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https://centralnovel.com/arifureta-shokugyou-de-sekai-saikyou-capitulo-12/
Contudo, o Rei e Ishtar poderiam ter sido mais sensíveis, enquanto aqueles que
não aprovavam Hajime falavam mal dele. Naturalmente, eles não faziam isso
em público, mas essa era a impressão que os aristocratas passavam ao
murmurarem entre si nas sombras. “Graças a Deus que foi o incompetente que
morreu. Um peso morto inútil como ele entre os Apóstolos de Deus, é claro que
ele morreria”, o difamando completamente o quanto quisessem. Contra esses
atos de insultar um morto, houve muitas vezes em que Shizuku estava à beira
de sucumbir a sua ira e tomar alguma atitude.
De fato, não era estranho para Kouki, que tinha um forte senso de justiça, ser o
primeiro a perder o controle e protestar com veemência. O Rei e a Igreja
julgaram que não seria inteligente deixar uma impressão ruim e assim puniram
aqueles que abusavam verbalmente de Hajime… por outro lado, os rumores
sobre Kouki ser um Herói gentil que estava com o coração partido pela morte
de um incompetente se espalharam rapidamente. No fim, a reputação de Kouki
aumentou enquanto a opinião de que Hajime era um incompetente que
simplesmente trouxe problemas para os heróis continuou.
Era como se a classe tivesse planejado de antemão, pois ninguém falava sobre
o grave erro que aconteceu. Eles deviam estar confiantes de suas próprias
magias, mas naquele momento, com incontáveis ataques mágicos formando
uma tempestade, pensar em algo como: “Se por acaso foi a minha magia…”, os
impedia de falar sobre o assunto. Desta forma, isso significaria que todos eram
culpados de assassinato.
No fim, para escapar da realidade, eles começaram a pensar que foi o próprio
Hajime e sua falta de competência que o levaram a morte. Os mortos não
podem falar. Ao invés de inutilmente procurarem por um culpado, todos se
sentiram menos culpados se o que aconteceu fosse simplesmente Hajime
sofrendo as consequências de seus próprios atos. As opiniões dos colegas de
classe eram tão consistentes que eles chegaram a um entendimento mútuo
sem precisarem conversar.
— Kaori!
— … Shizuku-chan?
Esticando seu corpo para frente da cama, lágrimas escorreram dos cantos dos
olhos de Shizuku enquanto ela olhava para Kaori. Olhando ao seu redor com
olhos que ainda não pareciam enxergar, seu cérebro começou a funcionar de
novo e Kaori focou em Shizuku que estava a olhando e chamando seu nome.
— Yeah. Isso. Sou eu. Kaori, como está o seu corpo? Você sente algum
desconforto em algum lugar?
Shizuku deu uma risada tensa enquanto ajudava Kaori a se levantar, dizendo a
ela o quanto ela dormiu. A reação de Kaori foi…
— Cinco dias? Tanto tempo… por que… eu… tenho certeza que estava no
Calabouço… e…
Vendo esses olhos que gradualmente perdiam o foco, Shizuku pensou que isso
seria ruim e tentou mudar o assunto. Contudo, Kaori foi mais rápida e
recuperou suas memórias.
— Então… ah… Nagumo-kun?
— Tsuuuu… é isso…
Shizuku revelou uma expressão amarga, confusa sobre como ela deveria dar as
notícias. A aparência de Shizuku, combinada com suas próprias lembranças,
fez ela perceber a realidade da tragédia. Ainda assim, Kaori não foi capaz de
aceitar a verdade com facilidade.
— Pare…
— Isso é mentira! Ele não morreu! Isso com certeza não aconteceu! Por que
você está dizendo algo tão absurdo!? Nem Shizuku-chan tem permissão para
dizer isto!
Negando e sacudindo sua cabeça, Kaori lutou para fugir do abraço de Shizuku.
Shizuku se recusou a se separar dela e a apertou com força, tentando aquecer
o coração congelado de Kaori.
Antes que percebesse, Kaori estava soluçando com sua cabeça no peito de
Shizuku enquanto gritava “Me solte”. Aceitando o abraço, ela chorou. Shizuku
não podia fazer nada além de abraçar sua melhor amiga, esperando que isso
de alguma forma diminuísse a dor de seu coração ferido.
Quanto tempo elas ficaram assim? O brilhante céu iluminado pelo Sol se pondo
podia ser visto, tingindo o céu de vermelho. Kaori se mexeu nos braços de
Shizuku enquanto fungava. Shizuku ansiosamente chamou Kaori.
— Kaori…
— Isso mesmo.
— Eu não sei. Ninguém quer tocar no assunto. É assustador pensar sobre isso.
Suponha que tenha sido eu…
— Entendo.
— Você me odiaria?
— Então…
Kaori segurou sua cabeça. Eventualmente, Kaori esfregou seus olhos que
estavam vermelhos e levantou sua cabeça para olhar para Shizuku. Assim, ela
declarou com determinação.
— Kaori, isso é…
Shizuku mais uma vez tinha uma expressão dolorosa com as palavras de Kaori
e queria persuadir ela. Entretanto, Kaori colocou suas mãos nas bochechas de
Shizuku e disse com um sorriso.
— Kaori…
— Eu vou ficar ainda mais forte. Forte o bastante para proteger todos mesmo
que enfrentemos essa situação de novo, até eu confirmar isso com meus
próprios olhos. O assunto sobre Nagumo-kun… Shizuku-chan?
— O que é?
—…
— Shizuku-chan!
Não importa como você olhasse para isso, Shizuku era como um cavalheiro.
Seu título de Samurai moderna não era apenas para exibição.
Nesse momento, a porta do quarto subitamente se abriu.
— Des-desculpe!
A pergunta de Shizuku foi tragada pelas palavras deles antes que ela pudesse
terminar. Passando a sensação de estarem vendo algo que eles não deveriam
ter visto, eles deixaram o quarto em pânico. Vendo os dois, Kaori também
estava com um olhar vazio. Contudo, a inteligente Shizuku percebeu a razão.
Em outras palavras, uma intensa cena Yuri estava completa. Se isto fosse um
mangá, o fundo estaria cheio de flores brotando.
Notas
[1] Fogo amigo significa ataque feito por amigos, colegas ou aliados. É uma
expressão utilizada em guerras quando algum ataque ou bombardeio atinge as
próprias tropas ou as tropas aliadas, normalmente por erro de cálculo ou de
interpretação.