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CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DISCIPLINA: PROJETO ARQUITETÔNICO

PROF. Me. BRUNO OLIVEIRA

METODOLOGIA DE PROJETO – CRIAÇÃO DA FORMA

1. Plano de Ensino

2. Metodologia de Ensino.

3. o

4. Atividade
METODOLOGIA DE PROJETO
CRIAÇÃO DA FORMA
Introdução
◼ Considera-se como MÉTODO (do
grego methodos = modo de agir) o
procedimento ou caminho racional
para se atingir determinado
objetivo que, no caso da
arquitetura e urbanismo, depende
do enfoque que se quer dar ao
problema de criação do espaço
arquitetônico e urbano, ou seja,
da metodologia projetual.

Falk House |House II


(1969/70, Hardwick VM) Peter Eisenman
◼Segundo Edson Mahfuz (1984), a atividade
criativa exercida pelos arquitetos baseia-se em
grande parte na interpretação e adaptação de
precedentes, através do uso de ANALOGIAS, ou
seja, comparando-se com o que já foi feito.

◼Assim, as formas arquitetônicas seriam geradas


basicamente por 04 (quatro) métodos, sendo
que em todos ocorreriam comparações (positivas
ou negativas) com algo preexistente, a saber:
MIMÉTICO, TIPOLÓGICO, NORMATIVO e
INOVATIVO.
Fernando Bopp & Valeria Bechara
Esses métodos de geração formal (1995/96, Curitiba PR)
aparecem em combinações durante o
Memorial da Cidade
processo de composição em arquitetura,
sendo que, pelo menos, dois ou três
estariam presentes, em geral sendo usados
hierarquicamente, como, por exemplo, um
para as partes principais do projeto e outros
para as demais.

BIBLIOTECA PÚBLICA Vitruvian House


(Vancouver – Canadá) (1990, South Bend IN - EUA)
Thomas Gordon Smith
Villa Stein (1927/29, Garches – França)

◼Na verdade, os quatro métodos devem ser vistos como


complementares e não como sistemas independentes ou
mutuamente exclusivos, pois é possível identificar todos sendo
aplicados ao mesmo tempo, como foi o caso da VILLA
STEIN, projetada por Le Corbusier (1886-1965).
4 8 8 8 7
5 8
9 8
6 9 9
8 7
9 8
10
7 8 7 8 7

1º Pavimento Terraço
2º Pavimento
Villa Stein
2 1 Hall Social (1927/29, Garches
2 Garagem França)
3 Serviços
4 Cozinha
5Sala de Jantar
6 Sala de Estar
1 7 Terraço
3 8 Dormitório
9 Banheiro
10 Vazio
Térreo
(c. 82 d.C., Roma - Itália)
Arco de Tito - h=15m
Método Mimético

◼ É aquele pelo qual novos


objetos e edificações são
gerados com base na imitação
de modelos anteriores, em
que predomina a tradição em
detrimento da invenção.
◼ Inicia-se com a escolha de um
MODELO preexistente, o qual
tem forma familiar, a qual foi
testada exaustivamente e tem
uma longa aceitação.
Arco do Triunfo - h=50 m
(1806/37, Paris - França) Jean Chalgrin
◼ A escolha desse modelo
implica em um juízo de
valor: o reconhecimento de
que certa obra seria a
melhor solução para
determinado problema.
◼ Outra característica desse
método de projeto é que há
um razoável grau de
invenção, cuja finalidade é
sempre ADAPTAR o
modelo às novas
circunstâncias.
Piazza d’Italia
(1974/78, N. Orleans LO - EUA)
Charles Moore
◼Com base no conceito de MIMESIS provindo de Aristóteles
(384-322 a.C.), em que há um sentido de interpretação e
adaptação, o fato de que modelos são transpostos no tempo e
no espaço significa que existem sempre diferenças entre os
contextos envolvidos, o que invalida a cópia perfeita, mas
possibilita a ADEQUAÇÃO.

Jay Sarno
(1962/66, Las Vegas NV - EUA)
Ceaser Palace Hotel
◼ Nesse método, a obra é gerada por analogias visuais
com o preexistente, o que é feito de 03 (três) modos:

• Por REVIVALISMO ou revificação estilística, em que se faz


a imitação de edifícios de outro tempo e lugar, em sua
aparência geral ou nas partes principais, como ocorre nos estilos
neo (neoclássico, neogótico, neobarroco, etc.);
• Por ECLETISMO, em que se imita não edifícios inteiros, mas
fragmentos deles, fazendo a justaposição de partes, a
permutação compositiva ou a miscelânea estilística, o que foi
frequente na segunda metade do século XIX; e
• Por ESTILISMO, em que se escolhe um número reduzido de
partes, tomadas cuidadosamente de modelos visando conferir
significados precisos a novas obras e sem transposição literal
de elementos, preferindo-se a sua “reinvenção”, como alegado
por alguns pós-modernistas.
Templo da
Maison Carrée
(Séc.II d.C., Nîmes
França)

REVIVALISMO

Catedral de Buenos Aires


(1752/1852, Argentina)
Pierre Vignon
Próspero Catelin
(1764/1828, Paris
& Pedro Benoit
França)
Igreja de La Madeleine
Basílica de ECLETISMO
Santo Estevão
(1851/1905, Budapeste
Hungria) Cândido de Abreu
(1913/16, Curitiba PR)
Paço da Liberdade

Galeria Vittorio Emanuele II


(1877, Milão - Itália) - Giuseppe Mengoni
Museu Infantil
(1980, Houston TX EUA)
Robert Venturi

Thomas G. Smith
(1980/81,
Cathedral City CA - EUA)
Complexo Cívico

AT&T [Sony] Building ESTILISMO


(1978/82, N. York - EUA)
Philip Johnson
15 tipos recorrentes na
História da Arquitetura Método Tipológico
◼É aquele que se baseia no conceito
de TIPO, ou seja, uma estrutura
interior ou subjacente a uma forma
arquitetônica que pode sofrer
qualquer variação,
inclusive sua própria modificação.
◼ O tipo trata-se de um princípio
estrutural ou organizacional da
arquitetura que não pode ser
confundido com uma forma
passível de descrição detalhada.
◼Segundo Quatremère de Quincy
(1755-1849), TIPO é um princípio
que pode reger a criação de vários
objetos totalmente diferentes,
distinguindo-se portanto de
MODELO, o qual deve ser repetido
como ele é.

◼ Trata-se de um tema ou
estrutura arquitetônica
atemporal que pode se
transformar ao longo de
distintas culturas.
Stahl House
– CSH #22
(1959/60,
West Hollywood CA
EUA)
Pierre Koening

◼ Todo edifício pode ser reduzido conceitualmente a um


TIPO, ou seja, é possível se abstrair a composição de
uma edificação até o ponto em que se veem apenas as
relações existentes entre as partes, deixando de lado
as partes propriamente ditas.
1 Entrada (Prothiron) 5 Cômodos dos Homens (Andron)
2 Pátio (Aulas) 6 Latrina 7 Cozinha e Serviços
3 Sala/Copa (Oescus)
4 Cômodos das Mulheres (Gineceu)
6 ◼ Projetar com esse método –
3 que também se apoia mais
2
na tradição que a invenção,
4
embora menos que o anterior
7 2 –é usar tipos como parte do
5
processo de criação de novos
6 1
artefatos arquitetônicos.
3
◼ Aqui, o emprego de
4 determinado tipo é justificado
2 pela existência de alguma
7 afinidade estrutural – ou uma
Casa-Pátio 5 1
analogia entre um precedente
Grega
Antiga e o problema atual.
◼ No método tipológico, um TIPO qualquer oriundo do
passado pode ser usado de 02 (dois) modos distintos:

• DE MANEIRA HISTÓRICA: Quando se confere um


significado a uma forma por meio de associação mental
com um objeto-edifício já existente e conhecido. Aqui,
o tipo é tanto um ponto de partida para o projeto
como um instrumento de significação.
• DE MANEIRA A-HISTÓRICA: Quando o tipo é
absorvido no processo de composição e o significado
do objeto resultante não é aquele do tipo utilizado,
mas resulta da própria operação de composição
e do novo uso a que o tipo está sujeito
Pavimento
Superior

PLANTA
EM “O”
Corte

Biblioteca da Academia Phillips-Exeter


(1967/72, Exeter NH – EUA) Louis Kahn
Térreo
◼ Embora existam muitas normas estéticas na arquitetura,
há 03 (três) tipos que se destacam pelo uso na história:

• SISTEMAS DE COORDENADAS: Consistem em linhas


que se cruzam, com direções e dimensões constantes, em
uma malha bidimensional (aplicada à planta para auxiliar
na hierarquia entre espaços) e tridimensional (aplicada ao
esqueleto estrutural para ajudar a justaposição ou tensão);
• SISTEMAS DE PROPORÇÃO: Usados para se criar um
senso de ordem entre os elementos de uma composição,
havendo também razões filosóficas ou metafísicas para seu
emprego, como: a seção áurea, o Ken ou o Modulor; e
• SISTEMAS DE GEOMETRIA: Fazem uso de formas
geométricas elementares como instrumentos de definição e
controle das partes principais de uma edificação, aplicando
esferas, cubos e prismas, além de figuras planas primárias.
3

4
1

Casa Japonesa

1 Sala 1 Tatame = 3 x 6 shaku


2 Copa/Cozinha (1 x ½ ken)
3 Banheiro 4 Pátio

SISTEMA DE PROPORÇÃO
Planta das Georges Candilis,
Módulos Combinados Aléxis Josic &
Shadrach Woods
(1961/71, Toulouse
França)
Complexo Habitacional
Le Mirail
Pav. Superior

Pav. Térreo
Plantas da
Unidade
(Módulo)

SISTEMA DE GEOMETRIA
L’Oceanogràfic
(1997/2005, València - Espanha)
Félix Candela
◼Nesse método, para se criar algo novo e diferente do
preexistente, se faz uso de analogias como, por exemplo:

• ANALOGIAS VISUAIS: Comparação da arquitetura


com a aparência de formas humanas e naturais e/ou de
artefatos não-arquitetônicos, como: frutas, animais,
veículos de locomoção e objetos do cotidiano, etc.;
• ANALOGIAS ESTRUTURAIS: Comparação do espaço
arquitetônico com a organização de um programa ou
sistema (Funcionalismo) ou ainda com o funcionamento
de elementos do mundo natural (colmeia, teia, etc.); e
• ANALOGIAS FILOSÓFICAS: Comparação do fazer
arquitetônico com os princípios de outras disciplinas, tais
como correntes filosóficas (Humanismo, Iluminismo,
Desconstrutivismo, etc,), religiosas (Xintoísmo, Islamismo,
Cristianismo, etc.) ou mesmo crenças esotéricas.
ANALOGIA VISUAL

Sydney
Opera House
(1956/73,
Austrália)
JØrn Ützon
ANALOGIA ESTRUTURAL

Villa Savoye
(1929, Poissy
França)
Le corbusier
ANALOGIA FILOSÓFICA

Judisches Museum
(1998/99, Berlim - Alemanha)
Daniel Libeskind
Walter Gropius
(1923/25, Dessau - Alemanha)

Conclusão Staatliches Bauhaus

◼Na atividade projetual, o


arquiteto e urbanista deve
encontrar o método que
mais lhe convém, de acordo
com a NATUREZA de cada
problema, pois ele varia
também com a escala do
projeto, com o seu público-
alvo e com os seus prazos e
recursos, além das intenções
plásticas do profissional.

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