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F.

Rivas Neto
(Mestre Arapiaga)

FUNDAMENTOS
HERMÉTICOS
DE UMBANDA
(Fundamentos Cósmicos de Umbanda)

A tradição cósmica rediviva


UNIVERSALISMO
A Tradição Cósmica Revelada
Apresentação da Editora

É com grande júbilo e honra que editamos a obra “Fundamentos Herméticos de


Umbanda”, de F. Rivas Neto, mais um livro deste autor que nos chega com o
intuito de difundir a verdadeira Doutrina de Umbanda, expressa e vivida pelo
mesmo em seu Templo, a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, com sede em
São Paulo.

Mestre Rivas, ainda adolescente, com 12 anos de idade, já iniciava seu caminho
na Umbanda e, seis anos depois, já dirigia seu próprio templo. Durante dezoito
anos percorreu o caminho iniciático orientado por seu Mestre W. W. da Matta e
Silva (in memoriam), sendo consagrado Mestre de Iniciação de 7º Grau no 3º
Ciclo e ordenado a continuar a tarefa de seu tutor, o que vem fazendo com a
desenvoltura de um verdadeiro mestre no assunto.

Seu mestrado não se restringe à Umbanda. É também Médico especializado em


Cardiologia, dedicando-se ainda à Medicina Psicossomática, aliando sua
experiência universitária e clínica aos conhecimentos profundos proporcionados
pela Umbanda. Assim, revive os antigos tempos quando o Sacerdote e o Médico
eram a mesma pessoa e atendiam aos necessitados de forma integral, em corpo
e espírito.

Esta obra que ora editamos vem abrir uma nova fase do Movimento Umbandista,
que já ultrapassou as fronteiras brasileiras, mostrando que a universalidade pode
ser atingida observando o que todos temos em comum, que é a humanidade
além de qualquer barreira.

Ícone Editora
Agradecimentos

A todos os mentores da Sagrada Corrente Astral de Umbanda, em especial ao


Caboclo Velho Payé e ao Sr. 7 Espadas pelo agô e assistência nesta obra.

Meus respeitos e agradecimentos especiais pela maturidade, abnegação e amor


às coisas sagradas de Umbanda, aos “Filhos de meu Santé” — Ivan Marchetti,
Rosa Maria Rolo e Roger Taussig Soares, que não mediram esforços, quase
diariamente, durante 30 dias, até altas horas da madrugada para que este livro
estivesse nas mãos dos caros Leitores. A Eles as bençãos de Oxalá e minha alta
estima em dimensão amor-milenar.

A todos os “Filhos de Santé” da O.I.C.D., pela maturidade no cumprimento da


tarefa, pelo apoio e compreensão. Que Oxalá os abençoe sempre!

À Editora Ícone, que na ilustre pessoa de seu Diretor Presidente, meu editor e
amigo Sr. Luiz Carlos Fanelli, pelo apoio incondicional, pela amizade e alto senso
de profissionalismo.

Obs.: “Caboclo Velho Payé” é o próprio Sr. Urubatão da Guia — um dos condutores da
restauração e resgate do Aumbhandan. O nome Velho Payé deve-se a esta entidade espiritual
e sua legião ser um dos principais e mais antigos sacerdotes da Raça Vermelha, detentora da
Tradição Cósmica.
Dedicatória

“In Memoriam”

A Woodrow Wilson da Matta e Silva (28.06.1917* — 17.04.1988). Meu Mestre,


Meu Pai, Meu Amigo, que com sua sabedoria milenar me alçou aos últimos
degraus da filosofia do oculto, fazendo-me descerrar os 7 Véus da Senhora da
Luz Velada — AUMBHANDAN — A Proto-Síntese Cósmica.

* Segundo seu RG. (Cédula de Identidade)

Aos Meus Pais

Minha eterna gratidão, pela bênção da oportunidade bendita de mais um


recomeço, através da presente reencarnação.

A Terezinha

Companheira, Irmã de fé e Amiga milenar, meus sinceros agradecimentos em


dimensão-amor eterno.

Aos meus 6 Filhos e Amigos Milenares

Domingo, Marcelo, Márcio, Thales, Athus e Thetis, que além de “filhos nesta
presente jornada” são meus irmãos e amigos milenares, meus agradecimentos
sinceros, pela compreensão das horas que não pudemos estar juntos. Que
Oxalá os abençoe sempre.

À Querida Maria Elise

Esposa e companheira atemporal, por sua tolerância e amor sábio.

Aos Irmãos Consanguíneos

Wilson, Regina e Iara, e a todos os seus familiares, meu sincero saravá.

Aos “Filhos” da O.I.C.D., que entenderam minha tarefa, e que também


entenderam que acima da pessoa está a causa e o ideal maior, meus sinceros
e profundos votos de forças e assistência espiritual.

A todos os “Irmãos de Santé” que como eu, tivemos a bendita oportunidade de


pisar as “areias” e poder penetrar no extinto Sagrado Templo de Itacurussá —
T.U.O. — e sermos “Filhos de Santé” de Mestre Yapacany — Pai Matta.
A todos os Umbandistas, sejam ou não afins aos conceitos esposados nesta
obra, meu sincero e fraternal saravá.

A todos, meu muito obrigado.

F. Rivas Neto
Sumário

Educação e Evolução – “Velho Payé”

O Oculto Revelado – Sr. 7 Espadas

Explicação Necessária

O Exotérico e o Esotérico – Rivas Neto

W. W. da Matta e Silva – Meu Mestre, Meu Pai, Meu Amigo...

Capítulo 1 — Fundamentos Esotéricos Sobre a Origem e Finalidades da


Umbanda

Capítulo 2 — Intermediação Dimensional

Capítulo 3 — O Mistério do Triângulo das Formas de Apresentação

Capítulo 4 — Fatores Técnicos e Morais do Binômio – Entidade x Médium

Capítulo 5 — Sustentáculos Vibracionais do Templo Umbandístico

Capítulo 6 — O Lado Oculto da “Gira de Caridade”

Capítulo 7 — A Verdade Sobre o Desenvolvimento Mediúnico

Capítulo 8 — Mistérios das Vozes do Coração

Capítulo 9 — O Condutor dos Caminhos

Capítulo 10 — Artes da Movimentação Dinâmica: Magia – Psicurgia – Teurgia

Capítulo 11 — Na Magia dos Sinetes Sagrados: Cruz Hexagramática – A


Segunda Revelação de Umbanda

Capítulo 12 — Umbanda – A Tradição Cósmica


Educação e Evolução

As conquistas do Homem moderno, vencedor dos desafios da Natureza,


conseguiram verdadeiros prodígios em todos os ramos do Conhecimento.

Em obediência à Lei dos ciclos e ritmos que rege os destinos da Coletividade


Terrena, empreende o Homem, meios que facilitam e tornam mais satisfatória
sua vida no planeta.

Assim, tivemos avanços inquestionáveis na Ciência, na Tecnologia, nos veículos


promotores de uma vida menos desgastante, e que deveriam fazer do Homem
hodierno, um indivíduo extremamente feliz.

Não obstante toda a conquista tecnológica, não conseguiu o Homem debelar e


nem resolver suas dores, aflições, angústias e a morte.

Evolui-se, sem saber-se. O Homem moderno, conquistador do micro e macro


universos, tem enigmas interiores indecifráveis que sua Ciência não consegue
resolver.

Cuidou-se muito do externo, em detrimento do Conhecimento de Si mesmo.

Melhorou-se as condições de vida, mas não melhorou-se a vida condicionada ou


refletida.

A irreflexão fez o Homem esquecer-se.

De que adianta altíssima tecnologia, se o acionador da mesma claudica em seus


sentimentos e ações?

As guerras fratricidas, os genocídios e toda sorte de infortúnios, inclusive o


desnível sócio-econômico, gerador de todos os conflitos, não foram dizimados,
ao contrário, aumentam dia a dia.

O que estamos tentando dizer, Leitor Amigo, é que somente a evolução


tecnológica não resolve todos os problemas.

Como a tecnologia resolve as aflições íntimas, os enigmas do coração, os


comportamentos estranhos, os mistérios da morte?

Na realidade vivemos em um tempo auspicioso, necessitamos apenas, que o


pensamento humano se aprimore, se alie aos sentimentos nobres.
Pensamentos, sentimentos e ações nobres são frutos de educação. Educação
das Leis que regem o Universo, que regem a Natureza, que regem o próprio
Homem, Ser Espiritual Eterno — imortal.

É necessário ter educação filorreligiosa. É necessário saber-se que se é espírito,


e tudo retorna para ele, o qual é imortal...

Cogitemos do finito, da forma, aprimoremos nossa vida na matéria, tornemo-la a


melhor possível, mas não alteremos a nossa essência, não esqueçamos nossa
origem espiritual...

Busquemos aprimorar nossa essência, a nós mesmos. Assim, não haverá


fronteiras étnicas, raciais, sociais, todos são seres espirituais imortais em
constante processo de educação e evolução.

É com este escopo, que a Corrente Astral de Umbanda, no Brasil, e a Confraria


Cósmica de Umbanda, em todo o planeta, através de todos os setores filosóficos,
científicos, artísticos e místico-religiosos, tem trabalhado incansavelmente,
através das laboriosas e incontáveis Falanges dos Emissários do Bem e de Luz,
fiéis transmissores dos ensinamentos do Cristo Jesus — Oxalá de nossa
Umbanda.

Assim, este livro do Arapiaga, além de procurar desdobrar os Fundamentos


expressos em “Lições Básicas de Umbanda” terá um enfoque essencialmente
educativo, cósmico.

Não podemos, nas vésperas de grandes eventos espirituais que bafejarão o


mundo, doutrinarmos apenas sectarismos, que denotam apenas as divergências
conscienciais. Necessitamos atingir a todos. Haveremos de ter uma mensagem
de conteúdo, de Princípios Universais, acima de sectarismos ou ortodoxia.

Os Espíritos interessados em auxiliar seus “Irmãos terrenos”, não têm medido


esforços de auxílio, e dentro do possível quando tem oportunidade, transmitem
um conhecimento, que fale ao coração, à alma e não simplesmente ao intelecto...

A Terra vibrada pelas emanações cósmicas do “Cruzeiro Divino”, está recebendo


de altos dignitários de Oxalá, dos 7 Espíritos Planetários, os 7 Orixás Ancestrais,
acervos vibratórios de Luz, Paz e Entendimento, que vibrem a Educação, pois
sem educação espiritual, não há evolução.

Que Oxalá, o Magnânimo Educador no exemplo da Fé, do Amor e da Renúncia,


seja a inspiração para todos.

Saravá Oxalá — Senhor da Terra e dos Céus.

“Velho Payé”
(Arashamanan)
O Oculto Revelado

Filho de Fé e Leitor Amigo, Saravá!

Mais uma vez estamos introduzindo uma nova obra do Arapiaga.

Como Ele havia escrito “Lições Básicas de Umbanda”, nada mais que justo,
amplie e desdobre conceitos, nestes — Fundamentos Herméticos de Umbanda.

Nos tempos atuais, ainda se demora a Coletividade Umbandística, a grande


maioria, nas atividades da forma, do efeito.

Não se tem cogitado da essência, da razão de ser pertencente a um Movimento


tão sério como é o Umbandístico.

O Movimento Umbandístico reflete os próprios anseios da “Coletividade


Terrena”, que não obstante seus comportamentos anacrônicos, é merecedora
de nossa mais alta estima. Comportamento anacrônico, pois já é chegado o
movimento da prevalência, da Era do Espírito. A Era do materialismo já deveria
ter cedido. E por que tal ainda não ocorreu?

Devido aos comportamentos eivados, saturados de egoísmo, vaidade, orgulho e


ambição.

Essas mazelas sintetizam o comportamento humano, distanciado, cada vez mais


do espiritualismo do: “Amai-vos uns aos outros”...

A Imaturidade nas coisas do espírito, não atinge apenas aos ímpios ou livres
pensadores. Atinge, inclusive, com maior intensidade, os denominados
espiritualistas.

Com constrangimento, devemos citar, que dentre os espiritualistas, os


umbandistas também tem demonstrado um comportamento anacrônico.

Embora respeitemos o grau consciencial ou de entendimento das verdades


espirituais, que norteia a consciência ou o grau de maior ou menor experiência
existencial dos milhões de Filhos de Fé, faz-se necessária uma tomada de
posição por parte dos mais experientes, karmicamente engajados neste
Movimento.

Hão-de, lentamente, esclarecerem, quando tiverem tal oportunidade, que


Movimento Umbandístico é a implantação da Luz nas sombras, o conhecimento
na ignorância; o amor no ódio, que infelizmente, prevalece em nossa abençoada
“Casa Planetária”.

É necessário que os verdadeiros “Iniciados Umbandistas”, que forem de fato e


de direito iniciados pelas mãos de um verdadeiro “Mestre de Iniciação”
encarnado, assumam não o enfatuamento inútil e extemporâneo do mestrado,
mas sim, das ações, das palavras, dos exemplos.

Não adianta saber, é necessário fazer... Sim, fazer pelo seu semelhante,
estender-lhe a verdadeira caridade, o verdadeiro conhecimento da vida do
Espírito.

Os verdadeiros Mestres de Iniciação ou Sacerdotes deverão, eles mesmos,


serenamente, entender que a única realidade é o Espírito, sendo o demais,
aparência — forma.

Se o Espírito é a Realidade, é necessário ir-se em busca dele... E, como


consegui-lo? Afastando-se do excessivo materialismo, dos apegos e
convenções...

Considerando o Espírito como Realidade e a matéria como fantasia, ou o


verdadeiro e o aparente, esta obra do Arapiaga buscará atingir mais a essência,
o Cosmo, obviamente, dentro do permissível na atualidade.

Infelizmente, o oculto, o Espírito, continua sendo a grande incógnita, o grande


Fundamento Hermético. Procuremos, pois, sem embaraços, sem
academicismos inócuos, revelá-los.

Ao revelá-los, esperamos que os Filhos de Fé e o Leitor Amigo mostrem-se como


são, deixando as aparências, a ilusão e possam manifestar-se em plena
Realidade.

Que Tupã abençoe e proteja a todos...


Ele já abençoou, há muito...
Saravá Ogun que me ordena.
Saravá todos os Verdadeiros Sacerdotes da Realidade

“7 Espadas”
(Orishiauara)
Explicação Necessária

Leitor Amigo, Saravá!

Com total aquiescência de “nossos” Mentores Espirituais, eis que, com muito
júbilo, entregamos aos nossos prezados leitores, sejam ou não umbandistas,
mais uma singela e humilde obra de nossa “autoria”.

Escrevemos mais um livro, não porque nos julguemos um “arauto” de Umbanda,


um “iluminado”, um “predestinado” ou quiçá um mero egoísta e vaidoso, mas
sim, como legado de uma tarefa ou compromisso kármico que queremos
cumprir, principalmente com a Coletividade Umbandista da qual somos ativo
participante. Disse, principalmente com a Coletividade Umbandista, pois, com
muito regozijo, temos leitores e simpatizantes de outros setores filo-religiosos,
que tem aberto seus corações e intelectos à Umbanda.

Este livro — FUNDAMENTOS HERMÉTICOS DE UMBANDA — surge na


expectativa, no afã, de aprofundar e desdobrar e, porque não dizer, trazer novos
Fundamentos, novos ângulos, nos conceitos por nós “mesmos” esposados em
outras obras.

Os leitores e simpatizantes de nossas obras, as que, via mediúnica “recebemos”


do Caboclo Sr. Sete Espadas, sabem que ao término das mesmas, Ele frisa com
veemência, que os conceitos expressos não são definitivos, aliás, muito ao
contrário. Diz-nos que expressa ou manifesta parte da “Verdade Relativa”. Ora,
se a Verdade que nos apresenta é relativa, a mesma é mutável, dinâmica,
adaptável, se potencializa, se desdobra, tudo visando uma maior proximidade
com a “Verdade Absoluta”.

É óbvio para todos que nos encontramos a distância inimaginável da “Verdade


Absoluta”, da “Realidade Maior”, a qual é-nos apresentada sob vários véus. Mas
no intuito de nos aprofundar e, respeitosamente desvelarmos os permissíveis
véus, segundo nosso alcance, nesta obra estaremos mais próximos da “Verdade
Absoluta”, da “Verdade-Una”.

Os Irmãos de Fé e Leitores Amigos ressentem-se de maiores e mais constantes


informações, pois, quando uma obra chega às suas mãos, muito dos conceitos
já estão sendo desdobrados, renovados e potencializados. Visando minimizar
esta natural e salutar ou aparente e virtual defasagem, mas que atende a um
planejamento superior, é que nos apressamos em escrever mais esta obra.
É comum muitos Irmãos de Fé irem às nossas humildes “giras” ou mesmo numa
conversa informal perceberem o que citamos. Somente em contato conosco
entendem não podermos escrever tudo que fazemos e doutrinamos, pois a
Iniciação é para o interior do Templo. Observam, então, que escrevemos
fagulhas da Iniciação Superior de Umbanda, mas que dia a dia encontra-se mais
acessível a todos os graus conscienciais embora, sempre mais abrangente,
aprofundada. É isso mesmo, a evolução é dinâmica e tudo se transforma, se
desdobra, visando atingir os objetivos de sua era. Portanto, não entendemos
quando muitos afirmam que alteramos Fundamentos. Não mudamos...
aprofundamos... Estamos deixando lentamente a forma para penetrarmos no
âmago, na essência dos mesmos.

Nossa assertiva, de forma alguma está afirmando que os conceitos esposados


em outras obras estejam superados ou perderam seu real valor. Jamais! Tudo
se encadeia. Tudo se complementa. Sem as outras obras, em que muitos ainda
estão iniciando seus promissores estudos, e tem de ser assim mesmo, não seria
possível o entendimento desta nossa nova obra. É pois, um Conhecimento-Uno,
não fragmentado, paulatino e cada vez mais abrangente, cósmico.

Reiteramos assim, que não somos nenhum iluminado que tudo sabe e conhece,
não necessitando de mais nenhum conhecimento ou aperfeiçoamento. Graças
a “Tupan”, longe de nós tal absurdo... Achamos sim, que nada sabemos, mas
dia a dia buscamos interpenetrar a Verdade revelada por “nossos” e outros
Mentores Espirituais. Como todos, buscamos mais Luzes, maiores
esclarecimentos, pois aspiramos à Sabedoria, que temos plena consciência ser
Amor e Conhecimento interiorizados, vivenciados.

Creia-nos, Leitor Amigo e Irmão de Fé, que já superamos uma certa euforia e,
porque não dizer, até certo ufanismo, quando vimos impressas nossas primeiras
obras. Pura ilusão! Quem realmente quer servir, deve esquecer-se, se possível,
ficar no anonimato, pois o que há de prevalecer é a Doutrina e não o autor, que
é mero instrumento e veículo. O que desejamos realmente é servir, e sempre
melhor...

Bem, Caro Leitor, perdoe-nos o monólogo, mas, eis que, prazerosamente, lhe
entregamos mais um de “nossos” livros, que como sempre, teve a orientação
direta e o “Agô” de Caboclo Sr. Urubatão da Guia 1 e de Caboclo Sr. 7 Espadas.

1. Somente agora, após oito anos da passagem de Pai Matta para outras dimensões da vida,
informamos que Caboclo Urubatão da Guia é o “Caboclo Velho Payé” (ARASHAMANAN).

Nossa Casa de Orações, Trabalhos e Fundamentos Umbandísticos é o local


onde no dia a dia da “vivência-terreiro” encontramos o “Substrato Vivo”, o
“Conhecimento Límpido”, a “Inspiração”, que estão expressos em Fundamentos
Herméticos de Umbanda.
Fundamentos Herméticos de Umbanda terá um enfoque diferente.
Aprofundaremos mais os aspectos Psico-Espirituais e Iniciáticos, que seguirão
em nossas futuras obras, se Tupan o permitir, até o início do 3º milênio. Por outro
lado, esperamos completar e ampliar os conceitos de “Lições Básicas de
Umbanda” e, como dissemos, procuraremos expressar os conceitos inéditos.
frutos de nossos canais mediúnicos, da prática e da vivência ritualística de
nossos 28 anos de atuação ininterrupta no comando de um Templo
Umbandístico. Será, pois, um conhecimento expresso “Desde Dentro”, de quem
vive o Templo, o Terreiro, e é Iniciado em seus “erós”. Esperamos alcançar
nossos objetivos, quais sejam, de elevar e aprimorar a prática, a doutrina de
nossa “Religião-Ciência”, que já interpenetra seu verdadeiro contexto: Umbanda
— A Proto-Síntese Cósmica.

Ao término de nossos esclarecimentos, queremos ressaltar que esta obra tem


um cunho essencialmente universalista.

Sim, a Umbanda é cósmica, vivente nos quatro cantos do planeta.

Não podemos, pois, ater-nos somente à Umbanda do Brasil, deveremos ter


ciência que Ela expressa-se com outras vestimentas em vários países.

Somos cidadãos planetários, e a Umbanda é cósmica, é a Tradição Cósmica


Rediviva.

Esperamos tê-los, Irmão de Fé e Leitor Amigo, em nossa companhia nas páginas


que se seguem.

Queiram pois, aceitar minha gratidão e amizade num profundo e sincero, Saravá!

Rivas Neto
(Mestre Arapiaga)
O Exotérico e o Esotérico

Irmão de Fé e Leitor Amigo iniciemos, serenamente, mais um longo diálogo,


desta vez, através de Fundamentos Herméticos de Umbanda.

Nesta obra, para melhor compreendê-la, necessitamos ter alguns conceitos, os


quais, sabemos não serem de fácil entendimento. Visando superar-se mais este
obstáculo, procuramos um atalho, e nele esperamos encontrar o caminho que
nos conduza ao nosso objetivo.

Assim, sucintamente, analisemos dois aspectos de um mesmo evento, os dois


ângulos de um mesmo fenômeno. Estes dois ângulos ou aspectos são
denominados exotérico e esotérico.

Recorrendo-se a etimologia das palavras encontramos os radicais Exo e Eso, as


coisas externas e internas, respectivamente. Em suma, a forma e a essência, o
superficial e o profundo, o regional e o cósmico.

No real propósito de melhor perceber-se os aspectos exotéricos e esotéricos,


faremos um estudo analógico, diversas analogias que melhor ilustrarão nosso
estudo.

Iniciemos nosso estudo analógico com as duas fases do dia terrestre. A Fase
solar, Fase da luz é tida como real, sem véus, sem mitos, portanto, esotérica. A
Fase lunar, ou Fase da sombra é tida como ilusória, irreal, mitológica. São o dia
e a noite. A Luz Solar (real) e a Luz Lunar (irreal).

Não fica difícil o entendimento do processo analógico exemplificado, pois sem


instrumentos ópticos adequados não se consegue mirar o sol sem lesar os olhos.
Ao contrário, podemos olhar a luz lunar sem traumas, visto a mesma ser luz solar
polarizada, amenizada.

A Luz solar é para nós a luz da verdade, que como o Sol pode nos cegar se não
tivermos preparados ou equipados para tanto (grau consciencial).

A analogia, Luz lunar com a noite, imaginação, irreal ou atenuação da Luz da


verdade, são formas ou meios, para sem traumas, demonstrar a realidade aos
não preparados a enxergá-la. É o que acontece com o Sincretismo (concepção
heterogênea), com o mito, superstições. É na verdade uma linguagem
preparatória a outras fases, a “Fase do Sol” (aspectos internos, cósmicos).
Após este estudo preliminar, conceituemos as expressões exotérico e esotérico.
Exotérico é o externo, comum, ordinário, mítico, profano. Esotérico é o interno,
incomum, secreto, oculto, cósmico, iniciático. São estes dois aspectos que
tentamos expressar, pois este livro pretende discutir aspectos esotéricos ou
herméticos desta Umbanda de todos nós.

Antes de penetrarmos nos conceitos herméticos, continuemos exemplificando.


A própria Natureza se manifesta em dois níveis. Manifesta-se de forma concreta,
tangível, visível. O Reino Mineral, Vegetal, Animal e Hominal são os aspectos
concretos da Natureza. O outro aspecto é o abstrato, invisível, intangível e
impalpável. O Reino dos Elementares, a região da matéria astral, as várias
esferas hiperfísicas, as Aldeias Espirituais, as contrapartes etereofísicas da
Natureza material, propriamente dita. O mesmo acontece com as Forças Sutis
ou vitais, base, próto-forma, arquétipo de toda a Natureza Física e Hiperfísica.
Após estes aspectos fisiogônicos, da própria Natureza, expressos no exotérico
e esotérico, partamos para os aspectos androgônicos.

No “contexto homem” temos o aspecto visível e tangível, os aspectos manifestos,


expressos no Corpo Físico denso. Há também os aspectos invisíveis, expressos
nos organismos dimensionais (Organismos Astral e Mental).

O Psiquismo pode ser dividido em aspectos sensível e latente. O sensível é


representado pelo aspecto consciente da psiquê, isto é, aspectos visíveis,
palpáveis. O latente é representado pelos aspectos subconscientes,
inconsciente e supraconsciente, os quais são aspectos impalpáveis, não visíveis,
etc.

Na verdade, os aspectos exotéricos e esotéricos seriam melhor expressos na


Forma e Essência, respectivamente. Ao contrário do que se pode imaginar, o
concreto e o abstrato não se chocam, não se neutralizam, se complementam.

O choque é aparente, pois tudo no Universo se completa, se complementa no


equilíbrio. Não há porque criticar-se algo, pois o mais importante é entender que
tudo faz parte da “Verdade Absoluta ou Integral”, da Unidade, a qual é adaptável
aos vários graus conscienciais.

É a tão famosa Lei das Correspondências ou dos Análogos, pois desde a Luz
Divina até a temporária e ilusória treva total (que, de forma absoluta, não existe)
obedecem à Lei. E pela Lei das Correspondências, tudo se corresponde, tudo
tem seus paralelos. O “mais alto” corresponde ao “mais baixo”, fazendo com que
a manifestação seja una. É o famoso equilíbrio ou harmonia dos opostos.

São as próprias Paralelas da Lei que se expressam em ações e reações,


processos ativos e passivos, Umbanda e Kimbanda enfim, a Harmonia dos
opostos que se manifesta na Lei. O mesmo acontece com o Karma Causal e
Constituído. O segundo não é eterno, é temporal, extinguindo-se quando todos
os Seres Espirituais deixarem, superarem esta via evolutiva do Reino Natural, e
dirigirem-se ao Cosmo ou Reino Espiritual.

No Movimento Umbandista da atualidade temos os dois aspectos, o exotérico


(forma) e o esotérico (essência). Este nosso humilde trabalho estará mais
diretamente associado aos aspectos esotéricos, da essência, das causas mais
universais (coletivos) do que regionais (individuais).

A Umbanda ou Movimento Umbandista expressa os aspectos ativos, causais da


própria Lei, enquanto a Kimbanda ou Kimbandan expressam os aspectos
passivos, de execução da mesma Lei — O AUMBHANDAN.

AUMBHANDAN
(A LEI DIVINA EM AÇÃO)

ESOTÉRICO — EXOTÉRICO
W. W. da Matta e Silva
Meu Mestre, Meu Pai, Meu Amigo...

Nascido em Garanhuns, Pernambuco, em 28.06.1917, talvez tenha sido o


médium que maiores serviços prestou ao Movimento Umbandista, durante seus
50 anos de mediunismo. Não há dúvidas hoje, após 7 anos de sua passagem
para outras dimensões da vida, que suas 9 obras escritas constituem as bases
e os fundamentos mais avançados do puro e real Umbandismo.

Sua tarefa na literatura Umbandista, que fez milhares de simpatizantes e


seguidores, iniciou-se no ano de 1956. Sua primeira obra foi Umbanda de
Todos Nós — considerada por todos a Bíblia da Umbanda, pois transcendentais
e avançados eram e são seus ensinamentos. A 1ª Edição veio à luz através da
Gráfica e Editora Esperanto, a qual situava-se, na época, à rua General Argôlo
230, Rio de Janeiro. O volume nº 1 dessa fabulosa e portentosa obra encontra-
se em nosso poder... presenteados que fomos pelo insigne Mestre. Em sua
dedicatória consta:

Rivas, esse exemplar é o nº 1. Te dou como prova do grande apreço que tenho
por você, Verdadeiro Filho de Fé do meu Santuário — do Pai Matta — Itacurussá,
30.07.86

Dessa mesma obra temos em mãos as promissórias que foram pagas, por Ele,
à Gráfica Esperanto, que facilitou o pagamento dos 3.500 exemplares em 180
dias ou 6 parcelas. Vimos, pois, que a 1ª edição de Umbanda de Todos Nós,
para ser editada, teve seu autor de pagá-la. A partir da 2ª edição a obra foi
lançada pela Livraria Freitas Bastos, a qual, desde aquela época, vem editando
as obras de Matta e Silva.

Como não poderia deixar de ser, a Livraria Freitas Bastos teve a sensibilidade
de perceber que estava de posse de um valioso tesouro e, como tal, valorizou-o
e deu ao seu autor o respaldo necessário.

Umbanda de Todos nós agradou a milhares de umbandistas, que encontraram


nela os reais fundamentos em que poderiam se escudar, mormente nos aspectos
mais puros e límpidos da Doutrina Umbandista. Mas, se para muitos foi um
impulso renovador de fé e convicção, para outros, os interessados em iludir, em
fantasiar e vender ilusões, foi um verdadeiro obstáculo às suas funestas
pretensões, tanto que começaram a combatê-la por todos os meios possíveis e
até à socapa. Quando perceberam que, ao combatê-la, estavam fazendo sua
apologia e a maior das propagandas, enfureceram-se... Iniciaram o ataque
contundente, através da baixa-magia... e, mais uma vez, sem sucesso!

Soubemos por ele que, realmente, foi uma briga astral, feroz... Além de ter
contrariado interesses mesquinhos de determinados pseudos-líderes
umbandistas da época, também desagradou a um Astral inferior e todo um
séquito de entidades atrasadas, as quais perceberam que com o lançamento e
a aceitação da obra, seu império de ações negras e nefastas ficou seriamente
ameaçado. Perceberam que, com a Luz do esclarecimento se manifestando, não
haveria mais lugar para a ignorância, faltando, pois, substrato às Sombras, fonte
primária e primeira de suas ações funestas.

Realmente, foi uma luta Astral, uma demanda, em que as Sombras e as Trevas
utilizaram-se de todos os meios agressivos e contundentes que possuíam,
arrebanhando para as suas fileiras do ódio e da discórdia tudo o que de mais
nefando e trevoso encontrassem, quer fosse encarnado ou desencarnado.

Momentos difíceis assoberbaram a rígida postura do Mestre, que muitas vezes,


segundo ele, sentiu-se balançar. Mas não caiu!... E os outros? Ah! os outros...

Na época, alguns arrivistas incapazes e despeitados, aproveitando-se de uma


palestra pública, proferida austeramente pelo Mestre fotografaram-no centenas
de vezes, com a vil, baixa e torpe intenção de poder atingi-lo através de rituais
inferiores que, é claro, só têm aceite para os Magos Negros e seus Planos e
Sub-Planos afins. Não tiveram os mínimos escrúpulos, atacaram-no de todas as
formas, queriam matá-lo, eliminá-lo, somente por ele ter alertado a grande massa
popular que campeava por esses ditos terreiros. Tais indivíduos queriam se
beneficiar de todas as formas, para conseguir isto ou aquilo, precisando usar o
povo como massa de manobra, a fim de leva-los a cargos, a situações para as
quais não detinham merecimento ou capacidade.

Decepcionado com a recepção desses verdadeiros opositores, renhidos e


fanáticos, à sua obra, Matta e Silva resolveu cruzar suas armas, que eram sua
intuição, sua visão astral, calcada na lógica e na razão, e sua máquina de
escrever... Embora confiasse no Astral, que o escolhera para a árdua e penosa
tarefa, por intermédio desse mesmo Astral obteve Agô para um pequeno
recesso, onde encontraria mais forças e alguns raros e fiéis aliados que o
seguiriam no desempenho da missão que ainda o aguardava.

Na época, não fosse por seu Astral, Matta e Silva teria desencarnado... Várias
vezes, disse-nos, só não tombou porque Oxalá não quis... Muitas vezes precisou
dormir com sua gira firmada, pois ameaçavam-no de levá-lo durante o sono...
Imaginem os leitores amigos os assaltos que devem ter assoberbado o nobre
Mestre Matta e Silva...
Seus 2 filhos, Ubiratan e Eluá, também sofreram, embora de forma leve, as
rebarbas dos entrechoques de ordem astral que, em avalanche, desceram e
atingiram a família do ilustre Mestre. A demanda foi feroz, sendo que, de seus
perseguidores, a maioria recebeu segundo a Lei...

Pai Cândido, que logo a seguir denominou-se como Pai Guiné, assumiu toda a
responsabilidade pela manutenção e reequilibro astrofísico de seu Filho, para
em seguida orientá-lo na escrita de mais um livro. Sim, aí lançou-se, através da
Editora Esperanto, Umbanda — Sua Eterna Doutrina, obra de profunda filosofia
transcendental. Até então, jamais haviam sido escritos os conceitos esotéricos e
metafísicos expostos. Brilhavam, como ponto alto em sua doutrina, os conceitos
sobre o Cosmo Espiritual ou Reino Virginal, as origens dos Seres Espirituais,
etc... Os Seres Espirituais foram ditos como sendo incriados e, como tal,
eternos...

Devido a ser muito técnica, Umbanda — Sua Eterna Doutrina agradou aos
estudiosos de todas as Correntes. Os intelectuais sentiram peso em seus
conceitos, sendo que, para dizer a verdade, passou até certo ponto despercebida
pela grande massa de crentes e mesmo pelos ditos dirigentes umbandistas da
época.

Ainda não se esgotara a primeira edição de Sua Eterna Doutrina e Pai Matta já
lançava outra obra clássica, que viria a enriquecer ainda mais a Doutrina do
Movimento Umbandista. Complemento e ampliação dos conceitos herméticos
esposados por Sua Eterna Doutrina, o novo livro, Doutrina Secreta de
Umbanda, agradou mais uma vez a milhares de pessoas.

Não obstante suas obras serem lidas não só por adeptos umbandistas, mas
também por simpatizantes e mesmo estudiosos das ditas Ciências Ocultas, seu
Santuário, em Itacurussá, era frequentado pelos simples, pelos humildes, que
sequer desconfiavam ser o velho Matta um escritor conceituado no meio
umbandista. Em seu Santuário, Pai Matta guardou o anonimato, vários e vários
anos, em contato com a natureza e com a pureza de sentimentos dos simples e
humildes. Ele merecera essa dádiva, e nessa doce Paz de seu terreirinho
escreveria mais outra obra, também possante em conceitos.

Assim nasceu Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-


Velho, obra mediúnica que apresenta um diálogo edificante entre um Filho-de-
Fé (Zi-Cerô) e a Entidade Espiritual que se diz Preto-Velho. Obra de nível, mas
de fácil entendimento, sem dúvida foi um marco para a Doutrina do Movimento
Umbandista.

Após 4 obras, Matta e Silva tornou-se por demais conhecido, sendo procurado
por simpatizantes de todo o Brasil. Embora atendesse a milhares de casos, como
em geral são atendidos em tantos e tantos terreiros por este Brasil afora, havia
em seu atendimento uma diferença fundamental: as dores e mazelas que as
humanas criaturas carregam eram retiradas, seus dramas equacionados à luz
da Razão e da Caridade, fazendo com que a Choupana do Velho Guiné quase
todos os dias estivesse lotada... Atendia também aos oriundos de Itacurussá —
na ocasião uma cidade sem recursos — que, ao necessitarem de médico, e não
havendo nenhum na cidade, recorriam ao Velho Matta. Este, com sua bondade
e caridade, a todos ministrava medicamentos da flora local, e mesmo alopatias
simples, que ele mesmo comprava quando ia à cidade do Rio de Janeiro. Ficou
conhecido como curandeiro, e sua fama ultrapassou os limites citadinos,
chegando às ilhas próximas, de onde acorriam centenas de sofredores de vários
matizes. Durante exatos 10 anos Matta e Silva cumpriu essa tarefa, que
transcendia a suas funções sacerdotais...

Como se vê, é total iniquidade e falta de conhecimento atribuir a Matta e Silva a


pecha de elitista. Suas obras são honestas, sinceras, reais e revelam em suas
causas o hermetismo desta Umbanda de Todos Nós. Segundo sapientíssimos
mentores de nossa corrente, seus livros levarão mais de 50 anos para serem
completamente assimilados e colocados em prática. É necessário que nos
preparemos para esse Evento de Luz Redentora da Nova Era do 3º milênio. As
obras de W. W. da Matta e Silva preparam, ajustam e apontam para a Umbanda
do 3º milênio. Preparemo-nos, caso contrário...

Continuando a seguir a jornada missionária de Pai Matta, vamos encontrá-lo


escrevendo mais uma obra: Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda. Logo a
seguir, viria Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda. A primeira
ressalta de forma bem simples e objetiva as raízes míticas e místicas da
Umbanda. Aprofunda-se no sincretismo dos Cultos Afro-Brasileiros,
descortinando o panorama do atual Movimento Umbandista. A segunda aborda
a Magia Etéreo-Física, revela e ensina de maneira simples e prática certos rituais
seletos da Magia de Umbanda. Constitui obra de cunho essencialmente prático
e muito eficiente.

Nesse instante de nossa descrição, pedimos tolerância e paciência ao prezado


leitor, pois queremos dar ao mesmo uma real noção da cronologia das obras do
grande Mestre. Acreditamos que, assim fazendo, estaremos sintonizando-nos
ainda mais, permitindo ao caro leitor penetrar no âmago de nossa mensagem.

Prosseguindo, chegamos a Umbanda e o Poder da Mediunidade. Nessa obra


entenderemos como e porque ressurgiu a Umbanda no Brasil. Ela aponta as
verdadeiras origens da Umbanda. Fala-nos da magia e do médium-magista.
Conta-nos, em detalhes, ângulos importantíssimos da magia sexual. Há nesse
livro uma descrição dantesca sobre as zonas cavernosas do baixo astral,
revelando covas com seus magos negros que, insistentemente, são alimentados
em suas forças por pensamentos, atos e até por oferendas grosseiras das
humanas criaturas.
Após 7 obras, atendendo a numerosos pedidos de simpatizantes, resolveu o
Mestre, em conjunto com a Editora Freitas Bastos, lançar um trabalho que
sintetizasse e simplificasse todas as outras já escritas. Assim surgiu Umbanda
do Brasil, seu oitavo livro. Agradou a todos e, em 6 meses, esgotou-se. Em 1975
lançaria o Mestre sua última obra: Macumbas e Candomblés na Umbanda.
Esse livro é um registro fidedigno de vivências místicas e religiosas dos
chamados Cultos Afro-Brasileiros. Constitui um apanhado geral das várias
unidades-terreiros, as quais refletem os graus consciencionais de seus adeptos
e praticantes. Ilustrado com dezenas de fotografias explicativas, define de
maneira clara e insofismável a Umbanda popular, as Macumbas, os Candomblés
de Caboclo e dá noções sobre Culto de Nação Africana, etc.

O leitor atento deve ter percebido que, durante nossos dezoito anos de
convivência iniciática, e mesmo de relacionamento Pai-Filho com o Pai Matta,
algumas das fases que citamos nós as presenciamos in loco...

Conhecemo-lo em 1971 quando, após ler Umbanda de Todos Nós, tivemos


forte impulso de procurá-lo. Na ocasião morávamos em São Paulo. Fomos
procurá-lo em virtude de nosso Astral casar-se profundamente com o que estava
escrito naquele livro, principalmente sobre os conceitos relativos às 7 linhas,
modelo de ritual e a tão famosa Lei de Pemba. Assim é que nos dirigimos ao Rio
de Janeiro, sem saber se o encontraríamos. Para nosso regozijo, encontramo-lo
na Livraria Freitas Bastos da rua 7 de Setembro.

Quando nos viu, disse que já nos aguardava, e porque tínhamos demorado
tanto?!

Realmente ficamos perplexo, deslumbrado... parecia que já o conhecíamos há


milênios... e, segundo Ele, conhecíamo-nos mesmo, há várias reencarnações...

A partir dessa data, mantivemos um contato estreito, frequentando, uma vez por
mês, a famosíssima Gira de Pai Guiné em Itacurussá — verdadeira Terra da
Cruz Sagrada, onde Pai Guiné firmou suas Raízes, que iriam espalhar-se,
difundindo-se por todo o Brasil. Mas, voltando, falemos de nosso convívio com o
insigne Mestre.

Conhecer Matta e Silva foi realmente um privilégio, uma dádiva dos Orixás, que
guardo como sagrado no âmago de meu Ser. Nesta hora, muitos podem estar
perguntando:

— Mas, como era esse tal de Matta e Silva?

Primeiramente, muito humano, fazendo questão de ressaltar esse fato. Aliás, era
avesso ao endeusamento, mais ainda à mitificação de sua pessoa. Como
humano, era muito sensível e de personalidade firme, acostumado que estava a
enfrentar os embates da própria vida... Era inteligentíssimo!
Tinha os sentidos aguçadíssimos... Mas era um profundo solitário, apesar de
cercarem-no centenas de pessoas. Seu Espírito voava, interpenetrando e
interpretando em causas o motivo das dores, sofrimentos e mazelas várias...

A todos tinha uma palavra amiga e individualizada. Pai Matta não tratava casos,
tratava Almas... e, como tal, tinha para cada pessoa uma forma de agir, segundo
o seu grau consciencional próprio!

Sua cultura era exuberante, mas sem perder a simplicidade e originalidade. De


tudo falava, era atualizadíssimo nos mínimos detalhes... Discutia ciência,
política, filosofia, arte, ciências sociais, com tal naturalidade que parecia ser
Mestre em cada disciplina. E era!...

Quantas e quantas vezes discutíamos medicina e eu, como médico, confesso,


tinha de me curvar aos seus conceitos, simples mas avançados...

No mediunismo era portentoso... Seu pequeno copo da vidência parecia uma


televisão tridimensional! Sua percepção transcendia!... Na mecânica da
incorporação, era singular seu desempenho! Em conjunto simbiótico com Pai
Guiné ou Caboclo Juremá, trazia-nos mensagens relevantes, edificantes e
reveladoras, além de certos fenômenos magísticos, que não devemos citar...

Assim, caro leitor, centenas de vezes participamos como médium atuante da


Tenda de Umbanda Oriental, verdadeira Escola de Iniciação à Umbanda
Esotérica de Itacurussá, na Rua Boa Vista, 157, no bairro de Brasilinha.

A Tenda de Umbanda Oriental (T.U.O.) era um humilde prédio de 50 m. Sua


construção, simples e pobre, era limpa — e rica em Assistência Astral. Era a
verdadeira Tenda dos Orixás... Foi aí, nesse recinto sagrado, onde se respirava
a doce Paz da Umbanda, que, em 1978, fomos coroado como Mestre de
Iniciação de 7º grau e considerado representante direto da Raiz de Pai Guiné,
em São Paulo. Antes de sermos coroado é claro que já havíamos passado por
rituais que antecedem a “Coroação Iniciática”.

É necessário frisar que, desde 1969, tínhamos nossa humilde choupana de


trabalhos umbandísticos, em São Paulo, onde atendíamos centenas de pessoas,
muitas das quais enviadas por Pai Matta. Muitos deles, os que vieram, tornaram-
se médiuns de nossa choupana, a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.

Muitas e muitas vezes tivemos a felicidade e a oportunidade ímpares de


contarmos com a presença de Pai Matta em nossa choupana, seja em rituais
seletos ou públicos e mesmo em memoráveis e inesquecíveis palestras e cursos.
Uma delas, aliás, constitui acervo do arquivo da Ordem Iniciática do Cruzeiro
Divino: uma fita de videocassete em que seus “netos de Santé” fazem-lhe
perguntas sobre sua vida, doutrina e mediunismo... Constam ainda de nossos
arquivos centenas e centenas de fotos, tiradas em São Paulo, Rio de Janeiro e
em outros e vários locais...
Para encerrar esta longa conversa com o prezado leitor, pois se continuarmos
um livro de mil páginas não seria suficiente, relatemos a última vez que Pai Matta
esteve em São Paulo, isto em dezembro de 1987.

Em novembro de 1987 estivemos em Itacurussá, pois nosso Astral já vinha nos


alertando que a pesada e nobre tarefa do Velho Mestre estava chegando ao
fim... Surpreendeu-nos, quando lá chegamos, que ele nos chamou e, a sós e em
tom grave, disse-nos:

— Rivas, minha tarefa está chegando ao fim, o Pai Guiné já me avisou... Pediu-
me que eu vá a São Paulo e lá, no seu terreiro, ele baixará para promover, em
singelo ritual, a passagem, a transmissão do Comando Vibratório de nossa
Raiz...

Bem, caro leitor, no dia 2 de Dezembro, um domingo, nosso querido Mestre


chegava do Rio de Janeiro. Hospedando em nossa residência, assim como fazia
sempre que vinha a São Paulo, pediu-nos que o levássemos a um oftalmologista
de nossa confiança, já que havia se submetido sem sucesso a 3 cirurgias
paliativas no controle do glaucoma (interessante é que desde muito cedo
começou a ter esses problemas, devido a...).

Antes disso, submetemo-lo a rigoroso exame clínico cardiológico, onde


diagnosticamos uma hipertensão arterial acompanhada de uma angina de peito,
estável. Tratamo-lo e levamo-lo ao colega oftalmologista. Sentíamos que ele
estava algo ansioso, e na ocasião disse-nos que Pai Guiné queria fazer o mais
rápido possível o ritual. Disse-nos também que a responsabilidade da literatura
ficaria ao nosso cargo, já que lera Umbanda — A Proto-Síntese Cósmica e
Umbanda — Luz na Eternidade, vindo a prefaciar as duas obras. Pediu-nos
que fizéssemos o que o Sr. 7 Espadas havia nos orientado, isto é, que
lançássemos primeiro Umbanda — A Proto-Síntese Cósmica. Segundo Pai
Matta, esse livro viria a revolucionar o meio Umbandista e os que andavam em
paralelo, mormente os ditos estudiosos das ciências esotéricas ou ocultas. Mas,
para não divagarmos ainda mais, cheguemos já ao dia 7 de dezembro de 1987.

A Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, com todo seu corpo mediúnico presente,
se engalanava, vibratoriamente falando, para receber nosso querido Mestre e,
muito especialmente, Pai Guiné.

Às 20 horas em ponto adentramos o recinto sagrado de nosso Santuário


Esotérico. Pai Matta fez exortação, dizendo-se feliz de estar mais uma vez em
nosso humilde terreiro, e abriu a gira. Embora felizes, sentíamos em nosso Eu
que aquela seria a última vez que, como encarnado, nosso Mestre pisaria a areia
de nosso Congá. Bem... Pai Guiné, ao baixar, saudou a todos e promoveu um
ritual simples, mas profundamente vibrado e significativo. Num determinado
instante do ritual, na apoteose do mesmo, em tom baixo, sussurrando ao nosso
ouvido, disse nos:
— Arapiaga, meu Filho, sempre fostes fiel ao meu cavalo e ao Astral, mas sabeis
também que a tarefa de meu cavalo não foi fácil, e a vossa também não será...
Não vos deixeis impressionar por aqueles que querem usurpar e só sabem trair...
lembrai-vos de que Oxalá, o Mestre dos Mestres, foi coroado com uma coroa de
espinhos... Que Oxalá abençoe vossa jornada, estarei sempre convosco...

Em uma madeira de cedro, deu-nos um Ponto Riscado, cravou um ponteiro e,


ao beber o vinho da Taça Sagrada, disse-nos:

Podes beber da Taça que dei ao meu Cavalo — ao beberes, seguirás o


determinado... que Oxalá te abençoe sempre!

A seguir, em voz alta, transmitiu-nos o comando magístico vibratório de nossa


Raiz...

Caro leitor, em poucas palavras, foi assim o ritual de transmissão de comando,


que, com a aquiescência de Pai Guiné, temos gravado em videocassete em
várias fotografias.

Alguns dias após o ritual, Pai Matta mostrou-nos um documento com firma
reconhecida, no qual declarava que nós éramos seu representante direto, em
âmbito nacional e internacional (?!) Sinceramente, ficamos perplexo!...

Na ocasião não entendíamos o porquê de tal precaução, mesmo porque


queríamos e queremos ser apenas nós mesmos, ou seja, não ser sucessor de
ninguém, quanto mais de nosso Mestre. Talvez, por circunstância Astral, Ele e
Pai Guiné não pudessem deixar um hiato, onde usurpadores vários poderiam,
como aventureiros, aproveitar-se para destruir o que Eles haviam construído!
Sabiam que, como sucessor do grande Mestre, eu não seria nada mais que um
fiel depositário de seus mananciais doutrinários!

Quem nos conhece a fundo sabe que somos desimbuídos da tola vaidade!
Podemos ter milhares de defeitos, e realmente os temos, mas a vaidade não é
um deles, mormente nas coisas do Espiritual. Não estaríamos de pé, durante 33
anos de lutas e batalhas, se o Astral não estivesse conosco... Assim, queremos
deixar claro a todos que, nem ao Pai Guiné ou ao Pai Matta, em momento algum,
solicitamos isto ou aquilo referente a nossa Iniciação e muito menos à sua
sucessão... Foi o Astral quem nos pediu (o videocassete mostra) e, como sempre
o fizemos, a Ele obedecemos... Mas o que queremos, em verdade, é ser aquilo
que sempre fomos: nós mesmos. Não estamos atrás de status; queremos
servir... Queremos ajudar, como outros, a semeadura, pois quem tem um pingo
de esclarecimento sabe que amanhã...

Para encerrar, caro leitor, anexaremos uma foto do documento original, onde se
vê claramente a chancela e a rubrica do querido Mestre e Pai, Matta e Silva.
Assim o faremos, para não falarem isso ou aquilo...
ADENDO ESPECIAL
Na expectativa de que o Leitor Amigo entenda melhor minha amizade por meu
Pai, meu Mestre, meu Amigo — Matta e Silva, passaremos a relatar, alguns
fatos, intencionalmente olvidados, mas que agora, torno público.

Remontemos a 1983. Em julho de 19.83, quando completávamos 33 anos, fomos


agraciados por nosso Mestre — Pai Matta — com os Sinais Riscados na Lei de
Pemba, que ele havia recebido de Pai Guiné em 1946. (vide documento 1).

Esses sinais eram as “Ordens e Direitos”, que ele Matta, havia recebido do Astral
Superior, de Pai Guiné para a sua tarefa mediúnica.

Quando pediu que colocássemos esses Sinais em nosso “congá”, já tínhamos


as “Ordens e Direitos” de Velho Payé, que havia nos estendido há muitos anos.

Então, deixamos os “Sinais” de Velho Payé velados atrás dos de Pai Guiné.
Assim, em nosso Congá, ficaram visíveis, os “sinais de Pai Guiné”.

Não havíamos, de pronto, percebido o que se passara. Sim, o Pai Guiné, através
do “Velho Matta” já estava preparando-nos para o que viria a acontecer.

No momento que colocamos os “Sinais de Pai Guiné”, em nosso Congá,


passamos a dividir “direitos e deveres”. Se por um lado tínhamos o amparo de
“Pai Guiné”, também haveríamos de enfrentar as lutas, as demandas, os
entrechoques. Dividiríamos com Ele, Matta e Silva, as lutas, os entrechoques,
etc. E como enfrentamos... Mas graças ao Astral superior, desde aqueles tempos
até hoje, nos encontramos de pé e fortalecidos.

Antes de continuarmos, pois precisaremos nos adiantar até o ano de 1987,


vejamos a sequência de acontecimentos que antecederam essa época.

No ano de 1986, a pedido de um matutino paulistano, iniciamos uma sequência


de artigos semanais, que durariam exatamente 14 meses.

Na época, fomos questionados e atacados, pois nossos artigos, embora sóbrios


e honestos, feriam os impostores, os que ludibriavam a fé ingênua, e mais que
isto, esclareciam a massa de crentes que acorriam por esses terreiros Brasil
afora. Foi aí que ele, Pai Matta, quis consolidar, fazer valer o que
representávamos para o Movimento Umbandista, e pediu que entregássemos ao
editor do jornal, o seguinte documento. (vide documento 2)
Estamos dando ao Irmão de Fé e Leitor Amigo uma idéia cronológica dos
acontecimentos, para melhor entenderem nossos objetivos.

Como percebe-se, havia mútua confiança, amizade e respeito entre nós, e ele,
já estava abrindo caminho para sua sucessão, embora, na época, eu não
soubesse.

Após esses esclarecimentos necessários, avancemos a dezembro de 1987


(acontecimentos relatados em páginas anteriores).

Quando do “famoso” Rito de “Transmissão de Comando”, que eu não pedi, o VK-


7 e as fotos demonstram, Pai Guiné, entre outras coisas, nos disse:

“Você ficará com estes “Sinais de Pemba” que dei ao meu “cavalo” e também a
você, até o sétimo ano após a “passagem” dele para a Aruanda.

...Isto é necessário, pois no outro lado da vida, no plano astral, ele precisará estar
desvinculado de qualquer ligação com os entrechoques de sua última
reencarnação. Não poderá, seu campo mento-astral sofrer nenhum abalo, pois
se tal acontecer, colocará em risco o preparo para o seu próximo reencarne, que
se dará por dentro dos sete anos após seu desencarne.

Assim, você ficando com estes “sinais”, liberará meu “cavalo” de certas
perseguições, etc.

Você tomará a frente. Não se assuste, estaremos ao seu lado.

Outrossim, esses Sinais, representam a Tradição, e que passa às suas mãos.

Após o sétimo ano, retire-o do Congá. Coloque-o sob os — “Sinais de Pemba”


que “Velho Payé” lhe deu. São suas Ordens e Direitos de Trabalho”.

Assim Irmão de Fé e Leitor Amigo, transmitimos a vocês, fielmente, os


acontecimentos por nós vividos, e comunicamos que a partir de agora após os
sete anos (20.03.96) Velho Payé assume a Raiz de Guiné. Sim, a Raiz de Velho
Payé é a Raiz de Guiné renovada, atualizada, revigorada e refundida, segundo
os conceitos atuais, firmados em seu Templo e através da literatura por Ele
preconizada.

Também aproveitamos o ensejo, a oportunidade para respondermos a uns e


outros, quando nos questionam sobre outros “Irmãos de Santé” da Raiz de
Guiné. Por que não os citamos?

Recentemente, um dos interlocutores questionador, perguntou-me se a


Umbanda não teria evoluído mais se nós estivéssemos unidos, juntos?!

A todos esses, pedimos muita atenção para nossa resposta.


Em primeiro lugar, todos os “Irmãos de Santé” poderiam ter escrito, construído
suas “Ordens”, terem executado e consolidado suas tarefas tal qual o fizemos.
Se não o fizeram...?!!

Nós mesmos tentamos uma aproximação com todos, inclusive aqueles que
participaram do Rito dos Seis Mestre de Iniciação de 7º grau no 2º ciclo, em
Itacurussá, em 1985. O sétimo Mestre foi Pai Matta, então, o único Mestre de
Iniciação de 7º grau no 3º ciclo.

Quando iniciamos nossa tarefa na literatura Umbandística, e tornamos público o


Rito de Transmissão de Comando em que Pai Guiné disse-nos que seríamos o
único de seus filhos, Mestre de Iniciação do 7º grau no 3º ciclo, todos nossos
Irmãos se afastaram de nosso convívio, sendo que alguns iniciaram uma
oposição direta, mas muito, e, principalmente, à socapa. (vide documento 3).

Apesar de tudo que passamos, algo que não podemos citar, sinceramente,
esquecemos todas as ofensas e agravos contra nossa pessoa, mas é bom que
todos saibam que desde 1970, fundamos e consolidamos a “Ordem Iniciática do
Cruzeiro Divino” (que não existe só no papel, é real), Templo Umbandístico que
atende a milhares de pessoas, não só em sua sede central em São Paulo, mas
através de seus vários Agrupamentos, por esse Brasil afora e até no exterior.

Dando continuidade aos aspectos externos, exotéricos a Ordem Iniciática do


Cruzeiro Divino promove cursos de Cultura Umbandística, de Aperfeiçoamento
da Pessoa (C.A.P.), Seminários e Workshops. Em sua função interna, esotérica
é uma Escola Avançada da Alta Iniciação de Umbanda, com Iniciados em todo
o Brasil e no Exterior (Europa, E.U.A.).

Como vêem, não foram os “documentos” que Pai Matta nos outorgou, e isto ele
fez mesmo, e porque quis, como poderia ter feito a outros, e se não fez, não
temos culpa nenhuma, que nós realizamos as tarefas literária, mediúnica e
iniciática.

Os que nos atacam e criticam, ao invés de assim fazê-lo, algo que atesta suas
frustrações, deveriam, como nós, ter trabalhado, se empenhando, terem
prestado serviços ao próximo, pois o que construímos, creiam-nos, independe
de documentos que nosso Pai nos outorgou, mas sim, de nosso astral e de nosso
trabalho, principalmente no magismo e mediunismo, no atendimento nas Giras
de Caridade...

Nosso trabalho só confirma a aguçada percepção que Pai Matta possuía, pois
sabia, que não seriamos Mestre de Iniciação de mãos vazias, mas sim, de
realizações, de divulgação, de trabalhos, de penetração e atuação em nossa
Coletividade.

Sabia que éramos partícipe do:


“Não basta saber, é preciso fazer”.

Não obstante as calúnias e as críticas absurdas e inconsistentes que recaíram


sobre nós, mas que nunca sustentaram, por serem falaciosas e inverídicas,
queremos citar o nome de alguns de nossos Irmãos de Raiz, tenham sido eles
favoráveis ou não a nossa pessoa. Todos sabem o que falaram e fizeram,
portanto...!!!

Antes de citá-los, gostaria de citar “Mãe Salete”, (Maria Salete Matta e Silva) a
segunda esposa de “Pai Matta”, com a qual tive o privilégio de conviver nos anos
dourados de Itacuruçá. Muito desta época inesquecível deve-se a Ela. Sua visão,
sua percepção e sobretudo seu amor às coisas do espiritual jamais serão
apagados de nosso “Eu Espiritual”.

Médiuns do porte de Miriam Gavião, médium ímpar, de predicados


insofismáveis, e acima de tudo pela sua sinceridade e honestidade.

Igualmente não podemos nos esquecer da querida Butiol. Ah! Butiol, tua
simplicidade foi-me uma lição!

E é claro, uma série de Irmãos de Fé, que no anonimato, davam “corpo”, faziam
da “gira de Itacuruçá”, uma “gira de verdade”, onde baixavam os “Senhores da
Banda”: “Caboclos”, “Pais-Velhos” e “Crianças”.

Quanto aos Iniciados de Pai Matta, que eu vi, conheci e convivi, não posso deixar
de citar:

O Mestre Yatsara — Omar Belico dos Reis — Mestre de Iniciação de 7º grau —


Médium-Magista — profundo conhecedor da Doutrina Umbandística, Músico de
altíssima sensibilidade, a quem rendo homenagem, amizade e respeito. Tem seu
e templo em Poços de Caldas - MG.

O Mestre Arabayara — Ovídio Carlos Martins — Mestre de Iniciação de 7º grau


— Médium-Magista — com o qual dividimos, em sua residência, várias vezes, o
pão e o teto. Meus agradecimentos, sinceros. Tem seu Templo em São João da
Boa Vista — S.P.

Ao Mestre Rodolfo e sua esposa Beth — Mestre de Iniciação de 7º grau — com


atividade de terreiro em sua cidade natal — Poços de Caldas — M.G. Tivemos
pouco contato, mas percebemos nele um nobre caráter. Meus respeitos, pois,
ao nosso querido confrade. Que Oxalá o abençoe, sempre!

Continuando, não podemos deixar de citar a bem da verdade, para sermos


justos, mais dois “Irmãos de Raiz”.

O primeiro é Mestre Itassoara, o Valter Lima e Silva, com o qual não tivemos,
praticamente contato. Mesmo porque, o mesmo, na época, não se mostrou
propenso, então respeitando e acatando seus desejos!!!... Tem seu Templo em
Vila Velha no Espírito Santo, onde com seu filho, o José Fernando, está no
comando de seu Agrupamento. Não podemos deixar de enviar a Ele, nosso
fraternal e sincero saravá, e votos de saúde, paz e luz em sua jornada mediúnica.
Hoje mantemos fraternal e sincera amizade.

O segundo é o Mestre Yassuami — Mário Tomar — Mestre de Iniciação de 7º


grau — Médium-Magista — segue de forma ortodoxa a Doutrina, sendo
justíssimo autodenominar-se o “filho do Mestre”. Não obstante, dentro de seu
grau consciencial, é um laborioso executor da Magia em seus diversos ângulos.
Tem seu Agrupamento em Vitória do Espírito Santo.
Após citar todos estes Irmãos de Fé com os quais convivi, quero citar o Mestre
Ytaoman — Ivan Horácio Costa — que conheceu o “Pai Matta” antes que todos
os citados, mas que, infelizmente, em todos os anos que estive em Itacuruçá, só
o vi duas vezes, e não na prática do mediunismo.

Embora tenhamos modos diversos de enxergar e entender as coisas de


Umbanda, temos por sua pessoa grande respeito. Acreditamos que a recíproca
seja verdadeira, tanto que nos honrou com o pedido, por nós aceito, de prefaciar
sua segunda obra.

Destarte, é Ele, segundo suas próprias palavras um autodidata, e profundo


“expert” da informática. É dentro de seu grau um estudioso das Ciências Ocultas,
tendo escrito, duas obras: PEMBA — A GRAFIA SAGRADA DOS ORIXÁS E IFÁ
— O ORIXÁ DO DESTINO. (segunda obra)

Terminando, cito também, Jairo Nilton Pinto — Mestre Kariumá e sua querida
esposa a Sra. Marielza, ambos são baluartes da Umbanda de Belo Horizonte —
M.G. A eles e a todos os Filhos de Santé de T.U.O. — II — meu carinho, meu
respeito e meu sincero saravá!

Também citamos o Sr. Joaquim dos Santos e sua esposa Diva dos Santos, que
tem o Templo do Caboclo Morumby em Votuporanga — S.P.

No epílogo, cito também meu Irmão, o Wilson T. Rivas — Mestre Itaçuan,


também foi, dentro de seu grau, Iniciado por Pai Matta.

Escreveu duas obras, em forma de mensagens:

UMBANDA É LUZ e

UMBANDA — SETE FLECHAS.

Após abrirmos nosso coração ao Leitor Amigo, espero que tenhamos deixado
claro, que sempre fomos, e continuamos sendo nós mesmos. Não
precisávamos, e muito menos precisamos nos escudar em nenhum documento.
Mesmo porque, “documento” não faz realizações, e as nossas, são frutos de 34
anos de trabalhos ininterruptos, graças à misericórdia de nosso astral, em
especial, de “Velho Payé”, que nos assiste desde a infância.

Como frutos desse nosso trabalho, com o agô maior de — “Velho Payé”,
iniciamos, dentro de seus diversos graus e ciclo outros Mestres, que inclusive,
além de possuírem seus Agrupamentos, tem obras escritas.

Maria Elise Machado — Yamaracyê — Iniciada no grau de Sacerdotisa.


Escreveu obra inédita, estando escrevendo sua segunda obra. Sua primeira obra
foi:

UMBANDA — O DESPERTAR DA ESSÊNCIA.


Eugênio Paiva de Moura — Mestre Tashanan — dirigente do Agrupamento do
Cruzeiro Divino — Templo do Sr. Rompe Mato — em Taubaté — S.P. Está com
obra no prelo.

Diamantino Fernandes Trindade — Mestre Hanamatan — dirigente do


Agrupamento do Cruzeiro Divino — Templo do Sr. 7 Lanças.

Escreveu duas obras importantes para o Movimento Umbandístico:

UMBANDA E SUA HISTÓRIA;

UMBANDA UM ENSAIO DE ECLETISMO.

Edison Oliveira — Mestre Aranyara — dirigente do Agrupamento do Cruzeiro


Divino — Templo do Sr. Ogum Beira-mar — em São Bernardo do Campo — S.P.

Oswaldo Gouveia — Mestre Abaritan — dirigente do Agrupamento do Cruzeiro


Divino — Templo do Sr. Tupanan — em Vitória de Santo Antão — PE.

Escreveu a obra:

UMBANDA DOS HOMENS E DOS DEUSES.

Carlos Alberto Sodré — Mestre Yapocan — dirigente do Agrupamento do


Cruzeiro Divino — Templo do Sr. Pena Verde — em Jacareí — S.P.

José Amaury Mendes — Mestre Aramayara — dirigente do Agrupamento do


Cruzeiro Divino — Templo do Sr. Tupaiba em Vitória — PE.

Embora, ainda não tenham Agrupamentos, citamos alguns de nossos Iniciados


de graus superiores:

Sidney José Vieira — Mestre Arabatan

Willian do Carmo — Mestre Obashanan — autor da revista — UMBANDA UMA


RELIGIÃO BRASILEIRA.

Roger Taussig (Araobatan),

José Roberto Silva, Raimundo Medeiros e outros

Não citamos alguns Filhos de Santé, que embora não tenham seus
Agrupamentos, sendo de outros estados brasileiro e até do exterior, frequentam
regularmente a nossa “gira”. A todos, nosso sincero saravá!

Leitor Amigo e Irmão de Fé, como podem perceber a Tradição continua viva,
muito viva, e que após nossa passagem para outras dimensões da vida
continuará revigorando-se, refundindo-se, ampliando-se, pois a Verdade é
relativa, é um processo, uma marcha contínua, adaptada ao seu tempo...
Assim, a partir desta obra, esperamos ter deixado patente e cristalino que a
Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino é a Guardiã da Tradição de nossa Raiz,
atualmente, sob a égide de “Velho Payé” (Mestre Arashamanan).

Que Oxalá recompense a todos com suas bênçãos de Paz e Luz...

Nota: — Todos os originais aqui demonstrados encontram-se de posse do autor, que terá prazer
em apresentá-los.
Pai Matta...

Teu filho, de todas as formas, tem procurado honrar Tua tarefa e Teu trabalho.
Sei que continuas a tarefa nos Planos do Astral Superior, que agora tens como
Lar e Santuário.

Assim, meu Mestre, a Ti dedico mais este livro, na certeza que tenho de que me
inspiras e me susténs na jornada do hoje e do porvir...

Embora hoje sendo Pai, continuo cada vez mais teu Filho e, tem certeza, sempre
fiel a Ti e ao Astral.

Pai, Tua bênção! Com todo o respeito, permite-me desejar-te que Oxalá te
abençoe sempre.

Há de abençoar-te, eternamente!

F. RIVAS NETO
(Arapiaga)
1
Fundamentos Esotéricos
Sobre a Origem e Finalidades
da Umbanda

Em “Lições Básicas de Umbanda”, obra por nós escrita, explicamos,


parcialmente, os conceitos sobre a origem e finalidades da Umbanda.

Nestes nossos “Fundamentos Herméticos”, tentaremos expressar novos


conceitos, mais condizentes com estes “tempos”.

A Umbanda, no Mundo Astral, tem seus Fundamentos firmados, como “Lei


Divina”, há milhares de anos, mas que expressa-se no mundo carnal envolta em
vários véus, cada qual adaptado a uma era ou época.

O que pretendemos, sem desvalorizar conceitos já firmados, é revelar ou melhor


desvelar mais alguns véus, que nos tornam mais próximos da Realidade, da
Verdadeira Umbanda.

Segundo nossa exposição, percebe-se que a Umbanda ainda não se revelou em


todo o seu esplendor espiritual, em toda sua magnificência de Luz e Harmonia,
mas que na dependência do grau consciencial de seus adeptos, apresenta-se
como a “Senhora das Mil Faces”, indo seus Fundamentos do Mítico ao Cósmico.

Após este pequeno intróito, entremos na origem e finalidades herméticas de


Umbanda, antes porém, observemos os léxicos origem e finalidades.

O vocábulo origem tem como sinonímia, como significado: princípio, nascimento,


procedência, etc. Tomemos a sinonímia Princípio.

A Umbanda como Princípio, é a própria “Lei Divina em Ação”, que tem sua
origem no Plano Astral, através dos 7 Orixás Planetários ou Ancestrais.

Estes Fundamentos da Lei Divina aplicados à Humanidade Terrena, para serem


firmados, consolidados, foram revelados às primeiras Raças a habitarem a
Terra... Essas Raças foram solidificando-os através de uma Tradição-Una, isto
é, Princípio que velava e revelava a unidade da Religião Cósmica, expressa no
Amor e Sabedoria. (Tradição Cósmica)

Nesta época havia a Umbanda ou o AUMBHANDAN que foi, e é, a Proto-Síntese


Cósmica. que reúne o Amor e Sabedoria Cósmicos.

Como os Irmãos de Fé podem aquilatar, não havia um Conhecimento


fragmentado. O Divino, a Natureza e suas Leis eram a própria Tradição-Una —
A Proto-Síntese Cósmica.

A Sabedoria e o Amor eram unos. Não se era Puro sem ser Sábio, e vice e versa.

Se o Sábio era Puro e o Puro era Sábio, é porque esta era uma condição natural,
eram intrínsecas, inseparáveis, formavam um todo.

Esse todo era o Aumbhandan — A Condição Natural do Ser Espiritual, que


possuía o, Amor e Sabedoria unos, indistinguíveis.

Então, quando afirmávamos que a Proto-Síntese Cósmica era o Amor e a


Sabedoria, já havia acontecido a primeira cisão. Sim, a Sabedoria, que mais
tarde se dissociaria em Filosofia e Ciência, separara-se do Amor que por sua
vez, dissociara-se em Arte e Religião.

A Proto-Síntese Cósmica que era Una, Natural, Espiritual, pois não se


fragmentava, tinha em si o Amor e a Sabedoria Cósmicos Unos, não dispersos,
se fragmentou em Amor e Sabedoria. Esta foi a 1ª fragmentação — a 1ª cisão.
O Uno se Dualiza.

É dessa dualização, que concluímos, surgiram todas as demais deturpações,


inclusive a dicotomia da Sabedoria que se dualizou em Ciência e Filosofia. O
mesmo acontecendo com o Amor que se dualizou em Arte e Religião.

Após esta dissertação, percebe-se que a finalidade do Aumbhandan, nos


primórdios, nas primeiras Raças, era um conjunto de Leis Educativas que
mantinha a unicidade do Homem/Espirito. Eram Leis Regulativas de um karma,
mas que encontrava-se em equilíbrio, pois o Homem venerava a Natureza,
respeitando sua Natureza Física, como venerava o Divino, pois era o verdadeiro
elo de ligação com sua própria Essência Espiritual.

Examinemos, após discorrermos sobre a origem, o léxico finalidade.

Esse vocábulo tem como sinônimo: Objeto, alvo, destinação.

Praticamente já respondemos sobre as finalidades ou objetivos do Aumbhandan


ou Umbanda, mas, reforçando, diremos que o mesmo teve como função
principal, através dos 7 Orixás Planetários, estender às Raças Primevas, a
Tradição Espiritual, o Caminho, a Via de Retorno ao Reino Espiritual ou Cosmo
Espiritual.
Nossos prezados Leitores e Irmãos de Fé, após nossa dissertação, a qual
acompanharam em todos os seus pormenores, devem ter percebido que falamos
do AUMBHANDAN — da Proto-Síntese Cósmica e não do que fazemos hoje em
nossos Templos. Atualmente, fazemos Movimento Umbandista. assim como
outros fazem Movimento Budista, Movimento Católico, Movimento Kardecista,
Movimento Protestante, mas que, segundo o grau consciencial de seus adeptos,
buscam o AUMBHANDAN — O Conjunto das Leis Divinas.

NOTA COMPLEMENTAR

Há dois universos de evolução para os Seres Espirituais.

No Universo Espiritual que tem como sinonímia Reino Virginal ou Cosmo


Espiritual, evolui-se através do Karma Causal.

O outro denomina-se Universo Astral, também chamado Reino Natural.

No Cosmo Espiritual havia o Princípio Espiritual Uno (Essência). Este Princípio


reunia de forma una o Amor e a Sabedoria. Assim, Amor e Sabedoria não
existiam separados, não eram conhecidos dissociados. O Princípio Espiritual
tinha o Amor e Sabedoria Unos, não distintos, indistinguíveis.

Só tiveram existência, quando do rompimento do Princípio Espiritual Uno. Este


rompimento gerou o Karma Causal, que é Lei Regulativa, a Lei Divina aplicada
no Cosmo Espiritual.

Embora, o Princípio Espiritual tenha se polarizado, o mesmo não estava


separado. Os Seres Espirituais possuíam, no Reino Virginal ou Cosmo Espiritual,
Amor e Sabedoria, embora distintos, polarizados, não estavam separados, eram
existentes (Existência).
Visando o retorno ao Princípio Espiritual Uno, o Ser Espiritual teve necessidade
de experimentar o Reino Natural, o Universo Astral, onde o Amor e a Sabedoria
estavam separados (Substância).

No Universo Astral ou Reino Natural, em seus diversos loci cósmicos, visando


sanar tal anomalia, teve de surgir o Karma Constituído. A finalidade do mesmo
é, em primeira instância, fazer retornar o Ser Espiritual a unidade, isto é, o Amor
e Sabedoria Cósmicos não desassociados.

No Universo Astral relativo a nossa galáxia, em especial em nosso Sistema


Solar, no Planeta Terra, a Lei Regulativa denomina-se AUMBHANDAN — que é
a manifestação do Amor e Sabedoria Cósmicos.

Desde o início dos tempos, relativo ao planeta Terra, tivemos várias cisões,
cismas, deturpações e interpolações no Amor e Sabedoria Cósmicos.

É digno de menção que, no Reino Natural, o nível de inversões e cisões do Amor


e Sabedoria Cósmicos definem o maior ou menor comprometimento do Ser
Espiritual. É esse grau de comprometimento que qualifica o seu “habitat” no
Reino Natural.

No planeta Terra, o resgate é feito através do AUMBHANDAN, que é o Conjunto


das Leis Divinas em ação.

Como o Amor e Sabedoria Cósmicos estão cindidos, descaracterizados, pois


perdeu-se a unidade, há blocos dissonantes, que são arremedos, fragmentos
denominados: Ciência e Filosofia (Sabedoria) em que há outras subdivisões, as
quais se afastam ainda mais da unidade da Sabedoria.

O mesmo acontece com a Arte e Religião (Amor) que também se subdividiram,


aniquilando a unidade, a síntese.

Após estas explanações, conclui-se que, o Karma Constituído, relativo ao


planeta Terra tem como escopo fazer todos atingirem o AUMBHANDAN — A
Proto-Síntese Cósmica que é o Amor e Sabedoria Cósmicos.

Devido às diversas subdivisões, que geraram tremendas confusões de ordem


moral-espirítica, o Governo Oculto do Planeta Terra, seus 7 Espíritos Planetários
(Orixás Ancestrais) sob a égide de Oxalá — O Cristo Jesus — incrementaram
vários Movimentos Espiríticos por todo o planeta.

Esses Movimentos Espiríticos ou Místico-Filosóficos, as denominadas Religiões,


visam resgatar a unidade perdida.

Interessante, e digno de se mencionar e meditar, é que o Ser Espiritual terreno


não apresenta uma só característica fenotípica, morfológica, genética. Na
verdade há quatro grandes grupos raciais, quais sejam: o Negro; o Vermelho; o
Amarelo e o Branco. Embora haja a miscigenação entre todos, a mesma ainda
não é patente. Para nós, tal quantidade de Raças explica a causa da unidade,
que acreditamos será reconstituída através da miscigenação étnico-racial.

Dissemos dos Movimentos Espiritualistas, todos, sem exceção, recebem e


emitem informações desde o século XVI ao Movimento Umbandista, surgido e
forjado aqui no Brasil, mas que já se manifesta, com outras vestimentas, em todo
o planeta.

O Movimento Umbandista no Brasil é o grande amortecedor sócio-racial kármico,


e indutor da miscigenação cultural, social, política, econômica e racial, a qual,
em futuro, fará surgir uma nova Raça, a Raça-Una, que através do Movimento
Umbandista resgatará o AUMBHANDAN — a Proto-Síntese Cósmica — o Amor
e Sabedoria Cósmicos.

Após estas nossas alusões, relembramos ao Leitor Amigo que em nossa obra,
Lições Básicas de Umbanda — Capítulo 1 — há as minúcias exotéricas, externas
do surgimento do Movimento Umbandístico, como há também fatores
propedêuticos deste nosso Capítulo.
2
Intermediação Dimensional

Neste Capítulo, a Intermediação Dimensional — mediunidade — para melhor


compreendê-lo, precisamos reiterar e desdobrar alguns fundamentos do
Capítulo 1.

Quando afirmamos Princípio Espiritual Uno ou Incriado, estamos falando do Ser


Espiritual, no Reino Virginal.

Embora, ainda sendo Princípio Espiritual, no momento da Eternidade em que


houve polarização, este Princípio tornou-se dual. A polarização deu formação,
ou melhor, manifestação ao “Par Vibracional”.

Esse “Par Vibracional”, é o que denominamos de Eterno Masculino e Eterno


Feminino, isso, em pleno Cosmo Espiritual ou Reino Virginal.

É o que os Mestres d’Aruanda velam sob o arcano do Enigma Causal. Sim, talvez
fosse essa a explicação para a “queda” do Ser Espiritual do Reino Virginal.

Tentemos interpenetrar o eró, o Arcano Cósmico. Como alhures citamos, o


Princípio Espiritual (Essência), quando da polarização, gerou o “Eterno
Masculino” e o “Eterno Feminino” (Existência). Sim, o que era Essência,
imanifesta, polarizou-se, manifestou-se, portanto, tem Existência.

É de vital importância, perceber-se e entender-se que, a Existência (Eterno


Masculino e Eterno Feminino), segundo nossa afirmação, gerou, “exsudou” a
Substância Espiritual, que seria a protoforma para a Cosmogênese, onde teria
domínio a Energia-Matéria.

Na intenção de repisar, tornar compreensível, afirmamos que o Princípio


Espiritual Uno (Essência) ao se bipolarizar, separou-se objetivamente
(Existência), gerou de moto próprio, devido a sua atribuição criadora
(Substância) a Substância Espiritual ou Virginal, que também denominamos
Substância Etérica, a qual é indiferenciada, caótica, sem movimentos
coordenados.

É essa Substância Etérica, que a Coroa Divina, os 7 Espíritos Virginais de


Máximo Poder — os 7 Orixás Virginais — através da Potenciação de Suas
Vontades, de Seus Poderes Volitivos, propiciaram movimentos ordenados,
diferenciando-a, imprimindo-lhe um ciclo e ritmo particular.

Esse ciclo e ritmo, na verdade, deu formação à Energia Bipolarizada. A essa


Energia Bipolarizada denominamos de Energia Primeva Positiva e Energia
Primeva Negativa.

Essa Energia Primeva bipolarizada, deflagrou a constituição setenária da


Matéria de origem Astral ou Natural, (relativa ao Universo Astral).

Assim, o Poder Volitivo do Orixá (os 7 Virginais) aplicado na Substância Etérica


gerou o Universo Astral. A concretização desse Poder Volitivo pode ser expressa
na Cosmogênese, no Big-Bang, que gerou três fenômenos que perseveram,
perduram até nossos dias. A Luz, o Som e o Movimento são expressões
concretas do Poder Volitivo do Orixá. São o Tantra, o Mantra e Yantra Cósmicos.

Após nossas explicações, que sabemos não serem simples, embora tentamos
torná-las inteligíveis, apliquemos esse Conhecimento em determinada galáxia
do Universo Astral (Via Láctea), por dentro dela a determinado Sistema Solar.

Interpenetrando esse Sistema Solar, lobriguemos, atentamente, um pequeno


planeta denominado Terra.

No planeta Terra, sua matéria constitutiva, é Setenária. A Energia Bipolarizada:


Energia Mental (+) e Energia Mental (-), geraram a Energia Astral.

A Energia Astral, por dissociação ou emissão dá formação a quatro Energias,


totalizando o Setenário.

Esta Energia Astral é a base constitutiva da dimensão sutil, hiperfísica do


planeta.

Na dimensão grosseira, densa é a deflagradora de quatro estados de


manifestação.

O primeiro estado de manifestação é o eólico (Ar), essencialmente, expansivo.

O segundo estado de manifestação é o ígneo (Fogo), essencialmente, radiante.

O terceiro estado de manifestação é o hídrico (Água), essencialmente, fluente.

O quarto e último estado de manifestação é o telúrico (Terra), essencialmente,


coesivo.

Assim, os Elementos: Ar, Fogo, Água e Terra compõem o plano físico denso do
planeta, aliás, as Linhas de Forças que os sustentam, nada mais são que o
Poder atuante, executor do “Orixá da Terra”, o Exu Planetário. (Concretizador)
Após nossa dissertação, tornam-se evidentes os dois planos de existência em
nosso planeta.

Onde há domínio da Energia Astral é a dimensão sutil denominada Plano Astral.


Nessa dimensão há Senhores das Hierarquias (Orixás, Guias, Protetores),
Elementares, Espíritos Superiores que nunca encarnaram no planeta — Orixás
Planetários e alguns Orixás Menores, em geral do Orixá Yori —, Exus em seus
diversos planos, até espíritos atrasados, etc.

A outra dimensão planetária é a densa, onde evolui o Ser Espiritual Encarnado.


A Energia Astral está manifesta em 4 Forças Básicas — sólidas, liquidas,
gasosas, elementos radiantes, eletricidade, magnetismo, calor, radioatividade,
etc.

Essas duas dimensões, separadas no apogeu da Raça Vermelha, eram unas.


Com isso estamos afirmando que o Ser Espiritual encarnado possuía 7 sentidos
aguçados, os quais permitiam vida plena nos diversos graus de exteriorização
da Energia Astral.

Por isso, naqueles idos tempos, nascer e morrer eram naturais, e não obedeciam
aos fenômenos atuais. Nascer na dimensão densa, no plano físico, requeria que
o indivíduo densificasse seu corpo astral, através de Magia Mental
Condensadora. Morrer, requeria justamente o contrário, desagregar, se
desvencilhar-se da energia condensada. Esta era a mecânica evolutiva dos
“primevos vermelhos”, os denominados pelos Sr. 7 Espadas, “estrangeiros”
Seres Espirituais que estavam auxiliando a evolução dos “terráqueos” que ainda
estagiavam no “Reino dos Elementares”, estavam em “gestação” planetária.

Sobre este fascinante período, o mesmo estará esmiuçado em nossa futura obra
— Umbanda — Na Magia dos Elementares.

Retornando, na atualidade, nascer é mergulhar na matéria, em quase total


estado de inconsciência. A consciência vai despertando, aprimorando-se,
evoluindo, incorporando valores morais, intelectuais e espirituais, que no
transcurso do tempo, permite um maior autoconhecimento.

Estamos afirmando que no nascimento temos o máximo de inconsciência, sendo


que o máximo de consciência conseguimos no fenômeno da denominada morte.
Sim, no nascimento praticamente nada sabemos. Na infância, adquirimos
relativa consciência, que vai se encorpando na juventude, se enriquece na idade
madura e torna-se cristalina no inverno da vida.

Como vimos, há necessidade do desencarne para gradativamente evoluir-se. O


mesmo com o nascer, que além dos processos da reparação, aprendizado e
elevação do grau consciencial, amplifica a consciência, a ciência de si mesmo,
e deveria propiciar visão cristalina da autoconsciência.
Desde quando o Homem eclipsou seus órgãos dos sentidos, atrofiando seus
dois superiores, que permitiam a visão e vida astrais e mesmo o acesso a vidas
anteriores, os Orixás Planetários, através da Misericórdia de Oxalá — o Deus
Planetário — projetaram a mediunidade ou intermediação dimensional, onde
através dos médiuns, veículos de espíritos, viventes no plano astral, em seus
diversos lócus, os encarnados pudessem intercambiar com seus Ancestres
ilustres e mais facilmente conseguir a tão propalada evolução.

Esta foi a causa da eclosão da mediunidade, que infelizmente, no decorrer dos


tempos tem sido invertida, pois não raros, por seus atos espúrios, intercambiam
com Seres Espirituais Astralizados das mais baixas zonas do Astral. Permutam
vibrações de baixas frequências com verdadeiros duendes do sub-mundo astral,
adiando sua evolução, de seu próximo e do próprio planeta.

Como pode-se inferir, é ato grave influenciar a outrem através da mediunidade,


pois além de prejudicá-los, pode lhes alterar sensivelmente suas condutas, seus
karmas, o que convenhamos, é gravíssimo.

Quando a mediunidade surgiu raríssimos eram os médiuns, e eram todos moral


e vibratoriamente bem dotados, e possuíam adaptações vibracionais em suas
telas mentais. Aliás, as telas mentais são as delimitadoras vibracionais que
impedem o intercâmbio natural com o plano astral e o acesso às vivências em
vidas passadas.

No princípio do surgimento dos médiuns, eram eles lideres naturais de suas


Coletividades, ao contrário dos dias atuais, onde um ou outro é aclamado líder.
Isto deve-se à diferença do grau evolutivo dos médiuns de antanho e os atuais.
Houve sim, um aviltamento, um vilipêndio de tão nobre tarefa.

Ontem como hoje, independente dos valores morais e vibracionais citados, não
são todas as humanas criaturas que são médiuns. Os médiuns, embora tenham
a tela mental, a mesma é adaptada em três principais regiões, as quais permitem
o intercâmbio mediúnico, e no Movimento Umbandista, relacionam-se com as
três formas de apresentação ou Triângulo de Formas Místicas. (Crianças,
Caboclos e Pais Velhos).

No término do capítulo, reiteramos que nem todas as humanas criaturas são


médiuns.

O médium, antes de reencarnar, tem um ajuste em sua Tela Mental, e um


suporte energético de acréscimo em seus núcleos vibracionais (chakras), como
um especializado preparo em seu complexo mento-astro-físico (personalidade).
FORMAÇÃO DA ENERGIA ETÉRICA
E SUA MANIFESTAÇÃO
3
O Mistério do Triângulo das
Formas de Apresentação

Após os dois primeiros Capítulos, percebe-se a unidade existente entre os


mesmos; não há solução de continuidade, pois a Doutrina Umbandística é de
Síntese.

Para melhor entendermos o “Triângulo Místico de Umbanda” ou das Formas de


Apresentação, precisaremos recorrer, mais uma vez, desdobrando, a descida do
Ser Espiritual do Cosmo Espiritual.

Como nossos Fundamentos são Herméticos, Esotéricos, buscaremos a


Metafísica (as causas o — “arqué”) e não simplesmente os aspectos míticos e
místicos dos denominados: “Caboclos”; “Crianças” e “Pais-Velhos”.

Isso porque, a Doutrina Umbandística, em sua face interna, iniciática, cósmica,


baseia-se no estudo da Tríade que explica: o Divino; o Cosmos e o Ser Espiritual.

Na atualidade, o entendimento desta Tríade é o mesmo que ter uma visão crítica
do Homem, do Universo, suas relações e seus problemas, e inclusive o
relacionamento com o Sagrado, com o Divino.

O escopo da Umbanda Iniciática, que alguns néscios e possuídos de falso saber,


dizem ser contrários aos Princípios da Lei Divina, se dirige no sentido de
apreender a Verdade, que fica muito além e por debaixo do que existe e do que
acontece. Seu esforço e compromisso é a Verdade, que está além das alegorias,
mitos e aparências.
A Verdade, a Realidade, tem de ser apreendida com a razão (Sabedoria) e o
coração (Sentimento), e só é encontrada por aquele que busca as causas
primevas — o arqué = asthé = axé.

Sim, somos estóicos e indômitos amantes da Verdade, e não de ledos enganos,


como alguns filauciosos e falaciosos têm “vociferado”...

Convencidos estamos que, a Verdade é mutável e relativa, pois a Realidade, e


nisso estamos com os filósofos, é uma marcha, uma trajetória a ser percorrida,
um processo.

Não doutrinamos sofismas, ou meros conceitos engendrados por mentes


doentias, que derivam para o absurdo, quando não para o escatológico. Nosso
lema é a Realidade, que embora saibamos estar distante, buscamo-la com
obstinação. Se alhures afirmamos que a Realidade não é aparência, nem forma,
irresistivelmente, somos levados a concluir que a Realidade é o Espírito, a
Essência Espiritual.

Após essas nossas conclusões, melhor entenderemos, à luz dos Fundamentos


Cósmicos de Umbanda, o Triângulo das Formas de Apresentação, por dentro da
dinâmica de adaptação do Movimento Umbandista.

Havíamos dissertado que, sob a intervenção dos Orixás Virginais, os quais


estenderam suas Vibrações-Comando aos Orixás Refletores, a Substância
Etérica foi transmutada primeiro em anti-matéria e a seguir em Substância
Primeva Positiva e Negativa, proporcionando a Cosmogênese. Essa produziu
três fenômenos que seriam arquétipos de tudo mais que surgiria neste Universo
Astral.

Os Poderes Volitivos dos Orixás, seus Hálitos, propiciaram ciclos e ritmos, os


quais foram concretizados em: Luz, Som e Movimento.

Ainda hoje, após 15 bilhões de anos, percorrem todo o Universo a Luz, o Som e
o Movimento Primevos. A esses fenômenos, denominamos de Tantra, Mantra e
Yantras Cósmicos. Embora tenhamos utilizado vocábulos tidos como oriundos
do Sânscrito, os mesmos têm origem no Abanheenga, a primeira Língua Raiz,
base para as demais que surgiram, devido às cisões, cismas, deturpações, etc.
Outrossim, o Sânscrito é uma Língua que expressa o Verbo Sagrado; porém o
Alfabeto Adâmico, foi a 1ª chave para abrirmos o portal da Primeira Expressão
do Verbo no Planeta.

Mas após citarmos o Tantra, o Mantra e o Yantra Cósmicos, que relação têm
eles com o Triângulo das Formas de Apresentação?

Na realidade, como o Aumbhandan é a Religião Primeva, e o Movimento


Umbandista pretende restaurá-lo, resgatá-lo, utilizou-se de formas mnemônicas
primevas, relacionando-os com os Seres Espirituais pioneiros em relação ao
mediunismo, surgido no final da decadente Civilização Atlante.

Recordando, havia médiuns que entravam em sintonia com “Entidades


Astralizadas” as quais lhes alteravam sensivelmente a voz. A voz tornava-se
essencialmente aguda.

Outros eram mediunizados por “Entidades Astralizadas” que lhes alteravam


sensivelmente o porte físico para um porte desempenado e mantinham
movimentos sincrônicos, como andar ou movimentação harmoniosa das mãos.

Por último, havia médiuns que ao serem “incorporados” apresentavam estranhos


efeitos luminescentes, radiavam-lhes luzes das faces, e devido a certos reflexos
neuromedulares, permaneciam sentados, com discreta curvatura da coluna
dorsal. Essas “Entidades Astralizadas” se expressavam de forma tranquila,
sendo seu verbo muito sábio.

Depois desta sucinta resenha, não nos fica difícil perceber:

1º Entidades Astralizadas que alteravam a voz eram conhecedoras da


“Doutrina do Verbo”, do Som Sagrado, portanto da Doutrina Mântrica.

Conheciam os 7 Sons Primevos, originários da Cosmogênese, e deles


construíram todo o Léxico Sagrado, mais tarde adaptado a toda
Humanidade. Associam-se ao Mantra Cósmico.

2º Entidades Astralizadas que alteravam a postura física, produzindo


movimentos harmônicos, que em verdade eram mimese de toda uma
Mecânica Cósmica, produzindo imagens que seriam formadoras de
Verdadeira “Escrita Cósmica”.

Conheciam os 7 Símbolos-Movimentos Sagrados, originários da


Cosmogênese. São Senhores da Doutrina Yântrica, arquétipo de todas as
Grafias Sagradas, que são clichês da Geometria Astral das Linhas de
Forças (ciclo e ritmo dos Orixás). Associam-se ao Yantra Cósmico.

3º Entidades Astralizadas que produziam fenômenos luminosos e


curvavam ligeiramente seus médiuns, eram conhecedores dos 7 Raios
Sagrados, originários da Cosmogênese. Esses Raios eram criadores,
eram a própria ideação espirítica, formando verdadeiros Sóis. Eram a
concretização do Poder Criador. São Senhores da Doutrina Tântrica,
responsável pelos mistérios da criação na forma. Associam-se ao Tantra
Cósmico.
Essa Tríplice Doutrina era o desdobramento da Doutrina Divina expressa no
Reino Natural, e que daria ensejo ao Ser Espiritual, sua Essência, se revestir de
três organizações, as quais propiciariam, no decorrer do tempo e espaço, no
planeta Terra, a readaptação ou a retomada da Percepção, Consciência,
Inteligência e Vontade Plenas.

Sim, propiciaram que o Ser Espiritual, quando no Universo Astral, no planeta


Terra, se utilizasse de três Organismos, veículos de sua reascensão, de sua
evolução.

A cada reencarnação, a Individualidade se reveste de três Organismos.

1º Organismo Mental — Sede da Consciência — vela a Essência — a


Autoconsciência — A Luz Espiritual — Associa-se à Doutrina Tântrica.

2º Organismo Astral — Sede dos Sentimentos — Emoções — vela


percepção — vontade — o Verbo Espiritual — associa-se à Doutrina
Mântrica.

3º Organismo Etéreo-físico — Sede das Sensações, das ações — Da


manifestação e concretização de polaridade espiritual (ativo e passivo) —
associa-se à Doutrina Yântrica.

Resumindo, diremos que o Organismo Mental está afeto ao Pensamento. O


Organismo Astral ao Sentimento. O Organismo Etéreo-físico à Ação.

Também podemos associar esses três organismos citados, expressos ou


consolidados em certos órgãos-sistemas de equivalência no Organismo Etéreo-
físico.

Assim é que, o Organismo Mental tem seu ponto ou região de equivalência na


cabeça (cérebro ou encéfalo), principalmente nos órgãos de relação: visão
(olhos) e audição (ouvidos). Fazendo a interconexão com os demais organismos
há o fluído nervoso, consolidado no líquor cefalorraquidiano.

O Organismo Astral tem seu ponto ou região de equivalência no tórax,


principalmente no Sistema Cardiorrespiratório, Sistema Hematológico e Órgãos
Hermatopoéticos (produtores de sangue). O elemento de ordem “astral”
condensado, que faz a conexão com os demais organismos é o sangue, com
suas duas partes: sérica (soro) e figurada (hemácias, leucócitos, etc.).
O Organismo Etéreo-Físico tem sua expressão máxima na região abdominal,
nas vísceras. O elemento interconector é a linfa.

Bem, vimos como no Organismo Físico, especificamente em suas 3 regiões:


Cabeça, Tórax e Abdome se expressam e se relacionam os três organismos por
nós citados. Assim o estamos fazendo, para melhor compreender-se a
fenomênica mediúnica e, principalmente, o Triângulo Místico das Formas de
Apresentação, por dentro de nossos Templos da atualidade.

Para melhor entendermos o proposto, visualizemos através desta simples


ilustração.

OBS: Estão inclusos no tórax os dois membros superiores (braços e mãos). As pernas e os pés
estão como apêndices do abdômen.
Aprofundando, tomemos a cabeça, e observemos como nela há representantes
dos três organismos. Tal procedimento pode-se fazer com o tórax e com o
abdômen.

Se lobrigarmos atentamente a cabeça (crânio, face), observaremos Sete


Orifícios (foramem). Estes sete orifícios estão em planos, podemos dizer,
diferentes.

Num primeiro plano (ligeiramente inclinado) que denominaremos de superior,


encontram-se quatro orifícios. Dois orifícios onde se adaptam os globos oculares
(olhos) e dois orifícios onde se adaptam os dois pavilhões auditivos (ouvidos).
Este plano é relativo ao Organismo Mental (Tantra).

Num segundo plano que denominaremos de médio, encontram-se dois orifícios.


São os orifícios das narinas (nariz). Este plano é relativo ao Organismo Astral.

No último, o terceiro plano que denominaremos de inferior encontra-se um único


orifício — a boca.

Disto conclui-se que: o primeiro plano relaciona-se com a visão (cérebro) e


audição (cerebelo). O segundo plano, relaciona a cabeça com o tórax, através
da nasofaringe, laringe, traquéia e finalmente pulmões e coração. O terceiro
plano, relaciona a cabeça com o abdômen, através da boca, língua, dentes,
faringe, esôfago (que passa pelo tórax), estômago, duodeno, intestino delgado,
intestino grosso, reto, ânus.

Implicações várias têm essas nossas citações. Vimos que da cabeça podemos
chegar ao ânus. Entrada e saída, que devem controlar não somente alimentos
ingeridos pela boca. Sim, ingerimos imagens (visão), sons (audição), Ar e
sucedâneos (olfação — respiração), sensações táteis, etc.

Se temos vias de entrada, temos igualmente vias de saída, tais como sistema
excretor urinário, respiratório; através da expiração e digestório através da
defecação.

No encerramento, podemos, por analogia, base de nossa tese discursiva,


relacionar quatro centros básicos em nosso organismo físico.

1. Cabeça..............................Cérebro............................Pensamento-Idéia

2. Tórax.................................Coração............................Sentimento-Emoção

3. Abdômen...........................Estômago.........................Sensação-Instinto

4. R. Sacral...........................Órgãos Sexuais................Poder Criativo-Sensorial

Em geral, com o cérebro e o coração nos ligamos, quando bem equilibrados com
os planos do Bem e da Luz, com as Hostes Maiores do Astral Superior. Bem ao
contrário pode acontecer com o estômago e os órgãos sexuais se mal
direcionados, pois podem aliar-nos com os planos mais baixos da vida, e é claro,
com seus “habitantes”.

Façamos uma pequena relação, relembrando da Lei do Equilíbrio, da Harmonia


dos Opostos: Cérebro (o mais superior) deve relacionar-se com o mais inferior
(sexo). Superior e Inferior, pois o cérebro está na cabeça e o sexo está na região
sacral do abdômen.

Esta relação pode trazer bem ou mal estar. Sexo permutado sem trauma, sem
culpas, harmoniosamente, fortalece o campo mental. O inverso, desgasta
sobremaneira o universo nêurico (neurônios).

Pensamentos limpos, positivos, tranquilos, fortalecem o sexo (não só a permuta),


isto é, o processo criador, de criatividade mental, afetiva e até sensitiva.

O coração pode interagir com o estômago. Quando o coração esta sereno,


tranquilo, com amor verdadeiro, há uma certa frugalidade alimentar e digestão
positiva, não só de alimentos físicos, mas hiperfísicos. Quando acontece o
inverso, há hiperfagia, a qual, é forma inconsciente de compensação afetiva.
Portanto, coração equilibrado, estômago equilibrado!!!

Embora pudéssemos continuar nossa base analógica, acreditamos já ser


suficiente o demonstrado, sobre os “quatro centros básicos”. Deixaremos ao
Leitor as demais amarrações...

Após nossa exaustiva demonstração, em que fomos em busca das causas, no


“arqué”, no esoterismo de Umbanda, acreditamos ter deixado claro, patente, o
porque da apresentação, ou melhor, do Triângulo das Formas de Apresentação.

Sim, “Crianças”, “Caboclos” e “Pai-Velhos”, são apenas formas de apresentação


das “Entidades Astralizadas” que são Senhores das Doutrinas Mântricas,
Yântricas e Tântricas. São também Guardiões e profundos conhecedores dos
veículos de expressão dos Seres Espirituais encarnados, portanto atuam no
âmago espiritual, mas na dinâmica de “terreiro” atuam: “Crianças” (O. Astral);
“Caboclos” (O. Etéreo-físico) e os Pais-Velhos (O. Mental).

É também evidente, na visão exotérica de Umbanda, que se adaptam aos vários


graus conscienciais. Estão estas formas ligadas aos Seres das Raças:
Vermelha, Negra, Amarela e Branca.

São verdadeiros “Magos da Luz”, que adaptam sua linguagem a quem os ouve,
demonstrando sempre, Pureza e Alegria, Fortaleza e Simplicidade, Sabedoria e
Humildade.

É necessário que os verdadeiros médiuns de Umbanda raciocinem na forma de


expressão de seus “Guias espirituais” e sigam seus exemplos. Cremos que todos
seriam mais felizes...
OBS: Deixaremos para os capítulos 6 e 7 pormenores da atuação desses baluartes da Luz.
4
Fatores Técnicos
e Morais do Binômio —
Entidade X Médium

Na busca incessante da Síntese, sem solução de continuidade com os capítulos


anteriores e os que virão, interpenetremos os escaninhos desconhecidos do
relacionamento moral-vibratório entre o médium e sua Entidade Astralizada
(Mentor).

Em primeiro lugar, reavivemos nossa memória e lembremos dos primeiros,


pioneiros médiuns, que como vimos, eram poucos, mas todos, sem exceção,
possuidores de grandes patrimônios no âmbito kármico-moral, e obviamente nos
teores vibracionais.

O intercâmbio era perfeito. Não havia interferências, pois Médiuns e Entidades,


eram unos. Mantinham sintonia moral-vibratória em altíssimo nível, podendo-se
afirmar que ambos possuíam quase os mesmos predicados. Diferenciava-os,
apenas, a dimensão existencial.

Naqueles áureos tempos, o médium era porta-voz de apenas uma Entidade


Astralizada. Só essa Entidade tinha o aval vibratório de atuar no complexo
mento-astro-físico do médium. Possuíam, ambos, mecanismo tal qual chave e
fechadura, em que somente uma chave e mais nenhuma se amoldava ou
conseguiria abri-la.

Após esses idos tempos, na atualidade, a situação é bem diversa. Raros são os
médiuns que logram ter um contato positivo com seus Mentores Espirituais. Isso
deve-se, justamente, à quebra da harmonia moral e vibratória.

Para melhor entendermos, deveremos ter ciência que os médiuns atuais são
divididos segundo os seguintes critérios:

A. Grau de comprometimento com a manutenção da Tradição (médiuns


antiquíssimos — missionários em seus segmentos filorreligiosos).
B. Grau de comprometimento com a dissolução da Tradição, e que em
determinada época haviam sido guardiões, juntamente com seus Mestres.
(Karma Evolutivo).

C. Grau de comprometimento com dissensões sócio-políticas que


culminaram em genocídios, hecatombes ou mesmo com a disseminação
da discórdia, ódio, conflitos sanguinários e morte. São devedores
conscientes, que buscam a regeneração, após muito terem penado nas
zonas do submundo astral. Têm aval de Entidades Superiores, que por
eles se responsabilizam, através de seus subalternos. (Karma Probatório)

D. Há igualmente, médiuns que tiveram participação ativa, infelizmente


para eles, no litígio étnico-sócio-racial, onde na época vilipendiaram
Negros, Vermelhos e Amarelos. Tal ato insólito ocorreu no período de
conquista e colonização das Américas e principalmente no Brasil.

Vítimas e algozes haverão de reencontrar-se, neutralizando o ódio, o rancor, a


discórdia e a vingança, construindo através da renúncia, do esquecimento e do
perdão, a Lei de Amor e Fraternidade.

Somente após estas sumárias explicações teremos condições de entender


como, para cada grupo, processam-se os ajustes técnico-morais.

Quando citamos grupos de médiuns, é óbvio que não há estaticidade, como


sabemos há milhares de graus conscienciais, mas para fins práticos, nosso
critério atende o que pretendemos.

Iniciaremos pelo último grupo, que aliás, é a maioria, por dentro do Movimento
Umbandista.

Seus dons mediúnicos são rudimentares, o que dificulta o contato com seus
espíritos protetores, que em geral foram suas vítimas, mas que de há muito
esqueceram os agravos e ofensas, e buscam auxiliar seus algozes, mas o
intercâmbio é dificílimo. Há muita interferência do Inconsciente do médium, que
interfere na prática mediúnica.

Muitos deles até têm grandes Templos-Terreiros, mas onde predomina o


sincretismo, como imagens mentais condensadas que trazem do passado. Então
para eles os Pretos-Velhos foram escravos; os Caboclos foram índios, guerreiros
(lembrança dos guerreiros brancos, com suas armaduras, espadas, escudos,
elmos, etc.); igualmente há os boiadeiros, baianos, que em verdade são os
mestiços que eles tripudiaram em séculos recuados. Há também muitas festas
que lembram as senzalas, as tabas, as igrejas, enfim uma profusão de práticas
e ritos ameríndios e africanos que eles tanto repudiaram naquelas épocas. Do
que expusemos propiciou também o surgimento da Encantaria, dos Encantados
e deturpação dos Cultos aos Orixás com todo seu séquito ritualístico.
Embora esses médiuns tenham seus inconscientes atulhados, as imagens ou
material desse mesmo inconsciente, transita no presente de forma distorcida.
Isto traz muita confusão e dissonância em seus ritos e graus de entendimento
sobre as coisas do espírito. É a Lei kármica atuante, que muito lentamente lhes
incrementa a evolução.

Devido aos seus desmandos no ontem, é que dizem ter, “Pretos-Velhos”


deformados, queimados, e quando vêm no “reino” se apresentam retorcidos,
com imagens de dor e sofrimento.

Outros dizem que seus “guias-índios” não falam, não ficam em pé, pois foram
picados por cobras peçonhentas ou tiveram sua perna decepada em luta tribal...

Isto tudo, em verdade, são imagens que eles presenciaram ou foram


participantes ativos, como executores, como dissemos, em um passado próximo
ou distante.

Da nossa exposição percebe-se que esses médiuns ficam expostos ao material


distorcido de seus inconscientes que lhes cobra ressarcimento e de uma malta
de entidades ignorantes, perversas, vingativas e de altíssimo requinte de
crueldade.

Nessa fase é quase nula a interferência positiva do mediunismo, mas sim, no


inconsciente do indivíduo, que no “terreiro” dirime seus erros e está controlado.
Caso contrário, poderia, como acontece para os que não estão no “terreiro” e
deveriam estar, verdadeiros acintes e atos de delinquência. Cometem toda sorte
de iniquidades contra os costumes da sociedade.

Não obstante, estão evoluindo e são merecedores de nosso crédito, respeito e


votos de sucesso em suas tarefas regeneradoras e redentoras. O mesmo
acontecendo com seus protetores, sub-planos dos integrantes de grupamentos,
os denominados “guerreiros” e “capangueiros”.

Após estas ligeiras e sumárias descrições, penetremos no grupo imediatamente


superior que é o dos médiuns cujo karma os qualificam como probatórios.

Para entender como funcionam os processos técnicos e morais, teremos de


observá-los, em pleno astral, antes do atual reencarne. Dissertemos como
processam-se esses ajustes no plano astral e mesmo nos planos hiperfísicos ou
dimensionais de sítios vibratórios situados na crosta planetária.

Quando desencarnados, encontram-se em Zonas Astrais muito próximas da


superfície terrestre, ou mesmo em entrepostos da Luz em plenas zonas do baixo-
astral, que é o que mais acontece, o mais comum.

Após passar por verdadeiros tormentos no pós-mortem, suplícios e até


seviciamentos em sua constituição astral, são arrebanhados por guardiões das
sombras para as trevas, e encaminhados a entrepostos da mesma região. Não
conseguem ainda respirar em atmosfera mais rarefeita, mais iluminada. Seus
Centros de Forças encontram-se intoxicados, viciados, tornando grosseiros seus
corpos astrais.

Aceitos na Instituição Correcional, e à medida que tomam consciência de suas


falências morais e espirituais, se credenciam, em companhia de guardiães do
“Centro Corretivo e Retificador”, a estruturarem seu imprescindível retorno à luta
terrena, através de nova reencarnação.

Às vezes demora-se lustros, decênios para conseguir tal “passe reencarnatório”.


Sem tratarmos dos pormenores, algo que faremos em futuras obras, atentemos
apenas para os aspectos morais e vibracionais relativos à função mediúnica, que
será a mola mestra do sucesso ou fracasso de sua nova tentativa.

Como afirmamos, deixaremos de relatar a escolha dos “pais”, do grupo familiar,


das provas, da profissão, só nos ateremos aos aspectos da mediunidade
probatória que virá por dentro da Corrente Astral de Umbanda.

Por vários anos há de frequentar certas Zonas Astrais paralelas ou na


contraparte astral de uma mata, rio, pedreira, cachoeira, mar, praia ou serras e
até em zonas sub-crostais do planeta.

Como exemplo, citaremos uma “Aldeia Astral” onde evoluem vários integrantes
de silvícolas brasileiros. africanos e asiáticos radicados no campo astral
brasileiro. São comandados por um Sub-chefe de grupamento, que reporta-se a
esferas imediatamente superiores a um Protetor Chefe ou Protetor Superior
(Companheiro). O Sub-chefe (Obreiro) comanda todos que lhe são
imediatamente abaixo por dentro da Hierarquia.

Nessa “Aldeia Astral”, relativa à 1ª Zona Astral que pode estar sob a custódia de
um dos 7 Templos Planetários, da 7ª Zona Astral, temos constante fluxo de Seres
Espirituais. Sim, reencarnam e desencarnam muitos indígenas, oriundos de
diversas tribos, como também mestiços (deixaram de reencarnar recentemente
na tribo, para reencarnarem na civilização, em sua fase embrionária). Quem os
comanda não reencarna há mais de duzentos ou trezentos anos, tendo pleno
conhecimento de suas tarefas e de sua situação astral.

Além desses aborígines e mestiços vários, supervisionam certos “Elementares”,


algo que não aprofundaremos, como também, sob ordens superiores, orientam
“civilizados” que vêm estagiar nessas abençoadas zonas de refazimento e
purificação dos Centros de Forças.

É estagiando nessa Zona Astral que o futuro médium aprenderá a respeitar a


Natureza, a intercambiar vibrações com seus habitantes, pois da amizade que
vier a conquistar dependerá sua mediunidade em sua futura reencarnação.
Enquanto sofre as influências regeneradoras da Natureza em seu Organismo
Mental e Astral, que lhe farão o ajuste vibracional, a convivência com os simples,
puros e humildes forjarão seu caráter.

Assim, após variado tempo de estágio, recebe do Protetor-chefe, a aprovação


para o regresso à “carne”, onde atuará como médium, tendo como Entidade
Astralizada um simples integrante de grupamento (1º grau) ou um sub-chefe
integrante — Protetor de trabalho, o qual também estará em trabalho evolutivo,
segundo a Lei Kármica atuante.

Pronto para retornar, o médium já passou pelos Reinos Mineral, Vegetal e


Animal, onde reuniu forças para seu corpo astral, que atuará sob fortes
antagonismos. Também já é possuidor de forte sintonia com seu mentor e
auxiliares.

Reencarnando, somente após os 14 anos, em geral, inicia uma série de “visitas”


aos Templos afins à Zona Astral de que procede, isto em pleno sono (sonho). 1
Pode ou não ter ciência sonhos, mas se tiver, sempre será de forma não
conclusiva. Não se lembrará de nada...

1. Sonho — Exteriorização do inconsciente ou resultante de desdobramento do Organismo


Astral, o que é mais raro. É de estranhar que até haja cursos para dobrar-se. Ora, será tão fácil
como demonstram?!! Obviamente que não...

Um dia porém, sem perceber, é levado a um “terreiro”, claro que por influências
superiores, onde iniciará sua tarefa mediúnica, que se for bem sucedida o alçará
a novos planos da vida.

Haverá a dificuldade, o desânimo, os entrechoques, mas se tiver fé, e começar


a ter confiança e se utilizar de idas constantes às matas, rios, pedreiras, etc,
vibratoriamente entrará contato com sua Zona Astral afim, onde receberá o
socorro necessário.

Se tudo caminhar nesses moldes, terá urna vida simples, tranquila, serena, e
através de sua mediunidade secará muitas lágrimas e aliviará muitas dores, além
de orientar e combater espíritos atrasados.

Sua defesa consiste em sua conduta, em sua fé, e em alguns pequenos


movimentos vibratórios dados por seu “guia espiritual”.

Serenamente chegará ao fim sua árdua, sobrecarregada tarefa, mas que foi
coroada de êxito.

Ao desencarnar é levado a presença daqueles que lhe deram o aval, e se o


acordado foi total ou parcialmente executado, será encaminhado a zonas astrais
intermediárias onde o aguardará mais trabalho, futura reencarnação em que terá
maiores prerrogativas.
Infortunadamente, o que citamos é a exceção. Há mais insucessos que
sucessos. Quando tal acontece, dependendo das circunstâncias, há
necessidade de rápido retorno a luta terrena ou longo tempo de estudos e
preparos no astral competente.

Terá de aguardar nova oportunidade, que às vezes pode demorar decênios e


até séculos.

Perscrutemos, agora, os bastidores, os ascendentes espirituais do médium de


karma evolutivo.

Iniciemos por sua preparação em pleno Astral Superior, em sua Zona de ação.

O preparo vibracional e moral é diverso do médium de Karma Probatório, pois


em geral seu preparo dá-se em Escolas-Templos de seu astral afim, ou no
imediatamente superior, supervisionado por aquele que será seu futuro Mentor
Espiritual, quase sempre, um Protetor Superior (3º grau) ou excepcionalmente
uma Entidade Astralizada no grau de Guia-Chefe de Grupamento (4º grau).

Essa Entidade Astralizada é seu Mentor Superior, que não supervisiona apenas
um médium, mas vários, milhares deles. Não obstante, dá-lhe o aval e
assistência, através de um de seus Integrantes de grupamentos, o Protetor
Superior (Companheiro).

Mas, penetremos na Zona Astral relativa ao Médium Evolutivo. É afeta, como


dissemos, ao Astral Superior. Essencialmente organizada, com civilização
avançada, e que tem como base o trabalho superior, o estudo em nível
inimaginável para o academismo terrestre hodierno, com cultura religiosa voltada
totalmente para o Cristianismo Superior, em toda sua pureza. Preconiza-se a
Religião Cósmica — a preservação da Verdadeira Tradição, que em fagulhas,
encontra-se dispersa nos Centros Iniciáticos Superiores de vários setores
filorreligiosos do plano físico terráqueo.

Portanto, esses médiuns, além de trabalharem em funções que lhes dizem


respeito, segundo suas afinidades, grau de conhecimento adquirido em diversas
encarnações e patrimônios afetivos-espirituais, também frequentam Templos
Cósmicos, onde se prega o Amor e Sabedoria Cósmicos.

Como dissemos, trabalham em sua Zona. Como trabalhar entendamos atividade


ocupacional em favor da Zona Astral que o recebe. Nela ninguém fica nas
nuvens tocando harpa, em beatitude ociosa. Há a benção do trabalho, em horário
de seis a oito horas diárias, estando inclusos neste período, horas de estudo e
aprimoramento na tarefa que executa.

Nas outras horas, há verdadeiras excursões a Zonas superiores, visando


aquisição de maiores conhecimentos ou estudos complementares, como pode
descer às zonas inferiores em auxílio a vários necessitados. Sendo ele futuro
médium com atuação no Movimento Umbandista, desce ao plano físico onde
vem conhecer, “in loco”, os bastidores de vários Templos Umbandísticos.

Nos mais estruturados e com eficiente atuação e comando do Astral Superior,


às vezes, passa estudando semanas, meses e até anos. Frequenta
assiduamente as giras, sejam elas internas (adestramento mediúnico) ou
externas em seus diversos ritos.

Sua frequência também acontece quando não há giras, e nenhum encarnado


presente. Há reuniões de futuros médiuns, que em companhia de um Protetor
Superior ou mesmo um Guia ouvem-lhe a palavra dignificante, e começam desde
cedo, respirar a atmosfera psico-astral, que o farão quando encarnados.

Como afirmamos, dos bastidores de um Templo Umbandístico, pouco ou nada


é conhecido por seus médiuns, mesmo os mais receptivos ou que tenham
sensibilidade astral aguçada.

Além das aulas, há também cursos sobre magia etéreo-física, sobre a


terapêutica vegeto-astromagnética, sobre os poderes e forças da mente, que
deverão ser conhecidos dos futuros médiuns.

Quando afirmamos futuros médiuns, referimo-nos à futura reencarnação, pois


foram nas anteriores, e no caso do Movimento Umbandista, conhecem-no
integralmente, dentro das possibilidades de seus graus conscienciais.

Todos esses médiuns trarão igualmente seus auxiliares encarnados, Irmãos de


Fé que colaborarão no êxito coletivo da tarefa, pois esses médiuns vêm com
funções coletivas, atuarão na estratificação da qualidade e não simplesmente da
quantidade. Não obstante, do ponto de vista astral, terão sob sua supervisão,
milhares de pessoas, embora ele não as conheça nesta sua vida terrena.

Todo o preparo moral-vibratório que tentamos descrever de forma sumaríssima,


é acompanhado pela Entidade Astralizada que se responsabilizará pela sua
tarefa, como também por Entidades Auxiliares e Guardiões (Exu-guardião), que
lhe darão o devido suporte, pois enfrentará, quando encarnado, verdadeiro
exército opositor ostensivo. São as hostes da zona pesada, opositores da Lei e
da Luz, que terão nele um obstáculo às suas nefastas ações. Portanto, atuarão,
carregarão forte sobre ele, através de ciladas, de toda sorte de tentações e
traições, que virão pelas humanas criaturas despeitadas que o cercam, e pelo
ódio oriundo de seres do sub-mundo astral.

Além de suas atuações, aqui no plano físico, recebem instruções em planos


superiores. São levados a estudar arquivos planetários relativos a diversas
épocas, mormente da passagem pelo planeta de grandes missionários, que
foram Patriarcas, Taumaturgos, Filósofos e que de alguma forma mudaram o
pensamento humano, incrementaram-lhe a evolução. Estudam igualmente,
religiões comparadas e são levados a compreender nas causas a fenomênica
que ocorre em cada uma delas, como os pontos de ligação. Isto deve-se, pois,
ao fato deles no passado, inverteram a Tradição, distorcendo-a, cindindo-a,
então hoje, buscam reencontrar o elo perdido que encontra-se em todas as
Religiões, pois todas são fagulhas deturpadas da Tradição do Saber Planetário.
(AUMBHANDAN)

Após descrevermos fatores morais e conhecimentos adquiridos pelos médiuns,


os mesmos recebem em seus organismos acréscimos vibracionais. Esses
acréscimos constituem-se de poderes elétrico-magnéticos em seus Auras, tanto
nos aspectos internos ou externos, mas que deverão ser repostos, através da
vivência ritualística adequada, de alimentação regrada, de conduta superior de
caráter, e também deverá servir-se de aspectos magísticos, que embora simples,
terão seu equilíbrio bioelétrico, e muito especialmente, sua força e poder de
projeção de sua vontade. Portanto, aprenderá a evitar os desgastes de suas
funções mediúnica e magística, e proporcionará meios de mantê-las, aprimorá-
las. Sabe que se não o fizer, tombará, sucumbirá aos imperativos das energias
degradantes, que o farão perder as faculdades, a duras penas conseguidas,
tornando-o joguete das forças negras em ação, podendo descambar para a
Magia-Negra, atraindo-lhe a cobiça pelo dinheiro através da cobrança da Lei de
Salva por tudo e com todos; achar-se-á o melhor de todos, a vaidade será sua
vestimenta, e também cairá no engodo do sensualismo grosseiro, nu e cru.

Embora tendo o aval de seus “Mentores Espirituais”, tem seu próprio livre-
arbítrio, podendo enfrentar verdadeiras guerras astrais, e se não se cuidar?!!

Mesmo assim será alertado por seu mentor, através dos processos intuitivos,
clarividência ou outra faculdade mediúnica que lhe for mais afim...

Se ouvi-los, melhor... pois os Mentores Espirituais não são carrascos, e sabem


que o erro é de todo aprendiz, o que não podem acobertar é sempre os mesmos
erros, mormente daqueles que têm conhecimentos, sendo portanto, plausíveis
de sanções, se não se emendarem.

Na vida terrena possuem certas prerrogativas. Embora viva uma vida modesta e
simples, não lhes faltará jamais o necessário, e até certo modo, terá uma relativa
tranquilidade material, para que venha desempenhar adequadamente suas
funções. Como vêem, não há desculpas para a falência... Se houver, foi por
desleixo, vaidade ou presunção.

No término de suas tarefas, quando desencarnam, vão ter ao plano afim. Se


vitoriosos, novas conquistas no âmbito do trabalho conseguirão, e terão evoluído
e neutralizado total ou parcialmente seus maiores débitos. Em geral é o que
acontece, mas também pode ocorrer o contrário.

Na dependência do comprometimento, o mesmo poderá, devido sua conduta,


ter-se aliado a verdadeiros Magos-Negros, os quais tentarão levá-lo para suas
hordas, mas serão impedidos pelo Exu Guardião, o qual se responsabilizará pelo
médium faltoso, inclusive pela ação corretiva.

Longas tarefas o aguardam nos bastidores do trabalho de Exu... Por ora é só o


que podemos dizer...

Finalmente, descrevamos, na medida do possível, e segundo nosso grau de


alcance, os fatores técnico-morais relativo ao Médium Missionário — de Karma
Missionário.

Como esses médiuns são raros, mas que têm surgido em vários setores
filorreligiosos, nos ateremos apenas aos afetos à sistemática vibratória do
Movimento Umbandista.

Numeremos e denominemos as fases que descreveremos, pois precisaremos


metodizar para não complicar.

1. O Médium Missionário no plano astral — seu tempo de permanência


entre duas reencarnações consecutivas — o preparo em seus
Organismos Mental-Astral e projetos para o futuro Corpo Etéreo-Físico.

2. Manutenção Magístico-Mediúnica — Auto-Disciplina — Auto-


Conhecimento — Maturidade — Conhecimento Técnico-Científico —
Conhecimento Filosófico — Conhecimento Artístico — Conquista
Iniciática — Magismo — Mago Superior — Meditação — o Saber Olhar —
o Saber Falar — o Saber Pensar — o Saber Ouvir — o Saber Sentir — o
Saber Intuir — o Saber Querer-Poder-Ousar e Executar.

3. A Missão — a Nobreza de Sentimentos — Universalidade — Divulgador


da Religião Cósmica — Amor e Sabedoria Cósmicos.

4. O Término da Tarefa — o Reencontro com o Templo e seus Mestres —


Devoção e Fidelidade ao Mestre dos Mestres — O Verbo Divino
(ISHOVARA)

Pedimos ao Leitor Amigo que não se espante com a vasta lista, pois
descreveremos superficialmente, deixando para outra oportunidade, ou para
outros que virão e desdobrarão, o que hoje explanamos de forma sucinta.

O Médium Missionário é um espírito planetário antiquíssimo, com dilatada


experiência. Profundo conhecedor da vivência no planeta; suas dificuldades, os
obstáculos de todas as ordens a serem vencidos, e tem plena ciência dos
engodos, fantasias e perigos que põem em jogo a própria evolução.

Sua experiência no planeta, fê-lo penetrante e aguçado conhecedor do


psiquismo, do comportamento, da conduta, das necessidades e das atividades
espirituais-afetivas (místicas) das humanas criaturas.
É possuidor de forte valência de conhecimentos adquiridos nas diversas
existências (reencarnações)...

Não lhes são desconhecidas as Ciências, a Filosofia, a Arte e a Mística Sagrada.


Tanto no âmbito das Ciências Acadêmicas, como das Ciências Teogônicas.
Dentro de seu grau é um fiel guardião da Tradição do Saber Uno — da Proto-
Síntese Cósmica.

Reencarnou em todas as raças, tendo contato com o Karma Coletivo de cada


uma delas, podendo a cada reencarnação, ter a prerrogativa de escolher a raça
em que reencarnará, a qual ser-lhe-á mais útil

Como reencarnou em todas as raças não lhes são desconhecidas suas


aspirações espirituais, místicas, míticas, seus anseios e desejos mais profundos.
Tal estigma de universalidade o torna avesso ao sectarismo e a todos aceita e
compreende.

Sendo um espírito universalista, melhor entenderá a problemática que tenta


resolver o Movimento Umbandista. A parte interna, esotérica não lhe é estranha,
ao contrário, é plenamente cônscio da Tradição do Saber, que o Movimento
Umbandista pretende resgatar.

Muitos deles foram cientistas, filósofos, artistas e místicos de renome. Todos,


embora possam estar ligados a um ramo da Gnose Humana, possuem senso de
Universalidade, de Conhecimento-Uno, Holístico. Entendem que há de existir
uma convergência entre a Ciência Acadêmica, segundo seus avanços, e as
Ciências Ocultas. São conciliadores, sempre buscam a interação entre o visível
e o invisível, entre o interno e o externo, a aparência e a realidade. Também não
se exasperam com os atuais conhecimentos da Ciência, ao contrário,
compreendem os avanços alcançados e têm ciência que tal avanço é
diretamente proporcional ao grau de merecimento da Coletividade Terrena.
Mesmo assim, buscam incentivar os jovens cientistas, filósofos e artistas, para
uma maior abertura, para uma visão mais ampla e menos dogmática.

Após nossa narração, devemos afirmar que no plano astral habitam em Zonas
Superiores, e estão filiados aos Templos Cósmicos. Esses Templos Cósmicos
são edificados à luz da Tradição, acima das Religiões. Não há sectarismo, há
sim a louvação ao Amor e à Sabedoria. Preconiza-se a Tradição Cósmica.

Suas sedes se libram na 6ª e 7ª Zonas Astrais relativa ao Astral Superior do


Planeta Terra.

A arquitetura é maviosa, diáfana, onde predominam materiais sutilíssimos, da


mais rarefeita matéria astral.

Embora sejam discretíssimos, simples, o salão onde está localizado o Templo


Central é circular, com acentos suspensos. São intensamente iluminados, com
luzeiros invisíveis que parecem acenderem-se através de Vibrações Espirituais
que vêm de Esferas Superiores.

O piso de um branco marmóreo diáfano, o mesmo acontecendo com suas


paredes, que alçam grande altura. Na parede de fronte à entrada vê-se uma
estrela dourada de 12 pontas transparente, quase etérica, onde em relevo,
suaves sinais identificam a Confraria da Espiritualidade Superior.

Seus 12 Sacerdotes Anciões usam túnicas levíssimas em “azul claro vivo”, se é


que assim posso expressar-me, pois é um azul luminoso, com laivos dourados
suaves. Outros usam túnicas brancas com laivos prateados e raros com um lilás
indescritível, pois é tão luminoso e brilhante, mas não menos repousante e
suave, deixando-nos com uma incompreensível e incoercível alegria e amor
interior. É contagiante. Não há bazar para pensamentos ou sentimentos menos
dignos. Só se é feliz! Só se é infinitamente grato ao Divino Senhor! O
marejamento dos olhos é júbilo permanente! O ar é balsamizado de suavíssimo
e invisível incenso superior, que nos predispõe às coisas do Divino. O som não
é audível apenas com os ouvidos, mas com o coração, com todo o espírito. É
como se o nosso “Eu” se alimentasse do Som Divino, que é acompanhado de
copiosa chuva de raios luminosos em miríades, em forma de pétalas de flores
divinas. Revigora e renova a sensação de júbilo ao Divino, ao Sagrado.

Após nossa apagada e pobre descrição, afirmamos que os futuros médiuns


missionários recebem a Iniciação desses Mestres-Sacerdotes — Mestre
D’Aruanda — Orixás Menores. É nesse Templo que completam suas
preparações moral-vibracionais, para atuarem no plano terráqueo denso.

Esses médiuns, em geral, permanecem no astral, entre uma encarnação e a


subsequente, pelo prazo mínimo de 3 anos e máximo de 7 anos. Há exceções,
onde o médium permanece o menor período possível (de três meses a um ano).

Essa alternância, ora no plano astral, ora no plano físico, faz-se por sucessivas
12 à 21 reencarnações e após esse período de tarefas, permanece, contínua
sua evolução no astral por três a sete séculos. Há casos especiais, em que não
há necessidade do reencarne, e se o fizer, o fará em 3 a 5 milênios. Podem
parecer incríveis esses números, mas em se tratando de evolução, é mínimo,
insignificante...

O reajuste vibracional desses médiuns é feito em seus Organismos Mental e


Astral. Em verdade não é reajuste, é um condicionamento densificador, protetor,
pois habitará atmosfera altamente densificada e intoxicada, que poderá ferir seus
centros de força superior. Seus Organismos Mentais são reforçados em suas
telas mentais, amortizando o máximo possível as reminiscências da Zona Astral
onde habitavam, pois mesmo vindo cumprir uma missão em zonas pesadas, tal
qual é a superfície terrestre, poderiam sentir profundos abalos, que incontinenti,
os levariam a abandonar o complexo etéreo-físico. Permaneceriam em total
depressão e não conseguiriam cumprir sua duríssima tarefa, pois ao missionário
é dado cumprir difícil missão, que longe de ser suave, leve, é pesada,
requerendo muita energia, poder, luz e forças.

Sua organização Astral também é atenuada em sua afetividade. Deverá estar


com um organismo rígido, hígido, propício para enfrentar os embates com o sub-
mundo encarnado e desencarnado. Não obstante, seus chacras fornecem uma
abundância de energia vital que produzem um aura duplo (interno e externo),
que são como um escudo protetor, de defesa, e retentor-condensador de
Energias e Forças Vitais, mantenedores do tônus Bioelétrico do Organismo
Etéreo-Físico.

Por sua vez o Organismo Físico vem com um forte código genético, que protege
órgãos vitais, como cérebro, coração, rins, fígado, a visão e certas glândulas
endócrinas, pois o físico sofrerá fortes impactos vindos de pensamentos,
sentimentos e cargas negativas oriundas da baixa-magia, operada por
portentosos manipuladores da matéria hiperfísica, com seu séquito de larvas,
bactérias e vírus principalmente, os quais poderão alterar todo o complexo
celular orgânico de determinado órgão ou sistema, alterando primeiro a função
e depois a forma.

Portanto, o Médium Missionário deve vir com forte couraça, que o defenda de
várias investidas do submundo astral e da constante vampirização a que estará
exposto, e que vem pelas humanas criaturas com toda sorte de perturbações.

Também essa couraça amortece, quase que totalmente, a soma do vivencial que
possuia no Plano Astral Superior, e ativa-lhe sim, constantemente, a lembrança
de que está no Plano Físico denso, precisando pensar, sentir e agir, não como
a maioria das pessoas, mas de acordo com as necessidades terrenas.

Não pode esquecer-se que está no plano físico, precisando de defesa e muita
proteção astral para sair vitorioso de sua missão.

No Plano Físico, utiliza-se de uma personalidade, que é trina. Sim, suas idéias,
pensamentos, vontade, sentimentos, emoções, ações e realizações, são
expressos através de três organismos. O UNO, para manifestar-se precisou da
tríade: Organismo Mental; Organismo Astral e Organismo Físico.

Simplificando, diremos que o Ser Espiritual no Plano Físico é trino. Tal Trindade
é a personalidade. Esta por sua vez deveria expressar ou manifestar as
Afinidades Virginais, quais sejam: Percepção, Consciência, Inteligência, Amor e
Vontade. Assim, os organismos deveriam expressar:

Organismo Mental —> A Inteligência Espiritual Virginal

Organismo Astral —> O Amor Espiritual Virginal


Organismo Físico —> Atividade Concretizadora da Inteligência e do
Sentimento.

Isto deveria acontecer, se o Ser Espiritual estivesse plenamente cônscio de suas


atribuições, se não houvesse eclipsado sua Consciência ou melhor sua Auto-
consciência.

Infelizmente, eclipsamos nossa Consciência, e através dos hábitos,


condicionamentos e apegos, impostos pela vivência exterior da vida, tornamo-
nos quase inscientes, ou seja rebaixamos nossa percepção (do “Eu” e do “não
Eu”), transformamos nossa inteligência em condicionamentos dados pelos
sentidos adulterados, o mesmo acontecendo com o sentimento que
transformamos em egoísmo.

Se nossa percepção tornou-se insciente, é que os conceitos de consciência são


adulterados, rebaixados. Sim, o que achamos que temos ciência, conhecimento,
ainda é exterior, convencional, fruto de hábitos coletivos. Em suma, conhecemo-
nos pouquíssimo, quase nada. E paradoxal, mas podemos afirmar que nossa
consciência é insciente.

Esta insciência deve-se à imaturidade e à polarização indébita da personalidade.

Não nos referimos somente às causas mais comuns de atraso ou retardo no


desenvolvimento da personalidade, quais sejam:

A. Conflitos que remontam a infância ou a qualquer outra fase.

B. Traumas, frustrações, etc.

Pode ocorrer um desenvolvimento unilateral de personalidade, isto é, pode


desenvolver-se um dos três organismos, enquanto os outros sofrem retardos,
tornam-se mal formados, incompletos.

O Médium cujo karma o qualifica como Missionário, em geral, busca a unidade


da personalidade, fazendo-a mais próxima possível de seu “Eu Espiritual”.

Isto requer; basicamente:

Auto-Disciplina (Vontade Ativa)

Auto-Conhecimento (Auto-Consciência despertada ou canalizada)

Em outras palavras, é o que denominamos ser maduro. Mas o que é ser maduro?
É ter ciência que estamos num processo, numa trajetória infinda, portanto não
podemos ser fixos, estáticos, mas continuar crescendo e desenvolvendo, isto em
qualquer idade. A maturidade é algo que se adquire a cada dia, a cada
momento...
Precisamos nos dirigir, e isto o fazemos sempre, para uma meta, para a
evolução. A isto denominamos auto-realização. Este é o despertar das
faculdades nobres do Ser Espiritual. Despertar para as coisas maiores da vida.

Maturidade também não pode ser definida, pois a limitaríamos. Não podemos
limitar o que é dinâmico, como quantificar (limitar) uma atitude interior, uma
disposição de ânimo, para si mesmo ou para a vida?

O desenvolvimento da personalidade, da maturidade torna o indivíduo capaz de


expressar suas faculdades mais elevadas. Este processo inicia-se consigo
mesmo (desenvolvimento pontual). A seguir, há um processo com seus
semelhantes de

desenvolvimento horizontal. Finalmente, centraliza-se, canaliza-se com o Divino


— com o Orixá Ancestral (desenvolvimento vertical).

Percebemos que primeiro houve um aparente egoísmo (desenvolvimento


pontual — interiorização), mas que foi necessário para se auto-conhecer.

A seguir percebemos uma “exteriorização” — Desenvolvimento Horizontal, uma


descentralização, uma oposição aparente à fase anterior, pois horizontalizando-
se, tornou-se altruísta, reuniu-se aos seus semelhantes. (Amor, Compreensão,
Tolerância).

Finalmente, “interiorizou-se”, não de forma egoística, mas buscando o Sagrado,


o Divino, a Canalização de sua Auto-Consciência (plena ciência de si — do Eu
Superior) com o Orixá Ancestral.

Esta união das partes, formando o todo, é o que acontece com o Médium
Missionário, que demonstra senso de maturidade, de espiritualidade, de
universalismo, opostos à imaturidade, à materialidade e ao dogmatismo ou
misoneísmo.

Auto-Disciplina, Auto-Conhecimento, dualidade básica de maturidade, são


estigmas do Médium-Missionário — do Mago Branco.

Ao citarmos Mago Branco, o mesmo necessitou de uma profunda maturação,


aliados ao Intuir bem aguçado. Sua Conquista Iniciática leva-o ao Conhecimento,
em bloco, das Ciências, Filosofias, Artes e Religiões. Estes pilares da gnose
humana, conhece-os, não apenas segundo os conceitos acadêmicos vigentes
na atualidade, mas muito e, principalmente sobre a Realidade que está acima e
por fora das aparências. Possui um Conhecimento de Síntese. Em geral é
versado em um, dois ou todos os pilares do Conhecimento humano, que em
verdade só respaldam, são substratos para seus conhecimentos e concepções
transcendentais. Sabe que o visível é simples manifestação plausível do
invisível, portanto...
O Conhecimento, a Observação, a Cobertura Espiritual que vem pelo Astral
Superior, através de um Mestre de Iniciação Encarnado, é a trajetória a ser
seguida, além do alhures citado, para a conquista Iniciática.

Suas faculdades anímicas e mediúnicas são aguçadíssimas. O velho axioma


magístico, aqui se resume:

Saber, Querer, Poder, Ousar e Executar.

Sim, o verdadeiro Mago Branco (Movimenta Elementos), o Psicurgo (Movimenta,


põe em ação mentes) e o Teurgo (Movimenta o Poder Criativo — Seres
Espirituais), entendem que:

Sabe o que precisa, por Querer dinamizar o Poder das Potências várias e Ousa
pedir-lhes agô para Executar.

Sempre no silêncio...

Possui faculdades aguçadas e dinamizadas. Sabe pensar. Sabe desejar. Sabe


observar. Sabe sentir. Sabe ouvir. Sabe falar ou calar. Sabe intuir. Sabe quando
fazer. Sabe quando não fazer.

Entendemos pois a necessidade de auto-disciplina, do auto-conhecimento, do


domínio de si mesmo. A maturidade que lhe vem pelo perfeito entrelaçamento
de faculdades anímicas: Intelecto/Afetivo/Sensitivo/Intuitivo.

Após as qualidades que deve possuir o Mago Branco ou Médium Missionário por
dentro de Corrente Astral de Umbanda, dizemos que sua missão ou
compromisso consciente, legado de um karma, vem principalmente pela
maturidade adquirida nas lides do senso de universalidade, de síntese.

A Tradição do Saber Cósmico resume-se em conhecimentos adquiridos sem


solução de continuidade. Não possui fragmentação em sua personalidade. Atua
em bloco. Pensa, sente, fala e age em uníssono, de forma una. Forma uma
unidade psicossomática, uma unidade espírito-matéria.

A cada dia, obstinadamente, busca o aperfeiçoamento, ilumina-se, iluminando a


muitos. Deixou o egoísmo, busca o altruísmo, o bem comum. Reencontra-se com
seus Mestres do Astral através da canalização de sua Auto-Consciência.

Nesse diapasão vai terminando seus dias terrenos. Após as tarefas e


realizações, chega o dia do retorno. Júbilo e respeito, alegria e saudades
assoberbam-lhe o espírito...

O retorno ao Mestre Astral é o seu regozijo... O retorno ao Templo Sagrado é


seu júbilo espiritual.

No Templo Sagrado d’Aruanda, por nós descrito, ouve e assiste o mesmo e


maravilhoso culto, onde os Discípulos Superiores da Confraria Crística,
ritualizam, na linguagem do Espírito, na linguagem inarticulada, a gratidão e
amor pelo Verbo Sagrado — pelo Sr. Ishovara — o Redentor Maior das Almas.

Saravá!
5
Sustentáculos Vibracionais
do Templo Umbandístico

Como sabemos, o Movimento Umbandista se apoia numa Tríade: o Divino — o


Homem — o Cosmo.

No planeta Terra, o Divino é o sagrado, portanto, se quisermos um Templo bem


estruturado, haveremos de consagrá-lo, torná-lo sagrado.

Igualmente, o Cosmo é representado pela Natureza, portanto deveremos


equilibrar e harmonizar o Templo, tal qual a Natureza.

Não adiantaria consagrar, harmonizar um Templo, se não houvesse o elemento


primordial, o representante do Ser Espiritual, da Essência Espiritual, ou seja, o
Homem.

Estamos afirmando que o Templo bem estruturado, se fundamenta na Tríade


Sagrada. Assim, temos:

1. O SAGRADO — O DIVINO

Na Filosofia Espiritual que esposa. Na seriedade comprovada desta


Filosofia. Na confirmação efetuada pelas Entidades Astralizadas, através
de suas mensagens, de seus Poderes, de suas Luzes. Do conhecimento
que possuem das Leis Divinas, das Leis que regem a Escrita Sagrada, e
quanto o Médium-Chefe encontra-se em sintonia, afinizado e seu filtro
mento-astral interfere na atuação de seus mentores espirituais.

2. O HOMEM — OS MÉDIUNS

A verdadeira mediunidade atuante e positiva. O grau de afinidade do


grupo. O grau de confiança do grupo no Médium-Dirigente. A vontade de
servir, desinteressadamente. Ter como meta a caridade, o respeito e o
carinho pelo sofredor, pelo necessitado, por aqueles que procuram
auxílio, conforto, a cura de seus males físicos e espirituais.
O quanto se tem ciência de si mesmo. O quanto se tem de fé nos
mentores, principalmente nos de seus Irmãos de Corrente.

A moral sadia. O pensamento puro; o sentimento verdadeiro e a ação


sempre melhor.

3. A NATUREZA — OS ELEMENTOS

Todo Templo, além dos fatores citados que são importantíssimos, e os de


ordem puramente físicos, como construção, dimensões, deverá
preocupar-se com a formação, desde o início, com os sustentáculos
vibracionais.

E o que são os suportes, os sustentáculos vibracionais?

Por melhor estruturado que seja moral, e com um corpo mediúnico bem
afinizado, não se pode prescindir destes condensadores, fixadores,
galvanizadores vibracionais.

Como no Templo de Umbanda incide uma série de energias de ordem


mental (pensamentos), de ordem afetiva (sentimentos, emoções, paixões)
e mesmo sensuais, que vêm pelas humanas criaturas carnadas e
descarnadas, faz-se necessário ter suportes vibracionais dissipadores,
diluentes e neutralizadores.

Podemos, assim, concluir que há 2 classes de sustentáculos vibracionais:


os Imantadores/Emissores e os Dissipadores/Neutralizadores.

Independente do grau do Médium-Chefe, seja Ele um Médium de Karma


Probatório, de Karma Evolutivo ou Missionário deverá ter os Fundamentos
dos assentamentos de seu Templo, não para afastar esta ou aquela
demanda, mandar este ou aquele trabalho para alguém, mas sim, para
manter a higidez e limpeza vibracional do Templo, dos médiuns, dos que
se beneficiam de seus trabalhos e de si mesmo.

Quando dissemos “assentamentos”, os mesmos devem ser feitos nas


“fundações”. Deveriam começar, por exemplo, se o Templo fosse
retangular, nos quatro cantos dos alicerces, nas colunas sustentadoras,
etc.

Como nem sempre se tem tal oportunidade, achamos de bom alvitre, ter-
se 7 Pontos de fundação, onde os sustentáculos vibracionais, ficarão
assentados.

Façamos um esboço, e melhor entenderemos nossa tese.


Pelo esquema básico tentaremos explicar como funcionam os processos de
Imantação ou Carga e Neutralização ou Descarga.

Os elementos constitutivos, deixaremos de citar, pois em nossas outras obras


demos alguns, e o bem intencionado não encontrará dificuldades em fazer as
devidas deduções, que segundo seu grau, lhe dará o respaldo vibratório
necessário.

Muitos podem questionar se os elementos são os mesmos de outros setores dos


Culto-Afro-Brasileiros, inclusive com a efusão de sangue. Bem, cada um faça o
que seu consciencial pedir. Todos tem livre arbítrio para executarem o que bem
desejar, sendo bom lembrar-se que, a toda ação, há uma reação...

Não seremos nós que iremos ditar, faça-se isto ou aquilo. Quem conhece nossas
obras sabe como pensamos e agimos, embora respeitemos e não desdenhemos
de ninguém, e isso não por medo, pois só tememos a nós mesmos, mas por
ética, respeito, e crendo que o livre-arbítrio é um direito inalienável ao indivíduo,
aqui e em qualquer lócus do Universo...

Não nos importando com os elementos — suportes, diremos que os mesmos


pertencem aos Reinos: Mineral, Vegetal e Animal. Queremos ressaltar que do
Reino Animal temos: pêlos, penas, conchas, sêmen e até o sangue, mas não
obrigatoriamente é necessário matá-los, imolá-los, sacrificá-los brutalmente ou
mesmo, como muitos dizem, com respeito, o que é absurdo! Os que quiserem
matá-los, façam-no, mas assumam, responsabilizem-se!

Deixando esse fator polêmico, embora tenhamos nossa posição, que é contrária
à matança, pormenorizemos os locais dos assentamentos vibracionais, e como
funcionam, tanto na Imantação como na Descarga.

Antes, porém, uma pequena mas imprescindível ressalva. É necessário o


conhecimento aprofundado da Lei de Pemba ou Grafia dos Orixás, pois as
mesmas traduzem ordenações às

forças sutis, as quais podem ser imantadas, emitidas ou descentralizadas. E isto


não pode ser feito, tal qual afirma, com quaisquer sinais ou símbolos, um
plagiador emérito de nossas obras, um tal que ao invés de citar “Senhores da
Luz”, denomina-os e se autodenomina “Mestre de Luz”.

É este indivíduo que pediu-me, encarecidamente, para atender a um “espírito”,


que havia dito a Ele querer comunicar-se comigo, mas não havia feito até o
momento, pois Ele, é da falange de Sr. Beira-Mar, e a Entidade que me assiste
é Sr. 7 Espadas. Pode?! Ah! Vocês sabem quem era o dito espírito? Não? Pois,
bem, segurem-se: Charles Darwin... Que Freud nos explique!!!...

Após esse desabafo, para ninguém cair no engodo e ser logrado por certos
aventureiros, retornemos aos Fundamentos dos assentamentos.
Os 7 Assentamentos estão assim distribuídos:

1. Cabeça — Sob a mesa do Congá. Os elementos estarão misturados com a


terra, e receberão sobre si areia imantada. É ponto de sustentação de Imantação
Gerador. Gera e emite energias para os pontos 2, 3, 4 e 5.

Os Pontos Fixadores Ativos (3) e Passivos (4) recebem energias de polaridade


diferentes. Recebem energia ativa do Ponto 1 (ativo-gerador) e do Ponto 2
(passivo-gerante). Portanto são polarizados, mas ambos possuem os dois pólos.

Por um processo de entrada e saída, os mesmos 3 e 4 retornam ao 2 e deste ao


1. Se imantam inercialmente, pela atividade ritualística, pelo poder do grupo de
Iniciados e seus conhecimentos, e principalmente pela “alimentação do axé”, e
pela presença Astral das Entidades Espirituais.

O Ponto 5, no centro do reservado aos consulentes pode ser imantado pelos


“braços” 3 e 4. Como pode enviar vibrações e cargas para os Pontos 6 e 7 que
são desagregadores, embora, como o Ponto 5 tenha elementos ativos e passivos
imanta o lado direito da Tronqueira (7).

Os Pés (6,7) são desagregadores, neutralizadores de cargas, mas precisam ter


o mínimo de imantação ou cargas positivas, que mantêm suas funções.

É por isto que as Tronqueiras ficam próximas a entrada do Templo, pois são um
Ponto Vibracional de desagregação e neutralização de correntes negativas.

Os 7 Pontos de Forças do Templo


(Imantadores e Projetores Vibracionais)

1º Ponto — Denominado de “Cabeça”, pois relaciona-se com o Orixá


Ancestral do Médium-Magista. Está sob a “Mesa Fixadora” do congá.
Firmado à 70 cm abaixo do nível do piso. Abertura de 30 cm de diâmetro.
Além dos elementos próprios, os mesmos sob camada de areia imantada,
que vai até a superfície.

2º Ponto — Denominado de “Coração”, pois relaciona-se com o Orixá


Ancestral da Entidade atuante. Fica sob o Ponto Riscado do Guia-Chefe.
Os demais fundamentos seguem o modelo do Ponto 1. Está unido ao
Ponto 1.

3º Ponto — Denominado de “Braço Direito” — Relaciona-se com os


aspectos ativos das Correntes que são colocadas em movimento pela
atividade ritualística. Tem elo de ligação com o Ponto 2. Obedece o
mesmo procedimento para os demais Pontos.

4º Ponto — Denominado de “Braço Esquerdo”. Relaciona-se com os


aspectos passivos das Correntes colocadas em movimento pela atividade
ritualística. Possui elo de ligação vibracional com o Ponto 2. Quanto a
parte do assentamento, obedece aos princípios dos demais Pontos.

5º Ponto — Está firmado no centro do local destinado aos consulentes. É


integrador entre os Pontos de dentro (1,2,3,4) e os de fora (os da
Tronqueira). Os elementos deste Ponto deverão ser muito bem
selecionados, pois entrarão fixadores e repulsores. Prestar muita atenção
nesse fato. A integração faz-se através do Ponto 4. A saída faz-se para
os Pontos 6,7 de Tronqueira.

6º Ponto — É denominado “Pé Direito” — É nos “assentos” de Exu. É


relativo a emissão de correntes neutralizadores.

7º Ponto — É denominado “Pé Esquerdo” — É no lado esquerdo da


Tronqueira. É relativo às descargas provenientes das sobrecargas dos
Pontos 1,2,3,4, que chega através do Ponto 5.

Estes 7 Pontos são básicos, mas fundamentais, principalmente num


Templo onde o Médium-Dirigente é um Mestre de Iniciação, seja ele
Executor, Magista ou Mago.

Há outros Pontos de Forças, mas isolados, como as portas de entrada, na


soleira e na denominada cumeeira, o que achamos totalmente
dispensável.
NOTA COMPLEMENTAR

A Magia Prática está relacionada com o direcionamento e fins da energia, das


Forças Sutis.

A Magia Prática, basicamente, consiste de dois pólos.

O Polo Positivo relaciona-se com a Imantação e Fixação de Forças Sutis.

O Polo Negativo relaciona-se com a Desimpregnação e Neutralização de Forças


Sutis.

Temos na prática o processo de carga/descarga. A dinâmica magística consiste


em:

Primeiro imanta, depois fixa. Atrai a força e fixa-a. Não basta somente atrair,
imantar. Precisa-se fixá-la ou enviá-la (emissão).

Pode-se também dissipar correntes, ou seja, quebrar a coesão vibratória. Não


basta quebrar, é necessário neutralizar.

Polo Positivo Polo Negativo

(Emissor) (Receptor)

O fluxo energético obedece sempre o sentido indicado, isto é, carrega-se no polo


positivo e descarrega-se no polo negativo.

Unindo os pólos, deve haver o condutor, que propicia o fluxo de correntes


(elementos ou sustentáculos vibracionais).

O próprio planeta Terra obedece essa Lei. Há o eixo vibracional magnético,


mormente pela própria constituição geofísica do mesmo.

É interessante notar que 3/4 partes da superfície do planeta é água eletrolisada


(condutora de correntes positivas e negativas). A constituição mineral também
favorece sua atividade eletromagnética. Conduz do polo positivo (nascimento
vibracional) ao pólo negativo (morte vibracional).

O SIMA, 1 o SIAL 2 e o NIFE (níquel e ferro) na parte interna, também dão


formação e constituição eletromagnética da Terra.

1. SIMA — Silício e Magnésio.

2. SIAL — Silício e Alumínio.

A Lua, que em suas quatro fases influencia decisivamente o fluxo e refluxo das
águas, influi igualmente no magnetismo, através da sua posição, atividade
gravitacional e por polarizar a Luz Solar. Assim como o Sol influencia com sua
Luz e Calor a vida planetária, a Lua influencia as gestações, inclusive as
magísticas. Eis o porquê de fazer-se preceitos nesta ou naquela fase da Lua.

Ser Mago não é fruto somente de um carma, mas de estudos e observações


profundos dos fenômenos naturais, físicos e hiperfísicos. Em sua Arte-Ciência,
põe em movimento os elementos, coloca-os no fluxo e refluxo da “Roda da Vida”
através do Conhecimento de Magia natural e, principalmente, de Sinais de Lei
de Pemba que imantam, fixam ou descarregam e neutralizam Forças Sutis.

Após estas explicações, acreditamos não haver dificuldades em perceber-se a


necessidade dos sustentáculos vibracionais no Templo Umbandístico.
6
O Lado Oculto da
“Gira de Caridade”

Todo Templo Umbandístico que tem, comprovadamente, no Comando Espiritual


de seus trabalhos um Emissário da Luz, do Astral Superior, é um poderoso
Ambulatório da Alma e da Fé.

Às vezes, o atendimento público, as Giras de Caridade, transformam-se em


verdadeiro Pronto Socorro Espiritual.

Frisemos que estamos nos referindo aos Ritos ou Rituais Públicos, onde o
Templo Umbandístico abre o portal de suas dependências, aos mais variados
tipos de mazelas, sofrimentos, dores, angustias, aflições, desesperos, etc.

Toda gama de sofrimentos que acompanham as mais diversas pessoas faz do


Templo um Pronto Socorro Espiritual, atendendo uma heterogênea Coletividade.

Há também outras “giras”, que mais se assemelham a um “Ambulatório da Fé e


da Alma”, estágio ulterior e mais homogêneo que a gira citada anteriormente.

Muitos são os Templos, Tendas, Cabanas, Searas, Choupanas, “Terreiros”.


onde realmente socorre-se os aflitos e desesperados que encontram sempre,
invariavelmente, uma palavra amiga, alguém disposto, simplesmente, a ouvi-los,
entendê-los. É a caridade processando-se, serena, sem alardes, simples, pura,
mas que é “remédio” espiritual para muitos.

Todo esse gigantesco trabalho não acontece sem prévio planejamento do


Mentor Espiritual do Templo. Como afirmamos, se o Emissário da Luz é quem
comanda as atividades espirituais, pode-se esperar maravilhas, prodígios, mas
todos obedecendo a um planejamento, disciplina e ordem.

Os Templos Superiores de Umbanda são reconhecidos pela sua autoridade


moral e por sua organização, pela disciplina simples, que acarreta bem estar,
harmonia e segurança, exatamente o que necessita o Irmão de Fé sofredor,
triste, acabrunhado e desesperado.
Onde houver disciplina na parte material, organizacional, tanto maior será a
assistência espiritual, pois Emissários da Luz, embora sejam puros, simples e
humildes, são essencialmente organizados, obedecem planejamento superior,
de instância superior.

O bom senso deve refutar instituições que se dizem umbandísticas sem um


mínimo de organização, sem um mínimo de planejamento. Pior, se tudo ocorrer
no âmbito do espiritual.

Pois, se os Emissários de Umbanda são tolerantes com seus médiuns ainda


distanciados dos comezinhos princípios de organização e ordem consigo
mesmos, que se refletem na atividade mediúnica do Terreiro, não o são em seus
Trabalhos.

Procuram sempre que podem, alertar seus médiuns sobre organização, ordem,
disciplina e respeito com as coisas sagradas, com as coisas divinas.

É óbvio que adaptam sua linguagem ao grau de entendimento de quem os ouve,


jamais agredindo-os. Mas, serenamente, os predispõem ao Justo, ao Bem, à Luz
e à Verdade, que só poderão vir através de mínimos quesitos de bom-senso,
lógica e razão.

Como dissemos, não poderemos esperar um Templo organizado, em sua parte


física e muito menos na espiritual, se seus médiuns, principalmente o Dirigente,
o Médium-Chefe são desorganizados, desordeiros e que pautam suas atividades
mediúnicas sem o mínimo de respeito para com seus Mentores Espirituais e para
com aqueles que vão servir-se de sua mediunidade.

Por mais tolerantes e benevolentes, os Emissários Espirituais não podem


inverter a Lei da Sintonia Vibracional, a qual afirma que, os afins se atraem.
Portanto, que os desorganizados, inconstantes, loquazes inveterados, o mesmo
acontecendo com os desatentos e desatualizados, afiram seus mediunismos,
enquanto há tempo...

Deixemos esses aspectos sombrios, mas que infelizmente existem, e passemos


a centralizar nossa mente e atenção nos Templos Superiores de Umbanda, onde
há disciplina, ordem, amor e respeito aos seus semelhantes, e seus médiuns são
cônscios de seus deveres, das condições que deverão fornecer aos seus
Mentores Espirituais, pois como alhures afirmamos, pela sintonia vibracional-
moral identificamos a qualidade moral de um mentor espiritual. “Diga-me com
quem andas, que te direis quem és”...

Partamos, imediatamente, para averiguação de um verdadeiro Templo


Umbandístico, e nele, seguramente, encontraremos, como pedra angular, a
seriedade, a disciplina, a obediência às normas do Astral Superior.
Centralizemos nossa atenção, agora, num hipotético Templo Superior de
Umbanda em plena atividade, em “Gira de caridade”.

Para sermos fiel em nossa descrição e mesmo narração, deveremos retornar ao


dia anterior, que precede a “Gira”, o atendimento público, onde “baixarão” os
“Caboclos”, “Pais-Velhos”, “Crianças”, etc.

No dia que antecede a “Gira de Caridade”, o Templo deverá passar por uma
perfeita higienização astro-física. Sim precisamos manter higienizado o Templo.
Ele é tão ou mais importante que nossa residência material, e não vejam isto
como fanatismo, pois abominamos tal atitude, mas sim, senso de
responsabilidade.

O Templo deverá ter seus próprios servidores, que serão todos seus membros,
independente do grau que possuam, ou da função que ocupem. Por isso, um
Templo organizado tem trabalho para todos, independente dos trabalhos
espirituais. Todos deverão dar seu quinhão de colaboração, pois em pouco
tempo, higienizam física e astralmente o ambiente destinado aos trabalhos
espirituais. Tudo feito com seriedade, harmonia e alegria. Sim, alegria, que não
devemos confundir com anarquia.

O Templo, quando higienizado por seus próprios Filhos de Fé, os quais mantém
profunda identidade afetiva e vibracional com o mesmo, torna-se um potente
gerador de energias positivas, favorecendo a presença astral e a atuação dos
Emissários Espirituais. Isso proporciona, faz do Templo um ambiente de paz, de
serenidade, de harmonia, fatores indispensáveis a todos que o buscam, sejam
eles enfermos do corpo ou da alma.

Após a limpeza física, que também tornou-se astral, devido à conduta, conversa
e atitudes dos médiuns participantes, faz-se a defumação, borrifa-se líquidos
aromáticos em todas as dependências, tudo acompanhado de Invocações,
Pontos Cantados, etc. É realmente um Rito, e deve-se tê-lo em mente quando
se está higienizando o Templo, tanto física como astralmente.

Em nosso Templo fazemos o “Rito de Higienização” num período nunca superior


a duas horas. Em geral, a limpeza física é dividida, tendo grupos responsáveis
por certas dependências.

Os “assentamentos” do Templo, sua higienização é executada por cambonos


adrede preparados para tal mister, com a supervisão direta do “Mestre de
Iniciação” ou de um Iniciado Superior. É sempre de bom alvitre, tendo-se tal
oportunidade, que o Mestre de Iniciação compareça, dando seu exemplo, mais
que isto, sentindo vibratoriamente o que lhe aguarda na “Gira” do dia seguinte.

Muitos podem estar questionando: O que lhe aguarda no dia seguinte, como?
Sim, Irmão de Fé e Amigo Leitor, os Emissários Espirituais têm uma prévia de
quem deverá vir à “gira” e seu séquito de companhias de ordem astral, com suas
mazelas, perturbações, desvios conscienciais, etc. Obvio que não irão somente
os necessitados, mas são a maioria, tanto de encarnados como de seres
astralizados (descarnados) que os acompanham.

Mesmo aqueles que acreditam ir somente movidos pela curiosidade de ver, de


testar, mesmo assim, vem acompanhados, de seus mentores (que tentam
amainar as atitudes mentais negativas) e de seus afins, (que esperam impedir
estes processos) segundo suas afinidades. Podem também acompanhá-los
parentes astralizados conscientes ou inconscientes. Os conscientes são aqueles
que os induzem a procurar auxílio espiritual. O inconsciente é uma companhia
passiva, mas que também, segundo os ditames superiores da Lei, receberá
socorros ou será encaminhado a “Ambulatórios Astralizados”, em Zona Astral
afim ao seu grau de lucidez astral.

Além desses, poderão surgir falanges das sombras, das trevas, que tentarão
entrar, mas que serão barradas pelas “Falanges que estarão de “Ronda”, do “Exu
Guardião do Templo”.

Como se pode observar não há inconsequência ou desorganização por parte


dos “Guias Espirituais”, ao contrário, seriedade, dignidade, respeito e amor pelo
trabalho, e o mesmo deverá ser seguido pelos seus médiuns, que se realmente
estiverem com a “sintonia fina” aguçada, seguirão os passos de seus Mentores
Espirituais.

A seguir, após estas considerações, penetremos no Templo, algumas horas


antes do início da “Gira de Caridade”.

Em nosso Templo, iniciamos a “Gira” impreterivelmente, às 18 horas (sábados


quinzenais). O Templo é aberto aos consulentes, a partir das 16:30 horas.

O Mestre de Iniciação já havia preparado o básico no dia anterior e ao chegar no


Templo, em geral umas três horas antes do início da Gira, serena e
tranquilamente, vai fazer suas invocações, firmar sua gira com os Emissários
d’Aruanda, com seus “Guias Espirituais”, a Casa de Fundamentos de Exu
(“Tronqueira”), e somente após tudo firmado, permite a abertura do portal do
Templo.

O Templo é aberto às 16:30 horas. No portal, ou melhor, no portão de acesso às


nossas dependências há três médiuns que recepcionam o indivíduo.

O primeiro, no portão, deseja-lhe boas vibrações, e encaminha-o, seguindo o


fluxo, ao segundo médium, responsável pelas explicações preliminares e
ligeiras, inclusive dando-lhe uma ficha-senha numerada, que poderá ser da:
Corrente das “Crianças” (1ª Fase); Corrente dos “Caboclos” (2ª Fase) e Corrente
dos “Pais-Velhos” (3ª Fase).
Um terceiro médium fornece-lhe o cronograma anual das atividades e um
informativo de todas as atividades externas, tais como Ritos de Harmonia
Interior, Rito Devocional, Seminários, Cursos, Workshops, etc.

Esse mesmo médium encaminha o consulente, tudo com a máxima serenidade,


a uma ante-sala do Templo.

Preenchido o recinto, um Iniciado Superior faz pequena prédica introdutória,


inclusive sugerindo posturas que favorecerão o melhor aproveitamento da “gira”,
informando-os da importância de se estar e permanecer no recinto do Templo
(Correntes de Forças Positivas).

A seguir, o consulente passa por uma defumação e adentra no Templo


propriamente dito, que já está preparado vibratoriamente, com a “Gira firmada”,
para recebê-lo e iniciar o auxílio, que vem em primeira instância, pela própria
serenidade e tranquilidade do mesmo. (Templo)

Até aqui descrevemos a fase de recepção e entrada no Templo, vejamos,


igualmente, o que acontece do lado astral, espiritual.

Todo Templo tem seu “Corpo de Defesa Vibracional”, constituído por sub-planos
de “Caboclos”, “Pais-Velhos” e Exus-Guardiões. Todo o sistema de segurança
inicia-se fora do Templo, numa área de alguns quarteirões vizinhos, pois muitos
são os transeuntes astralizados ignorantes e malfeitores, os quais poderiam por
em risco as atividades espirituais de um Templo de Luz. Nas cercanias, na
entrada, há verdadeiro cordão de isolamento, como se fossem faixas magnéticas
guardadas por verdadeiros “guerreiros” bugres com seus corpos astrais
hipertrofiados (são corpulentos) e com armas que fustigam o corpo astral do
marginal astralizado. Algumas entidades que acompanham certos consulentes,
não são barradas, mas são encaminhadas a uma dependência de dimensão
astral do Templo, onde Guardiões Superiores assessoram Entidades auxiliares
do Guia-Chefe, responsável pelos Trabalhos que irão ser desenvolvidos. Há
portanto, muita movimentação astral, mas organizada, serena, e que imunizam
o máximo possível os consulentes.

Essa atitude de separar os consulentes de suas companhias espirituais


negativas ou tão necessitadas quanto a eles mesmos, traz uma paz e serenidade
inquebrantável a eles e ao Templo.

Como recebemos nunca menos que trezentas pessoas carnadas, o atendimento


aos seres astralizados necessitados, que acompanham os encarnados,
ultrapassa e muito, a um mil. Realmente, por mais que se imunize a influência,
há verdadeiros processos de imantação vibratória, dando a perceber, a quem
tenha o mínimo de percepção espiritual, que no Templo há muito mais pessoas
que as fisicamente presentes.
Isso tudo, antes de iniciar a “Gira”, propriamente dita, pois na verdade iniciou-se
em dia ou dias anteriores...

Próximo das 18:00 horas, o Mentor Superior já encontra-se com sua falange nas
dependências ou dimensões hiperfísicas do Templo. Todo Mentor tem
responsabilidades inadiáveis, e todos eles dão imenso valor às horas, aos
minutos e aos segundos. Não perdem e nem desperdiçam tempo, portanto tem
hora certa para “baixarem”, o mesmo não acontecendo para “desincorporarem”
de seus médiuns.

Assim é que, às 18:00 horas em ponto, iniciamos nossa prédica (5 à 10 minutos)


e o portão de acesso às nossas dependências é fechado, não sendo permitida
a entrada após o horário. Caso chegue alguém necessitado, é dado o socorro
em dependência externa ao Templo, sendo a seguir liberado, pedindo-lhe,
respeitosamente para retornar em próxima “gira” no horário previsto. Mesmo
aqueles que chegam atrasados, passam por uma defumação e, após exame,
feito por médiuns preparados, se forem considerados isentos de qualquer mal
maior, são dispensados, pedindo-lhes, serenamente, para retornarem em outra
oportunidade.

Muitos poderiam questionar que isto fere a prática da caridade. A esses, mui
respeitosamente, diremos que a caridade para ser bem feita pede discernimento
e bom senso e mesmo porque, todos são atendidos, somente não participam da
“Gira”.

Outro pormenor, é que todos os médiuns chegam ao Templo com uma


antecedência mínima de uma hora...

Isto atende a disciplina, a organização astral e física de uma verdadeira “Casa


de Orações e Trabalhos Umbandísticos” (Templo), que tem sua “Gira de
Caridade” ritmada em quatro tempos.

Antes dos “Quatro Tempos ou Fases” há uma fase introdutória, consistindo-se


de uma prédica, Invocação aos Doze Anciões do Templo ou Corrente dos
Espíritos Ancestrais; Rito de Consagração (Defumação) do Templo, Corrente de
projeção, Rito propiciatório e Invocação do Mentor Superior.

Dessa fase introdutória diremos ser apenas a “gestação” de nossa gira, que
nasce na Primeira Fase.

Dissemos nasce, pois, a Gira de Umbanda imita ou revive a própria odisséia da


vida. Sim, a Primeira Fase, é a da “Gira das Crianças”. É o início da vida, a
pureza vibracional.

A Segunda Fase é a da “Gira dos Caboclos”. A Fase da Vida que vai da


juventude à maturidade. É a jovialidade, a fortaleza moral, o equilíbrio.
A Terceira Fase é a “Gira dos Pais-Velhos”. É a Fase que carrega o peso das
experiências, da senilidade espiritual.

Expliquemos, sucintamente, essas três fases, deixando a Quarta Fase, a do Exu,


para o final.

Primeira Fase “Gira das Crianças”


Interpenetremos, levantemos alguns véus, com a permissão do “Astral Superior”,
sobre as “Crianças”, especificamente sobre sua “Gira”.

Para melhor compreensão do tema, deveremos ter ciência, de que toda


“Entidade Astralizada”, vinculada com a “Sagrada Corrente Astral de Umbanda”,
é altamente gabaritada para auxiliar seus Irmãos de retaguarda, sejam eles
Seres Espirituais do plano astral ou do plano carnal.

Portanto, deveremos repensar sobre o conceito que temos sobre as “Entidades


Astralizadas” que vestem a “roupagem mística” de “Crianças”.

Todo Ser Espiritual, quando desencarna, em geral, continua no plano astral,


usando a vestimenta de sua última personalidade terrena. Todavia, na
dependência de seu grau consciencial, pode usar a vestimenta-personalidade
que melhor lhe aprouver.

É de conhecimento dos Iniciados, em seus diversos graus, que, nas Zonas


Superiores do Astral (5ª, 6ª e 7ª Zonas) as vestimentas são diáfanas,
extremamente sutis, refletindo o fulcro de Energias Mentais Positivas de suas
individualidades. Utilizam-se de vestimenta que lhes aprouver, quando descem
às Zonas mais densas.

Após essas nossas afirmações, poderemos entender como essas portentosas e


não menos luminosas Entidades Astralizadas, se adaptam quando vem ver seus
Filhos de Fé, em plena crosta planetária. Sim, apresentam-se como “Crianças”,
para auxiliar as “crianças espirituais” que somos, para não ferir nossos pequenos
graus conscienciais.

São Mentores Superiores de Zonas Astrais Superiores, que têm a mercê de


serem veículos da Pureza Espiritual.

Atuam no emotivo dos Filhos de Fé. Incrementam-lhes os gérmens do puro e


verdadeiro Amor Universal, mesmo que para isto se mimetizem em Crianças
recém-desencarnadas...

Estando sob os auspícios do Orixá Yori — A Potência Reinante na Luz, atuam


nos médiuns alterando-lhes, sensivelmente, não de forma aberrante, suas
vozes, pois são Senhores do Verbo Sagrado, de toda a Doutrina Mântrica, como
já aludimos em capítulos passados.

Seu Verbo puro interfere efetivamente no campo emocional (organismo astral)


dos consulentes, subtraindo-lhes a inconstância, a labilidade emotiva, a falta de
serenidade e paz interior.

Através de sua forma toda peculiar, incrementa-lhes o bom ânimo, a serenidade


e a paz interior, tudo feito da forma suave, temperada com muita alegria,
trazendo ao consulente verdadeira felicidade.

Atuam no sentimento, no amor, que às vezes encontra-se eclipsado nos


consulentes, mas que Eles, com muita oportunidade sabem como lhes mudar as
frequências, substituindo-as por de maior potencial.

Além de atuarem no Organismo Astral, que deveria refletir, ser veículo do Amor
Espiritual, procuram minimizar ou neutralizar os focos originais mórbidos, que no
Organismo Físico se consolidam em doenças (Respiratórias, Cardiológicas,
Imunológicas e relativas ao Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático).

Quando estão atendendo aos consulentes, e podem dar consultas profundas,


procuram atuar também nos seus comparsas, nas suas companhias de ordem
astral, que podem estar-lhes vampirizando. Somente a visão hiperfísica poderia
dar maiores esclarecimentos, e com certeza, deixar atônito os melhores e mais
entendidos Filhos de Fé.

São devido aos seus profundos dotes no Amor Universal Superior, Magos
Brancos de Alto Poder de Irradiação capaz de neutralizar a Magia Negra e suas
deletérias vibrações, que infelizmente, acompanham muitos Filhos de Fé.

A Confraria da Estrela Rosada, detentora do Puro Raio Vermelho-Rosado, atua


em vários terreiros, através de seus Planos e Sub-planos, trazendo-lhes paz, luz
e amor, que os auxiliam na árdua tarefa de combate às sombras do ódio e da
ignorância.

Seus Exus-Guardiões atuam, durante suas Giras, no âmbito astral dos


consulentes e nas companhias que trazem. Se negativas, são levadas a certas
“Zonas Correcionais” e se não houver vínculo kármico com os encarnados que
vampirizam, são tratados e, em geral, após tempo que varia de indivíduo para
indivíduo, são direcionados ao reencarne.

Após nossas palavras superficiais, mas que esperamos serem desmistificadoras


sobre o “Trabalho das Crianças”, peçamos a Eles que nos abençoem e
fortaleçam nosso coração para o Bem e para a Luz.

Saravá Yori — o Orixá da Pureza!


Senhor do Verbo Iluminado, Saravá!
Segunda Fase “Gira de Caboclos”
Após a “Gira das Crianças” (o início da vida — a “infância”) há uma descontração
de dez minutos, tempo suficiente para haver o direcionamento vibracional e das
entidades astralizadas necessitadas às Zonas Astrais competentes. Há também
a troca da “Ronda”. Se retiram os protetores e sub-planos das “Crianças”, entram
os de “Caboclos”.

Passado o tempo de descontração dado aos médiuns, que se mantiveram


serenos e tranquilos, invoca-se a “banda”, a “Gira de Caboclos” (o meio — a
“juventude-maturidade”).

Entre uma “Gira” e outra é de bom alvitre deixar-se alguns médiuns


(revezamento) no congá, que firmarão a “banda” com mantras ou “pontos
cantados” específicos. Assim, não há solução de continuidade, o ambiente
mantém-se tranquilo e no mesmo tônus vibratório.

Como explanaremos sobre a “gira” de Caboclos, expliquemos determinado


fundamento:

Em nossas outras obras, que vieram via mediúnica, Sr. 7 Espadas nos explicava
sobre Entidades Autênticas, Reajustadas e Sacrificiais.

Como a verdade é paulatina, é uma marcha, aprofundemos seus conceitos.

Sim, aqui revelaremos ou desvaleremos mais um véu, afirmando que uma


Entidade é autêntica quando está na sua própria faixa vibratória. Entidade é
reajustada quando não está em sua própria faixa. Entidade sacrificial é aquela
que pode atuar num grau hierárquico abaixo do seu, visando ser melhor
compreendida, melhor absorvidos seus ensinamentos. Para melhor
entendimento da explicação dada, observemos um exemplo.

Uma Entidade Espiritual é reajustada quando está em outra Faixa Vibratória


(Linha) ou mesmo “Banda”. Poderemos um Pai-Velho autêntico vindo reajustado
como “Caboclo” ou “Criança”. O mesmo pode acontecer com as “Crianças” e os
“Caboclos”.

Igualmente, podemos ter “Caboclo” de uma linha estando reajustado em outra.

Queremos deixar patente que os reajustes devem-se à Síntese, aos


Entrecruzamentos Vibracionais. E mais, não são todas as Entidades militantes
que possuem tal prerrogativa, ou seja, a de se reajustar.

As que tem a outorga, são Mestres na Síntese, Mestres da Pureza, Humildade


e Simplicidade.

Visando deixar cristalino este conceito pois poderá ser motivo de distorção,
afirmamos que, jamais, um “Caboclo”, “Pai-Velho” ou “Criança” se reajustam
como Exu. O mesmo acontece com Exu, que nunca se reajusta com uma das
três Formas de Apresentação ou Roupagens Vibracionais Místicas de Umbanda.

Todavia, há reajustes entre os Exus, em obediência aos seus entrecruzamentos


vibracionais.

No que se refere à Entidade Sacrificial, podemos afirmar que pode mudar para
o Plano imediatamente inferior, quando isto for preemente ou vir de esferas
superiores, de Zonas Astrais Superiores ou mesmo de Zonas Astrais de outros
planetas...

Deixemos estes “erós” para o futuro, onde melhor entender-se-á a Síntese, a


Unidade, como o Uno pode ser os muitos (Hierarquia — Consciência-Una).

Após estas ligeiras, mas necessárias explicações, entendamos a função da


Banda dos “Caboclos”, por dentro da “Gira” de Umbanda.

Independente de serem Entidades Autênticas ou não os “Caboclos”, nos


primeiros graus da Hierarquia, apresentam-se como Índios ou Mestiços. Como
mestiços, entendamos, a Síntese da miscigenação racial.

No grau de Chefe de Grupamentos — Guias — apresentam-se, à vidência, como


Seres da Pura Raça Vermelha, que em nada se parecem com Indígenas atuais
do Brasil ou de qualquer lócus planetário.

Os Mentores Espirituais no grau de Chefes de Legião — são verdadeiros


Mediadores Divinos, que em outros setores filo-religiosos são denominados de
anjos, arcanjos, avatares, nirmanakayas, etc. Geralmente, não são
incorporantes, mas podem irradiar sobre o médium se o mesmo estiver afinado
e sintonizado moral e vibratoriamente com Eles.

Os Chefes de Falange e Chefes de Sub-Falange foram grandes Condutores,


Patriarcas da Raça Vermelha, mas que estruturam por cima, a Raça
Transmutada — a Futura Raça. Também apresentam-se com vestimentas
sutilíssimas, em geral, dos Primeiros Vermelhos da Lemúria ou Atlântida.

Depois desta descrição e explanação, poderemos entender melhor o processo


de adaptação dessas Entidades, por esses “terreiros” Brasil afora. Sim,
apresentam-se como Caboclos, como aborígines simples, para não ferir o grau
consciencial de quem os invoca. Não obstante, como dissemos, pode haver os
verdadeiros “aborígines” e mesmo seus sub-planos (depende da região) que
realmente guardam a Vestimenta Fluídica de Índios brasileiros recentes...

Independente da Vibração Espiritual a qual pertençam, pois Caboclos Autênticos


são somente os de: Orixalá; Ogun; Oxossi; Xangô e Yemanjá, são veículos da
Fortaleza e Simplicidade.
Atuam no Complexo Etéreo-físico, o qual faz a integração da personalidade, pois
a sua parte etérica diz respeito aos Auras (Interno, Médio e Externo), como
também pela Ação Inteligente, através da manifestação no Organismo Físico
Denso, propriamente dito.

Quando da atuação mediúnica, alteram sensivelmente o porte, a postura física


de seus veículos, mas que nunca prejudiquem a estética, jamais descambando
para anomalias. Ao contrário, apresentam-se sempre de forma positiva e dão um
brado ou silvo sóbrios, que são verdadeiros apelos ocultos, secretos, que
movimentam sutilíssimas energias e clichês vibracionais dos Reinos da
Natureza, dos Elementares Superiores.

São Mestres na Lei de Pemba e na postura física, que ora alteram para esta ou
aquela forma, tudo visando o equilíbrio vibracional de seus médiuns e mesmo
dos consulentes, através da Doutrina Yântrica, onde são Verdadeiros Teurgos.

Suas palavras e mesmo posturas, que afirmamos serem sempre positivas,


interferem preferencialmente sobre o Aura dos consulentes, subtraindo-lhes a
falta de integração, que os leva à inércia, à inação. Subtraem-lhes tais mazelas,
sem falar de larvas, pré-vírus, pré-bactérias e outros elementos etéricos, que se
não forem neutralizados, produzirão distúrbios seríssimos na economia
orgânica, provocando o surgimento de doenças várias.

Dinamizam o magnetismo, os processos da ação inteligente, elevando-os a


patamares de atividade e coragem necessárias para enfrentar os embates da
própria vida.

Suas consultas sempre são certeiras, trazendo tranquilidade e confiança aos que
os ouvem.

Nas consultas, através do ativador ígneo-eólico ou essências voláteis,


neutralizam o aparecimento de doenças, ou mesmo curam, quando podem,
moléstias do Sistema Nervoso Central, Doenças Digestivas, Cardíacas,
Funcionais, Ansiedades várias e distúrbios da condução, seja sanguínea,
linfática e elétrica/magnética.

É importante a atuação deles nas obsessões ou mesmo nas companhias astrais


negativas adquiridas. Fazem verdadeira terapia, tanto nos planos visível (dos
encarnados) e invisível (desencarnados) onde, em geral, conseguem debelar ou
amenizar o processo simbiótico.

São profundos conhecedores da Magia Etéreo-Física, da Psicurgia e Teurgia.


Anulam facilmente, devido aos seus altos teores ou Poderes de Irradiação, toda
e qualquer corrente negativa, deletéria, originada da baixa-magia ou magia-
negra, que infelizmente, ainda assola muitos Filhos-de-Fé.
A atuação dessas poderosas Entidades da Luz, faz-se presente através das
várias Confrarias: a Confraria da Estrela Branca; a Confraria da Estrela Amarela;
a Confraria da Estrela Alaranjada; a Confraria da Estrela Verde; a Confraria da
Estrela Azul. Todas podem ser condensadas na Confraria da Estrela Dourada
ou Prateada.

Seus Raios poderosos invadem os terreiros, seus médiuns e assistentes,


potenciando-os, fortalecendo-os, auxiliando-os na árdua tarefa de combate à
inércia, às sombras da preguiça, do desânimo e da destruição.

Os Exus Guardiões dos “Caboclos” atuam na parte astral e física de suas “giras”,
como frenam a ação perversa ou omissa de certas companhias que são trazidas
pelos consulentes.

O mesmo que dissemos a respeito dos Exus das “Crianças”, repete-se com os
dos “Caboclos”, portanto...

Depois de nossa apagada explanação sobre as importantíssimas tarefas dos


“Caboclos”, penetremos nos “Erós”, nos Fundamentos da “Gira dos Pais-
Velhos”. Antes, porém, nosso respeitoso e não menos agradecido.

Saravá a todos os “Caboclos” —


Senhores da Fortaleza e da Simplicidade...

Terceira Fase “Gira dos Pais-Velhos”


Por dentro do processo dialético e metafisico da “Gira de Umbanda”, sim, para a
Umbanda não há choque entre ambas, mas complementação, harmonia dos
opostos, e mesmo porque não vemos a Metafisica como passado estático e
muito menos a Dialética como presente, mas sim atemporais, interpenetremos
na “Gira dos Pais-Velhos”, também denominados “Pretos-Velhos”.

Antes, porém, queremos reafirmar que o espírito sopra onde quer, e assim nos
expressamos pois, realmente as Entidades Espirituais do Movimento
Umbandista, no grau de Protetores Superiores inclusive e acima, já encarnaram
em todas as quatro Raças, sendo portanto, espíritos com vasta experiência em
todas. Todavia, por injunções kármicas ou para melhor serem aceitos, se
radicam nesta ou naquela Forma de Apresentação.

Com os Pais-Velhos, vamos encontrar, por dentro dos primeiros graus, Seres
Espirituais que tiveram tarefas importantes em suas Raças originais.

Assim, teremos Pais-Velhos da Raça Vermelha, Pais-velhos da Raça Negra,


Pais-Velhos da Raça Amarela e Pais-Velhos da Raça Branca, mas que no
processo de adaptação, por dentro do Movimento Umbandista da atualidade,
usam a Vestimenta de Pretos-Velhos.
Seus Sub-planos, realmente foram escravos, não somente na Raça Negra, mas
em todas, em várias épocas, nos diversos lócus planetários. A maioria, porém,
guarda sua última vestimenta, que foi como um Ser da Raça Negra, em plena
escravatura, no Brasil.

As Entidades Espirituais Autênticas de Yorimá no grau de Guias — Chefe de


Grupamentos — são seres de escol no Astral Superior. Usam a vestimenta que
melhor lhes aprouver. São raras suas “descidas” para incorporarem nos “Filhos
de Fé” a não ser que encontrem ambiente propício e o intermediário ajustado
moral e vibratoriamente com sua Corrente afim.

Os Chefes de Legião — Entidades no Plano dos Orixás Menores, são os


denominados Mediadores, intermediários entre o Orixá que os ordena e demais
componentes da Hierarquia, inclusive os encarnados que estão sob suas
Vibrações. São conhecidos em outras correntes esotéricas ou mesmo
espiritualistas como Anjos, Arcanjos, Avatares, etc.

Suas apresentações são belíssimas, sendo seus “organismos astrais”


sutilíssimos invólucros de suas nobres consciências, que transdutam a
roupagem fluídica mais afim com o grupo espirítico que mereça o beneplácito de
sua poderosa e honrosa assistência astral.

Os Chefes de Falanges, os Chefes de Sub-falanges também são raríssimos, a


não ser quando se travestem, sacrificialmente, atuando no Plano imediatamente
abaixo (Guias).

Os Emissários do Orixá Yorimá são veículos da Sabedoria e da Humildade,


próprios de quem já alcançou pleno domínio de si mesmo, esquecendo-se para
auxiliar, por amor, seus Irmãos que se demoram na retaguarda.

Atuam com maior intensidade no Organismo Mental, o qual é centro da Vontade,


da Inteligência, do Intelecto. Fazem uma verdadeira atuação nesse organismo,
proporcionando maior lucidez na elaboração das idéias concretas e abstratas,
atuando em “porções” superiores e inferiores.

Quando da atuação mediúnica, alteram o porte de seus médiuns, fazendo-os


curvarem-se suavemente, trabalhando sentados. Jamais tomam posições
grotescas, mimetizando ou representando certos estados mórbidos. Nos
aspectos míticos, muitos querem dizer que estas Entidades Espirituais mantem
“certas deformidades”, supostamente adquiridas, em sua última roupagem
terrena...

Isto quando acontece, e convenhamos, é raríssimo, é com os seus sub-planos


mais inferiores ou quando o médium criou seus “Cascões Astrais” (?!!).
São Mestres na Lei de Pemba, profundos conhecedores e manipuladores da Alta
Magia, da Psicurgia e Teurgia, onde são ímpares seus desempenhos. São,
assim, conhecedores em pormenores, em causas, da Doutrina Tântrica.

Pai-Velho é a Lei — A Palavra Reinante da Lei.

Seus Pontos Cantados são verdadeiras preces e possuem mantras


poderosíssimos, conhecidos por raríssimos médiuns. Seus mantras adaptam-se
a Yantras e à Corrente Tântrica que vem via kundalini, que ativa vigorosamente
todo o complexo dos núcleos de forças (chakras), trazendo a Pureza e
Sabedoria.

Suas consultas são profundas, sérias em suas conclusões, trazendo alívio e


confiança aos que os ouvem.

Podem ou não utilizar o elemento ígneo-eólico em forma de cachimbos, como


utilizam-se de voláteis ou ervas que tem poderosos influxos de radiação,
neutralizadores de cargas negativas, larvas mentais, vírus e bactérias, que tem
como substrato, matéria mental anômala, pesada e irrefletida.

As ervas mais usadas são: arruda, pinhão-roxo, guiné, folha de bananeira, etc.
Estas ervas podem atuar neutralizando doenças mentais de difícil diagnóstico e
cura, como doenças infecto-contagiosas e todas as oriundas de anomalias
renais (urolítiase, nefrites, nefroses, tumores), prostáticas (prostatites, tumores)
e útero ovarianas (miomas, pólipos, cistos ovarianos, etc.).

Dando seguimento, não podemos deixar de citar as suas atuações nas


obsessões e mesmo possessões. São Mestres da Sabedoria, sabendo usar não
apenas as palavras, mas persuadem através de fortes imagens e da
inquebrantável paciência e amor enobrecido.

São Mestres da Magia Etéreo-Física. Anulam os trabalhos mais intrincados e


“bem elaborados” por poderosos Magos das Sombras e das Trevas, não só no
Plano Físico, mas, principalmente na origem, no Plano Astral.

A atuação dessas portentosas Entidades Espirituais faz-se presente, através da


Confraria da Estrela Azulada ou do Raio Lilás.

Seus raios poderosos influenciam decisivamente todos os “terreiros”, seus


médiuns e consulentes, que na dependência da sensibilidade e sintonia os
captam mais ou menos. Esses raios combatem a luxúria, as indecisões, os atos
criminosos etc. Só os bastidores de “terreiro” para explicar todas essas nuanças.

Os Exus Guardiões dos Pais-Velhos atuam de forma serena, mas ativa,


mormente nos espíritos desequilibrados mental e astralmente, que acompanham
os consulentes, como atuam ostensivamente, indo à captura dos Magos Negros
foragidos ou de seus enviados, mas que já estavam sob suas influências.
Muitos desses Exus Guardiões são das Almas, atuando no campo das energias
livres, e com toda sorte de almas insubmissas, martirizadas, escravizadas,
sofridas, desesperadas. penadas, revoltadas, etc.

No término, nosso Saravá a Zamby, pela benção de permitir em nossa jornada


a Luz e a Sabedoria dos Pais-Velhos.

Saravá, Pais-Velhos!
Emissários do Senhor da Palavra Redentora.

Quarta Fase “Gira dos Exus Guardiões”


Após a “Gira” dos “Pais-Velhos” há a “Gira” dos “Exus-Guardiões”.

Entre uma gira e outra há uma descontração vibracional de um quarto de hora.

Durante a descontração, os Médiuns que ficarem no Congá, permanecerão de


pé, ajustando vibratoriamente o recinto. Pronunciarão, recitarão mantras
especiais, os quais permitirão a presença astral de Exu em seus aparelhos ou
médiuns.

Antes de iniciar-se a gira, faz-se uma pequena prédica sobre o trabalho de Exu,
ainda tão mal compreendido e aceito.

A seguir, invoca-se-os com os “Pontos Cantados” específicos, podendo espargir


no ambiente a mistura de solução alcalina de arruda e guiné, a qual propiciará
uma maior atuação do Exu Guardião, como também neutralizará correntes
expectantes ou de ansiedade por parte dos consulentes.
O Exu Guardião, responsável pela Guarda do Templo traz sua falange e os Exus
que irão incorporar em seus médiuns. Acionará portentosos elementos
repulsores, desagregativos de “correntes viciadas” oriundas das humanas
criaturas inferiores e de suas contrapartes astrais.

Atendendo aos consulentes, ouve-os nos seus vários pedidos, e na medida do


possível, lhes atendem, antes, porém, lhes neutraliza toda carga mental,
emocional ou instintiva pesada. De qualquer maneira ensina a todos os melhores
caminhos, as melhores alternativas.

Procura amenizar os choques de retorno, as cobranças, embora não as deixe de


executar.

Como Executor da Magia, executa as pendências que as Entidades de Umbanda


lhe deixaram. Sim, há trabalhos que só os Emissários da Kimbanda — o Oposto
da Lei em Equilíbrio podem e devem executar. São ordenanças, serventias das
Entidades de Umbanda, mas também tem autonomia para atuarem segundo
suas atividades, na paralela passiva, fazendo valer sua “Pemba”, da qual são
profundos conhecedores.

Após atendimento aos consulentes e execução de certos trabalhos magísticos


sobre os mesmos, atendem aos desencarnados desequilibrados, mas
interessados na melhoria. Encaminha-os aos planos afins, onde serão
atendidos, cuidados, tratados.

Quanto aos quiumbas, magos negros e espíritos indolentes e velhacos, como os


viciados no álcool, em outras drogas e sexo, serão arrebanhados para cárceres
ou “zonas correcionais” onde aguardarão julgamentos sumários, que segundo
os casos, poderão passar para instâncias superiores.

Em geral, o Exu Guardião, Cabeça de Legião e mesmo os Chefes de Falange


tem autonomia de dar as sentenças, que se resumem a tratamentos mais ou
menos longos, podendo alguns desses marginais astrais ficar em verdadeiras
penitenciárias, em plenas Zonas pesadas, pois não podem “respirar” em zonas
superiores ou de transição.

Na dependência do caso, são os próprios Exus Guardiões que estruturam a


reencarnação probatória, embora retificadora, desses “Irmãos decaídos”,
induzindo-os a aceitarem as provas, os locais e pessoas que participarão de
seus tratamentos, no internato da “carne”.

É por isto que muitos Filhos de Fé melhoram após uma ou mais giras em um
Terreiro ou Templo decente, e que tenha como escopo a fraternidade e a prática
da real caridade.
Deixaremos de dar alguns pormenores da atuação dos Exus Guardiões,
segundo seus graus, por dentro da Hierarquia da Kimbanda, pois os mesmos
encontram-se na obra — Exu — O Grande Arcano, ditado pelo Exu Sr...

Após esses detalhes, queremos deixar registrado nosso respeito ao poder e


trabalho dos verdadeiros Exus, aos quais pedimos que nos façam a guarda e
nos livrem das demandas e de todo e qualquer mal.

Saravá a “Coroa da Encruza” e os 7 Exus Coroados...


Essuiá... Saravá... Exu... Riá!

Ao término da “Gira de Exu”, tranquila e serenamente faz-se a oração de


encerramento, agradece-se a Oxalá e aos Sete Orixás a benção dos trabalhos
e o sucesso dos mesmos.

Após os “Pontos Cantados”, as saudações, o cumprimento entre todos os


médiuns, encerra-se a “Gira”.

A seguir, todos os médiuns, com muita firmeza e dedicação limpam física e


astralmente (Rito do Fogo e Defumação) o congá e demais dependências do
Templo.

Pronto, com a tarefa cumprida, em paz, confiante, antes de sair do Templo, peça
a Entidade de Guarda que o acompanhe no retorno ao lar, levando consigo a
Luz dos Orixás.

Saravá, Os Senhores da Luz, que iluminem a todos,


principalmente, os bem intencionados.

Saravá!

NOTA COMPLEMENTAR

Estamos nos umbrais do 3º milênio!

A Comunidade Planetária estará despertando de uma longa noite de estagnação


e, no clarear de “novo dia”, estará surgindo uma Era de Paz, Progresso,
Fraternidade, Luz e Trabalho Redentores.

Estaremos glorificando o Cristo Jesus!

Entenderemos melhor Suas “Santas Palavras”, Seu “Santo Sacrifício”, Sua


Humildade, Seu Amor, Sua Sabedoria. Viveremos segundo seus sábios
ensinamentos. Vivenciaremos a Religião Cósmica — do Amor e da Sabedoria
— como Ele nos ensinou...
Alvissareiros tempos nos aguardam! Precisamos trabalhar sem esmorecimento
em busca do auto-conhecimento, do auto-aperfeiçoamento, que nos trará não
só a auto-realização do “Eu”, mas do “Nós”.

É para esses tempos, que nos apontam os ensinamentos umbandísticos.

Não vivemos somente a Metafísica, mas a própria Filosofia Dialética, que nos
diz ser a Realidade um processo, uma trajetória, um ciclo que tem e vem firmado
em ritmos cada vez mais abrangentes, universais, cósmicos.

Estamos próximos da Proto-Síntese Religio-Científica apregoada desde Rama e


confirmada por Jesus (YSHOUARA).

Os Quatro Pilares estarão unificados! Só assim comprovaremos, para os que


ainda duvidam, que a morte é uma ilusão, é aparente.

Nessa época, viveremos a Era do Espírito. Estaremos nos aproximando da


Proto-Síntese Cósmica — a Religião Cósmica, firmada nos Princípios ou Arqué
do Amor e Sabedoria.

Esses são os Princípios de UMBANDA ou AUMBHANDAN, que serão vigentes


no 3º milênio, embora já tenham irrompido, deflagrado, de forma embrionária,
em nossos tempos presentes.

Somos cientes que o 3º milênio compreende um período de apenas mil anos, e


que, por dentro de uma Ronda Kármica, pouco representa, mas não podemos
esquecer que estamos no fim de um período! Na verdade, já estamos na
transição...

Bem, mas o que tem a ver tudo que expusemos com a “Gira de Umbanda”, com
o “Terreiro” de Umbanda dos dias atuais?

Com muita serenidade interior, penetremos em alguns erós (fundamentos), os


quais, esperamos, possam dirimir, as possíveis dúvidas sobre o que até aqui
expusemos nesta nota complementar.

Para melhor compreensão do que se seguirá, entreguemos a palavra a Heráclito


de Éfeso (530-470 a.C.) que dizia:

“Todas as coisas estão em eterno fluxo e mudança. Você não é, está sendo. A
história cósmica realiza-se em ciclos repetidos”.

Heráclito só confirmou o que grandes Taumaturgos, Patriarcas de renome,


haviam expresso, há milhares de anos.

Hegel (Georg Wilhem Friedrich Hegel) expressou a mesmíssima proposição em


pleno século XIX.
A Dialética Umbandística vem igualmente abarcar todos os aspectos da
Realidade. Tenta reconciliar a Realidade reinterpretando a História.

Afirma que a Realidade é um processo dinâmico, não estático, em permanente


transformação.

A Realidade Umbandística, por sua vez, é Cósmica. Abrange aspectos tidos em


Filosofia clássica como Metafisica, pois enfatiza a idéia de várias dimensões, de
vários mundos como Realidade.

Não vemos a Metafisica como algo estático. mas sim uma fundamentação
abrangente da Realidade, sendo pois, atemporal.

Após estes ligeiros conceitos, vejamo-los, por dentro da “Gira de Umbanda”.

Para isto, precisamos recorrer, mais uma vez, aos processos analógicos, e
então, teremos firmado nosso raciocínio, teremos demonstrado nossa (da
Umbanda) Tese.

Retornando à “Gira de Umbanda”, relembremos que dissemos ser processada


em quatro fases ou tempos, não estanques.

Temos um ciclo, não um círculo, mas uma espiral, ritmada em quatro tempos. O
mesmo acontece com nossa Tese.

Afirmamos, tal qual a Dialética, que tudo é um processo, tudo está em mudança.

Esta Lei da Dialética, por analogia, expressa perfeitamente não só a “Gira de


Umbanda”, mas Sua Doutrina, adaptada a cada grupo consciencial, a cada
época, em determinado local (Doutrina do Tríplice Caminho).

A “Gira de Umbanda” apresenta-se como uma marcha, pois tem um início


(gestação), interpenetra a 1ª Fase (Gira das Crianças), vai se transformando,
passando pelas: 2ª Fase (Gira de Caboclos), 3ª Fase (Gira dos Pais-Velhos) e
4ª Fase (Gira dos Exus) a última abrindo-se para um próximo reinicio, iniciando
mais um ciclo com seu ritmo particular. Esse processo natural, essa “Gira
Integral” foi o resultado de seu “Movimento Dialético”, pois num determinado
momento teve seu início, começou a crescer, amadureceu e se transforma para
um novo início (revive a cosmogênese).

Houve também um perfeito encadeamento das Quatro Giras, devido aos


entrecruzamentos vibracionais entre as mesmas. Esses encadeamentos não
estão restritos apenas às circunstâncias visíveis e atuais, mas também às
invisíveis e atemporais.

Também observaremos que a “Gira” caminha, transita para o seu contrário.


Inicia-se com a “Gira de Criança” e marcha para o “Pai-Velho”.

A Dialética diz que tudo se transforma no seu contrário.


A “Gira de Umbanda”, segundo o modelo por nós preconizado, igualmente, pelo
seu autodinamismo, caminha na direção contrária, pois ao iniciar-se com as
“Crianças” e “terminar” com Exu (seu oposto na Roda da Vida, no horário
Vibracional), permite que os opostos se toquem (Movimento Umbandista e
Kimbanda).

A existência dos contrários, dentro de cada “Gira”, garante consolidar a evolução


e sustenta o processo dialético.

A “Gira” de Umbanda pode ser encarada, deve sê-lo, como uma Síntese, pois
há a tese e a antítese. Os contrários que se tocam. É a tão decantada em prosa
e verso, harmonia dos opostos.

A “Gira” por nós preconizada (por Sr. Urubatão da Guia — Velho Payé), embora
quantitativamente não significativa, o mesmo não acontece com a qualidade, que
é significativa.

Há uma tendência de aumentar-se a quantidade, que há de transformar-se em


qualidade.

Aliás, essa é a tônica do Movimento Umbandista, uma marcha da quantidade


para a qualidade. É o famigerado ditado: Muitos são os chamados e poucos são
os escolhidos, que a Umbanda quer transformar em: Muitos os chamados e
todos escolhidos.

Imaginemos o grau de entendimento ou consciencial das pessoas, como se


fossem água, nos seus três graus de apresentação física (estados).

O primeiro, o mais denso, é o gelo, o qual é sólido.

O segundo, o intermediário, é o liquido.

Por último, temos um terceiro estado que é o vapor, o mais sutil.

Todos os três estados, sem exceção, são água, portanto, do gelo ao vapor houve
transformação de quantidade para qualidade. Eis, pois, mais uma analogia com
a Filosofia Dialética.

Isto é profundamente significativo, mormente no setor evolutivo, no consciencial


das humanas criaturas. Também explica porque o Movimento Umbandístico já
tem vivente, por dentro de alguns Templos as 7 Fases de Umbanda (vide Proto-
Síntese Cósmica), e principalmente a Fase de Ogun, que chama a todos no
menor espaço de tempo possível, visando que a quantidade crie uma egrégora,
que quando torna-se crítica transforma-se qualitativamente (evolução-elevação
do grau consciencial).

Após nossa tese, que esperamos ter sido compreendida por todos, façamos um
diagrama que explique a “Gira de Umbanda”.
Como vimos no diagrama, a “Gira de Umbanda” é uma espiral, que se abre ao
infinito.

Prezado Irmão de Fé Iniciado, que como nós almeja a evolução, remodelemos


nossas “giras” antes, porém, necessitamos nos remodelar, nos renovar.
Deixemos o misoneísmo, o egocentrismo e partamos para novos rumos, novas
realizações.

Ouçamos as “Vozes da Senhora dos 7 Véus”, que vem num intuir, num átimo de
pura espiritualidade, nos apontar para mudanças, para a grande transformação.

Já que estamos num processo, numa marcha, participemos a todos, com


oportunidade, sem ferir graus conscienciais, que o caminho nos leva a Três
Realidades, que escoimadas das aparências, das ilusões, e firmadas na
“Realidade” são:

A Lei — O Aumbhandan — ou Unidade — expressa-se através de um Setenário,


que no Planeta Terra é manifesto através dos 7 Espíritos Planetários ou Orixás
Ancestrais.

Esses 7 Espíritos Planetários — Orixás, através da Hierarquia Constituída


enviam Emissários, os quais, se apresentam como:

1º Mestres da Pureza — Senhores que atuam mais diretamente, sobre


os problemas relativos ao Organismo Astral (afetivo — sentimental —
emocional — passional).

São aqueles que no “aspecto popular” se apresentam com a Roupagem


Vibratória de “Crianças” (Yori) pelos motivos, alhures explicados.

2º Mestres da Simplicidade — Senhores que atuam mais diretamente


sobre os problemas relativos ao Organismo Etéreo-Físico (Ação
Inteligente — Realização — Manifestação).
São aqueles que se apresentam como “Caboclos” (Orixalá, Yemanjá,
Xangô, Ogun, Oxossi).

3º Mestres da Humildade — Senhores que atuam profundamente no


Organismo Mental. (consciência — inteligência — vontade).

Se apresentam como “Pais-Velhos” (Yorimá). Na verdade, seriam melhor


expressos por, respectivamente:

1º — Senhores da Doutrina Mântrica

2º — Senhores da Doutrina Yântrica

3º — Senhores da Doutrina Tântrica

Igualmente, seriam respectivamente, os Senhores da Existência, Senhores da


Substância, Senhores da Essência ou como se diz no alto esoterismo Indiano:
SAT, SHIT e ANANDA.

Assim, como dizíamos, conclamamos aos Irmãos de Fé Iniciados nos seus


diversos graus a aprimorarem suas “giras” buscando mais o simples, o puro, o
belo, o humilde.

Saiamos da aparência, do mito, penetremos na Realidade, que embora seja


relativa, nos alçará a novos planos. Deixemos a forma, penetremos na essência.

Óbvio que isto não pretende descaracterizar nossos “Mentores Espirituais”, pois
se ainda apresentam-se como “Crianças”, “Caboclos” e “Pais-Velhos”, têm um
porquê, mas não precisamos adulterar, maquiar e mesmo fantasiar certas
incorporações.

Muitos sabem que não há necessidade de adereços, gritos estentóricos quando


da vinda dos “Caboclos” ao reino (incorporados no Templo); dos “Pais-Velhos”
ficarem retorcidos, se arrastando ou mesmo precisarem da ajuda de uma ou
mais pessoas para carregá-los, como se fossem “velhos” demais. Sim, são
velhos em experiência, nas lides da própria vivência astral, no atuar perante seus
“descendentes”...

Esta nossa Nota Complementar é para aqueles que já encontram-se maduros


espiritualmente para incrementar tais mudanças, que com toda a certeza, já foi
iniciada por seus “Guias” espirituais.

Não tenham receio! Não se incomodem com o que falarem de vocês. Muitos,
provavelmente, dirão que seu “terreiro” é fraco, isto até falarem com seu mentor,
pois se ele permitiu que você fizesse tais mudanças, dar-lhe-á cobertura. E, além
do mais, o que é um “Terreiro forte”? É aquele que usa e abusa do
sensacionalismo e exibição baratos? Terreiro Forte é aquele que na Luz, na
serenidade, auxilia, resolve os problemas das pessoas que o procuram. O bom
Terreiro, com Ordens e Direitos de Trabalhos, sempre é organizado, há sempre
paz e serenidade, e sente-se bem estar e confiança inquebrantáveis.

Procurem, Irmãos de Fé, utilizarem-se de “Pontos Cantados” verdadeiros, dos


mantras, dos verdadeiros Yantras (posições básicas, mudhras, e principalmente
da Verdadeira Lei de Pemba), e da Doutrina Tântrica, que é Luz Movimentadora,
Luz Criadora, que não vem, como muitos doutrinam, somente pela via sexo, ou
permuta sexual grosseira, através de relações carnais.

Não negamos que na Magia Negra há o tantrismo negro, mas na Magia Superior,
há o tantrismo positivo, expresso na Magia Vegetoastromagnética e
Movimentação Magística, Psicúrgica ou Teúrgica com os Elementares, algo que,
por ser transcendental, deixaremos para o interior do Templo, para o âmago da
Alta Iniciação, que com certeza há, por dentro dos Verdadeiros Templos
Umbandísticos.

Ao término, queremos render homenagens aos verdadeiros baluartes, noite após


noite, desta Umbanda de todos nós, que procuram aperfeiçoar-se, para melhor
servir seus semelhantes.

Saravá, nobre Irmão de Fé!

Que Yre-Ayê das “Crianças”, Tupan de “Caboclos” e Zamby de “Pais-Velhos”, o


abençoe hoje e sempre!
7
Técnicas Avançadas de
Desenvolvimento e Manutenção
do Mediunismo

A Hierarquia Planetária, sob a égide de “Oxalá” — o Cristo Jesus — é constituída


pelos Sete Orixás Ancestrais.

Como seus representantes imediatos temos os Orixás Menores: os Chefes de


Legião; os Chefes de Falange e os SubChefes de Falange.

Esses são os que verdadeiramente podem e devem ser denominados de


Emissários da Luz.

Esses Emissários da Luz, por dentro da primeira centralização do Setenário


Sagrado, expressa no Triângulo Sagrado ou Místico se apresentam como:

1º Senhores do Verbo — Mestres da Doutrina Mântrica

2º Senhores do Movimento — Mestres da Doutrina Yântrica.

3º Senhores da Luz Criadora — Mestres da Doutrina Tântrica.

Toda a Hierarquia subsequente, como vimos, alhures, lhes seguem a


manifestação, e no aspecto mais externo, em grau positivo, por dentro dos
“terreiros” do Movimento Umbandístico, apresentam-se, respectivamente, como:

“Crianças” — “Senhores da Pureza” — do Sentimento Superior.

“Caboclos” — “Senhores da Simplicidade” — da Atividade Inteligente.

"Pais-Velhos" — “Senhores da Humildade” — da Vontade Superior.

Após rememorarmos alguns conceitos fundamentais, penetremos nas técnicas


avançadas que poderão ser utilizadas pelos Grupamentos Umbandísticos que
tenham senso de universalidade, que procuram o entendimento da essência das
coisas, que entendem o Movimento Umbandístico como Cósmico, como o
restaurador da Proto-Síntese Cósmica — o Aumbhandan.
As técnicas avançadas são praticadas em raríssimos Templos que são Escolas
Iniciáticas Superiores, da Alta Iniciação Umbandística, mas que no decorrer do
tempo, principalmente no 3º milênio, aumentarão sensivelmente.

As técnicas avançadas, em primeira instância, procuram trazer maturidade ao


discípulo-médium. Há portanto, o desenvolvimento da maturidade, que também
é um processo, uma marcha, um aprimoramento. Modela-se no decorrer das
sucessivas reencarnações. (Roda de Sansara).

O grau consciencial do discípulo-médium é diretamente proporcional ao seu grau


de maturidade, à sua conduta e reação à própria vida.

Esse grau de maturidade pode ser avaliado por quanto valoriza a forma ou a
essência. Se busca a Realidade ou vive na ilusão das aparências.

Em geral, o indivíduo maduro, sabe quando ser introspectivo (seu mundo interior
— os aspectos subjetivos) ou extrovertido (o mundo exterior — os aspectos
objetivos).

A Doutrina Secreta de Umbanda refuta com veemência que o indivíduo deve ser
somente introspectivo. A Umbanda acredita que a introspecção é necessária
para o autoconhecimento, base fundamental da Iniciação Superior, mas há a
necessidade da flexibilidade de também ser extrovertido. São os opostos que se
tocam. Como sempre, mais uma vez, a harmonia dos opostos.

Àqueles que desejarem manter sempre ativo seus mediunismos, devem


conscientizar-se que, deverá subtrair de si a imaturidade.

Essa imaturidade pode ser difícil de ser percebida, pois pode travestir-se de mil
formas. Portanto, a humildade, a simplicidade e a pureza de intenções deverão
nortear os que desejam deslindar-se da imaturidade, do engodo das ilusões.

No campo do mediunismo, o médium, cujo caráter é imaturo, pode achar-se


“dono do mundo”. Falta-lhe, limites de poder. Muitos acham-se tão superiores,
que chegam às raias do absurdo de questionarem seus próprios mediunismos,
mas que se travestem, para os outros, como uma não necessidade de atuarem
mediunicamente. Dizem que já fizeram demais, não necessitando mais do
Caboclo, Pai-Velho ou Criança...

Isto em verdade, é fruto do egocentrismo. Não querem dividir as loas de suas


capacidades intelectivas ou esotéricas nem com seus próprios mentores
espirituais...

Outros dizem que obtiveram um agô em seus mediunismos, devido a estarem


assoberbados com a tarefa literária, de escreverem para o meio umbandístico.
É algo que refutamos, pois não há ambivalência, há convergência, a não ser
quando os “escritores” encontram-se em simbiose com entidades astralizadas
falaciosas, que querem confundir os entendimentos, sendo pontes avançadas
das trevas.

São aqueles médiuns que não admitem que outros saibam mais, não querem
ficar por baixo, e por isso fazem, cometem verdadeiros acintes ao bom senso.

Não estamos com isto lhes criticando, ao contrário queremos que despertem,
acordem para a realidade, pois ainda há tempo, poderão, dentro de seus graus
kármicos, serem utilíssimos ao Movimento Umbandístico, aos seus
semelhantes.

A imaturidade, como vimos, expressa na falta de limites de poder, no


egocentrismo são escolhos que deverão ser combatidos e sobrepujados pelos
bem intencionados, e que desejam o auto-aperfeiçoamento.

Além dos fatores citados, e que impedem o desenvolvimento, o progresso


mediúnico e até sua manutenção harmoniosa, não podemos deixar de
mencionar a “necessidade de receber”, de “ser amado”, de “ser notado”.

Os que assim procedem, são os que vivem centrados exclusivamente no


presente. Não conseguem ir além. Esbarram no hoje, permanecendo insensíveis
aos apelos de seus mentores espirituais e os da própria vida, que lhes pedem
mudanças.

Assim, vamos banir definitivamente o orgulho, o egoísmo, a vaidade, e


principalmente evitar dizer coisas que não se sabe. Deixemos de invejar aos que
sabem, que construíram. Ao invés de invejar, vamos construir, vamos realizar.
Não basta saber é preciso fazer...

Irmãos de Fé que querem ter esta ou aquela Ordem Iniciática, o desejo é


justíssimo, mas há de ter-se o trabalho, dar de si ao próximo, e não simplesmente
ser teorético. Uma Ordem Iniciática não se faz no “papel”, mas na atuação em
prol da Comunidade, portanto...

Estas distorções conscienciais, de auto-percepção devem-se, em geral, à


desarmonia e falta de síntese da personalidade.

O vocábulo personalidade bem expressa os “veículos energéticos” e que se


serve a “Consciência-Espiritual” para se manifestar, se expressar.

A persona (máscara) é trina. Sim, a unidade espiritual (o Ser Espiritual) para


manifestar-se no Universo Astral, em seus vários domínios, que se expressam
nos vários graus de densidade ou sutileza da matéria (Energia), utiliza-se de três
veículos ou organismos.

Os três organismos são veículos de: idéias e pensamentos; sentimentos e


emoções e instinto e sensações.
O organismo que veicula as idéias e pensamentos (razão) deveria expressar a
Vontade Espiritual.

O organismo que veicula os sentimentos e emoções (afeto) deveria expressar o


Amor Espiritual.

O organismo que veicula os instintos e sensações (ação) deveria expressar a


Atividade Criativa.

Os três organismos deveriam expressar a Síntese Espiritual, a qual é Una. Tal


não acontece devido à imaturidade. A mesma é responsável pelo não
desenvolvimento da trindade da personalidade como um todo, pois desenvolve-
se uma ou duas funções, perdendo-se a unidade.

Também não expressam o que deveriam expressar: a Vontade Espiritual, o Amor


Espiritual e a Atividade Criativa.

Os três organismos são, respectivamente: Organismo Mental, Organismo Astral


e Organismo Etéreo-Físico.

Somos levados, irresistivelmente, a concluir, mais uma vez, que as Três Formas
de Apresentação (“Crianças”, “Caboclos” e “Pais-Velhos”) visam desenvolver a
razão, o sentimento e o poder criativo. Procuram desenvolver a Síntese, a
intuição, canalização direta com o próprio espírito.

Muito difícil a tarefa de nossos nobres Mentores Espirituais, pois desenvolver a


Síntese, expressa na intuição (canalização direta com o Vivencial Espirítico) é
somente para aqueles que já encontram-se maduros, com profundo
autoconhecimento, algo que sabemos, de sobejo, ser raríssimo.

Assim, além de gerar dependências várias, a imaturidade gera imperfeições, que


se traduzem por baixas frequências das vibrações, podendo alterar o Organismo
Mental, o Organismo Astral e o Organismo Etéreo-Físico.
Essas baixas vibrações, podem concretizar-se, no Organismo Etéreo-Físico,
como bloqueios mediúnicos, excessivo desgaste energético, impedindo a
perfeita atuação do mediunismo, enfraquecendo os auras, e fazendo surgir as
doenças.

Sucintamente, tentemos explicar, à luz do Poder Volitivo do Orixá, de seus ciclos


e ritmos particulares, da atuação das Linhas de Forças, como atuam nas
humanas criaturas, e como os médiuns poderão desenvolver e manter ativas as
funções mediúnicas.

O Poder Volitivo do Orixá emana a pura vibração de seu atributo. Essa


emanação vem através de ciclo e ritmo particularizado. Este por sua vez
expressa-se nas correntes eletromagnéticas, formadoras, em última instância,
de toda a estrutura da energia.

O Poder Volitivo Espiritual do Orixá, no Universo Astral expressa-se através de


vibrações. Esta dá origem ao Macro e Microcosmo.

Como simples exemplo vejamos o Organismo Físico. O mesmo é composto de


Sistemas. Estes por sua vez de tecidos. Os tecidos por células. As células por
organelas. As organelas por sub-organelas. Estas por macromoléculas. As
macromoléculas por átomos. Estes por sub-partículas e estas por correntes
eletromagnéticas, que são as unidades energéticas.

As emanações do Poder Volitivo do Orixá que deveria expressar-se em toda


pureza, através de seus ciclos e ritmos, muda de frequência ao atingir os
organismos do indivíduo desarmonizado. Altera-se a frequência, alterando-se
todo o seu poder. Isto gera, por decorrência, um rebaixamento vibratório,
fazendo os organismos vibrarem em frequências menores, acarretando-lhes
deformações e doenças. Assim é que, as imperfeições, que são baixas
frequências, geraram doenças, desarmonias várias.

Como então retomar a linha justa e poder estar sob os influxos do Poder Volitivo
do Orixá?

Isto é obra do tempo, pois nossos desmandos são milenares. Mas, a cada nova
reencarnação tem-se a oportunidade de aperfeiçoar-se.

Esse é o escopo da Confraria de Umbanda, mormente através do mediunismo,


pois “Caboclo”, “Pais-Velhos” e “Crianças” buscam fazer esses reajustes
vibracionais, nos três organismos.

Nos ensinam que devemos procurar o incremento da responsabilidade, da


maturidade, como a via, o caminho, para a reestruturação da ligação direta com
o Puro Poder Volitivo do Orixá, o qual nos trará a Unidade, a Síntese
Consciencial, o nosso reencontro com nossos Genitores Divinos, encontrando-
se com nós mesmos.
A verticalização, a união com o sagrado, com o Divino, é a proposta da Confraria
Cósmica de Umbanda, que “Crianças”, “Caboclos” e “Pais-Velhos” tentam
expressar quando realmente atuam em seus médiuns.

Nos ensinam a busca da harmonização que está no perfeito entrelaçamento do


pensar, sentir e agir. Esta é a única forma do intuir, da verticalização, acima de
toda e vã teoria.

Igualmente, seus exemplos nos induzem à compreensão, que é a aceitação e


conscientização de nossas falhas, de nossos limites e dificuldades, o mesmo se
dando em relação aos semelhantes.

A aceitação pressupõe tolerância para conosco e com os outros. Procure


observar-se. Procure melhorar-se, e somente quando conseguir tal intento,
procure ajudar na melhoria do próximo. A inversão, isto é, querer ensinar aos
outros a melhorar-se enquanto não melhorou-se, é prova de que ainda se é
imaturo, mormente nos atos da vida e do espírito, que são as mesmas coisas.

A pratica dessas virtudes, que acompanham a real mediunidade, traz a


indulgência para consigo e para com os outros.

Isto demonstra que já há uma adaptação entre o mundo subjetivo e o mundo


objetivo. Já há discernimento suficiente para que venhamos a nos modificar e
interferir com coragem em nosso meio.

É, prezado Irmão de Fé Iniciado ou Iniciando, estamos concluindo que nosso


desenvolvimento mediúnico visa trazer-nos os benefícios citados, a integração,
a Síntese da Vida.

Após esta explanação, queremos citar para reflexão ensinamento de Caboclo


Sr. 7 Espadas, quando nos diz:

— Evoluir é conquistar o Conhecimento de si próprio, elevando-se aos


patamares superiores de consciência.

De todo o exposto, chegamos à conclusão que, a manutenção de nosso


mediunismo só é conseguida com o aperfeiçoamento e síntese harmônica de
nossos três organismos.

Há Ritos de Fixação e Preparação Mediúnicas, mas que são inoperantes se não


forem satisfeitas as exigências, alhures citadas.

Óbvio, que há Ritos que facilitam o despertar consciencial, mas o primeiro


quesito a ser satisfeito é o da Vontade. Quem não a possuir, em geral, é escravo
das emoções dos instintos, e aí, não há rituais que ativem ou fortaleçam o
mediunismo. É por isso que o Iniciado deverá ter uma profunda sólida formação,
a qual lhe propiciará suportar o peso do Conhecimento, da ação e reação das
várias energias, postas em movimento por esse Conhecimento, que fatalmente
fará sucumbir os incautos, os “Iniciados de última hora”.

No concernente à Iniciação, deixaremos seu estudo e discussão para o capítulo


9. Em relação ao desenvolvimento e suas técnicas avançadas, daremos alguns
subsídios, que se bem analisados serão, temos certeza, de valia aos bem
intencionados...

Primeiramente, o Rito de Desenvolvimento Mediúnico deve ater-se única e


exclusivamente aos médiuns filiados ao Templo, em seus mais variados graus.

Como dissemos, o desenvolvimento mediúnico é um processo, uma marcha,


sendo para todos os médiuns, sejam ou não “preparados”, “Iniciados”, “Prontos”,
“Coroados”, etc.

Estaremos citando um desenvolvimento superior, onde haja tranquilidade e


harmonia necessárias para desenvolver-se faculdades espirituais nobres.

Os médiuns após ouvirem sucinta prédica sobre a mediunidade e seu


desenvolvimento, algo que os predisponham ao espiritual, ao contato com as
forças invisíveis, procuram elevar ainda mais o tônus vibratório, recitando uma
série de mantras.

Após o preparo, já citado, tem início o desenvolvimento mediúnico, propriamente


dito.

Como há Três Formas de Apresentação, há também Três Posições Básicas


facilitadoras, para buscar-se a sintonia com as Entidades Astralizadas.

1ª Posição: SENTADA — Na posição de lótus, que nós preferimos denominar


de “Tupiniquim”, faz-se a mudhra de unir o polegar ao dedo médio formando um
círculo. Fazer nas duas mãos. Deixá-las nesta posição, apoiadas suavemente
sobre a região dos joelhos.

O olhar deve estar voltado para determinado ponto de atuação, em geral um


“Ponto Riscado”. No mesmo momento deve ser pronunciado um Mantra
específico.

Como percebe-se, estamos relacionando, pondo em ação a visão e a audição,


que estão diretamente ligados ao Organismo Mental, portanto com os “Senhores
da Doutrina Tântrica”, “Pais-Velhos”.

Nesta posição deve permanecer-se por dez minutos, ou segundo a necessidade


do grupo.

Nos Templos mais maduros, entoa-se ou recita-se a “Coroa de Mantras”, própria


do Orixá Yorimá. Caso haja necessidade, de acordo com o grau consciencial dos
médiuns, entoa-se o “Ponto Cantado” adequado para a ocasião.
Estaremos desenvolvendo a mediunidade, mormente a atuação dos “Pais-
Velhos”, como também o nosso Organismo Mental.

A posição sentada, no chão, põe o chakra básico em contato direto com a terra,
descarregando todo o indivíduo, inclusive equilibrando seus aspectos alusivos à
kundalini e seu ciclo.

Com toda a certeza, se o indivíduo for médium positivo, com mediunidade


atuante, dará passividade ao seu “Pai-Velho”, o qual trará mais diretamente o
equilíbrio e desenvolvimento desejados.

2ª Posição: DE JOELHOS — Numa posição confortável, que traga equilíbrio.


Faz-se o mudhra das mãos cruzadas sobre o precórdio.

O olhar sereno, mas profundo, continua voltado para o “Ponto Riscado” das
Ordens e Direitos de Trabalhos concernente ao “Mestre de Iniciação”.

Deve-se proferir o mantra específico para tal vibração.

Continuamos com a visão e a audição sendo ativados, mas igualmente, teremos


voláteis sendo aspergidos no recinto através da queima de essência odorífica.

Como estamos com a visão e a audição em atividade, continuamos com o


Organismo Mental sendo ativado, mas os voláteis odoríficos, via narinas,
alcançam os pulmões, circulação e são levados a toda economia orgânica.

O tórax está diretamente unido, relacionado ao Organismo Astral, portanto com


os “Senhores da Doutrina Mântrica”, as “Crianças”.

Permanece-se nesta posição por dez minutos. Nós fazemos este período, pois
nosso congá tem como piso areia, portanto, não incomoda, nem interfere na
concentração.

Quem não possuir areia no congá, faça uma espécie de almofada de areia
(discreta) que suprirá a necessidade.

Os Templos que tiverem seus médiuns já preparados e acostumados podem


fazer somente a “Coroa de Mantras” do Orixá Yori, caso contrário, pode entoar-
se os Pontos Cantados próprios para a ocasião.

A posição Vibracional de Yori faz com que haja um desenvolvimento de


mediunidade, mormente com as “Crianças”, como com o Organismo Astral.

A posição faz o equilíbrio no campo astral, emotivo-afetivo, trazendo paz e


harmonia interiores.

3ª Posição: DE PÉ — Numa posição descansada, mas ativa. Faz-se o mudhra


fletindo-se o polegar sobre o indicador, deixando-se os demais dedos para a
frente, nas duas mãos.
O antebraço fletido a quase 90º em relação ao braço.

Continuando com o olhar no “Ponto Riscado” já referido, e os ouvidos voltados


para o mantra e respirando suavemente a essência odorífica, procure mastigar
um “cravo da índia”.

Percebe-se que o Mental, o Astral e agora o Físico estão sendo ativados ao


mesmo tempo, buscando a síntese, a unidade de consciência, que expressa-se
na Trindade da Personalidade.

Como ao mastigar-se a especiaria, a mesma vai ter, via boca, faringe e esôfago,
no estômago, no abdômen, relacionado diretamente ao Organismo Etéreo-
Físico, portanto com os “Senhores da Doutrina Yântrica”, os “Caboclos”.

Permanece-se nesta posição por dez minutos.

Faz-se os mantras alusivos aos 5 Orixás que relacionam-se com “Caboclos”. Se


houver necessidade, entoa-se os “Pontos Cantados” apropriados a ocasião.

Assim, na paz e na luz, os “Caboclos” farão sentir sua presença astral em seus
médiuns, trazendo-lhes equilíbrio na mente, no coração e na organização física,
na saúde mental e física.

Após nossas proposições sobre as técnicas avançadas e sutis de


desenvolvimento mediúnico, vejamos o que acontece no bastidor, na dimensão
hiperfísica do Templo.

A maioria dos médiuns está sob provas, principalmente devida às cristalizações


milenares, que viciou seus centros de forças, acarretando-lhe distúrbios vários
em seus campos: mental, afetivo e até físico.

Muitos distorcem a realidade, tendo uma conduta infante perante ao espiritual,


perante à vida.

Embora tenham reencarnado várias vezes, quando jovens dizem precisarem


aproveitar a vida, e aí cometem acintes de toda monta contra si mesmos e contra
seu próximo.

Mas quantas vezes foram jovens? Será necessário experimentar sensações,


emoções e paixões que foram motivos de graves engodo e falência no passado?

É aí que muitos Mentores Espirituais atuam em seus médiuns, procurando


equilibrá-los, fazendo-os despertar de seus pesadelos milenares, direcionando-
os ao desenvolvimento de faculdades mais superiores, induzindo-os à
sublimação de certos sentimentos e desejos negativos.

Deslindam-nos dos perigosos e falaciosos meandros da ilusão, alçando-os a


patamares sempre mais superiores da Realidade.
No desenvolvimento mediúnico, potenciam vigorosamente os auras de seus
discípulos, livrando-os das larvas, formas-pensamentos deletérias, as quais
rebaixando a frequência vibratória, podem diminuir ou mesmo inibir a função do
Sistema Imunológico, decorrendo, ipso facto, a doença.

Doença que, como vimos, decorre de baixas vibrações, as quais podem ser
oriundas das companhias espirituais menos dignas que muitos médiuns têm em
suas faixas mediúnicas. Óbvio que suas condutas são o ponto de atração e
imantação desses seres com todo o séquito de larvas e outros
comprometimentos que os acompanham.

Estas companhias espirituais participam exacerbando certas atitudes negativas,


aumentando o destempero emocional, psíquico e somático do médium.

É um escravo das sensações e emoções, embora não a aceite,


conscientemente. Isso acarreta-lhe no inconsciente frustrações, complexos de
culpa, que desestruturam ainda mais seu psiquismo, e é claro, os positivos
contatos mediúnicos.

É por tudo que citamos que, no Templo, com efetiva assistência espiritual, nos
dias de “Gira de Desenvolvimento Mediúnico”, seus Mentores Espirituais, sem
alarde, nos bastidores, atuam sobre estas entidades negativas e ignorantes,
dando-lhes o caminho devido, exercendo a verdadeira caridade.

Igualmente permitem que Entidades Familiares equilibradas, com total


consciência de suas situações no plano astral a que se ajustam, venham visitar
seus entes queridos, não na incorporação, mas através dos indestrutíveis laços
do amor que une as almas afins. Isto traz ao médium, principalmente aos
neófitos, tranquilidade, serenidade e uma salutar euforia (inconsciente).

Não podemos nos esquecer que por atuarem com seus protetores espirituais no
combate às sombras, muitos médiuns são atacados de todas as formas pelos
espíritos despeitados, que tentam alterar-lhes a boa paz, a serenidade, através
de ciladas, tentações, traições e outras formas de contundência.

Esses opositores ostensivos também são trazidos ao Templo, em sua dimensão


hiperfísica, onde são exortados e encaminhados a “Instituições Corretivas e
Retificadoras”, sob o comando dos Exus-Guardiões.

Quando o médium é responsável e cônscio de suas tarefas, pode haver a luta,


a demanda, mas que são neutralizadas na paz e na luz, e mesmo pelos
conhecimentos que lhe foi ministrado pelos seus “Protetores” ou mesmo por um
Médium Iniciado.

Ao contrário, não há cobertura para o médium faltoso, pois através de vários


vícios e concupiscência atrai para sua faixa vibracional marginais astrais ou
seres indolentes, que o vampirizam. Enfim, a cada um segundo suas ações. E
mais, a cada um, segundo seu livre arbítrio, a companhia que mais aprecie...

Como dissemos, estamos citando um Templo sério, mas que tem médiuns em
provas, sejam eles neófitos ou mais experientes.

Não estamos com isto, desmerecendo nenhum Templo ou médium. Pois, se há


milhares de “Terreiros” de todos os graus e níveis espirituais com uma série de
simpatizantes e adeptos, os mesmos devem ter sua razão de existir.

Outrossim, devemos lembrar que para seu rebanho todo pastor é bom.
Repetimos, para seu rebanho...

Assim, quando nos perguntam se este ou aquele indivíduo é bom ou tem


capacidade, imediatamente respondemos que se há quem o siga, deve ser bom
para eles. Reiterando, deve ser bom para Eles...

Retornando ao Templo, aos seus bastidores, sabemos que futuros médiuns, que
estão em preparo no plano astral são trazidos pelos Mentores Superiores, para
observarem o que acontece no plano físico e no plano astral do mesmo.

Assim, respirando tal atmosfera, preparam-se ativamente para a futura tarefa


que virão a executar.

Há também aqueles que foram médiuns em sua última encarnação e falharam.


Observam, estudam as causas de suas falhas e aprendem como evitá-las.

Muitos ficam anos aprendendo, observando, até obterem do astral competente


o aval para futura reencarnação, que constará em seu karma, a atividade
mediúnica.

Após esta resumida, brevíssima alusão aos bastidores dos “terreiros”, que
aprofundaremos sobremaneira em futuras obras, não podemos deixar de citar
outra classe de Espíritos que comparecem ao desenvolvimento mediúnico.

Nos Templos mais organizados, mais maduros em relação à vida espiritual,


também reúnem-se nas dimensões hiperfísicas Espíritos Superiores, de
renomada escol por dentro das lides do Comando Umbandístico.

Como o ambiente do Templo é salutar, com profunda abundância de fluídos


vitais, propiciando tranquila e forte atmosfera astro-psíquica, estes Mentores
Superiores compartilham e dinamizam ainda mais o ambiente com suas
portentosas emanações que dão formação às egrégoras consonantes, as quais
são mananciais de energia e luz, favorecendo o fortalecimento do escudo de
defesa vibracional dos médiuns e do Templo, afastando espíritos malfazejos,
desocupados e marginais astrais declarados.
Após estas proposições, em que não pretendemos esgotar o tema, aliás longe
de nós tal presunção, peçamos à Confraria Cósmica de Umbanda, que expressa-
se em todos os Templos, de todos os credos, que abençoe e ilumine seus
Dirigentes no caminho do Bem e da Verdade...

NOTA COMPLEMENTAR

Quando citamos mantras muitos podem ter associado nossa doutrina à cultura
indiana ou algo que a valha.

Embora respeitemos incondicionalmente a Tradição Hinduísta e todas suas


facções, pois guarda parte da Tradição, quando citamos mantra, estamos nos
referindo a Vocábulos Cósmicos, que às vezes não tem tradução. Traduzem-se
apenas no coração e falam diretamente a Linguagem da Vibração ou a
Linguagem da Alma.

A Doutrina Mântrica em seus aspectos básicos, essenciais, segundo a “Coroa


de Mantras” ou do “Verbo Sagrado”, revela-nos “7 Mantras Primevos”, que
relacionam-se com os 7 Senhores Planetários ou Orixás Planetários.

Os 7 Mantras Primevos são:


TÁNA —> Associa-se aos ciclos e ritmos próprios de Oxalá
(vibração/frequência).

EÁMAKA —> Associa-se aos ciclos e ritmos próprios de Ogum


(vibração/frequência).

VÁLAGA —> Associa-se aos ciclos e ritmos próprios de Oxossi


(vibração/frequência).

UÁRADA —> Associa-se aos ciclos e ritmos próprios de Xango


(vibração/frequência).

PÁKASHA —> Associa-se aos ciclos e ritmos próprios de Yorimá


(vibração/frequência).

ZÁIATSA —> Associa-se aos ciclos e ritmos próprios de Yori


(vibração/frequência).

HÁBA —> Associa-se aos ciclos e ritmos próprios de Yemanjá


(vibração/frequência).

Como sabemos, por outras obras de nossa autoria, em cada Faixa Espiritual
relativa a um Orixá Ancestral há 7 Orixás Menores, que também têm suas
particularidades, que associam-se a vibrações especificas, as quais citaremos
particularmente.
Vibração Espiritual de Oxalá — Tána
1º Mantra — TÁNA... OM

2º Mantra — TÁNA... EÁMAKA... OM...

3º Mantra — TÁNA... VÁLAGA... OM...

4º Mantra — TÁNA... UÁRADA... OM...

5º Mantra — TÁNA... PÁKASHA... OM...

6º Mantra — TÁNA... ZÁIATSA... OM...

7º Mantra — TÁNA... HÁBA... OM...

Todos os Mantras são longos e devem ser recitados seguidos.

São também Mantras Invocadores de Presença Astral de Orixás Menores e toda


sua Legião.

1º Mantra — “Caboclo” Urubatão da Guia

2º Mantra — “Caboclo” Guaracy

3º Mantra — “Caboclo” Guarany

4º Mantra — “Caboclo” Aymoré

5º Mantra — “Caboclo” Tupy

6º Mantra — “Caboclo” Ubiratan

7º Mantra — “Caboclo” Ubirajara

Vibração Espiritual de Ogum — Eámaka


1º Mantra — EÁMAKA... OM

2º Mantra — EÁMAKA... VÁLAGA... OM...

3º Mantra — EÁMAKA... UÁRADA... OM...

4º Mantra — EÁMAKA... PÁKASHA... OM...

5º Mantra — EÁMAKA... ZÁIATSA... OM...

6º Mantra — EÁMAKA... HÁBA... OM...

7º Mantra — EÁMAKA... TÁNA... OM...

Todos os Mantras são longos e devem ser recitados seguidos.


São também Mantras Invocadores de Presença Astral de Orixás Menores e toda
sua Legião.

1º Mantra — “Caboclo” Ogum de Lei

2º Mantra — “Caboclo” Ogum Rompe Mato

3º Mantra — “Caboclo” Ogum Beira Mar

4º Mantra — “Caboclo” Ogum de Malé

5º Mantra — “Caboclo” Ogum Megê

6º Mantra — “Caboclo” Ogum Yara

7º Mantra — “Caboclo” Ogum Matinata

Vibração Espiritual de Oxossi — Válaga


1º Mantra — VÁLAGA... OM...

2º Mantra — VÁLAGA... UÁRADA... OM...

3º Mantra — VÁLAGA... PÁKASHA... OM...

4º Mantra — VÁLAGA... ZÁIATSA... OM...

5º Mantra — VÁLAGA... HÁBA... OM...

6º Mantra — VÁLAGA... TÁNA... OM...

7º Mantra — VÁLAGA... EÁMAKA... OM...

Todos os Mantras são longos e devem ser recitados seguidos.

São também Mantras Invocadores de Presença Astral de Orixás Menores e toda


sua Legião.

1º Mantra — “Caboclo” Arranca Toco

2º Mantra — “Caboclo” Cobra Coral

3º Mantra — “Caboclo” Tupynambá

4º Mantra — “Caboclo” Juremá

5º Mantra — “Caboclo” Pena Branca

6º Mantra — “Caboclo” Arruda

7º Mantra — “Caboclo” Araribóia


Vibração Espiritual de Xango — Uárada
1º Mantra — UÁRADA... OM...

2º Mantra — UÁRADA... PÁKASHA... OM...

3º Mantra — UÁRADA... ZÁIATSA... OM...

4º Mantra — UÁRADA... HÁBA... OM...

5º Mantra — UÁRADA... TÁNA... OM...

6º Mantra — UÁRADA... EÁMAKA... OM...

7º Mantra — UÁRADA... VÁLAGA... OM...

Todos os Mantras são longos e devem ser recitados seguidos.

São também Mantras Invocadores de Presença Astral de Orixás Menores e toda


sua Legião.

1º Mantra — “Caboclo” Xango Kaô

2º Mantra — “Caboclo” Xango Pedra Preta

3º Mantra — “Caboclo” Xango 7 Cachoeiras

4º Mantra — “Caboclo” Xango 7 Pedreiras

5º Mantra — “Caboclo” Xango Pedra Branca

6º Mantra — “Caboclo” Xango 7 Montanhas

7º Mantra — “Caboclo” Xango Agodô

Vibração Espiritual de Yorimá — Pákasha


1º Mantra — PÁKASHA... OM...

2º Mantra — PÁKASHA... ZÁIATSA... OM...

3º Mantra — PÁKASHA... HÁBA... OM...

4º Mantra — PÁKASHA... TÁNA... OM...

5º Mantra — PÁKASHA... EÁMAKA... OM...

6º Mantra — PÁKASHA... VÁLAGA... OM...

7º Mantra — PÁKASHA... UÁRADA... OM...

Todos os Mantras são longos e devem ser recitados seguidos.


São também Mantras Invocadores de presença astral de Orixás Menores e toda
sua Legião.

1º Mantra — “Pai Velho” Pai Guiné

2º Mantra — “Pai Velho” Pai Congo d’Aruanda

3º Mantra — “Pai Velho” Pai Arruda

4º Mantra — “Pai Velho” Pai Tomé

5º Mantra — “Pai Velho” Pai Benedito

6º Mantra — “Pai Velho” Pai Joaquim

7º Mantra — “Mãe Velha” Vovó Maria Conga

Vibração Espiritual de Yori — Záiatsa


1º Mantra — ZÁIATSA... OM...

2º Mantra — ZÁIATSA... HÁBA... OM...

3º Mantra — ZÁIATSA... TÁNA... OM...

4º Mantra — ZÁIATSA... EÁMAKA... OM...

5º Mantra — ZÁIATSA... VÁLAGA... OM...

6º Mantra — ZÁIATSA... UÁRADA... OM...

7º Mantra — ZÁIATSA... PÁKASHA... OM...

Todos os Mantras são longos e devem ser recitados seguidos.

São também Mantras Invocadores de Presença Astral de Orixás Menores e toda


sua Legião.

1º Mantra — “Criança” Tupanzinho

2º Mantra — “Criança” Yariri

3º Mantra — “Criança” Ori

4º Mantra — “Criança” Yari

5º Mantra — “Criança” Damião

6º Mantra — “Criança” Doum

7º Mantra — “Criança” Cosme


Vibração Espiritual de Yemanjá — Hába
1º Mantra — HÁBA... OM...

2º Mantra — HÁBA... TÁNA... OM...

3º Mantra — HÁBA... EÁMAKA... OM...

4º Mantra — HÁBA... VÁLAGA... OM...

5º Mantra — HÁBA... UÁRADA... OM...

6º Mantra — HÁBA... PÁKASHA... OM...

7º Mantra — HÁBA... ZÁIATSA... OM...

Todos os Mantras são longos e devem ser recitados seguidos.

São também Mantras Invocadores de Presença Astral de Orixás Menores e toda


sua Legião.

1º Mantra — “Cabocla” Yara

2º Mantra — “Cabocla” Estrela do Mar

3º Mantra — “Cabocla” do Mar

4º Mantra — “Cabocla” Indayá

5º Mantra — “Cabocla” Iansã

6º Mantra — “Cabocla” Nanã Burukum

7º Mantra — “Cabocla” Oxum

Após os Mantras, que deverão nortear todo o universo sonoro dos Templos
Umbandísticos para um futuro não tão distante, pois os “Pontos Cantados” são
Mantras decodificados; concretização através de imagens místicas, situemos a
manutenção vibratória ou vibracional dos médiuns através dos seguintes
elementos:

Tomando como elemento central o médium, o mesmo recebe influxos astrais


superiores, os quais provêm de raios cósmicos, sendo os mesmos emanações
de Corpos Celestes e de possantes Entidades Espirituais.

Estes influxos incidem sobre o médium, mas invadem também sobre a Natureza,
a qual capta, condensa e emite vibrações específicas.

A Natureza é composta como sabemos de Três Reinos: Animal, Vegetal e


Mineral.
Visando manter sua higidez e mesmo suas faculdades que dependerão de
abundantes fluídos bioelétricos/magnéticos, vejamos como pode beneficiar-se
dos vários elementos encontrados na Natureza.

A manutenção bioelétrica/magnética mais potente ocorre no mar e nos bosques


(não nas florestas ou matas fechadas) ou campos.

No mar encontramos quase todos os elementos mantenedores dos líquidos


vitais. Encontramos eletrólitos (Bioeletricidade) potencializados pelo fluxo e
refluxo oriundos do sol e da lua e demais corpos celestes. Elementos vegeto-
animais, de quase todos os Philos, igualmente são encontrados, portanto
potencializa todos os elementos energéticos do indivíduo (lembrando-se do
axioma: a Ontogênese imita a Filogênese).

Portanto, a simples presença no mar, em banhos diurnos, sob a exposição


parcimoniosa dos raios solares, suaves exercícios respiratórios e certo
adestramento do psiquismo, favorecem sobremaneira o aura externo, interno e
médio.

Sob os auspícios da Lua nas suas 4 fases, à noite, pode-se utilizar os fluxos e
refluxos do mar, sentando-se à beira mar. para meditar e haurir forças com os
Elementares, através da oferenda simples de frutas, flores, incenso e velas (as
quais deverão ser retiradas para não proliferar a poluição).

Como vêem, para fins de manutenção mediúnica e bioenergética não se requer


grandes e dispendiosos gastos ou elementos. É só raciocinar e ter sensibilidade
de perceber como a Natureza é simples. Após discorrermos ligeiramente sobre
o Homem e as influências a que está submetido, concluímos que: Quando
movimenta Elementares e Elementos da Natureza estará executando Magia.
Quando movimenta Mentes e Matéria Mental estará executando psicurgia.
Quando invoca e movimenta Potências Espirituais, a Luz do Sagrado, executa
Teurgia.

O que falamos do mar estende-se aos campos, principalmente onde há


plantações de frutas e outros vegetais comestíveis (pelos motivos óbvios).

Quanto aos Ritos de Fixação Vibracional ou de Sustentação e mesmo de


Preparação, respeitosamente enviamos o Leitor a outras obras de nossa autoria
onde encontrará as devidas amarrações e conclusões.

Para o presente, nesta fase de transição, acreditamos ser o suficiente, mesmo


porque não esgotamos o assunto, pois a base discursiva é iniciática, e os
mesmos encontram-se no interior de raros Templos, Escolas da Alta Iniciação
de Umbanda, onde serão desvelados segundo o grau de entendimento de cada
discípulo.
8
Arcanos das Vozes
do Coração

O Movimento Umbandista ou a denominação que venham lhe dar, nos quatro


cantos do planeta, procura atingir a todos os graus conscienciais, e para tal,
utiliza-se de meios que atinjam, em primeira instância, o coração. Linguagem por
todos entendida, e que facilmente interpenetra os intelectos já maduros
espiritualmente, preparados para a Realidade, que como vimos, é um processo,
uma marcha.

Embora possamos ter conhecimentos teoréticos, não são somente esses os


principais da Doutrina Umbandística. E por que? Por que os teóricos dão valor
excessivo a efêmera ciência, que como tudo, é um processo, não tem conceito
definitivo sobre fenômenos tangíveis, que dizer, pois, dos fenômenos invisíveis.

Óbvio que o Movimento Umbandístico não se opõe à Ciência, mas há uns e


outros que mal a conhecem, pois não tem formação especializada na mesma e
querem hiper-valorizá-la, simplesmente por terem o verniz dos livros, que
embora sejam importantíssimos, cumprem sua função em mentes
especializadas, mas não naquelas que querem criticar as verdades da Ciência
Espiritual, pois não compreendendo suas verdades, que raramente encontram-
se em livros, a não ser no da própria vida-experiência, derivam para a Ciência
Acadêmica, que mais uma vez afirmamos, mal conhecem.

Negam a Ciência Espiritual que chamam de Mística e seus seguidores de pobres


místicos, pois não têm sensibilidade de senti-las, e no caso da Umbanda, querem
suprir um dom mediúnico inexistente, haja vista que derivam para infantis jogos,
com a pretensão vã de descobrirem este ou aquele eró ou Fundamento.

Queremos deixar patente ao prezado Leitor que não somos antagônicos à


Ciência, haja vista que somos um discípulo de Asclépios, do Mago de Cós,
portanto, com nossa formação profissional firmada nas Ciências Médicas, que é
eclética, mas que atua no que vê e palpa. Como toda Ciência, é empírica, cria e
destrói modelos, segundo a época.
Devido à labilidade da Ciência, que muitos leigos não perceberam e insistem em
querer associá-la às coisas do espírito, à Ciência do Espírito, é que não lhe
supervalorizamos, embora tenhamo-la como um dos quatro pilares do
Conhecimento, mas não o único e muito menos o onipotente.

Para melhor nos fazermos entendido, penetremos na axiologia ou Teoria crítica


dos valores, a qual explicara, esperamos, o que até o momento expusemos.

Um valor é uma não-indiferença, uma necessidade do indivíduo. Relaciona o


sujeito dotado de uma carência ou necessidade de um objeto ou algo que possua
condições, qualidades de realmente satisfazê-lo.

Portanto, podemos ter uma infinidade de valores, que variam na dependência do


grau consciencial do sujeito.

Honra, Dever, Direito, Bens Materiais, Beleza são valores, e como vimos são
relativos, são condições que variam de sujeito a sujeito, de coletividade a
coletividade.

Sócrates, o grande pensador helênico tinha como base valores ético-morais. Seu
discípulo Platão, pregava a idéia do Bem em todas as coisas, que eram pré-
existente no seu mundo das idéias (Tópos Noetós).

Mais recentemente, o genial Immanuel Kant (1724 - 1804), deslocou os valores


do objeto para o sujeito, portanto o sujeito que determina os valores.

Sim, Kant percebeu que o valor estava diretamente afeto ao sujeito e nunca o
contrário.

O mesmo vamos encontrar em Nietzsche (1844 - 1900) em seu livro — “Assim


falou Zaratustra”.

Poderíamos citar uma série de filósofos, e para os “cientistas leigos”, os


enviamos a Einstein, a Freud, a Jung e outros, só para citar alguns.

Freud, por exemplo, segundo o Dr. Bruno Bettelheim, e com o qual concordamos
plenamente, teve seus conceitos distorcidos pelas traduções inglesas e
impossibilitaram o leitor de reconhecer que a preocupação principal de Freud era
a alma humana, o que ela é e como se manifesta em tudo o que fazemos ou
sonhamos.

Na verdade Freud criou a psicanálise não para analisar o comportamento dos


outros, mas como um meio de cada um de nós conquistar acesso ao seu próprio
inconsciente e, quando possível, controlá-lo.

O vocábulo psicanálise, vocábulo de origem grega psiqué — análise), e poucos


são conscientes de que essas duas palavras referem-se a fenômenos
contrastantes.
“Psique” é a alma — um termo repleto do mais rico significado, dotado de
emoção, essencialmente humano e não cientifico.

“Análise” implica a decomposição de um todo em suas partes componentes, um


exame científico.

Realmente, há uma ambivalência, um conflito, mas que devido ao método,


segundo a “Discurso” Cartesiano (Descartes), torna-se coerente, principalmente
àqueles que querem apoiar-se apenas na ciência, mas que aqui, cai por terra,
fragorosamente.

Segundo a Teoria dos Valores ou Axiologia, o valor cresce na medida que


aumenta a necessidade da pessoa, portanto partindo desta premissa, podemos
explicar o exagerado cientificismo e tecnocracismo de uns e outros.
Aguardemos, pacientemente...

Os valores do adepto Umbandista são mais universais, pois eles são


universalistas. São holísticos, isto é, são sintéticos.

É a Síntese Cósmica que é possuidora do Conhecimento-Uno que quando


dispersou-se originou as: Religiões, Filosofias, Artes e Ciências. A recíproca não
é verdadeira. Como muitos querem que seja...

A reunião da Religião, da Filosofia, da Ciência e das Artes não produz a Proto-


Síntese, pois esta não é uma mistura, ela é una; é o Conhecimento Integral que
reúne em seu bojo todo que desdobrado, insistimos, fez surgir os 4 pilares, por
nós citados.

Vejamos, agora, após este intróito, como a Confraria Cósmica de Umbanda fala
ao coração de seus fiéis e adeptos.

Através da dinâmica ritualística do Templo Umbandístico percebemos que a


linguagem dos Mentores Espirituais aos seus adeptos, de acordo com seus
graus conscienciais ou de evolução espiritual, é a do Tríplice Caminho ou
Doutrina dos 3 Caminhos.

Sim, a Filosofia Iluminista, de Auto-Realização e Auto-Conhecimento, no


Movimento Umbandista, é calcada na Doutrina dos 3 Caminhos, isto é, tem como
escopo de evolução e libertação — A PUREZA — A FORTALEZA — A
SABEDORIA.

Quais os segmentos Filorreligiosos que possuem seus caminhos redentores e


despertadores da Consciência? Todos.

Sim, todos, pois são adaptações da Primeira Tradição — A Religio-Vera


(Sabedoria — Amor Cósmicos) — o AUMBHANDAN, a Tradição Cósmica que,
o Movimento Umbandista pretende restaurar, resgatar.
A transcendência da Doutrina do Tríplice Caminho é o verdadeiro Arcano das
Vozes do Coração.

Sim, a Pureza que é negação da concupiscência. A Fortaleza que é a negação


dos vícios, receios e fraquezas. A Sabedoria que é a negação da ignorância das
coisas espirituais e materiais, do Conhecimento do Sagrado.

Vamos encontrar profundas similitudes no Budismo, no Taoísmo, no Hinduísmo,


no Sufismo, no Judaísmo e, muito principalmente, no Cristianismo em sua
pureza original.

Sim, vários Patriarcas, Magos e Taumaturgos, entre eles podemos citar: Rama,
Krishna, Pitágoras, Hermes, Lao Tsé, Sidarta Gautama, Fo-Hi, Moisés e outros,
bem como suas Academias ou Colégios Divinos, vieram preparar o Advento do
Cristo. O VERBO DIVINO (ISHO).

Como Ele mesmo disse: “Não vim destruir a Lei e os Profetas, mas sim, cumpri-
los”.

Sim, Oxalá (INARAYA — INRI) não viria destruir aqueles que vieram preparar
sua “Missão Divina”.

Cada Patriarca ou Escola Filosófica vieram desde a Catástrofe Atlante,


preparando, escoimando, segundo as coletividades em que foram atuar, o
Advento do Cristo — O Deus Planetário — O Cristo Cósmico.

Ao demonstrarmos a Doutrina dos 3 Caminhos, algo que faremos a partir de


agora, melhor entenderemos que sem alardes, sem ser melodioso, o Movimento
Umbandístico procura reviver os ensinamentos mais límpidos do Sr. Jesus. E
Como? Através do exemplo.

É só ir-se a um Templo Umbandístico e lá sentiremos a pureza, a humildade e a


simplicidade, tríade básica da caridade e da Lei do Amor Puro e Verdadeiro
preconizado e vivenciado pelo Mestre dos Mestres.

É lamentável que muitos não percebam a abnegação, a renúncia, o amor, a


caridade levados nos Templos Umbandísticos, como sendo o Cristianismo
revigorado.

Querem que se fale do Cristo; que se discutam seus Evangelhos; que adaptem-
nos à Umbanda.

Mas para que? Não perceberam que temos os Evangelhos aplicados e


vivenciados? O que vale mais, saber a letra que mata ou exemplificar o espírito
que vivifica?
A Umbanda em sua doutrina é essencialmente Cristã. Não confundamos
cristianismo com catolicismo ou cultos reformados (Protestantes). Embora os
respeitemos, temos Fundamentos completamente diferentes...

Os Mestres da Sabedoria (“Pais-Velhos”), os Mestres da Pureza (“Crianças”) e


os Mestres da Fortaleza (“Caboclos”) exemplificam, sem falar, senão seriam
repelidos, os mais límpidos, puros e reais ensinamentos do Cristo Jesus.

Segundo a Hierarquia Planetária, os 7 Espíritos Planetários, ou as 7 Vibrações


Espirituais, têm em suas Faixas Espirituais espíritos do 7º grau (Orixás Menores)
ao 1º grau (Protetores) e mesmo subplanos, e todos, segundo seus graus de
acordo com o grau de seus adeptos ou “Filhos de Fé”, demonstram de maneira
oportuna as Verdades pregadas e mencionadas pelo Sr. Jesus.

A maioria dos “Filhos de Fé” do Movimento Umbandístico, no Brasil e mesmo em


outros lócus do planeta (que por ora não são denominados de Umbanda) estão
afetos aos espíritos no grau de subplanos dos Protetores, que são obrigados,
para melhor serem compreendidos, demonstrando o verdadeiro amor e
caridade, a expressarem-se segundo a percepção, consciência de quem os
ouvem, de quem os procurem. Quase todos com mínimas noções de si mesmos,
de responsabilidades, compromissos kármicos assumidos e todos sentindo-se
merecedores de créditos, formulando os mais disparatados pedidos, próprios de
quem está alienado das verdades espirituais.

Esta é a tônica de quase todo o planeta. É independente de grau cultural,


erudição e condição sócio-econômica.

Depende, sim, em proporção direta, do grau consciencial, do vivencial kármico,


que infelizmente é muito baixo em nosso planeta.

Mas se há a dificuldade de serem entendidos, de serem aceitos, Eles adaptam


suas linguagens, suas apresentações mediúnicas, mas serenamente, com muita
psicologia, com profundo conhecimento de Psicossíntese Espiritual, conseguem
a confiança dos adeptos, e com tranquilidade, sem traumas, elevam-nos a
patamares superiores de consciência.

Não há dúvida que o Movimento Umbandista se universalizou, segundo os


costumes viventes em cada povo ou raça, portanto, urge que seus
conhecimentos e fundamentos além do regional interpenetrem o universal, o
cósmico.

Sem desprezar-se jamais os Conhecimentos Regionais (só no Brasil há vários),


necessitamos, gradativamente, interpenetrarmos a Realidade, que é verdadeira
em qualquer local do planeta.

Se a forma, o mítico e a mística têm suas reais aplicações, carece-se de


buscarmos o Sagrado, o Divino, que encontra-se na essência, e esta é cósmica.
É pelos motivos aludidos que dizemos ser o Movimento Umbandista Universal,
Cósmico.

No mundo, no planeta Terra, em qualquer local, seja nos continentes Europeu,


Africano, Asiático, Australiano e Americano poderemos encontrar cultos que
louvem devocionalmente seus Ancestrais, e que dentre Eles haja os Ancestrais
da Pureza, da Sabedoria e da Fortaleza Moral.

Óbvio que estes Ritos, Cultos existem pelo mundo afora, e é aí, justamente aí,
que insistimos em dizer que o Movimento Umbandista se universalizou.

Ora, se o mesmo quer, tem a missão de resgatar, restaurar a Umbanda ou


Aumbhandan, tem de se universalizar, adaptar-se a todos os povos.

Temos, pois, um Movimento Universal, patrimônio do cidadão planetário, e não


privilégio de um único e exclusivo povo.

Assim é que nossos Ancestrais Primevos e Ilustres (Iluminados), nos Templos


mais universalistas, em sua parte interna deveriam ser invocados de uma forma
mais pertinente com a Realidade.

Sim, invoquemos os Mestre ou Senhores da Pureza, de Sabedoria e da


Fortaleza Moral, ou do Amor, da Humildade, da Simplicidade.

Mestres da Pureza ou da Doutrina Mântrica (“Crianças”).

Mestres da Fortaleza Moral ou da Doutrina Yântrica (“Caboclos”).

Mestres da Sabedoria ou da Doutrina Tântrica (“Pais-Velhos”).

Ao término, invoquemos a “Luz Astral Espiritual” de nossos Ancestrais Primevos


— Senhores da Doutrina dos 3 Caminhos. Da Doutrina do Tríplice Caminho.

NOTA COMPLEMENTAR

Para melhor estruturarmos o entendimento do capítulo que se seguiu, se faz


necessária algumas ressalvas e mesmo complemento.

A Umbanda preconiza que o Real, o Conhecimento e a Ação não são estáticos


e não estão dissociados.

Ao contrário do que pregam as doutrinas acadêmicas amplamente difundidas e


aceitas pela maioria, a Umbanda defende a Síntese. Propugna o Elo Perdido, o
elo de ligação, a harmoniosa integração entre: Filosofia, Ciência, Arte e Religião.

Acreditamos que através do Conhecimento-Uno mais próximos nos


encontraremos do Real, da Realidade. Sim, pois embora o Real, a Realidade
seja uma marcha, estaremos na trajetória da mesma, e penetrando em cenários
dessa mesma trajetória desconhecidos ou desconsiderados pelos cânones
acadêmicos.

A Realidade que aludimos engloba, sintetiza a Metafísica e a Dialética,


harmonicamente. Não concordamos com a condição atual, pois ambas estão
dissociadas, e até certo grau, são antagônicas. Isto deve-se à dissolução da
Síntese, do Conhecimento-Uno. Perdeu-se a Unidade.

Não mais se consegue perceber os elos complementares e harmônicos entre a


Metafísica e a Dialética. Discordamos, “in totum” que a Metafísica seja estática
e apenas estrutural em seus conceitos (cosmovisão) sobre a Realidade.

A Doutrina de Umbanda afirma que a Dialética sem a Metafisica torna-se


incompleta, sendo justo afirmar-se que a união das mesmas cria uma
cosmovisão, uma visão dinâmica do Todo Real, conhecido/desconhecido,
visível/invisível e latente e sensível.

Não é diferente o que ocorre com os problemas do Conhecimento.

A Gnosiologia estuda a natureza do Conhecimento em geral. A Epistemologia


estuda a natureza e a fundamentação dos vários conhecimentos científicos.
Finalmente, a Metodologia Cientifica trata dos processos lógicos de aquisição do
conhecimento cientifico.

Ainda encontramos a dissolução da Síntese. A fragmentação não nos faz


perceber que estamos perdendo oportunidade de auferirmos maiores
conhecimentos. Sem dúvidas, é um fator limitante!

Não adianta querer refundir tudo numa Teoria Lógica da Linguagem, pois mesmo
assim é fragmentada.

A Harmonia da Síntese não é a mistura dos componentes, mas a essência do


todo. É a unicidade.

Neste nosso capítulo nos interessa mais particularmente os problemas da ação,


que também estão dissociados.

Estão centrados na Axiologia, na Estética e na Ética.

Como informamos alhures, a Axiologia preocupa-se com as normas e os


fundamentos da ação ou da conduta humana (Teoria Crítica dos Valores).

A Estética estuda valores referentes ao belo e às artes. É o belo, a perfeição


apreendida pelos sentidos.

A Ética estuda os valores morais e como o homem comporta-se, age perante


eles.
Partindo dessas premissas básicas, fundamentais, vejamos como a Umbanda
preconiza a “Doutrina do Tríplice Caminho” alicerçada nos Patriarcas,
Taumaturgos, Filósofos de renome que vieram preparar o Advento do Cristo
Planetário.

Para tal, analisemos algumas máximas, e nelas encontraremos as Grandes


Verdades que o Cristo Planetário veio confirmar.

“Se um homem me fez mal, respondo-lhe com bem, com amor


sincero; quanto mais mal, tanto melhor o tratarei.

Sê como o sândalo que perfuma o machado que o fere”.


(Buda)

“Se o homem vive na ilusão de que pode fazer o que lhe apetece
sem que nunca venha a sofrer consequências de seus atos, logo
compreenderá que esses atos, quando não nobre nem puros, só
lhe poderão acarretar sofrimentos”.
(Buda)

“Trazes em ti mesmo um amigo sublime que não conheces. Pois


Deus reside no interior de todo homem, mas poucos sabem
encontrá-lo. O homem que oferece seus desejos e suas obras, em
sacrifício, ao Ser de onde procedem os princípios de todas as
coisas e por quem o Universo foi formado, obtém a perfeição.

Porque aquele que encontra em si mesmo sua felicidade e sua


alegria, e também sua luz, é uno com Deus. Ora, sabe tu: a alma
que encontrou Deus está livre do renascimento e da morte, da
velhice e da dor, e bebe a água da imortalidade”.
(Bhagavad Gita)

“Recolhe-te bem no fundo de ti mesmo, para te elevares ao


Princípio das coisas, à grande Tríade que reluz no Éter imaculado
consome teu corpo pelo fogo de teu pensamento; desliga-te da
matéria como a chama se desliga da madeira que ela devora. Então
teu espírito se projetará até o puro éter das Causas eternas, como
a água ao trono de Júpiter”.
(Orfeu)

“Escutai em vós mesmos e olhai no infinito do Espaço e do Tempo.


Lá retumbam o canto dos Astros, a voz dos números, a harmonia
das Esferas.

Cada sol é um pensamento de Deus e cada planeta um modo


desse pensamento.

Almas! é para conheceres o pensamento Divino que desceis e


subis penosamente a estrada dos sete planetas e seus sete céus”.
(Hermes)

“Não deverias te inquietar com o nascimento nem com a morte!


Porque, para aquele que nasce, a morte é certa; e, para aquele que
morre, também é certo o nascimento”.
(Krishna)

“Quando virdes um homem sábio, pensai em igualá-lo em virtudes.


Quando virdes um homem desprovido de virtudes examinai-vos,
verificai se não vos pareceis com ele”.
(Confúcio)

“Não sintas pena por não teres um cargo e sim de não te tornares
digno dele; não sofras porque ninguém te conhece e sim para te
tornares digno de ser conhecido”.
(Confúcio)

“Trabalha sem descanso para adquirir a Sabedoria como se


tivesses sempre algo a conquistar; além disso, teme perder o que
adquiriste”.
(Confúcio)

“A virtude da humanidade consiste em amar os homens: a


prudência, em conhecê-los”.
(Confúcio)

“O sábio é calmo e não é orgulhoso; o homem vulgar é orgulhoso


e não é calmo”.
(Confúcio)

“Adverte teus amigos com franqueza e aconselha-os com doçura.


Se não aprovarem tua advertência, detém-te. Evita afrontá-los”.
(Confúcio)

“Palavras sinceras não são rebuscadas.


Palavras rebuscadas não são sinceras”.
(Lao Tsé)
“O Céu e a Terra perduram eternamente.
Perduram eternamente porque não vivem para si mesmos”.
(Lao Tsé)
“O Eu é causa da adversidade.
É pela individualidade que as adversidades nos atingem.
Não tivéssemos individualidade, que males nos poderiam atingir?”.
(Lao Tsé)

“Quem conhece os outros é inteligente.


Quem conhece a si mesmo é iluminado.
Quem vence os outros é forte.
Quem vence a si mesmo é invencível”.
(Lao Tsé)

“Verás que os males que devoram os homens são o fruto de sua


escolha; e que esses infelizes procuram longe de si os bens cuja
fonte carregam”.
(Pitágoras)

“Observa o teu culto com a família, cumpre os teus deveres para


com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças
e não precisarás castigar os homens”.
(Pitágoras)

“A Evolução é a Lei da Vida.


O Número é a Lei do Universo.
A Unidade é a Lei de Deus”.
(Pitágoras)

“Os homens chamaram de Eros ao Amor porque ele tem asas; os


deuses chamaram-no de Pteros, porque ele tem a virtude de dá-
las”.
(Platão)

“O que o homem pode fazer de melhor para a felicidade de sua vida


é pôr-se em relação contínua com Deus por meio de súplicas e
orações”.
(Platão)

“Errar é humano, mas também é humano perdoar.


Perdoar é próprio de almas generosas”.
(Platão)
Resumindo-as, fazendo a síntese, temos o Sermão da Montanha, feito por Buda
e confirmado por Jesus, o Cristo.

Portanto, afirmamos que os Evangelhos de Mateus, João, Lucas e Marcos,


especialmente o de João são aceitos pela Umbanda, e mais tem-no como um
norte.

Sabemos que a “Boa Nova” ainda está para ser melhor entendida e aplicada,
pois é necessário relembrar-se, constantemente do:

“A letra mata, o espírito vivifica”.

Matemos as falácias e sofismas e viva para sempre em nossas mentes, corações


e ações o Plano Crístico de Iluminação e de Auto-Realização, que são
preconizados pelos Mentores Espirituais de Umbanda, de acordo com os graus
conscienciais do grupo ou individual para o qual dirigem a palavra.

Penetremos, pois, nos erós das Vozes do Coração, para tal precisamos nos
aprofundar nos poderosos mananciais de bençãos e Luzes da Invocação, da Fé
Raciocinada, da Concentração e da Meditação.

Em obediência à Lei temos necessidade de evoluir, e para isto precisamos


instruirmo-nos, amar sempre mais. Amor e Sabedoria, eis a Doutrina do Tríplice
Caminho, preconizada pela Umbanda.

Saravá!
9
“O Condutor dos Caminhos”

Para entendermos as tarefas do “Condutor dos caminhos” — O Guardião das


Encruzilhadas do Destino — precisaremos observar como as humanas criaturas
o encaram, como o entendem.

Precisaremos penetrar nos meandros do mítico e com paciência e serenidade


penetrarmos nos aspectos universais, cósmicos de suas atividades como
Concretizador e Condutor dos Caminhos.

Mas o que é o pensar mítico? Poderíamos dizer que é uma “Ciência do


Concreto”. Mas o que é esta Ciência do concreto?

O Mito é uma maneira de explicar a Realidade. É um véu que encobre Verdades,


que custam ser assimiladas pela grande massa.

É uma visão parcial; uma explicação relativa da verdade, ou de acordo com as


concepções de quem a criou, e para quem foi motivada.

O Mito é um tipo de pensamento feito com elementos sensíveis e concretos.

É, pois um conjunto fechado de Conhecimento, que ordena, dá significação ao


contexto do meio, importantes e prioritários para o Homem.

Após esta fundamentação técnica sobre o mito, suas concepções, penetremos


na visão umbandística de como lidar com as realidades míticas (concretas) e
cósmicas (Síntese entre o concreto e abstrato).

Para tanto, transcreveremos um texto de nossa própria autoria, que deveria sair
somente nesta obra, mas que na época resolvemos colocar como adendo à 2ª
edição de “Lições Básicas de Umbanda”.

Entendamos este longo adendo, então, melhor compreenderemos o “Condutor


dos Caminhos”
EXU — DO MÍTICO AO CÓSMICO

Uma mesma verdade pode ser expressa de várias maneiras, tudo visando fazer-
se entendida. Sabemos que um FUNDAMENTO UMBANDÍSTICO pode ser
expresso em quatro graus, os quais não se anulam entre si, ao contrário, formam
um todo.

Poderemos ter um Conceito essencialmente Fisiogônico, isto é, expresso por


fenômenos ou fatores da Natureza.

O Conceito Androgônico relaciona-se ao próprio homem, tomando-o como base.

Evoluindo nos graus, encontraremos um Conceito Cosmogônico, o qual é


abrangente, cósmico, válido para todos.

Finalmente, há um Conceito Teogônico, da própria Divindade, do Sagrado, das


coisas Divinas.

Simplificando, podemos citar que os Princípios são expressos num grau


superlativo, naquilo que denominamos como Teogonia ou Princípios
Teogônicos. Para fins práticos, diremos ser este o grau superlativo.

As realidades esotéricas, universais, independentes de cultos ou credos, ou


outro qualquer fator separatista são expressos na COSMOGONIA. É o
denominado grau relativo.

Os fenômenos, as fábulas, os mitos, as crendices e superstições várias são


expressos na fisiogonia e androgonia. É o denominado grau positivo.

Repetimos, que todos os graus ou níveis são necessários, e associam-se aos


diversos GRAUS CONSCIENCIAIS, sendo todos merecedores de nosso amplo
respeito. A todos deve-se dar “alimentos” segundo seu grau de alcance ou
entendimento. Este é o motivo de desvelarmos os arcanos de alguns
Fundamentos de Exu, pois os de caráter androgônico e fisiogônico já encontram-
se bem difundidos em nosso meio.

Embora o conceito positivo ou androgônico (mito) vela um Fundamento sublime,


muitos têm abusado e distorcido completamente o Fundamento de Exu.

Antes de penetrarmos nas distorções, enveredemos para os conceitos mais


cósmicos sobre Exu.

Iniciemos afirmando que o Exu Planetário ou Indiferenciado, sob o qual


posicionam-se os Exus Coroados, é o Guardião da Magia e da Justiça Kármica.

Tentaremos explicar aqui, de maneira diversa da que está conceituado em nosso


próprio livro mediúnico — Exu — O Grande Arcano — o porquê de Exu ser o
Guardião da Magia e da Execução da Justiça Kármica.
Imaginemos que a relação entre Orixá e Exu seja a mesma que a do Sol e a Lua.
Sim, vejamos: A Luz do Sol se polariza, se concretiza na Lua que a reflete
amenizada, podendo ser visualizada. Por analogia dizemos que a Luz do Orixá
(Princípio Espiritual) se concretiza, se manifesta através de Exu (Princípio
Natural — Energético).

Como sabemos, o Sol tem Luz própria (O Espírito), enquanto a Lua reflete,
polariza a Luz solar (Energia). Eis, pois, a relação entre Orixá e Exu, e segundo
outros conceitos expressos por nós mesmos, neste livro e num outro de nossa
autoria, entendemos melhor ser Exu o Agente da Justiça Cósmica, o Executor
(Lua) e o Grande Agente da Magia (Execução — agregação e desagregação da
matéria ou energia).

Pelos motivos alhures citados é que podemos inferir, ser Exu o Orixá Telúrico,
sendo Telúrico como executor, como modelador da própria matéria-energia.

Há vários mitos nos cultos de Nação, que infelizmente, por nunca terem sido
desdobrados em outros graus, deram margem a muita especulação, muita
distorção.

Um deles prende-se a Orixá (Obarisha) ser o modelador dos Ori, enquanto Exu
(Obara) é o modelador dos corpos. Tomaram ao pé da letra. Não é difícil
perceber-se que no grau relativo ou cosmogônico o Orixá está ligado diretamente
ao Princípio Espiritual (Ori) e Exu aos aspectos da Energia e suas
manifestações, em sentido bem abrangente.

O mesmo pode-se inferir quando dizem ser Exu o Senhor das Trevas. Logo,
fizeram-no o “Senhor do Mal”, pois as Trevas são a ausência da Luz, sendo
símbolo do caótico, das coisas demoníacas.

Na verdade o mito vela o arcano que diferencia a Luz Espiritual (Espírito como
Luz) da Matéria (treva). Devemos entender como “treva” as regiões do espaço
cósmico que foram interpenetradas pela substância etérica, que Exu
concretizou, deu direcionamento, naquilo que conhecemos como Energia-
Matéria. Portanto, se o Espírito é Luz imanente, tudo que não é espírito é treva,
inclusive, é claro, a Energia. Eis, pois, ser Exu o Senhor das Trevas, o Orixá
Telúrico (Senhor da Energia).

Outro mito que encontra-se completamente adulterado é o do ITAN ATÓRUN


DÓRUN EXU, que diz: “...O filho que devorou todos os alimentos da terra
(minerais, vegetais, animais) e se multiplicou povoando todo o aye e orun.
Devorou, inclusive, sua mãe, não conseguindo devorar Orumilá seu pai...”

Esta historieta (Itanifá) tenta explicar, segundo os Cultos de Nação, a associação


de Exu Yangi e sua atividade como Exu Ojixé, portador e entregador de ebó,
símbolo da restituição. Na verdade, o grau comparativo ou Cosmogônico diz que
Exu é o responsável pela ordenação da matéria nos vários graus de densidade
e expressão. É por isto que “comeu-a”. Não conseguiu “comer” a Orumilá, pois
este é símbolo do Princípio Espiritual, e Exu é o concretizador, o transformador
do Princípio Natural. São a essência e a forma, Orixá e Exu, respectivamente.

Poderíamos citar outros mitos, outros Itanifá (16 principais — Babá-Odu e os 256
Omó-Odu).

Este também é um dos motivos, em grau cosmogônico ou esotérico, ser Exu o


Senhor dos limites. Sim, o Exu Cósmico limita o que é matéria (Reino Natural)
do que é Espírito (Cosmo Espiritual). É o Guardião dos limites, e além deste fator
cósmico podemos particularizar outros fatores naturais, físicos, e mesmo
pessoais que também fazem-no “Sr. dos limites”.

É Exu o fator limitante, no “terreiro”, nos aspectos mais ligados às mazelas


humanas, tais como doenças, disputas, demandas, paixões, choques
contundentes, justiça, processos financeiros, etc. Auxilia-nos limitando,
organizando nosso karma. Ninguém mais do que Exu sabe, é sabedor, que o
planeta Terra é o planeta da ação e reação. Um mal executado, faz acionar o
choque de retorno, advindo o “mal”. Um benefício, atrai outro benefício. É a
famosa Lei da Ação e Reação. E quem executa essa Lei? Claro que é Exu — o
Agente da Justiça Kármica, o Senhor dos limites, dos limites entre as ações e
reações. Determina como limitar-se-á as reações, como enviá-las. É por isso que
Exu está acima dos conceitos do bem e do mal, afeto apenas ao conceito da
execução da justiça, isto aqui no planeta Terra, pois em outros lócus do Universo
desempenham outras funções.

Realmente, no planeta Terra, os limites de Exu são vários podendo-se dizer que
limita o espiritual do material, em todos planos da atividade humana.

É igualmente Guardião do Inconsciente, estando aí expressa uma de suas


maiores atividades com o ser espiritual no plano físico ou no plano astral.

Antes de estudarmos suas funções de guardião dos limites do inconsciente com


o consciente, dominando naquele, relembremos o conceito de INCONSCIENTE.

A divisão “topográfica” da psique compreende o consciente, o subconsciente e


o inconsciente. Citaremos também o supraconsciente, sua relação ativa com o
inconsciente.

O Consciente inclui as porções da vida mental das quais o indivíduo tem


conhecimento rápido a qualquer momento dado.

O Subconsciente inclui as partes da vida mental que podem ser trazidas ao


consciente através de concentração e esforço.

O Inconsciente é desconhecido para o indivíduo (totalmente fora da percepção).


Seu conteúdo pode permanecer indefinidamente desconhecido, ou partes dele
podem, às vezes, passar para o subconsciente e daí serem chamados para o
consciente. Os conteúdos do inconsciente, segundo a psicanálise, são de
grande significação na determinação da conduta e do pensamento.

Pode-se penetrar no inconsciente do indivíduo, ou melhor, obter material de seu


inconsciente pelo processo de interpretação dos sonhos, devaneios, fantasias,
atos falhos (parapraxias), peculiaridades do comportamento, postura, dicção,
associação livre, etc.

Após estes conceitos, que foram apenas revisados, vejamos como Exu atua no
inconsciente, iniciando pela sua atuação no mediunismo, na sua apresentação
nos terreiros com seus médiuns, sobre os que lhe buscam.

Nos diversos “Terreiros”, segundo a média consciencial vigente, vamos observar


como os Exus se apresentam, padrão fidedigno do inconsciente coletivo da
Comunidade Terreiro. Expressa e manifesta o quanto evoluem, o quanto se
autoconhecem as pessoas que dizem “incorporá-los”.

Especificamos, alhures, que a fisionomia, a dicção, as fantasias criadas, a


associação livre, postura, etc, expressam o inconsciente, não sendo muito difícil
observar estes fatores no “Exu incorporado”.

Sim, muitas vezes iremos observar que o médium está com o conteúdo do
inconsciente completamente atulhado. São os Exus que permitem exteriorizar o
inconsciente individual e coletivo, algo que, se recalcado, com certeza, traria
incalculáveis e inimagináveis danos às pessoas.

Assim, vamos observar a expressão caótica do inconsciente na postura


assumida pelo médium incorporado, com carantonha, membros superiores
rígidos, mãos em garras, olhares esgazeados, olhos vidrados, vozes
rouquenhas, e nos mais comprometidos, um vocabulário chulo, sem nexo, fruto
da imaturidade do próprio indivíduo. Se devemos aceitar tais aspectos das
humanas criaturas, jamais devemos crer, que o menor dos Exus agisse de tal
maneira. Permitem que seus “médiuns” se exteriorizem como são, pois
necessitam da “capa de Exu” para manifestar suas verdadeiras personalidades,
é-lhes verdadeira terapia.

Não pensemos, e nem generalizemos que tudo caminhe em águas turvas, há as


águas límpidas, onde enveredam os médiuns mais maduros, mais conscientes
das responsabilidades da própria vida e com noções precisas sobre o bem e o
mal, justiça e injustiça.

O que explicamos acontece nos cultos miscigenados, mesclados, mistura


desconexa entre a Umbanda e o Candomblé (o famoso Umbandomblé,
Umbanda Traçada, Catimbó, Umbanda Omolocô, e outros mil nomes), pois na
Umbanda em Seus ritos depurados, não há tais distorções conceituais.
No Culto de Nação Africana, Exu atua de forma tão importante no Inconsciente
Coletivo que o mesmo nem incorpora, pois quando isto acontece é chamado de
“carrego”. É algo pesaroso, e até como castigo. Deixaremos aos “doutos do
santé” as conclusões, do porquê ser assim... É claro que há ligações com o
Inconsciente coletivo, mas...

Conclui-se de nossa explanação que muitas pessoas, um número assustador,


estão exteriorizando seus inconscientes atulhados e não o Exu que dizem
incorporar. Não estamos afirmando com isto que seja algo consciente,
premeditado, ao contrário, é completamente inconsciente. É uma forma de
exteriorizar o inconsciente, é uma válvula de escape, pois muitos parecem estar
sonhando... E acreditamos estarem perfeitamente corretos, estão mesmo
sonhando, estão penetrando no inconsciente, algo que até certo ponto é salutar.
Poderia questionar-se dos benefícios ou malefícios a outros indivíduos que deles
se servem através de suas mediunidades. Todos, sem exceção, estão reunidos
por sutis laços de afinidades vibracionais e exteriorizam o inconsciente coletivo...

É óbvio que a afinidade entre eles atrai um séquito imenso de entidades ociosas,
irresponsáveis e algumas facínoras, cruéis e desalmadas. É aí que proliferam os
tóxicos (álcool e outros), a luxúria (sexualidade desenfreada), as bruxarias, os
atos insólitos, verdadeiro animismo fetichista norteando os entendimentos afins.

Muitas Entidades grosseiras e perigosas podem aproveitar-se para mistificar os


verdadeiros Exus, cometendo verdadeiras aberrações, verdadeiros atos
doentios, gerando uma egrégora negativíssima, a par de imensa corrente de
larvas morbosas.

Após relatarmos alguns fatores míticos e místicos sobre os Exus, penetremos,


respeitosamente, no erós, nos Fundamentos Cósmicos ou Esotéricos dos
mesmos.

Na obra de autoria do Sr. 7 Espadas — UMBANDA — A PROTO-SÍNTESE


CÓSMICA, da qual fomos mero veículo, o mentor Espiritual explicita a Umbanda
como a Proto-Síntese Cósmica, isto é, o Conhecimento Uno, o Amor e a
Sabedoria. Antes de alcançarmos este grau deveremos alcançar a Proto-Síntese
Religio Científica, isto é, a unicidade entre a Religião, a Filosofia, a Ciência e
Artes.

Relembrando e aprofundando conceitos, teremos:

Yorimá —> Religião —> Inconsciente

Oxossi —> Filosofia —> Subconsciente ou pré-ciente

Xango —> Ciência —> Consciente

Ogun —> Arte —> Supraconsciente


Ao relacionarmos os 4 pilares do conhecimento planetário com os Orixás, o
fizemos também com conceitos já expressos da psique, ou seja: com o
inconsciente, preconsciente, consciente e supraconsciente.

Na doutrina interna ou cósmica de Umbanda preconiza-se que no inconsciente


temos todas as experimentações vivenciadas desde a imantação de nosso
primeiro corpo astral. É nele que encontra-se nossa odisséia, nossa saga.

Hoje fala-se, preconiza-se muito o autoconhecimento, mas como podemos fazê-


lo sem penetrarmos no inconsciente, tornando-o consciente, elevando nosso
consciencial? Esse estado, ou seja, de decodificar o inconsciente (nosso
passado) para o consciente superior, é o que denominamos estado
supraconsciente (futuro — faculdades nobres), que se manifestaria em nosso
cérebro, no córtex frontal, região pouco estudada nestes aspectos e
praticamente com funções desconhecidas.

Se consideramos o supraconsciente na região frontal (equivalência), na região


temporoparietal teremos o nosso consciente. Na região occiptal temos o nosso
passado, o inconsciente (o Subconsciente está na intersecção do consciente
com o inconsciente).

Como nosso encéfalo é uno, tem de ser encarado como o órgão concretizador
de nosso organismo mental, portanto, o inconsciente (região occipital) tem de
haver com o supraconsciente, através de interconexões neuronais, muitas delas,
completamente desconhecidas pela ciência acadêmica.

Nossa assertiva faz com que irresistivelmente concluamos, ser o inconsciente


fonte do supraconsciente. E, partindo desta premissa, quem faz a limitação entre
o inconsciente e o supraconsciente? Exu. Sim, Exu como Senhor dos limites faz
a separação. Vejamos num gráfico, que melhor demonstrará nossas
explicações, na página seguinte
Como vemos, o limite, a separação entre o inconsciente e o supraconsciente é
feito por Exu. Sim, Exu está limitando o inconsciente, é guardião do mesmo.
Tanto isto é verdade, que o horário dos Orixás, Yorimá (Inconsciente — Religião)
precede a Exu, e Ogun (Supraconsciente — Arte) procede a Exu. É Exu fazendo
o elo de ligação entre a Religião e as Artes. Visando reunir todos os pilares temos
Yori, que no horário dos Orixás é o oposto de Exu, portanto...

Após algumas superficiais considerações sobre Exu e sua dialética, continuemos


explicando através do mito os aspectos relativos, universais e cósmicos. Em
nossos outros trabalhos expusemos que o mítico, o mito ou linguagem simbólica
velam os conhecimentos universais.

O mito é um conhecimento simbólico adaptado aos vários povos, a diferentes


etnias e culturas, aos vários graus conscienciais, que velam conhecimentos mais
profundos, sem dogmatismos. Forma partículas de explicar a Realidade.

No mito que vela a gênese do Universo, há bilhões de anos, iremos encontrar a


presença de Exu — O Orixá Telúrico — Telúrico como concretizador, construtor
do Universo Astral.

Sim, cremos no Princípio Espiritual e no Princípio da Forma ou Energia.


Sabemos que o Princípio Espiritual interpenetrou, deu formação direcional à
Energia gerando o Universo Astral.

Antecedendo a gênese do Universo Astral, a substância Etérica (pré-forma)


“gravitava” a incomensurável distância em pleno Universo Espiritual. Gravitava
de forma estática, indiferenciada, neutra, sem processos coesivos ou
dissociativos. Era, pois, parada, neutra (o Caos).

Ativada pelos Seres Espirituais (Exus), enviados do Orixá Refletor, a Substância


Etérica começou a polarizar-se em “partículas” contrárias (positiva e negativa),
iniciando-se os processos multidirecionais, o movimento, a Luz, o Fiat Lux.

A Substância Etérica, até então indiferenciada, após a interferência ou ativação


do Poder Espiritual tornou-se diferenciada, sendo pois, certo dizer-se que Exu é
o Senhor da Protoforma, pois foi quem deu-lhe direcionamento.

Ritualiza-se esta atividade primeva de Exu através da pedra leterita (símbolo da


protoforma). É expressão máxima do Poder concretizador e manifesto de Exu
(mito).

O Princípio Espiritual é considerado como positivo, como sendo a Luz, que


interpenetrou, mergulhou na Substância Etérica, transformando-a em Energia
Astral, seus diversos graus de densidade, sendo a mesma considerada negativa,
a própria treva. Como Exu foi o Executor, o responsável pela sua interpenetração
e transformação é considerado como o “Senhor das Trevas”. Fica óbvio que
treva no sentido de Energia e não de “Princípio do Mal”. Vela o mito que simboliza
a interpenetração da Inteligência Espiritual na Energia no “Início dos Tempos” (o
Infinito no Finito).

Quando expusemos, alhures sobre os aspectos positivos e negativos,


poderíamos igualmente expressá-los em aspectos finitos ou infinitos.

No Universo Espiritual ou Reino Virginal temos as Realidades Coeternas,


Infinitas. Estas Realidades são Atemporais e Adimensionais. O Ser Espiritual, O
Vazio Neutro e a Substância Etérica são as três Realidades Infinitas e Coeternas.

No Universo Astral ou Reino Natural temos as Realidades Dimensionais e


Temporais. A Energia, os Veículos Dimensionais dos Seres Espirituais são
algumas das Realidades Finitas.

Devido à manifestação do Ser Espiritual no Universo Astral ser polarizada no


ativo ou passivo, manifestando ou concretizando suas afinidades virginais, é que
a matéria é polarizada.

A interpenetração do Ser Espiritual na Substância Etérica fê-la polarizada em


“Íons”, partículas positivas ou negativas. Há também as partículas neutras
necessárias ao equilíbrio, as “mentes andróginas”. Quando citamos íons, o
fizemos como força de expressão, que apenas se equivale à concretização que
a ciência acadêmica reconhece como partícula eletrizada.

Após estes ligeiros esclarecimentos fica patente que os aspectos finitos se


expressam como Realidades Palpáveis, Concretas e Negativas. Os aspectos
infinitos são as Realidades Impalpáveis, Abstratas e Positivas.

Das nossas conclusões acreditamos ter deixado evidente que Exu representa a
unicidade (manifestou-se pelos Orixás). É por este motivo denominado nos
aspectos míticos como “Boca Coletiva” (Enugbarijó), pois é o polo concretizador,
sendo o Orixá o polo idealizador. Mais uma vez percebemos o por que Exu ser
cognominado o “Sr. das Trevas”, esta como Energia.

Continuando em nossos apontamentos sobre Exu, penetremos nos “erós” do uso


dos atabaques ou tambores ritualísticos e da famigerada matança ou holocausto
de animais.

Iniciemos nossos estudos discutindo sobre os atabaques, ilús, congas ou


tumbadoras, que são sinônimos. (Há diferenças, mas aqui usaremos como
sinônimos). Antes, porém, vejamos a origem do som e o porque de associá-lo a
Exu.

Várias vezes, visando reiterar o Fundamento, dissemos que o Espírito (ativo) ao


interpenetrar na Substância Etérica (neutra), transformou-a em Substância ou
Energia Astral (negativa), subtraindo-lhe a estaticidade, imprimindo-lhe um motu
próprio, movimento. O Movimento gerado produziu a sua primeira manifestação
expressa no som.

O Som é o 3º Elemento, produto da combinação e interação do ativo com o


passivo. Está associado ao 3º Elemento da Cosmogênese — Exu. Portanto,
associado ao Som, Movimento.

Som e Movimento podem associar-se, objetivamente. O primeiro, a interação


produzida pela mão percutindo o couro do atabaque. O segundo pela
movimentação corporal expressa na dança. Ambas podem ser a ritualização de
eventos cósmicos.

Em nossa outra obra — Umbanda — A Proto-Síntese cósmica — o Sr. 7 Espadas


expressou ser a “Música poção alquímica, que das Artes é a que mais
profundamente atinge a alma”. O mesmo, embora em escala de menor
intensidade, acontece com a Dança (Mudhras).

Destas nossas afirmações, concluímos que há a Música e a Dança sagradas,


expressões da Harmonia Cósmica. Há dessa maneira a Dança e a Música
Cósmicas como manifestações perpétuas do som que expressa o Movimento
dos Astros e suas trajetórias. (O Som do deslocamento do corpo celeste).

O primeiro instante da concretização da Substância Etérica em Substância ou


Energia Astral, produziu Luz, Som e Movimento. Os mesmos perpetuam-se
sendo expressos como Luz, Som e Movimento Cósmicos, Universais. Como
nosso estudo prende-se mais diretamente ao som, estudemos como o mesmo
de indiferenciado, Som primevo, básico, se diferencia nos vários sons, através
de ciclos e ritmos. (Tantra/Mantra/Yantra).

O Som básico, primevo e indiferenciado é a própria concretização da Luz


Universal. Como a Luz Universal produto do Poder Volitivo dos 7 Orixás, o Som
expressa-se em infinitas gamas combinatórias das 7 notas musicais, que são
apenas os sons básicos dos Orixás.

Como vimos, os 7 Orixás têm sons particularizados expressos nas 7 notas


musicais e suas infinitas combinações (o infinito no finito), sons básicos em todo
o Universo e Criação.

Estes sons, nos aspectos superiores, podem ser expressos pela voz, como
sendo o “Verbo Divino”, origem de todos os Sons. E como Exu representa o
“Verbo Divino”, mais uma vez o temos como o “Senhor do Som” nos aspectos
concretos.

O “Verbo Divino” pode ser expresso pela Voz Humana. Quando essa voz é
aguda, é expressão do próprio Orixá. Quando é mais grave é expressão do
“Boca Coletiva” — Exu. (agudas = altas frequências — graves = baixas
frequências).
A individuação é executada pelo Orixá Yori que pode expressar-se por todos
individualmente. Ao contrário, Exu expressa-se por todos em conjunto. É apenas
o concretizador.

Observemos o diagrama que explicará, fará com que visualizemos nosso estudo.

Ponto O — Origem — Éter (origem dos demais elementos). Associado ao Som


Indiferenciado — “Verbo Divino” (Voz Humana). No aspecto superior associado
ao Orixá Yori (sons agudos). No aspecto inferior associado ao Exu (sons graves).

Ponto A — Ponto Cardeal Leste — associado ao Orixá Oxossi. Elemento Ar.


Instrumentos de Sopro. Aspectos subconscientes da mente.

Ponto B — Ponto Cardeal Sul — associado ao Orixá Xangô. Elemento Fogo.


Instrumentos de Cordas. Aspectos conscientes da mente.

Ponto C — Ponto Cardeal Oeste — associado ao Orixá Ogun. Elemento Água.


Instrumentos de Teclas. Aspectos supraconscientes da mente.

Ponto D — Ponto Cardeal Norte — associado ao Orixá Yorimá. Elemento Terra.


Instrumentos de percussão. Aspectos Inconscientes da mente.

Pelo diagrama e suas legendas fica evidente que não explicou-se sobre os dois
Orixás: Orixalá e Yemanjá.

Orixalá (Senhor do Princípio Espiritual) e Yemanjá (Senhora da Energia Mental)


através da interação entre ambos surge Yori (Senhor da Energia Etérica ou
Substância Astral).

Explicando em pormenores possíveis, veremos que o Ser Espiritual (Expresso


por Orixalá) ao interpenetrar a Substância Etérica, idealizou este evento
(Yemanjá), que quando concretizado gerou a Substância Astral ou Energia
Etérica. A diferenciação da mesma em níveis ou graus de densidade variáveis
foi executada por Exu.
Concluímos que o Orixá Yori, Senhor Primaz da Energia Astral ou Etérica,
estendeu o poder dos Orixás a Exu, aliás, este é “Boca Coletiva”, tornando-se
assim, o Senhor da concretização da Substância Astral em Forças Sutis, sendo
também o Senhor da Magia.

Continuando, após estas longas e exaustivas demonstrações, vejamos o


porquê de limitarmos o uso dos atabaques a quem de fato saiba como fazê-lo, e
para que fazê-lo.

É muito perigoso movimentar o Som através de instrumentos de percussão sem


saber-se os verdadeiros “erós”, pois como vimos, o mesmo atua no Inconsciente,
que sabemos ser ou estar ligado a Exu.

Quando dissemos limitar, quisemos alertar sobre os malefícios que poderão


ocasionar quando utilizados sem métodos ou critérios básicos. Sabemos que
raros são os Iniciados que penetraram nestes misteres. Que dizer então dos
leigos, que acham que apenas comprando-se um, dois, três... dez atabaques, e
mesmo que os toquem com maestro e tudo mais, não conhecem o verdadeiro
eró, o verdadeiro arcano magístico? Só podemos lhes aconselhar que parem
enquanto puderem. Se querem ter paz e dar paz aos outros, parem de usar os
ilús nos rituais mediúnicos, e principalmente na “Gira de Exu”.

Nas “giras de desenvolvimento” pode-se achar que o médium desenvolve-se


mais rapidamente, e a Entidade vem mais “forte”. O que realmente “desenvolve-
se” é a agressividade, pois o Inconsciente é trazido violentamente para o
consciente, sem nenhum critério, e o que é pior, sem estar decodificado.

Aliás, este é o motivo pelo qual muitos “Filhos de Fé” têm problemas
cardiovasculares que são devidos ao trânsito anômalo do inconsciente para o
consciente, trazendo sensações, emoções e desejos que deveriam ser
criteriosamente analisados, sendo que os mesmos refletem-se no coração,
órgão da emoção, dos sentimentos e paixões.

Nas giras de Exu, raras são as que realmente têm assistência efetiva e ativa de
um Exu que se responsabiliza pela mesma e não havendo esta cobertura, este
agô, fica-se à mercê de espíritos perturbadores e pontas-de-lança de seres do
mais baixo mundo astral. E, como atuam no inconsciente de pobres e infelizes
médiuns que acham estar “abafando”. Haja bebidas, atos desconexos, psicóticos
e os mais nefandos. Há uma liberação da libido com graves traumas aos mais
comprometidos, gerando, como só poderia ser, as mais desconexas e
extemporâneas atitudes.

Muitos Irmãos em Fé poderiam nos questionar que trabalham há muitos anos, e


nada lhes aconteceu. Ótimo! Graças a Zamby... Mas é de duas uma. Realmente
há agrupamentos do 1º ciclo que seus médiuns tem tal necessidade, e podem
levar a vida inteira sem nada lhes acontecer. Há também aqueles que estão tão
“estourados”, “chumbados”, e acham-se maravilhosamente bem...

Reiteramos, não negamos que em muitos casos, principalmente nos


agrupamentos ou “terreiros” de 1º ciclo, em seus primeiros graus, haja tal
necessidade do uso regular dos atabaques.

Nesses locais são utilizados em virtude de atingirem o inconsciente


superficialmente, com critérios, que fica a cargo das Entidades Espirituais, pois
a energia liberada predispõe o indivíduo ao místico, ao sagrado. Nesses locais
a atividade mediúnica está latente, embora muitos apresentam manifestações
mediúnicas incipientes, todavia devemos respeita-los, pois é o início para eles.

Nos graus superiores, que muitos realmente alcançam, ainda por dentro do 1º
ciclo, os atabaques não são mais utilizados.

No que concerne ao 2º ciclo, o atabaque é utilizado em ritos que não haja


incorporação de Entidades Espirituais. No 3º ciclo, em todos os graus, a
utilização é mínima, atendo a ritos magísticos, a interpenetração do inconsciente
para fins terapêuticos (Rito do Transe Anímico), e, eventualmente, para
neutralização de cargas oriundas da baixa magia. Nessa ocasião o atabaque
estará voltado ao cardeal onde sua percussão produzirá som que deslocará
correntes negativas, quebrando correntes de atrito e de afinidades com o sub-
mundo astral.

Sobre os atabaques resta-nos citar que o mesmo prende-se a aspectos


magísticos.

Seu uso controlado e com critérios, para fins terapêuticos por dentro da magia
etereofísica, faz aflorar o inconsciente, algo que o verdadeiro Médium-Magista
decodificará ao indivíduo. servindo-lhe de potente restaurador e aprofundador do
autoconhecimento. Repetimos, que o mesmo deve ser executado por quem
conheça seus Fundamentos reais e seja um Iniciado de alto grau.

O trânsito do material do Inconsciente para o Consciente desobstrui os bloqueios


que impedem o autoconhecimento.

O indivíduo ouve o som do atabaque, adequadamente percutido, não como


batucada, mas sim, buscando interagir com o som interior, próprio a cada
indivíduo. Para isto é necessário não percuti-lo violentamente, pois aí “bate-se”
no atabaque, e não produz nenhum efeito positivo.

No Rito do Transe Anímico, usado na terapia, na cura de muitas doenças


psicossomáticas, o indivíduo além de ouvir o som produzido pelos atabaques
pode expressar-se através de determinada postura corporal. Quanto mais
harmônica, expressa que há perfeita passagem do material inconsciente para o
consciente. Perfeita passagem significa que há efeito positivo, lento e profundo,
trazendo bem estar, liberando tensões, fadiga e corrente negativas.

Na perfeita passagem do Inconsciente para o Consciente há expressão


harmoniosa da postura corporal, que poderá simplesmente ser gestos (mudhras)
ou mesmo dança que libera a passagem, sendo aí decodificado o material que
suavemente transita do inconsciente para o subconsciente e consciente.

Estes Ritos Secretos, raros na atualidade, são executados e decodificados pelos


verdadeiros Mestres de Iniciação, verdadeiros Magos Brancos da Corrente
Astral de Umbanda. É óbvio, que além desta manipulação atuam com os mantras
e yantras, além de Ritos na própria natureza, e isto sem lesá-la, aproveitando-
se os influxos de seus mananciais energéticos e depurativos.

Esperamos ter esclarecido muitos de nossos estimados leitores, e dizer-lhes que


há muito mais a dizer, e vamos fazê-lo. Só pedimos tranquilidade, pois não
“vivemos” só de “escrever”, mas muito mais, de nossa atuação no dia a dia do
“terreiro”, do Templo de Umbanda, onde muitos nos procuram com dor,
sofrimentos vários, perturbações atrozes, etc, etc. Portanto, aguardem..., que
escreverei tudo que estiver em nosso modesto alcance...

No encerramento do tema Exu, faltou-nos explicar nossa visão sobre o sacrifício


de animais, que não fazem só para Exu, mas para todos os Orixás e seus
enviados (?!!).

Antes de entrarmos no âmago das causas, pois há mais de uma, iniciemos


dizendo que muitos sacrificam pobres animais inocentes sem saber o porquê.
Outros fazem-no mais por tradição, e ficam até ferozes quando alguém lhes
contradiz. A grande maioria não sabe porque faz, ou tem receio de parar, pois
segundo eles, poderão ficar sob o poder colérico do “Santo”, e não sabem aonde
poderão chegar as consequências...

Aceitamos a todos como são, respeitamos os seus Fundamentos, mas daí a


aceitá-los como nossos, vai meridiana distância. Se não criticamos,
reivindicamos o direito de enunciar nossa visão, a visão do Movimento
Umbandista.

Com isto afirmamos, longe de nós a necessidade de querer interferir nos


conceitos filorreligiosos de quem quer que seja.

Temos sim, um compromisso com os lídimos Umbandistas e nossos fiéis


leitores. Na condição de Sacerdote de Umbanda há mais de trinta anos, como
formador de opinião, temos o dever de nos pronunciar, e é isto que estamos
fazendo.

Com toda isenção de ânimo, com muita serenidade penetremos nos escuros e
escusos meandros das causas dos ebós ou sacrifícios de pacíficos animais.
Em linhas anteriores dissemos, que muitos fazem os ditos “ebós” sem saber o
que estão arrumando para si. São aqueles que nunca tiveram olhos para as
coisas do espiritual, e como as coisas não lhes vão bem, procuram sem nenhum
critério algo que os auxilie. São os desesperados, amargurados,
desesperançados que buscam uma tábua de salvação, agarram-se a tudo e em
todos.

Muitos desses são levados à presença de verdadeiros “ilusionistas do santé”,


que os exploram até a última moeda, e como sempre, nada resolvem. Ao
contrário, só pioram as coisas.

Os mercenários e clandestinos do santé aproveitam-se da cegueira espiritual e


da fragilidade momentânea de seus “clientes”, prescrevem-lhes como medida
salvadora, a morte de um pobre animal (É incrível, como a morte, a agonia pode
ser medida salvadora?!). Muitos, mais espertos, dizem que tudo está mal, pois
há “briga de santo”, ou senão, que o Orixá precisa ser “servido”. Haja bori, ebós,
sacudimentos, etc, etc.

No início da falcatrua o indivíduo que submete-se a tais ritos macabros tem a


impressão de estar melhor. Sim, o velhaco kiumba, vampiro vibracional
inveterado percebeu que já possui alimento, portanto, tenta manter por algum
tempo o pobre e infeliz indivíduo. O mecanismo é o do parasita que tenta
preservar o hospedeiro, pois se algo lhe acontecer, o mesmo também lhe
acontecerá.

Duas coisas poderão acontecer ao pobre e infeliz indivíduo que alimentou o


“baixo mundo astral”:

A primeira, é fazer uma só vez, e mesmo com a aparente melhora desiste, ou


por faltar-lhe o dinheiro, ou por alguma intercessão astral que mereça, ou mesmo
porque tudo ficou pior, que é o que mais acontece.

A segunda, é do mesmo ter tido pequena melhoria ou abertura de caminho, e


ficar sempre na expectativa de uma melhoria maior, (que não vem), fazendo
constantemente suas “oferendas sangrentas”, dando seus ebós aos “Orixás” e
aos “Exus”. Infelizmente, este já está com seu aura marcado, enfraquecido,
vampirizando, sendo muito difícil e demorada sua recuperação total. Em geral,
são induzidos, por hipnose à distância, a continuarem a sinistra tarefa, até
quando...

Há também aquele que quer deixar, mas sente-se mal, como dissemos,
condicionado por um séquito de entidades viciadas, maléficas e inferiores. Estas
entidades das trevas são como viciados em drogas, fazendo o mesmo com quem
vampirizam. É por este motivo que sempre precisam dar mais um ebó, é como
um vício.
Esperamos ter demonstrado que o infeliz indivíduo ficou sob as vibrações
vorazes de Seres do sub-mundo astral, pois os mesmos necessitam de tais
teores vibratórios para manterem suas vibrações pesadas, sensações de
quando ainda se demoravam na carne. De início absorvem a energia vital contida
no sangue do animal sacrificado, para a posteriori fixar-se no campo aurânico, e
muitas vezes em conluio com elementares inferiores, participam de todas as
atividades do ser encarnado. Alimentam-se junto dele, o mesmo acontecendo
com o fumo, álcool, sexo, etc.

Após este triste, mas necessário relato, temos ainda de informar que muitos
continuam fazendo seus holocaustos (ebós) mais por tradição (??) e por medo.
Outros dizem que é por causa do axé (o sangue vermelho animal), que o santo
quer em seus “assentamentos”, etc, etc. Falam igualmente, com ar misterioso,
que o sangue animal é o máximo que pode conseguir-se de poder para realizar
isto ou aquilo... É o supra-sumo, pois sem ele não se consegue o que se deseja...
Tudo pode estar certinho, mas precisa de sangue, caso contrário, a grande
realização, ou o desejado não será conseguido.

Não discordamos do Princípio e Poder de Realização do axé, principalmente do


sangue animal vermelho, só que esqueceram-se do principal: O SANGUE
DEVERÁ ESTAR EM MOVIMENTO NO CORPO DO ANIMAL VIVO, E NUNCA
O CONTRÁRIO... Entenda quem puder e quiser...

Há também a crendice de que se o Orixá não receber o ejé, menga (sangue)


derramará o sangue de seu Filho faltoso. É a vingança, a cólera do Orixá...
Convenhamos que um espírito inferior e toda sua camarilha podem até lesar
vibratoriamente um indivíduo levando-o à morte física, mas um Orixá, é
inadmissível tal crença, a não ser que não se saiba ser o Orixá um espírito
sumamente poderoso em Luz e Sabedoria, e temos plena convicção que não se
compraz em fortalecer o seu axé ou de seus filhos com sangue do morticínio de
animais inofensivos... É um absurdo, é uma heresia!

Após nossa explicação, muitos dirão que somos ignorantes, que nada sabemos
de Fundamentos, e mesmo dos erós da magia. Realmente, esta eu dispenso...
Meus Fundamentos são outros, e possuem os elementos simbólicos do axé
mineral, vegetal e animal (não o sangue do bicho morto...), e com verdadeiros
projetores de ação e reação magística, em virtude de...

Irmão de Fé, deixemos o “Orixá sanguinário” (kiumba), partamos para


fundamentos mais condizentes com o 3º milênio — o milênio da transformação,
da grande redescoberta do AUMBHANDAN — A PROTO-SÍNTESE CÓSMICA.
Irmão de Fé, menga, nem kiumba (espírito inferior) aceita mais... Embora, como
dissemos, a todos respeitamos, não por medo, por fraternidade, mas não
podemos ser partidário desse total “non sense”.
No intuito de continuar nossa tarefa saneadora, saiamos das águas turvas das
matanças, e penetremos em outro eró. Penetremos nos fundamentos da dieta
do médium, mormente o magista, que constantemente associa-se ao verdadeiro
Exu para desmantelar correntes de baixa-magia.

Numa de nossas palestras, onde fôramos convidados, entre outras perguntas,


nos questionaram se nós comíamos carne vermelha em nossa dieta alimentar.
Respondemos afirmativamente, e explicamos:

Sim, o verdadeiro Médium-Magista ou mesmo o Mago tem de saber alimentar-


se. Tem de saber as qualidades e quantidades alimentares, segundo sua própria
tônica vibracional, tudo na dependência da variação dos trabalhos em que é
chamado a intervir.

Deixaremos de dar o eró completo, mas afirmamos que nos alimentamos de


carne vermelha (somente bovina, não usamos a suína, pois...) não em conserva
ou com salitre, quando nosso campo fisiológico e mesmo estrutural (morfologia)
se ressente de fluídos animais, e não simplesmente por causa de proteína
animal. Quando necessitamos equilibrar nosso complexo astroetérico, fazemos
uso constante de frutas, verduras, soja, feijão, carne de ave, cereais, etc.

Quando necessitamos fortalecer nosso organismo mental, recorremos aos


alimentos marinhos, principalmente os peixes, sendo que suas escoras
(camarão, mexilhão, lula, lagosta, etc) prestam-se a outras finalidades
magísticas (alimentares).

Podemos ter escandalizado a muitos quando dissemos que na dependência de


“nossa gira” nos alimentamos de carne e é claro de outros alimentos.

Vivemos sob intensas, fortes vibrações, que pedem austeridade e perfeita


alimentação (a qualidade). Entendam, que o médium magista atua trabalhando
com a mais pura essência, olhando para o mais alto cimo celeste, mas para
salvaguardar alguns que o procuram, precisa pisar no lodaçal da Terra e
enfrentar as forças magísticas não é para visionários iludidos, mas sim para os
traquejados nas lutas do dia a dia, na manipulação e atuação magística.

Realmente, ingiro somente o que necessito, pois preciso estar inteiro para
atender às centenas de pessoas que invariavelmente nos procuram,
infelizmente, com uma infindável série de problemas, mazelas, trabalhos e
cargas negativas. Se não fossem tais situações, talvez não ingerisse nada, só
me alimentaria de vegetais, frutas e água. Mas, como sou um Médium-Magista
ativo, vivendo no plano denso do planeta, isto é, possuindo um organismo
carbônico, de carne e ossos, alimento-me de proteínas, lipídios, glicídios, sais
minerais, vitaminas, oligoelementos, a boa música, a boa conversa, as boas
leituras, os mantras, os yantras, os mudhras, invocações e o orai e vigiai
(sempre). Tudo para salvaguardar-me do ataque das forças negras, as forças
das trevas.

É óbvio, que determinados preceitos, e mesmo a ida à Natureza nas horas


diurnas e mesmo noturnas e outros fundamentos que não devemos abrir, são
outros tantos fatores de que se vale o mago. Mas o principal de todos é a boa,
sóbria e sadia conduta, algo que o aproxima e mantém para sempre a cobertura
astral de seu Mentor Espiritual.

Retornando à dieta alimentar, não a preconizamos como a melhor, ao contrário,


o Homem quanto mais evolui, evita a carne de animais suínos, bovinos e
caprinos. A seguir, procura alimentar-se de carne de ave e derivados (ovo). A
nova etapa é manter uma dieta com elementos marinhos, acrescidos de
alimentos do Reino Vegetal. Por último, alimentação unicamente vegetariana.

Queremos reiterar que a abstenção de carne deve ser feita com critério,
mormente aqueles que são médiuns-magistas. Sempre poderemos ter boa
alimentação, tudo na dependência de nossa função e atividade magística-
espirítica.

A carne bovina, não a suína, só consumimos quando temos real necessidade,


caso contrário, evitamos. Sabemos dos efeitos deletérios das toxinas animais,
tanto as físicas como as astrais, estando aí a causa de só ingerirmos quando há
total e real necessidade.

A própria carne animal (mamífero) mantém a libido em tônus normal, o contrário


pode acontecer com a abstenção brusca e total de carne, portanto... Isto é magia,
e não pura abstração, é conhecimento vivido daquele que enfrenta, há longo
tempo, a “direita e a esquerda”, as lutas, as batalhas da própria vida.

É bom que se frise, que comer carne animal é subsistência, e não matá-lo para
fins de “oferenda”, diferença infinita uma da outra.

Sabemos do “inconformismo do irracional” pacífico diante do poderoso Homem


Racional, que num ato insano e animalesco, em menos de cinco minutos mata
e trucida o pobre animal, impedindo, ou mesmo alterando a evolução dos
espíritos elementares. É, precisamos raciocinar muito sério a respeito...

Após esta breve digressão, que esperamos ser analisada, retornemos e


analisemos as causas das famigeradas e nefandas “matanças”, dos ebós,
sacrifícios, etc.

A primeira causa é aquela em que o indivíduo que as efetua acha-se poderoso


(consciente ou inconsciente), mais que os outros. Na verdade sua agressividade
esconde sua fraqueza, e seu temor à própria vida. Formam um grande grupo...
Não são capazes de enfrentar os embates, as lutas edificantes da própria vida,
são pusilânimes, e assim, assassinam um pacífico animal. Muitos são
carregados de fixações, traumas, que se exteriorizam nas matanças.

A segunda causa é a que denominamos de transferência. Querem agredir ou


mesmo matar a alguém, então matam, trucidam o animal na expectativa de
atingir seus desafetos. É a mais grosseira expressão da magia imitativa. O
caráter desses infelizes, pobres lacaios da kiumbanda, é fraco, covarde, pois
querem agredir, sem enfrentar seus desafetos. Aliás, infelizmente, a grande
maioria das pessoas acha que pode resolver suas desavenças com este ou
aquele ebó, bozó, etc. Pensemos mais alto!... Esqueçamos estas vis atitudes,
pois caso contrário, isto nos trará no outro lado da vida dor e ranger de dentes.

A terceira causa é daqueles que dizem querer “louvar” ou dar um “agrado” ao


seus Orixás, Guias, “Compadres” (Exus). etc.

Estes indivíduos são idênticos aos segundos que citamos, pois também
antropomorfizaram os Orixás, Entidades. Tornaram-nos Homens, alguns de mal
caráter. Relembremos: Orixá é um Espírito Planetário (o Ancestral) sumamente
poderoso em Luzes, Amor e Sabedoria, muito distanciado, não do Homem, mas
dos atos “Humanos”... (Quiseram dar-lhe um arquétipo).

Ao término, não podemos deixar de dar um alerta aos que sacrificam animais
somente para aumentar suas contas bancárias, ou mesmo para abertura de
caminhos materiais. Saibam que vocês já escolheram o “Reino da Terra”,
vilipendiaram o justo, o trabalho honesto, o espiritual. Sim, vocês só pensaram
no hoje, no passageiro, e amanhã? Sim, e amanhã, quando a morte os despojar
do complexo carbônico?! Creia-me prezado Irmão, o dinheiro, o vil metal
consegue adquirir muita coisa, mas a Paz e Luz... Jamais!

Sabemos que muitos estão presos, comprometidos com as entidades do sub-


mundo astral, as quais lhes fornecem muito dinheiro escuso, pois querem-no
para refastelarem-se de várias iguarias, entre as quais o sangue, o álcool, os
tóxicos e sexo desenfreado, clandestino.

Não desconhecemos as artimanhas, os ardis utilizados pelo sub-mundo astral,


pois sabe bem aliciar os que possuem dinheiro às suas custas, para financiar-
lhes bebidas, ebós, bodes, galos, bois e atualmente até sacrifícios humanos...
portanto... E o pior de tudo é que dizem que quanto maior a força menor a Luz
do Espírito, algo inverídico, pois Força e Luz são o binômio básico da evolução
espiritual.

Como afirmávamos, os que por sua vez desejarem uma vida material limpa,
honesta, calcada no trabalho, onde tenham uma consciência tranquila, cristalina
e transparente, abandonem tais atos esdrúxulos, pois os “amigos” (falsos
amigos) que atraíram, só lhes atrapalharão neste lado e no outro lado da vida...
Deixem de ser escravos ainda quando encarnados, pois do outro lado...
No encerramento de EXU — DO MÍTICO AO CÓSMICO queremos fazer nossas
as palavras do Exu Sr. 7 Encruzilhadas:

— Enquanto no Planeta Terra não predominar o Reino da Paz e do Amor, que


prevaleça a Justiça... Portanto...

Saravá a Coroa de Defesa Planetária!

Saravá a Coroa da Encruzilhada!

Saravá os 7 Exus Coroados e toda sua banda.

Essuiá (Exu-riá)... Saravá!


10
Artes da Movimentação
Dinâmica: Magia —
Psicurgia — Teurgia

Para atingirmos nossos objetivos neste capítulo, precisaremos, mais uma vez,
recorrer ao estudo analógico.

Primeiramente, relacionaremos o Homem com a Natureza e suas


manifestações: Reino Mineral — Vegetal — Animal, enfim atuando sobre os
elementos sensíveis e latentes, físicos e hiperfísicos da mesma. Esta é a Magia.

Numa segunda etapa relacionaremos o Homem com seus semelhantes, atuando


sobre eles, em seus psiquismos. Esta é a Psicurgia.

Finalmente, relacionaremos o Homem com as Potências Espirituais, com os


Seres Espirituais em seus diversos graus. Esta é a Teurgia.

As Artes da Movimentação Dinâmica podem ser estudas e analisadas de vários


ângulos. Nós mesmos em outras obras descrevemos e explicamos, segundo a
óptica Umbandística, algumas delas.

Agora, todavia, segundo a dialética umbandística, interpenetraremos em novos


conceitos e fundamentos, que mais se adequam ao atual momento. Penetremos,
pois, nos conceitos atuais, vigentes nas Escolas da Alta Iniciação de Umbanda,
que não existem apenas no “papel”, mas na ação, no trabalho, na formação
conscienciosa e precisa de Iniciados em seus diversos graus, tudo em acordo
com seus estados conscienciais.

Como estaremos escrevendo sobre Artes, vejamos alguns conceitos


importantes, pois o Mago, o Psicurgo ou Teurgo, terá de levar em conta tais
fatores.

Dependerá destes fatores o sucesso ou fracasso de sua Arte, portanto, é bom


ter-se em mente noções de estética, harmonia, sensibilidade, etc.
Quando cita-se Artes é intuitivo, nos vêem à mente o Belo. Há milênios as Artes
Rupestres, já davam a demonstração que o homem impressionava-se com o
Belo.

Embora a Beleza seja uma constante do espírito poucas pessoas lhe indagam o
porquê. O apelo da Beleza faz com que todas consciências sejam mais ou
menos sensíveis. impressionando-as emocionalmente (Organismo Astral),
sensorialmente (Organismo Etéreo-Físico) e psiquicamente (Organismo Mental).

Pedimos especial atenção ao Leitor Amigo e Irmão Iniciado, pois a dialética de


nossa exposição pede que nos aprofundemos relativamente em conceitos
importantíssimos, mas pouco abordados. Estaremos interpenetrando desde
aspectos externos da Arte até alcançarmos os internos, latentes. Portanto,
pedimos paciência e atenção para melhor entender onde queremos chegar,
nossos objetivos.

A teoria sobre a natureza da percepção sensível é o que podemos definir como


estética (aisthésis — sensibilidade).

Em última instância é o estudo do Belo, da Beleza.

A percepção do Belo, entretanto, não se faz apenas com os sentidos vulgares


(visão, audição, tato, etc.).

A Beleza é uma percepção sensório-emocional, não havendo dúvida de que


temos uma sensibilidade estética.

A capacidade de perceber as coisas belas é o que denomina-se sensibilidade


estética.

Após nossa resumida descrição da estética e sua percepção (sentir), pelo


homem, continuemos por dentro das Artes, e melhor entenderemos as bases
primevas das Artes Dinâmicas.

A Arte é algo que se sente de determinada maneira. É uma expressividade, uma


espécie de linguagem da sensibilidade. É um valor, uma necessidade da alma,
do espírito.

A sensibilidade artística é global, ocupa todo o consciencial em suas implicações


emocionais e intuitivas. Assim sendo, as outras sensações tornam-se
incompletas, parciais, destituídas de “cor e brilho”.

A percepção emocional-estética satisfaz a certas necessidades de ordem, de


harmonia, de unidade da consciência. (Síntese).

A consciência tem que colocar, explicitar uma ordem nas coisas, quando a
coloca de forma harmoniosa e rítmica (ciclos e ritmos), está produzindo
sensação estética.
A consciência pode reduzir o caos à uma ordem, que quando intelectual
denomina-se explicação. Quando emotiva-sensorial, produzindo harmonia
rítmica é percepção estética.

Assim, a mensagem de Arte é um sentimento forte que se torna autêntica


representação de uma idéia de conteúdo humano ou sentimental.

A percepção emotiva ou estética é intuição, visão global (Gestalt), forma


apreendida de uma idéia, mas nunca conhecimento conceitual. Liga-se à
imaginação criadora e não à razão lógica ou inteligência prática.

A sensibilidade estética, como todo sentimento intenso, tende a se exteriorizar.


Uma pessoa dominada por forte alegria, pode pôr-se a dançar, cantar, pintar,
representar, etc.

Após estas explicações em que colocamos à baila alguns conceitos sobre as


Artes, adentremos em nosso objeto central, qual seja a manipulação da Magia,
da Psicurgia e da Teurgia.

Se os Pintores criam combinando cores e linhas, os músicos sons, ritmos e


melodias e os escritores e poetas imagens e emoções, o mago há de combinar
de forma harmônica, tal qual artesão sublime, elementos da Natureza visível com
elementos da Natureza hiperfísica sob os auspícios de Entidades Espirituais em
seus diversos graus hierárquicos.

Muitos podem achar que pintamos com cores berrantes nossa “tela magística”,
mas com toda isenção de ânimo, quem conhece as Artes Sagradas, sabe que
combinam-se elementos, sons articulados, sons musicais, movimentos, cores,
luminosidades, volumes e linhas, tudo visando a projeção da vontade que vai de
encontro a determinado objetivo.

Sim, nenhum Mago faz sua Arte de mãos vazias. Como artesão, necessita,
carece de instrumentos precisos para impressionar seus sentidos, sua
percepção estética. Precisa estar com a consciência toda ocupada em suas
implicações emocionais e criativas (intuitivas). Carece de estar com visão global,
algo que vimos, liga-se à uma geração criadora.

Sua Arte impressiona-o, assim como impressionará outras mentes (outros


homens) e várias Potências de ordem astro-espirítica.

Como é uma sensibilidade emotiva, une-se, repercute-se no plano astral, o qual


é essencialmente plástico, plenamente absorvente, impressionável, tornando-se
material de combinação e projeção da idéia-sentimento produzido pelo
Movimento Magístico.

Assim, não há porque confundir-se Magia, a Arte Sagrada e Sublime, com


mágica, ilusionismo, que embora seja arte, é profana.
Igualmente, não vulgarizemos o que desconhecemos. Sabemos que muitos
denigrem e põem a perder uma Arte da qual desconhecem quase tudo, seus
comezinhos princípios, ações e reações.

Embora todos se rotulem magos, é de bom alvitre entender-se que o mesmo não
é algo prosaico, algo fácil de se encontrar. A realidade é justamente o contrário.

O simples curioso ou leigo em Magia prática não pode e não deve ser
denominado de Mago. O mesmo acontecendo com o aprendiz, o estudioso, o
operador, o executor e o médium-magista. Mas todos, por simples
desconhecimento ou vaidade, se auto-denominam magos.

Este nosso capítulo tem a pretensão, a ousadia de afirmar que o verdadeiro


Mago é algo raríssimo, sendo quase impossível encontrar-se um Psicurgo ou
Teurgo.

Mas qual a diferença fundamental entre eles?

Alhures, informamos que o Mago utiliza-se de elementos vários, mas não


prescinde de sons musicais, cores, invocações a várias potencias espirituais,
etc.

Atentemos mais detidamente nos seguintes elementos básicos de sua Arte.

As linhas (geometria), são os elementos sensitivos-emocionais que através de


equações, desconhecidas dos leigos, procuram equilibrar elementos, vontade,
atraindo ou repulsando energias e mesmo certa classe de Seres Espirituais.

Referimo-nos à “Lei de Pemba”, Escrita Cósmica os Hierogramas ou Alfabetos


que tem força de penetração no Plano Astral, de atuar e mesmo atrair ou afastar
Mentes Espirituais.

Óbvio que não pode ser qualquer arabesco, ou qualquer brasão, sinete ou
símbolo, mas como dissemos, os que tem sua ação, impressionam realmente a
matéria e alguns habitantes do plano astral.

Essa “Escrita Cósmica” tem suas particularidades, embora uns e outros tenham-
na vulgarizado.

Escreveram inverossímeis fundamentos, que não tem sustentação vibratória-


espiritual. Mas mesmo assim, por mera vaidade doentia querem ensinar traçar
um “ponto”, e aí que está o grande perigo, pois podem levar a crer aos mais
sensatos que os verdadeiros sinais são pura convenção humana. Infelizmente
há muitos que, tentando plagiar os verdadeiros sinais, dos quais desconhecem
completamente seus erós têm escrito e doutrinado suas teorias, que afirmam ter
ciência, que nós refutamos, mesmo que digam ser “Escrita dos Orixás” ou
“Escrita Sagrada”.
Refutamos sim, pois falta-lhes o cabedal; o aval, o verdadeiro conhecimento
dado por um Mestre sim, mas do Astral, um Mago Superior, Entidade Astralizada.
É só.

Pior ainda aqueles que desconhecem completamente a base discursiva da Lei


de Pemba e não querem aceitar tal fato. Aí mistura-se brasões simbólicos, com
arremedos de geometria astral, que pode ter suas funções místicas, mas nunca
magísticas, de ação e reação no plano astral.

Como este nosso livro é de transição, deixaremos para a próxima obra certas
revelações que consolidarão definitivamente nossas assertivas. Embora no
próximo capítulo daremos alguns breves conceitos, sobre o 2º Fundamento da
“Lei de Pemba” ou Escrita Cósmica.

Retornando, as “linhas” são suportes básicos para a expressão da “Lei de


Pemba”, a qual é importantíssima por dentro das Leis que movimentam as forças
sutis da natureza, impressionam mentes e sentimentos, neste plano e no astral.

Além das “Linhas”, o Mago utiliza-se de “volumes”, expressos em qualidades de


materiais, que em sua composição radical, possuem elementos vitais coesivos,
fluentes, radiantes e expansivos.

Os “volumes” são mais concretos, ao contrário das “Linhas” que são mais
abstratas. Assim, possuem os “volumes” qualidades minerais, vegetais e
animais, as quais se associam a “arquitetura” (minerais), a “Fisiologia” (vegetais)
e Instintos (animais).

Quando citamos animais, mais uma vez queremos reiterar, não estamos sendo
apologista das “matanças”. Todos conhecem nossa posição, e mesmo porque,
a lógica, o bom senso e a razão refutam tal disparate e acinte à “estética
magística”.

Os “volumes” são projetores, veículos ou elementos que são jogados na “roda


dos elementos” que interferem na contraparte etéreo-física.

Não podemos olvidar as “cores”, com as quais criamos o “quadro” mais ou


menos harmonioso, que há de sensibilizar egrégoras consonantes ou
dissonantes, as quais se afinizem com “espíritos” ordeiros ou desordeiros.

As cores são usadas nos sustentáculos vibracionais (tecidos onde são firmados
os Sinais Riscados e mesmo cor de determinados elementos). Por ora é só que
podemos dizer...

A “luminosidade”, ou seja a maior ou menor luz no preceito magístico. Tal qual


uma obra de arte, pode-se ter mais ou menos luz. Há equilíbrio entre “luz e
sombra”.
A Luz está afeta as velas, as lamparinas e ao período em que se executa o
preceito magístico, isto é, nos períodos diurnos ou noturnos (solares e lunares).

Por exemplo, ao “meio dia” é o período de maior luz. Os raios solares ao


incidirem fazem-no com maior intensidade e eficácia. O contrário também é real,
portanto...

Os “Movimentos”, os Mudhras, a postura física, a “dança magística”, são


elementos que fazem parte da Arte Magística, portanto não devem ser
desconhecidos dos verdadeiros Magos, Psicurgos ou Teurgos.

Há uma profunda “Ciência-Arte” nos Movimentos, inclusive dos próprios astros,


a dança cósmica, mas que deixaremos para uma análise mais profunda em
futura obra.

Não poderemos olvidar os sons articulados e musicais. Os musicais explicamos


no capítulo precedente. Quanto aos sons articulados não poderemos nos
esquecer dos mantras, das invocações, dos cânticos sagrados, que podem ser
devocionais ou magísticos.

Na Índia, longas sessões de cânticos espirituais tradicionalmente constituem


uma parte importante da prática religio-devocional. Com frequência os cânticos
são simples e repetitivos, inspirando profunda devoção e concentração em um
aspecto do Divino.

Na Umbanda os cânticos místicos ou devocionais ajudam a canalizar emoções,


desenvolver a acuidade da mente, dirigir a energia vital, sintonizar-se com as
vibrações sonoras ou criar energia e magnetismo na mente e no corpo.

É a Magia do Som, do Verbo, que canaliza vibrações astrais positivas, que


fortalecem o magnetismo pessoal, trazendo uma profunda e agradável alegria
(Senhores da Doutrina Mântrica).

Citando os Mantras, há uma Doutrina Mântrica, a qual explica os misteriosos


efeitos e ações do Verbo no campo astral ou afetivo do Ser Espiritual. É uma
Doutrina essencialmente estética-afetiva, que precisa ser apreendida, através de
um refinamento dos sentimentos.

Não é desconhecida dos Verdadeiros Psicurgos ou Magos Superiores, os quais


são Mestres nas “Coroas de Mantras”.

Conhecem o poder ou a Ciência dos Mantras (MANTRA — GANDAKA).


Igualmente tem o poder dos encantamentos através dos mantras. (MANTRA —
SHÂSTRA). O verdadeiro Psicurgo é um verdadeiro MANTREZVARA. Sabe o
poder das palavras, da entonação correta, e qual a ação e efeitos produzidos.
Além dos processos artísticos envolvidos na Magia, a mesma é movimentada
através da vontade, a qual é soberana. Sem vontade não há Magia, Psicurgia ou
Teurgia.

Há também o Conhecimento, a Cobertura Astral que vem por um Verdadeiro


Mago Superior, Mago Branco da Confraria Planetária, que se responsabiliza pelo
Mago encarnado, pois o mesmo traz em seu karma esta faculdade, este
conhecimento, que requer, como dissemos, sólidos conceitos nas lides das
Ciências Físicas e Biológicas, Filosóficas e da Topografia Etereofísica.

Quanto à Magia, Psicurgia e Teurgia, temos como aprofundamento da


sensibilidade e da experiência nas lides de Conhecimento da Natureza (Magia),
das Humanas Criaturas (Psicurgia) e das Potencias Espirituais em seus diversos
graus (Teurgia).

Estamos percebendo que da Magia à Teurgia há um aumento da complexidade,


das ações e efeitos, e é óbvio que depende do grau de consciência do Ser
Espiritual.

O Leitor Amigo e Irmão de Fé devem ter percebido que adentramos por ângulos
inéditos, deixando a craveira do prosaico e meros conceitos técnicos, já
esmiuçados em nossas outras obras.

Esperamos termos alcançado nossos objetivos principais, pois quando


associamos a Magia, a Psicurgia, a Teurgia às Artes, é porque temos a mesma
como alta sensibilidade do indivíduo, cujo consciencial o eleva ao Belo, ao Bem,
ao Justo.

NOTA COMPLEMENTAR

A Magia, a Psicurgia e a Teurgia, podem ser associadas aos aspectos positivos,


relativos e superlativos, respectivamente, das Artes Dinâmicas.

A Magia é mais afeta aos elementos, elementais e elementares.

A Psicurgia é afeta aos elementos de ordem astral e suas egrégoras


consonantes, atuando mais diretamente no psiquismo, na “alma”.

A Teurgia é um aprofundamento da Magia e Psicurgia. Seus elementos mento-


espiríticos, atuam mais diretamente nas várias potências espirituais.

A Magia é básica, a Teurgia é o corolário da Movimentação da Energia em seus


diversos graus de densidade e dos diversos graus hierárquicos das potencias
espirituais.

Todas tem suas técnicas e fundamentos firmados por dentro de conceitos que
transcendem o conhecimento atual de nossa Ciência Oficial Acadêmica.
Portanto, como vimos, não bastam as Ciências para explicá-las. A ciência quanto
muito tenta explicar, propõe modelos, mas somente a Arte é sensível e num intuir
(apreender sem conhecimento prévio ou estudo teórico), permite que o processo
criativo-sensitivo se manifeste, sensibilize o Mago que deflagra sua vontade e
esta projeta-se sobre elementos e seres espirituais produzindo, segundo sua
potência, o objetivo visado.

Queremos reiterar ao Leitor Amigo e Irmão de Fé que já estamos dando início a


um novo livro, que versará sobre a Umbanda e Doutrinas: Mântrica, Yântrica e
Tântrica. Assim ressaltamos, pois citamos muito o vocábulo Mantra em Magia, e
quase nada sobre Yantra ou Tantra.

Os vocábulos Mantra, Yantra e Tantra isolados realmente tem aplicação na


Magia, Psicurgia e Teurgia, pois quando são usados como Doutrinas, tem uma
conotação amplificada, globalizada, sintética. E é sobre estas Doutrinas que
escrevemos no livro — Umbanda e as Doutrinas: Mântrica, Yântrica e Tântrica.
(no prelo)

Como estamos enfocando as Artes Dinâmicas expressemos o Mantra, o Yantra


e o Tantra nos Organismos Físico, Astral e Mental.

No Organismo Físico (Grau Positivo — Magia)

O (a) Mantra associa-se aos Cânticos Sagrados

O (a) Yantra associa-se aos Movimentos: Dança Sagrada — Mudhra

O (a) Tantra associa-se aos Processos Dinâmicos da Permuta Sexual


(com ou sem maithuna)

No Organismo Astral (Grau Relativo — Psicurgia)

O (a) Mantra associa-se à “Voz do Coração”

O (a) Yantra associa-se à “Escrita dos Orixás”

O (a) Tantra associa-se ao “Poder Criativo”

No Organismo Mental (Grau Superlativo — Teurgia)

O (a) Mantra associa-se à Vontade

O (a) Yantra associa-se à Expansão Consciencial

O (a) Tantra associa-se à Luz Consciencial

Em verdade refletem o Poder Volitivo do Orixá, que manifestou-se através da


tríade: Mantra, Yantra e Tantra.
Todas as proposições citadas poderão ser comprovadas por aqueles que
conhecem e estudam Doutrinas comparadas, não só na letra que mata, mas no
espírito que vivifica. Assim, estamos querendo reafirmar que há uma Tradição
Cósmica, uma Proto-Síntese Cósmica a qual pode ser vivente no Budismo, em
suas duas Escolas — A Hinayâna ou Tradição Theravada e cujo ideal é Arhat
(ascetismo). A Mahayâna (o grande veículo) cujo ideal, ou natureza do ser
humano ideal e Bodhisatva (ser iluminado).

Encontramos no Sufismo, no Taoísmo, doutrinas no Brahmanismo, nas


Tradições Africanas, enfim em todas, os rudimentos ou Fundamentos da Grande
e Primeva Síntese — O AUMBHANDAN.

No encerramento, queremos levantar um pequeno véu para os pensadores e


estudiosos conscienciosos que analisam a Magia, a Psicurgia e a Teurgia como
uma Terapia para todas as “doenças”, que infelizmente assolam a humanidade
nesse final de ciclo.

Em se tratando de doenças, não podemos ignorar que a mesma instala-se ou


melhor, é manifestação do doente. Antes da doença, há o doente. Cremos que
não há doenças, há sim doentes.

Não poderemos olvidar que as moléstias ou patologias que atingem o homem


são efeitos de causas essencialmente espirituais. É necessário pois tratar-se o
Espírito, então obteremos a cura ou controle da “doença física”.

Espírito doente, corpo doente. O corpo só retorna ao equilíbrio quando o espírito


encontra-se são.

O pensamento e a vontade comandam o corpo. Corpo doente é sinônimo de


pensamento desgovernado ou vontade enfraquecida ou debilitada. Eis aí a
etiologia das doenças...

Como os pensamentos são os veículos da idéia e são movimentados pela


vontade, é justo inferir-se que os mesmos podem ser causas das doenças.

Então podemos ter doenças cujas causas encontram-se:

1. Nas idéias

2. Nos pensamentos

3. Na vontade

Se citamos idéias, pensamentos e vontade, não podemos deixar de citar as


palavras que são vestimentas dos pensamentos.
Outro fator principal é o sentimento, as emoções. Assim, tanto as palavras como
os pensamentos, os sentimentos e as idéias podem gerar degenerações
celulares, alterando sua estrutura eletromagnética (perda da homeostasia)

Tentemos sucintamente um ligeiro aprofundamento, pois deixaremos os


pormenores para o livro — Umbanda — Terapia da Alma, onde demonstraremos
a visão dialética Umbandística sobre as doenças ou melhor sobre os doentes e
os processos terapêuticos preconizados.

O Homem em sua Constituição Etéreo-Física é constituído de Sistemas, Órgãos,


Tecidos, Células, Organelas Celulares, Organelas Sub-Celulares,
Macromoléculas, Moléculas, Átomos, Íons, Quarks, Sub-Quarks, Linhas de
Forças e Campos Eletromagnéticos.

Podemos encontrar o início das patologias nas correntes eletromagnéticas (é a


nossa tese central), mas vejamos no momento a célula, unidade básica vital.

A célula como sabemos, basicamente possui, é constituída, composta de 3


elementos — Membrana Plasmática — Citoplasma — Núcleo. (há as organelas,
tais como: lisossomos, mitocôndrias, ribossomos, complexo de golgi, retículo
endoplasmático, etc.).

Esquematicamente, bidimensional, vejamos a célula.

Poderemos associar a Membrana Plasmática com o Organismo Etéreo-Físico.


O Citoplasma com o Organismo Astral. O Núcleo com o Organismo Mental.
No Núcleo temos todo o material hereditário, genético, ordenador e gerador de
órgãos, sistemas, etc, e obviamente, como concretizador do Organismo Mental,
a causa ou origem em 2ª instância de todas as doenças.

A primeira causa das doenças foi a insubordinação, que ocasionou a descida do


“Reino Virginal”.

A segunda foi a da alteração dos “Três Caminhos” que relacionam-se com os 3


Organismos, portanto com as Doutrinas Mântrica, Yântrica e Tântrica.

Como estamos afirmando, a causa das doenças não estão nas células, nas suas
organelas ou no desarranjo do edifício biomolecular, mas sim, na própria
essência do homem (no próprio Ser Espiritual).

Se a doença está no próprio homem, a causa é ele próprio, sua conduta. É justo
pensar-se ou inferir-se que nele encontra-se a cura.

Citemos, à guisa de exemplo, o câncer que é uma multiplicação celular


desordenada relacionada com a sua reprodução, que depende de seu material
genético. (Núcleo = O Mental).

A alteração desse material genético é responsável pela rápida e desordenada


multiplicação (neoplasia).

Aí entram fatores kármicos não atenuados ou neutralizados, demonstrando que


o indivíduo por sua própria conduta na presente reencarnação, não conseguiu
valores e atributos que pudessem neutralizar o desencadeamento do câncer.

Conduta inadequada, correntes mentais e emocionais negativas, egoísmo,


ambição, orgulho e vaidade são causas de falência, que desencadeiam doenças
físicas, inclusive o câncer.

O período entre o desarranjo celular e o início da proliferação anormal depende


de vários fatores capazes de regular a reprodução da célula, como o estado
hormonal (endócrino) o estado imune (imunológico), psicológico (psiconeural), a
idade e o estado nutricional.

Dos fatores citados, temos causas de ordem astral (endocrinológico e


imunológico) e de ordem mental (psico-neurológico).

As alterações em verdade encontram-se nas anomalias das linhas de força e


dos campos elétricos e magnéticos, pois tanto o Sistema Endócrino, como o
Sistema Neurológico e o Psíquico-imunológico são mediados, em última
instância, pelo eletromagnetismo, que associa e harmoniza ou desassocia e
neutraliza, acarretando as patologias várias.

No término deste breve adendo, citamos as doenças pois melhor entenderemos


a atuação do Mago, Psicurgo e Teurgo, nas doenças, que como constatamos
não são só da alçada dos discípulos de Esculápio ou Asclépios. Sim,
considerando a doença como de foro espiritual é justo ter-se uma convergência
entre o médico, discípulo do gênio de Cós e os Magos, Psicurgos e Teurgos.
Talvez esteja aí o motivo de no “passado”, o médico, o sacerdote e o mago serem
o mesmo indivíduo. É...
11
Na Magia dos Sinetes
Sagrados
Cruz Hexagramática — A Segunda
Revelação de Umbanda

“Quid est veritas?” Essa pergunta formulada há quase dois milênios, por Pilatos
a Cristo, segundo os relatos evangélicos, não se soube a resposta.

Somos levados a crer que o Cristo não deve ter respondido, pois a mesma é
relativa, adaptada ao grau consciencial de cada Coletividade, em determinada
época.

Mais uma vez somos forçados a reiterar que a Verdade é uma marcha, adaptável
ao consciencial do indivíduo, portanto, deve haver várias Verdades.

Mas a Realidade, aceita várias Verdades? Sim, pois as Verdades são partes da
Realidade. Não a invalidam não a revelam na sua totalidade.

Óbvio está que poderíamos afirmar que Conhecimento Verdadeiro (verdade) é


aquele que reflete corretamente, totalmente a Realidade.

A Verdade (alétheia), o significado de verdadeiro ou falso, se restringe, apenas,


às nossas afirmações ou percepções da Realidade.

Desde o prólogo deste ensaio, deste livro, centramos nossa proposta na


Realidade. Dialeticamente, vimos que a mesma é uma marcha, uma trajetória,
que pode, e em geral encontra-se, além das aparências, da apreensão pelos
órgãos sensoriais vulgares.

A Realidade, segundo a Cosmovisão Umbandística, pode ser melhor explicada


pelo binômio, como vimos, Dialética-Metafisica.

Não desconhecemos as proposições filosóficas dos mais antigos e atualizados


filósofos, e sabemos que em todo Conhecimento há uma construção e uma
distorção subjetiva.
Somos partícipes dos que afirmam que os objetos só nos atingem através dos
sentidos, isto é, através de manifestações indiretas de si mesmos como seja,
cor, forma, odor, ondas sonoras, etc.

Nossos órgãos dos sentidos são construções fisiológicas que apreendem,


percebem determinados estímulos, e não todos...

Sem usarmos de sofismas ou falácias, tão comuns em nossos dias, mormente


no setor filo-religioso, introduzimos este capítulo, afirmando que a Realidade não
é estática, não é estanque, o mesmo acontecendo com Doutrinas ou Filosofias.

O mesmo acontece com a Doutrina Umbandista que muitos, usando e abusando


do “non sense”, querem mantê-la ortodoxa, sectária, estagnada, acreditando que
tudo já foi revelado. Ledo engano! É a ilusão do egocentrismo, do orgulho e da
vaidade, que ontem e hoje, tornam-se ferozes opositores da Lógica, Bom Senso
e Razão que deve nortear todo espiritualista sério, honesto e cônscio de sua
tarefa, principalmente ao se dirigir à Coletividade Planetária...

Nossos Mentores espirituais dizem que a Verdade Absoluta encontra-se


distante, mas a cada dia devemos buscá-la através da Verdade relativa.

Ora, se a Verdade é relativa, é uma marcha, um processo, necessário que


caminhemos em sua trajetória, sempre vislumbrando novos objetivos, que com
lógica e razão nos colocam mais próximos da Realidade.

Mas tanto citamos lógica e razão, lícito explicar seus significados.

Faremos em duas etapas. A primeira neste momento de nossas proposições. A


segunda deixaremos para o epílogo do capítulo. Após a mesma, temos certeza,
fará grassar nossas idéias de forma bem abrangente e sem resistências, pelo
menos aos não sectaristas ou extremistas.

Sem causarmos a tautometria, tão comum nos falaciosos e sofistas, nesta


primeira etapa afirmamos que razão e lógica (não do ponto de vista filosófico)
por dentro de nosso vernáculo, podem ser sinônimos.

Sim, juízo, tino, entendimento, argumentação, autêntico, legítimo, real,


correto, são sinônimos de lógica e razão.

Calcados nelas, que sustentam a Realidade, iniciemos após esta ligeira mas
necessária introdução, nossa temática central: Sinetes, Selos Sagrados e a 2ª
Revelação da Guia Cabalística de Umbanda.

Iniciemos dando a palavra ao Mestre Astral ORISHIAVARA (Caboclo Sr. 7


Espadas), em sua obra — UMBANDA — O ELO PERDIDO — 1990 (pag. 221 à
232).
“A Lei de Pemba ou Escrita Cósmica, Verdadeira Escrita ou Grafia dos Orixás —
para tornar mais fácil seu entendimento — será dividida em

1. Sistema Mnemônico — Sinais mnemônicos.

2. Sistema Ideográfico — Sinais ideográficos.

3. Sistema Fonético — Sinais fonéticos.

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“Esses 3 Sistemas foram muito usados pelos integrantes da Pura Raça


Vermelha. Foi através desse método que surgiu o grafismo no Abanheenga, a
primeira expressão fonética (onomatopaica) da humanidade.

O Tronco Tupy e seus 2 troncos derivados também tiveram esse Conhecimento


Cósmico, que, infelizmente veio a se perder, mas hoje, gradativamente é revivido
pelo Movimento Umbandista.

Dentre os sons da própria natureza, tínhamos representações de fenômenos


sagrados, tais como Luz, Cruz, Senhor, Divindade, etc. Como exemplo
poderemos citar o som onomatopaico TZIL, que é o som da própria Luz.

Partindo daqueles áureos e perdidos tempos, avancemos até dez milênios


passados, onde, através de egípcios e hindus, tivemos o surgimento de um
alfabeto ligeiramente trabalhado (adaptado e modificado) em relação ao original,
que se encontra nos Arquivos Planetários Superiores, e que muito se relaciona
com a Lei de Pemba ou Grafia Cósmica.

Na verdade, esse Alfabeto dito Vatânico, é uma adaptação do verdadeiro


Alfabeto da Língua Raiz ou Matriz denominada Abanheenga (aba = homem,
humanidade; nheen = língua; ga = alma; a alma, a essência, a raiz fundamental
da linguagem {verbalização} humana).

Esse Alfabeto é uma forma primeira de velar a verdadeira Escrita Cósmica,


sendo, pois, de equivalência comprovada, servindo então de substrato para a
Lei de Pemba, Verdadeira Grafia dos Orixás, adaptada ao nosso planeta através
do Movimento Umbandista, em sua mais alta expressão.

Assim, vejamos esse Alfabeto Adâmico ou Vatânico, também dito Devanagário,


que, como dissemos, foi uma transformação do primeiro alfabeto fonético, que
proveio da Língua Abanheenga. Os Sacerdotes do Alto Nilo, e muito
principalmente os Brâhmanes, na Índia, guardaram suas morfologias-som que
expressam quantidades e qualidades, sendo um alfabeto que produz
autologicamente (por si só) termos cósmicos; é a Coroa do Verbo, é a própria
Ciência do Verbo Vivo.
Expressam os ciclos e ritmos da concretização dos Orixás, sendo que, por
extensão, constituem sinais-sons (e luz) que os representa...

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Após as palavras do Sr. 7 Espadas relembramos e desvelemos Fundamentos.

A Lei de Pemba baseia-se em 3 Princípios:

1º Princípio —> Flecha

2º Princípio —> Chave

3º Princípio —> Raiz

Estes 3 Princípios podem englobar do 1º ao 3º Fundamentos, isto é, cada


Fundamento, desde o 1º ao 3º obedecem a 3 Princípios. O 6º e o 7º estão afetos
a uma Linguagem Teogônica, algo que tentaremos superficialmente demonstrar.

Embora do 1º ao 3º Fundamentos tenhamos 3 Princípios e estes sub-divididos


em 7 graus, devemos entender que o 1º Fundamento está afeto mais as
Entidades do 3º Plano ou dos Protetores, que é óbvio podem invocar seus
superiores, como podem ensinar seus discípulos encarnados (alguns, raríssimos
médiuns) a invocá-los.

O 4º Fundamento está afeto ao 2º Plano ou dos Guias (Chefes de grupamentos).


Igualmente, podem invocar seus superiores ou subalternos e mais raramente
podem ensinar aos seus discípulos (médiuns — mas aonde encontrá-los?)

O 5º, 6º e 7º Fundamentos estão afetos ao 1º Plano ou dos Orixás. A Linguagem


ou Selos são do Abanheenga, sendo portanto Sinais Sagrados, que velam e
trazem em si toda a valência da Tradição Cósmica — da Proto-Síntese. Seus
Sinais são Teogônicos. O 7º Fundamento é inacessível aos padrões do Ser
terreno...

Antes de adentrarmos nos Fundamentos Cósmicos deste nosso capítulo,


precisaremos entender que desde 1990, na realidade 1989 (o livro foi escrito em
89 e publicado em 90) o Mestre Astral ORISHIAUARA, como vimos no texto
alhures citado, já citava ESCRITA CÓSMICA, Fundamentos da Lei de Pemba,
Escrita do Abanheenga, a qual, definiu-a como Língua Sagrada, isto é, no início,
no apogeu da Raça Vermelha ou Raça Cósmica todo o Conhecimento era
firmado no Sagrado, no Divino.

Após estas nossas assertivas não estamos afirmando, e que isto fique cristalino,
claro, que os primeiros Fundamentos da Escrita Cósmica estão descartados ou
perderam seu valor. Jamais! Como afirmamos, estamos revelando, segundo o
desejo do próprio Astral Superior, novos enfoques por dentro da dialética
umbandística, que cada vez mais torna-se cósmica, vivente em quaisquer “loci”
do planeta.

A Realidade é uma marcha, um processo. Iremos repetir tantas vezes quantas


forem necessárias estas proposições. Sim, como estamos numa trajetória, isto
é, na rota que conduzirá aos nossos objetivos, não podemos ser misoneístas e
nem retrógrados, pois correremos o risco de entrarmos por meandros perigosos
da inflexibilidade, ortodoxia e sectarismo anacrônicos.

Também, não somos contra aqueles que não aceitam nossas proposições.
Respeitamos a todos, principalmente graus conscienciais. Por que
atormentarmos alguém com Fundamentos que ainda não lhes falam à alma e ao
intelecto? Não compete a quem colhe atrapalhar aqueles que preparam solo, ou
aqueles que estão semeando. Mais uma vez, tudo é uma marcha, um processo.
E nem por isso somos melhores ou iluminados, mas sim, por compromissos
assumidos com o universalismo, com a Tradição Cósmica a qual, esperamos
grassá-la ao mundo, pois a mesma não é patrimônio do Brasil, da África, mas do
planeta e esta é nossa função, torná-La conhecida pelas humanas criaturas, pois
em nível astral o trabalho de há muito iniciou-se, basta analisar serena e
tranquilamente, com toda isenção de ânimo, as obras do Sr. 7 Espadas.

Muitos podem questionar se nos achamos o “Messias” do mundo ou quiçá um


mero vaidoso ou alucinado movido por implacável fixação?

Por que só nós nos expressamos desta forma sobre as coisas de Umbanda? Por
que outros Iniciados da Raiz do Pai Guiné (Mestre Astral YOSHANAN) não têm
o mesmo discurso, aliás ao contrário, pois muitos nos combatem (as idéias, é
claro)?

Bem, quando o Pai Guiné disse-nos que seríamos o sucessor de Mestre Matta
e Silva, sabia que iríamos continuar aonde Ele, Matta e Silva, havia parado.

Eis o que é ser sucessor. E assim estamos fazendo desde 1989. Portanto, não
posso aceitar quando afirmam que a Raiz de Guiné ficou parada por oito anos.
Quem assim afirma, lastimo em dizer, não percebeu que o “mundo não parou”,
que tudo caminha, especialmente os Mentores do Astral Superior, que não têm
tempo a perder.

Não seriam os que afirmam tais proposições que estariam estacionados? Há


quanto tempo devem estar estacionados, pois só falam do passado com pesar,
com lamentações? Não seria esta a causa de não aceitarem ou entenderem os
conceitos atualizados, mais afinizados com os “Novos Tempos”?

Como disse, lastimo, mas no compromisso de nossa tarefa, que não desdenha
de ninguém, pois acreditamos tudo ter razão de ser, antes de continuarmos a
tese de nosso capítulo, meus votos sinceros e fraternos de luz, entendimento e
evolução a todos...

Dando sequência à nossa demonstração, visualizemos graficamente os planos


e graus da Hierarquia de nossas Entidades Espirituais Planetárias.

Por dentro de uma Faixa Vibracional Espiritual de um Orixá Planetário, vejamos


a Hierarquia.
No âmbito Cósmico, pois esta Entidades são, dentro de seu Plano e Grau,
responsáveis em primeira instância pela reimplantação ou resgate da Tradição
Cósmica, se responsabilizam por:

Reiteramos, que explicamos sobre a função kármica planetária, cósmica dos


Espíritos militantes na “Confraria Cósmica de Umbanda”. Por dentro desses
Planos e Graus, como vimos e pode se facilmente inferir, a maioria, quase a
totalidade da humanidade não está com sua percepção espiritual aguçada ou
afinada e mesmo afinizada nem com os espíritos que atuam nos sub-planos.

Teoricamente, por hipótese, para melhor fazer-me entender, diremos que se as


Entidades “vibrassem” aos ouvidos da humanidade, teríamos então o seguinte
quadro:
Conclusão: A maioria dos Seres Espirituais encarnados no Planeta Terra, não
têm ouvidos às coisas do espiritual, caso contrário não estaríamos na
decadência dos bons princípios...

É por essas e outras que àqueles que ouvem as “Verdades Espirituais” no mundo
todo está sendo levado a “Doutrina do Tríplice Caminho”. Os que ouvem as
Verdades Universais, repassam a seus Irmãos, e assim sucessivamente...

A hora chegou... Há necessidade de adaptar-se o planeta às novas formas de


viver, no campo da Vida Espiritual, que se expressará em fraternidade,
igualdade, novos padrões de justiça social, com uma política mais voltada a
padrões superiores de vida, onde não haverá disputas ou lutas de classes.

As classes serão cooperativistas. Há o empregador e o trabalhador, mas unos,


unidos, com total justiça.

Haverá a convergência da política, do social e da economia com a Tradição


Cósmica, havendo pois, cooperação entre todos.

É por esses tempos de paz, entendimento e progresso que lutamos. Esse é


nosso ideal, pois sinceramente, nos sentimos um cidadão planetário, algo que
todos somos, mas não tomamos consciência. Essa atitude só tem colaborado
para aumentar a possibilidade de sombrios destinos à Coletividade Planetária.

Como vêem, nosso “terreiro” é o mundo. Não podemos nos ater apenas às
quatro paredes do Templo, achando que nele estão todos os problemas do
planeta, todos os habitantes, e que serão todos resolvidos. Será esta a verdade?
Seria somente este o escopo de Umbanda? Seria a Proto-Síntese Cósmica ou
mesmo o Movimento Umbandístico e suas Entidades, espíritos que viriam só
para resolver os problemas pessoais deste ou daquele, não se importando com
responsabilidade, vínculos kármicos, débitos, créditos, etc.? Será que viriam só
para neutralizar a baixa-magia? Acreditamos que muitos espíritos viriam com
esta função, mas todos?

Não cremos em tal falácia. Infelizmente, quando cita-se Umbanda alia-se a


mesma à neutralização de feitiçaria, de encantaria, bruxaria, etc.

Igualmente ou pior, são as desarmonias que acarretamos ao planeta. Já não


basta a poluição mento-afetiva que produz um aura pesadíssimo, fazendo com
que o planeta reaja surgindo cataclismas vários. Há também a poluição
ambiental que é uma grande demanda a vencer, portanto...

Retornando ao Templo, não resta dúvida que há médiuns magistas e magos que
devem cumprir estas funções com a “guarda” de seus Mentores Espirituais, mas
generalizar Movimento Umbandista, a esta função somente é no mínimo pueril,
para não se dizer leviano.

Há “macumbarias” maiores, pois os magos negros estão interessados em


fomentar a dissolução da paz, incrementando a guerra, ou quando não o
Movimento Nuclear, que mesmo não sendo usado, mantém a miséria devido aos
seus altos custos, e pior, podem provocar acidentes de proporções alarmantes
(provocados pelo sub-mundo astral). Esta sim é a grande bruxaria, a grande
demanda a ser vencida.

Após nossas exortações e digressões necessárias, que, cremos, terão efeitos


que esperamos, entremos nas explicações preliminares e introdutórias de nossa
temática central.

Para melhor entender-se os Sinetes ou Talismãs e a Guia Cabalística (2º


Revelação) consagrada pela Confraria Cósmica de Umbanda, penetremos em
alguns “erós” básicos, mas importantíssimos na sustentação e argumentação
lógica da Escrita Cósmica (Lei de Pemba).

Nos primeiros Fundamentos da Escrita Cósmica, denominada no Movimento


Umbandista “Lei de Pemba”, o ideograma do “Círculo Cruzado” é expressão da
mesma.
O Ideograma do Círculo Cruzado é o que está acima, composto do Círculo, do
Triângulo e da Cruz.

A origem deve-se ao número (abstrato) que relaciona a geometria (concreto)


com sons, vocábulos, que são expressões, concretizações do pensamento.

Assim surgiram vocábulos cósmicos Orixalá, Ogun, Oxossi, Xango, Yorimá, Yori,
Yemanjá.

Seus sons fundamentais baseiam-se na exaltação da primeira letra (forma) som

O “Círculo Cruzado”, ou melhor o Princípio do Círculo Cruzado é manifestação


geométrica da Lei, sendo que dele originou-se a Lei de Pemba, como também
através de sutis adaptações o Alfabeto Adâmico.

Afirmamos que o ideograma do “Círculo Cruzado” tem totipotência para gerar


todos os sinais da Lei de Pemba nos primeiros Fundamentos em seus 3
Princípios ou seja Flecha, Chave e Raiz.

Como estamos vendo há um perfeito encadeamento entre a geometria (forma-


concreta) e o número (essência — abstrato).

Prosseguindo, estamos chegando à conclusão de que a Escrita Cósmica é


expressão da Lei Divina em ação — do Aumbandan. É a expressão gráfica em
sentido cosmogônico, cósmico da Lei Maior. Lei que rege o cosmos, a mecânica
celeste, sendo expressa pela razão, pela constante, pelo número.

Assim, associamos a mesma a:


Como sabemos, nos primeiros Fundamentos (1º, 2º e 3º) da Escrita Cósmica
(Lei de Pemba) afeta ao atual Movimento Umbandista temos 3 Princípios.

Os 3 Princípios estão para a “Lei de Pemba”, como os 3 Organismos estão para


o Ser Espiritual.

O Ser Espiritual se expressa de forma trina, naquilo que denominamos e


conhecemos como Personalidade:

O mesmo acontece com a “Lei de Pemba”, a qual expressa-se desde a forma


densa (flecha) até a forma sutil (Raiz).

A FLECHA — segundo nossas inferências e deduções, em obediência à Boa


Lógica Formal associa-se com as vestimentas-corpos — Crianças, Caboclos e
Pais-Velhos.

A CHAVE — Representa em nossa analogia as 7 gamas vibracionais de cada


organismo.

A RAIZ — Representa a Essência — o Espírito.

É por isto que afirmamos que no Movimento Umbandista da atualidade, através


do mediunismo, o indivíduo-médium ajusta sua personalidade, aperfeiçoa-a,
enriquece-a, elevando o tônus de seus pensamentos e idéias (através dos “Pais-
Velhos” — Senhores da Sabedoria dos Humildes, que atuam no Organismo
Mental); sentimentos nobres (através das “Crianças” — Senhores do Amor Puro,
que atuam no Organismo Astral); nas atividades inteligentes ou ações (através
dos “Caboclos” — Senhores da Fortaleza Moral — da Ação simplificada, que
atuam no Complexo Etéreo-Físico).

Entende-se melhor agora, após estas explicações, como o Movimento


Umbandista utiliza-se da mediunidade como terapia para os consulentes e para
os médiuns.

Sim os efeitos terapêuticos, no médium positivo, são patentes, pois atuam


aperfeiçoando a personalidade, a consciência se amplifica, iluminando todo o
Ser Espiritual.

É de estarrecer como pessoas que reputamos de boa índole e de inteligência


média a superior, de outros setores filo-religiosos e mesmo esotéricos ou
antropofânicos afirmarem que a mediunidade é distúrbio.
Até pode haver médium mal preparado, moral, física e psicologicamente, que
realmente produz distúrbio, mas daí a generalizar-se, vai uma distância
meridiana. Infelizmente as coisas estão invertidas, pois a realidade é que a
mediunidade é grande indutora do despertar consciencial do indivíduo.

Atentemos para o esquema que ratifica o que alhures explicamos.

Forma (Flecha) e Essência (Raiz) ou seja Organismo Etéreo-Físico e Organismo


Mental são intermediados pela “Chave”.

Depreende-se do demonstrado, que sendo a “Flecha” relativa à Forma, a


“Chave” ao Intermediário e a “Raiz” à Essência, que nos graus ou Fundamentos
Superiores, tem-se a chave e raiz, prescindindo-se da Flecha. No 5º e 6º
Fundamentos tem-se somente a Raiz, não tendo serventia a flecha e a chave,
algo que veremos e demonstraremos neste capítulo.

Como referimo-nos, em linhas anteriores, sobre Vibração Espiritual, é bom


saber-se que a mesma expressa-se, no Universo Astral através da Vibração
Original, que é sua concretização.

A Concretização de ordem Espiritual expressa-se no número.

A Concretização de ordem Mental Superior expressa-se no Ideograma.

A Concretização de ordem Mental Inferior expressa-se na geometria/som.

A Concretização de ordem Astral Superior expressa-se na Essência Volátil (na


queima).

A Concretização de ordem Astral Inferior expressa-se na Essência Volátil


(líquida).

A Concretização de Ordem Etérica Aurânica expressa-se em banhos de ervas.

A Concretização de Ordem Física expressa-se em Chás — Cristal — Metal.

Antes das demonstrações dos 7 Sinetes Sagrados, que associam-se ao Talismã


Consagrado pela Cúpula de Umbanda e os Fundamentos da Guia Cabalística
da Cruz Hexagramática, vejamos alguns ideogramas do 4º Fundamento da
Escrita Cósmica.

Temos conhecimento que os 1º, 2º e 3º Fundamentos possuem Flecha, Chave


e Raiz, e em verdade em muitos Templos — Ordens modelo, temos
oportunidade de presenciá-los.

Há a Flecha, a Chave e a Raiz, mas que não obedecem os ditames do 1º


Fundamento. Há um aprofundamento, há uma variação maior, por dentro dos 3
Princípios.

A Escrita dos Orixás ou Cósmica no 4º Fundamento apresenta, como vimos


somente Chave e Raiz.

As Chaves são as mesmas do 1º, 2º e 3º Fundamentos, somente as raízes são


diferentes.

Expressemos e grafemos algumas delas, deixando para o Leitor Amigo e Irmãos


de Fé o mérito da Interpretação.
No 5º Fundamento daremos apenas um sinal-ideograma, que como sabemos
está associado à Raiz, portanto à Essência.

Este sinal já havia sido revelado desde o lançamento de Umbanda — A Proto-


Síntese Cósmica em 1989 (faz parte do frontispício)

Após estas demonstrações ligeiras e necessárias, pois levantamos somente


uma ponta dos 7 véus, partamos célere para nossa demonstração, para o nosso
objetivo central.

Como a Cruz Cabalística Consagrada pela Confraria Cósmica de Umbanda é


Hexagramática, penetremos nos Fundamentos do Hexagrama. Para tanto
reproduzamos alguns parágrafos do livro de nossa autoria (mediúnica) Exu — O
Grande Arcano.

No adendo desta obra citada, na página 259, encontraremos o que precisamos


para demonstrarmos, finalmente, a 2ª Revelação da Umbanda.

“Iniciemos nossos estudos pelo Hexagrama ou Estrela de seis pontas, o qual foi
motivo de várias digressões por parte do Exu Sr...

É de Conhecimento geral que o Hexagrama é fiel expressão especular do


triângulo, colocado perpendicular ao plano do espelho.

São, pois, dois triângulos semelhantes, dispostos em oposição centrada.

De onde teria surgido o Hexagrama que o próprio Moisés, Patriarca e Condutor


do povo Hebreu tomou como símbolo místico-sagrado?
Para responder a tal pergunta, remontaremos a um tempo esquecido nas noites
vertiginosas da memória planetária, indo ao encontro da Verdadeira Tradição do
Saber — A Coroa do Verbo — legado da Raça Vermelha a toda Humanidade.

Esta Coroa do Verbo é estalão, padrão de Vibrações Espirituais que através de


ciclos e ritmos se concretizam na forma. São expressos por intermédio do Som,
Luz, Número e Geometria. É tradução real da própria Lei. E o próprio Mantra,
Yantra e Tantra Cósmicos.

É por isto que Moisés sendo um profundo iniciado não desconhecendo a “Coroa
do Verbo” ou da Palavra, traduziu parte da mesma, velando seus aspectos mais
profundos, através do Hexagrama. Sim, o Hexagrama era parte do dodecagrama
ou estrela de doze pontas, expresso no planisfério de Rama que redescobriu aos
Povos Arianos aquilo que os demais povos ou Raças haviam conhecido, mas
que fora deturpado, perdido, esquecido, sendo de conhecimento de raríssimos
Iniciados de elevado grau iniciático (Iniciados Planetários).

Recentemente, no século XIX, na França, o Marques de Alveydre (Saint Ives),


por meio do Arqueômetro, aparelho de alta precisão geométrica, matemática e
musical, tornou novamente desvelada a Antiga Tradição do Saber, que em
análise superlativa expressa o poder volitivo do Orixá, seu Poder Operante
manifesto nos Ciclos e Ritmos Cósmicos.

Este instrumento aferidor e regulador de todo o Léxico Sagrado e profano, é


gênese de todo o Léxico Planetário, como também de suas concretizações na
Forma. É composto de 12 Letras Involutivas ou de ordem material energética; 7
Letras Evolutivas ou de ordem espiritual. São, pois, expressões do mundo
concreto (material) e abstrato (astral), respectivamente. Há também 3 Letras
Arquetipais ou Princípios, que são indiferenciadas, totipotentes para gerarem as
demais 19 Letras — Sons.

Como arquetipais são manifestações do Cosmo Espiritual. Do Princípio Ativo e


Passivo que geraram o Neutro. Portanto, podemos também expressar como
Princípio Dual que manifesta-se no setenário (o Par Vibracional nos 7 Orixás) e
concretiza-se no duodenário (as 3 Formas Místicas de Apresentação
movimentando os quatro elementos).

Desta nossa demonstração pode-se perceber a origem das 22 ou 21 Letras. As


22 Letras originaram-se do trinitarismo, que não era original, pois no princípio,
na origem era dual. Este é um dos motivos da Kabala Hebraica ser ainda um
efeito e não causa (Kabala da Raça Vermelha), o mesmo acontecendo com os
Arcanos do Taro, que para os trinitaristas são 22 os Arcanos Maiores e 56 os
Menores. Já para os seguidores do Princípio Dualista, os Arcanos Maiores são
21 e os Menores 57. São os Yônicos e Dóricos. numa linguagem mais recente,
após o Cisma de Irshu.
Estas 22 Letras, que em verdade podem e devem ser 21, compõem o Alfabeto
Adâmico, Vatânico ou Devanagárico, todos sinônimos e expressando que o
Verbo é Sagrado. Estas expressam, como vimos, ciclos e ritmos, vibrações; são
a própria harmonia que equilibra as “Esferas Girantes” entre si.

Este Alfabeto Sagrado é uma primeira forma de velar a Escrita Cósmica, que
descreve o destino dos Seres e a Sabedoria Cósmica. Está mais próximo da Lei
de Pemba ou Escrita Cósmica. Dissemos que está próximo, mas não é o
precursor da Lei de Pemba, ao contrário, Ela que lhe deu origem, deu-lhe
manifestação com real expressão por dentro da Magia Cósmica ou Teúrgica.

Mas para fins práticos podemos associar sinais do Alfabeto Adâmico, relacioná-
lo com os 3 Princípios do Primeiro Fundamento da Lei de Pemba.

Para não perdermos o fio que vem tecendo nosso raciocínio central, retornemos
ao dodecagrama, que contem quatro triângulos ou dois hexagramas.

O Triângulo da Terra pode ser expresso pelo vocábulo sagrado IPhO ou IPhA —
Vozes Harmoniosas do Verbo — (o oráculo).

O Triângulo da Água pelo vocábulo MaRiaH — A Mãe Sagrada (Natura


Naturandis).

Água e Terra produzem lama, terra unida e fértil. Lama é símbolo da fertilidade,
da seara cósmica, as várias fases do destino, os “olhos de Ifá”.

Observando-se atentamente o Hexagrama em parte, chegamos à conclusão que


todas as suas letras são involutivas. Poderemos substituir certas letras
involutivas pelas respectivas evolutivas. Antes, porém, façamos a relação entre
ambas.
Após esta relação, retornemos ao Triângulo da Terra, e substituamos o P pelo
Sh (x). Com esta permuta chegamos no vocábulo IShO (O Princípio Divino) —
O Cristo — A Luz do Verbo.

Façamos o mesmo com o Triângulo da Água e substituamos o H pelo B. Com


esta permuta chegamos no vocábulo BARAMA (O Princípio Natural) — O
Guardião da Luz.

Analisando-se as alterações processadas no Hexagrama em que permutamos


Letras Involutivas para Evolutivas faremos a concretização da Lei Superior
(AUMBHANDAN).

Como o Hexagrama deve expressar a interação ou o equilíbrio dos opostos, foi


necessário que modificássemos os dois, mas poderíamos ter permutado apenas
em um Triângulo, o qual teria prevalência ou domínio.
ISHO — Princípio Espiritual Ativo — Movimento Umbandista.

BARAMA
ISHO/BARAMA — Princípio Espiritual Passivo — Kimbanda.

— Expressam e Lei Divina em equilíbrio, a interação dos opostos. Também


podem expressar;

— (Orixá) ISHO — A Luz — O Espírito — O Idealizador — Senhor — Essência.

— (Exu) BARAMA — A Treva — A Matéria — O Plasmador — Guardião — Forma.

O mesmo processo pode acontecer com o Hexagrama Fogo/Ar. Se o Hexagrama


Terra/Água é lama, fertilidade, o do Fogo/Ar é Luz em expansão, pois o Ar
alimenta o Fogo, dando-lhe vitalidade-vida. Deixaremos propositalmente de
explicar este hexagrama, pois cremos que os verdadeiros iniciados não terão
dificuldades de interpenetrar o mistério e fazer as devidas amarrações.

Centremos nossa atenção mais uma vez no Hexagrama Terra/Água —


Superlativo de 1º Grau.

O vocábulo IXO (YShO) reiteradas vezes foi demonstrado como desdobra-se até
expressar-se no Círculo Cruzado. Deixaremos ao arguto Leitor desvelar BRM;
até expressar-se na Cruz Circulada.

Em ambos Hexagramas podemos ter vocábulos emissivos-remissivos. Como


exemplo citaremos: YShO, OShY; ShYVa, VaYSha; YShaVa, VaShaY; BaRaMa,
MaRaBa ou Marabo; RaBaMa, MaBaRah, etc.

Após estas elucidações que introduzirão e tornarão mais fácil o entendimento do


que nos propomos, vejamos uma última demonstração.
Mantra emissivo iniciado pela 1ª Letra do Triângulo da Terra, indo em sentido
anti-horário até a última letra do Triângulo da Água, produz o Mantra:
YMASHORIOÁ

Como a Cruz Triangulada, a Primeira Revelação, deu-se por volta dos idos de
1956, há mais de quarenta anos, através do Mestre Yapacany — W. W. da Matta
e Silva, analisemos seus Fundamentos que não estarão invalidados, pois fazia
e faz parte de uma Primeira Fase, em que muitos ainda nem iniciaram e muitos
demorarão para iniciá-la. Outros, porém, deverão permanecer nesta egrégora
por tempo indeterminado.

Mas, se há quem não iniciou esta 1ª Fase e outros que deverão permanecer
nela, por que o Astral Superior revelaria uma Guia Cabalística da Segunda Fase?

Sim, os tempos são chegados para todos os graus conscienciais. Se há a


Substância, há Existência e a Essência, podendo as três coexistirem, que é o
que acontecerá.

Até hoje, só tínhamos a importantíssima Revelação — Substância, que


demonstra estarmos na trajetória, no caminho.

Além dela, a Cruz Triangulada (Substância) — a 1ª Cruz Cabalística do genuíno


adepto umbandístico, teremos a 2ª Cruz Cabalística a Cruz Hexagramática
(Existência).

Para futuro teremos a 3ª Cruz Cabalística (Essência), a Cruz Dodecagramática


(Cruz com a Estrela de 12 pontas), a qual será esboçada, mas não revelada.

Penetremos agora, com muita tranquilidade, nos Fundamentos da Cruz


Triangulada, e pela primeira vez, com total aquiescência do Astral Superior, de
Mestre Yoshanan, revelaremos seus Sinais Cabalísticos e sua Simbologia
Sagrada.
Como reconhecimento ao seu pioneirismo e gratidão filial queremos deixar
registrados alguns dos conceitos de escol de nosso Pai, Mestre e Amigo W. W.
da Matta e Silva. São conceitos e visão de vida iniciática, na época, forjados sob
muita luta, suor e lágrimas.

Assim o fazemos, para que todos meditando neles possam melhor entendê-los,
mesmo que tardiamente...

Para esta nossa tarefa penetremos no primoroso livro — Doutrina Secreta da


Umbanda, onde Pai Matta, com agô de Mestre Yoshanam iria revelar a Cruz
Triangulada — a Cruz Cabalística consagrada pela Cúpula da Corrente Astral de
Umbanda.

Damos a palavra ao Mestre Yapacany:

“...Como Guias identificamos as entidades que estão num grau muito mais
elevado ou possuem conhecimentos gerais muito mais amplos do que os
que se encontram no grau de Protetores — Os Guias operam no
cabalismo profundo da Magia dos Sinais Riscados — que denominamos
também de Lei de Pemba, e os Protetores, via de regra, são auxiliares,
trabalham, isto é, operam na Magia, dentro de seus conhecimentos,
porém num âmbito relativo e mais simples.

Os Guias não são comuns ou afins à maioria dos médiuns; nesse caso
estão os Protetores, e assim mesmo somente através dos que sejam
médiuns de fato, positivos, etc. De qualquer forma com ou sem médiuns,
as Falanges atuam sobre a Coletividade Umbandista, fiscalizando,
frenando, amparando...”

“...Bem, sabemos que são inumeráveis os desiludidos por via desses


fatores reais. Sabemos que se contam às centenas os simpatizantes,
adeptos e mesmo iniciados inconformados e muitos envolvidos pela
sombra da descrença, dado que confundiram, misturaram o que era do
humano médium com o que pensaram ser do próprio Guia ou Protetor.
Conceitos errôneos adquiridos por força de tantos impactos, de tantos
fracassos e de tantas desilusões... humanas, é claro...”

“...Tudo o que lhe vamos Transmitir redundará numa Filiação ou numa


Iniciação Astral Direta não alterando outros fatores ou valores, e se o fizer,
é para melhor, mesmo que Você conserve outros talismãs ou colares
particulares, de seus protetores, de seu terreiro, etc. Por que por onde
vamos encaminhá-lo encontrará uma superfiliação e não apenas uma
subfiliação, pois vai implicar em:

...Consolidação disso tudo numa Guia Cabalística Ordenada e


Consagrada pela Cúpula da Corrente Astral de Umbanda, que sintetiza,
representa e traduz:
a. Os Sagrados Mistérios da Cruz;

b. O Signo Cosmogónico da Hierarquia Crística;

c. A Alta Magia de Umbanda e a sua identificação como genuíno adepto


ou Iniciado Umbandista.

Essa Guia (colar com a cruz e o triângulo define cabalmente o lado A —


Umbanda Evolutiva, o lado B...

Guia Cabalística — Ordenada e Consagrada pela


Corrente Astral de Umbanda

Sintetiza — Representa — Traduz

a. Os Sagrados Mistérios da Cruz

b. O Signo Cosmogónico da Hierarquia Crística.

c. A Alta Magia da Umbanda e a Identificação do genuíno adepto e do


Iniciado Umbandista.

“A parte do colar é constituída de 57 pedras de águas-marinhas, sendo 28


de cada lado, fechando com 1 no pé, prendendo-se à cruz imantada no
triângulo”.

“...Esse talismã é composto (conforme a figura) de uma Cruz e de um


triângulo com o vértice para baixo, e sobre o qual deve-se mandar gravar
os caracteres cabalísticos, tal qual estão na figura, pois, sem isso, essa
guia-talismânica deixa de ser consagrada pela Cúpula da Corrente Astral
de Umbanda...”

“...A Cruz no triângulo (soldados, colados, etc.) deve ser confeccionada


por um serralheiro ou torneiro mecânico, pois tem que ser de metal, isto
é, uma liga metálica que tenha cobre, pois esse elemento é imprescindível
na composição desse talismã. O interessado pode ainda mandar dar um
banho de níquel fosco. Depois, é só mandar gravar os caracteres da
figura, que são as ordenações identificadoras da Cúpula Espiritual da
Corrente Astral de Umbanda...”

“...As medidas da cruz: haste vertical — 7cm; haste horizontal (a que


cruza) 5cm. Medidas do Triângulo: 5cm de cada linha ou do vértice a
vértice. Esse triângulo pode ser colado ou encaixado na cruz. Esta pode
ser de tubo fino de cobre, para ficar o mais leve possível...”

“...Assim, tendo Você nascido debaixo de um signo astrológico e


correspondente a um planeta, e sendo: 12 esses signos e de 3 em 3 se
correspondem com um desses citados 4 elementos vitais, façamos uma
identificação singela:

a. — Signos do Fogo: Leão, Aries e Sagitário;

Signos do Ar: Aquário, Gêmeos e Libra;

Signos da Água: Escorpião, Câncer e Peixes;

Signos da Terra: Touro, Virgem e Capricórnio.

b. — Sabendo Você seu signo e o elemento da natureza que lhe é próprio,


isto é, que consolidou a estrutura de seu corpo astral, vai saber também
as correlações desse elemento da Natureza com o perfume, com a erva
e com a flor, três coisas indispensáveis a essa operação mágica de
imantação de elementos eletromagnéticos ou do fluido cósmico que deve
ser absorvido.

Então:

c. — Para homens e mulheres dos signos do Fogo.

Flor — cravo branco ou vermelho

Perfume — Sândalo

Erva — Raiz da vassourinha branca

d. — Para homens e mulheres dos signos do Ar.

Flor — Crisântemo (qualquer cor)


Perfume — gerânio

Erva — folhas de hortelã

e. — Para homens e mulheres dos signos da Água.

Flor — rosa branca ou vermelha

Perfume — verbena

Erva — sensitiva (mimosa pudica)

f. — Para homens e mulheres dos Signos da Terra:

Flor — dália (qualquer cor)

Perfume — violeta

Erva — folhas do manjericão (roxo ou branco)

Obs.: a natureza do sítio-vibratório em que esse objeto deve ser


submetido à operação mágica de imantação exclusivamente para o
elemento masculino: uma pedra ou laje de uma cachoeira...

g. — Como proceder diretamente.

O elemento masculino, tendo-se identificado com o seu signo — elemento


da Natureza — perfume — flor — erva, acrescenta 3 luzes de lamparina
e uma tigela de louça branca e se encaminha, já com sua Guia-
Cabalística, para uma cachoeira, e em cima de uma pedra ou laje forra
parte dela com pétalas da flor correspondente, depois coloca a tigela em
cima, com água pela metade, e logo tritura a erva ou a raiz, atritando-a
entre duas pedras pequenas (ralando-a); depois coloca dentro da tigela,
que já contém a água; deixa ficar uns dez minutos, para extrair o sumo,
enquanto isso, acende as três luzes de lamparina e distribui em volta
desse círculo de pétalas em cujo centro está a tigela.

Logo a seguir, limpa o melhor possível essa tintura (já contida na água)
dos bagaços da erva, para poder adicionar o perfume. A seguir, coloca
dentro a sua Guia-Cabalística. E atenção: tudo isso deve ser operado
numa hora favorável do sol e no primeiro dia da entrada da Lua na fase
de Nova (seja de noite ou de dia).

Assim sendo, Você terá quase uma hora para proceder a essa imantação
e, quando tudo estiver corretamente armado, Você ajoelha-se, toma a
tigela nas mãos, leva-a à altura do Coração e, confiante, sereno, faz a
seguinte evocação:
“Em nome do Divino Poder de Tupan — primeiro nome Sagrado do Deus-
Pai — imploro, nesse instante, que a Cúpula Espiritual da Corrente Astral
de Umbanda possa consagrar, imantar e ligar-me, através dessa Guia
Cabalística, aos Poderes dos “Sagrados Mistérios da Cruz, com minha
Entidade de Guarda, a mim mesmo em espírito e verdade e ao meu corpo
astral, a fim de que me sejam concedidas Proteção, Cobertura e Filiação
diretas e eternas, enquanto honrar esse sagrado compromisso”.

Recitar essa evocação a 1ª vez e, terminando, inspirar o perfume contido


na tigela e exalá-lo suavemente, pela boca, sobre o mesmo conteúdo
onde está a dita Guia.

Proceder assim mais duas vezes, serenamente, depois, colocar a tigela


no mesmo local. Assim que transcorrer essa hora favorável do Sol, retirar
a Guia, enxugá-la ligeiramente e colocá-la no pescoço, para só retirá-la
vinte e quatro horas depois.

Cuidados especiais: essa Guia Cabalística não pode ser tocada por
mulher, seja Ela quem for, mormente se estiver menstruada. Suja tudo.
Se por acaso isso acontecer, volta-se à cachoeira, lava-se a Guia e
perfuma-se com o perfume indicado, isto é com o perfume que usou.

Para evitar essas e outras, conserve-a num saco de veludo verde ou


amarelo, e guarda-a onde não possa ser visada...

Agora passemos a orientar essa operação para o lado do elemento


feminino: a mulher, adepta ou iniciada, segue tudo exatamente como está
especificado nos itens a, b, c, d, e, f, g. Somente que o local será no sítio
vibratório Mar ou Praia, e também em cima de uma pedra desse elemento
da natureza. Essa operação tem de ser feita, também, no primeiro dia da
Lua Nova e numa hora favorável da dita Lua.

Cuidados especiais para mulher: logo que sentir os primeiros sintomas da


menstruação, não pegue mais na sua Guia Cabalística. Tendo relações
sexuais, não pode usá-la nem tocá-la (nem seu marido ou companheiro
pode pegar nela) sem antes tomar o banho de limpeza ou purificação
astral, com as 9 gotas do perfume usado ou de Alfazema (essência).

No mais, mesmos cuidados especificados para os homens, quer no


terreiro, quer em trabalho, etc.

Observação final sobre a Guia: esse objeto, assim preparado, o foi, dentro
de uma imantação astral-espirítica e pela Magia Branca. Não serve para
os mal-intencionados. Não servirá para os fins de baixa vibração ou
magia-negra. É um escudo contra ele. Quem assim proceder será em
pouco tempo disciplinado, castigado. Verá tudo reverter aos contrários, a
própria Cúpula mandará proceder o retorno. Em suma, tentar reverter os
fatores da Magia Branca para a Negra é suicídio psíquico, mediúnico,
astral.

Após homenagem que prestamos ao nosso Pai e Mestre, penetremos nos meios
de identificação dos Sinais da Lei de Pemba impressos na Guia Cabalística, na
Cruz Triangulada.

Mais uma vez reiteramos aos que se escandalizam com nossa decodificação da
Guia Cabalística, relembramos nosso Pai que dizia, na obra citada, na página
142, no 3º parágrafo.

“Procedemos dessa forma porque a “candeia deve ser posta na mesa” e para
que todos a vejam, e não escondida pelo egoísmo que tudo destrói ou se apaga
no egocentrismo dos que pouco sabem e por isso temem a ensinar o que lhes
possa fazer falta...”

A Cruz Triangulada ou Guia Cabalística foi a 1ª Revelação, o 1º grau das três


que serão reveladas como expressão e manifestação da Lei.

Pai Matta, insistiu, reiterou várias vezes, vimos em seus apontamentos, alhures
citados, que a Guia Cabalística era ordenada e consagrada pela Corrente Astral
de Umbanda.

Corrente Astral de Umbanda está mais afeta ao campo astral brasileiro, aos
médiuns com vínculos mais fortes com os elementos vibracionais dos aspectos
místico-superiores e regionais de Umbanda.

Não estão, por ora, afetos aos aspectos cósmicos, ao sentimento de síntese. Tal
fato comprova-se, como veremos, pelo próprio triângulo estar com o vértice
apontado para baixo. Embora Pai Matta eufemizasse, sabia Ele que o mesmo
estava mais relacionado com a guarda do médium cônscio e positivo, mas que
ainda não possuia sólidos patrimônios e convicções sobre a Confraria Cósmica
de Umbanda, precisando atrelar-se aos aspectos passivos da Lei...

Embora seja um avanço inimaginável, e poucos estão sintonizados aos seus


poderes, não podemos negar que a Lei expressa-se em equilíbrio, na harmonia
dos opostos, no Hexagrama. Antes de adentrarmos nos pormenores
permissíveis da Guia Cabalística do 2º grau — A Cruz Estrelada, estudemos à
luz da razão e do coração a Cruz Triangulada — a Guia Cabalística do 1º grau
— a 1º Revelação de Umbanda:
Aqui mais uma vez encontramos, pela Lei das Analogias, o equilíbrio dos
opostos.

Sim, a multiplicação é oposta à divisão.

Por sua vez a soma opõe-se à subtração.

Igualmente, podemos afirmar que multiplicar é somar, e dividir é subtrair.

A multiplicação 4x3=12 é a mesma coisa que 4+4+4=12.

A divisão de 12:4=3 é a mesma coisa que 12-4=8 e 8-4=4 e 4-4=0, isto é, houve
necessidade de subtrair-se 3 vezes.

Portanto, dividir um número por outro é saber quantas vezes este outro é
subtraído.

Outras operações matemáticas podem ser reduzidas às 4 operações básicas


(relacionam-se com os elementos).

Entre elas poderemos citar a Potenciação, Logaritmo, etc.

Por dentro do estudo do número e as 4 operações básicas, pois não


necessitamos de operações ou funções superiores (Cálculo Numérico, Função
Derivada, Função Integrada, etc.), penetremos nos Mistérios da Numerologia
Sagrada de Umbanda.

Iniciemos pelo número 3. Pode ser obtido:

1+2=3
1+1+1=3
É óbvio que utilizamos só a adição, pois poderíamos utilizar outras operações e
o mesmo poderia ser obtido “N” vezes.

Mas da adição de número inteiro, ficou patente que o número 2 pode estar no 3,
o mesmo acontecendo com o número 1.

Se multiplicarmos os dois números que o formaram o 3, com o próprio 3 teremos:

3x1=3
3x2=6

Se somarmos, teremos

3+1=4
3+2=5

Continuando, somemos o 4 e o 5 com o 3...

4+3=7
5+3=8

A soma 4+3=7 é de nosso interesse, o mesmo acontecendo com à multiplicação


4x3=12.

Demonstramos o óbvio, mas que às vezes não se percebe, e no caso da Cruz


Triangulada é importantíssimo para o entendimento de nossa demonstração e
decodificação da mesma.

Mas poder-se-ia questionar o que há de haver o número com a Cruz Triangulada


e sua decodificação?

A Cruz Triangulada é formada por uma Cruz (4) e por um triângulo (3). A soma
reproduz o 7, o setenário.

As medidas da Cruz são 7 cm/5cm que somadas dão 12 cm.

A quantidade de pedras são 57, que além de ser o número de Arcanos Menores
do Tarô, tem como componentes o 5 e o 7, que somados dão 12, que reduzido
retorna ao 3.

Após estes pormenores poderemos tentar uma decodificação.


O 5 é manifesto nos cinco sinais da base do Triângulo. Sabemos também que 5
são os Tatwas. Cinco são as vogais dos Espíritos que, segundo o combinado
astral, apresentam-se como “Caboclos”.

Portanto, na base do Triângulo temos 5 sinais

associam-se aos “Caboclos”, as 5 Forças Sutis.

Os 2 pontos são fixadores inerciais, e como aparecem nos 4 cantos, associam-


se ao 4x3=12 que são as Triplicidades Movimentando os Elementos.

Após termos explicado o 1º e 2º níveis de decodificação da base do Triângulo,


façamos o mesmo com seus outros dois lados.
Decodificação:

“Pelos Poderes e Mistérios (Cruz e Triângulo) do Senhor Jesus que reina na Lei,
estendo através do Orixá a “Cobertura Espiritual” ao mundo das formas.

Repisando:

O 1º ângulo ou androgônico, positivo revela:

1. Que as 5 forças da Natureza são controladas pelos 7 Orixás (Triângulo


e Cruz).

2. Temos os Espíritos que incrementam o Amor e a Sabedoria Crística —


“Crianças” e “Pais-Velhos” respectivamente.

3. Os 4 pontos simbolizam os 4 Elementos, movimentados pelas


Triplicidades.

O 2º ângulo ou Cosmogônico, relativo, revela:

1. Os cinco Sinais e os dois demais formam mantras, são a base


formadora de vocábulos bases (Orixalá, Ogun, Oxossi, Xango, Yorimá,
Yori e Yemanjá).

2. Os pontos são delimitadores vibracionais desses sons (mantras) e


movimentos (yantras). Como o Triângulo está voltado para baixo
relaciona-se aos aspectos passivos, aos aspectos mais telúricos, mais
frenadores das consciências necessitadas de constante direcionamento e
amparo.

O 3º ângulo demonstra que o Sr. Jesus (IShO — Samany) reina sobre


Homens e Elementos, através do Verbo Divino ou Anauam ou “Eu, o
Verbo” expresso no Ternário: reina na Lei, através dos Orixás ou 7
Espíritos Planetários.

Que esta demonstração, adicionadas às preclaras palavras de “Pai Matta”,


possam traduzir as expectativas da Cúpula de Umbanda, que permitiu abrir-se
mais um eró...

A 2ª Revelação
A Guia Cabalística da Cruz Estrelada
ou Hexagramática
A Tradição Cósmica, embora perdida para a humanidade, sempre esteve
presente e em atividade nos planos do Astral Superior. Nessas esferas
espirituais os seres estão em sintonia com os desígnios divinos. Sua
compreensão das Leis que regem o Cosmo e a evolução dos seres espirituais
no Universo Astral é tal que, naturalmente sua atividade reflete as emanações
volitivas dos planos mais superiores, em processo denominado Consciência-
Una.

Através da Consciência-Una se estabelece uma comunicação bidirecional em


que as Hierarquias Superiores tomam conhecimento dos fatos ocorridos nos
níveis mais baixos e, por outro lado, as instâncias inferiores da execução da Lei
recebem direcionamento para fazer girar a Roda da Vida. A amplitude deste
mecanismo é tamanha e, ao mesmo tempo, tão natural e harmoniosa que os
espíritos que já alcançaram este grau evolutivo, mesmo mantendo sua
individualidade, dispensaram qualquer sentimento ou pensamento de posse até
de suas idéias. Não consideram as mesmas senão como produto da reflexão da
Luz Divina, fonte imanente de todo pensamento e estão em sintonia com a Coroa
Divina.

Observa-se, consequentemente, que nos planos mais elevados da Vida


Espiritual não existe insubmissão, nem desejos de poder temporal, e qualquer
atitude tomada por um Ser Espiritual visa o bem de todos, acima de tudo, no
momento e no local adequado.

Exatamente por valorizarem o momento e o local adequado é que os Espíritos


da Confraria Cósmica de Umbanda, de tempos em tempos, promovem a
revelação de certos Conhecimentos vivos do Plano Astral, visando incrementar
a marcha evolutiva da coletividade terrena. Para tanto, aguardam a maturidade
suficiente das coletividades afins para lançarem as sementes dos novos tempos.

Uma destas revelações foi feita, como vimos, exaustivamente, ao meu Pai e
Mestre Matta e Silva. Na ocasião Mestre Yapacany ensinou a confecção da Guia
Cabalística com a Cruz Triangulada, capaz de propiciar àqueles que a ela se
vinculassem, uma ligação direta com a Cúpula da Corrente Astral de Umbanda,
estendendo ao discípulo uma possante cobertura e proteção contra as hostes
inferiores, durante sua atividade mediúnica.

A Segunda Revelação, quis o Astral Superior viesse por nossos canais


mediúnicos, assim a Confraria Cósmica de Umbanda estendeu-nos a Guia
Cabalística com a Cruz Hexagramática ou Cruz Estrelada, que diferencia-se da
primeira Revelação por significar, em sentido mais direto, mais do que a
Cobertura e Proteção espiritual, Filiação e Ordenação diretas, mas também uma
responsabilidade perante um compromisso assumido frente aos Senhores do
karma, de trabalhar em favor da caridade, seguindo a Doutrina do Tríplice
Caminho, havendo de conquistar, pela sua universalidade, todos os cantos do
planeta. Significa, enfim, a dedicação incondicional à Lei e a devoção aos
princípios que norteiam a caminhada evolutiva espiritual. Fazer reviver a
Tradição Cósmica.

Consideramos os sinais mencionados como duas grandes revelações porque


são, na verdade, a expressão de egrégoras ancestrais, plasmadas na memória
de todo o Universo Astral.

Realmente são traduções bidimensionais de equações da Matemática Celeste,


responsáveis pela formação do Cosmos e que encerram, em si mesmas, uma
Síntese, adaptação da Lei expressa no Verbo Divino, a própria Tradição
Cósmica.

Acreditamos que a revelação da Guia Cabalística com a Cruz Hexagramática


segue um planejamento do Governo Oculto do Planeta Terra, traduzindo das
Esferas Maiores da Aruanda o significado da Consciência-Una, expressa no
equilíbrio dos Princípios Ativo e Passivo da Lei e da Tradição Cósmica.

Antes de apresentarmos a Cruz Hexagramática, a mesma é uma Cruz cuja


dimensões já nos trazem alertas. A haste vertical com 9 cm. A haste horizontal
com 5,1 cm. A estrela de 6 pontas, o hexagrama, deve ser construído num círculo
de 5, 1 cm de diâmetro. O material é de alpaca ou prata, que como sabemos é
um excelente condutor. O mineral precipitador de campos elétrico-magnéticos
vem através dos 78 elementos ou contas de pedras semi-preciosas: ametista ou
quartzo translúcido (transparente).

A imantação deve ser realizada na Lua Crescente. A imantação que filia e


consagra com a Confraria Cósmica de Umbanda deve ser feita na cachoeira, ao
ponto do meio dia, por motivos óbvios. Caso não puder fazer-se na pedra da
cachoeira, faz-se em uma mata limpa e aberta, onde incidam sem obstáculos os
raios solares.

Após o 3º dia, portanto no 4º dia, deve-se consolidar a Imantação e a Filiação


recorrendo-se aos influxos do mar, no ponto de meia-noite.

Independente do interessado ser homem ou mulher, deverá usar somente a erva


e a flor do maracujá durante a imantação diurna. Na imantação noturna usar
folhas e pétalas de rosas brancas ou amarelas.

Os perfumes poderão ser sândalo (diurna) e verbena (noturna).

Deixaremos de dar o processo de sustentação vibracional (luzes, oferenda,


como proceder), pois a condição “sine qua non” para possuí-la, imantá-la é filiar-
se com seus poderes à Confraria Cósmica de Umbanda, é ser filiado a Corrente
Astral de Umbanda através da Guia Cabalística da Cruz Triangulada.

Queremos ressaltar que não se deve, em hipótese alguma, fazer uso da Guia
Cabalística da Cruz Hexagramática sem estar de posse das Ordens para tal.

Ela é um poderoso elemento-instrumento do Mago, que sabe como, quando e


porquê usá-la.

Aos iniciantes, neófitos ou mesmo iniciados nos primeiros graus, ou de primeiro


ciclo, mesmo que sejam Mestres de Iniciação de 7º grau, desaconselhamos tal
imprudência, que poderá trazer alguns distúrbios no campo mento-espirítico,
além de toda sorte de sanções que vêm através da “Lei de Pemba”.

Salvo raras exceções, algo que só pode ser determinado pelo Mestre de
Iniciação, esta Guia Cabalística poderá ser usada, sem cumprir-se o que alhures
ficou estabelecido.

Embora seja uma Guia Cabalística Consagrada pelo Astral Superior, não
haveremos de nos esquecer que a mesma possui além da Cruz, uma Estrela de
6 pontas.
Vejamos, e observemos sua geometria física e hiperfísica. Analise-a,
detidamente. Não deixe de lobrigá-la em todos os ângulos, em todos os
pormenores. Que sensação sentiu? Vibrou positivamente em você? Se
realmente assim aconteceu, você nos procurará, cedo ou tarde, pois temos
algumas coisas em comum...

Aí então, ensinaremos o modo correto de imantá-la, ao meio-dia e à meia-noite,


e isto tem seus arcanos, seus fundamentos profundos não só por dentro da Alta-
Magia, mas também na Psicurgia. Eis, aí, o ponto nevrálgico...

Temos plena convicção que os Verdadeiros Discípulos ouvirão os cânticos de


chamamento de Velho Payé, (Mestre Arashamanan) nos quatro cantos do
mundo. É só aguardar, pacientemente... Você ouvirá o cântico mantrânico... aí
teu coração e tua mente tranquilos e lúcidos te trarão ao Portal do Templo, nos
umbrais da Ordem Maior da Estrela Dourada dos Doze Anciões do Templo...

Após nossas ilações em que você contempla o talismã da Cruz Cabalística,


entendamos melhor sua geometria, funções e poderes.
Foi justamente pensando neste instante que expusemos no início do capítulo, os
4 Triângulos componentes, que compõem a “Coroa do Verbo”. Dos 4 Triângulos,
dois nos interessam mais diretamente. São os Triângulos da Terra e da Água.

Os Triângulos da Terra (vértice para o Norte — convencionado para cima) e da


Água (vértice para o Sul — convencionado para baixo), expressam o
Hexagrama, o mesmo da Guia Cabalística (2ª Revelação).

O Triângulo da Terra, (IShO) apontado para cima, identifica-se representa ou é


expressão do Princípio Espiritual Ativo (Ideação).

O Triângulo da Água, (BaRaMa) apontado para baixo, identifica-se com o


Princípio Espiritual Passivo (concretização ou manifestação).

IShO / BaRaMa — A interação dos opostos (do ativo e passivo) expressam a Lei
Divina, a qual é equilibrante, é equilibrada.

No sentido positivo/relativo

São esses os opostos equilibrados na Guia Cabalística da Cruz Estrelada,


portanto, deixemos ao Leitor Amigo e Irmão de Fé as explicações do porquê da
Cruz Triangulada ter o seu Triângulo com um dos vértices dirigido para baixo.
(Triângulo da Água ou de MaRiHa, que corresponde-se à Natureza — A Mãe
Sagrada).

Assim, após responder tal questionamento, tente entender o porquê do Astral


Superior ter feito a 2ª Revelação, que além de possuir as propriedades e poderes
da Cruz Cabalística da Cruz Triangulada, possui em acréscimo, poderes do
Triângulo com o vértice dirigido para cima.

Se conseguir entender, e acreditamos que entenderá, agradeça aos “Poderes


da Cruz”, à Confraria dos Espíritos Ancestrais, por estender-nos mais um
instrumento para nos auxiliar a subir a íngreme escada da evolução.

Louvado sejam os Poderes Divinos!

Louvado sejam os 7 Espíritos Planetários!

Louvados sejam os Senhores-Mestres da Doutrina do Tríplice Caminho.

Saravá!
Os 7 Sinetes Sagrados
Talismã da Confraria Cósmica de Umbanda
Para termos uma visão amplificada da Movimentação Magística, Psicúrgica ou
Teúrgica, faz-se necessário entendermos que as mesmas têm particulares
formações de ciclos e ritmos geradores de vibrações, que no contexto se
complementam.

A Doutrina Mântrica tem como ponto basilar equilibrante de sua movimentação


(Coroa do Verbo) a seguinte estruturação:

Portanto, relativo à Doutrina Mântrica, à Coroa do Verbo, temos a movimentação


Psicúrgica.
Por sua vez a Doutrina Yântrica tem como pedra angular equilibrante de sua
movimentação (Coroa da Escrita Cósmica), a seguinte estruturação.

Portanto, relativo à Doutrina Yântrica, à “Coroa da Escrita Cósmica” temos a


Movimentação Magística.
Finalmente, a Doutrina Tântrica em seus aspectos superiores tem como ponto
equilibrante de sua movimentação (Coroa da Luz Criadora) a seguinte
estruturação.

Os 3 Fundamentos se complementam, sendo que no planeta predomina, tem


ação potencializada a estruturação que faz “girar” a Roda da Vida, representada
pela “Coroa da Escrita Cósmica”, que em verdade movimenta, através da Alta
Magia, os elementos mantenedores da vida planetária.

Diante desses conceitos preliminares, pois há variações, interpolações,


entrecruzamentos vibracionais, e na dependência da necessidade, o verdadeiro
Mago saberá como conciliar estruturas aparentemente contrárias, mas como
sempre, se complementam, se tocam.

Portanto, deixemos aos Iniciados que aqui não encontrarão nenhuma dificuldade
em fazer as devidas deduções.

Partindo dessas premissas, que segundo outras Escolas, mas que são ou fazem
parte da Tradição Cósmica, podemos citar:
Após esta necessária e sucinta explicação interpenetremos nos Arcanos dos 7
Selos Magísticos ou Sinetes Sagrados por dentro da Escrita Cósmica (Lei de
Pemba), em seus aspectos superiores.

Daremos 7 Sinetes ou 7 Selos Magísticos que deverão ser confeccionados em


prata ou alpaca.

Os 7 Sinetes serão circulares, com 7cm de diâmetro, sendo os ideogramas


gravados em frente e a geometria sagrada no verso.

Antes de explicarmos suas ações, reações e projeções magísticas,


interpenetremos algumas relações e correlações das Vibrações Originais dos 7
Orixás Planetários.
Após os 7 Sinetes Sagrados, daremos o Selo de Exu, que se presta a elementos
de desagregação e neutralização de forças ou energias negativas.

Deve ser confeccionado em placa circular composta por faces feitas por uma
placa de aço soldada a uma placa de cobre. Na medida de 7 cm de diâmetro.

O Sinete deve ser gravado na face de cobre...

Após a demonstração expliquemos a forma de utilização das placas.

Em primeiro, fazemos a purificação ou neutralização de cargas negativas das


placas.
A desimpregnação é feita deixando-se no período noturno, a placa por uns 30
minutos, imersa numa tigela que contenha água do mar.

A Imantação é feita da mesma forma que ensinamos em nossas outras obras.

O interessado, após adquirir as 7 placas e inscrever, gravar os 7 sinetes ou selos,


pode em uma prancha de madeira no formato circular (50cm de diâmetro),
colocá-las, uma em cada um dos 7 setores.

Sobre as placas, coloque 7 cristais (quartzo transparente em forma de cone ou


pirâmide) previamente desimpregnados em água do mar e imantados ao sol.

Este aparelho magístico que contém os 7 selos impressos nas 7 placas, tem
sobre si 7 cristais, tem como função purificar, ativar os chacras, ou mesmo
atuando na terapia astromagnéticas.

Esta “Coroa de Metais e Cristais” refletem a Luz dos 7 Raios, os ciclos e ritmos
dos Orixás, servindo para todos, independente da Vibração Original do Orixá
Ancestral que o rege.

Para purificar e ativar os chacras, inicie segurando a placa relativa ao chacra


básico com a mão esquerda, sendo que a mão direita segura o respectivo cristal
e leva-o próximo a região genésica. Faz-se o Mantra; Visualiza-se o Yantra
enquanto durar a operação, que não necessita passar dos 3 minutos.

Prosseguindo faz-se com o chacra seguinte até a conclusão no chacra coronal.

Esperamos que todos entendam o que quisemos demonstrar...


Deixamos a todos o mérito de desdobrar e interpenetrar os vários fundamentos
possíveis.

Leitor Amigo, preste atenção nesta ilustração:

Este é o Talismã consagrado pela Confraria dos Espíritos Ancestrais, podendo


ser usado por todos os interessados, em ligar-se a esta confraria, independente
de credos ou filosofias.

Aos adeptos ou Iniciados do Movimento Umbandístico informamos, que o


Talismã pode ser usado independente de qual seja sua vibração ancestral, isto
é, de seu Orixá Kármico.

É um talismã que filia diretamente seu possuidor com a Confraria Cósmica de


Umbanda.

A Imantação obedece aos padrões de outros talismãs por nós demonstrados em


outras obras.

Após imantado usá-lo no pescoço. Só trará benefícios.

Além da filiação e cobertura que vem pela Confraria dos Espíritos Ancestrais de
Umbanda, faz seu possuidor receber os benefícios das Egrégoras Consonantes
do Astral Superior.

Não é um amuleto ou objeto fetichista, é mais um galvanizador e catalisador de


energias positivas, que canalizam-na para o aura de seu portador formando um
escudo protetor e mesmo de defesa contra correntes de pensamentos negativos,
sentimentos e ações contundentes.
Atua, pois, em nível das camadas dos Organismos Mental, Astral e Físico,
fazendo integração entre os mesmos, isto em nível elétrico e magnético.

Atua na bioeletricidade, reequilibrando células que devido ao gradiente elétrico-


magnético negativo, podem desencadear anomalias fisiológicas, anatômicas,
culminando nas doenças ou “stress”.

É portanto um elemento vibrátil que estabiliza inclusive as membranas celulares,


segundo os conceitos de bioeletricidade, oriunda nos ciclos e ritmos do
Organismo Astral.

Quem usá-lo, só poderá, além da Cobertura Espiritual que receberá, sentir bem-
estar psíquico, emocional, físico e principalmente espiritual.

Maiores esclarecimentos poderão ser encontrados em nossa futura obra, que já


está no prelo ou em nosso Templo, onde recebemos muitos Irmãos de Fé de
várias partes do país e do exterior.

Ao término deste penúltimo capítulo após discorrermos sobre a 2ª Revelação da


Guia Cabalística, com a Cruz Hexagramática, os 7 Sinetes Sagrados e Talismã
da Confraria Cósmica de Umbanda, concluamos o que fizemos no início do
capítulo.

Sim, falávamos da Verdade, da Lógica e da Razão, que dissemos estarem


baseados nossos Fundamentos.

Quando iniciamos nossa tarefa na literatura umbandística, acreditávamos que


ao tornar claro o que existia, o faríamos através de uma linguagem lógica, não
teríamos opositores, pois todos sentiriam a sinceridade de propósitos, e mais
que isto, lógica e razão.

Infelizmente, enganamo-nos... Pois, se há os que primam pela lógica e bom


senso, há os que primam por uma anti-razão, um espírito de inobjetividade, de
arbitrariedade, de cegueira, de parti pris, de sofismas, que procuram, por
interesses mesquinhos, por vantagens hedonistas, destruir, ocultar a pura
explicação, a verdade das coisas. Nesta luta, muitas vezes a anti-razão vence a
razão.

Finalizando, quando a verdade pura e simples contraria grandes interesses é


condenada às vezes a morrer.

Segundo pudemos inferir da obra de Karl Jaspers — Razão e Anti-Razão em


nosso tempo, a razão não tem medo de mudanças em nenhum setor, quer
intelectual, quer social, etc. A verdade que possuímos é sempre relativa, isto é,
suscetível de mudar para o mais verdadeiro.
A anti-razão, ao contrário, teme as mudanças porque só lhe agrada o status o
qual é mantenedor dos seus interesses e de suas posições. Além disto, qualquer
agitação pode trazer luz às trevas e então expor a nudez de suas verdades...

Adendo Especial
Após decodificarmos a Guia Cabalística de 1º grau (Cruz Triangulada) e revelar
a Guia Cabalística de 2º grau (Cruz Hexagramática), devemos reiterar que estas
são traduções bidimensionais de egrégoras consonantes, há muito existentes
nos Planos d’Aruanda.

Podemos adiantar que, se o 1º grau contém o triângulo e o 2º grau o hexagrama,


ou estrela de seis pontas, o 3º grau segue a progressão geométrica e tem
figurada, sobre a Cruz, a Estrela de Doze Pontas.

Esta cruz com a estrela dodecagramática vibra no Templo da Ordem Maior da


Estrela Dourada, nos mais altos planos do Astral Superior e significa...

Por motivos óbvios, mostramos abaixo esta terceira revelação de forma parcial,
sem todos os sinais que a compõem. Esperamos que o caráter sublime que sua
parcialidade já revela venha a se tornar um estímulo para todos nos esforçarmos
pela evolução moral do planeta. Sabemos que muito temos por conquistar, mas
confiamos no Astral Superior e conquistaremos...
12
Umbanda — A Tradição
Cósmica

A Tradição Cósmica carece de ser resgatada, restaurada. Acreditamos ser real


tal necessidade, mas por onde começar? No Homem?!! Sim, a Tradição Cósmica
não adulterou-se, não cindiu-se. Adulteraram-na, cindiram-na... O Homem é o
responsável, portanto, resgatar a Tradição Cósmica significa resgatar o
Homem...

Em nossa temática e desenvolvimento da mesma, percebemos de forma


insofismável, que a verdadeira Tradição Cósmica não é apenas ou somente o
estudo da “Antiga Tradição”, no que se refere às Forças da Natureza, do Plano
Divino e do próprio Homem.

Ainda, essa “Antiga Tradição” é permeável, permissível somente a uma elite de


indivíduos selecionados, através de uma Iniciação progressiva, tal qual fazia-se
no antigo Egito como nos velhos santuários da China, Índia, Tibet, etc...

Como sabemos, essa “Antiga Tradição” ainda não é a Proto-Síntese, a Tradição


Cósmica, a qual nos foi legada pela Raça Vermelha pura, há milhares de anos.

Mesmo não sendo a Tradição Cósmica, é apanágio da “Antiga Tradição”


restaurá-la, resgatá-la, mas primeiro haverá de resgatar o Homem, razão e
objetivo central da mesma.

Essa Tradição Cósmica está em todas as “Academias do Saber”, em todos os


setores filo-religiosos, não sendo privilégio de nenhum deles, embora todos
queiram tal primazia ou pioneirismo.

Quando muitos “Mestres do Astral Superior” doutrinam que os vários


Movimentos Espirituais, viventes em todos os “loci” planetários, visam resgatar
o AUMBHANDAN — A TRADIÇÃO CÓSMICA REDIVIVA OU A PROTO-
SÍNTESE CÓSMICA, assoberbam-se os espíritos, exaltam-se vaidades e
orgulhos pueris e sentenciam que tal conceito é uma falácia, quiçá, heresia... Por
quê? Porque não conseguem aquilatar valores e muito menos compreender que
afirmou-se, Movimentos Espirituais, que mais uma vez aditamos, são viventes
nos quatro cantos do planeta.

Todos os Movimentos Espirituais ou Espiritualistas, cumprem a parte que lhes


cabe, inclusive o Movimento Umbandista.

Fica difícil, impossível para muitos, perceberem que o Movimento Umbandista


não está afeto somente ao Brasil e que em outros países, pode ser vivente, com
outro nome, e obviamente, na aparência, nada similar ao existente no Brasil.

Após nossas premissas, somos levados a concluir que, Movimento, seja ele qual
for, é adaptação ao grau consciencial de seus adeptos. Essa adaptação é feita
em consonância com as crenças, crendices das humanas criaturas que
encontram-se em todos pontos do planeta.

Movimento Espiritualista, seja ele qual for, é um amortecedor consciencial, o


qual, gradativamente, sem traumas, procura elevar o Homem; procura resgatá-
lo, induzi-lo, segundo sua própria evolução espiritual a vários patamares
conscienciais, a ter uma visão cada vez mais ampliada de si, que o fará melhor
entender seu relacionamento com a Natureza, com o Plano Divino.

Essa harmonia do Homem consigo e com seus semelhantes e o seu


relacionamento positivo e consonante com a Natureza Física e Divina são os
objetivos essenciais do Movimento Umbandista, pois assim fazendo, estará
resgatando o Aumbhandan — A Proto-Síntese Cósmica (Tradição Cósmica).

Mais uma vez somos forçados a citar a indignação de muitos quando se faz tal
afirmativa. Não compreendem como o Movimento Umbandista pode resgatar a
Tradição Cósmica, pois ele é tão confuso, heterogêneo e muito mais se parece
ou associa-se ao folclore.

Sim, não são poucos os forâneos e mesmo os adeptos do Movimento


Umbandista que crêem ser ele apenas folclore.

Os estrangeiros ou seja Irmãos de outros países, pesquisadores, vêm ao Brasil


para estudar o folclore, e nisto incluem a Umbanda.

Não conseguem entender quando afirmamos que o quê “conhecem” como


Umbanda (Movimento Umbandista) é adaptação ao grau consciencial das
humanas criaturas de um país-continente, e onde se tem uma amostragem de
toda a Sociedade Planetária. Sendo assim, aqui, no Brasil, um mini-planeta.

Quando nos perguntam qual o objetivo principal da Umbanda, se escandalizam


quando lhes dizemos ser resgatar a Tradição Cósmica, fazendo do planeta uma
grande aldeia, onde todos possam deixar os estreitos sentimentos nacionalistas
e pensar em ser um cidadão planetário. Sim, somos terráqueos, e precisamos
resgatar nossa Tradição Cósmica, que é vivente, através do Movimento
Umbandista, mais uma vez afirmamos, em todos os rincões do planeta.

No presente momento que estamos lançando mais uma obra, os Mestres do


Astral Superior, que plagiadores despreparados e sem compromissos com a
verdade denominam e se auto-denominam de “Mestres de Luz”, nos
demonstram a necessidade de uma retomada da universalização dos
fundamentos que nos conduzem à Tradição Cósmica.

É, por isso que nos revelaram a “Doutrina dos Três Caminhos” ou a “Doutrina do
Tríplice Caminho”, que independente de cor, credo ou raça, e principalmente de
adaptações regionais, permitem que em todo o planeta tenha-se um Culto-Uno.

É o início da retomada da Tradição Cósmica, que como dissemos, pode ser


vivente em qualquer lugar do mundo, pois a “Doutrina dos 3 Caminhos” propugna
que o progresso, a evolução, a espiritualização e a felicidade do Homem está no
Caminho do Amor Puro, no Caminho da Sabedoria Humilde e no Caminho da
Ação Efetiva e Simplificada.

Na verdade a “Doutrina dos 3 Caminhos” é vivente em todo o mundo, mas no


Movimento Umbandista afeto ao Brasil, já que o mesmo é universal, é visto
segundo a mítica e o próprio Carma Coletivo, através das Vestimentas Místicas
que representam ou velam a “Doutrina dos 3 Caminhos”.

Espíritos que em obediência ao sincretismo e grau consciencial vigente nos


milhares de “unidades religiosas” denominadas Tendas, Cabanas, Templos,
Terreiros, para melhor serem aceitos e compreendidos, se travestem de
“Crianças” (Mestres do Caminho do Amor Puro); “Caboclos”. (Mestres do
Caminho da Ação Simplificada) e “Pretos ou Pais-Velhos” (Mestres da Sabedoria
Humilde).

Na expectativa de ilustrarmos ainda mais nossas proposições, antes de


adentrarmos em conceitos da Iniciação que nos conduzem à Tradição Cósmica,
ouçamos as “Vozes d’Aruanda”, através do Sr. 7 Espadas.

“Assim como há numerosíssimos graus de entendimento ou alcance espiritual


(grau consciencial) em nossos milhares de “Terreiros”, há também para cada um
deles, um culto ou ritual que mais lhes fale a alma”.

Analisando-se esta frase basilar do Mestre Orishiauara (Sr. 7 Espadas),


percebemos nitidamente não só de suas palavras, mas do que delas pode inferir-
se, chegamos à conclusão, que as várias religiões ou sistemas filo-religiosos são
adaptadores aos graus conscienciais. Esta é mais uma universalidade do próprio
Movimento Umbandista.
“A finalidade do Movimento Umbandista não é só combater os quiumbas ou
desmanchar trabalhos de baixa-magia, mas sim de ser uma Escola de Trabalho
de Restauração do Indivíduo, da Sociedade, do Mundo.

Necessitamos mudar o modo de pensar, sentir e agir. Precisamos entender que


se a baixa-magia e os quiumbas existem, é porque encontram nos atos dos
homens consolidação e concretização de seus desejos, pela lei da afinidade,
sintonia vibracional ou simbiose espirítica”.

Após estas afirmações, chegamos à conclusão, infelizmente, que muitos vêm o


Movimento Umbandístico como um balcão onde podem servir-se disto ou
daquilo.

Sim, exigem, reclamam, batem o pé, mas nunca cogitam ou questionam se há


ou não merecimento para que determinadas petições, algumas absurdas e que
devemos levar mais para o lado da ignorância das coisas espirituais, possam ser
atendidas.

Se a maioria tem essa visão distorcida e os Mentores Espirituais tem-lhes


tolerância, longe de nós qualquer crítica ou intolerância. Compete-nos ajudá-los,
auxiliá-los a reencontrarem-se, a não mais fugirem da própria vida, que reclama
responsabilidade e maturidade.

Por outro lado, no reverso da moeda há uma minoria que entende o Movimento
Umbandístico como uma “Escola de Síntese”, iniciando a mesma pela
restauração do próprio homem, de sua personalidade.

Sim, a Umbanda é realmente a “Síntese Cósmica” ou seja a unicidade do Amor


e Sabedoria Cósmicos entrelaçados pela Ação Inteligente ou Fortaleza Moral,
aplicados não só no plano físico, mas atuante nas zonas mais elevadas do Astral
Planetário.

Para melhor entendermos a Universalidade da Umbanda, mais uma vez


precisamos recorrer à Metafisica e Dialética. Portanto, asserenem os espíritos
os cientificistas de “última hora”.

O Fundamento básico do surgimento da mediunidade vela tal universalidade da


Umbanda.

Remontemos a um passado longínquo, por ora desconhecido da Ciência Oficial


Acadêmica, assim como são outros aspectos e fenômenos, e melhor
entenderemos o que alhures citamos.

A maioria dos indivíduos da Raça Lemuriana possuia os sete sentidos, o mesmo


acontecendo em certo período da Raça Atlante. Fica óbvio que se possuíam os
7 sentidos, não havia necessidade de mediadores (médiuns) entre as duas
dimensões, isto é, a do plano astral e a do plano físico.
Foi, portanto, com a interdição da comunicação natural entre as duas dimensões,
que através da Misericórdia Divina surgiram os primeiros médiuns.

Os que não eram intermediários ou seja não eram médiuns, tinham em suas
organizações astrais e físicas uma barreira dimensional que ocasionou a atrofia
dos 2 sentidos superiores, acarretando a interdição ao acesso da memória plena,
de outras vidas, etc.

Os primeiros médiuns tinham suas telas mentais e etéricas afrouxadas em três


pontos básicos permitindo a manifestação de três Entidades com funções
diferentes.

Primeiro Tipo — Entidades Espirituais, Mestres da Doutrina do Amor


Puro — Mestres da Doutrina Mântrica (o Verbo). Alteravam as vozes de
seus médiuns, pois atuavam mais diretamente no chacra cervical.

Segundo Tipo — Entidades Espirituais, Mestres da Doutrina da Atividade


Inteligente — Mestres da Doutrina Yântrica.

Alteravam o porte físico, a postura física de seus médiuns, pois atuavam


nos chacras intermediários

Terceiro Tipo — Entidades Espirituais, Mestres da Sabedoria Humilde,


Mestres da Doutrina Tântrica.

Alteravam a postura de seus médiuns, curvando-os ligeiramente, pois


atuavam no chacra genésico e básico.

Após nossa descrição em que demos novos enfoques aos fundamentos por nós
mesmos esposados, esperamos ter demonstrado que a Umbanda é Cósmica,
não só seus Princípios, mas aqueles que os preconizam, isto é, os Mentores
Espirituais de Umbanda.

Com isto é evidente que esses “Mentores Universais” expressem: O Amor


Cósmico; A Atividade Cósmica e A Sabedoria Cósmica.

São portanto universais, mas que podem adaptar-se à mística de qualquer Povo
ou Raça, pois qual o Povo ou Raça que não tem como expoentes espirituais os
Puros, os de Ação e os Sábios.

Embora possam adaptar-se à mística, estamos preconizando a Síntese Cósmica


acima de sincretismos ou místicas, portanto vivenciados de forma cósmica,
universal.

Acima do mítico, místico, o cósmico, pois é expressão da própria Lei, que


manifesta-se através da Essência (Mestres da Sabedoria Cósmica), Substância
(Mestres da Atividade ou Ação Cósmica) e Existência (Mestres do Amor
Cósmico).
Dá para entender-se como do mítico, místico dá para chegarmos ao Cósmico.
De conceitos aparentemente simples, chegamos ao complexo. São esses os
verdadeiros Fundamentos de Umbanda ou Fundamentos que são válidos em
qualquer lócus do planeta.

Antes de prosseguirmos, façamos um quadro sinótico em que associamos os


Senhores da Doutrina dos 3 Caminhos com seus atributos.

Após o quadro sinótico mais uma vez chegamos a conclusão que a Umbanda é
Cósmica; não sendo privilégio de ninguém, é patrimônio de todo o planeta.

Esperamos ter demonstrado a todos que a Umbanda não é brasileira ou quiçá


africana, como muitos vem apregoando, insistentemente.

Evidente que há, como vimos, Movimentos Espirituais, os quais expressam-se


segundo o grau consciencial ou a mítica que é uma explicação da realidade.

Embora sendo um sistema fechado, o mito é uma Ciência do Concreto, que


segundo os graus conscienciais, tenta explicar e ordenar a Realidade. Esta
verdade é a função dos Movimentos Espirituais.

A Umbanda Cósmica tenta explicar a Realidade através da “Ciência do


Concreto”, mas também através da “Ciência do Abstrato” — Filosofia Cósmica.

Ser um Mentor Espiritual de Umbanda independente do grau hierárquico,


segundo seus processos kármicos, por dentro da Hierarquia, é um título, uma
outorga especial conferida pela Confraria Cósmica de Umbanda, a quem tenha
prestado relevantes serviços ao planeta e aos seus semelhantes, sendo pois,
um Ser Espiritual de transcendental experiência nas lides planetárias.

Quando afirmamos terem os Mentores Espirituais de Umbanda prestado


relevantes serviços, isto pode ter acontecido no plano astral ou no plano físico,
pois alguns deles nunca encarnaram no planeta, mas auxiliam-no de maneira
efetiva e abnegada. São Abnegados Cósmicos...

Ter ou usar um nome de Entidade de Umbanda é um título conferido pelo


Governo Oculto do Planeta, àqueles que muito deram em prol do planeta.
São as Entidades Espirituais que conhecemos no grau de Guia para cima, por
dentro da Hierarquia dos Orixás Ancestrais.

É pelo exposto que a linguagem de Umbanda é arqueométrica, Cósmica. Seus


vocábulos, podemos afirmar, são universais, não sendo patrimônio de uma única
Raça ou Povo.

Muitos podem nos questionar, pois em outras obras dissemos que a Umbanda
era Brasileira.

Quando afirmamos ser a Umbanda Brasileira, estamos dizendo que Ela é


Universal, pois temos o Brasil como a primeira porção de terra a emergir do
Pélago Universal e onde surgiu a 1ª Humanidade, portanto a Síntese Cósmica,
expressa como a Religio-Vera, a qual surgiu com o Tronco Tupy.

Foi aqui no Brasil também que teve início sua deturpação, portanto, nada mais
justo que reinicie por aqui.

Atualmente, temos no solo e astral brasileiros, amostras fidedignas da


Sociedade Planetária, pois todos os Povos, todas as Correntes Espirituais aqui
se congraçam.

É o Brasil, segundo o contexto astral planetário, o Centro Diretivo, a Capital


Espiritual do Planeta.

Embora a Augusta Confraria Crística esteja no astral de todos os Continentes,


seu Templo sede se libra na 7ª Esfera do Astral Brasileiro, Zona Astral onde não
há fronteira vibratória. É em verdade a sede do Governo Oculto do Planeta.

Muitos poderão achar privilégio ou afirmar que os Seres Espirituais não tem
pátria, e que no Astral todos estão unidos sem necessidade de limites ou
fronteiras...

A verdade é que há fronteiras nas Zonas Astrais que estão nas confluências da
superfície planetária. As fronteiras de ordem astral obedecem, via de regra, as
fronteiras existentes entre os países, isto no plano físico denso. Isto acontece da
1ª à 4ª zonas, sendo que daí para cima temos a universalidade de conceitos,
idéias, “linguagem”, etc.

Em níveis superiores, 5ª, 6ª e 7ª zonas não há fronteiras, a linguagem é a do


Espírito. Prevalece a Síntese Cósmica do Amor, Sabedoria e Entendimento. É a
suma Fraternidade Planetária.

Se assim expusemos é porque nos sentimos um cidadão planetário, e não mero


nacionalista orgulhoso e egoísta. Somos apologista do “Solo Planetário”
independente de fronteiras ou bandeiras exclusivistas.
Não temos a pretensão utópica para o atual momento planetário de países sem
fronteiras geo-políticas, sociais, étnicas e econômicas. Todavia, acreditamos nos
diletos Mentores Espirituais de Umbanda, os Espíritos Planetários, que afirmam
que a união dos povos pode iniciar-se pelos aspectos Filo-religiosos, que em
verdade poderá ser de Síntese Cósmica — o misterioso elo que une
harmoniosamente a Religião, a Filosofia, a Ciência e as Artes, num bloco-uno,
no Conhecimento-Uno.

Portanto, após analisar-se, sem sectarismos, é mais que justo deixar-se a


nomenclatura “Corrente Astral de Umbanda” (Movimento Umbandista, no Brasil)
para Confraria Cósmica de Umbanda (Aumbhandan — Cósmico) que reunirá
todos os “Movimentos” adaptados que são aos vários povos, países. O
Movimento Umbandista se universalizará, está e estará em todos os países,
fazendo a união, a Grande Fraternidade Planetária.

Quando afirmamos estar surgindo em todos os Continentes e países, muitos


questionarão que não têm notícias do Movimento Umbandista tal qual faz-se no
Brasil em outros países, sejam eles europeus, asiáticos, do oriente médio,
americanos ou africanos.

Realmente, estão corretíssimos em seus questionamentos. E por quê? Porque


há adaptações à mística, às tradições e às crendices regionais (isto no aspecto
iniciático) de cada povo ou país.

Nesses países, assim como no Brasil, cultuam-se os Ancestrais, que em cada


povo ou pais são diferentes, portanto explicam perfeitamente as diferenças, no
aspecto sincrético, pois no cósmico não há.

O que é de estarrecer, de pasmar é que uns e outros, segundo fomos


informados, sem o mínimo de conhecimento de causa das Leis Cósmicas que a
tudo dirigem, sem o mínimo preparo e sem o estigma de universalidade, querem
impor um Movimento Umbandista tal qual faz-se no Brasil a povos que nunca
tiveram em sua mística ou folclore nada que os identifiquem com as “Vestimentas
Místicas”, de adaptação consciencial, e pior com os sub-planos, essencialmente
de um Região Brasileira.

Como simples exemplo tomemos a Suíça ou quiçá a Bélgica. Que diríamos do


Japão?!!

Como no Japão poderiam “baixar” “índios brasileiros”, “Negros escravos”. E os


“baianos”, “boiadeiros” que são próprios do misticismo, crenças e crendices de
certas regiões do Brasil?!! (No Japão há o Shintoísmo que é o Movimento
Umbandístico de lá).

Há de fazer-se adaptação, segundo a mística vivente em cada povo, em cada


País ou Raça...
Interessante salientar-se que cada povo tem sua mística, seus mitos, que se
expressam em vários Movimentos Místicos-Religiosos, que em verdade são o
próprio Movimento Umbandístico adaptado às massas populares, visando
incrementar-lhes a evolução.

Até o momento nos expressamos sobre conceitos viventes no Movimento


Umbandístico, isto nos planos iniciais. O Movimento Umbandístico é um
adaptador consciencial, elevando o grau de entendimento dos seus prosélitos.
Lentamente alça-os do regional ao universal. É necessário ter paciência,
serenidade, que o Movimento Umbandístico no momento exato estará fazendo
a grande catarse, a restauração, o resgate do Aumbhandan — A Proto-Síntese
Cósmica.

É importante frisar-se que em outros países há o Culto aos Ancestrais, que


atende à mística e misticismo do povo, mas que, em aspecto cósmico estarão
se expressando e pregando a Doutrina dos 3 Caminhos ou a Doutrina do Tríplice
Caminho. Este é o discurso básico da Umbanda Cósmica. O Meio, a Via, o
Caminho para a libertação e amplificação do consciencial, que trará a Evolução,
a Iluminação Interior.

Após nossas ligeiras explicações de como a Doutrina do Tríplice Caminho


expressa-se, vejamos como a Iniciação Umbandística nos propicia os meios de
alcançar a Tradição Cósmica.

Mas o que é Iniciação?

Iniciação é uma necessidade, um valor espiritual, que resgatará o Homem,


resgatando a Tradição Cósmica.

Mas o que é um Valor? É uma não-indiferença de alguma coisa relativa a um


sujeito.

Apresenta-se como uma relação, um produto entre o sujeito dotado de uma


necessidade qualquer e um objeto ou algo que promove uma qualidade ou
possibilidade de satisfazê-lo.

A necessidade por sua vez é uma carência, um déficit, uma perda qualquer do
equilíbrio da pessoa (Homeostasia).

O homem age impulsionado por necessidade de sobrevivência, para satisfazer


seus desejos, pela necessidade de crescer como pessoa.

O Valor cresce na medida que acontece a necessidade na pessoa (há quem


sinta necessidade de sair da vida trivial, entrando em uma vida iniciática).

Embora o valor seja uma necessidade, esta varia de indivíduo a indivíduo, prova
fidedigna do grau consciencial próprio a cada um.
Ainda, continuando, sabemos que nosso cérebro é um condensador, concretiza
nossa mente, consolida-a.

Nossa mente produz valores racionais, que obedecem aos cânones da Lógica e
valores imaginários, mas que podem atuar profundamente no comportamento da
pessoa (Etologia).

Os valores imaginários não podem ser desprezados, pois são um conjunto de


idéias, até de fantasias que as pessoas criam, e ao mesmo tempo fazem com
que elas sejam impulsionadas para a vida. Fazem parte disso os mitos, as
crendices, as crenças, etc.

Nunca podemos afirmar que algo não tem valor a alguém, pois está na
dependência direta de sua percepção, inteligência e grau consciencial.

Assim, as diferenças de valores estão na dependência do grau consciencial,


profundamente enraizado no espiritual e psiquismo das pessoas.

Uma carência, seja ela qual for, gera um desequilíbrio que causa um acumulo
de tensões, tanto físicas como psíquicas e fazem com que o indivíduo seja
impulsionado a buscar o objeto visado, que é uma não-indiferença e que trará
um processo de prazer ou satisfação.

Se uma necessidade for sublimada (termo usado por Goethe) o indivíduo terá
subido mais um degrau em sua escada evolutiva. É o que procura fazer a
verdadeira e real Iniciação.

Por dentro da Teoria dos Valores, não podemos olvidar os gregos, que foram os
primeiros a estudá-la (Axiologia).

Sócrates tinha como valores a Ética. Afirmava que Alcebíades, o grande general
grego, só poderia ser corajoso e justo se conhecesse profunda e integralmente
o que era justiça e a coragem.

Platão, discípulo de Sócrates, preconizava que os valores estavam relacionados


ao Bem. Bastava ter uma existência e já seria considerado Bom.

Tinha uma idéia profunda do Bem e dizia que o mesmo era pré-existente no
“Mundo das Idéias” (Topos Noetós), onde tudo era Bom, e ao concretizar-se no
mundo concreto, seria Bom.

Aristóteles, o Pai da Lógica, dizia que os seres se comportam em termos de


valores.

Todos os filósofos citados, tinham como muitos hoje ainda têm, os valores
centrados no objeto e não no sujeito.

Kant foi o primeiro a mudar tal atitude, dizendo que os valores estariam no sujeito
e não no objeto. Portanto deslocou o valor do objeto para o sujeito.
Nietzsche disse, pela primeira vez que “em torno dos descobridores de valores
novos é que o mundo se move”.

Retornando ao tema central, afirmamos que a hierarquia de valores está


relacionada com o grau consciencial. Se a hierarquia de valores é diferente, as
necessidades são diferentes.

Os valores para nós umbandistas (universalistas) são sintéticos, ou seja, é como


se houvesse vários valores em torno de uma verdade.

A Síntese é nosso objetivo, e para alcançá-la, precisamos ter ciência que a nossa
única realidade é o espírito (eterno, imortal).

Se nosso “cérebro” produz o racional e o imaginário, obviamente deve produzir


o intuitivo, que é um processo de apreensão do espírito.

O processo intuitivo é a síntese.

Após breve digressão penetremos nos aspectos essenciais da Iniciação.

A realidade e a fantasia ou o mito são fatores introdutórios ou os aspectos


básicos da Iniciação.

A Realidade é uma marcha que encontra em sua trajetória os obstáculos de


fantasia.

A fantasia, às vezes, é um obstáculo aparente na trajetória da realidade que


depara-se com o mito. A única realidade como vimos é o ser espiritual, o demais
é fantasia.

Dentro de uma argumentação lógica, podemos afirmar, em última instância que


a Iniciação é a busca da realidade, a busca do ser espiritual.

Podemos falar sobre forma e essência, sobre luz e sombra, regional ou universal.

Se a Realidade conduz à Iniciação e a recíproca é verdadeira, eu encontro-me


comigo mesmo, ou seja, o Ser Espiritual.

A Iniciação visa trazer a Realidade através de uma trajetória em que se aumente


a percepção, a consciência e a vontade.

Iniciação é a forma de reencontrar a percepção, a consciência, a inteligência


através da vontade potencializada pois estes são atributos perdidos, eclipsados
do Ser Espiritual.

É também potenciar a vontade, isto é, ir ao encontro do fluxo do ciclo e ritmo


cósmicos, que é contrário ao sujeito.

O Iniciando deve reverter esta imersão e para tal deverá potenciar sua vontade,
caso contrário será um fracassado.
A Iniciação visa, em graus superiores, fazer com que o karma individual, grupal,
coletivo e planetário, mesmo estando em níveis ou patamares diferentes,
estejam no mesmo sentido.

O Planeta Terra e sua Coletividade criaram um karma. Esse foi alterado devido
a condutas inoportunas, infelizes, as quais geraram uma egrégora planetária
pesada, deletéria.

Sabendo-se que egrégora é a somatória das formas-pensamentos criadas pelos


indivíduos, quando esses pensamentos são dissonantes a egrégora os seguirá.
Quando positivos, a egrégora será consonante.

No planeta há egrégoras dissonantes e consonantes, sendo que as primeiras


são prevalentes.

No atual momento planetário, segundo os valores individuais, é mais fácil


assimilar as egrégoras dissonantes, confusas.

Para vencer a dissonância é preciso acionar, mobilizar a vontade. Portanto, o


aspecto básico e fundamental da Iniciação é a Vontade.

As egrégoras consonantes são forças afinizadas e fortalecidas pela Tradição


Cósmica.

Pelos conceitos propugnados, podemos afirmar que ser Iniciado é estar em


consonância com a Tradição.

A Iniciação é muito mais do que desvelar mistérios, é ir ao encontro da Tradição


(Egrégora Consonantes).

A maior dissonância planetária foi a cisão do Tronco Tupy.

No início dos tempos planetários havia uma egrégora essencialmente positiva,


harmônica, consonante que bruscamente foi fragmentada.

A formação da egrégora dissonante, que culminou com a cisão do Tronco Tupy,


foi a responsável pelo maior obscurecimento da percepção, consciência e
inteligência. Foi também esta dissonância que ocasionou a perda dos dois
sentidos superiores, fazendo surgir a Tela Mental.

A egrégora dissonante é a da fantasia, da aparência que infelizmente predomina


no planeta.

A egrégora consonante é a da Realidade, ainda imperceptível. Esta é a dos


Iniciados, que de forma injusta são denominados de elitistas.

Finalizando, buscar a Iniciação é ficar em harmonia com a Realidade Planetária


e esta aguça o indivíduo na percepção do Eu, do Semelhante, da Natureza e do
Sagrado ou Divino.
A Iniciação promove uma maior percepção, consciência e inteligência no
indivíduo de forma particular.

No início da Iniciação carece-se da presença de um Mestre Espiritual ou de


Iniciação.

Mas porque precisa-se de um Mestre de Iniciação?

Porque cada individualidade enquanto não encontrar seu Mestre Interior, deverá
segundo seu grau consciencial ir ao encontro de um Mestre, pois ninguém
consegue por si só, vencer a inércia que o prende ao profano, isto é, ninguém
se torna iniciado sem a presença de um Mestre, que o coloque na senda da
Iniciação.

Sempre afirmamos que, para cada rebanho seu pastor é o melhor. Cada
indivíduo deve ter um Mestre que mais lhe fale à alma, e faça despertar seu
“Mestre Interior”.

Portanto, aquele que pode induzir verdadeiramente à elevação da consciência


do indivíduo é um Mestre de Iniciação.

Deve afetar positivamente a vida e o caráter do discípulo.

Terá de ser mais que um simples demonstrador de técnicas. Não poderá apenas
ser técnico, mas principalmente ser exemplo existencial, de experiência nas lides
da vida e não só de técnicas magísticas ou de outra ordem.

O certo é que o Mestre de Iniciação é essencial àqueles que buscam a Iniciação,


o Autoconhecimento, pois por mais que se tenha erudição provinda de livros, os
mesmos, não transmitem, não passam as técnicas mais sutis e complexas, que
dependem da sensibilidade, que só o verdadeiro Mestre tem desenvolvido.

Somente um verdadeiro Mestre poderá adaptar as técnicas, disciplinas e ritos


tudo de acordo com o grau consciencial de cada indivíduo.

A Iniciação é individualizada. Não se pode iniciar em massa, como se fosse linha


de montagem.

Aliás muitos querem nivelar todos os Iniciados, e infelizmente se assim o fizerem,


o farão em nível inferior, pois cada um tem seu grau consciencial.

Retornando, o Mestre de Iniciação deverá ser o exemplo vivo, demonstrando


que como humano, através da vasta experiência de vida conseguiu dominar-se,
disciplinar-se. Domina e não é escravo de vícios e paixões.

Deve exemplificar através de sua conduta natural, não artificial, pois o verdadeiro
mestre é essencialmente natural, já conseguiu sobrepujar as ilusões, e
demonstra ao discípulo a necessidade de superar as tentações, ciladas, e de
opor sua vontade aos desejos.
O Mestre de Iniciação experimentado nas lides do mestrado deve promover um
desenvolvimento psicológico, emocional, físico e espiritual de seu discípulo.

Com muito tato e paciência, atributos do Mestre de Iniciação, o mesmo deve,


como espelho que é, demonstrar as limitações do discípulo, mas demonstrando
que atrás das limitações temporais, há o ilimitado eterno — o próprio self (Eu
Superior).

Exige-se do Mestre equilíbrio mental, psicológico e ser alguém relativamente


liberto do ego e de fortes distúrbios pessoais ou pontos cegos, os quais
distorçam suas reações em relação a um discípulo.

O Mestre de Iniciação não é nenhum “Deus” que consegue tudo de seus ou para
seus discípulos. A transformação, a evolução, a expansão consciencial depende
de esforços, habilidade e receptividade do discípulo, pois a absorção das sutis
verdades e práticas devocionais ou magísticas transmitidas por um Mestre de
Iniciação, também dependerá da vontade e do desejo (grau consciencial) do
neófito.

O verdadeiro Mestre de Iniciação, a todos aqueles que são receptivos ou tem


empatia com ele, transmite vibrações profundas de paz, serenidade, força e
capacidade de enfrentar sem se abater os embates da própria vida.

O Mestre de Iniciação “aprende” com seu discípulo o que deve lhe ensinar
(segundo seu grau consciencial). Também o Mestre ideal é aquele que faz o
discípulo descobrir, propicia-lhe, torna mais fácil o aprendizado.

Assim o Mestre de Iniciação proporciona uma autodescoberta no discípulo.

O importante é que o Mestre de Iniciação não seja misoneísta, falastrão e


canhestro no modo de ver, ser e sentir as pessoas.

Quem não respeita seu semelhante, não se respeita, não servindo pois para o
mestrado.

Na presença do Mestre de Iniciação deve-se sentir segurança. Só sua simples


presença induz o discípulo ao “culto interior”, ao aprendizado sempre novo,
reciclado, revigorado.

Há sempre o que aprender, pois o verdadeiro Mestre é uma fonte inesgotável de


Conhecimento, pois Ele tem a humildade suficiente de afirmar que é um ser
dialético, estando em mudanças constantes, (devido a novos conhecimentos
adquiridos e intuídos).

Isso traz ao discípulo novos estímulos para crescer, para penetrar nos mistérios
de si mesmo, da Natureza e do Sagrado.
O discípulo com amizade e dedicação, na presença do Mestre de Iniciação
percebe que naturalmente ele lhe proporciona paz, alegria e sabedoria.
Expressa a Doutrina do Tríplice Caminho, dos quais, são discípulos de Mestres
Astrais.

Ao término da discussão sobre o Mestre de Iniciação, faltou-nos dizer que:

O Mestre de Iniciação não vai ao encontro do discípulo. Quem o procura é o


discípulo, e o Mestre pode ou não aceitá-lo. Aceitar ou não o discípulo vai
depender de uma observação, e principalmente de um levantamento sério e
profundo sobre o karma do pretendente.

Sim, deve inteirar-se se o mesmo saiu da craveira comum da Roda da


Reencarnação e tem o aval de um Mestre Astral para iniciar sua jornada
libertadora, iniciática.

Após resumidos fundamentos do mestrado, finalmente penetremos nos


Conhecimentos de Síntese da Tradição Cósmica.

Para isso, penetremos nos arcanos da “Çakala” 1 — a Filosofia do Oculto.

1. ÇAKALA — Segundo a Coroa do Verbo, é o mantran do Triângulo do Ar (expansivo).


TSAKALA, ZAKALA ou SAKALA.

A Tradição Cósmica pode ser expressa, melhor compreendida se entendermos


a seguinte analogia:

Reino Virginal ou Cosmo Espiritual possuía Três Realidades.

1. Vazio-Neutro

2. Puro Ser Espiritual

3. Substância Etérica

Sem cogitarmos dos motivos da “queda” do Ser Espiritual e nem dos


processos da gênese do Universo Astral, vejamos como as 3 Realidades
Virginais se expressam ou concretizam-se no Reino Natural ou Universo
Astral.

Reino Natural ou Universo Astral.

1. Espaço Cósmico (Éter)

2. Ser Espiritual Astralizado

3. Energia em seus diversos graus de densidade.


A analogia entre ambos os Reinos assim se manifesta:

No planeta Terra a Tradição Cósmica é supervisionada e velada pelos 7 Espíritos


Planetários, os quais se responsabilizaram pela ideação e formação planetária,
(planetogênese e antropogênese).

Os 7 Espíritos Planetários que a Raça Vermelha denominou de Arashas ou


Orixás, são os Senhores da Luz.

Na verdade são Guardiões da Luz Planetária, que recebem-na dos Dirigentes do


Sistema Solar. Esses por sua vez das Potestades galáticas.

Os 7 Espíritos Planetários que velam pelos destinos e evolução planetários são


oriundos de planetas do próprio Sistema Solar relativo ao Planeta Terra, e nunca
encarnaram no plano físico denso.

Assim, temos representantes dos planetas: Marte, Mercúrio, Jupiter, Saturno,


Vênus, Urano e Netuno.

Esses planetas são pontes vibracionais que relacionam-se com os 7 Orixás.

Oxalá 2 —> Urano (Sol)

Yemanjá —> Netuno (Lua)

Yori —> Mercúrio

Xango —> Júpiter

Ogun —> Marte

Oxossi —> Vênus

Yorimá —> Saturno

2. Obs. O Planeta Plutão, o mais distante do Sol, por analogia pode ser relacionado diretamente
com os Exus Indiferenciados, que também nunca encarnaram no planeta. É o caso específico
de Alaxirô, Nugô, Issoxô, Ognax, Amiroy, Yroi e Aynamey que compõem a Coroa de defesa
Planetária. A Lógica é evidente, pois Urano, Netuno e Plutão, seriam, respectivamente: o Pai
(Oxalá); a Mãe (Yemanjá) e o Filho ou 3º Elemento (Exu). A Terra estaria sob o comando de
todos os planetas, sendo o “Planeta das Almas”...
Em primeira instância queremos reafirmar que o vocábulo Orixalá, significa o
maior dos Orixás ou que está acima dos Orixás.

No caso do planeta Terra o Orixalá é o seu “Deus Planetário” — O Cristo Jesus,


que insistimos, não é a Vibração Espiritual de Oxalá, nem seu Dirigente-Maior.

É um erro associar Jesus ao Orixá Oxalá. Talvez tal confusão se deva ao fato da
corruptela e inversão, pois associam Oxalá a Jesus, ao invés de Orixalá.

Como estamos em tempos transicionais é bom frisarmos que o Orixá é Oxalá e


o Cristo Jesus é Orixalá — O Maior dos “Orixás”.

Se temos os 7 Orixás ou Espíritos Planetários todos estando no mesmo grau por


dentro da Hierarquia, não é justo dizer-se que o Orixá Oxalá tem como Dirigente-
Maior o Cristo Jesus.

O Cristo Jesus supervisiona os 7 Orixás Planetários. É o Dirigente-Mor do


Planeta Terra.

O Cristo Jesus — O Orixalá (IShO)) está acima dos 7 Orixás Planetários.


pertence à Hierarquia Solar, portanto é o seu representante no Planeta Terra,
sendo pois o “Verbo Solar”.

O Sol relativo ao nosso Sistema Solar não ilumina só a Terra, mas todos os
planetas de nosso Sistema, sendo pois, uma Estrela. É o Centro de Luz e Vida
em todo o Sistema. Sua Luz provém das Excelsas Mentes, as quais, constituem
a Hierarquia Crística.

Observe, não dissemos que as Potestades Solares habitam nos “cataclismas


solares”, visíveis. Estas são a manifestação de seus Poderes de Luz e Vida.

Portanto, após tal explicação, fica fácil entender-se que Oxalá não é regido pelo
Sol, afirmamos ser por Urano, pois o Sol influencia a todos os demais de maneira
particular, que não depende apenas da distância maior ou menor entre eles.

É o Sol pois, a própria concretização da Luz Espiritual proveniente do Reino


Virginal.

O mesmo acontece com a Lua que é a concretização do Ser Espiritual na


Natureza, pois a mesma ainda polariza a luz do Sol. Polariza a Luz Espiritual no
Planeta. É responsável pela graduação da Luz Espiritual, sendo importantíssima
na evolução dos Elementares. Também é portal de entrada e saída vibracional
dos Seres Espirituais, cuja força gravitacional karmática os prende ao campo
evolutivo terráqueo. É, pois um portal limitador.

Somente agora, nesses auspiciosos momentos, podemos dar esse brado sobre
as inversões até então necessárias e plausíveis, pois o bom senso refuta que
tendo os Orixás os mesmos poderes, somente cinco deles estejam em igualdade
(Ogun, Oxossi, Xango, Yori e Yorimá) sendo que dois estariam: um acima, pois
é regido por uma estrela (Orixalá) e um abaixo, pois é regido por um satélite
(Yemanjá).?!!

Em outra obra futura, procuraremos demonstrar a veracidade e a lógica do que


afirmamos... Embora, para fins práticos continuamos com o Sol e a Lua como
regidos por Oxalá e Yemanjá.

Mas retornando à Tradição Cósmica a mesma se expressa na Tríade.


Da Harmonia dessas relações é que resgataremos a Tradição Cósmica, que hoje
é velada pelos 7 Espíritos Planetários.

Transmitem essa Tradição Cósmica ou Arqué através da Hierarquia Constituída,


através dos graus e sub-graus.

Há Seres Espirituais encarnados e desencarnados que se afinizam com os


ensinamentos dos Orixás Menores. Estes estão próximos da Tradição Cósmica
Rediviva.

Há outros que encarnados ou desencarnados se afinizam com um plano abaixo,


com os ensinamentos dos Guias. Estão conquistando maturidade e
conhecimentos para melhor entenderem e buscarem a Tradição Cósmica.

Um Terceiro grupo de encarnados e desencarnados se afinizam com os


ensinamentos e trabalhos dos Protetores. Embora estejam na rota, encontram-
se no início do caminho. Terão de trilhar longa estrada a qual não está isenta de
surpresas, e mesmo acidentes de percurso.

A maioria, porém, atrelada ao comodismo e apego aos desejos nem cogita das
Realidades da Vida, sendo quase sempre despertos, através de grandes
traumas ou choques.

Formam grandes obstáculos ao resgate e restauração da Tradição. É com pesar


que devemos citar que o modo de vida e expectativa é a mesma em bilhões de
pessoas, que não conseguem ultrapassar o império dos sentidos grosseiros.
Nisso estão inclusos nossa Ciência, Economia, Política, Educação, Organização
Social que tem incentivado tal estado de embotamento espiritual.
Sintetizando o que seja a Tradição Cósmica.

Após nossas demonstrações, pois não são teses que se provam


matematicamente, mas que por não desrespeitarem a Lógica e a Razão temo-
las como demonstradas, segundo os conceitos vigentes para o atual momento.

Novos tempos surgirão! Outros e mais outros Iniciados pelos quatro cantos do
planeta estarão levantando a bandeira — a da Tradição Cósmica, da qual somos
simples obreiro, e temos certeza absoluta que acima da pessoa, há de
prevalecer a Doutrina, o espírito da mesma, é o que esperamos estar
conquistando através desta obra.

A todos nossos sinceros votos de resgate e restauração de si mesmos, e aceitem


mais uma vez nossa admiração, amizade e respeito, sempre maiores...
NOTA COMPLEMENTAR

Realidade é aquilo que existe efetivamente e a única existência, indestrutível,


eterna é o Espírito.

Portanto, a única realidade é o espírito, para o qual tudo caminha.

Quando se pensa e se vai em busca dessa realidade, através da razão e do


sentimento, estamos caminhando para um processo chamado Iniciação.

Como a Realidade é uma marcha, um processo, não pode estar parada. Tal é o
espírito do buscador da Verdade, sempre caminhando, em marcha, pois se
parar, estará mais longe da Realidade.

Tudo na marcha tem seu tempo e é o que comprovamos observando o processo:


feto/nascimento, infância, juventude, velhice, morte, que é a via natural.

O mesmo processo encontra-se no Reino Vegetal, através da semente, folha,


flor, fruto maduro e fruto deteriorado.

Na Tradição Cósmica entendemos que essa Realidade é o Espírito, e Este


antecede ao nascimento e sucede à morte.

Quando do desencarne saímos da ilusão ou aparência e entramos para a


Realidade.

Na dependência do grau de ilusão que vivemos quando encarnados,


encontraremos mais ou menos ofuscada a Realidade. Eis, pois a necessidade
do reencarne, ir despojando-se da ilusão das aparências e penetrando cada vez
mais na Realidade.

O maior ou menor grau de consciência da Realidade é o grau de entendimento


do espiritual, do espírito, que é a Realidade.
Assim, nossa evolução, paulatina, faz com que passemos do manifesto para o
imanifesto, da aparência para a Realidade.

No mundo manifesto encontramos as dificuldades para enxergarmos a


Realidade pois estamos presos, quando não escravos de convencionalismos e
aparências inconcebíveis.

O karma no mundo, seja ele individual ou coletivo visa levar, enquadrar o


indivíduo à Realidade. Infelizmente, na luta pela Realidade o “Eu Superior”, que
reflete a “Essência Espiritual”, o Interno, em geral sempre é derrotado pelo “Eu
Inferior” que está jungido a apegos, convenções, à forma.

Após nossas premissas sobre a Realidade, em que “filosofamos” com o amigo


Leitor, que como nós necessita a cada dia interpenetrar a Realidade, como
sabemos ser um processo, vejamos algumas proposições que devem ser bem
analisadas.

1. Quanto maior o grau consciencial maior será a visão da Realidade.

2. Quanto mais realistas formos em nossas reencarnações, teremos mais


vislumbre do real e possibilidade maior de termos uma encarnação
despojada de apegos e aparências.

3. O grau consciencial dos Seres Espirituais do Planeta Terra é


extremamente baixo, por consequência o karma do planeta é
essencialmente probatório.

4. A Lei Kármica existe porque o “Eu Inferior” é diferente do “Eu Superior”.

Após nossas ilações expressemos nossa opinião sobre as formas de um Mestre


de Iniciação “transmitir conhecimentos” e vivências aos seus discípulos.

1. Há o “Mestre” que denominamos de Teorético.

Possui o “verniz” dos livros. É essencialmente voltado às “ciências”, que


na maioria das vezes desconhece, pois não tem formação e nem
experiência nas lides das mesmas.

Repetem conceitos que outros já repetiram.

Compilam e dizem-se autores intelectuais.

Não somos contra o estudo metódico e racional, mas daí generalizá-lo,


pode-se incorrer no ridículo que expusemos acima.

2. Há o Mestre que é fruto do meio. Não é um Mestre, mas por não ter
suficiente humildade e paciência, se auto-denomina de nomes pomposos,
quando não imitam outros Mestres ou os seus Ex-Mestres. Mas é claro,
nunca irão alcançá-los, pois um Verdadeiro Mestre reconhece e separa o
joio do trigo; algo que esses misturam.

3. Há aqueles que embora tendo Mestres de Iniciação que os iniciou, têm


sua própria iniciativa, fruto do encontro do “Mestre Interior”.

Esses não desprezam o aprendizado que tiveram e foram conduzidos ao


cimo da Iniciação, ao contrário, exalta-os. Continua o trabalho, como
prova de respeito e zelo pela Tradição Cósmica da qual é um guardião de
seus mais lídimos fundamentos.

É essencialmente intuitivo, isto é aprende e apreende por processos


essencialmente espirituais.

No encerramento queremos transmitir aos Verdadeiros Mestres ou Iniciados


ligeiras noções práticas sobre a Iniciação.

VIVÊNCIA E DESCOBERTA DO TEMPLO

Iniciação é um nível superior de vida. É encará-la de frente, como ela é, sem


alardes, de maneira natural.

Entender que o artificialismo, como a massificação do viver nos afastam da


plenitude da vida.

Sejamos, pois, sinceros, livres, abertos em nossas mentes e corações. Assim


estaremos penetrando num mundo de alegria, harmonia, beleza e iluminação
que nos elevarão a novos planos de vida, a cada dia mais verdadeiros, mais
superiores.

Esta é a Iniciação por dentro das Escolas de Iniciação Superior de Umbanda; é


o Portal da Iniciação.

A Ordem Maior da Estrela Dourada, Templo Iniciático da Ordem Iniciática do


Cruzeiro Divino preconiza o rito: “Vivendo e Reconhecendo o Templo”

1. Visualizar — Serenamente, visualize o Templo como um todo.

2. Ouvir as Vozes do Silêncio — Todo Templo, por ser um renovador de


egrégoras tem seus sons, inaudíveis para os não Iniciados, mas
completamente audível aos interessados em ouvir as vozes do oculto, do
silêncio, que revelam as grandes Verdades Universais.

3. Respirar — A respiração é a base da vida, representa a vaga de vida


— os ciclos e ritmos — o Fole Vital. Inspire os perfumes, as essências do
Templo. Elas lhe despertarão sentimentos e prazeres jamais sentidos.
Experimente...
4. Gustação — Sinta em sua boca o gosto do congá. Na vida há o doce,
o amargo, azedo, salgado, química básica da vida. Pense nisso e tome a
água imantada.

5. Tato — Sinta com as mãos e cabeça tocando na mesa de


assentamentos vibracionais do Templo. Sinta-o, viva-o, interaja com ele.

6. Serena e tranquilamente caminhe nas areias, elas refletem os


caminhos da vida. Sinta em seus pés o contato com o solo sagrado.

7. Procure ver, intuir, interpenetrar o lado oculto só perceptível aos


sentidos do espírito, independente dos sentidos dos organismos.

8. Meditação — antes procure ater-se a visualizar os Yantras do Templo.


Fixe sua atenção. A seguir procure descobrir o que vai na mente e no
coração, isto é: pensamento, sentimentos, sensações, expectativas.

Objetivo:

Ajuda a obter uma mente lúcida, coração sereno e tranquilo, receptivo, amoroso,
sábio.

Auxilia-nos a enfrentar com serenidade as adversidades da vida, e nos ensina a


repousar momentaneamente com facilidade.

Mantem um profundo estado de alegria e forças interiores.

Predispõe ao autoconhecimento, a uma amplificação, ou imersão no


inconsciente. Rebaixando ou penetrando no inconsciente, aumentamos ou
amplificamos o consciente. Há uma união entre o Inconsciente profundo e o
Supra-consciente; mais uma vez, a harmonia dos opostos.

A visão umbandística sobre a meditação é a de a mesma facilitar a união do


supra-consciente com o inconsciente, o que acarreta maior consciência, que é o
que desejamos obter.

Isso proporciona uma amplificação do conhecimento de si mesmo, e desperta-


se faculdades adormecidas.

Por dentro da Meditação, mais uma vez, encontramos a dialética umbandística.

É o que acontece na “gira” (giro, ciclo vibracional) pois inicia-se com a “gira” de
“Crianças” a seguir a de “Caboclos”, prosseguindo temos a dos “Pais-Velhos” e
termina com a gira dos Exus guardiões — Condutor e Guardião dos Caminhos.
Como Exu é o último a manifestar-se e a gira inicia-se com as “Crianças”,
dialeticamente Exu representa a morte ou o outro lado da vida, o período entre
uma reencarnação e a próxima. Sim, na próxima gira reiniciamos com a “gira das
Crianças” e assim sucessivamente. Em cada gira “nascemos e morremos”...

Este é um tema (“koan”) que damos aos Filhos de Fé para raciocinarem, pois
muitas verdades poderão ser extraídas dessas ilações.

Com muita serenidade e decisão tente interpenetrar no Augusto Templo da


Vida...

Saravá!

PALAVRAS FINAIS

Finalmente, ao entregarmos estes Fundamentos Herméticos de Umbanda ao


Leitor Amigo e Irmão de Fé devemos esclarecer que assim o fazemos em
obediência aos ditames maiores da Lei, que utiliza-se de nosso mediunismo para
trazer à coletividade planetária, os ensinamentos da Confraria Cósmica de
Umbanda.

Escrever sobre questões tão relevantes certamente exige muito mais do médium
com esta tarefa do que pode parecer a priori. O fato de não sermos apenas
compilador e reprodutor de conceitos firmados por outros autores, repetindo
bibliografias extensas, como se isto pudesse dar sustentação lógica para nossa
argumentação, exige muito mais do autor com preocupações sérias e legítimas
para com o Leitor.

Sabemos que ao revelar Conceitos Superiores da Espiritualidade esbarramos na


inércia espiritual, que relacionamos ao indivíduo ao nos referir à iniciação e agora
estendemos à Coletividade Planetária que também tem uma tendência a manter-
se em repouso espiritual.

Para alcançar os valores firmados em Egrégoras Consonantes nas Esferas


Superiores temos que romper essas barreiras gravitacionais carmânicas que
envolvem o planeta.
Além disso, devemos dar ao público a certeza de que expressamos conceitos
verossímeis, e isso podemos garantir, pois temos ciência que não interferimos
apenas em carmas individuais ou coletivos, mas movimentamos um carma
planetário e não seríamos irresponsáveis, propagando algo que ferisse
coletividades inteiras, comprometendo profundamente nosso próprio carma.

Com o “agô” do Leitor, passaremos novamente a palavra a nosso Pai, Mestre e


Amigo W. W. da Matta e Silva que também sentiu estas forças atuantes ao lançar
“Doutrina Secreta da Umbanda”, onde firmou os postulados da Doutrina de
Umbanda, já esboçados 27 anos antes, por ele mesmo, em “Umbanda e sua
Eterna Doutrina”. Vejamos a página 8 da “Doutrina Secreta...”.

“Passamos mais de um ano recebendo projeções elucidativas, de


Mentores Astrais, sobre tais assuntos. Dúvidas cruciais nos assaltavam
constantemente sobre tais e tais ângulos ou aspectos... e era quando
sentíamos a corrente astral atuar com tamanha precisão, a ponto de, a
par com a recepção intuitiva (N.A.: dimensão-mediunidade), serem
apresentados em nosso campo mental imagens e quadros elucidativos de
toda a ordem, relativos a determinados fatores físicos e morais que
custávamos a assimilar...

Levamos mais de um ano — dissemos — porque percebemos, também,


estava havendo uma espécie de choque de opiniões entre duas correntes
no astral-afim. Uma que pressionava para começarmos de imediato a
escrever e outra que achava que devia ser adiado mais este livro, isto é,
as revelações, pelo Arcano Maior, dos Postulados...

Venceu, naturalmente, a primeira, liderada por uma Entidade que se nos


apresentava, na clarividência, sob a forma de um velho pajé ou
morubixaba da antiguidade...

E realmente era, ou melhor, foi. Identificava-se como “Caboclo Velho


Payé” e nos disse mais que havia sido um dos condutores da antiquíssima
raça Tupy, na ocasião em que se deu uma separação nesse tronco racial,
formando-se duas correntes migratórias: uma veio a ser a dos tupy-nambá
e a outra a dos tupy-guarany....

...irmão leitor, é preciso ter um cérebro “duro” para ser usado como o
nosso tem sido, sem consequências maiores...”

Voltando a nossas palavras finais, caro Leitor, queremos ter deixado claro que é
uma árdua tarefa lutar contra o misoneísmo daqueles que se acostumaram a
viver várias e várias encarnações mantendo os mesmos conceitos e valores,
impedindo que a Luz Espiritual ilumine a todos. Se preferimos esta luta é porque
temos certeza que todos se beneficiarão, inclusive os opositores atuais, que o
tempo transformará em novos batalhadores pelas verdades maiores...
Temos fé redobrada na certeza de estarmos lançando estes fundamentos
cósmicos de Umbanda em momento oportuno, porque contamos com o apoio e
paciência benevolente de Mestre Arashamanam (Caboclo Velho Payé).

Mais uma vez, Mestre Arashamanam estende um voto de confiança à


humanidade, acreditando que seremos capazes de ativar, lentamente, nossa
marcha em busca da Realidade Espiritual.

Quando Matta e Silva referiu-se a uma “corrente” que pretendia aguardar um


pouco mais, deve-se entender que estes espíritos de Alta Sabedoria e Amor
procuram, de todas as formas, não agredir os graus conscienciais das humanas
criaturas, esperando de nós os sinais da vontade de evoluir.

Enfim, de nossa parte, esperamos em breve, receber a permissão para abrir


novos fundamentos, apresentar novos ângulos da Verdade, que é sempre uma
marcha, na expectativa de levantar outros véus que ainda encobrem a Tradição
Cósmica e a Doutrina do Tríplice Caminho.

Irmão de Fé, grato pela tolerância...

Guardaremos na mente e no coração espiritual tal expressão de amizade, que


creia-me, é recíproca...

Que as Bençãos de Tupan nos iluminem na senda do Tríplice Caminho...

Saravá!

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