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Equações Diferenciais B

Aula 04: Séries de Fourier de funções pares


e de funções ímpares

Ronaldo B. Assunção
B.H. 12 de setembro de 2022

UFMG/ICEx/DMAT
Sumário

1. Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares

2. Algumas questões sobre convergência

3. Equação da difusão

4. Outros tipos de condições de fronteira

5. Exercícios

1
Sumário

Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares

Algumas questões sobre convergência

Equação da difusão

Outros tipos de condições de fronteira

Exercícios

2
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares i

Consideremos as fórmulas da série de Fourier de uma função


f : [−L, +L] → R cuja extensão à reta real é periódica de período 2L,

a0 +∞
X ³ nπ ´ +∞X ³ nπ ´
f (x) = + an cos x + bn sen x .
2 n=1 L n=1 L
em que

1 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx (n ∈ N ∪ {0});
+L −L L
1 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx (n ∈ N).
+L −L L

No caso especial em que a função f é par ou ímpar desenvolvemos


fórmulas alternativas para os coeficientes de Euler-Fourier.

3
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares ii

Lembramos as definições de funções pares e de funções ímpares.


Definições de funções pares e de funções ímpares
Consideremos uma função f : R → R.

1. f é par se f (−x) = f (x) para todo número real x ∈ R.


2. f é ímpar se f (−x) = −f (x) para todo número real x ∈ R.

4
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares i

5
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares i

Exemplo
1. As funções cosseno são funções pares pois para todo número natural
n ∈ N,
³ nπ ´ ³ nπ ´
cos − x = + cos x (∀ x ∈ R).
L L
2. As funções seno são funções ímpares pois para todo número natural
n ∈ N,
³ nπ ´ ³ nπ ´
sen − x = − sen x (∀ x ∈ R).
L L

6
7
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares i

As funções pares são invariantes sob ação de operações elementares de


adição, subtração, multiplicação e, se possível, divisão. Em outros
termos, a soma ou a diferença ou o produto ou o quociente de duas
funções pares é uma função par.

Por outro lado, as funções ímpares são invariantes sob ação de operações
elementares de adição e de subtração. Em outros termos, a soma ou a
diferença de duas funções ímpares é uma função ímpar. Já o produto e,
se possível, a divisão de duas funções ímpares é uma função par.

Finalmente, o produto ou o quociente de uma função par por uma função


ímpar é uma função ímpar.

Outra propriedade importante das funções pares e das funções ímpares


diz respeito à suas integrais em intervalos simétricos em relação à origem.
8
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares ii

Suponhamos que f : R → R seja uma função par. Então a seguinte


propriedade é válida,
Z +L Z +L
f (x) dx = 2 f (x) dx . (1)
−L 0

Por outro lado, suponhamos que f : R → R seja uma função ímpar. Então
a seguinte propriedade é válida,
Z +L
f (x) dx = 0. (2)
−L

Essas propriedades aplicadas conjuntamente permitem a simplificação do


cálculo dos coeficientes de Fourier de funções pares ou de funções
ímpares.

9
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares iii

Suponhamos que f : R → R seja uma função par. Então os coeficientes da


série de Fourier de f podem ser calculados pelas fórmulas alternativas

1 +L 0·π
Z µ ¶
a0 = f (x)cos x dx
+L −L L
2 +L
Z
= f (x) dx
+L 0

e também
1 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx
+L −L L
2 +L
Z ³ nπ ´
= f (x)cos x dx (n ∈ N ∪ {0}),
+L 0 L

10
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares iv

pois, se f (x) e cos((nπ/L)x) são funções pares para n ∈ N, o produto


f (x)cos((nπ/L)n) é função par para todo n ∈ N e podemos usar a
propriedade da equação (1). Além disso,

1 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx
+L −L L
= 0 (n ∈ N),

pois como f (x) é função par e como sen((nπ/L)x) são funções ímpares
para todo n ∈ N, segue-se que f (x)sen((nπ/L)x) são funções ímpares e
podemos usar a propriedade da equação (2).

11
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares v

Em resumo, se f : R → R for uma função par então todos os seus


coeficientes de Fourier bn são nulos e a série de Fourier de uma função
par somente possui os termos em cossenos, que podem ser calculados
pelas fórmulas acima, que são um pouco mais práticas porque o limite
inferior do intervalo de integração é zero e, principalmente, porque não
há necessidade de determinar a fórmula da extensão par da função.

12
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares vi

Suponhamos agora que f : R → R seja uma função ímpar. Então os


coeficientes da série de Fourier de f podem ser calculados pelas fórmulas
alternativas
0·π
Z +L
1
µ ¶
a0 = f (x)cos x dx
+L −L L
=0

e também
1 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx
+L −L L
= 0 (n ∈ N),

pois como f (x) é função ímpar e como cos((nπ/L)x) são funções pares
para todo n ∈ N, segue-se que f (x)cos((nπ/L)x) são funções ímpares e
podemos usar a propriedade da equação (2).
13
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares vii

Além disso,

1 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx
+L −L L
2 +L
Z ³ nπ ´
= f (x)sen x dx (n ∈ N),
+L 0 L
pois, se f (x) e sen((nπ/L)x) são funções ímpares para n ∈ N, o produto
f (x)sen((nπ/L)n) é função par para todo n ∈ N e podemos usar a
propriedade da equação (1).

14
Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares viii

Em resumo, se f : R → R for uma função ímpar então todos os seus


coeficientes de Fourier an são nulos e a série de Fourier de uma função
ímpar somente possui os termos em senos, que podem ser calculados
pelas fórmulas acima, que são um pouco mais práticas porque o limite
inferior do intervalo de integração é zero e, principalmente, porque não
há necessidade de determinar a fórmula da extensão ímpar da função.

15
Prolongamentos de funções i

Uma função f : [0, +L] → R definida no intervalo [0, +L] pode ser
prolongada no intervalo [−L, 0] de diversas formas essencialmente
distintas.

Dentre essas formas, podemos estendê-la como função par e, nesse caso,
a série de Fourier de f : [−L, +L] → R possui apenas os termos das funções
pares que são os cossenos e todos os coeficientes dos senos são nulos.

Analogamente, dentre essas formas, podemos estendê-la como função


ímpar e, nesse caso, a série de Fourier de f : [−L, +L] → R possui apenas
os termos das funções ímpares que são os senos e todos os coeficientes
dos cossenos são nulos.

16
Prolongamentos de funções ii

Em resumo, temos as seguintes fórmulas alternativas para os coeficientes


de Euler-Fourier
 Z +L ³ nπ ´
a = 2

f (x)cos x dx (n ∈ N ∪ {0});
n
f (x) par ⇔ L 0 L
b = 0 (n ∈ N);

n

an = 0
 (n ∈ N ∪ {0});
f (x) ímpar ⇔ 2 +L
Z ³ nπ ´
bn =
 f (x)sen x dx (n ∈ N).
L 0 L

17
Prolongamentos de funções iii
Exemplo
Desenvolver a série de cossenos de Fourier para a função f : [0, +π] → R
definida por f (x) = x 2 .

Solução. Desenvolver a série de cossenos de Fourier para uma função


significa estendê-la ao intervalo [−π, 0] de modo que f : [−π, +π] → R seja
uma função par e, em seguida, estendê-la à reta real periodicamente com
período 2π. Dessa forma, a série de Fourier da função f assim estendida
à reta real é uma série que contém apenas os cossenos, que são pares, e
sem qualquer termo em senos, que são ímpares. Assim, calculamos os
coeficientes an de Euler-Fourier com as fórmulas alternativas e L = π.

18
Prolongamentos de funções iv

Para o coeficiente a0 temos

2 +L 0π
Z µ ¶
a0 = f (x)cos x dx
L 0 L
Z π
2
= x 2 dx
π 0
2π2
= .
3

19
Prolongamentos de funções v

Os coeficientes an são calculados pela fórmula alternativa

2 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx
L 0 L
Z π
2
x 2 cos(nx) dx
© ª
= exercício: calcular a integral
π 0
¯π
2 2 − n2 x 2 cos(nx) + 2nx sen(nx) ¯¯
¡ ¢
=
π n3
¯
¯
0
2 2 − n2 π2 cos(nπ) + 2nπ sen(nπ)
¡ ¢
=
π n3
2 2
¡ ¢
2 2 − n · 0 cos(n · 0) + 2n · 0sen(n · 0)

π n3
4(−1)n
= (n ∈ N).
n2

20
Prolongamentos de funções vi

Como a função é par, os coeficientes bn são todos nulos,

bn = 0 (n ∈ N).

Logo, o desenvolvimento em série de Fourier de cossenos da função f é

π2 +∞
X 4(−1)n
f (x) = + cos(nx).
3 n=1 n2

21
Prolongamentos de funções vii
Exemplo
Desenvolver a série de senos de Fourier para a função f : (0, +π) → R
definida por f (x) = π/4.

Solução. Desenvolver a série de senos de Fourier para uma função


significa estendê-la ao intervalo [−π, 0] de modo que f : [−π, +π] → R seja
uma função ímpar e, em seguida, estendê-la à reta real periodicamente
com período 2π. Dessa forma, a série de Fourier da função f assim
estendida à reta real é uma série que contém apenas os senos, que são
ímpares, e sem qualquer termo em cossenos, que são pares. Assim,
calculamos os coeficientes de Fourier com as fórmulas alternativas e
L = π.
Como a função é ímpar, todos os coeficientes an são nulos,

an = 0 (n ∈ N ∪ {0}).

22
Prolongamentos de funções viii

Calculamos os coeficientes bn de Euler-Fourier com as fórmulas


alternativas e L = π,

2 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx
L 0 L
π
Z +π
2
= sen(nx) dx
π 0 4
cos(nx) ¯¯+π cos(nπ) cos(n · 0)
=− ¯ =− +
2n 0 2n 2n
1 + (−1)n+1
¡ ¢
= (n ∈ N)
2n

0, se n for par;
= 1
 , se n for ímpar
n
1
= (k ∈ N).
2k − 1

23
Prolongamentos de funções ix

Logo, o desenvolvimento em série de Fourier de senos da função f é


+∞
X 1
f (x) = sen((2n − 1)x).
n=1 2n −1

24
Sumário

Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares

Algumas questões sobre convergência

Equação da difusão

Outros tipos de condições de fronteira

Exercícios

25
Algumas questões sobre convergência i

Definição: Condições de Dirichlet


Dizemos que uma função f : [−L, +L] → R verifica as condições de
Dirichlet no intervalo [−L, +L] se as seguintes propriedades são válidas:

1. A função f é limitada, isto é, existe uma constante M tal que


f (x) É M para todo ponto x ∈ [−L, +L],
2. A função f não tem mais do que uma quantidade finita de pontos
de descontinuidade, todos do tipo salto finito, isto é, em cada ponto
a ∈ [−L, +L] de descontinuidade existem e são finitos os dois limites
laterais limx →a− f (x) = f (a− ) e limx →a+ f (x) = f (a+ ).
3. A função f não tem mais do que uma quantidade finita de pontos
de extremos locais.

26
Algumas questões sobre convergência ii

O teorema a seguir, conhecido como teorema de Fourier ou como


teorema de Dirichlet garante que toda função f que verifica as condições
de Dirichlet possui um desenvolvimento em série de Fourier e que seus
coeficientes podem ser calculados através das fórmulas apresentadas.

27
Algumas questões sobre convergência iii
Teorema de Dirichlet
Seja f : [−L, +L] → R uma função que verifica as condições de Dirichlet.
Em qualquer ponto x ∈ [−L, +L] em que a função f é contínua podemos
desenvolver a função f (x) em série de Fourier,

a0 +∞
X ³ nπ ´ +∞X ³ nπ ´
S[f ](x) = f (x) = + an cos x + bn sen x ,
2 n=1 L n=1 L

com os coeficientes dados por

1 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx (n ∈ N ∪ {0})
L −L L
1
Z +L ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx (n ∈ N).
L −L L

28
Algumas questões sobre convergência iv
Teorema de Dirichlet (continuação)
Adicionalmente, se x ∈ [−L, +L] for um ponto de descontinuidade da
função f , então a série de Fourier de f acima definida converge para a
média aritmética dos dois limites laterais à esquerda e à direita do
ponto de descontinuidade,

f (x − ) + f (x + ) a0 +∞
X ³ nπ ´ +∞X ³ nπ ´
S[f ](x) = = + an cos x + bn sen x .
2 2 n=1 L n=1 L

Por fim, nos extremos do intervalo de definição da função, isto é, para


x = −L e x = +L temos
f (−L− ) + f (+L+ )
S[f ](−L) = S[f ](+L) = .
2

29
Sumário

Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares

Algumas questões sobre convergência

Equação da difusão

Outros tipos de condições de fronteira

Exercícios

30
Equação da difusão i

Nas seções precedentes tratamos formalmente o problema de valor inicial


e de fronteira
∂u(x , t) ∂2 u(x , t)
EDP − α2 = 0, 0 < x < L, 0 < t;
∂t ∂x 2
CF u(0, t) = 0, 0 É t;
CF u(L, t) = 0, 0 É t;
CI u(x , 0) = f (x), 0 É x É L.

e obtivemos a solução formal


à !
+∞
X ³ nπ ´ n2 π2 α2
u(x , t) = bn sen x exp − t .
n=1 L L2

31
Equação da difusão ii

Essa solução é denominada solução formal porque fizemos um uso não


justificado do princípio de superposição ao somar não uma quantidade
finita de funções mas sim uma infinidade de soluções da equação da
difusão e das condições de fronteira.
Como essa solução formal deve verificar também a condição inicial do
problema, devemos ter
à !
+∞
X ³ nπ ´n2 π2 α2
f (x) = u(x , 0) = bn sen x exp − 0
n=1 L L2
+∞
X ³ nπ ´
= bn sen x .
n=1 L

32
Equação da difusão iii

E pelos resultados já obtidos a respeito das séries de Fourier, a partir da


temperatura inicial da barra, dada por f : [0, +L] → R devemos
inicialmente estender a função f ao intervalo [−L, +L] como função ímpar
e, posteriormente, devemos estender a função f periodicamente de
período 2L a toda a reta.
Assim procedendo a série de Fourier dessa extensão de f é uma série de
senos, já que a extensão é ímpar, e os coeficientes bn são dados pelas
fórmulas já conhecidas

2 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx .
L 0 L
A solução formal do problema da difusão térmica em uma barra fica
completa.

33
Equação da difusão iv

O próximo teorema garante que, sob hipóteses relativamente simples


sobre a função f , que indica a temperatura inicial da barra, os cálculos
previamente realizados de fato conduzem à solução do problema de valor
inicial e de fronteira para a equação da difusão.

34
Equação da difusão v
Teorema: Solução da equação da difusão; condição de Dirichlet
Seja f : [0, +L] → R uma função contínua tal que f (0) = 0 e f (L) = 0;
suponhamos também que a função f ′ : (0, +L) → R seja contínua por
partes. Então a solução do problema de valor inicial e de fronteira

∂u(x , t) ∂2 u(x , t)
EDP − α2 = 0, 0 < x < L, 0 < t;
∂t ∂x 2
CF u(0, t) = 0, 0 É t;
CF u(L, t) = 0, 0 É t;
CI u(x , 0) = f (x), 0Éx ÉL

é de fato a solução formal


à !
+∞
X ³ nπ ´ n2 π2 α2
u(x , t) = bn sen x exp − t .
n=1 L L2

35
Equação da difusão vi
Teorema (continuação)
em que os coeficientes bn ∈ R para n ∈ N são calculados explicitamente
pela extensão ímpar e 2L-periódica da função f (x),

2 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx (n ∈ N).
L 0 L

Omitimos a demonstração desse resultado, que faz apelo ao conceito de


convergência uniforme das séries.

36
Exemplo i

Exemplo: equação da difusão; condições de Dirichlet


Resolver o problema de valor inicial e de fronteira

∂u(x , t) ∂2 u(x , t)
EDP − α2 = 0, 0 < x < +π, 0 < t;
∂t ∂x 2
CF u(0, t) = 0, 0 É t;
CF u(+π, t) = 0, 0 É t;
CI u(x , 0) = f (x) = x(π − x), 0 É x É +π.

37
Solução i

A função f : [0, +π] → R definida por f (x) = x(π − x) é contínua e tem


derivada f ′ (x) = π − 2x também contínua. Logo, as hipóteses do teorema
sobre a solução do problema de valor inicial e de fronteira relativo à
equação da difusão permitem deduzir que a solução formal do problema
é, de fato, a solução requerida
à !
+∞
X ³ nπ ´ n2 π2 α2
u(x , t) = bn sen x exp − t
n=1 π π2
+∞ ³ ´
bn sen(nx)exp −n2 α2 t ,
X
=
n=1

em que os coeficientes bn de Euler-Fourier são exatamente os coeficientes


da série de Fourier de senos, obtidos através da extensão ímpar da função
f (x) e calculados pela fórmula alternativa,

38
Solução ii

2 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx
L 0 L
2
Z +π ³ nπ ´
= x(π − x)sen x dx
π 0 π
Z +π
2
x(π − x)sen(nx) dx
© ª
= exercício: calcular a integral
π 0
¢ ¯+π
2 π2 x(x − π) − 2 cos(nx) + n(π − 2x)sen(nx) ¯¯
¡¡ ¢
=
πn 3
¯
¯
0
4 − 2πn sen(nπ) − 4cos(nπ)
=
πn 3
4 − 4(−1)n
=
πn 3
4 1 + (−1)n+1
¡ ¢
= .
πn 3
39
Solução iii

Atenção: Entendemos que os cálculos para os coeficientes bn feitos


acima significam que fizemos a extensão ímpar de f : [0, +π] → R ao
intervalo [−π, 0] seguido da extensão periódica de período 2π para toda a
reta real; em seguida, fizemos uso das fórmulas alternativas dos
coeficientes de Euler-Fourier.

A solução do problema é a função

4 1 + (−1)n+1
¡ ¢
+∞ ³ ´
sen(nx)exp −n2 α2 t .
X
u(x , t) =
n=1 πn 3

40
Gráficos da solução em diversos instantes

Gráficos de u(x , t) para t = 0.00, t = 1.0, t = 5.0 e t = 10.0.

41
Gráficos da solução em diversos instantes

Gráficos de u(x , t) em instantes sucessivos de 0s até 3600s para barra


feita de outro material.

42
Sumário

Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares

Algumas questões sobre convergência

Equação da difusão

Outros tipos de condições de fronteira

Exercícios

43
Outros tipos de condições de fronteira i

Exemplo: equação da difusão; condições de Neumann


Resolver o problema de valor inicial e de fronteira

∂u(x , t) ∂2 u(x , t)
EDP − α2 = 0, 0 < x < L, 0 < t;
∂t ∂x 2
¯
∂u(x , t) ¯¯
CF = 0, 0 É t;
∂x ¯
¯
x =0
¯
∂u(x , t) ¯¯
CF = 0, 0 É t;
∂x ¯
¯
x =L
CI u(x , 0) = f (x), 0 É x É L.

44
Outros tipos de condições de fronteira ii

A interpretação física do problema é da difusão térmica em uma barra


extensa e fina feita de material homogêneo com temperatura inicial
u(x , 0) = f (x) e totalmente isolada termicamente. As condições de
fronteira são denominadas condições de fronteira de Neumann.

A solução formal desse problema, proposto previamente na Aula 19, é a


“função”
+∞
X
u(x , t) = un (x , t)
n=0
+∞
X
= Xn (x)Tn (t)
n=0
à !
a0 +∞
X ³ nπ ´ n2 π2 α2
= + an cos x exp − t .
2 n=1 L L2

45
Outros tipos de condições de fronteira iii

A escolha dos coeficientes an para n ∈ N ∪ {0} deve ser feita através da


escolha criteriosa da extensão da função f : [0, +L] → R a toda a reta real
e o fazemos em duas etapas:

1. Estendemos f : [−L, +L] → R como função par, isto é, f (−x) = f (x)


para todo número real x ∈ [−L, +L].
2. Estendemos f : R → R como função periódica de período 2L.

Assim procedendo, os coeficientes an ∈ R para n ∈ N ∪ {0} são dados pelas


fórmulas alternativas
2 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx (n ∈ N ∪ {0}).
L 0 L

46
Outros tipos de condições de fronteira iv
Teorema: equação da difusão; condições de Neumann
Seja f : [0, +L] → R uma função contínua por partes. Então a solução do
problema de valor inicial e de fronteira

∂u(x , t) ∂2 u(x , t)
EDP − α2 = 0, 0 < x < L, 0 < t;
∂t ∂x 2
CF ux (0, t) = 0, 0 É t;
CF ux (L, t) = 0, 0 É t;
CI u(x , 0) = f (x), 0 É x É L.

é de fato a solução formal


à !
a0 +∞
X ³ nπ ´ n2 π2 α2
u(x , t) = + an cos x exp − t .
2 n=1 L L2

47
Outros tipos de condições de fronteira v
Teorema (continuação)
em que os coeficientes an ∈ R para n ∈ N ∪ {0} são calculados
explicitamente pela extensão par e 2L-periódica da função f (x),

2 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx (n ∈ N ∪ {0}).
L 0 L

48
Outros tipos de condições de fronteira vi

Assim como no caso do problema da difusão térmica em uma barra com


condições de fronteira do tipo de Dirichlet, no caso presente, em que
temos condições de fronteira do tipo de Neumann, o termo exponencial
decai rapidamente com o tempo t e a temperatura da barra tende a um
valor assintótico,
( Ã !)
a0 +∞
X ³ nπ ´ n2 π2 α2
lim u(x , t) = lim + an cos x exp − t
t →+∞ t →+∞ 2 n=1 L L2
a0
=
2
1 2 +L
Z
= f (x) dx
2L 0
Z +L
1
= f (x) dx
L 0
=: f (x) valor médio da função f no intervalo [0, +L].

49
Outros tipos de condições de fronteira vii

Isso significa que após um tempo suficientemente longo, a temperatura


de todos os pontos da barra tendem ao mesmo valor, igual a f (x), que é
a temperatura média da barra no instante inicial.

50
Sumário

Séries de Fourier de funções pares e de funções ímpares

Algumas questões sobre convergência

Equação da difusão

Outros tipos de condições de fronteira

Exercícios

51
Exercício: Representação de funções por séries de Fourier

Exercício

Determinar a série de Fourier da função f : [−2, +2] → R definida por



0, se −2 É x < 0;
f (x) =
x , se 0 É x < +2.

52
Solução i

A série de Fourier de uma função f : R → R, periódica de período 2L, é

a0 +∞
X ³ nπ ´ +∞X ³ nπ ´
f (x) = + an cos x + bn sen x . (3)
2 n=1 L n=1 L
em que

1 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx (n ∈ N ∪ {0}); (4)
L −L L
1 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx (n ∈ N). (5)
L −L L

Como a função f é definida no intervalo [−2, +2], usamos as fórmulas (4)


e (5) para os coeficientes de Fourier com o valor L = 2 já que f não é
função par e nem ímpar.

53
Solução ii

Consideramos a extensão periódica da função f : [−2, +2] → R definida por



0, se −2 É x < 0;
f (x) =
x , se 0 É x É +2

com período 4. Os coeficientes de Euler-Fourier são calculados a seguir.

54
Solução iii

Para o coeficiente a0 temos

1 +L
Z
a0 = f (x) dx
L −L
Z 0
1 1 +2
Z
= 0 dx + x dx
2 −2 2 0
¯+2
x 2 ¯¯
= 0+

¯
0
(+2)2 02
= −
4 4
= 1.

55
Solução iv

Para os coeficientes an temos

1 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx
L −L L
Z 0
1 ³ nπ ´ 1 +2 ³ nπ ´
Z
= 0cos 0 dx + x cos x dx
2 −2 2 2 0 2
½Z ³ nπ ´ 2x ³ nπ ´ 4 ³ nπ ´¾
x cos x dx = sen x + 2 2 cos x
2 nπ 2 n π 2
1 2x
µ ³ nπ ´ 4 ³ n π ´ ¯2

= 0+ sen x + 2 2 cos x ¯
¯
2 nπ 2 n π 2 0
µ ¶2
1 2
= 0+ (cos(nπ) − 1)
2 nπ
1 2 2
µ ¶
=+ ((−1)n − 1) .
2 nπ

56
Solução v

Para os coeficientes bn temos

1 +L
Z ³ nπ ´
bn = f (x)sen x dx
L −L L
Z 0
1 ³ nπ ´ 1 +2 ³ nπ ´
Z
= 0sen x dx + x sen x dx
2 −2 2 2 0 2
½Z ³ nπ ´ 2x ³ nπ ´ 4 ³ nπ ´¾
x sen x dx = − cos x + 2 2 sen x
2 nπ 2 n π 2
1 2x
µ ³ nπ ´ 4 ³ n π ´ ¯2

= 0+ − cos x + 2 2 sen x ¯
¯
2 nπ 2 n π 2 0
1 4
= 0− cos(nπ)
2 nπ
2 ³ ´
= (−1)n+1 .

57
Solução vi

Logo, a série de Fourier da função f (x) é

X 2((−1)n − 1)
1 +∞ ³ nπ ´ +∞X 2(−1)n+1 ³ nπ ´
S[f ](x) = + cos x + sen x .
2 n=1 n 2 π2 2 n=1 nπ 2

A série de Fourier de f (x) converge para f (x) em todos os pontos


x ∈ (−2, +2) e nas translações desse intervalo por múltiplos inteiros do
período da função, isto é, por múltiplos inteiros de 4; nos extremos do
intervalo e nas translações desses dois pontos por múltiplos inteiros do
período, a série de Fourier de f (x) converge para a média dos limites
laterais,
0+2
f (−2) = = 1;
2
0+2
f (+2) = = 1.
2

58
Exercícios i

Exercício: Séries de Fourier especializadas

Seja f : [0, +L] → R uma função contínua no intervalo aberto (0, +L) e
com derivada também contínua no mesmo intervalo aberto. Considerar
a seguinte extensão ímpar especial fímpar,esp : R → R da função f :

59
Exercícios ii
Exercício (continuação)
1. Definimos a extensão fsim,[0,+2L] : [0, +2L] → R de f ao intervalo
[0, +2L] como função simétrica em relação à reta vertical x = +L,

+f (x), se 0 É x É +L;
fsim,[0,+2L] (x) =
+f (2L − x), se +L É x É +2L;

2. Definimos a extensão ímpar fímpar,[−2L,+2L] : [−2L, +2L] → R da


função fsim,[0,+2L] : [0, +2L] → R do item anterior ao intervalo
[−2L, +2L],

fímpar,[−2L,+2L] (−x) = −fímpar,[−2L,+2L] (x), (x ∈ [−2L, +2L]).

3. Definimos a extensão ímpar especial 4L-periódica fímpar,esp da


função fímpar,[−2L,+2L] do item anterior.

60
Exercícios iii
Exercício (continuação)
Mostrar que a série de Fourier da função f assim estendida é uma série
de Fourier de senos cujos termos de frequências pares são todos nulos,
isto é, uma série de Fourier de senos tal que an = 0 para todo n ∈ N e
b2n = 0 para todo n ∈ N.
Deduzir que a série de Fourier de senos é da forma
+∞ (2n − 1)π
µ ¶
X
S[f ](x) = b2n−1 sen x
n=1 L

em que os coeficientes de frequências ímpares são dados por

2 +L (2n − 1)π
Z µ ¶
b2n−1 = f (x)sen x dx (n ∈ N).
L 0 2L

61
Gráficos das etapas 1 e 2 da construção da função

62
Solução i

Pelas diversas etapas da construção da extensão ímpar especial fímpar,esp


da função f deduzimos que a série de Fourier da função é uma série de
senos, ou seja, an = 0 para todo n ∈ N. Pela primeira etapa da construção,
e usando as propriedades das integrais, deduzimos que

2 +2L 2nπ
Z µ ¶
b2n = fsim,[0,+2L] (x)sen x dx
2L 0 2L
1 +L
Z ³ nπ ´
= fsim,[0,+2L] (x)sen x dx
L 0 L
1 +2L ³ nπ ´
Z
+ fsim,[0,+2L] (x)sen x dx
L +L L
= 0 (n ∈ N).

As duas integrais acima se cancelam porque a função fpar,[0,+2L] é


simétrica em relação à reta vertical x = +L, já que foi obtida como a
reflexão de f em relação a essa reta vertical x = +L; além disso, os senos
63
Solução ii

envolvidos são funções ímpares no intervalo [0, +2L]. Os detalhes desses


cálculos ficam a cargo do leitor.
Por outro lado,

2 +2L (2n − 1)π


Z µ ¶
b2n−1 = fsim,[0,+2L] (x)sen x dx
2L 0 2L
(2n − 1)π
Z +L
1
µ ¶
= f (x)sen x dx
L 0 sim,[0,+2L] 2L
1 +2L (2n − 1)π
Z µ ¶
+ fsim,[0,+2L] (x)sen x dx
L +L 2L
π
Z +L
2 (2n 1)
µ ¶

= f (x)sen x dx (n ∈ N).
L 0 2L
As duas integrais simplificam da forma acima apresentada porque a
função fsim,[0,+2L] é simétrica em relação à reta vertical x = +L, já que foi
obtida como a reflexão de f em relação a essa reta vertical x = +L; além

64
Solução iii

disso, os senos envolvidos são funções simétricas no intervalo [0, +2L] em


relação à reta vertical x = +L. Os detalhes desses cálculos ficam a cargo
do leitor.
A conclusão final sobre os valores das somas da série de Fourier nos
diversos pontos do intervalo fechado [0, +L] são as seguintes:



 0, se x = 0;

1
S[f ](x) = [f (x − ) + f (x + )] , se 0 < x < +L;

 2
f (L− ),

se x = +L.

Essas conclusões seguem diretamente do teorema sobre a convergência


pontual das séries de Fourier.

65
Exercício i

Exercício: Séries de Fourier especializadas

Seja f : [0, +L] → R uma função contínua no intervalo aberto (0, +L) e
com derivada também contínua no mesmo intervalo aberto. Considerar
a seguinte extensão par especial fpar,esp : R → R da função f :

66
Exercício ii
Exercício (continuação)
1. Definimos a extensão fa-sim,[0,+2L] : [0, +2L] → R de f ao intervalo
[0, +2L] como função anti-simétrica em relação à reta vertical
x = +L,

+f (x), se 0 É x É +L;
fa-sim,[0,+2L] (x) =
−f (2L − x), se +L É x É +2L;

2. Definimos a extensão par fpar,[−2L,+2L] : [−2L, +2L] → R da função


fa-sim,[0,+2L] : [0, +2L] → R do item anterior ao intervalo [−2L, +2L],

fpar,[−2L,+2L] (−x) = +fpar,[−2L,+2L] (x), (x ∈ [−2L, +2L]).

3. Definimos a extensão par especial 4L-periódica fpar,esp da função


fpar,[−2L,+2L] do item anterior.

67
Exercício iii
Exercício (continuação)
Mostrar que a série de Fourier da função f assim estendida é uma série
de Fourier de cossenos cujos termos de frequências pares são todos
nulos, isto é, uma série de Fourier de cossenos tal que bn = 0 para todo
n ∈ N e a2n = 0 para todo n ∈ N.
Deduzir que a série de Fourier de cossenos é da forma
+∞ (2n − 1)π
µ ¶
X
S[f ](x) = a2n−1 cos x
n=1 L

em que os coeficientes de frequências ímpares são dados por

2 +L (2n − 1)π
Z µ ¶
a2n−1 = f (x)cos x dx (n ∈ N).
L 0 L

68
Gráficos das etapas 1 e 2 da construção da função

69
Solução i

Pelas diversas etapas da construção da extensão par especial fpar,esp da


função f deduzimos que a série de Fourier da função é uma série de
cossenos, ou seja, bn = 0 para todo n ∈ N. Pela primeira etapa da
construção, e usando as propriedades das integrais, deduzimos que

2 +2L 2nπ
Z µ ¶
a2n = fpar,[0,+2L] (x)cos x dx
2L 0 2L
1 +L
Z ³ nπ ´
= fpar,[0,+2L] (x)cos x dx
L 0 L
1 +2L ³ nπ ´
Z
+ fpar,[0,+2L] (x)cos x dx
L +L L
= 0 (n ∈ N).

As duas integrais acima se cancelam porque a função fa-sim,[0,+2L] é


anti-simétrica em relação à reta vertical x = +L, já que foi obtida como a
rotação de meia-volta de f em relação ao ponto (+L, 0); além disso, os
70
Solução ii

cossenos envolvidos são funções pares no intervalo [0, +2L]. Os detalhes


desses cálculos ficam a cargo do leitor.
Por outro lado,

2 +2L (2n − 1)π


Z µ ¶
a2n−1 = fa-sim,[0,+2L] (x)cos x dx
2L 0 2L
(2n − 1)π
Z +L
1
µ ¶
= f (x)cos x dx
L 0 a-sim,[0,+2L] 2L
1 +2L (2n − 1)π
Z µ ¶
+ fa-sim,[0,+2L] (x)cos x dx
L +L 2L
π
Z +L
2 (2n 1)
µ ¶

= f (x)cos x dx (n ∈ N).
L 0 2L
As duas integrais simplificam da forma acima apresentada porque a
função fa-sim,[0,+2L] é anti-simétrica em relação à reta vertical x = +L, já
que foi obtida como a rotação de meia-volta de f em relação ao ponto

71
Solução iii

(+L, 0); além disso, os cossenos envolvidos são funções anti-simétricos no


intervalo [0, +2L] em relação à reta vertical x = +L. Os detalhes desses
cálculos ficam a cargo do leitor.
A conclusão final sobre os valores das somas da série de Fourier nos
diversos pontos do intervalo fechado [0, +L] são as seguintes:



 0, se x = 0;

1
S[f ](x) = [f (x − ) + f (x + )] , se 0 < x < +L;

 2
f (L− ),

se x = +L.

Essas conclusões seguem diretamente do teorema sobre a convergência


pontual das séries de Fourier.

72
Exercício i

Exercício: Equação da difusão; condições de Neumann


Resolver o problema de valor inicial e de fronteira

∂u(x , t) 1 ∂2 u(x , t)
EDP − = 0, 0 < x < 1, 0 < t;
∂t 4 ∂x 2
CF ux (0, t) = 0, 0 É t;
CF ux (1, t) = 0, 0 É t;
CI u(x , 0) = f (x) = 100x(1 − x), 0 É x É 1.

Solução. A função f : [0, 1] → R definida por f (x) = 100x(1 − x) é


contínua. Logo, as hipóteses do teorema sobre a solução do problema de
valor inicial e de fronteira relativo à equação da difusão térmica com
condições de fronteira do tipo de Neumann permitem deduzir que a

73
Exercício ii

solução formal do problema é, de fato, uma solução do problema. A


solução formal do problema é
à !
a0 +∞
X ³ nπ ´ n2 π2 α2
u(x , t) = + an cos x exp − t
2 n=1 L L2

em que os coeficientes an são exatamente os coeficientes da série de


Fourier de cossenos com L = 1, ou seja,

2 +L
Z
a0 = f (x) dx
L 0
2 +1
Z
= 100x(1 − x) dx
1 0
100
= .
3

74
Exercício iii

Além disso,

2 +L
Z ³ nπ ´
an = f (x)cos x dx
L 0 L
2 +1 ³ nπ ´
Z
= 100x(1 − x)cos x dx
1 0 1
200 n
= − 2 2 (1 + (−1) )
n π

0, se n for ímpar;
=
− 400 , se n > 0 for par.
n 2 π2
Entendemos que os cálculos para os coeficientes an feitos acima
significam que fizemos a extensão par de f : [0, +1] → R ao intervalo
[−1, +1] e, posteriormente, fizemos a extensão periódica de período 2
para toda a reta real.

75
Exercício iv

A solução do problema é obtida com L = 1 e α = 1/2,


à !
50 +∞
X 400 ³ nπ ´ n 2 π2
u(x , t) = − cos x exp − t
3 n par n π
2 2 1 4
à !
50 +∞
X 400 (2k)π (2k)2 π2
µ ¶
u(x , t) = − cos x exp − t
3 k =1 (2k)2 π2 1 4
à !
X 200(1 + (−1)n )
50 +∞ ³ nπ ´ n 2 π2
u(x , t) = − cos x exp − t .
3 n=1 n 2 π2 1 4

76
Exercício v

Assim como no caso do problema da difusão térmica em uma barra com


condições de fronteira do tipo de Dirichlet, o termo exponencial decai
rapidamente com a passagem to tempo. Assim sendo, temos

lim u(x , t)
t →+∞
( Ã !)
X 200(1 + (−1)n )
50 +∞ ³ nπ ´ n 2 π2
= lim − cos x exp − t
t →+∞ 3 n=1 n π
2 2 1 4
50
= .
3

77
Gráficos da solução em diversos instantes

Gráficos de u(x , t) para t = 0.00, t = 0.05, t = 0.10 e t = 0.50.

78
Perguntas? Dúvidas?

78

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