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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

ANEXO - IIIA

ÍNDICE
Reestruturação do setor federal de transportes - lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 02
ANTT – principais objetivos 03
ANTT – transporte de produtos perigosos 03
Regulamentação do transporte terrestre de produtos perigosos 07
Rede de responsabilidade 08
Unidade de transporte - (Portaria MT nº 204 e Normas Brasileiras) 12
Disposições gerais 13
Resolução nº 420, de 12 de fevereiro de 2004 13
Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT 15
Produto perigoso 16
Exemplos de painel de segurança 16
Classificação dos produtos perigosos 17
Transporte de produtos perigosos 19
Carga x produtos perigosos 20
Legislação - Resolução nº 91, de 04 de maio de 1999 21
Decreto nº 96044, de 18 de maio de 1988 22
Decreto lei nº 1797/96 e Portaria nº 204/97 23
Decreto lei nº 2063, de 06 de outubro de 1983 23
Portaria nº 204, de 20 de maio de 1997 – MT 23
Operações de carga e descarga 23
Por que o técnico de segurança deverá ter noção sobre o transporte de cargas 24
perigosas?
Transporte de combustíveis e óleos lubrificantes 25
Kit de emergência para transporte de produtos perigosos – NBR-9 735 e NBR-9 734 27
Lições aprendidas 27
Conclusão 28
Ficha de Emergência (FE) 30
Prescrições gerais no transporte rodoviário de munições e explosivos 31
Prescrições gerais no transporte de munições e explosivos (T9 – 1903) 32
Transporte de viaturas e equipamentos em pranchas 33
Anexo 34

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

REESTRUTURAÇÃO DO SETOR FEDERAL DE TRANSPORTES LEI Nº 10.233, DE 5 DE


JUNHO DE 2001

Ligado à Presidência com atribuição de propor


políticas nacionais de integração dos diferentes
CONIT modos de transporte.

CONIT – Conselho Nacional de Integração de


Políticas e Transporte.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES Órgão Político e Supervisor

Órgãos Reguladores e Fiscalizadores, dos


seguimentos do Sistema Federal de Viação sob
ANTT E ANTAQ exploração da iniciativa privada, dos serviços
concedidos e dos bens arrendados.

ANTAQ – Agência Nacional de Transportes


Aquaviários.

Órgão responsável pela gestão dos investimentos


de implantação e manutenção da infra-estrutura.
DNIT
DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura
de Transportes

Estrutura de Transportes.
ANTT – PRINCIPAIS OBJETIVOS

 Implementar, em suas esferas de atuação, as políticas formuladas pelo Ministério dos


Transportes e pelo CONIT (Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte);

 Regular ou supervisionar as atividades de prestação de serviços e de exploração da infra-


estrutura de transportes exercidas por terceiros, com vistas a:

 Garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência,


segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade de fretes e tarifas;

 Harmonizar, preservado o interesse público, os objetivos dos usuários, concessionárias,


arbitrando conflitos de interesses

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

ANTT – TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

 Esferas de atuação: Transporte de produtos perigosos em rodovias e ferrovias

 Atribuição: introduzir modificações de caráter técnico necessárias a permanente atualização


da regulamentação do segmento e à obtenção de níveis adequados de segurança nesse tipo
de transporte de carga.

 Competências: expedir documento legal complementar, estabelecendo padrões e normas


técnicas, e fiscalizar as operações de transportes terrestres de produtos perigosos

Ações de Regulamentação

 Resolução nº 420, 12/02/04, que aprova as instruções complementares ao Regulamento do


Transporte Terrestre de produtos Perigosos.

 Revisão do Acordo para facilitação do Transporte de Produtos Perigosos no Mercosul.

 Revisão Proposta de Decreto que institui o regulamento do transporte rodoviário e ferroviário


de produtos perigosos.

 Participação, com representante do governo brasileiro, no Comitê de Peritos em Transporte de


Produtos Perigosos da ONU.

Ações de Fiscalização

 Revisão da Portaria Nº 349, que aprova instruções para fiscalização do transporte rodoviário
de produtos perigosos.

 Estabelecimento de Convênio com Polícia Rodoviária Federal para a realização das ações de
fiscalização do transporte de produtos perigosos nas rodovias federais.

 Implementação de programa de inspeção do transporte ferroviário de produtos perigosos no


território nacional, inclusive quanto às regras do Mercosul.

 Concepção, preparação e desenvolvimento de programa de treinamento para agentes de


fiscalização do transporte terrestre de produtos perigosos.

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REGULAMENTAÇÃO DO TRANSPORTE TERRESTRE DE PRODUTOS


PERIGOSOS

LEGISLAÇÃO DO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

REGULAMENTAÇÃO DO TRANSPORTE TERRESTRE DE PRODUTOS PERIGOSOS

DECRETO-LEI: Estabelece os contornos da regulamentação e confere ao Poder Executivo


competência para seu detalhamento; (Decreto-Lei 2.063/83).

DECRETO: Detalha as competências e responsabilidades dos diversos agentes intervenientes no


transporte de produtos perigosos; (Decretos 96.044 de 18/05/88; 98.973 de 21/02/90, e 4.097 de
23/02/02).

PORTARIAS: Ministros dos Transportes: Define as classes de produtos e os critérios para sua
classificação, relaciona os produtos mais comumente transportados e estabelece exigências
operacionais para a execução segura do transporte. (Portaria 204 de 26/05/97 e
alterações/complementações).

ACORDO: De Alcance Parcial para a facilitação sobre o Transporte de Produtos Perigosos entre
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

ANEXO I – Normas Funcionais para o Transporte Terrestre; APÊNDICE ao Anexo I (Decreto


1.797, de 25/01/96);

ANEXO II – Normas Técnicas para o Transporte Terrestre; APÊNDICE ao Anexo II. (Decreto
1.797, de 25/01/96);

ANEXO III – Regime de sanções e Penalidades (Decreto 2.866 de 07/09/98; Portaria MT 2 de


23/01/02).

OUTROS INSTRUMENTOS:

Orienta os agentes/operadores, por meio de normas, resoluções, regulamentos técnicos,


instruções de fiscalização, etc.

LEGISLAÇÃO NO ÂMBITO DO MERCOSUL

Decreto nº 1797/96 – Acordo de Alcance parcial para facilitação do Transporte Terrestre de


Produtos Perigosos, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Decreto nº 2.866/98 – Estabelece o Regime de Sanções e Penalidades, no âmbito do Mercosul.

Portaria nº 22/01 – Aprova Instruções de Fiscalização do Transporte Ferroviário de Produtos


Perigosos no âmbito do Mercosul.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

PRODUTOS PERIGOSOS – DEFINIÇÃO

Para fins de transporte, por via pública, considera-se como PRODUTO PERIGOSO
substâncias encontradas na natureza ou produzidas por qualquer processo que possua
propriedades físico-químicas, biológicas ou radioativas que representem risco para a
saúde de pessoas, para a segurança pública e para o meio ambiente.

Para os efeitos da Regulamentação de Transporte é considerado PRODUTO PERIGOSO


o relacionado em Resolução ANTT.

RESOLUÇÃO Nº 420 – DISPOSIÇÕES GERAIS

Ninguém pode oferecer ou aceitar produtos perigosos para transporte, se estes não estiverem
adequadamente classificados, embalados, marcados, rotulados, sinalizados conforme declaração
emitida pelo expedidor, constante na documentação de transporte e, além disso, em desacordo
com as condições de transporte exigidas no Regulamento.

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REDE DE RESPONSABILIDADE

FABRICANTE/IMPORTADOR (veículo/produto)

Risco produto
Especificações acondicionamento
Especificações veículo (INMETRO)

EXPEDIDOR/CONTRATANTE DO TRANSPORTE (operações de transporte).

Acondicionamento
Identificação
Equipamento de emergência
Treinamento pessoal

TRANSPORTADOR (Rodoviário/ferroviário) – Veículos e equipamentos

Certificado do veículo e equipamento (Granel)


Vistoria técnica
Serviço técnico especializado
Transbordo
Treinamento pessoal/EPI

DESTINATÁRIO (Operações de descarga)

DEVERES, OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES

FABRICANTE/IMPORTADOR

Fornecer ao Transportador:

 Informações relativas aos cuidados a serem tomados no transporte e manuseio do produto,


assim como as necessárias ao preenchimento da Ficha de Emergência;

 Especificações para o acondicionamento do produto.

 O importador de produto perigoso assume, em território brasileiro, as obrigações e


responsabilidades do fabricante.

EXPEDITOR/CONTRATANTE DO TRANSPORTE

 Exigir o uso de veículos e equipamentos em condições operacionais e adequados para a


carga a ser transportada;

 É responsável pelo acondicionamento do produto, adotando todas as precauções quanto à


compatibilidade;

 Entregar os produtos rotulados, etiquetados e marcados, bem assim como os rótulos de risco
e os painéis de segurança;

 Exigir o emprego dos rótulos de risco e painéis de segurança.

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TRANSPORTADOR

 Dar adequada manutenção e utilização aos veículos e equipamentos;

 Fazer acompanhar as operações executadas pelo expedidor;

 Providenciar e instruir sobre o uso do conjunto de equipamentos necessários às situações de


emergência;

 Zelar pela qualificação do pessoal envolvido, proporcionando treinamentos, exames de saúde


e condições de trabalho;

 Providenciar a correta utilização dos rótulos de risco e painéis de segurança;

 Treinamento específico – Programa do CONTRAN proposto pelo MT.

CONDUTOR

 Deverá possuir um certificado de habilitação, através de um curso de treinamento específico


(MOPP – Movimentação Operacional de Produtos Perigosos – resolução 91/99 – CONTRAN);

 É o responsável, durante a viagem, pela guarda, conservação e bom uso dos equipamentos e
acessórios do veículo;

 Não participará das operações de carregamento, descarregamento e transbordo da carga,


salvo se devidamente orientado pelo expedidor/destinatário e com anuência do transportador;

 Como todos que participam destas atividades, deve utilizar os EPI’s – Equipamentos de
Proteção Individual.

EXIGÊNCIAS – VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

 Devem garantir a segurança compatível com os riscos transportados;

 Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e


descontaminação, os veículos e equipamentos utilizados deverão portar os rótulos de risco e
painéis de segurança;

 Os veículos deverão portar o conjunto de equipamentos para situações de emergência


indicado em norma e tacógrafo;

 Todos os veículos e equipamentos rodoviários, destinados ao transporte a granel devem


possuir o Certificado de Capacitação fornecido pelo INMETRO.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

EXIGÊNCIAS – CARGAS E ACONDICIONAMENTO

 O produto fracionado deverá ser acondicionado de forma a suportar os riscos de


carregamento, transporte, descarregamento e transbordo;

 No transporte fracionado, também as embalagens externas deverão estar rotuladas,


etiquetadas e marcadas de acordo com a classificação e o tipo de risco;

 É proibido o transporte no mesmo veículo com outro tipo de mercadoria ou com outro produto
perigoso, salvo se houver compatibilidade;

 É proibido o transporte juntamente com alimentos, medicamentos, animais ou objetos de uso


humano ou animal, salvo se os produtos estiverem em pequenos cofres distintos.

EXIGÊNCIAS – ITINERÁRIO E ESTACIONAMENTO

 Evitar o uso de vias em áreas densamente povoadas, reservatórios de água ou reservas


florestais;

 Verificar a existência de restrições ao tráfego de veículos transportando produtos perigosos;

 Estacionar somente em áreas previamente determinadas pelas autoridades competentes;

 Evitar o estacionamento em zonas residenciais e logradouros públicos;

 Quando parar, por motivo de emergência, em local não autorizado, o veículo deverá
permanecer sinalizado e sob vigilância do condutor ou da autoridade local.

EXIGÊNCIAS – DOCUMENTAÇÃO

 Documentação Fiscal com nome e número apropriado para embarque, classe ou


subclasse, e declaração do expedidor atestando a adequação do acondicionamento
do produto;

 Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte, emitidos pelo expedidor,


preenchidos conforme instruções fornecidas pelo fabricante ou importador do produto
a respeito do que fazer e como proceder em caso de emergência e telefones de
autoridades;

 Certificado de Capacitação do veículo e dos equipamentos usados no transporte de


produtos perigosos a granel; expedido pelo INMETRO ou por entidade credenciada;

 Admite-se o Certificado Internacional de Capacitação de equipamentos para o


transporte de produtos perigosos a granel.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

CASOS DE EMERGÊNCIA, ACIDENTES E AVARIAS

 Nos casos que obriguem a imobilização do veículo, o condutor deve adotar as


medidas indicadas na Ficha de Emergência e no Envelope de Transporte e dar
ciência às autoridades de trânsito informando a ocorrência, local, classe e
quantidades dos produtos transportados;

 Em função da dimensão da emergência, a autoridade que atender o caso determinará


ao expedidor ou ao fabricante do produto a presença de técnicos ou pessoal
especializado;

 O fabricante, o expedidor e o destinatário darão apoio e prestarão os esclarecimentos


que lhes forem solicitados pelas autoridades públicas.

UNIDADE DE TRANSPORTE

(Portaria MT nº 204 e Normas Brasileiras)

* Textos com natureza do risco

** Números da classe ou subclasse e grupo de compatibilidade *


**

***
** Número de risco

**** Número da ONU ****

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

PROCEDIMENTOS EM CASOS DE EMERGÊNCIA

 Adotar as medidas indicadas na Ficha de Emergência e no Envelope para o transporte;

 Avisar a autoridade de trânsito, detalhando a ocorrência, local, classes e quantidades dos


materiais transportados;

 O contrato de transporte deve designar que suportará as despesas decorrentes da assistência


à emergência. Caso contrário, o ônus caberá ao transportador;

 Todo manuseio do produto deve ser realizado por pessoal qualificado e com equipamento de
proteção individual.

DISPOSIÇÕES GERAIS

 A declaração do expedidor, quando se tratar de exportação ou importação, será aceita no


idioma oficial dos países de origem acompanhado de tradução no idioma do país de destino;

 A documentação, rótulos, etiquetas e outras inscrições serão válidas e aceitas no idioma


oficial dos países de origem ou destino;

 As instruções das Fichas de Emergências serão redigidas nos idiomas oficiais dos países de
origem, trânsito e destino, tanto para expedições no âmbito do Mercosul quanto para os
demais fluxos de importação e exportação.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

RESOLUÇÃO Nº 420, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2004

ÍNDICE
PARTE 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS E DEFINIÇÕES
PARTE 2 – CLASSIFICAÇÃO

Responsabilidades

Classes, subclasses, grupos de embalagem


Números ONU e nomes apropriados para embarque
Precedência das características de risco
Transporte de amostras

PARTE 2 – CLASSIFICAÇÃO

Capítulo 2.1 – Classe 1 - Explosivos


Capítulo 2.2 – Classe 2 - Gases
Capítulo 2.3 – Classe 3 - Líquidos inflamáveis
Capítulo 2.4 – Classe 4 - Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à
combustão espontânea; substâncias que, em contato com água,
emitem gases inflamáveis.

Capítulo 2.5 – Classe 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos


Capítulo 2.6 – Classe 6 Substâncias tóxicas e substâncias infectantes
Capítulo 2.7 – Classe 7 Materiais radioativos Agência Internacional de Energia Atômica –
AIEA e Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN
Capítulo 2.8 – Classe 8 - Substâncias corrosivas
Capítulo 2.9 – Classe 9 - Substâncias e artigos perigosos diversos

PARTE 3 – RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS E ISENÇÕES PARA QUANTIDADES


LIMITADAS

PARTE 4 – DISPOSIÇÕES RELATIVAS A EMBALAGENS E TANQUES

Instruções de uso de embalagens, tanques portáteis e contentores intermediários para granéis

Disposições especiais para embalagens para: explosivos, substâncias auto-reagentes, peróxidos


orgânicos, substâncias infectantes e radioativas

PARTE 5 – PROCEDIMENTOS DE EXPEDIÇÃO

Capítulo 5.1 - Disposições gerais


Capítulo 5.2 - Marcação e rotulagem
Capítulo 5.3 - Identificação de unidades de transporte e de carga
Capítulo 5.4 - Documentação
Capítulo 5.5 - Expedição de substâncias infectantes
- Documentação e identificação de unidades de transporte de fumigadas
PARTE 6 - EXIGÊNCIAS PARA FABRICAÇÃO E ENSAIO DE EMBALAGENS
INTERMEDIÁRIAS PARA GRANÉIS (IBCs), EMBALAGENS GRANDES E TANQUES
PORTÁTEIS

PARTE 7 - PRESCRIÇÕES RELATIVAS ÀS OPERAÇÕES DE TRANSPORTE

Prescrições gerais (rodoviário, ferroviário) para veículos, equipamentos e de serviço.


Prescrições particulares para cada classe de produtos.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Esta orientação visa despertar o interesse para o estudo e planejamento de um transporte


especializado. Ela não esgota o assunto, devendo o planejador aprofundar-se em tópicos e
legislações apenas citadas no corpo deste trabalho.

OBJETIVOS

 Identificar a legislação relativa ao assunto;


 Identificar os cuidados no transporte rodoviário de cargas perigosas;
 Compreender o planejamento de uma missão de transporte de cargas perigosas; e
 Despertar o interesse para o estudo desse tipo de missão.

INTRODUÇÃO

Para transportar produtos perigosos com segurança, o condutor e os demais profissionais


envolvidos na atividade devem conhecer tudo sobre os assuntos técnicos, e principalmente ter
consciência de que é preciso utilizar constantemente estes conhecimentos aplicando-os nas
situações do dia-a-dia.

Esse módulo contém conhecimento específico do Curso de MOPP – Movimentação Operacional


de Produtos Perigosos, começando pelo estudo de algumas definições, que são essenciais para
que possamos realmente entender porque os produtos que compõem uma carga perigosa
requerem cuidados e procedimentos especiais.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

A movimentação de produtos perigosos é uma atividade que exige extrema responsabilidade,


envolve muitas empresas, entidades e indivíduos e só deve ser exercida por pessoal treinado e
capacitado.

PRODUTO PERIGOSO

É toda e qualquer substância que, dadas as suas características físicas e


químicas, possa oferecer, quando em transporte, riscos à segurança pública,
saúde de pessoas e meio ambiente, de acordo com os critérios de
classificação da ONU, publicados através da Portaria nº 204/97 do Ministério
dos Transportes.A classificação desses produtos é feita com base no tipo de
risco que apresentam.Além das péssimas condições de certas estradas, roubos de cargas e
imprevistos com o caminhão, a falta de conhecimento do risco que representa transportar produtos
perigosos é outro fator que pode colocar em risco a vida do carreteiro. Isso porque são poucos os
profissionais que trafegam pelas rodovias e sabem identificar o perigo de uma carga pelo painel
laranja obrigatório dos quase 3.100 produtos considerados perigosos, que na maioria são
constituídos por combustível (álcool, gasolina, querosene, etc.) e produtos corrosivos como soda
cáustica e ácido sulfúrico.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

EXEMPLOS DE PAINEL DE SEGURANÇA

A identificação
no veículo é feita
através de retângulos
laranjas, que
podem ou não
apresentar
duas linhas de
algarismos,
definidos
como painel de
segurança; e losangos definidos como rótulos de risco, que apresentam diversas cores e
símbolos, correspondentes à classe de risco do produto a ser identificado no retângulo.

A linha superior se refere ao número de risco do produto transportado e é composto por no mínimo
dois algarismos e, no máximo, pela letra X e três algarismos numéricos. A letra X identifica se o
produto reage perigosamente com a água.

Na linha inferior encontra-se o número da ONU (Organização das Nações Unidas), sempre
composta por quatro algarismos numéricos, cuja função é identificar a carga transportada.

Caso o painel de segurança não apresente nenhuma identificação, significa que estão sendo
transportados mais de um produto perigoso.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS

A classificação adotada para os produtos considerados perigosos, feita com base no tipo de risco
que apresentam e conforme as recomendações para o transporte de produtos perigosos das
Nações Unidas, sétima edição revista, 1991, compõe-se das seguintes classes, definidas nos itens
1.1 a 1.9.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS

Classe 1 – EXPLOSIVOS
Classe 2 – GASES, com as seguintes subclasses:
Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis;
Subclasse 2.2 – Gases não-inflamáveis, não-tóxicos;
Subclasse 2.3 – Gases tóxicos.
Classe 3 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
Classe 4 – Esta classe se subdivide em:
Subclasse 4.1 – Sólidos inflamáveis;
Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas à combustão espontânea;
Subclasse 4.3 – Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis
Classe 5 – Esta classe se subdivide em:
Subclasse 5.1 – Substâncias oxidantes;
Subclasse 5.2 – Peróxidos orgânicos.
Classe 6 – Esta classe se subdivide em:
Subclasse 6.1 – Substâncias tóxicas (venenosas);
Subclasse 6.2 – Substâncias infectantes.
Classe 7 – MATERIAIS RADIOATIVOS
Classe 8 – CORROSIVOS
Classe 9 – SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS

Os produtos das Classes 3, 4, 5 e 8 e da Subclasse 6.1 classificam-se, para fins de embalagem,


segundo três grupos, conforme o nível de risco que apresentam:

Grupo de Embalagem I – alto risco;


Grupo de Embalagem II – risco médio; e
Grupo de Embalagem III – baixo risco.

O transporte de resíduos perigosos deve atender às exigências prescritas para a classe ou


subclasse apropriada, considerando os respectivos riscos e os critérios de classificação
constantes destas instruções. Os resíduos que não se enquadram nos critérios aqui estabelecidos,
mas que apresentam algum tipo de risco abrangido pela convenção da Basiléia sobre o controle
da movimentação transfronteiriça de resíduos perigosos e sua disposição (1989), devem ser
transportados como pertencentes à classe 9. Exceto se houver uma indicação explícita ou
implícita em contrário, os produtos perigosos com ponto de fusão igual ou inferior a 20°C, à
pressão de 101,3 KPA, devem ser considerados líquidos. Uma substância viscosa, de qualquer
classe ou subclasse, deve ser submetida ao ensaio da Norma ASMT D 4359 – 1984, ou ao ensaio
para determinação da fluidez prescrito no apêndice A - 3, da publicação das Nações Unidas
ECE/Trans/80 (Vol. 1) (ADR), com as seguintes modificações: o penetrômetro ali especificado
deve ser substituído por um que atenda à norma da organização internacional de normalização –
ISSO 2137 – 1985 e os ensaios devem ser usados para substâncias de qualquer classe.

Entre as numerosas cargas que são movimentadas todos os dias por todo o Brasil, muitas
pertencem às categorias de cargas perigosas ou cargas com produtos perigosos. Muitos desses
produtos oferecem riscos à saúde das pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio, podendo
resultar em graves prejuízos aos envolvidos em acidentes que ocorrem nesse tipo de transporte.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Comparando-se com acidentes comuns, os acidentes envolvendo veículos que transportam


produtos perigosos podem ter conseqüências muito mais graves para os próprios envolvidos, para
a população em geral e para o meio ambiente.

Os prejuízos materiais são muito maiores; os ferimentos que podem sofrer o condutor e os
ocupantes são muito mais graves, podendo ser fatais; se houver vazamento ou derramamento de
produtos em decorrência de acidentes, poderão ser contaminados riachos, rios, lagos, valetas e
canalizações, ferindo, adoecendo ou até matando animais, plantas, prejudicando populações
ribeirinhas e até cidades inteiras; serão elevados os prejuízos para empresas e entidades
envolvidas, afetando a economia local e a do país.

TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

É o deslocamento de uma carga perigosa de um ponto para o outro, com sucesso, no qual são
utilizados todos os cuidados e técnicas necessárias.

SÃO COMPONENTES PRINCIPAIS PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE UMA CARGA


COM PRODUTOS PERIGOSOS:

 O veículo, seus equipamentos e acessórios;


 A carga e suas particularidades: tipo, embalagem, rótulo e etc.;
 As operações de carga e descarga e as pessoas envolvidas nestas
operações;
 A condução do veículo com cargas perigosas;
 As vias, os estacionamentos e os locais por onde a carga passar;
 O trânsito, seus componentes e demais participantes;
 A operação de limpeza e descontaminação do veículo e
equipamentos, bem como a disposição dos resíduos daí resultantes.

Até pouco tempo atrás, o conceito de perigo era ilimitado apenas a seres humanos. Atualmente
esta definição está ampliada, envolvendo, além de seres humanos, todo o meio ambiente.
Portanto, perigo é toda situação ou condição que possa oferecer risco de vida, saúde ou
integridade a seres humanos e destruição ou danos ao meio ambiente. Os maiores desafios para
a conscientização das pessoas em relação ao perigo são:

Demonstrar que situações aparentemente inofensivas podem esconder


grandes riscos.

Provar que, quando uma pessoa se expõe ao perigo, por negligência ou


imprudência, poderá estar expondo também outras pessoas inocentes e o
meio ambiente. Ex: um caminhão utilizado no transporte de combustíveis,
pode estar com seu tanque vazio e parecer inofensivo, mas o risco de
explosão dos gases remanescentes no interior do seu tanque é enorme e
permanente.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

CARGA X PRODUTOS PERIGOSOS

Todo produto perigoso (combustível, explosivo, munição) é carga perigosa, mas nem toda carga
perigosa é um produto perigoso.

CARGA COM PRODUTOS PERIGOSOS (COMBUSTÍVEL)

aquela constituída, parcial ou totalmente, de substâncias ou artefatos que, ao ter suas condições
normais alteradas, colocam em perigo seres humanos, acarretam prejuízos materiais e promovem
danos no meio ambiente. Ex.: ao utilizar qualquer veículo motorizado, estamos muito próximos de
um produto potencialmente perigoso, o combustível. Em situações normais, com o veículo
devidamente mantido e conservado, com seu combustível corretamente acondicionado no tanque,
nem pensamos em perigo. No entanto, se ocorrer vazamento de combustível, avaria ou destruição
do tanque, poderá ocorrer um início de incêndio e até uma violenta explosão, com destruição para
os ocupantes e pessoas próximas.

QUE TIPO DE PRODUTO ESTOU TRANSPORTANDO?

É muito importante conhecer o tipo de produto que está sendo transportado. Veremos que existe
uma classificação de produtos perigosos e que cada um apresenta riscos diferentes.

De nada adianta, porém, o condutor fazer o curso, está com a documentação em dia e receber a
ficha de emergência se ele não se der ao trabalho, antes de sair, de saber detalhadamente as
características, o comportamento e os perigos relativos à carga que irá transportar. Assim, se
durante o transporte houver problema, será possível poupar tempo e minimizar os riscos, pois já
se saberá o que fazer. O que precisa ser feito varia muito de um produto para outro e de um
problema para outro. O certo, é que, na hora H, muitas vezes não haverá tempo suficiente para ler
ou aprender coisa alguma.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Nesta exposição, tomam-se como sinônimos cargas e produtos perigosos, por entender-se que o
material de emprego militar, muitas vezes não enquadrado como produto perigoso, o é pelo
simples fato de ser passível da cobiça por forças adversas, incutindo aí um fator de risco
intrínseco ao material.

LEGISLAÇÃO
RESOLUÇÃO Nº 91, DE 04 DE MAIO DE 1999

Normas gerais dos cursos de treinamento específico e complementar para produtores de veículos
rodoviários transportadores de produtos perigosos.

FINALIDADE

Formar, instruir e proporcionar conhecimento para condutores e/ou profissionais na respectiva


área de atuação, habilitando-os a melhor condução de veículos rodoviários transportadores de
produtos perigosos.

MATRÍCULA

Ser habilitado (CNH) nas categorias B, C, D ou E; e ter capacidade de interpretar textos.

DURAÇÃO

Específico: 40 h
Complementar: 16 h
Ensino regular

TREINAMENTO ESPECÍFICO (certificado pela 1ª vez)

Direção defensiva – 14 h
Prevenção de incêndio – 03 h
Elementos básicos da legislação – 04 h
Movimentação de produtos perigosos – 17 h
Meio ambiente – 02 h
Total: 40 horas.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
TREINAMENTO COMPLEMENTAR (renovação do certificado)

Direção defensiva – 04 h
Prevenção de incêndio – 02 h
Movimentação de produtos perigosos – 06 h
Atualização em legislação – 04 h
Total: 16 horas.

A validade do certificado é de 5 anos a partir da sua expedição.

DECRETO Nº 96044, DE 18 DE MAIO DE 1988

Art. 2º - Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e


descontaminação, os veículos e equipamentos utilizados no transporte de produtos perigosos
deverão portar rótulos e painéis de segurança específicos; de acordo com as NBR – 7.500 e NBR
8.286.

EXEMPLOS DE PAINEL DE SEGURANÇA

RÓTULOS DE RISCO

Art. 3º - Os veículos utilizados no transporte de produtos


perigosos deverão portar o conjunto de equipamentos
para situações de emergência indicado por norma
brasileira, ou, na inexistência desta, o recomendado pelo
fabricante do produto. Além disso, o condutor deve
verificar os instrumentos nos tanques, como
manômetros, válvulas, etc., e só então seguir viagem.

Art. 7º - É proibido o transporte de produto perigoso


juntamente com:

Animais;

Alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou animal, ou com embalagens de


produtos destinados a esses fins;

Outro tipo de carga; salvo se houver compatibilidade entre os diferentes produtos transportados.

Art. 9º - O veículo que transportar produto perigoso deverá evitar o uso de vias em áreas
densamente povoadas ou de proteção de mananciais; reservatórios de água ou reservas florestais
e ecológicas; ou que delas sejam próximas.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Art. 13 – O itinerário deverá ser programado de forma a evitar a presença de veículo
transportando produtos perigosos em vias de grande fluxo de trânsito; nos horários de maior
intensidade de tráfego.

DECRETO LEI Nº 1797/96 E PORTARIA Nº 204/97

Definem a identificação de veículos que transportam produtos perigosos por meio de símbolos
associados aos diferentes tipos de produtos.

CLASSE 1

CLASSE 1 CLASSE 3

EXPLOSIVOS LÍQUIDOS

PÓLVORA INFLAMÁVEIS

CARTUCHOS ÁLCOOL

GASOLINA, DIESEL

DECRETO LEI Nº 2063, DE 06 DE OUTUBRO DE 1983

Dispõe sobre as multas a serem aplicadas às infrações à regulamentação para o serviço de


transporte rodoviário de cargas ou produtos perigosos e dá outras providências.

PORTARIA Nº 204, DE 20 DE MAIO DE 1997 – MT

Dispõe sobre os padrões de desempenho fixados para embalagens e para a implementação do


programa de reciclagem periódica para o condutor de veículo automotor utilizado no transporte de
produtos perigosos, além de dar outras providências.

OPERAÇÕES DE CARGA E DESCARGA

Com o veículo revisado e todos os equipamentos corretamente, o condutor encostara o caminhão


na fábrica ou depósito para carregar, parcial ou totalmente, produtos perigosos de um ou mais
tipos.

Dependendo do produto, o condutor apenas terá que manobrar o veículo de forma a colocá-lo na
posição correta de carga. O exemplo perfeito, aqui, é o do caminhão tanque que encosta para
carregar gasolina em um terminal de distribuição. Com o caminhão NE posição correta, uma
equipe especializada realiza o procedimento de segurança, abre as tampas, enche o tanque,
fecha-o, lacra-o. Aí, o condutor retira o caminhão do local de carregamento, pega os documentos
e parte para o seu destino. Entretanto, nem todas as cargas são feitas desta forma. Cada
operação de carga tem as suas peculiaridades e o profissional deve estar ciente de todas elas,
sendo que todas as recomendações técnicas também valem para operação de descarga.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

POR QUE O TÉCNICO DE SEGURANÇA DEVERÁ TER NOÇÃO SOBRE O TRANSPORTE DE


CARGAS PERIGOSAS?

Para poder orientar e efetuar com segurança as movimentações e operações de transporte de


materiais perigosos.

Por tudo isso, o TST deverá ter conhecimentos amplos sobre o assunto, para poder proceder
corretamente. Para isso se faz necessário o entendimento de alguns procedimentos, tais como:

Conhecer mais sobre os produtos perigosos, começando por algumas de suas propriedades
físicas e químicas, tornando mais fácil entender a origem e mecânica de certos fenômenos.

O nosso organismo, a natureza, os objetos e substâncias têm algo em comum. São todos
formados de matéria (ar, água, todos os componentes de um caminhão, pele, etc.). Enfim, tudo o
que está a nossa volta é constituído de algum tipo de matéria.

A borracha do caminhão, a gasolina ou a atmosfera são exemplos de matéria. A diferença entre


eles é que estão em estados físicos diferentes um do outro.

Agora que já sabemos os três estados físicos da matéria, é importante que observemos que a
matéria, pode passar de um estado a outro.

Alguns produtos mudam constantemente de estado físico. Ex: gasolina – que sai do estado líquido
para o gasoso estando em temperatura ambiente.

Essas mudanças de estado físico são chamadas de fenômenos físicos. Mas se faz necessário
conhecer as propriedades físicas de um produto que contribuem para que ele seja mais ou menos
perigoso. Ex: o óleo diesel no estado líquido, apesar de inflamável, representa pouco perigo,
porque sua queima é lenta, mas já um tambor ou tanque do mesmo produto vazio e cheio de
vapores de óleo, é extremamente explosivo.

Alguns produtos liberam vapores tóxicos ao passar de um estado para outro. Ex: naftalina, um
material sólido que evapora constantemente sem passar pelo estado líquido (sublimação) e que
parece ser inofensivo.

Se faz necessário entender os fenômenos físicos sim, mas também é de suma importância
entendermos o que significam os fenômenos químicos ou reações químicas.

Isso acontece quando há uma junção de dois tipos de matérias, reagindo entre si, formando um
outro produto. Ex: o ferro reage lentamente na presença de oxigênio do ar, formando a ferrugem,
que é a mesma coisa que óxido de ferro. De um caminhão enferrujado, dizemos que a lataria está
podre.

Então nos transportes e movimentações de produtos perigosos, todas as precauções e cuidados


devem ser tomados para evitar que um produto perigoso venha a entrar em contato com outros,
com os quais possa reagir. É por esse motivo que existem tantas normas e cuidados com
embalagens, carregamentos, rótulos e identificação de risco, transporte, descarga e etc.

No transporte de produtos perigosos, a prevenção consiste em não deixar que o produto saia da
sua embalagem ou compartimento, nem permitir que ele seja exposto a outras substâncias ou
condições. Evita-se assim que possam iniciar reações químicas indesejáveis.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
O perigo maior reside em acidentes, que podem expor ou misturar produtos perigosos, permitindo
seu contato com pessoas, substâncias e o meio ambiente, possibilitando o início de reações
químicas geralmente desastrosas.

Devemos ter cuidado com as cargas que poderão absorver eletricidade estática. Ela se origina do
atrito do caminhão com o ar ao trafegar e se acumula nas partes metálicas do veículo. Poderá ser
descarregada em qualquer momento quando alguma parte metálica do caminhão entrar em
contato com o solo. O grande perigo está em operações de carga e descarga. Se o caminhão
estiver carregado de eletricidade estática, na hora em que começar a ser transferido para o tanque
fixo, o próprio combustível, servirá de conexão à terra, para descarregá-lo gerando ignição e
consequentemente fogo e explosão. Pois isso que se faz necessário antes de se iniciar qualquer
descarga com esses tipos de materiais, que irão unir todas as partes metálicas ao ponto terra.

Essas ferramentas deverão ser especiais e não podem produzir faíscas quando atritadas. No caso
de carga com tambores, o descarregamento deverá ser feito com equipamentos adequados
(empilhadeiras) ou utilizar métodos com a ajuda de cordas ou outros materiais que não venham
provocar acidentes ou risco de explosões.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS (ABIQUIM).


TEL: 0800118270
EQUIPE DE PRONTO-ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS (EPAE)
TEL: 08007701470

TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEIS E ÓLEOS


LUBRIFICANTES

Atenção especial para a eletricidade estática.


Ocorre tanto no processo de carregamento
quanto na descarga do produto. Para evitar esse
risco é necessário utilizar fio de aterramento em
todas as partes metálicas envolvidas na
manobra.

Cuidado! Não deve haver vazamentos nas válvulas ou conexões do tanque.

Nas operações de carga ou descarga é preciso que se utilize o retentor de fagulhas (abafa-
chamas ou corta-chamas).

Tubo metálico com uma tela metálica em uma de suas extremidades. Como o seu diâmetro é
maior que o escapamento da VTR, o abafador veste o escapamento

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

EM CASO DE DERRAMAMENTO

 Desligue o motor;
 Isole a poça e cubra-a com areia ou terra para anular a inflamabilidade do produto;
 Use de educação e energia para afastar os curiosos da área de risco;
 Solicite aos que estiverem próximos que não fumem;
 Impeça que o líquido vá para os bueiros.

COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO CONDUTOR

 Verifique o estado geral do veículo: motor, chassis, freios, direção, pneus, sistema elétrico,
carroceria, tanques, etc.
 Verifique se a sua documentação pessoal, a do veículo e a da carga estão em ordem.
 Leia com atenção a ficha de emergência, de modo a esclarecer as suas dúvidas.
 Tome conhecimento do itinerário a ser percorrido.
 Verifique se os rótulos de risco e os painéis de segurança conferem com os dados da FE e da
NF.
 Verifique se o certificado de capacitação do tanque não está vencido.
 Não fume próximo ao local.
 Imprima ao veículo a velocidade máxima de segurança de 60 km/h.

PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGÊNCIA

 O condutor deve estar preparado para agir de forma acertada nos casos de emergência:
 Notificando de imediato o corpo de bombeiros informando sobre o produto, a natureza da
emergência e o local da emergência.
 Informando aos demais contatos constantes da FE e do Envelope para o transporte.
 Levando o veículo para uma área de menor movimento, se possível.
 Parando o veículo.
 Não fumando próximo ao local.
 Utilizando o EPI.
 Colocando o triângulo de segurança na rodovia e afastando os demais condutores.
 Usando de educação e energia para afastar os curiosos da área de risco.
 Posicionando o veículo de maneira que o vento sopre em sentido contrário ao de quaisquer
localidades próximas.
 Aguardando socorro.
 Telefone de emergência: PETROBRÁS Distribuidora S.A. – 0800244433

KIT DE EMERGÊNCIA PARA TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS – NBR-9 735 E


NBR-9 734

2 calços para as rodas, com um mínimo de 7 cm de largura, ou de corda, com um mínimo de 5 cm


de diâmetro; dispositivos para sustentação da fita ou corda em número de 6, para caminhões com
ou sem reboque, ou 4, para os demais veículos; 4 placas com a inscrição “PERIGO! AFASTE-
SE!”, com um mínimo de 340 mm X 470 mm de dimensão; 4 cones; pá de material antifaiscante;
fichas e cartão de telefone; 1 caixa de primeiros socorros, com mercurocromo, gaze, curativo e
esparadrapo; 1 lanterna com duas pilhas médias; jogo de ferramentas; lona impermeável de 3 m
X 4 m, no caso de sólidos perigosos.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

LIÇÕES APRENDIDAS

Sempre que possível, tenha uma viatura pequena em seu comboio para a função de esclarecedor;
Verifique o estado geral da manutenção, ferramental, documentação, bem como equipamentos
para sinalização, proteção individual e isolamento;

Solicite escolta da PE e/ou Polícia Rodoviária com a prioridade de trânsito livre para seu comboio;
Não permite que pessoas viajem dentro de veículos embarcados em prancha;

Confira a ancoragem das cargas;

Se for necessário o emprego de viaturas e de pessoal civil no comboio, intercale-os com militares
e designe acompanhantes militares para eles;

Sempre que possível, realize um reconhecimento de itinerário (lembre-se, a prancha pode não
passar em quebra-molas ou em curvas de pequeno raio);

Informe-se com a 2ª seção sobre a potencialidade de ações adversas no seu percurso (se for o
caso, solicite a segurança velada);

Providencie a comunicação na coluna de marcha, no mínimo entre a testa e a cauda;

Tenha um telefone celular (não o utilize próximo às cargas combustíveis);

Preveja o apoio de equipamentos de manobra de força;

Preveja o apoio de saúde, com médico e ambulância – o médico deve estar ciente dos riscos
potenciais, da capacidade e dos meios hospitalares ao longo do itinerário;

Requisite suprimento de fundos, no entanto, não se esqueça de conduzir cartão de crédito e/ou
talão de cheques;

Planeje a distribuição de ração fria;

Repasse pessoalmente todas as normas de segurança e de execução;

Relacione todos os telefones úteis (unidades do EB, etc.);

Selecione os locais para os altos e aproveite a oportunidade para inspecionar a ancoragem e a


preservação das cargas; e

Reveja uma viatura descarregada a mais em seu comboio para atender à necessidade de
transbordo de munições de explosivos.

Sempre que houver conflito entre a normatização dos diversos órgãos de transporte e a legislação
vigente no exército, prevalece a normatização civil, salvo em situação extraordinária decretada por
autoridade competente.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
CONCLUSÃO

Procurou-se com esta exposição despertar o seu interesse para a busca do conhecimento nos
transportes especializados que, certamente, o militar irá planejar e executar.

O assunto transporte de cargas perigosas abrange uma variedade de conhecimentos que


encontram-se distribuídos em diversos campos da normatização; basta ver a legislação sobre a
matéria que vai do interesse da gestão ambiental e segurança no trabalho, passa pelo código de
trânsito brasileiro e decretos do Ministério dos Transportes, até normas baixadas pelo comando do
exército.

Como pode ser visto, a integração de todas essas informações exige um trabalho continuado e
ininterrupto para que se possa manter um trabalho em constante desenvolvimento e atualização.
A complexidade em se compulsar os dados em diversas fontes e interrelacioná-los, antes de se
constituir em fator de desestímulo, é um desafio a que todo militar, como planejador, deve lançar-
se. Assim, haverá sempre o engajamento em trabalhos de pesquisa, gerando conhecimento e
doutrina genuína.

Por tudo isso, esse trabalho não se encerra em si mesmo nem se encontra esgotado. Aceitem-se
as contribuições, seja em matéria de conteúdo, atualizando-o; em recursos pedagógicos,
tornando-o mais assimilável ou ainda em ferramentas de apresentação, conferindo-lhe nuances
artísticas que por certo tornarão o seu estudo mais prazeroso.

Lembre-se que, apesar dos estudiosos em liderança ainda divergirem quanto aos tipos e suas
manifestações, todos colimando pensamentos, elegem a competência como condição
determinante e primitiva para o exercício da liderança.

Quando em comboios, as viaturas manterão entre si uma distância aproximada de 80 metros.


A velocidade de uma viatura que transporta explosivos ou munições não deverá o limite de 40
km/h.

As cargas e as próprias viaturas serão inspecionadas durante os “altos horários” previstos para os
comboios ou viaturas isoladas, tais “altos horários” serão feitos em locais afastados de habitações;

Ao atravessar as passagens de nível das estradas de ferro, verificar-se-á, obrigatoriamente, se as


mesmas estão livres;

Para viagens longas, as viaturas terão dois motoristas, que se revezarão;


Viaturas transportando munição ou explosivos não poderão ser rebocadas. Quando necessário, a
carga será baldeada e, durante essa operação, sinalizações serão colocadas em pontos distantes
da estrada;

No desembarque, os explosivos e munições não poderão ser empilhados nas proximidades dos
canos de descarga das viaturas;

Durante o abastecimento de gasolina, os circuitos elétricos de ignição deverão estar desligados;


Tabuletas visíveis serão afixadas nos lados e atrás das viaturas com os dizeres: “CUIDADO –
EXPLOSIVO”, colocando-se, também, bandeirolas vermelhas na frente e na retaguarda da viatura;
Nos transportes de munição de calibre superior a 155 mm deverão ser tomados cuidados
especiais a fim de evitar que as cintas de forçamento sejam danificadas;

As viaturas carregadas não poderão estacionar em barragens, postos de serviço, depósitos ou


lugares onde haja probabilidade de propagação de chamas;

As viaturas, depois de carregadas, não ficarão na área dos paióis, dos depósitos de munição ou
em suas proximidades;

Em caso de acidentes ou colisões com a viatura, a primeira providência será retirada da carga
explosiva que deverá ser colocada a uma distância mínima de 50 metros do veículo e de
habitações;

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Em caso de incêndio em viatura que transporte explosivo, o trânsito deverá ser impedido e o local
isolado, conforme a carga que é transportada.

OBS: sempre que houve conflito ou omissão de dados, foi utilizada a informação catalogada com
o caráter mais restritivo ao transporte. Não existe na regulamentação do EB expressamente a
indicação de serem necessários o rótulo de risco e o painel se segurança. Pode ser um caso em
que a nossa legislação necessite de atualização.

GUIA DE TRÁFEGO
É a permissão do Exército para o transporte de produtos controlados

COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO CONDUTOR

 Verifique o estado geral do veículo: motor, chassis, freios, direção, pneus, sistema elétrico,
carroceria, tanque, etc.

 Verifique se a sua documentação pessoal, a do veículo e a da carga estão em ordem.

 Leia com atenção a Ficha de Emergência (FE) de modo a esclarecer as suas dúvidas

 Tome conhecimento do itinerário a ser percorrido.

 Verifique se os rótulos de risco e os painéis de segurança conferem com os dados na FE e da


nota fiscal.

 Não fume no local.

 Leve o triângulo de segurança na cabine, ao alcance da mão.

 Imprima ao veículo a velocidade máxima de segurança de 40 km/h.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

PROCEDIMENTOS EM CASOS DE EMERGÊNCIA

 Leve a viatura para uma área de menor movimento, se possível.

 Pare o veículo isoladamente a mais ou menos 60 m de habitações ou VTR e o abandone


imediatamente, se possível levando o triângulo de segurança e o envelope para o transporte.

 Coloque o triângulo de segurança na rodovia e afaste os demais condutores.

 Notifique de imediato o corpo de bombeiros e informe sobre o produto, a natureza da


emergência e o local da ocorrência.

 Informe os demais contatos constantes da FE e do envelope para o transporte.

 Use de educação e energia para afastar os curiosos da área de risco.

 Não fumar próximo ao local, mesmo após uma explosão porque, se ela tiver sido parcial, há o
risco de ocorrer uma nova explosão.

 Use o kit de sinalização para complementar o isolamento da viatura.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

PRESCRIÇÕES GERAIS NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE MUNIÇÕES E EXPLOSIVOS

 Em princípio, o transporte em viaturas comuns e do tipo militar será restrito às munições de


armamento leve. Somente em casos especiais e com prévia determinação pela autoridade
responsável, usar-se-á este tipo de transporte para as demais munições e explosivos.

 O transporte em viatura civil deverá estar acompanhado de uma guia de trânsito com
indicação de: material transportado, peso da carga, origem, destino e itinerário.

 É proibido o transporte de explosivos ou munições em viaturas movidas a gasogênio.


 Os motoristas deverão ser instruídos quanto aos cuidados a serem observados, bem como
sobre o manejo dos extintores de incêndio.

 As viaturas destinadas ao transporte de munições e explosivos, antes de sua utilização, serão


vistoriadas para exame de seus circuitos elétricos, freios, tanques de gasolina, estado da
carroceria e dos extintores de incêndio, assim como a verificação da existência de quebra-
chama no tubo de descarga e ligação por corrente metálica da carroceria com a terra.

 A estopa a ser levada na viatura será indispensável e a que tiver sido usada deverá ser posta
fora.

 A carga explosiva deverá ser fixada firmemente à viatura e ser coberta com encerado
impermeável, não podendo ultrapassar da altura da carroceria.
 É proibida a presença de estranhos nas viaturas que transportem explosivos ou munições.

 Durante a carga ou descarga, as viaturas deverão conservar-se freadas, calçadas e com os


motores desligados.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
TRANSPORTE DE MUNIÇÕES E EXPLOSIVOS

PRESCRIÇÕES GERAIS NO TRANSPORTE DE MUNIÇÕES E EXPLOSIVOS (T9 – 1903)

O material a ser transportado deverá estar em bom estado e acondicionado em embalagem


regulamentar;

Por ocasião de embarque ou desembarque conferir o material com a guia de expedição


correspondente;

Os serviços referentes aos trabalhos de embarque e desembarque deverão ser assistidos por um
oficial, que orientará, fiscalizará e verificará todos os equipamentos empregados nos serviços de
carga, transporte e descarga;

Sinais de perigo, tais como bandeirolas vermelhas ou tabuletas de aviso, deverão ser afixados em
lugares visíveis nos transportes. Quando necessário, serão os transportes protegidos por guardas
militares;

O material deverá ser arrumado e fixado para o transporte, de maneira que facilite a inspeção e a
segurança;

As munições, explosivos e artifícios serão transportados separadamente;

No transporte, proteger-se-á o material contra a umidade e a incidência direta dos raios solares;

É proibido derrubar, bater, arrastar, rolar ou jogar os recipientes de munições ou explosivos;

Antes de se descarregar as munições ou explosivos transportados, examinar-se-á o local previsto


para armazená-los;

É proibida a utilização de luzes não protegidas, fósforos, isqueiros, dispositivos ou ferramentas


capazes de produzir chamas ou centelhas nos locais de embarque e durante os transportes;

É proibido remeter pelo correio, explosivos ou munições, sob qualquer pretexto;

Salvo casos especiais, os serviços de carga e descarga de munições e explosivos serão feitos
durante o dia e com bom tempo;

Quando houver necessidade de carregar ou descarregar munições e explosivos durante a noite,


somente será usada iluminação com lanternas e holofotes elétricos;

No transporte de explosivos e munições deverão ser previstas paradas para inspeções e


determinadas as velocidades máximas de deslocamento.

O cumprimento das prescrições anteriores não exime ao transportador de observar as normas do


Decreto-Lei nº 96044, de 18 de maio de 1988, referente ao transporte de materiais perigosos
(explosivos).

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

TRANSPORTE DE VIATURAS E EQUIPAMENTOS EM PRANCHAS

 Ancoragem: calços, cabos de aço e correntes (bandeirolas).

 Atenção: verifique se há alguma ordem particular em seu comando militar de área.

 Embarque na carreta: a carreta deve estar ligada e o auxiliar do carreteiro deverá estar aplicando
o freio do cavalo durante o embarque. Nunca se deve
manobrar a viatura sobre a rampa, sob pena de
tombamento. Qualquer manobra deve ser feita já
sobre a prancha.

Fixação e movimentos

 Na fixação, os três movimentos, longitudinal, lateral e vertical, devem ser levados em conta.

 Deve-se colocar sapatas de aço no interior das pranchas para se anular o movimento lateral.
Calços e blocos permitem que se anule o movimento longitudinal.

 As correntes são utilizadas para anular os movimentos lateral, longitudinal e vertical.

 Deve-se ter o cuidado na hora da amarração para que dois esticadores não fiquem
sobrepostos, pois com o passar do tempo as correntes poderão afrouxar.

 Não se deve encostar o blindado na extremidade da prancha, junto ao cavalo mecânico, para
substituir a amarração frontal, pois este procedimento danifica a prancha.

Desembarque

O motorista deve deixar que a viatura desça por seu próprio peso, não devendo acionar os freios
durante a descida, pois pode causar o tombamento da mesma.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

“O MÈDICO SALVA UMA PESSOA DE CADA VEZ.

O ENGENHEIRO PARA SALVAR ESPERA SUA VEZ.

“O TÉCNICO EM SEGURANÇA SALVA MUITOS DE UMA SÓ VEZ.”

Cícero Cezar

DECRETO 96.044, de 18 de maio de 1988

Aprova o regulamento para o transporte rodoviário de produtos perigosos, e dá outras


providências

CAPÍTULO I – Das Disposições Preliminares (artigo 1)

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Art. 1 – O transporte, por via pública, de produto que seja perigoso ou represente risco para a
saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, fica submetido às regras e
procedimentos estabelecidos neste Regulamento, sem prejuízo do disposto, em Legislação e
disciplina peculiar a cada produto.

§ 1 – Para os efeitos deste Regulamento é produto perigoso e relacionado em portaria do Ministro


dos Transportes.

§ 2 – No transporte de produto explosivo e de substância radioativa serão observadas, também,


as normas específicas do Ministro do Exército e da Comissão Nacional e da Comissão Nacional
de Energia Nuclear, respectivamente.

CAPÍTULO II – Das Condições do Transporte (artigos 2 a 23)

SEÇÃO I – Dos veículos e dos Equipamentos (artigos 2 a 5)

Art. 2 – Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e


descontaminação os veículos e equipamentos utilizados no transporte de produto perigoso
deverão portar rótulos de risco e painéis de segurança específicos, de acordo com as NBR 7500 e
NBR-8286.

Parágrafo único. Após as operações de limpeza e completa descontaminação dos veículos e


equipamentos, os rótulos de risco e painéis de segurança serão retirados.

Art. 3 – Os veículos utilizados no transporte de produto perigoso deverão portar o conjunto de


equipamentos para situações de emergência indicado por Norma Brasileira ou, na inexistência
desta, o recomendado pelo fabricante do produto.

Art. 4 – Os veículos e equipamentos (como tanques e “contêineres”) destinados ao transporte de


produto perigoso a granel deverão ser fabricados de acordo com as Normas Brasileiras ou, na
inexistência destas, com norma intencionalmente aceita.

§ 1 – O Instituto de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, ou entidades por


ele credenciada, atestará a adequação dos veículos e equipamentos ao transporte de produto
perigoso, nos termos dos seus regulamentos técnicos.

§ 2 – Sem prejuízo das vistorias periódicas previstas na legislação de trânsito, os veículos e


equipamentos de que trata este artigo serão vistoriados, em periodicidade não superior a 3 (três)
anos, pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada, de acordo com instruções e cronologia
estabelecidos pelo próprio INMETRO, observados os prazos e rotinas recomendadas pelas
normas de fabricação ou inspeção, fazendo-se as devidas anotações no “Certificado de
Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel” de que trata o item I do Art. 22.

§ 3 – Os veículos e equipamentos referidos no parágrafo anterior, quando acidentados ou


avariados, deverão ser vistoriados e testados pelo INMETRO ou entidade pelo mesmo
credenciada, antes de retornarem à atividade.

Art. 5 – Para o transporte de produto perigoso a granel os veículos deverão estar equipados com
tacógrafo, ficando os discos utilizados à disposição do expedidor, do contratante, do destinatário e
das autoridades com jurisdição sobre as vias, durante 3 (três) meses, salvo no caso de acidente,
hipótese em que serão conservados por 1 (um) ano.

SEÇÃO II – Da Carga e seu Acondicionamento (artigos 6 a 8)

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Art. 6 – O produto perigoso fracionado deverá ser acondicionado de forma a suportar os riscos de
carregamento, transporte, descarregamento e transbordo, sendo o expedidor responsável pela
adequação do acondicionamento segundo especificações do fabricante.

§ 1 – No caso de o produto importado, o importador será o responsável pela observância ao que


preceitua este artigo, cabendo-lhe adotar as providências necessárias junto ao fornecedor
estrangeiro.

§ 2 – No transporte de produto perigoso fracionado, também as embalagens externas deverão


estar rotuladas, etiquetadas e marcadas de acordo com a correspondente classificação e o tipo de
risco.

Art. 7 – É proibido o transporte de produto perigoso juntamente com:

I – animais;

II – alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou animal, ou com embalagens


de produtos destinados a estes fins;

III – outro tipo de carga, salvo se houver compatibilidade entre os diferentes produtos
transportados.

Parágrafo único. Entende-se como compatibilidade entre 2 (dois) ou mais produtos a ausência de
risco potencial de ocorrer explosão, desprendimento de chamas ou calor, formação de gases,
vapores, compostos ou misturas perigosas, bem assim alteração das características físicas ou
químicas originais de qualquer um dos produtos transportados, se postos em contato entre si (por
vazamento, ruptura de embalagem, ou outra causa qualquer).

Art. 8 – É vedado transportar produtos para uso humano ou animal em tanques de carga
destinados ao transporte de produtos perigosos a granel.

SEÇÃO III – Do Itinerário (artigos 9 a 13)

Art. 9 – O veículo que transportar produto perigoso deverá evitar o uso de vias em áreas
densamente povoadas ou de proteção de mananciais, reservatórios de água ou reservas florestais
e ecológicas, ou que delas sejam próximas.

Art. 10 – O expedidor informará anualmente ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem


– DNER os fluxos de transporte de produtos perigosos que embarcar com regularidade,
especificando:

I – classe do produto e quantidades transportadas;

II – pontos de origem e destino.

§ 1 – As informações ficarão à disposição dos órgãos e entidades do meio ambiente, da defesa


civil e das autoridades com jurisdição sobre as vias.

§ 2 – Com base nas informações de que trata este artigo, o Ministro dos Transportes, com a
colaboração do DNER e de órgãos e entidades públicas e privadas, determinará os critérios
técnicos de seleção dos produtos para os quais solicitará informações adicionais, como freqüência
de embarques, formas de acondicionamento e itinerário, incluindo as principais vias percorridas.

Art. 11 – As autoridades com jurisdição sobre as vias poderão determinar restrições ao seu uso,
ao longo de toda a sua extensão ou parte dela, sinalizando os trechos restritos e assegurando
percurso alternativo, assim como estabelecer locais e períodos com restrição para
estacionamento, parada, carga e descarga.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Art. 12 – Caso a origem ou o destino de produto perigoso exigir o uso de via restrita, tal fato
deverá ser comprovado pelo transportador perante a autoridade com jurisdição sobre a mesma,
sempre que solicitado.

Art. 13 – O itinerário deverá ser programado de forma a evitar a presença de veículo


transportando produto perigoso em vias de grande fluxo de trânsito, nos horários de maior
intensidade de tráfego.

SEÇÃO IV – Do Estacionamento (artigo 14)

Art. 14 – O veículo transportando produto perigoso só poderá estacionar para descanso ou


pernoite em áreas previamente determinadas pelas autoridades competentes e, na inexistência de
tais áreas, deverá evitar o estacionamento em zonas residenciais, logradouros públicos ou locais
de fácil acesso ao público, áreas densamente povoadas ou de grande concentração de pessoas
ou veículos.

§ 1 – Quando, por motivo de emergência, parada técnica, falha mecânica ou acidente o veículo
parar em local não autorizado, deverá permanecer sinalizado e sob a vigilância de seu condutor
ou de autoridade local, salvo se a ausência for imprescindível para a comunicação do fato, pedido
de socorro ou atendimento médico.

§ 2 – Somente em caso de emergência o veículo poderá estacionar ou parar nos acostamentos


das rodovias.

SEÇÃO V – Do Pessoal Envolvido na Operação do Transporte (artigos 15 a 21)

Art. 15 – O condutor de veículo utilizado no transporte de produto perigoso, além das


qualificações e habilitações previstas na legislação de trânsito, deverá receber treinamento
específico, segundo programa a ser aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito – COTRAN, por
proposta do Ministério dos Transportes.

Art. 16 – o transportador, antes de mobilizar o veículo, deverá inspecioná-lo, assegurando-se de


suas perfeitas condições para o transporte para o qual é destinado e com especial atenção para o
tanque, carroceria e demais dispositivos que possam afetar a segurança da carga transportada.

Art. 17 – O condutor, durante a viagem, é o responsável pela guarda, conservação e bom uso dos
equipamentos e acessórios do veículo, inclusive os exigidos em função da natureza específica dos
produtos transportados.

Parágrafo único. O condutor deverá examinar, regularmente e em local adequado, as condições


gerais do veículo, verificando inclusive, a existência de vazamento, o grau de aquecimento e as
demais condições dos pneus do conjunto transportador.

Art. 18 – O condutor interromperá a viagem e entrará em contato com a transportadora,


autoridades ou a entidade cujo telefone esteja listado no Envelope para o Transporte, quando
ocorrerem alterações nas condições de partida, capazes de colocar e risco a segurança de vidas,
de bens ou do meio ambiente.

Art. 20 – Todo o pessoal envolvido nas operações de carregamento, descarregamento e


transbordo de produto perigoso usará traje e equipamento de proteção individual, conforme
normas e instruções baixadas pelo Ministério do Trabalho.

Parágrafo único. Durante o transporte o condutor do veículo usará o traje mínimo obrigatório,
ficando desobrigado do uso de equipamentos de proteção individual.

Art. 21 – Todo o pessoal envolvido na operação de transbordo de produto perigoso a granel


receberá treinamento específico.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
SEÇÃO VI – Da Documentação (artigo 22)

Art. 22 – Sem prejuízo do disposto na legislação fiscal, de transporte, de trânsito e relativa ao


produto transportado, os veículos que estejam transportando produto perigoso ou os
equipamentos relacionados com essa finalidade, só poderão circular pelas vias públicas portando
os seguintes documentos:

I – Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel do veículo e dos


equipamentos, expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada;

II – Documento Fiscal do produto transportado, contendo as seguintes informações:

Número e nome apropriado para embarque;

Classe e, quando for o caso, subclasse à qual o produto pertence;

Declaração assinada pelo expedidor de que o produto está adequadamente acondicionado para
suportar os riscos normais de carregamento, descarregamento e transporte, conforme a
regulamentação em vigor.

III – Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte, emitidos pelo expedidor, de acordo com
as NBR-7503, NBR-7504 e NBR-8582, preenchidos conforme instruções fornecidas pelo
fabricante ou importador do produto transportado, contendo:

Orientação do fabricante do produto quanto ao que deve ser feito e como fazer em caso de
emergência, acidente ou avaria; e

Telefone de emergência da corporação de bombeiros e dos órgãos de policiamento do trânsito, da


defesa civil e do meio ambiente ao longo do itinerário.

§ 1 – É admitido o Certificado Internacional de Capacitação dos Equipamentos para o Transporte


de Produtos Perigosos a Granel.

§ 2 – O Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel perderá a


validade quando o veículo ou o equipamento:

Tiver suas características alteradas;

Não obtiver aprovação em vistoria ou inspeção;

Não for submetido à vistoria ou inspeção nas épocas estipuladas; e

Acidentado, não for submetido a nova vistoria após sua recuperação.

§ 3 – As vistorias e inspeções serão objeto de laudo técnico e registradas no Certificado de


Capacitação previsto no item I deste artigo.

§ 4 – O Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel não exime


o transportador da responsabilidade por danos causados pelo veículo, equipamento ou produto
perigoso, assim como a declaração de que trata a alínea “c”, do item II, deste artigo, não isenta o
expedidor da responsabilidade pelos danos causados exclusivamente pelo produto perigoso,
quando agirem com imprudência, imperícia ou negligência.

SEÇÃO VII – Do Serviço de Acompanhamento Técnico Especializado (artigo 23)

Art. 23 – O transporte rodoviário de produto perigoso que, em função das características do caso,
seja considerado como oferecendo risco por demais elevado, será tratado como caso especial,
devendo seu itinerário e sua execução serem planejados e programados previamente, com

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
participação do expedidor, do contratante do transporte, do transportador, do destinatário, do
fabricante ou importador do produto, das autoridades com jurisdição sobre as vias a serem
utilizadas e do competente órgão do meio ambiente, podendo ser exigido acompanhamento
técnico especializado (Art. 50, I).

§ 1 – O acompanhamento técnico especializado disporá de viaturas próprias, tripuladas por


elementos devidamente treinados e equipados para ações de controle de emergência e será
promovido, preferencialmente, pelo fabricante ou o importador do produto, o qual, em qualquer
hipótese, fornecerá orientação e consultoria para o serviço.

§ 2 – As viaturas de que trata o parágrafo precedente deverão portar, durante o acompanhamento,


os documentos mencionados no item III do Art. 22 e os equipamentos para situações de
emergência a que se refere o Art. 3.

CAPÍTULO III – Dos Procedimentos em Caso de Emergência, Acidente ou Avaria (artigos 24 a 28)

Art. 24 – Em caso de acidente, avaria ou outro fato que obrigue a imobilização de veículo
transportando produto perigoso, o condutor adotará as medidas indicadas na Ficha de Emergência
e no Envelope para o Transporte correspondentes a cada produto transportado, dando ciência à
autoridade de trânsito mais próxima, pelo meio disponível mais rápido, detalhando a ocorrência, o
local, as classes e quantidades de materiais transportados.

Art. 25 – Em razão da natureza, extensão e características da emergência, a autoridade que


atender ao caso determinará ao expedidor ou ao fabricante do produto a presença de técnicos ou
pessoal especializado.

Art. 26 – O contrato de transporte deverá designar que suportará as despesas decorrentes da


assistência de que trata o artigo anterior.

Parágrafo único. No silêncio do contrato o ônus será suportado pelo transportador.

Art. 27 – Em caso de emergência, acidente ou avaria o fabricante, o transportador, o expedidor e


o destinatário do produto perigoso darão o apoio e prestarão os esclarecimentos que lhes forem
solicitados pelas autoridades públicas.

Art. 28 – As operações de transbordo em condições de emergência deverão ser executadas em


conformidade com a orientação do expedidor ou fabricante do produto e, se possível, com a
presença de autoridade pública.

§ 1 – Quando o transbordo for executado em via pública deverão ser adotadas as medidas de
resguardo ao trânsito.

§ 2 – Quem atuar nessas operações deverá utilizar os equipamentos de manuseio e de proteção


individual recomendados pelo expedidor ou fabricante do produto.

§ 3 – No caso de transbordo de produtos a granel o responsável pela operação deverá ter


recebido treinamento específico.

CAPÍTULO IV – Dos Deveres, Obrigações e Responsabilidades (artigos 29 a 40)

SEÇÃO I – Do Fabricante e do Imperador (artigos 29 a 31)

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Art. 29 – O fabricante de equipamento destinado ao transporte de produto perigoso responde
penal e civilmente por sua qualidade e adequação ao fim a que se destina.

Parágrafo único. Para os fins do disposto no Art. 22, item I, cumpre ao fabricante fornecer ao
INMETRO as informações relativas ao início da fabricação e destinação específica dos
equipamentos.

Art. 30 – O fabricante de produto perigoso fornecerá ao expedidor:

I – informações relativas aos cuidados a serem tomados no transporte e manuseio do produto,


assim como as necessárias ao preenchimento da Ficha de Emergência; e

II – especificações para o acondicionamento do produto e, quando for o caso, a relação do


conjunto de equipamentos a que se refere o Art. 3.

Art. 31 – No caso de importação, o importador do produto perigoso assume, em território


brasileiro, os deveres, obrigações e responsabilidades do fabricante.

SEÇÃO II – Do Contratante, do Expedidor e do Destinatário (artigos 32 a 37)

Art. 32 – O contratante do transporte deverá exigir do transportador o uso de veículo e


equipamento em boas condições operacionais e adequadas para a carga a ser transportada,
cabendo ao expedidor, antes de cada viagem, avaliar as condições de segurança.

Art. 33 – Quando o transportador não os possuir, deverá o contratante fornecer os equipamentos


necessários às situações de emergência, acidente ou avaria, com as devidas instruções do
expedidor para sua utilização.

Art. 34 – O expedidor é responsável pelo acondicionamento do produto a ser transportado, de


acordo com as especificações do fabricante.

Art. 35 – No carregamento de produtos perigosos o expedidor adotará todas as precauções


relativas à preservação dos mesmos, especialmente quanto à compatibilidade entre si (Art. 7).

Art. 36 – O expedidor exigirá do transportador o emprego dos rótulos de risco e painéis de


segurança correspondentes aos produtos a serem transportados, conforme disposto no Art. 2.

Parágrafo único. O expedidor entregará ao transportador os produtos perigosos fracionados


devidamente rotulados, etiquetados e marcados, bem assim os rótulos de risco e os painéis de
segurança para uso nos veículos, informando ao condutor as características dos produtos a serem
transportados.

Art. 37 – São de responsabilidade:

I – do expedidor, as operações de carga;

II – do destinatário, as operações de carga;

III – do destinatário, as operações de descarga.

§ 1 – Ao expedidor e ao destinatário cumpre orientar e treinar o pessoal empregado nas atividades


referidas neste artigo.

§ 2 – Nas operações de carga e descarga, cuidados especiais serão adotados, especialmente


quanto à amarração da carga, a fim de evitar danos, avarias ou acidentes.

SEÇÃO III – Do transportador (artigos 38 a 40)

Art. 38 – Constituem deveres e obrigações do transportador:

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
I – dar adequada manutenção e utilização aos veículos e equipamentos;

II – fazer vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e equipamento, de


acordo com a natureza da carga a ser transportada, na periodicidade regulamentar;

III – fazer acompanhar, para ressalva das responsabilidades pelo transporte, as operações
executadas pelo expedidor ou destinatário de carga, descarga e transbordo, adotando as cautelas
necessárias para prevenir riscos à saúde e integridade física de seus prepostos e ao meio
ambiente;

IV – transportar produtos a granel de acordo com o especificado no “Certificado de Capacitação


para Transporte de Produtos Perigosos a Granel” (Art. 22, I);

V – requerer o Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel,


quando for o caso, e exigir do expedidor os documentos de que tratam os itens II e III do Art. 32.

VI – providenciar para que o veículo porte o conjunto de equipamentos necessários às situações


de emergência, acidente ou avaria (Art. 3), assegurando-se do seu bom funcionamento;

VII – instruir o pessoal envolvido na operação de transporte quanto à correta utilização dos
equipamentos necessários às situações de emergência, acidente ou avaria, conforme as
instruções do expedidor;

VIII – zelar pela adequada qualificação profissional do pessoal envolvido na operação de


transporte, proporcionando-lhe treinamento específico, exames de saúde periódicos e condições
de trabalho conforme preceitos de higiene, medicina e segurança do trabalho;

IX – fornecer a seus prepostos os trajes e equipamentos de segurança no trabalho, de acordo com


as normas expedidas pelo Ministério do Trabalho, zelando para que sejam utilizados nas
operações de transporte, carga, descarga e transbordo;

X – providenciar a correta utilização, nos veículos e equipamentos, dos rótulos de risco e painéis
de segurança adequados aos produtos transportados;

XI – realizar as operações de transbordo observando o procedimentos e utilizando os


equipamentos recomendados pelo expedidor ou fabricante do produto;

XII – assegurar-se de que o serviço de acompanhamento técnico especializado preenche os


requisitos deste Regulamento e das instruções específicas existentes (Art. 23);

XIII – dar orientação quanto à correta estivagem da carga no veículo, sempre que, por acordo com
o expedidor, seja co-responsável pelas operações de carregamento e descarregamento.

Parágrafo único. Se o transportador receber a carga lacrada ou for impedido, pelo expedidor ou
destinatário, de acompanhar carga e descarga, ficará desonerado da responsabilidade por
acidente ou avaria decorrentes do meu acondicionamento da carga.

Art. 39 – Quando o transporte for realizado por transportador comercial autônomo, os deveres e
obrigações a que se referem os itens VI a XI do artigo anterior constituem responsabilidade de
quem o tiver contratado.

Art. 40 – O transportador é solidariamente responsável com o expedidor na hipótese de receber,


para transporte, produtos cuja embalagem apresente sinais de violação, deterioração, mau estado
de conservação ou de qualquer forma infrinja o preceituado neste Regulamento e demais normas
ou instruções aplicáveis.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
CAPÍTULO V – Da Fiscalização (artigos 41 e 42)

Art. 41 – A fiscalização para a observância deste Regulamento e de suas instruções


complementares incumbe ao Ministério dos Transportes, sem prejuízo da competência das
autoridades com a jurisdição sobre a via por onde transite o veículo transportador.

Parágrafo único. A fiscalização compreenderá:

Exame dos documentos de porte obrigatório (Art. 22);

Adequação dos rótulos de risco e painéis de segurança (Art. 2), bem assim dos rótulos e etiquetas
das embalagens (Art. 6, § 2), ao produto especificado no Documento Fiscal; e

Verificação da existência de vazamento no equipamento de transporte de carga a granel e, em se


tratando de carga fracionada, sua arrumação e estado de conservação das embalagens.

Art. 42 – Ao ter conhecimento de veículo trafegando em desacordo com o que preceitua este
Regulamento, a autoridade com jurisdição sobre a via deverá retê-lo imediatamente, liberando-o
só após sanada a infração, podendo, se necessário, determinar:

I – a remoção do veículo para o local seguro, podendo autorizar o seu deslocamento para local
onde possa ser corrigida a irregularidade;

II – o descarregamento e a transferência dos produtos para outro veículo ou para local seguro;

III – a eliminação da periculosidade da carga ou a sua destruição, sob a orientação do fabricante


ou do importador do produto e, quando possível, com a presença do representante da seguradora.

§ 1 – As providências de que trata este artigo serão adotadas em função do grau e natureza do
risco, mediante avaliação técnica e, sempre que possível, acompanhamento do fabricante ou
importador do produto, contratante, expedidor, transportador, representante da Defesa Civil e de
órgão do meio ambiente.

§ 2 – Enquanto retido, o veículo permanecerá sob a guarda da autoridade, sem prejuízo da


responsabilidade do transportador pelos fatos que deram origem à retenção.

CAPÍTULO VI – Das Infrações e Penalidades (artigos 43 a 47)

Art. 43 – A inobservância das disposições deste Regulamento e Instruções complementares


referentes ao transporte de produto perigoso sujeita o infrator a:

I – multa até o valor máximo de 100 (cem) Obrigações do Tesouro Nacional – OTN.

II – cancelamento do registro de que trata a Lei número 7.092, de 19 de abril de 1983.

§ 1 – A aplicação da multa compete à autoridade com jurisdição sobre a via onde a infração foi
cometida.

§ 2 – Ao infrator passível de multa é assegurada defesa, previamente ao recolhimento desta,


perante a autoridade com jurisdição sobre a via, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
atuação.

§ 3 – Da decisão que aplicar a penalidade de multa, cabe recurso com efeito suspensivo a ser
interposto na instância superior do órgão atuante, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data
em que o infrator for notificado, observados os procedimentos peculiares a cada órgão.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
§ 4 – A aplicação da penalidade de cancelamento no registro Nacional dos Transportadores
Rodoviários – RTB compete ao Ministro dos Transportes, mediante proposta justificada do DNER
ou da autoridade com jurisdição sobre a via.

§ 5 – O infrator será notificado do envio da proposta de que trata o parágrafo anterior bem assim
dos seus fundamentos, podendo apresentar defesa perante o Ministro dos Transportes no prazo
de 30 (dias) dias.

§ 6 – Da decisão que aplicar a penalidade de cancelamento de registro no RTB cabe pedido de


reconsideração a ser interposto no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data de notificação do
infrator.

§ 7 – Para o efeito de averbação no registro do infrator, as autoridades com jurisdição sobre as


vias comunicarão ao DNER as penalidades aplicadas em suas respectivas jurisdições.

Art. 44 – As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com a sua gravidade, em 3
(três) grupos:

I – Primeiro Grupo: as que serão punidas com multa de valor equivalente a 100 (cem) OTN;

II – Segundo Grupo: as que serão punidas com multa de valor equivalente a 50 (cinqüenta) OTN;
e

III – Terceiro Grupo: as que serão punidas com multa de valor equivalente a 20 (vinte) OTN.

§ 1 – Na reincidência específica, a multa será aplicada em dobro.

§ 2 – Cometidas, simultaneamente, 2 (duas) ou mais infrações de natureza diversa, aplicar-se-ão,


cumulativamente, as penalidades correspondentes a cada uma.

Art. 45 – Ao transportador serão aplicadas as seguintes multas:

I – Primeiro Grupo, quando:

Transportar produto cujo deslocamento rodoviário seja proibido pelo Ministério dos Transportes;

Transportar produto perigoso a granel que não conste do Certificado de Capacitação;

Transportar produto perigoso a granel em veículo desprovido de Certificado de Capacitação


válido;

Transportar, juntamente com produto perigoso, pessoas, animais, alimentos ou medicamentos


destinados ao consumo humano ou animal, ou, ainda, embalagens destinadas a estes bens; e

Transportar produtos incompatíveis entre si, apesar de advertido pelo expedidor.

II – Segundo Grupo, quando:

Não der manutenção ao veículo ou ao seu equipamento;

Estacionar ou parar com inobservância ao preceituado no Art. 14;

Transportar produtos cujas embalagens se encontrem em más condições;

Não adotar, em caso de acidente ou avaria, as providências constantes da Ficha de Emergência e


do Envelope para Transporte; e

Transportar produto a granel sem utilizar o tacógrafo ou não apresentar o disco à autoridade
competente quando solicitado.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
III – Terceiro Grupo, quando:

Transportar carga mal estivada;

Transportar produto perigoso em veículo desprovido de equipamento para situação de emergência


e proteção individual;

Transportar produto perigoso desacompanhado de Certificado de Capacitação para o Transporte


de Produtos Perigosos a Granel (Art. 22, I);

Transportar produto perigoso desacompanhado de declaração de responsabilidade do expedidor


(Art. 22, II, “c”) aposta no Documento Fiscal;

Transportar produto perigoso desacompanhado de Ficha de Emergência e Envelope para o


Transporte (Art. 22, III);

Transportar produto perigoso sem utilizar, nas embalagens e no veículo, rótulos de risco e painéis
de segurança em bom estado e correspondentes ao produto transportado;

Circular em vias públicas nas quais não seja permitido o trânsito de veículos transportando
produto perigoso; e

Não dar imediata ciência da imobilização do veículo em caso de emergência, acidente ou avaria.

Parágrafo único. Será cancelado o registro do transportador que, no período de 12 (doze) meses,
for punido com 6 (seis) multas do Primeiro Grupo.

Art. 46 – Ao expedidor serão aplicadas as seguintes multas:

I – Primeiro Grupo, quando:

Embarcar no veículo produtos incompatíveis entre si;

Embarcar produto perigoso não constante do Certificado de Capacitação do veículo ou


equipamento ou estando esse certificado vencido;

Não lançar no Documento Fiscal as informações de trata o item II do Art. 22;

Expedir produto perigoso mal acondicionado ou com embalagens em más condições; e

Não comparecer ao local do acidente quando expressamente convocado pela autoridade


competente (Art. 25).

II – Segundo Grupo, quando:

Embarcar produto perigoso em veículo que não disponha de conjunto de equipamentos para
situação de emergência e proteção individual;

Não fornecer ao transportador a Ficha de Emergência e o Envelope para o Transporte;

Embarcar produto perigoso em veículo que não esteja utilizando rótulos de risco e painéis de
segurança, afixados nos locais adequados;

Expedir carga fracionada co embalagem externa desprovida dos rótulos de risco específicos;

Embarcar produto perigoso em veículo ou equipamento que não apresente adequadas condições
de manutenção; e

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Não prestar os necessários esclarecimentos técnicos em situações de emergência ou acidentes,
quando solicitado pelas autoridades.

Art. 47 – A aplicação das penalidades estabelecidas neste Regulamento não exclui outras
previstas em legislação específica, nem exonera o infrator das cominações civis e penais cabíveis.

CAPÍTULO VII – Das Disposições Gerais (artigos 48 a 52)

Art. 48 – Para a uniforme e generalizada aplicação deste Regulamento e dos preceitos nele
estabelecidos, o Ministério dos Transportes estimulará a cooperação com órgãos e entidades
públicas ou privadas mediante troca de experiências, consultas e execução de pesquisas, com a
finalidade, inclusive, de complementação ou alteração deste Regulamento.

Art. 49 – Integram o presente Regulamento, como Anexos, as NBR-7500, NBR-7503, NBR-7504,


NBR-8285 e NBR-8286.

Art. 50 – É da exclusiva competência do Ministro dos Transportes:

I – estabelecer quando as circunstâncias técnicas exijam medidas especiais de segurança no


transporte rodoviário, inclusive determinar acompanhamento técnico especializado;

II – proibir o transporte rodoviário de cargas ou produtos considerados tão perigosos que não
devam transitar por vias públicas, determinando, em cada caso, a modalidade de transporte mais
adequada;

III – dispensar, no todo ou em parte, a observância deste Regulamento quando, dada a


quantidade de produtos perigosos a serem transportados, a operação não ofereça riscos
significativos.

Art. 51 – Compete ao transportador a contratação do seguro decorrente da execução do contrato


de transporte de produto perigoso.

Art. 52 – Aplica-se o presente Regulamento ao transporte internacional de produto perigoso em


território brasileiro, observadas, no que couber, as disposições constantes de acordos, convênios
ou tratados ratificados pelo Brasil.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

FICHA DE INFORMAÇÃO DE
SEGURANÇA DE PRODUTO QUÍMICO – FISPQ
1 – IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO E DA EMPRESA

Nome do produto HYPROX


Nome da empresa Domingos Araújo Neto
Endereço Av. Francisco Sá, 3405 – Monte Castelo
CEP: 60.310-000
Fortaleza – Ceará – Brasil
Telefone da empresa (85) 3236.3396
Telefone para emergências (85) 3236.3396
Fax (85) 3236.7878
E-mail daneto@daneto.com.br

2 – COMPOSIÇÃO E INFORMAÇÃO SOBRE OS INGREDIENTES

Substância Peróxido de Hidrogênio


Nome Químico comum ou nome genérico Peróxido de Hidrogênio
Sinônimo Peróxido
Registro no Chemical Abstract Service (Nº CAS) 7722-84-1
Ingredientes que contribuam para o perigo Peróxido de Hidrogênio 20-60%
(7722-84-1)

3 – IDENTIFICAÇÕES DE PERIGO

 Perigos mais importantes – Queimaduras e irritações

 Efeitos do produto

 Efeitos adversos à saúde humana – Pode causar irritação e/ou queimaduras nos olhos e pele.

 Pode causar irritação no aparelho respiratório.

 Efeitos ambientais – O produto é um forte agente oxidante.

 Perigos físicos e químicos – Risco de decomposição quando em contato com impurezas,


metais, álcalis, agentes redutores e substâncias incompatíveis.

 Perigos específicos – Este produto é um oxidante forte que pode liberar oxigênio e contribuir
na combustão de materiais inflamáveis.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
4 – MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS

Medidas de primeiros socorros

 Inalação – Causa irritação às vias respiratórias. Remova as pessoas afetadas para um local
com ar fresco. Se a respiração for difícil ministre oxigênio. Chamar imediatamente um médico.

 Contato com a pele – Em contato com a pele causa irritação e/ou queimaduras. Com o
aumento de concentração e/ou tempo de exposição a extensão do dano aumentará. Após o
contato com a pele lavar imediatamente com água em abundância removendo as roupas sujas
ou embebidas.

 Caso haja irritação da pele, não deixar de consultar um médico.

 Contato com os olhos – Em contato com os olhos causa irritação e/ou queimaduras. Nas
formas líquidas, vapor ou aerossol, este produto pode causar danos à córnea. Em caso de
contato, lavar os olhos com água por pelo menos 15 minutos. Consultar um oftalmologista se
persistir a irritação ou ocorrer queimadura.

 Ingestão – Causa queimaduras ao trato gastrointestinal. Não induza ao vômito. Se a pessoa


estiver consciente, lavar a boca com água e fazer com que ela beba água em abundância para
diluir o conteúdo no estômago. Nunca dê nada à pessoa inconsciente.

 Quais ações devem ser evitadas – Não use cremes ou pomadas nas queimaduras e irritações
provocadas pelo produto.

 Descrição breve dos principais sintomas e efeitos – Nenhum efeito crônico é conhecido para
seres humanos. Condições que são agravadas pela exposição a este produto: Conjuntivite
dos olhos, dermatites na pele, asma e doenças respiratórias.

 Notas para o médico – Contato com a pele e olhos: Tratamento para queimadura química.

 Inalação: Formação de edema pulmonar é possível se o produto continuar sendo inalado (por
exemplo: se não é possível deixar a área de perigo), neste caso pode ser aconselhável o uso
de esteróides inaláveis. Ingestão: Podem ser liberadas rapidamente grandes quantidades de
oxigênio. A distensão do estômago ou esôfago pode ser prejudicial. Inserção de tubo gástrico
pode ser aconselhável. Por haver perigo de liberação intensa de vapores de peróxido de
hidrogênio, não administre carvão ativo.

5 – MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIO

 Meios de exposição apropriados – Utilizar apenas água.

 Meios de extinção não apropriados – Não use pó químico, dióxido de carbono ou outras
substâncias.

 Perigos específicos – Forte oxidante. O contato com a roupa ou combustível poderá provocar
incêndio.

 Métodos especiais – Inundar com água. Resfriar o tanque/container com spray de água.

 Proteção dos bombeiros – Usar roupas completas de proteção (macacão e botas de borracha)
inclusive óculos contra respingos ou aparelhos autônomos de respiração.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

6 – MEDIDAS DE CONTROLE PARA DERRAMAMENTO OU VAZAMENTO

Precauções pessoais

 Remoção de fontes de ignição – Fontes de calo favorecem a decomposição do produto e por


conseqüência a liberação de oxigênio.

 Controle de poeira – Não aplicável.

 Prevenção da inalação e do contato com a pele, mucosa e olhos – Deve ser usado
equipamento de proteção pessoal e recomendado no item 8.

 Precauções ao meio ambiente – Conter o produto com areia ou terra.

 Métodos para Limpeza

 Recuperação – Nunca retorne produto derramado aos recipientes de origem a fim de reutilizá-
lo (perigo de composição).

 Neutralização – Pequenas quantidades: dilua o produto com bastante água. Grandes


quantidades:

 Contenha o derramamento até que a decomposição esteja completa naturalmente.

 Disposição – Disponha em conformidade com legislação em vigor.

7 – MANUSEIO E ARMAZENAMENTO

Manuseio

Medidas Técnicas

 Prevenção da exposição do trabalhador – Devem ser observadas as medidas de precaução


relacionadas com o tratamento de produtos químicos. Usar equipamentos de proteção pessoal
recomendado no item 8. Evite o contato com a pele, olhos e roupas.

 Prevenção de incêndio e explosão – Mantenha longe de fontes de ignição e/ou substâncias


inflamáveis e/ou substâncias incompatíveis.

 Precauções para manuseio seguro – Lavar as mãos antes de comer, beber ou fumar. Deve-se
prestar atenção para que haja uma boa ventilação ambiente. Providenciar chuveiro
emergência e lava olhos para área de trabalho.

 Orientações para manuseio seguro – Evitar contato com materiais incompatíveis e


contaminações ambientais.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Armazenamento

Medidas técnicas apropriadas – Armazenar em recipientes/tanques com respiradouros


adequados. Manter fonte de água disponível para diluição.

Condições de armazenamento

A evitar – Não bloquear o respiradouro. Não armazenar sobre paletes de madeira. Não armazenar
onde possa ocorrer contato com materiais incompatíveis, assim como derrame. Não adicionar
nenhum outro produto ao recipiente/tanque. Nunca retorne o produto usado ao não reutilizado no
recipiente/tanque.

Produtos incompatíveis – Não armazene junto com: álcalis, agentes redutores, sais metálicos
(risco de composição); Substâncias inflamáveis (perigo fogo); Solvente orgânico (perigo explosão).

Matérias seguras para embalagens

Recomendadas – Aço de vanádio (1.4571 ou 1.4541) passivado; Alumínio (mín. 99,5%); Ligas de
alumínio-magnésio; Polietileno de alta densidade (PEAD); Manuseio: Cloreto de polivinila (PVC);
Polipropileno (PP); Politetrafluoretileno (PTFE); vidro e cerâmica.

8 – CONTROLE DE EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL

 Medidas de controle de engenharia – Assegurar que seja feita aspiração/ventilação nos postos
e/ou máquinas de trabalho.

 Parâmetros de controle individual apropriado

 Limites de exposição ocupacional – Métodos de medição apropriados são: OSHA método ID


006 e OSHA método VI-6.

 Equipamento de proteção individual apropriado

 Proteção respiratória – Quando se ultrapassar o limite para exposição no local de trabalho,


usar aparelho de proteção para as vias respiratórias com filtro de combinação A2B2E2K1-P2
(Draeger) ou ABK2P3 (3M) ou AV/AG (3M).

 Proteção das mãos – Usar luvas de proteção feitas dos seguintes materiais: PVC, neoperene
ou borracha.

 Proteção de olhos – Usar goggles.

 Proteção da pele e do corpo – Usar roupa de proteção. Os materiais apropriados a confecção


são:

 PVC, neoperene, tyver ou borracha. Usar botas de borracha ou de plástico.

 Precauções especiais – Evitar a utilização de luvas, vestuário e calçados de proteção feitos


dos seguintes materiais: têxteis ou couro. (Reação de Auro-ignição).

 Medidas de higiene – Lavar as mãos antes de comer, beber ou fumar. Deve-se prestar
atenção para que haja uma ventilação ambiente. Providenciar chuveiro de emergência lava
olhos para área de trabalho.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
9 – PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS

Estado físico – Líquido


Cor – Incolor
Odor – Fraco penetrante
pH - < 3,5 (20°C)

Temperatura específica ou faixas de temperaturas nas quais ocorrem mudanças de estado físico.

Ponto de ebulição – 105°C (27,5%); 108°C (35%); 114°C (50%) e 119°C (60%)
Ponto de ebulição – 23°C (27,5%; - 33°C (35%); -52°C (50%) e 56°C (60%)

Temperatura de decomposição – 111°C (27,5%); 113°C (35%);120°C (50%) e 124°C (60%)


Ponto de fulgor – Não inflamável
Limites de explosividade superior/inferior – Não aplicável.
Pressão de vapor (Pa a 30°C) – 3.466 (27,5%); 3.200°C (35%); 2.400°C (50%) e 1.867°C (60%)
Densidade (g/cm3 a 20°C) – 1.101 (27,5%); 1.132 (35%); 1.196 (50%) e 1.241 (60%)
Solubilidade – Totalmente solúvel (água).
Outras informações – Agente oxidante.

10 – ESTABILIDADE E REATIVIDADE

Condições específicas

Instabilidade – Este produto é um oxidante forte e muito reativo. Estável em temperatura


ambiente.
Reações perigosas – Ao entrar em contato com o produto, impurezas, catalisadores de
decomposição, sais metálicos, álcalis e substâncias incompatíveis podem conduzir a
decomposição exotérmica autocatalisadora e a formação de grandes quantidades de oxigênio e
alta pressão se o produto estiver confinado. As misturas com substâncias orgânicas poderão
apresentar propriedades explosivas.

Condições a evitar – Evite incidência direta de raios de sol e/ou aquecimento.


Materiais ou substâncias incompatíveis – Impurezas, metais pesados, saia/íons metálicos, álcalis,
ácido clorídrico, materiais orgânicos, agentes redutores e substâncias inflamáveis.
Necessidade de adicionar aditivos e inibidores – Os produtos comerciais estão estabilizados, a fim
de se produzirem os perigos de desintegração devido a impurezas.
Produtos perigosos da decomposição – Oxigênio e vapor d’água.

11 – INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS

Informações de acordo com as diferentes vias de exposição

Toxidade aguda – Oral: >>801 mg/kg, LD50, rato. (Substância testada H2O2 60%); Inalativa: 0,17
mg/1/4h, LC, rato. (Substância testada: H2O2 50%); Dérmica: >6500 mg/kg, LD 50, rato.
(Substância testada H2O2 70%).

Efeitos locais – Irritação na pele: corrosivo, coelho/1h; Irritação nos olhos: risco grave de lesões
oculares, coelhos, (Substância testada: H2O2 35%).

Sensibilidade – Teste de maximização, porquinhos da índia, não é sensibilizador.

Toxidade crônica – Toxidade de reprodução/Teratogeneidade: Estudo da tetarogeneidade,


espécies diferentes: nenhuma indicação de ação teratogênica.

Carcinogeneidade – Indicações de um possível efeito carcinógeno nos experimentos com


animais: Até agora, não foi possível provar de forma clara a existência de elevados riscos de
tumores. O Peróxido de Hidrogênio não é considerado uma substância carcinogênica, segundo
MAK, IARC, NTP, OSHUA, ACGIH.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Efeitos de toxidade sinérgicos – Efeitos sobre a pele: Causa queimadura. Em caso de contato
prolongado, pode surgir vermelhidão local ou forte irritação (coloração branca) até a formação de
bolhas (queimadura). Efeitos sobre os olhos: Efeito fortemente irritante até efeito cáustico. Pode
causar graves conjuntivites, lesões da córnea ou lesões irreversíveis nos olhos. Os sintomas
podem surgir com atraso. Efeitos em caso de ingestão: A ingestão pode causar hemorragias da
mucosa do estômago. A rápida liberação de oxigênio pode provocar dilatação e hemorragias da
mucosa do estômago e originar lesões graves dos órgãos internos, em especial se for ingerido
grande quantidade de produto. Efeitos de inalação: A inalação de vapor/aerossóis pode provocar
irritação das vias respiratórias e inflamação do trato respiratório e causar edema pulmonar. Os
sintomas podem surgir com atraso.

Efeitos específicos – Mutageneidade: In vitro (microorganismos, culturas de células): Na


presença de sistemas metabólicos não foram observados efeitos mutagênicos.

12 – INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS

Efeitos ambientais, comportamentos e impactos do produto

Persistência/degradabilidade – Meio Água/solo: Rápida decomposição em oxigênio e água.

Bioacumulação – Não é esperada devido a decomposição e/ou redução em oxigênio e água.

Comportamento esperado – Rápida decomposição em oxigênio e água.


Impacto ambiental – Meio Água/solo: O Peróxido de Hidrogênio constra como produto perigoso à
água. Meio Ar.: Não há valores limites especificados.

Ecotoxidade – Toxidade em peixes: LC 50 (96h): 16 – 37 mg/l, várias espécies. Toxidade em


crustáceos: EC 50 (48h): 2,4 mg/l, várias espécies. Toxidade em algas: IC 50 (72h): 2,5 mg/l,
Chorella vulgaris.

13 – CONSIDERAÇÕES SOBRE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO

Métodos de tratamento e disposição

Produto – Pode ser descartado como efluente após diluição com bastante água, observando-se o
atendimento de regulamentações locais.

Restos de produtos – Pode ser destacado em águas superficiais após diluição com bastante água,
observando-se o atendimento de regulamentações locais.

Embalagem usada – Lavar com água antes de eliminar os recipientes vazios. A embalagem
descontaminada pode ser reciclada.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

14 – INFORMAÇÕES SOBRE TRANSPORTE

Regulamentações nacionais e internacionais

Terrestres – ADR/RID/GGVS/GGVE/ Resolução 420/04 do Ministério dos Transportes.


Fluviais – ADR/ADNR/ Resolução 420/04 do Ministério dos Transportes.
Marítimo – Código IMDG/GG See
Aéreo – ICSO-TI/IATA – DGR

Para produto classificado como perigoso para o transporte:

Número da ONU – 2014


Nome apropriado para embarque – Peróxido de Hidrogênio, solução aquosa estabilizada.
Classe de risco – 5.1
Número de risco – 58
Grupo de embalagem – PG II

15 – REGULAMENTAÇÕES

Regulamentações – Risco principal: Oxidante. Risco secundário: Corrosivo.

Informações sobre riscos e segurança conforme escritas no rótulo – MEDIDAS PREVENTIVAS:


Evitar contaminação de qualquer tipo, tais como: metais, poeira e materiais orgânicos. Tais
contaminações podem causar decomposição rápida, gerando grandes quantidades de oxigênio e
alta pressão, com risco de explosão se o produto estiver confinado. Armazenar em áreas abertas
e ventiladas. Manuseio: MANUSEIO: Usar luvas e botas de borracha, macacão de PVC ou Tyver
(com capuz), goggles e protetor facial. FOGO: Não é inflamável. Em caso de incêndio, utilizar
somente água. MEIO AMBIENTE: Oxidante e corrosivo, evitar que atinja cursos d’água.
PRIMEIROS SOCORROS: Se houver contato com a pele e olhos, lavar com água por no mínimo
15 minutos; se inalado, remover a vítima para um local ventilado: em caso de ingestão. Não
induzir ao vômito, administrar água em abundância. Consultar um médico. INFORMAÇÕES AO
MÉDICO: Tratamento sintomático.

16 – OUTRAS INFORMAÇÕES

Outras informações sobre as propriedades e o manuseio seguro do produto podem ser obtidas em
consulta ao fabricante.
As informações marcadas com “/” foram modificadas em relação a última versão. Esta versão
substitui todas as anteriores.

NÍVEIS DE PROTEÇÃO

As equipes de atendimento às emergências devem utilizar os equipamentos de proteção individual


sempre que houver a possibilidade de contato com substâncias perigosas que possam afetar a
sua saúde ou segurança. Isso inclui vapores, gases ou partículas que podem ser gerados em
virtude das atividades no local do acidente promovendo, desta forma, o seu contato com os
componentes da equipe. A máscara facial dos equipamentos autônomos de respiração protege as
vias respiratórias, aparelho gastrointestinal e os olhos do contato com tais substâncias. A roupa de
proteção protege a pele do contato com substâncias que podem destruir ou ser absorvidas pela
pele.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Os equipamentos destinados a proteger o corpo humano do contato com produtos químicos foram
divididos, pelos americanos (NFPA 471), em quatro níveis de acordo com o grau de proteção
necessário, conforme segue:

Nível A de proteção

 Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção respiratória à pele e aos.
É composto de:

 Aparelho autônomo de respiração com pressão positiva ou linha de ar mandado;

 Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;

 Capacete interno à roupa;

 Rádio.

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos de Segurança Ltda

Nível B de proteção

 Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção respiratória, porém a
proteção para a pele encontra-se num grau inferior. É composto de:

 Aparelho autônomo de respiração com proteção positiva;

 Roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada em 1 ou 2 peças;

 Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;

 Capacete;

 Rádio.

Fonte: MSA do Brasil


– Equipamentos e Instrumentos de Segurança Ltda.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Nível C de proteção

 Deve ser utilizado quando se deseja um grau de proteção respiratória inferior ao Nível B,
porém com proteção para a pele nas mesmas condições. É composto de:

 Aparelho autônomo de respiração sem pressão positiva ou máscara facial com filtro químico;

 Roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada em 1 ou 2 peças;

 Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;

 Capacete;

 Rádio.

Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Proteção Individual Ltda

Nível D de proteção

 Deve ser utilizado somente como uniforme ou roupa de trabalho e em locais não sujeitos a
riscos ao sistema respiratório ou a pele. Este nível não prevê qualquer proteção contra riscos
químicos. É composto de:

 Macacões, uniformes ou roupas de trabalho;

 Botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes a produtos químicos;

 Óculos ou viseiras de segurança;

Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Proteção Individual Ltda

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Capacete.

 O processo de seleção da roupa consiste em:

 Avaliar o ambiente em que os técnicos irão trabalhar;

 Identificar o produto envolvido e determinar suas propriedades químicas, físicas e


toxicológicas;

 Avaliar se, à concentração conhecida ou esperada, a substância representa algum risco à


pele;

 Selecionar a roupa de proteção confeccionada em tecido que forneça as menores taxas de


permeação e degradação pelo maior período de tempo;

 Determinar se é necessária a roupa de encapsulamento completo ou não.

 Apesar das diversas variáveis existentes, em muitas situações será possível selecionar a
roupa de proteção mais adequada baseado no cenário e na experiência da equipe.

 Como exemplo encontram-se listadas abaixo algumas condições para a seleção do nível de
proteção mais apropriado.

Nível A de proteção

 Escolha o Nível A de proteção sempre que:

 A substância química for identificada e for necessário o mais alto nível de proteção para o
sistema respiratório, pele e olhos;

 Houver suspeita da presença de substâncias com alto potencial de danos à pele e o contato
for possível, dependendo da atividade a ser realizada;

 Forem realizados atendimentos em locais confinados e sem ventilação;

 Leituras diretas em equipamentos de monitoramento indicarem concentrações perigosas de


gases/vapores na atmosfera; por exemplo, valores acima de IDLH (concentração
imediatamente perigosa à vida e à saúde).

Nível B de proteção

 Escolha o Nível B de proteção sempre que:

 O produto envolvido e sua concentração forem identificados e requererem um alto grau de


proteção respiratória sem, no entanto, exigir esse nível de proteção para a pele; por exemplo,
atmosferas contendo concentração de produto ao nível do IDLH sem oferecer riscos à pele ou
ainda quando não for possível utilizar máscaras com filtro químico para aquela concentração e
pelo tempo necessário para a atividade a ser exercida.

 Concentração de oxigênio no ambiente for inferior a 19,5% em volume;

 For pouco provável a formação de gases ou vapores em altas concentrações de forma que
possam ser danosas à pele.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Nível C de proteção

 Escolha o Nível C de proteção sempre que:

 A concentração de oxigênio no ambiente não for inferior a 19,5% em volume;

 O produto for identificado e a sua concentração puder ser reduzida a um valor inferior ao seu
limite de tolerância com o uso de máscaras filtrantes;

 A concentração do produto não for superior ao IDLH;

 O trabalho a ser realizado não exigir o uso de máscara autônoma de respiração.

Nível D de proteção

 Escolher o Nível D de proteção sempre que:

 Não houver contaminante presente na atmosfera;

 Não houver qualquer possibilidade de respingos, imersão ou risco potencial de inalação de


qualquer produto químico.

 Como pode ser observado o nível de proteção utilizado pode variar de acordo com o trabalho
a ser realizado. No entanto, para a primeira avaliação do cenário acidental o nível mínimo de
proteção recomendado é o B.

 Cada nível de proteção apresenta suas vantagens e desvantagens para utilização.


Geralmente, quanto maior o nível de proteção maior é o desconforto da roupa.

 A determinação do nível de proteção deve estar fundamentada, primeiramente, na segurança


do técnico sendo o objetivo principal fornecer-lhe a proteção mais adequada com a máxima
mobilidade e conforto.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

Definições/Noções Gerais
Equipamento mínimo para plano de Contingência /Emergência

DEFINIÇÕES/NOÇÕES GERAIS

Produto perigoso: Substância ou material que provoque risco à segurança, à saúde, ao patrimônio
e ao meio ambiente, quando transportado, utilizado ou manuseado.

Gás: Estado físico da matéria, cujas características básicas são forma e volume não definidos e
ocupação total do volume do recipiente que o contém.

Gás comprimido: É o gás inserido em um recipiente sob pressão.

Gás inflamável: Todo gás que pode produzir fogo quando em contato com um comburente e uma
fonte de calor.

Gás oxidante: Qualquer gás que possa oxidar uma outra substância, mantendo a combustão e
não podendo se queimar.

Gás corrosivo: São gases que atacam quimicamente uma substância, provocando corrosão nas
mesmas tais como metais, roupas, tecido cutâneo, etc.

Gás tóxico: venenosos ao organismo a partir de certa concentração, em função do tempo de


exposição.

Gás inerte: não mantém a vida, não permitem nem matem a combustão, não são combustíveis.

Gás liquefeito: É um gás que quando envasado sob pressão torna-se líquido.

Líquido criogênico: São obtidos através da liquefação dos gases mantidos refrigerados a
temperaturas muito baixas.

Bleve: É a explosão de um tanque contendo gás liquefeito, devido a perda da resistência à


pressão, ocasionada pela caloria demasiada do fogo (colapso da chapa), sobre paredes do
recipiente (o GLP é um gás cujos tanques, quando em chama oferece tal risco). Existe boletim
informativo a respeito.

Para que se tenha um atendimento efetivo a uma ocorrência de PP., é primordial o


reconhecimento do produto com o que se está tendo contato, ou seja, identificá-lo, informar-se
sobre suas características, riscos à saúde ou meio ambiente, determinando sua área mínima de
isolamento de acordo com a necessidade.

Estações fixas de armazenamento: serão considerados os tanques fixos para armazenamento de


gases em industriais, hospitais, comércio, etc.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Carreta de transporte: são módulos de transporte de gases, incorporados ou não ao chassi do
veículo que o reboca, em formato cilíndrico, cujas extremidades têm formato côncavo (abaulado),
para melhor resistência à pressão que o gás contido exerce sobre as paredes. Esse modal é
utilizado no transporte de grandes quantidades de uma só vez, para que se possa abastecer
grandes reservatórios. Exemplos desta modalidade são as carretas de transporte de GLP.

Cilindros: também conhecidos como “torpedos” ou “garrafas”, são


formas de transporte de pequenas quantidades de produto, podendo
dizer que são também as maiores fontes geradoras de ocorrências
dessa natureza para o Corpo de Bombeiros. Exemplo típico são os
cilindros de acetileno.

A identificação de qualquer produto químico é outro ponto de grande importância para o


desenvolvimento de uma ocorrência, tendo em vista que a partir desse dado serão determinadas
todas as atitudes quanto a equipamento de proteção, isolamento mínimo, e outras providências
necessárias para o desenvolvimento da ocorrência.

EQUIPAMENTOS PARA PRONTA INTERVENÇÃO

Além do treinamento e da informação alguns materiais são indispensáveis para o atendimento


emergencial com gases perigosos:

 Equipamentos de Proteção Individual

 Luvas de látex (tipo cirúrgica), de raspa de couro, de PVC, de borracha escura, roupas de
proteção nível A, B, C e D;

 Botas de borracha;

 Capa de NOMEX (capa americana);

 Capacete GALLET;

 Cinto de guarnição adequado ao acondicionamento de materiais.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
 Equipamento de proteção respiratória

 Equipamento de proteção respiratória completo de pressão positiva;

 Cilindros reservas em quantidade suficiente para o atendimento da ocorrência.

 OBS: Para atendimento emergencial que envolva necessidade de proteção respiratória, deve
ser utilizado equipamento de pressão positiva.

 Equipamentos para isolamento

 Cones;

 Fitas;

 Cabos;

 Rádios transceptores;

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO

É importante esclarecer que este POP foi desenvolvido levando-se em consideração o despacho
de brigada com um mínimo de 08 homens com seus materiais e disposição de equipamentos.

Logo pode-se perceber que a disponibilidade de meios será pequena ante a complexidade de uma
ocorrência envolvendo produtos perigosos, principalmente porque não se pode ter o suporte
necessário de pessoas especializados nesta área.

Em razão destas dificuldades foram determinados alguns passos a serem seguidos para o
atendimento da ocorrência.

Como conseqüência de procedimentos poderá se verificar que são apenas preparatórios até a
chegada das equipes especializadas, tais como a guarnições de Produtos Perigosos (CBMCE),
SEMACE, e parceiras PM, PC, etc.

Os procedimentos por nós adotados foram divididos em 02 grupos:

Gases em ambiente aberto

Gases em ambiente confinado

Essa divisão deve-se a algumas características especiais dos gases quando m ambiente
confinado, principalmente quando se tratar de gases inflamáveis, o que traz à tona uma breve
exposição sobre “limite ou faixa de explosividade”.

Qualquer material combustível para se queimar precisa estar em uma proporção ideal de mistura
com um comburente, que na maioria dos casos é o oxigênio.

Para exemplificar pegaremos o acetileno.

- Sua faixa de explosividade vai de 2,5% a 80%, ou seja, em misturas ricas com mais de 80% ou
pobres com menos de 2,5% de produto e acetileno não queima.

Esta discussão foi aberta apenas para mera informação, pois só a presença de um gás inflamável
no ambiente já é motivo de preocupação e adoção de medidas de segurança de forma a eliminar
todas as fontes de calor, tais como cigarros acessos, equipamentos ligados, etc.

Não desligue qualquer equipamento ligado e não ligue qualquer outro que estiver desligado, pois
as duas operações podem provocar faísca e, uma conseqüente explosão do ambiente. Então,
elimine o fornecimento de energia, através de chaves fora do ambiente.

Logo, sempre que houver um gás inflamável no ambiente devemos levar em consideração a
necessidade de redobrar os cuidados quanto a uma possível explosão no ambiente.

O ambiente confinado também traz um outro risco que é o aumento de concentração de gases,
sejam eles tóxicos, corrosivos, oxidantes ou inflamáveis, que pode complicar a retirada de vítimas
na área afetada, sendo necessários medidas que diminuam a concentração de gases para uma
entrada segura das equipes da Brigada, no Resgate de vítimas.

Quando não existem vítimas no local execute apenas procedimentos preliminares tais como
isolamento, evacuação da área e outros necessários para uma melhor atuação das equipes
especializadas.

Antes da entrada em um ambiente confinado, com presença de gases perigosos, pergunte a si


mesmo – “O MEU EPEI É SUFICIENTE?”. Se for entre, porém se não for espere as equipes
especializadas, que possuem melhor equipamento.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

O vazamento de gases em ambiente aberto traz algumas vantagens e desvantagens em relação


ao ambiente confinado, quando do atendimento emergencial.

A principal vantagem é a rápida dissipação e a possibilidade dos homens da Brigada entrarem na


área afetada, sem entrar em contato com o produto, bastando para isso aproximar-se com o vento
pelas costas.

Uma grande desvantagem é a necessidade de efetuar grandes áreas de isolamento, e


dependendo da intensidade dos ventos, promover constantes alterações nestas áreas isoladas.

Ao executar o procedimento propriamente dito vocês vão verificar que as ações da Brigada
inicialmente, vão apenas até a fase de resgate de vítimas, pois as ações de intervenção
propriamente ditas, devem ser dirigidas as equipes especializadas, que possuam melhor
equipamento de proteção e de intervenção.

É importante ressaltar que gases como GLP, acetileno, admitem que a própria Brigada providencie
o término da ocorrência, pois são gases da cultura comum do brigadista e também o EPI é
suficiente para o atendimento.

A proibição de intervenção das equipes de Brigada é colocada, visto que as ações de intervenção
colocam o brigadista exposto a um tempo demasiado ao produto que está vazando, podendo
causar sérios danos por absorção cutânea.

As atividades do trem de socorro são limitadas a isolamento e resgates de vítimas, que


geralmente são atividades rápidas que praticamente não expõem o Bombeiro à situação de risco e
que podem diminuir as conseqüências das ocorrências.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

IDENTIFICAR O GÁS

Tal identificação pode ser realizada através de dois tipos de sinais:

Sinais externos de advertência

Tais sinais não identificam positivamente o produto, porém informam sobre algumas
características básicas do mesmo.

Estes sinais podem ser observados facilmente, como por exemplo, um assobio de uma ocupação
de escape que determina um gás envasado sob pressão; pássaros e insetos morrendo próximo ao
local do vazamento de um gás indicando certa toxidade do produto.

Sinais de evidência

São sinais que identificam positivamente o produto, sendo obtidos através da leitura de painéis de
segurança e rótulos de risco ou ainda outras marcações não normatizadas que oferecem tal
identificação.

As marcações citadas são encontradas sob diversas formas tais como a inscrição do nome do
produto em paredes, inscrição do tipo “inflamável”, “tóxico”, etc.

As normas para transporte determinam marcações através de “PAINÉIS DE SEGURANÇA E


RÓTULOS DE RISCO” que já são de conhecimento do Bombeiro.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III
Existe ainda uma norma americana que tem sido adotada para instalações fixas que é a NFPA
704.

NEPA 704

Diamante de HOMMEL

Esta norma é utilizada para instalações fixas e não para o transporte.

Verificamos no diamante quatro campos como seguem:

Campo Azul: Informações quanto a perigos à saúde.

Campo Vermelho: Informações quanto à inflamabilidade do produto.

Campo Amarelo: Informações quanto à reatividade do produto.

Campo Branco: Informações especiais.

ENTRADA NA ÁREA AFETADA

Após o isolamento da área, providenciar o resgate das vítimas que se encontram na área afetada.

No caso de gases inflamáveis, providencie linhas da proteção ou resfriamento de cilindros de


colapso.

Então entre na área e retire as vítimas sem maiores cuidados, pois o local oferece riscos ao
socorrista e à própria vítima.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

CUIDADOS ESPECIAIS

 Como já explicamos sobre o perigo de explosão ambiental em ambiente confinado, quando se


deparar com situações como estas e houver vítimas a serem resgatadas, procure tomar
medidas que minimizem as possibilidades de uma explosão ambiental.

 Para isto elimine as fontes de calor.

 O isolamento, quando bem feito, já elimina algumas, como fumantes, por exemplo.

 Outra situação com gases inflamáveis é a possibilidade de colapso do cilindro, portanto, resfrie
sempre para que possa dar condição de entrada para as equipes de salvamento.

 Se mesmo com o resfriamento houver alteração da coloração do cilindro (vermelho) ou


barulho estranho nos dispositivos de segurança, saia imediatamente da área e proteja-se atrás
de anteparos seguros (muros, paredes, etc.).

 Ao atender ocorrência com gases em ambiente confinado verificar se ao invés de ventilar não
seria melhor que o gás ficasse confinado até à chegada das guarnições especializadas.

 Lembre-se que a utilização de EPI básico (capa, capacete, cinto e botas) e EPR são
suficientes apenas para rápida exposição nas ações específicas de resgate e isolamento,
porém não são suficientes para ações mais demoradas na área afetada como estancamento
de gases, por exemplo. Limite-se às atividades preparatórias, pois a resolução da ocorrência é
responsabilidade das equipes especializadas.

 Sendo o gás um oxidante redobre sua atenção quanto à possibilidade deste gás entrar em
contato com material orgânico, como graxas, óleos e demais hidrocarbonetos, visto que
provoca oxidação e conseqüente combustão espontânea destes, portanto, ao entrar em
ambiente superoxigenado, por exemplo, verifique se sua farda e EPI estão livres deste tipo de
produto (Macacão do pessoal de oficina que entra em ambiente superoxigenadoo, vai se
incendiar).

OBS: Atentar que cada tipo de gás requer um plano particular de intervenção, portanto, equipes
não especializadas não devem efetuar ações de intervenção.

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Plano de Contingência/Emergência - Anexo III

RESUMO BÁSICO

Identificar o risco.

Identificar o gás (inflamável, tóxico, altamente refrigerado, não inflamável).

Isolar áreas/sinalizar.

Gás inflamável (risco de incêndio e explosão).

Eliminar fontes de calor (desligar motor dos veículos, cigarros, fogo).

No caso de incêndio controlado, não extinguir o fogo, caso não seja possível estancar o
vazamento.

No caso de incêndio não controlado, combater o fogo até o incêndio ficar controlado.

Resfriar o recipiente com água.

Utilizar EP/EPR.

Gás tóxico (fatal se inalado ou absorvido pela pele).

Utilizar EPI/EPR.

Havendo fogo, combater com neblina d’água.

Não deixar penetrar água no recipiente.

Gás não inflamável (causa queimaduras na pele por congelamento).

Resfriar o recipiente tendo fogo próximo.

Utilizar EPI/EPR.

Manobras para encartar vazamento

Socorrer vítimas, chamar resgate.

ADVERTÊNCIAS

Chamar o CBMCE (193 – O TELEFONE QUE SALVA!), SEMACE, ABIQUIM, fabricante,


transportadora.
Abandonar a área se houver mudança da coloração do recipiente (vermelho) ou barulho
estranho nos dispositivos de segurança.

“Os grandes incêndios ocorrem onde a prevenção falha”


“vivemos por vidas alheias e riquezas salvar – O impossível para nós quem determina é Deus”
“Segurança para os brasileiros”

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