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Autores
Diogo Giacomini
Eudes Pedro
Jair Ventura
Marcelo Vilhena
Osmar Loss
Bruno Pivetti
Capa
Marcus Arboés
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Sumário
Capítulo 1
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Jogo de Futebol
Fases do jogo e seus conceitos
Inteligência
Inteligência de Jogo no Futebol
Considerações Finais
Referências
O Autor
Capítulo 2
SISTEMAS E ESQUEMAS TÁTICOS
Evolução e Sistemas Táticos
Linha Temporal dos Sistemas Táticos
Sistema WM
Época da linha de quatro na defesa
Sistema 1x4x4x2
Sistema 1-4-3-3
Holanda de 1974
Sistema 1-3-5-2
Itália e França em 2006, Sistema 1-4-4-1-1
Esquemas Táticos
Métodos de jogo ofensivo
Tática Individual, Grupo e Coletiva
Treinadores Vencedores do Século XXI
Dica de Livro
Referências
O Autor
Capítulo 3
Estratégia: Um Galho da Árvore Tática
Conceitos: Entendendo a Tática e a Estratégia aplicada
Estratégia e seus fatores importantes para o êxito
Competência
Organização Defensiva
Transição Defensiva
Bola Parada
Organização Ofensiva
Construção e Criação
Finalização
Bola parada
Análise de Desempenho
Quantitativa e Qualitativa
Analise Conhecimento da nossa equipe e do adversário - potencialidades
e fragilidades;
TELA CHEIA SUMÁRIO
Capítulo 4
TOMADA DE DECISÃO DA AÇÃO TÁTICA: MENTE OU EMERGÊNCIA?
COMPORTAMENTOS TÁTICOS INDIVIDUAIS OFENSIVOS
Penetração
Cobertura ofensiva
Espaço
Mobilidade
Unidade ofensiva
COMPORTAMENTOS TÁTICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS
Contenção
Cobertura defensiva
Equilíbrio defensivo
Concentração
Unidade defensiva
REFERÊNCIAS
O Autor
Capítulo 5
OPERACIONALIZAÇÃO DA TÁTICA
Introdução
Abordagens metodológicas aplicadas no ensino, aprendizagem e treinamento da
tática nos seus diferentes níveis
Periodização tradicional x Periodização tática
Modelação tática através de jogos reduzidos:
uma abordagem sistêmica
Referências
O Autor
Capítulo 6
ANÁLISE TÁTICA
ANÁLISE TÁTICA OFENSIVA
Saída de bola
Construção e criação de jogadas
Finalização do ataque
Direção do passe
Tipo do passe
Sequência de troca de passes
Velocidade de transmissão da bola
Quantidade de jogadores que participam da circulação da bola
ANÁLISE TÁTICA DEFENSIVA
Marcação da saída de bola
Proteção da baliza contra situações de finalização do adversário
Tempo de recuperação da posse de bola
Tipo de recuperação da posse de bola
Localização da recuperação da posse de bola
Quantidade de jogadores no entorno da bola
Retorno defensivo
Tipo de marcação
REFERÊNCIAS
O Autor
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TELA CHEIA SUMÁRIO
HIERARQUIA DA TÁTICA
EMILIO SIMPLÍCIO
TELA CHEIA SUMÁRIO
Conceitos e Definições
O futebol desde sua origem ultrapassa várias evoluções e revoluções, e os campeo-
natos mundiais acabam por indicar tendências após cada evento. Ao fazer uma triologia
entre as copas do mundo de futebol, observamos em um primeiro momento, um futebol
mais voltado para o componente técnico do jogo, em que os atletas tinham mais espaços
para executar seus movimentos finais.
Com o passar dos anos, mais precisamente na copa do mundo de 1966 na Inglaterra
veio o desenvolvimento da capacidade física, onde a necessidade de o atleta deveria
suportar o jogo utilizando todo o seu acervo de capacidades aeróbias e anaeróbias ten-
do influencia dos esportes individuais, como o atletismo que serviu de base física para
os esporte s coletivos, tendo a antiga união soviética como percursora desse momento.
Psicológico
para
concentração
na ação
Técnica
do Chute
Físico para
controlar o
movimento
Figura 1 – Ações do Atleta Cristiano Ronaldo na execução do movimento em jogo das eliminatórias da Eurocopa
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Frade (2003) discute a componente tática “que não é física, técnica nem psicológica”,
mas precisa de todas essas ações para se manifestar. Assim entendemos que o atleta
necessita estar preparado em todas essas dimensões do jogo para executar seus movi-
mentos táticos de defesa e ataque, sejam eles individual ou coletivo.
Segundo Greco (2000), Tática é uma capacidade senso-cognitiva que se baseia em
processos psicofisiológicos, ou seja, captação e transmissão das informações providas
pelo meio, interpretação destas, elaboração de respostas tendo como base conhecimen-
tos pré-adquiridos e execução da resposta mais adequada encontrada. A tática também
indica aos jogadores as formas de organização, preparação e finalização das ações de
ataque e defesa (Antón, 1998).
Jogo de Futebol
Primeiro conceituamos o que é jogo, que necessita de uma intenção (objetivo), adver-
sário, momentos de ataque e defesa, possuir regras e espaços definidos. O jogo de futebol
necessita de inúmeras situações de tomadas de decisão e situações-problemas por ser
complexo e ter a imprevisibilidade como característica determinante (GARGANTA, 1997).
Mas será que temos formado o jovem atleta e treinado o atleta adulto para tais com-
plexidades do jogo? Ou treinamos apenas para ele saltar mais, chegar primeiro, acertar o
passe para o companheiro de equipe, mas quando saltar eu faço o quê? Chegar primeiro
para o quê? Passar certo, mas com qual objetivo de posse de bola ou de verticalização?
Essas são perguntas que os atletas fazem e pensam a todo o momento quando estão no
treinamento e no jogo. Portanto, devemos pensar mais na construção do jogo de futebol,
e consequentemente na sua preparação, considerando todas as suas fases e a Tática
como norte nesse processo, tendo as componentes físicas, técnicas e psicológicas como
acervo para resolução dos problemas.
O jogo não é desmontado nem técnica nem taticamente. A abordagem é feita de
uma forma global em que a tática visa permitir e lidar com os problemas que o jogo
levanta. A técnica surge como instrumento de operacionalização das respostas, logo é
necessário que o individuo pense o jogo utilizando seu acervo tático (pensamento) e
técnico (execução), como identificado na figura abaixo.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Jogador – Objeto;
Jogador – Objeto – Alvo;
Jogador – Objeto - Adversário;
Jogador – Objeto – Colega - Adversário;
Jogador – Objeto – Colegas - Adversário;
Jogador – Objeto – Equipe – Adversário.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Todo jogo desportivo coletivo com bola passa por todas essas fases do jogo, sendo
importante o desenvolvimento de cada uma delas, respeitando o nível cognitivo de cada
atleta. Para a iniciação na tática iremos considerar (jogo anárquico, descentralização e
estruturação) o momento de especialização. Vamos considerar as fases elaboradas e
de estruturação do espaço e na fase de alto nível, em que o indivíduo já conhece o jogo
profundamente. Ele já está na comunicação e ação e nas relações com a bola.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Barcelona 22 toques
Momento Defensivo: Onde a minha equipe está sem a posse de bola e tentará
através dos movimentos do adversário com e sem boa, defender o alvo para re-
Veja ao vídeo
cuperar a posse da bola. clicando aqui
dada e qual seu objetivo. Lemos (2007), apresenta as seguintes abordagens (I- Psicomé-
trica, Diferencial e Factoralista; II- Desenvolvimentista; III- Neurobiológica e IV- Cognitiva).
A abordagem discutida nesse estudo será a Cognitiva, baseado nos conceitos de Gardner
(1995) a qual apresenta relações com as inteligências múltiplas (Lógico-Matemática, Lin-
guística, Musical, Espacial, Corporal – Cinéstesica e Intrapessoal).
A inteligência “lógico-matemática” corresponde à solução de problemas envolvendo
cálculos com números, as ciências da engenharia, física, matemática se utiliza bastante
dessa inteligência, a inteligência “linguística” seria a habilidade de falar, se manifestar,
escrever. Por exemplo, os advogados, poetas, professores, se utilizam muito dessa inteli-
gência a inteligência “musical” significa a demonstração de executar sons naturais além
de habilidades em manusear instrumentos. Essa inteligência é percebida nos músicos
de forma geral. A inteligência “espacial” é identificada como um entendimento da capa-
cidade de compreender e situar-se no mundo visual.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Situação -
Problema
+ Ato
Cognitivo
= Inteligência
de Jogo
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
(COSTA et al., 2009) (figura 6). Já a tática de grupo consiste na interação entre os jogadores
que se encontram mais próximos no campo de jogo (figura 7). A tática setorial consiste
na tática de determinado setor para resolver um problema do jogo (figura 8). Por fim, a
tática coletiva são princípios de jogo realizados pelas equipes a fim de alcançar a meta
do jogo com eficiência e que envolve todos os jogadores (jogar em profundidade e em
amplitude, por exemplo) (figura 9) (ARAÚJO e DAVIDS, 2016; REIS e ALMEIDA, 2019).
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 8 – Tática setorial: os jogadores dos setores defensivo e de meio de campo da equipe preta
(destacados de vermelho) realizam movimentações parecidas a fim de cumprir os comportamentos
táticos inerentes a cada setor em busca da recuperação da posse de bola.
Considerações Finais
Então a tática como hierarquia no jogo de futebol, seria pensar nela como a base, o
norte do processo, a partir dessa componente definirá o modelo de jogo, e tentaremos
extrair todo o potencial individual e coletivo.
Faz-se necessária a preparação do atleta nos aspectos físicos, técnicos e táticos
respeitando o processo de formação desde a iniciação, especialização no jovem, alto
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Referências
ELLIOT, B.; MESTER, J. O Treinamento no Esporte: Aplicando ciência no esporte. Gua-
rulhos: Phorte, 2000.
GARGANTA, J. Ideias e competências para pilotar o jogo de futebol. In: Tani G, Bento JO,
Petersen RS (eds) Pedagogia do desporto. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2006.
HERBST, D. Soccer: How to play the game: The Oficial Playing in the Coaching Manual of
the United States Soccer Federation. New York: Universe Publishing, 1999.
Dica
mação e performance em futebol: um estudo baseado na literatura e percepção de
de
Livro
Planeta do Futebol
do autor Luís Freitas
Lobos, publicado
pela PRIME BOOKS
no ano de 2009. Um
excepcional livro
de futebol, que
contextualiza desde a
concepção do jogo até
onde ele pode ir.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
O Autor
Emilio Simplício, Natural de Natal/RN, graduado em Educação Física
pela UFRN, especialista em futebol pela UNIRN, mestre em Educação
Física pela UFRN, co-autor dos livros “Ciências no Futebol Potiguar” e
“Adeus,Copa!”, experiências como treinador em escolas de futebol e
equipes de base (ABC FC), universitárias (IFRN, UFRN E UERN) e profis-
sionais (Fujian Broncos-China). Atualmente, pesquisador e professor
universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
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TÁTICA PARA TREINADORES
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TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
era buscar marcar mais gols, e não se valorizava tanto a preocupação pelos gols sofridos.
A evolução dos sistemas de jogo é determinadas por preocupações que se traduzem em
3 itens fundamentais:
1º Preocupação constante no estabelecimento da superioridade numérica nas zonas
de perigo para a obtenção ou impedimento da marcação de gols;
2º Modificação progressiva das leis do jogo (ex: Lei do impedimento, penalizações
disciplinares, substituições e restrições à ação do goleiro.);
3º Evolução das competências de base dos jogadores (Técnicas, Táticas, Físicas, So-
ciais, Psicológicas) o que fortalece o potencial do sentido e valor coletivo.
O estilo de jogo baseou-se nas ações individuais. A cooperação da equipa era pratica-
mente nula, os companheiros do portador da bola acompanhavam-no na expectativa de
este errar para assim terem a sua oportunidade de executar a sua progressão.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Sistema WM
Sistema que nasce como resposta às alterações, à lei do impedimento. Herbert Cha-
pman treinador do Arsenal de Londres, converteu o volante em 3º zagueiro.
1 Goleiro + 3 Defensores + 4 meio campistas +3 atacantes.
Privilégio da zona média, com um “quadrado”. A equipa dividiu-se basicamente em
dois setores de 5 jogadores cada.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Seep Herberg (Técnico campeão da Alemanha em 54) que jogou nesse posicionamento
apresenta o conceito de “defender e atacar com a máxima eficiência” e “impor estilo de jogo”.
Figura 4 – Exemplo da seleção brasileira de 1958 na conquista do seu primeiro título mundial, 1-4-2-4.
Sistema 1x4x4x2
Posicionamento padrão até hoje e com infinitas variações, foi consolidado na copa
de 1966 com a campeã Inglaterra que atingiu seu único título nesse posicionamento.
O sistema tático com duas linhas de quatro no meio-campo é bastante utilizado devido
a sua ocupação de espaços. Pode-se alterar para outros sistemas como o 1-4-1-2-1-2 (o
meio campo formando em losango). Pode ser também esses quatro do meio campo em
formato de quadrado.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Sistema 1-4-3-3
O sistema é posicionado normalmente com: um volante e dois meias 1-2 (um triângulo
com a base alta no meio-campo), ou dois volantes e um meia (triângulo de base baixa)
2-1, esses meias também podem estar em linha.
No Brasil, esse sistema foi e ainda é utilizado por vários dos treinadores, beneficiando
a qualidade individual dos pontas na velocidade e no drible, dos meias na articulação das
jogadas, dos centroavantes na definição dentro da área e dos laterais no apoio ofensivo.
E que percorre até hoje com todas as suas variações, alternando para o (1-4-5-1), e para
o (1-4-2-3-1), dentre tantas possibilidades.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Holanda de 1974
Características do futebol total, o “carrossel holandês”:
Defender em Bloco
Mobilidade
Qualidade no Passe – Posse de Bola
Recuperar a Bola
Ocupação de Espaço
Polivalência
Sistema 1-3-5-2
A Dinamarca de 1984 – Seep Piontek - foi a primeira equipe a surpreender nesse po-
sicionamento – 1-3-5-2 - em uma Eurocopa, onde a seleção ficou conhecida como “Di-
namáquina” pela quantidade de gols que marcava.
Esse sistema está disposto com linha de três na defesa, cinco no meio de campo e dois
no ataque. Os laterais nesse sistema passam para o meio campo tornando- se meias pelos
lados, também conhecidos por alas. Com a aplicação desse sistema, existe uma grande
ocupação de espaços dos atletas, principalmente na zona de meio campo.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 7 – Sistema Tático com linha de 3 na defesa, 5 no meio de campo e 2 no ataque (1-3-5-2).
Figura 8 – Posicionamento da Equipe de vermelho com duas linhas de quatro e dois atacantes na frente,
alternando o que volta no lado em que estiver acontecendo a jogada.
1-4-5-1 Espanha em 2010
Protagonismo no jogo;
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Posse e Infiltração;
Ocupação de espaços;
Geração talentosa;
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Rejuvenescimento da equipe;
Jogo coletivo.
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Esquemas Táticos
Vimos acima que os sistemas táticos são o posicionamento dos atletas que, organi-
zados em cada setor, precisam interagir para conseguir o objetivo do jogo que é atacar e
defender com a máxima eficiência. Os esquemas táticos, então seria o movimento que
acontece nesses sistemas, uma vez que eles precisam não só interagir, mas também,
progredir para executar as suas ações. No momento ofensivo essas movimentações po-
dem ser através de contra-ataque, ataque posicional e ataque rápido. Já no momento
defensivo pode ter a movimentação de defesa individual, marcação por zona, marcação
mista e marcação pressão. Logo abaixo, veremos as definições de todos esses momentos.
Contra-ataque
Poucos jogadores envolvidos, por vezes até estão em inferioridade numérica mo-
mentânea, mas conseguem criar situação favorável á finalização por encontrarem
um espaço em que a defesa adversária está desorganizada.
Ataque rápido
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Corinthians de Tite
Veja ao vídeo
clicando aqui Ataque posicional
Tempo para preparação sem grandes riscos da 1ª etapa do ataque (fase de construção);
Defesa individual
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Melhor Marcação
Veja ao vídeo
clicando aqui
Cada jogador é responsável por uma zona e apenas intervém quando a bola lá entra;
Marcação mista
Cada jogador tem uma zona para defender e marca de forma “pressionante”, ou
seja, fazendo pressão no portador da bola em sua sua zona, acompanhando-o
para outras zonas, até que outro colega faça as suas funções, ou o adversário
perca a posse da bola;
Marcação Pressão
Cada jogador se desloca da sua zona de ação para zonas próximas da bola;
Tentar conduzir o ataque para zonas menos vitais e onde possa arriscar a recupe-
ração da posse da bola.
Ainda para que os atletas se desenvolvam nos sistemas, eles precisam cumprir funções
para que o sistema tenha movimentação. Assim ações individuais, de grupo e coletivas
serão necessárias para que a componente tática seja colocada na prática.
Carlo Ancelotti
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Diego Simeone
Adversários poderosos;
Reconhecimento;
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Consciência Coletiva;
Talento no ataque;
Full Attention;
Sampaoli
Filosofia de jogo;
Respeito ao modelo;
Qualidade Técnica;
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Zidane
Rápido e vertical;
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Guardiola
Protagonista do jogo;
Posse de bola;
Pressionar no ataque;
Mobilidade;
Funções;
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
José Mourinho
Todos defendem;
Metodologia no jogo;
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Jurgen Klopp
Ofensividade;
Verticalização;
Mobilidade;
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Considerações Finais
Vimos a grande transformação que aconteceu ao longo dos anos no posicionamento
dos atletas, tomando como base os campeonatos mundiais, grandes equipes e treina-
dores. Estes trouxeram novas ideias para a evolução do jogo. Ter treinadores inventivos
para proposição de novos modelos foi fundamental para a continuidade desse processo
de mudança. Observamos também que não existe uma fórmula pronta para o sucesso. A
capacidade do treinador e sua comissão passa por extrair ao máximo toda qualidade do
seu plantel. E o mais importante, fazer com que eles evoluam e aprendam mais sobre o
futebol, pois assim, com a evolução do atleta, temos também a evolução coletiva.
Nas grandes ligas - Liga dos campeões, Premier (Inglaterra), La Liga (Espanha) e Bun-
desliga (Alemanha) - observamos um futebol com grandes atletas. Jogo em alto nível,
rápido, dinâmico e nas questões táticas também muito evoluídos. Acreditamos que essa
evolução é também uma necessidade do futebol mundial, a qual chegarão todas as equi-
pes. Através da formação e desenvolvimento de treinadores, e com o tempo necessário
para o desenvolvimento de todas essas filosofias.
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TÁTICA PARA TREINADORES
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Referências
CASTELO, J. Futebol - a organização do jogo. In: F. Tavares (Ed.). Estudos 2
- estudo dos jogos desportivos. concepções, metodologias e instrumentos.
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto: Multitema, 1999, p.41-49.
Dica
de
Livro
A pirâmide invertida
de Jonathan Wilson é
um excelente livro para
conhecer mais sobre
a história da tática no
futebol. A obra perpassa
desde a sua concepção
até os novos conceitos.
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TÁTICA PARA TREINADORES
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GARGANTA, J.; CUNHA E SILVA, P. O jogo de futebol: entre o caos e a regra. Revista
Horizonte, n.16, v.91, p 5-8, 2000.
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TÁTICA PARA TREINADORES
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O Autor
Emilio Simplício, Natural de Natal/RN, graduado em Educação Física
pela UFRN, especialista em futebol pela UNIRN, mestre em Educação
Física pela UFRN, co-autor dos livros “Ciências no Futebol Potiguar” e
“Adeus,Copa!”, experiências como treinador em escolas de futebol e
equipes de base (ABC FC), universitárias (IFRN, UFRN E UERN) e profis-
sionais (Fujian Broncos-China). Atualmente, pesquisador e professor
universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
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TÁTICA PARA TREINADORES
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TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
em tomadas de decisões a todo o momento, sejam elas certas ou erradas
(Hughes, 1994). Devemos sempre estar atento aos detalhes do jogo fazendo
com que essa organização (tática),
TELA CHEIA
como vou alcançar (estratégia) e o objetivo
SUMÁRIO
Objetivo
Estratégia
Tática
Figura
Figura11 ––Hieraquia
Hieraquia da Tática
da Tática e soma daeestratégia
soma da estratégia
para para individuais
atingir os objetivos atingir ose coletivos.
objetivos
Dessa forma, temos a componente táticaedo
individuais jogo, como base para posicionar os atle-
coletivos.
tas, e além disso, definir a estratégia sem e com a posse da bola, ou seja, em organização
defensiva e ofensiva. O mais importante será o jogo coletivo da equipe, onde devemos
sempre trabalhar com objetivo de potencializar as individualidades para que o time cresça
Dessa forma, temos a componente tática do jogo, como base para
coletivamente.
posicionar os atletas, e além disso, definir a estratégia sem e com a posse da
Pep
bola, ou Guardiola
seja, chegou!
em organização doe Jornalista
defensiva Juca
ofensiva. O mais Kfuori,será o
importante
onde ele fala do lançamento do Livro “Guardiola
Confidencial” de Martí Perarnau, especificamente no
“Momento 1 – O enigma de Kasparov”
Veja ao vídeo
clicando aqui
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
que o ataque é a melhor defesa. Não existe uma supremacia de uma
organização para outra, mas sim fatores
TELA CHEIA SUMÁRIOque sejam importantes para trabalhar
Analise
Ambiente
Competência
Nesse tópico, abordaremos, o que os atletas precisam desenvolver e ter de compe-
tência individual e coletiva para que a estratégia seja bem executada, tanto nos aspectos
defensivos como nos ofensivos.
Organização Defensiva
Marcação
Uma das estratégias defensivas a serem utilizadas diz respeito às marcações, sejam
elas por individual, pressão, zona ou campo defensivo.
Na estratégia da marcação individual, opta-se por anular um oponente que tenha
grande capacidade de decisão e articulação da equipe adversária, sem dá nenhum es-
paço para ele.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Na marcação pressão, o grande objetivo passa ser recuperar a bola próxima do gol para
tentar a finalização. Obviamente que esses movimentos precisam ser coletivos, adentrar
no campo adversário e fazer pressão no homem que estiver de posse da bola.
Marcação por zona é uma estratégia que as equipes utilizam para diminuir e ocupar
bem os espaços do jogo. A referência será a trajetória da bola.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 6 – Marcação com todos no campo defensivo e linhas próximas no sistema 1-4-1-4-1
Transição Defensiva
Nas transições, os objetivos também serão de acordo com a marcação a ser executa-
da, seja para avançar as linhas (pressão) ou ocupar espaços (zona), voltando ao campo
defensivo. Assim, essa estratégia só será bem executada caso seja coletiva, a partir das
ações individuais.
Bola Parada
A estratégia da bola parada pode ser a marcação individual, por zona ou mista:
Individual - Na marcação individual, cada atleta fará a marcação em um outro que
estiver atacando, na maioria das ações, a marcação é feita pela estatura equivalente;
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Zona - Nesse time de marcação, preenche-se a área, próximo ao gol, onde a trajetória
da bola será o determinante para as ações, sempre com olhar fixo na bola e as coberturas
quando a bola vier.
Organização Ofensiva
Saída de Bola
A partir da defesa - passa a ser uma das estratégias ofensivas hoje bastante trabalhada,
existem modelos de equipe que saem com a bola no chão, na fase de construção, desde
o goleiro, passando pelos defensores e seguindo no jogo. Para se executar essa saída é
necessário muito treinamento para preenchimento de espaços e qualidade técnica.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Com o lançamento – essa saída em muitas das vezes - é utilizada com equipes que
tentam realizar um ataque rápido ou sair da marcação pressão imposta pelo adversário,
fazendo com que a equipe chegue logo ao campo ofensivo. Os lançadores, sendo eles
goleiros, laterais ou zagueiros, devem sempre estar atentos para que a equipe não seja
surpreendida com inferioridade numérica em caso de perda da bola.
Construção e Criação
A construção e criação no jogo de futebol torna-se um elemento importante estraté-
gico onde a equipe opta por um jogo de proposição ou reação.
Proposição - O jogo de proposição acontece quando a equipe de posse da bola tenta
construir através de passes um jogo sincronizado e coletivo. Com paciência e mobilidade,
inteligência, para chegar ao gol adversário, através do apoio, infiltrações e penetração,
acontece o jogo de proposição, a referência sempre será o portador da bola e movimen-
tação que acontece para o jogo.
Esse tipo de construção, criação da jogada demanda muito tempo e paciência para
que os movimentos aconteçam da forma mais natural possível, ou seja, desenvolvemos
o sistema tático da equipe enquanto posicionamento e escolhemos a forma de atuar com
a posse de bola e através do treinamento aprimoramos esse modelo de jogo.
Veja ao vídeo
clicando aqui
FC Barcelona
Vertical - Uma das alternativas das equipes na busca pelo espaço é a verticalização nas
ações. Combinações rápidas que possibilitem em poucos toques na bola chegar imediata-
mente ao ataque para surpreender o adversário, em condição de superioridade numérica.
Porém, como exposto anteriormente, para isso acontecer é necessária a aproximação e
sincronização dos atletas, em um jogo coletivo, no qual o melhor posicionado recebe a
bola e busca o gol. Afinal, esse é o grande objetivo quando a equipe está na posição de
ataque.
Veja ao vídeo
clicando aqui
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Finalização
Na organização ofensiva é importante a estratégia da finalização, que irá depender
Veja ao vídeo
das características individuais e do sistema tático utilizado, por exemplo, se a equipe joga clicando aqui
- Combinada: troca de passes dentro da área, onde o melhor posicionado irá executar
a finalização.
Bola parada
Fase em que se resolvem muitas partidas, portanto a equipe deve estar muito treinada
na execução desses movimentos, que pode ser cobrada de forma direta ou combinada.
Direta – No caso da falta lateral ou escanteio, será cobrado um lançamento para área
onde através das movimentações dos finalizadores haverá a chance de gol de forma
mais direta. Veja ao vídeo
clicando aqui
Combinada – O momento do jogo é aproveitado para um lance de troca de passes,
que pode vir sequenciado de um lançamento a partir do segundo toque na bola, ou ter
várias trocas de passes para a finalização.
Análise de Desempenho
A análise do jogo diz respeito ao que quero inferir dos atletas de forma individual e
da equipe em um sentido coletivo, assim temos as analises qualitativas e quantitativas,
além de enxergar as potencialidades e fragilidades do oponente para traçar a estratégia
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
para aquele momento de curto prazo (próximo jogo), médio (próximas competições para
analisar o rendimento da equipe) e de longo prazo que corresponde a toda temporada.
Quantitativa e Qualitativa
Quantitativa - Temos as análises baseada em números, o que eu posso quantificar
número: de passes; desarmes; finalizações; Para darmos o exemplo da analise no com-
ponente técnico do jogo. Caso seja uma analise tática, teríamos as precisões e eficiências
que os atletas tomam as decisões, momentos do jogo, considerando as suas fases de-
fensivas e ofensivas.
Qualitativa - Esse tipo de analise é realizado através de vídeos, com relatórios e expla-
nação descritiva, vai muito além do número, é necessário entender o posicionamento e
as ações que fizeram o atleta tomar aquela decisão.
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TELA CHEIA SUMÁRIO
Competição
Outro ponto importante para definir a estratégia a ser utilizada é o tipo de competição
que a equipe irá disputar se tomarmos como exemplo o futebol brasileiro. Temos campe-
onatos estaduais com diferentes formatos na primeira fase, mas que sempre terminam
com disputa eliminatória na segunda fase, como acontece na Copa do Brasil, que são
apenas competições eliminatórias com confrontos diretos, já no campeonato brasileiro
da primeira e segunda divisão temos a disputa em 38 jogos com pontos corridos, onde as
equipes vão administrando e vendo a realidade de se desenvolver durante a competição,
a depender do investimento, recursos para identificar qual será o objetivo da disputa.
Assim, as equipes administram a competição, jogos decisivos, de acordo com o mo-
mento do campeonato, temos visto nos últimos anos no futebol brasileiro as equipes
dando prioridade aos jogos eliminatórios, uma vez que é menos jogos para a conquista
do título, algumas por falta de estrutura, elenco, para administrar várias competições.
Nos campeonatos de ponto corridos, faz-se necessário uma maior regularidade de pon-
tos. Existem projeções de pontos para as posições, os objetivos a serem alcançados, no
caso da primeira divisão, de título (76 pontos), vaga na Libertadores (65 pontos) e evitar
o rebaixamento (45 pontos). Esses números aconteceram em média nos últimos campe-
onatos de pontos corridos. Já nos jogos de mata-mata, temos uma aleatoriedade nos
confrontos, uma vez que existem os gols de vantagem fora de casa, suspensões, lesões.
Tudo isso implica direto no resultado do jogo, além do fator psicológico, uma vez que
são poucos momentos para ações e que já determinará o sucesso ou não na competição.
Ambiente
Várias equipes têm em sua estratégia bem-sucedida nos jogos de seu domínio quan-
do joga em casa, do que quando joga no ambiente do adversário. Muitos treinadores
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Tabela 2 – Estudo de Palomino et al. (2000) com analise dos gols quando a equipe jogava em casa e era
visitante na Ligas da Itália, Inglaterra e Espanha.
Como observamos na tabela 1, foi visto uma supremacia (nas três ligas) de gols das
equipes quando atuavam sobre os seus domínios, chegando a (60,4 %) na Liga Italiana.
Ainda nesse estudo, o maior número de gols fora de casa em proporção foi na liga inglesa
com (41,1 %).
Outro estudo de Silva et al. (2005), apresenta a analise de vitória do mandante, empate
ou vitória do visitante em nove campeonatos nacionais sendo eles (alemão, argentino,
brasileiro, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano e português). Foi visto que 25,5%
dos visitantes foram vencedores, 27,3% dos jogos terminaram empatados e, em supre-
macia, de 47,2% os jogos foram vencidos pelo mandante.
Considerações Finais
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TELA CHEIA SUMÁRIO
Por fim, pensemos que não existe uma fórmula certa para vencer. O que devemos ter
são informações e dados a respeito da nossa equipe e do adversário, maximizar toda a
potencialidade dessa equipe, entender que as individualidades somadas ao coletivo po-
derão trazer grandes resultados. E elencar esses objetivos, estratégias e táticas ao treino
para que seja traduzido para o jogo. Porém, as ferramentas de analises que existem no
futebol se preocupam com estatísticas de desempenho dos atletas ou da equipe sem
analisar a qualidade da tomada de decisão. Por exemplo, a finalização no gol foi em qual
tempo do jogo? A eficiência dela aconteceu em qual momento? Assim também aconte-
ce em um trabalho interdisciplinar com a Preparação Física, Psicologia e demais áreas
das Ciências do Esporte com objetivo de evolução individual ou ainda de performance
coletiva da equipe.
Ainda assim, no futebol moderno, vemos várias equipes executarem diferentes estra-
tégias com e sem a bola. Se pegarmos o exemplo do atual campeão da Champions Leage,
o Liverpool, com a bola joga em um 1-4-3-3 e sem a bola no sistema 1-4-5-1. É importante Veja ao vídeo
clicando aqui
sempre estar analisando a própria equipe e o adversário, para dessa forma, criar um
repertório tanto ofensivo quanto defensivo e assim a evolução da equipe no aspecto
individual e coletivo. E acima de tudo ter convicção, acreditar no que está se propondo a
fazer, deixando um vídeo do treinador espanhol - Pep Guardiola - que fala sobre o assunto
que discutimos durante todo o texto.
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TELA CHEIA SUMÁRIO
Referências
AMIEIRO, N. Defesa à Zona no Futebol: um pretexto para reflectir sobre o “jogar”... bem,
ganhando! Edição de Autor, 2005.
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está errado. Tradução André Fontenelle,1a ed. São Paulo: Paralela, 2013.
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avaliação no futebol internacional de elite nas temporadas de 2002 a 2005. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), Argentina, v. 88, p. 1-9, 2005.
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TELA CHEIA SUMÁRIO
O Autor
Emilio Simplício, Natural de Natal/RN, graduado em Educação Física
pela UFRN, especialista em futebol pela UNIRN, mestre em Educação
Física pela UFRN, co-autor dos livros “Ciências no Futebol Potiguar” e
“Adeus,Copa!”, experiências como treinador em escolas de futebol e
equipes de base (ABC FC), universitárias (IFRN, UFRN E UERN) e profis-
sionais (Fujian Broncos-China). Atualmente, pesquisador e professor
universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
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TELA CHEIA SUMÁRIO
TÁTICA INDIVIDUAL
MARCOS REIS
TELA CHEIA SUMÁRIO
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TELA CHEIA SUMÁRIO
Assista essa entrevista com o Prof. Dr. Duarte Araújo, uma das referências mundiais
sobre tomada de decisão nos esportes. Veja ao vídeo 1
Entrevista Prof Duarte Araújo Psicologia do Desporto E desafios Vida clicando aqui
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TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 1 – Referências espaciais para identificação dos comportamentos táticos individuais (REIS e
ALMEIDA, 2019; COSTA et al., 2011).
Penetração
A penetração consiste na ação tática de rompimento das linhas defensivas transversais
da equipe adversária através da condução de bola e/ou dribles. A penetração é operacio-
nalizada quando o jogador detém a posse de bola e avança na direção da baliza ou linha
de fundo adversária (Figura 2). Dessa forma, a penetração é a razão de fazer (ação tática)
e o modo de fazer (ação técnica) pode ser feito através de diferentes habilidades com
bola (condução e/ou dribles) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA,
2015; COSTA et al., 2009).
Figura 2 – Ação tática da Penetração realizada pelo jogador destacado na caixa laranja.
Cobertura ofensiva
A cobertura ofensiva consiste na ação tática que visa criar superioridade numérica
próximo do portador da bola a fim de criar linhas de passe e/ou diminuir a pressão ad-
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TELA CHEIA SUMÁRIO
versária sobre ele. As referências espaciais para a identificação da ação tática são as
seguintes: a) jogador sem a posse de bola e dentro do centro de jogo; b) jogador sem a
posse de bola, fora do centro de jogo, posicionado em uma zona do campo subjacente
e paralela à metade menos ofensiva do centro de jogo (Figura 3) (REIS e ALMEIDA, 2019;
TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
Essa ação tática permite que o jogador sem a posse de bola realize ações de suporte ao
portador da bola, fundamentais para o aumento das chances de passes bem-sucedidos.
Além disso, a criação de superioridade numérica próximo da bola também pode permitir
a conservação da posse de bola, tendo em vista que o portador da bola sempre terá uma
linha de passe a mais em relação a quantidade de adversários no entorno da bola. Den-
tro dessa perspectiva, os jogadores sem a posse de bola e próximo do colega de equipe
com ela, precisam perceber as situações em que podem se movimentar para próximo do
colega de equipe para facilitar as suas ações com bola (REIS e ALMEIDA, 2019; ARAÚJO e
DAVIDS, 2016; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; CORRÊA et al., 2014; DAVIDS et
al., 2013; COSTA et al., 2009).
Figura 3 – Ação tática da cobertura ofensiva realizada pelo jogador destacado com a caixa laranja.
Espaço
O espaço é um comportamento tático individual que pode ser realizado tanto sem a
posse de bola, quanto com ela. Quando o jogador não detém a posse de bola, o espaço
consiste na ação tática que visa criar linhas de passe para o portador da bola em profun-
didade e em amplitude (Figura 4). Já quando o jogador está com a posse de bola, é uma
ação tática em que o jogador visa auferir tempo para tomar decisões (REIS e ALMEIDA,
2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
As referências espaciais para identificar o espaço sem bola são as seguintes: jogador
sem a posse de bola, fora do centro de jogo, entre a linha da bola e a última linha defensiva
adversária. Já o espaço com bola consiste quando o jogador com a posse de bola progredi
na direção da própria baliza ou para as laterais do campo de jogo (COSTA et al., 2009).
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Mobilidade
A mobilidade consiste na ação tática em que o jogador busca gerar instabilidades na
última linha defensiva adversária através de movimentações que visam criar linhas de
passe em profundidade e amplitude, buscando aumentar o espaço efetivo de jogo da
equipe para frente. As referências espaciais para a identificação da mobilidade são as
seguintes: ação realizada fora do centro de jogo, entre a última linha defensiva adversária
e a baliza a ser atacada (Figura 5) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GAR-
GANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
Figura 5 – Ação tática da mobilidade realizada pelo jogador que está destacado na caixa laranja.
Unidade ofensiva
A unidade ofensiva consiste na ação tática que permite a equipe jogar de maneira co-
esa e compactada, ao criar linhas de passe para trás para o portador da bola. O jogador
que realiza a unidade ofensiva está fora do centro de jogo e atrás da linha da bola (Figura
6). (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
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Contenção
A contenção consiste na ação tática de oferecimento de oposição primária ao adver-
sário portador da bola. A contenção é identificada a partir da seguinte situação: primeiro
marcador após o adversário com a bola, consequentemente, atrás da linha da bola e
dentro do centro de jogo (Figura 7) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GAR-
GANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
Figura 7 – Ação tática de contenção realizada pelo jogador marcado com a caixa laranja.
Cobertura defensiva
A cobertura defensiva consiste na ação tática de oferecimento de oposição secundária
ao adversário portador da bola. Desta forma, a cobertura defensiva é realizada pelo se-
gundo marcador da equipe após o adversário portador da bola, consequentemente, atrás
da linha da bola e dentro do centro de jogo (Figura 8) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO,
GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
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Figura 8 – Ação tática de cobertura defensiva realizada pelo jogador marcado na caixa laranja.
Equilíbrio defensivo
O equilíbrio defensivo é um comportamento tático individual defensivo que pode ser
realiza dentro e fora do centro de jogo. Quando realizado fora do centro de jogo, consiste
na ação tática que visa obstruir linhas de passe do adversário portador da bola e preen-
chimento de espaços no campo de jogo. Já quando é realizado dentro do centro de jogo,
consiste na ação tática que busca pressionar o portador da bola atrás da linha da bola
(REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
As referências espaciais para identificação do equilíbrio defensivo são as seguintes:
jogador fora do centro de jogo, atrás da linha da bola e em zonas próximas da localização
da bola (Figura 9) e jogador dentro do centro de jogo na metade menos ofensiva dele (REIS
e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
Figura 9 – Ação tática equilíbrio defensivo realizada fora do centro de jogo pelos jogadores marcados pela
caixa laranja.
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TELA CHEIA SUMÁRIO
Concentração
A concentração consiste em uma ação tática defensiva que visa proteger a meta e as
zonas de mais risco para a equipe. A identificação dessa ação tática ocorre a partir da
premissa que o jogador está fora do centro de jogo e em uma zona próximo da bola (Figura
10) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
Figura 10 – Ação tática da concentração realizada pelo jogador marcado pela caixa laranja.
Unidade defensiva
A unidade defensiva consiste em uma ação tática que permite a equipe diminuir a dis-
tância entre as linhas transversais defensivas, fazendo com que a equipe jogue de forma
compactada. As referências espaciais para identificação dessa ação são as seguintes: a)
quando o jogador está na frente da linha da bola e fora do centro de jogo; quando o jo-
gador está atrás da linha da bola, fora do centro de jogo e posicionado em uma distância
de dois setores da localização da bola (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e
GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009).
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TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 11 – Ação tática da unidade defensiva realizada pelos jogadores destacados pela caixa laranja.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
REFERÊNCIAS
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Psychology, v. 7, n. 1, 2016.
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CORRÊA, U.; VILAR, L.; DAVIDS, K.; RENSHAW, I. Informational constraints on the emergen-
ce of passing direction in the team sport of futsal. European Journal of Sport Science,
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no Futebol (FUT-SAT): Desenvolvimento e validação preliminar. Motricidade, v. 7, n. 1,
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LAAKSO, T.; DAVIDS, K.; LIUKKONEN, J.; TRAVASSOS, B. Interpersonal Dynamics in 2-vs-1
Contexts of Football: The Effects of Field Location and Player Roles. Frontiers in Psycho-
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MCGARRY, T.; ANDERSON, D.; WALLACE, S.; HUGHES, M.; FRANKS, I. Sport competition as a
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RAAB, M.; ARAÚJO, D. Embodied Cognition With and Without Mental Representations:
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
REIS, M.; ALMEIDA, M. Futebol, Arte & Ciência: construção de um modelo de jogo. Editora
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SANTOS, R.; DUARTE, R.; DAVIDS, K.; TEOLDO, I. Interpersonal Coordination in Soccer:
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SCHARFEN, H.; MEMMERT, D. The Relationship Between Cognitive Functions and Sport-
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TEOLDO, I.; GUILHERME, J.; GARGANTA, J. Para um futebol jogado com ideias: concep-
ção, treinamento e avaliação do desempenho tático de jogadores e equipes. Curitiba:
Editora Appris, 2015.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
O Autor
Marcos Antônio Mattos dos Reis, Professor Assistente da Escola Supe-
rior de Educação Física (ESEF) da Universidade de Pernambuco (UPE).
Doutorando em Ciências na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE)
na Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação Física pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) da Univer-
sidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em Futebol pela Univer-
sidade Federal de Viçosa (UFV/MG). Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Uni-
versidade Tiradentes (UNIT/SE). Autor do livro Futebol, Arte & Ciência: construção de um
modelo de jogo, Editora Primeiro Lugar, 2019.
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TÁTICA PARA TREINADORES
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TELA CHEIA SUMÁRIO
OPERACIONALIZAÇÃO DA TÁTICA
MARCOS REIS
TELA CHEIA SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A tática consiste na capacidade individual e coletiva de administrar o espaço do campo
de jogo a partir das interações de cooperação e oposição estabelecidas entre os jogadores
(SANTOS et al., 2018; ARAÚJO e DAVIDS, 2016; MCGARRY et al., 2002; GARGANTA, 1995).
Essa administração do espaço de jogo ocorre a partir da execução de comportamentos
ofensivos (quando o jogador/equipe detém a posse de bola) e defensivos (quando o jo-
gador/equipe não detém a posse de bola) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e
GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Neste sentido, a tática pode ser compreendida em
uma perspectiva de multiníveis de manifestação: individual, grupal, setorial e coletiva
(REIS e ALMEIDA, 2019).
Os comportamentos táticos individuais consistem em regras de ação, realizadas com
ou sem a posse de bola, que visam estabilizar a organização funcional das equipes no
confronto com o adversário, ou seja, permita que os processos ofensivos e defensivos
ocorram de maneira harmoniosa. Esses comportamentos são divididos em dez ações
táticas, cinco no ataque e cinco na defesa (Quadro 1) (COSTA et al., 2009).
Já os comportamentos táticos coletivos (grupal, setorial e coletivo) se estabelecem
a partir da coordenação interpessoal, que incide em ações conjuntas dos jogadores for-
mando sinergias através da redução da dimensionalidade da equipe, fazendo com que
o todo seja maior do que a soma das partes, e de compensações recíprocas a partir de
ligações dinâmicas cooperativas entre os jogadores (ARAÚJO e DAVIDS, 2016). Os compor-
tamentos táticos coletivos também são manifestados a partir dos sistemas e esquemas
táticos. O sistema tático consiste na organização estrutural da equipe (relação entre as
partes), ou seja, a forma como os jogadores estão dispostos no campo de jogo. Já os es-
quemas táticos são figuras que não representam o todo (equipe), mas que são os canais
de comunicação do sistema tático (TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015).
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TÁTICA PARA TREINADORES
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Por exemplo, duas equipes podem jogar no mesmo sistema tático (1-4-4-2), porém
podem apresentar esquemas táticos diferentes. A equipe A pode jogar com os jogadores
de meio-campo dispostos em formato de losango, já a equipe B pode jogar com uma linha
de quatro no setor de meio-campo (jogadores alinhados horizontalmente) (Figura 1).
Os comportamentos táticos, tanto individual, quanto coletivo, podem ser avaliados
a partir da eficiência e eficácia. A eficiência tática consiste na qualidade das ações rea-
lizadas, ou seja, comportamentos bem-sucedidos que visam permitir o jogador/equipe
resolver determinados problemas do jogo com o menor gasto de energia possível (manter
ou recuperar a posse de bola, por exemplo). Já a eficácia tática está diretamente rela-
cionada ao desempenho, ou seja, consiste na proficiência na resolução dos problemas
do jogo (REIS e ALMEIDA, 2019; REIS, VASCONCELLOS e ALMEIDA, 2017; BARREIRA et al.,
2012; COSTA et al., 2011).
Figura 1 – Equipe com o mesmo sistema tático, porém com esquemas táticos diferentes. Uma equipe joga
com os jogadores de meio-campo dispostos em forma de losango, enquanto a outra equipe joga com o
meio-campo em forma de linha.
Nesse sentido, como fazer com que os jogadores possam aprender tais comportamen-
tos táticos individuais e coletivos? E para que eles possam melhorar o seu desempenho no
processo de formação e no alto rendimento? Esses questionamentos passam por aspectos
metodológicos do treinamento esportivo, foco desse tópico.
Tais aspectos metodológicos consistem no ambiente de prática criados pelo professor/
treinador. Nessa perspectiva, a operacionalização de comportamentos táticos passa por
uma sistematização de conteúdos, ou seja, por uma prática deliberada (ARAÚJO et al.,
2010).
Com isso, o objetivo desse tópico é discutir acerca de aspectos metodológicos do
treinamento esportivo que permitam o processo de ensino, aprendizagem e treinamen-
to da tática, tanto em uma perspectiva individual, quanto em uma perspectiva coletiva.
Também são objetivos específicos desse tópico: a) promover uma discussão sobre a pe-
riodização tradicional e a periodização tática; b) apresentar os jogos reduzidos sob uma
visão sistêmica.
74
TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
pode-se observar um vídeo que aborda essa periodização de treinamento com ênfase
nas capacidades físicas e que dominou o futebol durante muitas décadas, inclusive ainda
é predominante na contemporaneidade.
Contudo, no futebol, o desempenho físico deve sempre estar subordinado à inteligên-
cia de jogo, dada a natureza do esporte, que é pautada a partir da resolução de problemas
no tocante às interações de cooperação e oposição. Portanto, o elemento nuclear do
futebol não é o desempenho físico, mas o desempenho tático (tanto individual, quanto
coletivo) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; GARGANTA e
GRÉHAIGNE, 1999; GARGANTA, 1995). Dentro dessa premissa, surgiu a periodização tática,
que preconiza que todo o processo de treinamento deve estar subordinado à tática, que
atua como elemento nuclear e integrativo dos outros aspectos do jogo (técnica, físico e
psicológico) (Figura 2) (BORGES, 2015; BORGES et al., 2014).
Assista esse vídeo sobre a periodização de treinamento com ênfase nas capacidades
físicas. Veja ao vídeo
clicando aqui
Periodização do Treinamento - Uma visão das capacidades físicas
O que achou? Você acha que esse tipo de periodização ainda cabe no futebol? Como
ela contribui para o desenvolvimento tático individual e da equipe? Comente lá no
Fórum do curso Tática para Treinadores no site do Futebol Interativo e vamos criar
um ambiente de aprendizagem coletivo com os seus colegas de curso.
A periodização tática foi criada por Vítor Frade, um professor português que atuou
na Universidade do Porto e no Futebol Clube do Porto (veja na caixa interativa 2 um
trecho da palestra do prof. Vítor Frade, criador da Periodização Tática). Na prática, ela
tem o principal precursor na utilização o treinador José Mourinho, inclusive sendo utili-
zada como abordagem metodológica na temporada 2003/2004, quando o Futebol Clube
do Porto foi campeão da Liga dos Campeões da Europa (veja na caixa interativa 3 uma
entrevista do treinador sobre a importância do treinador ter conhecimento tático para
ter autonomia na prescrição das suas próprias atividades). A periodização tática é vista
como uma filosofia de jogo, em que a tática é o centro e o elemento regular do jogar de
uma equipe de futebol, porém leva em consideração também a complexidade dos outros
componentes do jogo (técnica, físico e psicológico), que permanecem com a mesma im-
portância, mas só apresentam sentido e eficácia à luz de uma finalidade tática (BORGES,
2015; BORGES et al., 2014).
Nesse sentido, a utilização da periodização tática ocorre a partir do desenvolvimento
do modelo de jogo da equipe a partir das fases do jogo (organizações ofensiva e defensiva)
e seus respectivos momentos (transições e bolas paradas ofensiva e defensiva) (Figura
3). Dessa forma, o professor/treinador foca o processo de ensino, aprendizagem e trei-
namento através de princípios de jogo para cada uma das fases e momentos citados
anteriormente (REIS e ALMEIDA, 2019).
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 2 – A tática como elemento nuclear e integrativo do jogo de futebol: uma visão da periodização tática.
Assistas a entrevista e a palestra com o prof. Vítor Frade, o pai da Periodização Tática.
Veja ao vídeo 1
clicando aqui 1. A PT esta pronta mas não esta acabada
2. VÍTOR FRADE
O que achou das falas do português? Concorda? Discorda? Achou interessante? Co-
Veja ao vídeo 2
mente lá no Fórum do curso Tática para Treinadores no site do Futebol Interativo e
clicando aqui vamos criar um ambiente de aprendizagem coletivo com os seus colegas de curso.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 3 – Fases do jogo de futebol e seus respectivos momentos (REIS e ALMEIDA, 2019).
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Assista esse vídeo e veja um exemplo de sessão de treino com os princípios da Pe-
Veja ao vídeo 2 riodização Tática.
clicando aqui
“Dia Azul” da Periodização Tática
Te desafio a preparar um treino com atividades diferentes dessas, porém com os
mesmos princípios da Periodização Tática. Vai lá no Fórum do curso Tática para
Treinadores no site do Futebol Interativo e posta a sua sessão de treino e concorra
a um prêmio!
80
TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
sistema e esse processo entrópico afeta na estrutura do sistema. Nesse sentido, sistemas
abertos nunca se encontram em um estado de equilíbrio absoluto, mas sim em um estado
estacionário, que pode tanto ser estabelecido próximo do equilíbrio (quase-equilíbrio),
como distante dele (não-equilíbrio). A manutenção do estado estacionário ocorre a partir
do consumo de entropia negativa e a partir das alterações nas microestruturas do siste-
ma. Por exemplo, um organismo multicelular precisa de troca celulares para se manter,
enquanto as células necessitam de mudanças nas suas estruturas, que por sua vez, são
dependentes das trocas de compostos químicos para sua conservação, o que denota uma
estrutura hierárquica (PRIGOGINE, 1978; VON BERTALANFFY, 1968, 1950).
Dentro dessa perspectiva, como as equipes de futebol são sistemas abertos, elas tam-
bém podem ser concebidas como sistemas hierárquicos. Uma hierarquia consiste em
um sistema composto por subsistemas, em que o todo e as partes dependem do nível
que está sendo focalizado. Um nível superior denota consistência, enquanto o seu nível
inferior consiste na variabilidade dele. Um nível também é dividido em todo e partes, em
que o todo é a consistência do nível e as partes são a variabilidade desse todo (WU, 2013).
Nesse sentido, Reis (2019, no prelo) no seu projeto de doutorado, apresenta um mode-
lo hierárquico para o futebol com foco nos jogos reduzidos. Esse modelo hierárquico foi
adaptado nesse documento a fim de atender aos aspectos táticos do futebol (Quadro 2).
Quadro 2 – Modelo hierárquico do futebol adaptado de Reis (2019, no prelo).
TODO FUTEBOL
Nível 5
Partes Dentro do centro de jogo Fora do centro de jogo
TODO DENTRO DO CENTRO DE JOGO
Nível 4
Partes Habilidades com bola Habilidades sem bola
TODO HABILIDADES SEM BOLA
Nível 3
Partes Cobertura Mobilidade Espaço Unidade Contenção Equilíbrio
TODO COBERTURA
Igualdade Inferioridade Nível 2
Partes Superioridade numérica
Numérica numérica
SUPERIORIDADE IGUALDADE INFERIORIDADE
TODO
NUMÉRICA NUMÉRICA NUMÉRICA Nível 1
Partes 2x1 3x2 4x3 ... 2x2 3x3 4x4 ... 2x3 3x4 4x5 ...
O nível 5 tem o futebol como todo e as partes são as interações de cooperação e opo-
sição estabelecidas dentro e fora do centro de jogo. O centro de jogo consiste em uma
figura imaginária de uma circunferência com 9,15 metros de raio (Figura 1). COSTA et al.
(2011, 2009) propuseram esse valor a partir da regra 1 do futebol, que trata de questões
relacionados ao campo de jogo e suas dimensões.
A bola é o epicentro do centro de jogo, portanto, ele é dinâmico, sendo identificado a
partir da localização dela no campo (COSTA et al., 2011, 2009). A bola funciona como um
atrator em uma partida de futebol, fazendo com que a sua recuperação/perda implique
em transição de fase típica de sistemas dinâmicos (MOURA et al., 2016; MCGARRY et al.,
81
TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
2002; KELSO e SCHÖNER, 1988). Dessa forma, o centro de jogo é o local que contém mais
energia em uma partida de futebol (COSTA et al., 2011; 2009).
Figura 5 – Ilustração do centro de jogo, formado por uma circunferência imaginária com 9,15 metros
de raio. Nesse exemplo, três jogadores estão dentro do centro de jogo: dois atacantes e um defensor
(situação 2 x 1).
No nível 4, o ora componente dentro do centro de jogo se torna todo, enquanto suas
partes são as habilidades com e sem bola que podem ser realizadas pelos jogadores a
partir das interações de cooperação e oposição estabelecidas pelas equipes. No nível 3, as
habilidades sem bola se tornam todo e as partes são os mais variados comportamentos
táticos individuais que podem ser realizados pelos jogadores sem a posse de bola, mas
próximo do portador da bola. No nível 2, a cobertura se torna todo, enquanto as situações
de superioridade, igualdade e inferioridade numérica se tornam partes.
A literatura tem apontado que as equipes com a posse de bola devem criar supe-
rioridade numérica dentro do centro de jogo a fim de facilitar as ações do portador da
bola. Nesse sentido, os jogadores da equipe com a posse de bola devem perceber as
interações de cooperação e oposição estabelecidas dentro do centro de jogo a fim de
realizar movimentações que permitam a diminuição da pressão adversária no portador
da bola (LAAKSO et al., 2019; REIS e ALMEIDA, 2019; REIS, VASCONCELLOS e ALMEIDA,
2017; ARAÚJO e DAVIDS, 2016; COSTA et al., 2009).
Por fim, no nível 1 todas as partes do nível 2 (superioridade, igualdade e inferioridade
numérica) se tornam todo e suas partes são as diferentes interações numéricas de coo-
peração e oposição. Essas situações têm sido historicamente investigadas, em termos de
intervenção, como jogos reduzidos, foco do próximo tópico (LAAKSO et al., 2019; DAVIDS
et al., 2013).
Os jogos reduzidos do futebol, enquanto fenômeno, são atividades que contêm in-
formações específicas do jogo, porém com sua complexidade reduzida (DAVIDS et al.,
2013; ARAÚJO et al., 2010). Nesse sentido, a diminuição da quantidade de elementos
em relação ao jogo formal é o que caracteriza um jogo reduzido (MACHADO et al., 2019;
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
OLTHOF; FRENCKEN e LEMMINK, 2019). Além disso, a manipulação das restrições das
tarefas nos jogos reduzidos pode ocorrer a partir de outros critérios específicos, como:
a) tamanho do campo de jogo (MENUCHI et al., 2018; OLTHOF, FRENCKEN e LEMMINK,
2018), b) quantidade de toques na bola por jogador (MENUCHI et al., 2018), c) quantidade
de alvos a serem atingidos (CASTELLANO et al., 2016), e d) densidade da prática (prática
distribuída e prática maciça) (MCLEAN et al., 2016).
As vantagens com a utilização dos jogos reduzidos são as seguintes: 1) proximidade
com as ações e situações reais do futebol; 2) permite ao jogador relacionar capacidades
técnicas (como fazer) e táticas (razão de fazer); 3) aprendizagem de regras; e 4) transferên-
cia de aprendizagem (veja a Figura 6) (OPPICI et al., 2018; DAVIDS et al., 2013; MEMMERT
e ROTH, 2007).
Por exemplo, Laakso et al. (2019) investigaram os comportamentos táticos e técnicos
de jogadores de futebol com média de idade de 13 anos em situações 2 x 1 sob a restrição
espacial do campo de jogo. No corredor lateral esquerdo, foi verificado que quando o
portador da bola se distanciava do adversário ele optava em se aproximar do potencial
receptor do passe, deixando a meta desprotegida. Já o inverso ocorreu quando a situação
foi disposta nos corredores central e lateral direito, ou seja, quando o portador da bola se
distanciava do adversário ele optou em proteger a meta aumentando o ângulo do passe
do jogador com a posse de bola.
Figura 6 – Situação treinada no jogo reduzido que é transferida para a partida oficial de futebol. Veja o
vídeo na íntegra em: https://www.youtube.com/watch?v=q4h34VN_jn0
Outros modelos hierárquicos foram criados a fim de estimular diferentes aspectos
táticos do futebol através de jogos reduzidos. Na figura 7, foi feito um modelo hierárquico
a fim de ensinar e melhorar o desempenho do princípio tático da Mobilidade (ver Quadro
1). Já na figura 8 foi feito um modelo hierárquico a fim de ensinar e melhorar o desem-
penho do princípio tático ofensivo coletivo da amplitude e na figura 9 é um exemplo de
atividade que pode ser feita. Na figura 10 o foco foi o princípio tático defensivo coletivo
da basculação das linhas transversais da equipe e a figura 11 apresenta uma atividade
para melhorar o desempenho desse princípio tático. Por fim, a figura 12 traz um modelo
hierárquico com ênfase em atividades específicas com menor complexidade para me-
lhorar o desempenho da recuperação da posse de bola.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 9 – Nesse exercício as equipes marcam mais pontos quando os gols forem feitos após passes
oriundos dos jogadores que estão posicionados nas linhas laterais do campo de jogo a fim de treinar o
princípio da amplitude (Fonte: Reis e Almeida, 2019).
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 10 – Modelo hierárquico para ensinar e treinar o princípio da basculação das linhas transversais
defensivas através de jogos reduzidos (Fonte: o autor).
Figura 11 – Nessa atividade a equipe preta precisa recuperar a posse de bola e proteger as mini balizas e
para isso deve realizar movimentos para frente e para os lados da linha, caracterizando um exercício para
a basculação das linhas transversais defensivas (Fonte: Reis e Almeida, 2019).
85
TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
O Autor
Marcos Antônio Mattos dos Reis, Professor Assistente da Escola Supe-
rior de Educação Física (ESEF) da Universidade de Pernambuco (UPE).
Doutorando em Ciências na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE)
na Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação Física pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) da Univer-
sidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em Futebol pela Univer-
sidade Federal de Viçosa (UFV/MG). Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Uni-
versidade Tiradentes (UNIT/SE). Autor do livro Futebol, Arte & Ciência: construção de um
modelo de jogo, Editora Primeiro Lugar, 2019.
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TÁTICA PARA TREINADORES
6
ANÁLISE TÁTICA
MARCOS REIS
TELA CHEIA SUMÁRIO
Saída de bola
A saída de bola consiste nas ações realizadas no setor defensivo quando a bola está es-
tática (bola parada ofensiva, como tiro de meta, arremesso lateral, falta e impedimento).
Alguns componentes devem ser observados para análise tática da saída de bola, como:
a) tipo de passe (curto ou longo); b) direção do passe (corredor central ou corredores la-
terais do campo de jogo); c) quantidade de jogadores que criam linha de passe na saída
com passes curtos; d) se a equipe conquista a primeira e/ou a segunda bola na saída com
passes longos (REIS e ALMEIDA, 2019).
Por exemplo, em relação ao tipo de passe, é importante analisar taticamente a saída
de bola de uma equipe que possui como uma das características a predominância na
execução de passes curtos, porém, ao detectar falhas na interceptação de passes longos
e defensores lentos na última linha da equipe adversária, ela pode utilizar passes longos
na saída de bola para usufruir desse tipo de situação. Além disso, o direcionamento dos
passes para determinado corredor do campo de jogo, posicionando inclusive mais joga-
dores aonde a bola será direcionada para poder obter vantagens.
Em relação à quantidade de jogadores que criam linhas de passes para o goleiro na
saída de bola curta, a equipe pode utilizar uma linha com dois ou três jogadores (Figu-
ra 1 e 2). Na saída curta com dois jogadores, a equipe perde na ocupação de todos os
corredores do campo e em vantagem numérica no setor defensivo. Porém, ganha em
superioridade numérica em zonas mais próximas da baliza adversária, muitas vezes no
corredor central do campo e entre as linhas defensivas do adversário. Já na saída curta
com três jogadores, cada um ocupando um corredor do campo, a equipe ganha vantagem
numérica para circular a bola, obtendo linhas curtas e médias de passe basicamente em
todos os sentidos do campo de jogo.
Equipes europeias aumentaram, aproximadamente, duas vezes mais as chances de
ter um ataque eficaz quando iniciaram um processo ofensivo em igualdade numérica do
que quando estavam em superioridade numérica (SARMENTO et al., 2018). Isso ocorreu
em decorrência da atração dos defensores adversários para zonas que ofereciam menos
92
TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
riscos para a defesa (zonas de baixa vulnerabilidade). A identificação dessas zonas com
maior ou menor vulnerabilidade é um aspecto vital para análise tática, visto que elas
podem mudar ao longo da partida em decorrência de modificações na ocupação dos
espaços pelo adversário. Dessa maneira, a análise tática do treinador e sua comissão
técnica precisa perceber essas questões para planejar situações ofensivas que aumentem
as chances de aglomerar defensores nessas zonas que não necessitam de tanta proteção,
e de criar espaços vazios (ou menos densos) nas zonas mais vulneráveis (maior oportu-
nidade de gol). Essa ocupação inteligente dos espaços vazios associada à possibilidade
de superioridade numérica tende a aumentar a eficácia ofensiva. É importante frisar,
contudo, que todas essas questões são contextuais e influenciadas por diversos fatores.
Figura 1 – Saída de bola com três (A) ou dois (B) jogadores. Fonte: REIS e ALMEIDA, 2019.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Figura 2 – Saída de bola com três jogadores do Flamengo da temporada 2019 treinado por Jorge Jesus.
Fonte: Autor.
Finalização do ataque
A finalização do ataque consiste nas ações realizadas dentro ou após o bloco defensivo
adversário que geram tentativas de chutes e cabeceios ofensivos (REIS e ALMEIDA, 2019).
A análise tática deve focar nas características/qualidades da equipe e características/
vulnerabilidade do adversário e observar os seguintes aspectos: a) quais os princípios
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
específicos de jogo que permitem a equipe realizar finalizações com maior frequência
(profundidade e amplitude, por exemplo); b) quais os jogadores que participam mais das
ações de finalização, seja dando assistências, ou, de fato, finalizando as jogadas; c) quais
os locais do campo de jogo a equipe finaliza as jogadas frequentemente.
Direção do passe
A direção do passe é outra variável quantitativa importante de ser coletada e anali-
sada. Ela pode ser identificada nas seguintes variações: para trás, para as laterais e para
frente (FERNANDEZ-NAVARRO et al., 2016). A direção do passe é um indicador de eficácia
das equipes. Por exemplo, na primeira fase da Copa do Mundo de 2014, a realização de
passes para frente aproximou as equipes da vitória (LIU et al., 2015).
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Tipo do passe
O tipo de passe é outra variável quantitativa importante na análise tática e, por isso,
deve ser coletada e analisada. Ele pode ser classificado em curto, médio e longo. A iden-
tificação pode ser feita através da distância em metros ou por quantos setores do campo
a bola ultrapassou da sua origem até o destino (REIS e ALMEIDA, 2019).
No Mundial de 2014, passes curtos e longos não aproximaram as equipes da vitória
(LIU et al., 2015). Porém, quase 60% dos passes longos apresentaram perda da bola e
menos de 1% geraram finalização. As equipes que mais utilizaram esse recurso perde-
ram mais a posse de bola em relação às que fizeram menos e eles ocorreram com maior
frequência no início e no final dos jogos (REIS, VASCONCELLOS e ALMEIDA, 2017). Além
disso, em competições de equipes europeias a utilização dos passes longos diminui em
53% a chance da eficácia ofensiva em relação aos passes curtos e médios (SARMENTO
et al., 2018).
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
quantidade de bolas recebidas dividida pelos contatos que o jogador realiza nela antes
do passe ou da finalização (MORAES, CARDOSO e TEOLDO, 2014).
A seleção espanhola, caracterizada na atualidade pelo jogo de posse, apresentou
uma média maior de três contatos na bola por bola recebida durante o Mundial de 2010.
Quando ela estava empatando, apresentou menor velocidade de transmissão da bola
em relação à quando estava ganhando por dois ou mais gols (MORAES, CARDOSO e TE-
OLDO, 2014). Percebe-se que quando os jogos estão nivelados em termos do resultado
da partida, o jogador prioriza conservar a bola com ele a fim de tomar a melhor decisão
antes de transmiti-la (REIS e ALMEIDA, 2019).
Além do resultado da partida, a posição do jogador também influencia essa variável.
Meias atacantes que jogam pelos corredores laterais apresentam uma média de três to-
ques na bola antes de passar, enquanto laterais apresentam uma média de dois toques
na bola (BRADLEY et al., 2013). Portanto, quanto mais próximos da baliza adversária,
maior quantidade de toques na bola os jogadores realizam.
A velocidade de transmissão da bola é um bom indicador tático do quanto os jo-
gadores que ficam mais com a posse de bola dão dinâmica ao jogo da sua equipe. Por
exemplo, em um jogo entre Brasil e Noruega, a seleção norueguesa apresentou maior
frequência por apenas um toque na bola antes da transmissão (TENGA e LARSEN, 2003).
Porém, nesse caso a velocidade de transmissão da bola não é somente temporal, mas
sobretudo está relacionada com a oferta do portador da bola dar dinâmica ao jogo para
a equipe (REIS e ALMEIDA, 2019).
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Retorno defensivo
O retorno defensivo dos atacantes na defesa é uma variável qualitativa que deve ser
levada em consideração na análise tática. Anteparar o avanço do adversário no campo é
uma regra de ação defensiva (COSTA et al., 2009). Portanto, a análise tática a partir des-
sa variável deve observar se os atacantes priorizam a intimidação do portador da bola
com o avanço da equipe adversária no campo de jogo, se apenas um atacante realiza
esse tipo de ação, enquanto os outros se reorganizam atrás da linha da bola, ou, se os
atacantes priorizam a recomposição atrás da linha da bola, sem pressionar o portador
da bola, reagindo de acordo com a circulação da bola pela equipe adversária (TENGA e
LARSEN, 2003).
Tipo de marcação
Os tipos de marcação consistem em variáveis qualitativas importantes de serem leva-
das em consideração na análise tática. Eles podem ser observados através de referências
espaciais e dos jogadores adversários. A marcação que protege os espaços valiosos do
campo, utilizando-os como referência, é denominada de marcação por zona. A marcação
que utiliza os jogadores adversários como referência, priorizando o acompanhamento
“homem-a-homem”, é conhecida por marcação individual. Um meio termo dessas duas
marcações é a marcação mista: parte da equipe faz marcação por zona e outra, individual
(REIS e ALMEIDA, 2019).
A marcação também pode ser identificada pelo avanço das linhas de defesa no campo
e são denominadas de bloco alto (avanço dos jogadores para marcar próximo da área ad-
versária), bloco intermediário (concentração dos jogadores no segundo terço do campo) e
bloco baixo (maioria dos jogadores posicionados no meio-campo defensivo aguardando
o avanço do adversário no campo) (LOW et al., 2018). A marcação no bloco alto promove
maior aproximação entre os centroides das equipes, diminuindo a distância entre elas.
Já no bloco baixo, os centros de gravidade das equipes se distanciam, aumentando o
espaço entre elas.
Em relação ao desempenho físico, quando as equipes jogam no bloco baixo, elas
apresentam maior distância percorrida e velocidade de movimento do que quando jo-
gam no bloco alto (LOW et al., 2018). Apesar de parecer surpreendente, esse resultado
apresenta na verdade bastante coerência com o contexto do jogo. Na marcação no bloco
baixo, ocorre uma delimitação de campo de jogo defensivo mais estreita, o que faz com
que os jogadores precisem cobrir uma menor área de atuação e assim percorrer distân-
cias também menores. Contudo, isso só é verdadeiro durante a fase defensiva do jogo.
Nesse sentido, deve-se levar em conta que ao marcar no bloco baixo, a equipe en-
contra-se mais distante do gol adversário. Assim, ao recuperar a bola, os jogadores ne-
cessitam se deslocar através de um campo de jogo muito maior, e por isso a distância
total percorrida pela equipe ao longo da partida mostra-se substancialmente maior. Por
outro lado, na marcação no bloco alto, os jogadores, mesmo durante a fase defensiva,
já se encontram mais próximos à meta adversária, o que encurta o caminho até a baliza
da equipe adversária (redução da distância percorrida).
101
TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
O Autor
Marcos Antônio Mattos dos Reis, Professor Assistente da Escola Supe-
rior de Educação Física (ESEF) da Universidade de Pernambuco (UPE).
Doutorando em Ciências na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE)
na Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação Física pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) da Univer-
sidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em Futebol pela Univer-
sidade Federal de Viçosa (UFV/MG). Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Uni-
versidade Tiradentes (UNIT/SE). Autor do livro Futebol, Arte & Ciência: construção de um
modelo de jogo, Editora Primeiro Lugar, 2019.
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d uc a ç ã o
E
par a u m
fut e bo l
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me lh o r !
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