Seminário: Ditadura civil-militar: aspectos políticos e culturais – versões e controvérsias

(1964-1985-1988)

Professores Daniel Aarão Reis e Alexandre Sá

Calendário de sessões:
9,16,23 e 30 de agosto
06, 13, 20 de setembro
24/9 a 17/10 - férias
18 e 25 de outubro
01 (ponto facultativo), 08, 15 (feriado), 22 e 29 de novembro
06 e 13 de dezembro

1
Agosto

09. Daniel + Alexandre. Apresentação do Seminário, Objetivos, Métodos, Referências

bibliográficas, trabalhos finais

16. Daniel.
A conjuntura anterior ao golpe de 1964. O contexto internacional da Guerra Fria. As eleições
de 1960 e os legados dos “anos JK”. Contradições sociais e radicalização política. O
reformismo social e político: o programa das reformas de base. A contra-reforma se organiza:
Religião e Política. As marchas da Família com Deus e pela Liberdade.

23. Daniel.
O golpe de 1964. A heterogeneidade da frente social e política que perpetrou o golpe. Caráter
civil e militar. Razões e desrazões da derrota política das forças reformistas. O primeiro
governo ditatorial, o destino de sua orientação liberal e a decantação da frente golpista.

30. Daniel.
A resistência à ditadura. Aspectos políticos: O movimento estudantil: das primeiras passeatas
à passeata dos Cem mil/1968. As greves dos trabalhadores em 1968: Contagem e Osasco.

Setembro

06. Daniel.
O Ato Institucional n° 5: “o golpe dentro do golpe” radicaliza a ditadura. A preeminência das
corporações militares e a subordinação das bases e elites políticas.

13. Daniel.
A ditadura no auge de sua força: os governos Medici e Geisel. O milagre econômico e a tortura
como política de Estado. A liquidação física e política da luta armada e o silenciamento das
oposições. As comemorações dos 150 anos da Independência do Brasil.

20. Daniel.
As políticas ditatoriais entre arcaísmo & modernização e entre nacionalismo & dependência.
As políticas da ditadura nos campos da educação e da cultura. A ditadura e a reforma da
universidade. Repressão e incentivos à modernização da pesquisa e dos currículos. A
articulação da Universidade com o mundo empresarial. Avaliação e “produtividade” no
contexto da educação superior.

Outubro

18. Alexandre

O perigo de um desejo de construção de identidade. O vestígio modernista. A produção

brasileira em Artes Visuais nos anos 1950. O legado dos anos JK para a comunicação em
massa. A cultura desenvolvimentista. A televisão e o rádio. A ideia de modernidade no Brasil.
A bossa nova e sua aposta na internacionalização. As imbricadas relações entre público e
privado. As primeiras abordagens entre o local e o global. Subdesenvolvimento como condição.

2
25. Alexandre
A suposta ideia de povo. Inserção da arte na esfera da cultura. CPC. Artista e militância como
eixos inconciliáveis? Concretismo e neoconcretismo. A derrota do desejo. Ditadura militar e
Artes Visuais. A Bienal de São Paulo nos anos 1963, 1967 e 1969. Non à la Biennale de São
Paulo. Os festivais de música.

Novembro

01. Ponto facultativo

08.Daniel.
A ditadura entre propostas de institucionalização e de democratização. A transição
“transicional e transacional”. O projeto da abertura “lenta, segura e gradual”: contradições,
limites e alcance.

22. Daniel.
Fundamentos sociais e históricos do regime ditatorial e a reemergência das lutas democráticas:
movimento estudantil e lutas dos trabalhadores. O último governo ditatorial: contradições e
limites de uma ditadura crepuscular. A resistência da ultra-direita e o atentado do
RioCentro/1981. Debate sobre o “novo sindicalismo”e a formação do Partido dos
Trabalhadores/PT e da Central Única dos Trabalhadores/CUT. A campanha das Diretas-Já e
suas bases sociais e políticas. O debate sobre os marcos que assinalam o fim da ditadura: 1979?
1985? 1988? O governo Sarney e a fundação política da Nova República/1985-1989. A
Constituição de 1988 e a fundação constitucional da “Nova República”. Direitos civis, políticos
e sociais. Os legados da ditadura. O contexto internacional: triunfo do liberalismo e
desagregação do socialismo soviético na URSS e na Europa Central.

29. Alexandre
Discursos minoritários e ditadura. A repressão dentro da repressão. Mulheres na luta armada.
A cena gay de São Paulo. Os bailes soul. A cultura negra. Algum carnaval? Identidades
ambíguas.

Dezembro

06. Alexandre
Marcha contra a guitarra elétrica. Hélio Oiticica entre o samba e o rock. A experiência coletiva.
Tropicália. Disseram que eu voltei americanizada. A eterna busca por um processo de
identidade. O corpo como suporte e resistência, alguns paradoxos.

13. Daniel + Alexandre. Debate sobre os trabalhos de fim de curso. Balanço crítico do Curso.
Sugestões e contribuições.

3
Referências bibliográficas:

. Aarão Reis, Daniel. Ditadura e Democracia no Brasil. Do golpe de 1964 à Constituição de

1988. Rio de Janeiro, J. Zahar, 2014.
…………………….. Aarão Reis (org.). História do Brasil-Nação, vol. 5, Da ditadura à
democracia. Rio de Janeiro, Objetiva/Mapfre, 2013
. Aarão Reis, Daniel, Ridenti, Marcelo e Motta, Rodrigo Patto Sá (orgs.) A ditadura que mudou
o Brasil. Rio de Janeiro, J. Zahar, 2014
. Azevedo, Cecília, Rollemberg, Denise e alii. Cultura Política, memória e historiografia. Ed.
FGV, Rio de Janeiro, 2009
. Cordeiro, Janaína Martins. Direitas em Movimento, FGV, Rio de Janeiro, 2009
............................................A ditadura em tempos de milagre: comemorações, orgulho e
consentimento, FGV, Rio de Janeiro, 2015
. D’Araújo, Maria Celina Soares; Castro, Celso e Soares, G.A.D. (orgs.). Visões do Golpe. A
memória militar sobre 1964. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 1994 -1995
DUARTE, Paulo Sérgio. Anos 60 – Transformação da arte no Brasil. Rio de Janeiro: Campos
Gerais, 1998.
DUNN, Christopher. Contracultura. Alternative arts and social transformation in
authoritarian Brazil. Carolina do Norte: The University of North Carolina Press, 2016.
. Alonso, Gustavo. Cowboys do asfalto. Música sertaneja e modernização brasileira. Civil.
Brasileira, Rio de Janeiro, 2015
. Ferreira, Glória & Herkenhoff, Paulo. Mário Pedrosa Primary Documents. New York:
Museum of Modern Art, 2015.
. Ferreira, Jorge e Gomes, Angela Castro. 1964: o golpe que derrubou um presidente, pôs fim
ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,
2014
. Fico, Carlos. “Prezada Censura – cartas ao regime militar”. In: Topoi. Rio de Janeiro, UFRJ,
v. 5, p. 251-286, 2002.
. Grinberg, Lucia. Partido político ou bode expiatório. Um estudo sobre a Aliança Renovadora
Nacional/ARENA, 1965-1979. Rio de Janeiro, Mauad/FAPERJ, 2009
. Kushnir, Beatriz. Cães de guarda, jornalistas e censores: do AI-5 à Constituição de 1988. São
Paulo, Boitempo, 2004
. Kucinsky, Bernardo. O Senhor K. São Paulo, Expressão Popular, 2011
. Luna, Francisco e Klein, Herbert. Mudanças sociais no período militar, in Daniel Aarão Reis,
Marcelo Ridenti e Rodrigo Patto Sá Motta (orgs.) A ditadura que mudou o Brasil, Rio de
Janeiro, Jorge Zahar, 2014
. ...................................................................Mudanças econômicas no período militar, in
Daniel Aarão Reis, Marcelo Ridenti e Rodrigo Patto Sá Motta (orgs.) A ditadura que mudou o
Brasil, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2014a
. .................................................................... Mudanças sociais no Brasil, 1960-2000. In Daniel
. Magalhães, Livia Gonçalves. Com a taça nas mãos: sociedade, Copa do Mundo e ditadura no
Brasil e na Argentina. Lamparina, Rio de Janeiro, 2014
MIYADA, Paulo (org). AI-5. 50 anos. Ainda não terminou de acabar. São Paulo: Instituto
Tomie Ohtake, 2019.
. Motta, Rodrigo Patto Sá. As Universidades e o Regime Militar: cultura política brasileira e
modernização autoritária, Rio de Janeiro, J. Zahar. No prelo, 2014
. Napolitano, Marcos. 1964. História do regime militar brasileiro. São Paulo,Contexto, 2014
. Oiticica, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

4
______. Sobre as patrulhas ideológicas. [Entrevista concedida a] Heloísa Buarque de Hollanda
e Carlos Alberto M. Pereira. In FILHO, Cesar Oiticica et al (orgs). Hélio Oiticica – encontros.
Rio de Janeiro: Beco do azougue editorial, 2009.
______. Anotações sobre o parangolé. In FILHO, Cesar Oiticica (org). Museu é o mundo. Rio
de Janeiro: Beco do azougue editorial, 2011.
. Presot, Aline Alves. As marchas da família, com Deus, pela liberdade e o golpe de 1964.
Dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em História da UFRJ, 2004
RIDENTI, Marcelo. Artistas e intelectuais no Brasil pós-1960. In: Tempo Social, revista de
sociologia da USP. São Paulo, vol. 17, n. 1, junho de 2005, p. 81-110.
. ........................... O fantasma da revolução brasileira. UNESP, São Paulo, 2010. 2ª edição
............................. Em busca do povo brasileiro. UNESP, São Paulo, 2014, 2ª edição
. Rollemberg, Denise e Quadrat, Samantha Viz (orgs.) A construção social dos regimes
autoritários. Legitimidade, consenso e consentimento no século XX. 3 volumes. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 2010
. Rollemberg, Denise e Viz Quadrat, Samantha (orgs.): A construção social dos regimes
autoritários, 3 Vols. Civil. Brasileira, Rio de Janeiro, 2010
. Rollemberg, Denise e Cordeiro, Janaína Martins. Por uma revisão crítica. Ditadura e
Sociedade no Brasil. Ed. Sagga, Salvador, 2021
. Telles, Edson e Safatle, Vladimir. O que resta da ditadura. São Paulo: Boitempo Editorial,
2010.
Zílio, Carlos et al. O nacional e o popular na cultura brasileira. Artes plásticas e literatura.
São Paulo: Brasiliense, 1983.