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EFEITOS DO ÁLCOOL NA GESTANTE, NO FETO E NO RECÉM-NASCIDO

Conceição A. M. Segre*

INTRODUÇÃO

O álcool é considerado sem a menor dúvida um agente teratogênico capaz de causar


alterações físicas bem como efeitos comportamentais sobre o feto e o recém-nascido sendo a
causa mais frequente de retardo mental não congênito. Esse conjunto de alterações na sua
apresentação mais grave é conhecido como síndrome alcoólica fetal (SAF) (1).

No entanto há diferentes graus de intensidade com que o álcool ingerido pela gestante pode
lesar o feto, desde a forma mais grave que é a SAF, até formas mais específicas, como
distúrbios do neurodesenvolvimento ou defeitos congênitos, constituindo o chamado
“espectro de alterações fetais devidas ao álcool”, ou fetal alcohol spectrum disorders - FASD,
na sua sigla em inglês.

O espectro de alterações fetais devidas ao álcool é definido, segundo o Centers for Disease
Control and Prevention (CDC) americano, como sendo um grupo de condições físicas,
comportamentais e de aprendizado que pode ocorrer em pessoas que foram expostas ao
álcool durante a gestação (2). Efetivamente, vale salientar que FASD não é um diagnóstico,
mas um termo “guarda-chuva” que engloba várias entidades: a SAF, a SAF parcial, os distúrbios
do neurodesenvolvimento e os defeitos congênitos ligados ao álcool.

Considerando-se os efeitos do álcool na mulher pode-se verificar que são diversos daqueles
apresentados pelo homem, para quantidades equivalentes de álcool ingeridas por ambos, pois
a biodisponibilidade do álcool na mulher é maior que no homem em função de (3):

• maior capacidade de absorção;


• maior proporção de gordura corpórea;
• menor quantidade de água corpórea;
• menor atividade da álcool-desidrogenase.

A consequência é a maior concentração de álcool no sangue da mulher em relação a um


homem de mesmo peso para idênticas quantidades ingeridas.

Por outro lado, a diferença quantitativa e qualitativa entre as enzimas fetais e maternas que
metabolizam o álcool, ao lado do fato do feto eliminar o álcool para o líquido amniótico, fazem
com que fique submetido à uma ação muito prolongada do álcool (1,3).

*Livre docente em Pediatria Neonatal pela Escola Paulista de Medicina. Membro da Academia
Brasileira de Pediatria. Membro da Academia de Medicina de São Paulo. Coordenadora do
Grupo #álcool e gravidez da Sociedade de Pediatria de São Paulo e da campanha #gravidez
sem álcool da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O álcool atua como agente teratogênico por meio de vários mecanismos (1):

• presença de espécies reativas de oxigênio;


• diminuição dos níveis de antioxidantes endógenos;
• lesão mitocondrial;
• peroxidação líquida;
• alteração na adesão celular neuronal;
• vasoconstricção placentária;
• inibição de fatores necessários ao crescimento e desenvolvimento fetal.

No entanto, ainda são identificados outros fatores de risco como: influências genéticas; estado
nutricional materno; fatores demográficos e o estilo de vida; saúde mental e fatores
psicológicos; padrões de consumo de álcool; e uso de outras drogas (4).

PAPEL DO PAI

O papel paterno tem sido muito pouco estudado. Trabalhos experimentais recentes concluem
que a ingestão paterna de álcool afeta a expressão cerebral do fator de crescimento nervoso e
do fator neuro trófico derivado do cérebro (5). Zuccolo et al. (6), em publicação de 2016,
encontraram associação entre alcoolismo paterno anterior à gestação atual e microcefalia
fetal.

A GESTANTE

A definição de exposição pré-natal da gestante ao álcool, segundo Hoyme et al. (7), engloba os
seguintes parâmetros:

• ingestão de ≥6 drinks* /semana por ≥2 semanas durante a gestação;


• ingestão de ≥3 drinks por ocasião em ≥2 ocasiões durante a gestação;
• documentação de problemas com a lei por dirigir embriagada ou história de
tratamento por condição relacionada ao álcool;
• documentação, por meio de testes de intoxicação durante a gestação, realizados no
sangue, ou ar expirado ou urina;
• teste de biomarcadores positivo para exposição ao álcool, durante a gravidez, ou ao
nascimento;
• aumento de risco pré-natal associado à ingestão de álcool durante a gestação por meio
de um teste de triagem validado.

Prevalência do consumo de álcool durante a gestação

Nos Estados Unidos, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (8), a
percentagem de mulheres grávidas que consumem álcool aumentou de 7,6% em 2012 para
10,2% em 2015 e o número de mulheres que reportaram embriagues aguda (“binge drinking”)
ou ingestão de uma só vez de quatro ou mais “drinks”, que era de 1,4% em 2012 aumentou
para 3,1% em 2015.

Em 2017, a prevalência global do uso de álcool durante a gravidez foi estimada por Popova et
al. (9) em 9·8% (95% CI 8·9-11·1) e em 15.2% (95%CI) para o Brasil. Esses mesmos autores
concluem que 1 em cada 67 mulheres que consumiu álcool durante a gestação, no mundo,
dará à luz um filho com síndrome alcoólica fetal, o que corresponderia ao nascimento anual de
119.000 crianças afetadas (9).
Pesquisa realizada em maternidade de periferia da cidade de São Paulo identificou que entre
1964 gestantes 33,3% ingeriam alguma quantidade de álcool durante a gestação e 21,4% o
faziam até o final do período gestacional (10).

*drink = medida de qualquer bebida que contenha 14g de álcool puro. National Institute of
Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA) [homepage on the Internet]. Overview of alcohol
consumption [cited 2020 Feb 3]. Disponível em: www.niaaa.nih.gov/alcohol-health.

Como identificar a gestante alcoolista

Não é fácil avaliar o consumo de álcool durante a gestação, seja pela omissão ou negação
desse hábito que, muitas vezes, não é sequer averiguado durante as consultas de pré-natal.

Para tanto poderia se recorrer a marcadores indiretos como transaminases, gama GT, VCM,
porém, embora traduzindo comprometimento hepático, não são específicos. Ou ainda
marcadores de exposição: acetaldeído, transferrina deficiente em carboidratos que poderiam
ser valorizados somente para cifras muito elevadas, ou a alcoolemia, que não avalia exposição
no longo prazo (4).

Avanços na detecção do alcoolismo na gestante dizem respeito à pesquisa de derivados do


metabolismo não oxidativo do álcool (etil ésteres de ácidos graxos – FAEEs) que incluem o
etilglucoronideo, o etilsulfato e o fosfatidiletanol, que podem se constituir em uma janela
temporal na detecção de ingestão de álcool pela gestante (4). O etilglucoronideo pode
desempenhar papel importante na confirmação de ingestão de álcool, sendo a pesquisa em
cabelo mais eficiente que em urina ou sangue de gestantes, permitindo medida retrospectiva
até de vários meses (11).

Contudo, ainda não dispomos dessa metodologia em nosso meio.

Assim, lança-se mão de perguntas diretas ou de questionários. Há vários deles destinados a


avaliar consumo de álcool e são conhecidos na literatura médica por suas siglas em inglês,
AUDIT, CAGE, T-ACE, TWEAK (C), CRAFFT (4).

Um deles, o T-ACE foi proposto e validado especificamente para ser utilizado em obstetrícia e
tem sido largamente empregado (quadro 1). Tem a vantagem de ser de aplicação rápida.

Tabela 1 – Questionário T-ACE (12)


Mais de 2 pontos = ingestão de risco

Tratamento

A gestante consumidora de álcool pode apesentar uma enormidade de problemas sociais,


psicológicos e co-morbidades que indicam o encaminhamento a uma equipe multidisciplinar,
incluindo psiquiatra, assistente social, especialista em drogadição, além do obstetra.

O emprego de farmacoterapia, principalmente o uso de benzodiazepínicos, é controverso pois


há o risco de ocorrerem malformações fetais (13).

A indicação de intervenções breves tem se mostrado uma opção bem-sucedida (14).

Orientação quanto ao consumo de álcool na gestação

Álcool e gravidez, eis aí um coquetel perigoso!

Como não se conhece um nível seguro de alcoolemia, abaixo do qual não ocorram
manifestações de fetopatia alcoólica (8) a recomendação é de tolerância ZERO para álcool
durante a gravidez.

Mesmo a ingestão moderada de bebida alcoólica durante a gestação leva a risco, como
prematuridade, baixo peso ao nascer e asfixia neonatal (15,16).

À equipe de saúde cabe enfatizar à gestante repetidamente que nenhuma quantidade de


álcool ingerida é segura, que não há nenhum trimestre seguro para ingestão de bebidas
alcoólicas, que todas as formas de álcool representam um risco semelhante e que a
intoxicação aguda (bebedeira) representa um risco fetal relacionado à dose (7).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) (17) publicou em 2014 uma série de recomendações à
equipe de saúde:
• a equipe de saúde deve perguntar a todas as gestantes sobre o uso de álcool e outras
drogas (presente e passado) tão logo quanto possível e a cada consulta pré-natal;
• a equipe de saúde deve, na primeira oportunidade, aconselhar a gestante dependente
a cessar o hábito e de oferecer serviços de desintoxicação sob supervisão médica;
• como a eficácia do tratamento para dependência do álcool não tem segurança
garantida, uma análise individual caso-a-caso de risco-benefício deve ser conduzida;
• mulheres em aleitamento materno devem ser aconselhadas e apoiadas a cessar o
hábito.

O FETO

O espectro de alterações fetais ligadas ao álcool ocorre enquanto o feto está se


desenvolvendo in útero. Isto significa que se pode tratar como sendo um distúrbio do
desenvolvimento.

Quando a gestante ingere uma bebida alcoólica as concentrações de álcool no sangue


fetal são equivalentes aos níveis maternos uma a duas horas depois da ingestão pela
gestante (18).

O tempo de exposição do feto ao álcool ingerido pela gestante acha-se prolongado


quer pela reduzida capacidade metabólica fetal ou pelo fato de que sua eliminação
para o líquido amniótico o torna em verdadeiro reservatório de etanol (19).

Durante o período embrionário (da nidação até a 8ª semana de idade gestacional), o


álcool atua provocando alteração na divisão, proliferação, migração e diferenciação
celular que se traduzem pelo aparecimento de malformações grosseiras. Durante o
período fetal (da 9ª até a 14ª semana de idade gestacional) sua ação provoca
alterações principalmente no sistema nervoso central (19). Sendo o cérebro um órgão
bastante complexo, com vários tipos de células, como células do córtex, do lobo
frontal, do cerebelo e ponte, seu comprometimento pode se apresentar de diversas
maneiras.

Outrossim, são vários os possíveis mecanismos de ação do álcool no sistema nervoso


central, incluindo alteração da expressão genética devida a modificações epigenéticas,
interferência na migração das células da crista neural, toxicidade celular através das
espécies reativas de oxigênio, apoptose neuronal, danos à glia e astrócitos tróficos
(células que orientam a migração dos neurônios) interrompendo ou alterando sua
migração de modo que esses neurônios não estarão nos seus lugares adequados em
fase precoce do desenvolvimento, e ativação inapropriada da microglia (20). Mas talvez
o mais importante seja a morte neuronal.

Os principais locais onde ocorrem as lesões são: cerebelo (hipoplasia), corpo caloso
(alteração da forma, tamanho ou até agenesia), diminuição do volume dos gânglios da
base, córtex, hipotálamo, tálamo, hipocampo e área septal, sendo que as primeiras
cinco semanas constituem o período de maior risco (19). Essas alterações se traduzem
clinicamente como microencefalia e microcefalia (19,20).

Por outro lado, o tipo e gravidade dos defeitos congênitos induzidos pela exposição
pré-natal ao álcool são largamente dependentes do padrão de exposição, da dose, e do
estágio de desenvolvimento do embrião ou do feto no momento da exposição (21).

O RECÉM-NASCIDO

Prevalência

A prevalência estimada de SAF na população geral, segundo referem Lange et al. (21)
em estudo de metanálise publicado em 2017 é de 7,7/1000 habitantes, apresentando
contudo grandes variações de país a país, ou taxas maiores que aquelas globais entre
populações específicas (indígenas, crianças institucionalizadas, população carcerária,
população de baixo nível socioeconômico e população sob cuidados psiquiátricos).
Para a região das Américas em geral a taxa relatada é de 8,8/1000 habitantes. No caso
específico do Brasil, não há dados oficiais.

Quadro clínico

O recém-nascido com SAF completa apresenta três características básicas:


dismorfismos faciais, deficiência de crescimento e comprometimento neurológico (22).

1 - Os dismorfismos faciais são os seguintes: fissuras palpebrais pequenas, ausência de


filtro nasal e borda vermelha do lábio superior fina. Figura 1.
FIGURA 1
Figura 1 – Recém-nascido com dismorfismos faciais. Ausência de filtro nasal. Borda
vermelha do lábio superior fina. Foto obtida logo após o nascimento mostra pálpebras
edemaciadas prejudicando a avaliação do seu tamanho. Foto do arquivo particular de
Mesquita MA, com permissão.

Curvas de percentil foram construídas para o tamanho da fissura palpebral e da borda


fina do lábio superior em população de maternidade da cidade de São Paulo onde
constam os percentis 10,50 e 90 (23). Figura 2.

Figura 2 . Curvas de percentil para medida da fissura pálpebra e da borda vermelha do


lábio superior

O fenótipo facial resultante da exposição pré-natal ao álcool corresponde às


anormalidades cerebrais, de modo que quanto mais acentuada for a dismorfia facial
mais intenso será o comprometimento neurológico (24).

Outras malformações faciais são também assinaladas como fronte estreita, hipoplasia
hemifacial, hipotelorismo ou hipertelorismo, hipoplasia maxilar e mandibular,
prognatismo, ptose palpebral, prega epicantal, nariz pequeno e antevertido, ponte
nasal larga e rebaixada, palato em ogiva, aplasia de úvula, hipoplasia de esmalte,
dentes pequenos, má oclusão dentária, fenda labial e/ou palatina, micrognatia e
orelhas em abano, mal posicionadas e malformadas (21).
2 - A deficiência de crescimento implica no peso ao nascer abaixo do percentil 10 da
curva de crescimento intrauterino, comprimento ao nascer abaixo do 10º. percentil da
curva de crescimento e índice de massa corpórea também abaixo do percentil 10 (21).
3 - A identificação do comprometimento neurológico no período neonatal baseia-se
principalmente na ocorrência de perímetro cefálico inferior ao percentil 10 e presença
de anomalias estruturais do cérebro (25). Dentre estas, pode-se encontrar hipoplasia
até agenesia do corpo caloso que é descrita como uma das anomalias do SNC mais
frequentes (26). Essa ausência leva desde a inexistência de sintomas até quadros de
deficiência mental de graus variados, convulsões e déficits motores.

Na criança maior verifica-se envolvimento cognitivo, que pode variar desde grave
comprometimento intelectual (QI<70) a déficits selecionados, como o déficit de atenção e
hiperatividade (presente em 50% a 80% dos casos), déficit de funções executivas, de memória,
habilidade visual-motora diminuída e pobre performance acadêmica (27-29). São frequentes
os problemas no aprendizado de matemática, atrasos na linguagem e motricidade,
dificuldades de integração social e comunicação, e risco aumentado de doenças psiquiátricas
na vida adulta, problemas com a lei, abuso de álcool e uso de drogas ilícitas (27). Uma alta taxa
de autismo, bem acima daquela esperada, é também observada (30).

A exposição pré-natal ao álcool altera o desenvolvimento do sistema imune e as respostas


imunes aos agravos do início da vida extrauterina com consequências para a saúde pelo resto
da vida (31).

Outras anomalias congênitas também podem ocorrer como: defeitos cardíacos


(transposição de grandes vasos, defeitos septais), problemas renais, alterações
oculares, esqueléticas (pé torto), hemangiomas, espina bífida (32).

Diagnóstico
O diagnóstico de FASD não é fácil. Por um lado, as dismorfias faciais vão esmaecendo
com os passar dos anos e, por outro, as equipes de saúde não estão preparadas para
identificar os casos. Além do mais requer uma equipe multidisciplinar e tem início com
a história materna aonde vai se buscar a informação sobre a ingestão de bebida
alcoólica, que pode ser obtida da gestante por meio de questões diretas sobre esse
hábito ou utilizando-se questionários validados, como por exemplo o T-ACE (11),
conforme anteriormente referido.
O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, caso contrário será negado ao
portador de FASD o acesso a serviços especializados, ao tratamento adequado e à
reabilitação.
No período neonatal, o diagnóstico é realizado por meio de critérios clínicos, dados de
neurimagem e exames laboratoriais (pesquisa dos FAEEs) no mecônio, ou cabelo do recém-
nascido.

Há vários critérios para o diagnóstico de espectro de desordens fetais alcoólicas e de acordo


com Hoyme et al. (7,22) os seguintes parâmetros devem ser observados:

I - Síndrome alcoólica fetal (SAF)


Com ou sem exposição prévia ao álcool documentada

O diagnóstico de SAF requer todas as características descritas de A-D:

A. Padrão característico facial, incluindo duas ou mais das seguintes características:

1. Fissura palpebral pequena (<10º. percentil)

2. Borda vermelha do lábio superior fina (classificação 4 ou 5 do guia

lábio/filtro nasal de acordo com a raça, se disponível)

3. Filtro nasal liso (classificação 4 ou 5 do guia lábio/filtro nasal de

acordo com a raça, se disponível)

B. Deficiência de crescimento pré-natal e/ou pós-natal:

1. Comprimento e/ou peso ≤ 10º percentil (de acordo com a curva de

crescimento racial ou etnicamente apropriado)

C. Déficit de crescimento cerebral, morfogênese anormal ou neurofisiologia anormal,


incluindo uma ou mais das seguintes características:

1. Perímetro cefálico ≤ 10º.percentil

2. Anomalias estruturais do cérebro

3. Convulsões não febris frequentes (outras causas de convulsões

foram descartadas)

D. Alterações neurocomportamentais:

1. Para crianças com três ou mais anos de idade (a ou b):

a. Com alteração cognitiva:

- Evidência de comprometimento global (habilidade conceitual geral ≥ 1,5 DP


abaixo da média ou QI de desempenho ou QI verbal ou QI espacial ≥ 1,5 DP
abaixo da média)

OU

- Déficit cognitivo em pelo menos um domínio neurocomportamental ≥ 1,5 DP


abaixo da média (funcionamento executivo, deficiência específica de
aprendizagem, comprometimento da memória ou comprometimento visual-
espacial)

b. com alteração do comportamento sem alteração cognitiva:

- Evidência de déficit comportamental em pelo menos um domínio ≥ 1,5 DP


abaixo da média em deficiências de autorregulação (comprometimento do
humor ou da regulação comportamental, déficit de atenção ou de controle de
impulso)

2. Para crianças com menos de três anos de idade:


- Evidência de atraso no desenvolvimento ≥ 1,5 DP abaixo da média

II -Síndrome alcoólica fetal parcial

Para crianças com exposição pré-natal documentada, o diagnóstico de PFAS requer as


características A e B:

A. Padrão característico facial, incluindo duas ou mais das seguintes características:

1. Fissura palpebral pequena (≤ 10º. percentil)

2. Borda vermelha do lábio superior fina (classificação 4 ou 5 do guia


lábio/filtro nasal de acordo com a raça, se disponível)

3. Filtro nasal liso (classificação 4 ou 5 do guia lábio/filtro nasal de acordo com


a raça, se disponível)

B. Alterações neurocomportamentais:

1. Para crianças com três ou mais anos de idade (a ou b):

a. com alteração cognitiva:

- Evidência de comprometimento global (habilidade conceitual geral≥


1,5 DP abaixo da média ou QI de desempenho ou QI verbal ou QI
espacial ≥ 1,5 DP abaixo da média)

OU

- Déficit cognitivo em pelo menos um domínio neurocomportamental


≥ 1,5 DP abaixo da média (funcionamento executivo, deficiência
específica de aprendizagem, comprometimento da memória ou
comprometimento visual-espacial)

b. com alteração do comportamento sem alteração cognitiva:

(comprometimento do humor ou da regulação comportamental, déficit de


atenção ou de controle de impulso)

2. Para crianças com menos de três anos de idade:

- Evidência de atraso no desenvolvimento ≥ 1,5 DP abaixo da média

Para crianças sem exposição prévia ao álcool documentada, o diagnóstico de PFAS requer
todas as características de A-C:

A. Padrão característico facial, incluindo duas ou mais das seguintes características:

1. Fissura palpebral pequena (≤ 10º. percentil)

2. Borda vermelha do lábio superior fina (classificação 4 ou 5 do guia


lábio/filtro nasal de acordo com a raça, se disponível

3. Filtro nasal liso (classificação 4 ou 5 do guia lábio/filtro nasal de acordo com


a raça, se disponível)

B. Deficiência de crescimento ou déficit de crescimento cerebral, morfogênese


anormal ou neurofisiologia anormal:
1. Comprimento e/ou peso ≤ 10º. percentil (de acordo com a curva de
crescimento racial ou etnicamente apropriado, se disponível)

OU

2. Déficit de crescimento cerebral, morfogênese anormal ou neurofisiologia


anormal, incluindo uma ou mais das seguintes características:

1. Perímetro cefálico ≤ 10º.percentil

2. Anomalias estruturais do cérebro

3. Convulsões não febris frequentes (outras causas de convulsões


foram descartadas)

C. Alterações neurocomportamentais:

1. Para crianças com três ou mais anos de idade (a ou b):

a. com alteração cognitiva:

- Evidência de comprometimento global (inteligência global ≥ 1,5 DP abaixo da


média ou QI de desempenho ou QI verbal ou QI espacial ≥ 1,5 DP abaixo da
média)

OU

- Déficit cognitivo em pelo menos um domínio neurocomportamental≥ 1,5 DP


abaixo da média (funcionamento executivo, deficiência específica de
aprendizagem, comprometimento da memória ou comprometimento visual-
espacial)

b. com alteração do comportamento sem alteração cognitiva:

- Evidência de déficit comportamental em pelo menos um domínio ≥ 1,5 DP


abaixo da média em deficiências de autorregulação (comprometimento do
humor ou da regulação comportamental, déficit de atenção ou de controle de
impulso)

2. Para crianças com menos de três anos de idade:

- Evidência de atraso no desenvolvimento ≥ 1,5 DP abaixo da média

III - Desordens de neurodesenvolvimento relacionadas ao álcool

Requer as características A e B (esse diagnóstico não pode ser feito de forma definitiva em
crianças menores de três anos de idade):

A. Exposição pré-natal ao álcool documentada

B. Alterações neurocomportamentais:

Para crianças com três ou mais anos de idade (a ou b):

a. com alteração cognitiva:


- Evidência de comprometimento global (inteligência global ≥ 1,5 DP abaixo da
média ou QI de desempenho ou QI verbal ou QI espacial ≥ 1,5 DP abaixo da
média)

OU

- Déficit cognitivo em pelo menos dois domínios neurocomportamentais ≥ 1,5


DP abaixo da média (funcionamento executivo, deficiência específica de
aprendizagem, comprometimento da memória ou comprometimento visual-
espacial)

b. com alteração do comportamento sem alteração cognitiva:

- Evidência de déficit comportamental em pelo menos dois domínios ≥ 1,5 DP


abaixo da média em deficiências de autorregulação (comprometimento do
humor ou da regulação comportamental, déficit de atenção ou de controle de
impulso)

IV. Defeitos congênitos relacionados ao álcool

Requer características A e B

A. Exposição pré-natal ao álcool documentada

B. Uma ou mais malformações maiores específicas demonstradas em modelos animais


e estudos em humanos como resultado da exposição pré-natal ao álcool:

- Cardíaca: defeitos do septo atrial, vasos aberrantes, defeitos do septo


ventricular, defeitos cardíacos conotruncais;

- Esqueleto: sinostose radioulnar, alteração da segmentação vertebral, grandes


contraturas articulares, escoliose;

- Renal: rins aplásicos/hipoplásicos/displásicos, rins em “ferradura”,


duplicações ureterais;

- Olhos: estrabismo, ptose palpebral, anomalias vasculares da retina,


hipoplasia do nervo óptico;

- Orelha: perda auditiva condutora, perda auditiva neurossensorial.

Neurimagem – Exames de neurimagem demonstram que a espessura cortical das crianças


expostas ao álcool na vida intrauterina acha-se diminuída (33) levando aos vários déficits
funcionais que ocorrem nas crianças portadoras de FASD.

Diagnóstico diferencial

Várias síndromes genéticas podem ser consideradas no diagnóstico diferencial, como


síndromes de: Aarskog, Cornelia de Lange, Dubowitz, Noonan, Williams, hidantoina fetal
(filantina), valproato fetal, fenilcetonuria materna, embriopatia do tolueno, (34), todos,
porém, muito raros.

A embriopatia do tolueno é a entidade que mais se aproxima da fetopatia alcoólica, pois no


seu quadro clínico são também descritas as três características de dismorfismo facial presentes
na SAF: fissuras palpebrais pequenas, filtro nasal liso, e borda vermelha do lábio superior fina.
Além disso também ocorrem nessa embriopatia, hipoplasia medial da face, micrognatia,
fontanela anterior ampla, cantos da boca voltados pra baixo, anomalias auriculares e
estreitamento da fronte. A história materna faz o diagnóstico (34).

Tratamento

Tratamento curativo não há, mas o reconhecimento precoce das ações do álcool permite a
possibilidade de reabilitação e melhora do prognóstico (30).

Atualmente algumas opções têm sido exploradas na fase pré-natal com o objetivo de proteger
o feto dos agravos do álcool, como administração de antioxidantes (vitaminas C, E),
suplementos alimentares como ácido fólico, colina, peptídeos neuroativos e fatores de
crescimento neurotróficos (35) cujos resultados ainda não estão consolidados.

O tratamento pós natal é principalmente voltado às lesões cerebrais pois considera-se que
FASD é principalmente um distúrbio causado por esse dano e os achados clínicos são as
consequências dessa disfunção cerebral.

Essas lesões se apresentam com diferentes graus de intensidade e suas consequências


poderão ser deterioradas por uma atenção pós natal inadequada, agravadas pelo fato dessas
crianças viverem em circunstâncias sociais instáveis (30), o que torna a conduta frente ao
problema bastante complexa.

O tratamento demanda, portanto, uma série de intervenções, que podem ser ou não
medicamentosas.

As intervenções não medicamentosas incluem reabilitação, educação especial e suporte social,


o que é efetivado por meio de uma equipe multidisciplinar, composta por pediatras,
psicólogos, psiquiatras, equipes de saúde treinadas, aliados a professores que conheçam esse
problema (30). É programa para toda uma vida, não apenas da criança atingida, mas de toda a
família.

O tratamento medicamentoso é meramente sintomático e dirigido principalmente às


manifestações do déficit de atenção e hiperatividade. Medicações neurolépticas podem
melhorar os resultados, segundo Petrenko e Alto (36). Há controvérsias, porém, quanto ao
uso de medicações estimulantes: Peadon et al. (37, 38) assinalam que estimulantes mostram
algum benefício e que os melhores resultados são obtidos com o uso de dexanfetamina do que
com o metilfenidato. Murawski et al. (38) referem, porém, até mesmo piora nos resultados
com o seu uso. Os de ação curta teriam ainda a desvantagem de poder levar à drogadição
(40).

O tratamento dos indivíduos acometidos por FASD é para toda a vida e deve contar com o
envolvimento da família e de toda a equipe de saúde.

Lactação

O álcool é transferido para o leite materno em 30-60 minutos após a ingestão, atingindo níveis
semelhantes aos do soro materno. O álcool não é galactagogo e seu uso reduz a duração da
amamentação (41,42).

O tempo médio para que o leite materno possa zerar a presença de álcool após a ingestão de
um “drink” padrão é de aproximadamente 3 horas (175 minutos) (43).

Os efeitos imediatos sobre o recém-nascido são: sonolência, sono profundo, transpiração


excessiva, ganho anormal de peso e diminuição do crescimento linear (44).
No longo prazo, crianças cujas mães que consumiram álcool durante ao período de
aleitamento, examinadas aos sete anos, apresentaram resultados negativos em testes
comportamentais (43).

A exposição de crianças ao álcool através do leite materno pode causar diminuição dose-
dependente em suas habilidades cognitivas (45).

O CDC americano recomenda que a abstinência de álcool durante a lactação é a melhor opção
para mães que amamentam (46). De acordo com a Academia Americana de Pediatria
(American Academy of Pediatrics) o aleitamento materno é permitido, aparentemente
dependendo da dose diária de álcool ingerida (44).

Seguimento

As alterações encontradas no FASD, ou seja, os dismorfismos faciais, a restrição de


crescimento, o comprometimento do neurodesenvolvimento, a morbidade psiquiátrica, enfim
todas as anomalias ligadas ao FASD se estendem durante a vida do indivíduo acometido (30),
de modo a impedir que consigam emprego estável, obter uma graduação acadêmica, enfim a
viver de maneira independente (47).

Crianças com FASD apresentam maior número de internações hospitalares e maior tempo de
internação que controles não portadores de FASD. Os problemas mais encontrados são: otite
média, pneumonia, desidratação, anemia, falência de crescimento, abuso sexual, problemas
com alimentação, gastroenterite e bronquite (48).

Pouco se conhece a respeito do futuro de indivíduos acometidos além dos 30 anos de idade.
Modelos animas sugerem que estejam mais sujeitos a apresentarem doenças autoimunes,
diabetes, hipertensão e câncer. Em adultos com FASD, além do alto risco de distúrbios
psiquiátricos e de personalidade, também ocorrem com grande frequência problemas com
interrupção escolar (61%), dificuldades com a lei (60)%, aprisionamento (50%), conduta sexual
inapropriada (49%), uso de álcool e drogas ilícitas (35%) (47).

A probabilidade de escapar desses efeitos adversos depende de um diagnóstico precoce, que


seja feito antes dos seis anos de idade, que essas crianças sejam criadas em lares acolhedores
e tenham acesso a serviços especializados (49).

Custos

Os custos que a ocorrência de FASD traz para a sociedade são elevados, não apenas pela sua
alta prevalência como também aqueles devidos à falta de produtividade dos indivíduos
afetados, além do incalculável sofrimento familiar. Nos Estados Unidos da
América do Norte variou de USD $74,6 milhões em 1984 a USD $4 bilhões em 1998. No Canadá
o custo anual estimado foi de USC$ 5,3 bilhões em 2007 (50).

Na Suécia, Ericson et al. (51) referem que os custos relativos à


SAF por ano e por criança de 0-17 anos são de €7.600; para faixa etária entre 18-74 anos são
de €110.000; o total de custos é de €1.6 bilhões por ano, calculando a prevalência em 0,2% da
população.

No Brasil, como não temos dados a respeito da afecção, quanto à prevalência, a cuidados e
consequências, não temos dados referentes a custos.
Mortalidade

O diagnóstico de FASD é um importante marcador de risco para mortalidade precoce, quer


seja do indivíduo afetado, mas também para suas mães e irmãos não afetados. Mães de
crianças com FASD têm 44,82 vezes mais risco de morte do que a população geral e 87%
dessas mortes ocorrem em mulheres com menos de 50 anos (52). A taxa de mortalidade para
irmão não afetados de crianças com FASD é de 114/1000, enquanto entre controles pareados
é de 19/1000 (53).

Indivíduos portadores de FASD têm nove vezes mais o risco de morte do que outros não
afetados da mesma idade e que quase metade de todas essas mortes ocorre entre jovens
adultos (53).

A expectativa de vida para indivíduos com SAF completa é de 34 anos. As principais causas de
morte são: suicídio, acidentes, uso de drogas ilegais ou álcool, doenças dos sistemas
respiratório, nervoso, circulatório e digestivo, mal formações congênitas, distúrbios
comportamentais e mentais (54).

Prevenção

Os efeitos do álcool sobre o feto e o recém-nascido constituem uma afecção comum.


Atualmente estima-se que diariamente no mundo haja 1726 casos novos! Contudo não se
consegue diagnosticar sequer 1% desses casos (55). Essa imensa falha nos diagnósticos
provavelmente é secundária a vários fatores como: complexidade do diagnóstico,
dependência da presença de dismorfias faciais, sobreposição de diagnóstico com outras
entidades (por exemplo déficit de atenção e hiperatividade) e pelo fato de que muitos
indivíduos afetados apresentam poucos sinais e sintomas e não despertam atenção clínica
(56).

A prevenção consiste basicamente em informação! Deve-se informar à população geral, em


particular às mulheres em idade reprodutiva e, definitivamente, às gestantes e às mulheres
que estejam tentando engravidar que elas devem se abster do consumo de álcool: a meta é
tolerância zero para álcool na gravidez e na lactação! Somente assim poderemos eliminar por
completo o aparecimento de novos casos dessa entidade (55) que poderíamos mesmo chamar
de “epidemia silenciosa” ... As autoridades de saúde, as universidades em particular e as
escolas em geral, enfim, todos os meios de comunicação de que se dispõe atualmente
deveriam estar envolvidos nessa verdadeira cruzada moderna.

Conclusões

A razão fundamental para o estudo dos efeitos do álcool no feto e no recém-nascido reside no
fato de se tratar de entidade totalmente prevenível. Qualquer quantidade de álcool ingerida
em qualquer período da gestação pode ser lesiva ao feto.

A abstinência do álcool durante a gravidez e para mulheres que desejam engravidar previne o
aparecimento de novos casos da entidade.
RECOMENDAÇÕES

1 – Os efeitos do álcool no feto e no recém-nascidos são totalmente preveníveis se a gestante


não ingerir álcool durante a gravidez.

2. Durante a gestação nenhuma quantidade de álcool é considerada segura.

3 . Não há trimestre seguro para ingestão de qualquer forma de álcool

4 – As consequências dos efeitos do álcool são para toda a vida.

5 – A identificação, diagnóstico e estabelecimento de uma terapêutica precoces podem


melhorar os resultados nos indivíduos afetados.
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