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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

I. ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA espaço subgaleal, entre o tecido subgaleal e o


periósteo que reveste a calvária, pericrânio.
CABEÇA:
E“CALPE “CALP : Conjunto de quatro camadas que
1. Couro Cabeludo:
podem movimentar-se em bloco sobre o neurocrânio.
Composto por: pele, tela subcutânea, aponeurose
O couro cabeludo é composto por uma série de
epicraniana e tecido subgaleal.
cinco camadas que cobrem o neurocrânio a partir das
linhas nucais superiores do osso occipital até as
margens supra-orbitais do osso frontal. Estende-se Pericrânio (P): Camada de tecido conjuntivo denso que
lateralmente sobre a fáscia temporal até os arcos forma o periósteo externo da calvária. Possui baixa
zigomáticos. capacidade osteogênica, visto que os ossos da calvária
crescem por ossificação endocondral nas fontanelas.
Estratificação:
Observe, na fig. 1, as camadas constituintes do
Pele (S): Espessa, com grande quantidade de glândulas couro cabeludo.
sudoríparas, glândulas sebáceas, e folículos pilosos.
Possui suprimento arterial e drenagem venosa
abundantes, e a pilificação é sensível a ação hormonal
e obesidade.
o Epiderme – Epitélio estratificado pavimentoso
queratinizado;
o Derme – Tecido Conjuntivo Propriamente Dito.

Tecido Celular Subcutâneo (C): Tecido conjuntivo


unido fortemente à pele, superficialmente, e à gálea
aponeurótica, profundamente. Apresenta uma divisão
em estratos:
o Estrato superficial areolar (Hipoderme) – Estrato
de tecido adiposo praticamente avascular;
o Estrato profundo membranáceo – Estrato de
tecido conjuntivo denso fibroso, sem gordura, e
altamente vascularizado.

Particularidade da tela subcutânea do couro


cabeludo: No couro cabeludo, a vascularização e a
inervação cutânea seguem no estrato profundo
membranáceo, ao contrário do que ocorre no resto do
corpo, em que estes seguem pelo estrato superficial
areolar.

Gálea Aponeurótica (Aponeurose Epicraniana) (A):


Lâmina tendínea larga, forte e avascular, que cobre a
calvária e serve como fixação para os ventres
musculares dos músculos occipitofrontal, Figura 1
temporoparietal e auricular superior, e continua-se
lateralmente como fáscia temporal. Funde-se, CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
superficialmente, com a tela subcutânea e, Alopécia areata (em clareira): Queda regional do
profundamente, com o tecido conjuntivo frouxo cabelo.
subgaleal.
Alopécia androgênica: Queda de cabelo provocada por
Tecido Subgaleal (L): Tecido conjuntivo frouxo fundido metabólitos da testosterona, sendo, portanto, comum
à gálea aponeurótica, que permite a mobilidade das 4 em homens. Os medicamentos contra a calvice atuam
lâminas sobre a calvária, sendo utilizado como plano justamente na quebra destes metabólitos
de clivagem cirúrgica. Apresenta um espaço virtual, (diidrotestosterona), vide fig. 2.

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Cistos sebáceos: Obstrução dos ductos das glândulas que ocorre em outras regiões do corpo, as artérias do
sebáceas associadas aos folículos pilosos no couro couro cabeludo correm pelo estrato profundo
cabeludo, retendo secreções. membranáceo da tela subcutânea.

Galo : Hematoma subgaleal que se forma no espaço Pedículos Arteriais (Vide fig.3):
subgaleal devido a um traumatismo que rompa vasos e o Pedículo Anterior – Segue em sentido ântero-
extravase sangue. posterior:
- A. Supra-orbital – Ramo da A. Oftálmica (ACI);
Cefalematoma (Bossa sanguinolenta): Hematoma - A. Supratroclear – Ramo da A. Oftálmica (ACI).
subgaleal que se forma por um traumatismo durante o Pedículo Posterior – Segue em sentido póstero-
um parto muito difícil, que provoca o descolamento do anterior:
escalpe da calvária, rompendo pequenas artérias. - A. Auricular Posterior – Ramo da ACE;
- A. Occipital – Ramo da ACE.
Feridas no couro cabeludo: Devido à resistência da o Pedículo Lateral – Segue em sentido látero-
aponeurose epicrânica, feridas superficiais no couro medial:
cabeludo não se abrem e as margens da ferida são - A. Temporal Superficial – Ramo da ACE. Emite
mantidas juntas. A laceração da gálea aponeurótica, ramo frontal e ramo parietal.
por outro lado, causa uma grande abertura da ferida,
devido à tração oposta exercida pelos ventres frontal e CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
occipital do m. occipitofrontal. Cirurgias Plásticas de Couro Cabeludo: A disposição
dos vasos em uma grande rede anastomótica permite
que o cirurgião corte, rode e retalhe o couro cabeludo
sem haver sofrimento vascular. Geralmente retalhos
do couro cabeludo são feitos de forma que
permaneçam fixados inferiormente para preservar os
nervos e vasos, assim promovendo boa cicatrização.

Grande sangramento em ferimentos de couro


cabeludo: O sangramento intenso do couro cabeludo
deve-se a três fatores:
- Presença de vários pedículos arteriais e ampla rede
anastomótica, que permite sentido duplo de perfusão;
- Vasos do couro cabeludo apresentam menor camada
muscular, o que dificulta sua oclusão;
- Disposição da trama fibrosa densa do estrato
profundo membranáceo, que dificulta a oclusão dos
vasos lesados.

As artérias do couro cabeludo levam pouco


sangue para a calvária, que é suprida basicamente
pelas artérias meníngeas médias. Portanto, a perda do
couro cabeludo não causa necrose dos ossos da
calvária.

Drenagem Venosa: É feita por veias acompanhantes


Figura 2 das artérias, que recebem o mesmo nome que estas.
Vide fig.3.
Vascularização do Couro Cabeludo: - Vv. Supra-orbitais e supratrocleares;
- Vv. Temporais Superficiais;
O couro cabeludo possui um rico suprimento - Vv. Auriculares Posteriores;
sangüíneo, proveniente de pedículos arteriais, que - Vv. Occipitais.
estabelecem vasta área de anastomoses. Esses A drenagem venosa de partes profundas do
pedículos arteriais convergem para o vértex, ponto couro cabeludo na região temporal se faz através das
mais alto da cabeça, e suas anastomoses são exemplos veias temporais profundas, que são tributárias do
de anastomoses indiretas entre as artérias carótidas plexo venoso pterigóideo.
externa e interna. Vale ressaltar, que, ao contrário do

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Figura 3

Figura 4

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Veias Emissárias: Perfuram a calvária pelos forames 2. Face:


parietais, comunicando os seios venosos durais às
veias externas ao crânio. Como não apresentam Inervação Sensitiva da Face:
válvulas, o sangue pode fluir em ambas as direções,
mas geralmente fluem na direção oposta ao encéfalo. Nervo Trigêmeo (NC V): É um nervo misto,
apresentando uma raiz sensitiva e uma raiz motora.
Drenagem Linfática: Como não há linfonodos no couro A raiz sensitiva é formada por prolongamentos
cabeludo, a linfa é drenada diretamente para o anel de neurônios sensitivos do gânglio trigeminal, que se
superficial de linfonodos localizados na junção cabeça localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do
e pescoço (colar pericervical). Vide fig. 4. osso temporal, tratando-se de fibras aferentes
somáticas gerais.
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: A raiz motora é constituída de fibra eferentes
Infecções de couro cabeludo: Uma infecção do couro viscerais especiais, que acompanham a divisão
cabeludo que atinja o espaço subgaleal pode mandibular e distribuem-se para os músculos da
disseminar-se por esse espaço, formando um fleimão mastigação (temporal, masseter, pterigóideos lateral e
subgaleal. A infecção pode disseminar-se para dentro medial, milo-hióideo e ventre anterior do digástrico).
do crânio, via veias emissárias, podendo causar Origem real: Tronco Cerebral
meningite, abscesso cerebral ou uma tromboflebite Origem aparente: Ângulo ponto-cerebelar
séptica de seio intracraniano. A infecção não consegue Trajeto: Emerge do ângulo ponto-cerebelar,
disseminar-se lateralmente além dos arcos acompanhado dos nervos facial (NC VII) e vestíbulo-
zigomáticos, pois a aponeurose epicraniana é contínua coclear (NC VIII). Os dois últimos entram no meato
com a fáscia temporal que se fixa aos arcos. Mas pode acústico interno, enquanto o trigêmeo segue em
disseminar-se para as pálpebras e raiz do nariz porque, direção à fossa média do crânio, e divide-se em suas
anteriormente, o músculo frontal se insere na pele e três divisões que emergem do crânio por forames.
no tecido subcutâneo e não se fixa no osso, permitindo
a disseminação. Para melhor delimitarmos a região de inervação
sensitiva do trigêmeo e de seus ramos, estabelecemos
Equimoses Palpebrais: Manchas roxas na região a linha vértex-orelha-mento. Toda a região superficial
palpebral, que podem ser causadas por acúmulo de da cabeça anterior a essa linha é inervada pelo N.
sangue que extravasou por um trauma no couro trigêmeo (NC V), e a região posterior é inervada por
cabeludo e disseminou-se para a região orbital. nervos espinhais cervicais. Vide fig. 5.

Figura 5

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Nervo Trigêmeo (V) É o nervo sensitivo da face e motor para os músculos da mastigação.
N. Oftálmico (V1) É um nervo completamente sensitivo. Sai do Gânglio Trigeminal, entra na órbita
através da Fissura Orbital Superior e trifurca-se.
- N. Frontal Passa pela Fissura Orbital Superior, superiormente ao Anel Tendíneo Comum.
- N. Supra-orbital Passa pelo Forame Supra-orbital do Osso Frontal.
- N. Supratroclear Torna-se superficial superiormente à Tróclea.
- N. Nasociliar Passa pela Fissura Orbital Superior, dentro do Anel Tendíneo Comum.
- N. Etmoidal Posterior
- N. Etmoidal Anterior
- N. Nasal Externo Inerva o Nariz Externo.
- N. Infratroclear Torna-se superficial inferiormente à Tróclea.
- N. Lacrimal Passa pela Fissura Orbital Superior, superiormente ao Anel Tendíneo Comum.
N. Maxilar (V2) Nervo completamente sensitivo que deixa o crânio através do Forame Redondo. Entra
na Fossa Pterigopalatina, onde emite ramos para o Gânglio Pterigopalatino e continua
anteriormente, entrando na órbita através da Fissura Orbital Inferior.
- N. Zigomático
- N. Zigomaticotemporal
- N. Zigomaticofacial
- N. Infra-orbital Passa pelo Forame Infra-orbital da Maxila
N. Mandibular (V3) Formado pela união de fibras sensitivas do Gânglio Trigeminal com a raiz motora do
NC V, no Forame Oval. Passa pelo Forame Oval e emite três ramos cutâneos, além de
outros ramos motores para os Mm. da mastigação.
- N. Auriculotemporal Circunda a A. Meníngea Média e acompanha a A. Temporal Superficial.
- Ramo Frontal
- Ramo Parietal
- N. Bucal
- N. Mentual Ramo do N. Alveolar Inferior.

Nn. do Couro Cabeludo:


N. Supratroclear Ramos do N. Frontal (Ramo do N. Oftálmico (V1)).
N. Supra-orbital
N. Zigomaticotemporal Ramo do N. Maxilar (V2).
N. Auriculotemporal Ramo do N. Mandibular (V3). Acompanha a A. temporal superficial (Ramo da ACE).
N. Auricular Magno (C2-C3) Ramo do Plexo Cervical, a partir das raízes ventrais de C2 e C3.
Inerva o ângulo da mandíbula e a maior parte do pescoço.
N. Occipital Menor (C2-C3) Ramo do Plexo Cervical, a partir das raízes ventrais de C2 e C3.
Inerva a região cervical posterior à orelha. Acompanha a A.
Nn. Cutâneos
auricular posterior (Ramo da ACE).
Espinhais
N. Occipital Maior (C2) Ramo dorsal de C2. Inerva o couro cabeludo do vértex até a
nuca (região occipital superior). Acompanha a A. occipital.
N. Occipital Terceiro Ramo dorsal de C3. Inerva a região occipital inferior e
suboccipital.
Tabela 1 – Inervação Sensitiva da Face e Couro Cabeludo
da metade superior da bochecha; pele e mucosa oral
Nervo Oftálmico (NC V1): Emerge do crânio pela do lábio superior; dentes superiores.
fissura orbital superior. Inerva sensitivamente: mucosa
do seio frontal; pele e conjuntiva da pálpebra superior; Nervo Mandibular (V3): Emerge do crânio pelo forame
dorso do nariz (exceto asas); região póstero-superior oval. Inerva sensitivamente: Região posterior da fossa
do septo nasal; região ântero-lateral da fronte e couro temporal (anterior à orelha); pele do meato acústico
cabeludo até o vértex. externo; metade inferior das bochechas; lábio inferior;
mento; assoalho da boca; dentes inferiores; 2/3
Nervo Maxilar (NC V2): Emerge do crânio pelo forame anteriores da língua.
redondo. Inerva sensitivamente: mucosa do seio
maxilar; pele e conjuntiva da pálpebra inferior; região CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
lateral do nariz e asas; região ântero-inferior do septo Neuralgia do Trigêmeo: Distúrbio sensitivo do
nasal; pele da região anterior da fossa temporal; pele trigêmeo de causa desconhecida, com várias hipóteses
não confirmadas. Provoca episódios súbitos e agudos

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de dor que podem durar 15 minutos ou mais ao 3º molar, entre a margem anterior do ramo da
(paroxismo). mandíbula e a crista temporal).
- Neuralgia do N. Maxilar – Associada à dor da arcada
dentária superior. Inervação Motora da Face:
- Neuralgia do N. Mandibular – Associada à dor da
arcada dentária inferior. Nervo Facial (NC VII): É um nervo misto que apresenta
uma raiz motora, para inervação dos músculos da
Lesão do N. trigêmeo (V) ao nível da ponte: mímica facial, principalmente, e uma raiz sensitiva e
- Paralisia da musculatura mastigatória; visceral (nervo intermédio), com fibras
- Anestesia geral do lado da face ipsilateral à lesão. parassimpáticas. Para um entendimento profundo da
origem das fibras e distribuição do N. facial, vide fig. 7.
Distúrbios de sensibilidade da face - Lesão Origem real: Tronco cerebral
Neurológica (Lesão do NC V) X Somatização Origem aparente: Ângulo ponto-cerebelar
(Dormência da face por transtorno emocional): Para Trajeto: Sai do ângulo ponto-cerebelar e entra no
diferenciá-los, usa-se algodão e agulha para pesquisar meato acústico interno, junto com o n. vestíbulo-
as áreas de distribuição do trigêmeo e a análise do coclear (NC VIII). Entra no canal do facial, expande-se
ângulo da mandíbula, que permite o diagnóstico no gânglio genicular, local de sinapse da porção
diferencial. Se o distúrbio sensitivo acometer a face e o parassimpática, e volta, de forma aguda, em direção
ângulo da mandíbula, a causa provável é de origem posterior. Contorna a orelha média e emerge do crânio
psíquica (somatização), visto que seria improvável que pelo forame estilo-mastóideo. Penetra na glândula
o paciente tenha uma lesão de trigêmeo e uma lesão parótida e termina emitindo seus ramos terminais.
do plexo cervical ao mesmo tempo. Se o distúrbio Ramos no Canal Facial:
sensitivo acometer apenas a face, excetuando-se o o N. Petroso Maior – Leva fibras parassimpáticas
ângulo da mandíbula, a causa provável é uma lesão secretomotoras para a glândula lacrimal;
trigeminal. o N. p/ o m. estapédio – Inerva o m. estapédio;
o N. corda do tímpano – Sai pela fissura
Déficit sensitivo do N. Oftálmico (V1): Provável lesão petrotimpânica e se junta ao nervo lingual na
na fossa média do crânio, na asa menor do esfenóide fossa infra-temporal. Carrega inervação
ou infra-orbitária. gustativa para os 2/3 anteriores da língua, e
fibras parassimpáticas secretomotoras para as
Déficit sensitivo do N. Maxilar (V2): Provável lesão na glândulas sublinguais e submandibulares.
fossa média do crânio ou infratemporal. Ramos Pré-Parotídeos:
o Ramo p/ o M. Estilo-hióideo;
Déficit sensitivo pré-auricular: Lesão do N. o Ramo p/ o Ventre posterior do digástrico;
auriculotemporal, ramo do NC V3. Pode ser lesado em o Nervo auricular posterior – Acompanha a artéria
procedimentos de biópsia da A. temporal superficial homônima, e inerva o m. auricular posterior e o
que acompanha o nervo, em casos de arterite ventre occipital do m. occipitofrontal.
temporal.

Neuralgia de Arnoud: Dor de cabeça na região


occipital, causada pela lesão do N. Occipital Maior (C2)
por compressão entre o crânio e a coluna cervical.

Anestesias Locais de Face:


- Anestesia do N. Infra-orbital (Ramo de NC V2) – Para o
tratamento de feridas do lábio superior e da bochecha.
É feita por injeção anestésica local ao nível do forame
infra-orbital.
- Anestesia do N. Mentual (Ramo de NC V3) – Para o
tratamento de feridas do lábio inferior e mento. É feita
por injeção anestésica local ao nível do forame Figura 6
mentual.
- Anestesia do N. Bucal (Ramo de NC V3) – Para o Ramos do Plexo Parotídeo (Divide-se ao nível da asa
tratamento de feridas na bochecha. É feita por injeção do nariz, profundamente à parótida):
anestésica local ao nível da fossa retromolar (posterior o Divisão Temporofacial:
- Ramo Temporal;

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- Ramo Zigomático; Outros causadores de PFP: Infecções no seio


- Ramo Bucal; mastóide, doença de Lyme e fraturas da base do
o Divisão Cervicofacial: crânio.
- Ramo bucal;
- Ramo Marginal da Mandíbula; Quadro Geral de Paralisia Facial Periférica (Ipsilateral
- Ramo Cervical. à lesão):
- Não ocorrem enrugamento da testa e elevação do
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: supercílio;
- Não fecha o olho, pois o N. facial inerva o m. orbicular
1) Paralisia Facial Periférica (Paralisia de Bell): do olho, havendo risco de ressecamento da pálpebra,
e, por isso, o paciente tenta esconder a pupila
Pontos Passíveis de Lesão: superiormente (Sinal de Negro);
- Ângulo ponto cerebelar – Lesão intracraniana com - Epífora – Lacrimejamento por acúmulo de lágrimas
paralisia facial periférica do lado lesado e podendo que escorrem pela comissura externa do olho;
haver comprometimento dos nervos trigêmeo e - Sulco nasolabial mais pronunciado do lado oposto à
vestíbulo-coclear, que também emergem do ângulo lesão;
ponto-cerebelar. - Desvio da comissura labial para o lado oposto à lesão;
- Canal Facial – O nervo facial pode ser comprimido no - Paralisia do Bucinador – Sopro desvia para o lado
Canal Facial causando uma lesão. Essa compressão lesado, e a bochecha encontra-se mordida
pode ter causas variáveis, entre elas uma otite média internamente pela mastigação;
supurada, muito comum em crianças. A conseqüência - Língua aparentemente desviada (na verdade, a boca
da lesão é uma Paralisia Facial Periférica com efeitos encontra-se desviada).
diferentes, dependendo da altura da lesão. Uma lesão
pré-gânglio genicular compromete toda a inervação do 2) Paralisia Facial Central:
facial. Uma lesão pós-gânglio genicular não
compromete o lacrimejamento. E uma lesão distal à Paralisia facial resultante de um tumor de tronco
corda do tímpano não afeta o paladar e o encefálico ou AVC. Apresenta paralisia contralateral à
lacrimejamento. lesão. Acomete apenas os músculos da metade inferior
- Glândula Parótida – Durante uma parotidectomia, é da face (divisão cervicofacial), poupando os músculos
comum a lesão do nervo facial, visto que apresenta da metade superior (divisão temporofacial), como o m.
uma localização intraparotídea profunda. A remoção orbicular do olho.
da parótida deve ser feita com cuidado, removendo a Isso ocorre porque a divisão temporofacial
parte superficial, primeiramente, isolando e recebe inervação proveniente de seu próprio
preservando o N. facial, para então remover a parte hemisfério, além da inervação contralateral.
profunda da glândula. Uma lesão intraparotídea do N. Outra diferença em relação à PFP é que
facial, que comprometa o plexo parotídeo, não afeta a indivíduos com PFC podem contrair involuntariamente
gustação, o lacrimejamento e a função motora dos os músculos da metade inferior da face. Contrações
ramos pré-parotídeos. estas decorrentes de manifestações emocionais. Isso é
- Face – Lesões profundas da face podem lesar ramos possível porque os impulsos emocionais não chegam
do N. Facial, comprometendo a função motora dos ao núcleo do facial pelo tracto córtico-nuclear, lesado
ramos lesados individualmente. na PFC.

Paralisia Facial Afrigoribidel (a frio): Paralisia do N. 3) Síndrome do Ângulo Ponto-cerebelar:


facial associada a sua compressão no canal facial. A
compressão facial ocorre por uma mudança brusca de Causada por uma lesão no ângulo ponto-
temperatura, desencadeando vasoconstrição aguda do cerebelar, ponto comum de origem aparente dos pares
vasa nervorum, o que leva à isquemia e edema do de nervos cranianos V, VII e VIII. Causando distúrbios
nervo. O nervo inchado é comprimido dentro do canal na função dos três pares:
ósseo. - Lesão do N. Trigêmeo (NC V) – Distúrbios sensitivos
da face e perda da motilidade dos músculos
Síndrome de Ramsay Hunt: Caracteriza-se por paralisia mastigatórios;
facial periférica e erupções vesiculosas no pavilhão - Lesão do N. Facial (NC VII) – Paralisia Facial Periférica
auricular causadas pelo vírus do herpes zoster. A com perda da gustação nos 2/3 anteriores da língua e
paralisia é causada pela destruição do nervo pelo vírus do lacrimejamento;
herpes zoster. - Lesão do N. Vestíbulo-coclear (NC VIII) – Alterações
no equilíbrio, enjôos, tonteiras e perda auditiva.

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Figura 7

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Figura 8 – Origem das Fibras e Distribuição do Nervo Facial (NC VII)

Irrigação Arterial da Face: Artéria Facial: Ramo anterior da A. Carótida Externa.


Pode originar-se por um tronco comum com a artéria
A vascularização da face é feita principalmente lingual (tronco lingofacial), e, eventualmente, também
por três ramos da artéria carótida externa: com a a. tireóidea superior (tronco tireolingofacial).
o Artéria Facial – irriga a parte superficial da face; Segue no trígono submandibular profundamente à
o Artéria Maxilar – irriga a parte profunda da face; glândula submandibular, contorna a mandíbula
o Artéria Temporal Superficial – irriga a parte alta anteriormente à margem anterior do masseter,
da face. acompanhada pela veia facial. Na face, segue em

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trajeto ascendente sinuoso até a comissura interna do Deposição de células gigantes e linfócitos causam um
olho, onde termina como artéria angular, que se estreitamento da luz arterial, havendo isquemia distal.
anastomosa com a artéria oftálmica. Seu trajeto Drenagem Venosa da Face:
sinuoso acomoda o fluxo durante as contrações da
mímica facial. Veia Facial: Apresenta um trajeto retilíneo começando
Ramos Faciais da A. Facial: como veia angular, pela união das veias supra-orbital e
o Artéria Labial Inferior; supratroclear na comissura interna do olho, e termina
o Artéria Labial Superior; no pescoço desaguando na veia jugular interna
- Ramo Alar; individualmente ou a partir de um tronco comum com
- Ramo Septal – Ramo para o Septo Nasal de as veias tireóidea superior e lingual. Em seu trajeto
sangramento intenso em traumas de septo, por recebe diversas tributárias, e duas de suas conexões
fazer parte das anastomoses da Área de apresentam grande importância médico-cirúrgica:
Kiesselbach; o Comunicação entre V. Angular e V. Oftálmica
o Artéria Nasal Lateral; Superior na comissura interna do olho –
o Artéria Angular – Ramo terminal da artéria Comunicação entre a face e o seio cavernoso,
facial. Anastomosa-se com a artéria oftálmica na sendo um local perigoso para a disseminação de
comissura interna do olho. infecções;
o Comunicação entre a V. Facial e a V. Facial
Inversões de Fluxo: Além da anastomose entre artéria Profunda – Comunicação entre a drenagem
angular e artéria oftálmica, os ramos da artéria facial superficial e a drenagem profunda da face, a
fazem amplas anastomoses por inosculação (boca-a- partir do Plexo Venoso Pterigóideo, que se
boca) com seus ramos contralaterais. Essas comunica com o seio cavernoso por veias
anastomoses permitem um fenômeno de inversão de emissárias esfenoidais. Sendo, portanto, um
fluxo. Assim, a ligadura de carótida externa de um lado local perigoso para disseminação de infecções.
não compromete a vascularização facial daquele lado,
visto que, pela inversão de fluxo, sangue proveniente Plexo Venoso Pterigóideo: Plexo venoso profundo da
da artéria facial contralateral à ligadura perfunde o face, localizado na fossa infratemporal. Comunica- se
lado ligado. Um ligamento de ambas as carótidas com o seio cavernoso via veias emissárias esfenoidais.
externas também não compromete a perfusão facial, Forma a veia maxilar e recebe a veia facial profunda.
visto que as anastomoses A. Angular/A. Oftálmica e A. Por ser avalvular, o sentido do fluxo é variável e pode
Dorsal do Nariz/A. Nasal Lateral permitem a perfusão mudar de acordo com a mastigação.
sangüínea a partir da A. Carótida Interna.
Seio Cavernoso: Seio venoso da dura-máter localizado
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: lateralmente à sela túrcica, sobre a superfície superior
Ligamento de A. Facial: Pode ser feito na borda do corpo do esfenóide. Recebe sangue das veias
inferior da mandíbula, anteriormente à inserção do oftálmicas superior e inferior, da veia cerebral média
masseter. Deve ser feita com muito cuidado para não superficial, e do seio esfenoparietal. Canais venosos,
lesar o nervo marginal da mandíbula, ramo da divisão chamados seios intercavernosos, comunicam os seios
cervicofacial do N. facial, que cruza horizontalmente a cavernosos. Comunicam-se, também, com os plexos
artéria facial. pterigóideos por veias emissárias e com os seios
petrosos superior e inferior.
Artéria Temporal Superficial: Ramo terminal da artéria
carótida externa. Pode ser palpada anteriormente ao CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
pavilhão auricular, superficial ao arco zigomático, Área Perigosa da Face:
acima da parótida. Emite a artéria facial transversa, Região intensamente vascularizada entre a
que atravessa a face superficialmente ao masseter e comissura interna do olho e o nariz externo.
inferiormente ao arco zigomático. - Anastomoses entre os sistemas carotídeos externo e
interno: A. angular/A. Oftálmica; A. Nasal Lateral/A.
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: Dorsal do Nariz;
Arterite de Células Gigantes (Temporal): Doença - Comunicação venosa entre o Seio Cavernoso e a
inflamatória auto-imune que acomete artérias drenagem superficial da face via V. Oftálmica superior.
intracranianas e, mais comumente, a artéria temporal. Ambas as vias podem disseminar infecções para
Causa perda da visão rapidamente em idosos. o SNC, o que justifica o nome intimidador da região.

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Figura 8 – Vasos da Face

Veia Facial Localiza-se lateralmente à A. Facial e apresenta um trajeto retificado


através da face, o que facilita o retorno venoso. Drena para a Veia
Jugular Interna
Tributárias:
V. Supratroclear
V. Angular
V. Supra-orbital
V. Nasal Externa
V. Labial Superior
V. Facial Profunda Drena o Plexo Venoso Pterigóideo
V. Labial Inferior
V. Submentual
Ramo Comunicante da V.
Retromandibular

Vv. do Couro Cabeludo


V. Supra-orbital Drena a Região Anterior do Couro Cabeludo
V. Supratroclear Drena a Região Anterior do Couro Cabeludo
V. Temporal Superficial Drena a Região Anterior à Orelha
V. Auricular Posterior Drena a Região Posterior à Orelha
V. Occipital Drena a Região Occipital do Couro Cabeludo
Vv. Temporais Profundas Drenam as partes profundas da região temporal do couro cabeludo para o
Plexo Venoso Pterigóideo
Tabela 2 – Drenagem Venosa da Face e do Couro Cabeludo

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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: Movimentos Palpebrais:


Trombose de Seio Cavernoso: Um trombo no seio o Músculo tarsal superior (de Müller): Localizado
cavernoso provoca congestão de sangue na veia no tarso superior. Constitui-se de fibras
oftálmica superior, que passa a drenar para a veia musculares lisas que aumentam ligeiramente a
angular, o que provoca exoftalmia, e pode infiltrar a rima palpebral ao contraírem-se. Apresenta
gordura periorbitária da conjuntiva palpebral, inervação simpática;
causando um edema conhecido como quemose. A o Músculo tarsal inferior: Aumenta ligeiramente a
trombose pode causar manifestações neurológicas. rima palpebral ao retrair a pálpebra inferior.
Uma trombose de seio cavernoso pode ter origem na Apresenta inervação simpática;
parte superior da face, via v. angular/v. oftálmica o Músculo levantador da pálpebra superior:
superior, ou na parte média da face, via plexo venoso Aumenta a rima palpebral, ou seja, abre o olho.
pterigóideo. É inervado pelo N. Oculomotor (NC III);
o Músculo orbicular do olho: Diminui a rima
3. Olho e Aparelho Lacrimal: palpebral, ou seja, fecha o olho. É inervado pela
divisão temporofacial do N. Facial (NC VII).
Anatomia Geral do Olho:
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
Bulbo do Olho: Contém o aparelho óptico do sistema Equimose Periorbital: Como a pele da pálpebra é a
visual e ocupa a maior parte da porção anterior da mais fina do corpo, devido à natureza frouxa de seu
órbita. tecido conjuntivo, qualquer lesão mecânica ou
o Esclera: É a parte opaca resistente da túnica inflamação pode resultar em hemorragia local dos
fibrosa (camada externa) do bulbo do olho. Por pequenos vasos, formando uma condição conhecida
ser normalmente branca, alterações na como equimose periorbital.
coloração da esclera podem ajudar no
diagnóstico de doenças periféricas; Lesão dos nervos que suprem as pálpebras:
o Íris: Diafragma contrátil fino com uma abertura - Paralisia Facial Periférica: Causa paralisia do m.
central, a pupila. orbicular do olho, impedindo o fechamento completo
o Pupila: Abertura central da íris que dá passagem das pálpebras e perda do reflexo corneopalpebral;
à luz. O tamanho da pupila é controlado por dois - Lesão do N. Oculomotor (NC III): Paralisia do m.
músculos: o esfíncter da pupila e o dilatador da levantador da pálpebra superior, causando queda da
pupila. Através da pupila são feitos exames pálpebra superior (ptose palpebral).
diagnósticos de teste das funções neurológicas;
o Córnea: Camada externa avascular que recobre Inflamação das Glândulas Palpebrais:
a íris e a pupila. É sensível ao toque por - Inflamação nas Glândulas Ciliares: Há surgimento de
apresentar inervação sensitiva pelo N. Oftálmico um edema supurativo vermelho e doloroso (produtor
(NC V1). de pus), um hordéolo, na pálpebra;
o Conjuntiva: Mucosa que reveste a face interna - Cistos sebáceos da pálpebra: Conhecidos como
das pálpebras e a esclera do bulbo do olho. calázios;
- Calázio do tarso: Obstrução de glândulas tarsais
Pálpebras: Protegem o bulbo do olho de lesões e da causando inflamação. A glândula protrai-se em direção
luz excessiva, mantêm a córnea úmida por ao bulbo do olho e atrita contra ele ao fechar das
espalhamento do líquido lacrimal. As pálpebras são pálpebras.
revestidas externamente por pele e internamente por
uma mucosa transparente vascularizada, a conjuntiva Hiperemia da Conjuntiva: Resultante de uma infecção
palpebral, que se reflete sobre o bulbo do olho, da conjuntiva, conjuntivite, ou irritação local por
recobrindo a esclera como conjuntiva bulbar, que se poeira, cloro, fumaça e outros.
adere à córnea na junção limbo-escleral.
Transplante de Córnea: Como a córnea é avascular, o
Saco Conjuntival: Espaço entre a conjuntiva bulbar e a transplante tem baixa chance de rejeição.
conjuntiva palpebral, que apresenta dois recessos
profundos denominados fórnices conjuntivais. Descolamento de Retina: A retina apresenta dois
Comunica-se com o exterior pela rima palpebral. estratos fixados não muito firmes. Assim, um trauma
o Fórnice Conjuntival Superior: Recesso superior no olho pode deslocar a retina, permitindo a entrada
do saco conjuntival; de líquido entre os estratos nervoso e pigmentoso. Os
o Fórnice Conjuntival Inferior: Recesso inferior do indivíduos com deslocamento da retina podem se
saco conjuntival.
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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

ueixa de flashes lu i osos ou po tos flutua do a umidifica e lubrifica as superfícies da conjuntiva e


frente do olho. córnea, e fornece alguns nutrientes e oxigênio
dissolvido para a córnea. Localiza-se no quadrante
Diagnóstico Ocular de Doenças Periféricas: superior externo do olho. Secreta a lágrima no fórnice
superior da conjuntiva, por meio dos dúctulos
A partir da vascularização da conjuntiva excretores. É dividida em duas partes pela expansão
podemos perceber várias doenças sistêmicas: lateral do tendão do músculo levantador da pálpebra
superior:
Anemia: Normalmente, a conjuntiva palpebral o Parte Palpebral – projeta-se na pálpebra
caracteriza-se por intensa vascularização, o que lhe superior;
confere coloração avermelhada. Mas em condições de o Parte Orbital – Situa-se entre o bulbo ocular e o
anemia, essa mucosa encontra-se hipocorada. teto da órbita.
o Inervação (Vide fig. 9):
Petéquias Conjuntivais: Pequenos pontilhados - Parassimpática – Fibras secretomotoras
hemorrágicos na conjuntiva resultantes de um provenientes do N. intermédio do N. Facial (NC
distúrbio de coagulação. Trata-se de um sinal clínico VII);
comum em doenças hematológicas como a leucemia, - Simpática – Fibras vasoconstrictoras
doenças microembólicas como a endocardite provenientes do gânglio cervical superior.
bacteriana, ou infecções virais pelo dengue.
OBSERVAÇÕES:
Conjuntivite: Conjuntivas bulbar e palpebral congestas - 50% da lágrima lançada no saco conjuntival evapora.
e hipercoradas pelo processo inflamatório. E os 50% restantes circulam e são coletados na
comissura interna do olho;
A esclera é constituída por TCPD denso fibroso - Existem glândulas lacrimais acessórias, que são mais
rico em fibras colágenas. Por isso, é utilizada pelo numerosas na pálpebra superior do que na pálpebra
clínico para visualizar a presença de pigmentos que inferior.
tenham um tropismo por depositar-se no tecido
conjuntivo: PARASSIMPÁTICO:
o N. Intermédio N. Petroso Maior N. do
Icterícia: Depósito de bilirrubina na esclera, conferindo Canal Pterigóideo (N. Vidiano) Gânglio
coloração amarelada. Pode ser um sinal de lesão Pterigopalatino (SINAPSE) N. Zigomático (do
hepática, obstrução de vias biliares ou hemólise NC V2) N. Lacrimal (do NC V1) Glândula
intensa. Lacrimal.
SIMPÁTICO:
Osteogênese Imperfecta: Doença genética o Gânglio Cervical Superior Plexo Carótico
caracterizada pela deficiência na produção de Interno N. Petroso Profundo N. do Canal
colágeno. Assim, a esclera torna-se mais transparente, Pterigóideo (N. Vidiano) Gânglio
exibindo a coloração da retina, tronando-se mais Pterigopalatino N. Zigomático (do NC V2)
azulada. N. Lacrimal (do NC V1) Glândula Lacrimal.
Ceratopatia em Banda: Depósito de cálcio na esclera
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
em sujeitos com hipercalcemia.
Dacrioadenite: Processo inflamatório na glândula
lacrimal, que pode desencadear a perda da capacidade
Aparelho Lacrimal: em produzir lágrima.
Aparelho Lacrimal: É o conjunto dos elementos Síndrome de Sjögren: Trata-se de um quadro de
anatômicos responsáveis pela produção, circulação e dacrioadenite com comprometimento na produção de
escoamento da lágrima. O aparelho lacrimal consiste lágrima, de origem autoimune, que ataca também
em uma parte secretora, representada pelas glândulas glândulas salivares. Causa:
lacrimais, e uma parte excretora representada pelas - Irritação crônica dos olhos;
vias lacrimais. - Ausência de choro nas emoções (pela não produção
de lágrimas);
Parte Secretora: - Freqüência alta de conjuntivite (perda da ação
- Glândulas Lacrimais: Secretam líquido lacrimal, uma protetora da lisozima);
solução salina aquosa que contém a enzima lisozima, - Propensão a lesões de córnea;
que apresenta função bactericida. Esse líquido
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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

- Xeroftalmia (olho seco);


- Xerostomia (boca seca) – perda na produção salivar. CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
Dacriocistite: Inflamação crônica do trato lacrimal (das
Paralisia Facial Periférica: Provoca ausência do ato de vias lacrimais). Ocorre abaulamento do contorno
piscar os olhos. Logo, o indivíduo tem que usar um interno do olho, indicando congestão do saco lacrimal,
tapa-olho para evitar o ressecamento da córnea pela e dor ao pressionar o saco lacrimal com liberação de
intensa evaporação da lágrima, o que poderia causar pus. Cirurgias de trato lacrimal são muito delicadas,
uma grave lesão de córnea. pela proximidade deste com os vasos angulares.

Parte Excretora: Congestão Nasolacrimal: O saco lacrimal possui uma


- Canalículos lacrimais: Começam em um ponto comunicação com exterior pelo ponto lacrimal da
lacrimal (abertura) na papila lacrimal, perto do ângulo papila lacrimal e com a cavidade nasal pelo óstio do
medial do olho, e drenam líquido lacrimal do lago ducto nasolacrimal no meato nasal inferior. Logo, o
lacrimal para o saco lacrimal; aumento do lacrimejamento provoca uma repercussão
- Saco Lacrimal: Parte superior dilatada do ducto nasal, causando sua congestão. Da mesma maneira,
nasolacrimal; uma congestão nasal, por rinite ou resfriado, pode
- Ducto Nasolacrimal – Conduz o líquido lacrimal para o impedir a drenagem de líquido lacrimal para a
meato nasal inferior. É protegido no meato nasal cavidade nasal, repercutindo no aumento do
inferior por uma prega de mucosa, a prega lacrimal. lacrimejamento.

Figura 9

Movimentos Oculares:

Músculo Ação Inervação


M. Orbicular do Olho Fecha o olho. Divisão temporofacial do N. Facial (NC VII)
M. Levantador da Eleva a pálpebra superior, abrindo o olho. Divisão Superior do N. Oculomotor (NC III)
Pálpebra Superior
M. Oblíquo Superior Depressão com abdução. N. Troclear (NC IV)
M. Oblíquo Inferior Elevação com abdução. Divisão Inferior do N. Oculomotor (NC III)
M. Reto Superior Elevação com adução. Divisão Superior do N. Oculomotor (NC III)
M. Reto Inferior Depressão com adução. Divisão Inferior do N. Oculomotor (NC III)
M. Reto Medial Adução. Divisão Superior do N. Oculomotor (NC III)
M. Reto Lateral Abdução. N. Abducente (NC VI)
M. Dilatador da Pupila Midríase - Dilata a pupila. Fibras simpáticas do Gânglio Estrelado
M. Esfíncter da Pupila Miose – Contrai a pupila. Porção Parassimpática do N. Oculomotor (NC III)
Tabela 3 – Mm. Extrínsecos do Olho e Mm. Pupilares

Estados Pupilares: Miose: Contração da pupila, por ação do M. Esfíncter


o Isocoria: Pupilas com formas e tamanhos iguais; da Pupila. Efeito parassimpático por fibras do N.
o Anisocoria: Pupilas de diferentes tamanhos; oculomotor (NC III) distribuídas pelo gânglio ciliar. Vide
o Discoria: Abertura pupilar irregular. fig. 10.

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oposição, visto que os demais músculos encontram-se


Midríase: Dilatação da pupila, por ação do M. paralisados;
Dilatador da Pupila. Efeito simpático mediado por - Diplopia com estrabismo divergente.
fibras do gânglio estrelado (C6-T1) do tronco simpático
cervical, que seguem a artéria carótida interna e Lesão do N. Troclear (NC IV): Paralisia do m. oblíquo
chegam ao olho passando pelo gânglio ciliar, sem fazer superior. O olho não consegue sofrer depressão em
sinapse. Vide fig. 10. posição aduzida. Também apresenta diplopia.

Lesão do N. Abducente (NC VI): Paralisia do m. reto


lateral. O olho lesado é incapaz de ser abduzido,
caracterizando uma diplopia com estrabismo
convergente.

Diplopia: Visão dupla. Todas as paralisias de NCs III, IV


e VI apresentam diplopia, já que os movimentos
oculares não são feitos simultaneamente devido às
limitações no movimento do olho lesado.

Síndrome de Claude Bernard-Horner: Lesão do gânglio


estrelado, comumente causada por um tumor torácico
(como tumor de ápice de pulmão). As fibras simpáticas
lesadas deveriam fazer: inervação motora do m.
dilatador da pupila e dos mm. tarsais, inervação
Figura 10 secretomotora das glândulas sebáceas e sudoríparas,
ereção dos pêlos, e inervação vasoconstrictora. Logo,
os sintomas são:
- Anidrose palpebral;
- Miose do lado lesado com anisocoria;
- Redução da rima palpebral (enoftalmia), por paralisia
dos mm. tarsais;
- Vermelhidão na face, por vasodilatação.

Síndrome de Pourfour du Petit: Apresenta sintomas


inversos à Síndrome de Claude Bernard-Horner, pois
sua causa é uma hiperatividade oculosimpática, a
partir de lesões que estimulam as fibras simpáticas.
Caracteriza-se por midríase unilateral, retração
palpebral e exoftalmia.
Figura 11

CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: Reflexos Oculares:


Lesão do N. Oculomotor (NC III): A paralisia do N.
Oculomotor afeta a maioria dos músculos oculares. Reflexo Fotomotor: Reflexo de abertura e fechamento
- A pálpebra superior cai (ptose palpebral) e não pode da pupila em resposta à luminosidade. Testa a
ser levantada voluntariamente, por paralisia do m. integridade das fibras parassimpáticas do N.
levantador da pálpebra superior. Como o m. orbicular Oculomotor (NC III), que causam miose em resposta a
do olho é inervado pelo N. Facial (NC VII), o um estímulo luminoso, e das fibras simpáticas
fechamento continua normal; provenientes do gânglio ciliar, que causam midríase
- A pupila fica completamente dilatada e não-reativa, em resposta à retirada do estímulo luminoso. A
devido à paralisia do M. esfíncter da pupila, inervado ausência deste reflexo pode ser um sinal de morte
pela porção parassimpática do N. Oculomotor (NC III). cerebral, visto que este é um dos últimos reflexos a se
O dilatador da pupila permanece funcionante, pela perder.
inervação simpática proveniente do gânglio estrelado
cervical; Reflexo Consensual: A resposta de um olho (seja com
- A pupila é completamente abduzida e abaixada, por miose ou midríase) é concomitante à resposta do
ação conjunta do reto lateral e oblíquo superior sem outro olho.

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Reflexo de Acomodação: Acomodação da pupila cavernoso através das vv. oftálmicas. Logo, infecções
quanto à distância do foco de visão. da comissura medial do olho e partes moles podem
causar trombose e tromboflebite deste seio.
Reflexo oculocefálico: Os olhos do paciente são
abertos e a cabeça virada para a direita e esquerda. O Obstrução da Artéria Central da Retina: Como os
cérebro vivo permitirá que os olhos façam movimentos ramos terminais da artéria central da retina são
contrários a posição da cabeça. Por exemplo, se a artérias terminais, a obstrução deles por um êmbolo
cabeça é girada para a direita os olhos se desviam para resulta em cegueira imediata e total. A obstrução
a esquerda. Esse movimento se chama olhos de geralmente é unilateral e ocorre em pessoas idosas.
boneca porque é exatamente o que acontece com as
bonecas, os olhos permanecerão fixos na linha média. Obstrução da Veia Central da Retina: Como a veia
A perda desse reflexo é um grave sinal de morte central da retina entra no seio cavernoso, a
cerebral. tromboflebite desse seio pode resultar na passagem
de um trombo para a veia central da retina e causar
Reflexo Corneano (Córneo-palpebral): Fechamento do obstrução de uma das pequenas veias da retina. A
olho em resposta a um estímulo mecânico (toque) na oclusão de um afluente da veia central da retina
córnea. Mantém-se mesmo em pacientes em coma. geralmente resulta em perda lenta e indolor da visão.
Testa a integridade do nervo oftálmico (NC V1),
aferente sensitivo para o reflexo, e do N. Facial (NC
VII), eferente motor do m. orbicular do olho.

ESCALA DE GLASGOW: Usada para quantificar a


profundidade e a gravidade de um coma, com o intuito
de avaliar o prognóstico. Um caso de morte cerebral é
indicado por:
- Ausência de resposta a qualquer estímulo;
- Perda dos reflexos do tronco encefálico (ex.: reflexos
córneo-palpebral e oculocefálico);
- Pupilas em midríase paralítica não responsivas à luz
(indica lesão mesencefálica);
- Paciente não consegue respirar com regularidade;
- Ausência de atividade elétrica no cérebro
(isoelétrico).

Vascularização do Olho:

Artéria Oftálmica: É um ramo da artéria carótida


interna, que tem como ramos: artéria central da retina, Figura 12
que perfura a face ínfero-medial do nervo óptico. Entra
na órbita pelo canal óptico, acompanhada pelo Nervo
Óptico (NC II), e distribui-se como apresentado na fig.
12.

Veias Oftálmicas: Existem duas veias oftálmicas, a


superior, que sai da órbita pela fissura orbital superior,
e a inferior, que sai da órbita pela fissura orbital
inferior. Ambas comunicam-se com a veia angular na
face, e terminam no seio cavernoso. Vide fig. 13.

CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
Área Perigosa da Face: A intensa vascularização no
ângulo inferior interno da órbita pode disseminar
infecções cutâneas e processos inflamatórios
superficiais. A disseminação intracraniana pode ser
fatal. A veia facial faz sua primeira conexão com seio
Figura 13
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4. Nariz: Neuropraxia do N. Olfatório (NC I): Lesão nervosa sem


secção do nervo. Nesses casos, ocorre recuperação em
Introdução: até seis semanas. Caso passe de seis semanas, a lesão
é caracterizada como irreversível.
O nariz é a parte do trato respiratório situada
acima do palato duro e contém o órgão periférico do Nariz Externo:
olfato. Inclui o nariz externo e a cavidade nasal, que é
dividida pelo septo nasal. As funções do nariz são: Apresenta um esqueleto ósseo composto pelos
o Acondicionamento do ar inspirado: Preparação ossos nasais, processos frontais das maxilas, parte
do ar nas vias aéreas superiores para sua nasal do osso frontal e sua espinha nasal, e partes
recepção, em condições adequadas, nas vias ósseas do septo nasal. E um esqueleto cartilagíneo
aéreas inferiores. O acondicionamento envolve formado por cinco partes: dois processos laterais da
o aquecimento do ar, pelo contato com a cartilagem septal, porção superior da cartilagem septal
mucosa intensamente vascularizada, sua e duas cartilagens alares maiores.
umidificação, pela umidade da própria mucosa,
e a filtração e eliminação da poeira inalada, CORRELAÇÂO MÉDICO-CIRÚRGICA:
junto à secreção dos seios paranasais e ductos A importância anátomo-clínica do nariz externo
nasolacrimais. As conchas nasais e os seios é que diversas doenças alteram sua conformação,
paranasais aumentam a superfície de contato e sustentação e aspecto.
acondicionamento do ar inalado;
o Olfação: Sentido químico de percepção de Nariz de Tapir Nariz em sela : Desabamento do
odores. Mediada pelo N. Olfatório (NC I) a partir nariz causado pela destruição da cartilagem septal que
da mucosa olfatória do nariz. Neurônios o sustenta. A lesão pode ser proveniente de:
olfatórios perfuram a lâmina crivosa do osso leishmaniose, blastomicose sulamericana, sífilis
etmóide, e emitem terminações nervosas congênita, hanseníase, traumatismo ou pelo uso de
distribuídas pelo teto e terço superior da parede cocaína (que provoca vasculite e corroção da
lateral e septo nasais. cartilagem septal).

Corpos Tumefatos: Lagos venosos resultantes de Rinofima: Nariz infiltrado de aparência grande,
anastomoses arteriovenosas. Presentes nas conchas bulbosa e avermelhada. Apresenta causa
nasais, principalmente a média e a inferior, ajudam no desconhecida. É um distúrbio relativamente raro que
aquecimento do ar inalado. consiste no espessamento da camada superior da pele
que recobre o nariz. Embora seja um distúrbio
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: cosmético, pode causar problemas psicológicos ao se
Rinite: Inflamação da mucosa respiratória nasal com tornar óbvio ou amplo.
preenchimento dos corpos tumefatos, causando
hipertrofia das conchas nasais, e, portanto, um Limites da Cavidade Nasal e Relações Ósseas:
bloqueio mecânico à circulação de ar.
Limites: (Vide figs. 14-15)
Distúrbios da Olfação: Teto Ossos Nasais; Osso Frontal;
- Anosmia: Perda total do olfato; Lâmina Crivosa do Osso
- Hiposmia: Redução do olfato; Etmóide; Osso Esfenóide.
- Cacosmia: Distorção do olfato que traz a sensação de Assoalho Palato Duro (Processos
odor pútrido ou fétido (pode ser causada por uma Palatinos da Maxila; Lâminas
sinusite); Horizontais dos Ossos
- Parosmia: Distorção da leitura e interpretação cortical Palatinos) e palato mole.
do olfato, que indica uma lesão neurológica e não no Parede Medial Septo Nasal (lâmina
órgão olfativo (ex.: sentir cheiro de café ao saborear perpendicular do etmóide,
vômer, cristas nasais dos ossos
um queijo).
maxilar e palatino, e cartilagem
Alterações no olfato não obrigatoriamente são septal).
secundárias a uma lesão de N. Olfatório (NC I). Além da
Paredes Conchas nasais superior e
integridade do N. Olfatório (NC I), o ar tem que ter Laterais média (projeções do osso
acesso ao teto da cavidade nasal para a correta etmóide), concha nasal inferior,
olfação. Logo, um problema mecânico obstrutivo da ossos nasais, maxilar, lacrimais,
circulação de ar, como em uma rinite, pode causar palatinos e esfenóide.
perda da olfação. Limite Anterior Narinas.
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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

Limite Cóanos (Comunicação com a Relações Ósseas:


Posterior Nasofaringe). o Ossos nasais e frontal: A parte anterior do teto
é representada pelos ossos nasais, que
Vestíbulo do Nariz: Entrada para a Cavidade Nasal encontram-se mais posteriormente com o ossos
Propriamente Dita. frontal. O osso frontal contém os seios frontais,
Limite Anterior Narinas. e posteriormente temos a fossa anterior do
Limite Limen Nasi. crânio;
Posterior o Osso etmóide: A lâmina horizontal do teto é a
Vibrissas Pêlos rígidos localizados no
lâmina crivosa do osso etmóide. Nas paredes
Vestíbulo do Nariz.
laterais superiores da cavidade nasal, existem as
massas do etmóide, que contêm os grupos de
Cóanos: Comunica a cavidade nasal à
nasofaringe. células etmoidais revestidas por uma fina lâmina
Teto Corpo do esfenóide (com o seio óssea, a lâmina orbital do etmóide (lâmina
esfenoidal). papirácea – termo radiológico), que serve de
Assoalho Palato Mole (muscular). parede lateral para a cavidade nasal e parede
Parede Medial Septo nasal ósseo (vômer). medial da órbita. A lâmina crivosa é perfurada
Paredes Fusão da lâmina perpendicular por filetes do N. Olfatório (NC I). Relaciona-se
Laterais do osso palatino com a lâmina superiormente com a fossa anterior do crânio.
medial do processo pterigóideo o Osso esfenóide: A parte posterior abaulada do
do esfenóide. teto é constituída pelo corpo do esfenóide, que
Tabela 4 contém os seios esfenoidais, separados por um
septo irregular. O corpo do esfenóide se
continua fundido com a porção basilar do
occipital, e constitui o limite de transição para a
nasofaringe. A fusão do corpo do esfenóide com
a parte basilar do occipital recebe o nome
radiológico de clivus (teto da nasofaringe). O
corpo do esfenóide emite duas projeções
superiores, os processos clinóides anterior e
posterior, que se relacionam com a fossa
hipofisária. O corpo do esfenóide relaciona-se
superiormente com a fossa média do crânio e a
sela túrsica, onde se encontra a hipófise.

Figura 14 – Parede Medial da Cavidade Nasal

Figura 16 – Relações Ósseas

Figura 15 – Parede Lateral da Cavidade Nasal


CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

Desvio de Septo: Pode ser por uma lesão congênita ou As conchas nasais (superior, média, inferior e
traumatismo. É uma causa muito comum de obstrução eventualmente uma suprema) são projeções ósseas
nasal, que geralmente é solucionada com uma cirurgia revestidas por mucosa que se curvam ínfero-
de correção (septoplastia). medialmente, pendendo como persianas a partir da
parede lateral da cavidade nasal. Oferecem maior
Rinolicorréia: A fratura da lâmina crivosa do osso superfície para trocas de calor e umidade, entre o ar e
etmóide pode causar a liberação de líquor na cavidade a mucosa, e delimitam recessos, que servem de
nasal, visto que a lâmina crivosa relaciona-se comunicação com os seios paranasais.
superiormente com a fossa anterior do crânio. Além Podemos distinguir cinco áreas de passagem de
disso, leva à alteração do olfato pelo rompimento dos ar e secreções entre as conchas nasais e os limites da
filetes do n. olfatório (anosmia ou hiposmia). O quadro cavidade nasal:
pode complicar-se havendo pneumoencéfalo, pela o Recesso esfenoetmoidal: Localizado póstero-
entrada de ar no crânio, e meningite, por disseminação superiormente, acima da concha nasal superior,
de bactérias nasais para a fossa anterior do crânio. entre o corpo do esfenóide e a lâmina crivosa do
osso etmóide. Recebe a abertura do seio
Mucosa Nasal, Conchas e Meatos: esfenoidal;
o Meato Nasal Superior: Localiza-se entre a
Dividindo-se o nariz de maneira histológica e concha nasal superior e a concha nasal média.
funcional, podemos distinguir três áreas de Recebe a abertura do grupo de células etmoidais
revestimento epitelial distintos: posteriores;
o Vestíbulo Nasal: Localizado entre as narinas e o o Meato Nasal Médio (Complexo Óstio-meático):
limen nasi. É a transição da pele para a mucosa É o mais importante dos meatos nasais, por
nasal. Apresenta epitélio estratificado comunicar-se com os seios frontal, maxilar e
pavimentoso queratinizado com glândulas células etmoidais do grupo anterior. Localiza-se
sebáceas e pêlos (vibrissas). Devido a suas entre a concha nasal média e a concha nasal
características histológicas, o vestíbulo nasal é inferior;
acometido pelas mesmas enfermidades que a o Meato Nasal Inferior: Localiza-se entre a concha
pele (cistos sebáceos, acne, furúnculos, nasal inferior e o palato duro. Recebe a abertura
foliculites); do ducto nasolacrimal;
o Área Respiratória: Localizada nos dois terços o Meato Nasal Comum: Passagem medial onde se
inferiores das paredes laterais e septo nasal. abrem os demais meatos nasais.
Apresenta um epitélio tipicamente respiratório
(epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado Complexo Óstio-Meático:
com células caliciformes). Tem como função o
acondicionamento do ar. Sua mucosa é contínua É o termo anátomo-clínico utilizado para
com a mucosa dos seios paranasais, e designar o meato nasal médio quanto a sua anatomia e
enfermidades que acometem essa área (rinites) seu sistema de escoamento do seio frontal, do seio
comumente expandem-se para os seios maxilar e do grupo anterior das células etmoidais.
(sinusites). Apresenta coloração rósea;
o Área Olfatória: Localizada no terço superior das Estruturas Anatômicas (Vide fig. 18):
paredes laterais e septo nasal. Apresenta uma o Hiato semilunar: Sulco semicircular que se
coloração mais pálida e amarelada, e sua comunica póstero-lateralmente com o Seio
mucosa é composta por um epitélio Maxilar e anteriormente com o Seio Frontal.
pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células Limitado superiormente pela Bula Etmoidal, e
olfatórias que detectam odores. inferiormente pelo Processo Uncinado;
o Bula etmoidal: Elevação arredondada superior
Átrio Nasal: O átrio nasal é uma região anterior às ao Hiato Semilunar. Formada pelas por um
conchas nasais superior e média. Trata-se de uma via grupo de células etmoidais anteriores;
de condução do ar inspirado até o teto da cavidade o Processo Uncinado: Processo do Osso Etmóide
nasal, local de percepção dos odores. Por isso, a revestido por mucosa inferior ao Hiato
inspiração profunda permite uma melhor percepção Semilunar.
de odores, pois o ar é conduzido ao teto da cavidade
nasal pelo átrio. Obs.: Alguns autores distinguem um grupo de células
etmoidais anteriores que drenam para o hiato
semilunar, e um grupo de células etmoidais médias,
que constituem a bula etmoidal e abrem-se nesta por
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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

um pequeno óstio. Aqui, consideramos um grupo


único de células etmoidais anteriores, que podem
drenar para ambos os espaços.

O Seio frontal não se abre diretamente no


meato médio. Abre-se no hiato semilunar via ducto
nasofrontal e infundíbulo etmoidal. Ou ainda, pode
abrir-se mais anteriormente, no recesso frontal do
meato nasal médio.
As células etmoidais anteriores abrem-se por um
óstio na bula etmoidal e na parte anterior do hiato
semilunar.
O Seio maxilar abre-se no hiato semilunar ou,
excepcionalmente, por outra abertura na parte
posterior, chamada abertura acessória do seio maxilar.
Observe a fig. 17 e note a posição dos seios
paranasais em relação à cavidade nasal.

CORRELAÇÂO MÉDICO-CIRÚRGICA:
Pneumatização da Bula Etmoidal: Crescimento
exagerado de uma célula etmoidal, causando
estufamento da bula. Esse estufamento pode bloquear
a drenagem dos seios frontal, maxilar e células
etmoidais anteriores, exigindo uma bulectomia para Figura 17
recuperar o escoamento.

Figura 18
por volta dos sete anos de idade. Encontra-se no teto
Seios Paranasais: do nariz, entre as órbitas, contornando-as superior e
medialmente. É um seio subcutâneo, facilmente
Seio Frontal: Embriologicamente, é formado pela fraturável por traumas frontais. Drena para o meato
migração de uma célula etmoidal anterior para dentro nasal médio através do ducto nasofrontal e
da escama do osso frontal. Começa a desenvolver-se infundíbulo.

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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

o Relações: - Lateralmente: Órbita (separado desta pela


- Inferiormente: Órbita e Cavidade Nasal; lâmina papirácea do etmóide).
- Posteriormente: Fossa anterior do crânio. o Irrigação: Aa. Etmoidais Anteriores e Posteriores
o Irrigação: Aa. Supra-orbitais (ramos da A. (ramos da A. Oftálmica).
Oftálmica). o Inervação: Ramos etmoidais anteriores e
o Inervação: Nn. Supra-orbitais (ramos do N. posteriores dos Nn. Nasociliares (ramo do N.
Oftálmico (NC V1)). Oftálmico (NC V1)).

CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
Sinusite Frontal: Inflamação do seio frontal, que pode CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
ser diagnosticada pela detecção de dor ao comprimir o Sinusite Etmoidal: Inflamação das células etmoidais,
arco supraciliar com a polpa digital do polegar (Sinal de que pode ser detectada por palpação da parede medial
Ewing). A infecção pode disseminar-se para a fossa da órbita pelo polegar do examinador, junto à
anterior do crânio, havendo o aparecimento de um comissura interna do olho. A dor à palpação dá-se o
empiema subdural. nome de Sinal de Grunwald, e indica uma sinusite. A
etmoidite pode complicar-se pela disseminação da
Empiema Subdural: O empiema subdural é uma infecção para a órbita, podendo acometer a gordura
coleção de pus que se desenvolve entre o cérebro e o periorbitária, formando uma celulite orbitária, e pode
tecido circunvizinho (as meninges) e não no cérebro afetar a visão pela proximidade das células etmoidais
em si. Normalmente, um empiema subdural é uma posteriores com o canal óptico, que dá passagem ao
complicação da infecção de um seio da face, mas pode Nervo Óptico (NC II) e A. Oftálmica.
ser decorrente de uma infecção grave do ouvido, de
um traumatismo crânio-encefálico, de uma cirurgia ou Neurite Óptica: Disseminação da infecção para a
de uma infecção sangüínea secundária a uma infecção bainha de dura-máter do Nervo Óptico (NC II).
pulmonar.
Seio Esfenoidal: Embriologicamente, é derivado de
uma célula etmoidal posterior que invade o esfenóide
por volta dos dois anos de idade. Localiza-se no corpo
do esfenóide e pode estender-se até as asas do osso. É
dividido de forma desigual por um septo ósseo. Drena
para o recesso esfenoetmoidal.
o Relações:
- Superiormente: Fossa Média do Crânio, Nn.
Ópticos; Hipófise na Sela Túrcica; Aa. Carótidas
Internas e Seios Cavernosos.
o Irrigação: Aa. Etmoidais Posteriores (ramos da A.
Oftálmica).
o Inervação: Ramos etmoidais posteriores dos Nn.
Nasociliares (ramo do N. Oftálmico (NC V1)).

CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
Sinusite Esfenoidal: Inflamação dos seios esfenoidais,
Figura 19 – Posição dos Seios Paranasais que são inacessíveis ao exame clínico. Pode
disseminar-se para a fossa média do crânio,
Células Etmoidais: São pequenas invaginações de acometendo o nervo óptico, causando baixa visual,
mucosa localizadas na parte superior da parede lateral para os seios cavernosos, causando tromboflebite de
da cavidade nasal, entre a órbita e a cavidade nasal. seio cavernoso, e até carótidas internas e hipófise.
Divide-se em um grupo de células posteriores, que
drenam para o meato nasal superior, e um grupo de Seio Maxilar: Apresenta uma forma piramidal, e é o
células anteriores, que drenam para o meato nasal maior dos seios paranasais. Localiza-se no corpo da
médio. maxila. Drena para o meato nasal médio, via hiato
o Relações: semilunar ou através de uma abertura acessória.
- Inferiormente: Seio Maxilar; o Relações:
- Superiormente: Seio Frontal; - Inferiormente (Assoalho): Alvéolos da Arcada
Dentária Superior;

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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

- Superiormente (Teto): Assoalho da Órbita; superiores (do canino ao 2º molar), o que leva o
- Anteriormente: Ponto entre o arco zigomático paciente a procurar um dentista. Uma sinusite maxilar
e a raiz do canino superior (palpável ao exame pode causar infecção secundária nos alvéolos da
clínico); arcada superior, e a recíproca também é verdadeira.
- Medialmente: Parede Lateral da Cavidade Os seios maxilares são infectados com maior
Nasal. freqüência que os demais seios, provavelmente
o Irrigação: Ramos Alveolares Superiores da A. porque seus óstios costumam ser pequenos e situados
Maxilar. em posições altas em suas paredes súpero-mediais.
o Inervação: Nervos Alveolares Superiores (ramos Devido à localização alta dos óstios, quando a cabeça
do N. Maxilar (NC V2)). está ereta a drenagem dos seios só é possível quando
cheios. Como os óstios são mediais, e voltados um
CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: para o outro, em decúbito lateral, apenas um dos
Sinusite Maxilar: Inflamação no seio maxilar, que pode óstios está drenando, por isso, indivíduos com
ser diagnosticada pela presença de dor à palpação na resfriado ou uma alergia que envolva ambos os seios
região infra-orbitária. Por sua relação anatômica rolam na cama muitas vezes durante o sono, na
espacial e inervação comum com os alvéolos tentativa de manter os seios drenados.
superiores, a dor pode ser referenciada aos dentes

Relações Superiores da Cavidade Nasal:

Figura 20 – Assoalho do Crânio (Observar as relações da fossa média do crânio)

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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: Região Póstero-inferior: Vascularizada por ramos da


Hipofisectomia Transesfenoidal: Processo cirúrgico de artéria esfenopalatina, ramo da A. Maxilar, e inervada
remoção de um tumor de hipófise por acesso por ramos do gânglio pterigopalatino (do N. Maxilar
transesfenoidal. Ou seja, o cirurgião acessa a fossa (NC V2)). Vide figs. 21-24 e tabelas 5-6.
hipofisal quebrando o corpo do esfenóide e o seio
esfenoidal. O crescimento de um tumor de hipófise
leva à erosão dos processos clinóides anterior e
posterior e à destruição do assoalho da sela túrcica. O
crescimento tumoral também pode comprimir o N.
Óptico (NC II), causando perda do campo visual
(hemianopsia).

Disseminação de Infecções: Como já discutido,


infecções de seio esfenoidal podem propagar-se para
os seios cavernosos, causando tromboflebite, para as
carótidas internas e para a sela túrcica, devido às
relações do seio esfenóide com as estruturas da fossa
média do crânio.

Vascularização e Inervação da Cavidade Nasal:

Para delimitarmos as áreas de vascularização e


inervação da cavidade nasal, traçamos uma linha
oblíqua imaginária que liga o ápice do nariz ao recesso
esfenoetmoidal, dividindo, assim, a cavidade nasal em
uma região ântero-superior e uma região póstero-
inferior.

Figura 22 – Irrigação Arterial do Septo Nasal

Figura 21 – Irrigação Arterial da Parede Lateral

Região Ântero-superior: Vascularizada pelos ramos


etmoidais anteriores e posteriores da A. oftálmica, e Figura 23 – Inervação da Parede Lateral
inervada pelos nervos etmoidais anteriores (ramos do
N. Oftálmico (NC V1)).

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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

Ramo Nasal Irriga a lateral do Nariz


Lateral Externo e Parede Lateral da
Cavidade Nasal.

Irrigação Arterial da Aa. Etmoidais Anteriores e


Parede Lateral Posteriores; A.
Esfenopalatina; e Ramo Nasal
Lateral da A. Facial.
Irrigação Arterial da Aa. Etmoidais Anteriores e
Parede Medial (Septo Posteriores; A.
Nasal) Esfenopalatina; A. Palatina
Maior; e Ramo Septal da
Artéria Labial Superior (ramo
da A. Facial).
Área de Área anastomótica das cinco
Kiesselbach artérias que suprem o Septo
Nasal. Localizada na parte
ântero-inferior do Septo
Nasal.
Irrigação Arterial do A. Etmoidal Anterior; Ramos
Nariz Externo Nasais da A. Infra-orbital;
Ramos Nasais Laterais da A.
Facial; e Ramo Septal da A.
Labial Superior.

Drenagem Venosa da Através do Plexo Venoso


Figura 24 – Inervação do Septo Nasal
Cavidade Nasal Submucoso, que se localiza
profundamente à mucosa
Aa. Etmoidais Ramos da Artéria nasal, e drena para as Vv.
Anteriores e Oftálmica. Chegam à Esfenopalatina, Facial e
Posteriores Cavidade Nasal pelos
Oftálmica.
Forames Etmoidais
Drenagem Venosa do Através das Vv. Angular e
Anteriores e Posteriores.
Nariz Externo Nasal Lateral, tributárias da
Irrigam a região superior
da Cavidade Nasal. Veia Facial.
Tabela 5 – Vascularização do Nariz
Ramos Laterais Irrigam a Parede Lateral da
Cavidade Nasal.
Ramos Mediais Irrigam o Septo Nasal Nervo Oftálmico (NC V1) Inerva a parte ântero-
(Septais) (Parede Medial). superior da mucosa
nasal.
Artéria Esfenopalatina Ramo terminal da Artéria
Maxilar. Atravessa o Forame Nervo Nasociliar
Esfenopalatino, no Osso - Nn. Etmoidais Chegam à Cavidade Nasal
Palatino, para irrigar as Anteriores pelos Forames Etmoidais
Paredes e o Septo nasais, os Anteriores.
seios paranasais e a parte - Nn. Etmoidais Chegam à Cavidade Nasal
anterior do Palato Duro. Posteriores pelos Forames Etmoidais
Ramos Laterais Irrigam a Parede Lateral da Posteriores.
Cavidade Nasal. Nervo Maxilar (NC V2) Inerva a parte póstero-
Ramos Mediais Irrigam o Septo Nasal inferior, a partir do Gânglio
(Septais) (Parede Medial). Pterigopalatino.
Artéria Palatina Maior Chega ao Septo pelo Canal N. Palatino Maior
Incisivo, acompanhada pelo - Ramo Nasal Inerva a região superior da
Nervo Nasopalatino, através Posterior Parede Lateral.
da região anterior do Palato Súpero-Lateral
Duro. - Ramo Nasal Inerva a região inferior da
Artéria Facial Emite ramos para o Nariz e a Posterior Ínfero- Parede Lateral.
Cavidade Nasal. Lateral
- Nervo Inerva o Septo Nasal em sua
Artéria Labial
Nasopalatino parte póstero-inferior.
Superior
Penetra no Canal Incisivo e
- Ramo Septal Irriga o Septo Nasal e parte
chega ao teto da Cavidade
do Nariz Externo.
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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

Oral (Palato Duro). Olfatório (NC I).


Tabela 6 – Inervação do Nariz
Inervação do Nariz
Externo: CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA:
Nervo Oftálmico (NC V1) Inerva o dorso e o ápice do Rinite: A mucosa nasal torna-se edemaciada e
nariz.
inflamada durante infecções respiratórias altas graves
Nervo
e reações alérgicas. O edema da mucosa ocorre
Infratroclear
rapidamente devido à sua vascularização abundante,
Nervo Etmoidal
Anterior podendo disseminar-se para:
- Ramo Nasal - Fossa anterior do crânio, através da lâmina crivosa do
Externo etmóide;
Nervo Maxilar (NC V2) Inerva as Asas do Nariz. - Nasofaringe;
Nervo Infra- Emerge do crânio pelo - Orelha Média, através da tuba auditiva;
orbital Forame Infra-orbital. - Seios paranasais Sinusite;
- Ramos Nasais - Aparelho lacrimal e conjuntiva.

Nervos Olfatórios Originam-se de células no Epistaxe: Sangramento nasal intenso devido ao


epitélio olfatório na parte rompimento, traumático ou infeccioso ou hipertensivo,
superior das paredes lateral da intensa vascularização do nariz. Esse sangramento é
e septal da Cavidade Nasal.
mais comum na Área de Kiesselbach, área de
Segue como Bulbo
anastomose dos cinco ramos arteriais que suprem o
Olfatório, que leva
informações olfatórias para septo nasal.
o encéfalo a partir do Nervo

5. Cavidade Oral:

Anatomia Geral:

Vestíbulo Oral – Limites: Espaço semelhante a uma fenda na entrada da Cavidade Oral
Ântero-lateralmente Lábios e Bochechas
Póstero-medialmente Dentes e Gengivas
Posterior Rafe Pterigomandibular (Rafe muscular entre o M. Bucinador e o M. Constritor Superior da
Faringe)

Cavidade Oral Propriamente


Dita – Limites:
Anterior e Lateral Arcos Alveolares Maxilar e Mandibular; Dentes; Gengiva
Teto Palato
Assoalho Músculo Milo-hióideo
Posterior Istmo das Fauces (Comunicação com a Orofaringe)
Tabela 7 – Limites da Cavidade Oral

Língua:

Anatomia Superficial da
Língua:
Raiz da Língua Terço posterior da língua, que se apóia no assoalho da boca
Corpo da Língua Dois terços anteriores da língua
Ápice da Língua Extremidade anterior do Corpo da Língua
Dorso da Língua Superfície póstero-superior da língua
Papilas Linguais Papilas circunvaladas, folhadas, filiformes e fungiformes
Sulco Mediano da Marca o local de fusão dos processos laterais linguais durante a formação da língua.
Língua
Sulco Terminal da Sulco que divide o dorso da língua na parte anterior (oral) e posterior (faríngeo), voltada
Língua para a orofaringe. V lingual.
Forame Cego Remanescente não-funcional da parte proximal do ducto tireoglosso embrionário.

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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

Localizado no vértice do V lingual.


Tonsilas Linguais Tecido linfóide localizado na parte posterior da língua
Superfície Inferior da Língua É unida ao assoalho da boca por uma prega mediana.
Frênulo da Língua Prega que une a língua ao assoalho da boca
Carúncula Sublingual Localiza-se de cada lado da base do Frênulo da Língua, que inclui o óstio do ducto
submandibular.

Músculos Extrínsecos da Modificam a posição da língua. Originam-se fora da língua e prendem-se a ela.
Língua:
M. Genioglosso
M. Hioglosso Inervação Comum: Nervo
- M. Condroglosso Parte do M. Hioglosso que nasce do Ligamento Estilohióideo Hipoglosso (NC XII)
M. Estiloglosso
M. Palatoglosso Inervação: Ramo Faríngeo do Nervo Vago (NC X)
Músculos Intrínsecos da Possuem origem e inserção na língua.
Língua:
M. Longitudinal
Superior
M. Longitudinal Inervação: Nervo
Inferior Hipoglosso (NC XII)
M. Transverso
M. Vertical

Inervação da Língua:
Motora N. Hipoglosso (NC XII)
Sensitiva
- Dois terços Sensitiva Geral: N. Lingual (ramo do V3) / Gustativa: N. Corda do Tímpano (ramo do VII), que
Anteriores se distribui pelo N. Lingual
- Terço Posterior Sensitiva Geral e Gustativa: N. Glossofaríngeo (NC IX)
- Pequena Área Sensitiva Geral e Gustativa: N. Laríngeo Interno (NC X)
Anterior à Epiglote

Figura 25
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RESUMO ANATOMIA MÉDICO-CIRÚRGICA DA CABEÇA

CORRELAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA: Hiperplasia Gengival: Hipertrofia da gengiva causada


Macroglossia: Língua aumentada e com sulcos de comumente por efeito colateral ao uso de antibióticos
impressão dos dentes. Pode ser decorrente de um hematológicos contra a leucemia.
hipotireoidismo, que causa crescimento gradual da
língua, ou por Edema de Quincke, um aumento agudo Doenças Neurogênicas: Podem provocar alterações na
provocado por uma reação alérgica. língua, que podem ser descobertas pelo exame
dinâmico da língua. Por exemplo, uma lesão do N.
Tipos de Línguas: hipoglosso (NC XII) causa paralisia daquele lado da
- Língua de Papagaio: Língua pequena; língua, causando desvio de seu ápice para o lado
- Língua Saburrosa: Língua branca devido à lesado.
descamação de células epiteliais;
- Língua Escrotal: Apresenta áreas com fendas Periodontite: Infecção que ataca e destrói as
transversais profundas. É considerada normal; estruturas que envolvem e sustentam os dentes. Pode
- Língua Geográfica: Apresenta áreas despapiladas. ocorrer a formação de abscessos na gengiva. Uma
Também é considerada normal, mas pode ser complicação é a meningite decorrente da
decorrente de uma estomatite; disseminação de infecções da arcada dentária superior
- Língua Careca: Ausência de papilas, típico de pessoas para o seio maxilar, e daí para a dura-máter.
com anemia perniciosa;
- Língua Negra Pilosa: Apresenta papilas filiformes Tumoração da Língua: Pode ser causada pelo fumo,
hipertrofiadas e hipercoradas, assemelhando-se a fios pelo efeito da nicotina e do alcatrão. As mucosas
de cabelo; gengival e lingual apresentarão manchas avermelhadas
- Língua Branca Pilosa: Apresenta papilas filiformes (eritroplasias) de difícil percepção, ou manchas
hipertrofiadas, mas não hipercoradas. brancas (leucoplasias).

Escarlatina: É uma doença infecciosa causada pela Carcinoma de Boca: É muito comum na área de
bactéria Streptococcus scarlatina. Começa como uma transição epitelial entre um epitélio estratificado
faringite, e depois atinge a pele e a língua. pavimentoso queratinizado para um epitélio não
- Língua em framboesa: De coloração vermelho queratinizado, pois o epitélio não queratinizado é mais
intenso; susceptível à incidência de radiação solar, logo,
- Língua em morango: Língua branca com áreas acomete os lábios principalmente. É mais comum no
vermelhas. homem, já que o batom feminino confere certa
proteção à mulher.
Sialoadenite: Inflamação da glândula sublingual.
Reflexo de Vômito: É possível tocar a parte anterior da
Sialolitíase: Cálculo na glândula sublingual. língua sem sentir desconforto; entretanto, quando a
parte posterior é tocada, o indivíduo sente ânsia de
Angina de Ludwig: Abscesso alveolar dos incisivos vômito. O NC IX e o NC X são responsáveis pela
centrais e laterais da arcada dentária inferior, pode contração muscular de cada lado da faringe. Os ramos
propagar-se para o assoalho da cavidade oral (M. milo- glossofaríngeos oferecem o ramo aferente do reflexo
hióideo) e causar grande inchaço cervical, do vômito.
comprometendo a região submandibular e
submentoniana. O inchaço causa dificuldade em Paralisia do Genioglosso: Quando o músculo
abaixar a língua, logo, a língua do paciente é jogada genioglosso está paralisado, a língua tem uma
para cima e para fora. Pode levar a um quadro de tendência a cair posteriormente, obstruindo a via
asfixia, sendo necessária a realização de uma aérea e causando risco de sufocação. Há relaxamento
cricostomia emergencial, ou uma traqueostomia. O total dos músculos genioglossos durante a anestesia
tratamento é feito por drenagem do abscesso e geral; portanto, uma pessoa anestesiada é entubada
manutenção da permeabilidade das vias aéreas do para evitar a queda da língua.
paciente, fazendo acessos se necessário.
Absorção Sublingual de Drogas: Para a rápida
Púrpura Trombocitopênica Idiopática: Doença absorção de uma droga, o comprimido ou spray é
autoimune em que o corpo produz anticorpos contra colocado sob a língua, onde se dissolve e entra nas
suas próprias plaqueta, apresentando, portanto, veias profundas da língua em menos de 1 minuto.
plaquetopenia, e sangramentos constantes,
principalmente nas gengivas. Cisto do Ducto Tireoglosso: Remanescente presente
na raiz da língua que se abre no forame cego.
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