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Volume 4
Volume 4
Para os sombrios estudantes, uma pequena boa notícia chegou, era o retornou
do grupo de Aiko. Normalmente, o carisma de Kouki seria capaz de animar os
colegas de classe. Contudo, o Herói estava depressivo, o que também fazia
com que todos ficassem deprimidos. A razão para eles não se partirem
mentalmente com a severa derrota e o atual problema era graças a Suzu
animando o ambiente, o que era seguido de pessoas prudentes como Shizuku
e Nagayama. Mesmo assim, as mentes dos estudantes foram tomadas pela
preocupação, forçando-os a olharem com mais do que receptividade para a
adulta com quem eles eram familiarizados e que tanto confiavam. Todos
realmente queriam se reunir com a professora que sempre dava o seu melhor
por seus estudantes.
Ouvindo sobre as coisas que Hajime fez em |Ur|, Shizuku queria perguntar
diretamente a Aiko sobre o que ela pensava de Hajime. Dependendo da
impressão de Aiko sobre Hajime, a instável mente do atual Kouki poderia se
inclinar para uma direção indesejável. Era a natureza de Shizuku o que a
sobrecarregava com provações para onde quer que ela fosse.
(Shizuku): “Com toda certeza também houve uma confusão quando eles
passaram por |Ur|... mas, ele também me deu esta espada parecida com uma
Katana... sério, o que ele quis dizer com 'resistente e capaz de cortar qualquer
coisa com facilidade'? Esse não seria um Artefato no nível de um tesouro
nacional?”
Falando consigo mesma, Shizuku silenciosamente moveu sua mão para
a Katana pendendo em sua cintura. Caminhando em direção ao quarto de Aiko,
Shizuku se lembrou da vez em que visitou a ferraria do |Reino| com o objetivo
de cuidar de sua Katana.
Então, a bainha foi examinada. Entendeu-se que a bainha seria revestida por
um relâmpago se ela recebesse |Poder Mágico⟩ e havia uma parte em forma
de interruptor na boca da bainha que dispararia agulhas com imensa força.
A parte da lâmina foi feita de [Azantium], então ela não seria lascada e
praticamente não havia necessidade de fazer manutenção. A manutenção era
apenas para repor as agulhas se elas fossem usadas.
Entretanto, havia um problema: ela não tinha nenhuma formação mágica para
fornecer |Poder Mágico⟩. Era algo natural. Hajime era capaz de usar
manipulação direta de |Poder Mágico⟩ e ele originalmente nunca havia
pensado em dar a espada para ninguém. Assim, não foi um erro quando ele
disse: “resistente e capaz de cortar qualquer coisa com facilidade”, se ela fosse
usada por Shizuku.
"Mesmo que não possamos fazer uma arma com tamanhos detalhes e
funcionalidades, nós vamos tornar esta espada utilizável!", era o que eles
estavam pensando. Em resumo, eles dariam um jeito de fazer o |Poder
Mágico⟩ fornecido pelo usuário ser absorvido pela espada de qualquer modo.
Consequentemente, depois de três dias e três noites, os ⌈Ferreiros⌋, com o
melhor deles na liderança, deixaram de lado seus outros trabalhos e
conseguiram ter sucesso na criação da formação mágica.
Trinta minutos se passaram até a volta de Aiko. Seus passos podiam ser
ouvidos do corredor interno e, de alguma forma, pareciam deprimidos. Aiko
estava caminhando sem olhar para frente e sua expressão séria fez Shizuku
entender que Aiko estava desesperadamente pensando sobre algo em sua
cabeça.
Assim, Aiko nem mesmo notou seu quarto com Shizuku ao lado da porta e
continuou andando. Enquanto se perguntava sobre o que tinha acontecido,
Shizuku chamou Aiko.
(Aiko): “Hoeh!?”
Soltando uma voz boba, seu corpo se contorceu em surpresa. Aiko olhou ao
redor e finalmente notou Shizuku. Depois, Aiko suspirou de alívio vendo a
aparência saudável de Shizuku, então ela sorriu com alegria.
Apesar de ela estar depressiva até um momento atrás, as coisas que ela disse
eram apenas suas preocupações com seus estudantes. Para a imutável Ai-
chan-sensei, alegria também entrou no olhar de Shizuku assim que ela sorriu e
um senso de segurança preencheu sua mente. Por um tempo, as duas ficaram
felizes com a segurança uma da outra e por sua reunião, então elas entraram
no quarto de Aiko para se consultarem e trocarem informação.
Para a sorridente Shizuku, Aiko estava refletindo porque ela, mais uma vez, fez
sua estudante se preocupar com ela, então ela respondeu com um sorriso.
(Aiko): “Entendo. Em nossa reunião, ele não tinha nenhum interesse em nós e
neste mundo... mas ele veio salvar Yaegashi-san e os outros. Além disso, ele
até protegeu uma criança pequena... fufu, é possível que alguma parte do
passado dele tenha voltado. Ou eu devo dizer que ele está crescendo
enquanto muda... ele se tornou confiável”
Dizendo isso enquanto olhava para longe, por algum motivo, as bochechas de
Aiko... estavam levemente pintadas de vermelho. Shizuku estava confusa
enquanto pensava, "Essa não é uma reação estranha por apenas se lembrar
de um de seus estudantes?". Ela observou enquanto Aiko algumas vezes ria
enquanto se lembrava de algo, “Fufu”.
Notando o olhar de Shizuku, ] Tosse! [, Aiko limpou sua garganta e foi incapaz
de acalmar as coisas, suas bochechas convulsionaram e ela teve uma
premonição ruim. Shizuku decidiu pressionar. Enquanto tentava se convencer
que isso não seria possível, Shizuku disse...
(Shizuku): “… Sensei? Pela nossa conversa, a Sensei disse que foi salva de
uma situação perigosa, você pode me contar os detalhes?”
(Aiko): “Eh!?”
(Shizuku): “Bem, foi dito que a Sensei poderia ter morrido, então eu quero
ouvir como você se recuperou disso…”
(Aiko): "!?!?!? Nã-não tem jeito de algo ter acontecido, sabia? Ma-mas o que
você está tentando dizer? Foi só o habitual comigo sendo uma professora e ele
sendo um estudante!”
(Aiko): “!!!”
(Shizuku): “Nagumo-kun! Como uma pessoa! O que você fez com Ai-chan!?”
Uma rival de sua melhor amiga apareceu em um lugar inesperado, fez Shizuku
olhar para o teto com sua mão cobrindo suas bochechas, se contorcendo.
Independentemente do gênero, Shizuku passou a odiar esse lado de Hajime, e
uma ideia perigosa de realmente espalhar um apelido doloroso passou por sua
mente... uma ideia que ela conseguiu desistir.
A pergunta de Shizuku fez Aiko se lembrar de algo e ela ficou com uma
expressão angustiada, onde ódio e desconfiança se misturavam.
(Shizuku): “!?!?!? Mas isso... !!! O que você quer dizer? Não, de certa forma
eu posso imaginar... mas, essa decisão não foi apressada demais?”
Hajime era poderoso. Com apenas algumas pessoas, ele repeliu mais de
60.000 〈Feras Mágicas〉 enquanto usava Artefatos misteriosos. As
companheiras de Hajime também possuíam poderes inacreditáveis. Contudo,
sua postura dizia que ele não cooperaria com a ⟦Igreja dos Santos⟧ e até se
oporia a eles dependendo da situação. Era verdade que Hajime era uma
existência verdadeiramente perigosa para o |Reino| e a ⟦Igreja dos Santos⟧.
Depois disso, ao atacarem Hajime porque ele era um herege, eles receberiam
o tratamento de um inimigo por parte de Hajime, seu implacável e severo
ataque. Não havia forma do Rei e da ⟦Igreja⟧ não saberem do perigo. Contudo,
Aiko disse que eles decidiriam naquela hora. Não havia forma de Shizuku não
estar surpresa com isso.
Shizuku imaginou até esse ponto, o que fez Aiko concordar com admiração ao
ver que seu raciocínio rápido não tinha mudado.
(Aiko): “É totalmente como Yaegashi-san disse. Aliás, não importa se ele tenha
imenso poder e não siga a ⟦Igreja⟧, ele acabou salvando |Ur|, mas eles
ignoraram meus protestos. Nagumo-kun esperava esta situação, então ele se
escorou no título da ⟦Deusa da Boa Colheita⟧. A propósito, eu escutei dos
guarda-costas que o nome ⟦Deusa da Boa Colheita⟧ e ⟦Espada da
Deusa⟧ se espalhou ainda mais para outras cidades.
Assim, ao marcá-lo como um herege, isso também significa que a ⟦Igreja⟧ está
negando a ⟦Deusa da Boa Colheita⟧, quem salvou o povo. Dessa forma, eles
não deveriam ser capazes de ignorar tão facilmente meu protesto ou assim
deveria ter sido. Mas, essas pessoas forçaram a decisão. Eles estavam
obviamente agindo de forma estranha... aliás, eu me lembro que outros, além
de Ishtar e as pessoas da ⟦Igreja⟧, o Rei e outras Realezas, estavam com
aparências estranhas…”
"Na verdade, o Deus se encanta com a reação das pessoas com suas ações e
a possibilidade de devolvê-los é extremamente baixa. Então, vamos procurar
pelas moradas daqueles que se rebelaram contra os Deuses nos tempos
antigos e procurar por uma forma de voltarmos por conta própria!". Ninguém
iria acreditar nessas palavras se fossem ditas de repente.
Depois que Kouki e os outros escutassem o que ela tinha a dizer, se eles iriam
considerar isso como um absurdo e continuariam a lutar como antes, ou se
eles acreditariam nela e buscariam por outro caminho... isso era algo que Aiko
não poderia prever. No entanto, ela devia avisá-los para não acreditarem
cegamente na ⟦Igreja⟧. Aiko se convenceu do que tinha que fazer agora.
(Aiko): “Não, essa é uma informação que eu não quero que a ⟦Igreja⟧ saiba,
então eu quero dizer isso no momento em que todos se reúnem naturalmente,
no jantar. E nós devemos ser capazes de conversar entre nós, vou dizer que
quero passar um tempo com os estudantes que não vejo há muito tempo, sem
estranhos”
Mais tarde, uma boa quantidade de tempo se passou enquanto Shizuku e Aiko
conversavam. No entanto, elas não poderiam saber que a promessa para o
jantar não poderia se concretizar…
Aiko seguiu em frente para a sala de jantar enquanto seu olhar era cativado
pelo Sol da tarde, mas, ela imediatamente parou depois que sentiu a presença
de alguém. Quando olhou para frente, viu uma figura parecida com uma mulher
na sombra. A mulher caminhou no meio do corredor e, graciosamente, parou
seus pés com uma postura reta. Suas roupas eram o hábito de uma freira
da ⟦Igreja dos Santos⟧.
A mulher era linda, contudo, ela falou com Aiko com uma voz um tanto
mecânica e fria.
(Aiko): “Umm, prazer em conhecê-la. Vindo por mim... você está falando do
jantar com os estudantes?”
(Aiko): “Eh?”
A frase que não deu a ela uma chance de responder fez Aiko automaticamente
perguntar de novo. Nesse momento, a mulher se moveu para fora da sombra
para um local iluminado pelo Sol poente. Vendo a mulher, Aiko segurou sua
respiração. Até Aiko, que era do mesmo sexo que ela, ficou instintivamente
encantada pela beleza da mulher.
Seus cabelos prateados brilhavam enquanto refletiam a luz do Sol. Com olhos
azuis grandes, longos e estreitos e suas misteriosas e maravilhosas feições
que pareciam tanto de uma jovem adulta quanto como as de uma jovem
garota; todas as suas partes estavam perfeitamente posicionadas. Sua altura
era elevada para uma mulher, cerca de 1 metro e 70, o que forçava Aiko a
olhar para cima. Sua pele branca era tão suave quanto à uma porcelana
branca, suas mãos e pés eram esguios. Seus peitos não eram nem grandes
nem pequenos, era um tamanho realmente excelente se você pensasse no
equilíbrio dela como um todo.
(Freira): “Nós sentimos que o que você ia dizer a eles seria inconveniente para
nós. Afinal, o que seus estudantes vão fazer agora parece 'interessante' para
nós. É por esse motivo que, até que o momento chegue, você irá,
temporariamente, deixar o palco”
A bela freira lentamente se aproximou de Aiko sem dar nenhum passo, e Aiko
inconscientemente recuou. Então, Aiko viu os olhos azuis da freira brilhar. Aiko
sentiu sua mente ficar nebulosa. Na mesma hora, ela se concentrou, como se
estivesse invocando magia e essa nebulosidade se dispersou em um instante.
(Freira): “... entendo. Como esperado, eu não posso ignorar a forma como
você se chama de 'Deusa'. Para você ser capaz de resistir ao meu ‖Charme‖.
Não há outro jeito. Eu vou levá-la à força!”
(Freira): “Não se preocupe. Eu não vou matá-la. Você é uma peça excelente, e
você pode ser útil contra aquele irregular”
[Aiko]: ("Nagumo-kun!")
(Freira): “???”
A freira facilmente colocou Aiko em seu ombro, como se ela não pesasse nada,
então ela olhou ao redor do corredor como se tivesse sentido alguém. Por um
tempo, a freira silenciosamente procurou por algo. Então, ela lentamente abriu
a porta para um dos quartos de hóspedes junto ao corredor.
Com o silêncio voltando para o local, um murmúrio trêmulo pôde ser ouvido.
Um mundo marrom.
(Shia): “… o exterior é incrível... eu estou mesmo feliz por isso não ser uma
carruagem normal”
(Tio): “Esta concorda. Esta não sabe como esse se tornou tal ambiente... mas
esse de fato não é um lugar em que esta gostaria de se mover ativamente”
(Kaori): “Isso mesmoooo. Papai Hajime é incrível, não éééé? Myuu-chan, você
quer beber água gelada?”
Isso era natural. Teria sido intensamente severo para Myuu, que era uma
integrante da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋, atravessar o deserto. Para uma
jovem garota com cerca de quatro anos de idade como ela, não seria estranho
se ela morresse devido a seu estado enfraquecido. Suportar tal ambiente fez a
surpresa de Myuu aumentar ainda mais pela diferença entre aquela vez e essa.
Afinal, este [Veículo de Quatro Rodas] era equipado com ar condicionado.
Em seguida, aquela que concordou com Myuu e pegou um pouco de água
gelada, que normalmente não existiria no deserto mesmo que a pessoa fosse a
mais otimista de todas, era a colega que fez uma confissão impactante para
Hajime e uma declaração de guerra para Yue em |Holward| e, antes que ele
percebesse, ela se tornou uma de suas companheiras. Ela era Kaori. A
propósito, a água foi retirada do refrigerador instalado no carro.
(Hajime): “Quer saber, Shirasa-… Kaori. Por favor, pare de dizer Papai Hajime.
Por algum motivo, isso me dá uma coceira terrível bem aqui”
(Kaori): “??? Mas, Myuu não fala isso como se fosse normal?”
(Hajime): “Bom, eu não ligo que Myuu faça isso. Contudo, uma colega de
classe me chamando de papai é realmente…”
Aliás, Hajime chamando ela de "Kaori" foi resultado de um pedido dela. Seu
motivo foi, "Hajime-kun chama todas por seus primeiros nomes, então é injusto
que eu seja chamada pelo meu sobrenome!", algo nesse sentido.
Kaori disse isso com bochechas de um vermelho escuro, enquanto dava uma
espiada em Hajime. Assim, uma estranha atmosfera se formou ao redor de
todos dentro do veículo, exceto por Myuu. Então Yue respondeu Kaori no lugar
de Hajime, que fingia não ter escutado nada.
(Hajime): “… eu não acho que isso seja algo estranho. Afinal, isso ainda é algo
para o futuro distante”
(Kaori): “!?!?!?”
(Kaori): “!?!?!?”
(Kaori): “!?!?!?”
Os ataques intensos de Yue não podiam ser detidos! Essas palavras, uma a
uma, se tornaram estacas voltadas para o peito de Kaori. No entanto, Kaori não
era uma mulher que seria tão facilmente derrotada. Ela acreditou na
sobrevivência de Hajime mesmo naquela situação desesperadora e ela
possuía coragem para desafiar Yue, quem obviamente possuía uma ligação
especial com Hajime. No momento em que as palavras de Yue pararam, Kaori
começou seu contra-ataque!
(Kaori): “Eu, eu sei de muitas coisas sobre Hajime-kun que Yue não sabe! Por
exemplo, o sonho de Hajime para o futuro, seus hobbies, até seu gênero
favorito! Yue sabe dos animes e mangás que Hajime-kun gosta?”
(Yue): “Hmph… isso... mas isso não está relacionado com a nossa atual
situação. Não há esse tipo de coisa aqui. Hajime pode apenas me ensinar
assim que chegarmos no Japão…”
(Kaori): “Que ingênua. Só olhe para o atual Hajime-kun. Ele não se parece
com um personagem de anime?”
(Hajime): “Geh!?”
Essa deveria ser uma batalha entre Kaori e Yue, mas por algum motivo, Hajime
recebeu o dano.
(Kaori): “Cabelo branco com um tapa-olho, além disso, seu olho mágico...
essas são certamente características dos personagens favoritos de Hajime-
kun... até sua arma, aquela [Broca de Cruz] é baseada no funil... ah, mas o
que Hajime-kun gosta é o 00[1], então é um GN Drive[2]? O que quer que seja,
o atual Hajime-kun ainda é um grande otaku”
(Kaori): “Yue, você pode dizer que venceu se você não sabe do que o seu
amado gosta?”
Durante a viagem deles, Yue e Kaori já tinham soltado tantas faíscas uma
contra a outra que os outros integrantes do grupo já estavam acostumados a
ignorarem elas. No começo, Shia as observava com preocupação, mas no
início, isso não se tornou um problema sério, então ela parou de se envolver
com elas.
De certa forma, era Hajime que recebia a maior parte dos danos. Hajime era a
fonte das brigas das duas, então o conteúdo de suas discussões o fazia se
contorcer. Mesmo agora, ele recebeu dano mental devido as coisas com que
ele mais se preocupava serem reveladas e explicadas.
Em resposta, Yue audaciosamente contou sobre as atividades "noturnas", o
que fez Kaori tapar seus ouvidos, não querendo escutar isso. O próprio Hajime
não queria que Myuu fosse exposta a isso, então ele tentou impedir Yue.
Dizendo isso, Myuu se moveu do colo de Kaori para o colo de Shia no banco
de trás. Além disso, Yue e Kaori ficaram abaladas. Foi porque a garota de
quatro anos de idade disse que iria odiá-las.
Serem repreendidas por Shia fez com que as duas encolhessem seus ombros.
Para Yue, Shia era semelhante a uma amiga e uma irmã mais nova, e apesar
de Shia também possuir afeição por Hajime, Shia também pensava em Yue de
forma parecida, o que fez com que Yue não a visse como uma rival amorosa.
Quanto a Tio, ela era apenas uma pervertida. Era por isso que Kaori, que fez
uma aberta declaração de guerra contra Yue, era a primeira rival amorosa que
ela teve.
Yue estava convencida que havia um vínculo absoluto entre ela e Hajime. Ela
possuía uma confiança inabalável de que ela era a "pessoa especial" dele. Era
por esse motivo que ela estava confiante de que seria capaz de facilmente
derrotar a desafiante, Kaori, quando a confissão e a declaração de guerra
aconteceram.
No entanto, apesar de sua confiança não mudar, Kaori algumas vezes fazia as
flores desabrocharem entre ela e Hajime quando eles se lembravam do Japão,
que era desconhecido para Yue e as outras. Para Kaori, que sabia do passado
de Hajime que ela não conhecia, o senso de rivalidade de Yue floresceu em
pouco tempo.
Normalmente, Hajime seria aquele que pararia Yue, mas ele era quem estava
recebendo a maior parte do dano com a discussão das duas. E agora, ele só
poderia olhar para longe, como se isso não tivesse nenhuma relação com ele,
para curar seu coração ferido.
(Tio): “Nn? O que é aquilo? Mestre, parece haver uma comoção às três horas”
Hajime olhou para o lugar que Tio mencionou, uma enorme duna a sua direita.
Lá, inúmeras 〈Feras Mágicas〉 parecidas com minhocas, 〈Minhocas de
Areia〉[3] para ser mais preciso, se reuniam. Suas numerosas cabeças podiam
ser vistas no topo da duna.
Isso mesmo, Tio não estaria com uma cara de dúvida e perguntaria a Hajime
se fosse apenas algumas 〈Minhocas de Areia〉 aparecendo. Com as
habilidades de percepção de Hajime, ele teria notado qualquer ataque surpresa
das 〈Minhocas de Areia〉, e eles seriam capazes de fugir do alcance do
monstro com a velocidade do [Veículo de Quatro Rodas]. O que era anormal
era o comportamento das 〈Minhocas de Areia〉; ao invés de estarem atacando
alguém, elas estavam se contorcendo pelo local.
(Tio): “É como se, elas estivessem em dúvida se deveriam ou não comer, não
é?”
(Tio): “Esta não tem conhecimento deste lugar. Mas esses são devoradores de
tudo, eles não deveriam estar hesitando em comer algo…”
Apesar de Tio ser uma pervertida masoquista, ela viveu muito mais do que
Yue, e diferente da aprisionada Yue, seu conhecimento era muito vasto. Era
por isso que ela possuía informação confiável sobre as 〈Feras Mágicas〉. Para
ela estar olhando com incerteza, algo extraordinário devia estar acontecendo.
Contudo, eles não tinham nenhuma razão para se envolveram com isso.
Hajime decidiu ir para o mais longe possível sem confirmar ou se envolver com
a situação.
E nesse momento...
(Kaori): “Kyaaaa!”
(Myuu): “Hiu!”
(Shia): “Wawawa!”
(Hajime): “Oi, Shira-… Kaori! O que você está fazendo em uma situação
dessas!?”
(Kaori): “É perigoso! Uma situação perigosa! Então, eu só estou me segurando
em Hajime-kun!”
(Yue): “… maldita seja Kaori. Mas me imobilizar, isso é... um ataque surpresa?”
Se fosse uma carruagem normal, tudo chegaria ao fim com esse ataque.
Entretanto, esse era um Artefato criado com uma parte da alma de otaku de
Hajime. Ele não estava com medo por ser visto como presa.
Aliás…
Dizendo isso, Hajime virou o [Veículo de Quatro Rodas] com uma derrapada,
avançando de marcha à ré, ele usou sua magia e ativou as funcionalidades
instaladas.
Ao mesmo tempo que o som mecânico soou, uma parte do capô do [Veículo
de Quatro Rodas] se abriu e um braço com um conjunto de quatro foguetes
apareceu. O braço se moveu como se estivesse procurando por sua presa, e
quando ele se virou na direção das 〈Minhocas de Areia〉 se aproximando, ]
wooosh! [, tal efeito sonoro apareceu acompanhado das ogivas mortais
soltando faíscas.
Brilhando em uma cor laranja, os foguetes entraram diretamente nas bocas
abertas das 〈Minhocas de Areia〉 e, depois de um momento, eles criaram
enormes explosões enquanto destruíam as 〈Minhocas de Areia〉 de dentro. O
sangue carmesim e a carne dos monstros caíram como uma chuva e algumas
partes se prenderam no para-brisa do [Veículo de Quatro Rodas] andando de
marcha à ré.
(Shia): “Eu já fiz aquiloooo. Anh! Myuu-chan, isso machucou? Mas por favor,
aguente mais um pouco”
Hajime pediu a Shia para fazer isso no momento que os foguetes foram
disparados contra as 〈Minhocas de Areia〉 atacando porque o estímulo poderia
ser forte demais para Myuu. Dessa forma, em sincronia com Hajime, Shia já
estava abraçando Myuu com força em seu peito para que ela não visse o que
estava acontecendo.
Contudo, talvez porque ela não pudesse respirar com seu rosto sendo
enterrado nos peitos de Shia, Myuu tentou escapar e involuntariamente tocou
uma parte do corpo de Shia. Automaticamente, Shia gemeu. Hajime decidiu
que ele não ouviu nada.
(Yue): “… então se tudo correr bem, você vai satisfazer Hajime dessa forma?”
(Kaori): “Un, então é isso... espere, não! Yue, não coloque palavras tão
estranhas em minha boca. Eu não sou tão indecente quanto Yue”
(Yue): “… você diz que eu sou indecente... certamente, eu não posso rebater
isso quando eu estou sozinha com Hajime”
(Hajime): “… garotas, por favor, calem-se já. Aliás, Yue, por favor, não fale
sobre as atividades noturnas porque isso é embaraçoso”
Do banco de trás, Shia disse, "Eu entendo seus sentimentos Kaori-san. Nós
somos companheiras aqui”, enquanto acariciava o ombro de Kaori com olhos
simpáticos.
Kaori olhou para Hajime, suplicando. Até Hajime estava interessado sobre o
porquê aquela pessoa não ser atacada pelas 〈Feras Mágicas〉 do deserto em
tal situação, então ele aceitou o pedido de Kaori. Era possível que a pessoa
conhecesse um método ou um item capaz de manter as 〈Feras
Mágicas〉 afastadas. E na realidade, havia um mineral chamado [Cristal
Faeadren] que possuía esse efeito no |Mar de Árvores|. O cristal só tornava
difícil para as 〈Feras Mágicas〉 se aproximarem, mas havia uma possibilidade
de que itens ainda mais fortes existissem.
Quando o capuz foi retirado, o rosto de um homem podia ser visto, um rosto
jovem que ainda estava na metade de seus vinte anos. Contudo, o que
surpreendeu Kaori não foi nada além do estado do jovem homem. Com uma
expressão angustiada, ele estava encharcado de suor, sua respiração estava
irregular e seu pulso estava rápido.
Ele gerava um intenso calor por todo o seu corpo que podia ser sentido mesmo
através de suas roupas. Além disso, veias de sangue podiam ser vistas como
se elas estivessem sendo pressionadas de dentro de seu corpo e ele estava
sangrando de seus olhos e nariz. Era obviamente uma situação anormal. Não
era nem insolação nem algum tipo de resfriado.
Hajime ficou cauteloso com o jovem homem que parecia estar portando um
vírus, mas ele decidiu ficar em silêncio e observar enquanto a especialista em
cura o examinava. Kaori ativou ‖Infiltrar e Examinar‖. Usando |Poder
Mágico⟩ para se infiltrar no corpo de outra pessoa, ela podia examinar o estado
do alvo e o resultado poderia ser visto em sua [Placa de Status].
Com uma mão colocada no peito do jovem homem, a outra mão de Kaori
estava segurando sua [Placa de Status] onde o resultado do exame foi
exibido. O resultado foi…
Dizendo isso, Kaori mostrou o que estava exibido em sua [Placa de Status]...
CONDIÇÃO
Excessiva liberação de |Poder Mágico⟩, incapaz de liberá-lo para fora.
SINTOMA
Febre, consciência confusa, dor no corpo inteiro, ruptura dos vasos sanguíneos e he
CAUSA
Anormalidade nos fluidos corporais.
(Kaori): “É só o meu palpite, mas ele deve ter bebido algo que resultou em
seu |Poder Mágico⟩ ficando descontrolado... além disso, como ele não pode
ser liberado, seu |Poder Mágico⟩ está pressionando o interior de seu corpo e
seu corpo não pode suportar isso... se isto continuar, seus órgãos internos e
vasos sanguíneos vão explodir. Também é possível que ele fique enfraquecido
e morra devido à enorme quantidade de hemorragia... eu estou solicitando uma
bênção neste lugar, ‖Dez Mil Céus‖”
Concluindo assim, Kaori entoou sua ‖Magia de Cura‖. ‖Dez Mil Céus‖ foi o
que ela ativou. Era uma das ‖Magias de Cura‖ de nível intermediário com o
efeito de curar condições anormais. Era a magia usada para desfazer a
petrificação de Suzu.
Contudo...
(Kaori): “… quase não houve mudanças... por quê? Para essa magia ser
incapaz de curá-lo... isso quer dizer que muito tempo se passou?”
Aparentemente, ‖Dez Mil Céus‖ não poderia curar o homem, ela só poderia
adiar a progressão. Em seguida, talvez porque a pressão dentro de seu corpo,
o jovem homem gemeu de dor. Seu sangramento não parou. No momento,
como ela não tinha nenhum método de tratamento claro, Kaori apertou seus
dentes e decidiu usar sua medida de emergência.
(Kaori): "Aqui eu declaro a luz da graça, aqui é meu reino, meu santuário que
esmaga todo o mal conforme a minha vontade, ‖Solo Sagrado‖"
‖Magia de Cura‖ de alto nível do atributo da luz, ‖Solo Sagrado‖. Era uma
magia que transferia o |Poder Mágico⟩ entre as pessoas dentro da área.
Basicamente, ao transferir o |Poder Mágico⟩ da pessoa para um companheiro,
essa pessoa iria temporariamente escapar do esgotamento de |Poder
Mágico⟩. Era uma magia que visava reforçar o alvo se ele/ela não
tivesse |Poder Mágico⟩ suficiente para lançar uma magia poderosa.
Além disso, a magia não se limitava ao |Poder Mágico⟩ do usuário, então ela
poderia transferir à força o |Poder Mágico⟩ de outra pessoa dentro da área de
alcance. Ela possuía o mesmo princípio do ‖Drenar Magia‖. Contudo, ela
precisava de muito mais tempo para extrair o |Poder Mágico⟩ de outra pessoa
e era impossível extrair muito de uma vez. Este era o motivo para ela ser
apenas uma "magia de alto nível"
Em primeiro lugar, isso só se tornou prático porque Kaori era capaz de ativar
magia que originalmente precisaria de dez versos com apenas três versos de
encantamento. Isso mostrava o quão capaz Kaori era.
A razão para ela usar esta magia no jovem homem sofrendo era obviamente
para liberar o |Poder Mágico⟩ fora de controle que estava criando pressão
dentro do corpo dele em direção ao exterior. Foi exibido na [Placa de
Status] que o homem estava em um estado onde ele "não podia liberar |Poder
Mágico⟩ para fora de seu corpo", assim ela decidiu testar "se" isso poderia ser
resolvido ao drenar à força dele usando magia de alto nível.
Kaori, quem facilmente ativou a magia de alto nível, fez com que as outras
versadas em magia, Yue e Tio, involuntariamente soltassem vozes de
admiração. Enquanto era segurada por Shia, Myuu observava Kaori com uma
expressão encantada e murmurou, "Lindo...".
Sem notar que suas novas companheiras ao seu redor estavam soltando vozes
de admiração, Kaori colocou o |Poder Mágico⟩ extraído do homem no
bracelete feito de [Cristal Divino] que ela recebeu de Hajime. Aparentemente,
a força drenada pela magia de alto nível foi efetiva.
A propósito, o motivo para o item não ser um anel foi porque Hajime não queria
repetir o mal-entendido do passado[5].
(Kaori): “Por enquanto... eu não acho que isso terá um efeito imediato já que
não vejo nenhuma solução real para isso. Também há a possibilidade de uma
morte lenta com a extração de |Poder Mágico⟩, então eu só extrai até o nível
onde a pressão dentro do corpo dele diminuísse. Se isto continuar, eu acho
que a possibilidade de uma morte lenta devido a pressão de dentro de seu
corpo ou da fadiga é... elevada. Eu também não me lembro de tal sintoma de
quando estava estudando... Yue e Tio sabem algo sobre isso?”
Com o jovem homem fora de risco, Kaori estava um pouco aliviada, mas
preocupada por não ser capaz de curá-lo completamente. Assim, ela perguntou
a Yue e Tio cujo conhecimento era vasto. Os olhares das duas vagaram como
se estivessem procurando algo dentro de suas memórias, mas não havia
nenhuma resposta. No fim, essa se tornou uma situação onde eles não
poderiam nem mesmo dizer se era uma doença com uma causa desconhecida.
Quando eles fizeram isso, o jovem homem soltou um gemido e suas pálpebras
tremeram. Assim, ele acordou. Lentamente abrindo seus olhos e então olhando
ao seu redor, o jovem homem viu Kaori por perto, o observando com
preocupação e disse, "Deusa? Entendo, então este é o pós-vida…”.
(Homem): “Ufffph!?”
(Kaori): “H-Hajime-kun!?”
Recuperando seus sentidos depois de ser pisoteado por Hajime, o homem nem
mesmo olhou para o grupo de Hajime o cercando e encarou o objeto negro,
piscando confuso. Depois de ouvir sobre as circunstâncias de Kaori e entender
que o grupo de Hajime era seu benfeitor, ele curvou sua cabeça, os agradeceu
e começou sua história.
Notas
[1] Referência a Mobile Suit Gundam 00, a sétima versão da saga Gundam,
produzida pelo estúdio Sunrise.
[3] Uma Minhoca de Areia (Sandworm em inglês) é uma criatura fictícia que
aparece no universo dos livros Duna, escrito por Frank Herbert. Minhocas de
Areia são criaturas colossais parecidas com minhocas que vivem no planeta
desértico Arrakis. Arrakis é a única fonte conhecida no universo da Melange,
uma droga apreciada por suas propriedades medicinais e psicotrópicas. Os
depósitos de Melange são encontrados nos mares de areia de Arrakis, onde as
Minhocas de Areia vivem e caçam.
[4] O jellabiya, ou galabeya, é uma roupa tradicional no Egito dos nativos do
Vale do Nilo. O mesmo termo é usado para se referir as roupas tradicionais
sudanesas e eritreias, mas ambas têm aparências diferentes das populares
vestimentas egípcias que são usadas por homens e mulheres e são muito mais
coloridas.
[5] Hajime está se referindo aos eventos do capítulo 024, quando ele deu a Yue
alguns cristais mágicos para ela abastecer seu Poder Mágico e ela pensou que
isso era um pedido de casamento.
Quatro dias atrás, pessoas desmaiando com uma febre alta de causa
desconhecida começaram a aparecer uma após a outra em |Ancadi|. Isso foi
realmente súbito, com 3.000 pessoas da população de 270.000 ficando
inconscientes no primeiro dia, e aqueles com sintomas parecidos chegando a
20.000 pessoas. O centro médico ficou lotado instantaneamente, e a situação
continuou até lotar o centro comunitário. Os funcionários estavam tratando os
pacientes enquanto investigavam a causa da doença, porém, assim como
Kaori, eles só podiam adiar o progresso sem encontrar uma cura.
Contudo, não era como se não houvesse nenhum outro método... havia uma
forma de curar esses infectados. O método requeria um mineral
chamado [Pedra Serena]. Esta [Pedra Serena] era um mineral especial que
possuía o efeito de acalmar a atividade do |Poder Mágico⟩ e uma pequena
quantidade deste valioso mineral poderia ser encontrada na zona rochosa do
Norte, perto do |Grande Vulcão Guruyuen|. Se a [Pedra Serena] fosse
transformada em pó e ingerida, ela seria capaz de acalmar o desequilíbrio
de |Poder Mágico⟩ dentro dos corpos dos infectados.
Mesmo assim, a zona rochosa do Norte era tão distante que era necessário
pelo menos um mês de viagem usando uma carruagem. Aliás, os Aventureiros
de |Ancadi|, especialmente aqueles capazes de entrar
no |Calabouço| do |Grande Vulcão Guruyuen|, coletar a [Pedra Serena] e
voltar, já tinham se tornado vítimas da doença. Aventureiros incompetentes não
poderiam nem mesmo atravessar a tempestade do deserto que envolvia
o |Grande Vulcão Guruyuen|. Além disso, mesmo que houvesse pessoas com
poder para fazer isso, eles também não tinham nenhum estoque de água
segura para se usar, então era necessário pedir ajuda do |Reino|.
Dessa forma, Zengain, a pessoa no poder, pensou que era necessário que Viz
fosse o representante e pedisse diretamente por reforços.
(Viz): “Meu pai, minha mãe e minha irmã mais nova também foram infectados,
e apesar de eles conseguirem se recuperar usando o estoque de [Pedra
Serena] em |Ancadi|, eles estavam em uma condição realmente enfraquecida
que eles eram incapazes de ir para a cidade mais próxima, quanto mais para
o |Reino|.
Foi por isso que eu fui o escolhido para pedir ajuda e deixei |Ancadi| ontem
junto com guarda-costas. Naquele momento, eu não tinha nenhum sintoma...
mas eu posso ter sido infectado. A aparição da doença parece diferir
dependendo do indivíduo. Eu fiquei agitado com esta situação... minha família
ficando doente, o |Ducado| caindo em desordem, e como nós discutimos quem
iria pedir por resgate imediatamente. Também era necessário obter a [Pedra
Serena]. E mesmo agora, as vidas do povo de |Ancadi| estão
desaparecendo... mas eu estou nessa condição miserável!”
Mesmo que ele não pudesse colocar força em seu corpo, Viz fechou seu punho
e atingiu sua coxa. Ele parecia ter um grande senso de responsabilidade por
seu povo como o próximo líder de |Ancadi|. Ele também devia estar aflito pela
forma como seus guarda-costas foram aniquilados quando as 〈Minhocas de
Areia〉 atacaram.
Dizendo isso, Viz curvou sua cabeça. Silêncio preencheu o veículo por um
tempo. O som da areia carregada pelo vento e atingindo as janelas ressoou
intensamente. O próprio Viz sabia que, como o representante do Duque[3], ele
não deveria facilmente curvar sua cabeça para outra pessoa, mas ele estava
muito desesperado para deixar escapar tamanha boa sorte.
Ela disse enquanto o olhava com um olhar realmente puro. Ela parecia
acreditar incondicionalmente que Hajime poderia resolver qualquer tipo de
problema. Para Myuu, Hajime era seu primeiro e único herói. Para Myuu, e o
olhar de expectativa de Kaori, "Não há o que fazer", Hajime encolheu seus
ombros com um sentimento irônico.
“Fufu”, Shia e Tio riram de Hajime. Hajime imediatamente olhou por sobre seu
ombro para Yue, e Yue estava... exatamente como sempre. Não importava
qual fosse a decisão de Hajime, ela iria lhe emprestar todo o seu poder. Mesmo
sem palavras, os sentimentos de Yue foram claramente transmitidos para ele.
Hajime acariciou a bochecha de Yue, e transmitiu seu consentimento a Viz
para atender o pedido.
(Hajime): “Bem, exceto Kaori e Myuu, todas podem usá-lo, mas... não há
necessidade de percorrer todo o caminho até a |Capital Real|. Eu vou dar um
jeito de garantir a água, então eu quero ir para |Ancadi| primeiro, o que você
acha?”
Depois de explicar rapidamente isso, Viz não pôde acreditar no início. Afinal, as
chances eram extremamente baixas para ele chegar no |Reino| em sua atual
condição, mas ele concordou em voltar para |Ancadi| depois de ser persuadido
por Kaori, uma ⟦Apóstola de Deus⟧.
(Viz): “Pai!”
(Duque): “Viz! Você, qu-... não, espere, o que aconteceu com você!?”
Randzi estava surpreso que seu filho, que partiu para a |Capital Real| para
pedir ajuda, retornou. Exatamente como os funcionários dentro do palácio,
Randzi ficou com olhos arregalados ao ver o estado de seu filho.
A propósito, isso fez parecer que Hajime estava com ciúmes. Pensando assim,
as bochechas de Kaori ficaram vermelhas e ela espiou Hajime, mas era
simplesmente porque ele não queria criar outro Kouki ou Hiyama.
Mesmo assim, isso era apenas uma sensação; a toxina ainda estava dentro de
seu fluido corporal. Esse era simplesmente o efeito da [Pedra Serena] fazendo
seu trabalho. A toxina estava misturada com o fluido corporal dele, então havia
a possibilidade de ela ser excretada, mas não havia mais nada que pudesse
ser feito.
(Hajime): “Muito bem, nós devemos prosseguir. Kaori, você vai com Shia para
o centro médico onde estão os pacientes. Leve o [Conjunto de Cristais
Mágicos]. O resto de nós vai garantir a água. Duque, há um espaço aberto
com cerca de 200 metros de todos os lados?”
(Hajime): “Então, excluindo Kaori e Shia, nós vamos para lá. Shia, você deve ir
até Yue se o [Conjunto de Cristais Mágicos] ficar completamente cheio”
Hajime proferiu instruções para todas as integrantes. O que o grupo de Hajime
precisava fazer era simples. Assim como no caso de Viz, Kaori usaria o ‖Solo
Sagrado‖ para extrair |Poder Mágico⟩ dos pacientes pouco a pouco e
atrasaria o progresso da doença usando ‖Dez Mil Céus‖. O |Poder
Mágico⟩ extraído seria estocado dentro do [Conjunto de Cristais Mágicos].
Então, os cristais seriam levados e usados por Yue para criar água assim que
eles estivessem carregados.
Ativando a ‖Magia da Era dos Deuses‖ com metade de sua potência, "Fuu",
Yue exalou. Embora seu |Poder Mágico⟩ estive exausto por subitamente
consumir uma enorme quantidade de magia, sua expressão não mudou já que
ela só sentia um pouco de cansaço.
Apesar de estar tudo bem para ela usar a magia armazenada dentro
do [Conjunto de Cristais Mágicos] exatamente como na batalha em |Ur|, ela
pensou em manter o |Poder Mágico⟩ dentro dos cristais o máximo possível
porque eles iam desafiar o |Grande Vulcão Guruyuen| após isso. Além disso,
como eles não estavam em uma batalha, Hajime usou o outro método de Yue
para reabastecer seu |Poder Mágico⟩.
O corpo de Yue estava balançando como se ela estivesse a ponto de cair, mas
ela mostrou que não precisava de ajuda. Isso era algo que ela queria fazer,
então ela não queria cair por causa disto. Eventualmente, com um baque, o
corpo de Yue se inclinou no braço de Hajime.
Atrás dela, Hajime abraçava Yue e a ergueu um pouco. Desta vez, ele estava a
abraçando pela frente. Yue estava sorrindo contente, e respondeu ao abraço
dele ao envolver seus braços no pescoço de Hajime.
Seguido disso, "... obrigada pela refeição". Então ela mordeu o pescoço de
Hajime.
] MORDIDA! CHUUUU [
A cena de uma linda garotinha usando sua língua para lamber a nuca de
Hajime enquanto soltava pequenos e sensuais sons de arquejo, fez com que
todos esquecessem de perguntar a raça de Yue, quando, pensando
normalmente, ela seria na verdade uma odiosa chupadora de sangue. Os
homens ao redor estavam relaxando. Apenas o Duque, como esperado de um
Lorde, se recuperou de seu espanto e encarou irritado o grupo de Hajime.
Muitas coisas estavam se passando dentro de sua cabeça. Ele pensou que
eles eram um pouco arrogantes demais, ele pensou em assuntos sérios e seus
olhos ficaram vermelhos.
A propósito, embora Tio também quisesse exibir sua perversão, ela estava
tapando por completo os olhos de Myuu porque ainda era muito cedo para a
garota ver essa cena, enquanto a própria mulher ficava excitada. “Myuu não
pode veeeer”, Myuu se queixou apenas para ser abraçado por trás e não pôde
resistir já que sua cabeça estava sendo envolvida por peitos muito maiores do
que os de Shia.
(Randzi): “Não, não, não, vocês devem fazer isso onde não podemos ver... eu
também tenho vários palpites sobre aquela cena, a chupadora de sangue, mas
por ora, eu quero que vocês façam aquilo que vocês deveriam fazer... ou
melhor, não deveriam ser vocês as pessoas que mais entendem isso!?”
Essa era uma das ‖Magias de Água‖ de alto nível que criava uma onda
enorme para esmagar os inimigos. Para um usuário de magia comum, apesar
de chamá-la de onda gigante, ela só seria um tsunami com cerca de dez a
vinte metros. Contudo, o número mudou assim que Yue a usou. Um tsunami
com 150 metros de largura e 100 metros de altura foi criado, imediatamente
fluindo para dentro do reservatório. No meio disso, ela chupou o sangue de
Hajime várias vezes para repor seu |Poder Mágico⟩, e assim, quase metade
de seu |Poder Mágico⟩ foi poupado. No entanto, também havia um limite para
a quantidade de sangue que Hajime possuía.
Mais do que isso e ele ficaria anêmico devido à perda de sangue, mas Shia
chegou neste momento. Em suas mãos estava o [Conjunto de Cristais
Mágicos] de Kaori. Embora fosse transferido pouco a pouco, o |Poder
Mágico⟩ foi drenado de vários milhares de pacientes. Assim, uma enorme
quantidade foi acumulada. Nem mesmo duas horas se passaram desde que
Kaori foi para o centro médico, mas nesse pequeno intervalo de tempo, ela foi
capaz de tratar um enorme número de pacientes. Ela certamente também era
uma personagem trapaceira.
Shia voltou para ajudar Kaori mais uma vez e, ao mesmo tempo, Yue ativou
a ‖Onda de Fissura‖ em rápida sucessão. Em pouco tempo, o reservatório de
quarenta mil metros quadrados estava cheio de água fresca e não
contaminada.
(Randzi): “Ah, yeah. Bom, há muito o que eu quero perguntar... mas obrigado.
Você tem minha gratidão. Com isto, meu povo não morrerá por desidratação.
Aliás, deixe-me guiá-los para o oásis”
Imutável, o oásis estava brilhando lindamente, refletindo a luz do Sol, e ele não
parecia conter nenhum veneno.
Contudo...
(Hajime): “… nn?”
(Yue): “… Hajime?”
(Hajime): “Bem, é que, meu [Olho Mágico] estava reagindo a algo agora
mesmo... Duque, até que ponto a equipe de inspeção examinou o oásis?”
(Randzi): “… eu estou certo que deve ter sido a substância dentro do oásis e
do rio escoando para cá. Eles também investigaram a substância em várias
fontes e o rio subterrâneo. A substância da água era exatamente como meu
filho te descreveu, mas nenhuma anomalia foi encontrada no rio subterrâneo.
Além disso, o alcance do exame foi de apenas algumas dezenas de metros a
partir do oásis. O próprio fundo do oásis não foi examinado”
(Randzi): “??? Não, eu acho que não. Embora os guardas e a gestão do oásis
usassem um Artefato, ele era posicionado acima do solo... é um Artefato do
tipo barreira, então ele não deveria ser capaz de poluir o oásis. Quanto a prova,
o oásis nunca foi contaminado antes”
Em outras palavras, se ela fosse configurada para "aqueles que tem intenção
maliciosa contra o oásis", a pessoa que definiu isso, Randzi, iria saber se
o [Obstrutor do Que se Deseja] estivesse reagindo a algo. Entretanto, o
próprio Duque não sabia se havia uma condição secreta. A propósito, até
agora, muitas pessoas estavam entrando e saindo durante o exame enquanto
os guardas estavam de folga devido ao oásis já estar contaminado.
A coisa que não deveria estar lá fez com que Randzi e os outros se agitassem.
Se aproximando do oásis, Hajime retirou um objeto de metal no formato de
uma garrafa PET de 500ml da [Caixa do Tesouro] e a proveu de |Poder
Mágico⟩. Em seguida, ele despreocupadamente a jogou dentro do oásis.
] BAAAANNNGGGG!!! [
(Hajime): “Tch, ele desviou? Não, deve ser porque ele tem uma defesa alta,
huh?”
Dizendo isso, Hajime pegou dez do mesmo objeto anterior e os jogou dentro do
oásis. Na sequência, depois de vários segundos, enormes explosões e colunas
de água apareceram por todo o oásis.
O que Hajime jogou era o assim chamado [Torpedo]. Como um dos |Sete
Grandes Calabouços| próximo a |Elisen|, as |Ruínas Submersas de
Melusine|, ficava localizado no fundo do oceano (de acordo com a informação
de Miledi), Hajime fez protótipos de armas que poderiam ser usadas no mar,
o [Torpedo]. Ele os jogou porque agora tinha o tempo e o lugar para fazer um
teste com essa nova arma. O resultado foi: apesar de ele ter uma boa
quantidade de poder, sua detecção automática e velocidade não eram tão
boas. Melhorias eram necessárias.
(Randzi): “Oy, oy, oy! Hajime-dono! O que diabos você está fazendo!? Ahh! O
píer está destruído! Os peixes estão mortos! O oásis está manchado de
vermelho!”
(Hajime): “Tch, ele ainda não foi apanhado, huh. Muito bem, em seguida serão
50…”
Na visão de Randzi, que não sabia sobre a "coisa" identificada pelo [Olho
Mágico] de Hajime, o rapaz estava subitamente jogando objetos
desconhecidos que explodiam o oásis um após o outro, junto do píer e dos
peixes. Era uma situação confusa, já que a barreira não via o alvo como uma
ação maligna e destrutiva. Randzi não poderia esconder sua confusão,
contudo, ele ainda tentava proteger o oásis desesperadamente.
Irritado com Randzi e os outros se agarrando nele, Hajime tentou se livrar deles
enquanto avançava. No entanto...
] WOOOOSH! [
Randzi murmurou com uma expressão vazia, mas suas palavras ressoaram
claramente.
Notas
Contudo, seu tamanho era anormal. 〈Feras Mágicas〉 do tipo 〈Slime〉 tinham
um metro de comprimento, no máximo. Além disso, não deveria existir nenhum
com poder de manipular a água a seu redor. Ele deveria apenas ser capaz de
manipular tentáculos que eram parte de seu próprio corpo.
(Randzi): “Mas o que... o que é essa 〈Fera Mágica〉? Isso é... um 〈Vachram〉?”
(Hajime): “Bem, eu não me importo com o que isso seja. No fim, esta não é a
coisa contaminado o oásis? Dessa forma, ele provavelmente tem uma magia
peculiar que excreta veneno”
(Randzi): “… o que você está pensando deve estar correto. Porém, Hajime-
dono pode derrotar ele?”
] KABOOM!! [
Com um som explosivo e seco, uma linha de luz cortou o ar como se fosse
puxada por uma força magnética. A [Pedra Mágica] em movimento, enquanto
ignorava a lei da inércia, foi atravessada pelo clarão, e podia se dizer que
a [Pedra Mágica] foi voluntariamente atingida.
(Randzi): “… acabou?”
Tio disse isso a Randzi e seus subordinados para confortá-los, assim Randzi e
os outros começaram a se animar, mostrando seus anseios. Suas aparências,
com Randzi, o governante de |Ancadi|, no meio, mostrava o quanto eles
amavam esta nação. Esse era um país que existia em um ambiente severo,
então o patriotismo era alto.
(Randzi): “… entretanto, eu me pergunto o que a 〈Fera Mágica〉 parecida
com 〈Vachram〉 estava fazendo no deserto... ele é um novo tipo de 〈Fera
Mágica〉 que veio do rio subterrâneo?”
(Randzi): “Eu ouvi sobre as 〈Feras Mágicas〉. Nós também fizemos nossa
própria investigação sobre isso, porém... eu nunca imaginei que eles poderiam
criar algo como isso... quão ingênuo eu fui”
(Hajime): “Bem, não havia nada que você pudesse fazer, não é? Afinal, até
a |Capital Real| não recebeu a informação sobre novos tipos de 〈Feras
Mágicas〉. Além disso, o caso onde o grupo do ⌈Herói⌋ foi atacado aconteceu
recentemente. E isso deve ter criado comoções em toda parte agora mesmo”
Sem dizer nada, Hajime encolheu seus ombros, assim Randzi parou de
questioná-lo, pensando que Hajime deveria ter seus próprios motivos. Não
importava que circunstância fosse, isso não mudava o fato de que o grupo de
Hajime salvou |Ancadi|. Não havia motivo para fazer qualquer questionamento
inútil para seus benfeitores.
Dizendo isso, Randzi e seus subordinados curvaram suas cabeças. Não era
algo simples para o próprio Duque curvar sua cabeça, porém,
independentemente de Hajime ser ou não um ⟦Apóstolo de Deus⟧, Randzi
ainda iria se curvar. E apesar de apenas pouco tempo ter se passado, Hajime
entendia que Randzi possuía um extraordinário patriotismo. Esta também era a
razão para seus subordinados não impedirem Randzi de curvar sua cabeça
para alguém que se apresentou como um mero Aventureiro, e eles também se
curvaram. Tal personalidade também foi passada para seu filho, Viz. Seus
gestos, discursos e comportamentos eram semelhantes.
(Hajime): “Ah, vocês expressaram sua gratidão. Aliás, por favor, não se
esqueçam deste enorme favor”
Ele esperava que eles retribuíssem este favor. Bem, isso não era algo novo.
Hajime disse, “Não, por favor, não se preocupem com isso. Isto é algo natural
para se fazer como uma pessoa”, casualmente e humildemente, assim, Randzi
ficou automaticamente perplexo pensando que Hajime despreocupadamente
disse que havia algo que ele queria. Na realidade, o próprio Randzi não se
importava em dar algo a ele como agradecimento para os salvadores do país,
mas ele não esperava que isso fosse ser dito tão diretamente.
Hajime pensava que não havia necessidade para gratidão, já que era
necessário para ele tornar |Ancadi| segura porque ele precisava confiar Myuu
a eles, e também havia o pedido de Kaori.
Contudo, como eles queriam mostrar sua gratidão, não seria ruim ter mais
pessoas como aliadas em momentos de emergência, então ele claramente os
disse que isso era um favor. Hajime pensou que Randzi iria corresponder com
sinceridade, mas ele também era um político, então Hajime precisava se
certificar disso.
(Randzi): “Ah, ahh. É claro. Isso será lembrado para sempre... mas, ainda há
muitas pessoas sofrendo em |Ancadi|, eu posso pedir sua ajuda em nome
delas?”
Essa era uma situação com que Randzi estava acostumado, como um político
e como um nobre, mas Randzi estava um pouco perplexo devido as palavras
tão diretas de Hajime. Pouco depois, como se ele tivesse chegado a um
acordo, Randzi concordou com um sorriso sem graça. Posteriormente, ele
pediu a Hajime que providenciasse [Pedra Serena] para salvar as pessoas
infectadas.
(Hajime): “Meu objetivo original era o |Grande Vulcão Guruyuen|. Assim, não
há nenhum problema em recolher esse material. Contudo, quanto eu devo
coletar?”
Com Hajime facilmente aceitando seu pedido, Randzi esfregou seu peito em
alívio, em seguida, ele disse a Hajime o atual número de pacientes e a
quantidade necessária que deveria ser coletada. Embora fosse uma
quantidade considerável, não seria um problema porque Hajime possuía
a [Caixa do Tesouro]. Aventureiros normais não poderiam ser capazes de
salvar todos os infectados, então Randzi estava agradecendo a Deus por ter
conhecido o grupo de Hajime.
Acompanhada por Shia dentro do centro médico, Kaori trabalhava como uma
tempestade. Ela simultaneamente extraía |Poder Mágico⟩ dos pacientes em
situação mais urgente e preenchia o [Conjunto de Cristais Mágicos]. Ela
também atrasava o progresso da doença nos pacientes reunidos dentro de um
raio de dez metros a partir dela e usava ‖Magia de Cura‖ ao mesmo tempo
para recuperar os pacientes de seus estados enfraquecidos.
Shia estava usando sua força hercúlea para mover os pacientes imobilizados
de uma vez. Ela não estava os movendo usando a carroça, mas ela erguia a
carroça cheia de pacientes e pulava por cima das construções, indo e vindo
das instalações médicas. Ela fazia isso porque era mais eficiente para reunir os
pacientes em estado mais urgente ao redor de Kaori, ao invés de fazer
a ⌈Curandeira⌋ se locomover entre as instalações.
A própria equipe médica usava magia de alto nível em sucessão, e eles ficaram
assombrados quando viram Kaori usando várias ‖Magias de
Cura‖ simultaneamente como se fosse algo natural. Assim que seu espanto
passou, eles passaram a ter um profundo respeito por Kaori, e tratavam os
pacientes de acordo com as instruções dela.
(Kaori): “Hajime-kun…”
Kaori ficou muito feliz assim que ela viu Hajime, mas ela imediatamente ficou
com uma expressão séria, observando um espaço vazio. Em seguida, ela
terminou seus cálculos, se virou para olhar Hajime e o respondeu com, "Dois
dias". Ela deve ter julgado que esse era o limite tanto para seu |Poder
Mágico⟩ quanto para a resistência dos pacientes.
(Kaori): “Hajime-kun. Eu, eu vou ficar aqui e vou tratar os pacientes. Por favor,
colete a [Pedra Serena]. Ela parece ser um mineral valioso... mas ninguém
exceto Hajime pode fazer isso porque uma enorme quantidade é necessária.
Eu sinto muito... mesmo sabendo que Hajime-kun não se importa com este
mundo…”
(Hajime): “Se for só isso, então eu posso coletá-las enquanto avanço dentro do
vulcão. Não vai importar se eu precisar procurar na superfície... resumindo, eu
só preciso conquistar o |Calabouço| mais rápido. Aliás, não há motivos para
você se desculpar. Afinal, isso é algo que eu mesmo decidi... além disso, eu
não poderia apenas deixar Myuu em um lugar onde pessoas desmaiam e
morrem, poderia?”
No entanto, era verdade que ela queria se tornar a força para o povo
de |Ancadi|, se ela pudesse. Ela estava involuntariamente olhando para
Hajime com um olhar suplicante no momento em que Hajime estava pensando
sobre sua decisão. Ela não estava convencida de que seu desejo seria o
mesmo que a decisão de Hajime, mas o olhar de Kaori deve ter influenciado a
decisão dele, já que ele encolheu seus ombros um pouco com um sorriso sem
graça quando recebeu esse olhar.
Por esse motivo, a forma como parecia que Hajime estava seguindo o desejo
egoísta dela fez com que Kaori ficasse com um sentimento complicado.
Entretanto, Hajime apenas sacudiu sua mão indiferentemente para Kaori, quem
se desculpava. Imaginando o sentimento de Kaori, ele a disse para não se
incomodar, já que isso era algo que ele tinha decidido. Ela sorriu para Hajime,
que estava preocupado com ela, apesar de dizer isso de uma forma grosseira,
e quem despreocupadamente mostrava uma atitude paterna. Ela o olhou com
um olhar repleto de confiança e afeição.
(Kaori): “Eu também darei o meu melhor... assim, por favor, volte em
segurança. Eu vou estar esperando…”
(Hajime): “… o-okay”
Desde antes, Kaori era uma pessoa honesta. Mesmo quando eles estavam no
Japão, Kaori impiedosamente desfazia os equívocos de Kouki, jogando
bombas em Hajime, o que resultava na classe sofrendo com a tempestade de
ciúmes... isso tinha se tornado a rotina deles. E ela estava sendo ainda mais
sincera desde o dia que ela se confessou a ele.
De alguma forma, Hajime conseguiu desviar seu olhar, mas o lugar para onde
ele olhou... era onde Yue estava. Ele viu; Yue estava observando Hajime em
silêncio com olhos sem vida e inorgânicos. Era realmente terrível. Ele
inconscientemente mudou seu olhar para outro lugar, e Kaori estava lá,
sorrindo com afeição…
Mas vendo a atmosfera de Kaori, nossa estrela, Myuu, soltou uma bomba.
(Tio): “Uuuum. Até esta não fez isso, sabias? Então, Myuu precisa esperar até
ficar maior”
(Myuu): “Uuuuu”
Quanto ao motivo, uma Hanya² segurando uma Katana apareceu bem ao lado
de Hajime. Logicamente, era Kaori.
(Kaori): “… o que isso significa, ah? Hajime-kun não foi trabalhar em algo?
Então, por que você beijou Yue? Me diga, como chegamos a isso? Havia
alguma necessidade para isso? Enquanto eu estava desesperadamente
tratando os pacientes, vocês dois estavam se divertindo, ah? Vocês até se
esqueceram de mim? Ou melhor, nós nos separamos apenas para vocês
ficarem sozinhos?”
Com olhos sem luz, Kaori estava encarando Hajime com uma Hanya atrás
dela. Suor frio escorria pelas bochechas de Hajime. Hajime queria dizer que
isso aconteceu devido ao consumo de sangue; ele e Yue não se separariam
até que se beijassem. Porém, mais rápida do que ele, Yue avançou.
Hajime esperava que ela resolvesse o mal-entendido, mas ele foi um tolo por
esperar isso de Yue neste tipo de situação.
Yue e Kaori olharam uma para a outra, e Yue estufou seu peito de forma
solene. Sorrindo depois de dizer "Fu"...
Risadas sinistras surgiram das duas lindas garotas e ecoaram dentro do centro
médico. Até este momento, a equipe do centro médico e os pacientes
pensavam em Kaori como uma santa, mas agora, eles estavam espantados e
viravam seus rostos para longe, assim seus olhos não se encontrariam com os
dela.
Era algo que não poderia ser evitado. Ninguém iria considerar uma pessoa com
uma Hanya balançando uma Katana em suas costas como uma santa. Além
disso, a pessoa que estava a confrontando tinha um dragão envolto por nuvens
negras e relâmpagos. Eles não podiam fazer nada além de querer desviar o
olhar.
Para Kaori e Yue, que estavam se encarando enquanto riam, Hajime suspirou
e rapidamente decidiu se aproximar para desferir um peteleco na testa de cada
uma. ] Shwip! [. Um som inacreditável surgiu do impacto dos petelecos. Yue e
Kaori espontaneamente gemeram e se agacharam. Com olhos marejados, elas
olharam para cima, expressando, "O que você está fazendo?", o que fez
Hajime mostrar uma expressão admirada.
(Hajime): “Kaori. Não é como se eu e Yue quiséssemos fazer esse ato. Você
entende, não é? Além disso, Yue é minha amada. Não precisamos de sua
permissão para fazer isso”
(Kaori): “Uh… então é isso... mas eu não acho que essa seja a verdadeira
razão…”
Irritada com isso, Kaori se opôs a Hajime. Hajime suspirou mais uma vez e
disse, "Yue, você também, não há necessidade de sempre implicar dessa
forma". Contudo, "Hmph!", Yue virou seu rosto e se recusou a escutá-lo, "Esta
é uma luta entre mulheres... não há motivos para Hajime interferir".
Randzi e os outros só podiam ficar parados no lugar com a carnificina
repentina. Shia refletiu, "Eu notei que recentemente minha presença tem
diminuído". Tio ainda estava ofegando muito, enquanto Myuu ficou em seu
modo irritado porque Yue e Kaori estavam brigando de novo.
Myuu foi persuadida de antemão, mas assim que ela percebeu que Hajime
estava partindo, ela olhou para baixo com uma expressão solitária. Hajime se
ajoelhou para ficar na altura de Myuu e encarou sua cabeça.
(Hajime): “Myuu, eu estou indo. Seja uma boa menina e espere por mim,
okay?”
(Myuu): “Uh, Myuu vai ser uma boa garota. Então volte depressa Papai”
Agarrando a bainha de suas roupas com força com ambas as mãos, Myuu
estava segurando suas lágrimas. E a cena de Hajime gentilmente acariciando
Myuu, mesmo que eles não fossem ligados por sangue, fez com que todos os
vissem como nada além de um pai e sua filha. A atmosfera fria pós carnificina
se tornou calorosa. Hajime empurrou as costas de Myuu na direção de Kaori.
Yue, Shia, e Tio se moveram em ordem.
Hajime ignorou a garota com orelhas de coelho que dizia, "Ah, então eu
também!", atrás dele e decidiu recusar Kaori categoricamente, mas ele foi
atacado por um inimigo inesperado.
Dizendo isso com olhos marejados, Myuu se segurou para não chorar.
No fim, Kaori, Myuu e, por algum motivo, Shia, foram beijadas em suas
bochechas. E, desta vez, em um local onde muitos pacientes estavam
deitados, eles estavam assistindo com olhares calorosos, apesar de eles não
saberem o motivo. Posteriormente, Hajime, como se estivesse fugindo, seguiu
para o |Grande Vulcão Guruyuen|.
Notas
[1] A Weaver Stance é uma técnica para atirar com pistolas ou revólveres. Ela
foi desenvolvida pelo vice-xerife do condado de Los Angeles, Jack Weaver,
durante uma competição de estilo livre de pistolas no Sul da Califórnia no final
da década de 50.
O motivo era...
(Yue): “… Laputa?”
(Tio): “Certamente, até esta não desejaria entrar nesse local com o próprio
corpo”
Olhando para a gigante tempestade de areia pela janela como Hajime, Shia e
Tio estavam agradecidas pelo [Veículo de Quatro Rodas]. Sorrindo sem
graça, Hajime disse, "Então vamos", e o [Veículo de Quatro Rodas] disparou.
Neste caso, eles não foram conquistar o |Calabouço| despreocupadamente.
Não havia muitas [Pedras Serenas] na superfície, assim, era necessário
avançar pela profundeza intocada do |Calabouço| para obter a quantidade
necessária. E se eles fossem para a parte mais profunda, deveria existir um
atalho parecido com o que eles encontraram em suas outras explorações.
Assim, eles seriam capazes de retornar imediatamente para |Ancadi|.
Enquanto pensava nisto, Hajime recuperou seu espírito e avançou para dentro
da tempestade de areia gigante.
Luz saindo do farol feito com a [Pedra de Luz Verde] iluminava o local sombrio
onde a luz do Sol não poderia alcançar. A velocidade deles era de 30 km/h. Se
a informação que eles receberam antes estivesse correta, eles iriam atravessar
a tempestade de areia dentro de cinco minutos.
Esse espetáculo foi similar com o que aconteceu no lado direito, o lado que Tio
estava responsável.
(Tio): “Hmm, como esperado de ti, tu lançaste um belo ataque”
Apesar de elas quererem dizer que isso era impossível, elas sabiam que
Hajime poderia fazer isso, assim, não apenas Shia, Tio e Yue também
começaram a silenciosamente olhar o interior do [Veículo]. Sorrindo sem
graça, Hajime disse, "Foi uma piada. Como imaginado, eu não posso fazer uma
função dessas... mas eu queria poder". Entretanto, Yue e as garotas estavam
convencidas de que Hajime algum dia seria capaz de criar isso.
Ignorando Shia que dizia, "Eu sou inútil aqui", no banco de trás, o grupo de
Hajime facilmente atravessou a colossal tempestade de areia que obstruiu
muitos Aventureiros.
(Yue): “Nnnnn…”
(Hajime): “De fato… o calor está em uma escala diferente comparado com o
calor do clima seco do deserto... mesmo sem o limite de tempo, seria melhor
conquistar o |Calabouço| depressa, huh”
(Tio): “Hmm, apesar de esta se sentir confortável aqui... esta não pode
esperar... para sentir tanto calor que este corpo se contorceria em agonia”
Atacados pelo calor assim que eles saíram do [Veículo de Quatro Rodas],
excluindo Tio, todos ficaram com expressões insatisfeitas. Como eles estavam
em um local com ar condicionado antes, eles sentiram ainda mais calor. Como
Aventureiros em outro mundo e viajantes, para eles contraírem sintomas
parecidos com os de um recluso era... apenas colher o que eles plantaram.
Eles não tinham muito tempo, então enquanto reclamavam do calor, eles
rapidamente seguiram para o topo da montanha e escalaram o local rochoso
como se não fosse muito esforço. Como resultado, o grupo de Hajime atingiu o
topo da montanha em menos de uma hora.
(Yue): “Nn!”
(Shia): “Sim!”
(Tio): “Umh!”
Além disso...
(Shia): “Ukya!”
(Hajime): “Woops, você está bem?”
Depois disso, o que tornava esse local verdadeiramente difícil era o calor
fervilhante... um calor extremo. O local era naturalmente quente devido ao
magma fumegante ao redor da passagem e do amplo espaço, o que fazia com
que o grupo se sentisse dentro de uma sauna, ou, para ser mais preciso, em
cima de uma frigideira escaldante. O calor era a característica mais
problemática sobre o |Grande Vulcão Guruyuen|.
Assim como Yue disse, a [Pedra Serena] restante era quase tão grande
quanto um mindinho. Apesar de elas poderem ser coletadas e carregadas, seu
tamanho era realmente muito pequeno. Como imaginado, seria ineficiente
demais coletar as pedras na superfície, então seria necessário que eles
seguissem para as profundezas para serem capazes de obter mais delas
rapidamente.
Por ora, Hajime usou a ‖Investigação de Mineral‖ para procurar pela [Pedra
Serena] nos arredores. Depois que ele armazenou aquelas que podiam ser
coletadas facilmente, ele incitou Yue e as garotas a seguirem em frente,
depressa.
Enquanto sentiam repulsa do calor, eles desceram para o sétimo andar. Esse
era o andar registrado como o mais longe que Aventureiros foram capazes de
chegar. Ninguém que seguiu adiante a partir deste ponto voltou com vida.
Assim, se preparando, o grupo de Hajime desceu para o oitavo andar.
Nesse momento...
(Monstro): “GRuuOoOOOO!!!”
Quando eles sentiram um forte vento quente, uma enorme chama flamejante
apareceu para atacar o grupo de Hajime do lado direito deles. Ela avançou
enquanto desenhava uma espiral laranja na parede.
Yue ativou uma magia contra a chama flamejante. Um orbe rodopiante negro
apareceu diante do grupo. Era uma ‖Magia da Gravidade‖. Contudo, ela não
foi usada para esmagar o objeto no chão.
A chama que facilmente poderia transformar uma pessoa em cinzas foi tragada
pela esfera que tinha apenas 60 centímetros de diâmetro e desapareceu sem
deixar rastros. Na verdade, a chama engolida pela esfera foi anulada. A esfera
negra rodopiante, a ‖Magia da Gravidade‖ chamada ‖Calamidade
Absoluta‖, gerava sua própria gravidade, puxava o que se aproximava e o
engolia dentro de si, como um buraco negro.
Era um touro. Ele estava de pé no meio do magma, e seu corpo todo também
estava revestido de magma. Ele tinha dois chifres afiados e curvados em sua
cabeça, e fogo saía de sua boca de vez em quando. A imunidade a calor
desta 〈Fera Mágica〉 fez Hajime inconscientemente querer contestar isso.
Talvez porque o 〈Touro de Magma〉 tenha ficado irritado por sua magia
peculiar, o ataque da chama flamejante, ser facilmente anulado, sons de, ]
Thud! Thud! [, podiam ser ouvidos de suas pernas e ele assumiu uma postura
de ataque.
] KABOOOOM!! [
(Hajime): “Bom, ele estava revestido por magma... então não poderia ser
diferente”
“Muito beeeem! Eu vou fazer isso!”, Shia soltou um grito, e depois de alguns
breves passos, ela pulou na direção do 〈Touro de Magma〉, que se moveu
vários metros na direção do grupo.
(Shia): “O-ohh, Hajime-san, eu, a pessoa que o utilizou, agora sei que este
novo dispositivo gera uma quantidade incrível de força”
(Hajime): “Ah, parece que sim... eu tentei imaginar que tipo de coisa era
esta ‖Conversão : Impacto‖, mas isto é bom…”
Não apenas Hajime, Yue e Tio imediatamente elogiaram o golpe que Shia
desferiu com força considerável. Era graças a magia peculiar que Hajime
citou, ‖Conversão : Impacto‖.
Esta ‖Conversão : Impacto‖ era uma nova magia peculiar que Hajime
adquiriu, uma derivação da ‖Conversão de Poder Mágico‖. O efeito era
exatamente como seu nome indicava, ela convertia |Poder Mágico⟩ em um
impacto.
(Yue): “… Shia, você sente calor porque você pensa nele. Essa coisa fluindo é
apenas água... viu, está fresco agora, fufu”
(Tio): “Ah, Mestre! Yue está começando a enlouquecer! Seus olhos ficaram
vazios!”
Tirando Tio, o grupo de Hajime foi abatido pelo forte calor. Por ora, ele pegou
Artefatos que simulavam ares-condicionados... mas era apenas como jogar
água sobre solo seco. Seus suores escorriam como cachoeiras incontroláveis.
Vendo Yue e Shia com as consciências começando a ficar nebulosas, Hajime
pensou que era necessário para eles descansarem um pouco enquanto
limpava o suor em seu queixo.
(Hajime): “Fuu… Yue, por favor, crie um bloco de gelo. Nós vamos descansar
aqui por um tempo. Caso contrário, não seria estranho que cometêssemos um
erro fatal mais tarde”
(Yue): “… hmmmmmmm”
Caindo em uma postura feminina, Yue e Shia apertaram seus olhos em deleite.
Era o nascimento da Yue-molenga e Shia-molenga.
Enquanto pensava que as duas eram moe[5], Hajime pegou toalhas da [Caixa
do Tesouro] e entregou a todas.
(Hajime): “Yue, Shia, é bom que vocês estejam se divertindo, mas limpem o
suor. Seus movimentos vão ficar lentos se vocês ficarem geladas demais”
(Yue): “… nnnnn”
(Shia): “Entendidoooo”
(Hajime): “Você, também. Este calor é com certeza perigoso. Eu tenho que
criar um Artefato de ar-condicionado melhor…”
(Tio): “Hmm, para isso ser capaz de derrotar o mestre... este provavelmente é
o conceito deste |Grande Calabouço|”
Ao invés de derrotar, calor é calor, e Tio, que também estava se limpando com
a toalha, deixou Hajime confuso com o que ela disse.
(Hajime): “Conceito?”
(Tio): “Mhm. Esta ouviu muitas coisas do Mestre, mas há aquilo que é
chamado de desafio, correto? Se isto é parar desafiar o Deus... então devem
existir vários conceitos com base nisso, ou assim esta pensou. Por exemplo,
o |Grande Calabouço Orcus|, o qual esta ouviu do Mestre, possui
muitas 〈Feras Mágicas〉, então várias experiências de combate serão
adquiridas enquanto o desafiante avança. O |Grande Calabouço
Raisen| anula o poder chamado magia, polindo a flexibilidade do desafiante
contra este tipo de ataques. Este |Grande Vulcão Guruyuen| provavelmente
usa o calor para obstruir a concentração do desafiante e como ele reagiria
contra ataques surpresa nesta situação, não é”
Provavelmente porque ela estava esfregando seu suor, grande parte de sua
pele estava aparecendo em seu vestido totalmente branco. Sua pele tinha um
tom de vermelho devido ao calor. Sua pele nua brilhava com o suor e sua
respiração mais irregular do que o normal era realmente erótica.
Contudo, pouco antes de ele olhar para longe, Yue, que capturou o olhar de
Hajime, revelou um sorriso provocante. Com as roupas ainda desarrumadas,
arqueando suas costas como um gato, ela lentamente ficou de quatro e se
aproximou de Hajime. Seus olhos nebulosos não permitiriam que o olhar de
Hajime fugisse, com bochechas coradas graças ao calor, e mostrando um
pouco de seus peitos todas às vezes que ela se movia…
(Hajime): “Não, bom, umm. Não é como se eu pudesse evitar, não é? Yue está
erótica demais. Então, eu não poderia ignorá-la”
(Shia): “Vocês dois não podem ao menos refletir um pouco? Em primeiro lugar,
por que Hajime-san não olha para mim? Mesmo eu estando bem ao lado de
Yue-san em tais condições... poxa, minha confiança despencouuuu. Hey, Tio-
san também deve dizer algo”
(Tio): “Bem, os dois estão apaixonados um pelo outro. Então esta acha que
não podemos fazer nada, não é? Esta também quer que o Mestre abuse dela
sem se importar com o local... no entanto, bom, o Mestre reagiu um pouco aos
peitos destaaaa. Esta ficará satisfeita só com isto desta vez. Kufufu”
Era a usual frase pervertida de Tio. Entretanto, Hajime foi pego olhando para o
suor escorrendo nos peitos de Tio, e ele achou que isso a fez parecer sensual.
Ouvindo isso, "Eu nem mesmo estou sendo olhada!", Shia estava zangada.
Shia se esqueceu do TLO[6] (tempo, lugar e ocasião) que ela citou um pouco
antes e começou a se despir diante de Hajime. Então, "Esta também vai se
despir", mas Hajime disparou balas de borracha para silenciá-las, do contrário
isso se tornaria um aborrecimento.
Notas
[3] Uluru (também conhecido como Ayers Rock ou The Rock, "A rocha") é um
monólito situado no norte da área central da Austrália, no Parque Nacional de
Uluru-Kata Tjuta, perto da pequena cidade de Yulara, 400 km a sudoeste
de Alice Springs. É o segundo maior monólito do mundo (depois de Monte
Augustus, também na Austrália). Tem mais de 318 metros de altura e oito
quilômetros de circunferência, e se estende em 2,5 quilômetros de
profundidade no solo. Foi descrito pelo explorador Ernst Giles em 1872 como
"o seixo notável". Uluru é notável pela sua qualidade de coloração variável de
iluminação diversa que ocorre em diferentes horas do dia e do ano,
apresentando ao pôr-do-sol uma visão particularmente notável.
[6] TLO (Tempo, Lugar e Ocasião) é uma gíria japonesa usada para chamar
atenção para uma situação ou experiência que é inapropriada.
Pois o 50º andar era o andar atual em que o grupo de Hajime estava. A parte
do provavelmente se devia a situação desse recinto ser um pouco especial.
Francamente, eles não entendiam nada sobre o andar atual.
Quanto a razão para eles estarem nesta situação... sinceramente, era culpa de
Hajime. O grupo de Hajime notou que o magma, que continuava a queimá-los,
algumas vezes fazia movimentos anormais enquanto eles procuravam
pela [Pedra Serena] antes de completarem um andar.
Para ser mais preciso, o fluxo de magma mudava muito, apesar de não haver
nada o obstruindo, ou a corrente subitamente parava, ou havia apenas uma
parte do magma flutuando no ar, e ela de repente transbordava, assim o
magma escorria para baixo.
Era uma localidade cercada por magma flutuando no meio do ar como uma
enorme parede. Hajime transmutou uma escada para se aproximar e descobriu
uma enorme quantidade de [Pedra Serena] enterrada no local quando
usou ‖Investigação de Mineral‖.
Hajime notou este erro quando ele guardou a [Pedra Serena] na [Caixa do
Tesouro]. Foi porque magma jorrou com grande força da parede no momento
que o efeito da [Pedra Serena] desapareceu.
Hajime imediatamente pulou para trás, mas o magma estava jorrando com
imensa força, exatamente como água jorrando da rachadura de uma barragem.
O buraco de onde ele jorrava se expandiu e mais magma irrompeu.
A propósito, normalmente, eles iriam parar no leito do rio assim que eles
estavam a ponto de subir na rota aérea de magma, mas Shia usou ‖Atribuir
Efeito‖ da ‖Magia da Gravidade‖ para reduzir o peso do barco, e assim eles
foram capazes de subir no magma. ‖Atribuir Efeito‖ tornava possível o ajuste
do peso das coisas que Shia tocava, como se elas fizessem parte dela.
] Fwiish, swiish [
Esses 〈Morcegos de Magma〉 não eram uma grande ameaça sozinhos. Eles
só tinham uma velocidade considerável e a capacidade de espalhar o magma
como se fossem projéteis de fogo. Eles não passavam de insetos para o grupo
de Hajime.
(Hajime): “Ah, eu vou deixar isso com você. Shia, Tio, vocês controlam o
barco”
(Shia): “Entendido!”
(Tio): “Mhm, conte com esta. Que tal algumas palmadas no traseiro como
recompensa?”
] BAAANNNG [
Além disso, Hajime pegou [Orkan][2] usando sua mão livre, a colocou em seu
ombro e impiedosamente a disparou. Faíscas foram criadas e os foguetes
voaram e penetraram o meio dos 〈Morcegos de Magma〉 que estavam se
agrupando devido a barragem de [Metsurai], espalhando impactos violentos
junto de sons estrondosos.
A mão direita de Yue estava esticada para frente, e no momento que ela
murmurou isso, uma esfera verde de vento foi criada. Em seguida, a esfera se
transformou, formando um dragão em menos de um instante. O dragão de
vento, que era uma compilação do vento esverdeado, chamado ‖Dragão da
Tempestade‖, encarou a multidão de 〈Morcegos de Magma〉, e ele abriu suas
mandíbulas, se movendo para devorar suas presas.
Enquanto tinha sua barriga atacada pela sensação de estar no meio do ar,
Hajime rapidamente confirmou a condição dos arredores. O espaço onde o
grupo de Hajime estava caindo era similar a sala onde o desafio final
do |Grande Calabouço Raisen| aconteceu; um espaço vasto.
Entretanto, foi uma sala com forma esférica no |Grande Calabouço Raisen|.
Essa tinha um formato distorcido que tornava impossível entender
completamente quão vasto o espaço era, mas ele tinha ao menos mais do que
três quilômetros. Quase todas as partes do chão estavam repletas de magma,
mas os pedregulhos que apareciam em alguns lugares criavam pontos de
apoio. Nas paredes adjacentes havia locais protuberantes e, em contrapartida,
também havia locais planos. No ar, como era de se esperar, havia inúmeros
rios de pedra derretida se encontrando e desaparecendo abaixo, dentro do
oceano de magma.
(Tio): “Ó vento”
O pequeno barco que estava virando devido a velocidade foi fixado por Tio no
ar, então, cada um deles voltou para suas próprias tarefas enquanto mais uma
vez embarcavam no barco. Yue usou ‖Elevar‖ para ajustar a velocidade de
queda do barco. O barco aterrissou suavemente no oceano de magma, e o
grupo maximizou sua vigilância porque este lugar era obviamente diferente do
que eles viram até o momento.
Yue murmurou enquanto olhava para o meio da ilha cercada pelo domo de
magma.
(Hajime): “Eu acho que podemos pensar assim... mas, se for realmente isso…”
(Shia): “Nós usamos algo parecido com um atalho, então seria exagerado
demais dizer que passamos o teste Hajime-san?”
O pensamento de Hajime foi confirmado por Tio, que estava olhando as
imediações com um olhar afiado, isso não a faria ser vista como uma
masoquista pervertida se alguns pequenos acidentes fossem ignorados.
Mesmo vendo sua expressão se intensificando, Shia murmurou palavras
otimistas enquanto olhava para uma certa direção.
Seguindo o olhar de Shia, Hajime podia ver uma escadaria além do enorme
apoio para os pés. A escadaria continuava dentro da parede, o que o fez
pensar que talvez eles teriam aparecido ali se tivessem seguido a rota correta.
Mesmo assim, não importava o quão impossível seria para alguém usar o rio
flutuante de magma, era otimismo demais pensar que o atalho atravessava até
a sala do desafio final. "Seria ótimo se isso realmente acontecesseeee", Shia
disse, mas seu olhar atento expressava que até ela não acreditava nisso.
Eles sendo cautelosos foi a atitude correta, porque, na mesma hora, disparos
de magma surgiram de dentro do magma flutuando no ar.
Tio gritou enquanto ativava sua magia, assim, massas de fogo lançadas do
oceano de magma contra-atacaram o magma se aproximando do alto.
Entretanto, esse ataque era apenas o sinal de início. Logo após Tio contra-
atacar as massas escaldantes e espalhá-las, mais ataques flamejantes foram
disparados do oceano de magma como se fosse uma metralhadora.
Julgando que eles apenas seriam um alvo em sua atual posição, o pequeno
barco, Hajime disse a elas para espalharem-se enquanto pulava na direção de
um apoio próximo, abandonando o barco. As numerosas massas em chamas
esmagaram o pequeno barco onde o grupo de Hajime estava, assim, ele
afundou no oceano de magma.
Com cada um deles em um ponto diferente, o grupo de Hajime interceptou as
massas de fogo se aproximando. Embora eles as interceptassem com
facilidade, o grupo de Hajime estava irritado porque isso não parecia ter fim.
Eles também estavam irritados com o calor vindo do oceano de magma que
distorcia o ar.
Sua intenção foi completamente entendida por Yue sem nenhuma palavra ser
dita. Ela imediatamente ativou ‖Magia da Gravidade‖ usando esta
oportunidade.
Ao mesmo tempo que o nome foi dito, uma esfera negra rodopiante apareceu
no meio do grupo de Hajime, puxando as massas de magma uma após a outra.
A pequena esfera negra engoliu tudo e usou sua supergravidade para
comprimi-las.
(???): “ROOOOOOOOOOAAAAAR!!!”
(Hajime): "Kh!?"
Talvez por todo o seu corpo estar coberto por magma, nem a ‖Detecção de
Calor‖ nem a ‖Detecção de Presença‖ notaram o monstro neste local repleto
de magma. Além disso, o próprio oceano de magma estava repleto de |Poder
Mágico⟩, então a ‖Detecção de Poder Mágico‖ também não a notou, assim, a
colossal 〈Serpente de Magma⟩ foi capaz de realizar um ataque surpresa
completo.
Entretanto, Hajime torceu seu corpo usando seu reflexo sobre-humano e, por
um triz, foi capaz de desviar da boca do monstro.
(Hajime): “Quê!?”
Embora surpreso, Hajime imobilizou o monstro por ora ao explodir todo o seu
corpo, então ele mais uma vez pulou em direção a ilha central
usando ‖Aerodinâmica‖, passando ao lado da 〈Serpente⟩.
Yue, que estava preocupada com a segurança dele, tocou seu braço. Hajime
devolveu o toque e respondeu sem tirar seus olhos do que estava a sua
frente. ] Fwuush [. Com esse som, 〈Serpentes de Magma⟩ apareceram uma
após a outra diante de Hajime.
(Tio): “Como esperado, a ilha era é parada final. Bem, vós pareceis dizer 'nos
derrotem se quiserdes passar'”
(Shia): “Mas, a que Hajime-san atirou antes se regenerou, não é? Elas podem
ser derrotadas?”
(Tio): “Faz muito tempo desde que esta usou este ataque! Então, provem um
pouco disso!”
Diante do clarão negro, cujo poder terrível forçou Hajime a se defender com
todas as suas forças, todas as 〈Serpentes de Magma⟩ na frente de Tio foram
eliminadas sem deixarem nenhum vestígio. Além disso, ela balançou sua mão
como se estivesse segurando uma lâmina de luz negra e aniquilou
outras 〈Serpentes de Magma⟩.
(Hajime): “Quê?”
Quando ele olhou para a ilha no meio da sala, era exatamente como Shia
disse. Uma parte da parede de pedra lançava uma luz tão grande quanto um
punho. Ele não tinha notado até o momento, mas a luz alaranjada estava
saindo de algum tipo de cristal enterrado dentro da parede de pedra.
Hajime usou a ‖Visão de Longo Alcance‖ para confirmar isso, porém, apesar
de ser difícil confirmar devido a camuflagem, ele entendeu que uma grande
quantidade de cristais parecidos estava enterrada na parede de pedra da ilha
de forma sistemática. A ilha central era cilíndrica, assim, considerando o
intervalo entre os cristais e a área da superfície da ilha, cerca de cem cristais
estavam enterrados. E os cristais que atualmente estavam lançando essa luz
eram oito... o mesmo número de 〈Serpentes de Magma⟩ que Tio aniquilou
antes.
(Hajime): “Entendo... então precisamos derrotar cem dessas 〈Serpentes de
Magma⟩ para completá-lo, huh”
(Yue): “… neste calor, enfrentar cem delas... isso combina com o conceito
do |Calabouço|”
Eles recuperaram seus ânimos quando entenderam o que eles deviam fazer, e
eles mais uma vez atacaram as 〈Serpentes de Magma⟩. Juntamente com a
chuva de massas de fogo, as 〈Serpentes de Magma⟩ faziam movimentos
irregulares para capturar e queimar suas presas.
Com asas de 〈Dragão〉 crescendo de suas costas, Tio flutuou usando o vento
que ela gerava e usou um tornado junto de lâminas de vácuo para atacar,
bombardeando as 〈Serpentes〉. Era uma ‖Magia do Vento‖ ofensiva de nível
intermediário, ‖Canhão Imperial‖.
(Tio): “Esta é a nona! Atualmente, esta está liderando Mestre! Se esta derrotar
a maioria deles, então esta quer muitas recompensas (punições)! Logicamente,
apenas nós dois à noite!”
Depois de gritar, Shia pulou para cima de uma 〈Serpente de Magma⟩ e atacou
sua cabeça com [Doryukken] do alto. No momento do impacto, ondas
azuladas de |Poder Mágico⟩ se espalharam, em seguida, um impacto violento
foi gerado. A 〈Serpente⟩ imediatamente explodiu a partir de sua cabeça até o
oceano de magma. Minerais brilhantes flutuaram dos restos da 〈Serpente de
Magma⟩. Era a [Pedra Mágica] esmagada pelo impacto da ‖Onda de Choque
Mágica‖.
No entanto, Shia não estava preocupada com isso, ela jogou no ar um disco
tirado do coldre em suas costas. Era um disco com 30 centímetros de diâmetro,
e ele não caiu, mas flutuou um pouco abaixo de Shia. Shia colocou seu pé nele
e mais uma vez dançou pelo ar.
Com seu cálculo falhando, a 〈Serpente de Magma⟩ passou pelo espaço vazio
sob Shia. Transformando [Doryukken], Shia mirou seu cano na direção do
monstro e puxou o gatilho. O que foi disparado não era um cartucho comum,
mas um cartucho sólido[4].
Contudo, essa não era uma bala sólida comum. Essa era uma bala criada a
partir de um minério especial que Hajime concedeu a característica da ‖Onda
de Choque Mágica‖, assim, ela geraria uma onda de choque a partir
do |Poder Mágico⟩ fornecido ao mesmo tempo em que atingia o alvo.
Considerando apenas a força, ela superava em muito a Granada.
Junto do rugido de [Doryukken], a bala sólida disparada não errou seu alvo e
atingiu a parte de trás da cabeça da 〈Serpente de Magma⟩, dessa forma, a
partir de sua cabeça e seguindo para seu corpo, o monstro foi engolido pela
explosão gerada. Esse impacto mais uma vez destruiu a [Pedra Mágica] que
agora flutuava enquanto brilhava no ar.
Hajime abriu sua boca para argumentar com a competição unilateral de Tio e
Shia, mas ele foi interrompido por Yue, que também queria participar da
competição de aniquilação. Deixando de lado as atividades noturnas, o
aumento no número de companheiras diminuiu o tempo a sós dos dois, então
Yue parecia querer um dia inteiro apenas com os dois.
Enquanto emanava uma aura de quem estava se divertindo, a magia que Yue
ativou era brutal. Era o seu mais recente favorito, ‖Dragão do Trovão‖.
Porém, devido a ela se tornar mais e mais habilidosa utilizando isso, o ‖Dragão
do Trovão‖ que apareceu era composto por sete figuras. Quase ao mesmo
tempo, eles se moveram em direção a seus respectivos alvos. Rugidos
ensurdecedores apareceram. Em contrapartida, as 〈Serpentes de Magma⟩,
que estavam tentando devorar Yue, foram devoradas uma a uma pelo grupo de
dragões de trovão sem deixarem para trás nem mesmo traços de magma,
dessa maneira, suas [Pedras Mágicas] dentro de seus corpos também foram
destruídas.
Vendo esse espetáculo, Shia disse, "Como imaginei, o inimigo mais poderoso é
Yue-saaaan!", Tio falou, "Yue é um problema! És absolutamente anormal!”.
Ambas estavam com expressões impetuosas enquanto praguejavam. Elas
usaram ataques ainda mais severos, aumentando o número de alvos que elas
aniquilavam.
Encolhendo seus ombros diante das três garotas animadas, que fizeram dele o
prêmio da competição, Hajime apenas desistiu. Assim, sem se virar, ele
rapidamente disparou [Schlag] sobre seu ombro na direção da 〈Serpente de
Magma⟩ avançando atrás dele.
A bala que Hajime disparou de [Schlag] era a munição explosiva parecida com
a de Shia. Entretanto, como seria problemático se as balas fossem tão
grandes, seu poder não chegava ao do projétil sólido. É claro que se ele
usasse [Schlagen], então seria possível utilizar todo esse poder destrutivo.
Porém, essa era a primeira vez que as balas eram usadas, de forma parecida
com um experimento, ele só usou os dois revólveres.
A bala de tamanho normal não tinha poder suficiente para destruir a 〈Serpente
de Magma⟩ juntamente com sua [Pedra Mágica], assim sendo, Hajime
precisava de dois tiros para explodir a armadura de magma e atirava com
exatidão na [Pedra Mágica] exposta usando a precisão de [Donner].
Naturalmente, [Schlagen] era capaz de ignorar a armadura de magma e
perfurar a [Pedra Mágica], mas ele tinha poder de penetração demais, o que
não facilitava a tarefa de localizar a [Pedra Mágica], dessa forma, o rifle não
era adequado para mirar nas [Pedras Mágicas].
Agora, outras duas 〈Serpentes de Magma⟩ estavam atacando Hajime, da
direita e da esquerda, mas ele se retirou em alta velocidade
usando ‖Aerodinâmica‖ e ‖Teletransporte‖. Ele girou no meio do ar e
disparou [Schlag] em uma posição invertida.
] BOOOOM! [
— Faltavam seis.
— Faltavam duas.
Olhando com o limite de sua visão, Hajime realizou o ataque final com o
objetivo de conquistar o |Grande Vulcão Guruyuen|.
A luz, que parecia como punição divina lançada dos céus, era a luz que feriu
mortalmente Hajime antes. Não, ela devia ser muito mais forte do que isso. O
ataque, que fez até o ar gritar, esperando pelo momento da batalha quando
Hajime estivesse mais vulnerável... engoliu o garoto juntamente com a
última 〈Serpente de Magma⟩.
Notas
[4] Os projéteis sólidos têm destinação militar, defesa pessoal ou para tiro
esportivo e destacam-se por sua maior capacidade de penetração e alcance.
(Yue): “Ha-Hajimee!!!”
Yue, que desesperadamente pulou para onde Hajime estava, viu ele aparecer
de dentro da luz que desaparecia e flutuar no ar, embora ele estivesse surrado.
Contudo, cruzando seus braços para proteger seu peito e rosto, Hajime
imediatamente perdeu seu equilíbrio e começou a cair na direção do agitado
mar de magma por causa do impacto do raio.
Pensando que Hajime tinha perdido sua consciência, Yue usou magia para
impedir a queda dele. Usando esta oportunidade, ela abraçou Hajime e eles
aterrissaram em um apoio próximo.
Preocupação máxima podia ser vista no rosto de Yue enquanto ela fazia
Hajime beber a [Água Sagrada] que segurava. A condição de Hajime era
muito terrível. Seu braço direito estava tão queimado que até o osso podia ser
visto, enquanto seu braço artificial estava derretido parcialmente. Seu tapa-olho
foi arrebentado e sangue continuava a escorrer da profunda ferida em sua
bochecha. Além disso, seu abdômen estava preto, carbonizado. Mesmo assim,
como prova de seu crescimento, seus órgãos internos não foram danificados.
E nesse momento...
Tio ganhou mais alguns segundos para Yue. ‖Tormenta do Vazio‖ era
uma ‖Magia do Vento‖ defensiva. A parede de ar comprimido recebeu a
chuva mortal. A barreira de vento entortou imensamente no momento do
impacto. Normalmente, o ataque teria sido defletido, mas não havia forma de
fazer isso. Os minirraios caindo um após o outro fizeram o ar guinchar. O
tempo que ela poderia interceptá-los era realmente de apenas poucos
segundos.
] WOOOOOOSSSHHHH!!! [
A enorme pressão que parecia uma cachoeira não aniquilou Hajime e Yue,
mas continuou a atacá-los. A ‖Interrupção Divina‖ de Yue se rachou.
Julgando que a situação pioraria depois de receber mais força do que tinha
imaginado, Yue transformou a barreira que cobria todos os seus arredores em
um escudo que só cobria o que estava acima de sua cabeça no meio de sua
ativação. A força aumentou inversamente a escala que ela cobria.
Esses minirraios teimosamente tinham Hajime como alvo, eles nem mesmo
caíam nos pontos próximos, onde Shia e Tio estavam. Entretanto, Shia e Tio
foram forçadas a ficar onde estavam porque o poder e a densidade da
barragem dos minirraios era muito anormal.
Tio também estava preocupada com Hajime. Ela entendia quão doloroso era
para Shia. Entretanto, elas não poderiam se mover de forma indefesa com a
versão minimizada do ataque que feriu severamente Hajime, e tinha um efeito
de enfraquecer a taxa de recuperação da [Água Sagrada]. Agarrando Shia
pela nuca, Tio desesperadamente evitou as luzes ameaçadoras.
(???): “… uma força que não pode ser ignorada; certamente foi o certo
emboscá-los aqui. Vocês são todos perigosos demais. Especialmente aquele
homem…”
Yue e as garotas olharam para cima, na direção do teto, de onde a voz surgia.
Em seguida, seus olhos se arregalaram com espanto. Quanto ao motivo,
vários 〈Dragões〉, e um 〈Dragão〉 gigante e completamente branco que não
podia ser comparado ao resto do grupo, estavam voando, e havia um homem
com cabelo vermelho, pele escura e orelhas levemente pontudas, um homem
da raça dos ⌊Demônios⌋, nas costas do 〈Dragão Branco〉.
(Yue): “Hajime!”
(Shia): “Hajime-san!”
De alguma forma, Hajime ergueu a metade superior de seu corpo, mas ele
mais uma vez caiu porque seu ferimento era realmente severo. Yue
prontamente o ajudou enquanto Shia e Tio pulavam para um ponto próximo de
onde Hajime estava, preocupadas.
Hajime sorriu para dizer a Yue e as garotas, que estavam o olhando com
apreensão, que ele estava bem, e se levantou sozinho. No entanto, ele não
estava em uma condição onde seria capaz de lutar imediatamente. Isto estava
evidente por sua testa encharcada de suor devido as fortes dores que ele
sentia. Mesmo assim, Hajime moveu seu olhar de Yue e as garotas para o
homem da raça dos ⌊Demônios⌋ no alto, e mostrou seu sorriso destemido.
(Homem): “Eu mudei de ideia. Marque este meu nome em sua carne e ossos.
Meu nome é Freed Baghuar. Um ⟦Apóstolo de Deus⟧ que trará a punição
divina para os hereges”
Depois de gritar isso, Hajime suportou a intensa dor para mirar [Donner] em
Freed e puxou o gatilho. Ele forçou seu braço direito e corpo em agonia devido
ao coice, e usou intenção assassina contra seus inimigos. Além disso, ele
ativou a ‖Velocidade da Luz‖ e pegou as [Brocas de Cruz] para atacar. Ao
mesmo tempo, o ‖Dragão do Trovão‖ de Yue, o ‖Sopro‖ de Tio e as balas
explosivas de Shia o acompanharam.
Contudo, quando vários dos 〈Dragões de Cinzas〉 com três a quatro metros de
comprimento entraram na trajetória dos ataques, inúmeras pilhas de barreiras
negras avermelhadas em forma de triângulo imediatamente apareceram e
receberam todos os ataques do grupo de Hajime.
Contudo, assim que eles superavam a barreira dos 〈Dragões de Cinzas〉, uma
nova barreira imediatamente seria ativada atrás da anterior, assim, seus
ataques não poderiam alcançar Freed. Normalmente, Hajime iria pedir a Yue e
as outras duas para cobri-lo enquanto ele avançava usando ‖Aerodinâmica‖,
mas ele ainda não tinha se recuperado completamente, então seria difícil para
ele derrotar o grupo de 〈Dragões de Cinzas〉. Pensando nisso, Hajime apertou
seus dentes.
Ao mesmo tempo, assim que a última letra do nome da magia foi dita, Freed e
o 〈Dragão Branco〉 desapareceram. Para ser mais preciso, membranas
brancas apareceram e eles pularam dentro delas. O momento que Freed disse
o nome da magia e o aviso de Shia aconteceram ao mesmo tempo, então, o
grupo de Hajime, sem ter tempo para arregalarem seus olhos com o espanto,
viraram suas cabeças para trás.
] BOoOoOoOoOOOM [
Acompanhado por um som estrondoso, [Orkan] foi atingida pelo raio e Hajime
foi lançado para longe. O impacto e dano severos fizeram sua carne gritar, e
Hajime soltou um gemido agonizante de sua boca apertada.
(Yue): “Hajime!”
Querendo ajudar Hajime, que foi atirado para longe pelo raio, Yue e as garotas
imediatamente tentaram atacar o 〈Dragão Branco〉, mas os 〈Dragões de
Cinzas〉 atacaram com um bombardeio como se soubessem o que as garotas
fariam.
Embora não tivesse recebido um golpe direto do raio, o impacto de ser lançado
para longe fez a ferida de Hajime reabrir e sangue jorrar. Hajime estava
desesperadamente segurando [Orkan] com seu braço direito ferido e resistiu
usando ‖Aerodinâmica‖. Então, pensando que iria cair no mar fervendo se
isto continuasse, ele ativou o ‖Superar Limite‖.
Era uma aposta perigosa ativar ‖Superar Limite‖ com um corpo ferido.
Normalmente, ele iria apenas ficar exausto depois de usar a habilidade, mas
com sua condição atual, ele provavelmente ficaria paralisado mais tarde. Ainda
assim, Hajime julgou que usar isso era realmente necessário para superar esta
situação.
(Hajime): “RAaAAA!!”
Rugindo, ele inclinou [Orkan] para desviar o raio à força. Mesmo assim, ele
não poderia desviá-lo completamente, e ele foi atirada para longe enquanto
jorrava sangue devido ao ataque.
(Freed): “Que persistente! Para desviar de um golpe decisivo por tão pouco!”
Contra Freed e o 〈Dragão Branco〉, que resistiam ao ataque feroz das [Brocas
de Cruz], enquanto disparavam os projéteis de luz e se afastavam de Hajime
para ganhar tempo e completar o encantamento, uma voz misteriosa
subitamente ressoou por todo o espaço. Ao mesmo tempo, eles foram
assaltados por um impacto incrível de seu flanco.
A razão para Tio decidir se juntar ao grupo de Hajime em sua jornada era por
ela gostar de Hajime, mas também para observar as pessoas que vieram do
outro mundo, e para descobrir como seria o seu próprio futuro. Assim, ela
queria esconder o fato de ela ser da tribo ⌊Ryujin⌋. Essa também era uma lei
de sua raça, então ela naturalmente seguiria isso. Afinal, não importava quão
forte sua raça fosse, eles não seriam capazes de lutar contra números. Isso era
algo que foi marcado dentro de seu povo pela perseguição de 500 anos atrás.
Entretanto, Hajime, quem ela estava convencida de ser invencível e que não
poderia ser ferido, sofreu ferimentos graves. Assim, quando ela viu o rapaz
impotentemente caindo por causa do raio que vinha do alto, a mente de Tio foi
atacada por uma feroz agitação.
Ela pensou que tinha mal interpretado algo. Hajime era um humano. Se ferido
em um momento de descuido, era possível que ele morresse facilmente. Tio
gradualmente se lembrou disso, e ela, que esqueceu do senso comum devido
à sua vida longa, estava agora claramente consciente de seu sentimento
graças a sua devoção por Hajime. Ele era um objeto de interesse para ela, mas
não como seu Mestre. Ela entendia agora que Hajime era um "homem" que
ela, como mulher, não queria perder.
Dessa forma, ela decidiu usar sua ‖Forma de Dragão‖ na frente dos outros.
Ela não seria capaz de estufar seu peito e chamá-los de companheiros se
estivesse relutante em fazer isto nesta crise. Acima de tudo, o orgulho de Tio
Clarce da raça dos ⌊Ryujin⌋ não a permitiria escolher a lei acima da vida de
sua pessoa importante.
] ROooOOOOooOaaaAAR [
(Freed): “Kuh, para eu encontrar uma sobrevivente da raça dos ⌊Ryujin⌋ aqui...
não há outro jeito. Apesar de ser arriscado, eu vou usar magia para fazer o
espaço…”
(Freed): "Kh!?"
Talvez por ele não ter recebido nenhum relato sobre a raça dos ⌊Ryujin⌋, Freed
estava realmente surpreso. Vendo esta situação, ele cerrou os dentes, pegou
outro pedaço de tecido de seu bolso, e tentou recitar o encantamento
da ‖Magia da Era dos Deuses‖ mais uma vez.
Contudo, ele foi interrompido pelo impacto acompanhado de uma voz atrás
dele.
Era Hajime, que chegou atrás de Freed, sem o conhecimento deste, e
disparou [Donner] em sucessão enquanto sangue escorria de seus ferimentos.
Seis balas foram disparadas com um único som de tiro. Todos as balas, sem
desviar nem mesmo um milímetro, atingiram o mesmo lugar.
(Freed): “Guaah!?”
Pela distância de um fio de cabelo, Freed evitou ser cortado em dois ao cair
para trás. Entretanto, um corte horizontal foi gravado em seu peito. Hajime não
parou seu ataque, rodando usando o impulso do ataque contra Freed, ele
ativou ‖Onda de Choque Mágica‖ da ‖Conversão de Poder Mágico‖ e
chutou o ⌊Demônio⌋.
] BAAAM! [
(Freed): “GAaAHH!!”
Freed mal se defendeu usando seu braço esquerdo, mas ele não pôde defletir
a força, e assim, seu braço esquerdo foi esmagado e seus órgãos danificados.
Freed foi atirada para longe do 〈Dragão Branco〉.
Tio voou para colocar Hajime em suas costas. Hajime, cujo dano foi
aprofundado com o efeito posterior do ‖Superar Limite‖ e deveria ter
desmaiado, de alguma forma, conseguiu ficar de joelhos e seus olhos brilharam
assim que ele encarou Freed no alto.
Pelo que ele viu, até os 〈Dragões de Cinzas〉 que estavam atacando Yue e as
garotas se reuniram ao redor de Freed.
(Yue): “Hajime!”
(Shia): “Hajime-san!”
(Freed): “… que força assustadora. Essas mulheres também não são normais.
Uma integrante da raça dos ⌊Ryujin⌋ que deveria ter sido aniquilada, uma
usuária de magia que não usa encantamento nem formações mágicas, e uma
integrante da tribo dos ⌊Homens-Coelho⌋ com força inesperada e a habilidade
para ver o futuro... elas também são possíveis usuárias da ‖Magia da Era dos
Deuses‖. E para me acuarem agora... eu teria sido derrotado se não tivesse
desferido o primeiro golpe, huh…”
(Hajime): “Por que você está assumindo que este é o fim? Eu ainda posso
lutar”
A expressão de Hajime ficou pavorosa por causa das palavras de Freed. Mas
mesmo com seu corpo surrado, os olhos de Hajime estavam brilhando com
intenção assassina, enquanto ele declarava que a batalha continuaria.
(Freed): “Eu não quero usar este método... mas isto é necessário se eu puder
matar inimigos poderosos como vocês”
Então...
] SPLASH! [
] KABOOM! [
(Hajime): “Uoh!?”
(Yue): “Nnah!?”
(Shia): “Kyaa!?”
(Tio): “Nuoh!?”
Sofrendo com a súbita onda de choque que vinha debaixo, o grupo de Hajime
ficou de quatro e gritou, enquanto desesperadamente tentavam recuperar seus
equilíbrios. O grande tremor estava gradualmente ficando mais e mais intenso,
e podia se dizer que ele chegou a sete na Escala de Richter[3]. Do oceano de
magma, inúmeros pilares de fogo, não, pilares de magma começaram a jorrar.
(Freed): “Isso mesmo. Você não achou que era estranho quando viu o
magma? O |Grande Vulcão Guruyuen| obviamente é um vulcão ativo.
Contudo, não há registros de erupção até hoje. O que eu quero dizer é que
deve existir algo controlando a atividade do reservatório subterrâneo de
magma”
(Hajime): “Tio, escute. Pegue isto e vá sozinha, você tem que escapar pelo
teto para o exterior”
Por um momento, Tio estava piscando, sem entender o que ele disse. Então,
ela percebeu no momento seguinte e levantou uma voz que era uma mistura
de tristeza e fúria. As palavras de Hajime a diziam para ela sobreviver,
descartando ele e as outras duas.
(Tio): “Mestre, esta, esta não é digna de passar seu último momento com ti?
Tu estás descartando esta? Esta…”
(Hajime): “Não é isso Tio. Eu só vou dizer isso uma vez porque não temos
muito tempo sobrando. Eu não estou desistindo. Eu vou obter a ‖Magia da Era
dos Deuses‖ e vou espancar aquele desgraçado algum dia. Aliás, eu vou
cumprir minha promessa de levar a [Pedra Serena]. Entretanto, é impossível
fazer isso sozinho. É por esse motivo que eu quero que você me empreste seu
poder. Se não for você, será impossível atravessar tudo e voltar
para |Ancadi|... por favor, Tio”
Hajime olhou para Tio dragonificada com um olhar sério que ele nunca tinha
usado com ela antes. Com seu orgulho e arrogância, Hajime tinha dito que
seria capaz de fazer qualquer coisa sozinho, mas ele estava confiando nela.
Expressando que ele precisava da cooperação dela para cumprir seus desejos
e para superar todas as dificuldades. Ele disse que precisava do poder de Tio.
Não havia traços dele desistindo, tentado se sacrificar, ou a excluindo.
(Hajime): “Tio, entregue esta mensagem para Kaori e Myuu. 'Nos vemos mais
tarde'. Okay?”
(Tio): “Hmph, uma dor só neste nível, isso é bom! Podem viiiir!”
Sem pensar nas consequências, exceto parte dela que iria ser usada para
manter a ‖Forma de Dragão‖, Tio usou sua magia ao limite e manipulou o
vento. Se lembrando da longa vida que ela teve, essa era uma velocidade que
ela nunca usou antes. Ela literalmente voou, se tornando um vendaval.
Ela passou por uma, duas, três portas, e finalmente chegou na última delas;
uma porta imensa conectada com o lado de fora. Tio estava seguindo em
frente enquanto era cercada pelo vento negro como se fosse uma bola de
canhão. E projéteis de luz atacaram ela do alto.
Com seu |Poder Mágico⟩ esgotado, o raio não tinha a força do início do
confronto. Foi no máximo apenas metade de sua força inicial. Contudo, o dano,
se Tio fosse atingida por ele, ainda superaria o que ela recebeu dos raios
menores. Além disso, a velocidade dela iria cair se ela desviasse ou o
interceptasse. Nesse caso, ela não conseguiria chegar a tempo antes da porta
fechar.
Essas eram coisas que Tio conhecia apenas ao vê-las. As cruzes flutuantes,
armas de alcance total, as [Brocas de Cruz] de Hajime. Elas seguiram atrás
de Tio.
As três [Brocas de Cruz] que apareceram e estavam envolvidas por uma luz
vermelha brilhante, tentaram mudar o ângulo do raio, e o defletiram para o
lado. Apesar de elas serem destruídas uma atrás da outra pela força do
ataque, elas interromperam o raio e protegeram Tio. Além disso, outras
quatro [Brocas de Cruz] voaram ao lado dela, para protegê-la.
Mesmo ele podendo ser derrotado pela torrente de magma, Hajime ainda
estava controlando todas as [Brocas de Cruz] de dentro do vulcão para
proteger Tio. Assim, ela rugiu para o mundo, gritando sobre seu amor. Sendo
especialmente forte, mesmo entre a tribo ⌊Ryujin⌋, Tio nunca foi protegida por
um homem até hoje. Era sempre ela a responsável pela proteção. Foi por esse
motivo que o fato de ela estar sendo protegida durante uma situação
extremamente difícil fez ela explodir de alegria com uma sensação que ela
nunca teve antes.
(Tio): “Guuroarrr!!!”
Com um rugido de 〈Dragão〉, ela passou pela última porta. Se tornando uma
massa de vento negro, Tio voou verticalmente, dançando sob a luz do Sol que
surgia cercado pela gigantesca tempestade de areia.
(Freed): “Para a situação chegar a este ponto… !!! Que monstro! Mas
esse 〈Dragão Negro〉 está coberto de feridas. Eu vou mat... !?!?!?”
Tio, que voava para cima, deixou Freed, no 〈Dragão Branco〉, espantado, mas
ele imediatamente afiou seu olhar e tentou atacar. Contudo, seu plano e suas
palavras foram interrompidas. As quatro [Brocas de Cruz] cercaram Freed e
o 〈Dragão Branco〉 em todas as direções antes que eles percebessem.
Freed fez a 〈Fera Mágica〉 em forma de tartaruga, que ele pegou durante sua
fuga, prontamente erguer uma barreira. Afinal, foi provado que o poder ofensivo
da [Broca de Cruz] não poderia destruir a barreira. E apesar do resultado
poder ser diferente se elas estivessem carregadas com balas explosivas, as
balas sólidas dos ataques de longa distância de Shia eram escassas, e Hajime
deu prioridade para a munição de [Donner] e Schlag, assim, ele não teve
tempo para implementar esses novos projéteis nas [Brocas de Cruz].
Entretanto, as [Brocas de Cruz] possuíam um método de ataque ainda mais
poderoso. Este método fez a expressão tranquila de Freed congelar,
comprovado pela forma como ele foi lançado para longe junto do 〈Dragão
Branco〉 depois de receber um enorme dano.
] KABOOOOOOM! [
Enquanto pensava que era estranho que as [Brocas de Cruz] não atirassem e
abruptamente brilhassem em vermelho, no momento seguinte, elas explodiram.
(Freed): “GAaAAH!!”
Mestre e servo gritaram ao mesmo tempo enquanto eram atirados para longe.
Foi uma grande erupção no |Grande Vulcão Guruyuen| que foi registrado
como nunca ter entrado em erupção na história. De certa forma, esse era um
momento histórico. Depois de alguns minutos, o vulcão mais uma vez foi
cercado pelo véu da tempestade de areia gigante, escondendo sua
excentricidade.
Mesmo assim, o som estrondoso, que parecia ser o grito da terra, junto com a
fumaça preta que jorrava, certamente foi visto pelo povo de |Ancadi|. A
preocupação deles aumentou ainda mais. Esse também foi o sentimento da
garota e da garotinha que estavam esperando pelo retorno de seus importantes
companheiros.
Notas
O magma ao redor ficou mais e mais agitado desde que Tio escapou voando, e
não havia mais nenhum apoio para os pés além da ilha central. A ilha também
seria engolida em menos de cinco minutos.
O domo de magma que eles viram no início, em cima da ilha central, já tinha
desaparecido, e eles podiam ver uma construção da cor do azeviche. Perto da
construção havia um disco flutuando alguns centímetros acima do chão. Devia
ser o objeto normalmente utilizado para ativar o atalho que permitia que o teto
de abrisse, como aconteceu mais cedo.
À primeira vista, parecia ser um prédio alto sem nenhuma porta, mas uma parte
da parede tinha os mesmos brasões dos |Sete Grandes
Calabouços| gravados. De pé diante dessa parte da parede, ela
silenciosamente deslizou e o grupo entrou na construção. O grupo atravessou
a entrada ao mesmo tempo que o magma subiu, engolindo a ilha central. Mais
uma vez, a porta se fechou silenciosamente e impediu o magma de correr para
dentro por muito pouco.
Depois de observarem a porta por um tempo e verem que ela não derreteria e
nem havia magma entrando, o grupo de Hajime suspirou aliviado. Eles
esperavam que a residência estivesse neste local e se prepararam para tal
situação. Assim, o resultado foi uma folga.
(Hajime): “Nós estamos seguros por enquanto... mesmo assim, para este
quarto interceptar até a vibração…”
Logo que ele entrou na sala, Hajime ficou surpreso por não sentir o grande
tremor. Respondendo a seu murmúrio, Yue, que estava a seu lado, apontou
seu dedo. A coisa que ela indicou era uma complexa e requintada formação
mágica. A formação mágica da ‖Magia da Era dos Deuses‖. O grupo
concordou um com o outro e entrou na formação.
(Shia): “Ahh, exatamente como aquele cara que subitamente apareceu atrás
de nós, não é?”
(Hajime): “Eu acabei de me lembrar, Naizu apareceu nas notas de Oscar. Ele
parecia ser realmente uma pessoa taciturna”
Com Shia ajudando Hajime no lado esquerdo, Yue caminhou para a parede
com uma abertura do tamanho de um punho e pegou o pingente lá dentro. Era
parecido com as provas da conquista de outros |Calabouços|, mas o pingente
circular tinha desenhos diferentes. Yue silenciosamente o colocou no pescoço
de Hajime.
(Hajime): “… agora obtivemos ambas a magia e a prova. Em seguida, como
vamos sair daqui?”
(Shia): “Hajime-san deve ter uma ideia, não é? O exterior está provavelmente
repleto de magma, correto?”
(Yue): “… nn?”
(Hajime): “Eu vou explicar isso corretamente, então por favor, não me olhem
assim. Hmm, na verdade, eu preparei um [Submarino] que pode ser usado
logo após sairmos deste lugar. Isso é algo que eu criei porque pensei ser
necessário para as |Ruínas Submersas de Melusine|. Honestamente, eu
estava um pouco preocupado se ele poderia suportar o magma, mas aquele
pequeno barco resistiu bem após ser revestido com ‖Vajra‖, então eu fiz um
teste. E como esperado, parece que vai ficar tudo bem”
"Ma-mas quando foi que você fez isso...", Shia falou com espanto, e espanto
também podia ser visto nos olhos de Yue.
] Bang! [
(Yue): “Nh”
(Shia): “Si-sim!”
E nesse momento...
] DOOORUUUUUUNNNG!!! [
(Hajime): “Guwah!?”
(Yue): “Nnya!?”
Cada um deles teve seu corpo jogado contra as paredes e gritou. Yue
imediatamente ativou a ‖Calamidade Absoluta‖, usando o pequeno e negro
orbe rodopiante para puxá-los, e eles conseguiram escapar da situação
agitada.
(Hajime): “Tch, se isso é uma erupção, então ser atirado para fora é algo
afortunado”
(Hajime): “Ah. Eu instalei uma certa pedra, exatamente como a das [Brocas
de Cruz], para identificar as direções dentro do magma. Eu sei a localização do
atalho no teto graças as [Brocas de Cruz] que saíram do |Calabouço| antes
de se explodirem, porém... esta corrente está se movendo para longe da saída”
A expressão decidida de Hajime fez Yue e Shia apenas relaxarem seus olhares
e calmamente se aproximarem dele.
(Yue): “… eu vou estar ao seu lado até o fim. Eu não tenho nenhuma queixa,
contanto que isso seja realizado”
(Tio): “Ugh… isto é bem ruim... pelo amor de Deus, que ‖Sopro‖ sórdido... não
há outro jeito. Mestre, desculpe por isto”
Escapando usando a força, Tio foi banhada por uma enorme quantidade de
raios cuja toxina acabou agravando seus ferimentos. Assim, julgando que ela
acabaria desmaiando antes de chegar a |Ancadi|, Tio se desculpou com
Hajime por pegar a [Caixa do Tesouro] e mastigar o frasco da poção especial,
a [Água Sagrada], sem permissão.
Posteriormente, ela voou por várias horas e finalmente pôde ver |Ancadi| com
seus olhos. Se ela continuasse voando mais do que isto, as pessoas na torre
de vigia seriam capazes de ver a atual aparência de Tio. Por um momento, Tio
ponderou se devia ou não desfazer sua forma de 〈Dragão〉. Contudo,
pensando que seria absolutamente necessário para ela estar em sua forma
de 〈Dragão〉 enquanto viajava com Hajime, como o homem da raça
dos ⌊Demônios⌋ chamado Freed provavelmente ainda estava vivo, ela decidiu
revelar isso.
Aliás, sua cidade oculta não era algo que poderia ser facilmente encontrado.
Mesmo se isso fosse revelado por acaso, a raça dos ⌊Ryujin⌋ não seria
destruída tão facilmente. Além disso, se isso se tornasse o pesadelo (a
perseguição), exatamente como há quinhentos anos, Hajime com certeza
emprestaria seu poder a Tio se ela pedisse ajuda a ele. Afinal, Hajime era doce
com suas companheiras.
] ZIIIIIIIIIIIIIIIIP! [
Entre os Soldados confusos, uma garota apareceu. Era uma garota cujos
cabelos eram pretos como os de Tio, Kaori. Atrás dela, os Soldados e o filho do
Duque, Viz, estavam a dizendo que era perigoso, mas Kaori os ignorou
completamente e correu ferozmente em direção a Tio, ajoelhada e ofegando.
Escutando o relato da torre de vigia e sabendo que Tio era da raça
dos ⌊Ryujin⌋, Kaori imaginou que Hajime estava voltando e correu com pressa.
(Tio): “Huh, Kaori… ugh, esta está muito bem. Esta só está um pouco
cansada”
A expressão de Kaori mudou quando ela viu o corpo de Tio coberto de feridas,
e ela parecendo muito esgotada. A garota imediatamente se ajoelhou ao lado
da mulher, e rapidamente examinou sua condição. Quando ela descobriu que
havia uma toxina desconhecida no corpo de Tio, ela instantaneamente
começou a ativar a ‖Desintoxicação‖ e ‖Magia de Cura‖ ao mesmo tempo.
Imaginando que de fato não havia nada para se preocupar julgando pela
expressão de Tio, Kaori relaxou e sorriu aliviada. Em seguida, ela olhou ao
redor e sua expressão gradualmente ficou desconfortável.
(Tio): “Se acalme Kaori. Esta vai explicar tudo. Mas primeiro, diga aos
Soldados atrás de ti para se acalmarem e leve esta para um lugar onde
podemos conversar”
(Tio): “Hmm, eles certamente voltarão logo. Afinal, o Mestre não pensa em
desistir. E embora esta não tenha escutado nada devido à falta de tempo, o
Mestre certamente tinha um plano de fuga”
Para Kaori, que estava apertando seus punhos e parecia que iria desabar a
qualquer momento, Tio tranquilamente colocou suas mãos em cima das de
Kaori. Depois disso, ela observou a garota com um olhar intenso.
(Tio): “Mhm. Na verdade, é para Kaori e Myuu... 'Nos vemos mais tarde', foi o
que o Mestre disse”
Kaori imaginou que seria algo como "Eu certamente vou voltar" ou "Não se
preocupem", palavras para tranquilizar Kaori e Myuu. Contudo, as palavras
indiferentes demais, como se ele estivesse dizendo, "Eu estou indo para uma
loja de conveniência agora, então nos vemos mais tarde", deixaram Kaori
aturdida e boquiaberta.
(Kaori): “Un… Hajime vai ficar bem. É por esse motivo que eu devo fazer tudo
que posso aqui”
Mais tarde, elas explicaram a situação a Myuu, que foi confiada a filha do
Duque, Airi (14 anos de idade), no palácio. E apesar de Myuu chorar porque
seu papai Hajime não voltaria, Tio a disse que a filha de Hajime não deveria
chorar tão facilmente, então ela se segurou com bochechas estufadas.
Embora Myuu pertencesse a tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋, sabendo que ela
era a companheira de uma [Apóstola de Deus], Kaori, e depois de cuidarem
dela por um tempo, as pessoas do palácio vieram a conhecer a fofura de Myuu.
Airi, que estava proibida de sair devido a seu ainda enfraquecido estado,
estava especialmente afeiçoada a Myuu.
Mesmo que ainda houvesse a situação sobre Tio ser da raça dos ⌊Ryujin⌋,
Randzi e os outros não criaram um tumulto sobre isso, porque, embora eles
ainda estivessem em dúvida, isso não mudava o fato de que ela era a
benfeitora do |Ducado|, arriscando sua vida para levar a [Pedra Serena].
Então, depois que três dias se passaram desde o retorno de Tio, Kaori fez uma
sugestão a Myuu e Tio.
(Kaori): “Eu acho que não há mais pacientes que precisam de tratamento de
mim agora. Eles só precisam descansar depois disto, então não será um
problema se deixarmos tudo para a equipe do centro médico. Portanto... vamos
procurar o grupo de Hajime-kun”
(Tio): “Hmm, tu estás correta. Esta também pensa que está na hora de
fazermos um movimento”
Myuu alegremente inclinou seu corpo com as palavras de Kaori, enquanto Tio
concordava com uma expressão ansiosa.
(Kaori): “Mas, eu acho que não podemos levar Myuu para o |Grande Vulcão
Guruyuen|”
(Tio): “Tu estás correta. Senão, não haverá sentindo para o Mestre ter confiado
Myuu a este lugar. Além disso, a erupção de antes tornou difícil procurá-los
com segurança”
(Kaori): “Yeah. Eu também acho que sim. Por isso eu pensei em ir
para |Elisen| primeiro, para devolver Myuu-chan para sua mamãe”
(Tio): “Fumu, essa é certamente uma boa ideia… yup. Então, será melhor para
vós montardes nas costas desta. Se for apenas até |Elisen|, esta não precisa
nem mesmo de um dia. Nós chegaremos ao anoitecer se sairmos de manhã”
No dia seguinte, enquanto eram observadas pelo Duque, que parecia querer
impedi-las, e Viz, com seu olhar fervoroso, Kaori e Myuu subiram nas costas de
Tio dragonificada e voaram em direção ao Oeste. Atrás delas, os
agradecimentos e o nome de Kaori ressoaram grandemente entre o povo.
Pensando em sua pessoa querida, que mais uma vez estava desaparecida,
Kaori jurou encontrá-lo de novo, e ela olhou diretamente para frente.
Mais tarde, elas nunca imaginariam que seria tão fácil se reunirem com ele…
Em primeiro lugar, essa sensação não era algo que poderia ser evitado. Afinal,
esse era o meio do oceano.
(Yue): “… nn, quase toda a toxina desapareceu. Parece que não há motivos
para se preocupar”
(Hajime): “Eu não disse que não havia mais nenhum problema?”
(Yue): “… nn. Mas eu não posso evitar ficar preocupada. Nossa atual
localização também é um problema... mas eu estou feliz por Hajime poder
descansar”
Hajime, que estava sorrindo ironicamente, fez Yue franzir o cenho apertando
suas sobrancelhas, incomodada. Os dois se lembraram de como eles foram
engolidos pelo magma no |Grande Vulcão Guruyuen|, arrastados até eles
chegaram onde estavam agora, no vasto oceano. Eles sofreram muitas
adversidades que poderiam ser lamentadas pelo caminho, mas foi algo feliz e
afortunado eles terem sobrevivido. Um tipo delicado de mentalidade.
"Será que nós estamos indo direto para o manto[2] do planeta?". Hajime
começou a se questionar enquanto suava frio. Contudo, sua viagem
subterrânea rumo ao desconhecido finalmente terminou. O grupo de Hajime foi
atacado pelo maior impacto que eles sentiram até então. O imenso impacto
atravessou a defesa de ‖Vajra‖ e danificou o [Submarino]. Junto do impacto,
o [Submarino] foi atirado para longe com enorme força.
Apressadamente reativando ‖Vajra‖ após o intenso impacto, Hajime
questionou o que tinha acontecido e usou a função de câmera remota
da [Pedra de Visão de Longo Alcance] instalada na [Broca de Cruz] para
confirmar seus arredores. Depois disso, o espetáculo que entrou em sua vista
não era o mundo vermelho cheio de magma, mas magma se contorcendo
como uma cobra e fervendo imensamente no "mar" furioso.
Escapando por pouco da morte, o grupo de Hajime estava aliviado por ser
capaz de voltar para a superfície, mas o sofrimento deles continuou.
Depois de ficarem aturdidos por darem voltas e voltas com a erupção, e então
serem jogados para dentro do oceano, o grupo imediatamente recuperou o
controle do [Submarino] e começou a navegar. Ambas as laterais e a
popa[4] estavam gravemente danificadas, mas era possível navegar ao
fornecer |Poder Mágico⟩ ao [Submarino]. Não havia problemas além da taxa
de consumo de combustível ser esmagadoramente pior quando comparada
com o uso da hélice, aletas e popa.
Como ele não seria capaz de resistir a outra erupção, o grupo de Hajime se
apressou para fugir, mas uma sombra gigantesca seguiu o [Submarino] em
forma de orca. Era uma criatura gigante parecida com uma lula. Com seu
comprimento chegando a 30 metros, e com mais de 30 tentáculos se
contorcendo, sua aparência era similar à de um monstro marinho,
o 〈Kraken〉[5].
Embora ele estivesse olhando para longe, Hajime perguntou a Yue, que estava
atualmente sentada em cima dele.
(Yue): “… ela ainda está dormindo. Eu bebi muito... então ela provavelmente
não irá acordar tão cedo”
(Yue): “… nn”
A luz do Sol calorosa e a brisa fizeram Hajime relaxar. Observando Hajime com
olhos semicerrados, Yue…
Antes que ele percebesse isso, Yue exalava uma aura provocante e se movia
lentamente. Ela parecia querer energizá-lo. Mas apesar de ela não dizer qual
parte, quando Hajime viu os olhos desfocados de Yue, ele nem mesmo pensou
em resistir.
(Hajime): “Ng? Você está acordada, eh. Como está sua condição?”
(Shia): “Agindo como se nada tivesse acontecido, mas eu estou feliz com a
preocupação. Minha sonolência foi eliminada graças ao intenso tremor, as
vozes em transe e aqueles sons diferentes. Minha condição física está
excelente pela energia convertida pelo vazio e a solidão. Yeah, 'com isso, eu
também vou ser atacada', ou foi o que eu pensei”
Hajime estava realmente feliz por Shia ter se recuperado, mas como ele não
mostrou nenhum sentimento de culpa, isso fez Shia, "Uuuuu", lamentar com
olhos marejados. A aparência dela fez Hajime pensar que ele a ignorou
demais. Sorrindo sem graça, ele a disse para abrir espaço e se sentou ao lado
dela.
Enquanto os dois consolavam Shia, Hajime forneceu seu |Poder Mágico⟩ para
ligar o [Submarino], avançando para o Leste. De vez em quando, eles seriam
atacados por 〈Feras Mágicas〉, mas elas eram repelidas pela magia de Yue, e
eles avançaram durante um dia inteiro. Avançando debaixo do céu estrelado,
Hajime finalmente avistou a terra quando o Sol da manhã iluminou o mundo.
De acordo com a posição das estrelas que eles viram na última noite, o grupo
estava atualmente localizado ao Norte de |Elisen|. Dessa forma, contanto que
eles seguissem para o lado esquerdo da terra, eles certamente veriam o cais
junto de |Elisen| e o |Grande Deserto Guruyuen|.
Aliviados por verem terra, eles avançaram para o Sul por dois dias.
(Homem A): “Quem é você? Por que você está aqui? E o que é essa coisa em
que você está montado?”
Hajime estava ocupado mastigando o peixe que enchia sua boca ao ponto de
deixar suas bochechas estufadas. Ele não planejava se opor a eles, então
Hajime queria responder rapidamente, mas, infelizmente, o peixe que ele
estava comendo no momento era enorme e difícil de mastigar. Levaria tempo
para ele poder engoli-lo.
Hajime assumiu uma postura séria, mas a forma tão calma com que ele estava
comendo sua refeição, apesar das lanças apontadas para ele enquanto era
cercado, fez com que os homens o vissem como nada além de uma pessoa
insolente.
(Homem A): “Silêncio! Alguém da tribo dos ⌊Homens-Coelho⌋ como você não
deve abrir a boca!”
O ataque do homem da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋ não iria passar pela
defesa de Shia com seu corpo fortalecido; a lança iria apenas cortar
superficialmente a bochecha de Shia, mesmo se ela não desviasse do golpe. O
homem provavelmente queria machucá-la ligeiramente para dar um aviso a
Hajime. Como imaginado, o grupo sentiu que isso estava anormal. Afinal, a
tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋ não era tão feroz.
] BOOOOM!!! [
A agitada água do mar estava brilhante enquanto refletia a luz do Sol. Até os
olhos do peixe morto estavam brilhando um pouco.
Apoiando o peixe meio comido no ombro, Hajime encarou o homem que estava
ao lado do que foi lançado para longe. Não é preciso dizer que, recebendo uma
pressão que ele nunca sentiu antes, o homem da tribo dos ⌊Habitantes do
Mar⌋ usou sua lança enquanto gritava em pânico ao ser encarado por Hajime.
Em toda a vida do homem até esse momento, esse foi um ataque que o
satisfez ao máximo. Com a premonição da morte, ele instintivamente desferiu
um ataque mortal. Entretanto, o ataque mortal perfurou a boca do peixe de olho
branco e foi facilmente detido.
O homem cuja lança foi tomada e jogada para longe estava com as bochechas
contraídas por causa da cena absurda do peixe de olho branco se aproximando
de seu rosto com sua boca aberta e brilhando um pouco em uma luz vermelha
brilhante.
Então...
] BAM!!! [
Ele foi atirado para longe, exatamente como o homem de mais cedo.
(Hajime): “] Mastiga, mastiga… engole… [. Muito bem, eu realmente não quero
lutar contra a tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋. Assim sendo, por que não nos
acalmamos e conversamos aqui? Entretanto, eu não posso ficar em silêncio se
alguém tentar ferir minha companheira... ah, as pessoas que foram lançadas
para longe não morrerão porque eu me segurei, okay?”
Com o peixe flácido, que perdeu seu brilho, em uma das mãos, Hajime propôs
depois de desativar sua ‖Pressão‖. O próprio Hajime não queria mesmo lutar
contra o povo da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋, que eram da mesma tribo que
Myuu. Apesar do outro lado tentar matá-lo, ele realmente nem mesmo os via
como tios da vizinhança (os ignorando totalmente).
Contudo, a tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋ parecia não ter aceito sua proposta.
Foi devido a seu orgulho que parecia ter sido danificado por Hajime, que os
menosprezou expressando, "Vocês não são nem mesmo um desafio", apesar
dos humanos estarem em desvantagem dentro do oceano, e ele lançou seus
companheiros para longe, embora ele dissesse que eles não morreram.
Além disso, graças ao alerta anormal contra a raça humana, eles não poderiam
confiar nas palavras de Hajime. "Não podemos baixar nossa guarda!". Eles
tomaram distância do grupo de Hajime e assumiram uma postura, prontos para
jogarem os pequenos arpões em suas costas.
(Homem C): “Entendo. Não foi o bastante sequestrar aquela garota, huh? É
por isso que você veio aqui de novo, para sequestrar nossas outras crianças?”
(Homem D): “Não daremos tempo para você invocar qualquer magia! O mar é
nosso território, não pense que você pode escapar ileso!”
(Homem E): “Nós vamos fazer você cuspir a localização daquela garota,
mesmo que tenhamos que cortar seus braços e pernas!”
(Homem F): “Não se preocupe. Nós vamos mantê-lo vivo até te entregarmos
ao |Reino|. No entanto, sua segurança não está garantida”
Essa parecia ser uma situação anormal. Ao invés de estarem cautelosos, fortes
ressentimentos podiam ser vistos em seus olhos. Hajime entendia a causa da
agitação deles pelas palavras "sequestrar outras crianças". Essas pessoas
provavelmente o interpretaram errado e o consideraram um dos responsáveis
por sequestrar Myuu. Montado em um transporte desconhecido e levando uma
escrava da tribo dos ⌊Homens-Coelho⌋ enquanto se aventurava ao redor do
território da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋... não seria tão estranho para um
humano como ele ser julgado de forma errônea.
Se fosse um humano normal, ele teria perdido seu equilíbrio e teria sido
perfurado pelos arpões por ser incapaz de assumir uma ação evasiva ou teria
caído dentro do oceano para ser contido pela tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋.
Bem, isso se ele fosse um humano comum.
Ao mesmo tempo que a água do mar literalmente se tornou uma muralha, ela
voltou ao normal. As pessoas da tribo dos ⌊Habitantes do
Mar⌋ testemunharam as bolas de trovão flutuando e soltando faíscas ao redor
de Yue.
Cada uma das bolas de trovão voou em uma direção diferente, sem permitir
que nenhum dos membros da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋ fugisse,
suavemente os eletrocutando. “ABABABABABABABAh”, tal grito foi ouvido
deles. Depois de um tempo, as 21 pessoas da tribo dos ⌊Habitantes do
Mar⌋ estavam flutuando na superfície do mar.
(Hajime): “Por favor, pare Shia. Eu estou um pouco preocupado com isso...
droga. Não deveria haver nenhum problema se Myuu estivesse aqui…”
Yue efetivamente enfraqueceu um de seus trovões, o que fez com que uma
pessoa imediatamente acordar. Essa pessoa guiou o grupo para o cais depois
de eles explicarem a situação a ele.
Depois disso, o grupo o disse que Myuu estava atualmente em |Ancadi| e iria
voltar imediatamente para |Elisen|. O homem pediu que o grupo o permitisse
acompanhá-los até |Ancadi|. Quanto ao motivo, o homem simplesmente não
podia aceitar a história do grupo de Hajime sem nenhuma prova, então ele
queria ir junto até |Ancadi| para ao menos encontrar uma pista sobre Myuu.
Além do jovem homem diante deles, que estava os guiando, as pessoas que
anteriormente estavam vociferando contra Hajime eram aqueles que
conheciam Myuu diretamente. A mãe de Myuu também foi ferida quando a
garota foi sequestrada, assim, essas pessoas ficaram emotivas. E, como ele se
sentiria estranho quando se reunisse com Myuu depois de espancar os
conhecidos dela, Hajime relutantemente aceitou o pedido do jovem homem.
(Shia): “Ah, Hajime-san! Ela está à vista! A cidade! Finalmente, um lugar com
pessoas!”
Shia estava apontando para |Elisen| com olhos brilhantes e falou com Hajime.
Movendo seu olhar, realmente, uma grande cidade flutuando acima do oceano
apareceu em sua visão.
(Soldado A): “Seja obediente. Vamos contê-lo até que possamos esclarecer a
verdade”
Palavras sem qualquer espaço para uma recusa. Hajime ficou ainda mais
irritado, mas ele se controlou porque esta era a cidade natal de Myuu.
(Hajime): “Escute aqui. Nossas companheiras estão nos esperando lá. Porém,
mesmo nós querendo imediatamente seguir para |Ancadi|, não percorremos
todo o caminho até aqui para devolver essas pessoas que nos atacaram
equivocadamente?”
(Soldado A): “Também há esse ponto. Mas, isso não muda o fato de que você
entrou em nossa jurisdição sem permissão. Além disso, vocês atacaram a
corporação de vigilantes que descobriu vocês, não tem jeito de liberarmos
vocês tão facilmente”
(Hajime): “Foram eles que não nos escutaram e nos atacaram devido a sua
agitação. Mesmo assim, você acha que vamos obedientemente deixar você
nos prender? Pare logo com essa besteira”
Para Hajime, este local era a terra natal de Myuu, e ele não queria causar
nenhum problema em |Elisen|, já que ele pensava que ela se tornaria
provavelmente a base do grupo, porque eles certamente levariam algum tempo
para procurar as |Ruínas Submersas de Melusine|[7], cuja localização não
era conhecida. Era verdade que Myuu estava em |Ancadi|, e ele entendia que
a suspeita poderia ser resolvida. Contudo, a hostilidade de Hajime contra a
injustiça deste mundo poderia ser chamada de reflexo condicionado. Assim, ele
não iria facilmente aceitar isso.
Com suas orelhas de coelho se movendo, Shia começou a olhar para o céu.
Hajime não afastou seu olhar do Comandante e perguntou, "O que foi?".
Contudo, antes que Shia pudesse respondê-lo, Hajime também sentiu uma
pequena presença e uma voz.
(???): “!!!”
(Hajime): "Ah? Quê?”
Com braços abertos, a sombra que estava em queda livre com um grande
sorriso era…
(Hajime): “Myuu!?”
Com Myuu em seus braços, Hajime usou ‖Aerodinâmica‖ para saltar e quicou
até alcançar o chão. Internamente, suor frio escorria como uma cachoeira.
(Myuu): “Papai!”
Sem fazer nenhuma ideia do que Hajime estava pensando, Myuu esfregou seu
rosto no peito dele com um sorriso no rosto. Talvez tenha sido Tio quem a
disse que Hajime estava bem embaixo delas.
Assim, apesar de ele não saber se foi acidental, ou quem sabe intencional, ela
caiu na direção de Hajime. Vendo como ela estava sorrindo enquanto caía,
estaria correto afirmar que ela acreditava que Hajime certamente a pegaria.
Mesmo assim, era preciso uma extraordinária coragem para fazer uma queda
livre com um sorriso tão grande. "Contenha-se!". Hajime argumentou com a
garota de quatro anos de idade em sua mente. Hajime estava franzindo o
cenho enquanto ele pensava em repreendê-la. Mas quando eles chegaram no
chão, ele acariciou Myuu.
Notas
[1] Possível referência a Kokou no Hito ("O alpinista"), uma série escrita por
Shinichi Sakamoto e Yoshirō Nabeda e ilustrada por Sakamoto, baseada
na novel de Jirō Nitta. Ela foi orginalmente serializada na Weekly Young
Jump de 2007 a 2012, com os 170 capítulos posteriormente publicados em 17
volumes pela editora Shueisha. O mangá conta a história de um alpinista
solitário e introvertido chamado Mori Buntarō, cuja personalidade é
parcialmente baseada no montanhista Buntarō Katō, que é apresentado a
escalada esportiva depois de ser transferido para uma nova escola no ensino
médio e mais tarde dedica toda sua vida a escalada de montanhas profissional,
mantendo a subida da Face Leste da K2 (segunda maior montanha do mundo
com 8.611 metros) como seu objetivo. O mangá ganhou o Prêmio de
Excelência em 2010 no Japan Media Arts Festival e recebeu o prêmio de
Melhor Mangá Seinen em 2011 no Prix Mangawa Awards.
[5] O Kraken era uma espécie de lula, que ameaçava os navios no folclore
nórdico. Este cefalópode tinha o tamanho de uma ilha e cem tentáculos,
acreditava-se que habitava as águas profundas do Mar da Noruega, que
separa a Islândia das terras Escandinavas, mas poderia migrar por todo o
Atlântico Norte. O Kraken tinha fama de destruir navios. O Kraken às vezes é
confundido com o Cetus da mitologia grega por serem criaturas parecidas.
[6] Referência a Toaru Majutsu no Index, uma série de light novel japonesa
escrita por Kazuma Kamachi e ilustrada por Kiyotaka Haimura. Foi publicada
pela ASCII Media Works de 10 de abril de 2004 a 10 de outubro de 2010, em
22 volumes. A série ganhou duas versões em mangá que começaram a ser
publicadas no Japão em 2007, uma pela ASCII Media Works, e outra na revista
mensal Shōnen Gangan. Em 2008 foi lançado o primeiro anime de 24
episódios baseado na franquia. A história se passa na Cidade Acadêmica,
cidade na qual 80% dos seus cidadãos são estudantes, é tecnologicamente
avançada e está localizada na região oeste de Tóquio, onde os alunos,
chamados de espers, estudam e desenvolvem habilidades especiais cuja fonte
é a mente humana. Touma Kamijou é um estudante da Cidade Acadêmica cuja
habilidade, a Imagine Breaker, possui o poder de anular quaisquer outros
poderes usando sua mão direita, mas esse poder faz com que sua sorte
também seja anulada.
O som de uma garotinha soluçando ressoou por perto do píer que ficou aos
pedaços. Os espectadores e Soldados estavam se aglomerando lá, mas não
havia nenhum clamor, e o local estava estranhamente quieto.
Era porque a garota da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋, que caiu do céu, foi
salva por seu suposto sequestrador, o garoto humano que pulou no céu para
pegá-la, e havia um 〈Dragão Negro〉 com uma garota montada em suas costas
no céu. Contudo, a maior das razões era a forma como o garoto repreendeu a
garota da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋. Bem, na realidade, foi a forma como
a garotinha chamava o garoto que a repreendeu.
(Hajime): “Me prometa que você não fará algo tão perigoso de novo, okay?”
(Myuu): “Papaaaaai!”
Hajime ergueu Myuu com seu braço e esfregou suas costas para acalmá-la, e,
finalmente, as pessoas ao redor recobraram seus sentidos e começaram a
causar uma enorme comoção.
(Hajime): “Eu sinto muito por fazer você se preocupar. Mas como você pode
ver, eu estou cheio de vida aqui. Portanto, por favor, não chore... se Kaori
chorar... eu vou ficar imensamente preocupado”
A pessoa que tentou falar era o Comandante que estava pingando devido a ser
atirado para dentro do mar como consequência do pulo de Hajime. Ele não leu
o clima e tentou questionar Hajime. Entretanto, ele foi nocauteado por Tio (que
desativou sua ‖Forma de Dragão‖ quando aterrissou), que estava correndo na
direção de Hajime, assim, o homem caiu mais uma vez dentro do mar.
Sem se importar com o homem, Tio foi para o lado de Hajime, segurou a
cabeça dele e a pressionou contra seus peitos.
Enquanto isso acontecia, Myuu disse, "Myuu vai abraçar o Papai tambéééém",
e ela se agarrou na nuca de Hajime. Shia, que estava ao lado de Yue, que
estava ao lado de Hajime, começou a abraçar o braço livre dele.
Os olhares ao redor não poderiam alcançar Hajime, pois seu corpo inteiro
estava coberto por uma linda garotinha, lindas garotas e uma linda mulher. Os
olhares ao redor gradualmente mudaram de perplexidade para olhares que
estavam vendo uma cena calorosa. Até o agitado grupo de vigilantes e os
Soldados abaixaram suas armas, aturdidos.
(Comandante): “Vocês aí... não apenas uma vez, mas duas... eu vou prendê-
los por obstruírem o trabalho dos Soldados do |Reino|”
Desde o início, Hajime queria explicar que ele foi confiado pelo Diretor da Filial
da ⟦Guilda⟧ de |Fhuren|, Ilwa, para escoltar Myuu. Contudo, ele estava com
problemas, já que não tinha nada para provar isso, mas agora, ele tinha o item
em mãos.
Com a [Caixa do Tesouro] devolvida por Tio, Hajime pegou sua [Placa de
Status] e o formulário do pedido de Ilwa, então ele os apresentou ao
Comandante.
(Comandante): “… deixe-me ver... um Rank ⟦Ouro⟧!? Além disso, um pedido
direto do Diretor da Filial de |Fhuren|!?”
(Hajime): “É bom que todas as dúvidas tenham sido esclarecidas. Você deve
ter coisas que quer perguntar, mas nós estamos com pressa. Assim, eu não
quero que você pergunte nada porque... eu quero deixar esta criança se
encontrar com sua mãe agora mesmo. Está tudo bem, não está?”
Mais tarde, o Comandante se apresentou como Saluz, então ele partiu para
controlar a multidão ao dispersar os espectadores. Uma pessoa zelosa.
As pessoas que conheciam Myuu pareciam querer chamá-la, mas Hajime usou
seu olhar para detê-los porque muito tempo se passaria até ela retornar para
sua mãe se eles fizessem isso.
(Myuu): “Papai, Papai. Estamos voltando para casa. Mamãe está esperando!
Myuu quer ver a Mamãe”
No caminho para a casa de Myuu, com a garota como guia, Kaori se aproximou
dele e perguntou com uma voz baixa e desconfortável.
(Hajime): “Bem, não parece haver nenhum risco de vida. O ferimento dela
simplesmente é bastante severo, e ele também tem um efeito fisiológico... bom,
não há motivos para se preocupar sobre a última parte com Myuu aqui.
Portanto, por favor, verifique o ferimento dela”
(Remia): “Eu não quero! Vocês não disseram que Myuu voltou!? Então, eu
tenho que ir vê-la! Eu preciso recebê-la!”
Aparentemente, a mulher tentou sair da casa e foi impedida por vários homens
e mulheres. Era provavelmente porque um conhecido contou a mãe de Myuu
sobre o retorno de sua filha.
(Myuu): “Mamãããããããe!!”
Correndo com todas as suas forças e com uma expressão completamente feliz,
Myuu pulou no peito da mulher, sua mãe, Remia, que tentava firmar suas
pernas diante da porta da frente.
Ver as figuras de uma mãe cuidadosamente abraçando com força sua filha,
expressando que ela não queria se separar de novo de sua menina, fez com
que as pessoas ao redor olhassem para a cena calorosamente.
Por muitas, muitas vezes, Remia repetiu, "Eu sinto muito", para Myuu. Era
porque ela perdeu Myuu de vista ou por sua incapacidade de ir procurar por
ela, ou talvez por ambos.
Lágrimas rolaram por Remia se sentir aliviada pela segurança de sua filha e
também pela dor de ser incapaz de protegê-la. Olhando para Remia com olhos
ansiosos, Myuu gentilmente acariciou a cabeça de sua mãe.
(Myuu): “Está tudo bem. Mamãe, Myuu está aqui. Então não há com o que se
preocupar”
(Remia): “Myuu…”
Ela nunca imaginou que seria confortada por sua filha de quatro anos de idade,
então os olhos marejados de Remia inconscientemente se arregalaram e ela
observou Myuu.
Este fato fez Remia involuntariamente mostrar um sorriso sem graça. Com
seus ombros relaxados e suas lágrimas parando, Remia estava olhando para
sua filha com olhos repletos de amor.
Myuu e Remia mais uma vez se abraçaram, mas, subitamente, a garota soltou
um grito.
Era sobre isso que Saluz estava falando, e era isso o que o grupo de Hajime
ouviu do jovem homem no caminho para |Elisen|. O que deixou a tribo
dos ⌊Habitantes do Mar⌋ agitada não foi apenas o fato de Myuu ser
sequestrada, mas também a forma como sua mãe foi seriamente ferida e ficou
impossibilitada de andar.
Embora Myuu dissesse que ela foi sequestrada quando se separou de Remia,
a tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋ não seria capaz de dizer que houve um
sequestro a menos que houvesse uma testemunha. Eles foram capazes de
declarar isso porque parecia que Remia tinha se encontrado com os
sequestradores.
Sua vida foi salva, mas conforme o tempo passou, Remia ainda não podia
sentir suas pernas, assim, ela ficou incapaz de caminhar ou nadar.
Naturalmente, Remia tentou procurar por sua filha, mas ela não poderia devido
a suas pernas. No fim, ela não pôde fazer nada além de contar com o grupo de
vigilantes e o |Reino|.
Remia estava em um estado onde não poderia nem mesmo ficar de pé.
Remia sorriu para tentar fazer com que sua filha não se preocupasse mais do
que isso, então ela tentou dizer a Myuu, "Está tudo bem". Entretanto, mais
rápida do que ela, Myuu pediu ajuda a seu "Papai", a pessoa em que ela mais
confiava neste mundo.
(Remia): "Ara? Arara? Você disse Papai? Myuu, quem é este Papai?”
(??? E): “É mentira, não é? Alguém, por favor, me diga que isso é mentira...
minha Remia-san…”
(??? F): “Papai… Myuu disse Papai!? Esse não sou eu!?”
(??? G): “Eu tenho certeza que é alguém com um nome artístico como
Ku***ngpapa, yup, deve ser isso”
(??? H): “Oi, hora de uma reunião de emergência! Todos os membros do
grupo 'Observando Remia-san e Myuu-chan afetuosamente', se reúnam agora!
Uma tempestade se aproxima!”
No entanto, Hajime pensou que isso era uma bênção. Afinal, Hajime e seu
grupo não seriam capazes de continuar sua jornada a menos que eles
deixassem Myuu com sua mãe. Seria uma despedida assim que o grupo
conquistasse as |Ruínas Submersas de Melusine|. Hajime pensou que Myuu
se aproximou de seu grupo porque ela estava longe de sua casa e foi separada
à força de sua mãe, assim, quando ela voltasse para sua mãe, seu desejo de
ficar ao lado do grupo iria certamente se enfraquecer conforme o tempo
passasse, embora ela pudesse ficar triste no início. As pessoas ao redor
estavam muito preocupadas com Remia e sua filha, então elas certamente
iriam ajudá-las.
O olhar de Myuu estava firmemente mirado para onde Hajime estava, assim,
Remia e os outros notaram o garoto assim que eles seguiram o olhar de Myuu.
Hajime desistiu e caminhou para onde mãe e filha estavam.
(Myuu): “Papai, Mamãe está…”
(Hajime): “Está tudo bem Myuu... eu com certeza vou curá-la. Então por favor,
não fique com esse olhar triste”
(Myuu): “Okay…”
Hajime esfregou o cabelo de Myuu, que estava o olhando com uma expressão
chorosa, então ele moveu seu olhar para Remia. A mulher estava observando
Hajime, perplexa. Enquanto pensava que não havia como evitar que ela ficasse
assim, o garoto decidiu carregá-la para dentro da casa para curá-la, já que sua
aparição fez o tumulto ficar ainda maior.
(Hajime): “Eu sinto muito, mas, me dê licença por um momento, tudo bem?”
Hajime ergueu Remia como se ela fosse uma princesa enquanto parecia que
não estava sentindo nenhum peso dela. Assim, ele carregou a mulher para
dentro da casa guiado por Myuu. Com Hajime carregando a mulher, gritos e
rugidos surgiram atrás deles, o que ele decidiu ignorar. A própria Remia só
poderia piscar ao ser subitamente levantada e carregada pelo rapaz.
(Kaori): “Deixe-me olhá-la... Remia-san, eu vou tocar seu pé. Por favor, diga se
isso doer”
Quando ela pensou que sua filha sequestrada tinha subitamente retornado, um
homem cuja sua filha adorava e chamava de Papai apareceu. Além disso,
lindas garotas desconhecidas e uma bela mulher se reuniram na casa dela. Tal
situação fez as sobrancelhas de Remia se apertarem, preocupada.
Enquanto isso acontecia, o exame de Kaori terminou e ela disse a Remia que
os nervos danificados de suas pernas poderiam ser curados com sua ‖Magia
de Cura‖.
(Kaori): “Contudo, isso vai levar algum tempo. Os nervos danificados estão em
locais delicados, então eu vou precisar de cerca de três dias para garantir que
não haja nenhum efeito colateral. Aliás, eu acho que será melhor que eles
sejam curados pouco a pouco. Apesar de isso ser inconveniente, por favor,
aguente firme até lá, porque eu certamente vou curá-la”
(Remia): “Ara ara, maa maa. Eu pensei que não seria mais capaz de andar...
como eu posso recompensá-la…”
(Kaori): “Fufu, não se preocupe com isso. Afinal, você é a mãe de Myuu-chan”
(Remia): “Umm, pensando nisso, qual é a relação de todos vocês com Myuu...
além disso, umm... por que Myuu chama aquela pessoa de 'Papai'…”
(Remia): “Por favor, ao menos me permitam fazer isto. Felizmente, esta casa é
grande, então há espaço para todos. Por favor, não se contenham e usem esta
casa enquanto vocês estiverem em |Elisen|. Além disso, Myuu ficará feliz com
isto. Não é, Myuu? Você está feliz por Hajime-san e as outras ficarem em
nossa casa, não está?”
(Hajime): “Eu pensei em colocar um pouco de distância assim que ela voltasse
para sua própria mãe…”
(Remia): “Ara ara, ufufu. Não é bom que o Papai se distancie de sua filha,
sabia?”
(Remia): “Eu sei que vocês vão continuar a sua viagem cedo ou tarde.
Contudo, por esse motivo, por favor, continue sendo o 'Papai' dela até que
esse dia chegue. Se você se afastar agora, então isso se tornará um súbito
adeus... não é?”
(Remia): “Ufufu, também está tudo bem para você sempre ser o 'Papai' dela,
sabia? Afinal, eu disse 'com minha vida' antes…”
Dizendo isso, "Ufufu ♡", Remia riu com uma mão em sua bochecha levemente
corada. Um sorriso tão tranquilizador e lindo normalmente iria acalmar qualquer
um... mas uma nevasca se formou ao redor de Hajime.
(Hajime): “Por favor, não brinque com isso... a atmosfera congelou agora…”
(Remia): “Ara ara, que popular. Entretanto, já faz quase cinco anos desde que
eu perdi meu marido... Myuu também quer um papai, não quer?”
A nevasca ficou muito mais intensa. Embora ele não soubesse se Remia
realmente notou a fria atmosfera, sua aura calma fez com que suas palavras
não fosse tomadas nem como piada nem como algo sério. “Você tem bastante
coragem!”, era o que os olhares de Yue e as garotas diziam, o que foi
facilmente repelido por Remia com um sorriso acompanhado de, "Ara ara,
ufufu". Ela poderia ser inesperadamente uma grande pessoa.
Quando chegou a hora de eles partirem, Myuu estava com uma expressão
realmente solitária. Ela puxou com força o cabelo de Hajime, mas ele
conseguiu se separar dela no píer e embarcou no Submarino consertado.
Acenando com as mãos, Myuu gritou com firmeza, "Papai, tenha uma viagem
segura!". Em seguida, com um ar que não poderia ser considerado brincalhão
nem sério, Remia acenou com sua mão e disse, "Tenha uma viagem segura,
Q-U-E-R-I-D-O ♡".
Contudo, o grupo não tinha muito tempo para escutar Miledi naquele momento,
então ela só os disse que a "Lua" devia ser acompanhado pela "prova de
Guruyuen" sem dar a localização detalhada.
Como ela estava tomando banho a bordo há pouco, seu cabelo estava
molhado. Não, não apenas Kaori. Yue, Shia, e Tio subiram para o convés antes
que ele percebesse. Todas tinham tomado banho dentro do [Submarino] do
qual Hajime se orgulhava. Suas bochechas coradas, os cabelos molhados
presos em seus rostos e nucas, deixavam as figuras delas realmente
cativantes. A água do chuveiro estava configurada para cair direto do teto,
assim, não seria um problema se as quatro tomassem banho juntas.
A propósito, o motivo para Hajime estar no convés, olhando para o pôr do Sol,
era devido a possibilidade de ser levado para o chuveiro se ele fosse
descuidado.
Hajime pensou que essa era uma pergunta tola e sacudiu sua cabeça, então
ele respondeu Kaori.
Talvez por ela se sentir solitária com a conversa dos dois, Yue moveu seu
corpo ainda corado na direção de Hajime e se sentou no colo dele. Ela confiou
suas costas do peito dele, embora ela ainda estivesse se sentindo com calor.
Então, ela começou a observar Hajime logo abaixo de seu rosto.
Seus olhos estavam obviamente expressando que ela queria que eles
deixassem ela participar da conversa. Yue estava se sentido solitária, e, ao
mesmo tempo, ela queria ouvir sobre a cidade natal de Hajime. Hajime,
enquanto internamente era nocauteado pela fofura de Yue, beliscou a
bochecha de Kaori, que estava sentada a seu lado, para repreendê-la por
causa da Hanya que tinha aparecido.
Com apenas isso, seu humor ficou melhor, o que fez com que Hajime se
sentisse perturbado. Ele pensou, "Por que ela faria tudo isto para alguém que
não aceitará seus sentimentos...". Embora pensasse nisso, ele não diria isso
em voz alta. Afinal, isso seria grosseria com os sentimentos dela.
As costas dele serviram de apoio para Tio. Ela não pediu nada em particular,
apenas se sentou de costas com as costas dele silenciosamente. Contudo, ele
entendeu que Tio estava relaxada, e ela confiou o peso de seu corpo a ele.
Isso foi um pouco inesperado, já que Hajime estava pensando em jogá-la
dentro do mar se ela fizesse alguma demanda pervertida.
Assim, talvez por ela sentir algo da aura de Hajime, o corpo de Tio estremeceu
e tremeu por um momento enquanto sua respiração ficava irregular…
Pensando que estava na hora, Hajime pegou o pingente que era a prova da
conquista do |Grande Vulcão Guruyuen| do bolso em seu peito. O formato do
pingente era uma mulher segurando uma lanterna e havia um buraco nela, o
que a deixava vazia.
"O que é preciso ser feito com a Lua e o pingente?", era o que ele pensava
enquanto inclinava sua cabeça. Por ora, Hajime tentou segurar o pingente na
direção da Lua. A Lua podia ser vista pelo buraco da lanterna do objeto.
Ele esperou por um tempo, mas não houve mudanças. Hajime, sem entender o
que fazer, suspirou e começou a tentar outro método.
Shia estava admirando a cena e Kaori, com olhos brilhando, concordou com
ela.
(Tio): “Hmm, Mestre. Pode ser que nada funcionaria se não estivéssemos aqui,
não é?”
(Hajime): “Sim. Isso é mesmo como uma história de fantasia, até eu estou
impressionado com isso”
“Guiados pela luz da Lua”, era mesmo algo digno de um romance, o que fez
não apenas Hajime, mas também Yue e o resto do grupo, erguerem vozes de
admiração. A impressão de Shia, exatamente como a de Hajime e Yue, era
mais forte como alguém que se aventurou no |Grande Calabouço Raisen| de
Miledi.
O grupo não sabia por quanto tempo a luz seria liberada da lanterna do
pingente, então o [Submarino] zarpou na mesma hora, guiado pela luz.
O mar à noite era escuro. Ou talvez fosse melhor dizer que tudo era negro. E
mesmo que a superfície do oceano estivesse brilhante devido ao luar, eles
foram guiados para dentro da água, e assim, tudo instantaneamente ficou
escuro. A luz liberada pelo [Submarino] e o pingente eram as únicas coisas
atravessando o mar sombrio.
A luz emitida pelo vidro do cristal dianteiro (feito com um tipo de minério
resistente e transparente) do [Submarino], estava apontado para o fundo do
oceano.
(Hajime): “Entendo... então era por isso que não podíamos encontrá-la, não
importava o quanto procurássemos. Que tolice a minha pensar que seríamos
capazes de encontrar o |Calabouço| apenas com a sorte”
(Kaori): “Yue está certa. Você não acha que foi uma experiência incrível poder
visitar o fundo do mar neste mundo diferente?”
Os ombros de Hajime se encolheram assim que ele entendeu que a busca feita
durante o dia foi em vão, mas parecia que Yue e Kaori gostaram muito disso.
(Tio): "Ummmmm, esta pensou nisto desde que ouviu sobre a ruína no fundo
do mar, mas não seria impossível para pessoas comuns entrarem neste
labirinto sem esta coisa chamada [Submarino]?"
(Kaori): “Também seria impossível se você não puder controlar o ar, a luz, e a
corrente de água ao mesmo tempo, eh”
E nesse momento...
] FwwwOOOOoooooshhhh!! [
(Tio): “Uwoh!?”
(Yue): “Nh!”
(Shia): “Wawah!”
(Kaori): “Kyah!”
O rosto de Shia empalideceu assim que ela se lembrou da vez em que eles
foram arrastados pelo subterrâneo do |Grande Vulcão Guruyuen|, e sacudiu
sua cabeça para se impedir de lembrar disso.
(Hajime): “Nós não nos recuperamos imediatamente? Eu já disse que vai ficar
tudo bem a partir de agora. Mas, acima de tudo, para onde esta corrente está
nos levando…”
Enquanto sorria sem graça para Shia, Hajime observou o exterior através do
cristal dianteiro. A luz da [Pedra de Luz Verde] estava circulando ao redor da
caverna escura, o permitindo imaginar os arredores. Pelo que ele podia ver, o
grupo parecia ter sido arrastado pela correnteza para dentro de uma enorme
caverna redonda.
Quando Hajime murmurou, Yue, que estava sentada ao lado dele, estava
reunindo |Poder Mágico⟩ em sua mão, e falou com o tom de um delinquente,
mas ela ainda parecia fofa.
] BOOoOOoooOOoom!!! [
(Hajime): “Yup, eles têm mais poder do que antes. A melhoria foi um sucesso”
(Shia): “Uwaahhhh, Hajime-san. Agora mesmo, havia algo com olhos de peixe
sendo arrastado para o lado de fora”
Como resultado...
O grupo descobriu vários locais dentro da caverna que estavam gravados com
um longo brasão de cinquenta centímetros de Melusine. A insígnia de Melusine
era um pentagrama com linhas conectadas em cada um dos cinco pontos e o
centro estava marcado com o desenho de uma lua crescente. Era parecido
com os cinco locais nesta caverna anelar.
Através de um exame minucioso, o grupo de Hajime se aproximou do primeiro
brasão que eles encontraram. Como eles estavam expostos a rápida
correnteza, Hajime tomou cuidado no controle do [Submarino].
(Kaori): “Seria desastroso para pessoas que viessem aqui usando magia... se
eles não notassem isto imediatamente, seu |Poder Mágico⟩ seria esgotado”
Assim como Kaori disse, este método estilo RPG seria cruel demais para
pessoas que sobrevivessem apenas com o uso de magia. Poderia ser que o
objetivo era fazê-los atingir seu limite em um sentido diferente do proposto
no |Grande Vulcão Guruyuen|.
Depois disso, mais três brasões em suas próprias localizações foram banhados
com a luz da lanterna e o grupo chegou diante do último emblema. A luz
coletada dentro da lanterna diminuiu quando ela era liberada para iluminar o
brasão, e a luz restante era o suficiente apenas para mais um uso.
(Hajime): “Ohh?”
(Yue): “Nh”
(Shia): “Hyah!?”
(Tio): “Nuoh”
(Kaori): “Hauu!”
(Hajime): “Parece que aqui é o local certo. Ao invés de uma ruína submersa,
isso é uma caverna”
(Hajime): “Yue”
(Yue): “Nn”
Com apenas isso, Yue imediatamente criou uma barreira ao redor deles.
(Kaori): “Kyaa!?”
Olhando para Hajime, de quem ela se separou, Kaori normalmente iria corar,
mas seu rosto não parecia bem. Ela parecia estar um pouco deprimida com a
exposição de seu comportamento vergonhoso quando ela se agarrou em
Hajime.
Além disso, ela mais uma vez ficou chocada com a aptidão de Yue com magia.
Quando ela ainda estava com o grupo de Kouki, Kaori também usava magia
defensiva para auxiliar Suzu. Ela treinou duro, e sua velocidade de ativação
não era inferior à de uma ⌈Mestra de Barreiras⌋ como Suzu. Mesmo assim,
quando comparada com Yue, sua magia defensiva era brincadeira de criança.
(Hajime): “… entendi”
Sua ação fez Kaori se sentir um pouco solitária, mas aliviada ao mesmo tempo.
Então, ela notou Yue, que continuava a bloquear a chuva mortal, a encarando.
Seus olhos pareciam ver através do coração de Kaori, o que fez a garota
colocar força em seus olhos e encarar Yue de volta.
Kaori não permitiria que seus sentimentos fossem ridicularizados como daquela
vez. Afinal, se isso acontecesse, a linda garota diante dela, que recebia o amor
de Hajime, pararia de reconhecê-la como uma ameaça.
Recebendo o poderoso olhar de Kaori, Yue sorriu um pouco e mais uma vez
olhou para cima. Ao mesmo tempo, Tio disparou suas chamas para queimar o
teto. Com isso, o culpado do ataque caiu aos pedaços.
Era uma 〈Fera Mágica〉 parecida com uma craca[2]. Muitas delas estavam
presas no teto, lançando ‖Ruptura‖ do buraco acima. Um espetáculo
convidando a repugnância fisiológica.
Talvez por ela ainda ser uma criatura marinha, ela era fraca contra fogo e foi
imediatamente queimada pela ‖Magia do Fogo‖ de Tio, ‖Chama Espiral‖.
Com sons de água espirrando enquanto eles avançavam pela água do mar,
Hajime começou a reclamar. E assim, Yue, que estava sendo em seus ombros,
perguntou. Yue foi carregada por Hajime porque, com sua altura, ela iria ficar
ensopada mais rápido do que qualquer um.
Hajime devolveu um olhar dizendo que não havia problema enquanto ele
ignorava os olhares de inveja de Kaori e Shia. Assim, ele colocou sua mão na
coxa de Yue, para ela não cair, a ajeitando firmemente em seu lugar. Yue
também envolveu suas mãos ao redor do pescoço de Hajime.
Kaori e Shia estavam enviando mais e mais olhares invejosos, mas elas
estavam agora focando em outro problema; um ataque de 〈Feras Mágicas〉.
Excluindo Kaori, que não sabia muito sobre |Grandes Calabouços|, todos
estavam inclinando suas cabeças, mas suas respostas seriam respondidas
dentro do enorme espaço no final da passagem.
Imediatamente, Tio queimou com perfeição a coisa parecida com geleia. Uma
pequena parte dos peitos de Shia, onde a geleia se prendeu, estava inchada e
vermelha. Parecia que a geleia bloqueando a entrada tinha uma acidez bem
forte.
(Shia): “Bem, eu acho que vai ficar tudo bem porque Yue-san e Tio-san são
imbatíveis... aliás, se eu não apelar um pouco nesta situação, eu vou ser
ofuscada por Kaori-san também…”
(Kaori): “Traga o solo sagrado e a cura para este lugar, ‖Bênção do Céu‖”
Kaori curou o ferimento de Shia enquanto sorria gentilmente. “Ahhhhh, esta era
uma chance para que meus peitos fossem tocados!”, Shia lamentou enquanto
todos a olhavam com frieza.
Enquanto ele estava olhando friamente Shia, Yue o disse isso. Quando Hajime
olhou para ela, ele pôde ver partes da barreira de Yue derretendo.
(Tio): “Mhm, esta considerou isso. Esta sentiu que foi estranho que a chama
anterior perdesse sua força. Parece que ela pode derreter até o |Poder
Mágico⟩ dentro das chamas”
Se o que Tio disse estivesse correto, então essa gelei era capaz de
derreter |Poder Mágico⟩. Era uma capacidade poderosa e perturbadora.
Adequada para 〈Feras Mágicas〉 de um |Grande Calabouço|.
O 〈Clione〉 foi atingido por todos os ataques delas, e seu corpo explodiu e se
espalhou em todas as direções. "Um golpe, uma morte!", Yue e as outras
mostraram expressões satisfeitas, mas Hajime deu um aviso a elas.
(Hajime): “Ainda não! Sua presença ainda está aqui. Kaori, mantenha a
barreira... o que é isto? A presença da 〈Fera Mágica〉 está em todo o lugar…”
Após isso, como se sentisse sua ansiedade, o 〈Clione〉, que estava espalhado
em todas as direções, se regenerou em um instante. Ademais, em sua barriga
estavam as 〈Estrelas-do-Mar〉 e as 〈Cobras do Mar〉 que eles encontraram e
derrotaram. Elas derreteram enquanto soltavam sons crepitantes.
(Tio): “Hmm, parece que as 〈Feras Mágicas〉 que esta pensou serem fracas
eram realmente 〈Feras Mágicas〉 comuns, e elas parecem ser a refeição desta
coisa... Mestre. Não importa se isso continuar se regenerando. Mas, onde está
sua [Pedra Mágica]?”
(Shia): “Agora que Tio-san mencionou, por que eu não posso ver a [Pedra
Mágica], apesar de ela ser transparente?”
Concordando com a suposição de Tio, Shia estava agora olhando para Hajime,
mas o garoto estava com uma expressão preocupada enquanto ele procurava
pela localização da [Pedra Mágica] do enorme 〈Clione〉.
(Yue): “… Hajime?”
Quando Yue o chamou, Hajime coçou sua cabeça e relatou o que ele viu.
(Kaori): “H-Hajime-kun? Para isso não ter um [Pedra Mágica]... então, isso
significa que ela não é uma 〈Fera Mágica〉?”
(Hajime): “Eu não sei. Contudo, se eu fosse dizer, esse corpo de geleia, ele
todo é a [Pedra Mágica]. Meu [Olho Mágico] viu que o corpo inteiro dessa
coisa está tingido com a cor preta avermelhada. Aliás, tomem cuidado, já que
esta sala toda também está pintada da mesma cor. Ou talvez nós já estejamos
dentro do estômago dessa coisa”
] FWOOOOSH!! [
O ataque no corpo real por Yue e as outras duas também estava aumentando
em intensidade, e até o enorme 〈Clione〉 parecia finalmente ter ficado sério,
pois a geleia jorrava de toda a parede com enorme força. Além disso, o nível
da água aumentou antes que o grupo percebesse isso. A princípio, estava ao
redor da altura das coxas, mas agora, ela subiu até a cintura. Quanto a Yue, a
região de seu peito já estava ensopada pela água.
Yue e as outras duas derrotaram o 〈Clione〉 gigante várias vezes, mas a geleia
do ambiente imediatamente se reunia, e o fim da luta não estava à vista.
Era uma situação terrível se eles não descobrissem uma forma de derrotar o
monstro, e eles iriam morrer afogados. Enquanto o poder de luta do grupo
estava sendo reduzido, eles não seriam capazes de manter o cerco
ao 〈Clione〉 gigante. Mesmo que eles invocassem uma ‖Barreira Mágica‖ e
entrassem no [Submarino], ele iria derreter, a menos que eles descobrissem
como derrotar a coisa.
(Yue): “Nh”
(Shia): “Siiiim”
(Tio): “Entendido”
(Kaori): “Okay!”
] Screeechhhh!!! [
Na sequência, ele puxou o gatilho para quebrar o chão.
] KABOooOOOOoommmm!!! [
Atrás dele, sons estrondosos e abafados surgiram. Entretanto, ele foi incapaz
de confirmar se teve sucesso em ganhar algum tempo contra a perseguição
do 〈Clione〉 gigante.
[1] Exocoetidae é uma família de peixes marinhos, conhecidos pelo nome
comum de peixes-voadores, que agrupa cerca de 70 espécies divididas em 7
gêneros. A família tem distribuição natural nas águas quentes das regiões
tropicais e subtropicais de todos os oceanos, tendo maior diversidade no
Pacífico e no Índico. A característica mais surpreendente dos peixes
pertencentes a esta família é o tamanho das suas barbatanas peitorais,
inusitadamente grandes, que permitem que estes peixes decolem da superfície
das águas e percorram em voo planado distâncias superiores a 50 metros.
Na frente de Kaori, que estava tossindo por beber uma grande quantidade de
água do mar, estava Hajime, cuja mão estava ao redor da cintura dela, e uma
praia totalmente branca. Não havia mais nada ao redor dela além disso, mas
ela podia ver ao longe um grande número de árvores de manguezal[1], e a
superfície do mar ondulante no céu. A água do mar era como uma barreira,
impedindo qualquer intruso. Era um espaço vasto.
(Hajime): “Parece que fomos separados... bom, eu dei a todas uma versão
menor da [Caixa do Tesouro], então elas devem ser capazes de se cuidarem
por conta própria”
(Kaori): “… nn”
O lugar em que eles caíram era um espaço gigantesco e esférico com dezenas
de túneis, onde havia a água do mar jorrava com tremenda força. Ou talvez
podia se dizer que eles estavam sendo arrastados para lá; um lugar com uma
correnteza confusa e parecida com a de uma tempestade.
Hajime realmente queria pegar o Submarino e subir nele, mas era impossível
dentro da rápida correnteza. Apertando seus dentes, Hajime pegou um minério
comprimido ultra pesado e tentou usar o peso para superar a corrente
exatamente como Shia.
Nesse momento, por sorte, ele viu Yue sendo arrastada em sua direção, e ela
iria se chocar com Hajime graças a correnteza. Shia e Tio já tinham
desaparecido dentro de um túnel em algum lugar, e suas figuras não podiam
mais ser vistas dentro do espaço.
Hajime tentou alcançar Yue, assim ela não se separaria dele, mas a figura de
Kaori sendo tragada para o lado mais baixo entrou em sua visão. O olhar aflito
de Kaori se encontrou com o de Hajime. Ele anteriormente alcançou Yue diante
dele, mas seu olhar e o de Kaori se encontraram.
Havia duas escolhas.
Se ele pegasse Yue, Kaori seria arrastada sozinha para um túnel. A mesma
coisa aconteceria com Yue se ele alcançasse Kaori. O atual Hajime só poderia
escolher uma delas. Esse momento pareceu durar uma eternidade. Hajime
trocou um olhar com Yue, e ele tomou uma decisão.
Usando o peso do minério comprimido ultra pesado que ele pegou da [Caixa
do Tesouro], Hajime disparou para baixo, e então ele pegou Kaori. Os olhos
de Kaori se arregalaram em surpresa, mas os dois foram imediatamente
expostos a uma correnteza ainda mais forte. Juntos, os dois foram jogados
dentro de um túnel.
Enquanto era arrastado, Hajime ativou ‖Vajra‖ para proteger Kaori em seus
braços, resistindo até quando ele foi jogado contra uma parede de pedra.
Assim, ele foi capaz de ver luz vindo do alto quando a corrente enfraqueceu e
subiu.
(Hajime): “Hah?”
Kaori questionou Hajime, cujas costas estavam viradas para ela. Hajime só
inclinou sua cabeça, pensando, "Que tipo de pergunta foi essa?".
(Hajime): “Bem, Kaori parecia estar morrendo e Yue pode fazer algo sozinha.
Os olhos de Yue também me disseram para salvar Kaori”
(Kaori): “...”
A já deprimida Kaori ficou ainda mais depressiva depois de escutar essa
resposta. Subitamente, uma sombra se esticou sobre a abatida Kaori.
Confusa, Kaori olhou para cima e lá estava o rosto de Hajime muito próximo do
dela. Seus olhos e nariz estavam bem na frente dela. Uma distância que
terminaria em um beijo se ele se aproximasse só mais um pouco. Kaori sentiu
que estava sendo sugada pelos olhos de Hajime, e, de repente, suas
bochechas foram beliscadas.
(Hajime): “Se você tem tempo para ficar deprimida, então é melhor usá-lo e se
mover. Nós estamos dentro de um |Grande Calabouço|, sabia? Até quando
você vai continuar molhada deste jeito? Ou, você está tentando ganhar minha
simpatia?”
(Hajime): “...”
Depois de procurar na selva por perto, Hajime se virou. Kaori concordou com
ele enquanto sorria; um sorriso que escondia seu coração deprimido. Hajime
estreitou ligeiramente seus olhos com o sorriso de Kaori, mas, no fim, ele não
disse nada e começou a caminhar.
Então, Hajime subitamente parou e se virou para Kaori, colocando sua mão na
parte de trás de sua cabeça como se fosse abraça-la.
Era uma aranha. Com tamanho quase tão grande quanto a palma de uma mão,
ela estava se movendo com suas doze pernas com um líquido violeta
escorrendo delas. Algumas pernas cresciam como as de uma aranha normal,
enquanto algumas cresciam de suas costas; uma estrutura expressando que
ela era capaz de se mover usando ambos os lados! Ela parecia repugnante.
(Hajime): “Não baixe sua guarda, okay? Um |Grande Calabouço| é
completamente diferente comparado com a superfície de |Orcus|. Não pense
nisso como o mesmo, ou você irá sofrer”
(Hajime): “...”
A aranha que Hajime capturou não tinha [Pedra Mágica], era apenas uma
aranha venenosa. O fato de que ela quase foi morta pela criatura que nem era
uma 〈Fera Mágica〉, e a forma como Hajime a ajudou, fez com que Kaori
ficasse ainda mais desanimada.
Quando ela ainda estava no grupo de Kouki, ela era uma faz-tudo, contudo, no
grupo de Hajime, ela não era nada útil. Isso deixou Kaori mais e mais em
pânico internamente.
Assim, a garota dedicou ainda mais atenção em direção ao ambiente, o que fez
a conversa entre os dois diminuir, e eles saíram da selva com uma atmosfera
indecifrável entre eles.
(Kaori): “Un. Mas só o maior deles parece ser um navio de passageiros. Ele
tem decorações luxuosas…”
Eles não tinham nenhum canhão, então eles usavam magia de longo alcance
para derrotar os inimigos, o que era um método de combate imaginável pelas
marcas que restavam.
Enquanto eles faziam isso, uma enorme faísca surgiu no céu, gerando altos
sons parecidos com os de fogos de artifício acompanhados por centenas de
navios se movendo simultaneamente. A esquadra no lado do navio em que
Hajime e Kaori estavam também se moveu depois que o fogo de artifício
surgiu.
] GOoOOOOOOOO!! [
] DOoGAaAAAN!! [
] DOBAaAAAA!!! [
(Hajime): “Owh!?”
(Kaori): “Kyaa!”
Até o convés em que Hajime e Kaori estavam foi atingido por projéteis de fogo
e começou a se incendiar grandiosamente. As tripulações dos navios
imediatamente ativaram magia para descongelar a água do mar e apagar o
fogo.
(Hajime): “Quê!?”
Erguendo uma voz surpresa pela enésima vez, Hajime abraçou Kaori a seu
lado e começou a desviar.
Vendo a cena, Hajime estava imaginando o motivo para seu ataque não ser
efetivo e decidiu tentar outro método de ataque. Kaori tentou colocar outra
barreira para bloquear as chamas se aproximando, mas Hajime a impediu e
ativou a ‖Garra do Vento‖ em [Donner]. Na sequência, ele desviou, e, ao
mesmo tempo, ele cortou os projéteis de fogo usando a ‖Garra do Vento‖.
Desta vez, os projéteis não atravessaram e foram cortados em dois.
(Hajime): “Isso não parece ser uma ilusão nem algo real. Ataques físicos não
têm efeito, mas ataques que contém |Poder Mágico⟩ sim. Santo Deus, o que
há com esta situação?”
Depois de pensar um pouco, Hajime disse a confusa Kaori o que ele imaginava
ter acontecido.
(Hajime): “Kaori, isto não é a realidade. Só pense nisto como 'uma ilusão onde
podemos nos mover livremente'. Além disso, você não pode chamar algo que
desapareceu ao ser curado de humano”
(Kaori): “Hajime-kun… un, você tem razão. Eu sinto muito por ficar um pouco
confusa. Mas eu estou bem agora”
Não foi por causa da atmosfera enigmática ao redor dela, mas porque ele
sentiu presenças ameaçadoras. Quando ele olhou ao redor, os Soldados
estavam gritando e atacando os navios próximos, e antes que eles
percebessem, vários homens com olhares sombrios estavam observando
Hajime e Kaori.
Kaori notou o olhar de Hajime e olhou para a direção que ele estava
observando, e os homens imediatamente começaram a atacar os dois.
Ele foi capaz de imaginar que essa era uma guerra entre países pela forma
como as esquadras se portavam, e ele finalmente entendeu a razão para isso.
Essa era uma guerra religiosa. Se ele concentrasse sua audição, poderia ouvir
outros Soldados nos outros navios gritando coisas parecidas. Contudo, eles
estavam gritando o nome de um Deus diferente.
Abraçando Kaori por trás, Hajime apontou e disparou [Donner] sobre seu
ombro. No entanto, o que ele disparou não era uma bala, mas uma massa de
puro |Poder Mágico⟩. Usando ‖Compressão de Poder Mágico‖ e ‖Emissão
de Poder Mágico‖, derivadas da ‖Manipulação de Poder Mágico‖, ele era
capaz de lançar o |Poder Mágico⟩ sem afetar o alvo fisicamente. De certa
forma, era uma técnica infalível para desarmar o alvo, porque humanos, e
até 〈Feras Mágicas⟩, não seriam capazes de se mover se seu |Poder
Mágico⟩ se esgotasse. Este movimento sempre foi mantido guardado porque
ele não usaria um método tão brando contra seus inimigos.
Contudo, este método comedido seria o mais útil nesta situação. A bala
vermelha brilhante disparada por [Donner] momentaneamente cortou o espaço
e perfurou a testa de um dos Soldados enlouquecidos que atacava com seu
alfanje. Sem parar, a bala atingiu o Soldado atrás do anterior, e seus corpos
instantaneamente se dispersaram.
Mesmo que eles fossem inimigos de outros países, por algum motivo, alguns
dos homens estavam mirando os dois estudantes. Além disso, aqueles que
estavam mirando neles não faziam nenhuma distinção entre aliados e inimigos.
Seus números continuavam aumentando sem parar, exatamente como um
caso sério de um vírus contagioso.
(Kaori): "Talvez exista uma saída em um desses navios? Entende, algo como
a Porta Para Qualquer Lugar[6]"
(Hajime): “… pelo que eu posso ver, há pelo menos seiscentos navios aqui... é
impossível procurar um por um. Você não acha que seremos capazes de
encontrar a saída mais rápido se a guerra acabar?”
(Hajime): “Acabar com ela... entendo, hora de matar todo mundo, huh? Kaori
também disse algo extremo eh”
(Hajime): “Yup, deve ser isto. Nada mais vem a minha mente, e eu gosto mais
desta solução”
(Kaori): “O-okay!”
(Kaori): “... pessoas, ergam seus braços pois este é o local para onde a Santa
Mãe está sorrindo, ‖Escritura‖!”
Era uma ‖Magia de Cura‖ com alcance superamplo com o efeito de curar
todos dentro de sua área. O alcance em si dependia da quantidade de |Poder
Mágico⟩ do usuário e de sua competência, mas, no pior caso, seu alcance
efetivo era de 500 metros de raio. Além disso, se o usuário desse o "sinal" de
antemão, seria possível curar alvos específicos. E, normalmente, esta magia
era usada por dezenas de ⌈Magos⌋, e levava muito tempo para ativar o
encantamento, juntamente a sua formação mágica estupidamente gigante. Ser
capaz de ativá-la sozinha em apenas um ou dois minutos era impossível, a
menos que fosse uma personagem trapaceira.
Ao mesmo tempo que a luz da ‖Escritura‖ ativada por Kaori envolvia o campo
de batalha, todos os Soldados dentro da área de efeito tiveram seus corpos
dispersados sem distinção de aliado ou inimigo. Quando a magia acabou, o
corpo de Kaori se inclinou com a exaustão de |Poder Mágico⟩, e ela foi
prontamente auxiliada por Hajime.
(Hajime): “Ohh, uma reprodução em massa de Mary Celeste[7], huh. Você foi
magnífica Kaori. Não, eu deveria dizer 'como esperado de você'?”
Hajime franziu levemente suas sobrancelhas e queria dizer algo quando ele viu
a expressão de Kaori, mas ele deixou isso de lado porque ele tinha que lidar
com os novos inimigos se aproximando. A batalha recomeçou.
Com a ineficiência dos ataques físicos, essa era uma situação onde a enorme
quantidade de Soldados não vacilava contra qualquer tipo de ataque enquanto
eles lutavam no navio. Normalmente, essa seria uma situação difícil, mas havia
os monstros trapaceiros no local.
Enormes frotas dos dois países foram aniquiladas pelos dois humanos em um
intervalo de uma hora.
Logo após os últimos Soldados serem aniquilados, o ambiente mais uma vez
se distorceu. Eles notaram que tinham voltado para o cemitério de navios de
antes.
Se perguntando se a aniquilação realmente era a resposta correta, Kaori
imediatamente suspirou de alívio, correu para uma pedra próxima e vomitou.
Contudo, ela não vomitou nada, já que o jantar que ela comeu já tinha sido
digerido, e assim, ela sentiu dor por tentar vomitar.
Com lágrimas se acumulando no canto de seus olhos, Kaori usou uma mão
para dizer a Hajime, "Não venha", para detê-lo.
Entretanto, Hajime ainda se aproximou dela e esfregou suas costas. Kaori não
queria mostrar uma cena tão patética a ele, mas ela se sentiu confortável com
os sentimentos gentis e calorosos transmitidos de suas costas. Sua náusea e
espírito gradualmente se recuperaram.
(Kaori): “Desculpe…”
Kaori, que franziu suas sobrancelhas e se desculpou pelo problema, fez com
que Hajime semicerrasse seus olhos.
(Kaori): “… un. Diga Hajime-kun. O que foi aquela ilusão? Ela está relacionada
com esses destroços marítimos?”
(Kaori): “Conceito?”
O que fez Kaori se sentir doente era a loucura dos Soldados. O comportamento
e discurso deles era exatamente como o dos chamados "fanáticos", enquanto
ela também não podia se impedir de sentir repulsa com a matança.
Vendo Kaori cobrindo sua boca por não poder resistir a isso, Hajime se sentou
a seu lado e segurou a mão da garota. Ele não poderia deixar Kaori, que
estava enojada pela loucura, sozinha. Ela ficou um pouco surpresa, olhou para
Hajime, relaxou e apertou a mão dele.
(Hajime): “Não ligue para isso. Eu entendo... a dor de ser exposto a loucura.
Eu senti isso quando caí no Abismo…”
(Hajime): “Yeah, foi graças a ela. Se eu não tivesse conhecido ela dentro do
Abismo... eu me pergunto como eu teria terminado”
Hajime olhou para longe com afeição e nostalgia. Ele certamente estava se
lembrando do momento em que encontrou Yue. Vendo sua expressão, Kaori
sentiu seu peito apertar.
A risada de Kaori fez Hajime apertar seus olhos de novo. O sorriso de Kaori
não era o usual sorriso caloroso e positivo porque ele também mostrava
autoculpa e autodepreciação.
As repentinas palavras de Hajime fizeram Kaori ficar com uma "?" acima de
sua cabeça. Contudo, o sorriso dela imediatamente se desfez e sua expressão
congelou com as palavras seguintes de Hajime.
(Hajime): “… escute Kaori. Por que você nos seguiu até aqui?”
(Kaori): “… é que... eu sou apenas um fardo no fim das contas?”
A abatida Kaori fez Hajime suspirar, e ele não respondeu à pergunta dela.
(Hajime): “No entanto, eu não tenho intenção de negar isso. Eu tenho certeza
que Kaori tem coisas que só ela pode ver, e é isso o que atiçou seu coração.
Assim, não faz sentido que eu negue a decisão que você tomou. Eu já te dei
minha resposta, 'ainda assim', eu acho que é algo bom que você me favoreça.
Até Shia não se sente desencorajada. Ou melhor, ela recentemente me deixou
seriamente preocupado com a possibilidade de ela me atacar enquanto eu
durmo”
(Kaori): “...”
(Hajime): “Não importava quão mal eu tratava ela, como eu tratava Yue como
especial, e ela nunca estava nem irritada e nem chorava, mas ela parecia feliz
com isso. Ela não poderia se comparar a Yue em uso de magia porque ela não
tem aptidão, e mesmo que ela tenha sido derrotada no duelo contra Yue, ela
não parou de seguir em frente. Ela não se acobardou, mesmo quando ela foi
atacada por seu próprio complexo de inferioridade”
(Kaori): “Eu-eu, algo como complexo de inferioridade…”
(Hajime): “Você não notou isso? Você esteve se desculpando desde que
chegamos aqui. Até a forma como você sorri está completamente diferente do
habitual”
(Kaori): “Eh?”
(Hajime): “Escute Kaori. Não continue olhando para baixo. Erga seu rosto e
olhe em meus olhos”
Escutando isso, Kaori finalmente notou que ela esteve olhando para baixo por
um tempo. Antes, ela fazia questão de olhar nos olhos da outra pessoa quando
falava... assim, quando Kaori enfrentou o olhar de Hajime, ela percebeu.
(Hajime): “Escute aqui, eu não vou dizer isso uma segunda vez. Eu amo Yue.
Mesmo que eu pense nas outras como 'importantes', isso não muda o fato de
que apenas Yue é 'especial'. Então, se você sofre com isso, se você sente que
é inferior comparada a Yue... Kaori, você deve se separar de mim”
(Kaori): “Kh…”
As palavras incisivas fizeram Kaori olhar para baixo de novo. Hajime continuou
falando, mesmo tendo visto a reação dela.
(Hajime): “Por favor, pense cuidadosamente sobre isso mais uma vez. Por que
você veio conosco, e se você deve ficar ao meu lado de agora em diante...
Kaori não é Shia. A Shia também gosta de Yue. Dependendo de sua resposta,
eu vou te mandar de volta para sua melhor amiga (Yaegashi)”
(Kaori): “Eu-eu…”
Kaori queria dizer algo enquanto ela observava a mão se separando da dela,
mas as palavras não sairiam.
Notas
[6] A Porta Para Qualquer Lugar (Dokodemo Door em japonês) é uma das
ferramentas mais populares e frequentemente usadas na série Doraemon. Sua
função primária é transportar o usuário para qualquer lugar que ele desejar ao
atravessá-la.
[9] Hajime está se referindo a conversa que teve com Kaori no capítulo 4, antes
dos alunos entrarem no Calabouço Orcus pela primeira vez.
Capítulo 94: Mais uma vez, eu me lembro
Com não menos do que 300 metros de comprimento, tão grande quanto um
prédio de dez andares, ele só era parcialmente visível do chão. Ao longo de
seu casco, decorações magníficas estavam colocadas. Apesar de estarem
apodrecendo, elas ainda passavam uma impressão forte que te faziam querer
admira-las. Nos navios de madeira, Hajime, que também era especialista em
fazer as mesmas decorações, estava relutantemente impressionado com a
extensão dos detalhes delas, e não podia fazer nada além de admirar o tempo
e esforço que os artesãos depositaram nessa criação.
(Hajime): “De novo? Kaori fique alerta. Algo está prestes a acontecer”
Hajime sentiu que a resposta descontraída de Kaori não era adequada para
alguém ainda no meio da exploração de um |Grande Calabouço|. Ficou claro
que a tensão de Kaori tinha caído drasticamente. Mesmo que ela ainda
estivesse sorrindo, Hajime podia dizer que era diferente do seu sorriso usual.
Ele tinha certeza que ela não estava fazendo de propósito, mas sua nova
atitude distraída não era boa para a atual situação deles. Ela devia ao menos
ficar atenta até a exploração das |Ruínas Submersas Merujiine|[1] ser
concluída, Hajime pensou enquanto coçava sua bochecha.
Hajime fez uma rápida análise do ambiente alterado, desta vez, parecia que
eles estavam em cima de um luxuoso cruzeiro zarpando para o mar.
Assim, justo quando eles decidiram descansar um pouco, a porta atrás deles
se abriu e vários marinheiros conversando saíram. Ao invés de arriscar perder
esta chance enquanto descansavam, eles decidiram se misturar com os
marinheiros e escutar suas conversas.
Ao escutar as histórias dos marujos, eles descobriram que esta festa marítima,
aparentemente, estava sendo feita para celebrar o fim da guerra. A guerra que
continuou por tantos anos, ao invés de acabar com invasão e aniquilação, foi
resolvida com a assinatura de um tratado de paz. Os marinheiros pareciam
felizes, e se eles olhassem com atenção, os dois seriam capazes de ver que
não havia apenas humanos no deque, mas também ⌊Demônios⌋ e ⌊Demi-
Humanos⌋. Sem distinção entre raças, todos estavam livremente conversando
entre si.
(Kaori): “Certamente, essa foi uma grande conquista para todas essas
pessoas por se esforçarem tanto pelo fim da guerra. Embora eu não tenha
certeza de quantos anos se passaram desde o fim da guerra, com toda
certeza, nem todos os sentimentos negativos se apagaram, mesmo assim, eles
ainda foram capazes de rir abertamente…”
(Hajime): “As pessoas ali embaixo certamente devem ser parecidas com
aquelas que deram o seu melhor para encerrar a guerra. Todos são diferentes,
ver isto não significa necessariamente que todos sejam capazes de rir juntos
tão cedo”
(Kaori): “É verdade…”
Havia outro homem que parecia ser um auxiliar de pé, perto do homem idoso,
mas, por algum motivo, ele estava vestindo um capaz e tentando se misturar
com o plano de fundo. Dada a ocasião, Hajime pensou que a aparência dele
era um pouco grosseira... contudo, não parecia que mais ninguém estava
preocupado com o homem encapuzado.
(??? A): “Cavalheiros, aqueles que desejaram por paz, as valentes almas que
participaram da guerra arriscando suas vidas, são os mensageiros da paz.
Hoje, neste lugar, eu realmente sinto que é um grande fortúnio para todos nós
sermos capazes de nos reunirmos aqui. Foi uma guerra que começou há muito
tempo, até para a minha geração, ainda assim, nós fomos capazes de nos
aliarmos pela paz depois de trazer um fim para a guerra. Ver tal sonho se
tornando realidade... meu coração ainda palpita”
Parecia que o homem velho era o Rei dos humanos. Entre os humanos,
mesmo nos estágios iniciais da guerra, parecia haver um movimento nos
bastidores em busca da paz. As pessoas agora acenavam para mostrar seu
respeito.
Finalmente, parecia que o discurso tinha acabado. O Rei ainda parecia estar
animado depois de seu discurso, o clima no convés também estava bastante
agitado. Entretanto, Hajime foi assolado por um mau pressentimento. Algo
parecia errado, ele viu a expressão do Rei um pouco antes de todos.
(Rei): “Sim, foi genuinamente tolo. Ver ambas as feras e os hereges falando
sobre o futuro e bebendo juntos, que ridículo. Vocês entendem cavalheiros? É
isso mesmo, eu estou falando de vocês”
(??? B): “O que diabos você está dizendo Aleist!? Droga, qual o problema em
dize-... gaah!?”
Com a súbita mudança do Rei Aleist, um dos ⌊Demônios⌋ que estava agitado
se levantou e parou diante dele. Então, assim que ele tentou questionar o Rei
Aleist… o resultado repentino foi uma espada aparecendo de seu peito.
O homem da raça dos ⌊Demônios⌋ que foi esfaqueado, olhou por sobre seu
ombro para ver as expressões assustadas dos humanos. Ao olhar para os
rostos deles, você poderia dizer que eles estavam realmente surpresos. Com
uma expressão final de descrença, o homem da raça dos ⌊Demônios⌋ caiu.
Gritos surgiram e o convés inteiro entrou em um alvoroço. “Sua Majestade!”,
gritaram vários homens e mulheres enquanto corriam em direção ao corpo
caído do homem da raça dos ⌊Demônios⌋.
(Kaori): “Ugh”
(Hajime): “Kaori…”
Kaori cobriu sua boca com uma das mãos para conter a náusea enquanto ela
se inclinava na balaustrada[3]. A cena foi tão macabra que não foi estranho
que Hajime estendesse sua mão e oferecesse seu apoio a Kaori.
Parecia que o Rei Aleist se sentia um caçador enquanto ele se juntava a seus
subordinados na perseguição dos poucos que fugiram para dentro do navio.
O homem encapuzado seguiu o Rei para dentro do navio. Pouco antes de ele
entrar, ele se virou e olhou para trás, para o convés. Nesse instante, um tufo de
cabelo prateado escapou da borda de seu capuz e brilhou forte com a luz da
Lua. Seus olhos escondidos se encontraram, e, por um momento, Hajime
pensou que eles estavam sendo vistos.
(Hajime): “Eu acho que este cemitério de navios é o ponto final. Embora não
possamos explorar o mar além da barreira... se você pensar normalmente
sobre isso, as pessoas que quisessem prosseguir para as profundezas do mar
precisariam usar o navio. Quem sabe testemunhar essa cena fosse o propósito
da visão. Queimar o horripilante trabalho dos Deuses em sua memória, assim
você se sentiria obrigado a explorar este navio como resultado. É uma ideia
bastante sórdida, especialmente para as pessoas deste mundo”
O povo deste mundo, embora poucos pudessem chegar até esse local, tinham
fé nos Deuses. Mostrar a eles um resultado tão horripilante de sua fé...
certamente iria ser uma tortura para um espírito gentil, e o ponto vital explorado
neste |Calabouço| era o poder da magia que afetava profundamente o estado
mental da pessoa. Nesse sentido, era o contrário do visto no |Grande
Calabouço Raisen|. Foi apenas por Hajime vir de outro mundo que o resultado
de sua pressão mental foi muito baixo.
Hajime e Kaori olharam para o deque com uma expressão indicando relutância
ao se lembrarem do massacre sinistro que aconteceu ali. Entretanto, no caso
de Hajime, seu rosto parecia mais como se ele estivesse se lembrando de uma
falta dura em uma partida de futebol.
(Hajime): “Foi isso o que pareceu... contudo, não foi um pouco estranho?
Quando ele subiu no palco, as pessoas olharam para ele com olhos cheios de
amor e respeito... se você realmente odiasse ⌊Demônios⌋ e ⌊Demi-Humanos⌋,
você seria mesmo capaz de receber um respeito tão profundo?”
(Hajime): “Bem, sem dúvidas, eles estavam lutando por seus Deuses, eles
estavam gritando alto o suficiente. Eles transmitiram um sentimento quase de
loucura”
(Garota): "Ketaketaketaketaketaketaketaa!"
Sua risada bizarra ecoou pelo corredor. Olhos brilhantes, exatamente como os
das lendas urbanas, os encararam por entre suas franjas, enquanto Hajime
atirava na figura que se aproximava.
(Kaori): “NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!!”
(Garota): “Kegya!!”
Em um momento, a garota estava nos pés de Hajime. Então, com seu grito
bizarro, ela saltou diretamente para o rosto de Hajime.
Hajime suspirou e então deu uma tapa na cabeça de Kaori, que ainda tremia e
se agarrava a ele. Kaori olhou para Hajime, uma expressão de medo ainda em
seu rosto. Lágrimas estavam visíveis em seus olhos enquanto sua boca soltava
um pequeno guincho, qualquer um poderia ver que ela ainda estava
aterrorizada.
(Hajime): “Hey, Kaori, você não gosta desse tipo de coisa macabra?”
(Hajime): “Você não ficaria bem se pensasse nelas apenas como aparições?”
Desde mais cedo, ela estava preocupada com o que dizer a Hajime, ela
parecia mais reservada do que o habitual, mas agora, um forte desejo residia
em seus olhos. Ela absolutamente não se permitiria se separar dele! Era um
tipo de desespero, enquanto simultaneamente, era uma expressão de seu
amor por ele.
Hajime desferiu outro de seus chutes no homem sem cabeça e preparou sua
arma para dar sequência ao ataque, mas não houve necessidade. O homem
sem cabeça já estava morto com o chute.
Desde que Kaori era pequena, ela sempre considerava Shizuku como sua
cavaleira e protetora sempre que entrava em casas assombradas ou tinha que
lidar com Kouki e os garotos. Entretanto, esses sentimentos nunca cruzaram a
fronteira e se tornaram um yuri.
Isso foi até pouco tempo atrás, quando Kaori, enquanto ainda chorava e
flertava, se separou dele e começou a repelir os horrores usando sua ‖Magia
de Cura‖. Vendo a súbita mudança de atitude, Hajime queria retorquir, "Para
onde a garotinha assustada e perdida de mais cedo foi?", enquanto a
observava. Conforme eles avançavam, Kaori começou a ficar mais instável
novamente, mas, juntos, eles eventualmente chegaram no porão[4] do navio.
(Kaori): “Pii!?”
Kaori soltou uma voz estranha com o som inesperado e Hajime começou a se
preocupar se ela ainda estava com a importante conversa em sua mente sobre
o que fazer depois de terminarem este |Calabouço|. Não foi a primeira vez que
este pensamento cruzou sua mente.
(Kaori): “Ha-Ha-Ha-Ha-Ha-Hajime-kun!?”
(Hajime): “Você está começando a soar como uma estrangeira animada. Não
se preocupe, só lide com isso como sempre. Você vai ficar bem se apenas
esmagar a todos com sua magia”
(Hajime): “Chegar tão longe apenas para encontrar uma armadilha? É tão
repulsivo! Isso é típico desses malditos ⟦Libertadores⟧!”
Hajime foi pego de surpresa por um momento, entretanto, como elas eram
apenas armas primitivas, Kaori foi capaz de bloqueá-las com sua magia
defensiva. Pouco depois, a névoa à frente deles começou a girar violentamente
e uma feroz tempestade assaltou Hajime e Kaori.
(Kaori): “Kya!?”
Kaori foi atirada para longe, dentro da tempestade, sua imagem gritando
desapareceu dentro da neblina. Hajime ficou com uma cara azeda enquanto
tentava encontrá-la usando suas habilidades de detecção. Infelizmente, parecia
que a névoa tinha uma função que inabilitava esse tipo de habilidades, de
forma parecida com o interior do |Mar de Árvores Haltina|, assim, ele
rapidamente perdeu a localização dela.
Com uma cara irritada, Hajime chamou Kaori, mas ao invés da garota,
um ⌈Cavaleiro⌋ carregando uma espada longa apareceu de dentro da neblina
na frente dele. Usando uma técnica incomum, ele investiu ferozmente e atacou
Hajime com sua espada.
Hajime estava preocupado por ele não poder ouvir a resposta de Kaori.
Enquanto praguejava, ele expandiu as balas mágicas vermelhas ao redor de
seu corpo como se fosse um satélite. Ao mesmo tempo, ele ativou
a ‖Velocidade da Luz‖ e rapidamente limpou seus arredores.
Kaori se repreendeu, ela não podia se deixar ser vista se acobardando assim, e
forçou seu corpo a se levantar. Assim que se levantou de novo, ela sentiu uma
mão em seu ombro. Hajime frequentemente a encorajaria ao esfregar o ombro
dela. Vencida pela felicidade, Kaori se viu se virando com alegria.
(Kaori): “Hajime-ku-”
Contudo, assim que ela se virou, Kaori notou que algo estava errado com a
mão em seu ombro. Para ser mais preciso, ela parecia fina e fria demais. Kaori
sentiu arrepios em sua espinha assim que sua intuição a avisou que o que
estava atrás dela não era Hajime.
Se não era Hajime, então quem era? Continuando a se virar, agora como uma
máquina enferrujada, Kaori viu. Olhos, nariz, boca... e então ainda mais
buracos. Era o rosto de uma mulher tingido de escuridão tão negra quanto o
abismo.
(Kaori): “Fuwaaaah”
O espírito de Kaori foi destruído em um instante, e seus instintos defensivos a
deixaram inconsciente.
Nos dois minutos que Kaori precisou para se levantar e depois desmaiar,
Hajime já tinha destruído 50 guerreiros fantasmas. Esta era apenas a
estimativa aproximada dele ao matar um dos guerreiros a cada dois ou três
segundos.
Justo quando ele estava começando a pensar que tinha se livrado de todos
eles, um enorme homem empunhando uma espada grande saiu da névoa,
disparando em linha reta contra ele e desferindo um golpe que carregava uma
enorme força.
Hajime respondeu ativando ‖Vajra‖, parando o golpe com seu braço mecânico
e pulando com seus joelhos na espada, a tirando das mãos de seu oponente e
a prendendo contra o chão. Assim, com um movimento rápido, ele ergueu seu
revólver e disparou uma bala mágica contra a cabeça do enorme homem.
Assim que ela disse isto, Kaori jogou seus braços ao redor do pescoço de
Hajime e o abraçou. Em uma distância tão pequena, eles estavam
praticamente tocando seus narizes, Kaori localizou a boca de Hajime com seus
olhos e começou a se aproximar cada vez mais…
] Gotsu [
(Kaori): “Qu-quê?”
“O quê? É claro que eu matarei meus inimigos, não importa a aparência deles”,
e sem um momento de hesitação, ele puxou o gatilho.
] Karankara [
Houve o som de uma faca atingindo o chão, ela caiu da mão de Kaori quando
ela foi alvejada. Ela pretendia esfaqueá-lo nas costas enquanto se abraçava
com ele. Com passos firmes, Hajime se aproximou da caída Kaori.
Se levantando de novo, Kaori começou a falar com Hajime com uma voz
apavorada e trêmula.
(Hajime): “Não se atreva a falar com a voz de Kaori! Não degrade o corpo dela
ao se mover com ele! Você achou que eu não veria a verdade? Você não é
nada além de um pedaço de lixo possuindo o corpo dela”
O [Olho Mágico] de Hajime já tinha revelado a ele que havia uma mulher
fantasma possuindo Kaori.
Com a verdade claramente exposta, Kaori, que até um momento atrás estava
acobardando-se no chão, instantaneamente mudou sua expressão e deu uma
gargalhada zombeteira.
(Espírito): “Nyahahaha, mesmo que você saiba a verdade, isso não importa.
Você não pode fazer nada... o corpo desta garota já é meu!"
Enquanto ela dizia isto, a Kaori possuída se ergueu e empurrou Hajime para o
chão, acabando montada em cima dele.
(Espírito): “Espere, o que você está fazendo? Esta é sua mulher! Você planeja
machucá-la!?”
(Hajime): “Cale a boca! Você está me deixando com dor de cabeça. Eu não te
falei para não se mover? Eu não vou machucar Kaori, as balas mágicas vão
passar diretamente pelo corpo dela, a única que irá sofrer é você”
Com essas palavras, Hajime inclinou sua cabeça pensando. Apesar de existir
uma boa chance de não ser um blefe, não havia como verificar se isso era
verdade.
] Zupaaaan! Zupan! [
(Espírito): “Você está louco!? Você não se importa com o que aconteça com
esta mulher!?”
(Hajime): “Calada sua pilha de lixo! Se eu não atacar, o corpo de Kaori vai
continuar possuído. Contudo, contanto que você não seja morta, a alma dela
não será afetada, não é? Até que você sinta vontade de abandonar o corpo
dela, tudo vai ficar bem se eu apenas te torturar sem te matar”
A mulher fantasmagórica ficou sem palavras ao ouvir isso. Quando ela olhou
nos olhos de Hajime, ela foi atingida pela intenção assassina que residia lá.
(Hajime): “Eu vou fazer você se arrepender de pensar que poderia tocar no
que é 'importante' para mim. Mesmo que você seja uma inimiga, eu não te
matarei, eu não te deixarei experimentar o alívio da morte. Eu vou garantir que
você não possa escapar do corpo de Kaori mesmo se você quiser. Eu vou te
forçar a sofrer até ficar louca com a dor”
Magia vermelha fluiu do corpo de Hajime, seus cabelos brancos foram pegos
pelos turbilhões de vento e lentamente começaram a balançar com a energia.
Não havia raiva, sede de sangue ou insanidade em seus olhos, eles eram
como pedras de gelo.
Hajime estava furioso, mais do que já esteve antes. Ele não ficaria satisfeito
apenas ao matar sua inimiga desta vez, ela teria que passar por uma crueldade
digna das profundezas do inferno.
A fantasma possuindo Kaori era densa demais para perceber que comprou
uma briga com alguém que ela nunca deveria ter perturbado. Só agora, quando
ela sentiu seu olhar preso nos olhos de Hajime, ela finalmente percebeu o que
despertou: um monstro, um que você normalmente rezaria para nunca
encontrar.
Com o cano de [Donner] mais uma vez pressionado contra sua testa, a mulher
fantasma sinceramente implorou para ser libertada. Mesmo que tudo o que ela
conseguisse fosse permissão para desaparecer um segundo mais cedo,
quando ela imaginou o que este monstro provavelmente faria com ela, até um
segundo parecia uma bênção.
Ela era apenas um fantasma comum. Apesar de ela parecer ter uma essência
persistente maior do que qualquer outra aparição que eles encontraram, em
face desta atmosfera, isso não significava nada. A fúria fria que Hajime
transmitia era simplesmente aterrorizante demais.
Os rostos deles estavam muito próximos, e com Hajime deitado embaixo dela,
o olhar dele estava repleto de uma mistura de alívio e preocupação enquanto
focava seus olhos intensamente nas pupilas dela, isso seria o bastante para
deixar qualquer um comovido.
O corpo todo de Hajime ficou rígido pela surpresa por um momento. Com o
objetivo de se certificar que Kaori estava livre, Hajime usou quase toda a sua
concentração examinando ela. Com sua mente tão distraída, naturalmente, não
foi possível para ele desviar do beijo.
(Kaori): “Un. Por que eu segui você? Por que eu quero continuar seguindo
você? Esta é minha resposta para as perguntas de Hajime”
Quando ela disse isto, Kaori sorriu para Hajime. Era o sorriso que ele sempre a
via exibindo, caloroso como um raio de luz do Sol. Desde que eles chegaram
neste |Calabouço|, ele estava ofuscado e coberto por uma risada forçada, mas
agora, ele brilhava mais uma vez.
Com a cena deste Hajime, uma tristeza insuportável surgiu no peito dela, mas,
ao mesmo tempo, ela sentiu a paixão febril de quando se confessou a ele.
Ela queria fazê-las reconhecer que, mesmo que suas capacidades estivessem
longe de Yue e as outras, seus sentimentos não eram menores.
(Kaori): “Eu gosto de Hajime-kun, não, eu te amo. É por isso que, a partir
daqui, eu quero que nossos futuros estejam interligados”
(Hajime): “… entendo. Se Kaori está bem com isto, então eu não direi mais
nada”
(Hajime): “O que você está dizendo depois de tanto tempo? Desde nossa
época na escola até agora neste mundo, você sempre foi uma terrível
causadora de problemas”
(Kaori): “Uu, eu me lembro, tudo o que eu queria fazer era falar com você…
un, foi realmente constrangedor quando eu percebi mais tarde que eu fui até o
seu quarto vestida daquela forma”
Enquanto Kaori estava cobrindo seu rosto corando com ambas as mãos,
Hajime se levantou e ofereceu a ela sua mão. Assim, com uma risada, ele
esfregou o ombro de Kaori gentilmente, e começou a caminhar em direção ao
círculo mágico que começou a brilhar dentro do depósito assim que a névoa se
dissipou.
Contudo, ele foi impedido por Kaori, segurando com força a manga de sua
roupa. Se ele olhasse atentamente, poderia ver que ela ainda estava um pouco
fraca. Aparentemente, a possessão tinha entorpecido os sentidos de seu corpo.
Agora que seu corpo foi libertado, com sorte, não levaria muito tempo para ela
voltar a seu estado normal.
Hajime sugeriu isto, mas parecia que Kaori tinha uma ideia própria e, com um
sorriso, ela pulou nas costas de Hajime.
Kaori se moveu perto o bastante para que ele pudesse ouvir sua respiração em
seu ouvido. Os lábios dela, próximos o bastante para quase tocar seu lóbulo da
orelha, se abriram gentilmente e um som suave reverberou dentro de seus
ouvidos.
(Kaori): “Hajime-kun… eu quero te perguntar algo sobre o que aconteceu mais
cedo”
(Kaori): “Sim. Por que você ficou tão nervoso durante aquela luta?”
Notas
[2] Gênesis é o primeiro livro tanto da Bíblia Hebraica como da Bíblia Cristã,
antecede o Livro do Êxodo. Narra a visão desde a criação do mundo na
perspectiva hebraica, genealogias dos patriarcas bíblicos, até à fixação deste
povo no Egito através da história de José. A tradição judaico-cristã atribui a
autoria do texto a Moisés, enquanto a crítica literária moderna prefere
descreve-lo como um compilado de texto de diversas mãos.
Uma luz fraca brilhou na superfície do oceano, e isso fez das ondas um teto.
Nesse espaço, uma construção que era parecida com um templo existia no
centro, e era sustentada por quatro enormes colunas. Não havia paredes entre
as colunas. Uma formação mágica delicada e complexa estava desenhada no
local que parecia ser um altar no meio do templo. Entretanto, do templo, cujos
arredores estavam cheios com a água do mar, o caminho que flutuava na
superfície da água do oceano se estendia em quatro direções, e no fim havia
um círculo. E uma formação mágica também estava desenhada na base desse
círculo.
(Kaori): “Sabe Hajime-kun. Este lugar foi bem difícil. O início é uma caverna
submersa afinal, e como normalmente você não possuiria algo como
um [Submarino], você iria continuamente consumir muito |Poder Mágico⟩ até
que completasse os desafios, e, se feito de forma insuficiente, você iria se
afogar. Aquela coisa em forma de clione era quase um inimigo invencível, e
como ataques físicos são ineficazes contra as coisas que pareciam fantasmas,
você irá de novo confiar em seu |Poder Mágico⟩. Graças a isso, atravessar
todo esse caminho não pode ser feito sem enfrentar um enorme exército. Esse
é um nível de dificuldade ridiculamente alto”
(Hajime): “Yeah, eu acho que podemos dizer isso considerando o que você
citou”
(Kaori): “Sem mencionar que, para as pessoas deste mundo, onde a devoção
parece ser forte... mostrar tamanha loucura…”
O ponto de Kaori era, em resumo, que Hajime era forte demais. Ao dizer tudo
isso, certamente, Hajime concordava que o |Grande Vulcão
Guryuuen| também poderia ser facilmente e perfeitamente completado se não
fosse pelo ataque de Freed no final.
Para a pergunta de Hajime, embora cada uma delas mostrasse uma aparência
energética, elas enviaram olhares de preocupação a Kaori, que estava sendo
carregada nas costas de Hajime. A resposta de Kaori a respeito disso foi…
(Kaori): “Obrigado por se preocuparem. Mas, eu estou bem. Porque metade
disso sou eu sendo apenas mimada”
(Kaori): “Ehehe, na realidade, desde o início não havia nenhum problema para
eu caminhar... eu sinto muito?”
Para Kaori, que ria como um se fosse uma diabinha, Hajime a desceu
enquanto mostrava uma expressão impressionada. E então, eles se juntaram
com Yue e as outras e encararam o templo.
(Tio): “E? O que aconteceu? Hey, diga logo Mestre. Parece que algo
aconteceu com Kaori? Hey, hey, o que aconteceu? Diga sem esconder nad...
hebuu!?”
(Tio): “Im-impacto depois de tanto tempoooo, haa, haa, nn, Mestre, não está
tudo bem punir esta mais? Dar um chute não seria melhor?”
Na atmosfera que era esperada, ignorando Tio, que disse tais coisas satisfeita,
Hajime e as outras seguiram para o interior do altar. Atrás dele, “Mais uma vez,
está tudo bem fazer mais uma vez! Por favor, acerte estaaaa”, as palavras
repugnantes que foram ditas foram ignoradas por todos com todas as suas
forças.
Yue perguntou a mesma coisa que Tio. Entretanto, seu olhar não estava em
Hajime, ele estava focado em Kaori. Kaori, sorrindo meigamente de bom humor
enquanto enfrentava o olhar de Yue, jogou uma bomba verbal mais uma vez.
(Yue): “… hou”
(Shia): “Eh!? Isso é verdade!? De quem partiu!? Quem tomou a iniciativa!? Não
pode ser, foi Hajime-san!?”
(Kaori): “Foi de mim. Hajime-kun estava nervoso por minha causa... eu roubei
um beijo porque não consegui me segurar”
(Shia): “Waa, foi o mesmo comigo! Eu também roubei um porque não consegui
me segurar. Nós somos companheiras! Kaori-san!”
(Kaori): “Ufufu, isso mesmo Shia. Da próxima vez, devemos roubar um beijo
duplo?”
(Yue): “… eu pensei que você iria fugir com seu rabo entre as pernas”
Yue mirou um olhar escrutinador para Kaori. Yue notou que a garota estava
atormentando seu coração enquanto sentia um complexo de inferioridade.
Dessa forma, esta se tornou a primeira vez que Kaori desafiava um |Grande
Calabouço|, possivelmente, ela pensou se a aluna iria fugir para casa ao
fracassar. Logicamente, ela não tinha intenção de confortar o outro lado, que
proclamou uma declaração de guerra a ela. Se Kaori recuasse aqui, era como
se ela estivesse declarando sua derrota, considerando a extensão da situação.
(Kaori): “… isso mesmo. Hajime-kun também me disse que fazer isso antes
seria melhor. Porém, as várias diferenças entre ue... eu vou mostrar agora”
(Kaori): “Certamente, você pode dizer isso. Ou talvez eu deva dizer, apesar de
vir com todas vocês tentando ser provocadora desde o início, vendo a
diferença, eu certamente deixei isso de lado. Eu te mostrei um lado
vergonhoso”
(Kaori): “Isso, foi isso o que Hajime-kun disse antes. … eu, eu realmente tenho
uma disposição para causar problemas?”
(Kaori): “Bem, mesmo que seja como Yue disse... como eu sou ao menos
'importante' para Hajime-kun, eu decidi mirar em ser 'especial' dando o meu
melhor. Não importa o que digam, entendeu?”
(Yue): “… entendo. Nesse caso, eu vou aceitar seu desafio da mesma forma
que antes”
(Kaori): “Sim! Ah, mesmo assim, eu não odeio Yue, sabia? Uma rival ou algo
desse tipo, algo que eu desejava um pouco”
(Kaori): “Isso mesmo, amigas. No Japão, há algo como uma pessoa que
representa 'amigo' se escrevendo a palavra 'rival'. Nesse caso, não estaria tudo
bem se referir a uma 'amiga' ao escrever 'rival do amor'?”
(Kaori): “Isso. Ufufu, portanto, por favor, tome conta de mim também?”
(Yue): “… nn”
Havia uma enorme arquitetura que parecia ser o castelo real no interior da
capital, e Yue e as outras, que avançaram enquanto destruíam os exércitos,
ouviram o discurso dos líderes do castelo sendo invadido.
Até para Yue e as outras, que viram essa cena, o choque foi bem intenso,
como era de se esperar. Como a formação mágica as obrigou a se lembrarem
dessas memórias, elas ficaram com rostos pálidos. Especialmente Shia, ela
parecia que iria vomitar a qualquer momento.
Finalmente, com o fim da confirmação das memórias, todos pareciam ter sido
reconhecidos como pessoas que conquistaram o |Calabouço| com sucesso. A
nova ‖Magia da Era dos Deuses‖ foi gravada dentro das mentes de Hajime e
as outras.
(Hajime): “Esta magia estava aqui? Nós não acabamos de cruzar o continente
para obtê-la? Malditos ⟦Libertadores⟧”
(Meiru): “… por favor, não se apegue aos Deuses. Não confie neles. Não use
os presentes que eles concederem. Lute para que você possa ser
independente. Decida por vontade própria e avance com seus próprios pés.
Qualquer problema difícil, a resposta sempre estará dentro de cada um. Ela só
está dentro de você. Não seja iludido pelas palavras doces desses Deuses que
só querem enganá-lo. Com o livre-arbítrio, com absoluta certeza, haverá
felicidade. Para você, eu estou rezando que uma chuva de felicidade caia”
(Yue): “… nn”
E então, logo após isso, uma parte do teto se abriu como aconteceu com o
atalho do |Grande Vulcão Guryuuen|, e a água do oceano derramou-se com
violenta força. Hajime e as garotas, fluindo para dentro do poço, foram
lançados para as regiões mais acima com a intensa força, como se estivessem
sendo empurrados por uma fonte de água vindo de baixo.
Quem sabe, embora esse pudesse ser o atalho das |Ruínas Submersas
Merujiine|, diferente da Meiru Merujiine com a atmosfera de uma onee-
san gentil, esse era um caminho absurdamente violento. Além disso, era quase
como uma coação. Inesperadamente, ela poderia ter sido uma pessoa
extrema.
] Zubaaaaaaaa!!! [
Um tentáculo semitransparente passou diante dos olhos dele com uma força
tremenda, e o [Submarino] saiu voando.
[Hajime]: ("Yue")
No olhar que Hajime mirou à frente, apesar de ele supostamente ter uma
aparência parecida com a de uma fada, fazendo tudo derreter, era a criatura
brutal que se regenerava infinitamente, o 〈Clione〉 gigante. Enquanto apertava
ser dentes ao ver a coisa que apareceu, especialmente depois que a captura
do |Calabouço| foi concluída, Hajime chamou Yue invocando a ‖Telepatia‖.
[Hajime]: ("Todas, mirem no mar. Nós vamos ser torturados até a morte
debaixo da água. Eu vou nos conseguir um pouco de tempo!)"
O número de torpedos que poderia ser disparado de uma única vez era doze.
Se você pensasse sobre isso normalmente, seria poder destrutivo mais do que
suficiente. Contudo, Hajime, julgando que a situação gradualmente pioraria se
ele não fizesse uma certa escolha agora, não afrouxou sua mão e disparou
todos os torpedos que estavam carregados no [Submarino] consecutivamente.
O fazendo navegar como se fizesse o casco deslizar, ele fez um círculo com o
enorme 〈Clione〉 como centro. Enquanto executava movimentos impossíveis
para um navio comum, o número de torpedos que eram disparados
sucessivamente chegou a 48.
[Yue]: ("… Hajime. Não há muito para manter a barreira! Eu não posso reforçá-
la porque não há água dentro da barriga do monstro!")
Além disso, Hajime e as outras notaram, quando eles estavam emergindo, que
uma enorme quantidade de geleia semitransparente estava se expandindo e os
cobrindo de cima. Julgando pela velocidade de recuperação anormal
do 〈Clione〉 gigante, não era possível superá-lo sem muito esforço.
Yue fechou seus olhos para se concentrar e não se moveu. Kaori e Shia a
seguraram para que ela não fosse arrastada pela correnteza. O ‖Transcender
Fronteiras‖ que Yue estava tentando usar era uma das ‖Magias
Espaciais‖ que eles adquiriram no |Grande Vulcão Guryuuen|. Criando um
buraco entre dois pontos, o espaço entre eles era conectado. Em resumo, essa
era uma magia que criava um portal dimensional. Mesmo assim, como fazia
pouco tempo desde que ela aprendeu isso, para Yue a utilizar, seria preciso
todo esse tempo.
Os tentáculos que atacavam foram destruídos por Tio com um ataque rápido
da versão reduzida de seu ‖Sopro‖. Porém, como o consumo de |Poder
Mágico⟩ do ‖Sopro‖ era intenso, e como o poder e alcance caíam
consideravelmente debaixo da água, era difícil atingir os tentáculos devido a
linha reta do ataque e o baixo poder de destruição. O monstro iria alcança-los
em mais alguns segundos.
Hajime e as garotas, que passaram pelo portal, foram atingidos pela terrível
sensação de flutuar. Era porque o movimento feito antes os levou para o céu.
Para se separar do mar, mesmo que só um pouco, Yue estabilizou a saída a
cem metros de altura.
(Yue): “… haa, haa, nn. Eu fiz o meu melhor. Mas ainda não é possível usar
em combate”
Como Yue disse, a manipulação da ‖Magia Espacial‖ era tão difícil que não
poderia nem ser comparada com a ‖Magia da Gravidade‖, e, na visão de Yue,
ela ainda não estava em um nível em que poderia ser usada em um combate.
Muito tempo era consumido para construir a imagem da formação mágica,
mesmo com a ‖Composição por Imaginação‖, e a eficiência do |Poder
Mágico⟩ ainda era muito ruim, mesmo sendo uma transição espacial de
apenas cem metros, ela consumiu tanto |Poder Mágico⟩ que chegava a duas
vezes o consumo de uma magia de alto nível.
No entanto, como Yue era habilidosa, ela foi capaz de realizar isso e coloca-la
em uso em um curto período, e a fuga deles se tornou possível. Admiração era
enviada por Kaori e as outras, e, até certo ponto, Yue corou envergonhada.
Embora todos tenham relaxado com essa situação, no momento seguinte, suas
expressões congelaram.
] Doogoooooooo!!! [
] Zabaaaaaaaa!!! [
Junto de um som estrondoso, subitamente, um enorme tsunami surgiu atrás de
Hajime e as garotas para arrastá-los para baixo. Não, chamá-la de enorme
seria presunçoso. Ela já era um muro que chegava aos céus. O tsunami, que
parecia facilmente ultrapassar quinhentos metros de altura, apareceu para
atacá-los enquanto erguia cristas de ondas no distante céu onde Tio voava a
cem metros do nível do mar. E o diâmetro parecia ser de cerca de um
quilômetro.
[Tio]: ("Entendido!")
Tio se recuperou com o grito de Hajime, acelerando de uma vez enquanto batia
suas asas. Não havia como escapar. A ‖Magia Espacial‖ demoraria demais.
Se fosse assim, não havia nada a pensar além de seguir para o outro lado. Ela
voou com uma velocidade que rivalizava com a vez em que escapou
do |Grande Vulcão Guryuuen|.
Kaori produziu uma corda de luz que conectou todos para se prepararem
quando fossem engolidos, enquanto ao mesmo tempo, ela expandia sua magia
defensiva de alto nível com Yue. Shia deu um aviso no instante seguinte
enquanto ela arregalava seus olhos e se concentrava em algo.
Ela parecia relatar a cena que viu com sua magia característica, ‖Suposição
do Futuro‖, uma derivação de sua ‖Premonição‖. Tio, sem nem mesmo
confirmar as palavras de Shia, girou seu corpo instantaneamente. Em seguida,
incontáveis tentáculos surgiram de dentro do tsunami e perfuraram o espaço
onde Tio estava até um momento atrás.
Ela foi capaz de desviar deles com sucesso. Contudo, a distância com o
tsunami diminuiu por essa razão. Os tentáculos ainda continuaram a atacar,
mas Hajime os interceptou e os queimou até virarem cinzas com o [Lança-
Chamas]…
Hajime, que estava nas costas de Tio, cobriu Yue, Shia e Kaori como se
estivesse as abraçando, e então, logo depois disso, o enorme tsunami, que
poderia ser chamado de desastre natural, os engoliu.
Como havia o ‖Sábio do Além‖ usado tanto por Yue quanto por Kaori, e
embora eles não tenham recebido o impacto do tsunami diretamente, mesmo
assim, eles foram violentamente atingidos pela feroz torrente e voltaram para
dentro do mar.
(Hajime): “Ele realmente não vai deixar sua presa escapar, vai?”
(Kaori): “Nã-não pode ser... ele não morre, derrete qualquer coisa e manipula
até o mar... o que devemos fazer?”
(Shia): “… Hajime-san. Você pode me dar um beijo sério? Eu quero fazer isso
com Hajime-san pelo menos no final”
(Tio): “… fuu, Mestre. Esta também, esta deseja um beijo no fim”
Kaori ficou com uma expressão sombria com o desespero, e Shia implorou a
Hajime com um sorriso como se estivesse constrangida. Tio fez o mesmo.
Entretanto, as garotas que viraram seus olhares para Hajime sacudiram seus
corpos com um "Biku". O motivo eram os olhos de Hajime brilhando com
chamas. O brilho em seus olhos era feroz, carregando intenção assassina que
chegava a um nível de insanidade, e ele estava encarando o 〈Clione〉 que se
tornava maior enquanto mostrava seus dentes.
Hajime não faria algo como desistir. Não havia nem mesmo uma minúscula
evidência de tal pensamento. O que estava em sua cabeça era: o que eles
deviam fazer para matar o inimigo diante de seus olhos e como eles poderiam
sobreviver, era apenas isso. Confrontado por um inimigo formidável de um
nível impossível, se isso fosse o bastante para fazê-lo desistir, Hajime não
poderia estar agora neste local. Ele certamente teria perecido no Abismo muito
tempo atrás.
Com os olhos de Hajime que brilhavam, Kaori, Shia e Tio, embora paralisadas
enquanto o encaravam com expressões que ressaltavam o fato de que seus
corações tinham sido roubados, recuperaram suas consciências porque
o 〈Clione〉 gigante começou seu ataque quando finalmente chegou a trinta
metros.
Em pânico, Kaori formou o ‖Sábio do Além‖ mais uma vez. Shia buscou
possibilidades de vitória com a ‖Suposição do Futuro‖. Tio disparou
seu ‖Sopro‖. Nos olhos das garotas, não havia nenhum indício de elas
estarem desistindo. Elas eram mulheres corajosas, caso contrário não estariam
ao lado de Hajime.
Yue também, apesar de ela ainda não ter pensado em um plano para escapar,
no momento, ela estava agindo tanto ofensiva quanto defensivamente em
nome da sobrevivência.
Correto, na última vez, Tio e Yue usaram ‖Magia do Fogo‖ com grande
ímpeto. Daquela vez, os tentáculos viraram cinzas e não poderiam mais ser
usados para ele se regenerar.
Aliás, a coisa parecia ser capaz de criar a geleia por conta própria, julgando
pelo que ele viu até agora. No entanto, se o monstro fosse aniquilado de uma
vez, ele precisaria de tempo para repor a geleia. Portanto, como na última vez
ele teve que repor uma enorme quantidade de seu corpo danificado, ele
priorizou sua regeneração ao invés da perseguição, e Hajime e as garotas
foram capazes de fugir por esse motivo.
Nesse caso, a situação era a mesma. Estaria tudo bem se eles pudessem
aniquila-lo mais rápido do que a criação ou regeneração da geleia
semitransparente que formava o 〈Clione〉. Entretanto, este lugar era o oceano.
Podia se dizer que ‖Magia do Fogo‖ não poderia ser usada de forma muito
efetiva. Apesar do ‖Sopro‖ de Tio possuir uma grande temperatura, isso não
parecia o bastante para destruir o monstro. Não havia outro método. Não havia
nenhuma arma disponível que poderia destruí-lo. Nesse caso…
(Hajime): “Yeah. Para usar fogo dentro do mar não há outra escolha além
disto. Devemos derrota-lo se tudo correr bem”
(Hajime): “Contudo, vai levar tempo. Todas, eu vou deixar isso com vocês”
Para Hajime, que disse isso enquanto mostrava um sorriso destemido, Kaori,
Shia e Tio imediatamente concordaram com suas cabeças veementemente, e
elas confrontaram o enorme 〈Clione〉 enquanto aumentavam suas
concentrações.
Hajime relutantemente decidiu atirar, mesmo que fosse apenas uma forma de
tentar sobreviver.
Porém, nesse momento, não foi nem Yue, Shia, Tio ou Kaori, mas a voz de um
refinado velhote que respondeu ao grito de Hajime com ‖Telepatia‖.
[???]: ("Yo, Menino Ha. Isso não parece perigoso? Occhan[2] vai ajudar")
Nesse intervalo, o peixe com rosto humano nadou nas imediações da barreira
do ‖Sábio do Além‖. Com a abrupta situação, Yue e as outras foram
completamente incapazes de entender o que estava acontecendo. Vendo a
figura de Leeman, Yue e Tio começaram a se questionar, Shia arregalou seus
olhos surpresa dizendo, "O daquela vez!", e, finalmente, Kaori estava gritando
com um “Hii!?”.
Hajime moveu a mão que ele parou com a súbita aparição de Leeman, e voltou
a se concentrar na criação da arma com pressa.
Por que Leeman estava no local? Shia, que foi escolhida à força como a
representante porque ela parecia ser uma conhecida dele, fez essa pergunta.
[Shia]: ("U-um, Lee-san? Está tudo bem? Uh, o que diabos está
acontecendo?")
(Hajime): “Você não vai desviar deles? Então, eu vou te fazer engoli-los até
ficar cheio”
O 〈Clione〉 gigante, por ter ficado sério e pensado em acabar com Hajime e as
outras ao usar seu potencial de batalha com o volume máximo de geleia
semitransparente que ele conseguiu reunir dos arredores, viu seu plano se
voltando contra si. O piche que Hajime derramou nele terminou de tingir o
enorme 〈Clione〉 de preto sem deixar nenhum ponto para trás.
Hajime, enquanto curvava seus lábios, perfurou o monstro com olhos brilhantes
e ferozes. Em sua mão, uma pequena brasa estava acesa.
A brasa que foi lançada pelo polegar de Hajime, enquanto desenhava um arco,
atingiu diretamente o piche, como se estivesse sendo sugada. Nesse
momento, um calor escaldante de 3.000 °C surgiu e se espalhou pelo portal
instantaneamente.
Em pouco tempo, ele foi tingido de preto e o enorme 〈Clione〉 tentou absorver o
piche dentro de seu corpo com uma aura que transmitia seu desespero, e,
desta vez, ele foi tingido por uma vermelho ardente. Como Hajime disse, de
dentro de seu corpo, o fogo infernal que não era capaz de ser detido, não
permitiu nem mesmo um momento de resistência, e o corpo do monstro foi
completamente queimado.
] Goobaaaaaaa!!! [
Contudo, seus olhos diziam, "Eu o matei!", grande alegria transbordava por sua
sobrevivência e vitória.
Com a cura de Kaori, enquanto sentia sua dor de cabeça diminuindo com o
tempo, Hajime também relaxou sua expressão com suas companheiras que se
reuniram a seu redor. Enquanto estavam absorvidos pelas reverberações da
vitória, quando as coisas ficaram calmas, a voz de um homem velho parecendo
um pouco indignado ressoou.
[Leeman]: ("Yoo, Menino Ha. Por favor, me diga se você for explodir algo.
Você não considerou que eu poderia morrer?")
Aparentemente, Leeman foi atirado para muito longe com a última explosão.
Como Hajime usou todo o seu poder para matar o 〈Clione〉 gigante, sua
consciência não se dirigiu para Leeman. Além disso, a última explosão não era
algo que Hajime tinha planejado. Por um momento, Hajime também ficou
surpreso.
[Leeman]: ("Bom, não havia o que fazer já que você estava enfrentando
o 〈Akujiki〉, não é? Independentemente do que foi feito, isso foi esplêndido")
[Leeman]: ("De nada. Bom, eu só segui o meu código moral. Não se preocupe
com isso")
Hajime relaxou sua boca com um, "hah", o mesmo feito pelo peixe com cara de
velhote, que sorria amplamente. Para as duas pessoas que estavam se
comunicando, o grupo feminino no plano de fundo estava discutindo com
sussurros.
[Leeman]: ("Portanto, Occhan já está indo. Menino Ha. Vamos nos encontrar
de novo se o destino permitir")
Com um aceno mútuo, Leeman se virou. Entretanto, quando olhou para trás
enquanto avançava um pouco, ele falou com Shia.
Quando ele partiu deixando apenas essas palavras, desta vez sem olhar para
trás, ele desapareceu no oceano.
Foi um grande choque para Hajime e seu grupo. Embora ele tivesse um ar de
um andarilho, quando se pensava que ele tinha uma família, nada além de um
velhote inútil podia ser visto. Por um tempo, o grito deles ecoou pelo mar.
Notas
[4] Akujiki, no budismo, é uma expressão que pode ser traduzida como "comer
algo proibido".
[5] Seaman é um jogo para Dreamcast que simula uma mascote virtual. É um
dos poucos jogos de Dreamcast que utiliza o microfone que vem como
acessório no console. A narração é feita por Toshiyuki Hosokawa, no original
em japonês, e por Leonard Nimoy, na versão em inglês. O rosto da
criatura Seaman é na verdade o produtor do jogo, Yoot Saito.
] Dosun! [
(Hajime): “Aaaaa?”
Hajime estava dormindo na cama, que estava sendo iluminada por esse Sol
matutino. E, o chamando de Papai estava Myuu, que foi acordá-lo com uma
voz energética.
Myuu realizou um magnífico salto cujo peso não foi sentido apenas na cama,
sua aterrissagem, que merecia um dez perfeito, foi feita na barriga de Hajime,
que era seu Papai. É claro que ela não estava de pé nele. Ela estava sentada
de pernas abertas em cima do rapaz.
Apesar de ela ainda ter apenas quatro anos de idade, o peso de seu corpo já
chegava a 15 ou 16 quilos. Se uma criança com tal peso pulasse no abdômen
de uma pessoa normal, ela provavelmente gemeria, mas, naturalmente, Hajime
nem mesmo sentiu dor. No entanto, um gemido sonolento apareceu porque ele
foi forçado a acordar.
(Hajime): “… aah, Myuu? Dia. Por favor, pare de ficar fazendo ] pechipechi [
porque eu já acordei”
Ela estava tão feliz por Hajime ter acordado? Enquanto mostrava um sorriso
brilhante, Myuu tamborilava no rosto de Hajime com sons de ] pechipechi [ de
suas mãos que pareciam pequenas folhas. Hajime, enquanto segurava Myuu e
levantava seu corpo a cumprimentando, acariciou o cabelo verde-esmeralda
dela gentilmente. Vendo Myuu apertando seus olhos se sentindo contente, o
rosto de Hajime também relaxou.
Dentro de tal clima reconfortante, subitamente, uma voz que faria qualquer um
se sentir seduzido ressoou. Hajime, quando virou um pouco os lençóis com sua
atenção atraída para esse lado, viu a figura sonolenta de uma linda garota
esfregando seus olhos com as costas de suas mãos curvadas como se fosse
um gato.
Longos cabelos loiros escorriam como ondas e não poderiam ser chamados de
bagunçados, mesmo que ela tivesse acabado de acordar, e eles brilhavam por
causa do Sol da manhã entrando pela janela, a fazendo piscar seus olhos
carmesins que eram vermelhos como rubis. Como ela não estava usando
roupas, da mesma forma que Hajime, sua pele era completamente branca sem
nenhuma mácula e o par de vales que podiam ser vistos pelas aberturas de
seu cabelo que pendiam em sua frente e criava uma sensação de sedução e
encanto juntamente com o som de sua voz.
Para Myuu que inclinava sua cabeça, Yue fugiu da pergunta claramente à
força. A educação sexual de Myuu foi deixada para Remia, sua mãe.
Entretanto, Myuu, que inclinou sua cabeça para o lado com uma expressão que
não parecia concordar enquanto soltava um "Uuuun", olhou para trás
lentamente e fez mais uma pergunta inocente enquanto encarava um certo
ponto, encurralando Hajime.
(Myuu): “Papai também, você sabe por que este lugar fica grande? Mas, Myuu
não tem isto. Myuu não vai entender?”
(Hajime): “Myuu, não toque nisso. Escute. É natural que Myuu, que é uma
garota, não tenha um. Está tudo, então não se preocupe com isso. Em mais
dez anos, não, vinte anos, ou melhor, pelo resto de sua vida, isso é algo com
que você não tem que se preocupar, não importa o que aconteça”
Hajime disse algo tolo com uma cara extremamente séria. Myuu concordou
com um ] kokuri [ porque isso foi dito por seu amado Papai, mesmo que
uma "?" flutuasse em sua mente. Ficando com uma expressão um pouco
satisfeita com isso, Hajime mais uma vez desembaraçou os cabelos de Myuu
ao penteá-los com sua mão. Myuu também, depois que suas perguntas de um
momento atrás foram esquecidas, começou a se concentrar nesse sentimento
gentil.
Para essa cena, um olhar estava voltado com um sentimento de alegria, era
Yue, que estava ao lado dele. Em seus olhos, "Superprotetor", "Energético por
causa da manhã" e "Uma vantagem das manhãs?", sentimentos deste tipo
pareciam estar contidos neles.
Hajime encarou outra direção com isso. Dentro do calor que aumentou um
pouco por causa da luz do dia, essa cena reconfortante continuou até Remia e
Kaori e as outras, que se inquietaram por Myuu não ter voltado depois de ir
acordar os dois, aparecerem no quarto.
A cidade chamada |Elisen| era uma ilha flutuante de madeiras interligadas com
uma enorme população. Como o vasto mar se tornava um terreno infinito, toda
a cidade tinha a aparência de ser basicamente um espaço livre feito com os
espaços entre os prédios e as ruas. A casa de Remia e Myuu tinha um
tamanho muito maior do que o suficiente para duas pessoas viverem, e era um
espaço tão confortável que até com Hajime e as garotas, cinco pessoas,
ficando lá, não houve qualquer sensação de inconveniência.
No entanto, eles sentiram que o descanso foi pouco após ficarem na casa por
seis dias. O motivo, evidentemente, era Myuu. Não era possível levar a menina
com eles em sua jornada além deste ponto. Uma garota de quatro anos de
idade, sem qualquer tipo de poder, seria absurdo levar ela para o |Grande
Calabouço| no extremo Leste.
Graças a isso, embora eles devessem se despedir desta cidade, isso foi
descoberto? Quando Hajime e as garotas tentavam começar essa conversa,
Myuu sempre ativava seu modo de criança ultra mimada e eles não poderiam
começar a falar porque ela invocava a “Morte certa! Petição de Silêncio da
Garotinha!”. Eventualmente, continuando com o treinamento da ‖Magia da Era
dos Deuses‖ e na conclusão dos novos equipamentos, eles ficaram até o
sexto dia, mesmo que fosse apenas para pensar em uma desculpa.
Mesmo que ele a descartasse, por exemplo, embora essa separação pudesse
causar tristeza em Yue e as outras, isso não seria motivo para que os sorrisos
das garotas desaparecessem por completo, porém, eles poderiam se comparar
a esses que elas mostravam agora? Isso com certeza era devido a forma como
Hajime chegou até este local, abandonando sua "forma de vida solitária".
Enquanto observava Myuu, que estava se divertindo com o pega-pega irregular
correndo esplendidamente com a ajuda das encarnações de trapaças com
todos os seus poderes (todas, excluindo Myuu, eram "pegadoras") enquanto
ela mostrava perfeitamente os traços da tribo dos ⌊Habitantes do Mar⌋, mais
uma vez, Hajime suspirou. Entre as peras de Hajime, que estavam esticadas
em cima do píer, subitamente, a figura de uma pessoa apareceu fazendo sons
de espirro. Aparecendo com água do mar pingando, era Remia, a mãe de
Myuu.
Tal Remia, que era charmosa mesmo sob circunstâncias normais, apareceu
entre as pernas dele subitamente. Hajime, que estava quebrando sua cabeça
pensando em Myuu, foi pego de surpresa. Remia, enquanto apoiava seu corpo
ao colocar suas mãos no colo de Hajime, olhou para cima de um local que era
consideravelmente perigoso.
Entretanto, em seu rosto havia o oposto da sedução emitida pela posição e seu
corpo, e na expressão gentil de Remia, ao invés disso, havia algo que indicava
que ela estava preocupada com Hajime.
Hajime ficou com uma cara confusa assim que Remia declarou sua gratidão
subitamente.
(Remia): “Ufufu, a pessoa que também se preocupa tanto pelo bem da filha...
como a mãe dela, eu também queria expressar minha gratidão pelo menos
uma vez”
(Remia): “Ara ara, há alguém que não sabia disso? Yue-san e as outras
também parecem estar todas pensando nisso... Myuu foi capaz de conhecer
pessoas realmente maravilhosas”
Assim que Remia olhou para trás por sobre seu ombro, embora Shia estivesse
sendo despida de seu traje de banho com a travessura de Myuu, mesmo eles
vendo a garota perseguindo Myuu desesperadamente enquanto usava suas
mãos para esconder seus peitos, ela estava mostrando um grande sorriso. E,
mais uma vez, quando Remia voltou seu olhar para Hajime, desta vez, ela
abriu sua boca com uma expressão que era um pouco mais séria.
(Hajime): “Remia…”
O apelo silencioso de Myuu, apesar de ela não querer que eles partissem, ele
notou que isso era uma manifestação de seu medo sobre não querer atrapalhar
Hajime e as garotas ao dizer essas palavras, e o garoto, que olhou para o céu
enquanto cobria seus olhos com uma mão, se determinou a se despedir. Para
esse Hajime, Remia, mais uma vez, mostrou um olhar gentil para ele.
(Remia): “Então, hoje à noite vamos ter um banquete. Porque essa é a festa de
despedida de Hajime-san e as garotas”
(Remia): “Ufufu, sim, por favor, espere animadamente por isso, Q-u-e-r-i-d-o”
(Tio): “Fumu, pelo ângulo que esta vê, até parece que tu estas servindo o
Mestre... quanta exposição... incrível!”
Yue e as outras, que voltaram para onde Hajime estava sem serem percebidas,
encararam Remia com olhos ferozes. "Não pode ser, ela realmente está
desejando Hajime para um segundo casamento?", parecia ser o pensamento
que estava as deixando vigilantes. Nesses últimos dias, essa era uma cena
vista com frequência. E a pervertida foi ignorada. O traje de banho roubado
pela garota de quatro anos de idade e a garota com orelhas de coelho que
estava chorando também foram ignoradas.
Por outro lado, se fôssemos falar sobre Remia, que estava sendo encarada
pelas outras, a aparência dela recuando não poderia ser vista, porque ela
estava meramente sorrindo enquanto dizia, "Ara ara, ufufu". Aquele sorriso
jovial, que escondia os verdadeiros sentimentos de Remia, fazia com que fosse
difícil distinguir se suas aproximações contra Hajime eram sérias ou apenas
brincadeira. Esta era a chamada dignidade de uma viúva ou algo do tipo?
Falando sobre o garoto em questão, ele estava atraído pelo traje de banho de
Yue, que estava encarando Remia, enquanto ela estava de quatro e se
levantava para o píer. Embora ele a visse todos os dias, seu olhar foi atraído
em um nível inconsciente.
Era um biquíni preto. Ele era esplendidamente sugestivo porque era do tipo
amarrado apenas por fios. O contraste criado com a brancura da pele de Yue
era excessivamente adorável. Amarrando seu cabelo em uma maria-chiquinha,
apesar de isso fazê-la parecer mais infantil do que o normal, a diferença
sentida com o traje de banho adulto era insuportável para Hajime.
Yue, que estava soltando faíscas com Remia, quando notou o olhar de Hajime,
mostrou um sorriso parecendo estar de bom humor com um "... fufu", porque
ela parecia ter imaginado que o coração do garoto foi roubado por ela, e a
garota se aproximou de Hajime de quatro.
Contudo, como ela não tinha permissão par continuar na liderança para
sempre, Kaori pegou o braço de Hajime do outro lado. Ela pressionou o braço
do rapaz no meio do decote que surgia de seu biquíni branco, embora ela
estivesse completamente vermelha com o constrangimento. Seu olhar, que
estava mirado em Hajime com olhos voltados para cima, estava apelando em
silêncio com, “Olhe para mim também”.
Além disso, Shia, atrás dele, se apoiou nele enquanto pressionava seu
orgulhado par de vales nas costas de Hajime. Como seu traje de banho ainda
estava com Myuu, ela parecia ter a intenção de esconder seu corpo. Mas, para
Hajime, além da suavidade de primeira classe e a sensação característica das
duas que estavam o tocando, havia um local que estava o deixando
extremamente preocupado.
Dessa forma, no local em que Hajime estava, cercado por lindas mulheres e
garotas, Myuu apareceu de dentro do mar. Ela apareceu enquanto entrava no
meio de Hajime e Remia, então pulou no garoto pela frente. Para Hajime, que a
segurou em seus braços em um instante, Myuu, com um "Receba os
espólios!", simplesmente ergueu o traje de banho de Shia e o colocou na
cabeça de Hajime. Aparentemente, isso parecia ser um presente de sua filha.
(Shia): “My-Myuu-chan!? Por que, uma coisa dessas... será!? Não pode ser...
isso foi um pedido de Hajime-san? Sé-sério! Hajime-san, se o meu traje de
banho estava em sua mente, se você tivesse dito... que tinha gostado tanto…”
(Hajime): “…”
Era uma pergunta que ele achava difícil de responder. O objetivo de Hajime era
voltar para o Japão, que era sua terra natal. Entretanto, o método concreto
ainda não era conhecido, e ele não sabia em que momento e em que estado
ele voltaria.
Antes, Miledi Raisen o disse para coletar todas as ‖Magias da Era dos
Deuses‖ se ele quisesse realizar seu desejo. Talvez fosse possível que ele
voltasse imediatamente nesse momento. Como parecia não haver necessidade
de voltar para |Elisen| até o fim dessa jornada, ele não poderia negar a
possibilidade de esta se tornar a despedida final.
Para Hajime, que estava com problemas para respondê-la, Myuu disse essas
palavras antes de escutar a resposta dele. Hajime encarou o olhar dela
diretamente e agarrou com firmeza ambos os ombros de Myuu.
(Myuu): “Mas, se o Papai pode ir, então Myuu pode ir também. Afinal... Myuu é
a filha do Papai”
Como ela era digna de ser filha de Hajime, nada seria impossível. Estufando
seu peito como se parecesse confiante, se Hajime não fosse buscá-la, Myuu
fez a declaração de que iria atrás dele sozinha. É claro que isso não significava
que a menina entendia com precisão que Hajime estava voltando para seu
local de nascimento ao atravessar mundos. Sem mencionar que as chances de
Myuu obter todas as ‖Magias da Era dos Deuses‖ ao capturar
os |Calabouços| e atravessar os mundos eram impossíveis.
Por isto, Hajime decidiu. Agora, enquanto ele fazia mais um juramento aqui.
(Hajime): “Myuu, por favor, espere”
(Myuu): “Papai?”
Myuu, que sentiu que a aura de Hajime mudou, inclinou sua cabeça enquanto
ficava com uma cara que indicava sua curiosidade. Até o momento, não havia
nenhuma expressão de preocupação, e o olhar direto, que era sempre intenso,
perfurou os olhos de Myuu. Eram os olhos que Myuu sempre observava.
(Hajime): “Quando tudo terminar. Eu vou voltar para a casa de Myuu sem
falha. Reunindo todos, nós viremos buscar Myuu”
(Myuu): “… verdade?”
(Myuu): “Muito!”
Myuu ficou com uma expressão encantada enquanto pulava para cima e para
baixo. Para essa Myuu, Hajime gentilmente semicerrou seus olhos. Myuu, que
sorria amplamente, mandou para longe sua preocupação sobre se encontrar
com Hajime de novo, e, sem mudar a força de seus pulos, ela saltou em
Hajime. Hajime, que a pegou com firmeza, segurou Myuu em seus braços.
(Hajime): “Então, você pode ser uma boa menina e esperar com a Mamãe?
Não faça nada perigoso. Escute sempre o que a Mamãe falar, você pode dar o
seu melhor nisso?”
(Myuu): “Sim!”
Hajime se desculpou, usando seu olhar, com Remia, que estava encarando a
conversa dos dois enquanto sorria. Com, “Desculpe, eu decidi isso de forma
egoísta”.
(Remia): “Sim, o que foi querido? Você não está dizendo que só eu vou ficar
de fora, não é?”
(Hajime): “Não, não é isso, mas... é sério, o lugar que eu estou me referindo
está em 'outro mundo'?”
(Remia): “Ara ara, para o lugar em que a filha e o marido vão, há alguma forma
de eu não os acompanhar? Ufufu”
Quando Hajime respondeu assim a pergunta de Yue, ela sacudiu sua cabeça,
encarando o rapaz com um olhar gentil, e respondeu.
(Hajime): “É mesmo?”
Contudo, quando Hajime encolheu seus ombros, ele se virou com um olhar
forte que carregava determinação para Yue enquanto mostrava um sorriso em
sua boca. Yue também, como ela só perguntou por perguntar, sua boca
relaxou como resposta como se dissesse que entendia.
(Hajime): “Eu farei isso de qualquer maneira. Não importa o que aconteça, eu
vou voltar para a casa de Myuu e mostrar a ela o Japão. Se nós cruzarmos os
mundos deixando Myuu para trás, custe o que custar, nós voltaremos para este
mundo mais uma vez. Está tudo bem atravessar os mundos quantas vezes
forem precisas. Essa seria a única diferença?”
Negligenciando o tumulto das outras, para Hajime e Yue, que estavam criando
um mundo apenas para duas pessoas, Kaori e as outras ficaram com
expressões impressionadas. Entretanto, para Myuu, que era a filha, tal
habilidade parecia não se aplicar, e quando ela se forçou entre os dois
esplendidamente, ela exigiu ser carregada de novo pelo Papai Hajime. Embora
eles tenham feito uma promessa de se reencontrarem, isso não mudou o fato
de que eles ficariam separados por um tempo. A última noite parecia ser uma
situação onde ela agiu de forma mimada com todas as suas forças.
Nota
Fazia um dia e meio desde que eles colocaram os pés mais uma vez dentro do
mundo marrom.
Yue acrescentou.
Kaori sugeriu.
O palpite de Kaori parecia estar correto. O motivo por trás da longa fila era o
pedido de ajuda ao |Reino Haihiri|. ⌈Mercadores⌋ estavam se aproveitando do
movimento das tropas e viajaram com a corporação de assistência. A
corporação de assistência de |Haihiri| parecia aceitar
os ⌈Mercadores⌋ de |Ankaji|, contanto que eles não causassem problemas.
(Kaori): “Sim, nós voltamos para tentar purificar o Oásis. Por favor, diga isto
para o Duque…”
Kaori começou.
(Guarda): “No entanto, se for uma Apóstola... e nos desculpe pela indelicada
em tal lugar. Nós já enviamos um mensageiro. Eu não posso abandonar meu
posto, mas um dos Senhores deve estar vindo imediatamente para escolta-la,
se você quiser esperar na sala de espera”
(Randzi): “Já faz algum tempo. Estou feliz por vocês estarem seguros. Eu
estava preocupado por vocês não voltarem depois de confiarem as [Pedras
Serenas] a Tio-dono. Seria problemático se nosso salvador morresse antes
que pudéssemos expressar nossa gratidão”
(Hajime): “Eu sou apenas um Aventureiro. Mas, bom, obrigado. Como você
pode ver, seus sentimentos são bem recebidos”
Randzi gentilmente riu com bochechas levemente afundadas. Parecia que ele
tinha se esforçado bastante para salvar |Ankaji|. A fadiga parecia transpirar de
suas expressões. Ele não estava descansando o suficiente.
Enquanto apoiava Kaori, que oscilava um pouco pela exaustão, Hajime tocou
Randzi. O Senhor voltou a si e ordenou a seus homens que verificassem a
qualidade da água. Seus subordinados apressadamente examinaram o oásis
com ‖Detecção Mágica‖. Depois de engolir em seco, Randzi observou seus
homens, que assim que terminaram sua inspeção, relataram seus resultados
com expressões de incredibilidade.
Um subordinado murmurou.
Randzi exigiu.
(Randzi): “… bom, ela foi toda colocada em um único lugar. Pensando em todo
o tempo e esforço, é lamentável que nós tenhamos que jogá-la fora... espere,
você não está dizendo... ???”
(Hajime): “Elas cresceram com o esforço, seria uma pena jogá-las fora”
Hajime acrescentou.
Assim que Randzi percebeu que eles eram capazes não apenas de recuperar o
solo, mas também a colheita perdida, sua mão seguiu para o seu peito e ele
curvou sua cabeça profundamente sem hesitação. Isso não era algo que um
Lorde deveria fazer, mas essa era a extensão de seu apreço pelas ações
deles. O amor por eles era profundo neste país. Era o tipo de coisa que
transformava seu senso de agradecimento.
(Randzi): “Bispo Forbin, que diabos é isto? Eles são perigosos? Este herói já
salvou o |Ducado| duas vezes. Eu não vou ignorar desrespeito contra eles
como um Senhor de |Ankaji|”
(Forbin): "Hmph, herói? Segure sua língua. Eles já foram reconhecidos como
hereges. Palavras imprudentes se voltarão contra você"
O Bispo rosnou.
(Randzi): “Eles foram marcados como hereges? Ridículo, eu não ouvi nada
sobre isto”
Randzi estava chocado com a palavra herege sendo anexada a Hajime. Randzi
era um seguidor da Igreja. Ele estava consciente do peso dessas palavras.
Eles cometeram um engano? Ele olhou para o Bispo com descrença.
(Forbin): “É claro que você não saberia disso, as notícias acabaram de chegar
esta manhã. E o herege apareceu agora mesmo, você não acha que essa foi
uma sincronia excelente? Com certeza esta foi uma mensagem de Deus.
Destruir os inimigos de Deus... agora, para a Central…”
Hajime não conseguiu escutar as vozes do final, mas, aparentemente, ele foi
marcado como um herege. Randzi e o Bispo o olharam involuntariamente.
Hajime não parecia nem chocado nem particularmente apressado, ele apenas
encolheu seus ombros como se perguntasse a Randzi, "O que eu deveria
fazer?".
Randzi fechou seus olhos. Sem mais nenhuma informação, ele poderia
imaginar o porquê Hajime foi rotulado como um herege, considerando seu
poder e sua personalidade. Hajime era uma força que a Igreja não poderia
controlar, e assim, não poderia aceitar.
Para este enorme débito, isso era preocupante, considerando o que eles
estavam oferecendo como recompensa. Os olhos de Randzi se arregalaram ao
perceber que uma oportunidade acabara de se apresentar. E, com a dignidade
de um Lorde, Randzi quebrou o silêncio e deu uma resposta ao impaciente
Bispo.
(Randzi): “Rejeitado”
(Randzi): “Eu disse que me recuso. Esses heróis são a salvação de nossa
nação. Se você vai torná-los inimigos, então eu não posso perdoar a Igreja dos
Santos”
(Forbin): “Você… está… insano? Você não pode desafiar a Igreja. Você quer
ser marcado como um herege também?”
As pupilas do Bispo tinham a luz da euforia. A forma como ele estava gritando
passava uma aura que não combinava muito com o clero. Randzi o encarou
com um olhar frio. Hajime foi até o lado dele com um movimento imperceptível
e o perguntou com um olhar de surpresa.
(Hajime): “Você tem certeza disto? Ambos o |Reino| e a Igreja vão retalhar.
Como um Lorde, você vai ficar bem?”
Randzi não respondeu Hajime. Ao invés disso, ele voltou seu olhar de Hajime
para os homens ao redor, que transmitiam uma aura de prontidão e aceitação.
Seus olhos mostravam sua determinação como se dissessem, "Morrer lutando
é o caminho a seguir". Era esse tipo de expressão.
O Bispo também parecia ter lido a mudança no clima e berrou um último aviso
enquanto seu rosto avermelhava e se tornava mais alucinado.
(Forbin): “Esta é sua resposta? Sua jornada termina aqui. Bem, não só a de
vocês. Este é o fim para qualquer um que entrar em meu caminho. Vocês
receberão a punição de Deus e cairão na ruína!”
(Randzi): “Aqui é |Ankaji|, nós não somos tão descarados a ponto de vender
um herói que nos salvou. Divina? Como se eu acreditasse que o julgamento de
Deus seria tão vergonhoso. Eu acho que minha fé difere da do Deus do Bispo”
O Bispo ficou sem expressão depois das palavras irritadas de Randzi. Ele
ergueu uma mão para tentar enviar um sinal para os ⌈Cavaleiros
Templários⌋ atacarem.
Neste momento, houve um baque. Algo voou nos ⌈Cavaleiros⌋ e ficou preso
em um de seus elmos com um som estridente. A seus pés estava uma
pequena pedra. Ela não causou nenhum dano ao ⌈Cavaleiro⌋, mas, por que
ela estava ali? Tais perguntas estavam surgindo quando outra pedra foi atirada,
chocando-se ruidosamente contra a armadura do ⌈Cavaleiro Templário⌋.
(Randzi): “Meu amado povo, escute! Eu acabei de ser informado que o oásis
foi purificado. Nosso oásis voltou ao normal graças aos esforços de Hajime.
Assim como a terra contaminada. E a colheita. Eles usaram sua magia para
nos devolver |Ankaji| do jeito que ele era. Eles também me trouxeram de volta
a |Ankaji|. Tomem sua decisão com suas próprias mentes. Ajudem o herói de
nossa nação, ou se voltem contra ele. Eu decidi ficar do lado dele!”
O Bispo tentou zombar do discurso de Randzi, "Com tais palavras vazias, não
há motivos para se oporem a majestade da Igreja", contudo, seu sorriso de
zombaria lentamente sumiu.
(Habitante B): “A Igreja nunca fez nada. Mesmo assim, sua insanidade o faz
querer ferir a Apóstola que nos ajudou!?”
(Hajime): “Está mesmo tudo bem? Eles vão partir com isto?”
Apesar disto, Randzi respondeu com um olhar calmo, como se isso não fosse
um grande problema.
(Hajime): “Deixando isso de lado, eu não seria ferido por alguém do nível
deles…”
Hajime sorriu ao pensar que seu confronto com a igreja foi impedido pelas
próprias pessoas do |Ducado|. Enquanto as pessoas se moviam ao redor
deles com agitação pela segurança deles, Kaori riu alegremente. Hajime
percebeu que este era o caminho que Aiko desejava para ele, um que não era
uma "forma de vida solitária".
Esta foi a forma que Hajime passou seu dia em |Ankaji|. Ele pretendia partir
assim que eles comprassem um pouco de frutas, mas ele continuou
no |Ducado| pela generosidade do Lorde e dos habitantes, e acabou passando
alguns dias a mais.
(Hajime): “Você está se destacando, talvez você pudesse vestir algo um pouco
menos chamativo”
Hajime mencionou para Yue a seu lado enquanto ele se virava para partir.
(Hajime): “Bem, Yue, Kaori. Do meu ponto de vista, vocês só estão chamando
atenção”
(Shia): “Bom, é-é porque este vestido não é usado para viagens…”
Shia estava falando dos trajes que faziam parte da famosa dança do ventre.
Seus umbigos estavam visíveis entre a parte de cima e as curtas calças. Era
algo sensacional, seus pequenos umbigos deslumbrantes. Isso fazia com que
cada olhar se voltasse para quem vestisse esses trajes.
Essa parecia uma forma comum de se vestir em |Ankaji|. Quando Yue recebeu
o presente da Duquesa na mansão, ela imediatamente começou a vesti-lo para
se exibir. Assim que ele a viu, os olhos de Hajime ficaram parecidos com os de
uma fera selvagem. Aparentemente, Hajime parecia ter uma fraqueza para
esse tipo de vestimenta. Seus olhos ficaram colados em Kaori assim que ela
começou a usá-lo, incitando Shia e Tio a fazerem o mesmo.
Até agora, enquanto eles partiam, todas continuavam em seus trajes eróticos.
Finalmente, Hajime chegou a seu limite e começou a apontar isso em voz alta
e com agressividade, apesar de estar um pouco feliz, para fazê-las voltarem a
se vestir normalmente.
Foi neste ponto que Hajime e Kaori se encontraram com uma pessoa
inesperada.
Nota
Como de costume, Yue estava pressionada contra Hajime. Kaori tentava entrar
no meio deles, sua aura de dragão pressionava a aura de relâmpagos de Yue.
O resultado foi Hajime tendo que dirigir com cuidado, e assim, ele não estava
com sua atenção direcionada para o que estava à sua frente.
Como disse Shia, parecia haver uma caravana à frente com dois grupos, um
atacando o outro. Assim que o veículo deles se aproximou, a ‖Visão de Longo
Alcance‖ de Hajime o permitiu ver os dois grupos no meio de uma batalha, um
atacando e o outro defendendo. As orelhas de coelho de Shia captaram o
estrondo da batalha antes que Hajime pudesse vê-los.
Yue adicionou.
(Hajime): “Eles têm uma barreira mágica cercando a caravana, mas ela não vai
aguentar muito tempo. Os bandidos estão tentando quebrar a proteção com
magia”
(Hajime): “Fazer a barreira cobrir toda a caravana faz com que ela fique fina
demais. Ela não irá aguentar muito tempo. Eles só conseguiram um pouco de
tempo, mas isso não vai durar muito”
Kaori tinha uma expressão determinada em seu rosto, ela se virou para Hajime
e pediu que ele ajudasse os resgatando com um tom que sugeria que ela
estava agitada.
Hajime não respondeu, mas acelerou seu [Veículo de Quatro Rodas]. Como
era óbvio que a caravana seria destruída se ele não ajudasse, ele já tinha
decidido que queria conhecer a história deles. Ele queria dizer isso a Kaori,
mas não o fez.
O [Veículo de Quatro Rodas] triturou o chão produzindo sons de, ]garri, garri,
garri[, enquanto acelerava com violência, o veículo se movia como se tivesse
um foguete preso no motor.
Kaori sorriu alegremente assim que ele começou a agir. Hajime encolheu seus
ombros em resposta. Hajime estava simplesmente fazendo o que ele queria
fazer. Yue apertou seu cinto de segurança.
(Hajime): "Eles não te ensinaram a pisar com força no acelerador quando você
vê um criminoso na autoescola?"
(Kaori): “É claro que eles não ensinam isso. Não distorça as leis de trânsito
para seu próprio benefício. Hey, Yue, não concorde com ele, pare de acenar
com a cabeça!”
(Hajime): “Se eles nos atacarem sem compaixão, nós devemos estar dispostos
a fazer o mesmo. Você entendeu?”
Kaori entendia que, apesar de ser gentil, ela não teria permissão para curar ou
proteger pessoas que eles chamariam de inimigos. Se ela o fizesse, não seria
capaz de seguir Hajime. Ela tinha se decidido fazer parte deste grupo. Hajime
temia que Kaori entraria em seu caminho, mas ela acenou para ele com
determinação para aliviar suas suspeitas.
(Hajime): “Eu não vou interferir. Então faça o que você precisa fazer”
Hajime suspirou.
(Kaori): “Sim”
“Sua vadia! Morra!”, um dos bandidos brandiu sua espada longa enquanto
erguia sua voz irritada.
Yue e Tio enviaram olhares surpresos para Shia, mesmo que elas estivessem
dizimando os outros bandidos com uma tempestade de magia.
Os dez bandidos restantes foram atingidos por Hajime sem cerimônias, morte
imediatamente se seguiu sem tempo para que eles implorassem por suas
vidas. Era uma destruição pura, sem qualquer sinal de misericórdia.
Kaori usou a ‖Magia de Cura‖ para tratar várias pessoas que estavam
espalhadas ao redor da caravana de uma vez. Lamentavelmente, muitos dos
guardas da caravana que caíram mais cedo já tinham dado seus últimos
suspiros. Até a ‖Magia de Regeneração‖ não poderia trazê-los de volta da
morte.
Assim que Hajime se aproximou de Kaori, uma pessoa correu na direção dela.
A estranha tinha uma estatura pequena, seu rosto estava escondido por um
capuz, fazendo com que sua aparência fosse suspeita. Contudo, Hajime sabia
que esta era a pessoa que manteve a barreira de pé desesperadamente para
proteger a caravana. Nenhum dos guardas da caravana entrou no caminho de
Hajime enquanto ele se aproximava.
(???): “Kaori!”
A pessoa encapuzada esticou seus braços e usou sua velocidade para saltar
em Kaori enquanto gritava seu nome com uma voz agradável. Kaori não
escondeu seu espanto, murmurando o nome da pessoa em resposta.
(Kaori): "Lily? No fim das contas, é a Lily? Aquela barreira pareceu familiar. Eu
não imaginei que fosse encontrar você nesse lugar, mas eu suspeitei…"
(Liliana): “Eu também não achei que fosse encontrar Kaori neste lugar. Isso
é... boa sorte. Parece que eu ainda não gastei toda a minha sorte”
Kaori não entendia muito bem o significado das palavras de Liliana, mas ela
notou que algo estava errado e se afastou. Liliana colocou um dedo na boca de
Kaori, a advertindo para não usar seu nome.
Liliana deu a Hajime um olhar vazio. Subitamente, Liliana ergueu sua voz e
gritou, "Hya!". Olhando para Hajime de dentro de seu capuz, uma luz parecia
ter se acendido em sua cabeça e ela imediatamente começou a cumprimentar
Hajime.
(Liliana): “Eu ouvi sobre como Kaori se confessou para Hajime por Shizuku,
mas você tem que me contar mais sobre isso”
O sorriso da Princesa devia ser muito popular com o público. Não havia
dúvidas de que se ela o mostrasse para jovens ou velhos, eles se
apaixonariam por ela. Entretanto, Hajime não foi particularmente afetado por
seu sorriso.
(Liliana): “Heh?”
Liliana era uma Princesa com uma grande personalidade e que era amada por
todas que ela conhecia. Ela estava chocada ao ser abordada tão
inadequadamente por um homem que normalmente nem seria digno de se
encontrar com a Princesa, assim, ela soltou uma voz estúpida
involuntariamente.
(Hajime): “… … … ah…”
(Kaori): “Lily! Não chore por causa disso! Hajime-kun é um tipo de pessoa com
memória curta. Ele é especial. Nenhuma pessoa normal esqueceria de Lily.
Então você não precisa chorar!”
(Hajime): “Hey, você poderia não dizer essas coisas rudes tão casualmente?”
Hajime suspirou.
“Há quanto tempo… parece que você está bem…”, o líder da caravana afirmou.
Hajime respondeu.
(Mottou): “Sério? Uma bebida energética? Uma companhia que pode fazer
isso deve ser famosa e rica. Você pode me falar o nome deles?”
(Hajime): “Oh, não, deixa para lá. Mas como você está Mottou?”
(Liliana): “Você se lembra de uma pessoa aleatória que você conheceu uma
vez, mas não uma Princesa?”
Lily ficou ainda mais deprimida e Kaori lutou para conforta-la apesar da história
que acabara de ouvir.
Hajime explicou que eles estavam seguindo para o |Mar de Árvores| depois de
pararem em |Horuado|. Mottou implorou que eles o escoltassem até chegarem
a |Horuado|.
(Liliana): “Sim, este ponto é o suficiente. Eu irei, logicamente, te pagar por toda
a viagem”
“Não seja mais cruel com Lily!”, ela fez um apelo silencioso com seus olhos.
Mottou continuou.
(Mottou): “Não se incomode demais com isso. Mas aqui está um aviso.
Normalmente, uma caravana irá cobrar passageiros extras antes da partida.
Não pagar antes de partir sugere que o responsável pela caravana está
tramando algo, ou não planejava receber em primeiro lugar. Nosso caso é o
último”
(Liliana): “É mesmo…”
(Mottou): “Eu não sei quais são suas circunstâncias, mas como você está
viajando sozinha, eu presumi que era algo sério. Durante uma crise, se um
mercador como eu ajudar, então no futuro, as pessoas deste país podem
passar a confiar neste mercador”
Liliana percebeu que Mottou sabia a identidade dela desde o começo. Ele
fingiu não saber para ajudá-la sem atrair atenção.
(Mottou): “Heh… a coisa que você mais deseja frequentemente é a mais difícil
para se comprar de um mercador, sabe?”
(Mottou): “É confiança”
Mottou explicou.
(Liliana): “Confiança?”
(Mottou): “Sim, um negócio sem confiança não prospera e nunca gerará lucro.
Contudo, ajudando uma jovem senhorita em uma situação séria, a Companhia
Comercial Junker pode se tornar conhecida como uma companhia em que as
pessoas podem confiar. Seu bilhete vai ser pago sem demora”
Liliana mostrou um sorriso sem graça com as palavras ditas por ele. Se você
usar dinheiro excessivamente, isso é sinônimo de falta de confiança. Havia
alguns sentimentos contrários surgindo em Liliana. Eventualmente, ela desistiu
deles e aceitou a boa vontade de Mottou.
Assim, ele se virou, deixando Liliana e Hajime para trás enquanto sua caravana
seguia sua rota para |Horuado|. Ele partiu sabendo que ele receberia seu
próprio certificado de heresia por ajudar a Princesa. Ele já tinha recebido a
informação de que o |Ducado de Ankaji| se recuperou graças à ajuda de
Hajime. Hajime só poderia imaginar o motivo para ele escolher ajudar desta
forma. Ele supôs que Mottou diria que ele fez isso para "ganhar um favor para
um amanhã melhor", o slogan de um genuíno mercador.
Se fosse apenas isso... porém, também havia o fato que, um após o outro,
todos pareciam concordar com a Igreja. A colaboração deles foi reforçada
como nunca. Liliana continuou dizendo a si mesma que era apenas sua
imaginação.
O desconforto não parou por aí. Todos pareciam estranhamente desprovidos
de qualquer ambição. Ela tentou falar com os ⌈Cavaleiros⌋ e Soldados que
conhecia, rostos familiares, e todos eles responderam corretamente, mas suas
respostas pareciam mecânicas. Talvez fosse algum tipo de doença.
Ela até tentou consultar Meld, o ⌈Cavaleiro⌋ que ela tinha maior confiança, mas
ele sempre estava fora de sua vista e ocupado. Liliana não conseguiria se
encontrar com ele nem mesmo uma vez.
Enquanto isso, Aiko finalmente retornou para a |Capital Real| com os detalhes
da |Cidade de Ur|. Liliana parecia ter estado presento no momento.
Subitamente, uma demanda anormal foi feita. Foi uma solicitação para fazer de
Hajime um herege. Creditada com o resgate de |Ur|, as objeções e opiniões de
Aiko, que possuía grande reconhecimento e popularidade como a ⟦Deusa da
Fertilidade⟧, foram completamente ignoradas.
A conclusão parecia irracional, e Liliana foi uma feroz opositora, apesar de seu
pai não ceder, não importava o que ela dissesse. Sua teimosia parecia beirar a
obsessão. Em vez disso, a própria Liliana foi acusada de não ter fé, e seu pai
começou a vê-la como uma inimiga, ao invés de uma filha.
Liliana fingiu que eles a tinham convencido, e então imediatamente fez planos
para fugir. Ela queria discutir o que estava acontecendo com Aiko primeiro.
Liliana sabia que Aiko estava planejando se encontrar com o resto dos
estudantes para discutir os eventos cercando a queda de Hajime no jantar,
então ela queria se encontrar com a professora previamente e discutir seus
temores.
Entretanto, como Aiko foi emboscada, ficou claro que os estudantes estavam
sendo vigiados. Ela também não sabia do paradeiro de Meld. Então ela se
lembrou que uma das estudantes, uma amiga confiável, não estava na capital.
Assim ela decidiu encontrar Kaori. Ela tinha ouvido a história de que Kaori
estava com Nagumo Hajime. Isso significava que havia apenas esses dois para
ela recorrer. Ela escapou por uma passagem secreta com o plano de seguir
para o |Ducado de Ankaji|.
(Liliana): “E depois disso, você sabe, eu recebi permissão para viajar com a
caravana da Companhia Comercial Junker. Eu não acho que fui notada, mas
me ver sendo atacada por bandidos, ou que eu seria ajudada por Kaori... nem
em meus sonhos... um pouco antes... mas... eu... isso foi assustador... a
Igreja... o que está acontecendo? A freira com aquele cabelo prateado... meu
pai…”
Kaori a abraçou com força, tentando aliviar, mesmo que só um pouco, o medo
que se entranhava na mente de Liliana.
Ele não sabia se essas visões eram verdadeiras. Isso poderia estar
acontecendo agora? Não, ao invés de se preocupar com isso, eles deviam
adquirir a ‖Magia da Era dos Deuses‖ rapidamente e deixar este mundo o
mais rápido possível.
Contudo, Hajime não poderia tomar uma decisão imediatamente, já que ele
tinha que considerar Aiko-sensei. Muito provavelmente, o que Aiko iria dizer
para os estudantes era a verdade sobre eles serem trazidos para este mundo
para lutar para o entretenimento de Deus. Eles gostavam de usar pessoas
como peões, e suas palavras iriam colocar um pouco de suspeita que iria
perturbar eles. Parecia que a teoria de Hajime estava correta.
Para eles decidirem sequestrar Aiko, isso devia ser culpa do garoto. Eles
provavelmente não queriam matá-la, mas as pessoas que sentiam prazer ao
manipular a todos como se fossem fantoches, poderiam decidir eventualmente
usá-la.
Hajime estava em dívida com Aiko pelo conselho que ela o deu. As coisas não
eram tão ruins agora que ele não estava sozinho.
Com essas palavras, Liliana ergueu seu rosto com esperança. Ela estava com
uma expressão de alívio apesar do fato de que estaria voltando para a cidade.
Ela ouviu que ele era indiferente por seus colegas de classe neste mundo e
temia que Hajime iria abandoná-los. Ela esperava que convencê-lo seria muito
difícil.
(Hajime): “Por favor, não me entenda mal. Não é pelo seu |Reino|. É pela
minha professora. Ela foi sequestrada por minha causa. Eu tenho que assumir
a responsabilidade”
Liliana ficou um pouco desanimada quando percebeu que Hajime não tinha
planos de emprestar seu poder para o |Reino|, mas ela tinha alguma
esperança que ele mudasse de ideia pelo caminho. Apesar de suas palavras
duras, ela ainda mostrou um sorriso involuntário.
Ele admitiu.
Portanto, mesmo que ele tivesse originalmente planejado seguir para o |Mar de
Árvores|, ele agora tinha um bom motivo para ir até a |Montanha de Deus|. E,
no processo, ele resgataria Aiko, com a probabilidade de uma luta com a Igreja
ser muito alta. Se ele atacasse o templo principal, talvez fosse tudo o que ele
precisava fazer para obter a ‖Magia Espiritual‖, ou assim ele pensava.
O espírito de luta de Hajime se incendiou. Ele iria detê-los, não importava quem
fosse o inimigo. Ele iria matar qualquer um que entrasse em seu caminho. Ele
mostrou um sorriso feroz como o de um lobo selvagem.
(Tio): “Obrigado por me mostrar um olhar tão brutal. Tu estás deixando esta
molhada!”
Tio acrescentou.
A atmosfera entre Hajime e as garotas era tudo, menos sutil, e Liliana corou
com a cena.
Notas
[1] Mottou é o mercador que Hajime escoltou no capítulo 52, logo depois de
completar o Calabouço Raisen e voltar para Brook.
Em uma sala onde a única fonte de luz era produzida pela luz da Lua, havia um
contraste de preto e branco se espalhando pela estreita janela de grade.
Era uma sala simples e plana, com apenas seis tatames de tamanho¹ com uma
pequena mesa, uma cadeira, uma cama de madeira e um banheiro simples. Se
comparado com as celas de prisões da Terra, ela seria obviamente muito pior.
Em uma prisão tão ruim, Hatayama Aiko estava sentada na cama no canto da
sala, atualmente enterrando seu rosto em seus joelhos.
Fazia três dias desde que Aiko foi levada para esse quarto.
Graças ao Artefato em forma de bracelete que ela usava em seu pulso, Aiko
não poderia usar magia. Ainda assim, ela tentou escapar no início. Como
esperado, não era possível abrir à força uma porta de aço apenas com sua
força física; além disso, a abertura da janela de grade só era o suficiente para
seus braços passarem por pouco.
Mesmo assim, a atual posição das salas no último andar do caro templo,
o |Templo da Montanha de Deus|, tornava impossível alcançar o solo de
forma segura, apesar disso, havia membros da Igreja posicionados do lado de
fora, vigiando.
Aiko murmurou enquanto olhava para cima. Ela se lembrou que a freira com
cabelo prateado a disse que ela foi sequestrada. Aiko se perguntou se o que
ela ouviu de Hajime se tornaria um inconveniente se ela contasse para Kouki e
os outros. Era óbvio quem era o "mestre" a quem a freira se referia. E parecia
que eles estavam interessados nos estudantes também.
A mente de Aiko ficou repleta com inquietação indescritível. Ela se lembrou dos
eventos de |Ur|, onde um de seus estudantes, Shimizu Yukitoshi, perdeu sua
vida. “Possivelmente, mais uma vez, outro estudante irá…”, com esse tipo de
pensamento em sua mente, Aiko ficou ainda mais ansiosa.
Sendo confinada nesta sala, ela tentou pensar sobre coisas que ela poderia
fazer neste momento. Se ela sossegasse e refletisse com calma, notaria que o
Palácio Real parecia muito estranho e estava coberto com um denso senso de
incongruência. Na mente de Aiko, com uma postura forte, ela se lembrou da
perigosa atmosfera que o Rei Eric e os outros líderes possuíam.
Com certeza, Aiko começou a imaginar que a freira com cabelo prateado tinha
feito algo. Ela definitivamente disse a palavra ‖Charme‖. Se fosse verdade,
então eles estavam usando algo nas linhas de lavagem cerebral.
Contudo, ao mesmo tempo, quando ela falou com Shizuku e Liliana, tal
sensação estranha de incongruência não estava presente. Embora ficasse
aliviada com isso, ainda havia um grande desconforto crescendo em seu peito
devido ao confinamento.
A pessoa a quem ela devia sua vida, o estudante que matou Shimizu Yukitoshi.
Embora possuísse um forte desejo e uma força monstruosa, o garoto pensou
seriamente e escutou as palavras de Aiko. E muitas coisas aconteceram, várias
coisas diferentes, e lá no fundo, como esperado, bem no fundo, apesar de ela
não dever pensar nisso, ela ainda continuava se lembrando.
A memória que ela desesperadamente tentou selar em sua mente mais uma
vez foi lembrada, e, por algum motivo, suas bochechas ficaram quentes.
Embora Aiko sacudisse sua cabeça para limpar sua mente, ela começou a se
preocupar com a segurança de Hajime, e descuidadamente murmurou seu
nome.
(Aiko): “… Nagumo-kun”
(Aiko): “Eh?”
O corpo de Aiko ficou alerta com a voz. Não era uma alucinação! Seu olhar
espreitou pela estreita janela de grade. Havia a figura de Hajime espiando do
outro lado.
(Aiko): “Eh? Eh? Nagumo-kun? Eh? Este é o último andar... deste templo…
eh?”
A sala em que Aiko estava confinada ficava a cerca de cem metros acima do
nível do solo. Entretanto, ele entrou como se estivesse pisando em terra firme!
É preciso dizer que, com Hajime casualmente criando um buraco e entrando na
sala, Aiko o encarou em choque.
(Hajime): “Não, é que, você chamou o meu nome. Você não me notou do lado
de fora da janela?”
(Aiko): “Wa, por mim? Nagumo-kun? Você veio até aqui para me ajudar?”
No entanto, Aiko, cuja mão foi subitamente agarrada, "Hyauuuu!", soltou uma
estranha voz. Ela encolheu um pouco.
“Pare! Isso não é bom! Nagumo-kun! Uma coisa dessas não pode ser
permitida! Eu sou uma professora!”, ela começou a gritar.
(Hajime): “Mas, não é inconveniente que sua magia esteja selada? Ou, há algo
errado em fazer isso? Apesar de não parecer haver nenhuma armadilha”
(Hajime): “Ahh. Ela testemunhou você sendo sequestrada. Como ela imaginou
que Amanogawa e os outros estivessem sob vigilância, ela decidiu escapar
da |Capital Real|. Então ela pediu nossa ajuda”
(Aiko): “Não querer ver você, não é nada disso. Você veio ajudar, eu estou
realmente grata... certamente, a situação de Shimizu-kun não pode ser
completamente esquecida, e eu provavelmente nunca serei capaz de me
esquecer disso... ainda assim, a intenção que você teve quando puxou o
gatilho… eu acho que eu a entendo. Eu não guardo rancor de você, e também
não te odeio”
(Hajime): “… Sensei”
(Aiko): “Naquele momento, como eu não pude dizer corretamente... desta vez,
por favor, permita-me dizer isso... obrigado por me ajudar. Eu sinto muito por te
fazer puxar o gatilho”
(Hajime): “…”
Hajime estava com um sorriso sem graça porque parecia que Yue estava
correta, mesmo assim, era um fato que ele fez Aiko sofrer; contudo, ele não
poderia falar sobre esse assunto.
(Hajime): “Eu, eu só fiz o que eu queria fazer. Apesar de receber sua gratidão,
você não tem que se desculpar. Ao invés disso, vamos partir logo. A Princesa
já deve ter chegado até Amanogawa e o resto dos alunos. Depois de nos
juntarmos com eles, é necessário conversar sobre o futuro”
Hajime assentiu para Aiko com um olhar que mostrava sua forte vontade. As
bochechas de Aiko ficaram quentes de novo devido a esse olhar. Aiko tentou
expressar suas preocupações mais uma vez.
Com isso, o corpo de Aiko se endureceu e ela voltou seus olhos para Hajime.
Hajime estava olhando para fora e se concentrando em algo ao longe. Nesse
momento, ele recebeu informação do grupo de Yue, que estava no chão.
Após um tempo, Hajime voltou a encarar Aiko enquanto estalava sua língua.
Embora Aiko não soubesse que Hajime tinha ‖Telepatia‖, como ela sabia que
ele tinha muitos Artefatos, ela imaginou que ele descobriu algo. O olhar dela
passava a impressão de querer saber o que estava acontecendo.
Com o resumo de Hajime, o rosto de Aiko ficou pálido, "Não pode ser", foi o
que saiu de seus lábios enquanto ela sacudia sua cabeça.
Era verdade. Primeiramente, era impossível não notar uma invasão com a
quantidade de forças que estava avançando em direção ao |Reino|. A grande
barreira que cercava a |Capital Real| também era forte o bastante para repelir
qualquer ataque comum e era inesperadamente resistente contra os mais
poderosos. Ninguém acreditaria que as duas maiores dificuldade fossem
superadas tão facilmente.
(Aiko): “Si-sim”
Aiko, que congelou com a tensão, estava agora segurando a mão direita de
Hajime. “Uhya!”. Uma voz estranha lhe escapou, ela envolveu seus braços ao
redor do pescoço de Hajime com a brusquidão da ação.
]Ka!![
(Aiko): “!?!?!?”
Uma luz tão forte quanto o luar caiu dentro do quarto, alarmes instintivamente
se ativaram na mente de Aiko.
Contudo, Hajime não se abalou e prosseguiu pulando para fora da sala através
do buraco que ele fez anteriormente. Aiko gritou enquanto se agarrava em
Hajime devido aos rápidos movimentos, mas não havia tempo para se
preocupar.
]Bobaaaa!![
Não houve nenhum som ribombante quando o quarto foi esmagado, ele
simplesmente evaporou, se desfazendo em partículas de luz. O topo do templo,
que era feito de aço, agora não tinha nada mais do que partículas muito mais
finas do que areia, que foram então espalhadas com o vento da noite e
desapareceram no céu.
Para seu breve murmúrio, uma resposta inesperada surgiu, uma voz que
parecia o badalar de um sino, entretanto, ela era fria e desprovida de qualquer
emoção.
Quando Hajime voltou seu olhar para onde a voz surgiu, havia uma mulher com
cabelo prateado e olhos azuis o encarando do teto. Hajime então imaginou que
esta era a mulher que sequestrou Aiko.
Apesar de esta mulher ser diferente da descrição de Liliana. Ela não estava
vestindo o hábito de uma freira, ao invés disso, esta mulher estava
completamente envolta por um vestido branco e armadura. O vestido não tinha
mangas e chegava até a altura dos joelhos, seus braços, pernas e cabeça
estavam cercados pela proteção da armadura, com uma placa metálica presa
em ambos os lados de sua cintura. Era a figura de uma guerreira, não
importava como você a olhasse. Exatamente como uma Valquíria².
(???): “Eu sou Nointo. Eu sou uma ⟦Apóstola de Deus⟧, por meu mestre, eu
vou remover todas as peças desnecessárias”
Magia prateada surgia ao redor de Nointo. Uma enorme pressão atacou Hajime
e Aiko, era como se eles estivessem debaixo de uma enorme cachoeira.
Enquanto ele recebia a pressão, o olhar cético de Aiko não estava mais em sua
mente. Hajime, exatamente como Nointo, fez uma declaração de guerra.
Com essas palavras como sinal, a uma altitude de 8.000 metros no céu sobre
a |Montanha de Deus|, a ⟦Apóstola de Deus⟧ e o Monstro que escapou do
inferno entraram em confronto.
Pouco antes do ataque de Nointo contra Hajime, Yue, Shia, Kaori e Liliana
avançavam pelo Palácio Real usando passagens secretas. O propósito delas
era levar Liliana até o grupo de Kouki.
Entretanto, para garantir a segurança de Aiko, eles precisavam ter certeza que
o grupo de Kouki não tinha sofrido lavagem cerebral. Era necessário confirmar
se eles estavam seguros.
Liliana baixou sua voz na escuridão. Então ela virou seu rosto da direção do
quarto de Shizuku. Ao invés de confiar em Kouki, o Herói, sua avaliação era
mais realista.
Concordando com Liliana, Shia liderou o grupo porque ela tinha a maior
percepção dentro do grupo. Shizuku e os outros estavam atualmente dormindo
em quartos de alta classe, então eles estavam em uma área separada. O grupo
estava avançando pelos corredores com passos silenciosos enquanto a luz da
Lua se infiltrava pelas janelas.
]Zudoooon!![
]Pakyaaaan!![
Liliana cobriu sua boca e falou com uma voz trêmula. Exatamente como ela
disse, no céu noturno da |Capital Real|, a grande barreira se despedaçou em
partículas de magia e se espalhou como poeira.
(Liliana): “Até a segunda barreira... por quê… ela é tão frágil? Com isto, logo...”
O que era a grande barreira a qual Liliana se referia? Havia três enormes
barreiras mágicas que defendiam o |Reino| de inimigos estrangeiros. Um
Artefato gerava a barreira em três pontos, ⌈Magos⌋ da Corte Real forneciam
seus |Poderes Mágicos⟩ nele regularmente para sustentar as barreiras. Sua
força foi testava muitas vezes, o |Reino| foi protegido da invasão
dos ⌊Demônios⌋ por centenas de anos. Esta era uma das razões para a guerra
ainda estar em um impasse.
Foi Yue quem descobriu essa resposta por Liliana, que estava muito absorvida
na ideia e ficou aturdida.
(Tio): “Tu me escutaste? Senhora, esta deve resumir a situação para ti?”
O [Minério da Telepatia] começou a brilhar, uma voz ressoou dele. Era a voz
de Tio, que foi deixada vigiando a |Capital Real|. Pela forma que ela falou, eles
praticamente compreenderam o que estava acontecendo.
(Liliana): “Não pode ser, uma invasão? Como, mas como eles conseguiram
chegar tão perto…”
Assim que elas disseram isso, ambas Yue e Shia saíram pela janela sem
ouvirem o que Kaori e Liliana tinham a dizer. A vida de Freed estava em jogo.
Fuja Freed! Depressa, fuja! Era o que seus companheiros teriam dito se eles
estivessem ali.
A brisa da noite e o barulho entraram pela janela aberta. Por um tempo, Kaori e
Liliana ficaram paradas em silêncio, então elas começaram a avançar mais
uma vez, como se nada tivesse acontecido.
Depois disso, Lili se virou e murmurou com uma voz triste, “A forma como eu
estou sendo tratada está ficando mais e mais grosseira…”.
O comentário foi ignorado admiravelmente por Kaori. “Para falar a verdade, Lili
choraria se eu dissesse que também queria ir?”. Enquanto pensava isso no
canto de sua mente, Kaori e Lili rapidamente seguiram para Kouki e o resto do
grupo de alunos.
Notas
Apesar de ser tarde da noite, com esta quantidade de barulho, não seria
estranho para uma multidão se formar nos minutos seguintes. Especialmente
porque o Palácio Real também não foi capaz de acalmar a confusão. De
qualquer forma, o Palácio Real estava confuso com a situação, especialmente
quando tudo aconteceu em um piscar de olhos. No momento que eles notaram,
todos já estavam uma situação onde uma espada estava apontada para suas
gargantas. Era uma reação esperada.
]Pakyaaaan!![
A última barreira finalmente foi quebrada, a força dos monstros criados com a
Magia da Era dos Deuses e os Soldados Demônios os montando avançaram,
fazendo a terra vibrar no processo. A última linha de defesa deles era apenas
um muro feito de pedra que cercava a Capital Real. Apesar de ser a única
defesa, ele ainda possuía considerável força... contudo, pensar que o muro
duraria muito seria otimismo demais.
— … vós... não, maa, esta entende vossos sentimentos. “Com todos juntos é
muito mais reconfortante!”, é o que esta se lembra da Princesa Liliana dizer, ela
é muito penosa... sendo descartada tão facilmente.
Tio estava encarando Yue e Shia com uma expressão impressionada, as duas
não pareciam se preocupar muito com isso. Isto também devia ser influência de
Hajime. Elas não estavam interessadas se não houvesse oponentes.
Yue e Shia estavam com olhos arregalados enquanto procuravam por Freed
Baghuar, e então seus Minérios da Telepatia reagiram. A voz de Hajime surgiu.
Devido a voz inesperadamente forte que veio do Minério da Telepatia, Tio, que
foi chamada, inconscientemente expressou sua surpresa.
— Uma perigosa apareceu. Eu quero que você tome conta da Sensei. Caso
contrário, eu não serei capaz de ir com tudo.
Tio, que reconheceu que Hajime estava enfrentando uma oponente onde seria
necessário que ele lutasse com todo o seu poder, em um instante, usou a
Dragonificação, então, rapidamente, disparou em direção ao alvo que estava a
8.000 metros no céu.
— Ha? Vocês duas não estavam com a Princesa... uuo, essa passou perto!
Desculpem, não parece que eu serei capaz de conversar nesta situação!
Apesar de não saber o que vocês planejam fazer, sejam cuidadosas.
Embora Hajime parecesse duvidar do que Shia disse, devido a intensa batalha
em que estava, ele teve que cortar a comunicação. Enquanto protegia Aiko, o
oponente não estava abrandando contra Hajime. Em um instante, Yue e Shia
começaram a se perguntar se deveriam ir ajudar.
Correto, a razão para Yue entrar no campo de batalha, apesar de também ser
em parte para se vingar por Hajime, era não permitir que outro detentor da
Magia da Era dos Deuses, Freed, ficasse à vontade.
]Kueeeeee!![
Das duas Águias Negras que se aproximavam das garotas, uma cabeça foi
explodida devido a onda de choque, e a outra, como se tivesse sido executada
por uma guilhotina, foi fatiada em pedaços. Suas trágicas figuras caíram no teto
de uma casa civil. Nesse momento, as pessoas que estavam dentro da casa
escutaram o barulho e ficaram extremamente nervosas com o som.
Depois que as duas foram mortas, todos as Feras Mágicas que podiam voar se
viraram e notaram Yue e Shia. Se você olhasse com atenção, notaria que
cerca de um terço delas tinha Demônios montados. Depois dos Demônios
olharem como se estivessem investigando a situação, quando notaram as duas
Águias caindo, eles entenderam que o grupo inimigo contava com uma Garota-
Coelho e uma garotinha, e como se estivessem olhando para duas idiotas, eles
bufaram para Yue e Shia, e então começaram a invocar suas magias.
Por ora, Shia disse — Não somos inimigas, mas há pouco fomos atacadas,
então não tivemos outra escolha. — Apesar de eles estarem rindo dessa tolice,
não parecia que eles tinham qualquer intenção de parar seus ataques.
]Googaaaaaaa!![
— Malditaaaas!!
— Uooooooo!!
— Morraaaam!!
Embora consumidos pela raiva, suas habilidades como Soldados era natural e
eles entraram em suas posições. Eles mostraram um grande trabalho de
equipe. Eles formaram um quadrado de todos os lados para cercá-las e então
dispararam todas as suas magias ao mesmo tempo. A magia dos Demônios
era excelente. Normalmente, a cena faria a expressão do alvo se distorcer em
desespero.
Ao mesmo tempo que ela disse essas palavras, todas as magias foram
completamente bloqueadas pelo dragão de trovão se enrolando ao redor de
Yue e Shia como um casulo. E o dragão de trovão mais uma vez abriu suas
mandíbulas como se fosse um portal, e como se estivessem cometendo
suicídio, todos eles pareciam estar pulando voluntariamente dentro da boca do
monstro.
Shia, que ainda estava no ar, nesse instante, diminuiu o peso de Doryukken e o
seu próprio para cinco quilos ou menos, e, mais uma vez, dançou pelo ar como
se fosse uma pena. Então, alterando Doryukken de volta para o modo de
disparo, balas sólidas explosivas foram disparadas mirando os Demônios que
lançavam projéteis de fogo. Como pretendido, mais uma vez no céu noturno do
Reino, flores vermelhas brilhantes floresceram.
Depois que tempo foi inutilmente tomado, Yue começou a procurar por Freed
de novo. Ao lado dela, Shia aterrissou enquanto carregava Doryukken.
— Eles realmente pensam que somos parte da força de combate do Reino, não
pensam?
As duas brincaram uma com a outra enquanto procuravam por Freed, quem
sabe ele já estivesse a caminho do Grande Calabouço usando a Magia
Espacial... elas começaram a ficar apreensivas, então...
— !?!?!? Yue-san!
— Nn.
Ao mesmo tempo que Shia deu seu aviso, Yue pulou para longe da torre do
relógio sem hesitação. Logo após isso, uma película oval apareceu no meio do
ar, uma enorme aurora jorrou de lá. A aurora apagou por completo a parte
superior da torre do relógio onde Yue e Shia estavam, contudo, o ataque foi tão
poderoso que o prédio ficou extremamente destruído.
Ao mesmo tempo que essa voz masculina ressoou, o Demônio Freed Baghuar,
que possuía cabelo vermelho e era o cavaleiro do Dragão Branco, apareceu da
película oval. Por sua expressão, você poderia notar a irritação por elas
facilmente desviarem do ataque surpresa.
Para as palavras de Freed, que continham ódio, Yue e Shia estavam ambas
destemidas. E elas responderam ao mesmo tempo. Estranhamente, foram as
mesmas palavras que o garoto que elas amavam, atualmente no céu a 8.000
metros de altura, tinha dito.
— Transcender Fronteiras.
Portanto, ele não poderia entender o motivo para Yue e Shia pularem dentro do
portal, já que não era possível para ele notar imediatamente que um portal já
tinha aparecido atrás deles.
— Merd-, desviem!
— Maldita seja, matando meus subordinados. Eu não esperava que você fosse
capaz de abrir dois ao mesmo tempo... isso significa que eu ainda estou te
subestimando…
Raiva preencheu seus olhos, ao mesmo tempo, ele também estava com medo
de Yue, que era capaz de criar dois portais simultaneamente e teve sucesso
em usar essa técnica corretamente em um combate. Também não houve
traços de encantamento ou o uso de formações mágicas, embora ele
confirmasse a verdadeira natureza delas em sua mente, no momento, era
necessário procurar pelas outras duas pessoas.
Era difícil para lutar com casas logo abaixo deles. Se Freed realmente
esperava por um confronto entre eles, seria improvável que ele apenas
continuasse a invasão da Capital Real, e assim, ele se transferiu diretamente
para o exterior da muralha externa. É claro que seria uma situação de
emergência se ele continuasse sua invasão ao invés de confrontar Yue e Shia,
já que a foice do Deus da morte certamente desceria sobre suas costas.
Como Freed também entendia isto, ele não poderia virar suas costas para elas.
Yue esticou sua mão direita e dobrou seu dedo, como se dissesse para se
aproximarem, com esta ação, a ira de todos os Demônios excedeu o ponto de
ebulição.
Era óbvio que a jovem garota com aparência infantil estava os provocando, e a
detestável Garota-Coelho que massacrou seus companheiros também estava
lá, com isso em suas mentes, "Nós seremos seus oponentes", eles pensaram
enquanto alinhavam seus olhares... a provocação não poderia ser ignorada
devido ao orgulho deles como uma raça superior, mesmo que suas oponentes
estivessem em menor número.
— Calamidade Absoluta.
Yue disparou um orbe negro rodopiante que apareceu diante dos olhos de
Shia. A esfera da cor do azeviche continha supergravidade, exatamente como
um buraco negro, a aurora se aproximando de Shia foi distorcida e então
completamente devorada.
— Ku, você também usou isso da última vez. Essa Magia da Era dos Deuses é
uma que eu não conheço. Todos os membros, escutem! Eu vou lidar com a
Maga loura! Todos vocês se juntem e matem aquela Garota-Coelho! Separem
elas, não permitam que elas cooperem!
— Entendido!
— Mesmo que seja apenas você! Eu definitivamente vou te matar sem falha!
O Demônio com cabelo loiro curto gritou, enquanto olhava para Shia com olhos
cheios de ódio por seus companheiros serem mortos, e colidiu com Doryukken
que ela segurava no alto.
Shia, que foi empurrada para trás, se separou de Yue, apesar de tentar
aumentar seu peso para suportar o empurrão, antes que ela pudesse reagir,
um portal de teleporte negro já tinha sido aberto atrás dela. Nesse instante, os
olhares de Yue e Shia se encontraram, o precipitado ataque suicida tinha o
objetivo de conseguir tempo para Freed invocar sua Magia Espacial.
Imediatamente antes de ser empurrada para o portal, Yue, com seu polegar
levantado, disse — Boa sorte! — Shia sorriu um pouco com isso. O sorriso foi
visto pelo Demônio montado na enorme Águia Negra, seu rosto se distorceu
com a raiva. Apesar de ele realmente não se importar com Shia, era a própria
companheira de Yue que estava sendo engolida pelo portal, o que significava
que elas estavam agora separadas.
Shia, que não podia entender o motivo para a súbita conversa sobre uma
mulher aparecer, só podia inclinar sua cabeça confusa. Porém, o Demônio
considerou esse ato como um sinal de que ela não se lembrava, enquanto
apertava seus dentes, ele revelou mais informações sobre seu ressentimento.
— Maldita!
Estava muito claro que Shia tinha esquecido completamente este assunto até
agora, o homem, que já estava furioso e em seu ponto de ebulição, disparou
várias lâminas de vento com encantamentos curtos. Assim, Shia desviou delas
como se não fossem nada.
— Espere um segundo, quem era aquela pessoa para você? Só com o que
você disse há pouco, eu ainda não pude entender.
Parecia que o homem na frente dela era o amado a quem a mulher no Grande
Calabouço Orcus sussurrou seu amor antes de morrer... ele era Mikhail.
Embora ela não entendesse como ele descobriu isso, ele sabia que Hajime foi
aquele que matou sua noiva e parecia estar queimando com o desejo de
vingança. Para fazer Hajime sentir o mesmo que ele sentiu, Mikhail planejava
arrastar ambos os corpos de Shia e Yue na frente dele.
— Como você se atreve, Cattleya... era sábia e gentil, ela sempre pensou em
seu país…
Mikhail estava gritando seu rancor com olhos vermelhos, e a usual vivacidade
de Shia se tornou fria como se isso fosse uma mentira, e ela respondeu com
palavras extremamente leves.
— Não, se ela não queria morrer, ela poderia apenas ter evitado a luta, não é?
Em primeiro lugar, foi ela quem nos desafiou. Hajime-san até a avisou. Não
vamos te perseguir se você fugir. Se uma pessoa importante foi morta, é óbvio
que alguém irá carregar rancor... mesmo que você diga que tipo de pessoa ela
era... não estamos interessados... você me entendeu? Exatamente como as
vidas de todos que vocês tomaram até agora... não há chances de você estar
interessado.
Mikhail, gritando como se tivesse perdido sua paciência, fez outro tornado ser
produzido para aumentar a velocidade da Águia Negra enquanto mergulhava
contra Shia. Parecia que o tornado era a magia de Mikhail, e não a habilidade
inerente da enorme Águia Negra. Enquanto montava o monstro, Mikhail
continuava seu encantamento e inúmeras lâminas de vento foram lançadas do
tornado em uma tentativa de bloquear as rotas de fuga de Shia.
Shia estava em uma situação onde todas as forças de Águias Negras que
estavam nos céus disparavam agulhas de pedra contra ela. Era exatamente
como uma chuva forte. Shia disparou balas sólidas explosivas para criar ondas
de choque com o objetivo de derrubar as agulhas.
E pulou contra uma Águia Negra próxima após abrir um caminho na barragem.
Desconsiderando os Demônios assustados, ela atacou com Doryukken sem
qualquer hesitação. Os Demônios que foram atingidos desapareceram dentro
da escuridão da noite enquanto seus órgãos internos e ossos eram
esmagados.
Era uma bola metálica vermelha. Ela tinha aproximadamente dois metros de
diâmetro. Uma corrente se estendia da bola metálica e Shia a prendeu no topo
de Doryukken. Então, ela usou sua perna para chutar a bola metálica que
estava caindo devido à gravidade e se balançava horizontalmente de
Doryukken.
]Gagin!![
Shia puxou a corrente de volta com Doryukken, e a bola de metal que acabara
de massacrar seus inimigos rapidamente voltou para seu alcance. E enquanto
a bola voltava, Shia disparava balas explosivas em rápida sucessão para
manter os outros ocupados, ou simplesmente para matá-los. Quando a bola de
metal retornou, ela foi mais uma vez lançada em outro alvo.
— Uriyaaaaaaaa!
Shia continuou brincando com o Kendama no céu noturno da Capital Real
enquanto gritava. Quando a bola era lançada, sua trajetória estava sempre
mudando e sempre voltava após destroçar seu alvo. O Kendama virou um
meteoro vermelho que disparava irregularmente através do céu noturno, ele
começou a ficar ainda mais vermelho assim que o sangue dos inimigos o
manchou.
— Maldita seja, essas técnicas tão estranhas! Para cima! Ataquem ela fora de
seu alcance!
Mikhail, enquanto mordia seus lábios ao ver seus subordinados sendo mortos
um após o outro, deu ordens para uma barragem de ataques ser lançada para
manter ela ocupada e conseguir tempo para ele invocar sua própria magia.
Shia facilmente desviou dos ataques como se dançasse no ar sem peso.
Então, logo após desviar do último ataque, magia de longo alcance caiu sobre
sua cabeça como um dilúvio.
— Você é minha!
Mikhail, que julgou que ela estaria ocupada demais lidando com os ataques do
alto, disparou contra Shia. A enorme Águia Negra soltou uma extraordinária
quantidade de agulhas de pedra que correram com a determinação da Magia
do Vento. A tempestade local soltou um uivo enquanto disparava na direção de
Shia.
Shia se permitiu cair em queda livre para reduzir sua altitude rapidamente e
desviou do bombardeio de vento. Os lábios de Mikhail se distorceram como era
de se esperar, de novo, ele decidiu esperar pelo momento que ela pisasse no
chão se esquivando, e ele planejava lançar mais lâminas de vento.
No entanto, nos olhos de Mikhail que estava observando seu alvo, Shia não
tinha uma expressão tomada pelo desespero, o espetáculo que ele viu incluía
uma bola de ferro do tamanho de um punho aparecendo do nada sob os pés
de Shia e ela saltou dela.
Shia pegou a bola de ferro da Caixa do Tesouro e usou suas pernas com força
máxima para se lançar dela. A bola de ferro, que foi chutada com velocidade
avassaladora e mira perfeita, atingiu a enorme Águia Negra em que Mikhail
estava montado! O vívido som de carne rasgando pôde ser ouvido.
— Kuueeeeeeee!!!
A enorme Águia Negra gritou com a dor do impacto enquanto caía girando.
Mikhail, mais uma vez, disparou uma bola de canhão de vento que continha
agulhas de pedra em desespero enquanto ele caía com a enorme Águia Negra.
Shia, que finalmente passou por todos os ataques mágicos que choviam sobre
sua cabeça, desviou a bola de canhão de vento que se aproximava
rapidamente usando Doryukken. Contudo, as agulhas feitas de pedra não
poderiam ser completamente evitadas, algumas delas perfuraram seu ombro e
braço.
Foi porque…
Enquanto dizia isso, Shia puxou e jogou para longe as agulhas, e, com o
objetivo de se concentrar, ela fechou seus olhos. Então, em um instante, a
petrificação que estava gradualmente se espalhando, parou subitamente, na
sequência, a carne que se tornou pedra recuperou sua cor original. E,
finalmente, o ferimento das agulhas também foi remendado, ela voltou a seu
estado normal como se nada tivesse acontecido.
— Po-por quê!?
Não havia sinais de Magia de Cura sendo usada, também não havia qualquer
sinal de uso de remédios, contudo, Shia facilmente curou a petrificação e o
dano das agulhas apenas ao se concentrar um pouco, medo começou a
aparecer nas expressões dos Demônios. Um medo do desconhecido que não
poderia ser entendido. Suas vozes estavam perturbadas e trêmulas.
Não havia necessidade de pensar muito sobre como Shia conseguiu se curar.
Ela simplesmente usou a Magia de Regeneração. Como de costume, sua
aptidão com a magia era bastante ruim, era só o suficiente para ela ser capaz
de curar ferimentos e condições anormais em seu corpo.
Shia olhou para cima, atrás das escuras nuvens, Mikhail estava caindo do céu.
Parecia que a enorme Águia Negra também estava em seus limites, uma
descida abrupta em linha reta era tudo o que o monstro seria capaz de fazer
agora.
A velocidade dos relâmpagos que caíam era de 150 quilômetros por segundo.
Não era possível desviar após reconhecer isso. Aos olhos de Mikhail, enquanto
seus subordinados eram mortos um após o outro, ele estava suportando
enquanto determinadamente continuava seu encantamento usando todo o
Poder Mágico em seu corpo, "Desta vez, com toda certeza, ela irá cair!". Sua
força de vontade podia ser vista.
Entretanto, logo após isso, Mikhail viu uma cena inacreditável.
Inesperadamente, Shia desviou dos raios que caíam. Não, mais precisamente,
era como se ela soubesse exatamente que área não seria atingida e se
movesse para lá antes que os raios caíssem.
Esse foi o erro de Mikhail. Shia tinha uma técnica que a permitia desviar de
coisas antes que elas se tornassem perceptíveis.
Ele não poderia acreditar no que viu, Shia desviou de todos os relâmpagos,
naturalmente, o ataque de Mikhail enquanto mergulhava também foi facilmente
repelido, e ela empunhou o Kendama e esperou que ele passasse.
— Nuguoo! Me solte!
Mikhail, que foi pego pela corrente, foi lançado por Doryukken, assim que ele
foi solto, a força centrífuga o fez voar em direção ao solo. A força centrífuga
causada pela pesada massa de ferro era tremenda, Mikhail foi atirado contra o
chão como um meteorito.
Imediatamente, ele preparou uma barreira de vento e escapou da morte
instantânea, contudo, era provável que todos os ossos em seu corpo
estivessem esmagados enquanto ele jazia de costas sem se mover um
centímetro. “Gobog Gobo”, ele tossiu sangue.
Para Shia, que estava o olhando de cima, Mikhail percebeu que esse era o seu
fim. Em seu coração, ele se desculpou com sua querida noiva que ele não
conseguiu vingar, então, ele falou suas últimas palavras.
No fim, enquanto observava absorto a marreta que era desferida contra sua
cabeça, Mikhail pensou que se houvesse uma vida após a morte, ele iria
procurar por Cattleya, ele perdeu a consciência enquanto tinha esses
pensamentos.
Notas
[2] Os projéteis sólidos têm destinação militar, para defesa pessoal ou para tiro
esportivo e destacam-se por sua maior capacidade de penetração e alcance.
[3] A mulher a quem ele se refere foi a que emboscou o grupo de Kouki no
Grande Calabouço Orcus e foi morta por Hajime no capítulo 78.
Apesar de não haver qualquer sinal de Magia do Vento sendo usada, para a
figura que flutuava nos céus exatamente como a Lua no céu noturno, um
sorriso apareceu mesmo quando a reação deles era ouvida, e Yue apenas
encarou Freed silenciosamente.
Assim, era impossível que ele tivesse interesse em uma mulher de outra raça.
Contudo, esse Freed, no momento, enquanto estava cercado por Dragões de
Cinzas e seus subordinados bloqueando a verdadeira Lua, vendo a garota com
lindo rosto que brilhava exatamente como a Lua, se sentiu encantado
pensando, Seria lamentável que tal joia fosse destruída.
Com esses pensamentos, apesar de ele entender que era necessário matar
Hajime, e embora ele estivesse furioso por seus irmãos serem mortos, mesmo
assim, palavras tolas saíram de sua boca.
A propósito, não seria exagero dizer que a aparência de Freed, se avaliada por
dez pessoas, todas iriam concordar que ele era um homem bonito. Combinado
com seus vastos poderes, ele era extremamente popular com as mulheres da
raça dos Demônios. Dessa forma, ele não era um homem feio.
— Você já escolheu seu caminho como uma mártir? Ou talvez seja sua
lealdade por este país? Descarte seus ensinamentos, não siga um país com fé
cega, você planeja sacrificar sua vida por esse tipo de coisas? Esse é o maior
nível de estupidez. Assim que você conhecer nosso Deus, os ensinamentos de
Aruvu-sama, você será purificada após fechar seus olhos apenas uma vez!
Para Freed, que começou a dizer baboseiras sobre tópico irrelevantes, Yue
simplesmente respondeu disparando Lâminas de Vento. Era meramente por
ela não conseguir mais suportar ouvir essa conversa fiada.
Um jato de sangue dançou com os ventos do anoitecer. Como Freed conseguiu
mover seu corpo, as Lâminas de Vento que Yue lançou só conseguiram cortar
seu ombro superficialmente. Na mesma hora, Freed foi capaz de reagir as
Lâminas de Vento, ele era definitivamente uma das poucas e incríveis pessoas
que conquistaram um Calabouço. Caso contrário, ele teria perdido um braço.
Para Freed, que estava encarando ela com raiva, Yue só o respondeu com um
olhar frio. Então, ela anunciou para o tolo líder dos Demônios e monstros.
— … sua pergunta é inútil. No momento que você feriu Hajime, você já estava
sentenciado a morrer em agonia.
— Vocês não me escutaram? Acho que não há o que fazer. Derrubem ela!
Como se fosse uma chuva de meteoros, cerca de cem Auroras foram lançadas
no céu noturno. A noite escura foi rasgada pelos raios de luz, e como se a
Maga no centro estivesse esperando pela morte, uma nevasca na temperatura
do zero absoluto surgiu e enfureceu-se.
Sem perder um segundo, cerca de cem Auroras mais uma vez surgiram após
confirmarem que a pequena inimiga ainda estava ali.
Yue usou Magia da Gravidade para aumentar mais sua altitude. Enquanto era
exposta a incontáveis Auroras, não havia nenhuma agitação em sua
expressão. Calamidade Absoluta era usada para engolir tudo e Céu
Amaldiçoado era usada para mover a bola de gravidade extrema, como se
fosse um satélite de proteção orbitando e protegendo a Lua.
No momento em que eles pensaram que seria impossível para ela escapar da
morte, enquanto os encarava, os olhos de Yue se abriram! E então, seus
adoráveis lábios finos expressaram.
— Fios Decapitadores.
— Que grande habilidade... por acaso, você é uma das pessoas escolhidas por
Deus!? Se for isso, então sua rejeição a minha proposta é entendível.
Freed suou bastante enquanto acenava com a cabeça em consentimento.
— Se alegre. Eu não direi mais nada após isto. Nós vamos matá-la e jogar seu
corpo na frente daquele homem. Se eu me realizar isto, posso causar alguma
agitação. Nesse momento, esse será o fim dele.
— … essa boca certamente trabalha muito. Você não pode apenas mostrar
isso através de suas ações ao invés de ficar falando sem parar? Feioso.
Mas isto já tinha sido visto no Grande Vulcão, Freed deu ordens para o
pequeno monstro em forma de pássaro montado em seu ombro. Então, uma
parte da multidão de monstros que invadiu e destruiu a muralha externa da
Capital Real surgiu ao redor de Yue no solo. Parecia que eles pretendiam
atacar do chão.
Yue, enquanto se protegia das auroras dos Dragões de Cinzas com sua bola
de gravidade, invocou o Dragão do Trovão. O dragão dourado apareceu das
nuvens escuras no céu e soltou um rugido parecido com um trovão. Ele se
aproximou enquanto as Auroras dos Dragões de Cinzas e Freed eram detidas
pela Calamidade Absoluta, o dragão de trovão foi então enviado para acabar
com as tropas no solo.
Como de costume, foi mais uma situação fácil onde a boca do dragão de trovão
sugou tudo... era isso o que deveria ter acontecido, mas seu avanço foi detido
por seis pares de monstros em forma de tartaruga, Absods, que excediam
cinco metros de comprimento. Um dos enormes Absods abriu sua grande boca
e começou a consumir o dragão.
Absod era um monstro que também foi visto com a mulher Demônio chamada
Cattleya no Grande Calabouço Orcus, esse era um monstro cuja magia
inerente era capaz de tomar outra magia e armazená-la em seu corpo.
Entretanto, o Absod, que estava consumindo o dragão de trovão no chão, tinha
um tamanho diferente do monstro que foi visto no Calabouço. Muito
provavelmente, ele foi melhorado e fortalecido.
— … irritante.
— Fu, eu entendo que você usa uma Magia do Trovão estranha. Assim,
contanto que Absod esteja aqui, sua magia será selada.
Freed riu com um sorriso malicioso. Contudo, Yue não estava particularmente
preocupada, ela apenas observou silenciosamente os Absods, e após um curto
espaço de tempo, seus olhos vagaram pelo céu enquanto pensava em algo,
então ela se concentrou nos monstros de novo.
— Você está tentando rasgar o espaço mais uma vez? Eu não vou de dar tanto
tempo assim!
Para Yue, que estava com sangue jorrando de seu corpo, a expressão de
Freed era uma que mostrava que ele estava convencido de sua vitória, mas
quando os ferimentos de Yue foram automaticamente regenerados, os olhos
dele só poderiam se arregalar com o espanto.
— Isso também é uma Magia da Era dos Deuses? Exatamente quantas vocês
adquiriram?
Apesar de ele não estar totalmente errado, enquanto expressava seu mal-
entendido para Yue, ele deu ordens para todos os monstros continuarem
atacando até que superassem a taxa de recuperação dela. E assim, Freed
também começou o encantamento de uma Magia da Era dos Deuses.
— Gooaaaaaa!!!
Freed mais uma vez expôs seu comportamento vergonhoso ao ficar com sua
boca completamente aberta com a magia que ignorava o senso comum
enquanto montava o Dragão Branco. A oportunidade não foi perdida, Yue
mandou os cinco dragões celestiais atacarem as tropas terrestres.
— Kuaaaaaan!!
A dor gerada por seu casco derretendo enquanto ainda estava vivo fez Absod
gritar penosamente com sua magia inerente sendo superada, o dragão de
trovão então mirou outro alvo. Era outro Absod que foi engolido pelo dragão da
tempestade. Enquanto soltava um rugido incrível, ele mordeu o outro dragão
onde a Tartaruga estava, a beirada de seu corpo se transformou em cinzas ao
ser escaldado.
Dessa forma, este próximo ataque mágico contaria, literalmente, com toda a
energia de Freed.
— ... mundo que está sempre balançando, martelo de ferro do gigante, rugidos
dos Dragões, exército de pernas que esmagam, ambos os mundos que nunca
se encontraram, escutando estrondos, trazendo gritos, é a visão de Deus! É o
pesar de Deus! Tu, sejas esmagado com desespero! Tremor do Céu!
— Mu!
Sua cautela se intensificou, já que ela tinha conhecimento desta magia, uma
magia defensiva foi invocada na mesma hora. O alcance da explosão mágica
era grande demais para ser evitado a tempo. E todas as defesas medianas
seriam completamente vencidas em um instante.
O próprio espaço explodiu. Sem dúvidas, isso tinha enorme força, até o
restante das tropas terrestres e os Dragões de Cinzas foram obliterados em um
instante, o ataque afundou a terra e afastou todas as nuvens dentro da área.
Magia Espacial, Tremor do Céu. O espaço era comprimido à força, essa era
uma magia que gerava um impacto extremamente poderoso ao liberar o
espaço comprimido.
Em geral, ele teria poder o bastante para apagar por completo todo o seu alvo
sem deixar rastros…
A razão para isso foi Yue usando a Magia Espacial Fios de Contenção, antes
do Tremor do Céu ser ativado. Esta era uma magia que restaurava o espaço.
Em uso, era uma magia conveniente que poderia ser usada para defesa e
contenção. Mais ainda, seu consumo de magia não chegava ao ponto em que
exigia uma quantidade absurda de Poder Mágico do usuário.
O espaço não foi completamente restaurado porque foi criado em um instante,
embora Yue recebesse algum dano, além da restauração física da
Regeneração Automática, suas roupas também foram recuperadas com o uso
da Magia de Regeneração, sua aparência, tanto interior quanto exterior, estava
impecável.
No meio de onde todos o ambiente foi destruído, uma figura estava sendo
banhada pela luz do luar como se nada tivesse acontecido, era uma
combinação incrível de divindade e força.
Contudo, havia uma pessoa que não duvidava da capacidade de Yue. Ele
atacou ela de um ponto cego.
Apesar de Yue desviar do ataque ao "cair" na mesma hora, ela não poderia
desviar da boca aberta do Dragão Branco enquanto eles se cruzavam, ele
tentou devorar o braço da garota a partir de seu ombro.
]Bushu![. Sangue jorrou da ferida. O Dragão Branco foi incapaz de rasgar por
completo o braço de Yue, quando suas presas afiadas afundaram em sua pele
macia, ele tentou disparar uma Aurora à queima roupa.
Porque nos lábios de Yue estava um sorriso na forma de uma Lua crescente
perfeita. Seus finos lábios rosas se destacavam. O sorriso não mostrava mais a
divindade que ela exibiu há pouco. A luz da Lua que brilhava na garota mudou
para uma não de solenidade, mas para uma diabólica.
Através do vento da noite, olhos de um vermelho profundo brilharam entre os
espaços de seus lindos cabelos dourados.
— Você me tocou?
Então...
O encantamento da Magia da Era dos Deuses foi calmamente dito pela boca
de Yue.
— Destruição Gravada.
— Guuaaaaa!!
— Kuuruaaan!!
O Dragão Branco se contorceu com o impacto, desta vez, o braço de Yue foi
completamente arrancado, entretanto, ela não tinha uma expressão de
angústia e manipulou a Magia da Gravidade para subir aos céus. E, em um
instante, a aparição do braço perdido foi vista, ela então encarou Freed e o
Dragão Branco que estavam em agonia enquanto sangue escorria de seus
corpos.
— ... que tal? As mesmas feridas que Hajime recebeu. Isso machuca?
Para Yue, que estava sem expressão e estava com a Lua em suas costas,
Freed apertou seus dentes com a intensa dor e a encarou de volta.
Yue, se possível, queria encurralar Freed com esta magia. Esta luta era uma
vingança pessoal para ela. No Grande Vulcão, seu amado foi ferido seriamente
e raiva se enraizou em seu coração, incapaz de se livrar disso a menos que
sua vingança fosse realizada. Desde então — ... na próxima vez que nos
encontrarmos, eu definitivamente vou espancá-lo. — Ela prometeu.
Entretanto, ela era fraca em combate a curta distância. Esse cenário seria fútil,
considerando que ela não seria capaz de ativar a magia antes que Freed e o
Dragão Branco voassem para longe em alta velocidade, a impedindo de tocá-
los. Portanto, ela pensou que teria que receber uma quantidade considerável
de dano do inimigo antes que pudesse usar sua magia, porém... Freed a tocou
de propósito antes disso. Não havia como impedir que Yue revelasse um
sorriso involuntário. Contra os inimigos de Hajime, sua mente não poderia
impedir esse contentamento.
Eles faziam parte das tropas terrestres que estavam invadindo a Capital Real.
Os Soldados imaginaram que Freed estava em apuros e foram resgatá-lo.
Os Demônios que foram em seu resgate, após verem Freed e o Dragão Branco
cobertos por feridas, ficaram com olhos cheios de ódio e realizaram ataques
suicidas sem nem pensar em se defenderem. Naturalmente, não havia como
eles matarem Yue apenas com força de vontade. No entanto, parecia que esse
curto intervalo de tempo conquistado foi o suficiente para Freed abrir um portal.
Logo antes da lança de fogo que Yue invocou pudesse perfurar Freed e o
Dragão Branco, ambos pularam dentro do portal e desapareceram.
— … impedida.
Yue, depois de ver Freed escapando com sucesso, ouviu — Você se atreve a
fazer isso com Freed-sama! — dos Demônios que a olhavam com frieza e
atacavam repetidas vezes enquanto gritavam a mesma coisa, a Magia Espacial
Tremor do Céu, que Freed usou há pouco, foi mais uma vez utilizada. Apesar
de Yue aniquilar os sentimentos irritantes de seus inimigos em um instante,
você ainda poderia ver alguma irritação na expressão da garota. Sua raiva
reprimida não foi descarregada.
— … escapou.
Shia entendeu mais ou menos o que aconteceu com essa simples frase,
enquanto ficava levemente surpresa com a inesperada tenacidade de Freed,
ela tranquilizou Yue com um sorriso sem graça.
— … Hajime.
— … Hajime-san.
— … nn.
Shia e Yue concluíram que o autor dessa falta de senso comum era Hajime,
elas sorriram enquanto encaravam a gigantesca cratera onde os monstros
desapareceram, juntas, as duas seguiram para o Palácio Real, local onde
Hajime deveria estar.
Capítulo 102: A Apóstola de Deus, Nointo
Entretanto, não era para voar. Era para disparar projéteis mágicos feitos de
penas de prata que transmitiam a intenção assassina de suas asas. Os
projéteis mágicos de prata possuíam um incrível poder, além da capacidade de
serem continuamente disparados, a escuridão foi rasgada no céu a oito mil
metros acima do solo, e um grande número de clarões caiu sobre seu alvo.
O que se levantou contra o ataque foi uma arma de aço que se iluminava com
luz vermelha brilhante. Sempre que o monstro que esmagava todos seus
inimigos soltava um rugido, as penas de prata que voavam se espalhariam de
forma trágica e se dispersariam. Apesar de elas terem uma trajetória bem
calculada, era inútil se todas fossem derrubadas em um único ataque, um
buraco foi criado na barragem que poderia até ser confundida com uma
muralha. O que era preciso para prosseguir era coragem. Era assim que a
evasão perfeita era realizada.
— Hiyaaaaa!
Uma voz adorável, que não combinava com a cena, ressoou na situação onde
eles apostavam suas vidas. Era Hatayama Aiko-sensei, que não poderia
suportar mais e soltou uma voz imprópria. Hajime usou Metsurai para disparar
uma enorme barragem contra as penas de prata que a Apóstola de Deus
Nointo lançava; Aiko estava sendo segurada por seu braço direito e o garoto
continuava a desviar no último segundo possível. A professora experimentou
sua primeira dogfight de sua vida (ao vivo e em cores).
O aviso de Hajime foi em vão, Aiko imediatamente ficou com lágrimas nos
olhos. Na verdade, não, ela já estava com lágrimas nos olhos desde o começo
da batalha aérea, então não foi apenas por ela ter se mordido.
Hajime também, como Aiko particularmente não tinha muita força física, para
protegê-la usando movimentos intensos, ele usou a Velocidade da Luz,
derrotando a barragem iminente e desviando com movimentos mínimos,
contudo, essa movimentação ainda era mais intensa do que uma montanha-
russa; Aiko já estava em um estado grogue.
Aliás, esta situação não continuaria para sempre. Uma companheira confiável
devia estar indo ao resgate deles. Hajime usou Schlag para derrubar as penas
de prata que os cercavam de todas as direções enquanto desviava, ele falou
com Aiko, que estava com os olhos fechados com força e se agarrava ao
garoto com firmeza.
Enquanto cerrava seus dentes, ela estava consciente que era literalmente
bagagem extra. Hajime abraçou Aiko com força e deu uma cambalhota. No
mundo invertido, o bombardeio prateado passou sobre a cabeça de Hajime. O
raio de luz apagou a parte superior da torre de isolamento em que Aiko estava
sendo mantida em cativeiro anteriormente.
Mais uma vez, um grito foi ouvido, contudo, ele foi apagado pelas ondas de
choque. Enquanto era pressionada no peito de Hajime, o batimento cardíaco
do garoto podia ser ouvido, e ele não estava nenhum pouco irregular, Aiko
entendeu e obteve um estranho senso de segurança ao escutar esse
coração. Sério, no que eu estou pensando nesta situação, ela se contestou,
entretanto, Aiko aceitou e se agarrou em Hajime com ainda mais força.
É claro que Hajime estava se referindo a luta contra a Igreja pela Magia da Era
dos Deuses, não a parte em que ele ajudava Aiko... no entanto, a professora,
que estava embriagada com a situação, cometeu um belíssimo equívoco no
significado das palavras do garoto. E, em uma situação onde ela estava sendo
abraçada e protegida, o mal-entendido aumentou ainda mais. Era necessário
que a mulher rapidamente despertasse disso.
— Nuguooooo!?
Contudo, mesmo que ele soubesse disso, Hajime não poderia realizar nenhum
movimento insensato porque Aiko ainda estava com ele, o garoto assim usou
Schlag para atingir o centro da enorme espada para desviar sua trajetória e se
permitir recuar, com isso, ele mal conseguiu desviar. A grande espada passou
e raspou suas franjas, o que o fez começar a suar frio.
Nointo não deteve a força centrífuga causada pela enorme espada, enquanto
rodava, a luz do luar era refletida e fazia seus cabelos prateados brilharem
lindamente, ela então se virou para Hajime e desceu sua espada que era
usada para bloquear as balas. Com imenso poder, a velocidade da espada já
excedia em muito o senso comum.
Mais uma vez, Hajime disparou um cartucho de seu braço artificial para repelir
a grande espada e usou o recuo para girar, ele então apontou o cano de
Schlag em Nointo e puxou o gatilho três vezes. Três clarões surgiram enquanto
seguiam em direção ao coração de Nointo, mas as balas foram precisamente
miradas contra o abdômen dela.
Hajime então usou a Broca de Cruz para perseguir Nointo, que foi afastada
devido ao poder do canhão eletromagnético. As balas sólidas explosivas
liberaram uma onda de luz vermelha brilhante no céu noturno e criaram uma
onda de choque terrível. Embora Nointo conseguisse facilmente negar o ataque
com suas asas de prata, assim como Hajime planejou, eles acabaram se
afastando.
— Ha? O que você está dizendo? Esses são meus verdadeiros sentimentos.
—…
Nointo expandiu suas asas e concentrou seus olhos, então posicionou suas
espadas gêmeas formando uma cruz. Como ela disse, não havia mesmo
nenhum sentimento, isso era apenas uma conversa inútil... nos olhos de
Hajime, raiva começou a se acumular, seus pensamentos inúteis foram então
omitidos. Em todo o caso, ele ainda a mataria. Não importava o que ele
pensava de Nointo, no fim, isso era algo trivial.
As asas de prata da Apóstola começaram a bater de novo, as penas de prata
foram lançadas e se espalharam no céu. Contudo, desta vez, elas não
seguiram contra Hajime. Ao invés disso, elas se reuniram ao redor de Nointo
em um instante; várias penas de prata foram empilhadas uma em cima da
outra e formaram um desenho. Correto, era uma formação mágica. A formação
mágica brilhou com luzes prateadas e Nointo encarou Hajime.
E…
A magia que foi usada criou um enorme tsunami de fogo que queimou o céu.
Parecia que ela não era capaz apenas de usar projéteis mágicos, mas também
magias de atributos. Ela não usou isso até o momento porque julgou que seus
projéteis mágicos de prata seriam o suficiente. Em outras palavras, ela decidiu
levar a luta a sério.
Entretanto, a magia que Nointo usou tinha um alcance gigantesco, ela era
grande o bastante para iluminar por completo a Montanha de Deus, e podia até
ser comparada ao nascer do Sol. Era como procurar por uma agulha em um
palheiro, a posição do núcleo era desconhecida.
Contudo, Nointo não desviou seus olhos do centro das grandes chamas que
queimavam vivamente.
Logo após Nointo murmurar isso, os efeitos do ataque terminaram, no meio das
enormes chamas, Hajime e Aiko estavam perfeitamente cercados por quatro
Brocas de Cruz.
— Is-isto é…
A expressão um pouco aliviada de Hajime podia ser vista. Isto foi possível
porque o fio e o minério que possuíam Magia Espacial, atribuída através da
Magia da Criação, foram adicionados as Brocas de Cruz, assim, quando quatro
pontos se uniam, uma barreira seria formada. No entanto, não era uma simples
barreira, ela era do tipo que isolava o próprio espaço, teoricamente, seu poder
defensivo era garantido. Entretanto, isto ainda estava em seus estágios
experimentais, porque não havia prova sólida de quanto ela poderia suportar,
Hajime ficou um pouco inquieto por um momento.
Nointo olhou para a barreira com surpresa e viu Aiko, que ainda estava sendo
abraçada e estava agitada, mais uma vez, ela compôs outra formação mágica.
Porém, havia mais do que 20 formações mágicas desta vez, suas formas foram
reveladas enquanto, ao mesmo tempo, penas de prata eram lançadas contra
Hajime.
O lado ruim desta barreira era que Hajime não poderia atacar enquanto estava
confinado porque o espaço em si estava isolado. Dessa forma, o garoto
rapidamente desfez a barreira e se distanciou de Nointo, ele planejou se
devotar na esquiva até Tio chegar.
Hajime olhou para o local onde a cantoria estava vindo enquanto desviava das
penas de prata, então, ele viu uma reunião dos Sacerdotes da Igreja, suas
mãos estavam cruzadas em uma pose de oração e eles cantavam
continuamente. O coro, que consistia de cem Sacerdotes, transmitia a
sensação de solenidade, exatamente como os que você seria capaz de ver na
Terra.
— Ishtar, huh. Ele parece entender bem seus deveres. Um belíssimo trabalho.
Ishtar estava olhando para Nointo com uma expressão eufórica do solo, e a
Apóstola o olhou de volta com olhos que não mostravam nenhum sentimento.
Se você olhasse a expressão de Ishtar, você entenderia na mesma hora que
ele queria cooperar com Nointo e esse parecia ser o auge de sua vida.
Certamente, ele era uma existência conveniente que se movia conforme a
vontade de Deus.
Rigidez momentânea. Contudo, isso era uma abertura fatal contra Nointo.
— !?!?!?
Nointo se moveu com uma super velocidade e cruzou suas espadas gêmeas.
Devido a rigidez momentânea do choque elétrico, a reação de Hajime foi
levemente atrasada; ele conseguiu repelir o primeiro golpe usando Schlag, mas
a segunda espada não poderia ser evitada e afundou em seu ombro.
— Guuuuuu!
Enquanto soltava uma voz de dor, ele girou seu corpo ao usar a explosão de
seu braço artificial, usando Aerodinâmica, ele tentou fugir da alcance da
espada de Nointo. Naturalmente, os ataques severos dela não o davam muito
tempo livre, então ele fez as Brocas de Cruz se autodestruírem e conseguiu se
distanciar dela.
— Nagumo-kun!?!?!?
Mas o garoto não tinha tempo para se preocupar com a professora. Enquanto
respondia com frieza, Nointo começou a disparar penas de prata. Hajime usou
Vajra, Garra do Vento e Schlag para derrubá-las. Graças as partículas de luz,
seu corpo ficou lento, no fim, não era possível desviar de tudo.
Para esse Hajime, Nointo disparou contra a frente dele... não, foi uma finta e
ela esticou suas asas de prata! Uma luz foi emitida. As luzes brilhantes
cegaram Hajime.
— !?!?!?
Apesar da força grande espada de Nointo ser igual a Vajra de Hajime por um
instante, a proteção foi logo despedaçada, as pontas das espadas foram
desferidas contra o corpo de Hajime.
— Gaaaaaa!!
— Nagumo-kun!
Ele sentiu dor queimando suas costas. Para Hajime que instintivamente soltou
sua voz, a expressão e a voz de Aiko estavam impacientes. Contudo, Hajime
contra-atacou Nointo ao dar um mortal para a frente usando o impacto do corte.
Hajime, cujo corpo estava lento, colocou Vajra em uma Broca de Cruz para
torná-la um escudo, outras Brocas de Cruz foram enviadas para a esquerda e
para a direita de Nointo e dispararam suas balas explosivas.
Assim que Nointo disparou, ela usou suas asas de prata para repelir as balas
das Brocas de Cruz e usou sua enorme espada para cortar a Broca de Cruz
atuando como escudo de Hajime, além disso, ela lançou sua segunda espada
na primeira para destruir a Broca de Cruz; ela facilmente atravessou o alvo.
Os olhos de Hajime se arregalaram; os olhos de Nointo estavam literalmente
diante dos dele. Os olhos dela mostravam que esta era a diferença entre os
dois. Em outras palavras, — Este é o fim.
— Guugaaaaaaaaaaaaa!!!
Junto com o rugido de um Dragão, uma luz negra se aproximou vindo embaixo
deles com incrível poder. Era um Sopro escaldante que eliminaria tudo. A
violenta tempestade negra foi precisamente mirada em Nointo.
Logo após isso, o Sopro negro atingiu diretamente as asas de Nointo, e apesar
do ataque estar sendo decomposto, a força do golpe a empurrou para longe.
As magias negra e prateada colidiram uma com a outra e criaram partículas
escuras e prateadas que se espalharam no ar, Nointo foi lançada para uma das
torres da Igreja. Com o som do impacto, a torre começou a se abalar e
desmoronou.
Os gritos dos Sacerdotes liderados por Ishtar podiam ser ouvidos. Eles
pareciam irritados ao ver uma Apóstola de Deus sendo derrubada.
Hajime pegou Orkan da Caixa do Tesouro e sem olhar, disparou todos os doze
foguetes contra o grupo de Ishtar. Desta vez, ele ignorou o tipo diferente de
gritos que ele escutou. Porque outra voz ecoou e abafou as outras.
Enquanto ficava feliz com as palavras de Hajime, o Dragão Negro, que era Tio,
estava recuperando altitude depois de derrubar a poderosa inimiga e foi até o
lado de Hajime enquanto batia suas asas.
Esta está feliz acima de tudo por ter chegado a tempo. Castigo mais tarde...
esta quer uma recompensa.
Hajime, em tal situação onde Tio ainda era fiel a seus próprios desejos (Em
retrospecto, Yue, Shia e Kaori também eram), ficou com uma expressão
impressionada, Aiko, que estava sendo abraçada com força, foi posta nas
costas do Dragão.
A professora sentiu uma sensação estranha com a conversa dos dois, ela
obedientemente se agarrou nas costas de Tio porque agora não seria mais um
peso para o garoto.
Umu. Conte comigo. Afinal, a Sensei é uma pessoa importante para o Mestre
(no sentido de uma professora), esta não permitirá que caias nas mãos do
inimigo.
Aiko aumentou ainda mais seu mal-entendido com as palavras "pessoa
importante" que Tio disse, e ansiosamente olhou para Hajime. Não importava
como você olhasse para isso, essa não era uma expressão que uma
professora mostraria para um estudante, era como uma donzela apaixonada,
contudo, não havia ninguém presente para apontar isto.
E nesse momento, a torre em que Nointo foi atirada explodiu no chão com um
som estrondoso. Uma espessa nuvem de poeira dançou, e com a pressão do
vento das asas de prata de Nointo, ela foi soprada e a Apóstola mostrou sua
figura ilesa. O Sopro de Tio não parecia ser capaz de penetrar a defesa de
suas asas de prata.
— …Tio, vá.
Aye. Porém, está voltará para ajudar depois que a segurança da Sensei-dono
estiver garantida? No mínimo, esta irá fazer algo sobre as pessoas da Igreja.
Para Hajime, que já estava encarando Nointo com intensa sede de sangue, Tio
conseguiu adivinhar há pouco a causa da magia que estava enfraquecendo
Hajime, ela declarou com confiança enquanto encarava o grupo de Ishtar.
Hajime continuou a focar em Nointo.
Para Aiko, que estava com ambas as mãos na frente de seu peito orando, Tio
parecia imaginar o que estava acontecendo e ficou interessada, em outras
palavras, ela pensou, Isto vai ser interessante.
Aiko disse — Espere —, assim que Tio começou a se virar. Pelo quê?, pensou
Tio enquanto encarava Aiko em suas costas ao arquear seu pescoço. A
professora devolveu o olhar com um rosto determinado.
— Tio-san. Se você percorrer todo o caminho até o solo, ter que voltar até aqui
após me descer não vai tomar muito tempo? Estamos a 8.000 metros no céu. Ir
e voltar vai ser bem severo…
— Sim. Se Tio-san pretende lutar pelo bem de Nagumo-kun, então, por favor,
me permita ajudar. Se você não fizer algo logo com o grupo de Ishtar-san,
Nagumo-kun será rapidamente enfraquecido. Seria uma perda de tempo me
levar até o chão.
O que Aiko disse era possível, contudo, Tio estava bastante relutante.
Apesar de muitas pessoas parecerem ter sido feridas com o ataque de Orkan,
se você observasse, veria Ishtar se preparando para cantar seu hino mais uma
vez enquanto também construía uma barreira, Tio queria se livrar de todos
eles. Porém, se por acaso Aiko se ferisse, a promessa com Hajime seria
quebrada.
Pode ser ruim para esta dizer isto para a Sensei-dono, mas, o que tu podes
fazer? Sem formações mágicas nem experiência de combate? Tu podes lutar
contra os Sacerdotes e seus Cavaleiros?
A opinião de Tio foi severa e fez Aiko apertar seus dentes com força, então a
professora lentamente moveu seu dedo em direção a sua boca. E com seus
olhos fechados, ela o mordeu e fez um corte, o sangue que escorreu da ponta
de seu dedo foi usado para desenhar formações mágicas ao esfregá-lo nas
costas da mão oposta.
— Eu posso não parecer, mas em termos de Poder Mágico, eu sou igual a
Amanogawa-kun, que é o Herói. Embora eu não tenha nenhuma experiência
de batalha... eu mostrarei que posso te ajudar de forma adequada! Lutar contra
outra pessoa... honestamente, eu estou assustada, mas eu não tenho escolha
além de fazer isso. A partir de agora, com o objetivo de garantir que todos
sobrevivam e voltem para o Japão, acima de qualquer um, eu não posso fugir!
O Reino estava cético com a invasão, até o Rei virou um fanático como os
Sacerdotes. Confiar em Deus, que planejou tudo desde o início, já não era
mais uma opção. Para sobreviver neste mundo, Aiko e seus alunos deveriam
continuar seguindo em frente.
Se era assim, como a professora, mesmo que ela fosse criticada por isso, o
que tinha que ser feito, deveria ser feito. Tio entendeu com a determinação nos
olhos de Aiko, e, apesar de ainda hesitante, ela decidiu permitir que a
professora a acompanhasse porque não havia outra escolha.
— Sim!
Assim, um grupo diferente composto por Tio e Aiko desafiou o principal templo
da maior religião deste mundo.
Nota
[1] O termo "nem-nem" (de "nem trabalha, nem estuda") refere-se à população
jovem fora do mercado de trabalho e de instituições educacionais. Equivale em
espanhol ao termo "nini" (ni estudia, ni trabaja) e à sigla em inglês NEET para a
expressão “not in education, employment, or training", algo como "fora da
educação, emprego e formação profissional". Esta é uma classificação do
governo, usada primeiramente no Reino Unido e que logo depois passou a ser
utilizada em outros países, inclusive o Japão. No Reino Unido, o termo
compreende pessoas com faixa etária entre 16 e 18 anos. No Japão, o termo
compreende pessoas de idade entre 15 e 34 anos que são desempregadas,
solteiras, não registradas na escola, não procuram trabalho ou o treinamento
profissional necessário para trabalhar.
Ela girou seu corpo enquanto caía e desviava dos brilhos vermelhos que
passavam acima de sua cabeça, então disparou contra Hajime com uma
velocidade assustadora.
— !?!?!?
Nointo notou as ondas vermelhas vindo das balas explosivas, ela considerou
que suas asas de prata não a protegeriam a tempo, então ela usou suas
enormes espadas em suas mãos para interceptar as balas.
A grande espada foi desferida com velocidade divina, ela abruptamente cortou
as balas ao meio como se fossem manteiga. O que foi decomposto foi o Poder
Mágico que estava dentro das balas sólidas explosivas, contudo, não era
possível para um golpe de uma enorme espada cortar tudo, balas foram
lançadas de ambos os lados e ondas de choque foram transmitidas.
Apesar de seu poder diminuir, Nointo foi exposta a uma onda de choque direta
e seus movimentos pararam por um momento.
Na frente de seu peito estava Hajime, que encurtou a distância dentro desse
instante. Ao usar Grande Chute no ar com a ajuda da Aerodinâmica, ele
começou a comprimir poder em seu braço esquerdo, ativando Oscilação
Esmagadora e a Espingarda Explosiva mecânica, e com o uso completo da
habilidade Conversão de Impacto colocada no Grande Braço, uma enorme
magia foi lançada.
Nointo imediatamente usou suas duas espadas grandes como escudo. Uma
das enormes espadas foi usada para bloquear o punho antes que o impacto
fosse liberado por completo. Ela mal conseguiu fazer isso no último segundo,
conseguindo deter o punho de aço de Hajime.
Dopaaaanaaa! Dopaaaanaaa!
— Kuuuuuuu!!
Para cada um dos ataques de Donner e Schlag, a velocidade era tão grande
que apenas um disparo foi ouvido. Com precisão inacreditável, cada bala
atingiu o mesmo lugar. Simultaneamente, Nointo gemeu com cada um dos
tiros, suas enormes espadas tremiam com os impactos e, ]Piki[, um som
desagradável foi ouvido.
Ela foi atirada ainda mais longe. Mais uma vez, Nointo foi enterrada após
destruir algumas instalações que estavam solenemente decoradas pela Igreja.
Hajime pegou Orkan de sua Caixa do Tesouro e lançou todos os seus foguetes
só por precaução.
Bashuuuuuuuu!!
O grupo de foguetes soltou faíscas e causou danos fatais no prédio, que estava
a ponto de desabar. O prédio desmoronou completamente junto de uma
enorme explosão, ele foi envolvido por enormes chamas que atingiam 3.000
graus Celsius com a enorme quantidade de piche que estava armazenada
dentro dos foguetes.
— ... de baixo.
Assim que Hajime pulou e olhou para baixo dele, o chão onde o garoto estava
explodiu diante de seus olhos, Nointo bateu suas asas de prata e voou para
fora do buraco. Parecia que ela conseguiu se salvar do resto do ataque ao usar
magia para seguir sob o solo.
Uma enorme quantidade de penas de prata foi lançada como se fosse uma
metralhadora, e ela também soltou seu bombardeamento prateado. Eles
trocaram golpes enquanto giravam como folhas sopradas pelo vento. A
Apóstola cruzou suas espadas gêmeas, pela pequena abertura, um golpe de
espada surgiu e foi repelido por um dos revólveres. Então Hajime lançou
mísseis contra Nointo.
— … o que foi?
Hajime fez uma pergunta razoável, contudo, Nointo bufou com seu nariz
indicando que essa era uma questão tola.
Hajime não estava muito preocupado e concordou em sua mente, ele encolheu
seus ombros já que a resposta era o que ele esperava após ouvir o que Miledi
Raisen os contou antes. Em outras palavras, Esses caras certamente são lixo.
— Não é necessário que você saiba sobre isso, já que morrerá muito em breve.
— !!!
— !?!?!?
Isso fez a mulher retardar um pouco sua perseguição. Contudo, isso criou
tempo suficiente para Hajime contra-atacar. O corpo do rapaz foi envolvido por
magia vermelha brilhante. Ele usou o Superar Limite.
— Tsuaaaaaa!!
— Haaaaaaaa!!
Logo após Hajime desviar do meio golpe de uma das enormes espadas, ambas
as lâminas foram desferidas contra o corpo do garoto com uma sincronia
excelente. Usando Schlag, ele repeliu uma espada ao disparar o canhão
eletromagnético no meio dela, e a outra foi repelida com a parte de cima do
cano do revólver, Donner, em sua mão direita, foi apontada para o coração de
Nointo. Um clarão vermelho brilhante surgiu, mas Nointo desviou enquanto
girava e deixava uma imagem persistente, com sua velocidade, ela atacou com
sua espada grande usando a força do movimento.
E contra a segunda espada que foi desferida horizontalmente, ele recebeu sua
lâmina com o cano da arma enquanto ela ainda estava cercada com o Atribuir
Força e a disparou. Com um raio de luz, uma explosão soou e a segunda
espada voou.
— Oooooooooooo!!!
— Haaaaaaaaaaaa!!!
Não é preciso dizer que Hajime tinha um limite de tempo ao usar Superar
Limite. A habilidade seria cancelada à força e o deixaria em um estado
enfraquecido por um tempo. Apesar do Poder Mágico do rapaz ser gigante, não
seria possível continuar assim indefinidamente.
Hajime decidiu que se a situação continuasse como estava, ele seria derrotado.
— Explodaaaa!
Dododododo!!!!
Ao mesmo tempo que gritou, Hajime fez as Brocas de Cruz dispararem balas
explosivas enquanto ainda estava dentro do raio de explosão.
— Você enlouqueceu!?
Zudoooooooooooon!!!!!!
Na mesma hora, uma flor vermelha brilhante de luz surgiu no alto do céu da
noite. Não é preciso dizer que a imensa onda de choque afastou Hajime e
Nointo.
Foi uma onda de choque aterradora, ela perfurou Vajra e causou muito dano ao
corpo do garoto. Como prova disso, muito sangue jorrava de todo o corpo de
Hajime. Ele estava coberto por feridas.
Nointo também não ficou livre de danos, como ela não conseguiu se envolver a
tempo, a Apóstola também estava com ferimentos e tossia sangue. Parecia
que o impacto atingiu os órgãos internos dela.
— Haaaaa, haaaaa… suicídio com você? Ha, que piada de mal gosto. Só diga
isso se você for uma boa mulher e minha amada.
Sem querer, Nointo estava com olhos de dúvida com o ataque imprudente, e
Hajime respondeu brincando enquanto respirava com dificuldade. A frase tinha
um tom de escárnio pela dúvida dela envolver um relacionamento entre
pessoas próximas em seus últimos momentos.
Hajime então pegou uma nova arma da Caixa do Tesouro. E então ele atirou
vários objetos que voaram em alta velocidade.
Sem fazer som, você não conseguiria acompanhar os objetos se não prestasse
atenção. Contudo, Nointo os atingiu como se não fossem nada com sua
enorme espada.
Contra as armas primitivas, Nointo relaxou um pouco sua guarda, mas canhões
eletromagnéticos foram disparados das mãos de Hajime.
Foi por causa dos anéis, chamados Engetsu[3], que Hajime lançou mais cedo.
Os anéis tinham Ocultar Presença e Garra do Vento incorporados neles com o
uso da Magia da Criação, apesar de serem armas de arremesso do tipo furtivo
e para assassinatos, mais do que isso, esse era um artefato com um efeito
especial.
Sua função de portal foi o que tornou possível matar o Clione nas Ruínas
Submersas Merujiine. Em outras palavras, o buraco no meio do anel estava
diretamente conectado ao mesmo espaço que o outro Engetsu; se uma bala
fosse disparada nele, ela iria atravessar o espaço e sairia pelo buraco do outro
anel. É claro que ele também conseguia controlar de forma remota essas
armas, assim como fazia com as Brocas de Cruz.
Protegendo sua cabeça com suas espadas gêmeas, as balas explosivas que
calculavam cada movimento de Nointo atravessavam o espaço; nenhuma das
balas deixava aberturas e atingia seu alvo pretendido; uma imensa onda de
choque surgiu.
No instante seguinte...
Bakin!
Bakin!
Apesar de ela dizer que não possuía sentimentos, em sua voz, Nointo mostrou
sua surpresa.
Entretanto, ela mesma não deve ter notado. Após Hajime disparar os primeiros
tiros precisos, desde que eles começaram seu combate extremamente
próximo, ele continuou a mirar todas as balas contra a rachadura que apareceu
na enorme espada de Nointo ao invés de mirar no corpo da mulher. Como os
dois eram iguais em termos de habilidades, ele estava esperando pela chance
que surgiria ao quebrar as armas da Apóstola.
Hajime certamente não desperdiçou a chance que Nointo o deu, ele pegou um
novo artefato de sua Caixa do Tesouro e o jogou sem parar. Nointo não teve
tempo para desviar dos dez artefatos que forma jogados em alta velocidade e
de repente, ela tentou os repelir com suas espadas quebradas.
Contudo, essa foi uma péssima ideia contra este artefato. O que foi jogado era
um metal redondo com fios amarrados a ele.
Hajime puxou uma arma enorme e cilíndrica que media mais de dois metros de
comprimento de sua Caixa do Tesouro. Era o Bate-Bunker. ]Kiiiiiiiiiii!![. A arma
soltou um som particular e foi carregada com um relâmpago vermelho
brilhante. Assim, ele disparou em linha reta contra Nointo.
— Ku!
A mulher soltou uma voz dolorosa e se envolveu com suas asas de prata como
se fosse um casulo. Magia prateada contendo Decomposição brilhou com
força; parecia exatamente como uma Lua.
Hajime bateu o Bate-Bunker diretamente nesse casulo lindo e criou uma onda
de choque fantástica. Logo a seguir, sua nova função de fixação espacial foi
ativada e quatro braços apareceram, o Bate-Bunker foi fixado no lugar
enquanto enfrentava a Decomposição. As faíscas vermelhas brilhantes já
estavam em um estágio crítico e se agitavam com intensidade.
Dogoooooooooooooooooo!!!!
Em uma distância mínima, uma descarga explosiva que foi comprimida com a
Onda de Choque Mágica, a estaca feita de Azantium girou em uma velocidade
sem igual com a ajuda da indução eletromagnética[5] e ela destruiu sua presa
por completo.
— ...
—…
O que sobrou foi a figura de Nointo com um buraco aberto no local onde sua
fonte de suprimento de Poder Mágico estava. Sangue não jorraria porque o
ferimento foi todo carbonizado pela Capa do Relâmpago; era apenas um corpo
com um buraco em seu peito, o que a fazia não parecer nada humana. Os
olhos que espreitaram eram frios e mecânicos como sempre, e as asas de
prata se dispersaram no ar.
Era algo simples, ainda assim, Hajime parecia ter alguns sentimentos confusos
com essa atmosfera reprovadora...
Enquanto olhava nos olhos de Nointo, que rapidamente perdiam sua luz e se
tornavam vazios, seu corpo se inclinou um pouco e a Apóstola caiu em uma
encosta próxima das instalações da Igreja. Na superfície da montanha escura,
o brilho prateado de Nointo cintilava com força.
Quando Hajime desceu ao lado dela, ele puxou Donner e a mirou contra a
cabeça da mulher. Apesar de seu Olho Mágico e suas habilidades de
percepção mostrarem que Nointo estava definitivamente morta, ele se sentiria
desconfortável se não colocasse uma bala na cabeça dela. Era um hábito
desagradável que ele tinha.
Zudooooooooooooooooooooo!!!!!
— … sem chances.
Notas
— … sem chances.
“Oh? Oooooh, Tio, huh. Não, por aqui tudo já foi resolvido…”
“Haaaaa, entendido.”
Parecia que o motivo para o templo central da Igreja desmoronar por completo
era conhecido, dessa forma, Hajime rapidamente se moveu para se encontrar
com Tio enquanto seu rosto mostrava seu desconforto. Enquanto seguia para o
céu, a forma de Dragão Negro de Tio foi facilmente encontrada no ar, afastada
da nuvem de cogumelo.
E, aos olhos de Hajime, Aiko, que estava montada nas costas de Tio, tinha um
ar que indicava suas emoções de pânico. A pergunta, “Por que Aiko está
aqui?”, apareceu dentro de sua cabeça. Julgando pela personalidade de Aiko,
ela provavelmente implorou para Tio deixá-la ficar e cooperar ao invés de fugir
para poder ajudar Hajime. Era óbvio que a professora estava preocupada em
um estado em que pensava: “Eu realmente fui longe demais agora”.
Para as palavras de Tio, Hajime só poderia piscar. E com uma expressão que
dizia "não pode ser", ele se virou para Aiko.
Apesar de Aiko suspirar aliviada quando viu Hajime bem, ela começou a entrar
em pânico de novo quando o aluno a perguntou sobre o que tinha acontecido.
Parecia que isto era o que você conseguiria quando questionasse uma Aiko em
pânico.
Se isto continuasse, Ishtar seria capaz de calmamente usar sua magia dentro
de uma zona segura. Ela pensou em alguma forma de obter mais poder para
exceder a defesa da barreira enquanto elas desviavam dos ataques dos
Cavaleiros Templários. O que Aiko pensou foi... tirar vantagem de suas
próprias habilidades. A propósito os atributos de Aiko eram os seguintes:
E com tanto gás inflamável reunido, combinado com o Sopro de Tio, seria
possível destruir a barreira da Igreja, pensando assim, quando ela lançou seu
Sopro…
“Umu. Esta e a Sensei destruíram tudo em uma enorme escala, fazia muito
tempo desde que esta sentiu a morte. Muito além de destruir a barreira, a
própria Igreja explodiu... tal método, durante toda a vida desta, ela nunca viu
nada parecido com isto. Como esperado da Sensei-dono do Mestre. Esta está
impressionada.”
— Isso está errado! Não foi nada disso! Eu não pensei que tudo explodiria
desta forma! Eu só pensei que a explosão seria bem pequena! Essa é a
verdade! Haaaa!? Todos da Igreja? O que aconteceu com eles!?
— A-ah… não pode ser... ouvir isso, mesmo eu tendo me preparado para as
consequências…
Se tornando uma cúmplice, o rosto de Aiko ficou pálido assim que ficou claro
que ela foi a causadora da explosão que matou todos os integrantes da Igreja.
Apesar de ter se concentrado na batalha, ela não poderia recuperar sua
compostura quando os resultados foram apontados.
Sem querer, ela acabou vomitando. Para Aiko, que estava chorando e
vomitando, Hajime coçou sua cabeça e silenciosamente se aninhou com a
professora. Ele segurou as mãos de Aiko sem se importar que estivessem
sujas de vômito. No momento, a professora precisava de carinho.
Aiko sentiu o calor sendo transmitido através de suas mãos dormentes e seu
coração congelado derreteu. E, apenas por agora, ela esqueceu de tudo
relacionado a relação de uma professora e um estudante, Aiko pulou no peito
de Hajime e se agarrou a ele com força enquanto soluçava.
“… as costas desta…”
Tio expressou sua opinião triste enquanto olhava para a terrível cena em suas
costas, ela imediatamente usou Magia de Regeneração para restaurar suas
escamas. Tio também queria conceder algum tempo para que Aiko se
recuperasse, foi ela quem disparou o Sopro, assim, a professora não tinha que
arcar com mais responsabilidade do que o necessário, contudo, este não era o
momento certo para explicar isso. Assim, com a Magia de Regeneração, ela
curou um pouco de sua alma desgastada.
Aiko, cuja energia retornou, olhou para cima, ainda agarrada no peito de
Hajime. Apesar da cena ter se tornado terrível porque ela estava cheia de
catarro, lágrimas e vômito, Hajime não se incomodou e simplesmente pegou
um pouco de água e uma toalha da Caixa do Tesouro para limpar a sujeira na
mulher. Embora a professora estivesse aborrecida por mostrar um
comportamento tão vergonhoso, ela continuou imóvel.
Hajime só via Aiko como uma professora, e não uma "mulher", contudo, como
esperado, quando tal expressão era mostrada, “Are? Não tem algo estranho
aqui? Poderia ser, aquele tipo de coisa?”, ele conseguiu entender os
sentimentos de Aiko e suas bochechas se contraíram.
Isto era perigoso em vários sentidos, Hajime imediatamente desviou seus olhos
e Tio transmitiu um aviso.
— O que foi?
Com as palavras de Hajime, Tio concordou e bateu suas asas para aterrissar
nas ruínas, depois que Hajime e Aiko desmontaram, ela voltou a sua forma
humana e notou a sujeira em suas costas. Com as sobrancelhas apertadas, Tio
pegou novas roupas da Caixa do Tesouro. Hajime também notou seu estado e
puxou algumas roupas extras da Caixa do Tesouro e terminou de se trocar
rapidamente.
A culpada era Aiko; ela se desculpou e seu corpo pequeno ficou ainda menor
com a vergonha. Como uma mulher, ela achava insuportavelmente vergonhoso
vomitar nas roupas de outra pessoa.
Hajime e Tio também entendiam que não havia o que fazer, eles queriam dizer
a ela que não se incomodavam, mas isso não era algo tão simples de se fazer.
Enfim, com a curta conversa de antes, Aiko aceitou seus sentimentos, dessa
forma, ela começou a pensar sobre várias coisas relacionadas a Hajime.
— Sensei, me desculpe por fazer você nos acompanhar. Embora eu não saiba
o que irá acontecer... precisamos descobrir a identidade daquele careca.
Hajime pensou que havia um estranho poder e calor nas últimas palavras que
ela falou, mas ele apenas fingiu não notar e seguiu para o lugar onde o homem
calvo desapareceu.
A figura do homem apareceu mais uma vez enquanto eles avançavam pelas
ruínas. E depois de cinco minutos caminhando, eles finalmente chegaram a
seu destino, o careca ficou parado em silêncio enquanto olhava diretamente
para o grupo de Hajime.
— Quem é você? O que você quer conosco?
—…
Assim que Hajime fez sua pergunta, a luz que o chão emitia envolveu o garoto
e as duas mulheres. E no instante seguinte, o grupo estava de pé em um
espaço completamente desconhecido e estranho. Ele não era tão grande. A
sala estava pintada com um preto lustroso, uma formação mágica estava
desenhada no centro, e havia um livro antigo no pedestal a seu lado. Parecia
que eles subitamente chegaram a sala final do Calabouço.
Então, não era a sensação habitual, suas memórias foram examinadas, havia
uma sensação de algo indo cada vez mais fundo, e as três pessoas
inconscientemente gemeram. Essa era uma sensação desconfortável, por um
momento, eles pensaram que era uma armadilha, mas, no momento seguinte,
tudo terminou. E eles foram reconhecidos como pessoas que completaram
outros Calabouços, o conhecimento da magia foi implantado diretamente
dentro de suas cabeças.
— … Magia Espiritual?
— Uuuumu. Parece ser a magia que pode interferir diretamente com as almas.
Parecia que o conteúdo eram notas escritas por Rausu Baan, que era o
fundador do Grande Calabouço da Montanha de Deus. O livro explicava
basicamente a mesma coisa que Oscar Orcus tinha dito, além das discussões
dos Libertadores até a morte de seu autor na Montanha de Deus.
Contudo, como Hajime não estava interessado nisso, ele logo pulou essa parte.
Ele não se importada com a vida de Rausu Baan. Por que ele deixou apenas
uma imagem corpórea dele mesmo? Ele poderia ter vivido como Miledi ao usar
a Magia Espiritual, apesar da razão estar explicada em suas confissões,
Hajime já tinha passado por essa parte.
Para as pessoas deste mundo, essa era uma condição muito difícil, porém, era
algo fácil para Hajime e os outros estudantes.
— Uuuuu, sim. De certa forma... mesmo assim, uma magia tão incrível... com
toda certeza, se há uma magia tão incrível, também deve existir uma que
possa nos mandar de volta ao Japão.
— Muito bem, nós sabemos o local onde a formação mágica está, portanto,
vamos nos juntar a Yue e as outras logo.
— Aaaa, isso mesmo! O Reino está sendo atacado, não está? Eu espero que
todos estejam seguros…
Com uma expressão preocupada, Aiko juntou suas mãos em seu peito
enquanto orava, então eles começaram a descer da montanha. Embora eu
tenha dito isso, a única forma de descer da Montanha de Deus para o Reino
era pulando.
O grito de Aiko ecoou enquanto ela experimentava a queda livre; Hajime e Tio
apenas a ignoraram. Com Aiko em seu ombro, Hajime e as mulheres
aterrissaram no chão e, ignorando as chamas e gritos vindo do Reino, o que
fez a professora ficar com uma expressão cética, o grupo decidiu ir primeiro
para onde Kaori e as outras estavam.
Com uma espada atravessada em seu peito, Kaori já tinha deixado de respirar.
Notas
Pakyaaaaaaaaaan!
—…
Por um tempo, Shizuku prendeu sua respiração com uma expressão séria e
estava pronta para sacar sua katana a qualquer momento, contudo, não havia
anormalidades dentro de seu quarto, assim, ela suspirou aliviada.
O motivo para Shizuku estar com este nível de vigilância era porque nos
últimos dias não houve nenhum sinal de Liliana ou Aiko.
A porta se abriu na mesma hora e a figura de Kouki foi vista. Ryutaro estava no
fundo do quarto e parecia estar totalmente acordado. Parecia que eles também
acordaram como Shizuku devido ao som de um momento atrás.
— Kouki, por favor, seja mais cauteloso. Abrir a porta tão subitamente... não
seria um perigo se eu fosse uma inimiga?
Nesses últimos dias, Shizuku sentiu que algo estava estranho dentro do
Palácio Real e com a situação de Aiko, — Algo está errado, mantenha-se
atento —, foi o que ela repetiu várias vezes, mas Kouki e Ryutaro pensaram
que ela estava se preocupando demais com isso e não a levaram a sério.
— Mais importante que isso Shizuku. O que foi que aconteceu há pouco? Era o
mesmo som de algo quebrando…
Então, nesse momento, uma das camareiras que era amiga de Shizuku correu
na direção da garota. Ela vinha de uma casa que apreciava esgrima e possuía
uma linhagem de Cavaleiros, devido a esta conexão, ela se tornou íntima de
Shizuku.
— Shizuku-sama…
— Nia!
A informação era tão inacreditável que até Shizuku perdeu sua calma e ficou
aturdida.
Assim, com uma expressão séria, Kouki fez uma pergunta a Nia. A grande
barreira que protegia o Reino era composta de três partes, a primeira, no lado
de fora, a segunda e então a terceira barreira; a terceira era a mais forte, já que
cobria a menor escala de terra em comparação com as outras.
— Sim. Por ora... entretanto, a primeira barreira foi quebrada com um único
golpe. É apenas uma questão de tempo antes que eles atravessem tudo…
Para a resposta de Nia, Kouki sugeriu que todos ajudassem a repelir o exército
inimigo.
Apesar de vir da modesta e dócil garota de óculos, Eri, a força em seus olhos
não era menor do que a de Kouki e os outros. E a opinião dela era justificada.
— Un, Suzu concorda com Eririn. Como esperado da Eririn de Suzu! Esses
óculos não são apenas para exibição!
— Fufu, eu também concordo com Eri. Eu perdi a minha calma por um tempo.
E quanto a você Kouki?
Com as opiniões das três garotas, Kouki estava hesitante. Contudo, após
cuidadosamente pensar no julgamento de Eri, e como Kouki também confiava
muito nela, no fim, ele decidiu se juntar aos Cavaleiros de Meld e o corpo de
exército como a garota de óculos sugeriu.
— Sim, nós já escutamos sobre isso de Nia. Eh, onde está Meld-san?
Kouki assentiu com a cabeça para as palavras e pergunta de Jose, e ele não
viu a figura de Meld enquanto olhava ao redor, então o aluno perguntou sobre o
paradeiro do Comandante.
— O líder está lidando com algumas coisas. Mais importante, saa, venha para
o centro. O Herói é nosso líder afinal…
Como disse Jose, Kouki e alguns outros alunos foram guiados para o meio de
onde os Soldados estavam em fila. Os colegas de classe que ficaram para trás,
— Eh? Nós também? —, mostraram expressões confusas enquanto eram
cercados por Soldados silenciosos, eles não poderiam fazer nada além de
seguir Kouki e os outros.
Jose pegou algo de seu peito e o segurou sobre sua cabeça. Como instruído,
não apenas os Soldados, mas também Kouki e os estudantes prestaram
atenção.
E...
Ka!!
Luz irrompeu.
O item que Jose estava segurando liberou uma luz brilhante que era
comparável a granada de atordoamento[3] de Hajime. Kouki e os alunos, que
estavam prestando atenção, ficaram completamente indefesos, eles desviaram
seus olhos na mesma hora e os cobriram enquanto gritavam, suas visões
ficaram temporariamente bloqueadas por olharem para a luz.
E, no instante seguinte…
Zuburiiii!
— Aguuuu?
— Gaaaaa!
— Gufuuuu!?
— O que isto…
Apesar de ela ficar um pouco aliviada por saber disso, Shizuku mostrou um
olhar austero para os Soldados cercando a situação inesperada, uma cena
estranha foi refletida dentro da multidão e, sem querer, ela se enrijeceu.
Nesse momento, mais uma vez, um Cavaleiro golpeou sua espada na direção
das costas da garota.
— Ku!?
Enquanto ficava abalada com a súbita mudança na outra pessoa, Shizuku mal
foi capaz de desviar e se virou para a pessoa com um olhar impressionada.
— Shizuku-sama! Ajude…
— Nia!
— Shizuku-sama…
E...
—…
Com uma expressão que mostrava que ela não podia acreditar no que tinha
acontecido e com uma careta devido a dor intensa de suas costas, Shizuku
olhou para Nia que estava se agarrando a ela.
Sua expressão já não tinha seu olhar alegre nem a familiaridade de antes, ela
apenas devolveu o olhar de Shizuku.
— Ahahaha, como imaginado, até mesmo para Shizuku, você com certeza não
esperava que essa garota pudesse se voltar contra você, não é? Un un, isso
está correto, não está? Foi por isso que eu gastei algum tempo preparando
isso.
Com uma dor escaldante percorrendo suas costas e apertando seus dentes no
chão frio, Shizuku percebeu que algo foi feito aos Soldados e Nia. E apesar de
ela não querer admitir, a cena desastrosa que se desenrolava diante dela,
neste momento, a Espachim chamou sua amiga íntima, que tinha um sorriso
cínico estranho em seu rosto.
Correto, essa pessoa, que era modesta e quieta, atenta e gentil, uma
companheira confiável de Shizuku e dos outros alunos com quem eles
compartilharam alegrias e tristeza, essa pessoa era Eri Nakamura.
Embora não chegasse a extensão de Shizuku, que era amiga de infância dele,
Eri, que era uma de suas companheiras e amiga íntima, tinha uma aura muito
diferente ao redor dela, Kouki desesperadamente a questionou enquanto
suportava a dor da espada que percorria seu corpo. Entretanto, a garota tinha
uma expressão alucinada que continha ardor e ela ignorou a pergunta do
rapaz.
Então...
Enquanto dizia isso, ela colocou seus lábios sob os de Kouki. Dentro do
silêncio estranho que cercava a área, um som vívido de água podia ser ouvido.
Eri estava insanamente liberando suas emoções por Kouki como se estivesse
as guardando por anos.
Apesar de Kouki não poder entender o que estava acontecendo, ele estava
tentando se livrar dela com desespero, porém, o aluno foi segurado por várias
pessoas, junto com o colar que selava magia, como todos os outros
estudantes, ele também tinha suas mãos e pés presos, além disso, seu poder
foi minado com a espada que estava presa em seu corpo.
Quando ela finalmente se satisfez, Eri separou seus lábios enquanto criava um
fio prateado. Então, com uma expressão eufórica em seus olhos, ela lambeu
seus lábios e começou a se levantar lentamente, ela então encarou os
estudantes que estavam imobilizados e sangravam. Expressões absortas
assim como expressões agonizadas estavam presentes. Quando a garota viu
tal espetáculo, a aluna assentiu em satisfação, seus olhos pararam em Shizuku
e ela sorriu.
Com uma expressão que mostrava que ela não entendia, Shizuku vomitou
sangue enquanto encarava Eri, a garota sacudiu sua cabeça com uma
expressão que dizia, "Erro meu", e começou a falar sobre sua motivação como
se estivesse falando com um bebê.
— Uuuun, você não compreende, huh? Sabe, eu sempre quis Kouki-kun. Por
esse motivo, eu fiz o que era necessário para obtê-lo. É tão simples quanto
isso.
“Você não consegue entender nem isso?”, Eri encolheu seus ombros como se
isso fosse algo tolo. Apesar de serem chamados de lixo, os estudantes não
estavam com raiva já que estavam surpresos demais com a súbita mudança.
Para a pessoa diante dela mudar tanto, Shizuku olhou para a garota como se
esta fosse a primeira vez que elas se encontravam.
— Fufu, foi algo bom sermos enviados para um mundo diferente. No Japão,
teria sido realmente difícil me livrar do lixo, era duro viver lá. É claro que eu não
permitirei que sejamos enviados de volta após esta guerra terminar. Junto de
Kouki-kun, nós dois vamos continuar vivendo aqui para todoooo o sempreeee.
— … não pode ser… o motivo para a grande barreira... ser destruída com tanta
facilidade foi porque...
— Ahaha, então você notou isso? Correto, fui eu. Eu disse a eles para
quebrarem o Artefato que mantinha a grande barreira.
Parecia que o pior cenário possível que Shizuku pensou se tornou realidade. A
razão para os Demônios serem capazes de chegar nas periferias do Reino sem
serem notados e facilmente quebrarem a grande barreira, tudo foi obra de Eri.
A linha de visão de Eri estava voltada para os Soldados e Cavaleiros sem alma
que estavam de pé ao lado dela; ela provavelmente os disse para fazerem isso.
Necromancia era a magia que agia nos pensamentos residuais do cadáver. Ela
escondeu o fato de que poderia usar isso perfeitamente. Se fosse isso, então
todos os Cavaleiros e Soldados que pareciam não possuir alma e cercavam
Shizuku e os outros... o pior cenário possível chegou a mente da Espadachim
quando ela pensou em Nia, que a segurava contra o chão.
Shizuku cerrou seus dentes enquanto ela recebia a resposta cruel e uma
refutação desesperada foi ouvida.
— É sério, foi tão assustadoooor —, Eri fingiu estar limpando seu suor. Muito
provavelmente, houveram vários processos que resultaram nessa situação,
mas ela não mostrou indícios de que iria os explicar.
Em outras palavras, quando Nia e Jose falaram com Shizuku e os alunos, eles
não tinham capacidade de pensar, isso deveria ser impossível com o uso de
Necromancia. Era por isso que havia um senso de incongruência, a técnica que
Eri chamou de Amarrar Alma era uma técnica que acrescentava memória e
padrões de pensamentos para o cadáver através da extração do restante do
espírito do alvo.
Esta era basicamente uma habilidade para interferir com a alma. Ou seja, Eri
conseguiu trabalho duro e adentrou no reino da Magia da Era dos Deuses por
conta própria. Definitivamente uma trapaça, embora ela dissesse com
frequência que era incompatível com a Necromancia, essa quantidade de
estudo e o talento no nível de um gênio era algo que merecia admiração. Por
outro lado, isso também poderia ser por seu imenso ímpeto por sua obsessão.
A propósito, a razão para Eri não matar imediatamente seus colegas de classe
era porque o Amarrar Alma só poderia ser usado uma vez logo após a morte.
— Não vai me perdoar? Ahaha, eu imaginei que você diria isso. Kouki-kun é
amável. Além disso, não importa quanto lixo eu limpe... dessa forma, eu
também vou usar Amarrar Alma em Kouki-kun; eu vou ser capaz de te tornar
meu. Ninguém mais, apenas olhando para mim, cumprindo cada um dos meus
desejos! Apenas meu Kouki-kun! Aa, aa! Só imaginar isso faz com que eu me
sinta tendo um orgasmo!
Eri começou a se abraçar e contorceu seu corpo com uma expressão
ninfoléptica[4]. Não havia mais a aparência da garota calma que fazia parte do
comitê de livros. Todos os colegas pensaram. “Ela ficou louca”. Amarrar Alma
era uma habilidade especificamente feita para facilitar e aumentar ainda mais a
conveniência da Necromante ao dar instruções, contudo, não havia como
mudar o fato de que uma marionete era apenas uma marionete. Mesmo que
ela entendesse isso, ela ainda não parecia se incomodar com esse tipo de
Kouki.
— Mentira... isso é mentira! Uu, Eririn não é... não tem jeito de Eri fazer isto!
Com certeza... algo... é isso... ela está sendo manipulada! Recobre seus
sentidos Eri!
Suzu, que era a melhor amiga de Eri, gritou com uma expressão aflita
enquanto ofegava com a dor. Ela estava arranhando o chão com suas mãos
como se estivesse tentando rastejar na direção de Eri. A garota se virou para
Suzu e olhou os olhos dela com um sorriso. Ela lentamente caminhou em
direção a pessoa mais próxima, que estava deitado no chão: Reiichi Kondo.
Eri, que foi até o lado de Kondo, o fez mais uma vez tremer de medo e o
mostrou um sorriso. Kouki e os outros estavam erguendo suas vozes, — Pare!
Pare com isso!
Os gritos abafados de Kondo começaram a surgir. A espada foi mais uma vez
enfiada nas costas do rapaz, porém, desta vez, foi no local em que seu coração
estava. Por pouco tempo, apesar de Kondo se debater e mostrar sua
tenacidade devido a seu poderoso Status, seus movimentos logo ficaram
fracos, e... ele parou de se mover por completo.
Eri colocou suas mãos em Kondo e começou a murmurar um encantamento.
Após completar o encantamento e murmurar o nome da magia, Amarrar Alma,
um Kondo semitransparente se sobrepôs com seu próprio corpo.
Para Suzu, que tentou fazer uma pergunta com uma expressão chocada, Eri
compartilhou a pior conclusão possível.
— Nee, Suzu? Obrigado. No Japão e mesmo aqui, você foi muito conveniente
para usar e me manter próxima de Kouki-kun.
— … eh?
— Eu tive que desistir. A atmosfera entre Kouki-kun enquanto ele era cercado
por Shizuku e Kaori era demais. Se você se aproximasse sem cuidado, outras
garotas iriam criar buracos em você com os olhos... como não tínhamos
poderes daquele lado, era questão de tempo até você se autodestruir por tentar
se aproximar. A esse respeito, eu sou grata a existência de Suzu. Você parecia
ser radiante, não importava quão tolamente usada e exposta você era. Mesmo
se eu me aproximasse de Kouki e dos outros, ninguém iria se queixar sobre
isso. Por esse motivo, a posição de “melhor amiga de Suzu Taniguchi” era
muito conveniente. Graças a vocês eu fui capaz de ficar perto de Kouki-kun do
outro lado, e mesmo quando chegamos em um mundo diferente, nós
conseguimos ficar no mesmo grupo… un, Suzu era mesmo conveniente!
Portanto, obrigado!
Para as palavras extremas, Shizuku gritou com raiva. Nia, que se tornou uma
marionete, puxou a cabeça da garota pelo cabelo e a bateu contra o chão.
Entretanto, como se ela estivesse dizendo — Isso não é nada —, os olhos de
Shizuku se incendiaram com a ira.
— Fufu, você está zangada, huh? Essa expressão que você tem é muito boa.
Eu te odeio com força. Seu rosto combina tão naturalmente com Kouki-kun e
até seus olhos carregam um senso de atitude condescendente, eu odeio tudo
em você. Por isso, para você em particular, eu vou dar um papel especial.
— Kufu, nee? Que tipo de sentimentos você teria por matar sua melhor amiga
após se encontrar com ela depois de muito tempo?
Desta vez, parecia que era a vez de Shizuku; com um sorriso cínico, a outra
garota se comprometeu. Kouki e os outros desesperadamente tentaram resistir
a uma ilusão de Shizuku se tornando um fantoche como Kondo que invadiu
suas mentes.
— Te vejo mais tarde então? Shizuku. Fingir ser sua amiga quase me fez
querer vomitar.
Apesar de Shizuku estar encarando Eri, dentro de seu coração, ela estava
olhando na direção de sua melhor amiga. Embora ela soubesse que não a
alcançaria, mesmo assim, pensando sobre a tragédia que estava por vir no
futuro, ela ofereceu suas preces para sua melhor amiga que estava em uma
viagem em algum lugar do mundo.
“Eu sinto muito Kaori. Na próxima vez que nos encontrarmos, por favor, não
confie em mim... continue viva... obtenha felicidade…”
A espada do Cavaleiro que estava sendo segurada pelas mãos da outra garota
refletia a luz da Lua e brilhava. E como se estivesse enfiando uma estaca de
madeira em um Vampiro, a afiada ponta da espada foi rapidamente empurrada
na direção do coração de Shizuku.
— Eh?
— Eh?
A espada do Cavaleiro que Eri desferiu foi detida por uma barreira que era do
tamanho de uma palma. As duas que estavam completamente espantadas com
o que aconteceu ouviram a voz de alguém que não deveria estar ali. Sendo
encurralada, a voz estava cheia de impaciência. Essa era a pessoa que
Shizuku estava desejando felicidade; a voz de sua melhor amiga.
— Shizuku-chan!
Notas
[1] A partir desse capítulo vou deixar de usar a notação japonesa para nomes
(Sobrenome + Nome), e vou usar a notação que usamos (Nome +
Sobrenome).
[4] Ninfolepsia era a crença dos antigos gregos de que indivíduos poderiam ser
possuídos por ninfas. Na cultura moderna, ninfolepsia também pode ser
definida como "uma paixão despertada nos homens por lindas garotas mais
jovens" ou "frenesi selvagem causado pelo desejo por um ideal inalcançável".
Capítulo 106: Luz da condenação
— Shizuku-chan!
Junto com a voz, antes que ela notasse, dez barreiras brilhantes foram criadas
e protegeram a Espadachim. E com elas, também havia luzes que se
interpuseram entre Nia e Eri e então explodiram! Talvez isso devesse ser
chamado de barreira explosiva ou algo parecido, pois essa era uma técnica
que fazia o Poder Mágico contido dentro das barreiras ficar fora de controle e
liberar luz assim como disparar os vestígios da barreira.
— !?!?!?
Eri imediatamente cobriu seu rosto com ambos os braços, mas ela foi atirada
para trás após recuar devido a luz brilhante que a fez perder o equilíbrio assim
que os restos da barreira a atingiram.
Nia, que estava imobilizando Shizuku, também foi lançada para longe de forma
similar. Apesar de ela se levantar na mesma hora e tentar prender Shizuku,
antes disso, uma corda de luz cresceu do chão e prendeu a camareira.
Shizuku estava aturdida com a situação atual e se virou na direção da voz que
chamou seu nome.
E pelas aberturas entre os Cavaleiros que cercavam os alunos, ela viu a figura
de sua melhor amiga que não deveria estar ali. Não era uma ilusão. Kaori
estava olhando para Shizuku com uma expressão de angústia. Com toda
certeza, com a visão de Shizuku e todos os outros em estados trágicos, ser
capaz de chegar a tempo por pouco a permitiu relaxar seu rosto em alívio.
— Ka-Kaori…
Eri deu ordens para os Cavaleiros enquanto seu rosto se distorcia pela raiva.
Todos os Cavaleiros atacaram Kaori juntos para impedir seu encantamento.
— Todos! O que foi que aconteceu! Recuperem seus sentidos! Eri! O que
significa isto!?
As técnicas de Liliana eram definitivamente da classe mais alta. Ela foi capaz
de cobrir uma caravana inteira em uma barreira e suportá-la contra os ataques
de mais de 40 bandidos[1]. Por esse motivo, mesmo se os Cavaleiros
desferissem ataques intensos com seus limitadores removidos, a barreira era
capaz de aguentar até que o encantamento de Kaori fosse terminado.
“Isso foi culpa da minha impaciência?”, Eri desistiu de transformar seus colegas
em marionetes e decidiu matar todos eles antes que fossem curados.
Então, nesse momento, de repente, diante dos olhos de Liliana, um dos
Cavaleiros que brandia sua espada contra a barreira foi decapitado e caiu no
chão.
O rosto de Liliana ficou pálido assim que ela viu o estado de Hiyama. Apesar
de seu encantamento não ser interrompido, os olhos de Kaori também se
arregalaram. Isso era de se esperar, considerando que o peito de Hiyama
estava encharcado de sangue. Não importava como você olhasse para a cena,
ele tentou escapar de forma desesperada e imprudente de sua contenção.
— Kyaaaaaa!?
— Aguuuuu!?
— Kaoriiii!
Em primeiro lugar, Hiyama nunca foi ferido. Ele estava fingindo enquanto se
preparava para o caso em que os poderes explosivos de Kouki como o Herói o
permitissem se libertar. E embora ele estivesse surpreso com a aparição de
Kaori e Liliana, ele julgou que no ritmo em que as coisas estavam indo, Kouki e
os outros seriam curados, assim ele decidiu agir.
— Gaaaaaaaaa! Vocês!!
A própria Kaori devia ter percebido que um ferimento fatal foi infligido nela.
Apesar disso, até seu último suspiro, o que ela murmurou não foram lamentos,
nem o nome de uma preciosa pessoa... ela decidiu lutar.
Kaori pensou nisso. Ele, a pessoa por quem ela se apaixonou, não importava a
situação, e não importava o oponente, ele lutaria sem desistir. Nesse caso, ela,
que queria ficar ao lado do rapaz, não poderia expor tamanha deselegância. E
com quase nenhuma consciência restando, com apenas seus fortes desejos
para terminar de invocar a magia, o encantamento foi completo em troca da
vida da Curandeira.
— Ahhhhhhh!!
O grito de Kouki surgiu.
Com seu corpo curado, ele poderia desempenhar seu melhor, assim, os
grilhões que já estavam rachados foram todos destruídos como se fossem itens
frágeis. Ao mesmo tempo, luz branca irradiou intensamente de seu corpo,
expressando sua ira. Com a intensa torrente de luz, Kouki aumentou seus
atributos em cinco vezes. Era a derivação final do Superar Limite, Quebra
Suprema.
Por outro lado, o grupo da vanguarda se reuniu ao redor dos outros colegas e a
luta para proteger o grupo que não participou da exploração do Calabouço
começou. Não importava quantos eles derrubassem, os estudantes
continuavam sendo cercados pelos Soldados-Marionetes, também não havia
tempo para remover as algemas que selavam magia, então a luta era baseada
em força física. Ryutaro e Nagayama se tornaram paredes de carne literais,
eles tentaram desesperadamente proteger o grupo que ficou para trás na
Capital Real e que tremia com a atual situação.
Shizuku tentou chegar no local em que Kaori estava com desespero e o rosto
cheio de lágrimas. Contudo, assim como Ryutaro e os outros, ela ainda estava
com as algemas, ondas de Soldados-Marionetes atacavam e a Espadachim
não foi capaz de avançar com facilidade.
Nesse momento, Kouki por fim derrotou os Soldados-Marionetes que o
cercavam. Com um olhar irritado, Kouki encarou com raiva Hiyama e Eri e
avançou com rapidez.
Mas então, o trunfo de Eri, que tirava vantagem do ponto fraco de Kouki,
apareceu. Como resultado, assim como a Necromante previu, a espada de
Kouki parou.
Correto, a razão para a espada de Kouki parar foi porque a arma secreta de Eri
era Meld Loggins, Comandante dos Cavaleiros.
— … Kouki… por que, você está apontando sua espada para mim... eu não te
ensinei esse tipo de coisa…
A voz de Shizuku repreendeu Kouki, que estava abalado. Quando ele recobrou
seus sentidos, a espada de Meld já estava se aproximando. Na mesma hora,
ele usou sua Espada Sagrada para receber o golpe. Junto de uma terrível onda
de choque, as pernas de Kouki tremeram. Parecia que o Cavaleiro mais forte
do Reino teve seu limitador removido.
— … me ajude… Kouki...
— !?!?!?
Este era o ponto fraco de Kouki. Em resumo, falta de convicção. Se você vai
ajudar, então ajude. Se você vai matar, então mate. Você pode escolher
qualquer uma, mas resolução e determinação são necessárias. Kouki não tinha
nenhuma das duas. Baseado na informação apresentada a ele, uma
interpretação conveniente da situação ocorreu. Por isso, embora ele
normalmente não duvidasse de sua integridade, ele se perdia nos momentos
mais cruciais.
Meld usou seu pé para levantar a espada de um Cavaleiro que estava no chão.
Em um instante, com a mão que segurou essa espada, ele mais uma vez
cruzou lâminas com Kouki. Entretanto, o Herói não tinha o impulso
impressionante de um momento atrás, ao invés disso, o Comandante era quem
estava o pressionando.
— !?!?!? Gahaaaa!
Após mal conseguir enfrentar os ataques de Meld, o corpo de Kouki perdeu sua
força e seus joelhos cederam. Não foi devido ao limite de tempo da Quebra
Suprema. Pouco tempo se passou desde que o garoto ativou a habilidade. O
incidente não parou apenas com isso, ele até começou a vomitar montes de
sangue. O sangue ensopou o chão e a confusão de Kouki aumentou ainda
mais.
Para a voz relaxada de Eri, Kouki tentou apoiar seu corpo com uma expressão
questionadora e desespero.
Com essas palavras, Kouki entendeu. O beijo que Eri o deu no início. Naquele
momento, ela fez ambos beberem veneno. A própria garota devia ter tomado o
antídoto mais cedo. Ele nunca teria pensado que ele receberia veneno boca a
boca. Quanto mais imaginar que alguém que se dizia apaixonada faria isso. O
garoto mais uma vez foi lembrado do fato de que a Eri que todos conheciam
não podia mais ser vista.
Kaori estava morta e a ponto de ser corrompida. Com isso, Kouki e Shizuku
estavam furiosos, e com uma expressão arrependida, a Espadachim estava a
ponto de disparar em linha reta.
Contudo, Eri já tinha colocado sua mão sobre Kaori. Eri começou a invocar o
feitiço. Após vários segundos, a marionete de Kaori, que obedeceria a todos os
comandos de Hiyama, estaria completa. As expressões de Shizuku e dos
outros estudantes se inflaram com a ira, Hiyama estava rindo ruidosamente, e
Eri estava sorrindo com arrogância.
Então... uma voz que traía o clima do campo de batalha, que estava cheio de
desespero e traição, surgiu.
Era o garoto com cabelo branco e tapa-olho; era a voz de Hajime Nagumo.
Hajime segurou Kaori com um braço e afastou seu cabelo do rosto. Então, com
uma voz alta, ele chamou sua companheira.
— Shi-Shirasaki-saaaan!
— Ahaha, é inútil. Ela já está morta. Eu nunca imaginaria que vocês viriam até
aqui... não, no momento que Kaori apareceu, eu devia ter notado. Un, parece
que já está tudo acabado para Hiyama, talvez eu deva fazer uma oferta a
você? Contanto que você não se torne hostil contra mim, eu vou trazer Kaori de
volta a vida com minha magia para você. Não será genuíno, porém, ela
continuará linda como está agora. É melhor do que nada, não concorda? Ne?
De forma brilhante, Eri propôs sua sugestão enquanto suor escorria de sua
testa. Desconsiderando Aiko, cujos olhos estavam arregalados com o
assombro a seu lado, Hajime se levantou de forma abrupta. Eri, que sabia
sobre a força de Hajime, esticou suas mãos assim que ela estalou sua língua
discretamente enquanto enfatizava que Kaori iria apenas apodrecer se fosse
deixada sozinha.
— Espere, espere um pouco Nagumo. Por favor, olhe para as pessoas ao seu
redor. Não há muita diferença entre eles e os vivos. Apesar de não podermos
fazer nada sobre ela estar morta, no mínimo, eu poderia deixá-la como eles.
Além disso, eu posso criar uma Kaori do seu gosto. Para isso, você precisa de
mim…
Então, nesse momento, uma sombra correu para trás de Hajime. Um golpe de
uma lança afiada, que era incomparável com os ataques dos outros Soldados-
Marionetes, foi lançado contra ele. A identidade dessa sombra era Reiichi
Kondo. Era o lanceiro[2] que foi morto de forma lamentável por Eri mais cedo e
se tornou uma marionete.
— … matem-no.
Com uma expressão afiada, Eri deu a ordem aos Soldados-Marionetes e Meld.
Embora não tanto quanto Kouki, Hajime possuía alguma intimidade com Meld;
no Grande Calabouço Orcus, o aluno chegou ao ponto de usar uma poção para
curar o Comandante que estava à beira da morte[3]. Dessa forma, ela
pretendia usar a chance que surgiria com a hesitação, assim como foi com
Kouki. Os Soldados-Marionetes estavam esperando com entusiasmo pela
abertura que surgiria.
Contudo, esse tipo de julgamento com o senso comum como base não
funcionaria com Hajime.
— Todos! Se abaixem!
Ryutaro e Nagayama, enquanto se abaixavam, arrastaram os estudantes que
ainda estavam de pé para o chão.
Pouco depois, o rugido de Metsurai parou e, mais uma vez, passos ecoaram na
praça silenciosa. Todos que estavam deitados no chão estavam estáticos,
naturalmente, aquele que estava caminhando depois do ataque que varreu
tudo em seu caminho era Hajime.
Todos os demais estavam abaixando suas cabeças com desespero até que a
tempestade passasse, as pontas de um par de sapatos apareceram na frente
dos olhos de Eri. A Necromante ergue seu rosto. Ela encarou o dono dos
sapatos. O que ela viu foi um par de olhos que a observavam como se a garota
não fosse nada além de uma pedrinha sem valor ao lado da estrada. Hajime
não carregava mais Metsurai em suas mãos. Ele apenas estava de pé diante
de Eri e a olhava de cima.
Eri não poderia dizer nada e apenas devolveu o olhar com uma expressão
horrorizada, assim, Hajime começou a abrir sua boca sem pressa.
— E?
—…
Hajime não tinha informações sobre o que Eri tinha feito. Ele simplesmente
entendia que ela era uma inimiga. Se fosse algo simples como enfrentar um
inimigo, tudo o que ele tinha que fazer era assassinar todos os alvos sem
piedade e tudo chegaria ao fim. Entretanto, Eri tocou em algo que ela nunca
deveria ter tocado. As coisas já tinham chegado no ponto em que apenas
matá-la não seria o bastante. Antes de morrer, a garota precisava sentir o
“desespero”…
Foi por isso que Hajime a fez uma pergunta. “O que mais você pode fazer?
Você não pode fazer mais nada, huh?”
Eri entendeu com precisão o que ele insinuou e começou a apertar seus dentes
com força. O canto de seu lábio tinha um corte e sangue estava escorrendo.
Até o momento, ela era a dona deste lugar, ela deveria estar na posição com
uma vantagem enorme, contudo, em um instante, Hajime anulou isso por
completo, o que fez a Necromante ficar com ódio e assombro.
Eri engoliu seus xingamentos com a rápida aparição da arma; ela não foi nem
capaz de entender quando ela foi sacada.
— … seja lá qual for sua motivação, eu não tenho intenção de ouvir essas
coisas inúteis. Se você não tem mais nada para me mostrar, então… morra.
O dedo de Hajime começou a puxar o gatilho. O garoto nos olhos de Eri era
alguém que mataria seus próprios colegas de classe e percebeu que mesmo
que ela transformasse Kaori em uma marionete, o garoto não iria nem mesmo
hesitar.
— Naaguumooo!!
— … calado.
Então, enquanto Hiyama estava apenas flutuando no ar, Hajime ergueu sua
perna na direção do céu, e a abaixou com intensa força. Era como se seu
calcanhar fosse um machado sendo desferido para cortar um pedaço de lenha;
ele impiedosamente atingiu a cabeça de Hiyama e o jogou contra o chão. A
terra rachou por causa do impacto e sangue da cabeça de Hiyama estava
respingando nessas rachaduras. Hiyama, que quicou como um tijolo, já estava
com os brancos dos olhos à mostra e perdeu sua consciência.
Qualquer um que o visse poderia ver que ele estava vivo por um triz. Contudo,
Hajime tinha uma qualidade que o não permitia abandonar seu alvo. A cabeça
do outro rapaz foi mais uma vez chutada para cima, o fazendo flutuar no ar.
Algo estava sendo realizado? Com esse impacto, Hiyama recuperou sua
consciência.
Ele foi tomado pelo rancor e intenção assassina. Era assustador pensar que
um humano pudesse chegar a este ponto de repulsividade. Um homem normal
iria desviar seus olhos? Ele provavelmente seria tomado por sentimentos de
enjoo e fugiria.
Entretanto, Hajime não mostrou esse tipo de reação para Hiyama. Muito pelo
contrário, os olhos de Hajime carregavam lástima.
— É zua culpa!
— Não coloque a culpa nos outros. A razão para você chegar ao fundo do poço
foi mérito seu. Até no Japão e mesmo aqui, você sempre foi um perdedor. Não
foi “outra pessoa”. Foi “você mesmo”. Tudo o que você fez foi criticar todos os
outros com insatisfação, enquanto você mesmo não assumia nenhuma
responsabilidade. Você é um genuíno azarão.
Hajime voltou seu olhar frio para Hiyama, assim, mais uma vez o jogou no ar, e
com um golpe de seu braço artificial, ele atingiu o outro aluno que estava
caindo de acordo com a gravidade. Força rotacional foi aplicada com o impacto
e Hiyama começou a girar como um pião.
— Vamos verificar se você pode sobreviver. Maa, é deve ser impossível para
você.
Hajime também o atingiu com um chute giratório, o que fez o ar soprar para
longe. Hiyama soltou um som desagradável e foi atirado para fora da praça
com a onda de choque.
Contudo, devido aos negócios com o outro estudante, o tempo que ele tinha
para matar Eri foi reduzido. Embora a garota não tenha fugido, uma aurora foi
lançada contra Hajime.
— Chi…
Hajime pulou para trás enquanto estalava sua língua e usava Donner para
atirar no local de onde a aurora veio. Três explosões surgiram ao mesmo
tempo, como um Dragão escalando a cachoeira de auroras, três clarões
rasgaram o céu.
Logo a seguir, a trajetória da aurora mudou, por pouco ela não atingiu Kouki,
porém, graças a Eri, eles conseguiram evitar o ataque. Até para a Necromante,
seria uma piada de mau gosto se qualquer parte de Kouki fosse
completamente destruída devido ao fogo amigo.
— … já chega. Garoto com cabelo branco. Se você não quiser perder mais
nenhum de seus preciosos compatriotas e cidadãos do Reino, se acalme.
Parecia que Freed estava sob o equívoco de que Hajime estava lutando por
Kouki e os outros alunos e pelo Reino. Se você olhasse a área ao redor,
notaria que Demônios já estavam cercando Shizuku e os outros alunos, e
miravam em Tio e Aiko.
Então, nesse momento, como se algo tivesse acontecido a Kaori, Tio chamou
Hajime em voz alta.
Hajime concordou com vigor enquanto olhava por sobre seu ombro para Tio.
Os colegas de classe, que não entendiam as circunstâncias, tinham
expressões de dúvida. No entanto, Freed, que também tinha Magia da Era dos
Deuses, conseguiu adivinhar o que estava acontecendo. Ele olhou para a
magia de Tio com olhos arregalados.
— Hoo, uma nova Magia da Era dos Deuses... por acaso ela veio da Montanha
de Deus? Seria bom se você me dissesse a localização dela. Se você me
desafiar, então vo-!?
Hajime, que recebeu essas palavras, virou seus olhos frios para longe de Freed
na direção do exterior do Reino... um exército de cem mil estava tentando
invadir o Reino. Então, em silêncio, ele pegou um Minério de Indução que era
do tamanho de um punho de sua Caixa do Tesouro. Ele ativou a pedra
enquanto ignorava o olhar suspeito de Freed e emitiu uma luz que era
incomparável a do anel que manipulava as Brocas de Cruz.
O pilar de luz era o representante que conectava o céu e o solo. O que quer
que a luz tocasse, não importava a raça, sexo, nem a classe social, tudo era
impiedosamente destruído e apagado. Queimando a atmosfera e atravessando
a escuridão, como se fosse a luz do dia, como raios de Sol, os alvos foram
eliminados.
Kyuwaaaaaaaaaaaa!!
Quando Hajime colocou seu Poder Mágico no Minério de Indução em sua mão,
o pilar de luz se moveu e varreu todos os monstros e Demônios que estavam
correndo a pé. Defesa era inútil. Desviar era inútil. A menos que você pudesse
viajar pelo espaço como Freed, seria impossível para qualquer um escapar a
pé. As Feras Mágicas e Demônios que tentavam invadir pelo muro externo
viram o pilar de luz se aproximando e todos entraram em pânico, eles
desesperadamente tentaram avançar em direção ao Reino com desespero.
Tudo o que restava era a fumaça que subia de onde a terra tinha sido
queimada e uma enorme cratera. Além de profundas cicatrizes gravadas no
solo. Os Demônios que conseguiram escapar por pouco e chegaram a tempo
no Reino não estavam aliviados, eles apenas encararam seus companheiros
com surpresa por seu exército ser completamente extinto em um único
momento.
Com isso, Freed e Eri, que estavam diante dele, Shizuku e todos os outros
estudantes também, seus cérebros pararam e eles ficaram apenas aturdidos
em completo espanto.
— O tolo é você, seu grande idiota. Quando foi que eu disse que era aliado do
Reino ou dessas pessoas aqui? Não vá me categorizando com eles de forma
egoísta. Se você quer uma guerra, então vá em frente. Contudo, se você entrar
no meu caminho como agora, eu vou apagar tudo. Maa, eu não estou tão livre
para desperdiçar meu tempo com um milhão de oponentes, assim, desta vez,
eu vou deixar você partir, então apresse-se com o restante do seu exército e dê
o fora. Você é o Comandante do exército, não é?
Apesar de também ser irritante para Hajime os deixar fugir, no momento, era
necessário tratar Kaori o mais cedo possível. Se muito tempo se passasse,
eles perderiam a superioridade. Fazendo algo pela primeira vez, ele estava
apenas improvisando. Além disso, o ataque da luz anterior era na verdade uma
arma em seu estágio de testes, depois desse único disparo, ela já tinha se
quebrado. Sem a arma de aniquilação, ele não teria tempo para lidar com um
milhão de Demônios. Seria uma ideia ruim matar Freed, que era o Comandante
do exército.
Freed, que não sabia disso, mordeu seus lábios e apertou seus punhos com
tanta força e raiva que eles começaram a sangrar, ele estava pensando que
não poderia continuar sacrificando seu povo, e enquanto abriu um portal, o
Comandante dos Demônios falou cheio de rancor.
— … eu com certeza vou pagar esta dívida... apenas você, em nome do meu
Deus, eu definitivamente irei te destruir!
Assim que Freed virou suas costas, ele encarou Eri para incitá-la a montar no
Dragão Branco. A Necromante olhou para Kouki, que sobreviveu devido a seu
poderoso Status, e sorriu com um sorriso cheio de obsessão e insanidade.
Mesmo sem palavras, você saberia, era um olhar repleto com o desejo de obter
Kouki, não importava o que fosse preciso.
Ao mesmo tempo que Freed e Eri, que estavam no Dragão Branco, passaram
pelo portal, três explosões mágicas surgiram e rugiram pelo céu. Era
provavelmente um sinal de retirada. Nesse momento, Yue e Shia desceram do
céu com grande força.
Parecia que ambas vieram perseguindo Freed para espancá-lo. Elas já deviam
saber que o pilar de luz era responsabilidade de Hajime, assim elas não o
questionaram.
Contudo, neste momento, elas não tinham tempo para lidar com esses
assuntos simples. Hajime contou a Yue e Shia sobre a morte de Kaori. Ambas
arregalaram seus olhos em surpresa. Entretanto, após olharem nos olhos de
Hajime que continham espírito, elas logo se recuperaram.
E então, Hajime pediu pela ajuda de Yue com seus olhos. A garota entendeu o
que precisava fazer e com poucas palavras, — ... nn, conte comigo —, ela
assentiu com a cabeça.
Shizuku parecia estar exausta em um estado que nunca foi visto antes e com
uma expressão penosa, se ela fosse ignorada, a Espadachim poderia sofrer
com algum tipo de distúrbio mental. Durante a batalha, seu coração tenso foi
capaz de apoiá-la, entretanto, agora que isso passou, ela provavelmente
estava sendo atormentada pela dor da morte de sua melhor amiga.
Hajime confiou Kaori a Shia e a disse para seguir em frente com Tio. Yue e
Shia, que simpatizavam com a expressão de Shizuku, deixaram a praça
enquanto eram guiadas por Tio.
— Nagumo-kun…
Os olhos de Shizuku que perderam sua luz, mesmo que fosse só um pouco,
recuperaram sua força. Nesse momento, Hajime riu enquanto dizia coisas que
pareciam ser uma piada.
— Se Yaegashi ficar assim, quem vai lidar com todas essas complicações no
futuro? O que irá acontecer se Kaori ver uma Yaegashi quebrada... por favor,
me dê um descanso. Eu não sou um amante de problemas humanos como
Yaegashi.
Hajime sorriu com uma expressão sincera e acenou com a cabeça com
firmeza.
— Isto é…
— Deixe seu outro amigo de infância beber isso. Ele está em uma situação
bem ruim.
Depois das palavras de Hajime, Shizuku encarou Kouki, que estava deitado no
chão. Kouki já tinha perdido a consciência, ele estava enfraquecido. Ela se
lembrou da Água Sagrada que Hajime a entregou antes foi usada para curar
Meld imediatamente, que estava a ponto de morrer, e presumiu que esse era o
remédio mais efetivo entre todos os medicamentos possíveis. Quanto a Hajime,
ele ficaria com problemas se Shizuku se quebrasse por Kouki morrer, mesmo
após tudo o que ele disse a ela... após olhar a expressão de Shizuku, parecia
que a Espadachim estava mais grata do que o esperado.
Quando Shizuku segurou com força o recipiente da Água Sagrada, ela olhou
para Hajime com olhos marejados e disse palavras de gratidão, — ... obrigado
Nagumo-kun. — Assim que Hajime recebeu essas palavras, ele logo se virou.
Então ele começou a acompanhar Yue e as outras garotas como se fosse o
vento.
Notas
[3] Hajime curou os ferimentos de Meld no Grande Calabouço Orcus após sua
luta com Cattleya usando a Água Sagrada no capítulo 79.
Depois que Hajime deixou a praça, Shizuku fez Kouki beber a Água Sagrada e
o Herói se recuperou em pouco tempo.
Aliás, parecia que o Rei e outros líderes influentes foram mortos pelos
Soldados-Marionetes de Eri, neste momento, o assento de Rei do Reino Haihiri
estava vago. Até que a confusão atenuasse, Liliana e a Rainha, Luluaria,
assumiriam a liderança na reconstrução do Reino. Muito provavelmente, assim
que tudo se acalmasse, o Príncipe Randell, que também estava seguro, subiria
ao trono.
A propósito, o pilar de luz que aniquilou o enorme exército dos Demônios era a
luz da condenação de Ehito-sama, que a liberou com o objetivo de salvar o
Reino! Era esse o rumor que estava circulando, era uma história incrivelmente
dolorosa saber que a fé deles foi ainda mais fortalecida. Hajime estava se
perguntando se deveria espalhar rumores dizendo que isso aconteceu graças a
Deusa da Fertilidade mais uma vez, contudo, se Aiko ouvisse sobre isso, ela
ficaria se atormentando em sua mente.
Acreditava-se que ele ainda estava vivo quando foi devorado porque parecia
que havia traços de intensa resistência. Em especial, seu braço esquerdo
estava desaparecido; julgando pelos traços de sangue, com seu braço
esquerdo sendo devorado primeiro, ele correu desesperadamente por sua vida
e então a lateral de seu corpo foi comida, o que causou sua morte. Se você
tentasse imaginar a cena, essa devia ser uma das piores formas para se
morrer.
Com isso, várias coisas aconteceram e cinco dias se passaram desde a traição
e morte de seus amigos com a invasão dos Demônios.
Não era preciso dizer nada sobre Suzu, que era a melhor amiga de Eri, mas os
colegas de classe que foram capturados pela obsessão e insanidade dela
sofreram profundas feridas mentais. Depois das mortes de Hiyama e Kondo,
Nakano e Saito, que sempre estavam juntos como os dois[1], se
tornaram hikikomori[2].
Além daqueles que ficaram com profundas feridas mentais, Kouki e os outros
receberam um pedido de Liliana para emprestarem suas forças na
reconstrução do Reino com o objetivo de se recuperarem e se curarem. Desde
aquele dia, Hajime e seu grupo não apareceram, então eles esperavam pelo
retorno deles.
Como Kouki e seu grupo sabiam disso, o choque que eles receberam foi menor
do que o grupo que ficou para trás. Embora eles tivessem escutado sobre o
poder de Hajime dos outros que retornaram do Calabouço, eles agora sabiam
que tinham entendido apenas 1/10.000 do verdadeiro terror do rapaz. Eles não
podiam fazer nada além de se preocuparem com Hajime, suas companheiras e
Kaori, quem ele levou consigo.
E a mais notável era Shizuku. Embora ela estivesse fazendo exatamente o que
precisava ser feito, de vez em quando, ela encararia ao longe com olhos que
parecia estar procurando por algo em seu coração. Estava claro para todos que
ela estava pensando em Kaori, os colegas que testemunharam a morte de
Kaori estavam inseguros sobre o que ele disse
Pela conversa que Hajime teve com Shizuku, parecia que havia algo sobre
Kaori retornar, porém, eles estavam céticos já que a tarefa de reviver uma
pessoa morta devia ser impossível, e assim, eles não foram capazes de ficar
aliviados.
Eles suspeitavam que algo como o que Eri fez seria utilizado; Kaori seria
trazida de volta como uma boneca, nesse caso, era fácil imaginar que Shizuku
ficaria ainda mais abalada, especialmente Kouki, que sempre se advertiu
enquanto observava Hajime e seu grupo.
O próprio Kouki estava muito abatido por, mais uma vez, ter sido incapaz de
fazer qualquer coisa e ser salvo pela segunda vez por Hajime, o fato de que
Kaori o deixou pelo Sinergista (o Herói reconhecia isso) também estava
incluído, ele não foi capaz de ter nenhum sentimento bom pelo outro garoto.
Era o famoso “ciúme”, contudo, o estudante não estava consciente disso. Não
seria fácil para ele admitir, mesmo se ele tivesse notado isso. Se o rapaz
reconhecesse a situação, seguir em frente ou ignorar isso por conveniência...
tudo dependia dele.
Ambos Kouki e Shizuku não estavam em seus estados mais animados, como
Ryutaro era um cérebro de músculos, ele não era confiável, e todos os outros
colegas estavam deprimidos.
Isso foi feito para não obstruir Hajime e suas companheiras, e, ao mesmo
tempo, todas as vezes que ela se lembrava do que tinha feito, sua boca ficava
mais pesada. Mesmo que fosse um resultado inesperado, sua resolução para
seguir com isso era real. Dessa forma, quando Hajime e as outras voltassem,
ela planejava dizer a Liliana e aos outros a verdade, “... oficial, fui eu”.
Apesar de Aiko parecer se comportar com alegria, por dentro, ela estava
tremendo de medo. Ela própria ajudou Tio a obliterar a Igreja, se os estudantes
soubessem que sua professora estava envolvida na explosão que matou Ishtar,
os Sacerdotes e os Cavaleiros da Igreja, o que eles iriam pensar dela?
Ela lutou porque estava determinada a não permitir que seus estudantes se
tornassem brinquedos de guerra, apesar de não se arrepender sobre essa
questão, um assassinato era um assassinato. Ela com certeza já estava
preparada para que seus estudantes não mais a chamassem de Sensei.
— Não, isto não é nada demais. E quanto a você Lili, você mal tem dormindo
nos últimos dias, huh? De verdade, obrigado por seu trabalho duro.
Pelo que Liliana disse, Kouki tentou apontar que ela perdeu o Rei, que também
era seu pai, porém, mesmo que ele dissesse isso, nada mudaria, então ele
calou sua boca. Lili simpatizou com os sentimentos de Kouki e disse, — Estou
bem. —, com outro sorriso, então mudou de assunto.
Assim que Kouki estava dizendo isso, ele encarou na direção de Shizuku que
estava conversando com Kuzeri no meio do campo de treinamento.
— Isso mesmo. Para ser sincero, o que Nagumo disse é muito... indigno de
confiança... apesar de eu preferir que Shizuku se encontre com eles...
Liliana tinha uma expressão um pouco surpresa assim que ela voltou seu olhar
de Shizuku para Kouki. A expressão de Kouki era complicada; estava claro que
o que o estudante disse não estava de acordo com o que ele pensava. Ciúme,
suspeita, medo, orgulho, gratidão, antipatia, vários sentimentos estavam
misturados, a expressão do rapaz era difícil de ser definida.
Liliana não podia encontrar as palavras corretas para dizer a Kouki, ela olhou
para cima, para o topo da Montanha de Deus, onde Hajime e suas
companheiras deviam estar.
O céu estava limpo, era como se a crise de extinção de alguns dias atrás
nunca tivesse acontecido. Esse céu parecia estar com um humor
despreocupado, Liliana possuía sentimentos um pouco amargos sobre isso e
continuou olhando para o céu.
Então, nesse momento, ela começou a ver alguns pontos escuros no céu. Com
um olhar desconfiado, Liliana apertou seus olhos e notou que esses pontos
escuros estavam ficando cada vez maiores, ela notou que algo estava caindo
e, em pânico, chamou Kouki a seu lado.
— Eh? O que você está... todos! Cuidado! Alguma coisa está vindo do alto!
A atitude de Liliana surpreendeu Kouki, mas assim que ele olhou para cima, ele
confirmou que algo estava mesmo caindo, — Se abaixem, é um ataque
inimigo! —, ele avisou em voz alta com uma expressão impaciente.
Zudoooooon!!
A terra tremeu quando o que estava caindo atingiu o solo, enquanto nuvens de
poeira dançavam, o que apareceu de dentro dela foi... Hajime, Yue, Shia e Tio;
eram quatro pessoas.
— Nagumo-kun!
A primeira a avançar foi Shizuku. Assim como Hajime disse, ela acreditou neles
e aguardou. Ficar excessivamente preocupada era inevitável. Contudo, no
grupo de Hajime, a figura de Kaori não podia ser encontrada, a expressão da
Espadachim começou a ficar desconfortável e escureceu.
— Nagumo-kun… onde está Kaori? Por que Kaori não está aqui?
— Ahhhh, ela logo vai chegar aqui. É só que... sua aparência pode ter mudado
um pouquinho... por causa disso, entenda, será complicado se você botar a
culpa em mim, un, não foi minha culpa, então não fique zangada.
Todos tinham expressões de tremor enquanto olhavam para Hajime, que não
tinha intenções de pegar a mulher, — Ela está morta, não está? — Entretanto,
depois que a nuvem de areia se dispersou de novo, a linda mulher com cabelo
prateado e olhos azuis apareceu, Aiko e Liliana soltaram gritos de aviso.
Para o grupo que a encarava, Nointo, que tinha um lindo rosto e cabelo
prateado com olhos azuis, como se não tivesse sofrido nenhum dano com a
queda, se moveu com agilidade e se levantou com facilidade. Assim, por um
momento, ela encarou Hajime com olhos reprovadores, e, de forma
inacreditável, ela, que não tinha emoções ou expressões como uma máquina,
agora as possuía, e falou com Shizuku em pânico.
— ???
Shizuku estava com uma expressão de suspeita com a mulher que a chamou
por seu nome em seu primeiro encontro.
Hajime, que estava ao lado dela, murmurou, — Você parece uma impostora
suspeita. —, a mulher gritou com ele e então desviou o olhar. Era impossível
para Aiko e os outros não pensarem nela como uma inimiga. Apesar da
aparência e voz serem diferentes, os gestos casuais da mulher estranha e a
atmosfera quando ela se identificou eram como uma sombra da melhor amiga
de Shizuku.
Ela ficou extremamente feliz por Shizuku notar que era ela. A mulher com
cabelo prateado e olhos azuis ficou com o rosto iluminado! E ela respondeu
com uma voz animada.
— … Kaori… Kaoriiiii!
Shizuku ficou espantada. Apesar de ela não fazer ideia de como as coisas
terminaram dessa forma, mesmo assim, com o fato de que sua melhor amiga
ainda estava viva e na frente dela, por fim aceitando a situação, a Espadachim
abraçou Kaori, que obteve um novo corpo de uma mulher com cabelo prateado
e olhos azuis, com todas as suas forças e chorou.
Kaori também estava soluçando como um bebê e, como Shizuku, ela abraçou
sua amiga com força e sussurrou de forma gentil.
— Bom, vejamos... indo direto ao assunto. Usando magia, a alma de Kaori foi
protegida, no corpo de Nointo? Em seus restos? Maa, nós o restauramos e o
usamos.
— Então, Shizuku-chan. Você sabe que a magia que usamos agora é uma
versão degradada da magia esquecida do passado chamada de Magia da Era
dos Deuses, correto?
Por alguma razão, Kaori estava estufando seu peito com orgulho. Na verdade,
a velocidade com que o cérebro de Shizuku era capaz de processar as coisas
era rápida. Hajime também sabia disto, porém, ele mais uma vez ficou
impressionado.
— Mas por que esse corpo? O corpo de Kaori não servia mais? Eu pensei que
vocês poderiam dar um jeito de curar o ferimento que foi infligido em seu
coração com a Magia de Cura...
Magia Espiritual era uma Magia da Era dos Deuses estonteante onde você
poderia literalmente se tornar imortal através a fixação contínua de sua própria
alma.
“Fixar” significava que a magia preservaria o espírito do morto afetado com o
objetivo de não permitir que ele deteriorasse nem desaparecesse, a princípio,
isto foi o que Tio realizou em Kaori. Contudo, foi sorte Tio conseguir fazer isso
a tempo porque a magia seria ineficaz se muito tempo se passasse desde a
morte do alvo.
Obviamente, esta magia não era tão simples que podia ser utilizada sem testes
e treinamento adequados. Eles só tiveram sucesso porque Yue e Tio tinham
talento natural com magia. Ainda assim, levou cinco dias inteiros para
estabilizar a alma de forma correta.
— Então, por que... o que aconteceu com o corpo original de Kaori? Deve ter
acontecido algum tipo de problema, não é?
No início, Hajime tentou devolveu o espírito da garota para seu corpo original,
que eles restauraram com a Magia de Regeneração.
Contudo, aquela que o disse para esperar foi Kaori. Mesmo estando presa em
seu estado espiritual, Orientação Espiritual poderia ser utilizada para se
comunicar com a alma. Kaori, que ainda era apenas um espírito, ouviu sobre
Miledi Raisen e pediu para ser colocada em algo parecido com um Golem,
como fez a Libertadora. Se fosse Hajime, então ele seria capaz de criar um
poderoso Golem.
Nas Ruínas Submersas Merujiine, Kaori percebeu sua própria impotência, ela
não tinha intenções de continuar da forma que estava[3]. A Curandeira também
não tinha intenções de desistir de ficar ao lado de Hajime. Nesse momento, ela
sabia que seria morta com facilidade. Covardia, miséria e agonia … se fosse
assim, ela pensou: “E se eu descartasse meu corpo humano?”.
Assim que Kaori se determinava com algo, ela se tornava muito teimosa.
Apesar de Hajime e as outras tentarem falar com a garota, ela não escutaria.
Essa determinação era tão forte que fez Hajime erguer suas mãos em
rendição.
Sem outra escolha, o garoto decidiu criar o mais forte Golem que pudesse,
contudo, uma lâmpada se acendeu dentro de sua cabeça! “Eu posso usar
aquilo, não posso?”. Isso mesmo, ele estava pensando em Nointo, a quem ele
perfurou o coração.
— … entendo. Haa, Kaori, você sempre foi um pouco espontânea, mas desta
vez, você se superou.
— … está tudo bem. Contanto que você ainda esteja viva, então…
Shizuku disse enquanto sorria para Kaori, que tinha uma expressão de culpa,
então ela endireitou sua postura e mudou sua expressão para uma mais séria,
a Espadachim se virou para Hajime e as outras e curvou sua cabeça.
Shizuku mostrou um sorriso irônico para a resposta de Hajime. Não foi apenas
Kaori, os estudantes foram todos salvos também. Havia vidas que foram salvas
duas vezes com isso. Mesmo após salvá-los de suas crises, o resultado da
batalha foi conveniente para as próprias circunstâncias de Hajime, seu estado
de espírito já era algo que só poderia ser considerado piada por sua forma tão
diferente.
— Assim como uma certa Sensei disse, eu não devo seguir uma “vida
solitária”. Embora eu não possa prestar atenção a tudo, se for apenas isto...
— !!! Nagumo-kun…
— Naquele dia, o dia em que a Sensei foi sequestrada, podemos ouvir o que
você planejava nos dizer? Essa conversa com certeza tem algum tipo de
relação com Nagumo-kun e os outros que adquiriram a Magia da Era dos
Deuses, não tem?
Hajime ouviu as palavras de Shizuku e voltou seu olhar para Aiko. Pressão
silenciosa caiu sobre a professora para que ela explicasse a situação.
Enquanto limpava sua garganta, — Kohon —, Aiko começou a explicar o
propósito de Hajime com suas viagens, e ela começou a explicar tudo desde os
eventos quando ela foi presa no templo central até o Reino ser invadido.
Após terminar de explicar tudo, a primeira pessoa e erguer sua voz foi Kouki.
— O que isso significa? Então, você está dizendo que estamos apenas
dançando na palma da mão de Deus? Por que você não nos disse isso antes!?
Você poderia ter nos contado quando nos reencontramos em Orcus!
Apesar do olhar e voz crítica do Herói, Hajime apenas encarou Kouki como se
ele fosse um inconveniente e não disse nada. Ele foi ignorado. Com essa
atitude, Kouki se levantou de seu assento fazendo barulho e estava cheio de
hostilidade contra Hajime.
— Que tal fazer alguma coisa!? Você poderia ter me dito isso mais cedo!
— Espere um pouco Kouki!
O apelo de Shizuku não foi ouvido, Hajime franziu o cenho irritado com Kouki,
que perdeu sua paciência; após suspirar profundamente, o garoto olhou para o
Herói como se ele fosse um incômodo.
— O que foi?
— Você é idiota? Por que eu teria que me esforçar tanto por vocês? Tenho
certeza que você não está pensando que seria minha obrigação apenas porque
somos colegas, assim eu naturalmente emprestaria meu poder, é isso? Pensar
em algo tão tolo quanto isso... você é parente do Hiyama?
Com o olhar de Hajime, que era tão frio quanto o zero absoluto, todos os
colegas de classe desviaram seus olhos.
Porém, parecia que Kouki não estava convencido e continuou a encarar Hajime
com severidade. Kouki não notou que Yue, que estava ao lado do Sinergista,
estava olhando o Herói com olhos irritados, declarando, “Você já foi salvo duas
vezes, então por que você continua agindo assim?”.
— Espere, espere Herói (Risos). Quando eu disse que iria enfrentar Deus? Não
vá decidindo isso sozinho. Sem dúvidas, eu vou mata-lo se ele vier para esse
lado, porém, eu não tenho intenções de sair por aí procurando por ele. Porque
eu só quero completar todos os Grandes Calabouços e voltar para casa logo,
para o Japão.
— Eu não estou disposto a usar meus poderes por alguém cujo rosto eu nem
mesmo conheço…
— Por quê… mas por quê!? Você não é mais forte do que nós!? Se você tem
tanto poder, então você deve ser capaz de fazer alguma coisa! Se você tem
poder, você não deveria usá-lo para fazer o certo!?
— … se “você tem poder”, huh. É exatamente por isso que você sempre está
humilhando-se no chão. Eu acredito que poder deve ser usado com intenções
definidas. Você não faz algo porque você tem poder. Porque você deseja algo,
você usa seu poder. Se você está dizendo que apenas porque “você tem
poder” você tem que fazer algo, não importa o seu desejo, então isso não é
nada mais do que uma “maldição”. Essa vontade é frágil demais. Ou melhor, eu
não tenho intenções de argumentar sobre que caminho você e eu tomaremos.
Qualquer coisa além disto será irritante, então eu vou mesmo te fazer voar.
Depois que Hajime disse isso, seus olhos voltaram ao normal como se ele não
tivesse interesse em Kouki e nos outros.
Por sua atitude, o Sinergista falava sério sobre sua relação com esse mundo, o
Herói percebeu que isso não era rancor nem ódio, ele simplesmente não tinha
interesse. Depois que a razão para ele perder foi dita, Kouki ficou em silêncio
enquanto tremia com violência. “Eu tenho uma vontade forte!”, o Herói queria
contestar, mas, por algum motivo, essas palavras não saíram.
Afinal, mesmo que eles fossem apenas marionetes, o oponente era alguém
que não tinha hesitação e transformou todos os Cavaleiros, incluindo Meld, em
pedaços de carne. Quanto ao grupo que ficou para trás, eles não poderiam
nem mesmo olhar Hajime nos olhos após verem o inferno.
— … como imaginado, você não vai ficar por aqui? Eu queria que você ao
menos ficasse até que o sistema de defesa do Reino fosse consertado…
Apesar dos ombros de Liliana encolherem, depois que Hajime e seu grupo
partissem, não havia forma de deter Freed e seu exército, assim, como ela era
uma Princesa, ela precisava ter uma arma contra eles.
— Há alguma coisa... pelo menos, aquele pilar de luz... aquilo também é um
dos Artefatos de Nagumo-san, não é? Você pode nos permitir usá-lo para a
proteção do Reino? Eu farei qualquer coisa que puder para recompensa-lo por
isso, então...
Hyperion era uma enorme fuselagem de lentes que convergia a luz do Sol; a
arma também podia se carregar dentro da Caixa do Tesouro, que possuía
capacidade de gerar calor instalada. Um enorme calor, que transbordava da
Caixa do Tesouro, seria descarregado através da entrada de lançamento onde
a Magia da Gravidade foi adicionada para fazer essa descarga seguir em
direção ao chão.
Até para o Hajime de agora era impossível criar um Sol falso. Aliás, Hyperion
ainda estava em seu estágio experimental, a arma não era capaz de suportar
seu próprio calor e se quebrou, então ela não poderia mais disparar. Em
primeiro lugar, Hyperion não era a única arma de aniquilação que o garoto
criou, porém…
— É... mesmo…
Apesar de Hajime ignorá-las enquanto bebia seu chá, ele murmurou porque
elas foram muito persistentes.
Hajime ignorou a expressão alegre de Liliana, que estava brilhando, e com um,
— Isso é o suficiente? —, ele encarou Kaori e as outras duas. As três pessoas,
assim como Liliana, devolveram sorrisos alegres a ele.
“De alguma forma, as coisas ficaram mesmo agradáveis agora”, ele pensou,
até Yue e Shia ao lado do garoto estavam sorrindo, — Maa, eu acho que isto
não é tão ruim —, Hajime mostrou um sorriso sem graça enquanto encolhia
seus ombros.
— Ahh, essa é nossa intenção. Eu planejei seguir via Fhuren, porém, seguir em
parte na direção do Sul seria uma chateação, assim, eu pensei eu irmos direto
para o Leste.
Após ouvir o que Hajime tinha planejado, a expressão de Liliana era a de
alguém que pensava em algo.
E como não seria um problema muito grande apenas deixá-la em algum lugar
pelo caminho, sua mente consentiu dizendo que estava tudo bem. Contudo, ele
não se esqueceu de dar um aviso a ela.
— Deixá-la por perto está bem, mas não iremos entrar no Império. Não iremos
te acompanhar para um encontro com o Imperador.
— Fufu, não diga coisas tão imprudentes. Apenas me levar até lá será mais do
que o suficiente.
Liliana sem querer mostrou um sorriso irônico depois do aviso de Hajime,
então, Kouki, que estava em silêncio por culpa do outro rapaz, começou a falar
de novo.
— Se for assim, nós também vamos acompanhá-lo. Lili não pode ser deixada
com alguém que não pensa neste mundo. Nós seremos os Guardas pelo
caminho. Além disso, se Nagumo não planeja fazer nada, então eu vou salvar
este mundo! Para esse propósito, poder é necessário! O poder da Magia da
Era dos Deuses! Se nos juntarmos com vocês, seremos capazes de obter a
Magia da Era dos Deuses!
— Não, eu vou dizer a localização delas, então não venha sem receber
permissão. Se você me acompanhar, vai ser sempre problemático.
“Por que você está ficando tão empolgado de repente?”, Hajime estava com
uma expressão impressionada. Parece que a crítica sobre não confiar nos
outros não foi entendida. Então, Aiko timidamente declarou algo antes que
Hajime pudesse continuar.
— … não, isso foi, foi outra coisa. Veja, mesmo eu que era “incapaz” consegui
fazer algo, então vocês devem ficar bem. Vocês podem fazer isso, vocês
podem. Em suma, vocês precisam de espírito de luta.
Quanto a Hajime, o dia em que eles superassem os limites do mundo era algo
que ele não se incomodava em permitir a seus colegas de classe. Porém,
ajudá-los a obter a Magia da Era dos Deuses desde o início era algo que ele
absolutamente não queria fazer. Não havia outra razão além de ser uma
grande perda de tempo.
— Nagumo-kun, eu poderia te pedir um favor? Apenas uma vez é o suficiente.
Mesmo com apenas uma Magia da Era dos Deuses, isso fará uma diferença
decisiva para completarmos os outros Grandes Calabouços. Você não nos
permitiria acompanhá-lo apenas uma vez?
— Se você planeja se aproveitar de nós, a magia não vai ser obtida. É preciso
agir para ser aceito pelo Calabouço.
— Tenho certeza que sim. Deixando de lado o caso de Deus, nós também
queremos voltar para casa. Nós vamos desesperadamente desafiá-lo com
determinação. É por esse motivo que eu estou te pedindo isso. Fomos salvos
várias vezes e só pudemos dizer nossos agradecimentos para recompensar
sua gentileza, mas agora, não podemos fazer além de depender de você. Por
favor, nos empreste sua força mais uma vez.
— Suzu também está pedindo Nagumo-kun. Eu quero ficar mais forte e ter uma
conversa com Eri de novo. Assim, eu te peço! Este favor será com certeza
pago se você levar Suzu e os outros com vocês.
Até agora Aiko esteve escutando suas palavras injustificadas, apenas Shizuku
queria ajudar a obter a Magia da Era dos Deuses com sinceridade. A
expressão da garota estava rígida e desconfortável por ela se sentir culpada
por ter que depender de Hajime e seu grupo sem ser capaz de recompensar a
gentileza deles.
Suzu, que se manteve em silêncio por muito tempo, também foi influenciada
por Shizuku e abaixou sua cabeça. Parecia que ela esteve pensando muito
sobre Eri. Sua voz e expressão carregavam desespero. As sobrancelhas de
Kouki saltaram em reação ao espetáculo que ele viu, mas, no fim, ele não disse
nada.
Contudo, desta vez, após sua batalha com Nointo, seu julgamento estava
hesitante.
Ele pensou que eliminar Nointo, assim como os homens influentes que
estavam sendo manipulados na cena do passado que eles viram nas Ruínas
Submersas Merujiine[5], seria um grande transtorno; a Apóstola era uma
boneca que era a personificação do desejo de Deus e, literalmente, as mãos e
pés de Deus que se moviam em segredo por trás das cenas.
Dessa forma, se a Apóstola de Deus, Nointo, foi criada, com toda certeza,
poderíamos dizer que não haveria mais nenhuma? Seria otimista demais
pensar dessa forma.
Nointo disse antes. Hajime era um irregular e o desejo de Deus era vê-lo
morrer enquanto sofria. Se fosse assim, com absoluta certeza, seria lógico
pensar que ele enviaria mais existências como Nointo. Assumindo isso, pelo
bem da economia de tempo, “Seria uma boa ideia dar a Kouki e aos outros
algum poder?”, Hajime pensou.
Apesar de ser muito maléfico jogar os outros para os inimigos que estavam o
perseguindo, — Maa, o Herói está com sua mente voltada para enfrentar Deus,
então não devemos ter nenhum problema, não é? —, ele pensou sem se
preocupar, e, no fim, decidiu aceitar a companhia dos outros estudantes e
seguiram na direção do Mar de Árvores Haltina. Por ora, ele encarou Yue e as
garotas para confirmar e não parecia que elas tinham qualquer objeção.
Essa promessa renovou seu desejo e incluía novos laços que surgiram e se
tornaram ainda mais fortes. Enquanto sentia a chama da determinação
crescendo dentro de seu coração, Hajime sorriu em silêncio.
Notas
[3] Kaori e Hajime tiveram uma conversa séria sobre a falta de capacidade da
Curandeira (em comparação com o resto do grupo de Hajime) no capítulo 93,
enquanto exploravam as Ruínas Submersas Merujiine.
[5] Hajime está se lembrando da cena do passado que viu nas Ruínas
Submersas Merujiine, onde o Rei dos humanos da época massacrou os
Demônios durante uma reunião para discutir a paz, no capítulo 94.
Capítulo 108: Conversando sobre os eventos de um
único Dia (Parte 1)
Fazia cinco dias desde que isso aconteceu, o sentimento de perda e dor ainda
persistia nos peitos das pessoas, levando dor para seus corações. Contudo,
isso ainda não os impediu de trabalharem na reconstrução; essa era com
certeza “a força do povo”.
Shia e Tio estavam esperando no Palácio Real. Julgou se que seria melhor não
estimular de forma desnecessária as pessoas com as aparições de outras
raças caminhando pelo Reino, assim, elas se voluntariaram para ficar para trás.
Mesmo que os cidadãos do Reino soubessem que aqueles que os atacaram
foram os Demônios, neste momento, eles poderiam indiscriminadamente as
atacarem porque elas “não eram humanas”.
— … por relatório... você está falando sobre aquela criança chamada Myuu?
Pensando nisso, eu não a vi por aqui…
— … está tudo bem. Vocês vão se encontrar de novo. Já que Hajime vai levar
ela conosco para o Japão.
— O que você quer dizer com o que significa isto? É exatamente o que parece.
Eu fiz uma promessa com Myuu. Eu disse que a levaria comigo para minha
cidade natal.
— Eu entendo que você quer dizer, mas isso não é um problema. Há muitas
formas de resolver um problema, e se não houver nenhuma, basta criar uma
solução. Não dizemos isso com frequência? Algo como se é ou não possível,
ou se podemos ou não fazer algo....
— Mas isso, maa, isso com certeza é verdade, mas…
— Em primeiro lugar, não é tarde demais falar sobre isso agora? Shia tem
orelhas de coelho... e Yue não apenas é albina[1], mas tem caninos afiados e
olhos vermelhos brilhantes. Se você pensar a longo prazo, a aparência dela
também não vai mudar... você provavelmente nem pensou sobre isso quando
eu disse que iria levar ambas comigo para o Japão.
Assim que Hajime fez sua declaração, Shizuku ficou com um sorriso sem
graça. Yue, que estava ao lado do garoto, tinha um fraco sorriso em seu rosto.
Ela estava segurando a bainha da roupa de Hajime com sua mão em silêncio.
De forma suave, um clima suave começou a surgir. Quando Shizuku foi
atingida por essa sensação, sua temperatura subiu um pouco, — Obrigado
pela refeição. —, ela disse enquanto balançava sua mão para se refrescar.
— Nnnn? Isso é algo que você deveria perguntar para a pessoa em questão.
Não importa o que eu diga, eu não sei dizer como ela se sente? Maa, para
mim, assim como eu prometi, eu não planejo ser cruel.
— O-oh.
— Eh? Por favor, espere um momento. Foi atacado? Quem fez o que com
quem?
Antes que ela percebesse, sua melhor amiga tinha se tornado mais forte em
vários sentidos, Shizuku estava com olhos distantes e suas bochechas se
contraíram. Como se estivesse sendo deixada para trás, ela começou a se
sentir solitária.
Hajime rapidamente desviou seus olhos do olhar afiado de Yue, ele demorou
apenas um segundo a mais para negar essa possibilidade. Shizuku, que se
recuperou enquanto as duas pessoas conversavam, — É isso mesmo! —, com
um olhar atento assim como o de Yue, ela questionou Hajime com cuidado.
— Por algum motivo, você está falando como se tivesse percebido. Então?
Nagumo-kun, o que você fez com Ai-chan?
— Oi, espere. Por que você já está assumindo que eu fiz algo?
— Desde o dia que Ai-chan voltou para o Reino, ela esteve agindo de forma
estranha. Sempre que fala sobre você, ela cora. Eu duvido muito que isso se
deva ao fato de você repelir aquele enorme exército. Algo definitivamente
aconteceu enquanto você ainda estava na Cidade de Ur? Saa, é sério,
desembuche logo! É um assunto importante saber se as rivais de Kaori vão
continuar aumentando!
— Espere, se acalme. Eu vou explicar tudo, não agarre meu pescoço, não me
sacuda!
— Maa, eu entendo que não foi sua intenção que isso acontecesse, mas...
Nagumo-kun, por algum motivo, você parece ter percebido os sentimentos de
Ai-chan. Desde quando você descobriu isso?
— … é isso mesmo.
— … maa, eu não acho que Aiko-chan vai tomar a ofensiva. Ao invés de lidar
com isso sem a preparação adequada, apenas deixar tudo como está pode ser
o melhor…
— Ah? Ahh, é como você disse. Essa pessoa é uma professora, então ela tem
suas obrigações para seguir. Como eu sou um estudante, fingir que eu não
notei é a melhor ação a se tomar.
Contudo, Hajime não era uma pessoa que sucumbiria para tais armadilhas.
Afinal, a amada do garoto era uma pessoa que não perderia em questão de
fofura ou beleza, ela era uma perfeita beldade. Mesmo agora, ela era a mulher
feliz e fofa segurando a mão de Hajime. Não havia chances de ele ficar
fascinado com outra mulher.
Por esse motivo, Hajime estava pensando que queria um descanso dessas
armadilhas. Afinal, ele não ficaria fascinado com outra mulher que não fosse
Yue.
— Como? Uma missão designada… é isso? Eu sinto muito, por favor, aguarde
um momento…
— Eu sinto muito, mas, você poderia por favor ir até a recepção? Na ocasião
em que Nagumo-sama visitar a Guilda, nós fomos informadas a trazê-lo para
dentro... eu vou chamar o Mestre da Guilda agora mesmo.
— Ha? Não, eu só quero pedir que o relatório de conclusão seja enviado para o
diretor da Ilwa de Fhuren. Além disso, eu tenho planos de reparar a grande
barreira depois disto. Por favor, me poupe desses problemas.
Parecia que o nome do Mestre da Guilda era Barusu Raputa. Era um nome
que, por algum motivo, parecia se referir a uma pessoa em ruínas. De certo
modo, não foi tão inoportuno quanto Hajime esperava, seu olhar parecia indicar
que ele queria falar com o garoto sobre o relatório para Ilwa.
Não importava para que cidade ele viajasse e que incidentes acontecessem, o
rapaz tinha uma sensação em seu peito de que tudo iria terminar bem, porém,
isso era esperar demais.
— Barusu-dono, você não irá apresentar eles a mim? Se é alguém que atraiu
os olhos do Mestre da Guilda, eu gostaria de me tornar um conhecido.
Especialmente porque sou um cavalheiro, não seria correto cumprimentar
essas adoráveis mulheres?
Com isso, Barusu anunciou que Hajime e Abel eram ambos Rank Ouro. O som
do ambiente ficou inacreditável em um instante, o que fez o Sinergista ficar
com uma expressão perturbadora. Hajime estava a ponto de pegar Yue e
Shizuku e deixar a Guilda na mesma hora, porém, Abel com certeza tinha um
interesse pelas duas garotas, então ele não tinha intenções de permitir que
elas partissem tão facilmente.
— Fuuuun, você é um Ouro, huhhhh. Você parece bem jovem... mas que tipo
de estratégia você usou? Não há chances de ter sido um método correto, não
é? Ahh, como foi algo inadequado, você não pode dizer isso aqui, huh...
desculpe por não ser atencioso o bastante.
— Oi, Yaegashi. Cuidar desses garotos bonitos infelizes é o que você faz de
melhor, não é? Eu vou deixar isso com você, a especialista, isto é apenas uma
versão piorada de Amanogawa.
Hajime sentiu arrepios com a voz misteriosa e logo assumiu uma postura
defensiva com Donner em mãos. E a pessoa que apareceu quando todos se
viraram na direção da voz foi…
Abel gritou por instinto contra a massa de músculos com olhos arregalados! A
pessoa tinha uma armadura de músculos espessos por todo o seu corpo e
rosto, era o que você veria em uma história em quadrinhos, e essa pessoa
tinha cerca de dois metros de altura. Mesmo assim, ela tinha cabelo vermelho
preso para formar duas marias-chiquinhas presas por um laço bonitinho e o
que a pessoa estava vestindo era a famosa Yukata[5]. Havia muitos babados
na vestimenta. Eles estavam tremulando muito. As pernas grossas estavam
maravilhosamente expostas.
Abel, que foi incapaz de resistir ao medo, finalmente sacou sua espada. Era um
ataque de um Aventureiro Rank Ouro. Todos pensavam que isso iria acabar
com a vida do homem-mulher, no entanto, a realidade estava muito além de
suas expectativas.
Do corpo de Abel, podia se ouvir estalos e ele tentava escapar com desespero.
Contudo, como a contenção era formada por músculos, o Aventureiro não foi
capaz de escapar, enquanto ele lutava desesperadamente, o momento trágico
de Abel começou.
Entretanto, o que estava ali era com certeza um Aventureiro Rank Ouro. Ele
ainda mantinha parte de sua consciência enquanto encarava o homem-mulher.
… porém, ele logo olhou para longe do homem-mulher e encarou a direção de
Hajime.
— O-oi, você! Você também é um Ouro, não é!? Então me ajude! Aliás, apesar
de você dever ter obtido seu Rank através de meios injustos, eu vou falar bem
de você por aí! Seu papel é me ajudar, o Lâmina Relâmpago! Vai ser sua
honra! Veja, faça algo depressa sobre este monstro! Seu lerdo!
Embora Hajime não entendesse o motivo para sua ajuda ser requisitava
enquanto era verbalmente abusado, seu olhar passou de espanto e se
transformou em pesar por Abel. A propósito, “Se isto é mesmo um Ouro, então
os Aventureiros deste mundo estão condenados!”, Barusu pensou. O Mestre da
Guilda sacudiu sua cabeça como se estivesse negando algo. Devia existir
muitos problemas com Abel sendo um Ouro.
— Ahh, você está disposta a me ajudar? Então, esta noite, eu vou reservar um
tempo apenas para vo-…
— … não abra sua boca.
Hajime e Shizuku entenderam que a voz de Yue carregava raiva. Parecia que
ela tinha ficado um pouco irritada com ele abusando verbalmente de seu
amado. Enquanto interrompia as palavras de Abel, um orbe negro rodopiante
apareceu na palma direita de Yue.
— O-oi, uma garota loura com olhos vermelhos e um garoto com cabelo branco
e tapa-olho…
— Você não sabe? Eles são Aventureiros que apareceram como um cometa
vários meses atrás. “Uma garota loura com olhos vermelhos como uma rosa.
Não seja enganado pela bela aparência dela, se você se deixar levar, o que o
aguarda é um novo mundo. Ela tem a aparência de uma Deusa, mas ela
também é a filha do Lorde Demônio. A seu lado está o garoto de cabelo branco
e tapa-olho. A encarnação da irracionalidade. Palavras nunca chegam até ele.
Não faça contato visual. Não fale com ele. Não entre no campo de visão dele.
Isto é, se você quiser viver”, isso é o que o menestrel que veio de Brook disse.
Na verdade, até em Fhuren e Horuado, houve muitos homens cujos filhos
foram assassinados e ficaram em um estado incapaz de se recuperarem, tudo
feito por um grupo desconhecido.
Shizuku olhou para Hajime e Yue com um olhar impressionado. Yue parecia
indiferente, mas as bochechas de Hajime se contraíram ao saber que rumores
envolvendo os nomes dos dois se espalhavam. Então, o homem-mulher de
antes chamou eles.
— Há quanto tempo. Estou feliz em ver que vocês dois não mudaram, au.
Parecia que Yue tinha uma ideia enquanto olhava o homem-mulher com uma
expressão chocada. O homem-mulher riu contente assim que a garota
conseguiu se lembrar.
De acordo com o que tinha dito mais cedo, ele se confessou para Yue na
Cidade de Brook, mas ele foi rejeitado na mesma hora, as pessoas que
sofreram o esmagamento de testículos eram em sua maioria Aventureiros,
assim como um homem-mulher, ele/ela estudou sob a tutela de Christabel. A
propósito, parecia que o nome dele/dela era Mariabel (nome dado por
Christabel).
— Naquela vez, eu fui realmente tolo, au. Eu sinto muito, certo? Yue-
oneesama…
— … nn, você ficou esplêndido. Uma nova vida deve ser apreciada.
— Ufufu, eu pensei que a Oneesama diria isso, au. Falando sobre isso, nos
últimos tempos, há mais e mais garotos esperando se tornarem aprendizes de
Christabel. Se eu não estou enganado, há um ex-Aventureiro Rank Preto[7] e
alguns mercenários baseados na organização secreta de Horuado[8]... com
isso, o gerente conseguiu expandir suas lojas, nen. Hoje é a inspeção
preliminar.
Contudo, Hajime não notou que Mariabel era um homem com altura e porte
medianos. O rápido crescimento nesses poucos meses foi... devido aos
métodos de treinamento de Christabel, que, por si só, pareciam estar em um
nível monstruoso.
Além disso, pelo que Mariabel disse há pouco, Christabel foi um
Aventureiro Rank Ouro. Naturalmente, seus discípulos se tornariam muito
competentes em combate. Estava claro com a luta que Mariabel teve com Abel
mais cedo.
Shizuku disse com uma voz espantada, — Você colhe o que planta... —,
enquanto ela se posicionava atrás dele. Assim, Hajime, que estava furioso,
empurrou Shizuku na direção de Mariabel.
Notas
[5] Yukata (浴衣) é uma vestimenta japonesa de verão, é uma forma casual de
quimono usada por homens, mulheres ou crianças, normalmente feita de tecido
de algodão ou tecido sintético. Ela normalmente é amarrada ao corpo através
de um obi (cinto feito de tecido). Geralmente pessoas usando yukatas são
vistas nos festivais japoneses e nos festivais de fogos de artifícios (Hanabi
Taikai) e outros eventos tradicionais de verão. É frequentemente usada após o
banho em hotéis tradicionais (ryokans) e em onsens. A palavra yukata significa
literalmente roupa de banho e originalmente sua intenção era apenas essa,
ganhando espaço nos festivais em tempos mais modernos.
[7] No capítulo 53, Yue e Shia derrotaram um Aventureiro Rank Preto chamado
Leganid.
O local para onde Shizuku os guiou era protegido por uma considerável
quantidade de Soldados, os Guardas voltaram olhares perigosos na direção de
Hajime enquanto ele se aproximava. Entretanto, os olhos deles suavizaram
imediatamente quando notaram que Shizuku estava ao lado do garoto.
Um homem que estava perto dos 60 anos com um grande bigode e carregava
uma óbvia aura de artífice chamou Shizuku assim que notou a garota. Parecia
que ele era um conhecido dela.
O homem que Shizuku chamou de Worupen voltou seu olhar para Hajime e
ficou com claras suspeitas, mas ele não as transmitiu para a Espadachim.
Na verdade, Worupen estava sobre controle direto do Reino Haihiri como o
principal Sinergista. O Artefato da grande barreira era da Era dos Deuses, na
era atual, tentar consertá-lo seria muito difícil, até para o líder dos Sinergista do
Palácio Real. Assim, mesmo que ele subitamente ouvisse que um garoto que
nem tinha 20 anos era capaz de consertar o Artefato, seria natural que o
homem mais velho não fosse capaz de acreditar nisso.
Entretanto, Hajime não estava preocupado com esse tipo de olhar e passou por
Worupen e seu grupo de artesões, indo na direção do Artefato e colocando sua
mão nas ruínas. O que ele ativou foi a Avaliação de Mineral.
— Fuuuun, você é apenas uma criança, o que você poderia saber sobre esse
Artefato?
Assim que Hajime assentiu com a cabeça como se entendesse como a grande
barreira era capaz de proteger o Reino por centenas de anos de inimigos
estrangeiros, Worupen bufou com seu nariz com mau humor.
— … como isto pode ser possível... um Artefato da Era dos Deuses foi tão
facilmente...
Shizuku disse ao aturdido Worupen com um sorriso sem graça que Hajime veio
do mesmo mundo que ela. — Faz sentido… — Worupen e os outros disseram
com um rosto convencido.
A propósito, quando ela os disse que a katana negra, que tinha os deixado tão
animados antes foi feita por Hajime, os olhos dos homens brilharam com força
como se eles fossem feras. Hajime os ignorou e continuou a caminhar na
direção dos próximos Artefatos com pressa.
— Por favor, espere um momento!! Um aprendiz! Custe o que custar, por favor,
nos aceite como seus aprendizes!!
— Uo! O qu-que há com você tão de repente? Ou melhor, não se agarre nos
meus pés! Você está me assustando!
Como não havia o que fazer, o garoto ativou a Capa do Relâmpago, o que fez
todos gritarem, — Ababababa —, e ele escapou. Mesmo assim, os Sinergistas
rastejaram e esticaram suas mãos, como esperado, até Hajime não poderia
ignora-los e disse sua razão para recusa-los com clareza.
— Escutem bem, eu vou deixar este lugar logo e também não tenho planos de
voltar ao Reino. Ter aprendizes também é algo muito problemático, em primeiro
lugar, mesmo que vocês se tornem meus discípulos, eu não teria nada para
ensinar a vocês.
— Mas você consertou com facilidade o Artefato e até fez a katana negra de
Shizuku-dono. Nós não temos a menor ideia de como criar algo como isso. Se
você estiver disposto a nos ensinar, então…
— Ainda assim, isso não muda o fato de que você tem habilidades excelente
de transmutação! Custe o que custar, nos aceite como seus aprendizeeees!!
— Que persistente!
Que espírito de artífice apavorante. Não seria bom se o garoto não se
comprometesse. No fim, enquanto Hajime estava consertando todos os
Artefatos, Worupen e seus subordinados, que deveriam ser os Sinergistas do
Reino, estavam se agarrando ao garoto e choravam como bebês.
Além disso, isso aconteceu porque eles ouviram os rumores? As pessoas que
se reuniram não era apenas os Sinergistas na cena, assim, Hajime foi cercado
por uma multidão enquanto eles tentavam aprender as técnicas do rapaz.
Hajime, que estava perto do limite de sua paciência, começou a lançar para
longe os artesões, porém, eles se levantavam como zumbis enquanto tentavam
aprender os segredos da Transmutação do garoto e o cercavam mais uma vez.
Como imaginado dos artesões e seus desejos para reconstruir o Reino, Hajime
estava planejando escapar, mas... parecia que eles estavam se comunicando
através da rede de informação dos artífices do Reino, onde quer que ele fosse,
eles apareciam e faziam perguntas infinitas. Parecia que até que aprendessem
tudo, eles não tinham planos de parar de cercá-lo ou partir, como esperado, até
Hajime estava se encolhendo de medo com a situação.
Enquanto era bombardeado com perguntas, o garoto por fim planejou uma fuga
séria e criou o jogo de pega-pega em que todos os artesões no Reino
participaram.
— Droga, o que está acontecendo aqui? Mesmo que eu esteja usando Ocultar
Presença...
— Hahahaaaa, esse tipo de coisa é inútil contra nossa “Intuição dos Artesões”.
No fim, o drama da fuga e perseguição criaram enorme confusão que fez com
que os artesões desaparecessem dos locais de reconstrução, quando isso
finalmente chegou aos ouvidos de Liliana, a Família Real interveio e recuperou
o controle da situação.
— Yaegashi… você não poderia ter me ajudado? Você é conhecida deles, não
é?
Hajime voltou para o Palácio Real como se estivesse esgotado, assim que
retornou, ele se serviu de chá enquanto encarava e reclamava com Shizuku.
— Não diga coisas tão ridículas. O caso com a katana negra já foi um
alvoroço[2], porém, foi por esse motivo que eu sabia que era impossível detê-
los quando seus espíritos se inflaram...
Shizuku deu uma desculpa enquanto olhava para longe, e Yue bebeu chá
enquanto acariciava a cabeça de Hajime. Quando Hajime abraçou Yue com
força, ele a carregou em seu colo como se ela fosse uma princesa e ele se
sentou do lado oposto a Shizuku.
— Un, Yue é sua amada afinal. Eu entendi o que você está dizendo, porém...
neste momento, eu quero tanto te socar.
Contra a óbvia diferença no tratamento, apesar de ela entender que isso era
algo natural, uma veia apareceu na testa de Shizuku assim que ela se zangou.
Era o mesmo conceito de ficar irritado com namorados que estava flertando na
frente dela, mesmo a Espadachim sabendo que os dois eram um casal.
O que foi? O que apareceu na visão de Hajime e das duas garotas era um belo
garoto louro de dez anos de idade com olhos azuis que encarou Hajime. Além
disso, ele não gostou que Yue estava sentada no colo do Sinergista? Depois
de ver Yue por um momento, seus olhos ficaram ainda mais enfurecidos e
pareciam conter o dobro de raiva de antes.
— Foi você!? A escória que alterou Kaori! Al-aliás, mesmo tendo Kaori, esse-
esse tipo de coisa... eu não perdoarei isso, eu definitivamente nunca perdoarei
você!
A pessoa que apareceu e disse essas coisas era o Príncipe deste país, Randell
S. B. Haihiri. Randell apertou seu punho e correu na direção de Hajime
enquanto soltava um grito corajoso, — Uuuuoooooo! — Sua mente estava
tomada pela ideia de espancar Hajime.
Apesar do Sinergista não entender o que estava acontecendo, por ora, ele
decidiu pegar um cubo de açúcar que foi preparado para o chá na mesa e o
lançou na direção do Príncipe. O cubo de açúcar que voou em uma velocidade
impossível atingiu com precisão Randell na testa, — Higuuuuu! —, ele soltou
um grito estranho assim que sua cabeça foi lançada contra o chão.
A dor em sua testa e a parte de trás de sua cabeça o fez rolar no chão com
suas mãos cobrindo sua cabeça. Após se contorcer de dor por um tempo, ele
se levantou e gritou com Hajime enquanto o encarava e disparava mais uma
vez.
Dessa forma, o Sinergista disparou um segundo tiro. Bachin! Foi o som que
surgiu assim que a cabeça de Randell foi lançada para trás. O cubo de açúcar
foi esmagado e se espalhou pelo ar como se dançasse e Randell foi obrigado a
fazer um mortal de costas devido a força e caiu no chão de novo.
— Sua-sua Altezaaaa! Vocêêêê, como você se atreve a fazer isso com Sua
Altezaaaa!
Da porta que Randell escancarou, alguns homens velhos, que pareciam ser
Guardas, apareceram correndo e se lançaram contra Hajime.
Apesar do dano ser mantido no mínimo porque eles eram apenas cubos de
açúcar, isso não mudava o fato de que eles ainda machucavam. Shizuku, que
ficou absorta e de boca aberta, finalmente recuperou sua compostura e
segurou Hajime, a sala já estava tomada por soluços de dor.
Após Hajime parar de disparar os cubos de açúcar por eles terem acabado, ele
encarou Randell, que estava com as pernas abertas de forma estranha e seu
rosto estava enterrado no chão enquanto chorava com dor. Parecia que o
coração dele se quebrou após receber os ataques implacáveis de Hajime.
Shizuku estava repreendendo Hajime que exagerou, Yue, que estava no colo
do Sinergista, estava comendo e mastigando com calma os biscoitos para
chá[3], o rapaz, que estava recebendo um aviso da Espadachim, estava
bebendo seu chá sem se incomodar, e Randell, que estava chorando, tinha os
velhotes tentando o animar.
Quando Liliana os viu, ela entendeu a situação e cobriu seus olhos com uma
mão enquanto olhavam na direção do céu.
— Princesa, huh? Eu não sei sobre o que isso se trata, mas seu irmão de
sangue parece ser emocionalmente instável. Você não poderia retirá-lo daqui
depressa?
Os olhos de Liliana pareciam querer dizer, — De ser sua culpa, não é!? —,
porém, era verdade que isso aconteceu porque Randell perdeu o controle de
repente por culpa de falsas acusações, ela suspirou profundamente e ajudou
seu irmão a se levantar.
A causa para o Príncipe disparar contra Hajime era, com toda certeza, Kaori.
A mudança completa de Kaori (do corpo dela) fez Randell ficar surpreso e ele
perguntou o motivo para ela ficar daquela forma. Pelos resultados, parecia que
o Príncipe entendia que isso aconteceu por causa de “Hajime-kun”, além disso,
devido a expressão de Kaori enquanto falava sobre Hajime ser exatamente a
de uma donzela apaixonada, no fim, ele percebeu quem seu verdadeiro inimigo
era.
E, “Uma pessoa que descartou o corpo original de Kaori não pode ser uma boa
pessoa!”, assim que se convenceu, o Príncipe começou a correr e testemunhou
Hajime abraçando outra mulher enquanto Kaori estava o desejando em seu
coração, o que fez o garoto atingir seu ponto de ebulição.
Longe de dar uma surra, ele nem foi capaz de se aproximar e foi tratado como
um estorvo minúsculo, era patético e humilhante, então lágrimas começaram a
escorrer.
— Ka-Kaori!? Não, isto, isto não, não é como se eu quisesse ser confortado por
minha irmã…
— Céus… foi Hajime-kun, não foi? Quem fez Sua Alteza chorar. Não é bom
intimidar uma criança tão jovem.
Na verdade, o Príncipe estava muito sério, mas por não ser nem mesmo uma
ameaça para Hajime, Randell ficou em choque. Contudo, a parte mais dolorosa
foi que ela julgou que ele estava apenas sendo intimidado. Segurando seu
peito, ele gemeu, — Gu.
Após ser tratado como uma criança pela mulher que ele gostava, Randell, que
foi humilhado por essa declaração, — Haaaau! —, segurou seu peito com
ainda mais força.
— Ahh, eu só disparei alguns cubos de açúcar. Mal deve ter causado algum
dano a ele. Como esperado, até mesmo eu não sairia por aí atirando em
crianças.
— Mas ele estava se agarrando a Lili, não estava… além disso, a testa dele
está ficando vermelha. Mesmo ele tendo um rosto tão fofo… Sua Alteza é um
pouco rápido para assumir as coisas e tende a ficar fora de controle, mas,
no fundo, ele é um bom garoto, assim, se possível, eu gostaria que
você escolhesse melhor seus oponentes…
Ela estava consciente que o Príncipe estava se confortando com Lili, enquanto
era avaliado como fofo mesmo sendo um homem, vendo seus pontos ruins
sendo apontados e sua irmã mais velha concordando sem parar, e, para
completar, sendo tratado como uma criança. Os joelhos de Randell
enfraqueceram de repente e ele caiu no chão de quatro.
— Sua Alteza, você está bem? Como imaginado, o local em que você foi
atingido foi muito…
— … não, eu não estou ferido. Ao invés disso... Kaori... o que Kaori pensa
sobre mim?
— De Sua Alteza? Vamos ver... algumas vezes, eu fico com inveja de Lili. Eu
tambéééém queria um irmão mais novo levado como Sua Alteza.
A bomba que foi lançada com um sorriso causou danos adicionais em Randell.
Shizuku e os homens estavam pensando, “Por que você colocou sal na ferida
de propósito dessa forma!?”; com um rosto que parecia querer chorar, os olhos
de Randell já não tinham mais forças para resistir.
Entretanto, mesmo que ele fosse pequeno, Randell era um homem, ele não
poderia parar aqui. Nos últimos dias, ele chorou muito com as notícias da morte
de seu pai, foi ajudado a se erguer por sua mãe e irmã mais velha, e tinha
acabado de jurar na frente do túmulo que seria forte. Agora que o Rei deste
país tinha partido, ele precisava liderar, ele não poderia permitir-se parar com
este nível de dor!
— Portanto... aquele tipo de pessoa é bom? O que há de tão bom sobre aquele
cara!?
Hajime segurou com força Yue por trás enquanto o Príncipe o encarava. Do
ponto de vista de Randell, o Sinergista era a pior pessoa para uma mulher se
apaixonar.
Mais uma vez, o Príncipe olhou para baixo e tremeu enquanto ficava de quatro.
Apesar de Kaori estar preocupada e a ponto de esfregar as costas dele com
sua mão, Randell se levantou de repente e rejeitou a mão de Kaori enquanto
disparava na direção da entrada.
— … essa é a juventude.
— Hiiiii, pareceu mais com assuntos pessoais... você fez ele chorar.
— Não, bem, é verdade, porém... aquela que deu o golpe final foi Kaori, não
foi?
A Princesa sabia que cedo ou tarde o primeiro amor de seu irmão chegaria ao
fim, ela pretendia confortar seu irmão mais novo ao dormir com ele esta noite.
Randell era a pessoa que logo se tornaria o Rei deste país. Ele deveria ser
capaz de enfrentar um ou dois amores não correspondidos.
Quando Liliana fechou com firmeza a porta que foi deixada aberta, ela
caminhou na direção de Hajime e as outras duas com Kaori. Parecia que, ao
invés de ir atrás de Randell, ela tinha algo para conversar com Hajime e as
garotas. Liliana se sentou ao lado de Shizuku.
Kaori estava... em uma luta corporal contra Yue enquanto tentava se sentar no
joelho oposto de Hajime, o que fez as duas parecerem estarem em uma luta
livre[5].
Se fosse seu corpo original, Kaori não seria capaz de enfrentar Yue porque a
Vampira era capaz de fortalecer seu corpo através da manipulação direta de
magia, enquanto Kaori era do tipo suporte, contudo, graças ao corpo da
Apóstola, a Curandeira era capaz de competir agora... parecia até que era ela
quem estava empurrando a outra garota.
Liliana retorquiu Shizuku que tinha uma expressão um pouco solitária enquanto
fazia sua declaração. Como houve um choque quando Kaori morreu, Shizuku
estava se tornando uma pessoa irresponsável quando se tratava de sua melhor
amiga. Não havia como eles permitirem que a pessoa número um da classe
com mais senso comum se tornasse uma personagem deplorável, assim,
Hajime deu a Kaori um forte peteleco na testa, o que a forçou a se sentar no
assento ao lado dele.
— Hajime-kun…
— Não me olhe com esses olhos Kaori. Você está sentada do meu lado, isso
não é o suficiente? Eu acho que não há o que fazer. Eu vou te dar minha mão.
— Eh? Sério? Então, eu quero que você acaricie minhas bochechas assim
como você faz com Yue. Ou isso não é bom?
— Entendo. Bom, as pessoas irão acreditar naquilo que querem acreditar, elas
irão aceitar o que mais mexer com seu coração. Eu esperava que eles
acreditassem nisso tudo sem qualquer problema. Tudo o que resta é esperar
para ver os efeitos reais... não há como saber o que irá acontecer a partir de
agora.
O que Hajime e Liliana estavam discutindo era uma explicação sobre o colapso
do templo central para o povo.
Não seria possível manter isso em segredo para sempre, o Palácio Real
precisava explicar tudo eventualmente. Entretanto, de acordo com a verdade,
Ehito-sama, em que todos acreditavam, só via os humanos como brinquedos e
era um desgraçado que amava guerra, como todos no templo central da Igreja
eram um grupo de fanáticos, eles foram todos explodidos! Se isso fosse dito,
só iria criar pânico.
Não era a verdade, mas também não era uma mentira. Era mais ou menos a
realidade.
Com isso, Aiko, como a Deusa da Fertilidade, iria dizer, “O Deus Maligno pode
ter usado o nome de Ehito-sama, pelo nosso próprio bem, o verdadeiro Deus
em que acreditamos não deve ser algo que acreditamos automaticamente, nós
devemos nos tornar humanos que são capazes de pensar por conta própria e
decidir quando agir em nome de Deus. O que é correto? Vocês devem agir
com base em seu próprio julgamento. É nisso o que nosso verdadeiro Deus
acredita, e aqueles que pertenciam a Igreja e morreram como mártires também
defendiam essa ideia.”, em um tipo de discurso mais tarde como uma
cerimônia memorial.
Em outras palavras, Hajime criou um falso “Ehito Maligno”, que foi confundido
com o verdadeiro “Ehito Bondoso”, o discurso da Deusa da Fertilidade iria ser a
cunha[6] que plantaria a identificação nos corações das pessoas. Mesmo que o
nome de Ehito fosse usado, não seria possível para o povo diferenciar entre o
“Ehito Maligno” e o “Ehito Bondoso”, o que, por sua vez, faria com que as
pessoas pensassem que o que deviam fazer era confiar neles mesmos.
Desta forma, eles foram capazes de suprimir o pânico geral de dizer a verdade:
que tudo em que eles acreditavam desde que nasceram não passava de uma
fantasia; e isso também poderia se tornar uma fonte de resistência contra Deus
no futuro... no entanto, isso era apenas uma possibilidade.
Notas
[1] Pathos, ou path, é uma palavra grega que significa paixão, excesso,
catástrofe, passagem, passividade, sofrimento, assujeitamento, sentimento e
doença. O conceito filosófico foi criado por Descartes para designar tudo o que
se faz ou acontece de novo.
[4] Aneue significa "irmã mais velha" em japonês. É um termo formal e arcaico.
Anoitecer.
O céu vermelho estava se espalhando, sombras de pessoas cresciam finas
enquanto se esticavam, a sombra de uma pessoa estava parada na frente de
um enorme monumento de pedra feito das rochas da cordilheira ao noroeste do
Palácio Real.
— Eu sinto muito…
O monumento gigantesco na frente dela era uma homenagem para os fiéis que
morreram na batalha (uma torre que simbolizava o louvor pelas almas que
foram perdidas em nome da lealdade ao Reino). Era um monumento para as
pessoas mortas em ação e as vítimas que cumpriram seus deveres de lealdade
pelo Reino, seus nomes estavam gravados ali sem nenhuma exceção. Mesmo
agora, havia muitas oferendas de flores e lembranças deixadas pelas pessoas
na frente do monumento para aqueles que morreram.
Neste momento, apesar de não ser confirmado quantos nomes foram gravados
na pedra, o nome de Meld também seria adicionado ali.
Aiko gentilmente colocou armas entre as lembranças deixadas para trás. Eram
a espada ocidental e lança danificadas. Eram os Artefatos dos estudantes de
Aiko que morreram... Daisuke Hiyama e Reiichi Kondo.
Aiko expressou sua confissão enquanto estava sozinha, “Com o que eu deveria
estar em conflito? Que eu não fui capaz de levar Hiyama e os outros para o
Japão, ou porque um de meus estudantes causou a morte de muitas pessoas,
ou tudo, incluindo o que eu fiz…”
Enquanto Aiko olhava para baixo com uma atmosfera deprimida, ela
permaneceu de pé como se estivesse resistindo a algo, Za zaa, passos
ressoaram. O som ecoando com violência parecia querer informar aos outros
de sua própria existência enquanto se aproximava. Normalmente, ele não faria
tamanho barulho.
Quem estava fazendo aquele barulho mais cedo era Hajime. Seus olhos
estavam iluminados pelo brilho do Sol poente laranja e encaravam Aiko. Ele
tinha flores nas mãos. Era simples entender que ele estava ali para oferecer as
flores como tributos. A professora mostrou uma expressão um pouco
espantada com as ações do rapaz.
De repente, Hajime falou com Aiko com uma voz inesperadamente infeliz, o
que fez a professora ficar abalada e tentar disfarçar ao balançar suas mãos
para frente e para trás com pressa. Assim, o Sinergista encolheu seus ombros
como se isso fosse uma piada e ficou de pé em silêncio ao lado da mulher.
Enquanto Aiko encarava com frequência Hajime, parecia que o garoto estava
olhando para o alto, para o enorme monumento de pedra e não se importava
com a professora, ele também não parecia dar qualquer sinal de que queria
falar. Por algum motivo, silêncio caiu na área e Aiko decidiu começar uma
conversa com relutância.
— Para Meld-san…
— Ahh, apesar de não termos muito contato, eu não odeio pessoas com a
natureza dele. Ao contrário de sua posição, ele se preocupava muito, falhava
bastante e sempre estava tentando o melhor para se aprimorar... embora eu só
esteja oferecendo flores, é mais como se eu estivesse dizendo “que
lamentável” para essas pessoas.
— Eh?
—…
O sorriso de Aiko se apagou e ela olhou para baixo mais uma vez. Hajime
estava em silêncio. Ele não estava a pressionando por uma resposta. Quanto
tempo se passou em silêncio? Em pouco tempo, Aiko começou a expressar
seus sentimentos em palavras.
— ... para ser sincera, eu não posso te dar uma resposta clara. Eu não acredito
que poderíamos perdoar o fato que Hiyama-kun matou Shirasaki-san, mas, se
possível, eu preferiria que ele vivesse para pagar por seus pecados. Foi
chocante saber que Kondo-kun se tornou aquilo. No entanto, eu posso
entender o porquê de Nagumo-kun estar enfurecido e mostrar sua força. Uma
pessoa importante foi morta diante de seus olhos... com isso, embora seja
contrário ao que eu considero ideal, você não poderia fazer nada além de
extravasar sua raiva neles. Além disso, eu não tenho as qualificações para
julgar Nagumo-kun.
Aiko cruzou seus braços e os esfregou. Era como se seu corpo estivesse
ficando frio e ela estivesse tentando mantê-lo quente.
—…
— Matar pessoas? Eu não penso nisso como algo doloroso... eu acho que
essa parte dentro de mim provavelmente se quebrou quando eu caí no abismo.
É por esse motivo que eu não posso simpatizar com você.
—…
— … ninguém... me culpa.
— Eh?
Aiko soltou sua voz, como se ela não pudesse mais aguentar.
Isso era um fato. Todos os colegas de classe tinham uma forte impressão de
Hajime, que era horripilante demais em suas batalhas, eles não pensavam
muito sobre a assistência de Aiko no homicídio em massa, ao invés disso, eles
tinham a impressão que a professora lutou por si mesma e assumiu a parte
mais pesada do combate pelo bem deles; os aristocratas do Reino e os oficiais
governamentais estavam agradecidos pelo problema da lavagem cerebral estar
resolvido.
A própria Aiko inconscientemente buscava isso. Contudo, isso não foi dado a
ela.
— Mesmo que você diga isso Sensei. A causa direta foi o Sopro de Tio,
a Sensei apenas ajudou um pouco. Eu não acho que você deva assumir a
culpa como se tudo fosse sua responsabilidade…
Naquele momento, quando ela olhou para Ishtar e seus homens que
encurralaram Hajime, não apenas pelo Sinergista, mas também pelo bem de
seus alunos, para que eles não tivessem que lutar, a determinação da
professora de sujar suas mãos era real. Mesmo agora isso ainda estava
inabalável. Contudo, ela estava sofrendo enquanto carregava as pessoas que
matou em suas costas, isso não era algo que a razão poderia resolver.
Hajime suspirou de forma que Aiko não notasse enquanto encarava o lado da
professora, que parecia estar sofrendo. “Por que uma professora como Aiko
revela sentimentos tão pesados para um estudante como eu. Mesmo eu vindo
até aqui para passar um pouco de tempo…”, ele se lamentou em sua mente.
Os olhos do garoto estavam vagando pelo local. Ele estava buscando algo para
falar.
— Sobre a Sensei, você continuará sendo uma Sensei daqui para frente?
— Eh?
—…
Agora ela foi incapaz de responder na mesma hora. Isso aconteceu porque ela
se perguntou se deveria se declarar como professora após matar tantas
pessoas. Aiko estava apertando seus dentes com força e sua expressão se
distorceu. Ele entendia que a mulher estava com um extremo conflito
rodopiando dentro de sua mente.
Como ele esperava, em nome de Aiko, que não poderia responder, Hajime
começou a falar.
— Se a Sensei falar que ela continuará sendo nossa Sensei daqui para frente...
você escutará meu egoísmo como um estudante?.
Aiko, que estava com uma compleição ruim e parecia a ponto de desabar a
qualquer momento, mostrou uma expressão perplexa com as palavras que
saíram da boca de Hajime.
Depois que Hajime confirmou que ele estava sendo refletido nos olhos da
professora, ele disse suas palavras lentamente. Assim como Hajime disse
antes, essas foram palavras egoístas.
— Sensei… eu quero que a Sensei sinta a culpa por isso. Eu quero que você
arque com esse peso. Justamente lutando, arcando com isso, sofrendo e se
lamentando. Ser humano é um pouco deslumbrante. Afinal, eu já não sou
capaz de sentir nada... você será um bom exemplo para que eu não esqueça
minha “humanidade”. Por isso, continue suportando isso a partir de agora. Eu
vou observar a Sensei sendo um ser humano. Se eu fizer isso, após voltarmos
ao Japão, eu vou ser capaz de viver com mais humanidade.
— Nagumo-kun…
Os olhos de Aiko se arregalaram com as palavras de seu aluno. Ela nunca teria
pensado nem em seus sonhos que ele não a culparia nem tentaria a animar, e
sim a diria para continuar sofrendo de agora em diante. Porém, esse egoísmo,
em certo sentido, fez a professora de lembrar do choque que surgiu com o
assassinato como se isso formasse nuvens nefastas dentro do coração de
Aiko.
No entanto, quando ela olhou para si mesma, havia pessoas dispostas a ajudá-
la. As coisas importantes que foram perdidas, havia uma pessoa que não podia
sentir, apenas lembrar delas.
Aiko pensou.
— Maa, momentos em que tudo é tão doloroso que parece que você vai se
partir, com certeza... como não há ninguém aqui... como realmenteeee não há
ninguém aqui, não será constrangedor... eu te emprestar minhas costas.
“Eu vou fingir que não percebi que Aiko estava chorando”, era o que Hajime
parecia dizer enquanto mostrava suas costas, a professora se aproximou
sorrindo e chorando e enterrou seu rosto nas costas do garoto.
— Então, eu vou usá-las só um pouco. Nagumo-kun.
Depois disso, Hajime voltou para o Palácio Real junto de Aiko depois que ela
terminou de chorar, porém, enquanto corava aleatoriamente e olhava para
baixo com vergonha, a professora estava caminhando ao lado do aluno, para
ser sincero, isto poderia ser o motivo... não é preciso dizer que o rapaz estava
suando frio.
Em primeiro lugar, a razão para eles acompanharem Aiko como Guardas foi
devido a vários sensos de valores, mas, depois de serem forçados a se
afastarem da mulher quando voltaram para o Reino e foram forçados a
descerem a montanha sem conseguirem confirmar a segurança dela, o que
eles fizeram foi começar a duvidar das pessoas da Igreja. Apesar de eles
ficarem consideravelmente chocados quando a verdade da Igreja e de Deus
ser revelada, como imaginado, eles ainda não podiam chegar a uma conclusão
em que poderiam odiar Aiko.
— Fufufu, como esperado do Mestre, para dar o golpe final após nos
distrairmos só por um momento…
Apesar de Yue, sentada ao lado dele não dizer nada, os olhos da garota o
observavam como se ela estivesse vendo uma pessoa problemática. Quando
elas escutaram sobres as circunstâncias, “Bom, acho que não havia o que
fazer”, foi o que elas pensaram; claramente, os sentimentos de Aiko por Hajime
eram complexos devido ao fato de ele ser estudante dela.
— Nn, isso não está bom? No pior caso possível, se isso parecer perigoso de
mais, eu criarei um Artefato para estabilizar a mente dela usando Magia
Espiritual. Bem, mesmo se não nos preocuparmos com isso, com o tempo,
aquela pessoa vai ser capaz de digerir tudo.
— Como esperado de… Yue-san. Com apenas um passo, ela ficou dois a
nossa frente.
— Esta é... a diferença entre ela e eu? Ku, eu não vou perder! Eu não vou
perder!
— Umu, isso deve ser considerado algo natural... é uma técnica que tocou o
coração do mestre como se fosse completamente normal... se esta tem que
dizer algo, que habilidade divina. Permita que esta a elogie.
“Que seja, não há motivos para se incomodar com isso”, Hajime renovou seus
pensamentos enquanto continuava a se concentrar em sua refeição. Yue e as
garotas também não se incomodaram.
Porém, não parecia que seus colegas pensavam o mesmo, alguns deles
acharam a situação bastante interessante, alguns se sentiram um pouco
desconfortáveis, e outros não sabiam o que fazer e ficaram agitados. Apesar
de eles frequentemente encararem a cena, eles se lembraram da declaração
anterior de Hajime de que ele não os via como companheiros e muito menos se
interessava por eles, assim, os alunos hesitavam em falar com o rapaz. A
propósito, Aiko estava encarando o Sinergista por um motivo diferente.
— É claro!
No início, ainda era difícil para os colegas aceitarem o fato de que Kaori mudou
seu corpo, porém, a atmosfera da imagem e o sorriso dela os permitiu
relaxarem. Mesmo que o corpo dela mudasse, o clima pacífico de Kaori
permitiu que os corações de seus colegas se acalmasse. Ou melhor, quando
comparado com o momento em que Hajime perdeu sua calma, isso foi só um
pouco desgastante, havia muitos estudantes que estavam felizes com o retorno
da aluna.
Quando Shizuku se sentou, Kouki sentou ao lado dela, e Aiko se sentou no
lado oposto, enquanto Suzu se sentou ao lado da professora. Aiko estava bem
ao lado de Yue. Os outros colegas prosseguiram ocupando os assentos
restantes. Suzu olhou para Yue enquanto se sentava, — Me desculpe... por
sentar ao lado da Oneesama! —, ela disse com uma expressão, por algum
motivo, tensa. Yue disse, — … por que Oneesama? —, enquanto inclinava sua
cabeça.
Ter que conversar sobre Yue fez Aiko ficar um pouco desconfortável, muito
provavelmente, como uma adulta e, como uma professora, era vergonhoso
conversar com Hajime dessa maneira, então a mulher ficou em silêncio.
Hajime imaginou que Yue decidiu não se importar com isso, e ele a agradeceu
enquanto olhava para Aiko.
— Fuee?
Naturalmente, Hajime decidiu fingir que não sabia de nada. Aiko encolheu com
essa atitude, mas ela imaginou que ele estava querendo manter isso em
segredo, e com um sorriso sem graça, — Não, não é nada. —, ela respondeu.
Apesar de ela estar pensando que era covarde por fazer Hajime cuidar disso, a
professora ficou feliz e sorriu pelo garoto ser atencioso.
Quando elas viram o estado de Aiko, cada vez mais o grupo feminino começou
a virar seus olhos para Hajime. Apenas Yue estava o confortando ao acariciar
seu ombro, — Ahnn. — Como esperado da verdadeira heroína. Ela era
claramente diferente das heroínas mais recentes e violentas de hoje em dia.
— Hajime-san. Ahhhhn.
Parecia que ao invés de ficar irritada por suas rivais no amor terem aumentado,
ela julgou que agora era o momento em que deveria mostrar seu encanto.
Enquanto corava e olhava para cima, ela graciosamente apresentou um garfo.
Nesse ponto, ela não se esqueceu de também aproximar suas orelhas de
coelho de Hajime. Ela foi muito astuta.
Hajime não hesitou, já que eles estavam repetindo isso há algum tempo, e
consumiu tudo em uma mordida. Enquanto o rapaz mastigava, as orelhas de
coelho de Shia balançavam como se ela estivesse feliz, sua cauda de coelho
também estava se agitando.
Quando tal espetáculo foi exibido, Kaori e Tio não poderiam se permitir ficarem
para trás. Ambas entraram em pânico e empurraram seus garfos em suas
comidas.
— Ha-Hajime-kun, eu também, ahhhhn!
— … só desta vez.
Por outro lado, os garotos que tinham o mesmo medo das garotas,
transformaram isso em admiração enquanto prestavam atenção.
Contudo, também havia olhares de ciúme e inveja que queimavam com força e
apareciam aqui e ali. Afinal, Hajime estava cercado por lindas mulheres e não
seria exagero chamá-las de beldades “inigualáveis”. Muitos olhos encararam
Shia em especial. Como imaginado, mesmo que eles não tivessem
passatempos mais nerds, uma garota com orelhas de coelho atingia com força
o coração de um homem. Além disso a atual Shia tinha um sorriso adorável por
estar ao lado de Hajime, ocasionalmente, suas orelhas de coelho se moviam e
carregavam poderes extremamente destrutivos.
Porém, não importava o quanto eles fossem consumidos pelo ciúme e a inveja,
eles conseguiriam descobrir o segredo para se viver feliz com beldades de um
mundo diferente se eles o perguntassem? Mas eles não poderiam fazer isso.
No passado, eles chamavam Hajime de “incompetente”, assim, os estudantes
ficaram em silêncio, a força esmagadora do Sinergista e a atmosfera única que
ele agora carregava eram o suficiente para fazer os outros perderam a
coragem.
A Curandeira girou seus olhos pelo ambiente e parecia ter chegado a alguma
conclusão, ela usou seu garfo para comer o resto de seu prato se sentindo
culpada. E ela corou mais uma vez.
— … pervertida.
— !!! Iss-isso está errado! O que você está dizendo!? Eu-eu só estou comendo
como de costume!
— … é o que você diz, mas você está aproveitando o sabor de Hajime com
muito cuidado.
— Nã-não estou! Al-além disso, se você vai dizer esse tipo de coisa, então Tio
é a verdadeira pervertida aqui! Olhe, ela está até lambendo o garfo!
— Slurp, slurp, slurp, nn?
Kaori refutou Yue com um rosto vermelho brilhante e apontou para Tio. Tio,
que estava lambendo e provando um garfo comum, ficou com uma expressão
vazia.
“Isso mesmo, há algum problema com isso?”, era o que sua expressão dizia, a
mulher estava segurando o garfo em sua boca como se nada estivesse errado.
Ela claramente estava apreciando algo diferente. Ela estava ocupada com
outro tipo de pensamento. Ela era uma M muito pervertida, mas parecia que a
mulher tinha evoluído para algo ainda pior.
— Muu, eu acho que não há o que fazer. O Mestre ainda não beijou esta. Se
esta não se satisfazer em momentos como esses, ela ficará frustrada.
O rosto de Hajime se contraiu ainda mais por ele acabar sendo criticado no fim.
Assim, ao mesmo tempo, Tio de repente se lembrou de algo e seus olhos
começaram a brilhar.
— É verdade! Mestre! Esta ainda não recebeu sua recompensa! Esta deseja a
recompensa prometida!
— Ah? “Recompensa”?
Com as palavras de Tio, por um momento, Hajime pensou, “Do que você está
falando?”, enquanto franzia o cenho, então o garoto se lembrou e estalou sua
língua. As pessoas que não sabiam do que eles estavam falando inclinaram
suas cabeças, como uma representante, Shia perguntou.
Ambas Shia e Kaori disseram, — Que astuta! —, e fizeram uma comoção, Tio
exigiu que a promessa fosse mantida enquanto ria calorosamente. De uma
forma ou de outra, a atenção de todos estava reunida, Hajime tinha um olhar
desagradável enquanto se virava para a mulher.
Com certeza, todas as pessoas, sem ser Yue e o resto do grupo de Hajime,
ficaram muito chocadas com essas declarações.
— Rejeitado, seu Dragão desprezível. Não saia dizendo frases que podem
causar mal-entendidos!
Para Hajime, que rejeitou o pedido depressa, Tio mostrou uma expressão que
indicava que ela estava chocada e protestou com intensidade.
— Por-por quê!? Essa não deveria ser uma demanda injustificada! Exatamente
como daquela vez, esta só queria que você enfiasse seu bastão grosso, duro e
negro no traseiro desta! Da mesma forma que você fez quando ficou girando e
puxando enquanto ignorava as súplicas desta! Esta quer que você
incessantemente atormente o traseiro desta!
Yue e as outras reagiram a Aiko, que parecia estar com uma expressão um
pouco irritada quando falou com Hajime com espinhos em sua voz.
As dúvidas dos colegas mudaram para convicção depois que ouviram Aiko e
seus guarda-costas, entre eles Sonobe, expressarem seus pensamentos.
Hajime lentamente se levantou sem dizer uma palavra e esticou sua mão
direita para cima. Na frente de todos que estavam se perguntando o que ele
estava fazendo, o Sinergista puxou a estaca negra do Bate-Bunker de dentro
da Caixa do Tesouro. Por algum motivo, a estaca já estava soltando faíscas
vermelhas assim que ele a puxou.
— OK, Tio. Vamos entregar sua recompensa. Eh? Você quer isso enfiado no
seu traseiro, não quer? Alegre-se, ela está muito mais grossa e dura do que
antes, essa é uma peça excelente da qual eu posso me gabar. Você nem terá
tempo para ofegar, você morrerá em um instante.
O Bate-Bunker sendo usado em Tio foi resultado de uma luta; enquanto era
observado por olhos que implicavam que ele era um pervertido, Hajime
simplesmente ficou enfurecido. A propósito, se você olhasse para isso de forma
objetiva, a situação com certeza não era um mal-entendido quando explicada.
— Não se contenha Tio. Você quer isto, não quer? O que, você quer
desperdiçar meu precioso tempo para ir até um quarto? Eu vou te penetrar aqui
mesmo.
— Hiiii, os olhos do Mestre estão sérioooos! Yue, Shia, Kaoriiii, parem o Mestre
logo! Ajudem estaaaa!
— Haa, então? A recompensa em si não é algo importante, mas você não tem
um pedido mais decente?
O garoto suspirou enquanto voltava para seu lugar, era um suspiro de alívio por
várias coisas. A cena onde o traseiro de uma linda e jovem mulher estava a
ponto de ser violado diante dos olhos de todos estava muito acima da
capacidade de estudantes do ensino médio.
— U-umu. Então, vejamos, que tal o direito de deitar na cama com o Mestre?
Entenda, são sempre Yue e Shia que se deitam ao lado do Mestre, não é? Esta
nunca dormiu ao seu lado. Portanto, esta noite, esta que dormir ao lado do
Mestre, que tal isto?
— Algo como isso é simples. Ou melhor, apenas diga isso desde o início.
— A paixão desta explodiu, isso não é algo que esta controla com tanta
facilidade. Aceite isso!
Tio, que estava envergonhada e agitada, ficou com uma expressão de
surpresa, quando ela olhou para Shia que estava a seu lado, a garota disse, —
Não há o que fazer, huh. —, e encolheu seus ombros. Parecia que, esta noite,
Hajime dormiria entre Yue e Tio. Porém, na cama, o rapaz seria pressionado
por algo diferente…
As alunas estavam fazendo uma comoção mais uma vez enquanto gritavam, —
Kyyyya, kyyyya! —, e os alunos começaram a proferir algum tipo de maldição.
Com o objetivo de esperar o tempo passar, por acaso, ele se encontrou com
Aiko e a professora revelou suas sérias preocupações, e enquanto jantava
esperando relaxar, as cosas terminaram em confusão. Esses foram os eventos
que aconteceram com Hajime em um único dia no Reino. Devia ser destino do
garoto ser um turbilhão de confusão e distúrbios.
No dia seguinte, Hajime e seu grupo levariam Liliana e os outros estudantes
para fora do Reino. O grupo do Sinergista não tinha intenção de entrar na
capital do Império… com toda certeza, “sem dúvidas”, isso não seria possível.