Você está na página 1de 6

ASSOCIAÇÃO

Informativo da CCIH
BENEFICENTE DE
PALMEIRA DOS Serviço de Controle de Infecção Relacionada à
Assistência à Saúde/Comissão de Controle de
ÍNDIOS

HOSPITAL REGIONAL
SANTA RITA E
MATERNIDADE SANTA
OLÍMPIA
Infecção Hospitalar
V O L U M E 5 , E D I Ç Ã O 1 C O N C L U Í D O E M J A N / 2 0 2 0

COMISSÃO DE CONTROLE
DE INFECÇÃO HOSPITALAR: BOLETIM ANUAL (2019) DE INDICADORES DE
PRESIDENTE: INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Cicero José da Silva (Médico)
(IRAS)
MEMBROS-CONSULTORES:
O Hospital Regional Santa como de proposições e encami- Apresentaremos como resulta-
Alexsandra Cordeiro Rita e Maternidade Santa Olím- nhamentos referentes ao ano dos e discussão os riscos para o
(Enfermeira) pia, por meio do Serviço de Con- 2019. Apresentaremos uma aumento dos indicadores de infec-
Bruna Lira (Biomédica) trole de Infecção Relacionada à breve discussão sobre a pers- ção nos diversos setores deste
Assistência à Saúde SCIRAS/ pectiva da Educação Permanen- hospital, além das medidas toma-
Gilvânia Costa (Enfermeira)
CCIH (instituído por Lei Nº te em Saúde e suas contribui- das para atualização da equipe,
Grace Barbosa (Administrador) 9.431, de 06 de janeiro de 1997; ções no desenvolvimento assis- bem como a importância do en-
normatizado e regulamentado volvimento dos profissionais atu-
Neila Ferro (Farmacêutica)
pela Portaria Ministerial Nº antes nesses setores, uma vez que
MEMBROS-EXECUTORES 2.616, de 12 de maio de 1998), identificamos questões relaciona-
para fins de consolidação dos das aos processos de trabalho e à
Victor Oliveira (Enfermeiro)
indicadores de Infecção Relacio- estrutura hospitalar.
Valdenice Barbosa nada à Assistência à Saúde Continuamos a dar ênfase no
(Téc. de Enfermagem) (IRAS), define como referência o controle de infecção bem como
Anexo III da Portaria supracita- nas ações de prevenção assumidas
da, que em seu item 5.12 consi- não por um e outro, mas por todos
dera “obrigatórias as informações os profissionais e trabalhadores
NESTA relativas aos indicadores epide- tencial para fins de prevenção e envolvidos direta e indiretamente
EDIÇÃO: miológicos”. controle de infecção, cuja fina- com a assistência e a organização
O presente boletim tem como lidade é sensibilizar a comuni- desta nos diversos setores, o que
Indicadores de IRAS por 1
objetivo apresentar os indicado- dade de profissionais e traba- contribui para o serviço de saúde,
setor de internação
res de Infecção Relacionada à lhadores do HRSR quanto às garantindo a eficácia das ações
Indicadores de IRAS por 2 Assistência à Saúde (IRAS) refe- estratégias e ações que repercu- mediante o aprimoramento da
setor de internação rentes aos diversos setores deste tem no progresso do trabalho assistência.
hospital, além de discussões, bem em saúde.
Indicadores de óbitos 3
associados às IRAS
Indicadores de IRAS por setor de internação:
Resultados e Discussão 4

Intervenções da CCIH 5

Educação Permanente 5
em Saúde: uma ambição
necessária

Sepse: um desafio que 5


persiste na assistência
aos pacientes do HRSR

Referências 6

FONTE: HRSR. CCIH. SCIRAS. Série de relatórios com os indicadores de Infecção Relacionada à Assis-
tência à Saúde, 2019.
PÁGINA 2

FONTE: HRSR. CCIH. Série de relatórios com os indicadores de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, 2019.

A classificação das
IRAS neste hospital
obedece aos Critérios
Diagnósticos de In-
fecção Relacionada à
Assistência à Saúde
da Série “Segurança
do Paciente e Quali-
dade em Serviços de
Saúde”, 2013b, da
ANVISA, bem como
à observação das
causas de mortes em
Declarações de Óbito
emitidas pelo setor.

FONTE: HRSR. CCIH. Série de relatórios com os indicadores de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, 2019.

FONTE: HRSR. CCIH. Série de relatórios com os indicadores de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, 2019.

INFORMATIVO DA CCIH
VOLUME 5, EDIÇÃO 1 PÁGINA 3

Investir na mudança

de sistema, no

aperfeiçoamento da

equipe de saúde, na

utilização de boas

práticas e no
FONTE: HRSR. CCIH. Série de relatórios com os indicadores de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, 2019.
aprimoramento das

tecnologias e

melhoria dos

ambientes de

trabalho constitui

questões primordiais

para o alcance dos

melhores resultados

(ANVISA, 2013a).

FONTE: HRSR. CCIH. Série de relatórios com os indicadores de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, 2019.
PÁGINA 4

Resultados e Discussão
No Gráfico 1, temos o quan- “ O o f o r e c t o m i a e Cl. Médica. Todos os casos
titativo de IRAS ocorridas na “Histerectomia”. Do total de foram classificados como
UTI-Geral durante todo o ano de casos (03) de ITU associada a IRAS identificados após a alta
2019. O mesmo gráfico revela a cateterismo vesical de demora, hospitalar. A ISC de maior
Pneumonia Associada à Ventila- 01 caso foi concluído através de incidência foi após
ção Mecânica (PAVM) como a cultura de urina em que se iden- “Histerectomia” (54%), segui-
infecção de maior incidência se tificou o microorganismo Ente- da de “Herniorrafia” (19%).
comparada às IRAS identifica- rococcus. No Gráfico 4, entre os paci-
das ao longo do ano em pacien- O Gráfico 2 revela a quanti- entes ainda sob regime de in-
tes internados naquele setor. dade de IRAS ocorridas na UTI- ternação na Cl. Cirúrgica, a
Entre as principais IRAS, Neonatal. A IPCS foi a infecção ISC de maior incidência foi
destacamos também a Infecção de maior incidência correspon- após “Histerectomia” (50%).
Primária de Corrente Sanguínea dendo a 14 casos ou 78% do No Gráfico 6, observa-se
(IPCS) como a segunda de mai- total de IRAS no setor. Deste que ao longo do ano houve
or ocorrência identificada no total, 06 casos foram concluídos uma estabilidade na ocorrência
A classificação das período. Do total (09) de IPCS, a partir da análise de sangue total de óbitos associados às IRAS.
IRAS neste hospital 07 foram confirmadas laborato- (hemocultura), 01 caso através No período, identificamos uma
obedece aos Critérios rialmente através da análise de da análise da ponta de cateter média de 03 (três) óbitos asso-
ponta de cateter. O microorga- (umbilical) e 07 casos concluí- ciados às IRAS por mês de
Diagnósticos de In-
nismo prevalente foi o Staphylo- dos sem confirmação laboratori- ocorrência de infecções.
fecção Relacionada à coccus, variando apenas quanto al. O microorganismo de maior
Assistência à Saúde à subespécie. Os demais casos prevalência foi o Staphylococ-
da Série “Segurança (02) foram concluídos clinica- cus, seguido da Klebsiella Pneu-
do Paciente e Quali- mente através dos sinais prediti- moniae.
dade em Serviços de vos. O Gráfico 3 apresenta a
Saúde”, 2013b, da A ISC identificada naquele quantidade de ISC identificada
setor foi de pós-operatório de entre os pacientes internados na
ANVISA, bem como
à observação das Ao todo, foram identifica- a ciência, a responsabilidade e o
causas de mortes em das 88 IRAS, isto é, 1,7%. Ao envolvimento efetivo dos profis-
Declarações de Óbito distribuir essas infecções por sionais e demais colaboradores,
emitidas pelo setor. setores de internação, temos: aumenta também a possibilidade
- UTI-Geral: 11%, isto é, de avançar nos serviços presta-
28/242 internações; dos.
- UTI-Neonatal: 37%, isto A produção dos indicadores
é, 16/43 internações; de infecção tem também o obje-
- Cl. Médica: 1,6%, isto é, tivo de cumprir as definições da
26/1617 internações; Portaria 2.616/1998, identifican-
- Cl. Cirúrgica: 0,6%, isto do a ocorrência de IRAS no hos-
é, 18/3157 internações; pital ao mesmo tempo que pro-
Além disso, foram identifi- voca situações oportunas de re-
cados 413 óbitos. Destes, 8,4% flexão com o intuito de fortalecer
(35) correspondem aos óbitos a perspectiva da promoção e da
que tiveram as IRAS relacio- prevenção em saúde.
nadas. É preciso identificar os desa-
A propósito da análise dos fios interpostos entre a assistên-
gráficos aqui apresentados, res- cia hospitalar e a qualidade do
salta-se a ênfase que se pretende serviço para a satisfação do usu-
dar aos indicadores de IRAS ário e para o bem comum.
afim de sensibilizar e envolver a Os esforços e a integração da
comunidade de profissionais do comunidade hospitalar em prol
hospital. do controle de infecção são sem-
É importante frisar que para pre oportunos para fortalecer a
se alcançar a qualidade assisten- assistência.
cial, à medida que aumenta a

INFORMATIVO DA CCIH
VOLUME 5, EDIÇÃO 1 PÁGINA 5

Intervenções da CCIH
A CCIH esteve envolvida com normas e rotinas do serviço de En- bro, o enfermeiro Victor Olivei-
a educação continuada dos traba- fermagem, também para fins de ra, representando a CCIH do
lhadores do hospital, especialmen- prevenção e controle de infecção; HRSR, esteve presente no VI
te no desenvolvimento da forma- atualizou o Guia para a utilização de Congresso Norte-Nordeste de
ção relacionada ao gerenciamento anti-infecciosos (versão 2), distribu- Epidemiologia Hospitalar e Con-
de resíduos; desenvolveu parece- indo-o entre os diversos setores de trole de Infecção, realizado no
res através de notas técnicas espe- assistência; resgatou o POP 001- Centro Cultural e de Exposições
cíficas para fins de controle e pre- /2017 para o controle de antibióticos Ruth Cardoso, em Maceió. Na
venção de infecção, a saber: a de uso restrito com o intuito de sen- ocasião, o enfermeiro apresentou
Nota Técnica N.º 01/2019 (sobre a sibilizar os médicos junto com a três trabalhos que representaram
quimioprofilaxia para os casos de Direção Médica; discutiu junto com ações desenvolvidas pela CCIH
exposição à meningite bacteriana); a Direção Administrativa sobre os do HRSR, envolvendo os seguin-
contribuiu com a Coordenação de exames de microbiologia para aper- tes temas: educação continuada,
Enfermagem, avaliando um con- feiçoar a emissão dos laudos em conhecimento profissional sobre
junto de Procedimentos Operacio- tempo hábil, entre outros. IRAS e assistência preventiva. Insistir na mudança
nais Padrão (POP) relacionados às Do dia 28 ao dia 30 de dezem-
de sistema, no
Educação Permanente em Saúde: uma ambição necessária aperfeiçoamento da
O ano de 2019 marca a im- uma necessária construção de 163). equipe de saúde, na
plantação do Núcleo de Educa- relações e processos que vão do Com base nas contribuições
ção Permanente em Saúde interior das equipes em atuação da EPS, entendemos que o utilização de boas
(NEPS) no HRSR. conjunta, - implicando seus a- NEPS é um aliado da gestão
A Educação Permanente em gentes -, às práticas organizacio- estratégica que está comprome- práticas e no
Saúde (EPS) traz como marco nais, - implicando a instituição e/ tido com a qualificação do
aprimoramento das
conceitual uma concepção de ou o setor da saúde -, e as práti- serviço no HRSR e mediado
trabalho no SUS que se desen- cas interinstitucionais e/ou inter- por um processo sempre refle- tecnologias e
volve na perspectiva da aprendi- setoriais, - implicando as políti- xivo, objetivo e potencialmente
zagem comprometida com os cas nas quais se inscrevem os transformador. melhoria dos
coletivos, reconhecendo o cotidi- atos de saúde (p. 161). Na atenção hospitalar, é
ano como lugar de invenções, Parece-nos impostergável importante que os diversos ambientes de
acolhimento de desafios, práticas assegurar à área da formação, saberes sejam valorizados, que
trabalho constitui
cooperativas, colaborativas, inte- então, não mais um lugar secun- as diversas práticas profissio-
gradas e corajosas na arte de dário ou de retaguarda, mas um nais se articulem e que sejam questões primordiais
escutar a diversidade e a plurali- lugar central [...]. A introdução produzidos espaços problema-
dade (BRASIL, 2014). desta abordagem retiraria os tizadores e significativos de para o alcance dos
Segundo Ceccim (2005), a trabalhadores da condição de ensino-aprendizagem para a
EPS, ao mesmo tempo em que “recursos” para o estatuto de consolidação de uma cultura melhores resultados
disputa pela atualização cotidia- atores sociais das reformas, do em que a saúde e a satisfação
(ANVISA, 2013a).
na das práticas segundo os mais trabalho, das lutas pelo direito à humana figurem como o foco
recentes aportes teóricos, meto- saúde e do ordenamento de práti- principal da atenção.
dológicos, científicos e tecnoló- cas acolhedoras e resolutivas de
gicos disponíveis, insere-se em gestão e de atenção à saúde (p.

Sepse: um desafio que persiste na assistência aos pacientes do HRSR


Haja vista a sepse ainda como um proble- setores não estão aderindo ao protocolo e Contudo, para o desenvolvimento de
ma de saúde pública, em virtude do impacto isto tem provocado a comissão e, especial- protocolos/check-lists durante a rotina de
para a saúde da população por causa do grande mente, a Direção Clínica do hospital para trabalho é importante que a equipe reco-
número de adoecimento e óbitos registrados no rever os processos assistenciais bem como nheça estes instrumentos como recursos
hospital e contabilizados pela CCIH, esta co- a disposição da equipe. úteis, o que ajuda a torná-los parte impor-
missão vem alertando os profissionais e reali- O uso de protocolos/check-lists tem tante do processo de trabalho.
zando intervenções específicas para o acolhi- sido uma prática bastante difundida entre Vale destacar também que os proto-
mento e o tratamento dos casos. as equipes de assistência aos pacientes colos/check-lists são documentos a partir
Ainda que o Protocolo de Sepse tenha sido internados em hospitais, sobretudo porque dos quais os profissionais têm a oportuni-
transformado em e-DOC com o objetivo de ajuda a prevenir erros e outros eventos dade de destacar suas aptidões e contribu-
facilitar a avaliação do uso, a CCIH continua adversos, além de ajustar as práticas e ições para o desenvolvimento da assistên-
observando que os profissionais dos diversos contribuir para o tratamento das doenças. cia.
Referências:
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções relacio-
nadas à Assistência à Saúde (2013-2015). Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde – GGTES. Brasília, Se-
tembro de 2013a;

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Critérios Diagnósticos de Infecções Relacionadas à As-
sistência à Saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Livro 02. Distrito Federal/DF.
2013b;

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES). Educação Permanen-
te em Saúde – Reconhecer a produção local de cotidianos de saúde e ativar práticas colaborativas de aprendizagem e
de entrelaçamento de saberes. Brasília – DF, 2014;

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Lei Nº 9.431, de 06 de janeiro de 1997;

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria Nº 2.616, de 12 de maio de 1998;

CECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface – Comunicação, Sa-
úde, Educação, v. 9, n. 16, p. 161-177, Set. 2004/Fev. 2005;

HRSR. SCIRAS - Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde; CCIH - Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar. Série de relatórios com os indicadores de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, 2019.

Associação Beneficente de Palmeira dos Índios


Hospital Regional Santa Rita e Maternidade Santa Serviço de Controle de Infecção
Olímpia Relacionada à Assistência - SCIRAS
Av. Dep. Medeiros Neto, 76. São Cristóvão Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH
CEP: 57.601-370; Palmeira dos Índios, Alagoas.
Janeiro de 2020
TEL. HOSP.: (82)3421-9000;
Editor deste boletim epidemiológico:
Ramal da CCIH: 2204;
Victor Oliveira
E-mails: ccih@hrsr.com.br COREN-AL 432.750 - ENF
Site da Web: http://www.hrsr.com.br

Você também pode gostar