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Laboratório de Física complementar Anabela Carina Novais Ascenção

2023/24 200704469

Trabalho 1
Emissão LED, quantum de luz e efeito fotoelétrico

PREPARAÇÃO: 10 de outubro de 2023

Objetivos:

 Estudo do efeito fotoelétrico


 Estudo da dependência do potencial de paragem da corrente fotoelétrica no
comprimento de onda da luz incidente.
 Determinação do trabalho de extração de um eletrão do material e do valor da
constante de Planck.
 Familiarização com espectrómetros e emissão LED.

Introdução Teórica
Quando radiação eletromagnética de frequência 𝑣 incide num metal cada fotão, de energia
h𝑣 ( sendo h a constante de Planck), é integralmente absorvido por um eletrão de metal, o
qual é libertado se a energia do fotão exceder a energia de ligação do eletrão no metal (W).

Assim, a condição para a existência de efeito fotoelétrico é h𝑣 ≥ W. O excesso de energia


aparece sob a forma de energia cinética do eletrão libertado:

1
ℎ𝑣 − 𝑊 = 𝑟𝑚𝑣
2

Os eletrões emitidos pelo cátodo (K) são recolhidos num elétrodo coletor, dando origem a
uma corrente elétrica I, normalmente muito reduzida, num circuito exterior. Colocando o
coletor a um potencial negativo V relativamente ao emissor, o valor desta corrente pode
ser reduzido e mesmo anulado (I=0). O valor do potencial antagonista para o qual se anula
a intensidade de corrente é designado como potencial de paragem (Vc). Por conservação de

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energia, a equação anterior pode ser escrita de forma a expressar o potencial de paragem
em função da frequência de radiação de excitação como:

1
𝑒𝑉 = 𝑚𝑣 = ℎ𝑣 − 𝑊
2

O estudo de Vc (𝑣) permite determinar constante de Planck (h) e o “trabalho de extração”


característico do metal (W).

Equipamentos e esquema de montagem:

A realização da experiência requer a u lização de aparelhos de medida que consigam


detetar correntes muito pequenas, para que possa determinar-se com alguma precisão a
tensão de paragem Vc. Para tal, u lizou-se um eletrómetro.

Figura 1 – Eletrómetro

Este aparelho é capaz de medir correntes muito reduzidas, até à região dos pico-ampére
(10-12). Estes aparelhos são muito sensíveis a ruido eletromagné co, correntes parasitas, e
à qualidade de ligações elétricas dos circuitos onde é inserido.

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Parte A – Efeito fotoelétrico com fonte de tensão

Esquema de montagem

Figura 2 – Esquema de montagem previsto no Figura 3 – Célula fotoelétrica.


protocolo.

Dispositivo experimental

Legenda:
A- Mul metro
B- Mili vol metro
C- Fonte de Tensão
D- Reóstato
E- Célula
fotoelétrica

Figura 4 – Esquema de montagem.

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Parte B – Efeito fotoelétrico com condensador

Dispositivo experimental

Figura 5 – Esquema de montagem da parte B. Figura 6 – Condensador de 100 nF.

Parte C – Caracterização de LEDs

Equipamento experimental

 Espectrómetro ótico;
 Software SpectraScan;
 Protocolo «Medidas com espectrómetro de fibra ótica»;
 Fibra ótica Multimodo em Y (2 fibras para 1);

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REALIZAÇÃO DO TRABALHO EXPERIMENTAL: 11 de outubro de 2023

Parte A – Efeito fotoelétrico com fonte de tensão

Nesta parte do trabalho, o potencial de paragem foi obtido através da determinação do


potencial antagonista que anula a corrente fotoelétrica no circuito, procedendo da seguinte
forma:

1. Montar o circuito elétrico que interliga célula fotoelétrica, eletrómetro, circuito com
potenciómetro e fonte de tensão variável, de acordo com o esquema na figura 2.

2. Posicionar os LEDs adequadamente junto à célula fotoelétrica.

3. Utilizando o comutador selecionar um dos LEDs disponíveis e garantir o isolamento da


célula fotoelétrica relativamente à luz ambiente.

4. Procurar um valor aproximado da tensão de paragem: começando nas escalas menos


sensíveis, ajustando o potencial de paragem de modo a reduzir a corrente; à medida
que se aproxima da corrente nula, aumentar a sensibilidade do eletrómetro e repetir o
procedimento. Escolher a escala de sensibilidade maior que lhe permita realizar as medições
para a determinação da corrente nula
Nota: Recomenda-se que mantenha a escala constante ao longo das medidas para evitar
erros associados a mudanças de escala.

5. Repetir o procedimento para todos os LEDs disponíveis, garantindo que regista valores
suficientes de I(V ) de forma a identificar claramente o patamar de anulação de corrente
fotoelétrica.

6. Para cada LED determinar o respetivo potencial de paragem Vc através da análise da


curva I (V).

7. Finalmente, analisar os dados Vc (𝑣) e determinar o valor de h e W.

Nota: Nesta experiência o cátodo emissor é uma liga de Césio-Antimónio (Sb-Cs) em que os
eletrões de valência estão fracamente ligados ao núcleo, e a função de trabalho é baixa. Este
material caracteriza-se por alta sensibilidade na gama de comprimento de onda

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185nm <λ< 650nm e máxima a 340nm.

Na execução desta parte do trabalho vemos problemas técnicos, que não nos permi ram
ter resultados credíveis. Os valores lidos no mul mul metro não eram confiáveis,
provavelmente por má calibração, pelo que nos foi sugerido não realizar esta etapa do
trabalho, podendo vir a realizá-la futuramente.

Parte B – Efeito fotoelétrico com condensador

Nesta parte do trabalho o potencial de paragem foi obtido através da transferência da


energia da corrente fotoelétrica para um condensador em série com a célula fotoelétrica, e
determinação do valor da tensão nos terminais do condensador, procedendo da seguinte
forma:

1. Alterar a montagem de acordo com o esquema da figura 5.


2. Determinar o potencial de paragem a partir da diferença de potencial nos terminais do
condensador para cada um dos LEDs disponíveis.
3. Construir o gráfico Vc (𝑣)e determinar o valor de h e W.

Tratamento de dados e análise de resultados

O potencial de paragem (Vc) foi obtido através da medição de tensão nos terminais do
condensador para todos os LEDs disponíveis (Tabela1).

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Tabela 1- Valores de potencial de paragem (Vc) e frequência (ʋ) da radiação


incidente na célula fotoelétrica com condensador.
LED ʋ (Hz) ∆ʋ (Hz) Vc (V) ∆Vc (V)
violeta 1 8E+14 2E+09 1,224 2E-03
violeta 2 7E+14 2E+09 0,998 2E-03
azul 7E+14 1E+09 0,792 2E-03
azul2 6E+14 1E+09 0,762 2E-03
verde 6E+14 1E+09 0,561 2E-03
amarelo 5E+14 9E+08 0,175 2E-03
laranja 5E+14 8E+08 0,133 2E-03
vermelho 5E+14 7E+08 0,147 2E-03
verde 2 5E+14 9E+08 0,216 2E-03
azul ciano 6E+14 1E+09 0,611 2E-03

Vc(ʋ) com condensador


1.400

1.200
Potencial de paragem, Vc (V)

1.000

0.800

0.600

0.400

0.200

0.000
4E+14 6E+14 8E+14
Frequência, ʋ (Hz)
Dados experimentais Linear (Dados experimentais)

Gráfico 1 – Potencial de paragem (Vc) em função da frequência (ʋ) da radiação


incidente para a experiência com condensador.

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Tabela 2: Ajuste linear do gráfico Vc=f(ʋ).

m 3.51X10-15 -1.544 b
um 2.13X10-16 0.130 ub
r2 0.9714 6.95X10-02 uy

Através do ajuste podemos calcular a constante de Planck e a função trabalho (tabela 3) sendo
estas obtidas pelo declive e ordenada na origem, respetivamente:

𝑉 = ℎʋ − 𝑊
𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 = ℎ = (3.51x10-15 ± 2.13X10-16 ) eV.s
𝑜𝑟𝑑𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑒𝑚 = 𝑊 = 1.54 ± 0.13 eV

Sendo 1 eV = 1.60218x10-19 J,
ℎ = 3.51x10-15 x 1.60218x10-19 = (5.63x10-34 ± 3.40x10-35) J.s

Gráfico de resíduos Vc
0.2000

0.1500

0.1000
Resíduos Vc

0.0500

0.0000

-0.0500

-0.1000
4E+14 6E+14
ʋ (Hz) frequência

Gráfico 2 – Análise de resíduos do ajuste do gráfico 1.

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Analisando o gráfico dos resíduos podemos verificar uma aleatoriedade dos dados pelo que o
ajuste foi mantido.

Cálculo do erro percentual:


│ │
Erro (%) = 𝑒𝑟𝑟𝑜 (%) = x 100 = 15%

Tabela 3: Valores da constante de Planck (h) e do erro percentual


relativamente ao valor tabelado, e valor da função trabalho (W).
Constante valor erro (%)
h teórico (J.s) 6.63x10-34
15
h calculado (J.s) 5.63x10-34 ± 3.40x10-35
W (eV) 1.54 ± 0.13 -

Parte C – Caracterização de LEDs

Nesta parte do trabalho devemos proceder da seguinte forma:


1. Obter os espectros dos LEDs, recorrendo ao espectrómetro SpectraScan (VIS-NIR e
UV-VIS):
2. Registar a cor percecionada e o comprimento de onda correspondente ao pico máximo
de cada LED;
3. Exportar os dados de cada espectro medido para ficheiro de texto, bem iden ficado
para posterior análise.

Nota: Nesta parte C ob vemos os valores registados por outro grupo de trabalho. Esta
caracterização irá ser feita num trabalho posterior.

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Tabela 4- Valores de comprimentos de onda (correspondente ao pico no


espetrómetro) e de frequência (medição indireta).
LED (cor) λ pico (nm) λ pico (m) ∆λ (m) ʋ (Hz) ∆ʋ (Hz)
Violeta 1 377,545 3,775E-07 1E-10 8E+14 2E+02
Violeta 2 407,339 4,073E-07 1E-10 7E+14 2E+02
Azul 1 454,403 4,544E-07 1E-10 7E+14 1E+02
Azul 2 465,356 4,654E-07 1E-10 6E+14 1E+02
Verde 1 520,495 5,205E-07 1E-10 6E+14 1E+02
Amarelo 590,322 5,903E-07 1E-10 5E+14 9E+01
Laranja 610,507 6,105E-07 1E-10 5E+14 8E+01
Vermelho 647,670 6,477E-07 1E-10 5E+14 7E+01
Verde 2 564,491 5,645E-07 1E-10 5E+14 9E+01
Azul Ciano 506,006 5,060E-07 1E-10 6E+14 1E+02
IV 825,824 8,258E-07 1E-10 4E+14 4E+01

O LED IV é uma corrente parasita, o seu valor de Vc é zero.

Expressões usadas para o cálculo das frequências registadas na Tabela 2

c = 2,998x108 m/s (valor tabelado)

∆ʋ ∆ ∆ ∆ ∆
incerteza de ʋ: = + ↔ ∆ʋ = ʋ × =
ʋ

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Conclusões
Uma vez que não foi possível realizar a primeira parte deste trabalho (Parte A), não foi possível
comparar a determinação da constante de Planck e função trabalho pelos dois métodos.
Na parte B deste trabalho, em que se utilizou o condensador, foi obtido um erro percentual de
15% na determinação da constante de Planck, em comparação com o valor tabelado. No entanto,
é de referir que a ordem de grandeza é a mesma para o valor tabelado e o calculado (10-33).
Esta diferença pode estar relacionada com eventuais erros sistemáticos, nomeadamente devido
ao não isolamento eficaz da luz da célula fotoelétrica.

ENTREGA DO LOGBOOK: 24 de outubro de 2023

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