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CURSO DE BIOMEDIC IN A, F ISIOTE R AP I A,

ENFERMAGE M, NUTRIÇÃ O E FARMÁCIA

PATOLOGIAS ÓSSEAS

P RO FA A L E X A N D R A F L Á V I A G A Z Z O N I
DATA : 2 3 . 1 0 . 2 0 2 3
TECIDO ÓSSEO

• Os ossos dão suporte mecânico aos músculos (permitindo o


movimento dos membros), protegem órgãos internos (tórax, crânio,
coluna vertebral).

• Fornecem a base tecidular para a hematopoiese e constituem reserva


de cálcio e sais de fosfato.
T E C I D O Ó S S E O – PAT O L O G I A S
I M P O RTA N T E S

• As patologias mais importantes que afectam os ossos incluem:

PATOLOGIAS MAIS IMPORTANTES


DOENÇAS METABÓLICAS QUE AFETAM O CRESCIMENTO, FORMAÇÃO
E REMOÇÃO ÓSSEA – RAQUITISMO, OSTEOPOROSE OU DOENÇA DE
PAGET
FRATURAS
DEFORMIDADES - ACONDROPLASIA
INFECÇÕES BACTERIANAS - OSTEOMIELITES
TUMORES - OSTEOSSARCOMA
HISTOLOGIA - OSSO NÃO LAMELAR E
LAMELAR

Osteócitos (irregulares)

Osteócitos (em fileira)

Osteoblastos

Osteoblastos
HISTOLOGIA - OSSO NÃO LAMELAR E
LAMELAR
DOENÇAS METABÓLICAS ÓSSEAS

• Incluem condições relativamente comuns que resultam do


desequilíbrio entre a actividade osteoblástica (formação óssea) e a
actividade osteoclástica (reabsorção óssea).

• OSTEOPOROSE
• RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA
• HIPERPARATIREOIDISMO
Diminuição da mineralização do osso • DOENÇA DE PAGET
cortical ou trabecular (parte externa dura). Acomete crianças, anormalidades de
Acúmulo de osteóide não mineralizado formação, mal mineralizados, encurvados
ou pouco mineralizado. e propensos a deformação
(diminuição da mineralização da placa
epifisária).
D O E N Ç A D E PA G E T

• A doença de Paget é uma alteração do processo de remodelação do


esqueleto representada histologicamente por uma proeminente atividade
osteoclástica e osteoblástica (aumento da remodelação óssea).

• Em geral, observam-se fragmentos de osso trabecular desorganizado, em


cuja superfície se encontram osteoclastos multinucleados (geralmente
exibindo doze ou mais núcleos).
DOENÇA DE PAGET
•Ao mesmo tempo em que as
células clásticas exercem alta
atividade de reabsorção, os
OSTEOCLASTOS osteoblastos cubóides
depositam matriz osteóide ao
redor das trabéculas ósseas.
OSTEÓCITOS •É possível confirmar a
natureza imatura do osso
trabecular, já que suas fibras
colágenas mostram-se
dispostas de forma aleatória.
•Por fim, nota-se um tecido
conjuntivo denso, intensa-
OSTEOBLASTOS mente vascularizado,
permeando as trabéculas
ósseas; estas também exibem
osteócitos no interior de
lacunas e linhas de
osteoblastos supertivados no
exterior das trabéculas.
INFECÇÕES ÓSSEAS

• Designa-se por osteomielite e envolve frequentemente o córtex, medula e


periósseo.

• Os agentes etiológicos mais comuns são bactérias piogênicas que podem atingir
os ossos por:
• Disseminação hematogénea (ex: Staphylococcus aureus);
• Extensão directa de infecção adjacente (ex: Escherichia coli);
• Contaminação de fraturas ósseas compostas/procedimentos cirúrgicos
ortopédicos (ex: anaeróbios);

• Causam inflamação supurativa (osteomielite aguda) e podendo desenvolver


sequelas crônicas com sequestros ósseos com envólucro ósseo reactivo
(osteomielite crónica).
INFECÇÕES ÓSSEAS
INFECÇÕES BACTERIANAS DOS OSSOS
AGUDO CRÔNICO
ESPAÇO MEDULAR OU CORTICAL DO OSSO
Fragmento de tecido ósseo não vital exibindo ausência de Notam-se trabéculas de tecido ósseo desvitalizado
osteócitos no interior de lacunas e a presença de focos de permeado de tecido conjuntivo denso rico em infiltrado
reabsorção na periferia inflamatório crônico

Área inflamatória
Trabéculas desvitalizadas

Ausência de
osteócito Trabéculas desvitalizadas

Área de reabsorção

Colônias bacterianas
Processo inflamatório crônico intenso
DISPLASIA FIBROSA

• É uma lesão óssea benigna classificada clinicamente como monostótica


(limitada a um único osso) ou poliostótica (acomete dois ou mais ossos).

•Histologicamente, a displasia fibrosa


esferas Trabéculas imaturas é caracterizada pela presença de
numerosas trabéculas ósseas
permeadas de tecido conjuntivo
intensamente celularizado.
•As trabéculas ósseas apresentam
TC com alta celularidade formato irregular semelhante a
“caracteres chineses”.
Osteócitos •Por vezes, é possível observar
pequenas esferas de material
mineralizado.
LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES

Células gigantes multinucleadas

• A lesão central de células gigantes é


uma desordem óssea benigna
caracterizada, microscopicamente:
Extravasamento de • Presença de células gigantes
hemácias (áreas
hemorrágicas) multinucleadas agrupadas ou
dispersas,
• Permeadas de estroma de tecido
conjuntivo denso, exibindo células
com formato ovoide a fusiforme e
citoplasma eosinofílico.
Estroma da lesão com células fusiformes ou
ovóide
CISTO ÓSSEO TRAUMÁTICO

TCD Área hemorrágica • É uma lesão óssea benigna


caracterizada por área cística
delimitada por fina camada de
Fragmentos ósseos dispersos tecido conjuntivo denso.

• Uma importante característica


Fragmento de tecido mineralizado do cisto ósseo traumático é o
fato de ele não apresentar
revestimento epitelial
EXOSTOSE

• São crescimentos benignos considerados anomalias de desenvolvimento


ou hamartomas, que surgem a partir da cortical óssea.

• São frequentemente encontradas nos ossos dos maxilares.

• Quando essas protuberâncias ósseas acometem as regiões de palato ou a


superfície lingual da mandíbula são denominadas de toro palatino e
mandibular.

• Sua exérese ocorre quando existe acometimento funcional, estético.


EXOSTOSE – LINHA MÉDIA DO PALATO
EXÉRESE
TÓRUS MANDIBULAR – COMUNICAÇÃO
LINGUAL, UNI OU BILATERAL
• Histologicamente, nota-se um fragmento de osso cortical
EXOSTOSE exibindo canal de Havers, circundado de camadas
concêntricas de osso lamelar com osteócitos no interior de
lacunas. Observam-se ainda espaços medulares dispersos pela
densa massa óssea.
Fragmento ósseo de arranjo lamelar
Canal de Havers circundando
por osso lamelar abrigando os osteócitos

Osso cortical

Espaços medulares/medula óssea


• O osteoma é uma lesão benigna.
OSTEOMA
• Exibe um crescimento lento e é composto de osso compacto ou
esponjoso. Pode ocorrer no crânio, músculos, seios paranasais ou em
qualquer tecido.
• São considerados extremamente encapsulados.

• Histologicamente, os osteomas
compactos exibem osso lamelar
Osso lamelar revelando osteócitos denso apresentando, entre as
no interior das lacunas lamelas, osteócitos no interior de
lacunas e pequena quantidade de
tecido medular.
• Osteomas esponjosos:
• Presença de tecido ósseo com
Camada medular em porções mais profundas maior quantidade de cavidades
medulares preenchidas de tecido
fibroadiposo.
CONDROMA • Os cortes histológicos revelam trabéculas ósseas adjacentes à
massa circunscrita de cartilagem hialina, apresentando
condrócitos maduros permeados de estroma basofílico claro.

Trabéculas ósseas adjacentes à lesão


• Individualmente,
nota-se que os
condrócitos
apresentam
citoplasma pálido
e núcleos
arredondados sem
sinais de
malignidade.

Tecido cartilaginoso
(cartilagem hialina)
com proliferação de condrócitos
Condrócito

Matriz cartilaginosa
OSTEOSSARCOMA

• O osteossarcoma é uma neoplasia maligna de origem mesenquimal que surge, na maioria das vezes, a
partir da cavidade óssea medular.

• Essencialmente, os cortes histológicos revelam células neoplásicas de origem mesenquimal,


responsáveis pela produção de matriz óssea celular e imatura.

• A densidade celular pode mostrar-se aumentada e, individualmente, as células neoplásicas apresentam


um formato que varia de arredondado a fusiforme.
• É o mais agressivos dos tumores ósseos, e afeta principalmente a extremidade dos ossos longos.
• A densidade celular
demonstra-se
aumentada.
• Individualmente, as
Regiões de alta celularidade
células neoplásicas
apresentam um formato
que varia de
arredondado a
fusiforme.
Matriz óssea celular e imatura
(trabéculas imaturas)
Matriz óssea irregular e desorganizada

Alta celularidade neoplásica


• É caracterizado por exibir um padrão de
CONDROSSARCOMA
crescimento em lóbulos (lóbulos) separados
por finos septos de tecido conjuntivo denso.

Revestimento da mucosa oral

Padrão de crescimento tubular • Os lóbulos são formados por:


• matriz condroide
• Lacunas preenchidas de
condrócitos
• Calcificações ou formação de
Septos separando os lóbulos tecido ósseo.

• Além disso, os lóbulos exibem


diferentes graus de maturação e
celularidade, com condrócitos
arredondados, estrelários ou
fusiformes.
DOENÇAS INFLAMATÓRIA DOS
OSSOS

Osteíte alveolar
Osteonecrose
Osteorradionecrose
OSTEÍTE ALVEOLAR: ALVEOLITE – ALVÉOLO SECO

• Perda do coágulo após exodontia.


• Condição dolorosa.
• Coágulo que deveria proteger osso e nervos
adjacentes é perdido/removido/dissolvido.

• Dor forte no álveolo de 3 a 5 dias após a


exodontia.

• Traumas ou lesões no nervo alveolar inferior,


principalmente.
• Quando a lesão é mais próxima do terceiro
molar, maior a chance de lesão do nervo alveolar
inferior.
OSTEONECROSE

• Perda (morte) de um segmento do osso devido a falta de suprimento de sangue.


• Diminuição da vascularização óssea devido a utilização de determinados
medicamentos (ex: bifosfonados ou costicosteróides) causando necrose do tecido
ósseo.
OSTEORRADIONECROSE

• A diminuição da circulação no tecido ósseo ocorrida após exposição radioterapia de


cabeça e pescoço.
FIGURE 1. A 57-year-old male patient, diagnosed with HPV
positive T2N2c squamous cell carcinoma of left base of the
tongue and treated with definitive chemoradiation (6996cGy in
33 fractions), developed a spontaneous exposed bone measuring
1.5 × 0.5 cm in the lingual posterior mandible adjacent to right
mandibular first and second molars.The exposed bony edges
were sharp causing irritation to adjacent soft tissues.

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