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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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ESCALA 1 – CUIDADOS AO NÍVEL DA SAÚDE FÍSICA
1. Adequado (100)
Não existem crianças com doenças, perturbações ou deficiências não tratadas que pudessem beneficiar de tratamento
médico. São imediatamente feitos chekups às crianças quando surgem sintomas de doença. Todas as crianças recebem
cuidados de saúde preventivos adequados à sua idade.
2. Marginal (81)
Não existem crianças com situações médicas não tratadas e que poderiam beneficiar de tratamento médico. Mas os
cuidados médicos preventivos ou os cuidados dentários (ex: imunizações, chekups dentários) deviam ser melhorados.
1. Adequado (100)
São providenciadas às crianças refeições regulares e completas que, normalmente, satisfazem as suas necessidades
nutricionais básicas.
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3. Ligeiramente inadequado (50)
As refeições são irregulares e, frequentemente, não preparadas, mas usualmente é providenciada uma refeição por
dia. As crianças frequentemente arranjam a sua própria comida, mas por vezes apenas está disponível comida não
adequada em termos nutricionais e em quantidades insuficientes.
ESCALA 3 – VESTUÁRIO
1. Adequado (100)
As crianças têm todas as peças de vestuário essenciais e mudanças de roupa suficientes. Apresentam-se esmeradas e
lavadas. As roupas não precisam ser novas, mas estão em boas condições e têm um tamanho adequado. As roupas são
consistentes com as dimensões tempo (horas do dia) e espaço, bem como com as condições meteorológicas. Por
exemplo, as crianças têm roupas apropriadas à estação do ano (roupa para a chuva, luvas, roupas leves e frescas).
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4. Seriamente inadequado (46)
As crianças têm falta de muitas peças de roupa básicas e essenciais. Existem tão poucas roupas, ou tipos de roupa
adequados, que, por vezes, as crianças são incapazes de desempenhar as suas actividades normais e necessárias (ex:
ir para o espaço exterior, ir para a escola). As roupas são por vezes insuficientes para proteger as crianças dos
elementos naturais (ex: frio, chuva, neve).
1. Adequado (100)
As crianças lavam-se ou tomam banho diariamente, os cabelos são lavados e penteados. O vestuário e sobretudos são
mudados regularmente, mesmo que não estejam particularmente sujos.
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ESCALA 5 – MOBILIÁRIO DOMÉSTICO
1. Adequado (100)
Tem mobiliário básico e essencial, condições na cozinha (fogão, frigorífico) e na casa de banho, estão em boas
condições e funcionam adequadamente. Reparações ou substituições necessárias são efectuadas rapidamente. Tem
mobiliário específico para as crianças (ex: berço, cadeira alta), quando necessário. Não mais do que um ou dois
problemas menores (ex: necessita de mais copos, desejo de ter melhor mobiliário).
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Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
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Até quatro crianças podem estar a dormir num quarto de tamanho médio. Algumas, mas não todas, as funções
domésticas podem partilhar o mesmo espaço (a sala pode também funcionar como quarto, não existir uma cozinha em
espaço à parte, etc.). Existe espaço disponível para as actividades pessoais (fazer os trabalhos da escola, ler, brincar,
etc.).
1. Adequado (100)
Geralmente limpa e em ordem. Os tapetes e os azulejos são varridos frequentemente e lavados sempre que necessário
(mas algumas coisas ou papeis podem ser vistos). O pó é limpo com regularidade (não existe mais do que uma fina
camada de pó nos móveis). A casa cheira bem e não apresenta odores desagradáveis. A casa está em ordem (artigos
de necessidade diária podem observar-se: jornais, livros, casacos não pendurados). A louça é lavada ou pelo menos
colocada no lava-louças após cada refeição. Os artigos de mercearia estão arrumados adequadamente. Os atoalhados
estão limpos. Não existem animais (ex: pulgas, baratas, aranhas).
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3. Moderadamente inadequado (40)
Os tapetes e os azulejos têm sujidade amontoada; os tapetes cheiram mal. O pó e a sujidade estão espalhados por
toda a casa e acumulam-se nos cantos. A casa cheira a podridão e a coisas estragadas; a casa de banho tem um forte
odor a urina/fezes (mas pouco visíveis). O lixo está disperso e alguns cantos ou salas são usados para amontoar lixo,
que raramente é mexido. O lixo não é guardado em nenhum recipiente. A louça só é lavada quando não existe louça
limpa disponível. Alimentos perecíveis não estão refrigerados e algumas vezes estão estragados. Animais surgem
frequentemente durante o dia; a casa pode ter ratos (não ratazanas). Paredes, janelas, toalheiros da casa de banho,
estão descolorados e cobertos de sujidade e gordura. Os atoalhados são usados mesmo após ficarem sujos.
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ESCALA 10 – SEGURANÇA FÍSICA EM CASA
1. Segurança (100)
A casa não apresenta qualquer perigo aparente (ver exemplos abaixo).
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ESCALA 11 – CUIDADOS AO NÍVEL DA SAÚDE MENTAL
2. Parcial ou ligeiramente inadequado (a criança funciona com uma certa dificuldade mas sem evidenciar deficiência
no que respeita ao desempenho dos vários papeis, por exemplo, como membro da família, como estudante, como
amigo ou como cidadão). (75)
Pelo menos uma criança que precisa de beneficiar de serviços de saúde mental não recebe este tipo de serviço. A
criança está num tal estado emocional que lhe poderá causar stress ou desconforto e requerer que os outros se
ajustem a ela (que lhe dêem uma ajuda especial, ser mais permissivos, etc). No entanto, a criança mostra-se capaz de
manter o seu nível normal de funcionamento, mesmo com certas dificuldades. A condição da criança não se
deteriorará provavelmente, mesmo na ausência de tratamento.
Inclui-se nesta categoria as situações nas quais a criança evidencia já sintomas de perturbação emocional que
requerem habitualmente uma avaliação profissional.
4. Severamente inadequado (a criança é incapaz de funcionar num ou em vários dos seus papéis principais) (15)
Pelo menos uma criança que deveria beneficiar de serviços ao nível da saúde mental não recebe este tipo de serviço.
A criança evidencia um tal estado emocional que a leva a não funcionar de todo num ou em vários dos seus papéis
principais, por exemplo, na escola, com os amigos ou como membro da família. A criança é incapaz de funcionar num
ou em vários dos seus papéis principais e/ou torna-se impossível para os outros de funcionar com a criança, ou ainda
de funcionar ao nível dos seus próprios papéis. A criança é isolada pelos outros e/ou recebe punições físicas
consideráveis. A criança pode representar um perigo para si própria ou para os outros.
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ESCALA 12 – SUPERVISÃO DE CRIANÇAS MAIS NOVAS (MENOS DE 13 ANOS)
1. Adequado (100)
O progenitor fornece uma supervisão correcta e apropriada das actividades da criança no interior e no exterior da
casa. O progenitor tem conhecimento sobre quais as actividades da criança, com quem as faz e a que horas regressa a
casa. Existem limites claros para as actividades das crianças.
1. Adequado (100)
O progenitor assegura uma supervisão adequada e suficiente das actividades dos adolescentes no interior e no exterior
da casa. O progenitor sabe onde se encontra o jovem e qual o tipo de actividade que está a fazer, com quem e
quando regressará a casa. São definidos limites razoáveis e claros em relação às actividades do adolescente.
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2. Marginal (93)
O progenitor definiu regras para as crianças mais velhas e, de maneira geral, fá-las respeitar. Mas, frequentemente,
os jovens tentam persuadir o progenitor a permitir-lhes ou a tolerar certas actividades que são contrárias àquilo que
seria desejável. Por exemplo, ficar fora de casa até muito tarde, ou ficar numa festa sem qualquer supervisão. O
progenitor tenta manter-se informado sobre as actividades do adolescente e utiliza métodos disciplinares quando as
coisas vão um pouco longe demais. Na maioria das vezes, os adolescentes respeitam os pais.
1. Adequado (100)
Os pais asseguram serviços de guarda/cuidado apropriados e seguros sempre que é necessário (inclui os cuidados a
bebés pequenos/babysitting e cuidados durante a noite).
OU
As crianças têm idade suficiente para não requererem habitualmente destes serviços de guarda.
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3. Ligeiramente inadequado (65)
As crianças mais novas não são nunca deixadas sozinhas, mas as crianças mais velhas, que conseguem orientar-se
sozinhas, são frequentemente deixadas sem saber onde estão os pais ou quando estes irão regressar. No entanto, a
criança seria capaz de pedir ajuda em caso de urgência, se necessário.
1. Adequado (100)
O progenitor gasta o dinheiro disponível de forma adequada e dando prioridade às necessidades das crianças. A
alimentação, renda de casa e roupa essencial têm prioridade. O progenitor é capaz de gastar apenas o dinheiro
disponível durante um longo período de tempo. Sempre que necessário, é capaz de recorrer ao dinheiro que possui, de
forma a evitar ficar sem dinheiro completamente. Raramente tem necessidade de pedir dinheiro emprestado.
Ocasionalmente, pode comprar coisas que não são necessárias, mas raramente em detrimento das coisas necessárias.
O progenitor tenta ter uma reserva de dinheiro para o caso de surgirem necessidades inesperadas mais importantes.
Se a família é economicamente desfavorecida, ou se não tem uma reserva de dinheiro, é devido a um rendimento
insuficiente, e não a uma inadequada administração do dinheiro.
1. Adequado (100)
Não existe qualquer limitação pessoal à capacidade dos pais em assegurar os cuidados às crianças. O progenitor não
tem nenhuma limitação física, mental, emocional ou comportamental que interfira com a sua capacidade para
assegurar os cuidados à criança.
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4. Discordância severa (33)
Existem numerosos exemplos de discussões sérias tais como aquelas descritas no ponto 3. Ocorreu violência física
resultante em lesão ou dano e existe ameaça de mais violência. O ambiente familiar está muito perturbado. Existiram
já períodos de separação e os procedimentos para o divórcio podem estar iminente ou já em curso.
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X Desconhecido – informação insuficiente.
Z Não aplicável
2. Parcialmente adequado: mostra uma certa preocupação, mas tem falta de confiança (70)
O progenitor está preocupado com a saúde e bem-estar das crianças e quer satisfazer as suas necessidades. Tem falta
de confiança em relação ao facto de poder resolver os problemas e tem baixas expectativas de auto-eficácia. Por uma
razão ou por outra, não pede ajuda logo que é necessário. Por outro lado, assim que toma uma decisão ou inicia uma
acção para resolver um problema, mostra ter bom senso.
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Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
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3. Moderadamente inadequado: parece preocupado mas não aceita a responsabilidade (55)
O progenitor parece preocupado em relação ao bem-estar das crianças e pretende que sejam satisfeitas as suas
necessidades. Por vezes, evidencia alguns problemas, podendo demonstrar alguma negligência ou cometendo alguns
erros ou acidentes, ao tentar satisfazer essas necessidades. Pode ser desorganizado, não passar tempo suficiente ou
não prestando atenção suficiente. Pode interpretar mal os sinais que as crianças emitem e evidenciar falta de bom
senso. Por outro lado, o progenitor não parece renunciar conscientemente ao seu papel parental. Mostra remorsos.
1. Adequado (100)
O progenitor está activamente e completamente envolvido na planificação e aplicação dos serviços e do tratamento
(serviços destinados à criança ou a si próprio). Aceita e utiliza activamente os serviços pertinentes, incluindo o facto
de ter sido referido a outros intervenientes ou organismos fornecedores de serviços. Comparece nas entrevistas,
mostra-se disponível e segue as directrizes o melhor que as suas capacidades o permitem. Mostra preocupação em
relação ao impacto dos serviços ou tratamentos, e queixa-se dos serviços inadequados, quando esse é o caso. Pode
não estar de acordo com tudo aquilo que lhe é sugerido mas tenta ser construtivo na identificação de alternativas.
Quando surgem problemas de cooperação, observam-se circunstâncias atenuantes.
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3. Moderadamente inadequado (50)
O progenitor está envolvido de forma mínima na planificação dos serviços. Evidencia uma atitude de resistência
passiva face aos prestadores desses serviços. Verbalmente, aceita os serviços, mas nem sempre os utiliza ou não segue
os acompanhamentos recomendados, e reclama assistência continuamente (ex: tem de ser transportado a qualquer
lugar, quando tem o seu próprio meio de transporte, etc.). Tem de ser muitas vezes coagido ou ‘correr-se atrás dele’.
Comparece às entrevistas, mas não as prepara previamente e perde os registos/acordos. Quando utiliza os serviços,
participa sem grande entusiasmo ou a um nível mínimo. Geralmente, não recusa o serviço, não se comporta
constantemente de forma hostil e não sabota activamente a intervenção. O organismo do serviço é capaz de manter
um contacto com a família.
1. Adequado (100)
Todos os serviços essenciais de que a família precisa estão disponíveis em número e qualidade suficiente. Os serviços
são adequados e acessíveis. A família tem dinheiro de bolso necessário para pagar os serviços e para lhes aceder, se
implicarem custos (ou a família será reembolsada por esses custos). Os serviços são considerados disponíveis e
acessíveis mesmo se rejeitados pela família.
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ESCALA 24 – ACEITAÇÃO DAS CRIANÇAS E MANIFESTAÇÕES DE AFECTO
3. Progenitor não afectuoso, mas não rejeitante ou hostil de forma explícita (45)
O progenitor tem tendência a descrever ou a falar da criança em termos objectivos ou descritivos. Parece não gostar
de contactos físicos com as crianças (por exemplo, permite os contactos, não afasta as crianças, mas raramente
responde de forma calorosa). Tenta restringir os contactos a um nível funcional (por exemplo, durante os períodos de
tempo em que veste ou alimenta as crianças). Parece desconfortável quando as crianças exprimem afecto. Pode dizer
que as crianças são muito exigentes, que o deixam embaraçado, etc. Pode demonstrar um favoritismo persistente (por
exemplo, mostrar afecto apenas a certas criança, mostrando-se indiferente face às outras).
3. Ligeira coerência, mas o progenitor não está disponível para melhorar (70)
A mesma descrição da categoria 2, excepto de que a criança nem sempre sabe o que esperar e o progenitor parece
indiferente a esta situação. Não parece valorizar a coerência, ou ainda, pode não compreender o conceito.
2. Disciplina física utilizada, mas não de forma excessiva, inapropriada ou abusiva (93)
De forma habitual, apenas as formas de punição física culturalmente aceites são utilizadas (por exemplo, bater no
rabo). A punição não é excessiva nem deixa marcas física ou não causa muita dor. O objectivo da punição é, em
primeiro lugar, simbolizar a desaprovação, e não magoar ou fazer mal à criança.
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4. Utilização de força física excessiva ou inapropriada, resultando em danos superficiais (18)
Ver as definições e exemplos de força excessiva ou inapropriada.
A criança sofreu danos que são tipicamente superficiais (por exemplo, pequenos cortes, pequenas queimaduras de 1.º
grau, equimoses, etc.). Os danos são localizados numa ou duas regiões do corpo e não implicam mais do que uma
ligeira lesão da pele. Estes danos superficiais não necessitam habitualmente de tratamentos médicos. Os
medicamentos disponíveis em casa são suficientes (por vezes, um tratamento médico pode ser efectuado).
OU
b) O progenitor utiliza modos de punição física que são culturalmente inaceitáveis ou inapropriados.
EXEMPLOS:
- Períodos longos e contínuos em que bate na criança, bater com a mão fechada, dar pontapés, morder,
prender os membros, queimar, escaldar, torcer, abanar, deixar cair, envenenar, sufocar, utilizar armas, etc.
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ESCALA 30 – PRIVAÇÕES FÍSICAS DELIBERADAS (COMIDA / ÁGUA)
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3. Restrição moderada, mas excessiva (24)
A criança é fechada ou restringida de forma não aceitável segundo as normas culturais. Por exemplo: (a) a criança
deve permanecer no seu quarto todo o dia e toda a noite; ou ainda, não lhe é permitido ir ao exterior durante vários
dias; (b) os movimentos da criança são restringidos de forma física, por exemplo, atando-a ou prendendo-a a qualquer
coisa, mas não mais do que algumas horas.
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5. Consequências severas (08)
Devido à expulsão de casa ou à recusa de a deixar regressar a casa, a criança sofreu danos severos ou foi vítima de
uma doença severa que requer hospitalização. Ou ainda, a criança foi vítima de um crime significativo (agressão,
rapto, etc.). Ou ainda, a criança cometeu uma ofensa significativa durante este período.
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PARTE B: A PESSOA QUE COMETEU O ABUSO SEXUAL
Nota importante: Para melhor avaliar esta situação de abuso, é muito importante obter toda a informação relativa à
duração e circunstâncias da situação descrita e de anotar esta informação no dossier
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2. Trabalho doméstico inapropriado (54)
A criança é forçada a assumir uma grande responsabilidade em casa devido à sua idade (por exemplo, fazer
babysitting durante várias horas, vários dias por semana, preparar as refeições familiares regularmente, etc.). As
responsabilidades da criança vão para além dos trabalhos normais e aproximam-se das responsabilidades adultas. O
trabalho doméstico da criança interfere ou está em risco de interferir com a sua saúde ou actividades sociais e
escolares.
Esta escala aplica-se apenas se uma terceira pessoa abusou da criança anteriormente ou ameaçou de abuso. Se
este não for o ocaso, utilizar o código Z (Não aplicável).
1. Adequado (100)
No momento da primeira entrevista: a criança sofreu abusos por parte de uma terceira pessoa apesar do seu
progenitor ter tido bom senso, ou seja, não ter dado a essa terceira pessoa um acesso ilimitado à criança. Não
existem indicações anteriores de que o abuso poderia ocorrer ou que o progenitor não exercia as precauções
necessárias para tentar proteger a criança de todos os abusos em potencial.
Durante as entrevistas subsequentes: a terceira pessoa que abusou da criança anteriormente não permanece em casa.
Ou ainda: o progenitor cortou relações com essa pessoa ou mantém actualmente apenas uma relação cordial. O
potencial para abusos futuros parece virtualmente eliminado.
2. Um pouco inadequado
No momento da primeira entrevista (50): a criança foi abusada por uma terceira pessoa e o progenitor não utilizou a
sua capacidade de avaliação com vista a proteger a criança de um abuso potencial, ou seja, a terceira pessoa teve um
acesso ilimitado e não restritivo à criança. O progenitor mostrou-se muito confiante ou não percebeu os sinais que
anunciavam um abuso potencial. No entanto, ele não estava consciente deste abuso. O progenitor reagiu rapidamente
e razoavelmente face ao incidente, o que significa que denunciou o abuso ou pediu ajuda.
Durante as entrevistas subsequentes (30): a terceira pessoa que cometeu o abuso ainda está presente em casa.
E/ou
O progenitor não cortou as relações com essa pessoa. No entanto, o progenitor restringiu o acesso ilimitado à criança.
Mantém-se consciente do perigo potencial. O perigo de um abuso repetido está diminuído, mas não está eliminado.
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3. Seriamente inadequado
No momento da primeira entrevista (46): a criança foi abusada por uma terceira pessoa e o progenitor não fez nada
para interromper esta situação ou para evitar que o incidente se repetisse. Pode ter assistido passivamente sem
protestar.
Ou ainda:
Fingiu que não sabia. Não sinalizou imediatamente a situação ou não procurou ajuda.
Durante as entrevistas subsequentes (05): a terceira pessoa que abusou da criança ainda permanece em casa.
E/ou
O progenitor não cortou relações com essa pessoa. A terceira pessoa tem ainda um acesso ilimitado e não restritivo à
criança. O progenitor pode dizer que está preocupado com esta situação, mas não tomou medidas para reduzir o
perigo da reincidência do abuso. Ou ainda, pode dizer que não existem motivos para uma reacção de alarme. O
progenitor demonstra pouca capacidade ou motivação para intervir face a esta terceira pessoa e para prevenir a
repetição dos abusos.
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ESCALA 38 – RENDIMENTO ESCOLAR
1. Aceitável (100)
Na escola, a criança obtém, pelo menos, as notas equivalentes à média. Ou ainda, a criança obtém notas abaixo da
média mas acredita-se que tal rendimento é devido ao seu potencial.
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5. Ausência de frequência, criança não inscrita (35)
à criança não frequenta a escola porque não foi inscrita pelos seus pais. Está muito aquém dos seus pares no plano
académico.
2. Conflitos frequentes entre a criança e os membros da família, situação ainda positiva (72)
Muitas tentativas são feitas para resolver os problemas, ainda que nem sempre com sucesso. Existe alguma tolerância
mútua. A criança pode ser excluída temporariamente das actividades familiares ou serem-lhe retirados certos
privilégios.
3. O comportamento da criança perturba as relações familiares (não foi feito qualquer pedido de colocação da
criança) (52)
Os membros da família tentam evitar os contactos com a criança, ou vice-versa. Existem algumas tentativas de
contactos mas, habitualmente, resultam em conflito. Há poucas tentativas de resolver os problemas.
4. Criança em perigo ser separada da família devido aos conflitos em casa (31)
Por exemplo, os pais fizeram queixas relativamente às ofensas ou aos delitos, ou ainda, fizeram pedidos para uma
colocação da criança noutro local. Ou ainda, a criança deseja a colocação ou recusa permanecer em casa.
No caso da avaliação ocorrer um certo tempo após o 1.º encontro com a família ou com a criança, devemos apenas
considerar as consequências significativas que se seguiram aos problemas de comportamento recentes, ou seja, depois
da sinalização ou desde o último follow-up.
2. Comportamento de oposição recente da parte da criança, mas sem consequências sérias para o próprio (56)
Ver exemplos de comportamentos de oposição e de consequências sérias no quadro abaixo.
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Os pais podem requerer ajuda para interagir com a criança, mas não pedem uma colocação. A escola pode queixar-se
junto dos pais, mas não existe ameaça de suspensão ou de expulsão iminente. Não existe implicação da polícia ou do
Tribunal.
3. Problemas moderadamente sérios de comportamento, mas sem consequências sérias para a criança (50)
Ver exemplos de problemas de comportamento moderadamente sérios e de consequências sérias no quadro abaixo.
Os pais podem requerer ajuda para a interacção com a criança, mas não solicitam a sua colocação. A escola pode
queixar-se junto dos pais, mas não existe ameaça de suspensão ou de expulsão iminente. Não existe implicação da
polícia ou do Tribunal.
Ocasionalmente, a criança pode ter sido chamada a atenção pela polícia, mas não foi presa nem a queixa chegou a
Tribunal.
6. Pelo menos um exemplo de problemas de conduta mais sério (violência ou delinquência) (23)
Exemplos: agressão a progenitor ou professor; agressão sexual; tráfico de drogas; posse de armas; roubo; etc.
Esta situação envolverá provavelmente consequências sérias para a criança.
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ESCALA 42 – COMPORTAMENTOS DE ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA
O código 3 define o comportamento de adaptação mais desejável. Os códigos 1 e 5 indicam os extremos opostos de um
comportamento de adaptação indesejável.
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Em situações de stress, isola-se totalmente. Pode assumir a posição fetal ou manifestar comportamentos sintomáticos
(por exemplo, balançar-se constantemente, chuchar no dedo, etc); ou ainda, foge da situação.
3. Sintomas moderados, ausência de incapacidade significativa, mas funciona com dificuldade (71)
Os sintomas existem e a criança mantém um nível normal de funcionamento nas actividades quotidianas e nos seus
principais papéis (membro da família, estudante, amigo, cidadão), mas com dificuldade e um esforço acrescido.
Tem uma dificuldade bem definida na sua capacidade de cumprir os papéis secundários (por exemplo, actividades
recreativas).
Isto poderá ser devido ao facto dos sintomas serem moderadamente fortes ou porque os serviços ou terapia fornecidos
não conseguem compensar completamente os efeitos de um sintoma mais severo.
Esta condição poderá causar alguma dor, desconforto, stress ou perda de tempo durante as actividades do menor.
Pode requerer que outros façam ajustamentos menores na sua relação com a criança para a integrar.
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Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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No entanto, como resultado final, a criança funciona a um nível normal, quer no plano quantitativo, quer qualitativo
(por exemplo, a criança que se desloca em cadeira de rodas e vai à escola regularmente; o caso de certas crianças
epilépticas que têm certos episódios de crise).
4. Sintomas severos frequentes, incapacidade definitiva, mas capaz de desempenhar os principais papéis a um
nível mínimo (51)
Os sintomas existem e há incapacidade definitiva (perda de eficiência) em desenvolver actividades diárias ou
desempenhar os principais papéis.
Isto pode acontecer se os sintomas forem frequentemente severos ou porque o apoio e a terapia providenciados até à
data não permitiram à criança ter um desempenho dentro dos padrões normais, mesmo com dificuldade.
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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.