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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ

HISTÓRIA DOS PROCESSOS DE ESCOLARIZAÇÃO – “SOBRE O AUTORITARISMO BRASILEIRO”


ALUNO: DANIEL JOSÉ DA SILVA PINTO

A REPÚBLICA FALHA BRASILEIRA


Falar sobre autoritarismo no Brasil é sempre uma tarefa difícil porque engloba processos
históricos presentes até os dias de hoje. Ocupando o 9º lugar na posição global de desigualdade
de renda, nossa país caminha para um lugar cada vez mais excludente onde os últimos governos
deram preferência pela elite e não para os menos favorecidos. Isso pode ter um imenso impacto
no futuro e é por isso que precisamos pensar em políticas e maneiras de diminuir, ou até excluir,
a situação atual.

O papel da escola é fundamental para integrar alunos, formar opinião, socializar e criar
laços de comunicação entre indivíduos. Infelizmente isso vem sendo abolido na estrutura da
escolarização atual. A má formação de crianças e jovens menos favorecidos cria e colabora com
a desigualdade social. A sala de aula vai muito além de números, contas, letras e equações do
2º grau. É na escola que enxergamos visões sobre assuntos diferentes daqueles que estamos
acostumados em nossa casa, com nossa família e isso é essencial porque modifica nosso
pensamento sobre o “certo” e o “errado” e nos faz refletir. O livro “Sobre o Autoritarismo
Brasileiro”, de Lilia Schwarcz, cita um poema de Carlos Drummond de Andrade sobre como seria
uma escola ideal. Achei muito interessante porque o autor cita um espaço com algumas
características como: “todos aprendem de todos”, “lugar festivo”, “natural de coisas” e “maior
alegria”. Não é o que vemos na realidade atual, principalmente nos colégios públicos. Os
professores cada vez menos podem expressar suas opiniões sobre determinado assunto e se
restringem ao conteúdo da ementa educacional porque há o medo de perder seu tão valioso
emprego. Estamos na era da tecnologia, tudo pode ser filmado, captado e divulgado.

Prezar pela igualdade entre a população, liberdade e pluralidade política são uma das
principais características da República. A República brasileira exclui uma parte da população e
não reconhece o verdadeiro significado da palavra cidadania. É exatamente por isso que digo
que vivemos em uma república falha, no qual o princípio é sempre agradar os grandes
empresários e latifundiários. A minoria (que não é minoria no sentido de quantidade de pessoas)
não é visibilizada. Levar a meritocracia a sério, num país onde as oportunidades não são as
mesmas é um ato extremamente cruel. Como alguém que desistiu dos estudos para trabalhar
pode ser comparado com alguém que estudou nas melhores instituições da rede privada da
América Latina? Não é só o esforço. Existem outras milhares de nuances que podem explicar a
disparidade social presente nesse âmbito.

Em uma passagem do texto, a autora afirma: “a desigualdade é consequência de nossas


escolhas - sociais, educacionais, políticas, culturais e institucionais - que têm resultado numa
clara e recorrente concentração dos benefícios públicos para uma camada diminuta da
população.” Não concordo totalmente com essa fala porque, em minha visão, a desigualdade
nunca desaparecerá. Sempre haverá alguém que tem mais e alguém que tem menos. Isso em
vários aspectos. O problema maior é que no Brasil essa discrepância é absurda e é isso que
devemos modificar. Não sei se é uma consequência de “nossas escolhas”, acho que vai muito
além disso porque existe todo um sistema que visa o lucro e a riqueza material. Por isso, o papel
da escolarização e de criação de políticas públicas são fundamentais para um país menos
superficial e mais verdadeiro com seu povo.

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