Você está na página 1de 107

Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

1
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Revisão: 00

Data: novembro de 2016

Coordenadores:
- Marcelo Ferreira da Silva
- Cristiano Flores da Silva

2
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Índice

Acionamento por Inversor de frequência ....................................... 9


Qual é a rotação máxima e mínima admitida para um motor acionado por inversor de frequência? ................. 9
Quais as causas, como identificar e como evitar passagem de corrente em rolamento? ..................................10
Qual a diferença entre rolamento isolado e tampa isolada?...............................................................................10
O motor normal pode operar com inversor de frequência sem redução da potência?......................................11
Qual o acréscimo no ruído do motor quando operando com inversor de frequência? ......................................12
Quais são os critérios a serem adotados para uso do motor com inversor de frequência?..........12
Como realizar frenagem com corrente contínua em motores? ...........................................................13

Aplicação e Métodos de Partida ................................................... 14


Qual o limite de variação de tensão e frequência admissíveis nos motores WEG? .......................14
Quantas partidas por hora podem ser realizadas por um motor elétrico acionando um
equipamento qualquer? .................................................................................................................................14
Um motor especificado para 50Hz pode ser ligado em uma rede 60Hz e vice-versa? ....................15
Qual é a vida útil do motor elétrico? .........................................................................................................15
O que são e quais são os regimes de serviço? ..........................................................................................16
O motor normal pode operar com inversor de frequência sem redução da potência? ..................19
Que tipo de rolamento é o mais recomendado para cada tipo de aplicação? Pode haver
exceções?...........................................................................................................................................................20
Qual o ajuste recomendado entre eixos e polias/acoplamentos? ......................................................21
Como realizar o cálculo de esforços no eixo para aplicação com polia e correia? ........................21
Quais os cuidados para substituir rolamentos de esferas por rolamentos de rolos (linhas W21 e
W22) ? ................................................................................................................................................................22
Qual é a rotação máxima e mínima admitida para um motor acionado por inversor de frequência? ...............22
Quais os parâmetros que devem ser monitorados quando um motor elétrico (indução trifásico)
está operando? ................................................................................................................................................24
Quais as características de motores para baixas temperaturas? .........................................................24
Qual a vida útil de um motor da linha SMOKE? ........................................................................................24
Qual o MTBF (tempo médio entre falhas) de um motor elétrico? ......................................................24
Quais são as constantes térmicas de um motor e quais as relações entre elas? .............................25
Como fazer a conexão dos cabos em motores sem placa de bornes? ...............................................26
Quais as inspeções a serem realizadas no motor antes do start up? ................................................27
Quais os procedimentos a serem adotados para efetuar a partida do motor? ...............................28

3
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Quais os métodos de partida possíveis para motores 3, 6, 9 e 12 cabos? Qual a influência destes
métodos no torque do motor? .......................................................................................................................29
Como transformar um motor 12 cabos em 6 cabos para acionamento com chave estrela triângulo?
..............................................................................................................................................................................30
Quais as possíveis causas de falha em uma partida estrela triângulo?.............................................30
Qual a causa e como prevenir oxidação nos motores? ..........................................................................31

Armazenamento e Transporte ..................................................... 32


Quais os cuidados com um motor em estoque? ......................................................................................32
Motores com rolamentos de rolos ou contato angular demandam cuidados especiais? Como
testá-los a vazio? .............................................................................................................................................33
Qual a causa e como prevenir oxidação nos motores? ..........................................................................34

Capacitores e Platinado ............................................................... 35


Qual a causa do “colamento” dos terminais do platinado? .................................................................35
Posso alterar os capacitores utilizados nos motores monofásicos? ....................................................35

Carcaça, Aterramento e Forma construtiva .................................. 36


Aleta quebrada causa algum problema? Pode ser recuperada? ..........................................................36
Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?
..............................................................................................................................................................................36
É necessário equalizar o aterramento entre caixa de ligação e carcaça, conectando estes
componentes? ..................................................................................................................................................36
Posso instalar motores horizontais na vertical – o que muda para cada linha? W21, W22, HGF,
W40, W50. .........................................................................................................................................................37
O que é forma construtiva do motor? ........................................................................................................37

Corrente elétrica, Cabos de alimentação e Consumo de energia .. 39


Como calcular o consumo de energia de um motor? ...............................................................................39
Quais as possíveis causas de corrente maior que a nominal no motor? O que verificar? ...........39
Qual a relação entre a corrente a vazio, corrente de partida e a corrente nominal do motor? 40
Como identificar a causa do desbalanceamento de corrente entre fases do motor? ...................40
Por que alguns motores possuem corrente a vazio equivalente ou até mesmo maior do que a
corrente nominal informada na placa? ......................................................................................................42
Qual a possível causa do desarme do relé de proteção do motor, mesmo estando corretamente
dimensionado para o motor? (corrente inrush) ......................................................................................42
Qual o valor da corrente com o motor operando no fator de serviço? .............................................43
Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?
..............................................................................................................................................................................43
Como definir a bitola dos cabos utilizados pelo cliente na alimentação, sensores e resistência de
aquecimento do motor? .................................................................................................................................43

4
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Dados de Bobinagem ................................................................... 45
Como realizar a mudança de tensão em motores (rebobinamento)? ................................................................45
Como verificar dados de bobinagem no sistema WIREFRAME? ..........................................................................46
Como fazer cálculo para transformar a bobinagem de alumínio para cobre? ....................................................48
Qual o tempo e temperatura recomendado para cura do verniz ou resina de impregnação do bobinado? .....48
Como realizar a retirada da bobina de um estator para rebobinamento?..........................................................48

Dados de Placa............................................................................. 49
O que é “Fator de Potência” e qual sua influência na aplicação? .......................................................................49
O que é “Fator de Serviço”? O motor pode operar continuamente nesta condição? ........................................49
Qual a relação entre a corrente a vazio, corrente de partida e a corrente nominal do motor? 49
O que é e como é definido o grau de proteção dos motores elétricos? .............................................................49
Qual a relação entre frequência, número de pólos e rotação do motor? ...........................................................50
Qual o significado e quais são as classes de isolamento dos motores elétricos? ................................................50
Como transformar um motor 12 cabos em 6 cabos para acionamento com chave estrela triângulo?
..............................................................................................................................................................................51
O que são e quais são os regimes de serviço? .....................................................................................................51
Onde posso encontrar os dados do rolamento utilizado nos motores? .............................................................55
Qual a diferença admissível entre o peso real do motor e o valor indicado na placa? .......................................55
Qual a tolerância para variação da corrente nominal real do motor para o valor informado em placa? ...........56

Eixo e Rotor ................................................................................. 57


Como realizar o cálculo de esforços no eixo para aplicação com polia e correia? ........................57
Qual o ajuste recomendado entre eixos e polias/acoplamentos? ......................................................57
Qual a razão da coloração escura no pacote do rotor? .......................................................................................58
Como identificar uma quebra de eixo por fadiga? ..............................................................................................58

Ensaios e características Elétricas e Mecânicas ............................. 60


Como medir a resistência ôhmica do motor? ......................................................................................................60
Como testar os sensores de temperatura do motor (PTC e PT-100)? .................................................................60
Qual a influência da temperatura no valor da resistência ôhmica medido no bobinado? .................................61
Os motores da WEG são isentos de silicone e halogênios? .................................................................................61
Quais os valores em G suportados pelos motores da WEG Motores? Eles estão aptos para trabalhar em zonas
sísmicas? ..............................................................................................................................................................61
Por que a descrição do sentido de giro do ventilador externo de motores HGF 2 polos é diferente do sentido de
giro do motor? .....................................................................................................................................................62
Quais as características de motores para baixas temperaturas? ........................................................................62
Como identificar o sentido de rotação dos motores elétricos?...........................................................................62

5
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Como ensaiar motores com lubrificação Oil mist sem o sistema oil mist? .........................................................63
Quais são os fatores que podem influenciar durante as medições mecânicas com micrômetro feitas nos
componentes dos motores? ................................................................................................................................65
Como definir o centro magnético do rotor em um HGF com mancais de deslizamento? ..................................65

Garantia....................................................................................... 67
Como proceder quando o motor apresentar um problema de funcionamento dentro do prazo de garantia? .67
Como proceder com a garantia do motor em caso da necessidade de exportação?..........................................67

Grau de proteção ......................................................................... 68


Os tampões enviados na caixa de ligação do motor podem ser utilizados na aplicação? Eles garantem o grau de
proteção? .............................................................................................................................................................68
O que é e como é definido o grau de proteção dos motores elétricos? .............................................................68
Quais os tipos de vedação utilizados entre eixo e tampas para cada grau de proteção? ...................................68
Como são realizados os testes de grau de proteção para motores? ...................................................................69

Manutenção e Modificação.......................................................... 70
Qual o plano de manutenção geral indicado para os motores? ..........................................................................70
Qual o procedimento para realizar a relubrificação do motor? ..........................................................................70
É recomendado realizar serviços de recuperação de componentes? .................................................................71
Quais os parâmetros que devem ser monitorados quando um motor elétrico (indução trifásico)
está operando? ................................................................................................................................................71
Quais os torques de aperto utilizado nas placas de bornes nas diferentes linhas de motores? .........................72
Quais os torques de aperto dos parafusos recomendados durante a montagem dos motores? .......................72
Qual o tempo e temperatura recomendado para cura do verniz ou resina de impregnação do bobinado? .....72
Como realizar a retirada da bobina de um estator para rebobinamento?..........................................................72
Quais os torques de aperto para os parafusos de fixação do motor na base?....................................................72
Qual a causa e como prevenir oxidação nos motores? ..........................................................................73
Quais os cuidados para substituir rolamentos de esferas por rolamentos de rolos (linhas W21 e
W22) ? ................................................................................................................................................................74

Motofreio .................................................................................... 75
Onde encontrar a alavanca de freio para freios com este dispositivo? ..............................................................75
O torque nominal do freio, indicado na sua especificação, é referido à velocidade nominal do motor?...........75
Em qual tensão de rede posso utilizar o freio que está instalado no motor? .....................................................75
Um freio 205 VCC pode ser acionado em 380V CA? ............................................................................................75

Motores para área Classificada .................................................... 76


O que são e como são classificados os motores para áreas classificadas?..........................................................76
Posso reparar motor Ex sem placa de identificação? ..........................................................................................76

6
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Os certificados para motores de área classificada possuem validade? ...............................................................77
Qual a especificação e tipo de selante usado em motores NEMA Ex-d?.............................................................77
Quais os torques de aperto dos parafusos recomendados durante a montagem dos motores? .......................77

Rolamentos, Graxas e Lubrificação............................................... 78


Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?
..............................................................................................................................................................................78
Quais as causas, como identificar e como evitar passagem de corrente em rolamento? ..................................78
Graxas não homologadas pela WEG podem ser utilizadas? ................................................................................79
Qual é o intervalo de relubrificação dos rolamentos? .........................................................................................79
Motores com rolamentos de rolos ou contato angular demandam cuidados especiais? Como
testá-los a vazio? .............................................................................................................................................80
Qual o procedimento para realizar a relubrificação do motor? ..........................................................................81
Que tipo de rolamento é o mais recomendado para cada tipo de aplicação? Pode haver
exceções?...........................................................................................................................................................82
Onde posso encontrar os dados do rolamento utilizado nos motores? .............................................................83
Quais os cuidados para substituir rolamentos de esferas por rolamentos de rolos (linhas W21 e
W22) ? ................................................................................................................................................................83
Quais os padrões de montagem de rolamentos de contato angular em pares? ................................................84
Qual a causa de microabrasão (fretting) nos rolamentos?..................................................................................84
Diferentes graxas podem ser misturadas no rolamento? ...................................................................................84
Quais graxas são recomendadas para cada aplicação pela WEG? ......................................................................85
Lubrificador automático pode ser utilizado? .......................................................................................................85

Sensor de temperatura, resistência de aquecimento e encoder ... 86


Quais as conexões permitidas para a resistência de aquecimento? ...................................................................86
Como testar os sensores de temperatura do motor (PTC e PT-100)? .................................................................86
O que é e para que serve a resistência de aquecimento dos motores elétricos? ...............................................87
O que são e para que servem os sensores de temperatura? ..............................................................................87
Qual a diferença entre termostato, protetor térmico, PT1000, PT100 e PTC? ...................................................87

Site, Manuais e MYWEG............................................................... 90


Onde encontro informações sobre instalação, operação e manutenção de motores elétricos WEG? ..............90
Como verificar dados de bobinagem no sistema WIREFRAME? ..........................................................................90
Onde podem ser encontrados os desenhos de motores? ...................................................................................93
Onde posso encontrar os dados do rolamento utilizado nos motores? .............................................................94
Como ver os dados de especificação (folha de dados) do motor? ......................................................................95
Links dos principais manuais de motores WEG ...................................................................................................96
Onde encontrar figuras em 3D, Solid Works ou CAD dos motores?....................................................................97
7
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Temperaturas .............................................................................. 99
Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?
..............................................................................................................................................................................99
Qual o significado de classe de temperatura F(DT=80K)? ...................................................................................99
Qual o significado e quais são as classes de isolamento dos motores elétricos? ................................................99
Quais são as constantes térmicas de um motor e quais as relações entre elas? ...........................100
Quais as inspeções a serem realizadas no motor antes do start up? ..............................................101
Quais os procedimentos a serem adotados para efetuar a partida do motor? .............................102

Vibração e Ruído ........................................................................ 103


Qual o procedimento correto para medição de vibração?................................................................................103
Quais as causas de ruído excessivo em campo e como identificar? ..................................................................104
Quais os limites de vibração do motor a vazio? ................................................................................................104
Quais os limites de vibração do motor em carga? .............................................................................................105

8
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Acionamento por Inversor de frequência
Qual é a rotação máxima e mínima admitida para um motor acionado por inversor de frequência?
As velocidades de rotação mínima e máxima para motores que operam acionados por inversor de frequência
demandam avaliação mecânica e elétrica.
Mecanicamente, não há limite de velocidade mínima. O limite de velocidade máxima para motores padrão (com
graxa Polyrex) pode ser consultado na tabela abaixo:

Relações máximas permitidas para motores acionados por inversor de frequência


Obs: quando em operação com velocidade acima do valor nominal do motor o intervalo de lubrificação deverá
ser reduzido proporcionalmente ao aumento de velocidade. Velocidades acima do valor nominal podem implicar
em aumento de vibração e ruído no motor.
Eletricamente, devido à influência do inversor na elevação de temperatura do motor, é recomendado que seja
adotado um dos critérios abaixo:
- Redução do torque nominal;
- Utilização de ventilação independente.
A redução de torque recomendada varia de acordo com a velocidade (frequência) de operação. Abaixo segue
tabela com os valores de torque recomendados:

Redução de torque – acionamento por inversor


Nota – Para a linha WMagnet favor consultar a WEG.

9
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Quais as causas, como identificar e como evitar passagem de corrente em rolamento?
O fenômeno de tensão induzida no eixo acomete principalmente máquinas grandes devido a características
intrínsecas de projeto e/ou quando estas são acionadas por inversores de frequência, com formas de onda não
senoidais.
A falha por passagem de corrente ocorre quando descargas elétricas ocorrem no rolamento, rompendo a isolação
do filme de graxa. Essas descargas dão origem a pequenas marcas nas pistas do rolamento e enegrecimento da
graxa. Essas características possibilitam a identificação do problema através da avaliação do próprio rolamento
danificado. Outra característica desse tipo de falha é o aumento do ruído (atrito metal-metal) no rolamento.
A figura abaixo mostra um rolamento danificado por passagem de corrente já em fase avançada.

Marcas de passagem de corrente


As possíveis causas estão ligadas principalmente a falhas no sistema de aterramento da instalação. Para avaliar e
corrigir o problema, recomendamos avaliação minuciosa com base nas recomendações citadas abaixo:
- No inversor, avaliar com fabricante a possibilidade de reduzir frequência de chaveamento;
- Na instalação, avaliar aterramento e ligação dos cabos. Interligar aterramentos do motor, máquina e inversor.
Recomenda-se utilização de cabos blindados;
- O cabo de aterramento principal dever possuir, pelo menos metade da bitola dos cabos de alimentação do
sistema;
- A bitola dos cabos de aterramento do inversor devem respeitar os valores conforme manual do produto;
- Todos os cabos de aterramento dos equipamentos devem estar conectados a um barramento principal;
- As ligações de malhas devem ser aterradas, conforme manual de aterramento de sistemas de potência.
- Para proteger e aumentar a vida útil dos rolamentos do motor recomendamos utilizar rolamento isolado ou
tampa isolada associada à escova de aterramento.
Nota: motores para áreas classificadas devem ser avaliados caso a caso e a WEG deve ser consultada.
Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível no
seguinte link: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-
manual-portugues-br.pdf

Qual a diferença entre rolamento isolado e tampa isolada?


Ambos os componentes possuem a mesma finalidade: proteger o mancal dos equipamentos contra passagem de
corrente elétrica. As diferenças estão relacionadas a aspectos construtivos e de âmbito comercial.
Os rolamentos isolados podem ter configuração com a pista externa ou pista interna com camada isolante, ou
ainda, as esferas do rolamento podem ser de cerâmica.

10
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
A tampa isolada possui uma camada isolante entre o cubo e o corpo da tampa assegurando que não haverá
passagem de corrente nesse ponto.
Como padrão para os motores WEG, seja com uso de tampa ou rolamento isolado, no outro mancal é utilizado
escova de aterramento para interligar eletricamente a tampa com o eixo e proteger o rolamento (não isolado) do
outro mancal.
Em geral, economicamente os rolamentos isolados apresentam um valor mais elevado em comparação a uma
tampa isolada, que possui vida útil maior.

Rolamento isolado x tampa isolada


Nota: motores para áreas classificadas devem ser avaliados caso a caso e a WEG deve ser consultada.
Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível no
seguinte link: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-
manual-portugues-br.pdf

O motor normal pode operar com inversor de frequência sem redução da potência?
A necessidade ou não de redução de potência em motores que operam com inversor de frequência tem relação
direta com a faixa de frequência (velocidade) de operação do equipamento. Na condição de frequência nominal
até em torno de 83% desta, não há necessidade de redução de potência. Já para outras faixas de frequência
recomenda-se reduzir a potência do motor, de acordo com o gráfico abaixo:

Redução de torque – acionamento por inversor


Notas:
Motores para áreas classificadas ou cargas com comportamento não constante devem ser avaliadas caso a caso
e a WEG deve ser consultada.
Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível no
seguinte link: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-
manual-portugues-br.pdf

11
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Qual o acréscimo no ruído do motor quando operando com inversor de frequência?


Baseado em testes internos de motores W22, 4 pólos, feitos de acordo com as normas ISO 1680 e ISO 3744, os
valores de nível de pressão sonora em dB(A) que devem ser adicionados aos valores informados nas folhas de
dados dos motores e catálogos são mostrados na tabela abaixo:

Acréscimo de ruído(dB(A)) em motor operando com inversor de frequência

Quais são os critérios a serem adotados para uso do motor com inversor de frequência?
Na utilização de motores de indução trifásicos de baixa tensão com inversores de frequência devem ser
obedecidos os critérios da tabela a seguir, do contrário é recomendado a instalação de filtros entre o inversor e o
motor.

Critérios para operação com inversor de frequência


Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível nos
seguintes links:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-manual-
portugues-br.pdf
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-de-inducao-alimentados-por-inversores-de-frequencia-
pwm-50029351-artigo-tecnico-portugues-br.pdf

12
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Como realizar frenagem com corrente contínua em motores?


Este tipo de frenagem é obtido aplicando-se uma tensão contínua (Vcc) no estator do motor, normalmente obtida
pelo disparo dos transistores do inversor de frequência, não necessitando nenhum dispositivo adicional. A
magnitude da corrente contínua que define o torque de frenagem e o período durante o qual ela é aplicada são
parâmetros que podem ser especificados pelo usuário. Durante a frenagem CC é necessário um intervalo para a
desmagnetização do motor (tempo morto) para não haver um pico de corrente no inversor, que poderá atuar a
proteção e bloquear o mesmo.
Para maiores informações consultar o manual do inversor de frequência.

13
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Aplicação e Métodos de Partida

Qual o limite de variação de tensão e frequência admissíveis nos motores WEG?


A norma NBR17094 - Máquinas Elétrica Girantes - Motores de Indução, define zonas de operação para os motores,
considerando variações de frequência e/ou tensão.
A zona "A", limita a variação de tensão a 5% da tensão nominal ou em 2% da frequência nominal, para cima ou
para baixo. Nesse caso, o motor proverá torque nominal, mas pode não atender completamente as características
de desempenho a tensão e frequência nominais.
A zona "B", limita a variação de tensão a 10% da tensão nominal ou em até 5% da frequência nominal. O motor
deve ser capaz de prover torque nominal, mas sofrerá desvios superiores aqueles da zona "A", no que se refere
as características de desempenho a tensão e frequência nominais. O funcionamento prolongado na zona "B" não
é recomendado.

Variação frequência x tensão

Quantas partidas por hora podem ser realizadas por um motor elétrico acionando um
equipamento qualquer?
Para os motores que possuem regime de serviço “S1”, que significa uso contínuo, a norma ABNT NBR 17094-1
para motores de indução trifásicos prevê que os motores devem ser capazes de suportar duas partidas
consecutivas a frio (com retorno ao repouso entre partidas) e uma partida a quente (após ter funcionado nas
condições nominais).
Em cada caso, uma (1) partida adicional é permitida somente se a temperatura do bobinado do motor antes da
partida não exceder a temperatura de equilíbrio térmico sob carga nominal.

14
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Um motor especificado para 50Hz pode ser ligado em uma rede 60Hz e vice-versa?
Motores trifásicos autoventilados com enrolamentos para 50 Hz poderão ser ligados também em rede de 60Hz.
Ligando o motor de 50 Hz, com a mesma tensão em 60 Hz:
- A potência do motor será a mesma;
- A corrente nominal á a mesma;
- A corrente de partida diminui em 17%;
- Cp/Cn diminui em 17%;
- Cm/Cn diminui em 17%;
- A velocidade nominal aumenta em 20%.
Nota: deverão ser observados os valores de potência requeridos, para motores que acionam equipamentos que
possuem conjugados variáveis com a rotação (ex: bombas, ventiladores, etc).
Se alterar a tensão proporcionalmente a frequência:
- Aumenta a potência do motor 20%;
- A corrente nominal é a mesma;
- A corrente de partida será aproximadamente a mesma;
- O conjugado de partida será aproximadamente o mesmo;
- O conjugado máximo será aproximadamente o mesmo;
- A rotação nominal aumenta 20%.
Não é recomendado o uso de motores autoventilados com enrolamentos para 60Hz operando em rede de 50Hz,
pois essa redução na velocidade de rotação terá como consequência o aumento da temperatura de operação.

Qual é a vida útil do motor elétrico?


A vida útil do motor está diretamente relacionada à:
- Especificação correta;
- Ambiente de operação;
-Instalações elétrica e mecânica adequadas (entenda-se neste ponto: rede elétrica, proteções, acoplamento
adequado entre motor e equipamento acionado, alinhamento, dimensionamento de base mecânica, etc);
- Processo operacional adequado à capacidade do motor;
- Critérios de manutenção bem definidos e cumpridos.
A interpretação mais completa que se pode dar para a vida útil de um motor é o tempo de vida a partir do qual
não se justifica (tecnicamente e/ou economicamente) recuperar um motor danificado. Isto pode equivaler a um
mês, 12 meses, 10 anos ou mais, dependendo dos danos a que o motor vier a ser submetido.

15
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
O que são e quais são os regimes de serviço?
Regime de serviço é o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os motores normais são
projetados para regime contínuo (a carga é constante), por tempo indefinido e igual a potência nominal do motor.
A indicação do regime do motor deve ser feita pelo comprador, da forma mais exata possível. Nos casos em que
a carga não varia ou nos quais varia de forma previsível, o regime poderá ser indicado numericamente ou por
meio de gráficos que representam a variação em função de tempo das grandezas variáveis. Quando a sequência
real dos valores no tempo for indeterminada, deverá ser indicada uma sequência fictícia não menos severa que a
real.
Conforme a IEC 60034-1 os regimes de tipo e os símbolos alfanuméricos a eles atribuídos, são indicados a seguir:
Regime contínuo (S1) - Funcionamento à carga constante de duração suficiente para que se alcance o equilíbrio
térmico.

Regime S1
Regime de tempo limitado (S2) - Funcionamento à carga constante, durante certo tempo, inferior ao necessário
para atingir o equilíbrio térmico, seguido de um período de repouso de duração suficiente para restabelecer a
temperatura do motor dentro de + 2K em relação à temperatura do fluido refrigerante.

Regime S2
Regime intermitente periódico (S3) - Sequência de ciclos idênticos, cada qual incluindo um período de
funcionamento com carga constante e um período desenergizado e em repouso. Neste regime o ciclo é tal que a
corrente de partida não afeta de modo significativo a elevação de temperatura.

16
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Regime S3
Regime intermitente periódico com partidas (S4) - Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo
de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante e um período de repouso, sendo tais
períodos muito curtos, para que se atinja o equilíbrio térmico.

Regime S4
Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5) - Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual
consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante, um período de frenagem
elétrica e um período desenergizado e em repouso, sendo tais períodos muito curtos para que se atinja o
equilíbrio térmico.

Regime S5

17
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Regime de funcionamento contínuo periódico com carga intermitente (S6) - Sequência de ciclos de regime
idênticos, cada qual consistindo de um período de funcionamento a carga constante e de um período de
funcionamento em vazio, não existindo período de repouso.

Regime S6
Regime de funcionamento contínuo periódico com frenagem elétrica (S7) - Sequência de ciclos de regimes
idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, de um período de funcionamento a carga constante e
um período de frenagem elétrica, não existindo o período de repouso. Fator de duração do ciclo = 1.

Regime S7

Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8) -
Sequência de ciclos de regimes idênticos, cada ciclo consistindo de um período de partida e um período de
funcionamento a carga constante, correspondendo a uma determinada velocidade de rotação, seguidos de um
ou mais períodos de funcionamento a outras cargas constantes, correspondentes a diferentes velocidades de
rotação. Não existe período de repouso.

Regime S8
18
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Regime com variações não periódicas de carga e de velocidade (S9) - Regime no qual geralmente a carga e a
velocidade variam não periodicamente, dentro da faixa de funcionamento admissível, incluindo frequentemente
sobrecargas aplicadas que podem ser muito superiores à carga de referência.

Regime S9
Regime com cargas constantes distintas (S10) - Regime consistindo em um número específico de valores distintos
de cargas (ou cargas equivalentes) e, se aplicável, velocidade, sendo cada combinação carga/velocidade mantida
por um tempo suficiente para permitir que a máquina alcance o equilíbrio térmico. A carga mínima durante um
ciclo de regime pode ter o valor zero (funcionamento em vazio ou repouso desenergizado).

Regime S10
Regimes especiais - Onde a carga pode variar durante os períodos de funcionamento, existe reversão ou frenagem
por contra-corrente, etc., a escolha do motor adequado, deve ser feita mediante consulta à fábrica e depende de
uma descrição completa do ciclo:
Potência necessária para acionar a carga. Se a carga varia ciclicamente, deve-se fornecer um gráfico de carga x
tempo, como exemplificado na figura 7.15.
Conjugado resistente da carga.
Momento de inércia total (GD2 ou J) da máquina acionada, referida à sua rotação nominal.
Número de partidas, reversões, frenagens por contra-corrente, etc.
Duração dos períodos em carga e em repouso ou vazio.

O motor normal pode operar com inversor de frequência sem redução da potência?
A necessidade ou não de redução de potência em motores que operam com inversor de frequência tem relação
direta com a faixa de frequência (velocidade) de operação do equipamento. Na condição de frequência nominal
até em torno de 83% desta, não há necessidade de redução de potência. Já para outras faixas de frequência
recomenda-se reduzir a potência do motor, de acordo com o gráfico abaixo:

19
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Redução de torque – acionamento por inversor


Notas:
Motores para áreas classificadas ou cargas com comportamento não constante devem ser avaliadas caso a caso
e a WEG deve ser consultada.
Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível no
seguinte link: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-
manual-portugues-br.pdf

Que tipo de rolamento é o mais recomendado para cada tipo de aplicação? Pode haver exceções?
A definição do modelo de rolamento a ser utilizado dependerá das características da carga aplicada, da forma
construtiva e das características do acionamento.
O rolamento padrão utilizado nos motores WEG é o rolamento de esferas, com dimensões e grau de proteção
proporcional ao tamanho do motor e ambiente em que será instalado.
Os limites de carga radial e axial suportados pelos rolamentos de esferas dos motores, de acordo com a rotação
e tamanho do motor, estão disponíveis para consulta no catálogo Técnico Mercado Brasil. Segue link, para
consulta ver item 5.2.1:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-w22-motor-trifasico-tecnico-mercado-brasil-50023622-catalogo-
portugues-br.pdf
Em situações onde a carga e/ou acoplamentos que geram esforços radiais ou axiais no eixo do motor, superiores
aos suportados pelo rolamento de esferas, será necessário especificar rolamentos dedicados.
Para esforços radiais elevados, se recomenda o uso de rolamento de rolos.
Para esforços axiais elevados, se recomenda o uso de rolamentos de contato angular.
Em operações com acionamento por inversores de frequência poderá ser especificado rolamento isolado.
Em alguns casos poderá ser utilizado mais de um rolamento no mesmo mancal do motor e com especificações
diferentes, dependendo das características de projeto do motor e/ou exigência da carga aplicada.
Em caso de dúvidas ou aplicações especiais recomendamos consultar a Fábrica.
Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível no
seguinte link: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-
manual-portugues-br.pdf

20
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Qual o ajuste recomendado entre eixos e polias/acoplamentos?
A recomendação é que o ajuste de montagem entre eixo e acoplamento seja por interferência. A interferência
recomendada deve variar entre -0,015 e -0,025mm.
Num ajuste adequado o esforço mecânico fica distribuído entre a chaveta e toda a superfície do eixo, conforme
mostrado na primeira figura abaixo (condição correta). Com um ajuste inadequado (ajuste com folga) há o risco
de o esforço mecânico ficar concentrado apenas na chaveta, conforme mostrado na segunda figura abaixo
(condição incorreta).

Condição correta de acoplamento

Condição incorreta de acoplamento

Como realizar o cálculo de esforços no eixo para aplicação com polia e correia?
O cálculo que define se eixo e rolamento atendem aos esforços radiais gerados na aplicação, pode ser feito via
contato com a WEG, de posse das seguintes informações:
-Diâmetro primitivo da polia motora;

21
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
-Largura da polia motora;
-Tipo de correia (plana lisa, trapezoidal - V);
-Peso da polia motora;
-Diâmetro da polia movida;
-Distância entre centros das polias;
-Cota X - distância do assento da polia no eixo até o centro da polia (ver figura abaixo).

Dimensões para cálculo de esforço

Quais os cuidados para substituir rolamentos de esferas por rolamentos de rolos (linhas W21 e
W22) ?
A troca de rolamento de esferas por rolamento de rolos exige os seguintes cuidados:
- Conferir se as dimensões do novo rolamento estão de acordo com as dimensões do eixo e da tampa do motor;
- Manter os anéis de fixação do mancal dianteiro;
- Alterar os anéis de fixação do mancal traseiro para retirar folga axial existente em motores com rolamentos de
esferas (os novos anéis ficarão em contato com a pista externa do rolamento);
- Retirar as molas de pré-carga (ou arruelas onduladas).
Caso o motor originalmente não possua anel de fixação no mancal traseiro (carcaças abaixo da 225), este deverá
ser acrescentado e a tampa traseira deverá ser substituída para um projeto especial apta a montagem do anel e
sem espaço para arruela ondulada.
Na montagem com rolamento de rolos, a folga para dilatação térmica do motor, quando em operação, se dá na
pista do próprio rolamento de rolos. Assim, não se deve utilizar as molas de pré-carga.
Em caso de dúvidas recomendamos consultar a Fábrica.
Qual é a rotação máxima e mínima admitida para um motor acionado por inversor de frequência?
As velocidades de rotação mínima e máxima para motores que operam acionados por inversor de frequência
demandam avaliação mecânica e elétrica.
Mecanicamente, não há limite de velocidade mínima. O limite de velocidade máxima para motores padrão (com
graxa Polyrex) pode ser consultado na tabela abaixo:

22
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Relações máximas permitidas para motores acionados por inversor de frequência


Obs: quando em operação com velocidade acima do valor nominal do motor o intervalo de lubrificação deverá
ser reduzido proporcionalmente ao aumento de velocidade. Velocidades acima do valor nominal podem implicar
em aumento de vibração e ruído no motor.
Eletricamente, devido à influência do inversor na elevação de temperatura do motor, é recomendado que seja
adotado um dos critérios abaixo:
- Redução do torque nominal;
- Utilização de ventilação independente.
A redução de torque recomendada varia de acordo com a velocidade (frequência) de operação. Abaixo segue
tabela com os valores de torque recomendados:

Redução de torque – acionamento por inversor


Nota – Para a linha WMagnet favor consultar a WEG.

23
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Quais os parâmetros que devem ser monitorados quando um motor elétrico (indução trifásico)
está operando?
Os principais parâmetros a serem monitorados para motores em operação são: corrente, tensão, temperatura
nos mancais, vibração e ruído. Para motores com sensores tipo PT100, instalados em mancais ou no bobinado, a
medição deve ser feita via esses sensores.
Recomendamos que seja feito monitoramento periódico e registro das medições realizadas. Em caso de valores
medidos acima dos dados especificados na placa de identificação ou fora de tolerância das normas aplicáveis,
recomendamos avaliar a aplicação e instalação. Se necessário entrar em contato com a WEG.

Quais as características de motores para baixas temperaturas?


Para operar em baixa temperatura os motores devem estar de acordo com as características informadas na tabela
abaixo:

Características para operação em baixa temperatura

Qual a vida útil de um motor da linha SMOKE?


A vida útil dos motores Smoke é limitada pela vida útil do seu bobinado. Devido aos requisitos especiais de
aplicação, sua vida útil é limitada em 10 anos a partir da data de fabricação. Após este período o motor deve ser
substituído e sucatado.

Qual o MTBF (tempo médio entre falhas) de um motor elétrico?


Fatores que influenciam no tempo médio entre falhas:
- Severidade da aplicação;

24
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
- Severidade do ambiente;
- Níveis de tensão e variação aplicada nos terminais do motor;
- Procedimentos de manutenção adotados para o motor;
- Períodos de operação do motor;
- Carga aplicada no motor, entre outras.
Estes fatores não são controlados pelo fabricante do motor, tornando assim impossível que este estime um tempo
médio entre falhas para um determinado motor.
Em geral, o MTBF é usado por grandes empresas que possuem o registro destas situações e, através do histórico
de registro de falhas, é possível definir um MTBF para aplicações e processos específicos.
Com base nesta informação, realizando comparações com processos similares, estabelecendo um plano de
manutenção adequado e modificando algumas especificações do motor, o cliente poderá aumentar o MTBF de
sua aplicação.

Quais são as constantes térmicas de um motor e quais as relações entre elas?


THC (termal heating constant) ou constante térmica de aquecimento, é o período necessário para o motor,
partindo da temperatura ambiente e em carga nominal, atingir 63,2% da estabilização térmica.

Constante térmica de aquecimento


Em geral o motor leva 3xTHC para atingir 95% da estabilização térmica, sendo que esta ocorre totalmente entre
3 e 5 X THC.

Tempo de estabilização em caga


Se após atingida a estabilização térmica em carga o motor passa a operar à vazio, a nova estabilização térmica
ocorrerá em torno de 5xTHC.

Tempo de estabilização a vazio


25
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Se após atingida a estabilização térmica em carga o motor é desligado, este leva em torno de 15xTHC para retornar
a temperatura ambiente.

Tempo de retorno a temperatura ambiente

Como fazer a conexão dos cabos em motores sem placa de bornes?


Após definida a conexão que será utilizada, recomenda-se instalar terminais olhais nos cabos do motor (caso ainda
não estejam).
Encostar a parte plana de cada terminal e fixar um ao outro utilizando um parafuso com porca e arruelas para
fixação.
Caso existam terminais de diferentes tamanhos o parafuso deve ser inserido pelo terminal menor, sendo que uma
arruela deve ser colocada entre o parafuso e o terminal.
No lado oposto, deve-se então instalar uma arruela e fixar com a porca todo o conjunto.

Fixação dos terminais


Aplicar o mesmo torque indicado no manual WEG para aperto dos terminais em placa de bornes, dependendo do
tamanho do parafuso utilizado.
Iniciar a isolação dos cabos a pelo menos 13 mm (aproximadamente ½”) do final da isolação do cabo, utilizando
uma fita isolante com classe de temperatura igual ou superior a do motor.

Isolação dos terminais


Cobrir toda a região dos terminais e parafusos assegurando a completa isolação do conjunto.

26
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Isolação dos terminais


OBS – A qualidade e rigidez da fita isolante devem ser corretamente definidas para evitar desgaste prematuro
deste componente e consequente curto circuito no interior da caixa de ligação.
Casos especiais tal como operação em baixas temperaturas ou com agentes corrosivos no ambiente também
devem ser avaliados cuidadosamente.
Quais as inspeções a serem realizadas no motor antes do start up?
Após executar os procedimentos de instalação, alguns aspectos devem ser verificados antes da partida inicial do
motor, principalmente se o motor não foi colocado imediatamente em operação após sua instalação. Aqui devem
ser verificados os seguintes itens:
- Se os dados que constam na placa de identificação (tensão, corrente, esquema de ligação, grau de proteção,
refrigeração, fator de serviço, entre outras) estão de acordo com a aplicação;
- A correta montagem e alinhamento do conjunto (motor + máquina acionada);
- O sistema de acionamento do motor, considerando que a rotação do motor não ultrapasse a velocidade máxima
estabelecida para este;
- A resistência de isolamento do motor;
-O sentido de rotação do motor;
- A integridade da caixa de ligação, que deve estar limpa e seca, seus elementos de contato isentos de oxidação,
suas vedações em condições apropriadas de uso e suas entradas de cabos corretamente fechadas/protegidas de
acordo com o grau de proteção;
- As conexões do motor, verificando se foram corretamente realizadas, inclusive aterramento e cabos auxiliares;
-O correto funcionamento dos acessórios (freio, encoder, proteção térmica, ventilação forçada, etc.) instalados
no motor;
- A condição dos rolamentos. Para motores com rolamento aberto armazenados por mais de seis meses, os
rolamentos devem ser relubrificados antes da entrada em operação. Para motores armazenados e/ou instalados
há mais de dois anos, mas que não entraram em operação, recomenda-se trocar os rolamentos, ou então,
removê-los, lavá-los, inspecioná-los, e relubrificá-los antes de serem colocados em operação.
Para uma avaliação dos rolamentos podem ser utilizadas as técnicas de análise de vibração através de envelope
ou demodulação;
- Que entradas e saídas de ar estejam completamente desobstruídas. O mínimo espaço livre até a parede mais
próxima (L) deve ser ¼ do diâmetro da entrada de ar da defletora. O ar na entrada do motor deve estar na
temperatura ambiente.
- Que as vazões e temperaturas da água estejam corretas, quando utilizadas na refrigeração do motor.
- Que todas as partes girantes, como polias, acoplamentos, ventiladores externos, eixo, etc., estejam protegidas
contra toques acidentais.

27
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Outros testes e verificações que não constam nesta relação podem se fazer necessários, em função das
características específicas da instalação, aplicação e/ou do motor.
- Nos motores com mancais de rolamento com lubrificação a óleo deve ser assegurado:
- O nível correto de óleo do mancal. O mesmo deve estar na metade do visor;
- Que quando o motor for armazenado por período igual ou maior ao intervalo de troca de óleo, o óleo
deverá ser trocado antes da colocação em funcionamento;
- Nos motores com mancais de deslizamento deve ser assegurado:
- O nível correto de óleo do mancal. O mesmo deve estar na metade do visor;
- Que o motor não parte e nem opere com cargas radiais ou axiais;
- Que quando o motor for armazenado por período igual ou maior ao intervalo de troca de óleo, o óleo
deverá ser trocado antes da colocação em funcionamento;
- Nos motores monofásicos deve ser verificado:
- A análise da condição dos capacitores para motores monofásicos, se existirem. Para motores instalados
por um período superior a dois anos, mas que não entraram em operação, recomenda-se a substituição de seus
capacitores de partida;
Quais os procedimentos a serem adotados para efetuar a partida do motor?
Após todas as verificações antes do start up terem sido realizadas, seguir o procedimento a seguir para efetuar a
partida do motor:
- Ligar a máquina sem nenhuma carga (quando possível), acionando a chave de partida como se fosse um pulso,
verificando o sentido de rotação, a presença de ruído, vibração ou outra condição anormal de operação;
- Religar o motor, que deve partir e funcionar de maneira suave. Caso isso não ocorra, desligue o motor, verifique
novamente o sistema de montagem e conexões antes de uma nova partida.
- No caso de vibrações excessivas, verificar se os parafusos de fixação estão adequadamente apertados ou se a
vibração é proveniente de máquinas adjacentes. Verificar periodicamente a vibração;
- Operar o motor sob carga nominal por um pequeno período de tempo e comparar a corrente de operação com
a corrente indicada na placa de identificação;
-Recomenda-se ainda que algumas variáveis do motor sejam acompanhadas até seu equilíbrio térmico: corrente,
tensão, temperatura nos mancais e na superfície externa da carcaça, vibração e ruído;
- Recomenda-se que os valores de corrente e tensão sejam registrados no relatório de instalação.
Devido ao valor elevado da corrente de partida dos motores de indução, o tempo gasto na aceleração nas cargas
de inércia apreciável resulta na elevação rápida da temperatura do motor. Se o intervalo entre partidas sucessivas
for muito reduzido, isso resultará no aumento da temperatura nos enrolamentos, danificando-os ou reduzindo a
sua vida útil. Caso não seja especificado regime de serviço diferente de S1 / CONT. na placa de identificação do
motor, os motores estão aptos para:
- Duas partidas sucessivas, sendo a primeira feita com o motor frio, isto é, com seus enrolamentos na temperatura
ambiente e uma segunda partida logo a seguir, porém após o motor ter desacelerado até atingir seu repouso;
- Uma partida com o motor a quente, ou seja, com os enrolamentos na temperatura de regime.

28
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Quais os métodos de partida possíveis para motores 3, 6, 9 e 12 cabos? Qual a influência destes
métodos no torque do motor?
A tabela abaixo apresenta os possíveis métodos de partida para os motores, conforme a quantidade de cabos:

Métodos de partida
Direta:
- Maior corrente de partida;
- Torque de partida nominal conforme folha de dados;
- Menor tempo de aceleração;
- Maiores esforços mecânicos.

Tensão Reduzida (Estrela/Triângulo e Compensadora):


- Menor corrente de partida;
- Menor torque de partida;
- Maior tempo de aceleração;
- Menores esforços mecânicos.
Soft Starter:
- Possibilidades de variação de corrente de partida ou tempo de aceleração;
- Torques variáveis conforme necessidade;
- Tempos de aceleração variáveis;
- Menores esforços mecânicos em partidas mais suaves;
Inversor:
- Permite controle da velocidade do motor;

29
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
- Permite partir cargas de elevada inércia com até 1,5 x a corrente nominal, mantendo o torque constante;
- Possibilidade de entrada monofásica e saída trifásica controlada;
- Para processos que precisem de maior precisão de velocidade, pode ser realimentado por encoder;
- Permite multiacionamento;
- Controle escalar (controle de velocidade) e vetorial (controle de velocidade e torque).

Como transformar um motor 12 cabos em 6 cabos para acionamento com chave estrela triângulo?
A transformação de motor 12 cabos para 6 cabos deve ser feita considerando a tensão de rede em que será
utilizado, seguindo as orientações abaixo:

Tensão da rede 220V – Ligação em paralelo de cada fase do motor.


Tensão da rede 440V – Ligação em série de cada fase do motor.

Conversão de 12 para 6 cabos


Em caso de dúvidas, entrar em contato com a WEG.

Quais as possíveis causas de falha em uma partida estrela triângulo?


Segue abaixo alguns pontos importantes para serem avaliados em caso de dificuldades em acionamentos com
chave estrela triângulo:
- Acionamento com chave estrela triângulo é indicado para partidas sem carga ou com até um terço da carga
nominal;

30
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
- O motor deve estar corretamente especificado para ligação em triângulo na tensão da rede de alimentação;
- Conferir se as conexões estão corretas e bem fixadas em toda a instalação, inclusive motor;
- Conferir tensão da rede e equilíbrio entre as fases. Na ligação de maior tensão a partida deve ser com tensão
em torno de um terço da tensão nominal;
- A comutação entre as ligações deve ser realizada com rotação no mínimo de 80% da rotação nominal do motor;
- Durante a comutação o motor pode atingir pico de corrente próximo do valor com partida direta. Portanto, deve
ser limitado o tempo de comutação;
- Pode ser realizado teste de resistência de isolamento entre fases e entre fases e carcaça do motor para excluir
problema relacionado ao sistema isolante do bobinado.
Em caso de dúvidas entrar em contato com a WEG.

Qual a causa e como prevenir oxidação nos motores?


As principais causas de oxidação nos motores são:
- Contaminação por contato direto com água, causado por mal armazenamento do motor ou exposição a
ambientes severos.
- Contaminação por agentes corrosivos presentes no ambiente em que se encontra o motor.
- Contaminação por umidade presente no ar. A mesma tende a condensar dentro do motor devido a variações de
temperatura, causando a oxidação.
Abaixo as ações que devem ser tomadas para evitar a oxidação dos motores:
Se os motores não forem instalados imediatamente, recomenda-se armazená-los em local seco com umidade
relativa do ar de até 60%, com temperatura ambiente acima de 5 °C e abaixo de 40 °C, isento de poeira, vibrações,
gases, agentes corrosivos, com temperatura uniforme, em posição normal e sem apoiar sobre eles outros objetos.
Remova polias (caso existam) da ponta de eixo, e as mantenha livre e com graxa protetiva para evitar corrosão.
Caso o motor possua resistência de aquecimento, esta deverá ser energizada sempre que o motor não estiver em
operação. Isto se aplica também para os casos em que o motor estiver instalado, porém fora de uso por um longo
período. Nestas situações, dependendo das condições do ambiente, poderá ocorrer condensação de água no
interior do motor, provocando queda na resistência de isolamento e aparecimento de corrosão. Os motores
devem ser armazenados de tal modo que a drenagem seja facilitada.
As resistências de aquecimento nunca devem estar energizadas enquanto o motor estiver operando.
Todas as superfícies usinadas expostas (por exemplo, ponta de eixo e flange) são protegidas na fábrica por um
inibidor de oxidação temporário. Esta película protetora deve ser reaplicada periodicamente durante o período
de armazenagem (pelo menos a cada seis meses) ou quando for removida ou estiver deteriorada.

31
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Armazenamento e Transporte
Quais os cuidados com um motor em estoque?
- Se os motores não forem instalados imediatamente, recomenda-se armazená-los em local seco com umidade
relativa do ar de até 60%, com temperatura ambiente acima de 5 °C e abaixo de 40 °C, isento de poeira, vibrações,
gases, agentes corrosivos, com temperatura uniforme, em posição normal e sem apoiar sobre eles outros objetos.
Remova polias (caso existam) da ponta de eixo, e as mantenha livre e com graxa protetiva para evitar corrosão.
- Caso o motor possua resistência de aquecimento, esta deverá ser energizada sempre que o motor não estiver
em operação. Isto se aplica também para os casos em que o motor estiver instalado, porém fora de uso por um
longo período. Nestas situações, dependendo das condições do ambiente, poderá ocorrer condensação de água
no interior do motor, provocando queda na resistência de isolamento. Os motores devem ser armazenados de tal
modo que a drenagem seja facilitada.
- Todas as superfícies usinadas expostas (por exemplo, ponta de eixo e flange) são protegidas na fábrica por um
inibidor de oxidação temporário. Esta película protetora deve ser reaplicada periodicamente durante o período
de armazenagem (pelo menos a cada seis meses) ou quando for removida ou estiver deteriorada.
- Recomenda-se girar o eixo do motor pelo menos uma vez ao mês (manualmente, no mínimo cinco voltas,
deixando o eixo em posição diferente da original).
Obs.: caso o motor possua dispositivo de travamento do eixo, este deve ser retirado antes de girar o eixo e ser
recolocado novamente antes de transportar o motor.
- Motores verticais podem ser armazenados na posição vertical ou na posição horizontal.
- Para motores com rolamento aberto armazenados por mais de seis meses, os rolamentos devem ser
relubrificados, antes da entrada em operação.
Caso o motor permaneça armazenado por um período superior a dois anos, recomenda-se substituir os
rolamentos ou então estes devem ser removidos, lavados, inspecionados e relubrificados.
- Em motores com mancais de rolamento com lubrificação a óleo, o motor deve ser armazenado na sua posição
original de funcionamento e com óleo nos mancais. O nível do óleo deve ser respeitado, permanecendo na
metade do visor de nível.
Durante o período de armazenagem, deve-se retirar o dispositivo de travamento do eixo e, mensalmente,
rotacionar o eixo manualmente (cinco voltas), para recircular o óleo e conservar o mancal em boas condições.
Sendo necessário movimentar o motor, o dispositivo de travamento do eixo deve ser reinstalado.
Para motores armazenados por período igual ou superior ao intervalo de troca de óleo, o óleo deverá ser trocado,
antes da entrada em operação.
Caso o motor permaneça armazenado por um período maior que dois anos, recomenda-se substituir os
rolamentos ou então estes devem ser removidos, lavados, inspecionados e relubrificados.
O óleo dos mancais dos motores verticais é retirado para evitar vazamento durante o transporte. Após o
recebimento, os mancais devem ser lubrificados.
- Em motores com mancais de deslizamento o motor deve ser armazenado na sua posição original de
funcionamento, e com óleo nos mancais. O nível do óleo deve ser respeitado, permanecendo na metade do visor
de nível.
Durante o período de armazenagem, deve-se retirar o dispositivo de travamento do eixo e, mensalmente,
rotacionar o eixo manualmente (cinco voltas) (e a 30 rpm, no mínimo) para recircular o óleo e conservar o mancal

32
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
em boas condições de operação. Caso seja necessário movimentar o motor, o dispositivo de travamento do eixo
deve ser reinstalado.
Para motores armazenados por período igual ou superior ao intervalo de troca de óleo, o óleo deverá ser trocado,
antes da entrada em operação.
Caso o motor fique armazenado por um período maior que o intervalo de troca de óleo, ou não seja possível
rotacionar o eixo do motor, o óleo deve ser drenado e aplicada uma proteção anticorrosiva e desumidificadores.
- Recomenda-se medir periodicamente a resistência de isolamento dos motores, para assim avaliar as condições
de armazenamento sob o ponto de vista elétrico. Se forem observadas quedas nos valores de resistência de
isolamento, as condições do armazenamento devem ser analisadas, avaliadas e corrigidas, quando necessário.
Mais informações em: http://www.weg.net/files/products/WEG-iom-general-manual-of-electric-motors-
manual-general-de-iom-de-motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-electricos-50033244-manual-
english.pdf

Motores com rolamentos de rolos ou contato angular demandam cuidados especiais? Como testá-
los a vazio?
Sim, rolamentos com elementos rolantes cilíndricos ou esféricos de contato angular possuem caraterísticas
construtivas especiais para suportar elevadas cargas radiais ou axiais, respectivamente. Devido a isto, os seguintes
cuidados são necessários:
- Utilizar dispositivo de fixação do eixo quando o motor estiver sendo transportado, mesmo que seja dentro da
própria instalação, para evitar choques nos rolamentos;
- O teste a vazio prioritariamente deve ser realizado na forma construtiva do motor e sob as condições de
acoplamento para o qual foi especificado.

Rolamento de contato angular

33
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Rolamento de rolos cilíndricos


- Além dos pontos citados acima, devem ser seguidos os cuidados de estocagem, armazenagem e manutenção
citados no nosso manual disponível no site. Segue link: http://www.weg.net/files/products/WEG-iom-general-
manual-of-electric-motors-manual-general-de-iom-de-motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-
electricos-50033244-manual-english.pdf

Qual a causa e como prevenir oxidação nos motores?


As principais causas de oxidação nos motores são:
- Contaminação por contato direto com água, causado por mal armazenamento do motor ou exposição a
ambientes severos.
- Contaminação por agentes corrosivos presentes no ambiente em que se encontra o motor.
- Contaminação por umidade presente no ar. A mesma tende a condensar dentro do motor devido a variações de
temperatura, causando a oxidação.
Abaixo as ações que devem ser tomadas para evitar a oxidação dos motores:
Se os motores não forem instalados imediatamente, recomenda-se armazená-los em local seco com umidade
relativa do ar de até 60%, com temperatura ambiente acima de 5 °C e abaixo de 40 °C, isento de poeira, vibrações,
gases, agentes corrosivos, com temperatura uniforme, em posição normal e sem apoiar sobre eles outros objetos.
Remova polias (caso existam) da ponta de eixo, e as mantenha livre e com graxa protetiva para evitar corrosão.
Caso o motor possua resistência de aquecimento, esta deverá ser energizada sempre que o motor não estiver em
operação. Isto se aplica também para os casos em que o motor estiver instalado, porém fora de uso por um longo
período. Nestas situações, dependendo das condições do ambiente, poderá ocorrer condensação de água no
interior do motor, provocando queda na resistência de isolamento e aparecimento de corrosão. Os motores
devem ser armazenados de tal modo que a drenagem seja facilitada.
As resistências de aquecimento nunca devem estar energizadas enquanto o motor estiver operando.
Todas as superfícies usinadas expostas (por exemplo, ponta de eixo e flange) são protegidas na fábrica por um
inibidor de oxidação temporário. Esta película protetora deve ser reaplicada periodicamente durante o período
de armazenagem (pelo menos a cada seis meses) ou quando for removida ou estiver deteriorada.

34
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Capacitores e Platinado
Qual a causa do “colamento” dos terminais do platinado?
O platinado utilizado em motores monofásicos funciona como um "interruptor", que tem a função de manter
ligada a alimentação na bobina auxiliar durante o período de aceleração do motor. Em torno de 75% da velocidade
nominal o contato do platinado com a bobina auxiliar é aberto e, nesse momento, pode ocorrer um faiscamento,
intrínseco a forma de operação do componente.
No entanto, em condições adversas de operação como, por exemplo, excesso de partidas em curto intervalo de
tempo, sobrecarga, subtensão ou mesmo eventual falha de um componente, o motor pode apresentar variação
da velocidade (aumento do escorregamento) e com isso, o contato do platinado com a bobina auxiliar pode fechar
novamente.
Nestas condições, podem ocorrer "repiques" e como consequência o "colamento" (solda no contato) do
platinado, devido ao aumento da corrente e da temperatura do componente.
Posso alterar os capacitores utilizados nos motores monofásicos?
Não é recomendado alterar a especificação de capacitores utilizados em motores monofásicos sem consulta
prévia a Fábrica, sejam eles de partida ou permanentes. Os projetos são testados e homologados para garantir o
melhor desempenho de acordo com a necessidade de cada aplicação, sendo assim, eventuais alterações sem
consulta podem gerar significativas mudanças no desempenho do motor e até mesmo acarretar problemas
durante operação.

35
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Carcaça, Aterramento e Forma construtiva
Aleta quebrada causa algum problema? Pode ser recuperada?
A principal função das aletas em um motor é de direcionar o ar vindo do ventilador, favorecendo a troca térmica
com ambiente, auxiliando deste modo na refrigeração do motor.
As aletas não possuem função mecânica no motor.
Caso o motor apresente uma grande quantidade de aletas danificadas, a troca térmica e direcionamento do fluxo
de ar no motor ficam comprometidos, elevando assim a temperatura do motor.
Danos pequenos, praticamente não influenciam na troca térmica com o ambiente, podendo o motor operar nesta
condição. Neste caso, recomenda-se apenas repintar a parte danificada para evitar corrosão.
Em caso de necessidade ou solicitação de recuperação, por não possuir função mecânica, uma aleta com uma
pequena parte danificada pode ser recuperada apenas com cola (específica para ferro fundido) ou então tendo
esta parte soldada novamente. A parte danificada também pode ser substituída por massa epóxi.
Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?

Temperaturas de referência

É necessário equalizar o aterramento entre caixa de ligação e carcaça, conectando estes


componentes?
Testes realizados na WEG mostram que, apesar da borracha de vedação instalada entre a caixa de ligação do
motor e a carcaça, os 4 parafusos de fixação destes componentes, garantem uma condutividade entre eles.

36
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Os testes realizados indicaram que a resistência medida entre a caixa de ligação e carcaça, isoladas pela borracha
de vedação e conectados pelos parafusos de fixação, apresentaram valores máximos de 10 miliohms.
De acordo com recomendações da norma IEEE 142 valores abaixo de 5 ohms são considerados totalmente
aceitáveis.

Teste de resistência entre caixa e carcaça


OBS- Motores onde a conexão dos terminais terra da carcaça e da caixa de ligação é obrigatória por norma (tal
como motores Ex), devem ter a conexão realizada, mesmo com a condução garantida pelos parafusos de fixação.

Posso instalar motores horizontais na vertical – o que muda para cada linha? W21, W22, HGF,
W40, W50.
Motores W21 e W22 projetados originalmente para posição horizontal, porém instalados na posição vertical (com
autorização da WEG) devem ter seu intervalo de relubrificação reduzido pela metade. É necessário avaliar se a
carga aplicada não ultrapassa o limite de carga suportada pelo rolamento.
Motores HGF, W40 e W50 projetados originalmente para posição horizontal, não podem ser instalados na posição
vertical sob risco de falha do rolamento por excesso de esforço axial nestes.

O que é forma construtiva do motor?


Entende-se por forma construtiva, como sendo o arranjo das partes construtivas das máquinas com relação a sua
fixação, a disposição de seus mancais e a ponta de eixo, que são padronizadas pela NBR-5031, IEC 60034-7, DIN-
42955 e NEMA MG 1-4.03.
A ABNT NBR IEC 15623 e a IEC 60072 determinam que a caixa de ligação de um motor deve ficar situada de modo
que a sua linha de centro se encontre num setor compreendido entre o topo do motor e 10 graus abaixo da linha
de centro horizontal deste, do lado direito, quando o motor for visto do lado do acionamento.
As tabelas a seguir indicam as diversas formas normalizadas.

37
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Formas construtivas

38
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Corrente elétrica, Cabos de alimentação e Consumo de
energia
Como calcular o consumo de energia de um motor?
O consumo de energia relaciona a potência exigida pela carga em função do rendimento do motor, dado um
tempo de operação.
Considerando operação em condições nominais, pode-se tomar como referência o cálculo abaixo para definir o
consumo de energia:

Consumo de energia
O resultado deve ser multiplicado pelo número de horas em operação.
Quais as possíveis causas de corrente maior que a nominal no motor? O que verificar?
A corrente de operação é um dos indicadores para identificar se o motor está operando em condições normais.
Em caso de corrente acima do valor nominal da placa de identificação, cabe avaliação para identificar a causa raiz
e evitar redução da vida útil ou mesmo uma falha precoce. As causas mais comuns estão listadas abaixo:
- Sub ou sobre tensão;
- Cabos de ligação muito longos e mal dimensionados;
- Carga excessiva;
- Rotor travado;
Para identificar a causa raiz recomendamos avaliação completa da instalação com base nos pontos citados abaixo:
- Verificar se tensão de alimentação está de acordo com o esquema de ligação do motor e está equilibrada entre
as fases do motor;
- Verificar se a instalação está corretamente dimensionada com relação aos cabos, sistema de aterramento e
proteções para o sistema;
- Avaliar se o motor está corretamente dimensionado para a carga aplicada ao eixo e se houve alguma alteração
no processo;
- Avaliar se há histórico de falha na instalação que possa ter ocasionado travamento do eixo do motor;
- Avaliar se o regime de serviço do motor está de acordo com a necessidade do processo com relação a quantidade
de partidas e tempo em operação;
- Avaliar a forma de acionamento do motor e se há variação de velocidade, que possa acarretar aumento de
corrente em função das características da carga nessa condição;
- Avaliar se a resistência ôhmica do motor está equilibrada entre das fases;
- Avaliar corrente do motor operando a vazio;
- Avaliar se há histórico de manutenção do motor que possa estar ligado ao aumento de corrente.

39
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Qual a relação entre a corrente a vazio, corrente de partida e a corrente nominal do motor?
A corrente a vazio é a corrente medida nas fases do motor quando não há carga acoplada na ponta do eixo.
Representa a corrente de magnetização gerada no rotor a partir do campo magnético induzido pelo estator
bobinado do conjunto.
A corrente nominal representa a condição de operação a plena carga. Ela está representada na placa de
identificação e varia de acordo com tensão de alimentação também especificada na placa.
A corrente de partida é a corrente gerada durante o período de aceleração do motor, ou seja, quando o conjunto
motor + carga sai da inércia e atinge a velocidade nominal de operação. A corrente de partida pode atingir em
média 7 vezes a corrente nominal do motor e também aparece representada na placa de identificação pela
relação Ip/In (Corrente de partida sobre a nominal).

Como identificar a causa do desbalanceamento de corrente entre fases do motor?


Para se investigar a ocorrência de um desequilíbrio de corrente é fundamental que o motor seja inspecionado no
próprio local de instalação. O motor somente deverá ser retirado de sua base caso se tenha certeza de que a
causa do desequilíbrio de corrente esteja no motor.
Durante a investigação, sugerimos a realização de dois testes:
1º - Verificação do desequilíbrio de tensões: Normalmente um desequilíbrio de corrente é provocado por algum
desequilíbrio de tensão. Um desequilíbrio de tensão de 1%, por exemplo, pode provocar um desequilíbrio de
corrente de até 5% ou mais. Para se calcular o desequilíbrio de tensão deve-se seguir o seguinte roteiro:
Medir e registrar as tensões entre fases (VR-S, VS-T e VT-R) com o motor em operação normal. As medições devem
ser feitas preferencialmente nos terminais do motor e não no painel.
Calcular a tensão média (Vm):
+ +
=
3
Calcular as diferenças entre as tensões das fases e a tensão média (dif):
= − = − = −

Identificar o maior dif calculado no item anterior, desprezando-se os sinais negativos, e calcular o percentual de
desequilíbrio:

% í = ∗ 100%

OBS: O desequilíbrio de corrente é calculado da mesma maneira, aplicando-se os valores de corrente nas fórmulas
acima.
Exemplo:
VR-S = 445V VS-T = 435V VT-R = 442V
Vm = (445 + 435 + 442) / 3  Vm= 440,67V
dif1 = 440,67 – 445  dif1= 4,33V (desprezando-se o sinal negativo)

40
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
dif2 = 440,67 – 435  dif2= 5,67V
dif3 = 440,67 – 442  dif3= 1,33V (desprezando-se o sinal negativo)
% desequilíbrio = (5,67 / 440,67) * 100%
% desequilíbrio = 1,29%
IMPORTANTE: A norma ABNT 17094-1, em seu Anexo B, define que um motor elétrico poderá fornecer a potência
nominal desde que o desequilíbrio entre as tensões não ultrapasse 1%. Em sistemas elétricos em que o
desequilíbrio de tensões ultrapasse 1%, a potência exigida do motor deverá ser reduzida conforme tabela abaixo,
a qual foi extraída de um gráfico da Norma.

Desequilíbrio de tensão Redução de potência

1% 0%

2% 4,9 %

3% 10 %

4% 16 %

5% 24 %

Desequilíbrio de tensão x Redução de potência


2º - Verificação da fonte de desequilíbrio (motor ou sistema elétrico):
- Para esta identificação deve-se utilizar o método da transposição das fases de alimentação do motor.
Inicialmente deve-se medir e registrar as correntes de operação do motor, conforme mostrado na figura abaixo:
IR1, IS2 e IT3.

Registro de correntes
Posteriormente deve-se desconectar o motor e reconectá-lo transpondo as fases, conforme está mostrado na
figura abaixo. Observe que as três fases foram trocadas (transpostas) e o motor irá girar no mesmo sentido que
estava girando originalmente. É muito importante que a transposição seja feita na caixa de ligação do motor, e
não no painel. Então se deve medir e registrar as correntes IR1, IS2 e IT3.

Transposição de fases

41
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
- Para se identificar onde está a fonte do desequilíbrio de corrente, deve-se comparar as correntes medidas antes
e após a transposição, da seguinte maneira:
- Se IR2=IR1, IS3=IS2 e IT1=IT3  fonte do desequilíbrio está no sistema elétrico;
- Se IR2=IS2, IS3=IT3 e IT1=IR1  fonte do desequilíbrio está no motor.
Salientamos que a experiência tem mostrado que normalmente a fonte do desequilíbrio de corrente não está no
motor, mas sim no sistema elétrico que alimenta o motor: desequilíbrio de tensão da rede, cargas monofásicas
ligadas de maneira desequilibrada no circuito trifásico, banco de capacitores com um ou mais elementos
defeituosos, cabos de alimentação muito longos, mau contato (conexões, chaves, contatores, etc.). Porém se
mesmo assim ficar comprovado que o motor é o responsável pelo desequilíbrio de corrente, ele deverá ser
inspecionado.
Deve-se medir a resistência do bobinado com as três fases abertas, utilizando um medidor adequado (ponte Kelvin
ou ponte de Wheatstone), procurando identificar um possível desequilíbrio entre as resistências. Pelo projeto os
motores podem admitir uma diferença de até um máximo de 3% entre a resistência de uma fase e a resistência
de outra fase. Caso haja uma diferença maior que 3%, deve-se abrir o motor e fazer-se uma inspeção para verificar
se não existem erros de ligação e/ou soldas defeituosas nas conexões, que sejam possíveis de corrigir. Se o
bobinado estiver perfeito, o motor deverá ser rebobinado, pois possivelmente o problema estará na própria
bobinagem do motor (diferença na quantidade de espiras e/ou na bitola dos fios).

Por que alguns motores possuem corrente a vazio equivalente ou até mesmo maior do que a
corrente nominal informada na placa?
Esta condição é intrínseca ao projeto do motor e geralmente ocorre em motores trifásicos de pequenas potências
ou em motores monofásicos, geralmente quando possuem capacitores permanentes e operação permanente da
bobina auxiliar. Está relacionado com os materiais utilizados no projeto, com as características do circuito
equivalente do motor e suas tolerâncias de cálculos.

Qual a possível causa do desarme do relé de proteção do motor, mesmo estando corretamente
dimensionado para o motor? (corrente inrush)
Problemas relacionados com desarme do relé instantâneo (tal como relé motor) podem estar relacionados com
o valor da corrente de Inrush gerada pelo motor na partida.
É sabido que sendo o motor um sistema indutivo deveria ser protegido com dispositivos de "tempo inverso" para
os quais estas correntes não causam nenhum problema. Mas como as vezes os clientes insistem em usar
dispositivos como o relé motor, devemos recomendar que regulem a característica instantânea para valores acima
dos valores de inrush.
Também conhecida por corrente transitória de energização inicial, está diretamente ligada a posição da onda de
tensão de alimentação senoidal, é uma corrente transitória intensa decorrente da presença de material
ferromagnético saturável sob fonte senoidal.
Esta corrente não causa propriamente algum mal, pois tem um período de duração muitíssimo curto (da ordem
de 1/2 ciclo a 1 ciclo). Com isto a energia que corresponde a este fenômeno é muito pequena, podendo ser
desprezada. Este efeito acontece em qualquer sistema indutivo tal como num motor e ocorre somente na partida,
no instante inicial de energização, portanto, não causando efeitos na temperatura, no balanceamento magnético,
etc. Para medir esta componente deve-se usar um medidor instantâneo de corrente, visto que pode ocorrer
somente na partida e durante um tempo extremamente curto. Considerando que a energia demandada por este
efeito é muito pequena, visto que o tempo de duração é muito curto, pode-se admitir valores relativamente altos

42
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
(da ordem de 15 a 25 vezes a corrente nominal do motor ou 1,8 a 2,8 vezes a corrente de rotor bloqueado) sem
propriamente causar algum dano ao motor.
Qual o valor da corrente com o motor operando no fator de serviço?
O aumento momentâneo de carga de acordo com o fator de serviço do motor gera aumento da corrente de
operação. Em alguns casos o valor da corrente de operação no fator de serviço do motor é informado na placa de
identificação, através do código “IFS”/"SFA".
Para os casos em que a corrente no fator de serviço não está especificada na placa e os motores possuem FS até
1.25, pode-se estimar o valor da corrente nessa condição multiplicando a corrente nominal pelo percentual
excedente de carga aplicado na ponta de eixo do motor.
Por exemplo, motor com corrente nominal de 10A e FS 1.25, operando momentaneamente com 117% de carga
terá corrente estimada nessa condição de 10A x 1.17 = 11.7A.

Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?

Temperaturas de referência
Como definir a bitola dos cabos utilizados pelo cliente na alimentação, sensores e resistência de
aquecimento do motor?
A definição da bitola dos cabos que deverão ser utilizados na alimentação do motor e conexão dos sensores,
depende dos valores de corrente e tensão do motor (informados na placa de identificação), porém dependem
principalmente do local de instalação do motor e as características deste local.

43
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Informações como: modelo e corrente suportada pelo cabo, conduítes utilizados, distância entre motor e painel,
queda de tensão nesta distância, devem ser especificadas pelo cliente e delas dependem a correta definição da
bitola dos cabos.
Existem normas que definem a bitola dos cabos com base em alguns parâmetros específicos. Estas normas variam
de país para país. No Brasil, a norma de referência é a ABNT NBR – 5410:2004.
Recomenda-se avaliar a norma em vigência do local onde o motor será instalado e, com base nesta, definir os
cabos a serem utilizados.

44
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Dados de Bobinagem
Como realizar a mudança de tensão em motores (rebobinamento)?
Procedimento: Para fazer o cálculo de mudança de tensão, orientamos utilizar a tensão, de preferência, em
triangulo (∆), por exemplo:
- 220/380V, usar 220V;
- 380/660V, usar 380V;
- 220/380/440, usar 440V;
Obs.: As mudanças só ocorrem no número de espiras e na seção do fio (mm2), os demais dados permanecem
inalterados, como ligação, camada, passo, etc.
Equação para cálculo:

TN
1) NE  . NEA
TA
TA
2) SF  . SFA (mm 2 )
TN
Onde:
TA: Tensão Atual do Motor (V)
TN: Nova Tensão (V)
NEA: Número de Espiras Atual
NE: Número de Espiras para a Nova Tensão
SFA: Seção do Fio Atual (mm2) – Seção total
SF: Seção do Fio para Nova Tensão (mm2)
Exemplo:
Tensão de alimentação da rede é 220 V e o motor 380/660V.
Rebobinar:
TA: 380 NE 
220
.38  22
380
NEA: 38 espiras 380
SF  . 4,852  8,38 mm 2    3%
220
SFA: 4,852 mm2
Limete sup erior : 8,632
3 fios 17 AWG + 2 fio 18 AWG Limete inf erior : 8,12
Fazer as combinaçõe s para determinar a nova bitola
3 x 1,094 + 2x0,785 = 4,852
4x16  4x17
220/380
TN: 220
NE: 22 espiras
SF: 8,38mm2
Obs:
45
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Quando tensão diminui as espiras diminuem.
Quando tensão diminui a seção do fio aumenta (mm2).
Como verificar dados de bobinagem no sistema WIREFRAME?
Acesse o site http://www.myweg.net e digite o login e senha do Assistente Técnico.

Acesso ao MyWEG
Clique em Sistema de Bobinagem (WMO)

Sistema de bobinagem
Insira o número de série do motor ou material + data de fabricação e clique em “Pesquisa”.

Pesquisa de dados de bobinagem

46
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Os dados de bobinagem e dados gerais do motor serão apresentados na tela.
Clique em “Download relatório” para baixar os dados de bobinagem.

Download dos dados de bobinagem


Um PDF com os dados será mostrado. Este arquivo pode ser salvo.

Dados de bobinagem
Clique em “Download diagrama de bobinagem” para verificar o diagrama de bobinagem do motor.

Download do esquema de bobinagem

47
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Um PFD com os dados será mostrado. Este arquivo pode ser salvo.

Esquema de bobinagem

Como fazer cálculo para transformar a bobinagem de alumínio para cobre?


Durante a rebobinagem de motores que originalmente possuem fio de alumínio e serão rebobinados com fios de
cobre, deve-se utilizar a relação de 0,6 na bitola dos fios, diminuindo desta forma a seção total de cobre em
relação a seção de alumínio.
Todos os outros dados de bobinagem permanecem inalterados.
Caso o enchimento das ranhuras do estator fique muito baixo, recomenda-se utilizar estecas no fechamento das
ranhuras.
Qual o tempo e temperatura recomendado para cura do verniz ou resina de impregnação do bobinado?
O tempo e temperatura recomendados para cura do verniz e resina de impregnação devem ser consultados
diretamente no boletim técnico do produto. Este valor varia de produto para produto logo não é possível definir
um valor específico.
Como realizar a retirada da bobina de um estator para rebobinamento?
Para realizar a retirada do bobinado do estator recomendamos que seja feito aquecimento do conjunto em
temperatura de até 200°C em estufa para verniz e 300°C para resina, por tempo mínimo de 2 horas. Durante a
remoção, pode ser utilizado produto lubrificante para facilitar a retirada do bobinado.
O dispositivo utilizado para sacar o bobinado deve ser apropriado para realização do procedimento.
Não é recomendado o uso de maçarico ou qualquer equipamento similar que submeta o estator a contato com
fogo.

48
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Dados de Placa
O que é “Fator de Potência” e qual sua influência na aplicação?
O fator de potência, indicado por cos ϕ, onde ϕ é o ângulo de defasagem da tensão em relação a corrente, e a
relação entre a potência ativa (P) e a potência aparente (S).

Cos ϕ
Um motor não consome apenas potência ativa, que é depois convertida em trabalho mecânico e calor (perdas),
mas também potência reativa, necessária para magnetização e que não produz trabalho.
Visando otimizar o aproveitamento do sistema elétrico brasileiro, reduzindo o trânsito de energia reativa nas
linhas de transmissão, subtransmissão e distribuição, a portaria do DNAEE numero 85, de 25 de marco de 1992,
determina que o fator de potência de referência das cargas passe de 0,85 para 0,92. A mudança do fator de
potência, da maior disponibilidade de potência ativa no sistema, já que a energia reativa limita a capacidade de
transporte de energia útil (ativa).

O que é “Fator de Serviço”? O motor pode operar continuamente nesta condição?


Chama-se fator de serviço (FS) o fator que, aplicado a potência nominal, indica a carga permissível que pode ser
aplicada continuamente ao motor, sob condições especificadas. Note que se trata de uma capacidade de
sobrecarga contínua, ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o
funcionamento em condições desfavoráveis.
A WEG não recomenda projetar a aplicação / carga para utilização contínua do fator de serviço, pois este se
designa a ser utilizado em uma eventual e temporária anormalidade tais como: sobrecarga, sobretensão/
subtensão, etc.

Qual a relação entre a corrente a vazio, corrente de partida e a corrente nominal do motor?
A corrente a vazio é a corrente medida nas fases do motor quando não há carga acoplada na ponta do eixo.
Representa a corrente de magnetização gerada no rotor a partir do campo magnético induzido pelo estator
bobinado do conjunto.
A corrente nominal representa a condição de operação a plena carga. Ela está representada na placa de
identificação e varia de acordo com tensão de alimentação também especificada na placa.
A corrente de partida é a corrente gerada durante o período de aceleração do motor, ou seja, quando o conjunto
motor + carga sai da inércia e atinge a velocidade nominal de operação. A corrente de partida pode atingir em
média 7 vezes a corrente nominal do motor e também aparece representada na placa de identificação pela
relação Ip/In (Corrente de partida sobre a nominal).

O que é e como é definido o grau de proteção dos motores elétricos?


Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme as características do local em que serão instalados e de sua
acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de proteção. Assim, por exemplo, um equipamento a ser
instalado num local sujeito a jatos d’água, deve possuir um invólucro capaz de suportar tais jatos, sob
determinados valores de pressão e ângulo de incidência, sem que haja penetração de água.

49
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
A comprovação da eficácia do grau de proteção nos motores se dá através de testes realizados com base na norma
ABNT NBR-IEC 60034-5, sob condições pré-definidas.
A norma ABNT NBR-IEC 60034-5 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio das letras
características IP (índice de proteção), seguidas por dois algarismos.

Grau de proteção

Qual a relação entre frequência, número de pólos e rotação do motor?


A relação entre velocidade, frequência e número de polos é expressa por

onde:
n = rpm
f = frequência (Hz)
2p = número de polos
Qual o significado e quais são as classes de isolamento dos motores elétricos?
Como a temperatura em produtos eletromecânicos é frequentemente o fator predominante para o
envelhecimento do material isolante e do sistema de isolação, certas classificações térmicas básicas são úteis e
reconhecidas mundialmente.
Os materiais e sistemas isolantes são classificados conforme a resistência à temperatura por longo período de
tempo.
Especifica-se que em um equipamento eletromecânico, a classe de isolamento representa a temperatura máxima
que o equipamento pode alcançar no seu ponto mais quente, ao estar operando em carga nominal, sem
diminuição da vida útil.
As classes de isolamento definidas para os materiais e sistemas isolantes são as seguintes:

Classes de temperatura

50
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Como transformar um motor 12 cabos em 6 cabos para acionamento com chave estrela triângulo?
A transformação de motor 12 cabos para 6 cabos deve ser feita considerando a tensão de rede em que será
utilizado, seguindo as orientações abaixo:
Tensão da rede 220V – Ligação em paralelo de cada fase do motor.
Tensão da rede 440V – Ligação em série de cada fase do motor.

Conversão de 12 para 6 cabos


Em caso de dúvidas, entrar em contato com a WEG.

O que são e quais são os regimes de serviço?


Regime de serviço é o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os motores normais são
projetados para regime contínuo (a carga é constante), por tempo indefinido e igual a potência nominal do motor.
A indicação do regime do motor deve ser feita pelo comprador, da forma mais exata possível. Nos casos em que
a carga não varia ou nos quais varia de forma previsível, o regime poderá ser indicado numericamente ou por
meio de gráficos que representam a variação em função de tempo das grandezas variáveis. Quando a sequência
real dos valores no tempo for indeterminada, deverá ser indicada uma sequência fictícia não menos severa que a
real.
Conforme a IEC 60034-1 os regimes de tipo e os símbolos alfanuméricos a eles atribuídos, são indicados a seguir:
Regime contínuo (S1) - Funcionamento à carga constante de duração suficiente para que se alcance o equilíbrio
térmico.

51
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Regime S1
Regime de tempo limitado (S2) - Funcionamento à carga constante, durante certo tempo, inferior ao necessário
para atingir o equilíbrio térmico, seguido de um período de repouso de duração suficiente para restabelecer a
temperatura do motor dentro de + 2K em relação à temperatura do fluido refrigerante.

Regime S2
Regime intermitente periódico (S3) - Sequência de ciclos idênticos, cada qual incluindo um período de
funcionamento com carga constante e um período desenergizado e em repouso. Neste regime o ciclo é tal que a
corrente de partida não afeta de modo significativo a elevação de temperatura.

Regime S3
Regime intermitente periódico com partidas (S4) - Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo
de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante e um período de repouso, sendo tais
períodos muito curtos, para que se atinja o equilíbrio térmico.
52
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Regime S4
Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5) - Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual
consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante, um período de frenagem
elétrica e um período desenergizado e em repouso, sendo tais períodos muito curtos para que se atinja o
equilíbrio térmico.

Regime S5
Regime de funcionamento contínuo periódico com carga intermitente (S6) - Sequência de ciclos de regime
idênticos, cada qual consistindo de um período de funcionamento a carga constante e de um período de
funcionamento em vazio, não existindo período de repouso.

Regime S6
Regime de funcionamento contínuo periódico com frenagem elétrica (S7) - Sequência de ciclos de regimes
idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, de um período de funcionamento a carga constante e
um período de frenagem elétrica, não existindo o período de repouso. Fator de duração do ciclo = 1.

53
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Regime S7
Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8) -
Sequência de ciclos de regimes idênticos, cada ciclo consistindo de um período de partida e um período de
funcionamento a carga constante, correspondendo a uma determinada velocidade de rotação, seguidos de um
ou mais períodos de funcionamento a outras cargas constantes, correspondentes a diferentes velocidades de
rotação. Não existe período de repouso.

Regime S8
Regime com variações não periódicas de carga e de velocidade (S9) - Regime no qual geralmente a carga e a
velocidade variam não periodicamente, dentro da faixa de funcionamento admissível, incluindo frequentemente
sobrecargas aplicadas que podem ser muito superiores à carga de referência.

Regime S9
Regime com cargas constantes distintas (S10) - Regime consistindo em um número específico de valores distintos
de cargas (ou cargas equivalentes) e, se aplicável, velocidade, sendo cada combinação carga/velocidade mantida
por um tempo suficiente para permitir que a máquina alcance o equilíbrio térmico. A carga mínima durante um
ciclo de regime pode ter o valor zero (funcionamento em vazio ou repouso desenergizado).

54
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Regime S10
Regimes especiais - Onde a carga pode variar durante os períodos de funcionamento, existe reversão ou frenagem
por contra-corrente, etc., a escolha do motor adequado, deve ser feita mediante consulta à fábrica e depende de
uma descrição completa do ciclo:
Potência necessária para acionar a carga. Se a carga varia ciclicamente, deve-se fornecer um gráfico de carga x
tempo, como exemplificado na figura 7.15.
Conjugado resistente da carga.
Momento de inércia total (GD2 ou J) da máquina acionada, referida à sua rotação nominal.
Número de partidas, reversões, frenagens por contra-corrente, etc.
Duração dos períodos em carga e em repouso ou vazio.

Onde posso encontrar os dados do rolamento utilizado nos motores?


A especificação dos rolamentos dos motores, assim como o intervalo de relubrificação, tipo e quantidade de
graxa, estão disponíveis na placa de identificação, conforme ilustrado abaixo.

Intervalo de relubrificação

Em não sendo possível consultar a placa, no nosso manual de instalação e operação estão disponíveis tabelas com
a especificação dos rolamentos padrão para os motores de acordo com o tamanho das carcaças.
Segue link: http://www.weg.net/files/products/WEG-iom-general-manual-of-electric-motors-manual-general-
de-iom-de-motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-electricos-50033244-manual-english.pdf
Em caso de dúvidas a WEG deverá ser consultada.
Qual a diferença admissível entre o peso real do motor e o valor indicado na placa?
O valor do peso indicado na placa do motor, segue o peso bruto dos componentes. A grande maioria dos
componentes é listado e catalogado apenas no projeto do motor, sendo que alguns têm o peso calculado.
Devido a isto, uma variação de até 5% entre o valor indicado na placa do motor e seu peso real pode ocorrer.

55
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Qual a tolerância para variação da corrente nominal real do motor para o valor informado em placa?
A fórmula para cálculo da corrente é:

= ( )/(√3 ∗ ∗ ∗ )
A Norma não estabelece tolerância de corrente nominal, mas conforme a fórmula acima, pode-se dizer que a
tolerância da corrente é calculada com base nas tolerâncias do Cos e rendimento.
Ex: Para o motor da placa abaixo, temos os seguintes valores:

Placa de identificação
- Cos = 0.83
- Rendimento = 83.5%
De acordo com a Norma IEC60034-1, os valores de tolerância são:

Tolerâncias do fator de potência


Portanto, considerando a tolerância mínima temos:
- Cos = 0.80
- Rendimento = 81%
Calculando o valor da corrente para condição de 380V, temos:
- In (máxima) = 9.37A

56
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Eixo e Rotor
Como realizar o cálculo de esforços no eixo para aplicação com polia e correia?
O cálculo que define se eixo e rolamento atendem aos esforços radiais gerados na aplicação, pode ser feito via
contato com a WEG, de posse das seguintes informações:
-Diâmetro primitivo da polia motora;
-Largura da polia motora;
-Tipo de correia (plana lisa, trapezoidal - V);
-Peso da polia motora;
-Diâmetro da polia movida;
-Distância entre centros das polias;
-Cota X - distância do assento da polia no eixo até o centro da polia (ver figura abaixo).

Dimensões para cálculo de esforço


Qual o ajuste recomendado entre eixos e polias/acoplamentos?
A recomendação é que o ajuste de montagem entre eixo e acoplamento seja por interferência. A interferência
recomendada deve variar entre -0,015 e -0,025mm.
Num ajuste adequado o esforço mecânico fica distribuído entre a chaveta e toda a superfície do eixo, conforme
mostrado na primeira figura abaixo (condição correta). Com um ajuste inadequado (ajuste com folga) há o risco
de o esforço mecânico ficar concentrado apenas na chaveta, conforme mostrado na segunda figura abaixo
(condição incorreta).

Condição correta de acoplamento


57
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Condição incorreta de acoplamento

Qual a razão da coloração escura no pacote do rotor?


A coloração escura verificada no pacote da maioria dos rotores da WEG é causada por um tratamento térmico
por indução aplicado nos rotores.
Este tratamento térmico tem por objetivo reduzir as perdas no rotor, aumentando assim a eficiência do motor.
As fotos abaixo mostram alguns rotores durante o processo de tratamento térmico.

Tratamento térmico de rotor

Como identificar uma quebra de eixo por fadiga?


Na maioria das vezes a quebra de eixo nos motores ocorre por fadiga, ou seja, a carga aplicada sobre o eixo é
maior do que a suportada por este, ocorrendo assim sua quebra.

Quebra de eixo por fadiga

58
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Este tipo de falha é caracterizado por:


- A quebra no eixo ocorre no sentido transversal.
- Uma região mais “lisa” conhecida como área de crescimento lento. Esta área apresenta marcas de praia,
indicando onde as trincas iniciaram no eixo.
- Uma região mais “rugosa” conhecida como área de crescimento rápido. Esta é a área onde a quebra ocorre
instantaneamente, sendo o eixo totalmente partido neste momento.
Quanto maior a área de crescimento rápido, maior era o esforço aplicado no eixo.
As principais causas deste tipo de falha são uma combinação de desalinhamento, vibração e excesso de carga
radial aplicada ao eixo, gerando assim um esforço excessivo neste.
Abaixo pode ser vista a foto de uma falha real.

Quebra de eixo por fadiga

59
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Ensaios e características Elétricas e Mecânicas
Como medir a resistência ôhmica do motor?
O teste de resistência ôhmica no bobinado do motor consiste em avaliar se os valores das resistências nas fases
estão de acordo com os valores determinados em projeto e equilibrados entre si. Para realizar o teste deve-se
utilizar um miliohmimetro ou uma ponte kelvin, devido aos baixos valores de resistência dos bobinados.
Abaixo procedimento para medição:
- Medir a temperatura ambiente do motor. A temperatura de referência é 20°C. Em caso de medição em
temperatura diferente desta, deve-se utilizar a fórmula abaixo para realizar a compensação;

Resistência ôhmica
- Conectar os terminais do motor, onde será realizada a medição, com os cabos do aparelho;
- Verificar se não existe mau contato entre a garra de medição do aparelho e os terminais do cabo ou do parafuso
da placa de bornes do motor;
- Realizar a leitura do aparelho, escolhendo a escala, conforme especificado no manual de operação do aparelho.
Deve-se aguardar a estabilização dos valores durante a medição;
- Registrar os valores medidos para então avaliar os resultados de acordo com os valores projetados e suas
tolerâncias permissíveis.

Como testar os sensores de temperatura do motor (PTC e PT-100)?


O principal teste em sensores de temperaturas é em relação ao valor de sua resistência.
A resistência do sensor deve ser verificada diretamente nos cabos do sensor, evitando assim possíveis problemas
de mau contato no conector.
Os valores corretos para PTC são de:
- Até 250 ohms em caso de sensor simples.
- Até 750 ohms no caso de sensor triplo.
Para PT100, os valores seguem a fórmula abaixo:

Cálculo PT100
A variação aceitável é de ± 1°C.
Também é possível realizar o teste de resistência de isolamento no sensor, juntando todos os cabos deste e
aplicando 500V contra a massa e fases do motor. O sensor não deve apresentar corrente de fuga.

60
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Qual a influência da temperatura no valor da resistência ôhmica medido no bobinado?


A resistência ôhmica do bobinado dos motores varia de acordo com a temperatura ambiente. Quanto mais alta a
temperatura, maior a resistência medida.
O valor de resistência ôhmica original de projeto dos motores tem como referência a temperatura ambiente de
20°C. Em caso de medição em temperatura diferente desta, deve-se utilizar a fórmula abaixo para realizar a
compensação;

Resistência ôhmica

Os motores da WEG são isentos de silicone e halogênios?


Não, pode haver silicone e halogênios provenientes principalmente do material dos cabos, da espuma na
passagem dos cabos na caixa de ligação e do processo de impregnação. Em caso de necessidade de motores
isentos de silicone e halogênios a WEG deverá ser consultada.
Caso o cliente necessite destas características, um motor especial deve ser fabricado com as seguintes
especialidades:
- Utilizar cabos de ligação EPR.
- Motor isento de silicone e halogênio.
- Espuma na passagem dos cabos especial isenta de halogênio.
Atenção: o motor terá classe de isolação F ou inferior.

Quais os valores em G suportados pelos motores da WEG Motores? Eles estão aptos para trabalhar em zonas
sísmicas?
A zona sísmica relaciona a probabilidade de acontecer um terremoto de certa intensidade em um certo período
de tempo.
Este conhecimento é muito importante principalmente para a construção civil, pois a integridade de uma
construção civil durante um terremoto dependerá destas considerações.
A norma IBC (International Building Code) que trata principalmente das construções civis, aplica-se também a
máquinas.
Existe também a norma IEEE 344 que trata sobre equipamentos para usinas nucleares sujeitos a abalos sísmicos.
Esta norma diz que para equipamentos em geral, é necessário fazer uma análise das frequências naturais do
equipamento. Se o equipamento tiver suas frequências naturais acima de 30 Hz, a norma permite que seja feita
uma verificação estática do equipamento, considerando um fator de amplificação igual a 1.5 sobre o maior pico
de vibração do terremoto.

61
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Em geral, os motores da WMO estão aptos a operar na zona sísmica 4 (0.4g), desde que ele não esteja instalado
sobre uma estrutura que esteja amplificando a vibração devido ao terremoto.

Por que a descrição do sentido de giro do ventilador externo de motores HGF 2 polos é diferente do sentido de
giro do motor?
Porque para verificar o sentido de giro do motor utilizamos como referência olhar para a ponta de eixo dianteira,
que é o contrário da referência utilizada para verificar o sentido de giro do ventilador (ponta de eixo traseira).
Para motores HGF 2 pólos o ventilador possui apenas um sentido de giro. Para as outras polaridades, os
ventiladores são bidirecionais.

Quais as características de motores para baixas temperaturas?


Para operar em baixa temperatura os motores devem estar de acordo com as características informadas na tabela
abaixo:

Características para operação em baixa temperatura

Como identificar o sentido de rotação dos motores elétricos?


Para classificar o sentido de rotação dos motores deve-se tomar como referência a visualização de frente para a
ponta de eixo dianteira. Os motores saem de fábrica com sentido de rotação padrão, horário.
A identificação do sentido de rotação pode ser feita visualmente verificando o sentido de giro do motor durante
uma desaceleração, ou a partir de um teste com o motor a vazio encostando parte de uma folha de papel no eixo.

62
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Sentido Horário Sentido Anti-Horário

Como ensaiar motores com lubrificação Oil mist sem o sistema oil mist?
O presente procedimento aplica-se, para a lubrificação dos rolamentos com óleo para a realização de testes de
motores, na posição horizontal, onde não há graxa presente no interior do mancal.
Atualmente todos os motores Oil Mist apresentam rolamentos do tipo aberto (sem placas de vedação) sem graxa
em seu interior. A adição de óleo para a realização de testes deve seguir o seguinte procedimento:
Limpar as proximidades do orifício da graxeira;
Retirar o pino graxeiro especial (rosca NPT 1/4 x 18) na porção superior da tampa, no local onde se encontra a
entrada da linha de névoa de óleo;
O canal de saída da névoa de óleo deve estar fechado durante a realização dos testes;
Adicionar, para a lubrificação, a quantidade especificada na tabela 01 de óleo mineral MARBRAX TR68 ou LUBRAX
MIST 68, com o equipamento inoperante, em ambos os mancais de cada motor;
Posteriormente, ambos os canais de névoa de óleo devem ser fechados a fim de evitar penetração de
contaminantes no lubrificante;
Girar manualmente o eixo, para distribuição do óleo no rolamento;
Após esta operação o motor está apto para a realização dos testes do equipamento;
Após a realização dos testes:
Retirar o bujão roscado do canal de saída da névoa;
Drenar o óleo dos mancais
Colocar o bujão roscado para evitar a penetração de contaminantes do mancal, durante a estocagem do motor;
COMENTÁRIOS
Recomenda-se proceder avaliação e monitoramento da temperatura dos mancais dos referidos motores. Para
esta operação pode-se utilizar um termômetro a laser sobre a tampa do motor na altura do anel de fixação
externo do rolamento ou através de termômetro de bulbo no interior do canal de graxa.
A temperatura normal de operação dos rolamentos deve situar-se na faixa de:
70°C: motores das carcaças 63 a 200L;
85°C: motores das carcaças 225S/M até 355 M/L;

63
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Observação: Caso a temperatura do rolamento atingir valores superiores aos acima citados, deverá ser adicionado
óleo lubrificante no mancal e fazer o acompanhamento da temperatura.

TIPO DE ROLAMENTO Quantidade de Óleo (ml)

6201 15

6202 15

6203 15

6204 25

6205 25

6206 35

6207 35

6208 40

6209 40

6211 45

6212 50

6307 45

6308 55

6309 65

6311 90

6312 105

6314 150

6316 250

6319 350

6322 550

Quantidade de óleo

64
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Quais são os fatores que podem influenciar durante as medições mecânicas com micrômetro feitas nos
componentes dos motores?
Em geral, todo equipamento de medição tem um erro de medição que é indicado nos documentos de calibração
deste. Este erro deve ser levado em consideração durante as medições caso o valor medido fique no limite da
tolerância da peça medida.
O zeramento correto do equipamento também tem grande influência nos valores medidos. Este deve ser
realizado com peças de referência calibradas próprias para este objetivo. O zeramento de um equipamento
utilizando outro equipamento calibrado não é recomendado, pois os erros de medição destes se somam e, neste
caso, a possibilidade de uma medição de valores incorretos aumenta.
Durante as medições todas as peças (peça a ser medida, micrômetro e referência) devem estar na mesma
temperatura. Uma peça de aço de diâmetro 100mm por exemplo, pode ter uma variação de aproximadamente
0.001mm a cada 1°C de elevação. O simples fato do operador do micrômetro segurar ele por muito tempo,
contribui para uma variação do valor medido.
A forma com que o operador realiza a medição também tem influência nos valores medidos, medições realizadas
em ângulo ou em uma posição incorreta geram uma grande variação nos resultados.

Como definir o centro magnético do rotor em um HGF com mancais de deslizamento?


- Deslocar o eixo do motor totalmente para trás e verificar o indicador de centro magnético instalado no mancal
dianteiro. Certifique-se de que o marcador está sobre a marca A (indicada no desenho abaixo). Caso não esteja,
ajuste a posição do marcador.

Ajuste do centro magnético


- Deslocar o eixo do motor totalmente para frente e verificar o indicador de centro magnético instalado no mancal
dianteiro. O marcador deve estar sobre a marcação C indicada no desenho acima.
- Acione o motor, desacoplado e em uma base plana em velocidade nominal e verifique se o indicador fica sobre
a marcação B no eixo.
Caso o marcador esteja atrás da marca B (olhando para a ponta de eixo), é necessário deslocar o mancal para
frente. Caso o indicador esteja a frente da marca B, é necessário deslocar o mancal para trás.
Para deslocar o mancal para frente, é necessário instalar espaçadores atrás do mancal ou tampa. O número de
espaçadores depende do deslocamento necessário.

65
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Obs: O número de espaçadores adicionados ao lado dianteiro deve ser removido do lado traseiro e vice-versa.
A foto abaixo mostra espaçadores instalados atrás de uma tampa. Da mesma forma podem ser instalados atrás
do mancal.

Espaçadores
Após definido o centro magnético, substitua os espaçadores por anéis, em ambos os lados.

Anéis espaçadores
Nota – O ventilador externo dos motores (principalmente 2 pólos) gera um esforço axial no eixo que tende a
deslocar o rotor do centro magnético. Para evitar isto, os rotores já são previamente deslocados no eixo a fim de
compensar este esforço gerado pelo ventilador.

66
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Garantia
Como proceder quando o motor apresentar um problema de funcionamento dentro do prazo de garantia?
Na ocorrência de um desvio em relação à operação normal do produto, o cliente deve comunicar imediatamente
por escrito à WEG sobre os defeitos ocorridos, e disponibilizar o produto para a WEG ou seu Assistente Técnico
Autorizado pelo prazo necessário para a identificação da causa do desvio, verificação da cobertura da garantia, e
para o devido reparo.
Não possuem cobertura da garantia os defeitos decorrentes de utilização, operação e/ou instalação inadequadas
ou inapropriadas dos equipamentos, sua falta de manutenção preventiva, bem como defeitos decorrentes de
fatores externos ou equipamentos e componentes não fornecidos pela WEG.
A garantia não se aplica se o cliente, por própria iniciativa, efetuar reparos e/ou modificações no equipamento
sem prévio consentimento por escrito da WEG.
O termo de garantia completo está disponível no site. Segue link abaixo:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-eletricos-de-baixa-e-alta-tensao-manual-de-instalacao-
operacao-e-manutencao-50031070-manual-portugues-br.pdf

Como proceder com a garantia do motor em caso da necessidade de exportação?


O suporte para motores exportados pode ser feito através da rede de parceiros WEG ao redor do Mundo. No site
está disponível um link para pesquisa.
Segue abaixo: http://www.weg.net/br/Contato/Assistencia-Tecnica

67
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Grau de proteção
Os tampões enviados na caixa de ligação do motor podem ser utilizados na aplicação? Eles garantem o grau de
proteção?
Existem dois tipos de tampões plásticos enviados, os tampões com rosca e lisos.
Os tampões lisos devem ser utilizados exclusivamente para transporte e armazenamento do motor, não podendo
ser utilizados na aplicação.
Os tampões roscados, podem ser utilizados na aplicação e garantem o grau de proteção indicado desde que
totalmente roscados.
Para motores Ex com apenas um furo na caixa de ligação, o tampão enviado é liso. Para motores com dois ou
mais furos, um dos furos principais é enviado com tampão liso, os demais furos são enviados com tampões
certificados.

O que é e como é definido o grau de proteção dos motores elétricos?


Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme as características do local em que serão instalados e de sua
acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de proteção. Assim, por exemplo, um equipamento a ser
instalado num local sujeito a jatos d’água, deve possuir um invólucro capaz de suportar tais jatos, sob
determinados valores de pressão e ângulo de incidência, sem que haja penetração de água.
A comprovação da eficácia do grau de proteção nos motores se dá através de testes realizados com base na norma
ABNT NBR-IEC 60034-5, sob condições pré definidas.
A norma ABNT NBR-IEC 60034-5 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio das letras
características IP (índice de proteção), seguidas por dois algarismos.

Grau de proteção

Quais os tipos de vedação utilizados entre eixo e tampas para cada grau de proteção?
A tabela abaixo relaciona o grau de proteção dos motores com sua respectiva vedação entre eixo e tampas:

68
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Tipos de vedação
Observação – A vedação pode mudar de acordo com características específicas de cada linha de produto.
Como são realizados os testes de grau de proteção para motores?
Os testes para aprovação de grau de proteção em motores são realizados de acordo com a norma ABNT NBR IEC
60034-5 que trata de graus de proteção proporcionados pelo projeto completo de máquinas elétricas girantes
quanto a sua classificação.
Os motores são submetidos a um ambiente com elevada contaminação durante período de tempo pré-definido
e após o término do ensaio é avaliado a eficácia do sistema de proteção utilizado.
O procedimento completo de ensaio e as condições de aceitação da proteção tanto para o primeiro numeral do
grau de proteção, que corresponde a proteção contra entrada de poeira, quanto para o segundo numeral de
proteção, proteção contra entrada de água, estão descritos na norma ABNT NBR IEC 60034-5.

69
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Manutenção e Modificação
Qual o plano de manutenção geral indicado para os motores?
A tabela abaixo apresenta um plano de manutenção preditiva orientativo que pode ser adotado como regra geral
para avaliação dos motores.
Dependendo da aplicação e ambiente, a periodicidade de cada manutenção deve ser revista.

Plano de manutenção geral


Qual o procedimento para realizar a relubrificação do motor?
Para relubrificação dos rolamentos com o motor parado, deve-se proceder da seguinte maneira:
- Limpar as proximidades do orifício de entrada de graxa;
- Colocar aproximadamente metade da graxa total recomendada na placa de identificação do motor e girar o
motor durante aproximadamente 1 (um) minuto na rotação nominal;
- Desligar o motor e colocar o restante da graxa;
- Recolocar a proteção de entrada de graxa.
Para relubrificação dos rolamentos com o motor em operação, deve-se proceder da seguinte maneira:
- Limpar as proximidades do orifício de entrada de graxa;
- Colocar a quantidade total de graxa recomendada na placa de identificação do motor;
- Recolocar a proteção de entrada de graxa.
Observações:
70
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
- Para cada incremento de 15 °C na temperatura do mancal, o intervalo de relubrificação deverá ser reduzido pela
metade.
- Motores originais de fábrica para posição horizontal, porém instalados na posição vertical (com autorização da
WEG) devem ter seu intervalo de relubrificação reduzido pela metade.
- Para aplicações especiais, tais como: altas e baixas temperaturas, ambientes agressivos, variação de velocidade
(acionamento por inversor de frequência), etc., entre em contato com a WEG para obter informações referentes
ao tipo de graxa e intervalos de lubrificação a serem utilizados.
Nos motores com rolamento lubrificados a óleo, a troca de óleo deve ser feita com o motor parado, seguindo os
procedimento a seguir:
- Abrir o respiro da entrada de óleo;
- Retirar o tampão de saída de óleo;
- Abrir a válvula e drenar todo o óleo;
- Fechar a válvula;
- Recolocar o tampão;
- Preencher com a quantidade e especificação do óleo indicados na placa de identificação;
- Verificar se o nível do óleo está na metade do visor;
- Fechar o respiro da entrada de óleo;
- Certificar-se que não há vazamento e que todos os furos roscados não utilizados estejam fechados.
Observações:
- A troca de óleo dos mancais deve ser realizada no intervalo indicado na placa de identificação ou sempre que o
lubrificante apresentar alterações em suas características (viscosidade, pH, etc.).
- O nível de óleo deve ser mantido na metade do visor de óleo e acompanhado diariamente.
- O uso de lubrificantes com outras viscosidades requer contato prévio com a WEG.

É recomendado realizar serviços de recuperação de componentes?


O contrato de prestação de serviços entre a WEG Motores e os Assistentes Técnicos Autorizados prevê o uso de
peças originais novas em substituição a peças originais com desgastes permanentes ou avarias graves.
Dado a maior confiabilidade de peças novas e a complexidade da execução em serviços de recuperação, não
recomendamos essa prática.

Quais os parâmetros que devem ser monitorados quando um motor elétrico (indução trifásico)
está operando?
Os principais parâmetros a serem monitorados para motores em operação são: corrente, tensão, temperatura
nos mancais, vibração e ruído. Para motores com sensores tipo PT100, instalados em mancais ou no bobinado, a
medição deve ser feita via esses sensores.

71
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Recomendamos que seja feito monitoramento periódico e registro das medições realizadas. Em caso de valores
medidos acima dos dados especificados na placa de identificação ou fora de tolerância das normas aplicáveis,
recomendamos avaliar a aplicação e instalação. Se necessário entrar em contato com a WEG.

Quais os torques de aperto utilizado nas placas de bornes nas diferentes linhas de motores?
Os torques de aperto dos parafusos da placa de bornes variam de acordo com suas características construtivas.
No Manual de Instalação, Operação e Manutenção e Motores Elétricos está disponível a tabela com torques de
aperto dos parafusos: Segue link:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-eletricos-de-baixa-e-alta-tensao-manual-de-instalacao-
operacao-e-manutencao-50031070-manual-portugues-br.pdf

Quais os torques de aperto dos parafusos recomendados durante a montagem dos motores?
Os torques de aperto dos parafusos variam de acordo com o tipo de junta de fixação, das próprias características
construtivas dos parafusos e da linha dos motores. No Manual de Instalação, Operação e Manutenção e Motores
Elétricos está disponível a tabela com torques de aperto dos parafusos: Segue link:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-eletricos-de-baixa-e-alta-tensao-manual-de-instalacao-
operacao-e-manutencao-50031070-manual-portugues-br.pdf

Qual o tempo e temperatura recomendado para cura do verniz ou resina de impregnação do bobinado?
O tempo e temperatura recomendados para cura do verniz e resina de impregnação devem ser consultados
diretamente no boletim técnico do produto. Este valor varia de produto para produto logo não é possível definir
um valor específico.

Como realizar a retirada da bobina de um estator para rebobinamento?


Para realizar a retirada do bobinado do estator recomendamos que seja feito aquecimento do conjunto em
temperatura de até 200°C em estufa para verniz e 300°C para resina, por tempo mínimo de 2 horas. Durante a
remoção, pode ser utilizado produto lubrificante para facilitar a retirada do bobinado.
O dispositivo utilizado para sacar o bobinado deve ser apropriado para realização do procedimento.
Não é recomendado o uso de maçarico ou qualquer equipamento similar que submeta o estator a contato com
fogo.

Quais os torques de aperto para os parafusos de fixação do motor na base?


A tabela abaixo mostra os torques que aperto para os parafusos de fixação do motor na base:
Observações:
- A base de fixação deve ser rígida, plana e isenta de vibração;
- Sempre use arruela de pressão;
- É recomendado que a base do motor seja concretada para motores da carcaça 250 e acima.
- Sempre verifique o alinhamento e, se necessário, use calços que apoiem todo o pé do motor.

72
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Torques de aperto do parafuso para fixação de motor na base

Qual a causa e como prevenir oxidação nos motores?


As principais causas de oxidação nos motores são:
- Contaminação por contato direto com água, causado por mal armazenamento do motor ou exposição a
ambientes severos.
- Contaminação por agentes corrosivos presentes no ambiente em que se encontra o motor.

73
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
- Contaminação por umidade presente no ar. A mesma tende a condensar dentro do motor devido a variações de
temperatura, causando a oxidação.
Abaixo as ações que devem ser tomadas para evitar a oxidação dos motores:
Se os motores não forem instalados imediatamente, recomenda-se armazená-los em local seco com umidade
relativa do ar de até 60%, com temperatura ambiente acima de 5 °C e abaixo de 40 °C, isento de poeira, vibrações,
gases, agentes corrosivos, com temperatura uniforme, em posição normal e sem apoiar sobre eles outros objetos.
Remova polias (caso existam) da ponta de eixo, e as mantenha livre e com graxa protetiva para evitar corrosão.
Caso o motor possua resistência de aquecimento, esta deverá ser energizada sempre que o motor não estiver em
operação. Isto se aplica também para os casos em que o motor estiver instalado, porém fora de uso por um longo
período. Nestas situações, dependendo das condições do ambiente, poderá ocorrer condensação de água no
interior do motor, provocando queda na resistência de isolamento e aparecimento de corrosão. Os motores
devem ser armazenados de tal modo que a drenagem seja facilitada.
As resistências de aquecimento nunca devem estar energizadas enquanto o motor estiver operando.
Todas as superfícies usinadas expostas (por exemplo, ponta de eixo e flange) são protegidas na fábrica por um
inibidor de oxidação temporário. Esta película protetora deve ser reaplicada periodicamente durante o período
de armazenagem (pelo menos a cada seis meses) ou quando for removida ou estiver deteriorada.

Quais os cuidados para substituir rolamentos de esferas por rolamentos de rolos (linhas W21 e
W22) ?
A troca de rolamento de esferas por rolamento de rolos exige os seguintes cuidados:
- Conferir se as dimensões do novo rolamento estão de acordo com as dimensões do eixo e da tampa do motor;
- Manter os anéis de fixação do mancal dianteiro;
- Alterar os anéis de fixação do mancal traseiro para retirar folga axial existente em motores com rolamentos de
esferas (os novos anéis ficarão em contato com a pista externa do rolamento);
- Retirar as molas de pré-carga (ou arruelas onduladas).
Caso o motor originalmente não possua anel de fixação no mancal traseiro (carcaças abaixo da 225), este deverá
ser acrescentado e a tampa traseira deverá ser substituída para um projeto especial apta a montagem do anel e
sem espaço para arruela ondulada.
Na montagem com rolamento de rolos, a folga para dilatação térmica do motor, quando em operação, se dá na
pista do próprio rolamento de rolos. Assim, não se deve utilizar as molas de pré-carga.
Em caso de dúvidas recomendamos consultar a Fábrica.

74
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Motofreio
Onde encontrar a alavanca de freio para freios com este dispositivo?
A alavanca de freio para motores com freio solicitado com este dispositivo, encontra-se dentro da caixa de ligação
do motor.
A alavanca é colocada dentro da caixa de ligação para evitar que ocorram danos no transporte, que poderiam
danificar a alavanca, defletora e freio do motor.

O torque nominal do freio, indicado na sua especificação, é referido à velocidade nominal do motor?
Não. O torque nominal indicado no freio refere-se a uma velocidade de 100 rpm. Para os casos em que o freio
atraca quando o motor está em sua rotação nominal deve-se considerar uma redução no valor do torque do freio,
de acordo com a tabela abaixo:

Relação entre torque de frenagem e rotação

Em qual tensão de rede posso utilizar o freio que está instalado no motor?
A tensão do freio vem informada no próprio componente. Trata-se de tensão contínua (Vcc) e é permitida uma
variação de ±10% sobre este valor. Por exemplo, para um freio que indique uma tensão de 180 Vcc, deve-se
garantir que a tensão de entrada na bobina do freio seja de 180 Vcc ±10%, ou seja, entre 162 e 198 Vcc. A tensão
de rede necessária para atingir este valor de tensão contínua dependerá do tipo de ponte retificadora utilizada,
que pode ser de meia onda ou onda completa. Para pontes retificadoras de meia onda a tensão Vcc será
aproximadamente 0.445 vezes a tensão da rede, e para os casos de ponte retificadora de onda completa a tensão
Vcc será aproximadamente 0.89 vezes a tensão da rede.
Um freio 205 VCC pode ser acionado em 380V CA?
Não existe a possibilidade de acionar um freio 205VCC com uma tensão de 380VAC aplicado nos terminais da
ponte retificadora (WEG).
Os freios utilizados pela WEG suportam uma operação de 205VCC ±10% ou seja de 185 a 225VCC
As pontes retificadoras utilizadas pela WEG têm uma perda interna de aproximadamente 10%. Sendo assim, se
uma tensão de 380V for aplicada a uma ponte retificadora de meia onda a tensão de saída será de 190VCC – 10%
ou seja, de 171V.
Desta forma, a tensão de saída será menor que a mínima tensão suportada pelo freio.
Neste caso, para uma tensão de 380V, seria necessário utilizar um freio 180VCC.

75
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Motores para área Classificada
O que são e como são classificados os motores para áreas classificadas?
Uma instalação onde produtos inflamáveis são continuamente manuseados, processados ou armazenados,
necessita de cuidados especiais que garantam a manutenção do patrimônio e preservem a vida humana, para
este tipo de ambiente se destinam os motores para áreas de risco ou áreas classificadas.
Os equipamentos elétricos, por suas próprias características, podem representar fontes de ignição, quer seja pelo
centelhamento normal, quer seja por superaquecimento de algum componente, seja ele intencional ou causado
por correntes em situações de defeito.
Os motores para áreas de risco são classificados como:
À prova de explosão - Ex d / *Ex de (EPL Gb): tipo de proteção na qual as partes que podem causar a ignição de
uma atmosfera explosiva são confinadas em um invólucro capaz de suportar uma explosão interna sem permitir
que se propague para o meio externo.
Norma: ABNT NBR IEC 60079-1 – Atmosferas Explosivas - Parte 1: Proteção de Equipamentos por Invólucros à
Prova de Explosão “d”.
* Motores Ex d com caixa de ligação e bornes/ terminais do tipo Ex e.
Segurança Aumentada - Ex e (EPL Gb): tipo de proteção na qual o equipamento elétrico, em condições normais
de operação, não produzirá arcos, faíscas ou aquecimento suficiente para causar a ignição da atmosfera explosiva.
Norma: ABNT NBR IEC 60079-7 – Atmosferas Explosivas - Parte 7: Proteção de Equipamentos por Segurança
Aumentada “e”.
Não acendível - Ex n (EPL Gc): tipo de proteção aplicada a equipamento elétrico de modo que, em funcionamento
normal e em certas condições anormais específicas, não possa inflamar o ambiente explosivo.
Norma: ABNT NBR IEC 60079-15 – Equipamento Elétricos para Atmosferas Explosivas - Parte 15: Construção,
Ensaio e Marcação de Equipamentos Elétricos com Tipo de Proteção “n”.
Pressurizado - Ex p (EPL Gb ou Gc): tipo de proteção na qual o equipamento é fabricado para operar com pressão
positiva interna de forma a evitar a entrada de gases e vapores inflamáveis para o interior do invólucro, onde
existem partes que podem causar a ignição da atmosfera explosiva.
Norma: ABNT NBR IEC 60079-2 – Atmosferas Explosivas - Parte 2: Proteção de Equipamento por Involucro
Pressurizado “p”.
Proteção por invólucro - Ex t (EPL Db ou Dc): tipo de proteção em que as partes que podem causar a ignição de
uma atmosfera explosiva são confinadas em um invólucro total ou parcialmente protegido contra a entrada de
poeiras.
Norma: ABNT NBR IEC 60079-31 - AtmosferasExplosivas - Parte 31: Proteção de Equipamento Contra Ignição de
Poeira por Invólucros “t”.

Posso reparar motor Ex sem placa de identificação?


A norma ABNT NBR IEC 60079-17 que trata de inspeção e manutenção de instalações elétricas traz a seguinte
citação sobre identificação de motores trifásicos:
"Quando a placa de certificação ou de marcação de um equipamento para áreas classificadas estiver sem marcação
ou esteja ilegível, métodos alternativos podem ser utilizados para identificação da rastreabilidade dos detalhes de
certificação do equipamento específico. O método utilizado necessita incluir: placas adicionais de identificação, que

76
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
incorporem números únicos de tag, números de série ou referência ao banco de dados da instalação. O método de
inclusão ou fixação da placa de adequação não pode reduzir a integridade do tipo de proteção do equipamento."

A norma ABNT NBR IEC 60079-19 que trata de reparo, revisão e recuperação de equipamentos utilizados em áreas
classificadas recomenda que se evite a realização de reparos para motores em que não possa ser realizada a
identificação de marcação Ex.
Sendo assim, recomendamos que, em consenso com o cliente e com base nas normas aplicáveis, seja avaliado o
escopo do serviço a ser realizado no motor. Em não sendo possível atestar a conformidade do motor para uso em
área classificada, este deverá ser utilizado apenas em área segura após o reparo.

Os certificados para motores de área classificada possuem validade?


O período de validade presente em alguns modelos de certificados para motores de área classificada é para indicar
que os motores fabricados na WEG Motores naquele período foram produzidos em conformidade com o referido
documento. O término da data de validade não significa que o certificado não terá mais valia para o motor
instalado.
Trata-se de uma certificação de linha de produção, portanto, periodicamente é realizada auditoria de organismo
certificador (CEPEL, TUV...) para comprovação de que os processos, componentes e as pessoas envolvidas na
fabricação desses motores estão em conformidade com as regulamentações aplicáveis.
Em uma certificação específica, por exemplo, o certificado não vem com validade.

Qual a especificação e tipo de selante usado em motores NEMA Ex-d?


Nos motores NEMA W21 a prova de explosão é aplicado o cimento selante YSC-160 na passagem dos cabos.
http://catalog.pecoelect.com/item/hazardous-location/sealing-compound/eysc-160
É necessário misturar 3 partes do selante com 1 parte de água até obter uma mistura homogênea. Esse cimento
selante é aplicado em todos os motores W21 Ex-d NEMA, em todos os tamanhos de carcaça.

Quais os torques de aperto dos parafusos recomendados durante a montagem dos motores?
Os torques de aperto dos parafusos variam de acordo com o tipo de junta de fixação, das próprias características
construtivas dos parafusos e da linha dos motores. No Manual de Instalação, Operação e Manutenção e Motores
Elétricos está disponível a tabela com torques de aperto dos parafusos: Segue link:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-eletricos-de-baixa-e-alta-tensao-manual-de-instalacao-
operacao-e-manutencao-50031070-manual-portugues-br.pdf

77
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Rolamentos, Graxas e Lubrificação
Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?

Temperaturas de referência

Quais as causas, como identificar e como evitar passagem de corrente em rolamento?


O fenômeno de tensão induzida no eixo acomete principalmente máquinas grandes devido a características
intrínsecas de projeto e/ou quando estas são acionadas por inversores de frequência, com formas de onda não
senoidais.
A falha por passagem de corrente ocorre quando descargas elétricas ocorrem no rolamento, rompendo a isolação
do filme de graxa. Essas descargas dão origem a pequenas marcas nas pistas do rolamento e enegrecimento da
graxa. Essas características possibilitam a identificação do problema através da avaliação do próprio rolamento
danificado. Outra característica desse tipo de falha é o aumento do ruído (atrito metal-metal) no rolamento.
A figura abaixo mostra um rolamento danificado por passagem de corrente já em fase avançada.

Marcas de passagem de corrente

78
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

As possíveis causas estão ligadas principalmente a falhas no sistema de aterramento da instalação. Para avaliar e
corrigir o problema, recomendamos avaliação minuciosa com base nas recomendações citadas abaixo:
- No inversor, avaliar com fabricante a possibilidade de reduzir frequência de chaveamento;
- Na instalação, avaliar aterramento e ligação dos cabos. Interligar aterramentos do motor, máquina e inversor.
Recomenda-se utilização de cabos blindados;
- O cabo de aterramento principal dever possuir, pelo menos metade da bitola dos cabos de alimentação do
sistema;
- A bitola dos cabos de aterramento do inversor devem respeitar os valores conforme manual do produto;
- Todos os cabos de aterramento dos equipamentos devem estar conectados a um barramento principal;
- As ligações de malhas devem ser aterradas, conforme manual de aterramento de sistemas de potência.
- Para proteger e aumentar a vida útil dos rolamentos do motor recomendamos utilizar rolamento isolado ou
tampa isolada associada à escova de aterramento.
Nota: motores para áreas classificadas devem ser avaliados caso a caso e a WEG deve ser consultada.
Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível no
seguinte link: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-
manual-portugues-br.pdf

Graxas não homologadas pela WEG podem ser utilizadas?


A WEG sempre recomenda a utilização da graxa indicada na placa de identificação.
Caso isto não seja possível, o que se pode recomendar é:
- Nunca misture graxas, mesmo que compatíveis, isto não significa que elas são miscíveis.
- Usar preferencialmente graxas com consistências (NLGI) 3 ao invés de 2, principalmente para motores acima da
carcaça 225.
- Verificar cuidadosamente a temperatura de operação e se a graxa é compatível com esta.
- Verificar a rotação do motor. O fator de rotação da graxa também deve ser compatível com a rotação do motor
e rolamento.
- Não utilizar graxas com aditivos EP. Estes aditivos possuem enxofre e fósforo em sua fórmula e estes
componentes aceleram a degradação do rolamento.
- Sempre reduzir o período de lubrificação indicado na placa pela metade.
A WEG não se responsabiliza por mudanças no design do motor, o cliente deve estar ciente de que será o único
responsável em caso de falhas devido à substituição da graxa.

Qual é o intervalo de relubrificação dos rolamentos?


A especificação do intervalo de relubrificação dos rolamentos, assim como o modelo dos rolamentos, tipo e
quantidade de graxa estão disponíveis na placa de identificação, conforme ilustrado abaixo.

79
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Intervalo de relubrificação
Em não sendo possível consultar a placa, no manual de instalação e operação da WEG estão disponíveis tabelas
com a especificação dos rolamentos padrão para os motores de acordo com o tamanho das carcaças. Segue link:
http://www.weg.net/files/products/WEG-iom-general-manual-of-electric-motors-manual-general-de-iom-de-
motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-electricos-50033244-manual-english.pdf

Motores com rolamentos de rolos ou contato angular demandam cuidados especiais? Como testá-
los a vazio?
Sim, rolamentos com elementos rolantes cilíndricos ou esféricos de contato angular possuem caraterísticas
construtivas especiais para suportar elevadas cargas radiais ou axiais, respectivamente. Devido a isto, os seguintes
cuidados são necessários:
- Utilizar dispositivo de fixação do eixo quando o motor estiver sendo transportado, mesmo que seja dentro da
própria instalação, para evitar choques nos rolamentos;
- O teste a vazio prioritariamente deve ser realizado na forma construtiva do motor e sob as condições de
acoplamento para o qual foi especificado.

Rolamento de contato angular

80
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Rolamento de rolos cilíndricos


- Além dos pontos citados acima, devem ser seguidos os cuidados de estocagem, armazenagem e manutenção
citados no nosso manual disponível no site. Segue link: http://www.weg.net/files/products/WEG-iom-general-
manual-of-electric-motors-manual-general-de-iom-de-motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-
electricos-50033244-manual-english.pdf

Qual o procedimento para realizar a relubrificação do motor?


Para relubrificação dos rolamentos com o motor parado, deve-se proceder da seguinte maneira:
- Limpar as proximidades do orifício de entrada de graxa;
- Colocar aproximadamente metade da graxa total recomendada na placa de identificação do motor e girar o
motor durante aproximadamente 1 (um) minuto na rotação nominal;
- Desligar o motor e colocar o restante da graxa;
- Recolocar a proteção de entrada de graxa.
Para relubrificação dos rolamentos com o motor em operação, deve-se proceder da seguinte maneira:
- Limpar as proximidades do orifício de entrada de graxa;
- Colocar a quantidade total de graxa recomendada na placa de identificação do motor;
- Recolocar a proteção de entrada de graxa.
Observações:
- Para cada incremento de 15 °C na temperatura do mancal, o intervalo de relubrificação deverá ser reduzido pela
metade.
- Motores originais de fábrica para posição horizontal, porém instalados na posição vertical (com autorização da
WEG) devem ter seu intervalo de relubrificação reduzido pela metade.
- Para aplicações especiais, tais como: altas e baixas temperaturas, ambientes agressivos, variação de velocidade
(acionamento por inversor de frequência), etc., entre em contato com a WEG para obter informações referentes
ao tipo de graxa e intervalos de lubrificação a serem utilizados.

81
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Nos motores com rolamento lubrificados a óleo, a troca de óleo deve ser feita com o motor parado, seguindo o
procedimento a seguir:
- Abrir o respiro da entrada de óleo;
- Retirar o tampão de saída de óleo;
- Abrir a válvula e drenar todo o óleo;
- Fechar a válvula;
- Recolocar o tampão;
- Preencher com a quantidade e especificação do óleo indicados na placa de identificação;
- Verificar se o nível do óleo está na metade do visor;
- Fechar o respiro da entrada de óleo;
- Certificar-se que não há vazamento e que todos os furos roscados não utilizados estejam fechados.
Observações:
- A troca de óleo dos mancais deve ser realizada no intervalo indicado na placa de identificação ou sempre que o
lubrificante apresentar alterações em suas características (viscosidade, pH, etc.).
- O nível de óleo deve ser mantido na metade do visor de óleo e acompanhado diariamente.
- O uso de lubrificantes com outras viscosidades requer contato prévio com a WEG.

Que tipo de rolamento é o mais recomendado para cada tipo de aplicação? Pode haver exceções?
A definição do modelo de rolamento a ser utilizado dependerá das características da carga aplicada, da forma
construtiva e das características do acionamento.
O rolamento padrão utilizado nos motores WEG é o rolamento de esferas, com dimensões e grau de proteção
proporcional ao tamanho do motor e ambiente em que será instalado.

Os limites de carga radial e axial suportados pelos rolamentos de esferas dos motores, de acordo com a rotação
e tamanho do motor, estão disponíveis para consulta no catálogo Técnico Mercado Brasil. Segue link, para
consulta ver item 5.2.1:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-w22-motor-trifasico-tecnico-mercado-brasil-50023622-catalogo-
portugues-br.pdf
Em situações onde a carga e/ou acoplamentos que geram esforços radiais ou axiais no eixo do motor, superiores
aos suportados pelo rolamento de esferas, será necessário especificar rolamentos dedicados.
Para esforços radiais elevados, se recomenda o uso de rolamento de rolos.
Para esforços axiais elevados, se recomenda o uso de rolamentos de contato angular.
Em operações com acionamento por inversores de frequência poderá ser especificado rolamento isolado.
Em alguns casos poderá ser utilizado mais de um rolamento no mesmo mancal do motor e com especificações
diferentes, dependendo das características de projeto do motor e/ou exigência da carga aplicada.
Em caso de dúvidas ou aplicações especiais recomendamos consultar a Fábrica.

82
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no Guia de Especificação de Motores Elétricos, disponível no
seguinte link: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-
manual-portugues-br.pdf

Onde posso encontrar os dados do rolamento utilizado nos motores?


A especificação dos rolamentos dos motores, assim como o intervalo de relubrificação, tipo e quantidade de
graxa, estão disponíveis na placa de identificação, conforme ilustrado abaixo.

Intervalo de relubrificação

Em não sendo possível consultar a placa, no nosso manual de instalação e operação estão disponíveis tabelas com
a especificação dos rolamentos padrão para os motores de acordo com o tamanho das carcaças.
Segue link: http://www.weg.net/files/products/WEG-iom-general-manual-of-electric-motors-manual-general-
de-iom-de-motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-electricos-50033244-manual-english.pdf
Em caso de dúvidas a WEG deverá ser consultada.

Quais os cuidados para substituir rolamentos de esferas por rolamentos de rolos (linhas W21 e
W22) ?
A troca de rolamento de esferas por rolamento de rolos exige os seguintes cuidados:
- Conferir se as dimensões do novo rolamento estão de acordo com as dimensões do eixo e da tampa do motor;
- Manter os anéis de fixação do mancal dianteiro;
- Alterar os anéis de fixação do mancal traseiro para retirar folga axial existente em motores com rolamentos de
esferas (os novos anéis ficarão em contato com a pista externa do rolamento);
- Retirar as molas de pré-carga (ou arruelas onduladas).
Caso o motor originalmente não possua anel de fixação no mancal traseiro (carcaças abaixo da 225), este deverá
ser acrescentado e a tampa traseira deverá ser substituída para um projeto especial apta a montagem do anel e
sem espaço para arruela ondulada.
Na montagem com rolamento de rolos, a folga para dilatação térmica do motor, quando em operação, se dá na
pista do próprio rolamento de rolos. Assim, não se deve utilizar as molas de pré-carga.
Em caso de dúvidas recomendamos consultar a Fábrica.

83
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Quais os padrões de montagem de rolamentos de contato angular em pares?
Existem 3 tipos de montagem de rolamentos de contato angular em pares:

Padrões de montagem de rolamentos em pares


Tandem – Utilizado para cargas aplicadas somente em uma direção.
X – (Face à Face) e O (Costa à Costa), estas duas configurações são usadas quando esforços são aplicados em
ambos os sentidos.

Qual a causa de microabrasão (fretting) nos rolamentos?


A microabrasão é uma combinação entre processos de adesão, abrasão e corrosão. Como há o contato íntimo
entre rolamento e eixo devido à interferência de montagem, as asperezas do contato superficial tendem a aderir
umas às outras (processo de adesão).
À medida que se introduz um deslocamento entre as superfícies, estes contatos são quebrados, causando
rompimento superficial. Partículas de um dos materiais (mais macio) serão quebradas e permanecerão livres na
interface, podendo riscar a superfície. Neste momento inicia-se o processo de abrasão a 3 corpos, semelhante ao
processo de esmerilhamento.
A microabrasão pode causar perdas significativas de material na interface (redução dimensional). Apesar
de não ser possível grande deslizamento nestas situações (com interferência de montagem), mesmo pequenas
deflexões (deformações radiais no eixo causadas, por exemplo por carga radial) são suficientes para causar
microabrasão. Vibração é outra fonte de pequenos movimentos que causam microabrasão. Em outros casos o
resultado pode ser a descoloração da superfície.
A microabrasão é uma evidência de que movimentos microscópicos são suficientes para causar desgaste.
O deslizamento entre as superfícies expõe o material do eixo ao oxigênio, aumentando a taxa de
corrosão. Como o produto da corrosão do aço é duro, frágil e neste não aderente à superfície, estas partículas
tornam-se livres e contribuem para o processo de abrasão.
Portanto, podem-se resumir como fatores determinantes no processo de microabrasão:
- Deflexões no eixo (por exemplo, aplicação de cargas radiais);
- Vibrações;
- Interferência entre os elementos.

Diferentes graxas podem ser misturadas no rolamento?


A graxa Mobil Polyrex EM possui espessante de poliuréia e óleo mineral, e não é compatível com outras graxas.
A única exceção aplica-se a graxa Stamina RL7. Testes realizados mostram que a Stamina RL7 e Polyrex são
compatíveis e podem ser misturadas.

84
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Não é recomendada a mistura de graxas, mesmo que compatíveis isto não significa que elas são miscíveis,
portanto é necessária a limpeza dos rolamentos e canais de lubrificação antes de aplicar uma nova graxa.
A WEG não se responsabiliza por mudanças no design do motor, o cliente deve estar ciente de que será o único
responsável em caso de falhas devido à substituição da graxa.

Quais graxas são recomendadas para cada aplicação pela WEG?


A especificação da graxa depende de aspectos relacionados à temperatura ambiente na aplicação, velocidade de
rotação, posição de trabalho e esforços aos quais os mancais serão submetidos.
A tabela abaixo indica os tipos de graxa utilizados pela WEG Motores e suas características operacionais:

Graxas utilizadas pela WEG Motores

Lubrificador automático pode ser utilizado?


Sim, é possível utilizar sistema automático para relubrificação do motor. Para isto é importante atentar a
especificação da graxa utilizada no motor e obedecer a quantidade de graxa a ser aplicada no intervalo de tempo
especificado na placa do motor.

85
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Sensor de temperatura, resistência de aquecimento e
encoder
Quais as conexões permitidas para a resistência de aquecimento?
A resistência de aquecimento é um dispositivo utilizado para o aquecimento interno do motor, que evita
condensação de água internamente, quando o motor permanece desligado por tempo suficiente para ficar à
temperatura ambiente. É normalmente utilizado em motores instalados em ambientes úmidos. As resistências de
aquecimento mantêm aquecido o interior do motor em alguns graus (5ºC a 10ºC) acima da temperatura
ambiente, quando o motor estiver desligado.
A tensão de alimentação das resistências de aquecimento deverá ser especificada pelo usuário do motor, sendo
disponíveis em 110V, 220V e 440V.
A potência das resistências de aquecimento varia de acordo com a carcaça do motor, podendo variar de 8W para
carcaças 63 até 158W para carcaças 355.
Porém para alguns casos, é possível alterar a tensão de utilização da resistência de aquecimento.
Para motores da carcaça 112 e acima (que possuem duas resistências de aquecimento), é possível alterar as
conexões destas resistências de paralelo para série, mudando a tensão de 110 para 220V ou 220V para 440V
dependendo da especificação original da resistência.
A conexão em paralelo será sempre a original solicitada pelo cliente enquanto que a conexão em série será para
o dobro da tensão.
Ex:

Ligação série/paralela da resistência de aquecimento


Como testar os sensores de temperatura do motor (PTC e PT-100)?
O principal teste em sensores de temperaturas é em relação ao valor de sua resistência.
A resistência do sensor deve ser verificada diretamente nos cabos do sensor, evitando assim possíveis problemas
de mau contato no conector.
Os valores corretos para PTC são de:
- Até 250 ohms em caso de sensor simples.
- Até 750 ohms no caso de sensor triplo.
Para PT100, os valores seguem a fórmula abaixo:

Cálculo PT100
A variação aceitável é de ± 1ºC.
Também é possível realizar o teste de resistência de isolamento no sensor, juntando todos os cabos deste e
aplicando 500V contra a massa e fases do motor. O sensor não deve apresentar corrente de fuga.

86
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

O que é e para que serve a resistência de aquecimento dos motores elétricos?


A resistência de aquecimento é utilizada como forma de prevenir condensação de umidade no interior do motor.
Trata-se de um reforço no grau de proteção, geralmente utilizada em motores que operam em ambientes e/ou
aplicações que apresentam elevado grau de umidade.
Deve ser instalada ao redor da cabeça de bobinas do motor e somente pode ser ligada quando o motor estiver
desligado. A forma de ligação e tensão de alimentação estão disponíveis na placa de identificação da resistência
de aquecimento, fixada na carcaça do motor.
Abaixo segue ilustração de uma resistência de aquecimento instalada na cabeça de bobinas e sua respectiva placa
de identificação.

Instalação resistência de aquecimento

O que são e para que servem os sensores de temperatura?


Sensores de temperatura são transdutores que, quando em equilíbrio térmico com o corpo que desejamos medir,
transformam uma grandeza física, neste caso, a temperatura, em uma grandeza elétrica ou mecânica.
São utilizados para proteção de enrolamentos e mancais de motores, de acordo com sua especificação de
temperatura de atuação.
Os tipos comumente utilizados em motores são:
- Os mecânicos que, com a variação da temperatura alteram suas características como volume, pressão e
dilatação. Ex.: Protetor térmico bimetálico.
- Os elétricos que, com a variação da temperatura alteram suas características de resistência ôhmica e tensão.
Ex.: Termopar e termo resistência.

Qual a diferença entre termostato, protetor térmico, PT1000, PT100 e PTC?


Termostato: trata-se de um bimetálico com temperatura predefinida, que ao atingir a temperatura especificada
abre o contato (corta a alimentação no motor) protegendo o equipamento. Deve ser ligado diretamente em série
com a bobina do contator do circuito; pode ser usado tanto para alarme como para desligamento, tanto em
enrolamentos quanto em mancais.

87
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Termostato
Protetor térmico: é um sensor tipo fenólico sensível à temperatura e passagem de corrente, podendo assim
oferecer proteção contra ambos. Podem ser com rearme automático ou manual, dependendo da necessidade da
aplicação. Podem ser utilizados em motores monofásicos ou trifásicos.

Protetor térmico

Termoresistores (PT100): sua operação é baseada na característica de variação da resistência com a temperatura.
Possuem resistência calibrada, que varia linearmente com a temperatura, possibilitando um acompanhamento
contínuo do processo de aquecimento do equipamento pelo display de um controlador externo, com alto grau de
precisão e sensibilidade de resposta.

PT100

Sua aplicação é ampla nos diversos setores de técnica de medição e automatização de temperatura. Um mesmo
sensor pode servir para alarme e para desligamento.
Em não sendo possível o monitoramento via controlador externo a temperatura pode ser estimada através do
cálculo abaixo.

Cálculo PT100

88
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Termoresistores (PT1000): possuem características de operação equivalentes as do PT100, no entanto possuem
resistência ôhmica maior (1000 Ohms em 0° graus Celsius).

PT1000
Geralmente é utilizado em instalações que possuem grandes distâncias entre os equipamentos onde estão
instalados e os controladores (grande comprimento de cabos), pois devido as suas características mantem elevada
precisão.
Em não sendo possível o monitoramento via controlador externo a temperatura pode ser estimada através do
cálculo abaixo.

Cálculo PT1000
Termistor (PTC): são semicondutores de cerâmica que possuem elevado coeficiente de temperatura positiva. Seu
funcionamento tem relação com a variação da resistência ôhmica em função do aumento de temperatura. Para
o comando da proteção dos termistores se faz necessário a instalação de um relé de controle. A função PTC
monitora a resistência do sensor e quando chega ao limite especificado, deve ocorrer o desarme do relé,
indicando que sensor PTC atingiu sua temperatura de resposta nominal. Após o desarme, o relé PTC irá
automaticamente religar quando a resistência do sensor diminuir a um valor predefinido.

Curva PTC

89
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Site, Manuais e MYWEG
Onde encontro informações sobre instalação, operação e manutenção de motores elétricos WEG?
Estas Informações estão disponíveis em nosso manual IOM disponível para consulta em nosso site ou no link
abaixo.
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-iom-general-manual-of-electric-motors-manual-general-de-iom-de-
motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-electricos-50033244-manual-english.pdf

Como verificar dados de bobinagem no sistema WIREFRAME?


Acesse o site http://www.myweg.net e digite o login e senha do Assistente Técnico.

Acesso ao MyWEG
Clique em Sistema de Bobinagem (WMO)

Sistema de bobinagem
Insira o número de série do motor ou material + data de fabricação e clique em “Pesquisa”.

90
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Pesquisa de dados de bobinagem


Os dados de bobinagem e dados gerais do motor serão apresentados na tela.
Clique em “Download relatório” para baixar os dados de bobinagem.

Download dos dados de bobinagem


Um PDF com os dados será mostrado. Este arquivo pode ser salvo.

91
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Dados de bobinagem
Clique em “Download diagrama de bobinagem” para verificar o diagrama de bobinagem do motor.

Download do esquema de bobinagem


Um PFD com os dados será mostrado. Este arquivo pode ser salvo.

Esquema de bobinagem

92
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Onde podem ser encontrados os desenhos de motores?


O site da WEG permite criar desenhos de motores, a partir da especificação dos dados de operação. Para criar um
desenho, basta acessar o link abaixo:
http://ecatalog.weg.net/tec_cat/tech_motor_sel_web.asp
Na coluna da esquerda deve-se fazer a especificação do motor e na coluna da direita é realizado o filtro
automaticamente, dos motores disponíveis para consulta. Clicando no símbolo ( + ) pode-se especificar os dados
do motor.
Após o término da especificação realizada na coluna da esquerda e o filtro feito na coluna da direita basta
selecionar uma linha clicando no símbolo ( + ) para abrir as especificações elétricas e mecânicas do motor
selecionado.

Escolha do motor
Após a confecção da folha de dados é possível acessar o desenho do motor e fazer download do arquivo em
formato PDF, preenchendo os dados de identificação conforme abaixo:

Dimensional do motor

93
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Gerar dimensional do motor


Motores já fornecidos podem ter desenho específico criada durante o período de fornecimento. Em caso de
motores com especialidades deve-se consultar a WEG.

Onde posso encontrar os dados do rolamento utilizado nos motores?


A especificação dos rolamentos dos motores, assim como o intervalo de relubrificação, tipo e quantidade de
graxa, estão disponíveis na placa de identificação, conforme ilustrado abaixo.

Intervalo de relubrificação
Em não sendo possível consultar a placa, no nosso manual de instalação e operação estão disponíveis tabelas com
a especificação dos rolamentos padrão para os motores de acordo com o tamanho das carcaças.
Segue link: http://www.weg.net/files/products/WEG-iom-general-manual-of-electric-motors-manual-general-
de-iom-de-motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-electricos-50033244-manual-english.pdf
Em caso de dúvidas a WEG deverá ser consultada.

94
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Como ver os dados de especificação (folha de dados) do motor?


O site da WEG permite criar folhas de dados com as características de desempenho do motores, a partir da
especificação dos dados de operação. Para criar uma folha de dados, basta acessar o link abaixo:
http://ecatalog.weg.net/tec_cat/tech_motor_sel_web.asp
Na coluna da esquerda deve-se fazer a especificação do motor e na coluna da direita é realizado o filtro
automaticamente, dos motores disponíveis para consulta. Clicando no símbolo ( + ) pode-se especificar os dados
do motor.
Após o término da especificação realizada na coluna da esquerda e o filtro feito na coluna da direita basta
selecionar uma linha clicando no símbolo ( + ) para abrir as especificações elétricas e mecânicas do motor
selecionado.

Escolha do motor
Após a confecção da folha de dados é possível fazer download do arquivo em formato PDF, preenchendo os dados
de identificação conforme abaixo:

Folha de dados do motor

95
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Gerar folha de dados


Motores já fornecidos podem ter folha de dados específica criada durante o período de fornecimento. Em caso
de motores com especialidades deve-se consultar a WEG.

Links dos principais manuais de motores WEG


Manual geral de instalação, operação e manutenção de motores elétricos
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-iom-general-manual-of-electric-motors-manual-general-de-iom-de-
motores-electricos-manual-geral-de-iom-de-motores-electricos-50033244-manual-english.pdf
Motor elétrico trifásico W22 (catálogo técnico – Mercado Brasil)
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-w22-motor-trifasico-tecnico-mercado-brasil-50023622-catalogo-
portugues-br.pdf
Motores de indução alimentados por inversores de frequência PWM
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-de-inducao-alimentados-por-inversores-de-frequencia-
pwm-50029351-artigo-tecnico-portugues-br.pdf
Cartilha de Atmosfera Explosiva
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-cartilha-de-atmosferas-explosivas-50039055-catalogo-portugues-
br.pdf
Manual fornecido motores para atmosferas explosivas da WEG (mercado Brasil), incluindo os motores HGF:
http://catalogo.weg.com.br/files/wegnet/WEG-motores-eletricos-de-baixa-e-alta-tensao-para-atmosferas-
explosivas-manual-de-instalacao-operacao-e-manutencao-50030778-manual-portugues-br.pdf
Guia de especificação de motores
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-guia-de-especificacao-de-motores-eletricos-50032749-manual-
portugues-br.pdf
96
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Onde encontrar figuras em 3D, Solid Works ou CAD dos motores?
Os desenhos estão disponíveis no site da WEG. Abaixo segue um passo a passo ilustrando como acessa-los.
1 - Clicar em "Central de Downloads".

Central de download
2 - Acessar "Biblioteca CAD - Motores Elétricos".

Biblioteca CAD
3 - Clicar no padrão de mercado (para mercado Brasil acessar IEC).

Escolha do mercado
4 - Acessar a linha de motor a qual deseja desenho (para motor W22 padrão acessar "General Purpose").

97
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

Linha do motor

Alguns motores especiais podem não ter disponível o desenho nesses formatos.

98
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Temperaturas
Quais são os valores de referência de temperatura para o motor? Como realizar as medições?

Temperaturas de referência

Qual o significado de classe de temperatura F(DT=80K)?


As classes de isolamento estipulam os níveis máximos de temperatura em que o motor pode operar sem que seja
reduzida sua vida útil, estas temperaturas são definidas de acordo com os tipos de materiais isolantes utilizados
no motor.
Os motores WEG são em geral fabricados com classe de isolamento F, cuja temperatura máxima é 155°C.
Se um motor possui classe de temperatura F(DT=80K), significa que este é fabricado com classe de isolamento F,
porém, devido ao projeto do motor, a WEG garante que a elevação de temperatura real do motor em condições
normais de operação (que para a classe F é de 105K), não será maior que 80K, garantindo assim que o motor
trabalhe com uma temperatura absoluta menor.
K = Kelvin, unidade de medida de temperatura com mesma escala de variação do °C. Uma variação de 80K é igual
a uma variação de 80°C.

Qual o significado e quais são as classes de isolamento dos motores elétricos?


Como a temperatura em produtos eletromecânicos é frequentemente o fator predominante para o
envelhecimento do material isolante e do sistema de isolação, certas classificações térmicas básicas são úteis e
reconhecidas mundialmente.

99
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Os materiais e sistemas isolantes são classificados conforme a resistência à temperatura por longo período de
tempo.
Especifica-se que em um equipamento eletromecânico, a classe de isolamento representa a temperatura máxima
que o equipamento pode alcançar no seu ponto mais quente, ao estar operando em carga nominal, sem
diminuição da vida útil.
As classes de isolamento definidas para os materiais e sistemas isolantes são as seguintes:

Classes de temperatura

Quais são as constantes térmicas de um motor e quais as relações entre elas?


THC (termal heating constant) ou constante térmica de aquecimento, é o período necessário para o motor,
partindo da temperatura ambiente e em carga nominal, atingir 63,2% da estabilização térmica.

Constante térmica de aquecimento


Em geral o motor leva 3xTHC para atingir 95% da estabilização térmica, sendo que esta ocorre totalmente entre
3 e 5 X THC.

Tempo de estabilização em caga


Se após atingida a estabilização térmica em carga o motor passa a operar à vazio, a nova estabilização térmica
ocorrerá em torno de 5xTHC.

Tempo de estabilização a vazio

100
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Se após atingida a estabilização térmica em carga o motor é desligado, este leva em torno de 15xTHC para retornar
a temperatura ambiente.

Tempo de retorno a temperatura ambiente

Quais as inspeções a serem realizadas no motor antes do start up?


Após executar os procedimentos de instalação, alguns aspectos devem ser verificados antes da partida inicial do
motor, principalmente se o motor não foi colocado imediatamente em operação após sua instalação. Aqui devem
ser verificados os seguintes itens:
- Se os dados que constam na placa de identificação (tensão, corrente, esquema de ligação, grau de proteção,
refrigeração, fator de serviço, entre outras) estão de acordo com a aplicação;
- A correta montagem e alinhamento do conjunto (motor + máquina acionada);
- O sistema de acionamento do motor, considerando que a rotação do motor não ultrapasse a velocidade máxima
estabelecida para este;
- A resistência de isolamento do motor;
-O sentido de rotação do motor;
- A integridade da caixa de ligação, que deve estar limpa e seca, seus elementos de contato isentos de oxidação,
suas vedações em condições apropriadas de uso e suas entradas de cabos corretamente fechadas/protegidas de
acordo com o grau de proteção;
- As conexões do motor, verificando se foram corretamente realizadas, inclusive aterramento e cabos auxiliares;
-O correto funcionamento dos acessórios (freio, encoder, proteção térmica, ventilação forçada, etc.) instalados
no motor;
- A condição dos rolamentos. Para motores com rolamento aberto armazenados por mais de seis meses, os rolamentos
devem ser relubrificados antes da entrada em operação. Para motores armazenados e/ou instalados há mais de dois
anos, mas que não entraram em operação, recomenda-se trocar os rolamentos, ou então, removê-los, lavá-los,
inspecioná-los, e relubrificá-los antes de serem colocados em operação.
Para uma avaliação dos rolamentos podem ser utilizadas as técnicas de análise de vibração através de envelope
ou demodulação;
- Que entradas e saídas de ar estejam completamente desobstruídas. O mínimo espaço livre até a parede mais
próxima (L) deve ser ¼ do diâmetro da entrada de ar da defletora. O ar na entrada do motor deve estar na
temperatura ambiente.
- Que as vazões e temperaturas da água estejam corretas, quando utilizadas na refrigeração do motor.
- Que todas as partes girantes, como polias, acoplamentos, ventiladores externos, eixo, etc., estejam protegidas
contra toques acidentais.

101
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Outros testes e verificações que não constam nesta relação podem se fazer necessários, em função das
características específicas da instalação, aplicação e/ou do motor.
- Nos motores com mancais de rolamento com lubrificação a óleo deve ser assegurado:
- O nível correto de óleo do mancal. O mesmo deve estar na metade do visor;
- Que quando o motor for armazenado por período igual ou maior ao intervalo de troca de óleo, o óleo
deverá ser trocado antes da colocação em funcionamento;
- Nos motores com mancais de deslizamento deve ser assegurado:
- O nível correto de óleo do mancal. O mesmo deve estar na metade do visor;
- Que o motor não parte e nem opere com cargas radiais ou axiais;
- Que quando o motor for armazenado por período igual ou maior ao intervalo de troca de óleo, o óleo
deverá ser trocado antes da colocação em funcionamento;
- Nos motores monofásicos deve ser verificado:
- A análise da condição dos capacitores para motores monofásicos, se existirem. Para motores instalados
por um período superior a dois anos, mas que não entraram em operação, recomenda-se a substituição de seus
capacitores de partida;
Quais os procedimentos a serem adotados para efetuar a partida do motor?
Após todas as verificações antes do start up terem sido realizadas, seguir o procedimento a seguir para efetuar a
partida do motor:
- Ligar a máquina sem nenhuma carga (quando possível), acionando a chave de partida como se fosse um pulso,
verificando o sentido de rotação, a presença de ruído, vibração ou outra condição anormal de operação;
- Religar o motor, que deve partir e funcionar de maneira suave. Caso isso não ocorra, desligue o motor, verifique
novamente o sistema de montagem e conexões antes de uma nova partida.
- No caso de vibrações excessivas, verificar se os parafusos de fixação estão adequadamente apertados ou se a
vibração é proveniente de máquinas adjacentes. Verificar periodicamente a vibração;
- Operar o motor sob carga nominal por um pequeno período de tempo e comparar a corrente de operação com
a corrente indicada na placa de identificação;
-Recomenda-se ainda que algumas variáveis do motor sejam acompanhadas até seu equilíbrio térmico: corrente,
tensão, temperatura nos mancais e na superfície externa da carcaça, vibração e ruído;
- Recomenda-se que os valores de corrente e tensão sejam registrados no relatório de instalação.
Devido ao valor elevado da corrente de partida dos motores de indução, o tempo gasto na aceleração nas cargas
de inércia apreciável resulta na elevação rápida da temperatura do motor. Se o intervalo entre partidas sucessivas
for muito reduzido, isso resultará no aumento da temperatura nos enrolamentos, danificando-os ou reduzindo a
sua vida útil. Caso não seja especificado regime de serviço diferente de S1 / CONT. na placa de identificação do
motor, os motores estão aptos para:
- Duas partidas sucessivas, sendo a primeira feita com o motor frio, isto é, com seus enrolamentos na temperatura
ambiente e uma segunda partida logo a seguir, porém após o motor ter desacelerado até atingir seu repouso;
- Uma partida com o motor a quente, ou seja, com os enrolamentos na temperatura de regime.

102
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Vibração e Ruído
Qual o procedimento correto para medição de vibração?
Para se investigar a ocorrência de excesso de vibração em um motor elétrico, é fundamental que o motor seja
avaliado no próprio local de instalação, para identificar se a vibração está sendo provocada pelo motor ou não.
A investigação inicia-se com a medição do nível de vibração do motor. Para isso é necessário que o técnico tenha
um medidor que registre valores globais de vibração, em mm/s, valor r.m.s. Deve-se medir a vibração em cinco
pontos da carcaça do motor, conforme mostrado no croqui abaixo. Os valores medidos devem ser registrados
em um relatório.

Pontes de medição de vibração


Para se definir qual o nível de vibração que o motor apresenta, deve-se considerar o maior valor encontrado entre
os cinco valores medidos. Com base nos valores encontrados, deve-se avaliar se os níveis estão em conformidade
com as normas aplicáveis.
Caso a vibração do motor esteja acima do limite estabelecido em norma, deverá ser verificado se a causa dessa
alta vibração é gerada pelo motor, pela máquina acionada, ou com algum fator relacionado a instalação.
Para realizar essa avaliação, deverá ser feito novo ensaio de vibração, porém com o motor desacoplado da
máquina. Para esse teste proceder da seguinte forma:
- Desacoplar o motor;
- Retirar acoplamento e chaveta. Preencher o rasgo do eixo com uma meia chaveta, proporcional às dimensões
do rasgo;
- Colocar o motor em operação;
- Isolar o motor da base com uso de mola e talha ou de base elástica entre os pés do motor e a base. Na
impossibilidade desses dois métodos citados, fixar os 4 pés do motor na base para realizar a medição.

Base elástica

103
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
- Medir a vibração nos cinco pontos da carcaça, da mesma maneira que foi feito com o motor acoplado à máquina.
Caso a medição a vazio seja feita com o motor fixado na base, recomenda-se que além das medições na carcaça,
seja medida a vibração nos pés do motor e na própria base;
- Registrar no relatório os valores medidos.
Caso não seja encontrado problema no motor, critérios relacionados à planicidade e rigidez da base de fixação,
apoio dos pés do motor sobre a base, alinhamento do motor com a máquina, balanceamento dos acoplamentos
e da carga acionada, excesso de chaveta, entre outros aspectos deverão ser investigados.
Quais as causas de ruído excessivo em campo e como identificar?
Para se investigar a ocorrência de excesso de ruído em um motor elétrico, é fundamental que o motor seja
observado no próprio local de instalação, para identificar se o alto nível de ruído é proveniente do motor ou de
fator externo a este.
Dentre as possíveis causas podemos citar:
- Alinhamento com a carga acionada;
- Aspectos relacionados à montagem do motor na base (planicidade e rigidez da base de fixação, apoio dos pés
do motor sobre a base);
- Balanceamento dos acoplamentos e da carga acionada (exemplos: rotores de bombas; ventiladores);
No motor, avaliar:
- Montagem (ventilador bem fixado; tampas e vedação dos mancais);
- Rolamentos (contaminação; falha de montagem; excesso de carga radial ou axial);
- Arraste do rotor no estator (falha de montagem ou dimensional; excesso de carga radial ou axial).
Em não sendo encontrado a origem do ruído excessivo com o motor acoplado é recomendado que o motor seja
desacoplado da carga acionada e que seja realizado teste a vazio (com o eixo livre).
Motores com rolamentos de rolos na dianteira podem apresentar aumento do ruído em teste a vazio, dado que
sua aplicação exige carga radial mínima no rolamento. Motores acionados por inversores de frequência podem
sofrer pequeno acréscimo nos níveis de ruído, característica intrínseca ao tipo de acionamento.
Quais os limites de vibração do motor a vazio?
A Tabela abaixo indica os valores admissíveis da severidade de vibração recomendados na norma IEC 60034-14
para as carcaças IEC 56 a 400, para os graus de vibração A e B.
Os limites de severidade da Tabela abaixo são apresentados em termos do valor médio quadrático (= valor RMS
ou valor eficaz) da velocidade de vibração em mm/s medidos em condição de suspensão livre (base elástica).
A severidade de vibração é o máximo valor de vibração encontrada, dentre todos os pontos e direções
recomendados.

- Limites recomendados para a severidade de vibração de acordo com a norma IEC 60034-14

104
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Notas:
1 - Os valores da Tabela acima são válidos para medições realizadas com a máquina desacoplada e sem carga,
operando na frequência e tensão nominais.
2 - Os valores da Tabela acima são válidos independentemente do sentido de rotação da máquina.
3 - A Tabela acima não se aplica para motores trifásicos com comutador, motores monofásicos, motores trifásicos
com alimentação monofásica ou para máquinas fixadas no local de instalação, acopladas em suas cargas de
acionamento ou cargas acionadas.
Para motor padrão, de acordo com a norma NEMA MG 1, o limite de vibração é de 0.15 in/s (polegadas/ segundo
pico), na mesma condição de suspensão livre e desacoplado.

Quais os limites de vibração do motor em carga?


Para condição de operação em carga recomenda-se o uso da norma ISO 10816-3 para avaliação dos limites de
vibração do motor. Na condição em carga, a vibração do motor será influenciada por vários fatores, entre eles,
tipo de carga acoplada, condição de fixação do motor, condição de alinhamento com a carga, vibração da
estrutura ou base devido a outros equipamentos, etc.
A tabela abaixo mostra os níveis de vibração admissíveis para motores operando acoplados e em carga conforme
norma ISO 10816-3.

Limite de vibração em carga


105
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos
Para definir se a base da aplicação é rígida ou flexível, a norma ISSO 10816-3 define o seguinte critério:

106
Manual de Dúvidas Técnicas de Motores Elétricos

107

Você também pode gostar