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O SACRO OFÍCIO NAS RELIGIÕES AFRO BRASILEIRAS

Baseado na vertente seguida pelo Templo 3 Cruzes

A palavras Sacrifício vem de Sacro-ofício. Ou seja, um trabalho sagrado, aquele que traz
benefícios para além de si mesmo. Aquele que você faz algo para o bem maior, na confiança
de que o bem maior é também o seu bem.

Sabemos que a Imolação dos animais nos ritos religiosos acontece desde os primórdios da
criação, como forma de agrado e troca energética com o Sagrado. Temos religiões judaicas,
africanas e ate mesmo cristas, que se utilizam destas praticas.

Se pensássemos na grande maioria que é carnívora no país, quer dizer: Que não é vegetariana,
não estaríamos sendo um pouco hipócritas quando nos opomos ao sacrifício de animais de
forma ritualística?

Se condenamos o sacrifício de animais não deveríamos ser vegetarianos?

Se não somos vegetarianos e sim carnívoros, pois nos alimentamos da carne de animais
mortos que são vendidas em supermercados, açougues e peixarias, então somos hipócritas?

Sabendo que dentro de um ritual são aproveitados o corpo e espírito do animal, e nos
abatedouros somente o corpo é aproveitado.

Outra coisa importante é que lá nos abatedouros eles são cruelmente torturados ate a morte.

E os umbandistas que afirmam não utilizar de animais em seus ritos, gostaria de saber de onde
vem os Laços e Chicotes tão usados pelos boiadeiros? Os Chapeis de couro? Os dentes das
Guias? As penas dos cocares? E por ai vai...

Então optar por não fazer é ate plausível, mas condenar quem faz é no mínimo imprudente.

Existem regras básicas para que um bom ritual possa acontecer:

Primeiramente o animal não pode de maneira alguma estar doente ou com qualquer resquício
de infecção. Caso o animal adquirido e esteja doente, deve se o responsável tratar lo e
esperar o restabelecimento completo do animal ate poder ser ofertado ao sagrado.

Segundo deve se ter um bom motivo para que este tipo de ritualística aconteça, não devendo
ser apenas por motivos banais, e sim por questões de saúde ou renovação energética.
Faz se necessário uma pessoa extremamente capacitada para tal fim, seja fisicamente e
espiritualmente. Pois para que o animal seja aceito pelo sagrado somente através de mãos
consagradas para tal fim e com objetos no caso o punhal somente utilizado para este fim.

O local assim como o animal deve passar por processos de sacralização, como limpeza
higiênica, banhos de ervas, defumações, rezas e um processo de encantamento, próximo a
hipnose animal.

Dado estes processos parte se para a invocação da entidade a receber de forma pura a energia
daquele animal.

Em hipótese alguma o animal deve sofrer, e antes da imolação se faz uma reza no intuito de
encaminhar a alma do animal antes mesmo do corte ser feito. Percebe se que o animal fica
totalmente entregue ao processo.

O animal é adornado e atracado ora com ervas, ora com panos para melhor recepção de sua
energia vital.

Em sentido de honra o animal e colocado em local de destaque, onde os envolvidos faram uma
reverencia ao próprio como louvor a sua doação.

Tudo preparado ele é posicionado para a imolação onde seu sangue será aproveitado como
elixir de vitalidade.

Após o ritual finalizado, são separados as partes de Axé, (cabeça, patas, asas, coração, moelas,
pulmão, rabos,) para serem ofertados em pratos ornados de acordo com a entidade a receber.
As penas e couros são preparados para serem usados também.
O restante do animal, serão preparados e temperados para que todos daquela comunidade
possam se alimentar cumprindo assim a ordem da cadeia alimentar.

NOTA ESPECIAL: Não faz parte da ritualística comprometida com o sagrado o despacho do
animal por completo, sem que sejam aproveitados para alimentação da comunidade.

Não faremos também despachos em vias publicas para que assim não venham ferir de forma
visual os que são opostos a nossa ritualística. O ideal é devolver a Terra as oferendas, assim
contribuindo para a renovação da vida.

O RESPEITO AO SAGRADO DEVE COMEÇAR NO NOSSO RITUAL!

Patryck Nascimento

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