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Reta Final de

PreparaçãoEm concursos úblicos

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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SIMULADO

QUESTÃO 01
O texto acima tem como ideia central a
A) plena consciência do homem de que sem saúde, sem alimento e sem dinheiro ninguém sobrevive.
B) sátira sobre a irracionalidade do homem ao poluir e ao degradar o meio ambiente em busca de dinheiro
para garantir seu bem-estar.
C) correta e justa argumentação de que se torna imprescindível degradar o meio ambiente para se alcançar
o progresso mundial.
D) preocupação do homem com a sujeira da água e a poluição do ar.
E) racionalidade do homem ao buscar o seu bem-estar.

Observe a charge a seguir.

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QUESTÃO 02
O objetivo da charge é:
A) condenar a preocupação exagerada com a alimentação;
B) aconselhar uma alimentação saudável;
C) desaconselhar a ingestão de refrigerantes;
D) incentivar a busca por um corpo perfeito;
E) alertar para os perigos provocados pela gordura em excesso.

A água é um recurso natural de valor econômico, estratégico e social, além de ser essencial para a
existência e bem-estar humano e para a manutenção dos ecossistemas do planeta. Apesar de,
aparentemente, a Terra dispor de enorme quantidade de recursos hídricos, a distribuição da água no planeta
é desigual.

QUESTÃO 03
No primeiro parágrafo, a ideia central em torno da água é construída pela relação entre:
A) fato/impressão
B) realidade/possibilidade
C) objetividade/subjetividade
D) necessidade/disponibilidade

AS DOZE BACTÉRIAS MAIS AMEAÇADORAS

“Pela segunda vez em apenas cinco meses, a Organização Mundial de Saúde (OMS) veio a público
para chamar a atenção do mundo a respeito da ameaça causada pelas bactérias super-resistentes à ação
dos antibióticos. Na semana passada, a entidade divulgou uma lista com doze famílias de microorganismos
considerados de alto risco e contra os quais as opções terapêuticas estão se esgotando.

No documento dirigido aos governos, cientistas e indústrias, a organização enfatiza a necessidade de


criação urgente de novos recursos para combater essas bactérias antes que seja tarde demais”.

(Isto É, março de 2017)


QUESTÃO 04
O objetivo do texto 2 é:
A) divulgar uma lista de bactérias;
B) anunciar ao mundo um perigo futuro;
C) alertar para a criação de defesas contra bactérias superresistentes;
D) mostrar em que estado estão as pesquisas contra bactérias;
E) denunciar a irresponsabilidade da ciência atual.

Desta vez, foram os educadores que protestaram. O "xis" da questão é uma propaganda que
estimularia a cola: em uma sala de aula, meninas tentam espiar o exercício dos colegas. Dois garotos recusam
e recebem olhares de reprovação; um terceiro, ao contrário, levanta o braço e deixa a colega olhar. Sob os
dois primeiros, uma legenda explica que serão engenheiros de empresas concorrentes; o terceiro será um
futuro profissional da empresa.
É tão eloqüente em relação a estereótipos e preconceitos que dá preguiça: o jeitinho brasileiro com
pitadas de contravenção; meninos tornam-se engenheiros, enquanto meninas conquistam na base do
charme; a imagem da situação escolar como ambiente opressivo, e por aí vai.

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Educadores reclamaram, a empresa dá uma desculpa ótima: que a situação representada no


comercial não seria de prova e sim, de exercício em sala de aula. Como se, se não estivesse na situação
formal de prova, a "falta" ficasse atenuada – qualquer professor diria que não faz a menor diferença.
Ainda segundo a empresa, "o objetivo do comercial é mostrar que as outras marcas são tão boas
quanto a dela, [...] mas são exclusivistas. Como conclui o filme, a tecnologia está ao alcance de todos." A
defesa é capenga demais e não consegue responder a contento a questão: por que é que a publicidade flerta
com a deseducação e os preconceitos?
O anúncio é só mais um entre muitos que se utilizam, mais ou menos levianamente, de imagens e
situações em que se mostram comportamentos moralmente discutíveis, para dizer o mínimo. De certa
forma, como os publicitários costumam se justificar, poderia parecer que não é nada além do que já acontece
em termos sociais, ou seja, refletiria uma crise pesada de valores. Esse argumento "realista" talvez colasse,
mas só se a gente não lembrasse que propaganda não é, como querem fazer acreditar os publicitários, arte.
Há um grau de intencionalidade (e, portanto, de controle) na elaboração de uma peça publicitária
que afasta qualquer possibilidade de representação simplesmente. Ao representar, a publicidade carrega de
valores cada detalhe – afinal, o anúncio serve para distinguir um produto entre outros, para convencer que
"a" é melhor que "b", que isso deve ser consumido, e aquilo não, e assim por diante. A publicidade, portanto,
não tem o direito de se pretender ingênua. Ela serve para que o consumidor faça escolhas bem diretas, bem
específicas e, nesse sentido, quando abandona o simplismo (compre o produto tal) e parte para os chamados
conceitos, acaba por se constituir como uma das formas mais veementemente morais que circulam hoje em
dia. O que, evidentemente, é um problema e grande.

QUESTÃO 5
A frase do texto que explicita sua ideia central é:
A) A publicidade, portanto, não tem o direito de se pretender ingênua.
B) Desta vez, foram os educadores que protestaram.
C) Dois garotos recusam e recebem olhares de repro- vação
D) Ainda segundo a empresa, "o objetivo do comercial é mostrar que as outras marcas são tão boas quanto
a dela ..."
E) Esse argumento "realista" talvez colasse...

Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de acidentes


Luciano Melo
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu carro e atravessar o cruzamento. Olha
para os lados que atravessará e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre o caminho pela via
transversal à sua frente. Enquanto espera, olha de um lado a outro a vigiar a pista quase livre. Finalmente
não avista mais nenhum veículo que poderá atrapalhar seu planejado movimento. É hora de dirigir, mas, no
meio da travessia, ele é surpreendido por uma grave colisão. Uma motocicleta atinge a traseira de seu
veículo.
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproximar. Presumo que vários dos leitores já
passaram por situação semelhante, mas, caso você seja exceção e acredite que enxergaria a motocicleta, eu
o convido a assistir a um vídeo que existe sobre isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos que de
repente somem ou aparecem em uma cena.
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade de perceber certas mudanças. Claro que
notamos muitas alterações à nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto alvo da modificação no
momento em que ela ocorrerá. Assim, se olharmos fixamente para uma janela cheia de vasos de flores,
poderemos assistir à queda de um deles. Mas, se desviarmos brevemente nossos olhos da janela, justamente
no momento do tombo, é possível que nem notemos a falta do enfeite. O fenômeno se chama cegueira para
mudança: nossa incapacidade de visualizar variações do ambiente entre uma olhada e outra.

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No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por uma série de movimentos. Se esses
movimentos superam um limiar atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alteração considerada
dominante. Por sua vez, modificações que não ultrapassam o limiar não provocarão divergência da atenção
e serão ignoradas.
Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de termos visão nítida, rica e bem detalhada
do mundo que se estende por todo nosso campo visual. A consciência de nossa percepção não é limitada,
mas nossa atenção e nossa memória de curtíssimo prazo são. Não somos capazes de memorizar tudo
instantaneamente à nossa volta e nem podemos nos ater a tudo que nos cerca. Nossa introspecção da
grandiosidade de nossa experiência visual confronta com nossas limitações perceptivas práticas e cria uma
vivência rica, porém efêmera e sujeita a erros de interpretações. Dimensiona um gradiente entre o que é
real e o que se presume, algo que favorece os acidentes de trânsito.
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início do texto se deu porque o motorista
convergiu sua atenção às partes centrais da pista, por onde os carros preferencialmente circulam sob
velocidade mais ou menos previsível. Assim que o último carro passou, ficou fácil pressupor que o centro da
pista permaneceria vazio por um intervalo de tempo seguro para a travessia. As laterais da pista, locais em
que motocicletas geralmente trafegam, não tiveram a atenção merecida, e a velocidade da moto não estava
no padrão esperado.
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e nossos cérebros têm que coletar e reter
alguns deles para que possamos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa sobrevivência. Mas
essas informações são salpicadas, incompletas e mutáveis. Traçar uma linha que contextualize todos esses
dados não é simples. Eventualmente, esse jogo mental de ligar pontinhos cria armadilha para nós mesmos,
pois por vezes um ponto que deveria ser descartado é inserido em uma lógica apenas por ser chamativo. E
outro, ao contrário, deveria ser considerado, mas é menosprezado, pois à primeira vista não atendeu a um
pressuposto.
Essas interpretações podem provocar outras tragédias além de acidentes de carro.

QUESTÃO 06
É propósito principal do texto tematizar
A) as limitações de percepção dos motoristas.
B) a displicência dos motoristas no trânsito.
C) as limitações de percepção do ser humano.
D) a displicência do ser humano em relação à vida.

Relações sociais no século XXI


Vivemos atualmente um processo de fragilidade em nossas relações sociais na internet que promove
incertezas e dúvidas em nossa existência.

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, o mundo atual vive um momento de frouxidão nas relações
sociais. Isto quer dizer que, com o avanço da tecnologia no século XXI, as pessoas tendem a se relacionar
mais por meio de aparelhos eletrônicos do que pessoalmente.
Hoje, vivemos o que os sociólogos chamam de amor líquido, já que nossas relações de afetividade
tornam-se facilmente descartáveis. Assim, o verso do poeta brasileiro Vinícius de Moraes, “Que seja eterno
enquanto dure”, encaixa-se perfeitamente ao que estamos vivendo nos dias atuais. Nesse sentido, as
relações entre as pessoas estão cada vez mais vulneráveis e a realidade do mundo virtual proporciona a
escolha de novos amigos e novos amores facilmente, ou melhor dizendo, num simples “clique” do
computador. As identidades são forjadas a fim de chamar atenção das pessoas, pois vivemos a dicotomia
entre mundo virtual e mundo real, em que um indivíduo pode assumir diferentes personalidades, mantendo
relações pouco duradouras.

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Essa fase de amor líquido representa um declínio das sólidas relações humanas, posto que por meio
de aparelhos como as redes sociais, a amizade, o amor e o respeito entre as pessoas são facilmente
descartáveis. Mesmo essas ferramentas virtuais sendo importantes para reencontrar antigos amigos ou
conversar com algum parente que esteja distante, elas não substituem a realidade das verdadeiras
sensações humanas de trocar palavras com a pessoa que você ama sem ser por meio da tela de computador.
O amor líquido vivido atualmente mostra o enfraquecimento de sentimentos importantes na conduta
humana. O namoro virtual é um exemplo que retrata bem a ausência de valores que eram indispensáveis
para um relacionamento entre duas pessoas. Possa ser que duas pessoas que se conheçam através de um
namoro virtual passem a se encontrar pessoalmente, tendo um relacionamento duradouro, porém, em
muitos casos, as relações virtuais são camufladas por personalidades falseadas de “amizade ou amor”.
A ausência de aspectos importantes para um bom relacionamento entre duas pessoas é promovida
por essa realidade virtual em que vivemos no século XXI. Nessa virtualização das relações sociais, a
construção da amizade ou do amor ocorre sem muitos obstáculos e são rapidamente substituídas por outras
como se fossem informações sem valores. Diante disso, o que presenciamos em relação ao amor é que ele
está sendo vivenciado de uma maneira mais incerta e duvidosa, pois nunca houve tantas opções de
relacionamentos como presenciamos nas redes sociais e nunca houve tanta fragilidade e instabilidade em
nossas relações como as vividas atualmente. Portanto, é nessa sociedade líquida que buscamos aquilo que
existe desde o surgimento da humanidade, o amor.

QUESTÃO 07
O objetivo do autor do TEXTO II é:
A) Criticar os indivíduos que assumem diferentes personalidades nas redes sociais para chamar atenção das
pessoas, fazendo com que as redes sociais sejam estigmatizadas pela sociedade.
B) Defender a ideia de que as redes sociais facilitam a comunicação com aqueles antigos amigos ou parentes
distantes, estimulando, desse modo, a interação social.
C) Discutir as relações iniciadas por meio das redes sociais, indicando que essas relações são duradouras,
pois os envolvidos apresentam-se como realmente são.
D) Mostrar que as relações de afetividade atuais estão se tornando mais frágeis e instáveis, iniciando e
terminando de maneira rápida.

Conforto e saúde¹
O conforto nos tornou sedentários empedernidos. Conforto pressupõe cadeiras anatômicas com
almofadas macias e ter tudo ao alcance da mão.
Enquanto nossos antepassados caçadores-coletores ganhavam o sustento com o suor de seus corpos e
nossos avós eram obrigados a longas caminhadas para realizar as tarefas diárias, nós vamos de automóvel,
tomamos elevadores, subimos escadas rolantes, apertamos botões para lavar roupa e fechar vidros, usamos
telefones móveis para evitar deslocamentos e chamar o disque-pizza.
Hoje em dia, não existe pessoa alfabetizada que desconheça os benefícios da atividade física. Não é sem
propósito, exceção feita a parar de fumar, nenhuma intervenção isolada de saúde pública tem tamanho
impacto na prevenção das enfermidades crônicas que afligem o homem moderno. [...]
Se, além desse conhecimento teórico, todos são unânimes em concordar que a prática de exercício traz
uma sensação agradável de bem estar, é o caso de nos perguntarmos por que a maioria esmagadora de
mulheres e homens deixa de exercer essa atividade que reconhecem fazer bem para o organismo, na teoria
e na prática? A resposta é simples: a prática de exercícios físicos vai contra a natureza humana!
Theodor Dobzhanski, um dos maiores geneticistas do século 20, afirmou que nenhum fenômeno biológico
tem sentido exceto à luz da evolução. Há 6 milhões de anos, nossa espécie divergiu dos ancestrais comuns
que mais tarde deram origem aos chimpanzés e aos bonobos, nossos parentes próximos. Se lembrarmos
que a agricultura surgiu há meros 10 mil anos – e com ela a possibilidade de estocar provisões –, é possível

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fazer ideia do esforço físico diário atrás de comida e proteção despendido por nossos ancestrais desde a
idade da pedra. [...]
Os homens deixavam as mulheres com as crianças na caverna e saíam à caça e à cata de frutos e tubérculos.
Depois de andar quilômetros, quando a sorte lhes bafejava, percorriam o caminho de volta com a caça às
costas e os frutos nas mãos. Desprovidos de tecnologia para conservação de alimentos, todos comiam até
não poder com o objetivo de armazenar as calorias em excesso sob a forma de gordura, garantia de
sobrevivência quando chegasse a fome. A vida se resumia a correr atrás de comida e poupar energia no
intervalo das refeições, como até hoje fazem os outros animais. Ou, alguém já viu jacaré ou onça fazendo
exercício no zoológico?

QUESTÃO 08
Considerando o exposto no texto, o objetivo do autor é:
A) Explicar que o sedentarismo é inerente ao ser humano.
B) Mostrar que os homens não fazem atividades físicas porque desconhecem os seus benefícios.
C) Fazer um comparativo entre nossos antepassados e os animais na busca pela alimentação.
D) Apresentar um estudo sobre a evolução biológica.

Como é a vida numa estação espacial?


Não é exatamente uma temporada em um hotel cinco estrelas. Em nome da ciência, os astronautas
precisam fazer alguns sacrifícios. Você já imaginou ficar mais de um ano sem tomar um banho de chuveiro?
Pois saiba que a falta de uma boa ducha é só o lado mais “porquinho” das privações que os aventureiros
siderais enfrentam em órbita. Isso porque, no espaço, a regra de ouro é evitar o desperdício. Por uma
questão de peso, a quantidade de suprimentos que o ônibus espacial carrega na decolagem é relativamente
pequena. E, como custaria milhões de dólares mandar um ônibus espacial de reabastecimento, os ocupantes
precisam racionar comida e reaproveitar tudo o que for possível, principalmente, água. É por isso que todo
o líquido (sim, até o xixi dos astronautas) é reciclado e usado de novo, seja nos sistemas de resfriamento,
seja na higiene pessoal e até para beber. “No momento, temos fartura de água na estação. Mas é melhor
não pensar de onde virá o próximo gole…”, diz o engenheiro Jim Reuter, líder do grupo de ambiente e
suporte de vida da Estação Espacial Internacional (EEI), o mais ambicioso módulo espacial já colocado em
órbita pelo homem.

Na EEI, o dia a dia dos astronautas é bem definido: eles dormem cerca de oito horas e trabalham de
dez a 12 horas, incluindo duas sessões de exercícios para evitar o atrofiamento da musculatura pela pouca
gravidade. Ainda sobra um tempinho para relaxar, ler um bom livro ou simplesmente olhar pela janela e
aproveitar o visual do cosmo. Até hoje, o ser humano que passou mais tempo no espaço foi o russo Sergei
Avdeyev, que ficou por 380 dias na estação russa MIR, entre 1998 e 1999. Foi uma temporada cheia de
regras, com muito trabalho e pouca diversão. E você sempre quis ser astronauta…

Nas folgas, os astronautas gostam de brincar com a falta de gravidade ou olhar o incrível nascer e pôr
do sol no espaço – na Estação Espacial Internacional (EEI), esse espetáculo ocorre a cada 45 minutos. Outras
formas de matar o tempo incluem filmes, livros, jogos de cartas ou uma conversa com a família por meio de
um telefone especial e canais privativos de som.

Como a gravidade zero faz as comidas flutuarem, os astronautas costumam brincar com as bolhas de
suco ou de leite que voam pela nave. Para economizar peso, a maior parte da comida vem desidratada da
Terra. Na hora do rango, ela vai para um reidratador, que borrifa água nos alimentos. Ao longo das três
refeições, os astronautas consomem cerca de 1 900 calorias diárias.

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Banho de ducha? Nem pensar. Como a água é racionada, os astronautas recorrem a panos úmidos
para tirar o excesso de sujeira do corpo. Nos cabelos, como xampu, eles usam um creme que não precisa ser
enxaguado, pois foi desenvolvido para pacientes de hospitais que não podem ir ao banheiro. Para o
barbeado, a opção é um creme que faz espuma sem água.
Para não ficarem flutuando pela EEI, enquanto dormem, os astronautas puxam um ronco presos
numa espécie de saco de dormir. Mas a diferença principal é que eles não precisam ficar deitados: como a
gravidade é quase nula, o sangue não fica acumulado nos pés e eles podem tirar uma soneca de pé. É mais
prático e economiza espaço.
Nem a combinação da tecnologia espacial de americanos e russos inventou um sistema moderno
para lavar a roupa no espaço. Os astronautas apelam para uma saída primitiva: colocam-se água, sabão e a
roupa dentro de um saco plástico. Mexendo o tecido com a mão, o astronauta dá um autêntico “banho de
gato” na roupa.
A privada espacial é, na verdade, uma mangueira a vácuo que suga os excrementos. Funciona bem
como você está pensando: o cara posiciona a mangueira na “zona do agrião” e liga o sistema de sucção. A
urina vai para a reciclagem e as fezes só serão mandadas embora na próxima nave que aparecer. Ah, cada
astronauta tem sua própria mangueira…
Por meio de coletores espalhados pela estação espacial, toda a água utilizada na nave é recolhida,
seja da higiene, de experiências científicas, do funcionamento de equipamentos e até o vapor do suor dos
astronautas. Em seguida, todo esse líquido passa por um processo de purificação e filtragem, podendo servir
até para o consumo humano...

QUESTÃO 09
O propósito comunicativo dominante no texto é
A) discutir os objetivos científicos da Estação Espacial Internacional.
B) apresentar a estrutura interna de uma estação espacial. C) relatar a rotina diária na Estação Espacial
Internacional.
D) informar sobre a vida de astronautas em uma estação espacial

QUESTÃO 10
A ideia central do texto está
A) implícita no último período do terceiro parágrafo.
B) explícita no primeiro período do segundo parágrafo.
C) explícita no segundo período do primeiro parágrafo.
D) implícita no primeiro período do quarto parágrafo.

Texto: Patíbulos virtuais

Ainda não tinha doze anos quando assisti a um linchamento. Vi um rapaz a fugir de bicicleta. Um homem
começou a persegui-lo, a pé, e de repente já eram cinco, dez, uma turba exaltada, correndo, gritando,
jogando pedras. Lembro-me de estar inteiro, de coração, numa angústia enorme, com o rapaz que fugia.
Não havia nada que pudesse fazer para o ajudar. Minutos antes eu lia, ao sol, numa varanda. Logo a seguir
o rapaz pedalava para salvar a vida, lá embaixo, entre uma estradinha de terra vermelha e um vasto
descampado coberto de capim.

Desde então estou sempre do lado de quem, sozinho, se vê perseguido por uma multidão. Pouco me
importa o que fez o rapaz que corre; o homem que ergue a mão para se proteger da pancada; a mulher que
enfrenta, chorando, os insultos de um bando de predadores cobardes.

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O surgimento das redes sociais marcou a emergência de um novo patíbulo para os linchadores. Bem sei
que a comparação será sempre abusiva. Palavras, por muito aguçadas, por muito duras e pesadas, não
racham cabeças. Palavras, por muito venenosas, não são capazes de matar. Em contrapartida, este novo
palco tem o poder de juntar em poucos minutos largos milhares de pessoas, todas aos gritos. A estupidez
das multidões virtuais é tão concreta quanto a das multidões reais.

Praticamente todas as semanas há alguma figura pública a sofrer perseguição nas redes sociais. [...]

Há alguns anos, em Luanda, afirmei, durante uma entrevista, não entender por que o governo insistia em
promover a poesia de Agostinho Neto, primeiro presidente angolano, que a mim sempre me pareceu
bastante medíocre. Um conhecido jurista e comentador político, João Pinto, deputado do partido no poder,
assinou um artigo defendendo a minha prisão. Foi além: defendeu o restabelecimento da pena de morte e
o meu fuzilamento. Segundo ele, eu ofendera não apenas um antigo presidente e herói nacional mas
também uma divindade, visto que Agostinho Neto seria um quilamba — ou seja, um intérprete de sereias.
Nas semanas seguintes foram publicados muitos outros textos de ódio. Recebi telefonemas com ameaças.
Contaram-me que havia pessoas queimando os meus livros. Na altura foi bastante assustador. Hoje olho
para trás e rio-me. Recordo o quanto era difícil explicar a jornalistas europeus a acusação de que teria
ofendido um intérprete de sereias. Naturalmente, acabei transformando o episódio em literatura.Os
europeus e norte-americanos leem aquilo e chamam-lhe realismo mágico.

Os queimadores de livros têm receio não das ideias que os mesmos defendem, mas da sua própria
incapacidade para lhes dar resposta. Aqueles que se juntam a multidões virtuais para ameaçar ou troçar de
alguém são quase tão perigosos quanto os que correm pelas ruas, jogando pedras — e ainda mais cobardes.

Fecho os olhos e volto a ver o rapaz na bicicleta. Uma pedra atingiu-o na cabeça e ele caiu. A multidão
mergulhou sobre ele. Naquele dia deixei de ser criança.

Questão 11
A leitura compreensiva do texto evidencia que o principal objetivo do autor é:
A) questionar a permanência cruel de linchamentos físicos em plena era digital
B) denunciar a estupidez humana que engendra linchamentos físicos e virtuais
C) resguardar o linchamento virtual, em contrapartida ao físico
D) priorizar o linchamento físico, em detrimento do virtual

Novo Código de Ética mira preconceito contra médicos com deficiência: 'Achavam que a Medicina não
era mais para mim'

Mônica Manir
De São Paulo para a BBC News Brasil
30 junho 2019

Em 2008, quando tinha 23 anos e estava no quarto ano de Medicina, o goiano Marcos Vinícius Nunes
da Silva sofreu uma lesão cervical nas vértebras C3, C4 e C5 em um acidente de carro em Porto Velho.
Percebeu na hora que estava tetraplégico. "Deixei de ser estudante de Medicina para ser paciente."

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Foram 11 meses de recuperação motora após à cirurgia. Mas sua tetraplegia parcial não o impediu
de se formar e de atuar como clínico-geral em unidade de pronto-atendimento. "Colegas de classe,
professores da faculdade e mesmo outros médicos achavam que a Medicina não era mais para mim."

Segundo ele, alguns colegas vetavam sua presença em grupos do internato, período em que o aluno
de Medicina estagia em hospitais e é supervisionado em tomadas de decisão e aquisição de destreza em
procedimentos. Três deles disseram à Silva que ele devia estar fazendo sessões de fisioterapia, e não
frequentando a faculdade. "Julgaram meu aspecto físico, e não o meu intelectual."

Dos pacientes, a receptividade tendeu à ser outra: "Até hoje, doentes que ainda não decoraram meu
nome pedem para se consultarem com o 'médico da cadeira (de rodas)'". Em 2016, três anos depois da
formatura, abriu uma clínica popular em Goianésia (GO), onde já atendeu mais de 15 mil pessoas. Ali, alterna
entre uma cadeira de rodas elétrica e outra manual e atende os pacientes em uma maca adaptada à sua
altura.

Silva está entre os que celebram um inciso do novo Código de Ética Médica que estipula ser "direito
do médico com deficiência ou com doença, nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes,
exercer a profissão sem ser discriminado".

QUESTÃO 12
O texto é uma notícia de jornal. Da sua leitura, infere-se que o objetivo do autor é:
A) comprovar a existência de médicos e pacientes preconceituosos no Brasil.
B) esclarecer a população sobre o trabalho de médicos com deficiência.
C) conscientizar pacientes e médicos para o combate ao preconceito por meio de um texto informativo.
D) provocar a existência de um novo Código de Ética Médica para o atendimento de pessoas com deficiência.

Quanto um ator ganha pelo papel de figurante em uma série de TV?

No Brasil, emissoras pagam de R$ 60 a R$ 200 por dia de gravação, mas a maior parte dos pagamentos
costuma ir só até os R$ 80, sendo que, em alguns casos, produtoras descontam 11% de imposto deste valor
– sem falar da porcentagem das agências, que fazem o intermédio do processo. Não há muita distinção de
remuneração entre gêneros (policial, comédia, drama, etc.) – a diferença, no final, é pelo número de horas
ou dias trabalhados.

Além do salário, as condições também estão longe das ideais. Em 2019, uma reportagem do UOL expôs a
dura vida de figurantes que trabalham em novelas brasileiras. Os relatos abordavam desde alimentação (os
lugares em que o elenco de apoio come e se troca é diferente do elenco principal), longas jornadas de
trabalho e falta de estrutura – em um dos depoimentos, figurantes passaram frio em uma gravação de
madrugada, pois não havia roupões e casacos para todo mundo.

Em 2016, foi a vez do britânico The Guardian fazer algo parecido. O relato do jornal falou sobre as
diferenças de tratamento entre o elenco de apoio e o principal – algumas delas, inclusive, previstas no
contrato, como o fato de figurantes serem impedidos de conversar com os atores mais famosos.

Felizmente, isso não acontece em todo lugar. Nos EUA, o SAG-AFTRA, sindicato dos atores dos EUA, possui
uma extensa cartilha sobre os direitos dos chamados background actors (“atores de fundo”, ou figurantes).
Tem de tudo ali: garantia de hora extra, folga, guia de referência para remuneração, entre outros.

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De acordo com esse documento, os figurantes lá ganham de US$ 179 a US$ 415 por uma diária de gravação
(oito horas de trabalho + uma de almoço). Essa variação existe, pois tudo influencia no valor final. Precisa
decorar falas? Ganha mais. Vai exercer algum talento especial, como dançar, mergulhar ou andar de skate?
Ganha mais também.

QUESTÃO 13
Em conformidade com o texto, assinalar a alternativa INCORRETA:
A) Nos EUA, diferentemente do Brasil, os figurantes possuem uma cartilha sobre os seus direitos.
B) No Brasil, as emissoras pagam, no máximo, R$200 por dia de gravação.
C) No Brasil, além do baixo valor na remuneração dos figurantes, ainda pode ocorrer descontos relacionados
a impostos.
D) As diferenças entre o tratamento dado ao elenco de apoio e ao principal foram noticiadas por um jornal
norte-americano.
E) Os figurantes, nos Estados Unidos, têm jornada diária de oito horas de trabalho, mais uma hora destinada
ao almoço.

“Não tem sentido que, com toda a capacidade tecnológica que o Brasil tem, estejamos deixando para
trás hoje 160 mil quilômetros de áreas abandonadas, dentro do fenômeno que chamamos de efeito
gafanhoto: as atividades econômicas vêm, exploram por alguns anos e abandonam a terra”, diz Cláudio
Langone, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Para combater o estrago, medidas devem ser tomadas para que, no próximo ano, o desmatamento
pelo menos não aumente, e cada vez mais se promova um uso sustentável dos recursos naturais da floresta,
importantíssima para o equilíbrio ambiental de todo o planeta.

QUESTÃO 14
Depreende-se do texto que
A) a capacidade tecnológica do Brasil é importantíssima para o equilíbrio do planeta.
B) as atividades econômicas devem fazer uso sustentável dos recursos naturais da floresta.
C) mais de cem mil quilômetros de área de floresta não se prestam à exploração econômica.
D) apesar de medidas do MMA, os gafanhotos estão devastando grandes áreas.

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QUESTÃO 15
Pode-se depreender, a partir da leitura da charge, que a intenção crítica do autor é mostrar que:
A) O menino não respeita o espaço de sua mãe, interrompendo-a em um momento de distração.
B) Há muita violência no país.
C) O menino, provavelmente, aproveitou-se de a mãe estar vendo TV para lhe mostrar seu boletim escolar.
D) A mãe preocupa-se com o fato de haver menores violentos, mas não percebe que a falta de atenção aos
filhos pode ser um dos fatores dessa situação.
E) A mãe preocupa-se com a violência nas ruas, o que pode vir a afetar seu filho pequeno.

Q01 B Q02 B Q03 D Q04 C Q05 A


Q06 C Q07 D Q08 A Q09 D Q10 C
Q11 B Q12 C Q13 D Q14 B Q15 D

Agora, analise as questões que errou e reforce o conteúdo visto em aula por meio do nosso material, se a
dificuldade for grande, assista à videoaula novamente.

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