Você está na página 1de 6

PIBID HISTÓRIA 2023-2024

1. IDENTIFICAÇÃO
Nome dos proponentes: GIULLIANO BIANCCHI ARAUJO; MATHEUS
WENDRECHOWSKI; RAFAEL CASSOL CHADAI

2. TEMA: MOVIMENTO NEGRO NA DITADURA: TRAJETÓRIA DO


ATIVISMO RACIAL NO CENÁRIO POLÍTICO E CULTURAL

2.1. CONTEÚDO(s): Movimentos Sociais e de Resistência; Ditadura Civil-Militar


Brasileira (1964-1985); Manifestações artísticas populares;

3. ETAPA DO ENSINO
Ensino Fundamental anos iniciais ( )1º ano ( ) 2º ano ( ) 3º ano ( ) 4º ano ( ) 5º ano
Ensino Fundamental anos finais ( ) 6° ano ( ) 7°ano ( ) 8° ano ( ) 9° ano
Ensino Médio ( ) 1º ano ( ) 2º ano (X) 3º ano

4. DURAÇÃO (em horas-aula): 3 horas-aula.

5. OBJETIVOS

Reconhecer a necessidade da luta pela igualdade de direitos no Brasil, após a ditadura


militar; analisar o papel do movimento negro no período de ditadura e redemocratização, e
na construção da Constituição de 1988; reconhecer como se deu a construção do
movimento negro ao longo de tempo, sua importância na atualidade, sua produção cultural
e suas reivindicações; estimular a consciência racial nos estudantes.
6. JUSTIFICATIVA DO TEMA

O tema baseia-se nas competências didáticas de Ciências Humanas e Sociais, voltadas para
o Ensino Médio, presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que prevê o
reconhecimento e combate a diversas formas de desigualdade e violência, além da criação
de uma consciência crítica. Mais especificamente, fundamenta-se nas habilidades
(EM13CHS502), que propõe a desnaturalização e problematização de formas de
desigualdade e preconceito; (EM13CHS503), que trata do uso político e dos significados
sociais e culturais de diversas formas de violência; (EM13CHS601), que aborda os
processos históricos de exclusão e inclusão precária de indígenas e afrodescendentes na
ordem social e econômica e as demandas políticas, sociais e culturais desses grupos e
(EM13CHS602), que discorre sobre as formas de organização e da articulação da
sociedade em defesa da autonomia e liberdade em períodos ditatoriais.

7. METODOLOGIA
7. Procedimentos metodológicos
Na primeira aula, será apresentada uma breve síntese das condições de desigualdade racial
resultantes da abolição da escravidão no Brasil e a presença de figuras negras no processo
de abolição e início do movimento negro. A partir deste ponto, ocorrerá uma explicação
sobre a trajetória histórica do movimento negro brasileiro com foco no período de ditadura
militar. Durante a explicação, será ressaltado o papel do ativismo negro no período de
redemocratização e construção da constituição. Na segunda aula, haverá uma retomada da
explanação sobre o movimento negro na ditadura com enfoque no embate entre a violência
estatal e a resistência cultural de ativistas negros. Em seguida, será feita uma conexão com
o ativismo negro e produção cultural afrodescendente na atualidade. A terceira aula será
voltada para a execução do método de avaliação proposto, baseado em análise da
participação do movimento de ativismo racial no cenário político e sua produção cultural.
7. Recursos didáticos
Utilização do quadro, apresentação de slides, além de vídeos e fotos.

8. AVALIAÇÃO
8. Critério(s) – o que o aluno deve saber ao final do período (em termos de
conteúdos e/ou habilidades e competências)
Entender o significado e trajetória do Movimento Negro no Brasil, suas lutas,
reinvindicações, críticas e resistências. Seguindo a competência (EM13CHS601) para
abordagem desse processo histórico.

Compreender a relação do Movimento Negro com a Constituição brasileira de 1988 como


exemplo da atuação do ativismo negro no período de redemocratização. Quais os pontos da
Constituição que dialogam com reinvindicações históricas do Movimento Negro e sua
produção cultural, e quais as críticas ou desdobramentos em volta deste documento para a
construção do cenário social brasileiro. Seguindo respectivamente as competências da
BNCC que abordam a desigualdade e conscientização racial, (EM13CHS502) e a
violência (EM13CHS503).

Será avaliado a capacidade interpretativa dos alunos para relacionar trechos do texto
constitucional de 1988 com a atuação e reinvindicações de grupos ou personalidades
envolvidas em lutas do Movimento Negro. Considerando temas culturais (música, esporte
etc.) e políticos (cotas, racismo, desigualdade racial etc.).

8. Instrumento(s) de avaliação
Entregaremos uma folha contendo trechos da Constituição de 1988 relacionados a
reinvindicações que o Movimento Negro colocou na época. E um formulário para os
alunos apresentarem uma personalidade que atuou em prol da população negra, de qual
forma se deu essa atuação e como ela se relaciona com os trechos destacados do
documento constitucional. Ambos em anexo.
A avaliação será explicada na primeira aula, para os alunos formularem os grupos e a
personalidade que vão escolher, e será realizada na terceira aula com grupos de até 6
integrantes.
9. INTERDISCIPLINARIDADE

Devido à estrutura do projeto PIBID, o foco será na disciplina de História, não ocorrendo
atividade interdisciplinar.
10. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 05 de outubro de 1988. Brasília:


Senado Federal, 1988.
DA SILVA, C. B. R. (2010). Trajetórias do movimento negro e ação afirmativa no Brasil. CADERNOS
PENESB: Discussões Sobre o Negro na Contemporaneidade e Suas Demandas, (10), 117-138.

DOMINGUES, Petrônio. Movimento negro brasileiro: alguns apontamentos históricos. Tempo, v. 12,
n. 23, p. 100–122, 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/tem/v12n23/v12n23a07>.

FERNANDES Florestan – A integração do Negro na sociedade de classes. Dominus Editora. São Paulo, 1°
vol. 261 págs. 1965.

FICO, Carlos. Além de 1964: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Rio de Janeiro:
Record, 2004.

GOMES, Nilma Lino;RODRIGUES, Tatiane Cosentino. RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA: A QUESTÃO


RACIAL E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 T. Campinas, v. 39, no. 145. Educ. Soc, p. 928–945,
2018.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro no Brasil: ausências, emergências e a produção de saberes. Dossiê
105007/2175-7984. 2001 V.10 N° 18 p. 133
HORBACH, Ana Laura. Autoria e resistência negra na ditadura civil-militar no Brasil. Nau Literária, v. 16,
n. 1, p. 158–176, 2020.
JOSELINA DA SILVA. A União dos Homens de Cor: aspectos do movimento negro dos anos 40 e 50.
Estudos Afro-Asiáticos, v. 25, n. 2, p. 215–235, 2003.
OLIVEIRA, Iris Agatha de. Black Rio 40 anos: O Movimento Negro na ditadura militar. Revista Morpheus
- Estudos Interdisciplinares em Memória Social, v. 9, n. 16, p. 44–59, 2016.
PEREIRA, Amilcar Araújo. "O mundo negro": a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil
(1970-1995). 2010. 268f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010.
PEREIRA, Amilcar Araújo. A Lei 10.639/03 e o movimento negro: aspectos da luta pela “reavaliação do
papel do negro na história do Brasil” - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2011v12n17p25. Cadernos de História,
v. 12, n. 17, 2012.
REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória. In: REIS FILHO, Daniel
Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá (Org.). O golpe e a ditadura militar: quarenta anos
depois (1964-2004). Bauru: Edusc, 2004. p. 29-52.
RIOS, Flávia. A trajetória de Thereza Santos: comunismo, raça e gênero durante o regime militar.
PLURAL, Revista do Programa de Pós-graduação em Sociologia da USP, São Paulo, V.21.1, 2014, pp. 73-96
SILVA SOARES, Iraneide da. CAMINHOS, PEGADAS E MEMÓRIAS: uma história social do movimento
negro brasileiro. ProQuest, v. 14, n. 1, p. n/a, 2016.
PEREIRA, Amilcar Araujo; MAIA, Jorge Lucas; LIMA, Thayara Cristine Silva de. Os “rolês” do movimento
negro brasileiro na atualidade, nas “pegadas” da educação. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros,
Brasil, n. 75, p. 162-183, abr. 2020.

TOMESANI, Ana Maura; RAMOS, Paulo César. Racismo e Antirracismo: Produção Acadêmica e Ativismo
Negro. Revista Brasileira de Políticas Públicas e Internacionais, Paraíba, v.5, n.3, (p. 342-372), dez/2020.

11. ANEXOS
CONSTITUIÇÃO DE 1988

Título I - Dos Princípios Fundamentais


Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa

[...]

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

XLII - A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;

Seção II - Da Cultura

Art. 215 - O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-


brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

§ 2 º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os


diferentes segmentos étnicos nacionais.

Art. 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e


imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,
nos quais se incluem:

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências


históricas dos antigos quilombos.

Título IX - Das Disposições Constitucionais Gerais

Art. 242 - [...]

§ 1º O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes


culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.

Disposições Transitórias

Art. 68 - Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando
suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os
títulos respectivos.

QUESTIONÁRIO

1- Qual a personalidade escolhida pelo grupo? Nome, ocupação e como este indivíduo
está inserido na luta ou resistência pelas reinvindicações do Movimento Negro? (As
reivindicações podem ser de natureza cultural e política (movimentos culturais na
música, esporte e de resistência, luta contra o racismo, movimento quilombola,
dentre outros).

2- A personalidade escolhida atua individualmente ou faz parte de um grupo ou


movimento específico?

3- Quais os artigos da Constituição de 1988 que encaixam na atuação deste indivíduo?

4- Na opinião do grupo, os artigos destacados cumprem-se na prática e alteraram a


realidade para a população negra no Brasil? Existem medidas que tiveram sucesso
ou problemas que ainda não foram resolvidos? Exemplifique.

Você também pode gostar