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Tema: Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e Tabagismo na gestação

1. Introdução a SAF

A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) é um termo que descreve uma série de condições e
efeitos adversos que podem ocorrer em bebês cujas mães consumiram álcool durante
a gravidez. É uma preocupação de saúde pública global, pois afeta milhares de
crianças a cada ano, muitas vezes com efeitos de longo prazo e duradouros. A
gravidez é um período de intensas mudanças físicas e emocionais, tanto para a mãe
quanto para o feto em desenvolvimento. Durante esses nove meses cruciais, a saúde
da mãe e suas escolhas de estilo de vida desempenham um papel significativo na
formação do futuro do bebê.
Efeitos do álcool no desenvolvimento fetal e impactos a longo prazo
- Fase de desenvolvimento
A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) gera impactos significativos no embrião em
desenvolvimento. A exposição ao álcool durante a gravidez pode levar a lesões no
Sistema Nervoso Central causando danos cerebrais, ocasionando menor volume
cerebral e alterações em sua estrutura. Bem como, defeitos congênitos que incluem
malformações em órgãos e estruturas do feto, ou seja, problemas cardíacos, renais,
esqueléticos e faciais, como lábio leporino e palato fendido. Observa-se também
atrasos no desenvolvimento cognitivo, dificuldade de aprendizagem, problemas
comportamentais e de saúde mental.
- Impactos a longo prazo

Os impactos podem ser profundos e duradouros. Crianças afetadas pela Síndrome


Alcoólica Fetal (SAF) enfrentam desafios que podem persistir na infância,
adolescência e vida adulta. Certamente os problemas de saúde são os mais
preocupantes devido o desenvolvimento das doenças crônicas, mas existem também
os problemas de comportamento e relacionamento, os desafios na educação e
emprego devido às dificuldades cognitivas e a independência limitada, pois perante da
gravidade da SAF o indivíduo pode ser significativamente limitado, requerendo
cuidados e apoio de longo prazo.

Diagnóstico
O diagnóstico da SAF pode ser desafiador, uma vez que os sintomas podem se
sobrepor a outras condições médicas ou distúrbios do desenvolvimento o processo de
diagnóstico envolve o seguinte:
Histórico de Exposição ao Álcool - O médico coleta informações detalhadas sobre o
histórico de consumo de álcool pela mãe durante a gravidez.
Exame Físico - O médico realiza um exame físico para verificar se há características
faciais anormais e quaisquer outros sinais físicos da SAF.
Avaliação do Desenvolvimento e Comportamento - Uma avaliação cuidadosa do
desenvolvimento cognitivo, motor e comportamental da criança é realizada. Isso pode
envolver testes neuropsicológicos e avaliações comportamentais.
Avaliação Multidisciplinar - A avaliação da SAF geralmente envolve uma equipe
multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo pediatras, psicólogos,
fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.

Prevenção e educação
Abstinência Total de Álcool: A orientação mais segura e eficaz é que as mulheres
grávidas evitem completamente o consumo de álcool durante toda a gravidez, desde a
concepção até o parto. Não existe um nível seguro de consumo de álcool durante a
gravidez.
Sensibilização Pública: Campanhas de sensibilização pública devem destacar os
riscos do consumo de álcool durante a gravidez e enfatizar a importância da
abstinência total.
Apoio às Mulheres com Dependência de Álcool: Para as mulheres que têm problemas
de dependência de álcool, é fundamental oferecer tratamento e apoio antes da
concepção. A identificação precoce e a intervenção são essenciais.
A prevenção da SAF começa com a conscientização e a educação. Ao fornecer
informações claras e apoio às mulheres grávidas e em idade fértil, é possível reduzir
significativamente o número de casos de SAF e melhorar a saúde futura das crianças.

Tabagismo na gestação

2. Introdução a Tabagismo na gestação


O tabagismo durante a gestação representa uma séria ameaça à saúde tanto da mãe
quanto do feto. O feto não é meramente um espectador passivo que inadvertidamente
respira a fumaça do cigarro no ambiente; ele é um organismo extremamente
vulnerável, em uma fase crítica de desenvolvimento. Quando uma mulher grávida
fuma, ela submete seu feto não apenas aos componentes tóxicos da fumaça do
cigarro que atravessam a placenta, mas também aos efeitos prejudiciais na
oxigenação e metabolismo placentário, além das alterações no seu próprio
metabolismo induzidas pelo tabagismo.

Efeitos do tabagismo no feto


O ato de fumar durante a gestação acarreta sérios riscos ao desenvolvimento do bebê
e pode desencadear diversas complicações, dentre elas:
- Restrição do crescimento fetal
O tabagismo pode diminuir o fluxo sanguíneo para o útero, o que, por sua vez, pode
causar uma insuficiente entrega de oxigênio e nutrientes ao feto, resultando em
restrição de crescimento fetal. Isso pode se traduzir em um nascimento com baixo
peso e potenciais complicações de saúde adicionais para o bebê.
- Complicações na placenta
O fumo pode aumentar o risco de descolamento prematuro da placenta, o que é uma
condição séria que pode causar sangramento e comprometer o fornecimento de
oxigênio e nutrientes para o feto.
- Parto prematuro
Mães que fumam durante a gravidez têm um risco aumentado de dar à luz
prematuramente. O tabagismo durante a gestação pode desencadear contrações
uterinas precoces e levar a alterações no colo do útero, que podem resultar em um
parto prematuro, ou seja, antes da 37ª semana de gestação. O parto prematuro resulta
em uma série de complicações para o bebê, incluindo dificuldades respiratórias devido
à imaturidade dos pulmões, problemas de alimentação e desenvolvimento, bem como,
um risco aumentado de infecções.
- Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL)
Também conhecida como "morte no berço", é uma tragédia que ocorre quando um
bebê aparentemente saudável, com menos de um ano de idade, morre
repentinamente e sem explicação durante o sono. Esta síndrome é caracterizada por
ser inesperada. Embora a causa exata da SMSL ainda não seja completamente
compreendida, há vários fatores de risco identificados, e o tabagismo durante a
gravidez e após o nascimento do bebê é um deles. As mães que fumam durante a
gravidez ou que expõem seus bebês à fumaça do cigarro após o nascimento
aumentam o risco de SMSL para seus filhos.

Prevenção e educação
A consulta pré-natal é, sem dúvida, uma das formas mais eficazes de fornecer
informações claras sobre os riscos do tabagismo durante a gravidez. Além disso,
oferece às gestantes um ambiente propício para discutir suas dúvidas, medos e
preocupações relacionadas à gestação. É importante reconhecer que esses
sentimentos podem às vezes desencadear quadros de ansiedade e depressão,
condições que, infelizmente, podem levar ao início do tabagismo, já que muitas vezes
o cigarro é percebido como uma fonte de relaxamento.

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