidor para servir de secretário.
(Capítulo acrescido pela Lei Complementar n.º 530, de 03
de julho de 2013) Art. 148. A comissão, sempre que necessário, dedicará
todo o tempo aos trabalhos próprios, ficando seus membros,
Art. 144-A. A aplicação das penalidades previstas no art. em tais casos, dispensados do serviço na repartição, durante o
85-A da Lei Orgânica do Município de Jundiaí pela prática de curso das diligências e elaboração do relatório.
assédio moral rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando- Parágrafo único. O prazo para conclusão do processo
se, subsidiariamente, as disposições do Capítulo XIII. (Artigo administrativo disciplinar será de 60 (sessenta) dias,
acrescido pela Lei Complementar n.º 5 3 0, de 0 3 de julho de prorrogável, pelo Prefeito, por mais 30 (trinta) dias, nos casos
2013) devidamente justificados.

Art. 144-B. Aplica-se a pena de advertência no caso de Art. 149. A comissão procederá a todas as diligências
prática das condutas de assédio moral descritas nos incisos I e convenientes, recorrendo, quando necessário, a técnicos ou
II do § 1° do art. 85-B da Lei Orgânica do Município de Jundiaí. peritos.
(Artigo acrescido pela Lei Complementar n.º 5 3 0, de 0 3 de
julho de 201 3) Art. 150. Ultimada a instrução, citar-se-á o acusado para,
no prazo de 10 (dez) dias, apresentar defesa e provas, sendo-
Art. 144-C. A pena de suspensão, que não excederá lhe facultada a obtenção de cópias e vista do processo na
noventa dias, será aplicada nas hipóteses descritas nos incisos repartição.
III a VII do § 1° do art. 85-B da Lei Orgânica do Município de § 1° Achando-se o acusado em lugar incerto, será citado
Jundiaí ou no caso de reincidência na prática de condutas de por edital com prazo de 15 dias.
assédio moral punidas com advertência, na forma do art. 144- § 2° O prazo de defesa poderá ser prorrogado até o dobro,

Referências 149
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para diligências reputadas imprescindíveis. originário.

Art. 151. O indiciado poderá constituir defensor para fazer Art. 159. O requerimento será dirigido ao Prefeito, que
sua defesa em processo administrativo disciplinar. designará, para processar o pedido, uma nova comissão
Parágrafo único. Caso o indiciado seja revel ou não composta nos termos do art. 147.
constitua defensor, a sua defesa será feita por servidor
municipal com nível de escolaridade igual ou superior ao do Art. 160. Concluído o encargo da comissão, será o
defendido ou por advogado nomeado em parcerias ou processo, com o respectivo relatório, encaminhado ao Prefeito,
programas institucionais de assistência jurídica do Município, para decisão final.
mediante designação por ato da autoridade instauradora do Parágrafo único. O prazo para decisão será de 30 (trinta)
processo. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 549, de 13 dias, podendo o Prefeito determinar diligências, concluídas as
de agosto de 2014) mesmas, o prazo será renovado por igual período.

Art. 152. Concluída a defesa e produzidas as provas Art. 161. Julgada procedente a revisão, tornar-se-á sem
porventura requeridas, a comissão remeterá o processo à efeito a penalidade imposta, restabelecendo-se todos os
autoridade competente para aplicação da penalidade, direitos por ela atingidos.
acompanhado de relatório no qual concluirá pela inocência ou
responsabilidade do acusado, indicando, se a hipótese for esta Seção III
última, a disposição legal transgredida. Do Afastamento Preventivo

Art. 153. Recebido o processo, a autoridade proferirá a Art. 162. O Prefeito poderá determinar o afastamento
decisão no prazo de 30 (trinta) dias. preventivo do servidor, sem prejuízo da remuneração, por até
§ 1° Não decidido o processo no prazo deste artigo, e 90 (noventa) dias, para que este não venha a influir na
estando o acusado afastado preventivamente do serviço, este apuração dos fatos que motivaram o processo administrativo
reassumirá automaticamente o exercício do cargo ou função, disciplinar.
aguardando, nessa condição, a decisão final. Parágrafo único. Findo o prazo de que trata este artigo,
§ 2° No caso de alcance ou malversação de dinheiro cessarão os efeitos do afastamento preventivo, ainda que o
público, devidamente apurado, o afastamento se prolongará processo não esteja concluído.
até a decisão final do processo administrativo disciplinar.
§ 3° Da decisão caberá pedido de reconsideração, dirigido Art. 163. O servidor terá direito:
a mesma autoridade que proferiu a decisão, no prazo de 10 I – à contagem do tempo de serviço relativo ao período em
(dez) dias, a contar da data da ciência da decisão ou da que tenha sido afastado preventivamente, se do processo não
publicação do ato. resultar pena disciplinar ou esta se limitar à advertência;
§ 4° Da decisão proferida em pedido de reconsideração II – à contagem do período de afastamento que exceder do
caberá recurso ao Prefeito, no mesmo prazo do § 3° deste prazo da suspensão disciplinar aplicada;
artigo. III – à contagem do período de afastamento preventivo e
§ 5° O pedido de reconsideração e o recurso suspendem a ao vencimento e vantagens que tenha direito, desde que
aplicação da penalidade. reconhecida sua inocência.
§ 6° O despacho decisório do Prefeito em grau de recurso,
bem como o decurso do prazo recursal, encerram Seção IV
definitivamente a instância administrativa. Do Processo por Abandono de Cargo

Art. 154. Tratando-se de crime, o Prefeito determinará a Art. 164. Caracterizado o abandono de cargo ou função, o
remessa de cópias do procedimento administrativo disciplinar chefe da repartição onde tenha exercício o servidor,
à autoridade competente, para as medidas policiais e judiciais comunicará o fato ao Prefeito, para instauração de processo
pertinentes. administrativo.
Parágrafo único. Instaurado o processo, o retorno ao
Art. 155. Será permitida a intervenção de defensor trabalho do servidor não impede o seu prosseguimento.
constituído pelo indiciado em qualquer fase do processo.
Art. 165. Instaurado o processo, a comissão, constituída na
Art. 156. O servidor que responder a processo disciplinar forma do art. 147, providenciará a citação do servidor faltoso
só poderá ser exonerado a pedido após a conclusão do no endereço constante do seu cadastro funcional.
processo, se reconhecida a sua inocência, ou após o Parágrafo único. Frustrada a citação, na forma do “caput”
cumprimento da pena. deste artigo, a Comissão providenciará a citação do servidor
faltoso por edital, com prazo de 30 (trinta) dias, publicado em
Seção II órgão de divulgação local e na Imprensa Oficial do Município.
Da Revisão
Art. 166. Findo o prazo previsto no Parágrafo único do
Art. 157. Dentro do prazo de 05 (cinco) anos, contados da art. 165 e não havendo manifestação do faltoso, ser-lhe-á
data da decisão final, poderá ser requerida a revisão do designado defensor, pelo Prefeito, na forma do Parágrafo
processo administrativo de que resultou pena disciplinar, único do art. 151. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
desde que se aduzam fatos ou circunstâncias suscetíveis de 508, de 02 de dezembro de 2011)
comprovar a inocência do requerente. Parágrafo único. O defensor diligenciará na apuração das
§ 1° Tratando-se de servidor falecido, desaparecido ou causas determinantes da ausência do serviço, tomando as
incapacitado de requerer, a revisão poderá ser requerida por providências necessárias à defesa sob seu encargo, tendo 10
qualquer das pessoas constantes do assentamento individual. (dez) dias para apresentá-la, contados da data da ciência de
§ 2° Não constitui fundamento para a revisão a simples sua designação.
alegação de injustiça da penalidade.
Art. 167. A comissão, recebida a defesa, fará a sua
Art. 158. A revisão tramitará em apenso ao processo apreciação e encaminhará relatório ao Prefeito, propondo,

Referências 150
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conforme o caso, a expedição do ato de demissão ou o interesse da classe.


arquivamento do processo, que deverá constar na folha de
assentamento do servidor. Art. 175. Contar-se-ão por dias corridos os prazos
previstos neste Estatuto, salvo disposição expressa em
Art. 168. Recebido o processo, o Prefeito proferirá a contrário.
decisão no prazo de 30 (trinta) dias. Parágrafo único. Não se computará no prazo o dia inicial,
prorrogando-se para o primeiro dia útil o vencimento que
TÍTULO III incidir em sábado, domingo ou feriado.
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
CAPÍTULO I Art. 176. São isentos de taxas, emolumentos ou custas os
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS requerimentos, certidões e outros papéis que, na esfera
administrativa, interessarem, nessa qualidade, ao servidor
Art. 169. O Município garantirá a seguridade social do municipal, ativo ou inativo, e ao pensionista.
servidor e de sua família. Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo as
cópias reprográficas, qualquer que seja a finalidade.
Art. 170. A seguridade social visa dar cobertura aos riscos
a que está sujeito o servidor e sua família e compreende um Art. 177. Poderão ser admitidas no serviço público
conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes municipal pessoas portadoras de deficiências, nos termos da
finalidades: Lei.
I – garantir meios de subsistência nos eventos de doença, § 1° A deficiência deverá ser compatível com o cargo ou
invalidez, velhice, acidente do trabalho, inatividade, função a serem ocupados.
falecimento e reclusão; § 2° A deficiência aceita na nomeação não será arguida
II – proteção à maternidade, adoção e paternidade; para justificar aposentadoria.
III – assistência à saúde.
Art. 178. A jornada normal de trabalho dos servidores
CAPÍTULO II públicos municipais é de 08 (oito) horas diárias e 40
DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA (quarenta) horas semanais, com as seguintes exceções:
I – pessoal do magistério, médicos, odontólogos e demais
Art. 171. Aos funcionários regidos por este Estatuto é profissões regulamentadas, na forma estabelecida em
assegurado regime de previdência de caráter contributivo, na legislação municipal própria; (Redação dada pela Lei
forma da Lei, observados critérios que preservem o equilíbrio Complementar n.º 56 3, de 17 de setembro de 2015)
financeiro e atuarial. II – os servidores sujeitos à jornada de 30 (trinta) horas
semanais, que perceberão vencimentos proporcionais,
Art. 172. Os benefícios a serem concedidos pelo regime de conforme tabela de vencimentos em vigor;
previdência dos funcionários públicos do Município de Jundiaí III – os servidores quando, pela natureza e especificidade
compreendem: do serviço, estejam sujeitos à jornada de trabalho contínua a
I – quanto aos funcionários: ser cumprida no regime 12x36 (doze horas trabalhadas por
a) aposentadoria por invalidez; trinta e seis de folga); (Redação dada pela Lei Complementar n.º
b) aposentadoria voluntária por idade; 56 3, de 17 de setembro de 2015)
c) aposentadoria voluntária por tempo de contribuição; IV – o servidor que possua como seu dependente pessoa
d) aposentadoria compulsória; portadora de deficiência, na forma de lei específica. (Acrescido
e) aposentadoria especial do professor; pela Lei Complementar n.º 579, de 20 de setembro de 2017)
f) auxílio-doença; § 1° Ao servidor com jornada especial nos termos do inciso
g) abono anual; II deste artigo será facultada a opção pela jornada normal, a
h) salário-família; qualquer tempo, observado, quanto à concessão dos
i) salário-maternidade; benefícios, o estabelecido pelo Regime Próprio de Previdência
II – quanto aos dependentes: do Município.
a) pensão por morte; § 2° Durante a jornada diária superior a 06 (seis) horas, os
b) auxílio–reclusão; servidores deverão observar um intervalo de, no mínimo, 01
c) abono anual. (uma) hora para refeição e descanso.
§ 3° Na jornada de que trata o inciso III deste artigo o
CAPÍTULO III intervalo para refeição e descanso será de 30 (trintas)
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE minutos, cumpridos dentro da jornada de trabalho.
§ 4° Para os efeitos da modalidade prevista no inciso III do
Art. 173. O Município poderá, mediante convênio, “caput” deste artigo, sábados e domingos serão considerados
estabelecer proteção a seus funcionários e dependentes, dias normais de trabalho e os feriados e pontos facultativos,
assegurando-lhes assistência médico-hospitalar. quando trabalhados, pagos com acréscimo de 100% (cem por
Parágrafo único. A proteção a que se refere este artigo cento). (Redação dada pela Lei Complementar n.º 56 3, de 17 de
será obrigatoriamente prestada, independentemente de setembro de 2015)
convênio, pela rede municipal de saúde. § 5° Os casos sujeitos à jornada de trabalho prevista no
inciso III do “caput” serão definidos pela Secretaria Municipal
TÍTULO IV de Gestão de Pessoas, mediante solicitação motivada do titular
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS do órgão interessado, em razão da natureza e especificidade
do serviço e da impossibilidade de sua interrupção. (Parágrafo
Art. 174. É assegurado aos servidores o direito de se acrescido pela Lei Complementar n.º 56 3, de 17 de setembro de
agruparem em associação de classe, sem caráter político ou 2015)
ideológico. § 6° Após autorização da Secretaria Municipal de Gestão de
Parágrafo único. Essas associações, de caráter civil, terão Pessoas, caberá ao titular da Pasta interessada cientificar os
a faculdade de representar coletivamente os seus associados, servidores que ficarão sujeitos à jornada de trabalho contínua
perante as autoridades administrativas, em matéria de no regime 12x36, por meio de comunicado. (Parágrafo

Referências 151
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acrescido pela Lei Complementar n.º 56 3, de 17 de setembro de n.º 508, de 02 de dezembro de 2011)
2015) Parágrafo único. Mediante autorização do servidor,
§ 7° Na jornada de que trata o inciso III do “caput” deste poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de
artigo, para efeito de apuração da frequência, será considerado terceiros, a critério da Administração e com reposição de
o limite mensal de 180 horas não ficando o servidor sujeito a custos, na forma definida em regulamento. (Parágrafo
qualquer desconto quando não atingir o limite de 180 horas acrescido pela Lei Complementar n.º 508, de 02 de dezembro de
trabalhadas no mês. (Parágrafo acrescido pela Lei 2011)
Complementar n.º 56 3 , de 17 de setembro de 2015)
§ 8° Eventuais horas excedentes ao limite de 180 horas Art. 186. As despesas decorrentes da execução desta Lei
mensais previsto no § 7° serão tratadas na forma do Complementar correrão por conta das verbas orçamentárias
regulamento. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n.º próprias, suplementadas se necessário.
56 3 , de 17 de setembro de 2015)
§ 9° O servidor sujeito a jornada de que trata o inciso III do Art. 187. Fica mantido o Estatuto do Magistério.
“caput” deste artigo terá direito a 1 (uma) folga por mês,
preferencialmente aos finais de semana, conforme escala Art. 188. A expressão municipal será sempre referente ao
predeterminada, e, na hipótese de não usufruir da folga mensal Município de Jundiaí.
por necessidade do serviço, esta será paga com acréscimo de
100% (cem por cento). (Parágrafo acrescido pela Lei Art. 189. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de
Complementar n.º 56 3 , de 17 de setembro de 2015) sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1° de janeiro de
2011.
Art. 179. Os servidores públicos municipais, no interesse
do serviço e no exercício das atribuições próprias de seu cargo, MIGUEL HADDAD
quando houver insuficiência de servidores ocupantes do cargo Prefeito Municipal
de Agente de Transporte, poderão dirigir veículos oficiais,
desde que possuam a habilitação exigida e expressa Publicada e registrada na Secretaria Municipal de
autorização da autoridade competente do órgão a que Negócios Jurídicos da Prefeitura do
pertença. Município de Jundiaí, aos vinte e dois dias do mês de
dezembro de dois mil e dez.
Art. 180. O dia 28 de outubro será consagrado ao servidor
público municipal, sendo ponto facultativo. GUSTAVO L. C. MARYSSAEL DE CAMPOS
Parágrafo único. O ponto facultativo a que se refere este Secretário Municipal de Negócios Jurídicos
artigo poderá ser antecipado ou postergado para qualquer dia
útil compreendido na semana do dia 28, a critério da
Administração, considerado o interesse público. (Redação
dada pela Lei Complementar n.º 565, de 21 de outubro de 2015) Anotações
Art. 181. O presente Estatuto, no que diz respeito às
normas gerais, aplicar-se-á aos funcionários da Câmara
Municipal, excetuando-se as matérias de sua competência
privativa, cabendo ao Presidente dessa as atribuições
reservadas ao Prefeito, quando for o caso.

Art. 182. Ao pessoal de que trata a Lei no 3.229, de 08 de


setembro de 1988, aplicam-se as disposições desta Lei
Complementar que não sejam incompatíveis com a legislação
trabalhista e previdenciária.

Art. 183. O Prefeito baixará os regulamentos necessários


ao cumprimento da presente Lei Complementar.

Art. 184. O adicional de nível universitário previsto nos


arts. 92, inciso VI, e 106 da Lei Complementar no 348, de 18 de
setembro de 2002, será incorporado aos valores constantes da
tabela salarial respectiva, sendo vedado o seu pagamento
como verba autônoma.

Art. 185. O valor correspondente à diferença salarial entre


a gratificação prevista no artigo 98, inciso VI, da Lei
Complementar 348, de 18/09/2002, e o adicional de risco de
vida ora criado, será incorporado aos valores da tabela salarial
dos integrantes da carreira de Guarda Municipal.
Parágrafo único. A incorporação de que trata o “caput”
deste artigo não poderá resultar em remuneração superior à
praticada na data da edição desta Lei, observados os
parâmetros constantes do art. 98, inciso VI, da Lei
Complementar 348, de 18/09/2002.

Art. 185-A. Salvo por imposição legal, ou mandado


judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração,
pensão ou provento. (Artigo acrescido pela Lei Complementar

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