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Empresa: PELITAS PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA

Setor: ALIMENTOS
CNAE: 10.99-6-99
CNPJ: 03.960.107/0001-70

Indústria mais
Eficiente
Relatório Técnico

Consultoria em Eficiência Energética


Riacho Fundo - DF, 14/12/2023
PROGRAMA DF MAIS

O Programa DF Mais visa a expansão das ações de aumento de produtividade nas


empresas do Distrito Federal das empresas participantes, por meio da metodologia do
Programa Brasil Mais Produtivo, iniciativa do governo federal, coordenado pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC).
O Programa DF Mais é fruto de convênio firmado entre o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF) e a Fundação de Apoio à Pesquisa
do DF (FAP-DF), com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do
Distrito Federal.

A Consultoria para Eficiência Energética, o DF Mais Eficiente, é uma das ações deste
Programa, e visa a eliminação dos desperdícios energéticos existentes dentro das
empresas, por meio de ferramentas que podem potencializar os resultados e aumentar sua
produtividade.

A CONSULTORIA PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A Consultoria para Eficiência Energética visa alcançar o melhor uso das fontes de
energia por meio de análises e soluções para os elementos de consumo energéticos de uma
empresa, como motores, iluminação, refrigeração etc. As soluções implementadas têm o
objetivo de reduzir o consumo energético por unidade produzida, ou seja, possibilita as
empresas a fazerem mais com menos, ou produzir mais com menos energia, reduzindo
desta forma os custos de produção e aumentando a produtividade industrial.
1. OBJETIVO

O objetivo deste documento é apresentar os resultados da consultoria especializada


em Eficiência Energética – do Produto DF Mais Eficiente, realizada na área Modalidade
Tarifária e Termografia no Quadro Elétrico das Extrusoras da empresa Pelitas
Produtos Alimenticios LTDA, para contribuir com aumento da produtividade da empresa
em questão.

2. ESCOPO

Para cumprimento do objetivo deste serviço de consultoria, o escopo do projeto foi


dividido em etapas de trabalho conforme programação abaixo:

I - Caracterização do consumo energético;

II - Apresentação visual dos dados do fluxo de energia com identificação de recursos de


maior consumo energético;

III - Identificação de oportunidades de melhoria;

IV - Descrição das intervenções realizadas a partir da lista de priorização da empresa;

V - Descrição dos Resultados;

VI - Análise dos indicadores de redução do consumo de energia e a projeção do retorno dos


investimentos;

VII - Conclusão
3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ATENDIDA

Razão Social: Pelitas Produtos Alimenticios LTDA

Endereço: CAUB I Chácara 63 parte B

Município: Riacho Fundo – Brasília

Estado: DF

CNPJ: 03.960.107/0001-70

Setor Industrial: Alimentos

Atividades e Produtos Principais: Fabricação de outros produtos alimentícios não


especificados anteriormente.

Nome do Profissional de Contato: Lauro Campos de Avila

Telefone do Profissional de Contato: 61 99944 – 4265

E-mail do Profissional de Contato: contatopelitas@hotmail

Quantidade de empregados: 14

Tipo de Ligação da Unidade Consumidora: THS Verde

Empresa Fornecedora de Energia e Regime de Fornecimento: Neoenergia Brasília


– Grupo A4

Regime de Funcionamento: 07h 30min às 17h 30min.

Horário de Ponta (HP): 18h às 21h.


3.1. Apresentação visual dos dados do fluxo de energia com identificação de
recursos de maior consumo energético.

A Pelitas está no mercado a mais de 23 anos, sendo fundada em setembro de 2000.


A empresa é especializada na produção de salgadinhos a base de milho, do segmento de
extrusados. A fábrica está situada na Chácara 63, no Caub I, Riacho Fundo II, em Brasília –
DF.

Durante análise dos sistemas energéticos nas instalações verificou-se que a maioria
das máquinas e processos no parque fabril da empresa são alimentados por energia elétrica
correspondendo a 70,984 MWh/ano.
Figura 1 - Fluxo de Material e Energia Antes das Intervenções
4. INTRODUÇÃO AO TRABALHO REALIZADO

O presente relatório tem como objetivo avaliar potenciais oportunidades de redução


da energia encontrados na empresa atendida, e apresentar ações que visam o aumento da
eficiência dos sistemas energéticos utilizados.

O diagnóstico inicial aconteceu em três etapas principais durante o período de estudo:

 Análise crítica das informações;


 Visita técnica;
 Análise das medições ao longo do período de estudos;

Primeira Etapa
Avaliação prévia dos históricos disponibilizados referentes aos consumos energéticos
da empresa, para identificar e avaliar as oscilações nos consumos dos insumos energéticos,
utilizando as informações:

 Do consumo de energia elétrica da empresa;


 Dos equipamentos consumidores de energia;

Segunda Etapa
Visita técnica à unidade industrial, após análise crítica das informações, com o
objetivo de:

 Validar as informações fornecidas e solicitar informações adicionais;


 Identificar os potenciais de melhoria e
 Alinhamento de expectativas com a direção da empresa para o trabalho que seria
realizado.

Terceira etapa
 Análises e medições para consolidação das oportunidades de melhoria;
 Análise técnica e econômica dos benefícios e
 Elaboração e proposição de indicadores de desempenho energético para posterior
acompanhamento da eficácia das medidas propostas.

5. ANÁLISE DOS INSUMOS ENERGÉTICOS

O suprimento de energia é trifásico, derivado a partir da rede aérea de 13,8 kV,


disponibilizado pela concessionária de energia, NEOENERGIA BRASÍLIA, e conectada a
subestação abrigada principal por buchas de passagem conectando as fases do circuito de
distribuição em tensão primária aos equipamentos da cabine de medição.

Figura 2 - Diagrama unifilar geral

Durante a caracterização dos sistemas, observou-se que a energia elétrica é a


principal fonte energética primária utilizada para alimentar as máquinas.

Na tabela 1 são apresentados os dados de fornecimento de energia elétrica da


unidade operacional.

UC – Unidade Consumidora 2.442.153-7


Matrícula -
Distribuidora Neoenergia Brasília
Modalidade Tarifária THS - Verde
Tensão de Fornecimento 13.8 kV
Demanda Contratada 30 kW
Tabela 1 - Dados de Fornecimento
6. ANÁLISE DE OPORTUNIDADES E AVALIAÇÃO DA ECONOMIA

Após avaliações em campo, os seguintes itens foram listados como objeto de estudo
para fins da avaliação da viabilidade técnico financeira de sua implementação:

6.1. ANÁLISE TARIFÁRIA

A verificação da composição dos custos de uma fatura de energia elétrica é


necessária para uma visão geral do perfil elétrico da empresa. O gráfico 1 apresenta a
composição do custo anual da fatura de energia elétrica em termos percentuais.

COMPOSIÇÃO CUSTO ANUAL

ATRASO PAGAMENTO DE-


5% MANDA
REATIVO 15%
1%

UL-
TRA-
PAS-
SAGEM
18%

CONSUMO
61%

Gráfico 1 - Composição do Custo Anual da Fatura

A empresa está enquadrada na Tarifa Horo Sazonal Verde A4, o gráfico 2 apresenta
uma estimativa com o comparativo da Tarifa Horo Sazonal Verde A4 com a Tarifa Horo
Sazonal Azul A4. A análise foi realizada utilizando como base de cálculo as faturas dos
últimos 10 meses, de fevereiro/2023 a novembro/2023. O Termo Horo Sazonal significa que
a empresa tem uma tarifa no horário de ponta e uma outra diferente no horário fora de
ponta, essa distinção foi estipulada pela Aneel para incentivar os consumidores a evitarem
grandes consumos no horário em que o País consome mais energia atenuando o pico da
curva de carga do País. Para a Neoenergia Brasília o horário de ponta é das 18h às 21h.

R$12,000.00

R$10,000.00

R$8,000.00

R$6,000.00

R$4,000.00

R$2,000.00

R$-
Jan-23

Mar-23

Jun-23

Aug-23

Oct-23

Nov-23
May-23

THS VERDE - TARIFA ATUAL THS AZUL

Gráfico 2 - Simulação Tarifa Verde x Tarifa Azul

Analisando o gráfico pode–se observar que mantendo as características de operação


atual da empresa, mostra-se mais viável sua permanência na Tarifa Horo Sazonal Verde A4.

Em relação à demanda contratada, durante o período de fevereiro/2023 até


novembro/2023 a demanda registrada média foi de 78 kW frente a uma demanda contratada
de 30 kW. Verificando os dados de demanda registrada dos últimos 10 meses, observa-se
que existe ultrapassagem de demanda, conforme mostra o gráfico 3.
ULTRAPASSAGENS DE DEMANDA
100
90
80
70
60
50
kW

40
30
20
10
0
Feb-23 Mar-23 Apr-23 May-23 Jun-23 Jul-23 Aug-23 Sep-23 Oct-23 Nov-23
PERÍODO

DEMANDA REGISTRADA DEMANDA CONTRATADA

Gráfico 3 - Demanda registrada

As ações propostas para atuação em relação às contratações de demanda, registrada


acima, serão descritas em um tópico específico posteriormente.

Segundo a Resolução Normativa 1.000/2021 da ANEEL, a energia elétrica reativa é


aquela que circula entre os diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de
corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em quilovolt-ampère-reativo-hora
(kVArh). Esta mesma resolução, em sua seção VIII, trata do fator de potência e do reativo
excedente, que dentre outras coisas define que: aos montantes de energia elétrica e
demanda de potência reativos que excederem o limite permitido (0,92), aplicam-se
cobranças a serem adicionadas ao faturamento regular de unidades consumidoras do grupo
A.

Avaliando as faturas do período em questão (fevereiro/2023 a novembro/2023),


observa-se um gasto de R$ 528,56 com energia reativa no período. Esse gasto não justifica
o custo de instalação de um banco de capacitor, portanto, a empresa foi orientada o
observar o valor de multa que está sendo pago mensalmente, caso esse valor progrida em
função da aquisição de mais motores para o chão de fábrica será necessário realizar novo
estudo para mensurar viabilidade financeira de instalação.

Outro fator analisado foram as multas pagas por atraso no pagamento, o valor no
período chega a R$ 3.256,92, esse valor de multa não foi considerado nos indicadores de
redução de custo, visto que, a tratativa para esse item é simples. O gráfico 4 apresenta o
histórico das cobranças reativo na fatura.

MULTAS PAGAS NOS ÚLTIMOS 12 MESES


3,250.00

2,750.00

2,250.00

1,750.00

1,250.00

750.00

250.00
Feb-23 Mar-23 Apr-23 May-23 Jun-23 Jul-23 Aug-23 Sep-23 Oct-23 Nov-23
MULTAS 1568.94 864.54 1168.17 1392.66 1595.53 1556.02 1352.95 1229.28 1537.05 739.23
POR UL-
TRAPAS-
SAGEM
DE DE-
MANDA
MULTAS 0 66.86 67.31 67.67 72.51 72.38 64.42 62.46 54.95 0
POR
REATIVO
ATRASO 0 0 0 0 0 0 0 0 3256.92 0
PAGA-
MENTO

Gráfico 4 – Multas pagas no período


AÇÕES PROPOSTAS

Retrofit do quadro elétrico que alimenta as extrusoras e substituição de cabo de


alimentação.

MEDIDA DE MELHORIA 1

No dia 14/10/2023 foi realizado análise termográfica com a câmera Fluke Ti32, onde
foi identificado aquecimento excessivo no disjuntor que alimenta as extrusoras conforme
figura 3. O limite de acordo com a NBR 5410:2004 para isolação PVC é de 70° C,
evidenciando situação de aquecimento excessivo por ultrapassar a temperatura máxima
admissível. A figura 4 apresenta o quadro elétrico que acomoda o disjuntor aquecido.

Figura 3 - Disjuntor que alimenta a extrusora Figura 4 - Quadro que alimenta a extrusora

Paralelo a análise termográfica, foram coletadas as correntes instantâneas de cada


fase, visto que, se houver um aumento de corrente a temperatura tende a registrar valores
ainda maiores do que o apresentado na figura 3, correspondente a 102,4 graus celsius, com
uma emissividade de 0,95 calibrada para fita elétrica. Os valores de corrente associados a
essa temperatura foram de 27,2 amperes fase A, 30,4 amperes fase B e 31,8 amperes fase
C, conforme respectivas figuras 5, 6 e 7.
Figura 5 - Fase A Figura 6 - Fase B

Figura 7 - Fase C

Esse aquecimento pode ocorrer por 2 motivos, subdimensionamento dos condutores,


ou por falta de manutenção no quadro elétrico, a fim de identificar o motivo e apontar a
solução para a empresa a consultoria realizou o dimensionamento do diâmetro ideal do
condutor. Para realizar essa tarefa foram levantados os parâmetros elétricos principais da
extrusora. Esse equipamento tem um motor com potência de 30 kW, corrente nominal de
57,9 amperes e tensão de alimentação de 380 voltes. Esses dados foram extraídos da placa
do motor principal, portanto, poderão variar de acordo com a carga no eixo do motor.
A NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão, estabelece vários
métodos para calcular o diâmetro ideal do condutor, sendo um deles, o método de
capacidade máxima de condução de corrente, que depende do tipo de instalação,
quantidade de condutores carregados e quantidade de circuitos agrupados no mesmo
eletroduto, visto que, haverá uma condução de temperatura de um circuito para o outro
podendo gerar um aquecimento mútuo.
O trecho que alimenta o circuito das extrusoras é composto por um cabo PP cobre de
10 mm2 derivado do circuito de distribuição, instalado de forma subterrânea, correspondendo
a aproximadamente 75 metros de distância.
De acordo com o item 6.5.1.3.1 da NBR 5410, “No dimensionamento dos condutores
do circuito terminal que alimenta exclusivamente um motor, deve ser considerada uma
corrente de projeto IB no mínimo igual a corrente nominal do motor, nas condições de
utilização”. Considerando a corrente de projeto como sendo a corrente nominal de placa do
motor teremos 57,9 A. A partir do valor da corrente de projeto basta comparar com a tabela
38 da NBR 5410, representada pela figura 8.
Antes de fazer a comparação é necessário determinar o tipo de instalação do
condutor segundo item 6.2.5.1.2 Os métodos de referência são os métodos de instalação,
indicados na IEC 60364-5-52, para os quais a capacidade de condução de corrente foi
determinada por ensaio ou por cálculo. São elas:
 A1: Condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em parede
termicamente isolante;
 A2: Cabo multipolar em eletrodo de seção circular embutido em parede
termicamente isolante;
 B1: Condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de
madeira;
 B2: Cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
 C: Cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira;
 D: Cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;
 E: Cabo multipolar ao ar livre;
 F: Cabos unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em trifólio) ao ar
livre;
 G: Cabos unipolares espaçados ao ar livre.
O tipo de instalação é o método D: Cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo.
Uma vez determinado o método de instalação basta comparar a corrente de projeto com a
tabela 38 da NBR 5410, conforme figura 8.

Figura 8 – Capacidade de corrente cabo de alumínio

Considerando o método D e a seção nominal do condutor igual a 10 mm 2 de cobre a


capacidade máxima de condução de corrente seria de 52 amperes. Portanto, como a
corrente de projeto é de 57,9 amperes, o condutor está subdimensionado, influenciando no
aquecimento do quadro elétrico. Além da distância elevada que influencia negativamente na
capacidade de condução do cabo, devido, elevada distância igual a 75 metros.
Considerando que o cabo de cobre é multipolar e está enterrado no solo,
caracterizando o método de instalação D: Cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo,
considerando o diâmetro do cabo igual a 10mm 2 cobre, teremos uma capacidade máxima de
corrente igual a 52 amperes.
Esse aquecimento configura desperdício de energia elétrica pelo efeito joule, ou seja,
energia elétrica sendo perdida em forma de calor que não é aproveitada no processo
produtivo. Na empresa há um circuito com condutor de alumínio de 35 mm 2 que alimenta
outra extrusora com potência de 22 kW e corrente nominal de 39 amperes. Esse condutor
suporta uma corrente de 105 amperes considerando o método de instalação F cabos
unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em trifólio) ao ar livre.
Portanto, a solução apontada é inverter a alimentação das extrusoras utilizando o
cabo de maior capacidade para o equipamento que tem maior potência elétrica. Além de
substituir o disjuntor e utilizar terminais adequados.
Ao corrigir a situação supracitada a empresa economiza energia elétrica, por eliminar
a condição inicial de efeito joule (perda de energia em forma de calor), além de aumentar a
segurança na operação de sua fábrica evitando condições de funcionamento que poderiam
gerar um incêndio, devido aquecimento excessivo, perda da isolação do cabo e consequente
curto-circuito.

AÇÕES PROPOSTAS

Adequação de demanda contratada para 83 kW.

MEDIDA DE MELHORIA 2

Economia estimada de R$ 12.417,68 em 10 meses, (considerando o período de


fevereiro/2023 até novembro/2023), sendo definida em função das multas pagas para a
concessionária por ultrapassagem de demanda contratada.
Investimento: R$ 0,00.
Em seu contrato tarifário atual a empresa Pelitas, está enquadrada na tarifa Horo
Sazonal Verde com uma demanda contratada de 30 kW.
Durante o período analisado a empresa pagou R$ 13.004,37 de ultrapassagem de
demanda. Diante da situação identificada foi sugerido ao empresário solicitar elevação da
demanda contratada para 83 kW, de acordo com a base de dados extraídos das contas de
energia. Para realizar o cálculo da economia foi levado em consideração o valor pago pela
demanda, somado ao valor pago de ultrapassagem, totalizando R$ 2.773,66 no mês de
fevereiro/2023 por exemplo. A partir desse valor foi calculado qual seria o custo de demanda
se o valor contratado fosse de 83 kW, equivalendo a R$ 1.157,80, sendo esse valor
resultado do produto entre 83 kW, e o valor da tarifa de demanda do mês de fevereiro/2023,
igual a R$ 14,00/kW, em ambos os casos. A partir desses valores foi subtraído o custo do
estado inicial e do estado projetado sendo igual a R$ 1.615,86, apenas no mês de fevereiro,
esse mesmo raciocínio foi replicado para os meses seguintes conforme pode ser visto na
tabela 2 e 3.
MESES CONTRATO (kW) REGISTRADO (kW) CUSTO ULTRAPASSAGEM (kW) CUSTO CUSTO TOTAL
fev/23 30 86 1.204,72 56 1.568,94 R$ 2.773,66
mar/23 30 61 850,60 31 864,54 R$ 1.715,14
abr/23 30 73 991,59 43 1.168,17 R$ 2.159,76
mai/23 30 80 1.114,12 50 1.392,66 R$ 2.506,78
jun/23 30 87 1.217,64 57 1.595,53 R$ 2.813,17
jul/23 30 85 1.202,38 55 1.556,02 R$ 2.758,40
ago/23 30 79 1.090,64 49 1.352,95 R$ 2.443,59
set/23 30 74 1.033,71 44 1.229,28 R$ 2.262,99
out/23 30 84 1.195,48 54 1.537,05 R$ 2.732,53
nov/23 30 75 1.108,85 45 739,23 R$ 1.848,08
R$ 24.014,10
Tabela 2 - Condição inicial

MESES TARIFAS DE DEMANDA DEMANDA PRETENDIDA VALOR PAGO


fev/23 14,008427 83 R$ 1.157,80
mar/23 13,944323 83 R$ 1.152,50
abr/23 13,5834555 83 R$ 1.122,67
mai/23 13,9266198 83 R$ 1.151,04
jun/23 13,9959154 83 R$ 1.156,76
jul/23 14,1456471 83 R$ 1.169,14
ago/23 13,8055696 83 R$ 1.141,03
set/23 13,9690541 83 R$ 1.154,54
out/23 14,2319048 83 R$ 1.176,27
nov/23 14,7846667 83 R$ 1.221,95
CUSTO ANUAL R$ 11.603,69
Tabela 3 - Condição sugerida

O ajuste para 83 kW terá um custo de R$ 11.603,69 considerando o mesmo perfil de


consumo do período de estudo. Subtraindo o custo do cenário atual pelo cenário projetado
obtemos a economia de R$ 12.417,68.

6.2. INDICADORES ENERGÉTICOS

O consumo energético de uma indústria está relacionado com sua produtividade,


apesar de não apresentar uma relação direta com inteira exatidão, na maioria das vezes é a
melhor forma de traduzir a variação mensal de consumo energético. Cada empresa tem sua
particularidade, utilizando diferentes tipos de unidades de medidas como toneladas ou litros
produzidos por mês.

CONSUMO MENSAL (kWh) X DEMANDA (kW)


12000 100
90
10000
80
70
8000
60
6000 50
40
4000
30
20
2000
10
0 0
Feb-23

Mar-23

Apr-23

May-23

Aug-23

Sep-23

Nov-23
Jun-23

Jul-23

Oct-23

CONSUMO CONSUMO DEMANDA ATIVA HFP/ÚNICO


ENERGIA ATIVA HFP ENERGIA ATIVA HP

Gráfico 5 - Consumo x Demanda


COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS MENSAIS DAS FATURAS
10,000.00
9,000.00
8,000.00
7,000.00
6,000.00
5,000.00
4,000.00
3,000.00
2,000.00
1,000.00
0.00
Feb-23 Mar-23 Apr-23 May-23 Jun-23 Jul-23 Aug-23 Sep-23 Oct-23 Nov-23

CONSUMO CONTRIBUIÇÃO ILUMINAÇÃO PÚBLICA


ENERGIA ATIVA HFP
DEMANDA REATIVA ENERGIA REATIVA
CONSUMO ULTRAPASSAGEM DEMANDA
ENERGIA ATIVA HP
DEMANDA ATIVA HFP/ÚNICO S/ICMS DEMANDA ATIVA HFP/ÚNICO
Gráfico 6 – Custos estratificados

PLANO DE AÇÃO

Relacionam-se abaixo as principais recomendações e boas práticas aplicáveis à


empresa para uma gestão energética eficiente, estratificadas por nível:

 Nível 1: ações prioritárias, imprescindíveis, urgentes com baixo ou nenhum custo;


 Nível 2: ações necessárias para a melhoria da gestão e eficiência energética,
devendo ser implementadas juntamente ou logo após as ações imprescindíveis;
 Nível 3: ações igualmente importantes para os resultados empresariais e, embora
devam ser implementadas, não são de caráter prioritário ou urgente.

A implementação das ações apresentadas, refletirão na redução dos custos com


energia por parte da empresa e redução das necessidades de ampliação das redes de
distribuição de energia, além de mostrar a realidade energética da respectiva unidade, para
que o gestor possa estabelecer as prioridades, implantar os projetos de melhoria, redução
das perdas e desperdícios e acompanhar os resultados em um processo contínuo.
6.3. GESTÃO ENERGÉTICA

Nível Ações / Recomendações / Boas Práticas


Acompanhar o consumo de energia verificando os gastos por mês e anotando se houver
alguma alteração de produtividade que justificasse tal consumo. (Se o acompanhamento
for diário ou semanal será mais fácil rastrear causas de consumo).
Estabeleça um modelo de indicador energético. Ex.: kWh por tonelada de produção no

1 período considerado ou custo unitário da energia adquirida da concessionária (custo


específico) normalmente formulado como R$/MWh (reais por megawatt hora), tem por
finalidade avaliar com que eficiência a empresa está adquirindo energia.
Planeje as ações de venda e de estoque para aperfeiçoar o uso dos equipamentos de
produção;
Compre somente equipamentos com selo INMETRO/PROCEL e adequados a NR12.

2 Conscientize seus colaboradores sobre o uso eficiente da energia.


Treine/recicle os operadores no uso adequado dos equipamentos.
Tabela 4 - Ações recomendadas (gestão energética)

CONTRATO DE ENERGIA ELÉTRICA

Nível Ações / Recomendações / Boas Práticas

1 Programar os pagamentos das faturas de energia evitando-se multas;

Alterar a demanda contratada para 83 kW, conforme detalhamento no tópico de análise


tarifária.
2
Substituição do cabo subdimensionado e Retrofit do quadro elétrico das extrusoras.

Tabela 5 - Ações recomendadas (contrato energia)

6.4. SISTEMA DE ILUMINAÇÃO


Nível Ações / Recomendações / Boas Práticas
1 Promover a limpeza periódica das luminárias em todos os ambientes.
Promover manutenção e troca periódica das lâmpadas queimadas.
Fazer cálculos luminotécnicos e redistribuição da iluminação dos ambientes.
3
Utilize equipamentos de boa qualidade.
Conscientizar usuários sobre a importância de desligar luz ao sair do ambiente.
Tabela 6 - Ações recomendadas (boas práticas)

6.5. SISTEMAS MOTRIZES

Nível Ações / Recomendações / Boas Práticas


Substituição de motores de baixo rendimento por alto desempenho. De acordo com o
1
estudo realizado neste relatório.
Implantar um plano de manutenção preventivo e preditivo, para motores e seus
2 acionamentos.
Evitar usar motores rebobinados, priorizando a eficiência na produção.
Tabela 7 - Ações recomendadas (motores)

7. RESULTADOS

VALORES INICIAIS DA ECONOMIA ANUAL


CARGA ALVO RESUMO DA ESTIMADA
ITEM AÇÃO DE INVESTIMENT PAYBACK
ANALISADO MELHORIA O PREVISTO (meses)
MWh/ano R$ PROPOSTA MWh/ano R$

Aumento de
Gestão
0 24.014,10 demanda 0 12.417,68 0 20,29
energética
contratada
TOTAL 0 12.417,68 0 20,29
Tabela 8 – Ações de Eficiência Energética OPEX

O payback foi calculado considerando o valor total da consultoria que corresponde a


R$ 21.000,00 mais o valor do investimento, que no caso da adequação de demanda é zero,
pois basta solicitar adequação junto a concessionária. A razão do valor da consultoria pela
economia estimada em R$ 12.417,68, multiplicado por 12 meses, equivale ao valor de
payback representado por 20,29 meses.
8. CONCLUSÃO

As possibilidades de melhoria apresentadas neste estudo são plenamente possíveis


de serem implantadas, algumas inclusive em curto prazo, baixo custo de implantação e
gerando retorno financeiro imediatos.
Observou-se potencial de economia com a alteração da demanda contratada,
eliminando os valores pagos por ultrapassagem de demanda. A empresa pagou R$ 3.256,92
de multa por atraso, em outubro de 2023, foi sugerido programar o pagamento das faturas
para evitar ocorrências dessa natureza. Importante ressaltar que esse valor não foi
contabilizado na redução de custo. Além disso a consultoria trabalhou pesado na resolução
do aquecimento identificado no disjuntor que alimenta a extrusora, conforme detalhado
nesse relatório apontando a solução para esse problema. Durante a consultoria foi gerado
indicadores de desempenho energéticos que deverão ser acompanhados a fim de buscar
melhorar continuamento a performance da empresa reduzindo custos com energia e
aumentando a produção se tornando cada vez mais eficiente, fazendo mais com menos.
Além disso, certamente as oportunidades aqui apresentadas não esgotam a totalidade de
possíveis melhorias disponíveis nas instalações da empresa, mas retratam aquelas que se
mostraram viáveis de serem implantadas.
9. TERMO DE ENCERRAMENTO
A empresa Pelitas Produtos Alimentícios LTDA, localizada em Brasília, Distrito Federal, localizada
no endereço Chácara 63, no Caub I, Riacho Fundo II, em Brasília – DF CEP 71.884-690, (região
administrativa), inscrito no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda sob nº
03.960.107/0001-70, Classificada como Micro Empresa, com 14 funcionários (Classificação do
IBGE), por seu representante legal ao final assinado, e Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, doravante denominado simplesmente SENAI, estabelecido na Cidade de Brasília, Distrito
Federal, localizado no endereço Área Especial Setor C Norte Único lote 2, inscrito no Cadastro Geral
de Contribuintes do Ministério da Fazenda sob nº 03.806.360/0003-35 por seu representante ao final
assinado, declaram encerrado a Proposta nº 008.709 referente à Consultoria do Programa DF Mais
Eficiente, Convênio 03/2019. Declaram, ainda, ter ciência do relatório e resultados do atendimento
conforme tabela de indicadores abaixo:

INDICADORES ECONOMIA ENERGÉTICA


Redução de Consumo Energético com intervenção (%) 0%
Redução do Custo com Energia com intervenção (%) 52 %
Redução do Consumo Energético (MWh/ano) 0 MWh/ano
Redução do Custo Energético (R$/ano) 12.417,68 R$/ano
Emissão de CO2 (ton CO2/ano) (Ref. MCTI 2017) 0,00 ton CO2/ano
Usina Equivalente (MW)
0,00 MW
(Capacidade de 56% e 15% de perdas)
Casa Equivalente (Número de casas) 0 casas
Payback (meses) 20,29 meses
A empresa Pelitas Produtos Alimentícios LTDA declara também que o serviço contratado foi
executado em concordância com a proposta técnica citada e que reconhece que os objetivos foram
plenamente atendidos dentro do que foi contratado, não remanescendo nenhuma outra obrigação ou
responsabilidade do SENAI.
Brasília, 14 de dezembro de 2023.

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Mailson Maciel de Carvalho Oliveira – Consultor SENAI

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Pelitas Produtos Alimentícios / Lauro Campos – Empresário

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