E Book - 7 Formas de Agir Pelo Oceano de Dentro de Casa 1

POR OCEANO NA ESTRADA
BEM MAIS QUE
7 FORMAS DE
AGIR PELO
OCEANO DE
DENTRO DE
CASA!
INCENTIVANDO UMA
CULTURA OCEÂNICA
WWW.OCEANONAESTRADA.COM
BEM MAIS QUE 7 FORMAS DE AGIR PELO
OCEANO DE DENTRO DE CASA
1
O MERGULHO INICIAL:
O QUE É TER UMA CULTURA OCEÂNICA?
2
O MICRO:
OLHANDO PARA DENTRO
3
O MACRO:
O QUE ESTÁ ACONTECENDO
PARA ALÉM DOS MEUS OLHOS?
4
7 FORMAS PRÁTICAS DE AGIR PELO
OCEANO DE DENTRO DE CASA
5
SEGUIR EM FRENTE:
ACABEI DE LER E AGORA?
*
CAPÍTULO EXTRA

CAPÍTULO 1
O MERGULHO
INICIAL
O QUE É TER UMA CULTURA
OCEÂNICA
CAPÍTULO 1
Um, dois, três e respira. O Decidi colocar Cultura
mergulho vai começar. Oceânica no Capítulo 1 desse
Quem escreve para você e-book depois de algumas
nesse e-book sou eu, Luiza, experiências que tive atuando
Oceanógrafa pela UFSC, nesse "campo de batalha" de
idealizadora da Plataforma comunicação pelo oceano -
Oceano Na Estrada. Eu estou 24 horas por dia, 7 dias por
sempre contando minha semana.
aqui
história por aí, mas A cada dia percebo como
vamos olhar para você, para estamos longe de termos, de
o seu contexto, para fato, uma Cultura voltada ao

começarmos a entender Oceano - mesmo entre nós, os
juntos sobre como você comunicadores, pesquisadores
pode agir pela saúde do e profissionais da área, no
oceano. geral.
O papo por aqui vaialém de Mas, Luiza, o que seria essa tal
dicas práticas do que você Cultura Oceânica?
"tem que fazer" para

proteger o oceano de dentro
"Cultura Oceânica é
da sua casa. Se você quer
a compreensão da
apenas essas dicas, indico que
você vá direto para o Capítulo

influência do
4. Caso você queira se

oceano em você - e
aprofundar um pouco mais, da sua influência no

fica aqui que vamos começar. oceano"
01 WWW.OCEANONAESTRADA.COM 02
CAPÍTULO 1
E como surgiu essa ideia incrível de incentivar uma

Cultura que olhe para o oceano?
Lá em 2002 cientistas do mar e educadores perceberam a
falta de assuntos ligados ao oceano na educação formal dos
EUA. Foi então que surgiu um movimento colaborativo e "de
baixo para cima" para incentivar a inclusão do tema nas salas
de aula. Em 2004, depois de um workshop online que envolveu
mais de 100 pessoas relacionadas à área, foram definidos 7
Princípios Essenciais e 44 Conceitos Fundamentais da Cultura
Oceânica - que estão nesse documento.
Uma pessoa com uma Cultura Oceânica consegue:

> Compreender os princípios e conceitos fundamentais da
Cultura Oceânica (já vou te contar quais são eles!)
> Comunicar sobre o Oceano de forma consciente e informada
> Agir, intervir e decidir para promover uma sociedade
conectada e com atenção ao oceano.
Mais do que sensibilizar a sociedade,
precisamos incentivar que todos os
cidadãos tenham atitudes baseadas
em informação e responsabilidade
sobre o Oceano e seus recursos.
Vamos começar nosso mergulho

entendendo sobre os Princípios
dessa Cultura Oceânica?
CAPÍTULO 1
Os 7 Princípios Essenciais que

a sociedade deve conhecer
sobre o oceano:
Princípio 1.
A Terra tem um Oceano global e muito diverso.
Princípio 2.
O Oceano e a vida marinha têm uma forte ação na dinâmica
da Terra.
Princípio 3.
O Oceano exerce uma influência importante no clima.
Princípio 4.
O Oceano permite que a Terra seja habitável.
Princípio 5.
O Oceano suporta uma imensa diversidade de vida e de
ecossistemas.
Princípio 6.
O Oceano e a humanidade estão fortemente interligados.
Princípio 7.
Há muito por descobrir e explorar no Oceano.
CAPÍTULO 1
P.S: Eu tinha colocado os 44 Conceitos

Fundamentais da Cultura Oceânica logo aqui,
depois dos Princípios, mas o Gui sugeriu que eu
deixasse como Capítulo Extra - para quem quer
se aprofundar mais. Assim o fiz e todo esse
conteúdo está no final desse e-book, caso você
sinta o chamado de aprender mais.
CAPÍTULO 2
O MICRO:
OLHANDO PARA DENTRO
No Capítulo 1 entendemos os Princípios
Essenciais de uma Cultura Oceânica e agora
vamos mergulhar por águas mais reflexivas.
Gosto de começar pelo lugar onde mais
conhecemos desse mundo (ou deveríamos):
nós mesmos!
CAPÍTULO 2
Está preparada(o)? Agora é a hora de arregaçar as mangas
para desvendar mundos que você - e somente você - têm
acesso: o seu interior.
Quando pensamos em listas, como o título do nosso E-book,
queremos sempre encurtar caminhos. Queremos saídas rápidas
do tipo "me diz logo o que tenho que fazer" para chegar em tal
lugar. Mas sinto te informar que não é assim que as coisas
funcionam por aqui. Eu não vou simplesmente te dar uma lista,
baseada na minha visão de mundo, sobre o que você pode fazer
para melhorar a saúde do oceano de dentro da sua casa e vai
ficar por isso - porque eu sei que essa não é a solução.
É um processo de questionamentos e de transformação de
hábitos, que passa por você repensar seu lugar no mundo e até
mesmo por uma nova percepção sobre sua própria identidade.
Não é um rolê raso.

CAPÍTULO 2
Então, nesse capítulo vou te incentivar a olhar para dentro para
você começar a compreender sua relação com o oceano; para
você listar suas paixões, o que você é bom, o que é importante
para você. Vamos entender juntas(os) onde o oceano aparece
na sua vida e o qual o chamado você sente para agir por ele.
Comece pegando lápis e papel ou abra uma aba no Google
Docs para fazer os próximos exercícios.
Agora é a hora de mão na massa!
CAPÍTULO 2
Antes de começar um aviso: eu estou dando o máximo de mim
aqui do outro lado da telinha, então agora é só com você.
Exercício 1) Linha do Tempo

Vamos começar dando uma conferida básica na nossa vida?
Vou pedir para você desenhar uma Linha do Tempo da sua,
marcando os pontos-chave, experiências significativas ou os
famosos pontos de virada - aqueles que você olha e pensa:
"nessa época eu estava na pior e olha o que isso transformou na
minha vida". Detalhe: olhe para pontos-chave no geral, não
escolha necessariamente os que estão relacionados com
oceano, com meio ambiente ou qualquer coisa do tipo. Vou
colocar alguns pontos-chave da minha Linha do Tempo aqui
embaixo como exemplo:
4 anos - 12 anos - 14 anos - 17 anos - 17 anos - 18 anos - pedi

meus pais se comecei a mudei para troquei minha passei no de aniversário
separaram passar os um colégio decisão de vestibular uma viagem
finais de grande no vestibular do para para Amazonia
semana no ensino Direito para oceano- com minha
sítio médio Oceanografia grafia mãe e irmão
18-22 anos -
18-22 anos - 18-23 anos - participei de 19 anos - comecei a fazer
participei da
rodei 3 congressos e semanas terapia e me autoconhecer
Empresa
vezes em nacionais da oceanografia e através de diversas
Júnior do meu
Cálculo A conheci muita gente incrível práticas
curso
23 anos - fiz 24 anos - me 25 anos - fui

o primeiro tornei Fellow selecionada
post com de uma para uma
reflexões no organização capacitação 25 anos -
23 anos -
Instagram que admiro 24 anos - fui sobre água participei de
apresentei
Oceano Na muito selecionada em Recife um grande
meu TCC,
Estrada para um que mudou evento sobre
decidi não
trabalho de minha vida oceano que
fazer
10 dias na de novo. me marcou e
mestrado e
Amazônia me fez
sair da
que mudou entender meu
minha zona
minha vida lugar
de conforto
CAPÍTULO 2
Primeiro passo foi dado. Depois de fazer sua linha do tempo,
quero que você escreva uma memória/evento marcante na

sua vida - que pode ter aparecido na sua linha do tempo ou
não - que está relacionado ao oceano!
Agora deixe o exercício 1 guardadinho e vamos seguir em frente.
Exercício 2) O "eu" no mundo:

Hora de refletir sobre o seu lugar nesse mundão cheio de
ama fazer? O
possibilidades. Você já se perguntou o que você
que você sabe fazer? Com o que você se importa? O que você
queria ser quando criança? O que você faz hoje? O que você
quer fazer no futuro?
CAPÍTULO 2
Vou listar aqui embaixo alguns exemplo para você se inspirar,
mas antes vou deixar 2 dicas:
1) Não se preocupe caso você não consiga responder de primeira
- nem de segunda ou centésima. Estamos fazendo isso agora,
juntas(os)! Deixe as perguntas descansando na sua mente. Elas
vão chegando no tempo certo, acredite em mim.
2) Permita-se escrever bem de você mesmo, do que você é bom,
das suas habilidades, assuma seu potencial, o mundo precisa
dele!
Exemplo: Eu amo: viajar, conhecer/conectar pessoas,
autoconhecimento, sustentabilidade, oceanos, comunicação,
empreendedorismo | Eu sei: escrever bem, contar histórias, me
comunicar | Eu me importo: com um mundo melhor, com o meio
ambiente, com as pessoas terem uma vida digna e livre | Quando
criança eu queria ser professora, fotógrafa ou quem sabe astronauta |
Hoje eu ajudo pessoas a descobrirem como podem agir, dentro dos
seus contextos, por oceanos mais saudáveis e por um planeta melhor |
No futuro quero continuar fazendo isso.
CAPÍTULO 2
A essa altura já temos várias informações sobre nós mesmas e
sobre a nossa vida. Revivemos momentos marcantes da nossa
história, onde aprendemos e ensinamos muito. Olhamos para
nossos talentos, nossas paixões e para o que/quem nos
importamos. E para fecharmos esse capítulo eu te pergunto:
E o oceano?
Com todo esse levantamento feito, você encontrou algo
relacionado ao oceano? O tópico apareceu em algum lugar? É
marcante na sua história? Quando eu te perguntei uma memória
relacionada ao oceano, o que você lembrou? Seja sincera com
você. Pode ter surgido uma experiência ou momento marcante,
como umas férias na praia ou o dia que você tentou surfar. Ou
pode ser que você tenha descoberto que ama contemplar o mar.
Ou que você gosta muito de aprender sobre o assunto. O
objetivo aqui é olhar como a sua vida, suas paixões, suas
habilidades e o que você ama estão interligados com o oceano.
Para, por fim, compreender a importância do tema na sua vida e
no seu contexto.
CAPÍTULO 2
Quem sou eu para dar respostas para sua vida com esse e-book,
não é mesmo? O que farei é te deixar com várias perguntas para
você ficar aí pensando e, então, vir conversar comigo depois
sobre isso. Vamos refletir sobre mais algumas questões?
Você sente que agir pelos oceanos é a sua causa? Que você
quer viver isso 24h por dia, 7 dias por semana?
Ou você sente que quer contribuir, de alguma forma, em
paralelo a outras atividades, paixões, atuações que você já
tem?
Eu te pergunto isso para que você comece a entender qual é o
seu papel na proteção do oceano. Se você quer atuar
profissionalmente na área ou se você quer contribuir em paralelo
à outras atividades que você já tem.
Independente se você percebeu que o oceano é a
causa mais importante na sua vida ou nem tanto assim,
mas que você se importa, eu quero te dizer:
você PODE fazer muita coisa por ele de
dentro da sua casa! E é isso que vamos falar aqui!
CAPÍTULO 2
Primeiro passo foi dado. Olhamos com cuidado para nossas
vidas, os acontecimentos dela e compreendemos o que o oceano
significa para nós. Agora vamos seguir em frente.
Independente se você chegou a conclusão que quer agir pelos
oceanos de forma profissional ou não, todos podemos fazer a
nossa parte dos contextos que pertencemos. Eu tenho um
exemplo e uma inspiração bem grande para compartilhar com
você desse caso: a Tati Alcântara do Instagram @lixodepraia.
A Tati participou do 1 º Congresso Challenger, um congresso
online com a participação de 22 iniciativas de protetores dos
oceanos, que realizamos em abril de 2019. Na palestra ela
compartilhou um Guia do Ambientalista Solitário, baseado na
experiência dela. Eu não vou dar spoiler, mas vou liberar a
palestra completa para você assistir (olha que ela só está
disponível para a Lista de Espera da Plataforma e na própria
Plataforma, então aproveita!):
CLIQUE PARA SE INSPIRAR COM A TATI
CAPÍTULO 2
O que a Tati nos ensina sempre é que não importa o que você
faça, onde você trabalhe, qual é a sua formação. Você pode ser
a diferença que você quer ver no mundo e, assim, a partir do
exemplo, gerar transformações no seu contexto.
Temos a sensação de paralisia ou de impotência quando
pensamos que somos apenas um indivíduo, fazendo tão pouco,
mas eu realmente acredito que esse é um primeiro passo:
começar olhando para nós mesmos.
Também acredito no grande potencial de transformação que
acontece de "baixo para cima". Quando você começa a
compostar. Depois você incentiva que o seu prédio comece
também. Depois a sua rua. O que leva uma demanda para que a
cidade tenha políticas públicas que acompanhe e incentive
também. E uma bola de neve de transformações positivas
começa a acontecer.
São indivíduos que estão a frente de grandes empresas,
que representam cidades e países, que são tomadores
de decisões. Paremos de pensar que nosso potencial é
pequeno. Nós somos a mudança!
CAPÍTULO 3
O MACRO:
O QUE ESTÁ ACONTECENDO
PARA ALÉM DE MIM?
CAPÍTULO 3
Além de termos um grande potencial como indivíduos,
precisamos de apoio, incentivo e suporte para mudanças que
fogem do nosso alcance. Eu, como indivíduo, não resolvo a
problemática do saneamento básico no Brasil nem consigo
forçar que a Coca-Cola pare de cuspir embalagens para o
mundo. Por isso, é importante que estejamos por dentro do que
grandes organizações, empresas e tomadores de decisão estão
fazendo e pensando. Precisamos de pessoas atuando no micro e
pessoas atuando no macro. E além disso, o que considero o mais
importante e também desafiador, pessoas que transitam entre os
dois mundos.
Para a gente sair do individual e dar uma olhadinha "de cima",
quero te apresentar primeiramente a Agenda 2030 da ONU. Sim,
a gente está cansada de Agendas, eventos e compromissos
mundiais, que reúnem "pessoas importantes" de vários lugares do
mundo depois de várias viagens de aviões emitindo dióxido de
carbono que não há compensação que valha a pena, que
resultam em discussão e negociação - e inação!
CAPÍTULO 3
Porém, como eu disse, sabendo o que está sendo definido "lá em
cima" conseguimos nos apropriar, buscar apoios e trazer para
executar nas nossas realidades.
Voltando a Agenda 2030, que está aí desde 2015 e precisamos
saber que ela existe: ela é um plano de ação para as pessoas, o
planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal.
O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os
ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida
digna para todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e
metas claras, para que todos os países adotem de acordo com
suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria
global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida
das pessoas, agora e no futuro. Este é um plano para governos,
sociedade, empresas, academia e para você. Um dos ODS é o
14: Vida na Água, que busca conservar e promover o uso
sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para
o desenvolvimento sustentável. Apesar de todos os ODS estarem
interligados, é em relação ao 14 que atuamos mais fortemente.
Temos um conteúdo gratuito no nosso YouTube que te conta
mais sobre o assunto, confere aqui.
CAPÍTULO 3
Além da Agenda 2030, que tem um Objetivo focado na Vida na
Água, em 2017 as Nações Unidas definiram que de 2021 a 2030
será a Década dos Oceanos ou Década da Ciência Oceânica
para o Desenvolvimento Sustentável. Isso significa que muitos
olhares estarão no oceano nos próximos anos e nós, também
protetores do oceano, precisamos estar por dentro disso.
Vou deixar aqui embaixo o material disponível na biblioteca
virtual da UNESCO com o porquê da definição de uma Década,
o que ela quer alcançar, a estratégia para organização dela.
Vale a pena conferir para saber o que está acontecendo e onde
você pode se encaixar nessa história - eu achei o meu lugar na
comunicação na internet, por exemplo, você pode encontrar o
seu transformando seus hábitos por oceanos mais saudáveis.
CAPÍTULO 3
Uma das atividades do período de preparação para a Década -
no momento que escrevo esse e-book ainda temos 1 ano - é a
organização de Workshops Regionais com especialistas da área.
São divididos Grupos de Trabalho para que essas pessoas
pensem em estratégias para cada tema. O Workshop do
Atlântico Sul aconteceu no Rio de Janeiro em novembro (2019) e
eu participei no Grupo de Comunicação para a Década.
Só que deixa eu te contar uma história: assim que chegamos ao
evento recebemos um kit, como em todos os eventos - já fica a
dica para pensarmos em coerência desde esse ponto. É
importante mencionar que nesse kit havia uma xícara, que por
sinal eu amo, tomo café todo dia nela até hoje. Tudo ok até aí,
até que a tarde, no primeiro coffee break do evento, tchanan:
plástico!
Ao lado da térmica do café os malditos copinhos de isopor
estavam lá. Eu já não acreditei. Mas não acreditei ainda mais
quando vários daqueles 120 especialistas super selecionados e
conscientes de todas as problemáticas do oceano possíveis
usaram os tão ultrapassados descartáveis.
São nessas horas que voltamos ao papo do capítulo anterior:
somos todos indivíduos. Nós devemos ser a mudança que
queremos ver no mundo, não importa se estamos agindo no
micro ou no macro. Além disso, é importante que entendamos o
que está acontecendo fora da nossa bolha: mesmo que eu atue
no micro, no individual, eu preciso entender o que está
acontecendo "lá em cima".
CAPÍTULO 3
Eu também não sei o que a Década vai significar para nós,
profissionais da área, estou aguardando e farei a minha parte na
comunicação para que ela seja incrível e nos traga mudanças
reais. Como eu te falei, eu quis te contar sobre ela porque é
importante que você também saiba dessas "grandes decisões e
definições", para cobrar junto comigo ações, para buscar apoio
e suporte, para que façamos a diferença, de fato.
Caso você seja um curioso apaixonado pelo oceano que queira
fazer a sua parte, eu te digo: isso importa MUITO! A gente
precisa de você! Você viu que ainda continuamos a agir no
automático - no próprio evento da Década. A mudança precisa
ser real e partir do coração. Eu gosto muito da expressão "walk
the talk", que significa algo como esteja alinhado com o que
você fala. Ao mesmo tempo que sei que essa caminhada pode
durar uma vida inteira.
Por fim, no próximo capítulo eu vou compartilhar uma listinha
simples, mas não fácil, de alguns hábitos diários que contribuem
para que sejamos pequenos agentes de transformação e
regeneração dos oceanos e do Planeta - começando pela nossa
própria casa.
CAPÍTULO 4
7 FORMAS
PRÁTICAS DE
AGIR PELO
OCEANO DE
DENTRO DE
CASA
CAPÍTULO 4
E chegamos ao capítulo tão esperado: a lista com 7 (das muitas
possibilidades) de tarefas para você agir pelo oceano de dentro
de casa. Se você abriu o e-book e veio direto para cá, perdeu
toda nossa reflexão das páginas anteriores. Além disso, quero te
contar que você não vai colocar todos os pontos em prática do
dia para a noite. É mais quem um "checklist". É um processo e é
necessário tempo para que mudanças efetivas aconteçam.
Antes de eu compartilhar a tal lista, quero te

perguntar: você sabe como funciona um hábito?
Eu li um livro que foi primordial para me tornar mais consciente
sobre minhas ações, o famoso O poder do Hábito, de Charles
Duhigg. Nele eu aprendi muitas coisas - e já deixo a dica para
você. Uma delas foi sobre como funcionam nossos hábitos.
São 3 R's do hábito: Recado - Rotina - Recompensa. Vou te
explicar como funciona esse looping.
1) Recado: algo 2) Rotina:
acontece, como um acontece a
gatilho, e você ação ou o
toma uma ação! comportamento.
3) Recompensa: o
benefício que você
ganha por ter
determinado hábito
Se a recompensa for positiva, você vai querer repetir a ação
quando o próximo recado/gatilho for acionado. E pela
repetição, você poderá ter um novo hábito.
CAPÍTULO 4
Quando eu tentei parar de comer carne pela primeira vez, eu
notei que sempre que eu ia à um restaurante à quilo e tinha
frango ou peixe à milanesa eu não conseguia resistir e colocava
no meu prato. Podia ter a melhor lasanha de frango ou a melhor
carne assada e eu nem ligava. Mas frango ou peixe à milanesa...
eram a minha fraqueza.
Com o passar dos meses, eu comecei a perceber que existia um
padrão. Toda vez que esses pratos eram servidos, eu comia
carne. Percebi que era o Recado ou o Gatilho que
desencadeava uma Rotina e que me trazia uma Recompensa.
Com algumas reflexões e um mergulho interno eu me lembrei que
frango ou peixe à milanesa eram frequentes na minha
alimentação quando criança, principalmente quando íamos
comer fora e eles estavam no buffet. Era como se os pratos me
lembrassem os dias felizes e divertidos em que saíamos da rotina
de comer em casa e íamos comer algo diferente do usual. E essa
era a minha recompensa quando eu os comia, eu me conectava
com esses sentimentos.
Tenha consciência dos seus gatilhos que vão
desencadear ações automáticas!
Então, depois que eu criei consciência disso, minha primeira
ação foi parar de me servir antes de chegar na parte das carnes
- que ficava no final do buffet. Isso fazia com que eu não me
servisse delas. O Gui e minha mãe vez ou outra se serviam e eu
continuava pegando um pedacinho do prato deles - para mim
pelo menos não era um pedaço inteiro.
CAPÍTULO 4
Estou te contando essa história para que você entenda que
mudar hábitos é bem mais profundo do que parece. Eu fiquei 1
ano ainda comendo peixe - frango eu consegui parar. Depois
voltei totalmente a comer carne. E agora estou sem comer
novamente. Não se sabe amanhã...
Não há atalhos, não há hacks, não é linear! É um processo!
Então depois de refletir sobre hábitos e sobre os
processos lentos (ou não) de mudanças, vamos
enfim para a nossa listinha:
CAPÍTULO 4
1. Recuse Descartáveis:
Quero começar com essa dica porque ela reflete muito da nossa
cultura da exploração e do descarte, do pensamento linear, do
viver no automático. Quando menciono os descartáveis são os
tais copinhos, colherzinhas, garfinhos, pratinhos, canudinhos,
sacolinhas - e todos os inhos que existem por aí, mas também as
fraldas, os absorventes menstruais, as embalagens que usamos
nas comidas "para levar", as água que compramos
engarrafadas...
Para recusar os descartáveis precisamos nos preparar - porque a
sociedade não colabora, pelo contrário, sempre que possível nos
força a utilizá-los. Por isso, o primeiro passo é você decidir que

quer repensar esse hábito. Fazer um esforço consciente para
tal. E depois: programar-se! Você vai precisar se organizar e
entender em quais momentos e o motivo que faz você utilizar
cada um dos itens que citei acima. Lembra dos Recados ou
Gatilhos que aprendemos estudando como um hábito funciona?
Busque reconhecê-los!
Outra dica é que você não precisa começar recusando tudo de
uma vez só. Comece com apenas um deles.
CAPÍTULO 4
Vou deixar dicas que podem te ajudar no processo:
Deixe uma sacola reutilizável próximo da porta de saída da
sua casa, no carro, na bicicleta. Assim você não precisa
lembrar de levá-la, porque ela já vai estar lá quando você for
ao mercado, por exemplo.
Pegue um copo, que eu sei que você já tem em casa - o meu
é desses reutilizáveis de plástico de um evento que fui - e
coloque dentro da sua bolsa. Pelo menos no começo, se você
tiver mais de um e usar mais de uma bolsa/mochila, coloque
um copo dentro de cada uma delas. Assim, quando você sair
de casa na correria o copo já estará lá, não importa qual
bolsa você tenha levado.
Leve sua própria garrafa ou solicite "água da casa" nos
lugares que você vai. Comprar água, um direito universal para
qualquer ser humano, é sem sentido ao meu ver. Além disso,
para quê gastar dinheiro e gerar mais uma embalagem para
algo que você tem em casa? Só precisa de um pouquinho de
organização para estar com sua água com você na hora que
a sede bater.
Os canudinhos muitas vezes são desnecessários, né? Você
pode simplesmente virar a bebida direto na boca ou no seu
copo. Caso você precise deles por alguma razão, aí sim vale
a pena você ter um reutilizável.
CAPÍTULO 4
Se você usa muitos descartáveis porque come bastante fora
de casa, planeje-se para ter seu próprio Kit. Leve na bolsa
talheres que você tem em casa, até um potinho, caso tenha
espaço, e guardanapos de pano para poupar embalagens por
aí. Você pode pedir para o atendente servir diretamente nos
seus recipientes ou no seu guardanapo.
Sobre as fraldas descartáveis, não sei de fato como é o
processo de usar as de pano nos bebês - porque ainda não
tive essa experiência, mas existem muitas mães que fizeram
essa escolha. Confere o conteúdo da Luana da @simplease.
Em relação aos absorventes, eu substituí os descartáveis pelo
coletor menstrual e absorventes de pano - não testei as
calcinhas reutilizáveis porque já me adaptei com os dois
primeiros.
Todas essas sugestões tem algo em comum: pensarmos na
finitude de recursos do planeta, pensarmos de forma circular,
diminuirmos o nosso descarte e consequentemente a poluição do
oceano. Fique livre para adaptar as ideias à sua realidade.
CAPÍTULO 4
2. Pare de criar lixo: composte e recicle
seus resíduos.
Quando indicamos ali na dica 1 para que você pare de usar as
sacolinhas plásticas, você pode estar se perguntando: e onde
vou colocar meu lixo, Luiza?
Bom, primeiro de tudo, quero te perguntar: seu o que?
Lixo ou rejeito é tudo aquilo que não mais jeito. E para a gente
começar essa reflexão é importante que você conheça a
Pirâmide Desperdício Zero. Ela é um ótimo guia para a nossa
tomada de decisões e nos ajuda a termos um estilo de vida de
baixo impacto. A ideia é que antes de tudo devemos Repensar.
Nosso estilo de vida, nosso hábito X, aquele produto que sempre
compro, etc. Depois que repensei - e questionei - penso em
recusar. Recusar tudo aquilo que não preciso, que é imposto da
forma Y e eu acredito que o ideal deve ser Z e por aí vai...
REPENSAR
RECUSAR
REDUZIR
REUTILIZAR
REPARAR
RECICLAR/
COMPOSTAR
CAPÍTULO 4
O que você não consegue Recusar, você Reduz o uso. Por
exemplo, você sabe que o ideal é usar as sacolas reutilizáveis,
então você passa a recusar as descartáveis. Só que vez ou outra,
enquanto você adquire seu novo hábito, você ainda as esquece.
Então, acaba utilizando as descartáveis. Ou seja, você já
começou a reduzir o uso daquilo que antes você nem
questionava!
O passo seguinte, depois de Repensar, Recusar e Reduzir é
Reutilizar. Na história das sacolas, as poucas que você ainda
teve que usar, você vai reutilizar ao máximo que conseguir!
Em seguida, eu gosto do Reparar. Para o caso da sacola não se
encaixa, mas para roupas, por exemplo, é super útil.
Por fim, o que passou por todo esse filtro e chegou ao final, as
indicações são Reciclagem ou Compostagem.
As primeiras atitudes para evitar a criação de
lixo e mais descarte no Planeta é sempre
repensando e recusando!
CAPÍTULO 4
Bom, percebemos que a maioria de nós vive criando lixo como se
não houvesse o amanhã. Não reflete sobre a Pirâmide do
Desperdício e quando chega ao final dela, não fecha o ciclo
com a Compostagem e Reciclagem. Simplesmente faz o
descarte para o lixão ou o aterro sanitário.
E qual a relação desse papo com as sacolinhas?
Olhar para os nossos resíduos com carinho e cuidado, os
entendendo como recursos do planeta, é o primeiro passa para
grandes mudanças. Quando a gente valoriza nossos resíduos,
separando entre orgânicos e secos, podemos encaminhar cada
um deles corretamente - para compostagem e reciclagem - e
não continuamos tão reféns assim das sacolinhas.
Para te ajudar, vou dar dicas de como armazenar seus resíduos:
você pode usar um balde com tampa, e sem sacola, para
armazenar seus orgânicos. E os secos podem ficar em caixas de
papelão oferecidas em mercados ou em sacos reutilizados de
outros produtos que você já comprou, como de papel higiênico
ou ração de cachorro (exemplo da foto).
CAPÍTULO 4
Para o lixinho do banheiro você pode fazer sacolas de jornal ou
reutilizar sacos de papel ou outros que você tem em casa. Se
você não conseguir e precisar usar as sacolinhas plásticas,
relaxa! Imagina o quanto você já economizou de recursos do
planeta em todo esse processo de mudanças de hábitos. É
aquele clichê: feito é melhor que perfeito (eu mesma uso sacolas
plásticas no lixinho do meu banheiro, mesmo sem pegar sacolas
no mercado - elas sempre surgem de todos os lugares!!!)
Outro ponto da colaboração da compostagem e reciclagem dos
nossos resíduos para a saúde do oceano é porque com elas
diminuímos nossa pegada ecológica. Paramos de enviar nossos
resíduos para o aterro, contribuímos para que menos recursos
'virgens' sejam extraídos do planeta e diminuímos a emissão de
dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa nesse
processo - que está diretamente ligado com as mudanças
climáticas e acidificação do oceano - além de que adquirir
esses novos hábitos é o começo para transformações ainda
maiores.
ONDE COLOCAR MEUS RESÍDUOS?

RECICLÁVEIS: Use caixas de papelão oferecidas
normalmente nos mercados ou reutilize sacos
grandes que vieram em produtos que você já
comprou: papel higiênico, ração de cachorro, etc.
ORGÂNICOS: Use baldinhos com tampa! Potinhos
de sorvete são uma possibilidade se você não
produz muito resíduo ou potes maiores de
óleo/manteiga, normalmente encontrados em
restaurantes ou padarias.
REJEITO: Faça sacos de jornal ou reutilize sacos de
pão. Ou use as sacolinhas de plástico mesmo - eu
tenho certeza que elas surgem de todos os lugares
mesmo que você as recuse no mercado.
CAPÍTULO 4
3. Troque sua esponja verde/amarela por
uma bucha vegetal

Era uma vez uma saída de campo de zooplâncton - que
traduzindo quer dizer uns bichinhos minúsculos que vivem na
coluna d'água e fazem parte da base da cadeia alimentar
marinha. Nessa saída nós fizemos uma coleta onde apareceram
vários pedaços de esponjas sintéticas, essas mesmo que usamos
na cozinha.
Foi um dos dias da minha vida que eu senti na prática a nossa
influência na vida do oceano e seus organismos. Eu não consegui
acreditar que a esponja que eu usava na minha cozinha poderia
ter ido parar na Baía Norte de Florianópolis - onde foi a coleta.
E aí eu lembrei de todos os momentos que eu lavei aquelas
tábuas de madeiras de corte, em que eu esfregava a esponja e
via os mini-pedaços indo ralo abaixo com a água. Que dor no
coração.
Eu ainda continuei a usar essa esponja por muito tempo, porque
eu não fazia ideia como ia substituí-la, até que descobri que a
bucha vegetal super comum de usar no banho também poderia
ser usada na minha pia.
CAPÍTULO 4
Não estou falando para você ir imediatamente jogar sua esponja
fora, acalme-se. Se ela estiver em boas condições, use até ela
perder a qualidade. E depois, para destiná-la da melhor forma,
busque pontos de coleta, como o do Programa Nacional de
Reciclagem de Esponjas Scotch-Brite® - no lixão/aterro ela vai
viver até a eternidade, o mínimo é fazermos nossa parte e a
devolvermos para quem a fabricou.
Sobre o uso da bucha, no começo foi estranho para acostumar,
afinal, uma é natural a outra é sintética. Uma eu nunca tinha
usado na vida para lavar louça e a outra eu usava desde que
lavei o primeiro prato. Mas deu tudo certo e hoje planto buchas
onde moro, dou de presente para amigos e sou apaixonada por
ela. Super indico que você se aventure por esse mundo também.
Depois me conta!
CAPÍTULO 4
4. Lugar de bituca é no lixo!

Eu não sei se você fuma ou não, mas estou dando o aviso para
garantir. As bitucas são um dos itens mais encontrados em
limpezas de praia, portanto, precisamos dar muita atenção para
o descarte das mesmas. Caso você nunca tenha refletido sobre
isso, a bituca tem a função de filtrar todas as toxinas do cigarro
para que ele não entre em você. Então, imagine. Tudo de
péssimo possível do cigarro fica nela. E aí você joga ela por aí
achando que está ok. E aí ela vai parar na praia. O mínimo que
podemos fazer pelo oceano de dentro de casa e dos lugares que
frequentamos é destiná-las adequadamente: em bituqueiras ou
como rejeito. Eu vou aproveitar e deixar mais dois conteúdos
incríveis para você aprender mais sobre isso.
CAPÍTULO 4
5. Repense seu consumo de carne
Você pode achar que eu estou louca, mas o consumo de carne e
a proteção do oceano também estão interligados - como tudo
nesse mundão. Talvez você já saiba, talvez não, mas a pecuária
e seus subprodutos são responsáveis por muitas emissões de
gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, para
atmosfera. E como você aprendeu no primeiro capítulo sobre
Cultura Oceânica, o oceano e atmosfera estão sempre trocando
entre eles, inclusive os gases. E um dos processos relacionados
ao aumento de gás carbônico na atmosfera é a acidificação do
oceano. Por isso, se você sabe que a pecuária contribui muito
para as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de
carbono, e que isso prejudica o oceano, é de se pensar em
diminuir o seu consumo de carne, que tal?
Além disso, outro ponto aqui é a sobrepesca. Uma das
possibilidades para você ter uma escolha mais consciente sobre
o tema, é buscar consumir frutos do mar e pescados locais,
ambientalmente responsáveis, que não estejam ameaçados de
extinção. Procure se informar sobre esses pontos antes de fazer
sua escolha de consumo. O Bryan, oceanógrafo da Olha o Peixe!
atua com pescadores artesanais no Paraná e está contribuindo e
muito para o consumo consciente de pescados. Ele participou de
dois conteúdos da Oceano Na Estrada: Empreendedores
criativos nas ciências do mar e Entrevistas de Inspiração sobre o
mercado de trabalho. Confere lá o site deles e me conta depois.
CAPÍTULO 4
6. Fortaleça o rolê de outras pessoas
Essa é mais fácil do que você imagina. Diretamente do seu
próprio celular você consegue apoiar o trabalho de pessoas que
se dedicam totalmente para o oceano.
No nosso caso que somos criadores de conteúdo e
comunicadores do oceano, apenas um clique curtindo,
comentando e compartilhando, ajuda muito para que mais
pessoas sejam atingidas pela nossa mensagem. Faça isso com
todos os trabalhos que você admira, não custa nadinha.
Para ONGs, você também pode fazer doações em dinheiro ou do
seu tempo, para colaborar como voluntário quando for
solicitado, como em limpezas de praia.
É muito importante que a gente fortaleça o trabalho de outras
pessoas que dedicam suas vidas para isso e que em paralelo
cada um de nós continue fazendo o que é possível no nosso dia
a dia.
CAPÍTULO 4
7. Vá além do consumo consciente
Tudo que eu falei aqui são mudanças individuais que podemos
fazer nas nossas casas, mas é claro que isso não basta para
termos uma mudança radical na situação do planeta - mais
claramente na emergência climática que já está acontecendo.
Depois de pensar no micro, expanda um pouco o seu olhar para
pensar em outros setores da sociedade, como governos e a
indústria. Não podemos (e não devemos!) assumir toda a
responsabilidade como indivíduos apenas, sem cobrar mais
transparência de grandes corporações e incentivos do governo
através de legislações, por exemplo. Afinal, quem mais contribui
para a poluição plástica desse mundão não é quem consome,
né? É quem cria tais produtos e joga aí para o mundão com o
total de 0 responsabilidade.
Por isso, considere estourar sua bolha, cobrar a indústria e os
tomadores de decisões! Envolva-se com os gestores públicos da
sua cidade, saiba o que está acontecendo, cobre e fiscalize!
CAPÍTULO 5
SEGUIR EM
FRENTE:
ACABEI DE LER E AGORA?
CAPÍTULO 5
Chegamos ao fim do nosso papo e eu quero te contar que se
você não sabia de muitas coisas que te contei provavelmente
você vai ficar ainda mais paralisada(o) de agora em diante.
Porque isso é normal. É como se você tivesse olhado o todo e
tivesse visto o quanto de coisas temos que fazer. E a primeira
reação, claramente, é continuar na mesma e fazer nada para
mudar. Curta esse momento, porque ele também faz parte do
processo.
Eu também poderia ter continuado essa lista por muitos itens,
como sugerir que você faça compras à granel, compre local,
orgânicos, repense suas roupas, afinal a indústria da moda é
uma das mais poluidoras do mundo e por aí vai... Mas a minha
intenção é te incentivar a questionar, para que você mesmo
compreenda o que pode fazer pelo oceano no seu contexto.
Eu espero ter conseguido de alguma forma e vou ficar muito feliz
se você puder me contar o que achou de todo o conteúdo por
aqui. É importante para fazermos ajustes e melhorarmos cada
vez mais nossa comunicação, para que ela faça sentido para
você que está aí do outro lado. Manda direct, whats, e-mail,
reposta no seu instagram alguma parte que você gostou!
Ficaremos felizes em receber o seu feedback.
CAPÍTULO 5
De qualquer forma, finalizo agradecendo a você que se
disponibilizou para mergulhar nessas reflexões junto comigo.
Sermos a mudança que queremos ver no mundo não é um
processo fácil, apesar de parecer simples, porque precisamos
desconstruir muitas verdades anteriores e até mesmo maiores
que nós - como repensar o sistema. Mas eu quero te dizer que é
uma mudança necessária e que precisamos passar por ela.
No últimos tempos venho inclusive refletindo sobre como o
autoconhecimento está diretamente relacionado com um mundo
melhor e até mesmo com um oceano mais saudável. É profundo,
mas falaremos mais disso em outras oportunidades, inclusive na
parte dos assinantes da Plataforma.
Por fim, eu desejo que você possa ter aproveitado uma frase que
seja de tudo que eu compartilhei aqui, porque saiu do coração e
com intenção de ser verdadeiramente útil.
Que você feche esse e-book e AJA!
Um beijo,
Luiza
"NÃO PRECISAMOS DE
ALGUMAS PESSOAS
AGINDO
PERFEITAMENTE.
PRECISAMOS DE
MILHÕES DE PESSOAS
FAZENDO DE FORMA
IMPERFEITA"
adaptado de Anne Marie Bonneau / Zero Waste Chef

CAPÍTULO
EXTRA:
CAPÍTULO EXTRA
E os Conceitos Fundamentais
dos Princípios da Cultura
Oceânica?
Princípio 1. A Terra tem um Oceano global e
muito diverso.
A) O oceano é a componente física dominante do planeta
cobrindo aproximadamente 70% da superfície da Terra. Existe
um oceano com muitas bacias, como Pacífico Norte e Sul,
Atlântico Norte e Sul, Índico, Ártico e Austral (sul).
B) O relevo das bacias oceânicas contém (aqui imaginem o
oceano sem água; você ia enxegar o que? todas as
formações, que são...) montes submarinos, planícies abissais,
cadeias montanhosas e fossas oceânicas que variam de
acordo com o movimento das placas tectônicas. Os picos mais
altos da Terra, os vales mais profundos e as planícies mais
planas estão todos no oceano.
WWW.OCEANONAESTRADA.COM 46
CAPÍTULO EXTRA
C) Em todo o oceano existe um sistema de circulação
interconectado alimentado pelo vento, marés, pela força de
rotação da Terra (efeito Coriolis), pelo sol e pelas diferenças
de densidade da água. A forma das bacias oceânicas e as
massas de terra adjacentes influenciam o caminho da
circulação. Esse cinturão de circulação global move a água
dos oceanos por todas as bacias oceânicas, transportando
energia (calor), matéria e organismos ao redor do oceano.
Mudanças na circulação oceânica têm um grande impacto no
clima e causam mudanças nos ecossistemas.
D) O nível do mar é a altura média do Oceano relativamente à
terra, levando em consideração as diferenças provocadas
pelas marés. Ele é alterado à medida que as placas tectônicas
causam alterações no volume das bacias oceânicas e no
relevo; à medida que as calotas de gelo na terra derretem ou
aumentam; e à medida que a água do mar se expande e se
contrai - quando a água do oceano aquece e esfria.
(Clique na imagem para ser direcionada(o) para um vídeo do YouTube
onde você conseguirá entender visualmente sobre essa tal circulação do
Conceito Fundamental C)
CAPÍTULO EXTRA
está conectado a todos os
reservatórios de água da Terra
por meio de processos de
evaporação e precipitação.
G) O oceano está conectado
aos principais lagos, bacias
hidrográficas e cursos de
água, porque todos chegam
ao oceano. Rios e córregos
E) A maior parte da água da transportam nutrientes, sais,
Terra (97%) está no oceano. sedimentos e poluentes das
A água do mar tem proprieda- bacias hidrográficas para
des únicas: é salgada, tem um estuários costeiros e para o
ponto de congelamento inferi- oceano.
or ao da água doce, densida-
de mais elevada, condutivida- H) Embora o oceano seja
de elétrica muito superior e é vasto, ele é finito e os seus
levemente básica. O equilíbrio recursos são limitados.
do pH é vital para a saúde dos
ecossistemas marinhos e
importante no controle da
taxa em que o oceano
absorverá e amortecerá as
mudanças no dióxido de
carbono atmosférico.
F) O oceano é parte integran-
te do ciclo da água e
CAPÍTULO EXTRA
Princípio 2. O Oceano e a vida marinha têm

uma forte ação na dinâmica da Terra.
A) Muitos ciclos biogeoquímicos têm origem no oceano. Muitas
das rochas agora expostas em terra foram formadas no oceano.
A vida marinha contribui para o vasto volume de rochas
silicáticas e cabonáticas.
B) Ao longo do tempo as alterações no nível do mar aumentaram
e diminuíram as áreas emersas da Terra, criaram e destruíram
mares interiores e mudaram a forma da superfície terrestre.
C) A erosão das zonas costeiras - o desgaste das rochas, do solo
e de outros materiais terrestres de origem biológica e geológica
- ocorre por ação do vento, das ondas e das correntes dos rios e
do oceano provocando o deslocamento de sedimentos.
CAPÍTULO EXTRA
A maior parte da areia da praia (pequenos pedaços de animais,
plantas, rochas e minerais) é erodida de fontes terrestres e
transportada para a costa pelos rios; a areia também é resultado
da erosão da zona costeira pela ação das ondas, sendo depois
distribuída sazonalmente pelas correntes costeiras e ondas.
D) O oceano é o maior reservatório de carbono na Terra. Muitos
organismos usam carbono dissolvido no oceano para formar
conchas, outras partes esqueléticas e recifes de coral.
E) O relevo costeiro resulta das atividades tectônicas, das
alterações do nível do mar e da força das ondas.
CAPÍTULO EXTRA
Princípio 3. O Oceano exerce uma influência

importante no clima
A) O oceano exerce um controle fundamental sobre o clima e as
condições meteorológicas. Transporta energia e domina os ciclos
da água e do carbono, moderando as oscilações de temperatura
e mantendo a estabilidade da composição da atmosfera.
B) O oceano modera o clima global absorvendo a maior parte da
radiação solar que chega à Terra. A troca de calor entre o
oceano e a atmosfera impulsiona o ciclo da água e a circulação
oceânica e atmosférica.
C) A troca de calor entre o oceano e a atmosfera pode resultar
em fenômenos climáticos globais e regionais intensos,
impactando os padrões de chuva e seca. Exemplos significativos
são a Oscilação Sul - El Niño e La Niña, que causam mudanças
importantes nos padrões climáticos globais, porque alteram os
padrões da temperatura da superfície do mar no Pacífico.
CAPÍTULO EXTRA
D) A condensação da água
que evaporou dos mares
quentes fornece energia para
furacões e ciclones. A maior
parte das chuvas que caem
em terra, originalmente se
evaporou nas zonas tropicais
do oceano.
E) O oceano domina o ciclo
de carbono da Terra. Metade
da produção primária da
Terra ocorre nas camadas do
oceano iluminadas pelo cia significativa na regulação
sol. Além disso, o oceano do clima, absorvendo,
absorve aproximadamente armazenando e
metade de todo o dióxido de movimentando calor, dióxido
carbono da atmosfera. de carbono e água.
Mudanças na circulação do
F) O oceano teve e oceano produziram grandes
continuará a ter uma influên- mudanças abruptas no clima
nos últimos 50.000 anos.
G) Mudanças no sistema
oceano-atmosfera podem
resultar em mudanças no
clima que, por sua vez,
causam novas mudanças no
oceano e na atmosfera.
Essas interações têm
consequências físicas,
químicas, biológicas,
econômicas e sociais.
CAPÍTULO EXTRA
Princípio 4. O Oceano permite que a Terra

seja habitável
A) A maior parte do oxigênio na atmosfera veio originalmente
das atividades de organismos fotossintéticos no oceano. Esse
acúmulo de oxigênio na atmosfera da Terra era necessário para
que a vida se desenvolvesse e se sustentasse.
B) O oceano é o berço da vida: a evidência mais antiga de vida
foi encontrada no oceano. As milhões de espécies diferentes de
organismos na Terra hoje são relacionados por descendentes de
ancestrais comuns que evoluíram no oceano e continuam a
evoluir hoje.
C) O oceano forneceu e continua a fornecer água, oxigênio,
nutrientes e modera o clima necessário para a vida existir na
Terra (Princípios Essenciais 1, 3 e 5).
CAPÍTULO EXTRA
Princípio 5. O Oceano suporta uma imensa

diversidade de vida e de ecossistemas
A) O tamanho dos organismos no Oceano varia desde os
menores seres vivos, como vírus, até o maior animal da Terra, a
baleia azul.
B) A maioria dos organismos e biomassa no oceano são micro-
organismos, que são a base da cadeia alimentar marinha. Os
micro-organismos são os principais produtores primários no
oceano. Eles têm taxas de crescimento e ciclos de vida
extremamente rápidos e produzem uma quantidade enorme de
oxigênio na Terra.
C) Alguns dos principais grupos de organismos encontram-se
somente no Oceano. A diversidade de alguns grupos de
organismos é muito maior no Oceano do que em terra.
CAPÍTULO EXTRA
-de de organismos que vivem
lá. A vida nos oceanos não é
distribuída igualmente no
tempo ou no espaço devido a
diferenças nos fatores
abióticos, como oxigênio,
salinidade, temperatura, pH,
luz, nutrientes, pressão,
substrato e circulação.
Algumas regiões do oceano
sustentam vida mais
abundante e diversificada
D) A vida no Oceano fornece que em qualquer lugar da
vários exemplos únicos de Terra, enquanto a maior parte
ciclos de vida, adaptações e do oceano não suporta muita
relações importantes entre os vida.
organismos, tais como
simbiose, predação e G) Existem ecossistemas

transferência de energia. oceânicos profundos que são
independentes da energia da
E) O oceano fornece um luz solar e de organismos
vasto espaço de vida com fotossintéticos.
ecossistemas diversos e
únicos, desde a superfície
até a coluna d'água, até o
fundo do mar e abaixo dele.
A maior parte do espaço vital
da Terra está no oceano.
F) Os ecossistemas marinhos
são definidos por fatores
ambientais e pela comunida-
CAPÍTULO EXTRA
As fontes hidrotermais submarinas e as fontes frias de metano
fornecem a energia química e térmica que sustenta a vida dos
organismos quimiossintéticos.
H) Marés, ondas e predação causam padrões de zonação
vertical ao longo da costa; os níveis de densidade, pressão e luz
causam padrões de zoneamento vertical em mar aberto. Os
padrões de zonação influenciam a distribuição e a diversidade
dos organismos.
I) Os estuários fornecem áreas importantes e produtivas de
viveiro para muitas espécies marinhas e aquáticas.
CAPÍTULO EXTRA
Princípio 6. O Oceano e a humanidade estão

fortemente interligados.
A) O oceano afeta cada vida humana. Fornece indiretamente
água doce (a maioria das chuvas vem do oceano) e quase todo
o oxigênio da Terra. O oceano regula o clima da Terra e afeta a
saúde humana.
B) Do oceano obtemos alimentos, medicamentos e recursos
minerais e energéticos. A partir do Oceano criamos empregos e
movimentamos economias nacionais. Ele serve como uma via
para o transporte de mercadorias e pessoas e desempenha um
papel importante na segurança nacional.
C) O oceano é uma fonte de inspiração, recreação e
descoberta. É também um elemento importante na herança de
muitas culturas.
CAPÍTULO EXTRA
D) Os seres humanos afetam
o oceano de várias maneiras.
Leis, regulamentações e
gerenciamento de recursos
afetam o que é retirado e
depositado no oceano. O
desenvolvimento e a
atividade humana levam à
poluição, alterações na
química do oceano, como devido ao aumento da

acidificação, e alterações temperatura e inibição da
físicas nas praias e rios. Além formação de conchas devido
disso, os seres humanos à acidificação do oceano).
removeram a maioria dos
grandes vertebrados do F) Grande parte da

oceano. população do mundo vive em
áreas costeiras. As regiões

E) Alterações na temperatura costeiras são suscetíveis a
e pH do oceano devido às riscos naturais (tsunamis,
atividades humanas podem furacões, ciclones, mudanças
afetar a sobrevivência de no nível do mar e
alguns organismos e afetar a tempestades).
diversidade biológica
(branqueamento de corais G) Todos são responsáveis
por cuidar do oceano. O
oceano sustenta a vida na
Terra e os seres humanos
devem viver de maneiras que
sustentem o oceano. São
necessárias ações individuais
e coletivas para gerenciar
efetivamente os recursos
oceânicos para todos.
CAPÍTULO EXTRA
Princípio 7. Há muito por descobrir e explorar

no Oceano.
A) O oceano é o maior lugar inexplorado da Terra - menos de 5%
dele foi explorado. A próxima geração de exploradores e
pesquisadores encontrará grandes oportunidades para
descoberta, inovação e investigação.
B) Compreender o oceano é mais que uma questão de
curiosidade. Exploração, experimentação e descoberta são
necessárias para entender melhor os sistemas e processos
oceânicos. Nossa própria sobrevivência depende disso.
C) Nos últimos 50 anos, o uso dos recursos oceânicos aumentou
significativamente; a sustentabilidade futura dos recursos
oceânicos depende de nossa compreensão desses recursos e de
seu potencial.
CAPÍTULO EXTRA
D) Novas tecnologias, sensores e ferramentas estão expandindo
nossa capacidade de explorar o oceano. Os cientistas contam
cada vez mais com satélites, boias, observatórios submarinos e
submersíveis não tripulados.
E) O uso de modelos matemáticos é uma parte essencial da
compreensão do sistema oceânico. Os modelos nos ajudam a
entender a complexidade do oceano e suas interações com o
continente, a atmosfera, o clima da Terra...
F) A estudo do oceano é verdadeiramente interdisciplinar.
Requer colaboração estreita entre diversas áreas científicas,
incluindo sociais, para que essas interações promovam novas
ideias e novas perspectivas.
VAMOS
JUNT@S?

E Book - 7 Formas de Agir Pelo Oceano de Dentro de Casa 1

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E Book - 7 Formas de Agir Pelo Oceano de Dentro de Casa 1

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POR OCEANO NA ESTRADA

BEM MAIS QUE

OCEANO DE DENTRO DE CASA

O QUE É TER UMA CULTURA OCEÂNICA?

OLHANDO PARA DENTRO

O QUE ESTÁ ACONTECENDO

PARA ALÉM DOS MEUS OLHOS?

OCEANO DE DENTRO DE CASA

ACABEI DE LER E AGORA?

POR OCEANO NA ESTRADA

Um, dois, três e respira. O Decidi colocar Cultura

mergulho vai começar. Oceânica no Capítulo 1 desse

Quem escreve para você e-book depois de algumas

nesse e-book sou eu, Luiza, experiências que tive atuando

Oceanógrafa pela UFSC, nesse "campo de batalha" de

idealizadora da Plataforma comunicação pelo oceano -

Oceano Na Estrada. Eu estou 24 horas por dia, 7 dias por

sempre contando minha semana.

vamos olhar para você, para estamos longe de termos, de

o seu contexto, para fato, uma Cultura voltada ao

pode agir pela saúde do e profissionais da área, no

dicas práticas do que você Cultura Oceânica?

"tem que fazer" para

você vá direto para o Capítulo

4. Caso você queira se

aprofundar um pouco mais, da sua influência no

E como surgiu essa ideia incrível de incentivar uma

falta de assuntos ligados ao oceano na educação formal dos

EUA. Foi então que surgiu um movimento colaborativo e "de

baixo para cima" para incentivar a inclusão do tema nas salas

de aula. Em 2004, depois de um workshop online que envolveu

mais de 100 pessoas relacionadas à área, foram definidos 7

Princípios Essenciais e 44 Conceitos Fundamentais da Cultura

Oceânica - que estão nesse documento.

Uma pessoa com uma Cultura Oceânica consegue:

Cultura Oceânica (já vou te contar quais são eles!)

> Comunicar sobre o Oceano de forma consciente e informada

> Agir, intervir e decidir para promover uma sociedade

conectada e com atenção ao oceano.

Vamos começar nosso mergulho

Os 7 Princípios Essenciais que

P.S: Eu tinha colocado os 44 Conceitos

Essenciais de uma Cultura Oceânica e agora

vamos mergulhar por águas mais reflexivas.

Gosto de começar pelo lugar onde mais

conhecemos desse mundo (ou deveríamos):

Está preparada(o)? Agora é a hora de arregaçar as mangas

para desvendar mundos que você - e somente você - têm

acesso: o seu interior.

Quando pensamos em listas, como o título do nosso E-book,

queremos sempre encurtar caminhos. Queremos saídas rápidas

lugar. Mas sinto te informar que não é assim que as coisas

funcionam por aqui. Eu não vou simplesmente te dar uma lista,

baseada na minha visão de mundo, sobre o que você pode fazer

para melhorar a saúde do oceano de dentro da sua casa e vai

ficar por isso - porque eu sei que essa não é a solução.

É um processo de questionamentos e de transformação de

mesmo por uma nova percepção sobre sua própria identidade.

Não é um rolê raso.

Então, nesse capítulo vou te incentivar a olhar para dentro para

você começar a compreender sua relação com o oceano; para

você listar suas paixões, o que você é bom, o que é importante