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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Roberto Izoton

Para o filósofo Platão, existem dois mundos distintos. Primeiramente, existe o mundo
inteligível, ou o mundo das ideias. Este mundo é habitado pelas ideias puras, pela
essência das coisas, e nele temos acesso ao conhecimento verdadeiro. Além disso, as
ideias puras do mundo inteligível são eternas e imutáveis. Por outro lado, existe o
mundo sensível, ou o mundo material, habitado por seres mutáveis, que se transformam
o tempo todo.

Antes de nascermos, para Platão, nós seres humanos habitávamos o mundo inteligível e
tínhamos acesso ao conhecimento verdadeiro existente ali. Quando nascemos, porém,
fomos trazidos ao mundo sensível e nos esquecemos daquele conhecimento que
possuíamos. No mundo material, por meio dos nossos sentidos, só temos acesso a um
conhecimento imperfeito e falso sobre as coisas, mas, por meio da razão, nos
lembramos do conhecimento perfeito que tínhamos no mundo inteligível e nos
aproximamos novamente das ideias puras. Esse é o significado da Alegoria da Caverna:
os sentidos nos revelam apenas a aparência das coisas, enquanto a razão nos ajuda a
conhecer sua essência.

O filósofo Aristóteles, apesar de ser discípulo de Platão, nega o dualismo entre os


mundos da filosofia de seu mestre. Para ele, não há dois mundos distintos, mas apenas
um. De acordo com Aristóteles, é possível conhecer o mundo tanto a partir dos sentidos,
quanto a partir da razão. Os sentidos nos ajudam a perceber os atributos das coisas do
mundo sensível e a razão nos possibilita chegar à essência dessas coisas. A essência dos
seres do mundo sensível continua a mesma, apesar das transformações pelas quais eles
passam. O que muda ao longo do tempo é o seu comportamento.

Desse modo, para Aristóteles, é possível produzir um conhecimento verdadeiro sobre o


mundo também nos utilizando de nossos sentidos, o que faz com que eles sejam tão
importantes quanto a razão para conhecermos todas as coisas que nos cercam. O ponto
que aproxima esses dois filósofos é o reconhecimento da necessidade do uso da razão
para produzirmos conhecimento sobre o nosso mundo.

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