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Para fins de apuração do Imposto de Renda, o contribuinte que receber rendimentos do trabalho não
assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, como também os leiloeiros, poderão
deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade:
1 - a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e
previdenciários;
2 - os emolumentos pagos a terceiros; assim considerados os valores referentes à retribuição pela execução,
pelos serventuários públicos, de atos cartorários, judiciais e extrajudiciais;
DESPESAS - CONCEITO
São despesas as quantias despendidas na aquisição de bens próprios para o consumo, tais como material de
escritório, de conservação, de limpeza e de produtos de qualquer natureza usados e consumidos nos
tratamentos, reparos, conservação, e integralmente dedutíveis no Livro Caixa, quando realizadas no ano-
calendário.
Entendemos que correspondem a despesas as aquisições de serviços para uso na atividade, tais como internet,
telefonia, remuneração de contabilistas e demais profissionais ligados à execução ou apoio dos trabalhos
autônomos, energia elétrica, seguros, entre outros.
ORIGEM DA DESPESA
As despesas escrituradas no Livro Caixa podem ser oriundas de serviços prestados tanto a pessoas
físicas como a pessoas jurídicas.
DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS
- as despesas de locomoção e transporte, salvo no caso de representante comercial autônomo, quando correrem
por conta deste;
- as despesas relacionadas à prestação de serviços de transporte e aos rendimentos auferidos pelos garimpeiros.
Em relação aos rendimentos auferidos pelos garimpeiros e transportadores autônomos, não são admitidas
quaisquer deduções, sendo o valor tributável correspondente a:
Podem ser deduzidas despesas com aluguel, energia, água, gás, taxas, impostos, telefone, telefone celular,
internet, vigilância eletrônica, seguros, condomínio, quando o imóvel utilizado para a atividade profissional é
também residência.
Admite-se como dedução a quinta parte destas despesas, quando não se possa comprovar quais as oriundas da
atividade profissional exercida.
Não são dedutíveis os dispêndios com reparos, conservação e recuperação do imóvel quando este for de
propriedade do contribuinte.
Caso o profissional autônomo exerça funções e atribuições que o obriguem a comprar roupas especiais e
publicações necessárias ao desempenho de suas funções e desde que os gastos estejam comprovados com
documentação hábil e idônea e escriturados em Livro Caixa, poderá deduzir as despesas com aquisição de
livros, jornais, revistas, assinaturas de publicações eletrônicas, roupas especiais, etc.
CONGRESSOS E SEMINÁRIOS
As despesas efetuadas para comparecimento a encontros científicos, como congressos, seminários, etc., se
necessárias ao desempenho da função desenvolvida pelo contribuinte, observada, ainda, a sua especialização
profissional, podem ser deduzidas, tais como os valores relativos a taxas de inscrição e comparecimento,
aquisição de impressos e livros, materiais de estudo e trabalho, hospedagem, transporte, desde que esses
dispêndios sejam escriturados em Livro Caixa, comprovados por documentação hábil e idônea e não sejam
reembolsados ou ressarcidos.
O contribuinte deve guardar o certificado de comparecimento dado pelos organizadores desses encontros.
Os gastos com benfeitorias e melhoramentos em imóvel locado para fins profissionais, e que contratualmente
sejam tratados como compensação pelo uso do imóvel, são dedutíveis no mês de seu dispêndio, como valor
locativo, desde que comprovados com documentação hábil e idônea e escriturados no Livro Caixa.
São dedutíveis desde que necessárias à percepção do rendimento e estejam comprovadas com documentação
hábil e idônea e escrituradas em Livro Caixa.
Entretanto, em relação ao pagamento a título de "contribuição mensal" à entidade de classe feito por
profissional autônomo, no exercício do trabalho não-assalariado de despachante aduaneiro, este não configura
despesa de custeio necessária à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, não podendo, portanto,
figurar como despesa dedutível na escrituração do livro-caixa (Solução de Consulta Cosit 300/2019).
Despesas com propaganda da atividade profissional são dedutíveis, desde que a propaganda se relacione com a
atividade profissional da pessoa física e esses gastos estejam escriturados em livro-caixa e comprovados com
documentação hábil e idônea.
É condição que referidas despesas sejam necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora.
Ressalte-se que cabe ao contribuinte realizar este enquadramento e manter em seu poder, à disposição da
fiscalização, a respectiva documentação comprobatória enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência.
O valor correspondente ao rateio de perdas líquidas da cooperativa poderá ser deduzido, a título de
despesa de custeio necessária à percepção do respectivo rendimento bruto, no Livro Caixa do
cooperado, profissional autônomo, respeitadas as condições e limitações legais.
Entretanto, os valores correspondentes ao rateio de prejuízos apurados por Cooperativa de Trabalho médico
(resultado de atos não cooperativos) não podem ser deduzidos pelo médico cooperado dos rendimentos do
trabalho não assalariado recebidos por intermédio da cooperativa, por não configurarem despesas de custeio
necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora.
O pagamento a título de seguro de responsabilidade civil feito por profissional liberal, no exercício do trabalho
não-assalariado de Técnico em Contabilidade, não configura despesa de custeio necessária à percepção da
receita e à manutenção da fonte produtora, não podendo, portanto, figurar como despesa dedutível na
escrituração do livro-caixa (Solução de Consulta Cosit 247/2018).
EXCESSO DE DESPESAS
As deduções não poderão exceder à receita mensal da respectiva atividade, sendo permitido o cômputo do
excesso de deduções nos meses seguintes até dezembro.
O excesso de deduções, porventura existente no final do ano-calendário, não será transposto para o ano
seguinte.
O contribuinte deverá comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante documentação idônea
(notas fiscais, recibos, etc.) escrituradas em Livro Caixa, que serão mantidos em seu poder, à disposição da
fiscalização, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência.
Importante: para a dedutibilidade das despesas, os documentos fiscais devem conter a perfeita identificação do
adquirente e das despesas realizadas, sendo que estas devem ser necessárias e indispensáveis à manutenção da
fonte produtora dos rendimentos.
A escrituração do Livro Caixa pode se dar por sistema eletrônico, desde que em formulários contínuos, com
suas subdivisões numeradas em ordem sequencial ou tipograficamente.
Após o processamento, os impressos devem ser destacados e encadernados em forma de livro, lavrados os
termos de abertura e de encerramento em que conste no termo de abertura, o número de folhas já escrituradas,
não contendo intervalo em branco, nem entrelinhas ou borraduras.
Alternativamente a Receita Federal do Brasil (RFB) disponibiliza o Programa Carnê-leão que permite a
escrituração do livro Caixa pelo sistema de processamento eletrônico.
BASES
Lei 8.134/1990, art. 6º, Lei 7.713/1988, arts. 9 e 10 (com alterações da Lei 12.794/2013), PN Cosit 60/1978,
Perguntas e Respostas RFB e os citados no texto.