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FACULDADE GUAÇU

JOSÉ VIEIRA SILVA NUNES

O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES


PARA A DEMOCRACIA CONTEMPORANEA.

PARNAMIRIM - RN

2024
FACULDADE IGUAÇU

JOSÉ VIEIRA SILVA NUNES

O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES


PARA A DEMOCRACIA CONTEMPORANEA.

Artigo Científico apresentado à FACULDADE


IGUAÇU, como parte das exigências para a
obtenção do título de Especialista em
Filosofia.

PARNAMIRIM - RN

2024
O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES
PARA A DEMOCRACIA CONTEMPORANEA.

José Vieira Silva Nunes

RESUMO

Na introdução desse breve trabalho, iremos abordar a questão das democracias


contemporâneas e tentando estabelecer um panorama com o pensamento dos
pensadores da antiguidade grega. Na segunda parte, vamos analisar o pensamento
socrático e suas reflexões sobre a democracia ateniense. Para analisar o conceito
de democracia contemporânea, estabeleceremos um dialogo com o pensamento do
filósofo John Rawls. Ao abordar a ótica platônica, iremos destacar sua critica a
democracia de sua época quando aponta o problema da demagogia dos
representantes da política. Nesse sentido, também traremos à tona a perspectiva de
Max Weber sobre a questão da legitimidade dos governos democráticos
contemporâneos. Em Aristóteles veremos sua visão sobre a democracia e também
veremos a sua crítica ao fenômeno da demagogia. Estabeleceremos uma ponte com
o discurso de Ferreira quando este analisa a figura do populismo. Por fim,
ressaltaremos a importância do pensamento filosófico de Sócrates, Platão e
Aristóteles como base param se discutir as democracias da contemporaneidade.

Palavras chave: Sócrates. Platão Aristóteles. Democracia. Política.

Introdução

As democracias contemporâneas têm suscitado diversos debates ao longo


do tempo. Desde a antiguidade a politica tem lugar de debate entre filósofos,
políticos e a sociedade em geral. Abordar o pensamento filosófico de Sócrates,
Platão e Aristóteles têm sido vital para se discutir os desafios enfrentados pelas
democracias contemporâneas.
O pensamento desses filósofos levanta questões que, apesar da distancia
temporal, encontra espaço para problematizar aspectos presentes nas visões de
democracia vividas no mundo atual. O estudo da filosofia política contemporânea
tem apresentado questionamentos diante dos rumos adotados pelos países
democráticos. Diante disso, faz-se necessário usar o pensamento desses três
filósofos para analisar os aspectos das democracias da atualidade.
Desenvolvimento

Sócrates

Sócrates (469 a.C. - 399 a.C.) foi um filósofo grego antigo cujas ideias não
foram registradas por ele mesmo, mas principalmente por seus discípulos, como
Platão e Xenofonte. Sócrates é conhecido por seu método de questionamento, a
"maiêutica" (termo retirado da obstetrícia) no qual ele buscava extrair conhecimento
latente nos indivíduos por meio de perguntas e diálogo.
Acredita-se que a mãe de Sócrates era parteira. No pensamento desse
filósofo assim como sua mãe ajudava as mulheres a darem a luz aos seus bebês,
ele (Sócrates) através de suas perguntas e diálogos ajudava os homens a “darem a
luz” ao conhecimento. Utilizou sua “maiêutica” para confrontar seus
contemporâneos.
Sócrates deu uma relevante contribuição para a política de sua época. Seus
diálogos e questionamentos sobre a política acabaram por incomodar os “donos do
poder” de Atenas. Fato este que viria a culminar com a condenação do filósofo e sua
posterior morte ao ingerir cicuta ((cf. Xenofonte, Memoráveis, 1.1.1; 1.2.12-16;
Platão, Apologia, 33a-b; Diógenes Laércio, 2.40).).
Quanto ao pensamento de Sócrates em relação à democracia, é importante
notar que Sócrates viveu em Atenas, uma cidade-estado grega que era uma
democracia direta. Sócrates expressou algumas críticas à democracia em sua
época, embora sua visão não seja completamente clara devido à falta de registros
diretos de seus escritos.
O diálogo "Apologia de Sócrates" de Platão, discípulo de Sócrates, apresenta
uma defesa de Sócrates perante a acusação de corromper a juventude e de
impiedade em relação aos deuses, mostrando sua relação ambivalente com a
democracia ateniense. O “crime” de Sócrates perece ter ferido os governantes de
sua época.
Sócrates era crítico em relação à ideia de que a decisão política deveria ser
baseada na opinião da maioria, independentemente da sabedoria ou conhecimento
dos indivíduos. Ele acreditava que a democracia podia levar a decisões irracionais,
especialmente quando as massas eram influenciadas por retórica e demagogia em
vez de argumentos racionais.
Em relação à democracia dos dias atuais, é importante notar que as
sociedades modernas têm sistemas políticos e estruturas democráticas distintas da
antiga Atenas. No entanto, alguns dos desafios apontados por Sócrates em relação
à democracia, como a influência da retórica populista e a falta de ênfase na
expertise e na busca pela verdade, ainda são relevantes. Essas problemáticas
invariavelmente tendem a minar as bases que sustentam a democracia
contemporânea: a igualdade.
Nesse sentido, John Rawls diz que “[...] chega-se a igualdade democrática
por meio da combinação do principio da igualdade equitativa de oportunidades com
o principio da diferença” (RAWLS, 199, p. 79).
Dessa forma, podemos compreender que ao criticar a democracia de sua
época, Sócrates de certa forma destaca problemas que ainda estão presentes na
sociedade democrática contemporânea. A igualdade em muitos casos tem sido
desrespeitada em favor dos poderosos e se não há igualdade, atenta-se contra a
liberdade do individuo e do Estado de direito (RAWLS, 1993).
As democracias contemporâneas frequentemente enfrentam desafios
relacionados à manipulação da opinião pública, polarização política e a influência de
interesses especiais. A reflexão sobre as críticas de Sócrates à democracia pode ser
uma maneira de pensar sobre como as sociedades modernas podem abordar esses
desafios e fortalecer os princípios democráticos. Todavia, é importante adaptar
essas reflexões ao contexto atual e considerar as diferenças significativas entre as
democracias antigas e modernas para que possamos analisar com clareza a
democracia de nosso tempo.

Platão

Platão (427 a.C. - 347 a.C.), um dos discípulos mais conhecidos de Sócrates,
deixou uma influente obra filosófica que inclui reflexões sobre política e democracia
baseadas na política de sua época. Platão era bastante crítico em relação à
democracia ateniense, e suas visões estão registradas em várias de suas obras,
especialmente na "República" e nas "Leis".
Em "A República", Platão critica a democracia, considerando-a um sistema
imperfeito, caracterizado pela instabilidade e propenso a permitir a ascensão de
líderes demagógicos. Ele argumenta que a democracia pode degenerar em tirania
quando as paixões da multidão são exploradas por líderes carismáticos e
inescrupulosos. Uma prova disso são os regimes totalitários surgidos durante o
século XX de nossa era. Tais regimes incialmente tiveram como principal
característica a demagogia e o carisma.
Sendo assim, a demagogia pode degenerar em uma falsa noção de
democracia. Muito embora, isso nem sempre possa passar despercebido da
sociedade.
Já dizia Jacques Rancière que

A democracia nunca deixou de estar sob suspeita até


aos olhos dos próprios democratas. Aqueles que lutavam
com mais vigor pelos direitos democráticos eram muitas
vezes os primeiros a suspeitar de que esses direitos
eram apenas formais, não eram mais que a sombra da
verdadeira democracia (RANCIÈRE, 1996, p. 99).

Nesse sentido, entender a democracia é algo urgente para que entendamos


se estamos vivenciando-a ou não. Assim, diante das questões que se nos
apresentam, ecoa-nos o pensamento de Platão ao questionar a democracia de seu
tempo.
Platão acreditava em um sistema político ideal liderado por filósofos-reis, uma
aristocracia intelectual composta por aqueles que possuíam conhecimento e
sabedoria. Ele via a democracia como um sistema em que o poder era entregue a
pessoas sem a devida competência ou sabedoria, resultando em decisões políticas
falhas. Esse pensamento tem sido verificado ao longo do tempo como algo
verdadeiro.
Em relação à democracia dos dias atuais, é importante notar que Platão viveu
em uma época muito diferente da nossa, e as formas de governo e sistemas
democráticos modernos são muito distintos da democracia direta praticada em
Atenas.
No entanto, as críticas de Platão à democracia podem inspirar reflexões sobre
os desafios enfrentados pelas democracias contemporâneas e quem sabe, darem
alguma luz ante os desafios postos à democracia atual. A análise de vários
pensadores ao longo da história revelou-se grandemente relevante às discussões
politicas contemporâneas.
Alguns argumentam que os temores de Platão em relação à democracia,
como a manipulação da opinião pública e a ascensão de líderes populistas, são
relevantes nos dias de hoje. O questionamento sobre como equilibrar a participação
democrática com a necessidade de liderança competente e ética continua a ser um
desafio a ser enfrentado nos dias de hoje.
Ora, a democracia precisa alcançar a todos, representar a todos e o povo,
acreditam alguns, deseja acreditar nas instituições que os representam e nesse
sentido, aceitam certa subordinação ao Estado, ou seja, legitimam o poder desse
Estado.
Esse pensamento é defendido por Weber quando diz que “[...] para que o
Estado prevaleça, o povo governado deve, portanto, submeter-se à autoridade
reivindicada por aqueles que governam na época” (WEBER, 2008, p. 157). Mas
caso esses mesmos cidadãos, prossegue Webber (2008), percebam o desencontro
de seus interesses e as vontades do representante, cria-se uma ocasião de crise na
democracia.
No entanto, muitos defensores da democracia argumentariam que, apesar de
suas imperfeições, ela é um sistema capaz de se adaptar e evoluir. O diálogo entre
as ideias de Platão e os princípios democráticos contemporâneos pode enriquecer a
discussão sobre como melhorar os sistemas políticos, promovendo a participação
informada e a responsabilidade cívica. Quem sabe também, a reflexão socrática
também nos possibilite resgatar a credibilidade dos cidadãos nas instituições
políticas.

Aristóteles

Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), outro importante filósofo grego antigo e
discípulo de Platão, abordou a política em sua obra "Política". Ao contrário de seu
mestre, Aristóteles teve uma visão mais pragmática da política e não era tão crítico
em relação à democracia quanto Platão o fora. Ele reconhecia diferentes formas de
governo e acreditava que a melhor forma de governo dependia das circunstâncias e
que a sociedade se encontrava.
Aristóteles classificou as formas de governo em três categorias principais:
monarquia (governo de um), aristocracia (governo dos melhores) e politeia ou
democracia (governo do povo). Ele reconheceu que cada forma de governo tinha
suas vantagens e desvantagens, e argumentou que a qualidade de um governo
dependia mais da virtude e do caráter de seus líderes do que da forma específica.
Aristóteles traz a discussão da ética na vida pública.
Aristóteles também alertou sobre a degeneração das formas de governo. Ele
argumentou que a monarquia poderia se transformar em tirania, a aristocracia em
oligarquia, e a democracia em demagogia. Isso reflete a preocupação de Aristóteles
de que, em cada forma de governo, se não houvesse um equilíbrio e um respeito
pelos interesses de todos, o governo poderia ser corrompido.
Quanto à democracia, Aristóteles a via como uma forma legítima de governo,
mas ele alertava sobre o perigo de uma democracia mal administrada, que poderia
se transformar em demagogia. Ele estava preocupado com a tirania da maioria,
onde as paixões da multidão poderiam ser exploradas por líderes populistas.
Esse fenômeno do populismo demagógico, carismático, ficou muito evidente
em várias regiões do mundo. A América latina vivenciou o populismo de forma
marcante. São exemplos, o Peronismo argentino e o Varguismo brasileiro.
Passado o populismo da era Vargas, entre a década de 30 a 60, o Brasil vivia
uma “democracia populista”, termo este bastante contraditório se compararmos com
a ótica aristotélica e com pensadores como Ferreira (2019) que diz que essa
“democracia populista” aponta “[...] uma dicotomia bastante simplista: por um lado,
um líder esperto, superconsciente, capaz de manipular e enganar; por outro, uma
massa sem consciência de seus interesses, iludida por discursos fáceis”
(FERREIRA, 2019, p. 358).
Ao considerar as democracias dos dias atuais, as ideias de Aristóteles
continuam relevantes. A reflexão sobre como evitar os perigos da demagogia,
garantir a justiça e promover a participação cidadã informada pode ser
enriquecedora para as democracias contemporâneas. A ênfase de Aristóteles na
virtude moral, ética, na moderação e na busca do bem comum pode ser uma fonte
de insights para lidar com os desafios políticos atuais.

Conclusão

A análise do pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles revelou-se


bastante pertinente para discutirmos o fenômeno da democracia contemporânea
como vimos também ao analisar outros autores contemporâneos. Os apontamentos
desses filósofos sobre as democracias de seu tempo parecem chegar até nós de
forma audível como se eles ainda estivessem aqui entre nós. Suas críticas
assemelham-se às criticas feitas à democracia na atualidade, pois, ainda persistem
muitos problemas para se estabelecer um sistema que de fato consiga merecer o
nome de “poder do povo”.
Fato é que em alguns casos com, por exemplo, o do Brasil, a democracia,
vítima que foi tanto do populismo quando do autoritarismo, ainda dá seus pequenos
passos na busca pelo ideal da igualdade para todos. Havia pouco tempo, o Brasil
esteve sob a batuta dos governos militares (1964-1985). A Constituição de 1988
(cidadã) resgatou direitos perdidos por ocasião do regime militar (1964-1985), mas,
tais direitos, entre eles o da igualdade de direitos civis, sociais, políticos, ainda tem
encontrado dificuldades para se fizer valer fora do papel. Para além da Constituição,
muito ainda há que ser feito, muito a se discutir e muito a se conquistar para que de
fato possamos acreditar que a verdadeira democracia se faça presente e atuante no
seio da sociedade.
A sociedade democrática desempenha um papel crucial no desenvolvimento
e na manutenção de valores fundamentais que promovem a liberdade, a justiça e a
participação cidadã. Aqui estão algumas das razões pelas quais a sociedade
democrática é considerada importante:
Nas sociedades democráticas, há uma ênfase significativa no respeito pelos
direitos individuais. Os cidadãos têm o direito à liberdade de expressão, liberdade de
associação, liberdade de religião e outros direitos fundamentais. A democracia
busca proteger esses direitos e garantir que todos os membros da sociedade sejam
tratados com dignidade e igualdade perante a lei.
A democracia promove a participação ativa dos cidadãos no processo
político. Os indivíduos têm a oportunidade de votar, expressar suas opiniões,
concorrer a cargos públicos e influenciar as políticas que afetam suas vidas. A
participação cidadã contribui para uma sociedade mais envolvida e responsável.
A legitimidade das decisões políticas é um elemento fundamental em uma
sociedade democrática. As decisões são tomadas com base no consentimento dos
governados, expresso por meio de eleições e representação. Isso ajuda a garantir
que o poder seja exercido de acordo com a vontade do povo.
As sociedades democráticas geralmente adotam o princípio do estado de
direito, onde todas as pessoas, incluindo líderes políticos, estão sujeitas às leis. Isso
implica que ninguém está acima da lei e que as instituições judiciais têm a
autoridade para garantir que as leis sejam aplicadas de maneira justa e imparcial.
A democracia valoriza a diversidade e a inclusão. Uma sociedade
democrática procura garantir que todas as vozes sejam ouvidas e representadas,
independentemente de origem étnica, gênero, religião ou outras características. Isso
contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
A democracia fornece um mecanismo para a resolução pacífica de conflitos.
Por meio de processos eleitorais e instituições democráticas, as diferenças de
opinião podem ser expressas e resolvidas sem recorrer à violência. Isso contribui
para a estabilidade e a coesão social.
Embora não seja exclusivo de sociedades democráticas, muitas delas têm
se destacado no desenvolvimento econômico e social. A abertura à inovação, a
proteção dos direitos de propriedade e a participação cidadã podem criar condições
favoráveis ao crescimento e ao progresso.
A estrutura democrática permite uma adaptação mais flexível a mudanças
sociais e econômicas. As sociedades democráticas têm a capacidade de ajustar
suas políticas e instituições de acordo com as necessidades e aspirações em
evolução de seus cidadãos.
Em resumo, a sociedade democrática é valorizada por sua capacidade de
garantir direitos individuais, promover a participação cidadã, facilitar a tomada de
decisões legítima e criar uma base para uma convivência pacífica e inclusiva. No
entanto, é importante notar que a democracia também enfrenta desafios e requer a
participação contínua e informada dos cidadãos para prosperar.

REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo. Atena editora, sd.


____________. Ética à Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987. BERGSON, H.

DIÔGENES LAÉRCIOS. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres I Diógenes Laêrtios;


tradução do grego, introdução e notas Mário da Gama. - 2. Ed., reimpressão -
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008.
FERREIRA, Jorge. “Crises da República: 1954, 1955 e 1961”. In: Ferreira, Jorge;
Delgado, Lucília de Almeida Neves (orgs.). O tempo da experiência democrática: da
democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. 8. Ed. Rio de Janeiro:
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RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento - política e filosofia / Jacques Rancière;


tradução de Ângela Leite Lopes. — São Paulo: Ed. 34, 1996, 144 p. (Coleção
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PLATÃO. Apologia de Sócrates. Tradução de Jaime Bruna. São Paulo: Abril


Cultural, 1972.

________. República. Rio de Janeiro: Editora Best Seller, 2002. Tradução de Enrico
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RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. Lisboa: Fundamentos, 1993.

WEBER, MA. Max Weber’s Complete Writings on Academic and Political Vocations.
New York: Algora Publishing, 2008.

XENOFONTE. Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates. Coimbra: Centro de Estudos


Clássicos e Humanísticos, 2009. 289 p. (Série Autores Gregos e Latinos). Tradução
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