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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA

LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
Ano Letivo 2021/2022

ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL E PSIQUIÁTRICA

EQUIPA PEDAGÓGICA UC ESMP 2º ANO 2021/2021/ REGENTE TBARROSO/RESP TURMA CLOUREIRO


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Sumário

- Introdução à UC ESMP: Objetivos; Programa; Metodologia e Avaliação

- Definição de Saúde Mental e Doença Mental.

- Determinantes e Dimensão dos problemas de saúde mental

- Modelo de Adaptação ao Stresse de Stuart

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Se eu conseguir ter uma boa saúde mental sou
Ter capacidades cognitivas funcionais capaz de reagir com o ambiente ao meu redor
Ser capaz de lidar com o stress de forma positiva promovendo essa saúde
Saber lidar com as suas auto emoções mental
Ser capaz de produzir o que se espera ( exemplo:
acabar o curso de forma eficaz
Saúde Mental (OMS,2001)

O estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode fazer face ao stress da vida,
trabalha de forma construtiva produtiva e frutífera, contribuindo na comunidade onde se insere.

O conceito inclui: o bem estar subjectivo, a perceção da eficácia da pessoa, a autonomia, a competência, a
dependência inter-geracional e a auto-realização das capacidades intelectuais e emocionais.

Contribui significativamente para a saúde e bem-estar.


“Não há saúde sem saúde mental”

É essencial para captar, compreender e interpretar o que nos rodeia e para nos ajudar e interagir no
ambiente.

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Empatia: capacidade de ser capaz de Os determinantes da Saúde Mental podem ser:
tentar se colocar no lugar do outro - Demográfico; Económico; Habitacional;
Ambiental; Social/Cultural

Seis (6) Indicadores de Saúde Mental

1. Atitudes positivas em relação a si mesmo (aceitação e conhecimento de si, aspirações realistas,


senso de identidade, …)

2. Crescimento, desenvolvimento e autorrealização

3. Integração/regulação – impulsos, comportamentos e emoções (resposta e controlo emocional)

4. Autonomia (responsável pelas suas ações, pensamentos, ….)

5. Perceção da realidade (capacidade de mudança, empatia, respeito, sensibilidade social, …)

6. Domínio sobre o ambiente (lidar com as dificuldades, solidão, frustração, resolver problemas,
sentido de coerência interna, realização pessoal, amar, ser feliz, … )
(Stuart & Laraia, 2001)
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CGD: combina a estimativa dos anos perdidos
por morte prematura e os anos de vida
perdidos por doença e incapacidade

Saúde Mental no Mundo (Health at a Glance, 2018)

• 12% das doenças em todo o mundo são do foro mental, valor que sobe para os 23% nos países
desenvolvidos

• As perturbações Depressivas são a terceira causa de carga global de doença (primeira nos países
desenvolvidos), estando previsto que passem a ser a primeira causa a nível mundial em 2030

• com agravamento provável das taxas de suicídio e de comportamentos autolesivos

• Atualmente, 1 milhão de pessoas comete suicídio por ano

• Estima-se que esse nº aumente para 1,5 milhões em 2020

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Saúde Mental no Mundo (Health at a Glance, 2018)

Estima-se que:

• Das 10 principais causas de incapacidade no mundo 5 são perturbações neuropsiquiátricas - depressão


(11,8%), problemas ligados ao álcool (3,3%), esquizofrenia (2,8%), perturbação bipolar (2,4%) e demência
(1,6%)

• 165 milhões de pessoas na Europa são afetadas por uma doença ou perturbação mental anualmente

• Apenas 25% dos doentes com perturbações mentais recebe tratamento e só 10% têm tratamento
considerado adequado

• As doenças e as perturbações mentais tornaram-se, nos últimos anos, na principal causa de incapacidade
e numa das principais causas de morbilidade nas sociedades
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Retrato da saúde mental dos portugueses (DGS, 2014)

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Retrato da saúde mental dos portugueses (DGS, 2013, 2014)

• 10 a 20% das crianças têm problemas de saúde mental, sobretudo perturbações emocionais e do
comportamento (ex. hiperatividade e défice de atenção) (WHO, 2001)
• Cerca de 4% da população adulta apresenta uma perturbação mental grave, 11,6% uma perturbação
de gravidade moderada e 7,3% uma perturbação de gravidade ligeira
• 33.6% das pessoas com perturbações psiquiátricas graves, em Portugal, não recebem tratamento
• As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em
Portugal, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro-
cardiovasculares (13,7%)
• As pessoas com perturbações psiquiátricas não têm acesso aos cuidados de saúde como têm os
doentes com diabetes
• Apenas 1.7% das pessoas doentes procura ajuda nos serviços de saúde mental
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Ester termos incluem sofrimento psicológico, ou seja, sintomas ou condições que não dirigem o limiar
clínico de um diagnóstico dentro do sistema de classificação, mas que podem ser responsáveis por
sofrimento e privação significativos e podem ser duradouras ou incapacitantes
Estas também podem ser características
Doença mental (OMS, 2001) de distúrbio psíquico e perturbação
psiquiátrica

Doença
Distúrbio A pessoa deixa de se relacionar de forma funcional
Perturbação com o mundo, a nível familiar, laboral e/ou social.

Pode incluir alterações do pensamento, do humor, da


energia e/ou do comportamento, traduzindo-se em
sinais e sintomas.
Mental
Quando adquirem intensidade severa ou persistem no
tempo, aliados ao sofrimento e/ou disfunção, podem
Psíquico
ser diagnosticados como uma Perturbação Mental. Psiquiátrico

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Perturbações Psiquiátricas (OMS, 2001)

“…condições clinicamente significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor


(emoções) ou por comportamentos associados com a angústia pessoal e/ou deterioração do
funcionamento.

…não são apenas variações dentro da escala do «normal», mas sim fenómenos claramente anormais
ou patológicos.

…Para serem classificadas como perturbações, é preciso que essas “anormalidades” sejam
continuadas ou recorrentes e que resultem numa certa deterioração ou perturbação do
funcionamento pessoal numa ou mais esferas da vida”

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Perturbações Psiquiátricas (OMS, 2001)

Características:
• Incluem uma variedade de sintomas que causa grande sofrimento a nível individual.

• Respondem por uma considerável proporção das incapacidades provocadas por doenças.

• Impõem um enorme peso e disfunção familiar.

• Respondem por uma proporção significativa dos custos diretos e indiretos causados pelas doenças em
geral, para as sociedades.

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Determinantes da Saúde Mental

Os determinantes sociais da Saúde Mental são fatores que estão associados e interagem em
diferentes aspetos da saúde mental.

Englobam cinco domínios-chave:

1. Demográfico;
2. Económico;
3. Habitacional;
4. Ambiental;
5. Social/Cultural.

Ver :Os determinantes sociais da Saúde Mental e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, na


introdução do documento - Conselho Nacional de Saúde (2019). Sem mais tempo a perder – Saúde
mental em Portugal: um desafio para a próxima década. Lisboa: CNS.
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Ficha de Estudo 1

Allen, J., Balfour, R., Bell, R., & Marmot, M. (2014). Social determinants of mental health. International Review
of Psychiatriy, 26(4), 392-407.

Após a leitura do texto o estudante deverá ser capaz de:

• Identificar os determinantes sociais da saúde mental ao longo das várias etapas do ciclo vital

• Descrever as implicações para ação que se evidenciam para a promoção da saúde mental e prevenção das
perturbações psiquiátricas

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Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (Stuart & Laraia, 2001)

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Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (Stuart & Laraia, 2001)

• Padrão de referência para a prática de enfermagem de saúde mental.

• Facilita a compreensão das diferentes problemáticas na perspetiva da enfermagem de saúde mental.

• Ajuda a perceber o processo dos cuidados e os resultados esperados.

• Baseia-se na perspetiva holística, integrando os aspetos biológicos, psicológicos e socioculturais nos


cuidados.

• Considera a adaptação/desadaptação distintos de saúde/doença.

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Componentes Biopsicossociais do Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (2001)
Fatores Predisponentes

Biológicos Psicológicos Socioculturais

Stressores Desencadeantes

Natureza (biol/psicol/sociocultural) Origem (ambiente interno/externo) Momento da ocorrência Quantidade

Avaliação do Stressor

Cognitiva (dano/ameaça/desafio) resposta aos níveis Afectivo Fisiológico Comportamental Social

Recursos de Adaptação

Capacidades pessoais Apoio social Conquistas materiais Convicções positivas

Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos

Continuum de Respostas de Adaptação

Respostas Adaptadas Respostas Desadaptadas


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Escolaridade: Nível de Literacia

Fatores Predisponentes (de risco/protetores)


Influenciam o tipo/quantidade de recursos que a pessoa é capaz de usar para lidar com o stress

Socioculturais
• Idade
Psicológicos • Género
• Personalidade • Escolaridade
• Inteligência • Emprego
Biológicos • Autoconceito
• História genética • Posição social
• Motivações • Experiências de
• Estado nutricional • Capacidades
• Saúde geral socialização
adaptativas • Bagagem cultural
• Exposição a toxinas • Experiências
• (…) • Crenças/Religião
prévias • (…)
• (…)

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Componentes Biopsicossociais do Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (2001)
Fatores Predisponentes

Biológicos Psicológicos Socioculturais

Stressores Desencadeantes

Natureza (biol/psicol/sociocultural) Origem (ambiente interno/externo) Momento da ocorrência Quantidade

Avaliação do Stressor

Cognitiva (dano/ameaça/desafio) resposta aos níveis Afectivo Fisiológico Comportamental Social

Recursos de Adaptação

Capacidades pessoais Apoio social Conquistas materiais Convicções positivas

Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos

Continuum de Respostas de Adaptação

Respostas Adaptadas Respostas Desadaptadas


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Stressores Desencadeantes
• São estímulos percebidos pelo indivíduo como difíceis, perigosos ou desafiadores.
• Podem ser de natureza biológica, psicológica ou sociocultural.
• Exigem excessiva energia e produzem um estado de tensão e stress.
• Podem ser de origem interna ou externa ao indivíduo.
• É importante avaliar o momento da sua ocorrência (Quando ocorreu o acontecimento? Qual a duração
da exposição? Qual a frequência da sua ocorrência?) e o numero de stressores.

Podem ser:
◦ Acontecimentos traumáticos
◦ Acontecimentos significativos de vida
◦ Situações crónicas
◦ Acontecimentos desejados que não ocorrem
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Componentes Biopsicossociais do Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (2001)
Fatores Predisponentes

Biológicos Psicológicos Socioculturais

Stressores Desencadeantes

Natureza (biol/psicol/sociocultural) Origem (ambiente interno/externo) Momento da ocorrência Quantidade

Avaliação do Stressor

Cognitiva (dano/ameaça/desafio) resposta aos níveis Afectivo Fisiológico Comportamental Social

Recursos de Adaptação

Capacidades pessoais Apoio social Conquistas materiais Convicções positivas

Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos

Continuum de Respostas de Adaptação

Respostas Adaptadas Respostas Desadaptadas


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Avaliação do Stressor

• É o processamento e a compreensão da situação stressante.


• Envolve respostas cognitivas, afetivas, fisiológicas, comportamentais e sociais.
• A atribuição de significado à situação é única (intensidade e importância).
• O significado psicológico que o individuo constrói sobre o acontecimento pode ser considerado a “causa
próxima” explicativa da reação de stress.

A importância do significado do acontecimento

• O que determina que dado estimulo se torne um indutor de stress?

• Porque é que a mesma situação desencadeia emoções diversas em diferentes pessoas?

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Avaliação do Stressor

Ao nível cognitivo as situações indutoras de stress podem ser avaliadas como :


Respostas Cognitivas:
Ameaça: antecipação de uma contingência desagradável que pode vir acontecer mas ainda não surgiu.

Dano: refere-se a alguma coisa que já ocorreu e ao individuo apenas resta tolerar o acontecimento ou
reinterpretar o seu significado ou as suas consequências.

Desafio: representa uma circunstância em que o individuo sente que as exigências estabelecidas podem

ser alcançadas ou ultrapassadas.

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Avaliação do Stressor

Respostas afetivas
Despertar de uma emoção suscitada (ansiedade generalizada expressada por emoções que pode, incluir:
alegria, medo, ira, aceitação, desconfiança, surpresa, …).
Respostas fisiológicas
Refletem a interação de diferentes eixos neuro endócrinos (simpático-medular e HHSR) do SNA (afeta o
sistema imunológico). Resposta luta ou fuga.
Respostas comportamentais
Refletem as emoções, mudanças cognitivas e a análise cognitiva da situação stressante. Comportamento
de modificação do ambiente ou fuga, comportamento destinado a adquirir novas capacidades de ação.

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Avaliação do Stressor

Resposta social, envolve:

• a procura de significado (o indivíduo procura as informações sobre o seu problema).

• a atribuição social (procura identificar os fatores que contribuíram para o seu problema).

• a comparação social (a pessoa procura comparar as suas habilidades e capacidades com outras
pessoas com problemas semelhantes).

Preciso ou não de alguém que me ajude nesta situação?

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Componentes Biopsicossociais do Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (2001)
Fatores Predisponentes

Biológicos Psicológicos Socioculturais

Stressores Desencadeantes

Natureza (biol/psicol/sociocultural) Origem (ambiente interno/externo) Momento da ocorrência Quantidade

Avaliação do Stressor

Cognitiva (dano/ameaça/desafio) resposta aos níveis Afectivo Fisiológico Comportamental Social

Recursos de Adaptação

Capacidades pessoais Apoio social Conquistas materiais Convicções positivas

Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos

Continuum de Respostas de Adaptação

Respostas Adaptadas Respostas Desadaptadas


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Recursos de adaptação – Capacidades pessoais

Capacidade da pessoa responder e recuperar perante as adversidades, que implica um conjunto de


qualidades que promovem um processo de adaptação com êxito e transformação, apesar dos riscos
e da adversidade.

Recursos de adaptação individual e de resiliência ou capacidades pessoais

- Locus de controlo (Interno/externo)


- Robustez “hardiness” (3 C's)
- Expectativas de auto-eficácia (Bandura, 1977)
As perceções pessoais de eficácia influenciam o tipo de cenário antecipatório que as pessoas
constroem. Refere-se à crença de ser realmente capaz de executar e de obter êxito em determinada
tarefa, independentemente das competências que possua.

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Recursos de adaptação – Capacidades Pessoais

Locus de controlo

Expectativas generalizadas que a pessoa cria relativas à obtenção de reforços/sucesso em dada


situação

Locus de controlo interno - quando a pessoa obtém sucesso acredita que ele foi devido ao seu
esforço e/ou qualidades, competências, conhecimentos, características pessoais, …

Locus de controlo externo – quando a pessoa acredita que o reforço se deveu às circunstâncias
externas (intervenção de outras pessoas, outros poderosos ou à sorte). Vê-se como espectador do
seu próprio destino

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Recursos de adaptação – Capacidades Pessoais

Robustez “hardiness”
Três componentes inter-relacionados (3 C’s):

Compromisso - Capacidade da pessoa em acreditar que tem valor e que aquilo que faz é importante.
Tendência a envolver -se (em vez de se alienar), nas atividades diárias, identificando-se e procurando
significado nas pessoas, eventos e ambiente.

Controlo - Capacidade da pessoa em acreditar que a ocorrência de determinados acontecimentos é


influenciada não apenas pelas ações dos outros mas também e em grande medida por si próprio.
Tendência a pensar, sentir e agir como ser influente (em vez de passivamente impotente), quando
confrontado com as diversas contingências da vida.

Desafio - Convicção que a pessoa tem de que a mudança é uma situação normal da vida. Prende-se
com a expectativa de que a vida é imprevisível e que as mudanças estimulam o desenvolvimento
pessoal, permitindo perceber situações exigentes como excitantes e estimulantes ao invés de
ameaçadoras.

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Recursos de adaptação – Suporte social

Refere-se à quantidade e à coesão das relações sociais que envolvem uma pessoa tendo em conta:

• os laços estabelecidos;

• a frequência dos contactos;

• ao modo como é percebido que existe um sistema de apoio que pode ser útil quando necessário.

Pedir ajuda = Sinal de fraqueza ou humilhação


(Vaz-Serra, 2002)

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Recursos de adaptação

Conquistas económicas e materiais


Convicções positivas
Outras:
• Conhecimento, Inteligência
• Comportamentos de Saúde, Bem-estar físico
• Sistema de valores e crenças estável
• Crenças espirituais (esperança)
• Competências sociais, Capacidade de Resolução de Problemas
• Estabilidade cultural, (…)

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Componentes Biopsicossociais do Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (2001)
Fatores Predisponentes

Biológicos Psicológicos Socioculturais

Stressores Desencadeantes

Natureza (biol/psicol/sociocultural) Origem (ambiente interno/externo) Momento da ocorrência Quantidade

Avaliação do Stressor

Cognitiva (dano/ameaça/desafio) resposta aos níveis Afectivo Fisiológico Comportamental Social

Recursos de Adaptação

Capacidades pessoais Apoio social Conquistas materiais Convicções positivas

Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos

Continuum de Respostas de Adaptação

Respostas Adaptadas Respostas Desadaptadas


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Mecanismos de Adaptação/Estratégias de Coping

Coping é definido como:


Os esforços, cognitivos e comportamentais, realizados pelo indivíduo para lidar com exigências
específicas, internas ou externas, que surgem em situações de Stress e são avaliadas como
sobrecarregando ou excedendo recursos pessoais (Lazarus & Folkman, 1984).

As estratégias de Coping são entendidas como ações deliberadas que podem ser aprendidas, usadas e
descartadas.

Portanto, mecanismos de defesa inconscientes e não intencionais, como negação, deslocamento e


regressão, não devem ser considerados como estratégias de coping.

A resposta de coping é uma ação intencional, física ou mental, iniciada em resposta a um stressor
percebido, dirigida para circunstâncias externas ou estados internos.
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Mecanismos de Adaptação/Estratégias de Coping
Construtivos: Quando a ansiedade é identificada como um sinal de alerta e o indivíduo encara o
problema como um desafio

Destrutivos: Quando apenas aliviam a ansiedade sem resolver o problema mediante o evitamento
ou fuga

Numa perspectiva cognitivista, Lazarus e Folkman (1984) propõem um modelo que divide o coping
em duas categorias funcionais:

Coping focado na emoção

Coping focado no problema

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Mecanismos de Adaptação/Estratégias de Coping

Coping focado na emoção: esforço para regular o estado emocional que é associado ao stress, ou é o
resultado de eventos stressantes.

Estes esforços de Coping são dirigidos a um nível somático e/ou a um nível de sentimentos, tendo
por objetivo alterar o estado emocional do indivíduo.

Por ex. fumar um cigarro, tomar um tranquilizante, assistir a uma comédia na TV, sair para correr, (…)
são exemplos de estratégias dirigidas a um nível somático de tensão emocional.

A função destas estratégias é reduzir a sensação física desagradável de um estado de stress

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Mecanismos de Adaptação/Estratégias de Coping

Coping focado no problema: esforço para atuar na situação que deu origem ao Stress, tentando
mudá-la.

A função desta estratégia é alterar o problema existente na relação entre a pessoa e o ambiente
que está a causar a tensão.

Quando o coping é dirigido para uma fonte externa de Stress inclui estratégias tais como negociar
para resolver um conflito interpessoal ou solicitar ajuda prática de outras pessoas.

Quando o coping é dirigido internamente, geralmente inclui reestruturação cognitiva como, por
exemplo, a redefinição do elemento stressor.

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Componentes Biopsicossociais do Modelo de Adaptação ao Stress de Stuart (2001)
Fatores Predisponentes

Biológicos Psicológicos Socioculturais

Stressores Desencadeantes

Natureza (biol/psicol/sociocultural) Origem (ambiente interno/externo) Momento da ocorrência Quantidade

Avaliação do Stressor

Cognitiva (dano/ameaça/desafio) resposta aos níveis Afectivo Fisiológico Comportamental Social

Recursos de Adaptação

Capacidades pessoais Apoio social Conquistas materiais Convicções positivas

Mecanismos de Adaptação
Construtivos Destrutivos

Continuum de Respostas de Adaptação

Respostas Adaptadas Respostas Desadaptadas


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Respostas de Adaptação

Fatores de predisposição específicos


Natureza do stressor
Têm por base
Avaliação do stressor
Recursos da adaptação
Análise dos mecanismos de adaptação
As respostas são então avaliadas num continum de adaptação/desadaptação.
Os padrões de resposta podem ser:

Respostas adaptativas: as que apoiam um funcionamento integrado

Respostas desadaptativas: as que impedem o crescimento, diminuem a autonomia e interferem no domínio do


ambiente

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Bibliografia de apoio à aula

- Bandura, A. (1977). Self-efficacy: Toward a unifying theory of behavioral change. Psychological Review, 84, 191-215.
- Conselho Nacional de Saúde (2019). Sem mais tempo a perder – Saúde mental em Portugal: um desafio para a próxima
década. Lisboa: CNS.
- DGS (2013). Portugal, Saúde mental em números. Programa nacional para a saúde mental.
- DGS (2014). Portugal, Saúde mental em números. Programa nacional para a saúde mental.
- OMS (2001). Relatório Saúde mental: Nova concepção, nova esperança. Lisboa: Direção Geral da saúde.
- OECD/EU .(2018). Health at a Glance: Europe 2018: State of Health in the EU Cycle. OECD Publishing, Paris.
https://doi.org/10.1787/health_glance_eur-2018-en
- Stuart, G.W. & Laraia, M.T. (2001). Enfermagem Psiquiátrica: Princípios e Prática. 6ª Ed. Porto Alegre: Artmed Editora.
- World Health Organization (2014). Mental health: A state of well-being. Recuperado de http://www.who.int/fea-
tures/factfiles/mental_health/en

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