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RESUMO
Objetivo: Conseguir gerenciar a eficácia, de quais são os recursos
tecnológicos mais eficientes no tratamento fisioterapêutico em pacientes
desportistas, através das ideias dos autores. Métodos: Revisão integrativa
da literatura realizada nas bases SCIELO, LILACS, MEDLINE e PUBMED
usando os descritores, fisioterapia esportiva, eletroterapia, atletas de elite,
laseterapia, TENS, FES, no período de agosto a setembro de 2022.
Buscaram-se artigos sobre a utilização dos recursos tecnológicos na
fisioterapia esportiva em atletas, com idiomas em língua inglesa e
portuguesa, com texto na íntegra, com limitação de 5 anos. Resultados:
Treze artigos foram aprovados e selecionados nos critérios de inclusão. Os
estudos enfatizaram o uso de alguns recursos tecnológicos na prevenção e
tratamento de lesões em atletas desportistas e apresentaram resultados
satisfatórios com impacto positivo em prevenção de lesões, fortalecimento
muscular e redução da dor. Conclusão: Os estudos sobre a temática ainda
são escassos, contudo os resultados das ações descritas foram
satisfatórios. A eletroestimulação vem ganhando o devido destaque entre
a fisioterapia desportiva em atletas de elite com a sua eficácia comprovada
através de estudos.
Descritores: Fisioterapia esportiva, eletroterapia, atletas de elite,
laseterapia, TENS, FES.
ABSTRACT
Objective: To manage the effectiveness, which are the most efficient
technological resources in the physical therapy treatment in sports
patients, through the authors' ideas. Methods: An integrative literature
review carried out in the SCIELO, LILACS, MEDLINE and PUBMED databases
using the descriptors, sports physiotherapy, electrotherapy, elite athletes,
lasetherapy, TENS, FES, from August to September 2022. use of
technological resources in sports physiotherapy in athletes, with languages
in English and Portuguese, with full text, limited to 5 years. Results:
Thirteen articles were approved and selected according to the inclusion
criteria. The studies emphasized the use of some technological resources in
the prevention and treatment of injuries in sports athletes and showed
satisfactory results with a positive impact on injury prevention, muscle
strengthening and pain reduction. Conclusion: Studies on the subject are
still scarce, however the results of the actions described were satisfactory.
Electrostimulation has been gaining prominence among sports
physiotherapy in elite athletes with its effectiveness proven through
studies.
Descriptors: Sports physiotherapy, electrotherapy, elite athletes, laser
therapy, TENS, FES.
INTRODUÇÃO
O atleta de alto rendimento é reconhecido pela sua capacidade de
superar seus próprios limites, tendo em vista o nível de treinamento para
cada esporte. Na busca incessante por reconhecimento, cada vez mais
necessitam de métodos de treinamento que possibilitem atingir ainda mais
a melhora em seu desempenho esportivo. Uma das variáveis do
desempenho esportivo é a capacidade física, que tem como definição: o
“potencial anátomo-fisiológico” que cada atleta possui, cabendo ao
preparador físico utilizar métodos de treinamento e controle, para
evidenciar o potencial deste atleta POÇAS et al (2018).
Atletas de resistência normalmente alternam o período de
treinamento intenso com períodos de recuperação e descanso para que
assim possam atingir o desempenho máximo. A recuperação inadequada
pode interromper o crescimento e a regeneração dos tecidos
musculoesqueléticos, levando assim a possíveis lesões por excesso de uso
(COSCA; FRANCO, 2007).
Em relação ao cuidado com esses atletas, o fisioterapeuta esportivo
entra em ação. A especialidade da fisioterapia esportiva é reconhecida pela
resolução COFFITO 395/2011, Art 5º, caracteriza-se pelo exercício
profissional em todos os níveis de atenção à saúde, em todas as fases do
desenvolvimento ontogênico e nos diversos grupos populacionais e
atenção aos que necessitam do enfoque desportivo adaptado, com ações
de prevenção, promoção, proteção, educação, intervenção terapêutica e
recuperação do atleta amador e profissional.
A fisioterapia esportiva vem constantemente tomando a devida
importância e consequentemente sendo reconhecida por atletas em geral.
Um exemplo dessa conquista é a introdução de fisioterapeutas esportivos
nos jogos olímpicos. Tradicionalmente, a fisioterapia esportiva tem sido
apontada como parte do comitê organizador da equipe médica dos jogos
olímpicos. O fisioterapeuta esportivo tem como papel essencial fornecer
tratamento e reabilitação de lesões, bem como, suporte para desempenho
através da redução do risco de lesões, prevenção, manutenção e
intervenções de recuperação (ATHANASOPOULOS et al, 2007; GRANT et al,
2014).
Lesões em gerais são comuns em atletas de elite, mas lesões
musculoesqueléticas são predominantes, acometendo diferentes
modalidades. Com isso torna-se indispensável o uso de programas
preventivos associados aos respectivos treinamentos de cada modalidade,
com o intuito de minimizar o risco de lesões e futuras reabilitações. Alguns
recursos tecnológicos vêm destacando-se na fisioterapia esportiva com
seus efeitos positivos e relação à prevenção e tratamento de lesões
musculoesqueléticas em atletas de alto rendimento. A modalidade
eletrofísica foi o serviço mais utilizado nos atletas dos jogos olímpicos de
2018. (MIRANDA et al, 2018; CHANG et al, 2021).
Agentes eletrofísicos (EPA) é a expressão contemporânea para
descrever o uso de energias eletrofísicas e biofísicas, para avaliar, tratar e
prevenir, deficiências, limitações de atividades e restrições de participação
Confederação Mundial de Fisioterapia (WCPT). Dentre os EPA destacam-se
a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS), Estimulação Elétrica
Funcional (FES) ou Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) e
Fotobiomodulação/Fototerapia (PBMT), com amplificação de luz por
emissão estimulada de radiação (LASER), a Corrente Russa (RC) e a
Corrente Pulsada de Alta Tensão (HVPC). A fisioterapia esportiva estuda
atletas e praticantes de exercícios físicos, proporcionando amplas
ferramentas de trabalho ao fisioterapeuta esportivo frente às propostas de
tratamento ou prevenção de lesões nesses atletas (CHIPCHASE et al, 2009;
GRECO et al, 2018; SPRINGER et al; 2015; ABE et al, 2016).
As lesões musculares em atletas de elite sempre foram um desafio,
pelo estresse muscular causado durante o treinamento e a necessidade de
retorno urgente aos treinos. Como visto, a fisioterapia esportiva atua não
só no tratamento, mas também na prevenção de lesões. Nesse sentido,
objetivou-se com a elaboração de uma revisão integrativa da literatura
nacional e internacional, a análise da eficácia dos recursos tecnológicos
mais eficientes no tratamento fisioterapêutico em pacientes desportistas
na atualidade.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que segundo Ercole
et al, (2014), é um método que tem como principal objetivo personificar
resultados obtidos em pesquisas sobre, um tema ou questão, de maneira
sistemática, ordenada e abrangente. Desenvolvida a partir da questão
norteadora: Quais são os recursos tecnológicos mais eficientes no
tratamento fisioterapêutico em pacientes desportistas?
Para a realização do presente estudo, foi necessária a organização
das etapas: seleção da questão norteadora; estabelecimento dos
descritores e elaboração dos critérios de inclusão e exclusão; seleção dos
estudos incluídos na revisão integrativa; escolhas das informações a serem
retidas; esclarecimento dos resultados e um apanhado de forma geral do
conhecimento executado.
Foram utilizadas para as buscas as seguintes bases de dados: Scientfic
Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS), National Librany of Medicine (MEDLINE) e
PUBMED, através dos descritores, fisioterapia esportiva, eletroterapia,
atletas de elite, laseterapia, TENS, FES, de acordo com a terminologia em
saúde, Descritores em Ciências da Saúde (Decs), da biblioteca virtual em
saúde. Para a sistematização das respectivas buscas, foram usados os
operadores booleanos com o seguinte esquema: (preparation and sports,
preparation and athetes, atletas e eletroterapia).
Os critérios de inclusão foram: artigos sobre a utilização dos recursos
tecnológicos na fisioterapia esportiva em atletas, com idiomas em língua
inglesa e portuguesa, com texto na íntegra, com limitação de 5 anos. Os
critérios de exclusão foram artigos que não condizia com os anos de
limitação anteriores a 2018, monografia e teses, revisão Literária e artigos
não encontrados nas bases de dados completos. A busca foi realizada nos
meses de agosto a setembro de 2022, com avaliação aos pares entre as
pesquisadoras.
RESULTADOS
A princípio foram encontrados 1.653.313 estudos identificados na
base de dados: SCIELO, PUBMED, MEDLINE E LILACS; excluídos após
filtragem 408.445; estudos excluídos por não preencherem os critérios de
inclusão: 34; estudos selecionados: SCIELO 15, LILACS 01, MEDLINE 23,
PUBMED 22; Textos completos excluídos por não atenderem o objetivo:
14; textos completos acessados para avaliar elegibilidade: SCIELO 03,
LILACS 01, MEDLINE 14, PUBMED 09; estudos incluídos na síntese
qualitativa 13. A Figura 1 apresenta a inclusão, elegibilidade, seleção e
identificação dos 1.653.313 artigos selecionado desde o princípio do
estudo.
critérios de inclusão
Estudos selecionados:(Scielo N= 15);(Lilacs N= N= 34
01);(Medline N= 23)
(Pubmed N= 22) Textos completos
Elegibilidade
N= 13
DISCUSSÃO
Os atletas desportistas são reconhecidos pelo seu grande
desempenho em determinado esporte praticado por eles, com isso o risco
de lesões também torna-se constante a cada treinamento. Miranda et al
(2018) em seu estudo afirma que as Lesões Musculares (LM) são
prevalentes no meio desportivo para os atletas de alto rendimento.
Segundo Solaja A et al (2013) aproximadamente 42,5% das lesões
registradas no atletismo profissional acometem o tecido muscular e nas
competições de alta performance, esse percentual chega a 31% . Estas
lesões sobre o tecido muscular podem ser divididas em A (desordem
muscular funcional – não há dano tecidual) ou B (lesão muscular estrutural
– há evidências de dano estrutural). Esse último pode, ainda, ser
subdividido em grau I (leve e parcial), II (moderada e parcial), III (sub/total
com avulsão tendinosa) e IV (contusão) enfatiza (MIRANDA et al, 2018).
O Desenvolvimento de Dor Muscular Tardia (DOMS) é uma das causas mais
comuns de inicio dessas lesões tanto em atletas de elite, como em
praticantes de exercícios físicos, pois, os sintomas variam desde uma
simples sensibilidade muscular a dor debilitante (CHEUNG et al, 2003).
Os atletas de alta performance quando lesionados, ocasionam
transtornos e consequências para sua vivência atlética, como a queda do
seu desempenho, ausência nas competições, faltas nos treinos, diminuição
da capacidade física e a junção de todos esses fatores levam a insegurança
ao retorno das atividades. Porém, os estudos encontrados, mostram que a
fisioterapia esportiva vem utilizando condutas de prevenção, trazendo um
feedback positivo na baixa de lesões (MIRANDA et al, 2018).
A fisioterapia desportiva atua constantemente não só no tratamento,
mas principalmente na prevenção de lesões em atletas desportistas,
prevenção essa com o intuito de minimizar o risco de lesões como um
todo. Além da prática de exercícios proprioceptivos, fortalecimento
articular e muscular, exercícios metabólicos, uso de crioterapia e
termoterapia, recovery, massagem desportiva, entre outros, vem sendo
enfatizados entre estudos a eficácia de alguns recursos tecnológicos nessa
batalha de prevenção e tratamento de lesões. Lattier et al (2004) aponta
em seu estudo que uma das modalidades terapêuticas mais utilizadas na
reabilitação esportiva para acelerar a recuperação após a prática de
exercícios físicos é a eletroestimulação.
Os EPA utilizam energias eletrofísicas e biofísicas nos tecidos, partes
celulares e no corpo como um todo, ocasionando resultados fisiológicos e
terapêuticos visando a melhoria na saúde do indivíduo, embora continue
sendo uma forma de tratamento nova de acordo com Silva et al (2020).
Um estudo realizado por Chang et al (2021), descreve as modalidades da
fisioterapia nos jogos olímpicos de inverno 2018 realizado em
PyeongChang - condado sul-coreano que fica na província de Gangwon e
enfatiza que o uso da modalidade eletrofísica (36,2%) foi o serviço mais
utilizado pelos atletas que participaram dos jogos. Os EPA podem ser
programados e utilizados de acordo com a sua especialidade e benefício,
na reabilitação musculoesquelética, neurológica ou cardiorrespiratória,
seja para indivíduos atletas profissionais, atletas amadores, praticantes de
atividades físicas ou até mesmo indivíduos sedentários SILVA et al (2020).
Segundo Leal Junior et al (2008) existem algumas indicações de que a
terapia a laser de baixa intensidade (LLLT) pode retardar a fadiga muscular
durante a prática de exercícios físicos de alta intensidade. O PBMT é uma
terapia não térmica que utiliza fontes de luz não ionizantes, como lasers,
diodos emissores de luz (LEDs) e luz de banda larga do espectro visível ao
infravermelho, para interagir com cromóforos e desencadear reações
fotoquímicas e fotofísicas em diferentes tecidos. Ao avançar dos estudos,
Marchi et al (2011); Miranda et al (2016) afirmam que o PBMT aplicado
antes do exercício é capaz de aumentar a resistência aeróbica em
indivíduos saudáveis e não atletas, já Tomazoni et al (2019) em seu estudo,
comprovou como resultado final que o PBMT aplicado antes de um
protocolo de exercício aeróbico é eficaz na melhora dos aspectos
funcionais e bioquímicos, melhorando o desempenho atlético e a
recuperação pós-exercício.
A TENS é uma modalidade de tratamento não farmacológico que
envolve a estimulação elétrica através da pele e é utilizada para o controle
da dor aguda e crônica (DESANTANA et al, 2008; PLATON et al, 2010).
Mankovsky et al (2013) afirma que a aplicação do TENS após 24 h da DOMS
reduziu a soma da dor durante o exercício e aumentou a tolerância física,
além disso, a TENS aplicada durante o exercício melhorou o desempenho
aeróbico e isométrico, comprova (ASTOKORKI; MAUGER, 2017). Já no
estudo de Sandberg et al (2007); Tomasi et al (2015) enfatizam a melhora
da redistribuição do fluxo sanguíneo muscular no trapézio e membros
inferiores. No estudo realizado por Menezes et al (2018) confirmam que a
TENS não influenciou a intensidade da dor, entretanto, seu uso induziu
uma maior ativação muscular durante o exercício, contribuindo para o
aumento da percepção de fadiga.
A FES é uma técnica que usa trens de pulsos elétricos controlados
para excitar artificialmente nervos ou músculos (LYNCH e POPOVIC, 2008).
A FES pode ser utilizada com o intuito de aumentar a intensidade do
exercício e nos exercícios de reabilitação, pode induzir contrações
musculares funcionais em músculos paralisados para aumentar a massa
muscular ativa, recuperando assim a força desse grupo muscular
(PECKHAM e KNUTSON, 2005; RAGNARSSON, 2008). Agotici et al (2021) em
seus estudos construíram um modelo de elementos finitos 3D
(FEM) realista da perna humana que foi usado para comparar a ativação
elétrica de neurônios motores inferiores (LMNs) no músculo tibial anterior
(TA). Comparado ao estimulação de Eletrodo Único (SES), descobriram que
a estimulação sequencial distribuída espacialmente (SDSS) ativou
eletricamente uma população maior de LMNs localizados mais
profundamente no músculo TA. Suas simulações também mostraram que a
SDSS estava ativando uma grande proporção de LMNs em frequências
abaixo das contrações musculares tetânicas. Gongkai et al (2022)
investigaram o efeito da SDSS na fadiga muscular em exercícios dinâmicos
para indivíduos AB no exercício FES-remo, com isso, comprovaram que a
estratégia de estimulação SDSS melhora a resistência à fadiga no remo FES
para indivíduos AB, aumentando o tempo total de exercício e o tempo
decorrido até a fadiga ocorrer.
A RC e a HVPC sendo uma das referências em fortalecimento
muscular como recurso tecnológico, Akinoglu e Kocahan (2020) realizaram
um estudo onde compararam a RC e HVPC, e comprovaram que ambos os
efeitos na força e resistência muscular foram semelhantes entre
si. Verificou-se também que ambas as correntes foram eficazes no
aumento da resistência muscular, além disso, a força dos extensores do
joelho aumentou em ambas as velocidades angulares (60-180°/s) para as
quais foram realizados avaliação e treinamento. Concluíram que ambas as
correntes podem ser usadas para aumentar a resistência
muscular. Portanto, os treinadores devem planejar um treinamento com as
modalidades de eletroterapia e treinamento isocinético principalmente se
quiserem melhorar a resistência muscular.
CONCLUSÃO
Percebeu-se no desenvolvimento dessa revisão que os recursos
tecnológicos (TENS, FES, LLLT, PBMT, RC e HVPC) estão sendo estudados e
tendo sua eficácia comprovada em meio a fisioterapia desportiva,
auxiliando e contemplando técnicas terapêuticas já abordadas e
trabalhadas antes com atletas desportistas.
Os EPA estão vindo para somar, mostrando resultados positivos,
como a diminuição no tempo de recuperação, aumento da resistência
muscular, redução da dor, melhora da redistribuição do fluxo sanguíneo
muscular, diminuição no risco de lesões e consequentemente trazendo
para o atleta a melhora na sua performance e vivência no esporte, visando
não só o tratamento reabilitador, mas demostrando a importância do
tratamento preventivo.
Constatou-se um número reduzido de artigos publicados sobre a
temática nas bases de dados supracitadas nos últimos 5 anos, contudo os
resultados das ações descritas nos estudos desenvolvidos, foram
satisfatórios, porém, ainda há necessidade para o enriquecimento da
temática que haja mais estudos, para que tenha uma elucidação maior dos
seus mecanismos de ação, parâmetros específicos e das suas respostas
fisiológicas para cada indivíduo.
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