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Nas calhas de medição de vazão, a água é submetida a uma concentração produzida pelas
laterais ou pela elevação do fundo do canal ou por ambas. Uma característica comum das calhas
medidoras é a formação proposital de uma onda de refluxo próximo a sua saída, o que conduz a uma
perda de carga correspondente de três à quatro vezes menor do que a que seria observada em um
vertedor de mesma capacidade.
Uma das grandes vantagens é que uma só medição basta para a determinação da vazão, a
perda de carga é reduzida e a forma não cria obstáculos capazes de provocar depósitos. Além disto,
não necessitam de fornecimento externo de energia, são equipamentos de baixo custo e sua
manutenção é simples, limitando-se a limpeza de seus canais.
O Medidor Parshall
O método de medição utiliza dispositivo com secção convergente com fundo em nível, secção
estrangulada ou garganta, com fundo em declive e secção divergente com fundo em aclive.
Tabela 1 – Dimensões do Medidor Parshall (cm) e Vazão com escoamento livre (L/s)
Vazão com
W W
A B C D E F G K N X Y Escoamento
(pol) (cm)
Livre (L/s)
1'' 2,5 36,3 35,6 9,3 16,8 22,9 7,6 20,3 1,9 2,9 - - 0,3 - 5,0
3'' 7,6 46,6 45,7 17,8 25,9 45,7 15,2 30,5 2,5 5,7 2,5 3,8 0,8 - 53,8
6'' 15,2 61,0 61,0 39,4 40,3 61,0 30,5 61,0 7,6 11,4 5,1 7,6 1,4 - 110,4
9'' 22,9 88,0 86,4 38,0 57,5 76,3 30,5 45,7 7,6 11,4 5,1 7,6 2,5 - 252,0
1' 30,5 137,2 134,4 61,0 84,5 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 3,1 - 455,9
1 1/2' 45,7 144,9 142,0 76,2 102,6 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 4,2 - 696,6
2' 61,0 152,5 149,6 91,5 120,7 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 11,9 - 937,3
3' 91,5 167,7 164,5 122,0 157,2 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 17,3 - 1427,2
4' 122,0 183,0 179,5 152,5 193,8 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 36,8 - 1922,7
5' 152,5 198,3 194,1 183,0 230,3 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 45,3 - 2423,9
6' 183,0 213,5 209,0 213,5 266,7 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 73,6 - 2930,8
7' 213,5 228,8 224,0 244,0 303,0 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 85,0 - 3437,7
8' 244,0 244,0 239,2 274,5 349,0 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 5,1 7,6 99,1 - 3950,2
10' 305,0 274,5 427,0 366,0 475,9 122,0 91,5 183,0 15,3 34,3 - - 200,0 - 5660,0
Condições de Descarga
No primeiro caso, a descarga se faz livremente como nos vertedores, em que a veia vertente
independe das condições de jusante. Sendo suficiente medir a carga H para determinação da vazão.
No segundo caso ocorre quando o nível d’água a jusante é suficientemente elevado para
influenciar e retardar o escoamento através do medidor, neste caso faz-se necessário a leitura da escala
em duas seções, medindo também H2, em local próximo de seção final da garganta.
Conforme Azevedo Netto e Alvarez (1982), na tabela 1 estão indicados os valores máximos e
mínimos da vazão para os diferentes tamanhos da calha.
Uma condição importante para o funcionamento adequado de uma calha Parshall é a de que o
nível de água a jusante da calha deve ser suficientemente baixo para evitar o seu "afogamento", um
termo que indica que o nível de água a jusante da calha influi sobre o nível a montante.
Sempre que possível procura-se ter um escoamento livre, pois se fica restrito a uma única
medição. Em qualquer situação o afogamento nunca deverá ultrapassar 95%.
A largura da garganta W, via de regra, como ponto de partida, está compreendida entre 1/3 e a 1/2
da largura dos canais existentes. Deve-se observar, entretanto, que não se aplica a canais rasos e
largos ou profundos e estreitos. A tabela 1 mostra os limites de aplicação em função da vazão. Verifica-
se que para os menores valores de W correspondem às maiores perdas, considerando a submergência
máxima. Embora a submergência limite tenha sido dada entre 60% a 70%, dependendo do medidor,
recomendam-se como valores práticos máximos entre 50 e 60%. O tamanho do medidor deve ser
determinado em função da vazão estimada e de tal modo que não provoque inundação no canal de
aproximação a montante do vertedor.
Ponto de Medição
Operando-se com um escoamento livre, basta uma medida H para se conhecer a vazão. Esta
medida H é feita na seção convergente, crista, localizada a 2/3 da dimensão B ou A ( figura 01).
Na operação não desejada, porém possível, ou seja, condição de escoamento por submersão,
além da medida na crista, será preciso também uma medida H, num ponto próximo da seção final da
garganta.
Para medidores de 6“ a 96”, a posição dessa segunda medida deverá ficar a 2” a montante da
parte final da seção estrangulada.
A relação H2/H, que constitui a vazão de submersão, na prática não deve ultrapassar de 95%.
A base horizontal da calha constitui um nível de referência para o nível de água a montante.
Pode-se medir a altura do nível com uma régua, ou instala-se, junto à parede, uma escala para
leituras. Pode-se também, assentar um cano de 1 ou 2 polegadas, comunicando o nível d’água a um
poço lateral de medição. No poço pode haver uma bóia para medição mecânica da vazão, ou para
transmissão elétrica do valor medido a distância.
Os poços laterais são geralmente de seção circular com diâmetro igual a W + 0,15 m.
Se a medida de H2 for feita em poço lateral, o cano de ligação deverá ser assentado a uma altura
de 3 polegadas, a contar da parte mais profunda do medidor.
Vazão
Onde:
Q = vazão em m³/s.
W = largura da garganta em polegadas e em pés.H = altura da
lâmina d’água em metros (m)
Algumas vantagens já foram citadas no início do texto, podemos então resumi-las como sendo:
a) Facilidade de realização;
b) Baixo custo de execução e de limpeza;
c) Não há sobrelevação do fundo;
d) Devido à forma não há formação de depósitos de matérias em suspensão, sendo por isso
usado para medição de esgotos ou de águas que levam sólidos em suspensão;
e) Só uma medição é suficiente, na maioria dos casos;
f) Tamanhos variados já foram ensaiados hidraulicamente, o que permite o uso sem novos
ensaios;
g) Pode ser confeccionado em material diverso.
Desvantagem
Condições de Fabricação
Concreto armado;
• Chapa de aço inoxidável;
• Chapa de aço carbono revestido;
• Resinas plásticas reforçadas com fibra de vidro
Nos medidores construídos de resinas plásticas, não se admitem roscas sobre material plástico.
As roscas devem ser feitas com enxertos rosqueados metálicos. Quando formando carcaça única,
devem ter rigidez suficiente para evitar qualquer deformação durante o funcionamento, manutenção,
transporte ou movimentação do medidor.
Os medidores pré-fabricados podem ser construídos para serem revestidos externamente com
concreto, formando estrutura única com o canal, ou para serem instalados na forma bi-apoiada nas
seções dos canais.
A condição de que o ressalto hidráulico produz uma dissipação de energia bastante significativa
aliada ao fato de que o estreitamento da garganta do Parshall favorece a uma distribuição mais
homogênea do coagulante, são indicadores de que um Parshall seja uma boa estrutura para
funcionamento como unidade de mistura rápida.
O Parshall como proposto inicialmente apenas como medidor de vazão não produz um ressalto
hidráulico significativo o que leva o projetista, na maioria das vezes, a criar condições para que este
ressalto seja provocado na intensidade adequada a proporcionar uma boa mistura. Estas estruturas
resultantes são denominadas de Parshall modificados. Um dos expedientes mais comuns é colocar
placas no início do canal de saída de modo a "afogar" adequadamente o fluxo na saída da garganta.
Para que um Parshall seja eficiente deve-se projetá-lo de modo a que o ressalto ocorra
imediatamente a jusante de sua garganta, que o nível da água no canal a jusante esteja à altura da
soleira da seção convergente à garganta do medidor, empregar velocidades através desta garganta não
inferiores a 2,0m/s e perda de carga total superior a 0,25m. Estas condições são recomendadas para
que sejam obtidos bons gradientes de velocidade (>1000s-1) com tempos de detenção adequados.
Segundo a literatura disponível ressaltos hidráulicos com número de Froude entre 4,5 e 9,0 produzem
uma mistura rápida mais eficiente.
Exemplos
Figura - A esquerda foto de uma Calha Parshal em operação como misturador rápido.
ETA Gravatá, CAGEPA, Sistema Boqueirão-Campina Grande
Nessas figuras percebe-se que o coagulante em solução com água, é despejado na corrente de
água através de uma canaleta vazada com vários furos (tubo verde no detalhe à direita) e logo a seguir
ocorre a dispersão hidráulica na turbulenta passagem para o regime de escoamento subcrítico. Ou seja,
um ressalto hidráulico de grande turbulência, provocado na saída da calha Parshall, promove condições
adequadas para a dispersão homogênea e rápida do coagulante.
A água do Rio Batalha entra na estação através de um canal, já recebendo dosagens de sulfato
de alumínio e cal hidratada para o tratamento da água. Passa pela Calha Parshall, que é um medidor de
vazão e um misturador para os produtos adicionados e segue para a canaleta de água bruta que tem um
percurso aproximadamente de 15 metros de comprimento.
Neste percurso os produtos químicos já iniciam a reação química com as impurezas contida na
água.
Após, a água entra nos floculadores. Nesta etapa as impurezas contidas na água por terem cargas
diferentes dos produtos químicos adicionados, reagem quimicamente, formando os “flocos”.
Manutenção