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Revisão Final FCC – TRT21 – Língua Portuguesa – Prof.

Marcello Giulian

TÓPICO 1 – DIRIGE-SE AO LEITOR / MANIFESTA-SE

Þ Aparato teórico:

1. Dirige-se ao leitor:

É comum a banca examinadora perguntar em qual alternativa o autor do texto (o


narrador de um texto em prosa ou o eu-lírico de um poema) dirige-se diretamente ao
leitor. Ou seja, a banca examinadora quer saber se você percebe os momentos nos quais
quem escreve o texto inclui o leitor naquilo que está sendo escrito.

Existem diversas maneiras por meio das quais o autor de um texto pode dirigir-
se explicitamente ao leitor.

a) Vocativo: “Quantas vezes as pessoas, meu amigo, agem com crueldade?”

b) 1ª pessoa do plural: “Neste momento, vejamos as principais hipóteses.”

c) Uso do Imperativo: “Suponha que tudo está perdido.”

O uso do imperativo é, sem dúvida, o recurso mais cobrado pela banca


examinadora. O imperativo é aquele modo verbal por meio do qual se dá uma ordem ou
se exprime, por exemplo, um desejo. Portanto, esteja preparado para perceber que há
um imperativo.

CORRE até lá. (Corre TU até lá)

PEGUE a bola. (Pegue VOCÊ a bola)

OBSERVEMOS este trecho. (Observemos NÓS este trecho)

RESPEITEM a professora. (Respeitem VOCÊS a professora)

Frequentemente é usado pela banca examinadora o imperativo da segunda


pessoa do plural, o tão temido VÓS:

LEDE estas linhas.

OBSERVAI o que escrevo.

CORREI os olhos por essas páginas.

Mais comum em textos litúrgicos (“AMAI uns aos outros), também não é
incomum como recurso expressivo de textos mais antigos escritos em estilo culto.

2. Manifesta-se:

O autor do texto manifesta-se por meio do uso da primeira pessoa do singular ou


por meio do usa da primeira pessoa do plural:

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As pessoas, acredito, gostam de bons textos. (primeira pessoa do singular)

Pensamos sempre que isso não acontece (nós pensamos = primeira pessoa do plural)

Também pode o autor manifestar-se pelo uso da expressão “a gente”,


correspondência coloquial de “nós”.

Muitas vezes a gente se engana quanto aos outros.

Questão 1 – TRT17 - TJAA

O cronista dirige-se explicitamente a seus leitores no seguinte trecho:

(A) Terei então de abrir todo um livro e contar as façanhas de um deles que durou
apenas onze anos, e se chamava Zig. (1º parágrafo)
(B) Um dia, antes do remate de meus dias, ainda jogarei fora esta máquina de
escrever e, pegando uma velha pena de pato, me porei a narrar a crônica dos
Braga. (1º parágrafo)
(C) Zig – ora direis – não parece nome de gente, mas de cachorro. E direis muito
bem, porque Zig era cachorro mesmo. (2º parágrafo)
(D) Não sei onde Valente ganhou esse belo nome; deve ter sido literatura de algum
Braga, pois hei de confessar que só o vi valente no comer angu. (3º parágrafo)
(E) Tio Maneco veio do sítio e, conversando com meu pai na varanda, não tirava o
olho do cachorro. (4º parágrafo)

RESPOSTA COMENTADA

A menção aos leitores é feita por meio da conjugação do verbo “dizer” no imperativo:
“direis”. O imperativo é sempre uma alusão direta ao leitor/interlocutor. Por exemplo:
“Corra (você) o mais rápido possível”; “Direis (vós) que o nome é absurdo”; “Trabalha
(tu) bastante”.

Gabarito: C.

Questão 2 – TRT5 – TJAA

O cronista manifesta-se explicitamente no próprio texto no seguinte trecho:

(A) Pode-se descrer do juízo de um homem que rasgue dinheiro, não porém do de
outro que reparta dinheiro conosco. (2º parágrafo).
(B) Raciocinava perfeitamente nas coisas triviais, insistindo porém em que sua vida
mudara. (2º parágrafo).
(C) Se o senhor me prestigiar, como espero, eles levarão sua imagem por toda parte
e receberão grandezas. (4º parágrafo).
(D) Surpreendendo a consorte, dirigiu-se ao botequim e pagou cerveja para
todos. (1º parágrafo).

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(E) Uma palavrinha sua, e irei a uma cadeia de rádio e televisão iniciar a
campanha de esclarecimento universal. (6º parágrafo).

RESPOSTA COMENTADA

A manifestação explícita do próprio cronista se dá por meio do pronome pessoal


oblíquo tônico “conosco”, que inclui o escritor entre os potenciais beneficiários da
repartição do dinheiro.

Gabarito: A.

Questão 3 – TRT22 – TJAA

O cronista manifesta-se explicitamente no texto no seguinte trecho:

(A) Isso aí, suponho, é matutado pelo tatu (2º parágrafo)


(B) A armadura dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele (2º parágrafo)
(C) Estava imóvel, estático, fruindo o banho de luz na folhagem (3º parágrafo)
(D) Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal (6º parágrafo)
(E) A noite perdeu para ele seu encanto luminoso (8º parágrafo)

RESPOSTA COMENTADA

O cronista manifesta-se explicitamente por meio do verbo “supor”, conjugado na


primeira pessoa do singular do presente do indicativo: “suponho”. É como se ele
dissesse: “eu suponho que isso seja matutado pelo tatu”.

Gabarito: A.

Questão 4 – TRT9 – TJAA

O autor do texto dirige-se explicitamente a seu leitor no seguinte trecho:

(A) são contos com preguiça de se tornarem contos.


(B) Portanto, e sem vacilação, lede o Um pé de milho.
(C) pois a composição é atravessada por uma corrente de surrealismo.
(D) se furta à maçada de escrever contos.
(E) Grande poeta é o que ele é, e grande contista.

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RESPOSTA COMENTADA

O autor dirige-se explicitamente ao leitor do texto utilizando, mais uma vez, um verbo
conjugado no modo imperativo. No caso, trata-se do verbo “ler”: “Lede (vós) o Um pé
de milho”.

Gabarito: B.

Questão 5 – TRT9 – TJAA

“Acontece em toda parte, mas no Rio tem um jeito especial de acontecer que me
emociona mais.” Assim começa Rubem Braga uma de suas admiráveis crônicas,
reunidas no Um pé de milho e o Um pé de milho é para mim a melhor coisa desta semana
de que me compete dar contas ao leitor. Portanto, e sem vacilação, lede o Um pé de
milho; e lede-o à boa e santa maneira, não solicitando ao autor um exemplar, que o
famoso Braga é, como qualquer um de nós, um proletário das letras.

Mas por que disse “cronista”? Grande poeta é o que ele é, e grande contista que,
por uma imposição do temperamento, se furta à maçada de escrever contos. Não sei de
muitos poemas, em nossa lira de hoje, que se comparem a “Passeio à infância”, “Da
praia”, “Choro”, coisas que o Braga displicente foi largando pelos jornais. Por sua vez,
“Aula de inglês” e “Eu e Bebu na hora neutra da madrugada” são contos com preguiça
de se tornarem contos. Já em “História do caminhão”, a identificação do gênero será
mais complexa, pois a composição é atravessada por uma corrente de surrealismo que
conduz o Braga pelos rumos mais extraordinários, sem que este aparentemente a
controle. Controla, apesar de tudo. Em suma, cronista, contista, poeta, está-se vendo que
o que ele é verdadeiramente é um dos nossos mais altos escritores. Um Machado de Assis
tendo a mais a poesia, a dolência e a pura comoção humana que são dons peculiares ao
Braga.

O autor questiona a si mesmo no seguinte trecho:

(A) Mas por que disse “cronista”?


(B) por uma imposição do temperamento, se furta à maçada de escrever contos.
(C) está-se vendo que o que ele é verdadeiramente é um dos nossos mais altos
escritores.
(D) Não sei de muitos poemas, em nossa lira de hoje, que se comparem a “Passeio
à infância”
(E) Controla, apesar de tudo.

RESPOSTA COMENTADA

O autor do texto questiona a si mesmo no trecho “Mas por que disse ‘cronista’?”. Nesse
segmento, o que Drummond faz é questionar a si mesmo acerca do motivo pelo qual ele
chamou Rubem Braga de “cronista”: “Mas por que (EU) disse ‘cronista’? Grande poeta
é o que ele é”. Ou seja: Drummond questiona-se sobre ter chamado Braga de cronista,

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porque o considera, na verdade, um poeta e um contista, como afirma na imediata


sequência do autoquestionamento.

Gabarito: A.

Questão 6 – TRT9 – OJAF

1 Antigamente, se morria.
1907, digamos, aquilo sim
é que era morrer.
Morria gente todo dia,
e morria com muito prazer,
já que todo mundo sabia
que o Juízo, afinal, viria,
e todo mundo ia renascer.
Morria-se praticamente de tudo.

10 De doença, de parto, de tosse.


E ainda se morria de amor,
como se o amar morte fosse.
Pra morrer, bastava um susto,
um lenço no vento, um suspiro e pronto,
lá se ia nosso defunto
para a terra dos pés juntos.
Dia de anos, casamento, batizado,
morrer era um tipo de festa,
uma das coisas da vida,

20 como ser ou não ser convidado.


O escândalo era de praxe.
Mas os danos eram pequenos.
Descansou. Partiu. Deus o tenha.
Sempre alguém tinha uma frase
que deixava aquilo mais ou menos.
Tinha coisas que matavam na certa.
Pepino com leite, vento encanado,
praga de velha e amor mal curado.
Tinha coisas que tem que morrer,

30 tinha coisas que tem que matar.


A honra, a terra e o sangue
mandou muita gente praquele lugar.
Que mais podia um velho fazer,
nos idos de 1916,
a não ser pegar pneumonia,
deixar tudo para os filhos

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e virar fotografia?
Ninguém vivia pra sempre.
Afinal, a vida é um upa.

40 Não deu pra ir mais além.


Mas ninguém tem culpa.
Quem mandou não ser devoto
de Santo Inácio de Acapulco,
Menino Jesus de Praga?
O diabo anda solto.
Aqui se faz, aqui se paga.
Almoçou e fez a barba,
tomou banho e foi no vento.
Não tem o que reclamar.

50 Agora, vamos ao testamento.


Hoje, a morte está difícil.
Tem recursos, tem asilos, tem remédios.
Agora, a morte tem limites.
E, em caso de necessidade,
a ciência da eternidade
inventou a criônica.
Hoje, sim, pessoal, a vida é crônica.

(LEMINSKI, Paulo. Toda poesia, 2013)

O eu lírico manifesta-se explicitamente no poema em:

(A) Morria-se praticamente de tudo. / De doença, de parto, de tosse. (versos 9 e 10)


(B) 1907, digamos, aquilo sim / é que era morrer. (versos 2 e 3)
(C) E ainda se morria de amor, / como se o amar morte fosse. (versos 11 e 12)
(D) Almoçou e fez a barba, / tomou banho e foi no vento. (versos 47 e 48)
(E) O escândalo era de praxe. / Mas os danos eram pequenos. (versos 21 e 22)

RESPOSTA COMENTADA

O eu lírico (que é a voz que se manifesta dentro do poema) manifesta-se explicitamente,


mais uma vez, por meio do uso de um verbo conjugado na primeira pessoa do plural:
“digamos (nós)”. Trata-se de uma maneira de incluir-se no grupo de quem “diz” algo.

Gabarito: B.

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Questão 7 – TRT4 – TJAA

Recordo ainda... e nada mais me importa…


Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de desesperança


Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, ai,


Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!


Sou um pobre menino... acreditai…
Que envelheceu, um dia, de repente!...

No poema, o eu lírico dirige-se explicitamente a seu leitor no seguinte verso:

(A) Estrada afora após segui... Mas, ai, (3ª estrofe)


(B) Recordo ainda... e nada mais me importa... (1ª estrofe)
(C) E eu pendurei na galharia torta (2ª estrofe)
(D) Sou um pobre menino... acreditai… (4ª estrofe)
(E) Eu quero os meus brinquedos novamente! (4ª estrofe)

RESPOSTA COMENTADA

O autor dirige-se explicitamente ao leitor do texto utilizando, mais uma vez, um verbo
conjugado no modo imperativo. No caso, trata-se do verbo “acreditar”: “Acreditai
(vós)”.

Gabarito: D.

Questão 8 – TRT4 – AJAA

Considere os seguintes trechos do texto.

I. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma


grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas,
em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. (1º parágrafo)

II. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo,
Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o
céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de
propriedade. (1º parágrafo)

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III. − Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade
tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. (2º
parágrafo)

O narrador dirige-se explicitamente a seu leitor APENAS em

(A) II.
(B) I.
(C) III.
(D) I e II.
(E) I e III.

RESPOSTA COMENTADA

O narrador dirige-se ao leitor apenas no segmento I, por meio da expressão “vos digo”,
que equivaleria a “digo a vocês (leitores)”. No segmento III há uma armadilha: no
trecho “Vejam vocês”, não é o narrador quem está se dirigindo a alguém, pois se trata
de uma reflexão do personagem Rubião, como indica a passagem “pensa ele”, colocada
a seguir.

Gabarito: B.

Questão 9 – TRT23 – TJAJ

Em inúmeros versos, o eu lírico manifesta-se explicitamente no poema, a exemplo do


que se verifica no seguinte verso:

(A) “Na beira da noite a gente estava sem rumo.” (verso 33)
(B) “Nessa hora já o morro encostava no sol.” (verso 19)

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(C) “A tarde crescia por dentro do mato.” (verso 21)


(D) “Quase todos os caracóis eram viúvos de suas lesmas.” (verso 28)
(E) “Bernardo apareceu e disse que vento é cavalo.” (verso 34)

RESPOSTA COMENTADA

O eu lírico manifesta-se no poema por meio da expressão “a gente”, no segmento “a


gente estava sem rumo”. Assim, mais uma vez, por meio da primeira pessoa do plural
ele se inclui entre aqueles que estão sem rumo.

Gabarito: A.

TÓPICO 2 – CONCORDÂNCIA VERBAL

Þ Aparato teórico:

1. A regra geral:

A regra geral de concordância nos diz que o verbo concorda com o núcleo do
sujeito. Sobre o núcleo do sujeito, temos de dominar duas informações:

a) O núcleo do sujeito não será antecedido por preposição (ou seja, elementos
preposicionados não podem ser núcleo do sujeito);

b) O núcleo do sujeito será um substantivo ou palavra que desempenhe função de


substantivo (basicamente pronomes que estejam desempenhando papel de núcleo).

A proprietária dos cães xingou os vizinhos. (O termo “cães” não pode ser núcleo, por
ser antecedido por preposição).

Ninguém falará a verdade. (Aqui, o pronome “ninguém” assume função de núcleo).

2. As perguntas do sujeito:

Temos de dominar também as três “perguntas do sujeito”, que deverão ser feitas para o
verbo e irão orientar-nos quanto à localização do sujeito.

a) Quem é que + verbo?

As mulheres farão um cartaz. (Quem é que fará? Resposta: “as mulheres” = sujeito)

b) Que é que + verbo?

A granada explodiu. (Que é que explodiu? Resposta: “a granada” = sujeito)

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Sobraram poucas vagas. (Que é que sobrou? Resposta: “poucas vagas” = sujeito)

c) Que(m) é que SE + verbo?

Vendem-se casas mobiliadas. (Que é que se vende? Resposta: “casas mobiliadas” =


sujeito)

3. Concordância com a partícula SE:

Quando fazemos a pergunta do sujeito e a resposta para a pergunta não vem


antecedida por preposição, a resposta É o sujeito e o verbo concorda com ele:

“Vendem-se casas.” (Que é que se vende? Resposta: “casas” = sujeito)

Caso haja uma locução verbal acompanhada pela partícula “se”, vale o mesmo
raciocínio. Na locução verbal, o verbo que flexiona e vai para o plural é o verbo
auxiliar:

“Podem-se fazer algumas mudanças.” (Que é que se pode fazer? “algumas mudanças” =
sujeito)

Se a resposta para a pergunta do sujeito vier antecedida por preposição, não será
sujeito (será objeto indireto ou adjunto adverbial) e o verbo permanecerá no singular:

“Precisa-se de soluções urgentes.” (Que é que se precisa? “De soluções urgentes” =


elemento preposicionado = objeto indireto. Assim, verbo no singular.)

4. Concordância com sujeito oracional:

O verbo que concorda com o sujeito oracional SEMPRE fica no singular.

“Não se ADMITE que as pessoas sejam infelizes.” (Que é que não se admite? “Que as
pessoas sejam felizes” = sujeito oracional = verbo que concorda com ele fica no
singular)

“Não se ADMITE as pessoas serem infelizes.” (Que é que não se admite? “As pessoas
serem infelizes” = sujeito oracional = verbo que concorda com ele fica no singular)

“Não se ADMITE fazer coisas ruins.” (Que é que não se admite? “Fazer coisas ruins” =
sujeito oracional = verbo que concorda com ele fica no singular)

5. Haver:

No sentido de existir, o verbo “haver” fica sempre no singular:

“Houve problemas graves.” (= “existiram problemas graves”; “haver” fica no singular)

Se, em uma locução verbal, o verbo principal (o último) for o verbo “haver” no
sentido de “existir”, TODA A LOCUÇÃO FICA NO SINGULAR:

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“Deve haver problemas graves” (= “devem existir problemas graves”; todos os verbos
da locução ficam no singular)

Caso o verbo “haver” seja auxiliar de outro verbo, ele NÃO TERÁ o sentido de
“existir” e, nesse caso, poderá ir para o plural normalmente, concordando com o sujeito:

“Haviam restado poucos doces.” (“haver”, aqui, não está no sentido de existir. Não
teríamos como ler a frase como “Existiam restado poucos doces”. Portanto, ele vai para
o plural normalmente.

Observação:

O verbo “haver”, no sentido de “existir”, não vai para o plural. Já o verbo


“existir” é sempre um verbo pessoal, ou seja, ele pode ir para o plural. Por essa razão,
ao substituir “haver” por “existir” ou vice-versa, devemos ter isso em mente:

“HOUVE problemas”, mas “EXISTIRAM problemas”.

“EXISTEM precedentes ruins”, mas “HÁ precedentes ruins”.

Questão 1 – TRT17 – AJAJ

Respeitam-se plenamente as normas de concordância verbal na frase:

(A) Não se admitem que os jovens poetas passem de repente a desonrar sua
admiração inicial pelos poetas mais velhos.
(B) Aos jovens poetas não sucede permanecerem fiéis à admiração já demonstrada
pelos poetas mais velhos.
(C) Caberiam aos moços talentosos aproveitar melhor as boas lições que lhes foram
passadas pelos velhos mestres.
(D) Haveria de passar muitos anos para que aqueles jovens poetas recuperassem seu
respeito pelos mestres de outrora.
(E) Recomendam-se aos críticos que não levem em conta os ardores fortes e
voluntariosos dos jovens poetas.

RESPOSTA COMENTADA

A) Não se admite que = não se admite isso.


B) Permanecerem fiéis sucede aos jovens poetas.
C) Aproveitar melhor caberia aos moços.
D) Muitos anos haveriam de passar.
E) Recomenda-se aos críticos que = recomenda-se isso.

Gabarito: B.

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Questão 2 – TRT14 – AJAJ

As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em:

(A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam por identificar o
estilo mesmo de quem as escreveu.
(B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca falta a espontaneidade
dos bons escritos.
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a facilidade que encontra
ela em escrever seus textos.
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a autora, logo se dissipou
em sua primeira tentativa.
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escritora, do que os que a
levaram a imaginar histórias.

RESPOSTA COMENTADA

A) Deitar no papel ocorre a alguém.


B) A autora gaba-se disso.
C) A facilidade que ela encontra em escrever falta às tarefas outras.
D) Os possíveis entraves logo se dissiparam.
E) Impulsos mais fortes haveriam de surgir.

Gabarito: B.

Questão 3 – TRT14 – AJAJ

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para
integrar corretamente a frase:

(A) Mais que os esquemas fixos dos programas de TV (atrair) as crianças o


espetáculo da lareira.
(B) Sempre (haver), por conta dos poderes do fogo, as metáforas que o fazem
representar nossas paixões.
(C) Não (convir) aos espectadores do fogo fixar-se demoradamente em suas luzes
que podem enceguecê-los.
(D) No fogo (convergir), como espetáculo que é, as propriedades do brilho físico e
as do estatuto metafórico.
(E) Aos múltiplos apelos do fogo (atender) nosso olhar aberto para o eterno
espetáculo que suas chamas constituem.

RESPOSTA COMENTADA

A) O espetáculo atrai.
B) Haverá (impessoal).
C) Fixar-se não convém.

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D) As propriedades do brilho físico e as do estatuto metafórico convergiram.


E) Nosso olhar atende aos múltiplos apelos do fogo.

Gabarito: D.

Questão 4 – TRT5 – AJAJ

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

(A) São de se imaginar que esses cartões de Natal transmitam os votos mais
sinceros?
(B) A execução de todos os nossos desejos caberia aos dias que dezembro faz
correr.
(C) Dispõe-se no canteiro que há dentro de nós alguns afetos junto a ervas ingratas.
(D) Não se podem pretender que os cartões de Natal exprimam desejos mais
objetivos.
(E) A quais desejos sinceros se poderiam dar forma em cartões tão convencionais?

RESPOSTA COMENTADA

A) É de imaginar que = é de imaginar isso.


B) A execução caberia aos dias.
C) Alguns afetos dispõem-se no canteiro.
D) Não se pode pretender que = não se pode pretender isso.
E) O “se” é índice de indeterminação do sujeito. “Poder-se-ia dar forma a quais
desejos?” O verbo não pode flexionar no plural, porque não tem um sujeito com o
qual concordar.

Gabarito: B.

Questão 5 – TRT22 – AJAA

As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:

(A) Podem-se extrair várias sugestões da viagem desses elefantes, que deixa entrever
lições preciosas da natureza.
(B) Nenhum desses acontecimentos frívolos impedem que lhes sejam atribuídos um
sentido simbólico.
(C) A falta de razão para as viagens dos elefantes aparentemente sem rumo em nada
obstam que o cronista as interprete.
(D) Ao se atirar na direção de novos mundos, os elefantes tem demonstrado sua fé
nas surpresas do caminho.
(E) Não caberiam aos leitores concluir que o movimento dos elefantes apenas
atendem a imperativos da natureza.

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RESPOSTA COMENTADA

A) Várias sugestões podem-se extrair. / a viagem deixa entrever...


B) Nenhum desses acontecimentos impede que...
C) A falta de razão em nada obsta...
D) Os elefantes têm demonstrado...
E) Concluir que o movimento dos elefantes apenas atende a imperativos da natureza
não caberia aos leitores.

Gabarito: A.

Questão 6 – TRT23 – AJAJ

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

(A) A paralisia das hirtas figuras retratadas nos quadros suscitou as mais fortes
impressões no cronista Rubem Braga.
(B) É relevante o contraste que entre o samba e a música francesa se registraram nas
teclas do velho piano de cauda.
(C) Por certo escapavam irremediavelmente aos olhos congelados da viscondessa
tanta vibração de vida na fazenda.
(D) A expressão de cada uma das figuras emolduradas acabaram por ganhar
contornos de vida na imaginação desse escritor.
(E) Lamentou o cronista que a nenhum dos retratados coubessem ainda o prazer de
saborear uma simples jabuticaba.

RESPOSTA COMENTADA

A) A paralisia suscitou...
B) O contraste que se registrou...
C) Tanta vibração escapava...
D) A expressão acabou por ganhar...
E) O cronista lamentou que nenhum dos retratados coubesse...

Gabarito: A.

Questão 7 – TRT12 – AJAJ

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase

(A) Aos gaviões e às pombas não costumam faltar a empatia dos que pesam as
razões do lado que lhes parecem mais favorável
(B) Já não se ouve os cantos dos passarinhos de que nos desfizemos, mas também já
não nos preocupa o que lhes podiam ameaçar.

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(C) Comer pombas ou alvejar gaviões são opções que se apresentam àqueles a quem
move a força de bem específicos interesses.
(D) Fazem falta ao autor do texto ouvir tanto os cantos do seu canário como os
assovios do sofrê, de cujos encantos já não desfrutam.
(E) Sempre haverão os que defendem medidas drásticas quando se tratam de poupar
as vítimas de uma violenta predação.

RESPOSTA COMENTADA

A) Que é que costuma faltar? Resposta: “empatia”. Então, o correto seria “não costuma
faltar”. Além disso, que é que lhes parece mais favorável? Resposta: “o lado”. Então, “o
lado que lhes parece mais favorável”.
B) Que é que se ouve? Os cantos. Então, “já não se ouvem os cantos”. Além disso, que
é que lhe podia ameaçar? Resposta: O (= aquilo). Então, o que lhes podia ameaçar.
C) Correta.
D) Que é que faz falta? Resposta: “ouvir”. Então, “faz falta ouvir”. Além disso, quem é
que disfruta de algo? Resposta: “o autor”. Então, “de cujos encantos já não desfruta”.
E) “Haver” no sentido de “existir” é impessoal e fica no singular. Ou seja, “sempre
haverá os que defendem”. Além disso, “tratar-se de”, indicando assunto, sempre fica no
singular: “quando se trata de poupar as vítimas”.

Gabarito: C

TÓPICO 3 – DISCURSO DIRETO E INDIRETO

Þ Aparato teórico:

1. Características do discurso direto:

Exemplo:

João disse: “Sou confuso”.

a) Reprodução literal das palavras de alguém;

b) Sinais de pontuação introduzindo o discurso;

c) Verbo do discurso na primeira, na segunda ou na terceira pessoa tanto do singular


quanto do plural (João disse: “Eu sou confuso” / “Tu és confuso” / “Ele é confuso” /
“Nós somos confusos” / “Vós sois confusos” / “Eles são confusos”)

2. Características do discurso indireto:

João disse que era confuso.

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a) Reprodução das palavras de alguém com algumas adaptações, sobretudo nos tempos
verbais e em alguns pronomes ou expressões de valor temporal);

b) Não há sinais de pontuação introduzindo o discurso.

c) O verbo DO DISCURSO vai para a terceira pessoa (se, no discurso direto, a frase
fosse

João disse: “Eu sou confuso”,

no discurso indireto ela viraria “João disse que ELE ERA confuso”.

d) O discurso passa a ser introduzido pelas conjunções integrantes “que” ou “se”:

“João disse QUE viajaríamos.”

“João perguntou SE viajaríamos.”

3. A transformação dos tempos e modos verbais:

A passagem do discurso direto para o indireto e vice-versa faz com que haja
necessária alteração em relação aos tempos verbais abaixo.

Transformação dos tempos verbais


Discurso Direto Discurso Indireto
Presente do Indicativo Pretérito Imperfeito do Indicativo
João disse: “Amo vegetais”. João disse que amava vegetais.
Pretérito Perfeito Pretérito mais-que-perfeito
João disse: “Amei o jantar” João disse que amara / tinha amado / havia
amado o jantar
Futuro do Presente do Indicativo Futuro do Pretérito do Indicativo
João disse: “Amarei o filme”. João disse que amaria o filme.
Imperativo Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
João ordenou à filha: “Limpe a casa”. João ordenou à filha que limpasse a casa.

4. Discurso indireto livre:

O discurso indireto livre ocorre quando, em meio a uma fala aparentemente em


discurso indireto, intervém uma fala em discurso direto (isto é, do próprio personagem),
sem que haja o anúncio dessa fala pelo verbo dicendi (aquele que antecede os dois
pontos no discurso direto) nem da conjunção integrante (“que” ou “se”).

Exemplo:

Fabiano caminhava pela caatinga. Pensava que as coisas eram difíceis. COMO É QUE
A VIDA ME DERRUBOU ASSIM? Não sabia, era difícil saber.

16
Revisão Final FCC – TRT21 – Língua Portuguesa – Prof. Marcello Giulian

O trecho em negrito, que seria uma FALA DE FABIANO não anunciada por
verbo dicendi (“Fabiano pensou...) nem por conjunção integrante (“Fabiano pensou
que...”) é o que faz com que o trecho esteja em discurso indireto.

5. E se não houver a resposta perfeita?

Caso nenhuma das alternativas faça a transposição exata, perfeita, palavra por
palavra da frase original, teremos de escolher a melhor entre as alternativas possíveis.
Não há nenhuma chance de a questão ser anulada por esse motivo. O fundamental da
transposição dos discursos é que o sentido geral da frase seja mantido. Havendo isso,
estará tudo bem. Para nossa sorte, a FCC costuma fazer a transposição perfeitinha, mas
isso pode não ocorrer.

Questão 1 – TRT17 – TJAA

Tio Maneco disse para o meu pai: – Esse cachorro é veadeiro.

Ao se transpor o texto acima para o discurso indireto, a forma verbal sublinhada será
substituída por

(A) foi.
(B) fosse.
(C) era.
(D) seja.
(E) fora.

RESPOSTA COMENTADA

Existe um esquema de transformação de tempos e modos verbais do Discurso Direto


para o Discurso Indireto e vice-versa:

Transformação dos tempos verbais


Discurso Direto Discurso Indireto
Presente do Indicativo Pretérito Imperfeito do Indicativo
João disse: “Amo vegetais”. João disse que amava vegetais.
Pretérito Perfeito Pretérito mais-que-perfeito
João disse: “Amei o jantar” João disse que amara / tinha amado / havia
amado o jantar
Futuro do Presente do Indicativo Futuro do Pretérito do Indicativo
João disse: “Amarei o filme”. João disse que amaria o filme.
Imperativo Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
João ordenou à filha: “Limpe a casa”. João ordenou à filha que limpasse a casa.

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Revisão Final FCC – TRT21 – Língua Portuguesa – Prof. Marcello Giulian

Se no Discurso Direto estava no presente (É), no indireto estará no pretérito imperfeito


(ERA)

Tio Maneco disse para o meu pai: – Esse cachorro é veadeiro. (Direto)

Tio Maneco disse para o meu pai que aquele cachorro E RA veadeiro.

Gabarito: C.

Questão 2 –TRT5 – TJAA

Pedia apenas que esperassem duas semanas (2º parágrafo)

Ao ser transpor o trecho acima para o discurso direto, o termo sublinhado assume a
seguinte forma:

(A) esperam.
(B) esperaram.
(C) esperem.
(D) esperavam.
(E) esperariam.

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Indireto estava no


Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, no Discurso Direto estará no Imperativo.

Pedia apenas que esperassem duas semanas (Indireto)

Pedia apenas: “Esperem duas semanas” (Direto)

Gabarito: C.

Questão 3 – TRT22 – TJAA

− [...] que [...] você foi fazer naqueles matos [...]?” (4º parágrafo)

Transposto para o discurso indireto, o trecho acima assumirá a seguinte redação:

(A) O cronista perguntou ao amigo o que ele tinha ido fazer naqueles matos.
(B) O cronista perguntou ao amigo: – O que você haveria de fazer naqueles matos?

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Revisão Final FCC – TRT21 – Língua Portuguesa – Prof. Marcello Giulian

(C) O cronista perguntou ao amigo o que ele ia fazer naqueles matos.


(D) O cronista perguntou ao amigo: – O que você iria fazer naqueles matos?
(E) O cronista perguntou ao amigo o que ele iria fazer naqueles matos.

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Direto estava no


Pretérito Perfeito do Indicativo (FOI), no Discurso Indireto estará no Pretérito Mais-
que-perfeito (FORA, TINHA IDO, HAVIA IDO).

− [...] que [...] você FOI fazer naqueles matos [...]?” (4º parágrafo)

Pelo próprio tempo verbal, somente uma resposta é possível:

O cronista perguntou ao amigo o que ele TINHA IDO fazer naqueles matos.

Gabarito: A.

Questão 4 – TRT9 – TJAA

Transpondo-se a frase “Acontece em toda parte, mas no Rio tem um jeito especial de
acontecer que me emociona mais” para o discurso indireto, o resultado será: Disse que

(A) acontecia em toda parte, mas que no Rio teria havido um jeito especial de
acontecer que tinha lhe emocionado mais.
(B) acontece em toda parte, mas que no Rio teve um jeito especial de acontecer que
o emocionou mais.
(C) aconteceu em toda parte, mas que no Rio teve um jeito especial de acontecer que
o emocionara mais.
(D) aconteceria em toda parte, mas que no Rio teria um jeito especial de acontecer
que lhe emocionara mais.
(E) acontecia em toda parte, mas que no Rio tinha um jeito especial de acontecer
que o emocionava mais.

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Direto estava no


Presente do Indicativo (ACONTECE, TEM, EMOCIONA), no Discurso Indireto estará
no Pretérito Imperfeito (ACONTECIA, TINHA, EMOCIONAVA).

“Acontece em toda parte, mas no Rio tem um jeito especial de acontecer que me
emociona mais” (DIRETO)

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Disse que acontecia em toda parte, mas que no Rio tinha um jeito especial de acontecer
que o emocionava mais. (INDIRETO)

Gabarito: E.

Questão 5 – TRT9 – AJAA

Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.”

O período acima poderia ser reescrito em discurso indireto da seguinte forma:

Já esquecido de timidez e feiura, ele perguntou para ela

(A) para que soubera o que ele mais quis. E respondeu que poderia ser embalar você
no colo.
(B) se soubesse o que ele mais queria. E respondeu que é embalá-la no colo.
(C) para que soubesse o que ele mais queria. E respondeu que era embalá-la no
colo.
(D) se soube o que ele mais quis. E respondeu que seria embalar você no colo.
(E) se sabia o que ele mais queria. E respondeu que era embalá-la no colo.

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Direto estava no


Presente do Indicativo (SABE, É), no Discurso Indireto estará no Pretérito Imperfeito
(SABIA, ERA).

Já esquecido de timidez e feiura: “Sabe o que eu mais quero? É embalar você no colo.
(DIRETO)

Já esquecido de timidez e feiura, ele perguntou para ela se sabia o que ele mais queria. E
respondeu que era embalá-la no colo. (INDIRETO)

Gabarito: E.

Questão 6 –TRT9 – OJAF

"– Não, disse-lhe, deixa-me saber de tudo por boca do próprio réu.” (19° parágrafo)

Ao se transpor o trecho acima para o discurso indireto, o verbo sublinhado assume a


seguinte forma:

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(A) deixou.
(B) deixaria.
(C) deixe.
(D) deixava.
(E) deixasse.

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Direto estava no


imperativo (DEIXA), no Discurso Indireto estará no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
(DEIXASSE).

"– Não, disse-lhe, deixa-me saber de tudo por boca do próprio réu.” (DIRETO)

"– Não, disse-lhe que me deixasse saber de tudo por boca do próprio
réu.” (INDIRETO)

Gabarito: E.

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Questão 7 – TRT4 – TJAA

A voz do personagem mescla-se à voz do narrador, configurando o chamado discurso


indireto livre, no seguinte trecho:

(A) Seria indelicado insistir na recusa. E depois, por que não ir àquela sala? (11º
parágrafo)
(B) Alguém, informado da viagem, pedira ao amigo que levasse uma encomenda a
Assunção. (1º parágrafo)
(C) – Não é preciso – objetou o meu amigo. – Posso esperar perfeitamente aqui
mesmo. (7º parágrafo)
(D) – Obrigado – respondeu o amigo. – Não desejamos nada. Ou você, João, deseja
alguma coisa? (14º parágrafo)
(E) – Eu? Eu acho que estou aqui de intrometido. (24º parágrafo)

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RESPOSTA COMENTADA

O discurso indireto livre ocorre quando, em meio a uma fala em discurso indireto,
intervém uma fala em discurso direto (isto é, que seria do próprio personagem), sem que
haja o anúncio por meio do verbo dicendi (aquele que anuncia o discurso direto:
“disse”, “falou”, etc.) nem da conjunção integrante (“que” ou “se”). É o que ocorre na
alternativa A.

Gabarito: A.

Questão 8 – TRT4 – TJAA

– Não é preciso – objetou o meu amigo. – Posso esperar perfeitamente aqui mesmo. (7º
parágrafo)

Ao ser transposto para o discurso indireto, o trecho acima assume a seguinte redação:

(A) O meu amigo objetou que não era preciso, que podia esperar perfeitamente lá
mesmo.
(B) O meu amigo objetou: – Não era preciso. Podia esperar perfeitamente lá
mesmo.
(C) O meu amigo objetou que não foi preciso, que poderia esperar perfeitamente lá
mesmo.
(D) O meu amigo objetou: – Não preciso. Posso esperar perfeitamente aqui mesmo.
(E) O meu amigo objetou que não precisaria, que esperaria perfeitamente aqui
mesmo.

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Direto estava no


presente do indicativo (É, POSSO), no Discurso Indireto estará no Pretérito Imperfeito
do INDICATIVO (ERA, PODIA).

– Não É preciso – objetou o meu amigo. – POSSO esperar perfeitamente aqui


mesmo. (DIRETO)

O meu amigo objetou que não ERA preciso, que PODIA esperar perfeitamente lá
mesmo. (INDIRETO)

Gabarito: A.

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Questão 9 – TRT4 – AJAA

Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares
metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que
ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em
outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é
agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu
recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os
morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação
de propriedade.

– Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade
tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou;
ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça...

Que abismo que há entre o espírito e o coração! O espírito do ex-professor, vexado


daquele pensamento, arrepiou caminho, buscou outro assunto, uma canoa que ia
passando; o coração, porém, deixou-se estar a bater de alegria. Que lhe importa a canoa
nem o canoeiro, que os olhos de Rubião acompanham, arregalados? Ele, coração, vai
dizendo que, uma vez que a mana Piedade tinha de morrer, foi bom que não casasse;
podia vir um filho ou uma filha... – Bonita canoa! – Antes assim! – Como obedece bem
aos remos do homem! – O certo é que eles estão no Céu!

Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar,
ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os
metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que
era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala, um
Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, – primor de
argentaria, execução fina e acabada.

(Machado de Assis. Quincas Borba. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

Verifica-se a ocorrência de discurso indireto livre no seguinte trecho:

(A) – Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. (2º parágrafo)
(B) Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. (1º parágrafo)
(C) Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é
agora? Capitalista. (1º parágrafo)
(D) Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma
esperança colateral. (2º parágrafo)
(E) – Bonita canoa! – Antes assim! – Como obedece bem aos remos do homem! – O
certo é que eles estão no Céu! (3º parágrafo)

RESPOSTA COMENTADA

O discurso indireto livre ocorre quando, em meio a uma fala em discurso indireto,
intervém uma fala em discurso direto (isto é, que seria do próprio personagem), sem que
haja o anúncio por meio do verbo dicendi (aquele que anuncia o discurso direto:

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“disse”, “falou”, etc.) nem da conjunção integrante (“que” ou “se”). É o que ocorre na
alternativa C.

Gabarito: C.

Questão 10 – TRT4 – AJAA

Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo
ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e
não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!...” (3º
parágrafo)

Ao se transpor o trecho acima para o discurso indireto, os termos sublinhados assumem


as seguintes formas:

(A) assistira e voltara.


(B) assistiria e voltasse.
(C) assistia e voltava.
(D) assistiria e voltaria.
(E) assistia e voltasse.

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Direto estava no


presente do indicativo (ASSISTE), no Discurso Indireto estará no Pretérito Imperfeito
do INDICATIVO (ASSISTIA). E se no Discurso Direto estava no imperativo
(VOLTA), no Discurso Indireto estará no Pretérito Imperfeito do subjuntivo
(VOLTASSE).

– “Assiste” e “volta”. (DIRETO)

“Assistisse” e “voltasse”. (INDIRETO)

Gabarito: E.

Questão 11 – TRT23 – TJAA

“Um dia que outro contei para a Mãe que tinha visto / um passarinho a mastigar um
pedaço de vento.” (versos 44 e 45)

Ao se transpor o trecho acima para o discurso direto, a locução verbal sublinhada


assume a seguinte forma:

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(A) viu
(B) vejo
(C) vê
(D) Vi
(E) Via

RESPOSTA COMENTADA

De acordo com a mesma tabela colocada acima, se no Discurso Indireto estava no


pretérito mais-que-perfeito do indicativo (TINHA VISTO, HAVIA VISTO, VIRA), no
Discurso Indireto estará no Pretérito Perfeito do Indicativo (VI).

Um dia que outro contei para a Mãe que tinha visto / um passarinho a mastigar um
pedaço de vento. (INDIRETO)

Um dia que outro contei para a Mãe: “VI / um passarinho a mastigar um pedaço de
vento”. (DIRETO)

Gabarito: D.

Questão 12 – TRT12 – TJAA

O vigário respondeu que não via matéria de escândalo.

Transpondo o trecho acima para o discurso direto, o verbo da fala do vigário assume a
seguinte forma.

(A) Veria
(B) Viu
(C) Vejo
(D) Vira
(E) Vi

RESPOSTA COMENTADA

Quando, no discurso indireto, um verbo estiver no pretérito imperfeito do indicativo


(via, amava, dormia), no discurso direto ele estará no presente do indicativo (vejo, amo,
durmo). Sendo assim, a forma verbal “via” do discurso indireto transformar-se-á em
“vejo” no discurso direto.

O vigário respondeu: “Não vejo matéria de escândalo”.

Gabarito: C.

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TÓPICO 4 – FIGURAS DE LINGUAGEM

Þ Aparato teórico:

1. Comparação:

A comparação é uma aproximação de dois elementos devido a uma característica


comum a ambos. Para que se trate de uma comparação, é obrigatória a presença de uma
conjunção comparativa (“como”, tal qual”, “mais...que”, “menos...que”, “que nem”,
etc.).

Ela sempre agiu COMO um animal irracional.

2. Metáfora:

A metáfora também é uma aproximação entre dois elementos devido a uma


característica comum, no entanto, diferentemente da comparação, não apresenta
conjunção comparativa. Por isso, afirma-se, com razão, que a metáfora é uma
comparação sem o “como”.

Ela é um animal irracional. (Subentende-se que ele é “como” um animal irracional)

3. Prosopopeia / Personificação:

Trata-se de atribuir uma característica humana a algo não humano (um elemento
inanimado ou um animal, por exemplo).

Os problemas dão as mãos e saem a caminhar pela rua.

4. Eufemismo:

O eufemismo é uma suavização na expressão de algo, para que aquilo que é expresso
não soe “grosseiro”.

Minha mãe virou uma estrelinha. (Ou seja, “minha mãe morreu”)

5. Pleonasmo:

O pleonasmo é uma repetição de algo, de modo que a expressão se torne redundante. Há


os chamados pleonasmos viciosos (aqueles totalmente desnecessários) e aqueles que
têm um valor estilístico poético ou de reforço.

Subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, etc. (pleonasmos viciosos)

Chovia uma chuvinha fina de resignação. (pleonasmo poético)

De qualquer modo, ambos são pleonasmos, ambos exemplificam redundâncias,


independentemente de qual tenha sido a intenção do autor.

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6. Ironia:

A ironia consiste em afirmar exatamente o contrário do que se quer dizer. No caso da


ironia, o que se pretende é que o interlocutor compreenda aquilo que se quis dizer, e não
aquilo que se disse.

Bill Gates é um homem paupérrimo. (querendo-se dizer que ele é, na verdade,


riquíssimo)

7. Antítese:

A antítese nada mais é do que a escrita de palavras opostas.

Longa é a arte, curta é a vida.

8. Paradoxo:

O paradoxo diferencia-se da antítese devido ao fato de os elementos opostos


coexistirem de modo logicamente inaceitável em um mesmo elemento. Sendo assim,
enquanto a antítese é apenas uma oposição, o paradoxo é uma contradição.

Foi sem querer querendo. (Se foi sem querer, não foi querendo; se foi querendo, não foi
sem querer)

9. Metonímia:

A metonímia é uma figura de linguagem que consiste na substituição de um elemento


pelo outro.

Eu leio Drummond. (Substituição da obra pelo autor)

A humanidade está deprimida. (Substituição da parte pelo todo)

Bebi dois copos de cerveja. (Substituição do conteúdo pelo continente)

Os livros vencerão as armas. (Substituição da coisa simbolizada pelo objeto que


simboliza)

10. Hipérbole:

A hipérbole é um exagero.

Eu já falei isso um milhão de meses.

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Questão 1 – TRT17 – TJAA

Na construção da fábula, Esopo recorre fundamentalmente à seguinte figura de


linguagem:

Um cabrito que ficou por último atrás do rebanho estava sendo perseguido por um lobo.
Então ele se virou para o lobo e disse: “Lobo, estou conformado em ser sua comida.
Mas, para que eu não morra de forma indigna, toque uma flauta para eu dançar.” E o
lobo se pôs a tocar flauta e o cabrito, a dançar. Entretanto, os cães o ouviram e saíram
no encalço do lobo. Então este se voltou e disse ao cabrito: “Isso é benfeito para mim,
pois eu, que sou magarefe*, não devia me pôr a imitar um flautista.”

(Esopo. Fábulas completas. São Paulo: Cosac Naify, 2013)

(A) personificação.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) antítese.
(E) pleonasmo.

RESPOSTA COMENTADA

Temos um cabrito (portanto, algo não humano) que fala e dança, e temos um lobo
(portanto, algo não humano) que toca flauta. Sendo assim, fica evidente que a figura de
linguagem à qual o autor recorre é a Prosopopeia ou Personificação, que consiste em
atribuir qualidades humanas a elementos não humanos.

Gabarito: A.

Questão 2 – TRT14 – AJAJ

A chama é bela

Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela lareira, e para meus
filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do fogo, da brasa que arde, da chama, era um
fenômeno absolutamente novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles
deixavam a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qualquer
programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas fixos como um programa
televisivo.

O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do inflamar-se de ódio ao fogo da


paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz ofuscante que os olhos não podem fixar, como
não podem encarar o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de claro-escuro, vigílias
noturnas nas quais uma chama solitária nos obriga a imaginar coisas sem nome...

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Revisão Final FCC – TRT21 – Língua Portuguesa – Prof. Marcello Giulian

O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância cada vez mais leve e
aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à chama branca do ápice, até desmaiar em
fumaça... Nesse sentido, a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência
e, contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da Terra, é
também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é também experiência de seu
apagar-se e de sua contínua fragilidade.

(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: Record, 2021, p.
54-55)

O autor lembra que o fogo se presta a ser percebido em níveis fundamentalmente


antagônicos quando contrasta as expressões

(A) a lareira estava acesa // experiência do fogo (1º parágrafo)


(B) contava histórias infinitas // não seguia esquemas fixos (1º parágrafo)
(C) luz ofuscante // não podem encarar o sol (2º parágrafo)
(D) jogos de claro-escuro // vigílias noturnas (2º parágrafo)
(E) natureza ascensional // profundidades infernais (3º parágrafo)

RESPOSTA COMENTADA

Níveis antagônicos são expressos pela figura de linguagem Antítese, que consiste na
aproximação e oposição de palavras de sentidos opostos dentro de seu contexto de uso.
Das hipóteses fornecidas, apenas a letra C apresenta oposição entre “uma luz ofuscante”
e “não poder encarar o sol”.

Gabarito: E.

Questão 3 – TRT22 – TJAA

O cronista lança mão da figura de linguagem conhecida como personificação no


seguinte trecho:

(A) jamais tendo feito um laço de caçador, soube improvisá-lo com perícia de
muitos milhares de anos (6º parágrafo)
(B) A armadura dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele (2º parágrafo)
(C) Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal, pois é de feitio manso, mas
o velho instinto cavernal acordou nele, ao sentir qualquer coisa a certa
distância, parecida com a forma de um bicho (6º parágrafo)
(D) o tatu ignora sabiamente os idiomas humanos, sem exceção, além de não
acreditar em audiência civilizada para seus queixumes (2º parágrafo)
(E) O caso é que meu amigo tem em sua casa um tatu (8º parágrafo)

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Revisão Final FCC – TRT21 – Língua Portuguesa – Prof. Marcello Giulian

RESPOSTA COMENTADA

Personificação ou Prosopopeia consiste em atribuir qualidades humanas a seres não


humanos. “Crer” ou “não crer” são atributos humanos que, no texto, referem-se ao tatu.
Temos, portanto, uma personificação.

Gabarito: D.

Questão 4 – TRT9 – TJAA

O animal humano, que é parte da natureza e que dela depende, não se resignou
a viver para sempre à mercê dos frutos espontâneos da terra. O desafio que desde logo
se insinuou foi: como induzir o mundo natural a somar forças e multiplicar o resultado
do esforço humano? Como colocá-lo a serviço do homem? O passo decisivo nessa busca
foi a descoberta, antes prática que teórica, de que “domina-se a natureza obedecendo-
se a ela”. A sagacidade do animal humano soube encontrar nos caminhos do mundo
como ele se põe (natura naturans: “a natureza causando a natureza”) as chaves de
acesso ao mundo como ele pode ser (natura naturata: “a natureza causada”).

Processos naturais, desde que devidamente sujeitos à observação e


direcionamento pela mão do homem, podiam se tornar inigualáveis aliados na luta pelo
sustento diário. Em vez de tão somente surpreender e pilhar os seres vivos que a natureza
oferece para uso e desfrute imediato, como fazia o caçador-coletor, tratava-se de
compreender suas regularidades, acatar sua lógica, identificar e aprimorar suas
espécies mais promissoras e, desse modo, cooptá-los em definitivo para a tarefa de
potencializar os meios de vida. Se a realidade designada pelo termo civilização não se
deixa definir com facilidade, uma coisa é certa: nenhum conceito que deixe de dar o
devido peso a essa mudança na relação homem-natureza poderá ser julgado completo.
A domesticação sistemática, em larga escala, de plantas e animais deu à humanidade
maior segurança alimentar e trouxe extraordinárias conquistas materiais. Mas ela não
veio só. O advento da sociedade agropastoril teve como contrapartida direta e necessária
uma mudança menos saliente à primeira vista, mas nem por isso de menor monta: a
profunda transformação da psicologia temporal do animal humano.

A domesticação da natureza externa exigiu um enorme empenho na domesticação


da natureza interna do homem. Pois a prática da agricultura e do pastoreio implicou
uma vasta readaptação dos valores, crenças, instituições e formas de vida aos seus
métodos e exigências. Entre os acontecimentos da história mundial que modificaram de
maneira permanente os hábitos mentais do homem, seria difícil encontrar algum que
pudesse rivalizar com o impacto da transição para a sociedade de base agrícola e
pastoril em toda a forma como percebemos e lidamos com a dimensão temporal da vida
prática.

(GIANNETTI, Eduardo. O valor do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras,


edição digital. Adaptado)

Considerando as ideias expostas no texto, constitui um aparente paradoxo o que se


encontra em:

31
Revisão Final FCC – TRT21 – Língua Portuguesa – Prof. Marcello Giulian

(A) domina-se a natureza obedecendo-se a ela (1° parágrafo)


(B) que é parte da natureza e que dela depende (1º parágrafo)
(C) a prática da agricultura e do pastoreio implicou uma vasta readaptação dos
valores (3° parágrafo)
(D) tratava-se de compreender suas regularidades, acatar sua lógica (2° parágrafo)
(E) A domesticação sistemática, em larga escala, de plantas e animais trouxe
extraordinárias conquistas materiais. (2° parágrafo)

RESPOSTA COMENTADA

O paradoxo é uma oposição que cria uma contradição lógica, ou seja, que aproxima
duas coisas que, em tese, são excludentes na realidade objetiva. Exemplo clássico é a
fala de Chaves: “Foi sem querer querendo”. Por que se trata de um paradoxo? Porque,
se foi “sem querer”, não há como ter sido “querendo”, e vice-versa. No texto, há
antagonismo entre as ideias explicitadas na letra A, pois “dominar a natureza” é, ao
menos em teoria, contraditório em relação a “obedecer a ela”.

Gabarito: A.

Questão 5 – TRT9 – TJAA

Bem no fundo
No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,


aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,


maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,


problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
(LEMINSKI, Paulo. Toda poesia, 2013)

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O autor recorre à personificação no seguinte verso:

(A) maldito seja quem olhar para trás


(B) de ver nossos problemas
(C) lá pra trás não há nada
(D) saem todos a passear
(E) aquela mágoa sem remédio

RESPOSTA COMENTADA

Personificação ou Prosopopeia consiste em atribuir qualidades humanas a seres não


humanos. No texto, quem “sai para passear” são os problemas. Por isso a
personificação. Note-se que as qualidades humanas podem ser atribuídas a animais ou a
seres inanimados.

Gabarito: D.

Questão 6 – TRT9 – OJAF

1 Antigamente, se morria.
1907, digamos, aquilo sim
é que era morrer.
Morria gente todo dia,
e morria com muito prazer,
já que todo mundo sabia
que o Juízo, afinal, viria,
e todo mundo ia renascer.
Morria-se praticamente de tudo.

10 De doença, de parto, de tosse.


E ainda se morria de amor,
como se o amar morte fosse.
Pra morrer, bastava um susto,
um lenço no vento, um suspiro e pronto,
lá se ia nosso defunto
para a terra dos pés juntos.
Dia de anos, casamento, batizado,
morrer era um tipo de festa,
uma das coisas da vida,

20 como ser ou não ser convidado.


O escândalo era de praxe.
Mas os danos eram pequenos.
Descansou. Partiu. Deus o tenha.
Sempre alguém tinha uma frase

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que deixava aquilo mais ou menos.


Tinha coisas que matavam na certa.
Pepino com leite, vento encanado,
praga de velha e amor mal curado.
Tinha coisas que tem que morrer,

30 tinha coisas que tem que matar.


A honra, a terra e o sangue
mandou muita gente praquele lugar.
Que mais podia um velho fazer,
nos idos de 1916,
a não ser pegar pneumonia,
deixar tudo para os filhos
e virar fotografia?
Ninguém vivia pra sempre.
Afinal, a vida é um upa.

40 Não deu pra ir mais além.


Mas ninguém tem culpa.
Quem mandou não ser devoto
de Santo Inácio de Acapulco,
Menino Jesus de Praga?
O diabo anda solto.
Aqui se faz, aqui se paga.
Almoçou e fez a barba,
tomou banho e foi no vento.
Não tem o que reclamar.

50 Agora, vamos ao testamento.


Hoje, a morte está difícil.
Tem recursos, tem asilos, tem remédios.
Agora, a morte tem limites.
E, em caso de necessidade,
a ciência da eternidade
inventou a criônica.
Hoje, sim, pessoal, a vida é crônica.

(LEMINSKI, Paulo. Toda poesia, 2013)

Considere os seguintes trechos:

I. “Descansou. Partiu. Deus o tenha.” (verso 23)


II. “deixar tudo para os filhos / e virar fotografia?” (versos 36 e 37)
III. “Mas ninguém tem culpa.” (verso 41)

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Ocorre eufemismo em

(A) III, apenas.


(B) I, apenas.
(C) II, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) I, II e III.

RESPOSTA COMENTADA

O Eufemismo é a suavização de algo por meio de uma expressão mais branda. Quando
se diz que alguém “virou uma estrelinha” para explicar uma morte a uma criança, está-
se lançando mão de um eufemismo. O mesmo ocorre quando se diz que “João não é dos
mais bonitos”, para que não se diga que João é, na verdade, feio.

Nas alternativas I e II, temos eufemismos relacionados à morte. “Descansou. Partiu.


Deus o tenha” são alusões à morte. Do mesmo modo, “deixar tudo para os filhos e virar
fotografia”. Já na alternativa III, a afirmação “ninguém tem culpa” não é a suavização
de algo mais brutal, portanto não é considerado um eufemismo.

Gabarito: D.

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Questão 7 – TRT4 – TJAA

O narrador recorre a uma expressão paradoxal no seguinte trecho:

(A) “Saiu para confabular mais adiante” (5º parágrafo).


(B) “há uma hora na vida em que até os VIP escasseiam” (13º parágrafo).
(C) “foram convidados por um garçom solícito a beber qualquer coisa” (13º
parágrafo).
(D) “Subiram pelas escadas rolantes” (12º parágrafo).
(E) “ia pedindo passagem para os dois ilustres desconhecidos” (12º parágrafo).

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RESPOSTA COMENTADA

Como vimos, Paradoxo é a oposição que cria uma contradição lógica no campo da
realidade. Partindo-se do pressuposto de que “pedir passagem” é algo que se faça para
pessoas famosas e reconhecidas, o fato de se tratar de “dois desconhecidos” (duas
pessoas sem fama) torna a situação paradoxal.

Gabarito: E.

Questão 8 – TRT4 – TJAA

A antítese é uma figura pela qual se opõem, numa mesma frase, duas palavras ou dois
pensamentos de sentido contrário, a exemplo do que se verifica em:

(A) – Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. (2º parágrafo)
(B) Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. (1º parágrafo)
(C) Que lhe importa a canoa nem o canoeiro, que os olhos de Rubião acompanham,
arregalados? (3º parágrafo)
(D) – Como obedece bem aos remos do homem! (3º parágrafo)
(E) Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente
mirando a bandeja, que era de prata lavrada. (4º parágrafo)

RESPOSTA COMENTADA

Antítese é oposição entre palavras antagônicas. Claramente, há antítese na alternativa A:


“direito” e “tortas” são palavras que se opõem no contexto.

Gabarito: A.

Questão 9 – TRT23 – TJAA

O eu-lírico recorre à figura de linguagem denominada metonímia em:

(A) “O lugar onde a gente morava quase só tinha bicho” (verso 1)


(B) “Ela tocava para nós Vivaldi.” (verso 42)
(C) “A gente se sentia como um pedaço de formiga perdida” (verso 23)
(D) “Ah, o pai! O pai vaquejava e vaquejava.” (verso 12)
(E) “A mãe aflitíssima estava.” (verso 37)

RESPOSTA COMENTADA

Metonímia é a figura de linguagem na qual há uma substituição, que pode ser dar em
vários campos.

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- Do autor pela obra: Eu ouço Chico Buarque (em vez de “as músicas” de Chico
Buarque).
- Do todo pela parte: A humanidade está deprimida (em vez de “muitas pessoas” estão
deprimidas).
- Do conteúdo pelo continente: Bebi dois copos de cerveja (a pessoa não bebeu os
copos, e sim o líquido).
- E outras mais.
Na alternativa B, há o mais clássico exemplo de Metonímia, que é substituir a obra pelo
autor: “Ele tocava as músicas de Vivaldi”.

Gabarito: B.

Questão 10 – TRT12 – TJAA

O cronista recorre à figura de linguagem conhecida como eufemismo em:

(A) O estupor e a revolta não tiveram limites.


(B) Alguém então teve a ideia de se levar uma denúncia ao bispo da diocese.
(C) Francamente, este cemitério é indigno do progresso da cidade.
(D) Deus, de repente, chamara o farmacêutico.
(E) O antigo cemitério da cidade transformara-se escandalosamente numa horta.

RESPOSTA COMENTADA

Na alternativa D, a frase “Deus, de repente, chamara o farmacêutico”, indica-se que o


farmacêutico morreu. Sendo assim, trata-se de um eufemismo, que é uma suavização da
expressão para que a mensagem veiculada se torne menos chocante. Os mais comuns
eufemismos são os relacionados à morte, como “vovô foi para o céu, virou estrelinha,
não está mais entre nós e outros”. Na frase, há mais um eufemismo para a morte.

Gabarito: D.

TÓPICO 5 – ORAÇÕES / NEXOS ORACIONAIS

Þ Aparato teórico:

As questões da FCC que envolvem orações / nexos oracionais são


tranquilíssimas se comparadas tanto ao modo como outras bancas cobram essas
matérias quanto ao nível de dificuldade que a FCC impõe a outras matérias até mais
simples do que essas.
O que mais aparece é, sem dúvidas, a substituição de um nexo oracional por
outro ou a classificação do nexo oracional utilizado. Assim, é necessário que se saiba
decoradamente as conjunções coordenativas e as subordinativas adverbiais.

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1. Orações coordenadas sindéticas:

Primeiro, não custa lembrar: a oração que acompanha uma Oração Coordenada
Sindética é uma Oração Coordenada Assindética:

“Ele é bonito, mas tem pouca inteligência.”

“Ele é bonito” = Oração Coordenada Assindética;

“mas tem pouca inteligência” = Oração Coordenada Sindética.

Agora, vamos às classificações:

a) Aditivas: e, nem, tampouco, não só ... mas também, etc.


b) Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante, etc.
c) Alternativas: ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ... seja, etc.
d) Conclusivas: portanto, logo, por isso, por conseguinte, consequentemente, destarte,
assim, então, pois (deslocado e posposto ao verbo), etc.
e) Explicativas: porque, pois, porquanto, que (antecedidos por hipótese, ordem pedido,
desejo, conselho).

2. Orações subordinadas adverbiais:

De novo, lembremos: a oração que acompanha uma Oração Subordinada


(Adverbial, Adjetiva ou Substantiva, tanto faz) é uma Oração Principal:

“Ele é bonito, embora tenha pouca inteligência.”

“Ele é bonito” = Oração Principal;

“embora pouca inteligência” = Oração Subordinada Adverbial Concessiva.

a) Causais: já que, visto que, uma vez que, porque, como (no início da frase e
equivalendo a “já que”), etc.
b) Comparativas: como (equivalendo a “igual” ou “igual a”), tal qual, mais ... (do) que,
menos .... (do) que, maior ... (do) que, etc.
c) Conformativas: conforme, segundo, consoante, como (equivalendo a “conforme”).
d) Consecutivas: tão ... que, tal ... que, tanto ... que, tamanho ... que.
e) Finais: a fim de que, para qie, a fim de, para.
f) Proporcionais: à proporção que, à medida que, quanto mais ... mais, quanto mais ...
menos, quanto maior .... maior, etc.
g) Temporais: quando, assim que, logo que, desde que (= desde quando), antes que,
depois que, enquanto, até que, etc.
h) Condicionais: se, caso, desde que (= caso), contanto que, a não ser que, a menos que,
etc.
i) Concessivas: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, conquanto, apesar de que,
posto que (“posto que” JAMAIS SERÁ CAUSAL!).

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Observação:

No caso das Orações Subordinadas Adverbiais, é possível que seja cobrado o


sentido contextual de uma oração reduzida (lembrando: as reduzidas apresentam verbo
no infinitivo, no gerúndio ou no particípio e não são introduzidas por conjunção). Nesse
caso, será o sentido contextual que nos levará à classificação:

Este caso, dependendo de mim, será arquivado. (A oração destacada tem valor
condicional, pois equivale a “se depender de mim”.)

João, pousando em solo argentino, enviará uma mensagem. (A oração destacada tem
valor temporal, pois equivale a “quando pousar”, “assim que pousar em solo
argentino”.)

Paulo, por ser brasileiro, fala português. (A oração destacada tem valor causal, pois
equivale a “já que é brasileiro”.)

As classificações possíveis das reduzidas são, além das três citadas acima (condicionais,
temporais, causais), “finais” ou “concessivas”:

Saí cedo, a fim de não perder o voo. (A oração destacada tem valor final, pois
equivale a “a fim de que não perdesse o voo”.)

João, sendo riquíssimo, não ajudava ninguém. (A oração destacada tem valor
concessivo, pois equivale a “embora fosse riquíssimo”.)

3. Orações subordinadas adjetivas:

Quanto às orações subordinadas adjetivas, não há muito a saber, mas o essencial


tem de ser MUITO bem sabido.

a) Classificações:

EXPLICATIVAS (referem-se ao todo e são isoladas por vírgulas) e


RESTRITIVAS (referem-se a parte do todo e não são isoladas por vírgulas).

b) Mudança de pontuação = mudança de sentido:

SEMPRE que se acrescentarem vírgulas ou se suprimirem vírgulas de uma


oração subordinada, seu sentido será modificado.

As mulheres que não são confiáveis mentem muito. (Oração subordinada adjetiva
restritiva; segundo a frase, não ser confiável é atributo de parte do grupo das mulheres;
ou seja, há mulheres confiáveis e mulheres não confiáveis).

As mulheres, que não são confiáveis, mentem muito. (Oração subordinada adjetiva
explicativa; segundo a frase, não ser confiável é atributo da totalidade do grupo das
mulheres; ou seja, todas as mulheres não são confiáveis).

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c) Os pronomes relativos:

As orações subordinadas adjetivas SEMPRE são introduzidas por pronomes


relativos: que, o qual, cujo, onde, quem, etc.

d) Função sintática DA ORAÇÃO:

A oração subordinada adjetiva, em sua totalidade, SEMPRE tem a função


sintática de Adjunto Adnominal. SEMPRE.

4. Orações subordinadas substantivas:

São introduzidas pelas conjunções integrantes “que” e “se” (= ISSO) e


desempenham uma de seis funções sintáticas possíveis:

a) Sujeito (O. S. S. Subjetiva): É difícil QUE ELE GANHE.


b) Objeto Direto (O. S. S. Objetiva Direta): Eu disse QUE ELE GANHARIA.
c) Objeto Indireto (O. S. S. Objetiva Indireta): Eu duvidei DE QUE ELE GANHASSE.
d) Complemento Nominal (O. S. S. Completiva Nominal): Eu tenho certeza DE QUE
ELE GANHARÁ.
e) Aposto (O. S. S. Apositiva): Tenho um medo: QUE ELE MORRA.
f) Predicativo (O. S. S. Predicativa): O importante É QUE TENTAMOS.

Questão 1 –TRT17 – TJAA

Em Entretanto, os cães o ouviram e saíram no encalço do lobo, o termo sublinhado


pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:

(A) Além disso


(B) Contudo
(C) Portanto
(D) Mesmo assim
(E) Por isso

RESPOSTA COMENTADA

Adversativos: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.


Além disso: aditivo.
Portanto: conclusivo.
Mesmo assim: concessivo.
Por isso: conclusivo.

Gabarito: B.

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Questão 2 – TRT17 – TJAA

Exprime circunstância de tempo o termo sublinhado em:

(A) Entretanto, os cães o ouviram


(B) Mas, para que eu não morra de forma indigna
(C) Então ele se virou para o lobo
(D) Isso é benfeito para mim
(E) pois eu, que sou magarefe

RESPOSTA COMENTADA

Entretanto = adversativo.
Mas = adversativo.
Então = temporal (nesse momento).
“Isso” não é nexo oracional.
Pois = explicativo ou causal.

Gabarito: C.

Questão 3 – TRT14 – TJAA

Quando criança, fui ensinada que a população negra havia sido escrava e ponto.
(1º parágrafo) No contexto, o trecho sublinhado acima expressa a ideia de

(A) tempo.
(B) condição.
(C) concessão.
(D) proporção.
(E) comparação.

RESPOSTA COMENTADA

“Quando” é o típico nexo oracional que exprime tempo.

Gabarito: A.

Questão 4 – TRT9 – TJAA

As vírgulas isolam um segmento que expressa ideia de condição no seguinte trecho:

(A) A domesticação sistemática, em larga escala, de plantas e animais


(B) O passo decisivo nessa busca foi a descoberta, antes prática que teórica, de que
(C) tratava-se de compreender suas regularidades, acatar sua lógica, identificar e
aprimorar suas espécies mais promissoras

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(D) Em vez de tão somente surpreender e pilhar os seres vivos que a natureza
oferece para uso e desfrute imediato, como fazia o caçador-coletor, tratava-se
de compreende
(E) Processos naturais, desde que devidamente sujeitos à observação e
direcionamento pela mão do homem, podiam

RESPOSTA COMENTADA

Embora cite as vírgulas, a questão não é sobre pontuação. Trata-se de localizar em qual
alternativa as vírgulas (que estão sendo usadas de modo correto em todas as
alternativas) estão isolando um segmento que expressa ideia de condição.

Isso ocorre na alternativa E: “desde que devidamente sujeitos”, “contanto que


devidamente sujeitos”, “se devidamente sujeitos”.

Gabarito: E.

Questão 5 – TRT9 – AJAA

Sintaticamente, o período Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode
nos garantir experiência saudável nesse ambiente caracteriza-se pela presença de uma
oração principal e

(A) duas subordinadas, uma com função de sujeito e outra como complemento
verbal.
(B) duas subordinadas, ambas com função de sujeito.
(C) uma subordinada com função de complemento verbal.
(D) uma subordinada com função de sujeito.
(E) duas subordinadas, uma com função de adjunto adnominal e outra como
sujeito.

RESPOSTA COMENTADA

Há duas orações subordinadas, ambas substantivas:

1ª) O que pode nos garantir uma experiência saudável? “Não ignorar que cada um de
nós é o verdadeiro produto” = Oração subordinada substantiva subjetiva = oração com
função de sujeito.

2ª) “Não ignorar ISSO, ou seja, “que cada um de nós é o verdadeiro produto” é uma
oração subordinada substantiva objetiva direta. Como o objeto direto é um
complemento verbal, é uma oração com valor de complemento verbal.

Gabarito: A.

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Questão 6 – TRT9 – OJAF

Em “Nada pude descobrir. Entretanto, picava-me a curiosidade.” (4° /5° parágrafos), o


termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:

(A) Na verdade
(B) Não obstante
(C) Por conseguinte
(D) Além disso
(E) Em razão disso

RESPOSTA COMENTADA

“Entretanto” tem valor adversativo, assim como “mas, porém, todavia, contudo, etc.”
Nas alternativas, além da correta, também são nexos “além disso”, que exprime ideia de
adição, e “por conseguinte”, que exprime ideia de conclusão.

Gabarito: B.

Questão 7 – TRT4 – TJAA

Em Embora idade e senso eu aparente, / Não vos iluda o velho que aqui vai: (3ª
estrofe), o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por:

(A) Conquanto
(B) Contanto que
(C) Porquanto
(D) Desde que
(E) Contudo

RESPOSTA COMENTADA

“Embora” é conjunção concessiva, assim como “ainda que, mesmo que,


CONQUANTO, apesar de que, malgrado, mesmo que, etc.”

Contanto que = condicional.


Porquanto = explicativo.
Desde que = condicional (Eu ajudaria, desde que pedissem) ou temporal (Desde que
cheguei, estou sentado).
Contudo = adversativo.

Gabarito: A.

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Questão 8 – TRT4 – AJAA

Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia
disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os
metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que
era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala, um
Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, – primor de
argentaria, execução fina e acabada.

Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja (4º parágrafo)

Em relação à oração que a sucede, a oração sublinhada expressa ideia de

(A) comparação.
(B) Concessão
(C) causa.
(D) condição.
(E) consequência.

RESPOSTA COMENTADA

Aqui temos uma questão de aparência muito traiçoeira, uma vez que, ao enxergarmos a
conjunção “porém”, pensamos imediatamente nos nexos adversativos (e de fato
“porém” é adversativo). Ocorre que, entre as respostas corretas, não há a alternativa
“oposição”, que seria o mais óbvio para nexos dessa natureza. A oração sublinhada
inteira exerce, em relação à seguinte, ideia de condição. O que se está dizendo é que, SE
Rubião tivesse de escolher, CASO Rubião tivesse de escolher entre as figuras de da sala
e a bandeja, ele escolheria a bandeja.

Gabarito: D.

Questão 9 – TRT23 – TJAA

Em “Porém à noite a mãe ainda encontrava uma horinha” (verso 40), o termo
sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido original, por:

(A) Porquanto.
(B) Conquanto.
(C) Contudo.
(D) Conforme.
(E) Portanto.

RESPOSTA COMENTADA

“Porém” é conjunção adversativa, assim como “contudo”.


Porquanto = explicativa.
Conquanto = concessiva.

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Conforme = conformativa.
Portanto = conclusiva.

Gabarito: C.

Questão 10 – TRT12 – TJAA

Em “O vigário, realizada a sua única aspiração, passou a desaparecer por longas horas
do dia”, a oração sublinhada expressa ideia de

(A) Tempo
(B) Proporção
(C) Concessão
(D) Condição
(E) Finalidade

RESPOSTA COMENTADA

A questão aborda a classificação de uma oração subordinada adverbial reduzida.


Reduzida será a oração que não é introduzida por conjunção e que apresenta o verbo em
uma das três formas nominais: infinitivo (amar, correr, dormir), gerúndio (amando,
correndo, dormindo) ou particípio (amado, corrido, dormido). Quando temos oração
reduzida, será o sentido que determinará se ela é temporal, concessiva, condicional,
final ou causal (essas são as cinco classificações possíveis de uma oração reduzida). No
contexto, teríamos: “O vigário, QUANDO REALIZOU SUA ÚNICA ASPIRAÇÃO,
passou a desaparecer...” Sendo assim, trata-se de uma noção de “tempo”.

Gabarito: A.

TÓPICO 6 – RETOMA TERMO ANTERIOR

Þ Aparato teórico:

São diversos os elementos que podem retomar termos anteriores.

a) Pronomes relativos:

1º) Todos os pronomes relativos (“que” = o qual, “o qual”, “cujo”, “onde” =


retomando lugar, “quem” = retomando pessoa) SEMPRE retomam elementos
anteriores. Portanto, se a banca perguntar qual dos elementos retoma e um deles for
pronome relativo, teremos a resposta:

“Eu detestei o homem QUE palestrou ontem”. (o pron. rel. “QUE” retoma “homem”)

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2º) Muitas vezes, é necessário determinar pelo contexto qual é o elemento


retomado. O pronome relativo “que”, por exemplo, é de uso bastante amplo, podendo
retomar pessoas, coisas, lugares, etc. Sendo assim, muitas vezes é o contexto que
determina qual elemento está sendo retomado.

“A moradora da casa QUE foi vendida está triste.” (“QUE” retoma, obviamente,
“moradora”)

“A moradora da casa QUE é advogada está ameaçando os vizinhos.” (“QUE” retoma,


obviamente, “moradora”)

Observação:

O pronome relativo “QUE” sempre retoma termo anterior. Sempre, sempre, sempre. Já
a conjunção integrante “QUE” (= isso) jamais retoma elemento anterior.

b) Pronomes pessoais oblíquos átonos O, A, OS, AS, LHE e LHES:

Os pronomes oblíquos de terceira pessoa que representam o objeto direto (o, a,


os, as) e o objeto indireto (lhe, lhes) retomam elementos anteriores. Para saber qual é o
elemento retomado, deveremos observar o contexto e eventualmente a concordância:

“A mulher cumprimentou os rapazes e OS observou com atenção.” (Observou quem?


Resposta: “os rapazes”. O pronome “OS” retoma e substitui “os rapazes”.)

“A mulher chamou o rapaz e LHE entregou o envelope.” (Entregou o envelope a quem?


Resposta: “ao rapaz”. O pronome “LHE” retoma e substitui “rapaz”.)

c) O que a FCC ama de paixão e SEMPRE COBRA:

A mais comum questão de retomada cobrada pela FCC diz respeito aos
pronomes relativos O, A, OS, AS em questões nas quais as alternativas apresentam
sublinhados, além dos pronomes citados, os artigos O e A ou a preposição A. O mais
importante: preposições e artigos não retomam termos anteriores, mas os pronomes
oblíquos retomam. Ou seja: nas alternativas, teremos de localizar qual dos elementos
sublinhados é o pronome oblíquo, que é quem retoma.

® Artigos O e A:

“O” e “A” serão artigos quando acompanharem substantivos com os quais


concordarem em gênero e número:

Eu cumprimentei O homem. (A mulher, OS homens, AS mulheres)

Nós sempre observávamos AS nuvens. (A nuvem, O céu, OS pássaros)

Relembrando: artigos NÃO RETOMAM elementos anteriores.

® Pronomes oblíquos O, A, OS e AS:

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“O”, “A”, “OS” e “AS” serão pronomes pessoais oblíquos átonos quando
desempenharem função de objeto direto. Em um teste prático, podemos dizer que,
quando são pronomes pessoais oblíquos, O, A, OS e AS equivalem a “ELE, ELA,
ELES e ELAS. Exemplificando fica mais fácil:

“Aquela moça O beijou.” (= Aquela moça beijou “ele”. É pronome pessoal oblíquo e
retoma elemento anterior.)

“Eu AS observava com cuidado.” (= Eu observava com cuidado “elas”. É pronome


pessoal oblíquo e retoma elemento anterior.)

Esta é a situação na qual o elemento sublinhado RETOMA elemento anterior.

® Preposição A:

O “A” será preposição por exclusão em relação aos dois anteriores. Se


acompanhar substantivo com o qual concorda, será artigo definido feminino. Se estiver
na função de objeto direto, equivalendo a “ela”, será pronome oblíquo. Se não estiver
em nenhuma das duas condições, será preposição.

Começou A chorar ali mesmo. (preposição)

Falei A ele o que pensava. (preposição)

Questão 1 – TRT17 – TJAA

Retoma um termo mencionado anteriormente no texto a palavra sublinhada em:

(A) Foi a história que tio Maneco contou indignado (6º parágrafo).
(B) me porei a narrar a crônica dos Braga (1º parágrafo).
(C) não tirava o olho do cachorro (4º parágrafo).
(D) ouvia a conversa e o mirava com um olho só (8º parágrafo).
(E) ando por este mundo a caçar ventos e melancolias (9º parágrafo).

RESPOSTA COMENTADA

Questão que tem aparecido com muita recorrência. O fundamental a saber: pronomes
pessoais oblíquos átonos (o, a, os, as) retomam elementos anteriores. Trata-se dos
pronomes que funcionam como objeto direto, o que ocorre na letra D: “ouvia a conversa
e o mirava com um olho só”. Mirava alguém, mirava algo. Artigos não retomam
elementos anteriores (A e C). Preposições não retomam elementos anteriores (B e E).

Gabarito: D.

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Questão 2 – TRT17 – TJAA

Se em todo o Cachoeiro era conhecido por Zig Braga, isso apenas mostra como se
identificou com o espírito da Casa em que nasceu, viveu, mordeu, latiu, abanou o rabo
e morreu. (2º parágrafo)

O termo sublinhado acima refere-se a

(A) Casa
(B) Cachorro
(C) Cachoeiro
(D) Espírito
(E) Zig Braga

RESPOSTA COMENTADA

O pronome relativo sempre retoma e substitui um elemento anterior. Para sabermos


quem é retomado, devemos observar as estruturas: nasceu NA CASA. O pronome
relativo “que” retoma e substitui o termo “casa”.

Gabarito: A.

Questão 3 – TRT5 – TJAA

Retoma um termo mencionado anteriormente no texto a palavra sublinhada no seguinte


trecho:

(A) E estendendo-se o braço, a mão pousou no ombro de Juca. (8º parágrafo).


(B) Ofereceu emprego a um, deu a outro uma fazenda de gado. (2º parágrafo).
(C) Ele me procurou esta noite e disse: Vai e faze brilhar o nosso nome. (3º
parágrafo).
(D) Tenho de distribuir mercês a amigos e inimigos, atrair incrédulos. (5º
parágrafo).
(E) Eu o estou cumprindo, agora é a sua vez.” (5º parágrafo).

RESPOSTA COMENTADA

De novo: artigos não retomam elementos (A e C). Preposições não retomam elementos
(B e D). Pronomes pessoais oblíquos átonos retomam: “eu estou cumprimentando
alguém”.

Gabarito: E.

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Questão 4 – TRT5 – TJAA

− Certo Juca Ludovico, oficial de carpinteiro, acordou um dia com a alma


transformada. Começou por faltar ao serviço, a que era assíduo. (1º parágrafo).
− O pior é que não endoidecera; estava dominado pelo Capeta, que no sono lhe inflara
o apetite de glória. (2º parágrafo).
Os pronomes sublinhados referem-se, respectivamente, a

(A) “serviço” e “Capeta”.


(B) “Juca Ludovico” e “coisa”.
(C) “assíduo” e “apetite de glória”.
(D) “Juca Ludovico” e “Juca Ludovico”.
(E) “serviço” e “Juca Ludovico”.

RESPOSTA COMENTADA

O pronome relativo “que” está retomando “serviço”: “era assíduo ao serviço”. a


segunda estrutura é mais difícil: “o Capeta inflara EM JUCA LUDOVICO o apetite de
glória. O pronome “lhe” retoma EM QUEM SE INFLOU ALGO (João Ludovico), e
não quem inflou (o Capeta).

Gabarito: E.

Questão 5 – TRT22 – TJAA

Retoma um termo mencionado anteriormente na crônica a palavra sublinhada em:

(A) Eu compreendo o tatu. (9º parágrafo)


(B) “Daqui a pouco eu vou trabalhar; só um minuto mais, alegria da vida”,
quedou-se à mercê de inimigos maiores. (3º parágrafo)
(C) Talvez o tenha comprado numa dessas casas de suplício que há por aí, para
negócio de animais. (7º parágrafo)
(D) Talvez na rua, a um vendedor de ocasião, quando tudo se vende, desde o mico à
alma, se o PM não ronda perto. (7º parágrafo)
(E) Nada. Estava sem sono, e gosto de andar a esmo, quando todos roncam. (5º
parágrafo)

RESPOSTA COMENTADA

De novo, de novo, de novo: artigos não retomam elementos (A). Preposições não
retomam elementos (B, D e E). Pronomes pessoais oblíquos átonos retomam: “Talvez
tenha comprado ALGO”.

Gabarito: C.

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Questão 6 – TRT22 – TJAA

O luar continua sendo uma graça da vida, mesmo depois que o pé do homem pisou e
trocou em miúdos a Lua, mas o tatu pensa de outra maneira. Não que ele seja insensível
aos amavios do plenilúnio; é sensível, e muito. Não lhe deixam, porém, curtir em paz a
claridade noturna, de que, aliás, necessita para suas expedições de objetivo alimentar.
Por que me caçam em noites de lua cheia, quando saio precisamente para caçar? Como
prover a minha subsistência, se de dia é aquela competição desvairada entre bichos,
como entre homens, e de noite não me dão folga?

Em Não lhe deixam, porém, curtir em paz a claridade noturna, de que, aliás, necessita
para suas expedições de objetivo alimentar (1º parágrafo), os termos sublinhados
referem-se, respectivamente, a

(A) “tatu” e “tatu”.


(B) “homem” e “tatu”.
(C) “claridade noturna” e “tatu”.
(D) “tatu” e “claridade noturna”.
(E) “homem” e “claridade noturna”.

RESPOSTA COMENTADA

Não deixam quem curtir? O TATU. Ele necessita de que para suas expedições com
objetivo alimentar? DA CLARIDADE NOTURNA.

Gabarito: D.

Questão 7 – TRT9 – TJAA

O animal humano, que é parte da natureza e que dela depende, não se resignou a
viver para sempre à mercê dos frutos espontâneos da terra. O desafio que desde logo se
insinuou foi: como induzir o mundo natural a somar forças e multiplicar o resultado do
esforço humano? Como colocá-lo a serviço do homem? O passo decisivo nessa busca foi
a descoberta, antes prática que teórica, de que “domina-se a natureza obedecendo-se a
ela”. A sagacidade do animal humano soube encontrar nos caminhos do mundo como
ele se põe (natura naturans: “a natureza causando a natureza”) as chaves de acesso ao
mundo como ele pode ser (natura naturata: “a natureza causada”).

Como colocá-lo a serviço do homem? (1° parágrafo)

O pronome sublinhado refere-se a

(A) resultado do esforço humano.


(B) animal humano.
(C) desafio.
(D) passo decisivo.
(E) mundo natural.

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RESPOSTA COMENTADA

Como induzir o MUNDO NATURAL a somar forças e multiplicar? Como colocar O


MUNDO NATURAL a serviço do homem?

Gabarito: E.

Questão 8 – TRT9 – TJAA

“Acontece em toda parte, mas no Rio tem um jeito especial de acontecer que me
emociona mais.” Assim começa Rubem Braga uma de suas admiráveis crônicas,
reunidas no Um pé de milho e o Um pé de milho é para mim a melhor coisa desta semana
de que me compete dar contas ao leitor. Portanto, e sem vacilação, lede o Um pé de
milho; e lede-o à boa e santa maneira, não solicitando ao autor um exemplar, que o
famoso Braga é, como qualquer um de nós, um proletário das letras.

Mas por que disse “cronista”? Grande poeta é o que ele é, e grande contista que,
por uma imposição do temperamento, se furta à maçada de escrever contos. Não sei de
muitos poemas, em nossa lira de hoje, que se comparem a “Passeio à infância”, “Da
praia”, “Choro”, coisas que o Braga displicente foi largando pelos jornais. Por sua vez,
“Aula de inglês” e “Eu e Bebu na hora neutra da madrugada” são contos com preguiça
de se tornarem contos. Já em “História do caminhão”, a identificação do gênero será
mais complexa, pois a composição é atravessada por uma corrente de surrealismo que
conduz o Braga pelos rumos mais extraordinários, sem que este aparentemente a
controle. Controla, apesar de tudo. Em suma, cronista, contista, poeta, está-se vendo que
o que ele é verdadeiramente é um dos nossos mais altos escritores. Um Machado de Assis
tendo a mais a poesia, a dolência e a pura comoção humana que são dons peculiares ao
Braga.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Amor nenhum dispensa uma gota de
ácido. Hélio de Seixas Guimarães (org.). São Paulo: Três Estrelas, 2019)

Retoma uma expressão mencionada anteriormente no texto o termo sublinhado em:

(A) que se comparem a “Passeio à infância”.


(B) Um Machado de Assis tendo a mais a poesia.
(C) sem que este aparentemente a controle.
(D) pois a composição é atravessada por uma corrente de surrealismo.
(E) Um pé de milho é para mim a melhor coisa desta semana.

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RESPOSTA COMENTADA

De novo, de novo, de novo: artigos não retomam elementos (D e E). Preposições não
retomam elementos (A e B). Pronomes pessoais oblíquos átonos retomam: “Sem que
aparentemente controle ALGO, controle ALGUÉM”.

Gabarito: C.

Questão 9 – TRT9 – OJAF

Considere os seguintes trechos:

I. Depois de entregar o cavalo aos cuidados do camarada, entrei para


abraçar o meu antigo companheiro de estudos. (7° parágrafo)
II. Tens o bilhete contigo? (10° parágrafo)
III. O povo dá-lhe o nome de Pai de todos, porque o velho Pio o é na
verdade. (15° parágrafo)

Retoma uma expressão mencionada anteriormente no texto o termo sublinhado


APENAS em

(A) III.
(B) I.
(C) II.
(D) I e II.
(E) II e III.

RESPOSTA COMENTADA

De novo, de novo, de novo: artigos não retomam elementos (I e II). Preposições não
retomam elementos: “O velho Pio é ALGO, é ISSO”.

Gabarito: A.

Questão 10 – TRT4 – TJAA

• Você ainda passa, porque está levando alguma coisa a alguém, e por
isso lhe conferiram honras de VIP (24º parágrafo).

• é uma coisa que nasce com o indivíduo, ou não nasce, e jamais lhe será
consubstancial (26º parágrafo).

Os pronomes sublinhados referem-se, respectivamente, a

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(A) “alguém” e “indivíduo”.


(B) “alguém” e “coisa”.
(C) "você” e “indivíduo”.
(D) "você” e “coisa”.
(E) “honras de VIP” e “consubstancial”.

RESPOSTA COMENTADA

Conferiram honras de VIP a “você”. É uma coisa que jamais será consubstancial “ao
indivíduo”.

Gabarito: C.

Questão 11 – TRT4 – AJAA

Considere os seguintes trechos do texto.

I. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre (1º parágrafo).

II. tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade (1º
parágrafo).

III. não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço (4º
parágrafo).

Retoma um termo mencionado anteriormente no texto a palavra sublinhada APENAS em

(A) II e III.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) I.

RESPOSTA COMENTADA

De novo, de novo, de novo: artigos não retomam elementos (II e III). Preposições não
retomam elementos. Pronomes pessoais oblíquos átonos retomam: “Quem visse ALGO,
quem visse ALGUÉM”.

Gabarito: E.

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Questão 12 – TRT4 – AJAA

Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia
disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. (4º parágrafo)

Os termos sublinhados referem-se, respectivamente, a

(A) “Rubião” e “prata lavrada”.


(B) “Rubião” e “bandeja”.
(C) “xícara” e “prata lavrada”.
(D) “xícara” e “bandeja”.
(E) “açúcar” e “bandeja”.

RESPOSTA COMENTADA

Rubião deitava açúcar NA XÍCARA. A BANDEJA era de prata lavrada.

Gabarito: D.

Questão 13 – TRT 23 – TJAA

Retoma um termo mencionado anteriormente no texto a palavra sublinhada em:

(A) “Nessa hora já o morro encostava no sol.” (verso 19)


(B) “ele deitado na rede com a sua namorada” (verso 6)
(C) “Ah, o pai! O pai vaquejava e vaquejava.” (verso 12)
(D) “Logo adiante vimos um quati a lamber um osso de ema.” (verso 20)
(E) “se a gente o retirasse da rede por alguma necessidade” (verso 7)

RESPOSTA COMENTADA

De novo, de novo, de novo: artigos não retomam elementos (A, B, C). Preposições não
retomam elementos (D). Pronomes pessoais oblíquos átonos retomam: “Se a gente
retirasse ALGO, se a gente retirasse ALGUÉM”.

Gabarito: E.

Questão 14 – TRT12 – TJAA

Retoma um termo mencionado anteriormente no texto a palavra sublinhada em

(A) Eu apostava que o homem quer é trabalhar por nós.


(B) Estas esperavam que o senhor vigário arrancasse sem mais demora todos os pés
de horta.
(C) – Parece que ele até fez pouco-caso da gente.

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(D) Os paroquianos estranharam que, apesar de tão moço, o vigário fosse a tal ponto
reservado.
(E) O padre tomara uma atitude perfeitamente normal, uma atitude que o
incorporava à comunidade.

RESPOSTA COMENTADA

Em relação à partícula “que” e a questão da retomada, o fundamental é lembrarmos o


seguinte: pronome relativo (que = o qual, a qual) SEMPRE RETOMA elemento
anterior. Já a conjunção integrante (que = isso) JAMAIS retoma elemento anterior.
Sendo assim, quando se perguntar qual é a partícula “que” que está retomando algo, é
aquela que for pronome relativo, isto é, que equivaler a “o qual”, “a qual”, “os quais”,
“as quais”. Por este motivo, a última afirmativa é a correta.

A) Eu apostava ISSO ou NISSO.


B) Estas esperavam ISSO.
C) Parece ISSO.
D) Os paroquianos estranharam ISSO.
E) Uma atitude A QUAL o incorporava perfeitamente à comunidade.

Gabarito: E.

TÓPICO 7 – VOZES VERBAIS

Þ Aparato teórico:

1. Somente terá voz passiva a frase que tiver Objeto Direto na voz ativa:

Caso seja perguntado pela banca algo na linha de “qual das frases ACEITA voz
passiva ou qual das frases TEM voz passiva, o que devemos fazer é procurar a frase que
tenha Objeto Direto na voz ativa. Sendo assim, os verbos que aceitam ser “apassivados
são os VTD’s e os VTDI’s.

“Eu debaterei os temas.” (“os temas” = objeto direto; portanto, a frase tem voz passiva)

“Eu entreguei o dinheiro ao diretor.” (“o dinheiro” = OD); portanto, a frase tem voz
passiva)

2. Característica da Voz Passiva Analítica:

O que caracteriza a voz passiva analítica é a estrutura “SER + PARTICÍPIO”.

“O rapaz foi traído por um amigo.”

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“A garota será convocada pelo técnico.”

“Tomara que o bolo seja preparado pelos alunos.”

3. Característica da Voz Passiva Sintética (SE):

O que caracteriza a voz passiva sintética é a estrutura “VERBO + SE +


SUJEITO”. O último dos elementos será sujeito quando responder à pergunta do sujeito
e não estiver preposicionado.

“Vendem-se casas.” (V + SE + SUJ. = Voz passiva sintética)

“Precisa-se de casas.” (“casas” não é sujeito por ser preposicionado; portanto, a frase
está na voz ativa.

4. Passagem da Voz Ativa para a Voz Passiva:

Na passagem da voz ativa para a passiva, sempre surgirá mais um verbo: o verbo
“ser”. Portanto, a voz passiva terá sempre UM VERBO A MAIS do que a voz ativa.
Este verbo será encaixado imediatamente antes do último verbo, que irá para o
particípio. Ao passar uma frase da voz ativa para a passiva, o tempo verbal deverá ser
mantido.

O homem COMEU a sobremesa = A sobremesa FOI COMIDA pelo homem.

O homem DEVE COMER a sobremesa = A sobremesa DEVE SER COMIDA pelo


homem.

O homem ESTÁ PRECISANDO COMER a sobremesa = A sobremesa ESTÁ


PRECISANDO SER COMIDA pelo homem.

5. Passagem da Voz Passiva Analítica para a Voz Ativa:

Para transformar uma frase de Passiva Analítica em Ativa, o verbo ser deverá
desaparecer e o tempo verbal deverá ser mantido. A Voz Ativa, por óbvio, terá um
verbo a menos que a Voz Passiva.

Os doces FORAM DEVORADOS pelas crianças = As crianças DEVORARAM os


doces.

Os veículos SÃO ROUBADOS por marginais = Marginais ROUBAM os veículos.

6. Passagem da Voz Passiva Sintética para a Voz Passiva Analítica:

Na passagem da passiva analítica para a passiva sintética, a estrutura “VERBO +


SE” deverá ser transformada em “SER + PARTICÍPIO”, com o desaparecimento da
partícula “SE”.

VENDEU-SE uma casa = Uma casa FOI VENDIDA.

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PERCEBERAM-SE erros = Erros FORAM PERCEBIDOS.

NOTAM-SE falhas = Falhas SÃO NOTADAS.

7. Passagem da Voz Passiva Analítica para a Voz Passiva Sintética:

Ocorre exatamente o contrário: a estrutura “SER + PARTICÍPIO” deverá ser


transformada em “V + SE + SUJEITO”:

O carro FOI ROUBADO = ROUBOU-SE o carro.

Maçãs SÃO COMIDAS = COMEM-SE maçãs.

8. Passagem da Voz Passiva Sintética para a Voz Ativa:

Para passar uma frase da Passiva Sintética para a Ativa, bastam dois passos:

a) Eliminar a partícula “SE”;

b) Colocar o verbo na terceira pessoa do plural.

VENDEU-SE um carro = VENDERAM um carro.

ALUGAM-SE casas = ALUGAM casas.

Questão 1 – TRT17 – TJAA

Um cabrito [...] estava sendo perseguido por um lobo.

Transposto para a voz ativa, o trecho acima assume a seguinte redação:

(A) Um lobo perseguia um cabrito.


(B) Um cabrito era perseguido por um lobo.
(C) Um lobo estaria perseguindo um cabrito.
(D) Um cabrito tinha sido perseguido por um lobo.
(E) Um lobo estava perseguindo um cabrito.

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RESPOSTA COMENTADA

Se há três verbos na voz passiva, deverá haver apenas dois na voz ativa: “estar” e
“perseguir”. Por essa afirmação, já restam apenas as letras C e E. Além disso, o tempo
verbal deve ser mantido. Assim, a correta é a E, pois “estava SENDO perseguido”
equivale a “estava PERSEGUINDO”.

Gabarito: E.

Questão 2 – TRT17 – AJAJ

Transpondo-se para a voz ativa a frase Ataca-se o mestre, descobre-se que ele o não é,
as formas verbais deverão ficar

(A) atacam e descobrem


(B) é atacado e é descoberto
(C) sendo atacado e fora descoberto
(D) atacou-se e descobriu-se
(E) atacaram e descobriram

RESPOSTA COMENTADA

Trata-se de uma questão traiçoeira, pois o mais habitual é passar a frase que está na voz
passiva sintética (caso da frase citada) para a voz passiva analítica.

Ataca-se o mestre (passiva sintética) = o mestre é atacado (passiva analítica)


Descobre-se que ele (passiva sintética) = é descoberto que ele (passiva analítica)

No entanto, não era o que a questão solicitava. Ela solicitava que se passasse PARA A
VOZ ATIVA.

Para passar uma frase da passiva sintética PARA A ATIVA, bastam dois passos:

1º) Eliminar a partícula SE;


2º) Colocar o verbo na terceira pessoa do plural.

Então, o correto seria “atacam” e “descobrem”.

Gabarito: A.

Questão 3 – TRT14 – TJAA

Com o tempo, compreendi que a população negra havia sido escravizada. (2o parágrafo)

Reescrevendo o trecho acima por meio da voz passiva sintética, e mantendo a correlação
temporal, a forma verbal utilizada será

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(A) tinha sido.


(B) se escravizara.
(C) escravizou.
(D) se escravizaram.
(E) se escravizou.

RESPOSTA COMENTADA

A questão solicita que se passe da voz passiva analítica (ser + particípio) para a voz
passiva sintética (verbo + se). Assim, além de se cuidar das estruturas de cada voz, deve-
se também cuidar o tempo verbal, que precisa ser mantido. Como o tempo verbal era o
pretérito mais-que-perfeito, ele deve ser mantido.

Compreendi que a população negra HAVIA SIDO ESCRAVIZADA (analítica)

Compreendi que SE ESCRAVIZARA a população negra (sintética)

Gabarito: B.

Questão 4 – TRT14 – AJAJ

Transpondo-se para a voz passiva a frase utilizo instrumentos que me são conhecidos, a
forma verbal resultante deverá ser

(A) tenho utilizado.


(B) venho utilizando.
(C) tem sido utilizado.
(D) vêm utilizando.
(E) são utilizados.

RESPOSTA COMENTADA

Se na frase na voz ativa temos apenas um verbo, na voz passiva analítica teremos dois
(“ser” + o particípio do verbo que já havia). Sendo assim, somente pelo conhecimento
dos verbos já sobra apenas uma alternativa.

Gabarito: E.

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Questão 5 – TRT5 – TJAA

Verifica-se o emprego de voz passiva no seguinte trecho:

(A) Era o Diabo que explodia, de ódio (8º parágrafo).


(B) Ouviu-se um estouro no adro (8º parágrafo).
(C) O dedo de são José não se mexeu (5º parágrafo).
(D) O pior é que não endoidecera (2º parágrafo).
(E) Raciocinava perfeitamente nas coisas triviais (2º parágrafo).

RESPOSTA COMENTADA

Para que haja voz passiva, deve haver SER + PARTICÍPIO (passiva analítica) ou VERBO
+ SE + SUJEITO (passiva sintética). Isso somente ocorre na alternativa B, em que há uma
passiva sintética. Que é que se ouviu? “Ume estouro” = sujeito.

Gabarito: B.

Questão 6 – TRT4 – TJAA

João Brandão e seu amigo foram convidados por um garçom solícito (13º parágrafo)

Transpondo-se o trecho acima para a voz ativa, a forma verbal resultante será:

(A) Convidaria
(B) teria convidado
(C) convidaram
(D) seriam convidados
(E) Convidou

RESPOSTA COMENTADA

Se na passiva há dois verbos (“ser” e “convidar”), na ativa haverá apenas um


(“convidar”).

João e o amigo FORAM CONVIDADOS por um garçom (passiva analítica).

Um garçom CONVIDOU João e um amigo (ativa).

Gabarito: E.

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Questão 7 – TRT12 – TJAA

Pode ser transposto para a voz passiva o seguinte trecho da crônica.

(A) Ali ninguém entrava vivo.


(B) Os voltaram desapontados.
(C) Os simpatizantes pegavam pelo aspecto mais evidente do padre.
(D) Deus, de repente, chamara o farmacêutico.
(E) Francamente, este cemitério é indigno do progresso da cidade.

RESPOSTA COMENTADA

Uma regra básica de transposição da voz ativa para a voz passiva é que SOMENTE
ACEITA VOZ PASSIVA A FRASE QUE TIVER OBJETO DIRETO NA VOZ
ATIVA. Por isso, quando a questão pedir qual frase aceita ser passada para a voz
passiva, temos de analisar qual está na voz ativa E tem verbo que, no contexto, seja
transitivo direto.

A) “Entrar” é verbo intransitivo.


B) “Voltar” é verbo intransitivo.
C) “Pegar” é verbo transitivo indireto.
D) “Chamar” é verbo transitivo direto (“O farmacêutico” é objeto direto). A voz passiva
seria a seguinte: “O farmacêutico fora chamado por Deus” (“de repente” poderia ser
encaixado em qualquer lugar).
E) “Ser” é verbo de ligação.

Gabarito: D.

Questão 8 – TRT4 - AJAA

Verifica-se o emprego de voz passiva no seguinte trecho:

(A) Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse
no quente. (1º parágrafo)
(B) Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo
dos dois fora pescado. (2º parágrafo)
(C) E eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. (2º parágrafo)
(D) E viva eu cá na terra sempre triste!... (3º parágrafo)
(E) Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus
irmãozinhos, da tua tia solteira? (3º parágrafo)

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RESPOSTA COMENTADA

Para que haja voz passiva, deve haver SER + PARTICÍPIO (passiva analítica) ou VERBO
+ SE + SUJEITO (passiva sintética). Isso somente ocorre na alternativa B, em que há uma
passiva analítica, como confirma a estrutura “fora pescado” (ser + particípio).

Gabarito: B.

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