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LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
Ano Letivo 2021/2022
O estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode fazer face ao stress da vida,
trabalha de forma construtiva produtiva e frutífera, contribuindo na comunidade onde se insere.
O conceito inclui: o bem estar subjectivo, a perceção da eficácia da pessoa, a autonomia, a competência, a
dependência inter-geracional e a auto-realização das capacidades intelectuais e emocionais.
É essencial para captar, compreender e interpretar o que nos rodeia e para nos ajudar e interagir no
ambiente.
6. Domínio sobre o ambiente (lidar com as dificuldades, solidão, frustração, resolver problemas,
sentido de coerência interna, realização pessoal, amar, ser feliz, … )
(Stuart & Laraia, 2001)
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CGD: combina a estimativa dos anos perdidos
por morte prematura e os anos de vida
perdidos por doença e incapacidade
• 12% das doenças em todo o mundo são do foro mental, valor que sobe para os 23% nos países
desenvolvidos
• As perturbações Depressivas são a terceira causa de carga global de doença (primeira nos países
desenvolvidos), estando previsto que passem a ser a primeira causa a nível mundial em 2030
Estima-se que:
• 165 milhões de pessoas na Europa são afetadas por uma doença ou perturbação mental anualmente
• Apenas 25% dos doentes com perturbações mentais recebe tratamento e só 10% têm tratamento
considerado adequado
• As doenças e as perturbações mentais tornaram-se, nos últimos anos, na principal causa de incapacidade
e numa das principais causas de morbilidade nas sociedades
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Retrato da saúde mental dos portugueses (DGS, 2014)
• 10 a 20% das crianças têm problemas de saúde mental, sobretudo perturbações emocionais e do
comportamento (ex. hiperatividade e défice de atenção) (WHO, 2001)
• Cerca de 4% da população adulta apresenta uma perturbação mental grave, 11,6% uma perturbação
de gravidade moderada e 7,3% uma perturbação de gravidade ligeira
• 33.6% das pessoas com perturbações psiquiátricas graves, em Portugal, não recebem tratamento
• As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em
Portugal, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro-
cardiovasculares (13,7%)
• As pessoas com perturbações psiquiátricas não têm acesso aos cuidados de saúde como têm os
doentes com diabetes
• Apenas 1.7% das pessoas doentes procura ajuda nos serviços de saúde mental
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Ester termos incluem sofrimento psicológico, ou seja, sintomas ou condições que não dirigem o limiar
clínico de um diagnóstico dentro do sistema de classificação, mas que podem ser responsáveis por
sofrimento e privação significativos e podem ser duradouras ou incapacitantes
Estas também podem ser características
Doença mental (OMS, 2001) de distúrbio psíquico e perturbação
psiquiátrica
Doença
Distúrbio A pessoa deixa de se relacionar de forma funcional
Perturbação com o mundo, a nível familiar, laboral e/ou social.
…não são apenas variações dentro da escala do «normal», mas sim fenómenos claramente anormais
ou patológicos.
…Para serem classificadas como perturbações, é preciso que essas “anormalidades” sejam
continuadas ou recorrentes e que resultem numa certa deterioração ou perturbação do
funcionamento pessoal numa ou mais esferas da vida”
Características:
• Incluem uma variedade de sintomas que causa grande sofrimento a nível individual.
• Respondem por uma considerável proporção das incapacidades provocadas por doenças.
• Respondem por uma proporção significativa dos custos diretos e indiretos causados pelas doenças em
geral, para as sociedades.
Os determinantes sociais da Saúde Mental são fatores que estão associados e interagem em
diferentes aspetos da saúde mental.
1. Demográfico;
2. Económico;
3. Habitacional;
4. Ambiental;
5. Social/Cultural.
Allen, J., Balfour, R., Bell, R., & Marmot, M. (2014). Social determinants of mental health. International Review
of Psychiatriy, 26(4), 392-407.
• Identificar os determinantes sociais da saúde mental ao longo das várias etapas do ciclo vital
• Descrever as implicações para ação que se evidenciam para a promoção da saúde mental e prevenção das
perturbações psiquiátricas
Stressores Desencadeantes
Avaliação do Stressor
Recursos de Adaptação
Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos
Socioculturais
• Idade
Psicológicos • Género
• Personalidade • Escolaridade
• Inteligência • Emprego
Biológicos • Autoconceito
• História genética • Posição social
• Motivações • Experiências de
• Estado nutricional • Capacidades
• Saúde geral socialização
adaptativas • Bagagem cultural
• Exposição a toxinas • Experiências
• (…) • Crenças/Religião
prévias • (…)
• (…)
Stressores Desencadeantes
Avaliação do Stressor
Recursos de Adaptação
Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos
Podem ser:
◦ Acontecimentos traumáticos
◦ Acontecimentos significativos de vida
◦ Situações crónicas
◦ Acontecimentos desejados que não ocorrem
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Componentes Biopsicossociais do Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (2001)
Fatores Predisponentes
Stressores Desencadeantes
Avaliação do Stressor
Recursos de Adaptação
Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos
Dano: refere-se a alguma coisa que já ocorreu e ao individuo apenas resta tolerar o acontecimento ou
reinterpretar o seu significado ou as suas consequências.
Desafio: representa uma circunstância em que o individuo sente que as exigências estabelecidas podem
Respostas afetivas
Despertar de uma emoção suscitada (ansiedade generalizada expressada por emoções que pode, incluir:
alegria, medo, ira, aceitação, desconfiança, surpresa, …).
Respostas fisiológicas
Refletem a interação de diferentes eixos neuro endócrinos (simpático-medular e HHSR) do SNA (afeta o
sistema imunológico). Resposta luta ou fuga.
Respostas comportamentais
Refletem as emoções, mudanças cognitivas e a análise cognitiva da situação stressante. Comportamento
de modificação do ambiente ou fuga, comportamento destinado a adquirir novas capacidades de ação.
• a atribuição social (procura identificar os fatores que contribuíram para o seu problema).
• a comparação social (a pessoa procura comparar as suas habilidades e capacidades com outras
pessoas com problemas semelhantes).
Stressores Desencadeantes
Avaliação do Stressor
Recursos de Adaptação
Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos
Locus de controlo
Locus de controlo interno - quando a pessoa obtém sucesso acredita que ele foi devido ao seu
esforço e/ou qualidades, competências, conhecimentos, características pessoais, …
Locus de controlo externo – quando a pessoa acredita que o reforço se deveu às circunstâncias
externas (intervenção de outras pessoas, outros poderosos ou à sorte). Vê-se como espectador do
seu próprio destino
Robustez “hardiness”
Três componentes inter-relacionados (3 C’s):
Compromisso - Capacidade da pessoa em acreditar que tem valor e que aquilo que faz é importante.
Tendência a envolver -se (em vez de se alienar), nas atividades diárias, identificando-se e procurando
significado nas pessoas, eventos e ambiente.
Desafio - Convicção que a pessoa tem de que a mudança é uma situação normal da vida. Prende-se
com a expectativa de que a vida é imprevisível e que as mudanças estimulam o desenvolvimento
pessoal, permitindo perceber situações exigentes como excitantes e estimulantes ao invés de
ameaçadoras.
Refere-se à quantidade e à coesão das relações sociais que envolvem uma pessoa tendo em conta:
• os laços estabelecidos;
• ao modo como é percebido que existe um sistema de apoio que pode ser útil quando necessário.
Stressores Desencadeantes
Avaliação do Stressor
Recursos de Adaptação
Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos
As estratégias de Coping são entendidas como ações deliberadas que podem ser aprendidas, usadas e
descartadas.
A resposta de coping é uma ação intencional, física ou mental, iniciada em resposta a um stressor
percebido, dirigida para circunstâncias externas ou estados internos.
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Mecanismos de Adaptação/Estratégias de Coping
Construtivos: Quando a ansiedade é identificada como um sinal de alerta e o indivíduo encara o
problema como um desafio
Destrutivos: Quando apenas aliviam a ansiedade sem resolver o problema mediante o evitamento
ou fuga
Numa perspectiva cognitivista, Lazarus e Folkman (1984) propõem um modelo que divide o coping
em duas categorias funcionais:
Coping focado na emoção: esforço para regular o estado emocional que é associado ao stress, ou é o
resultado de eventos stressantes.
Estes esforços de Coping são dirigidos a um nível somático e/ou a um nível de sentimentos, tendo
por objetivo alterar o estado emocional do indivíduo.
Por ex. fumar um cigarro, tomar um tranquilizante, assistir a uma comédia na TV, sair para correr, (…)
são exemplos de estratégias dirigidas a um nível somático de tensão emocional.
Coping focado no problema: esforço para atuar na situação que deu origem ao Stress, tentando
mudá-la.
A função desta estratégia é alterar o problema existente na relação entre a pessoa e o ambiente
que está a causar a tensão.
Quando o coping é dirigido para uma fonte externa de Stress inclui estratégias tais como negociar
para resolver um conflito interpessoal ou solicitar ajuda prática de outras pessoas.
Quando o coping é dirigido internamente, geralmente inclui reestruturação cognitiva como, por
exemplo, a redefinição do elemento stressor.
Stressores Desencadeantes
Avaliação do Stressor
Recursos de Adaptação
Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos
- Bandura, A. (1977). Self-efficacy: Toward a unifying theory of behavioral change. Psychological Review, 84, 191-215.
- Conselho Nacional de Saúde (2019). Sem mais tempo a perder – Saúde mental em Portugal: um desafio para a próxima
década. Lisboa: CNS.
- DGS (2013). Portugal, Saúde mental em números. Programa nacional para a saúde mental.
- DGS (2014). Portugal, Saúde mental em números. Programa nacional para a saúde mental.
- OMS (2001). Relatório Saúde mental: Nova concepção, nova esperança. Lisboa: Direção Geral da saúde.
- OECD/EU .(2018). Health at a Glance: Europe 2018: State of Health in the EU Cycle. OECD Publishing, Paris.
https://doi.org/10.1787/health_glance_eur-2018-en
- Stuart, G.W. & Laraia, M.T. (2001). Enfermagem Psiquiátrica: Princípios e Prática. 6ª Ed. Porto Alegre: Artmed Editora.
- World Health Organization (2014). Mental health: A state of well-being. Recuperado de http://www.who.int/fea-
tures/factfiles/mental_health/en