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09/12- Dia do Alcoólatra recuperado

Dia do alcoólatra recuperado


A data foi instituída na cidade de São Paulo, em 1980, através de decreto
municipal e acabou se tornando uma data nacional, cujo objetivo é promover
uma mobilização em favor do controle da doença alcoolismo e em alusão a
todos os que conseguem se recuperar da dependência do álcool.

Sobre o Álcool 
O álcool é a droga lícita mais consumida em todo o mundo e a que mais afeta a
população. É aceito socialmente e de fácil acesso às pessoas.O alcoolismo é
considerado uma doença hereditária, sem cura, em que só pode haver controle
através de tratamento, muito mais psicológico do que físico, podendo ser feito
com ou sem internação, dependendo do seu estágio. Por se tratar de uma
dependência química, para a sua superação é necessário um atendimento
multidisciplinar, unindo recursos de médicos, psiquiatras, psicólogos,
assistentes sociais e outros especialistas.

O consumo abusivo de álcool (assim como das demais drogas lícitas e ilícitas)
está presente em todos os contextos sociais, assim como nas distintas faixas
etárias. Mais de 70% (74,6%) de toda a população brasileira já fez uso de
álcool ao longo da vida (54,3% no caso de adolescentes).Estes dados mostram
a alta prevalência do problema no país, o que gera um custo considerável para
o Sistema Único de Saúde (SUS), no que diz respeito à reabilitação.

A dependência do álcool é um dos problemas causados pelo uso excessivo


desta substância. A maioria dos usuários da droga não se torna dependente,
mas sofre com as consequências do uso (ex: acidentes automobilísticos,
violência, desemprego, problemas de saúde, como úlceras, cirrose hepática,
tuberculose, hepatite, pneumonia, entre outras).

Recuperação

O alcoolismo é considerado um problema de saúde pública e deve ser


abordado na Atenção Primária à Saúde. O SUS oferece atendimento aos
dependentes químicos com acompanhamento adequado.
Para ajudar as pessoas que estão em processo de desintoxicação existe um
grupo de voluntários que se reúnem com o objetivo de auxiliar os seus
membros a manter a sobriedade e a abstinência total de ingestão de bebidas
alcoólicas – os Alcoólicos Anônimos (AA)® – uma irmandade de homens e
mulheres que compartilham entre si suas experiências, forças e esperanças, a
fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do
alcoolismo.

Mulheres e o álcool
Nos últimos anos, as mulheres ampliaram seu papel na sociedade. Com
isso, ocorreram várias mudanças no estilo de vida, incluindo o consumo
de bebida alcoólica, que passou a ser mais frequente.
09/12- Dia do Alcoólatra recuperado

Pesquisas têm mostrado que o uso nocivo do álcool entre as mulheres


tem aumentado. Segundo dados do Ministério da Saúde, o consumo
abusivo de bebidas alcoólicas entre as brasileiras passou de 10,6% para
13,3% entre 2010 e 2019, um aumento de 2,7 pontos percentuais.

Embora o consumo do álcool possa ser prejudicial à saúde de qualquer


pessoa, para as mulheres, os danos podem ser ainda maiores e surgirem
mais cedo, mesmo com níveis de ingestão mais baixos. Mas por que isso
acontece?

Características biológicas fazem com que as mulheres sejam mais


sensíveis aos efeitos do álcool. Em geral, pessoas do sexo feminino
apresentam menos água no corpo do que homens de mesma altura e
peso, o que faz com que alcancem maiores concentrações de álcool no
sangue após beberem quantidades equivalentes. Assim, as
consequências negativas do álcool tendem a surgir mais rápido e de
forma mais acentuada.

Impactos do álcool na saúde feminina

A longo prazo, podem ocorrer diversos problemas. Mulheres que fazem


uso nocivo de álcool podem desenvolver cirrose e hepatite alcoólica, são
mais suscetíveis a doenças cardíacas relacionadas ao álcool do que os
homens e podem sofrer lapsos de memória e outros danos cerebrais.
Além disso, têm de 5 a 9% mais chances de desenvolver câncer de
mama do que mulheres que não bebem.

Álcool e sono

Não é raro as pessoas utilizarem bebidas alcoólicas para ajudá-las a


dormir, porém já é comprovado que o uso dessa substância prejudica a
qualidade do sono. Mulheres têm maior tendência a ter insônia e,
portanto, acabam caindo no ciclo vicioso de ingestão de álcool para
dormir. O ideal para pessoas que têm dificuldade para dormir é não
utilizar o álcool como “remédio”, mas criar uma rotina que propicie pegar
no sono com mais facilidade, como desconectar-se de aparelhos
eletrônicos, relaxar e buscar tranquilidade perto do horário de dormir (2).

Álcool e fertilidade

Estudos indicam que quanto maior o consumo de álcool, menor a


fecundidade em mulheres. Uma análise conclui que, para cada dose
diária a mais consumida por elas em idade reprodutiva, haveria uma
redução de 2% da fertilidade (3).

Além disso, pesquisas sugerem também que o álcool pode afetar a


concentração de hormônios endógenos, prejudicando a ovulação e a
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receptividade do endométrio, o que diminui as chances de fixação do


embrião e, portanto, da gravidez.

Como, em geral, é comum demorar um pouco até que se descubra a


gravidez, a mulher que ingere álcool nessa fase pode colocar o feto em
risco, causando problemas físicos, cognitivos e comportamentais. Por
isso, caso a mulher esteja tentando engravidar, os cuidados devem ser
redobrados e o ideal é que o uso da bebida alcoólica seja interrompido
completamente.

Álcool e contraceptivos

Não é só quem está tentando engravidar que pode se prejudicar pelo uso
nocivo do álcool. 82,4% das brasileiras entre 18 e 49 anos fazem uso de
métodos contraceptivos, e o mais comum deles é a pílula
anticoncepcional (4). Apesar de não haver evidências que comprovem
que o consumo moderado de álcool diminua a eficácia dos principais
métodos anticoncepcionais utilizados pelas mulheres, outros efeitos
podem acontecer, como interações negativas, já que tanto o
medicamento como o álcool são metabolizados no fígado (5,6).

Além disso, algumas mulheres acabam por demorar para utilizar o


método escolhido ou até mesmo esquecem de utilizá-lo, sem falar nos
episódios de vômitos pós-ingestão de bebidas que podem comprometer
a absorção e efetividade da pílula (5,6).

Quando o consumo passa a oferecer risco?

Segundo a OMS (2018) não existe um consumo de álcool que seja


absolutamente seguro. O NIAAA define consumo moderado para as
mulheres como até uma dose de álcool por dia.

A OMS ainda recomenda que o consumo de bebidas alcoólicas não deve


ser feito se a pessoa:

 Estiver grávida ou amamentando;


 For dirigir, operar máquinas ou realizar outras atividades que
envolvam riscos;
 Apresentar problemas de saúde que podem ser agravados pelo
álcool;
 Fizer uso de medicamento que interage diretamente com o álcool;
 Não conseguir controlar o seu consumo.

Vale ressaltar que o uso de álcool também não é recomendado para


crianças e adolescentes, pois o sistema nervoso central ainda está em
desenvolvimento e, portanto, mais suscetível aos efeitos do álcool,
podendo levar ao comprometimento de várias funções.
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Sabe-se que o sentimento de culpa e a vergonha, muitas vezes, acabam


por impedir que as mulheres busquem ajuda. Porém, é importante que
elas estejam cada vez mais conscientes das consequências a curto e
longo prazo para que possam consultar especialistas e obter apoio e
tratamento quanto antes.

Fatos 

Série "Ressaca", produzida pela EPTV, afiliada TV Globo, e que aborda os


efeitos sociais e no corpo humano do alcoolismo.
https://globoplay.globo.com/v/10681449/

Fontes:

Alcoólicos Anônimos do Brasil (AA)


Câmara Municipal de Redenção
Federação Médica Brasileira
Trindade R, Siqueira B, de Paula T, Felisbino-Mendes M. Uso de contracepção e
desigualdades do planejamento reprodutivo das mulheres Brasileiras. - Artigos -
Revista Ciência & Saúde Coletiva. Ciência e Saúde Coletiva. 2019.

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