Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Durante o ano de 1968, a ditadura militar sofreu com uma série de levantes
populares que demonstraram a insatisfação com o regime militar e
ocasionaram a edição do AI-5, em dezembro daquele ano. Uma dessas
manifestações foi chamada de Passeata dos Cem Mil, ocorrida em 26 de
junho em decorrência da morte do estudante secundarista Édson Luis de Lima
Souto.
História » História do Brasil »
Dessa forma, a Passeata dos Cem Mil, como ficou conhecida, foi considerada
uma manifestação que demonstrou aos militares a maturidade dos
manifestantes em torno da luta contra o regime militar e a insatisfação popular
diante dos métodos utilizados para reprimir qualquer um que fosse contrário às
decisões do governo.
Uma famosa obra que nasceu do clima da Passeata foi a música Pra Não Dizer
que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré. Nela, uma somatória entre
homenagem e crítica nos lembra da necessidade de mobilização, grupal e
individual, para assumirmos o poder sobre a própria vida e a termos a liberdade
da ação. Vandré nos lembra que "esperar não é saber", apontando os
problemas dos "indecisos cordões que ainda fazem da flor seu mais forte refrão
e acredita nas flores vencendo o canhão".
“E outra observação que me deu o que pensar: - os Cem mil tinham uma saúde
dentária de anúncio dentifrício. (...) E a marcha de 100 mil sujeitos sem uma
cárie, sem um desdentado, assumia a forma de um pesadelo dentário (...) “E o
povo? Onde está o povo?” O povo era ausência total. Não havia uma cara de
povo, um paletó de povo, uma calça de povo, um sapato de povo.”
Portanto, por mais justas que fossem as demandas da Passeata, era claro um
perfil dos participantes, que é o de classe média, performativo, privilegiado e
revoltado.