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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO

ADAILTON CARVALHO SILVA


CARLA EDITE DE JESUS SANTIAGO
DANIELE SANTOS DE ASSIS
EDILANA COSTA SANTOS SÉ
GABRIELA NATALIA BATISTA CARDOSO
JOSEANE OLIVEIRA DOS SANTOS
THAYRINE GONÇALVES SHIU WEN LIU

ABSORÇÃO DE GASES
Torres de absorção, funcionamento, aplicações e uso na minimização da
poluição atmosférica.

SALVADOR
2020
ADAILTON CARVALHO SILVA, CARLA EDITE DE JESUS
SANTIAGO, DANIELE SANTOS DE ASSIS, EDILANA COSTA
SANTOS SÉ, GABRIELA NATALIA BATISTA CARDOSO,
JOSEANE OLIVEIRA DOS SANTOS, THAYRINE GONÇALVES
SHIU WEN LIU

ABSORÇÃO DE GASES

Pesquisa apresentada à disciplina de


Operações Unitárias II, do curso de
Engenharia Química, do Centro
Universitário Jorge Amado – UNIJORGE,
sobre à orientação do Prof. Mestre Raul
César Mello dos Santos, como avaliação e
aprimoramento de conhecimento.

SALVADOR
2020
RESUMO

Uma torre de absorção consiste no processo de extração através de uma


corrente liquida em contrafluxo uma corrente gasosa, sendo que a composição
de interesse é transferida para fase liquida, devido a sua solubilidade e
concentração entre as fases. Geralmente utilizada em processos de purificação
ou recuperação, onde se obtém um produto desejado com alta qualidade. A
determinação do solvente utilizado e o design interior serão definidas de acordo
a sua aplicação e/ou objetivo, com propósito de aumentar a superfície de contato
e o rendimento, promovendo a transferência de massa entre os componentes,
após uma avaliação das substâncias e determinação das características de
absorção. Esta é uma das operações unitárias mais utilizadas e com diversas
aplicações desde processos de matéria prima, transformação de insumos em
produtos e purificação. Em alguns casos podemos ter absorção com reação
química, ou seja, o gás reagindo com o líquido ocorrendo a formação de um novo
composto além da transferência por afinidade física, que posteriormente pode
ser aplicado um outro processo de separação como a destilação por exemplo.

Palavras Chaves: Absorção. Torres de Absorção. Operações Unitárias.


ABSTRACT

An absorption tower consists of the process of extraction through a liquid stream


in the counterflow a gas stream, and the composition of interest is transferred to
the liquid phase, due to its solubility and concentration between phases. It can be
used in purification or recovery processes, where to obtain a desired product with
high quality. The determination of the solvent used and the interior design will be
subject to agreement with its application and/or objective, with the objective of
increasing the contact surface and the yield, promoting the mass transfer
between the components, after an evaluation of the substances and the selection
of absorption characteristics. This is one of the most used unit operations and
has several applications, from raw material processes, transformation of inputs
into products and purification. In some cases, we can use chemical reaction
absorption, that is, the reaction of gas or liquid, with the formation of a new
compound, in addition to the transfer of physical affinity, which can later be
applied to another selection process such as distillation by example.

Keywords: Absorption. Absorption Tower. Unitary Operations.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6
TORRES DE ABSORÇÃO ................................................................................. 7

FUNCIONAMENTO ......................................................................................... 12

APLICAÇÃO .................................................................................................... 14

ABSORÇÃO NA TORRE DE DESTILAÇÃO ................................................... 16

PROCESSO DE ABSORÇÃO DE GASES NA MINIMIZAÇÃO DA POLUIÇÃO


ATMOSFÉRICA ............................................................................................... 19

CONCLUSÃO .................................................................................................. 21

REFERÊNCIA .................................................................................................. 23
6

INTRODUÇÃO
A absorção é uma operação unitária de separação que consiste basicamente em
transferir/fixar átomos, moléculas ou íons de um gás por um sólido ou líquido ou
ainda de um líquido por um sólido.

A absorção de gases é bastante utilizada, ela compreende em


transferir um componente de uma mistura gasosa para um
líquido absorvente, ocorrendo devido à solubilidade e à
diferença de concentração entre as fases presentes (SOUZA,
2015).

O componente que sofrerá a transformação de fases chama-se soluto e o


solvente é a corrente líquida.

Diferente da destilação, onde o componente mais volátil de uma mistura é


separado por evaporação, tornando - se gasoso e posteriormente condensado e
o menos volátil passa a ser refluxo, a absorção tem uma mistura gasosa em que
o soluto “infiltra” em um outro produto de fase liquida, ou seja, na destilação a
transferência de massa ocorre entre a mistura liquida e seu ponto de evaporação
e na absorção ocorre entre a mistura e um outro liquido.

Para compreender esse fenômeno químico é preciso não só conhecer as


reações químicas evolvidas, mas conhecer também sobre transferência de
massa. Como a transferência do soluto para o solvente se dá pela de
solubilidade e pela diferença da concentração das fases,

Os conhecimentos em transferência de massa são essenciais


para a avaliação da capacidade de separação e o cálculo da
eficiência de transferência de massa, condições operacionais
primordiais para o dimensionamento de equipamentos utilizados
neste tipo de operação unitária (LEITE et al., 2005).

A absorção de gases tem uma variedade de aplicações, seja na indústria


química/petroquímica ou de alimentos para preparar matéria prima ou purificar
um produto final, ou ainda no combate à poluição, com a remoção de poluentes
gasosos de uma determinada corrente de ar. A absorção gasosa é usada na fase
final da produção de ácido clorídrico e sulfúrico, é usada sem reação química
para recuperação da acetona de uma mistura, e com reação química para
7

fabricação de ácido nítrico pela absorção de óxido de nitrogênio, por exemplo.


“A absorção é utilizada também, para a recuperação dos produtos gasosos de
misturas diluídas, como é o caso da lavagem do gás de coque para absorção de
amônia (NH3), nele contida, e o de absorção de dióxido de enxofre (SO2)”
(LEITE et al., 2005).

A operação unitária em questão, é realizada em colunas verticais, cilíndricas


compostas por pratos ou recheios, geralmente os fluxos da mistura gasosa e o
solvente entram na torre de absorção em contra corrente, para que haja uma
maior interação entre as fases. A mistura gasosa, contendo o soluto e o gás
inerte, adentra a coluna pela parte inferior e o solvente pelo topo, assim pela
interação entre as fases e os dispositivos de contatos presentes na torre (pratos
ou recheios), o soluto passa para a fase líquida e o gás inerte sai no topo da
torre mais puro. O soluto que sai junto com o solvente pode ser recuperado em
uma segunda etapa de operação unitária.

O engenheiro para trabalhar com esta operação e com torres de absorção, sendo
capaz de projetar e dimensionar uma torre de absorção, calcular eficiência de
processo, a escolha do melhor tipo de recheio e a quantidade de estágios
necessários, precisa de um bom conhecimento em transferência de massa, pois
o processo consiste principalmente na transferência de massa entre as fases e
as regiões de contato da torre.

TORRES DE ABSORÇÃO
Entre os equipamentos de separação, está a torre de absorção. Que pode ser
usado para a purificar, obter, recuperar ou reaproveitar um composto dentro de
um processo, para um produto final de qualidade. Possuindo diversas
funcionalidade, a torre ou coluna de absorção é projetada para uma aplicação
específica, o que determina o solvente utilizado, tamanho e o designer interior.

Nas torres de pratos, as bandejas são distribuídas por toda a torre, permitindo
que o líquido escoe de forma descendente por toda a coluna e o gás passe por
ele em contracorrente, se envolvendo no líquido. Os gases de maneira
ascendentes passam pelas perfurações existentes nos pratos, o que permite a
maior interação entre as fases líquido-vapor.
8

Figura 01: Torre de Absorção.

Fonte: Mongelli, 2020.

Para manter a eficiência do processo, a velocidade do gás não pode ser baixa,
pois o líquido pode passar pelas perfurações promovendo o vazamento da
solução. Afim de evitar esse vazamento, pode se optar por usar as torres de
pratos perfurados com válvulas, pois as válvulas presentes permitem o maior
controle, se abrindo de acordo com a vazão do gás, impedindo que o líquido
passa por elas em baixas pressões. O líquido então, desce apenas pela lateral
ao transbordar.

Figura 02: Bandeja Valvulada.

Fonte: Mongelli, 2020.

As válvulas permitem melhor distribuição da fase gasosa na camada líquida, em


que os gases são dispersos de forma horizontal, melhorando a transferência de
9

massa, diferente dos pratos comuns em que o gás passa pelo líquido
verticalmente. Semelhante a estes, os pratos com borbulhadores (ou
campânulas) são dimensionados afim de diminuir a passagem do líquido pelo
canal do gás, de forma que o gás se disperse na fase líquida, promovendo maior
contato entre as fases.
Figura 03: Pratos com Borbulhadores.

Fonte: Clark Solutions, 2020.

Todos os tipos de bandejas funcionam afim de promover a transferência de


massa entre os componentes utilizados, entre um líquido e um gás. Para o
dimensionamento é importante avaliar as propriedades das substâncias,
verificando a capacidade de absorção, e maneiras de otimizar o processo.
Permitindo determinar a vazão de alimentação, a composição e as condições
operacionais, em seguida, o número de estágios e o melhor recheio. Além do
diâmetro, rendimento e a altura.

As torres de absorção com enchimento utilizam os recheios no lugar das


bandejas para facilitar a transferência de massa entre as substâncias. O recheio
é o ambiente que o líquido flui entrando em contato com o gás que escoa em
contracorrente aumentando a superfície de contato e o rendimento. Os recheios
são, comumente, utilizados em colunas com pequeno diâmetro e com gás de
baixa pressão. Eles podem ser diversos, variando a geometria e a composição.
10

Figura 04: Coluna de recheio aleatório/randômico e recheio estruturado.

Fonte: Mongelli, 2020.

Os recheios aleatórios ou randômicos ficam distribuídos aleatoriamente pela


área da coluna, podendo variar a geometria e material como carvão, cerâmicas,
plástico e metal.

Figura 05: Tipos de Recheios Aleatórios.

Fonte: Barcza, 2020.


11

Diferente do recheio aleatório, os recheios estruturados são organizados ao


longo da coluna, permitindo menor perdas de carga e maior eficiência na
transferência de massa, contudo são mais caros quando comparado ao recheio
anterior.

Figura 06: Recheio Estruturado.

Fonte: Mongelli, 2020.

Além dos pratos e recheios em uma torre de absorção, existem também os


distribuidores de líquido, que se localizam no topo e os redistribuidores, no centro
da coluna. Esses dispositivos realizam a distribuição uniforme do líquido por toda
a área ao entrar na coluna, visando o contato com a maior quantidade possível,
impedindo regiões secas.

Figura 07: Redistribuidores.

Fonte: Mongelli, 2020.


12

Afim de evitar a emissão de particulado na atmosfera é importante a limpeza e


manutenção do equipamento, mantendo um bom funcionamento da operação. A
limpeza e manutenção ocorre com o desligamento, permitindo o acesso de
pessoas com segurança, com os devidos equipamentos de proteção individual
e coletiva. Para o controle adequado, a empresa deve realizar inspeções
regulares para manter a conformidade com as leis e normas vigentes.

FUNCIONAMENTO
O processo de absorção de gases, baseia-se na mudança de um componente
de uma mistura gasosa para um líquido absorvente, ocorrendo devido à
solubilidade e à diferença de concentração entre as fases presentes. Um soluto
ou sua mistura, que estão na fase vapor e em uma corrente gasosa são
transferidos para a parte líquida do produto, onde é absorvido.

Essa operação unitária ocorre em uma sequência de estágio de equilíbrio de


fases, o processo ocorre em colunas verticais cilíndricas, onde são instalados os
dispositivos de contato, que são os recheio ou pratos.

Figura 08: Esquema de uma Torre de Absorção com Pratos.

Fonte: Souza, 2015.

Um gás é alimentado no fundo da coluna, esse gás contém um soluto, o solvente


que é um líquido puro, é alimentado no topo do equipamento. Em seguida, o
soluto e o solvente escoam em contracorrente e terá forte interação entre as
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fases no dispositivo de contato que nesse caso são os pratos. No decorrer do


processo, o soluto passa da fase gasosa para a fase líquida, onde a corrente
gasosa sai da coluna e é eliminada da forma mais pura por meio de redução de
soluto, que pode ser um produto que tenha interesse na sua recuperação ou um
poluente. Nesse processo ocorre a transferência de massa, onde sua eficiência
impacta no grau de recuperação do soluto, sendo que a remoção do mesmo é
fisicamente impossível, dessa forma, o soluto que foi absorvido pela fase líquida
pode ser recuperado em uma segunda etapa, e ser aplicados outros processos
de separação, como adsorção líquida, destilação, dentre outros.
Figura 09: Esquema de uma Torre de Absorção com Recheios.

Fonte: Lameira, 2019.

A coluna de absorção com recheio é utilizada quando o uso da coluna de pratos


não é possível por conta de características fluidas indesejáveis ou caso haja
alguma exigência de configuração. Há dois tipos de recheios, os randômicos e
os estruturados, o primeiro é distribuído de maneira aleatória na torre em várias
unidades, já o segundo tem uma estrutura bem definida, o que ajuda na melhor
distribuição do líquido.

A absorção nesse equipamento acontece com uso de um distribuidor líquido, a


fase líquida é dispersa no topo da torre e escoa na superfície dos elementos de
recheio em forma de um filme líquido. A sessão transversal da torre é totalmente
ocupada por esses elementos, é formado um leito poroso, onde o líquido e o gás
escoam em contracorrente. Esse contato é realizado de maneira contínua.
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Na operação correta, a torre está cheia de gás e o líquido desce através da


coluna, dessa forma, o recheio estará sempre coberto por uma camada de
líquido que estará permanentemente em contato com o gás. A vazão desse
líquido não pode ser muito baixa, pois caso seja, o recheio não vai ficar molhado
de maneira uniforme. Já com relação ao vapor, sua vazão não pode muito alta,
pois pode dificultar a descida do líquido na torre.

O recheio tem como função sustentar o líquido da fase líquida de tal forma que
também permita um contato adequado entre as fases. Na hora de avaliar as
torres de prato ou recheios, deve-se haver uma escolha lógica, pois o objetivo é
obter condições de operações mais econômicas possíveis. O solvente deve ser
escolhido e em seguida estimar as condições de operação, após essa escolha,
analisar o diâmetro da torre e da queda de pressão, e para finalizar, determinar
a altura da torre. No ato da escolha do solvente, a solubilidade do soluto deve
ser avaliada, pois terá que ser a mais alta possível, é ideal que seja um solvente
de baixa pressão de vapor, de custo relativamente baixo, que não interaja
quimicamente com os componentes do processo e que garanta os requisitos do
projeto, o mesmo não deve ser nem tóxico e nem inflamável.

Um ponto muito importante no processo de absorção é que o processo não pode


ser realizado em meio a inundação, mas especificamente na coluna com recheio,
se o processo fosse feito sob inundação, a função do recheio seria anulada e
passaria a se comportar como uma coluna de borbulhamento.

APLICAÇÃO
A absorção de gases é uma das operações unitárias que possui grande
aplicação nos processos industriais, e sua utilidade vai desde a preparação da
matéria-prima, para a transformação de insumos em produtos finais, até a
purificação dos produtos obtidos por meio de tais processos, sendo mais
utilizado como purificador.

Os purificadores são capazes de remover o material imputo de gases exalados


de fábricas, com a tarefa de reduzir a poluição. As fábricas utilizam uma torre de
absorção para lavagem, onde os produtos residuais são capturados pelo fluido
pulverizado, podendo ser seguramente recolhidos e corretamente eliminados, ou
convertidos e utilizados em outros processos industriais. Estes dispositivos
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podem também ser utilizados em configurações como refinarias para separar


diferentes componentes utilizáveis dos gases.

São classificados de acordo com as reações que podem ou não ocorrer. Quando
um gás ou vapor em solução gasosa é posto em contato com o líquido no qual
ele é solúvel, há transferência de massa do gás para o líquido,
proporcionalmente à solubilidade do gás no líquido e ao diferencial de
concentração (sem reação). Exemplo: recuperação de acetona de uma mistura
ar/acetona por um fluxo de água. Sendo que o ar efluirá pela torre com um baixo
teor de acetona e no fundo da torre a uma solução mais concentrada e aquosa
de acetona sairá.

Nos casos onde, além dessa afinidade física, o gás reage com o líquido (ou com
alguma substância nele dissolvida), ocorre à chamada absorção com reação
química, geralmente aumenta a eficiência de coleta, ocorrendo a formação de
um novo composto. Que posteriormente a fase líquida poderá passar por uma
segunda etapa, por exemplo a destilação, para separar o soluto do líquido. Como
usado na fabricação de ácido nítrico pela absorção de óxido de nitrogênio em
água.

Os fluxos das correntes gás-vapor e liquido normalmente ocorrem em


contracorrente e os dispositivos garantem superfície de contato e turbulência
necessária para que ocorra transferência de massa e de energia. Na produção
de amônia, uma corrente gasosa contendo ar e amoníaco é colocado em contato
com água onde o amoníaco é preferencialmente absorvido, uma vez que o ar é
muito pouco solúvel em água. No controle da poluição os vários óxidos de
nitrogênio podem ser removidos por absorção com água, ácido sulfúrico ou
soluções orgânicas.

O processo de absorção de CO2, usando solução aquosa de amina (MEA). É


ideal no tratamento de gases a baixa pressão e confere alta capacidade de
absorção em baixas concentrações de CO2 e principalmente com
contaminantes, tais como o COS e CS2, porém é a mais corrosiva,
principalmente, em soluções de concentração acima de 30% com formação de
subprodutos (degradação da amina). As principais vantagens no uso da MEA
são baixo peso molecular, que confere uma alta capacidade de absorção em
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baixas concentrações, alta alcalinidade e facilmente recuperável. Embora a MEA


não seja a principal amina a ser considerada, devido a seu elevado calor de
reação com um gás ácido, ela é ainda bastante usada para as plantas onde a
pressão de gás da entrada é baixa e se deseja a remoção total dos gases ácidos.

A torre também é utilizada na remoção de gás sulfídrico por gás natural por
absorção no solvente mono-di-etanol-amina (MDEA) pode ser feita tanto em
colunas providas de pratos, como de recheios, apesar de que a experiência
evidencia que a utilização de recheios estruturados para esta aplicação resulta
em colunas de menores alturas e diâmetros, desde que a viscosidade do liquido
não seja elevada.

A recuperação do solvente e do soluto criada pelo lavador de gases é


economicamente interessante, e o resíduo deve ser adequadamente tratado
para evitar problemas de poluição de água. As usinas geradoras queimam
carvão e produzem vapor a altas pressões. O gás resultante contendo dióxido
de enxofre é soprado através de dutos para o lavador. No lavador de gases é
removido o oxido de enxofre do gás de exaustão. A coluna de gás aquecido
encontra uma ducha de água contendo carbonato de cálcio em suspensão,
ocorrendo uma reação química separando o gás de dióxido de enxofre, o enxofre
transforma-se em gotas que se precipitam em um reservatório no fundo do
lavador. Oxigênio é introduzido no reservatório, formando cristais de gesso. Os
cristais são removidos e aproveitados comercialmente. Terminado o processo o
ar úmido é impulsionado para a chaminé.

ABSORÇÃO NA TORRE DE DESTILAÇÃO


O processo de destilação assim como a absorção, é amplamente utilizado na
indústria química. Ambos são operações de separação de um composto
presente em uma mistura gasosa, por um líquido, através da solubilidade entre
os dois promovendo a transferência de massa. O processo de destilação ocorre
dentro da torre de destilação com um soluto único em fase de vapor, os
componentes presentes na fase mistura gasosa são transmitidos para a fase
liquida e é nessa fase que os produtos são obtidos, de forma fracionada. As
indústrias utilizam esse processo para obter e recuperar um composto gasoso,
em alguns casos para reaproveitá-lo dentro do processo, ou, quando o composto
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tem alto valor agregado, comercializá-lo evitando o descarte na atmosfera ou


utiliza-lo em uma operação de purificação.

Partindo do equilíbrio líquido/vapor, a destilação separa uma solução em dois ou


mais componentes, devido a diferença de volatilidade entre as fases. O processo
necessita do fornecimento de calor a uma mistura e a sua parcial vaporização,
obtendo assim uma fase líquida e uma fase vapor.

Assim como na torre de absorção, dentro das colunas de destilação encontra-se


o enchimento que pode ser conhecido como pratos ou recheios, dependendo de
sua aparência física. Esse recheio tem a função de auxiliar na transferência de
massa entre o líquido-gás, aumentando a superfície de contato e melhorando o
rendimento do processo.

No processo de destilação ocorre a vaporização e a condensação de


componentes. Isso ocorre quando a mistura gasosa, de forma ascendente, flui
entre as perfurações de um prato ou através do recheio, e atravessa o líquido
deixando seus componentes menos voláteis. O composto em vapor então se
condensa no líquido, promovendo a transferência de massa, e os compostos
mais voláteis que o líquido contido segue para o prato ou superfície superior.

A seção de absorção é a parte da coluna compreendida entre o


prato de entrada da carga e o topo da coluna. Nesta seção, são
concentradas as frações ou substâncias mais leves (mais
voláteis), ou seja, em todos os pratos acima do prato de
alimentação, a percentagem de compostos mais leves é maior
do que na carga. As substâncias mais pesadas são removidas
dos vapores que ascendem, pelo refluxo interno de líquido que
desce pelo interior da torre, líquido que também é denominado
como refluxo interno. (PETROBRAS: UNICENP, 2002)

Entre as diferenças entre a torre de absorção e de destilação, está que conforme


o gás de aproxima do topo da coluna, o vapor vai se fragmentando. Portanto, de
acordo com os pontos de ebulição a substância é absorvida no líquido do prato,
fazendo com que “os vapores do topo sejam mais voláteis (mais leves) e a
medida que se desce a coluna, os líquidos tornem-se menos voláteis (mais
pesados)” (PETROBRAS: UNICENP, 2002).
18

Nas torres de destilação fracionada existem dois tipos de refluxo, externo e o


interno. A razão de refluxo interna acontece tanto na região de absorção, quanto
na região de esgotamento e é dado a quantidade de líquido e a quantidade de
vapor. O grau de fracionamento é determinado pelas razões de refluxo interno.

Na seção de enriquecimento ou absorção, quanto mais o líquido


descer na torre por unidade de massa de vapor que sobe, tanto
melhor será a separação, pois, nesta seção, a finalidade é reter
os compostos pesados (menos voláteis) contidos nos vapores.
Quanto maior a razão líquido/vapor, melhor será, então, o
fracionamento nesta região da torre de destilação.
(PETROBRAS: UNICENP, 2002).

O processo de refino do petróleo, é uma operação que utiliza da destilação para


realizar a separação dos diferentes compostos do petróleo. O petróleo depois de
dessalinizado, segue para um forno, onde é aquecido até evaporar, em elevadas
temperaturas. Depois do forno, na forma gasosa, o petróleo é encaminhado para
a torre de destilação. Esse vapor passa pelos pratos da torre e volta ao estado
líquido, conforme resfria em diferentes níveis dentro da torre de destilação. E
cada subproduto do petróleo pode ser recolhido em cada nível. Sendo que as
bandejas inferiores da torre são mais quentes que as superiores.

Os vapores irão circular de maneira ascendente na coluna, em contracorrente


com a mistura que sairá pelo topo da torre e ao atingir uma bandeja com uma
temperatura menor do que a sua temperatura de ebulição, uma fração do vapor
se condensa, neste momento, um dos compostos do petróleo é absorvido, se
juntando ao líquido que está no prato, e o líquido resultante é retirado da coluna.
Os vapores restantes que são mais voláteis, borbulham no prato e seguem para
a próxima bandeja, onde acontece o mesmo processo e outro subproduto ao ser
absorvido é retirado. E isso acontece por toda a coluna. O resíduo sólido, as
parafinas, ceras, piche e material para asfalto, ficam contidos na parte inferior na
torre e de maneira crescente, podem ser recolhidos nos pratos: o óleo
lubrificante, óleo diesel, querosene, nafta, gasolina e o gás, usado como
combustível industrial e gás de cozinha, no topo da torre.
19

Figura 10: Esquema dos Estágios e Pratos em um coluna de Destilação.

Fonte: CBIE, 2019.

PROCESSO DE ABSORÇÃO DE GASES NA MINIMIZAÇÃO DA


POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
O processo de absorção de gases geralmente é utilizado para
recuperação/obtenção de compostos com alto valor agregado nas indústrias de
processos, tendo em vista a minimização de poluentes atmosférico. A mesma
consiste na transferência de um componente de uma mistura gasosa para um
líquido absorvente devido à solubilidade e à diferença de concentração entre as
fases.

A atmosfera, face à natureza das atividades de transformação, pode incorporar


material microbiológico, material sólido particulado e gases orgânicos e
inorgânicos, desconfigurando e contaminando o ar ambiental. Estes
contaminantes se distribuem, principalmente pelos mecanismos convectivos e
difusivos de transferência de massa e calor, associados à quantidade de
movimento, que proporciona a sua recirculação.

O processo de absorção de gases consiste em uma coluna de pratos no controle


da poluição atmosférica como um dos equipamentos utilizados nesse processo,
sendo que uma coluna de pratos ou bandeja baseia-se em uma “estrutura
cilíndrica e vertical com um certo número de pratos ou bandejas no seu interior”,
de acordo com (Tbeodore; Reynolds, 1987, apud RINO, 1996).

De acordo com Rocca et al. (1993 apud RINO, 1996), “a incineração é um


método de tratamento que se utiliza da decomposição térmica via oxidação, com
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o objetivo de tomar um resíduo menos volumoso, menos tóxico ou atóxico, ou


ainda eliminá-lo, em alguns casos.”

Dentre os resíduos que mais se adéquam a incineração estão os orgânicos


constituídos basicamente de carbono, hidrogênio e/ou oxigênio; resíduos que
contém carbono, hidrogênio, cloro com teor inferior a 30 % em peso e resíduos
que apresentam seu poder calorífico inferior maior que 4700 kcal/kg (não
necessitando de combustível auxiliar para queima). Essas atribuições se dão
devido ao seu comportamento durante a incineração.

Os resíduos contendo enxofre, flúor, cloro, bromo e iodo resulta num efluente
gasoso em cuja composição são encontrados estes poluentes. A forma mais
comum de eliminá-los é fazer com que os gases da combustão passem através
de uma coluna onde são lavados em contracorrente. O efluente líquido resultante
da operação é recolhido na parte inferior da coluna.

Outros equipamentos utilizados no controle da minimização de poluentes


atmosférico são: pós-queimadores, lavadores venturi, colunas de recheio, coluna
de pratos, precipitadores eletrostáticos.

As colunas de pratos quando aplicadas ao controle de poluição do ar são


concebidas para a remoção de um ou mais poluentes de uma corrente gasosa
contaminada. Considere, por exemplo, um processo em que uma mistura de ar
com HCl gasoso entra em contato com água. O HCl é solúvel na água, e as
moléculas que entram em contato com a superfície da água se dissolvem
imediatamente. Entretanto, as moléculas de HCl estão dissipadas por todas as
partes da fase gasosa, e elas somente podem alcançar a água pela difusão na
fase gasosa. Quando o HCl dissolve na superficie da água, ele é dissolvido por
toda a fase liquida em um segundo processo difusional. Consequentemente, a
taxa de absorção é determinada pelas taxas de difusão nas fases líquida e
gasosa.

Portanto, a minimização da poluição atmosférica através do processo de


absorção de gases se dá por meio de equipamentos especifico em que o gás e
o líquido escoam em contracorrente para proporcionar maior eficiência de
transferência de massa. O equilíbrio é outro importante fator a ser considerado
no controle da operação de sistemas de absorção. A taxa na qual o poluente
21

será difundido em um absorvente líquido dependerá da distância do equilíbrio


que é mantida no sistema.

CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos mencionados a torre de absorção possui o formato
de uma coluna cilíndrica vertical operando em uma sequência de estágio de
equilíbrio de fases. O gás alimentado no fundo da coluna contém o soluto, o
solvente é alimentado no topo da torre, estes irão transitar em contracorrente
permitindo a forte interação entre as fases nos dispositivos de contato que
podem ser do tipo recheio ou pratos, que compõem a parte interna do
equipamento. Durante este processo o soluto e transferido para fase liquida, sua
eficiência é o que determina o grau de recuperação do soluto. A definição da
utilização de recheios randômicos ou estruturados ou pratos dependerá das
características dos fluidos ou alguma especificação técnica, levando ainda em
consideração aspecto econômico para manter a rentabilidade da operação.

Com vasta aplicação nos processos industriais a absorção de gases é utilizada


com purificador na remoção dos gases emitidos para redução de poluição das
fábricas, também é utilizada para preparo de matéria prima para um determinado
processo ou ainda para recuperar compostos gasosos de misturas diluídas. Na
produção de ácido clorídrico e sulfúrico, recuperação da acetona de uma mistura
fabricação de ácido nítrico pela absorção de óxido de nitrogênio, absorção de
amônia e dióxido de enxofre por lavagem do gás de coque temos a operação
unitária de absorção.

A absorção está presente nas torres de destilação também, pois a medida que
o produto é destilado ele é absorvido pelos pratos ou recheios da torre em
questão e pela fração liquida da mistura que adentra a torre. A seção de
absorção em um torre de destilação está acima do prato de alimentação, onde
há um percentual maior sempre do mais volátil e abaixo do prato de alimentação
temos a concentração dos mais pesados que são removidos pelo refluxo interno
de líquido que desce pela torre, caracterizando a separação por diferencial de
volatilidade denominado destilação.

O conhecimento em transferência de massa é indispensável para o engenheiro


que quer trabalhar com torres de absorção, assim como os conhecimentos em
22

cálculo de estágios, balanços de massa e energia, para que ele seja capaz de
projetar, dimensionar, determinar eficiência e escolher o melhor tipo de recheio
para um determinado processo de absorção.
23

REFERÊNCIAS

BARCZA, Marcos Vilella. Processos Orgânicos Unitários. Disponível em:


<http://www.ifba.edu.br/professores/diogenesgaghis/TQ_Teconologia%20Qu%
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