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ESCALAS RELATIVAS AO BEM-ESTAR DA CRIANÇA EM RELAÇÃO AO

EXERCÍCIO DAS RESPONSABILIDADES PARENTAIS

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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ESCALA 1 – CUIDADOS AO NÍVEL DA SAÚDE FÍSICA

1. Adequado (100)
Não existem crianças com doenças, perturbações ou deficiências não tratadas que pudessem beneficiar de tratamento
médico. São imediatamente feitos chekups às crianças quando surgem sintomas de doença. Todas as crianças recebem
cuidados de saúde preventivos adequados à sua idade.

2. Marginal (81)
Não existem crianças com situações médicas não tratadas e que poderiam beneficiar de tratamento médico. Mas os
cuidados médicos preventivos ou os cuidados dentários (ex: imunizações, chekups dentários) deviam ser melhorados.

3. Moderadamente inadequado (56)


Pelo menos uma criança não recebe cuidados médicos para uma doença que normalmente deve receber tratamento. A
situação da criança poderá, provavelmente, corrigir-se por si mesma sem tratamentos médicos. No entanto, o
tratamento médico não apenas reduziria o risco de complicações, como também poderia aliviar a dor, acelerar a
recuperação ou reduzir o risco de contaminação.

4. Seriamente inadequado (34)


Pelo menos uma criança tem uma doença ou perturbação que interfere com o funcionamento normal. Nem cuidados
médicos, nem uma avaliação diagnóstica foram procurados. Com tratamento, a situação poderia ser corrigida ou, pelo
menos, controlada. No entanto, sem tratamento, a doença ou perturbação irá agravar-se (não sendo ameaçadora para
a vida da criança). Inclui situações onde uma criança teve alguns sintomas físicos (ex: dor ou sinais de doença
contagiosa) durante algum tempo, mas não foi levada a fazer exames médicos.

5. Severamente inadequado (9)


Pelo menos uma criança não recebe tratamento médico para uma doença ou perturbação. Se permanecer sem ser
tratada, a condição pode implicar ameaça para a vida, poderá resultar numa incapacidade permanente ou constituir
uma séria ameaça para a saúde pública.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 2 – NUTRIÇÃO E REGIME ALIMENTAR

1. Adequado (100)
São providenciadas às crianças refeições regulares e completas que, normalmente, satisfazem as suas necessidades
nutricionais básicas.

2. Marginal ou aceitável (71)


Frequentemente, são preparadas refeições não equilibradas em termos nutricionais e, ocasionalmente, saltam-se
refeições. São as crianças que arranjam a comida em casa ou suplementam a dieta fora de casa.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. Ligeiramente inadequado (50)
As refeições são irregulares e, frequentemente, não preparadas, mas usualmente é providenciada uma refeição por
dia. As crianças frequentemente arranjam a sua própria comida, mas por vezes apenas está disponível comida não
adequada em termos nutricionais e em quantidades insuficientes.

4. Moderadamente inadequado (32)


Períodos em que as refeições não foram providenciadas por diversos dias seguidos. Quase não há comida em casa e/ou
as crianças são incapazes de se alimentarem a si próprias. Podem comer géneros não alimentícios ou comida
estragada. As crianças podem sentir muita fome mas não existe doença actual.

5. Seriamente inadequado (22)


As crianças sofrem de alguns sintomas clínicos de desnutrição, desidratação ou intoxicação alimentar. São necessários
cuidados médicos e/ou dieta de reabilitação. Hospitalização nem sempre requerida por razões médicas (embora as
crianças possam ser temporariamente hospitalizadas de forma a assegurar a sua protecção).

6. Severamente inadequado (9)


Crianças tão severamente mal nutridas ou desidratadas (acentuada perda de peso, anemia, etc.), ou intoxicação
alimentar (febre, vómitos, etc.), que requer hospitalização.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 3 – VESTUÁRIO

1. Adequado (100)
As crianças têm todas as peças de vestuário essenciais e mudanças de roupa suficientes. Apresentam-se esmeradas e
lavadas. As roupas não precisam ser novas, mas estão em boas condições e têm um tamanho adequado. As roupas são
consistentes com as dimensões tempo (horas do dia) e espaço, bem como com as condições meteorológicas. Por
exemplo, as crianças têm roupas apropriadas à estação do ano (roupa para a chuva, luvas, roupas leves e frescas).

2. Ligeiramente inadequado (83)


As crianças têm todas as roupas essenciais, mas podem ter mudanças de roupa limitadas, ou pode haver falta de
algumas peças mais adequadas à estação do ano. As roupas estão desgastadas e frequentemente remendadas, mas não
rasgadas ou sujas. Algumas roupas podem não ter o tamanho adequado (ex: camisas de comprimento errado, sem
conseguirem abotoar-se).

3. Moderadamente inadequado (74)


As crianças têm falta de uma ou duas peças essenciais de roupa, ou algumas peças estão em tão mau estado que não
deviam ser usadas. Tentam resolver a situação adaptando a roupa que têm (ex: usando várias camisolas em vez de um
casaco), ou usando roupas que não são adequadas ao contexto ou à estação do ano. As crianças podem ser vestidas de
forma imprópria para as suas actividades normais e necessárias (ex: a escola), mas conseguem participar.
As roupas são suficientes para proteger as crianças dos elementos naturais (ex: frio, chuva, neve).

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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4. Seriamente inadequado (46)
As crianças têm falta de muitas peças de roupa básicas e essenciais. Existem tão poucas roupas, ou tipos de roupa
adequados, que, por vezes, as crianças são incapazes de desempenhar as suas actividades normais e necessárias (ex:
ir para o espaço exterior, ir para a escola). As roupas são por vezes insuficientes para proteger as crianças dos
elementos naturais (ex: frio, chuva, neve).

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 4 – HIGIENE PESSOAL

1. Adequado (100)
As crianças lavam-se ou tomam banho diariamente, os cabelos são lavados e penteados. O vestuário e sobretudos são
mudados regularmente, mesmo que não estejam particularmente sujos.

2. Ligeiramente inadequado (82)


As crianças lavam-se ou tomam banho quando estão exteriormente sujas, e não de uma forma regular. O cabelo pode
não ser penteado, mas tende a estar limpo. As roupas são mudadas apenas quando estão sujas. As fraldas sujas são
mudadas adequadamente.

3. Moderadamente inadequado (53)


As crianças não são lavadas nem tomam banho, mesmo quando estão sujas. O cabelo está visivelmente sujo. As
crianças podem emitir odor do corpo ou da boca. As roupas estão notoriamente sujas e as crianças podem usar estas
mesmas roupas durante vários dias. As fraldas sujas podem não ser mudadas por várias horas.

4. Seriamente inadequado (33)


As crianças não tomaram banho, pelo menos, durante várias semanas. As crianças emitem forte odor do corpo e/ou da
boca. Os dentes têm coisas verdes ou negras encrostadas. As roupas estão sujas e provavelmente pouco limpas.
Foram efectuadas queixas sobre a higiene das crianças (pela escola, etc.). Os pares não brincam com as crianças.
Mas as crianças não sofrem de nenhuma doença devido a este défice na higiene pessoal.

5. Severamente inadequado (21)


As crianças sofrem de várias situações descritas no ponto anterior (4) – seriamente inadequado. Devido a esta higiene
deficitária, pelo menos uma criança está fisicamente doente (ex: com alterações intestinais), requerendo tratamento
médico.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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ESCALA 5 – MOBILIÁRIO DOMÉSTICO

1. Adequado (100)
Tem mobiliário básico e essencial, condições na cozinha (fogão, frigorífico) e na casa de banho, estão em boas
condições e funcionam adequadamente. Reparações ou substituições necessárias são efectuadas rapidamente. Tem
mobiliário específico para as crianças (ex: berço, cadeira alta), quando necessário. Não mais do que um ou dois
problemas menores (ex: necessita de mais copos, desejo de ter melhor mobiliário).

2. Ligeiramente inadequado (88)


Tem todos os mobiliários a funcionar adequadamente. Tem a maioria dos mobiliários básicos, mas alguns estão muito
desgastados pelo uso. Necessita de uma ou duas peças de mobiliário (ex: outra cama, mesa, mais cadeiras) ou
mobiliário infantil. A quantidade de algumas peças de mobiliário é insuficiente em relação à dimensão da família (ex:
atoalhados, cobertores, copos, utensílios).

3. Moderadamente inadequado (64)


Tem todas as condições de mobiliário, mas a maioria das peças estão velhas e com necessidade de reparações
frequentes, resultando em períodos de tempo em que não ficam operacionais (ex: uma placa quente deveria ser
substituída por um fogão, frequente incapacidade em refrigerar alimentos perecíveis, etc.). Necessidade de algum
mobiliário adicional (ex: alguns colchões no chão, diversos membros da família a partilhar a mesma cama, ou uma
mesa que não é suficientemente grande para as refeições da família). Muitas peças de mobiliário são insuficientes em
quantidade em relação à dimensão da família. Os utensílios disponíveis ou mobiliários são frequentemente utilizados
para outros fins, que não aqueles a que se destinam (ex: vasos como tigelas, sofá como cama). Pode faltar um
aquecedor ou refrigerador de ambiente, quando necessário sazonalmente.

4. Seriamente inadequado (54)


As funções domésticas e sanitárias não são conseguidas devido à falta de condições na cozinha ou casa de banho (ou
ao facto destas não funcionarem). Poucas peças de mobiliário, a maioria a necessitar de reparação. Não existem (ou
quase não existem) atoalhados, cobertores, utensílios, pratos, tigelas. Outras peças são utilizadas (ex: uma grade
como mesa ou banco). O espaço doméstico parece ‘despido’.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 6 – EXCESSO DE PESSOAS EM CASA

1. Ausência de excesso de pessoas em casa (100)


O espaço para a família é completamente adequado. Existem diferentes áreas separadas para várias funções
domésticas e actividades pessoais (comer, dormir, cozinhar, espaços recreativos). Existe espaço suficiente para as
normais actividades privadas de toda a família.

2. Ligeiro excesso de pessoas em casa (82)


Adultos e crianças têm áreas separadas para dormir, mas as crianças de idades compreendidas entre os 6-8 anos de
sexos opostos podem partilhar a mesma cama.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
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Até quatro crianças podem estar a dormir num quarto de tamanho médio. Algumas, mas não todas, as funções
domésticas podem partilhar o mesmo espaço (a sala pode também funcionar como quarto, não existir uma cozinha em
espaço à parte, etc.). Existe espaço disponível para as actividades pessoais (fazer os trabalhos da escola, ler, brincar,
etc.).

3. Moderado excesso de pessoas em casa (62)


Pais e crianças de 5 ou mais anos de idade podem partilhar o mesmo quarto. Outros adultos do mesmo sexo podem
partilhar o quarto com crianças. Crianças de idades compreendidas entre os 9 e 12 anos de sexo oposto podem
partilhar a mesma cama. Todas as divisões servem múltiplas funções. Existe competição pelo espaço entre os
membros da família para as actividades pessoais (as pessoas ‘atravessam-se no caminho uma das outras’), e as funções
domésticas essenciais são atingidas com dificuldade. Às vezes, actividades que normalmente são efectuadas dentro de
casa são transferidas para o espaço exterior (comer, fazer os trabalhos da escola).

4. Sério excesso de pessoas em casa (51)


Não existe segregação das áreas para dormir; crianças e adultos de várias idades podem ser encontrados a partilhar a
mesma cama. O espaço é inadequado para atingir as funções domésticas essenciais de forma oportuna
(frequentemente não é possível cozinhar ou limpar; um sono adequado é frequentemente impossível). Quase não
existe espaço para circular. Competição severa pelo espaço entre os membros da família. Os membros da família
passam a maior parte do tempo possível fora de casa; discussões acerca do espaço podem ser comuns.
As funções da cozinha e/ou a casa de banho podem ser desempenhadas noutros espaços domésticos.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 7 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E HIGIENE DA CASA

1. Adequado (100)
Geralmente limpa e em ordem. Os tapetes e os azulejos são varridos frequentemente e lavados sempre que necessário
(mas algumas coisas ou papeis podem ser vistos). O pó é limpo com regularidade (não existe mais do que uma fina
camada de pó nos móveis). A casa cheira bem e não apresenta odores desagradáveis. A casa está em ordem (artigos
de necessidade diária podem observar-se: jornais, livros, casacos não pendurados). A louça é lavada ou pelo menos
colocada no lava-louças após cada refeição. Os artigos de mercearia estão arrumados adequadamente. Os atoalhados
estão limpos. Não existem animais (ex: pulgas, baratas, aranhas).

2. Ligeiramente inadequado (71)


A casa está desordenada e empoeirada. Os tapetes e os azulejos têm muitas partículas ou restos e estão manchados;
são varridos por vezes, mas raramente lavados. Mesas, prateleiras e objectos têm muito pó. Teias nos cantos. Odores
abafados e envelhecidos. O lixo não é guardado em recipientes próprios. As coisas estão espalhadas por todo o lado
(mas não existem pilhas de lixo). Louça suja espalhada pela casa; lavada à noite ou no dia seguinte. Os produtos de
mercearia estão por todo o lado (mas os alimentos perecíveis estão refrigerados). Alguns animais, poucos, que
aparecem sobretudo à noite (mas não são ratazanas). Paredes, janelas, portas, toalheiros da casa de banho, estão
manchados ou com sujidade.

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3. Moderadamente inadequado (40)
Os tapetes e os azulejos têm sujidade amontoada; os tapetes cheiram mal. O pó e a sujidade estão espalhados por
toda a casa e acumulam-se nos cantos. A casa cheira a podridão e a coisas estragadas; a casa de banho tem um forte
odor a urina/fezes (mas pouco visíveis). O lixo está disperso e alguns cantos ou salas são usados para amontoar lixo,
que raramente é mexido. O lixo não é guardado em nenhum recipiente. A louça só é lavada quando não existe louça
limpa disponível. Alimentos perecíveis não estão refrigerados e algumas vezes estão estragados. Animais surgem
frequentemente durante o dia; a casa pode ter ratos (não ratazanas). Paredes, janelas, toalheiros da casa de banho,
estão descolorados e cobertos de sujidade e gordura. Os atoalhados são usados mesmo após ficarem sujos.

4. Seriamente inadequado (21)


Os tapetes, azulejos, paredes, toalheiros da casa de banho, têm camadas incrustadas de sujidade, entulho e resíduos
de comida. Resíduos humanos ou animais são observáveis. Marcas de pó e de gordura cobrem tudo. A casa cheira
claramente a urina/fezes/coisas estragadas. Lixo e tralha estão amontoados no chão de tal forma que é difícil
circular. A louça não é lavada; a família come em louça suja ou nem sequer a usa. Alimentos perecíveis estão
estragados; a comida estragada não é deitada fora imediatamente. Infestação de roedores; os animais ‘tomaram
conta’ da casa. A família dorme em colchões sujos ou em cobertores repletos de sujidade. Mas nenhuma criança está
doente em resultado disto.

5. Severamente inadequado (18)


A casa exibe muitas as condições descritas no ponto (4) – seriamente inadequado. Como resultado destas condições
sanitárias deficitárias, pelo menos uma criança está fisicamente doente (ex: alteração intestinal, intoxicação
alimentar), requerendo tratamento médico.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 8 – ESTABILIDADE NO LOCAL DE RESIDÊNCIA

1. A residência é permanente e estável (100)


Os pagamentos da renda ou da hipoteca estão em dia e a família tem condições de efectuar futuros pagamentos. Se a
família está em mudança (por escolha, despejo, incapacidade em assegurar a renda, ou qualquer outra razão),
consegue encontrar uma alternativa a um custo que é capaz de suportar (não tem de ir para um abrigo ou partilhar
casa com outra família).

2. Alguns problemas com a estabilidade da residência (94)


Os pagamentos da renda ou prestações podem estar vencidos há cerca de um mês, mas ainda não existe ameaça de
despejo. Ou a renda está a ser paga, mas a família precisa de um arrendamento menos dispendioso.
Não existe ameaça iminente de perda de residência ou recolocação forçada.

3. Problemas sérios com a estabilidade da residência (71)


O senhorio/banco iniciou procedimentos de despejo, ou indicou que a família tem de sair por algum motivo
(prestações continuamente vencidas, dano de propriedade, venda da residência, destruição do prédio, etc.).
Tem que encontrar alternativas para viver mas não pode permanecer na residência actual, pelo menos durante algum
tempo (ex: despejo antecipado, data muito próxima para deixar a residência).
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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
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4. Perda de residência (64)


Actualmente, a família não tem uma residência permanente (pode estar na rua, num abrigo, ou a partilhar casa
temporariamente). Inclui perda de residência (ex: despejo, destruição do prédio, incêndio, etc.). A família recebeu a
notícia do tribunal ou do senhorio que tem de deixar a casa no espaço de um mês ou menos. Não tem alternativa
específica de local para ir viver.

5. Instabilidade do local de residência (40)


A família muda constantemente de local de residência, por exemplo, mais de uma vez por ano, de modo que se torna
quase impossível mater contacto continuado com esta família. Ao longo dos anos, esta instabilidade residencial
tornou-se crónica.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 9 – SERVIÇOS DISPONÍVEIS EM CASA

1. Disponíveis e confiáveis (100)


Inexistência de problemas com a disponibilidade de aquecimento, água, iluminação, electricidade ou gás para
cozinhar.

2. Disponíveis mas com ameaça de perda (86)


Actualmente, a família tem todos os serviços necessários (aquecimento, electricidade, água, etc.), mas existe uma
ameaça de redução dos serviços (por exemplo, o proprietário não paga as contas há alguns meses). Não existe um
padrão prévio de perda de serviços.

3. Disponibilidade irregular (78)


Os serviços essenciais estão disponíveis nesta residência, mas o serviço é inadequado ou inconsistente. Por exemplo,
mesmo que haja aquecimento, não existem em quantidade suficiente ou é cortado durante parte do dia. Ou a água
falha frequentemente, etc. No entanto, habitualmente o proprietário responde às queixas e as reparações são feitas
nos prazos razoáveis.

4. Serviços não disponíveis ou não confiáveis (53)


Nesta família, pelo menos um serviço essencial esteve em falta durante vários dias ou mais (ex: água, electricidade,
etc.). Ou ocorreram muitas perdas de serviços durante as últimas semanas. Demora muito tempo até que os serviços
sejam reinstalados. O proprietário não responde às queixas ou não é sequer encontrado. Por vezes, a família tem de
sair de casa temporariamente.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

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ESCALA 10 – SEGURANÇA FÍSICA EM CASA

1. Segurança (100)
A casa não apresenta qualquer perigo aparente (ver exemplos abaixo).

2. Algum perigo (44)


Observam-se uma ou duas situações perigosas em casa, mas nenhuma criança sofreu qualquer dano em resultado
disso.

3. Moderadamente perigoso (31)


Observam-se muitas situações perigosas em casa, mas nenhuma criança sofreu qualquer dano em resultado disso.

4. Seriamente perigoso (25)


Observam-se uma ou duas situações perigosas em casa e uma criança teve já de receber cuidados médicos para um
dano provocado por esta situação.

5. Severamente perigoso (10)


De forma evidente, observam-se diversas situações perigosas em casa e uma criança teve já de receber cuidados
médicos para um dano provocado por esta situação.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

Exemplos de situações perigosas


(Estas situações são consideradas perigosas se for evidente que podem eventualmente provocar danos e mesmo
a morte).

* Gás escapa da garrafa ou das canalizações.


* A pintura, à base de chumbo, está a sair.
* Existência de fogos recentes no edifício ou na unidade onde vive a família.
* Água quente ou vapor escapa-se dos radiadores.
* Substâncias ou objectos perigosos guardados em armários ou compartimentos não fechados, ou à vista das
crianças.
* Não existe protecção em janelas abertas.
* Janelas partidas ou em falta.

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ESCALA 11 – CUIDADOS AO NÍVEL DA SAÚDE MENTAL

1. Inteiramente adequados (100)


Todas as crianças que precisam de beneficiar de um tratamento profissional para um problema de saúde mental,
emocional ou psicológico recebem os serviços apropriados. Inclui-se nesta categoria os casos das crianças que
apresentam problemas de comportamento (por exemplo, delinquência), e que são do conhecimento dos serviços, mas
para os quais não foram ainda planificados serviços e saúde adequados.

2. Parcial ou ligeiramente inadequado (a criança funciona com uma certa dificuldade mas sem evidenciar deficiência
no que respeita ao desempenho dos vários papeis, por exemplo, como membro da família, como estudante, como
amigo ou como cidadão). (75)
Pelo menos uma criança que precisa de beneficiar de serviços de saúde mental não recebe este tipo de serviço. A
criança está num tal estado emocional que lhe poderá causar stress ou desconforto e requerer que os outros se
ajustem a ela (que lhe dêem uma ajuda especial, ser mais permissivos, etc). No entanto, a criança mostra-se capaz de
manter o seu nível normal de funcionamento, mesmo com certas dificuldades. A condição da criança não se
deteriorará provavelmente, mesmo na ausência de tratamento.
Inclui-se nesta categoria as situações nas quais a criança evidencia já sintomas de perturbação emocional que
requerem habitualmente uma avaliação profissional.

3. Moderadamente inadequado (a criança está afectada no desempenho de um ou mais papéis) (50)


Pelo menos uma criança que precisa de beneficiar de tratamento ao nível da saúde mental não recebe este tipo de
serviço. A criança está num estado emocional que afecta o seu desempenho ao nível dos vários papéis (por exemplo,
como membro da família, como estudante, como amigo ou como cidadão). No entanto, a criança continua a funcionar
nestes papéis a um nível mínimo. A criança evidencia um problema considerável no estabelecimento de uma relação
com os outros. Pode interferir com as actividades dos outros ao ponto de lhe serem depois atribuídas algumas sanções
(ex: os outros limitarem as suas interacções com a criança ou serem forçados a puni-la). O funcionamento ao nível dos
vários papéis irá, provavelmente, continuar a deteriorar-se se não houver tratamento.

4. Severamente inadequado (a criança é incapaz de funcionar num ou em vários dos seus papéis principais) (15)
Pelo menos uma criança que deveria beneficiar de serviços ao nível da saúde mental não recebe este tipo de serviço.
A criança evidencia um tal estado emocional que a leva a não funcionar de todo num ou em vários dos seus papéis
principais, por exemplo, na escola, com os amigos ou como membro da família. A criança é incapaz de funcionar num
ou em vários dos seus papéis principais e/ou torna-se impossível para os outros de funcionar com a criança, ou ainda
de funcionar ao nível dos seus próprios papéis. A criança é isolada pelos outros e/ou recebe punições físicas
consideráveis. A criança pode representar um perigo para si própria ou para os outros.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

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ESCALA 12 – SUPERVISÃO DE CRIANÇAS MAIS NOVAS (MENOS DE 13 ANOS)

1. Adequado (100)
O progenitor fornece uma supervisão correcta e apropriada das actividades da criança no interior e no exterior da
casa. O progenitor tem conhecimento sobre quais as actividades da criança, com quem as faz e a que horas regressa a
casa. Existem limites claros para as actividades das crianças.

2. Marginal ou aceitável (74)


O progenitor tem dificuldade em supervisionar as actividades das crianças quando estão dentro de casa. Tem
tendência a deixar as crianças sem supervisão e nem sempre sabe o que estão a fazer. As crianças envolvem-se em
actividades que não deveriam fazer. Por vezes quase fazem brincadeiras que podem ser perigosas. No entanto,
nenhuma criança sofreu qualquer dano ou lesão em resultado disto. O progenitor mostra-se prudente sobre a
supervisão da criança no exterior da casa.

3. Moderadamente inadequado (71)


As crianças brincam por vezes em áreas externas, na rua, mas próximas de casa. O progenitor sabe onde se encontram
as crianças, mas não verifica frequentemente o que estas estão a fazer. O progenitor depende muito de outros para
‘deitarem um olho’ à criança. O progenitor pode não ser capaz de aceder rapidamente ao local onde a criança está a
brincar. No entanto, nenhuma criança sofreu qualquer dano ou lesão em resultado disso.

4. Seriamente inadequado (41)


O progenitor exerce apenas pouca supervisão das crianças, quer estejam no interior, quer no exterior de casa. Por
vezes, as crianças podem brincar com objectos dentro de casa que as podem magoar. Por vezes, as crianças podem
brincar no exterior de casa em locais não seguros como, por exemplo, na rua, com estranhos mais velhos, num
pântano. Frequentemente, o progenitor não sabe onde está pelo menos uma das suas crianças. As crianças aventuram-
se, por vezes, em locais desconhecidos e requerem a ajuda de estranhos para regressar a casa. Em geral, as crianças
da família recebem muita responsabilidade para assegurarem a sua própria segurança.
No entanto, nenhuma criança sofreu qualquer dano ou lesão em resultado disso.

5. Severamente inadequado (23)


As crianças desta família não são supervisionadas de forma adequada pelos pais. Como resultado, uma ou mais
crianças sofreram já alguma lesão, requerendo tratamento médico, ou foi já vitimizada (por exemplo, molestada).

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 13 – SUPERVISÃO DE ADOLESCENTES

1. Adequado (100)
O progenitor assegura uma supervisão adequada e suficiente das actividades dos adolescentes no interior e no exterior
da casa. O progenitor sabe onde se encontra o jovem e qual o tipo de actividade que está a fazer, com quem e
quando regressará a casa. São definidos limites razoáveis e claros em relação às actividades do adolescente.

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2. Marginal (93)
O progenitor definiu regras para as crianças mais velhas e, de maneira geral, fá-las respeitar. Mas, frequentemente,
os jovens tentam persuadir o progenitor a permitir-lhes ou a tolerar certas actividades que são contrárias àquilo que
seria desejável. Por exemplo, ficar fora de casa até muito tarde, ou ficar numa festa sem qualquer supervisão. O
progenitor tenta manter-se informado sobre as actividades do adolescente e utiliza métodos disciplinares quando as
coisas vão um pouco longe demais. Na maioria das vezes, os adolescentes respeitam os pais.

3. Moderadamente inadequado (70)


O progenitor define as regras para os adolescentes mas tem, frequentemente, dificuldade em pô-las em prática. Os
adolescentes envolvem-se muitas vezes em actividades inapropriadas sem que os seus pais tomem conhecimento.
Frequentemente, o progenitor não faz um grande esforço para saber o que o adolescente está a fazer e não reage com
as sanções necessárias quando as regras são quebradas. O progenitor tem dificuldade em obter o respeito dos jovens,
mas este respeito não está totalmente perdido.

4. Seriamente inadequado (39)


O progenitor não define regras ou limites aos adolescentes e, se os define, raramente os aplica. Os jovens passam
frequentemente a noite fora de casa sem que os pais saibam onde eles estão, nem quando irão regressar a casa. De
forma habitual, o progenitor não tem a mínima ideia do que faz o adolescente e não faz qualquer tentativa para o
saber. Reconhecem geralmente que os adolescentes se comportam de forma inapropriada. O progenitor mostra pouco
ou nenhum interesse pelas actividades do jovem, desde que estas não o incomodem. O progenitor pode dizer que é
incapaz de controlar o jovem, ou ainda, pode defender o seu comportamento, alegando que ele deve ser
independente (‘eles devem descobrir por eles mesmos como é o mundo’, etc.).

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 14 – ASSEGURAR UM SUBSTITUTO PARA CUIDAR DAS CRIANÇAS

1. Adequado (100)
Os pais asseguram serviços de guarda/cuidado apropriados e seguros sempre que é necessário (inclui os cuidados a
bebés pequenos/babysitting e cuidados durante a noite).
OU
As crianças têm idade suficiente para não requererem habitualmente destes serviços de guarda.

2. Marginal ou aceitável (79)


De forma habitual, os pais deixam a criança aos cuidados de um adulto responsável, mas existem alguns problemas
com esta situação. Por exemplo, o progenitor regressa a casa muito mais tarde do que o prestador de cuidados
substituto esperava, ou o prestador de cuidados substituto não vai oferecer os cuidados de guarda apropriados devido
às condições actuais (ex: sem compensação financeira ou outra).

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. Ligeiramente inadequado (65)
As crianças mais novas não são nunca deixadas sozinhas, mas as crianças mais velhas, que conseguem orientar-se
sozinhas, são frequentemente deixadas sem saber onde estão os pais ou quando estes irão regressar. No entanto, a
criança seria capaz de pedir ajuda em caso de urgência, se necessário.

4. Moderadamente inadequado (50)


Sempre que o progenitor sai, a criança é deixada aos cuidados de uma pessoa incapaz (uma outra criança ou um
adulto inválido, por exemplo), mas o progenitor regressa a casa antes que ocorra qualquer problema.

5. Seriamente inadequado (33)


A criança deixada sozinha em casa é incapaz de satisfazer as suas necessidades de base, por exemplo, arranjar
qualquer coisa para comer ou pedir ajuda em caso de urgência. Na maioria das vezes, o progenitor regressa a casa
antes que as necessidades da criança aumentem ou antes que ocorra algum problema.

6. Severamente inadequado (14)


As crianças que não são capazes de satisfazer as suas necessidades de base, por exemplo, comer, ir à casa de banho,
evitar os acidentes, são deixadas sozinhas em casa. O progenitor não regressa a casa antes que as necessidades das
crianças se tornem mais agudas. Nestas situações, a criança pode estar em perigo no plano emocional, pode ter
sentido fome ou ter tido algum acidente que requereu tratamento médico.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 15 – GESTÃO ECONÓMICA

1. Adequado (100)
O progenitor gasta o dinheiro disponível de forma adequada e dando prioridade às necessidades das crianças. A
alimentação, renda de casa e roupa essencial têm prioridade. O progenitor é capaz de gastar apenas o dinheiro
disponível durante um longo período de tempo. Sempre que necessário, é capaz de recorrer ao dinheiro que possui, de
forma a evitar ficar sem dinheiro completamente. Raramente tem necessidade de pedir dinheiro emprestado.
Ocasionalmente, pode comprar coisas que não são necessárias, mas raramente em detrimento das coisas necessárias.
O progenitor tenta ter uma reserva de dinheiro para o caso de surgirem necessidades inesperadas mais importantes.
Se a família é economicamente desfavorecida, ou se não tem uma reserva de dinheiro, é devido a um rendimento
insuficiente, e não a uma inadequada administração do dinheiro.

2. Ligeiramente inadequada (90)


O progenitor gasta o dinheiro de forma apropriada e dando prioridade às necessidades das crianças. A renda de casa, a
alimentação e as necessidades de vestuário têm prioridade. O progenitor tem um certo problema em ter viver com o
dinheiro disponível durante um longo período de tempo. Tem tendência a pedir dinheiro emprestado. Isto não é
devido a um rendimento insuficiente. O progenitor pede dinheiro emprestado aos pais ou amigos mas, habitualmente,
consegue pagá-lo. O progenitor não tem nunca reservas de dinheiro. Gasta tudo o que ganha, mesmo que o seu
rendimento permita ter uma pequena reserva. Por vezes, o progenitor gasta o dinheiro a comprar produtos de má
qualidade ou a pagar muito caro por produtos que podia encontrar a um preço inferior, e da mesma qualidade. Pode
ainda comprar muitos bens perecíveis de uma só vez.
_______________________________________________________________________
Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. Moderadamente inadequado (60)


Ocasionalmente, o progenitor demonstra uma falta de bom senso no que respeita às prioridades de despesas. Por
exemplo, utiliza o dinheiro da renda de casa para comprar coisas não essenciais ou compras brinquedos para as
crianças em vez de comida. Por vezes, gasta dinheiro em coisas não essenciais para ele próprio, enquanto a criança
precisa de coisas essenciais. No entanto, estas situações não ocorrem muito regularmente. A planificação do
orçamento é pobre. Por vezes, não faz pagamentos importantes devido à falta de planeamento ou a compras
impulsivas. Pede dinheiro emprestado regularmente aos amigos e aos pais. Tem dificuldade em pagar as dívidas, ou
não vê necessidade em fazê-lo.

4. Severamente inadequado (35)


A família tem crises monetárias frequentes ou constantes. Esta situação não é devida a um rendimento insuficiente.
Constantemente, os pais evidenciam falta de bom sendo relativamente às suas despesas, o que leva a que as crianças
se vejam privadas das suas necessidades de forma regular e significativa. Pode haver ameaça de perda de habitação
devido ao não pagamento. O progenitor é incapaz de conservar o dinheiro (consome álcool, gasta-o com outros,
empresta-o a outros sem que haja esperança de o reaver, perde o dinheiro ao jogo, etc.). É uma situação crónica.
O progenitor compra coisas não essenciais a crédito, habitualmente sem esperança de as conseguir pagar um dia. Os
credores estão constantemente em contacto com esta família. A família está seriamente endividada. Pode ser
obrigada a pedir dinheiro emprestado a fontes não oficiais e com outros interesses.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 16 – CAPACIDADE PARENTAL PARA ASSEGURAR OS CUIDADOS ÀS CRIANÇAS

1. Adequado (100)
Não existe qualquer limitação pessoal à capacidade dos pais em assegurar os cuidados às crianças. O progenitor não
tem nenhuma limitação física, mental, emocional ou comportamental que interfira com a sua capacidade para
assegurar os cuidados à criança.

2. Parcialmente adequado (63)


O progenitor tem um problema físico, mental, emocional ou comportamental que pode comprometer a sua
capacidade em assegurar os cuidados à criança, podendo já ter ocorrido flutuações ao nível da qualidade dos cuidados
prestados. Exemplos desta situação são as doenças físicas crónicas, as incapacidades físicas, as doenças mentais ou
emocionais, o abuso de substâncias, as actividades criminais, etc. O progenitor tem necessidade de ajuda e poderá
recebê-la face aos seus problemas. Não há qualquer plano para uma hospitalização, institucionalização ou prisão dos
pais. O problema não é de longa duração ou, se é, tem melhorado recentemente. Os serviços de suporte (por
exemplo, aconselhamento, serviços médicos) parecem suficientes para estabilizar a situação ou para a melhorar.

3. Moderadamente inadequado (48)


O progenitor tem um problema físico, mental, emocional ou comportamental que dura há já muito tempo ou, ainda,
que se deteriorou recentemente. O problema pode ser recorrente e não ser totalmente curável. O progenitor esteve,
está ou estará hospitalizado, institucionalizado ou preso. O progenitor pode diminuir, pelo menos parcialmente, o
exercício da sua responsabilidade face à criança, mas consegue encontrar um substituto, a longo prazo, que assegure
_______________________________________________________________________
Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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os cuidados à criança. Os cuidados substitutos temporários foram já utilizados, estão a sê-lo actualmente ou serão
utilizados durante a ausência do progenitor, mas não há necessidade de substituto a longo termo.

4. Severamente inadequado (13)


Devido a um problema físico, mental, emocional ou comportamental, o progenitor não tem actualmente a capacidade
para prestar os cuidados adequados à criança, mesmo com os serviços complementares, sendo que não é esperada
qualquer mudança num futuro próximo. Se o progenitor for hospitalizado, institucionalizado ou preso, espera-se que
seja uma situação de longo termo. Se o progenitor está em casa, consegue apenas assegurar as tarefas relativas aos
seus próprios cuidados, podendo mesmo necessitar de assistência para a realização das mesmas.
Nestes casos, é necessário encontrar um substituto para assegurar os cuidados à criança.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 17 – RELAÇÃO ENTRE OS PAIS


Para esta escala, o termo ‘relação entre os pais’ inclui as relações entre dois adultos que co-habitam, sendo ou não
casados, com uma relação regular.

1. Ausência de discordância significativa (100)


As relações parentais são boas. Não existem mais do que as disputas consideradas normais e pouco frequentes. Existe
tolerância mútua e os conflitos são rapidamente resolvidos. A comunicação é frequentemente aberta entre os adultos.
Os pais têm uma relação emocional positiva e de proximidade. As crianças não são nunca implicadas nas discussões
entre os pais. Não existe nunca violência física entre os pais e não se discute a hipótese de uma eventual separação.

2. Discordância moderada (61)


Os pais têm mais discussões do que o usual. Tentam resolver os problemas, mas nem sempre o conseguem da forma
mais construtiva. Por vezes os canais de comunicação estão fechados entre os pais. Existem por vezes ameaças de
separação ou de divórcio, mas tal nunca aconteceu. Por vezes as crianças são envolvidas nas discussões dos pais. Na
maioria das vezes, parece existir uma relação emocional intensa entre os pais e quando as coisas ficam mais sérias,
por exemplo, quando afectam as crianças, eles apoiam-se mutuamente. Ocasionalmente, mas muito raramente,
podem ocorrer lutas (bater, dar estalos). Se constituir um padrão de violência, ou se em resultado alguém sofreu um
dano significativo, cotar sempre 3 ou 4).

3.Discordância séria (45)


Os pais parecem ter mais períodos de discussões do que de paz e harmonia. Uma vez que os contactos entre os pais
têm tendência para terminar em conflitos, os contactos para além daqueles relativos às questões essenciais são
evitados. Existe pouca tolerância e guarda-se rancor durante longos períodos de tempo. A ligação emocional entre os
pais pode ter vindo a esbater-se e um ou os dois podem procurar satisfação fora da relação conjugal. As crianças, não
apenas são implicadas nas discussões, como são também, frequentemente, o pretexto das discussões. Os pais já
falaram em separação e um deles pode ter já saído de casa por vários dias, em várias ocasiões. Não existe uma
separação legal em curso. As discussões podem levar a agressão física, mas nenhuma lesão ocorreu em resultado
disso.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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4. Discordância severa (33)
Existem numerosos exemplos de discussões sérias tais como aquelas descritas no ponto 3. Ocorreu violência física
resultante em lesão ou dano e existe ameaça de mais violência. O ambiente familiar está muito perturbado. Existiram
já períodos de separação e os procedimentos para o divórcio podem estar iminente ou já em curso.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 18 – CONTINUIDADE DA FIGURA PARENTAL

1. Continuidade da figura parental (100)


Existe continuidade do casal parental que se ocupa das crianças pelo menos há um ano ou desde a sinalização. Se
existem dois pais ou prestadores de cuidados, permanecem juntos, sem separação. Se existe apenas um progenitor ou
prestador de cuidados, manteve sempre a responsabilidade primária das crianças. Se a guarda parental é partilhada
por outros familiares, estes constituem uma extensão da rede familiar e as crianças estão perfeitamente confortáveis
com esta parentalidade. Não existe ausência da figura parental de forma permanente ou durante um longo período de
tempo.

2. Estabilidade marginal (79)


Um dos progenitores providenciou cuidados continuados e estáveis às crianças durante o último ano ou desde a
sinalização. O outro progenitor não está em casa ou está ausente durante longos períodos de tempo (devido a
dificuldades conjugais, institucionalização ou outras). Ou ainda, os pais estão separados e o outro progenitor apenas
faz as visitas às crianças. Esta situação exigiu certos ajustamentos na vida dos vários membros da família.

3. Instabilidade moderada (68)


Existiram, pelo menos, uma ou duas rupturas inesperadas, mas temporárias, na prestação dos cuidados, durante o
último ano ou desde a sinalização. Os pais estão ausentes durante longos períodos de tempo e as crianças são cuidadas
por alguém que normalmente não o faz. Todavia, os pais não partiram de uma forma abrupta. Mantêm algum contacto
durante a sua ausência. Os pais regressam para assumir os cuidados das crianças, ou espera-se que regressem
brevemente.

4. Instabilidade séria (44)


As crianças experienciaram uma série de rupturas na prestação de cuidados ao longo do último ano ou desde a
sinalização. Os pais partiram durante longos períodos de tempo, de forma inesperada, ficando as crianças entregues a
pessoas não familiares e que não se ocupavam delas normalmente. Os pais partiram de forma abrupta e não
prepararam as crianças para esta situação. As crianças tiveram de mudar de casa frequentemente. No entanto, pelo
menos um dos pais regressou para assumir as suas responsabilidades parentais. As crianças não foram abandonadas.

5. Deserção ou abandono (13)


As crianças foram abandonadas pelos seus pais ou prestadores de cuidados. Esta situação ocorreu de forma abrupta.
Não existe indicação de que os pais tenham intenção de regressar a casa. As crianças tiveram de mudar de uma casa
para outra. Neste momento, os planos futuros relativamente às crianças são desconhecidos ou incertos.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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X Desconhecido – informação insuficiente.
Z Não aplicável

ESCALA 19 – RECONHECIMENTO DOS PROBLEMAS PELOS PAIS

1. Adequado: boa compreensão e reconhecimento das responsabilidades (100)


O progenitor ou prestador de cuidados compreende bem o tipo de problema que a família vive e, geralmente,
concorda com outros acerca da gravidade dos seus problemas. O progenitor está consciente do grau de insatisfação
das necessidades das crianças, ao nível físico, social ou emocional. O progenitor compreende bem a sua
responsabilidade ou parte dela ou a sua contribuição para o problema (podendo ser responsável pela sua existência).
O progenitor aceita a completa responsabilidade, se for esse o caso.

2. Moderadamente inadequado: incompreensão parcial e reconhecimento limitado das responsabilidades (55)


Os pais compreendem os tipos de problemas que existem mas não concordam com outros a respeito da sua gravidade
(acreditam que os problemas são muito menos severos). O progenitor pode não ter os conhecimentos necessários a
propósito do desenvolvimento da criança e do exercício do papel parental. Consequentemente, aceita apenas uma
responsabilidade limitada pela existência dos problemas, apesar dele ser responsável. Uma melhor compreensão dos
problemas pode conduzir a uma melhor aceitação da responsabilidade, se for esse o caso.

3. Seriamente inadequado: não reconhece qualquer responsabilidade pessoal (43)


O progenitor pode ter uma compreensão mínima dos problemas da família, mas não reconhece que seja responsável
ou que contribua para os mesmos. O progenitor não aceita qualquer responsabilidade pela não satisfação das
necessidades das crianças, mesmo quando deveria reconhecer alguma responsabilidade. O progenitor pode tentar
encontrar algumas explicações, nomeadamente os enviezamentos culturais, mesmo se a maior parte do seu grupo
cultural não esteja de acordo consigo. Manifesta uma opinião inflexível e reclama que outros membros da família, a
sociedade, etc, devam ser responsabilizados, quando tal não se verifica.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 20 – MOTIVAÇÃO PARENTAL PARA RESOLVER OS PROBLEMAS

1. Adequado: mostra certas preocupações e um grau de confiança realista (100)


O progenitor está interessado no bem-estar das crianças. Quer satisfazer as suas necessidades físicas, sociais e
emocionais. O progenitor tem uma confiança realista relativamente à resolução dos problemas e é capaz de pedir
ajuda quando há necessidade (ex: para adquirir mais conhecimentos).

2. Parcialmente adequado: mostra uma certa preocupação, mas tem falta de confiança (70)
O progenitor está preocupado com a saúde e bem-estar das crianças e quer satisfazer as suas necessidades. Tem falta
de confiança em relação ao facto de poder resolver os problemas e tem baixas expectativas de auto-eficácia. Por uma
razão ou por outra, não pede ajuda logo que é necessário. Por outro lado, assim que toma uma decisão ou inicia uma
acção para resolver um problema, mostra ter bom senso.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. Moderadamente inadequado: parece preocupado mas não aceita a responsabilidade (55)
O progenitor parece preocupado em relação ao bem-estar das crianças e pretende que sejam satisfeitas as suas
necessidades. Por vezes, evidencia alguns problemas, podendo demonstrar alguma negligência ou cometendo alguns
erros ou acidentes, ao tentar satisfazer essas necessidades. Pode ser desorganizado, não passar tempo suficiente ou
não prestando atenção suficiente. Pode interpretar mal os sinais que as crianças emitem e evidenciar falta de bom
senso. Por outro lado, o progenitor não parece renunciar conscientemente ao seu papel parental. Mostra remorsos.

4. Seriamente inadequado: indiferente, apático (45)


O progenitor não está preocupado com as necessidades das crianças, que não se assumem como uma prioridade,
exigindo mais tempo ou dinheiro. Existe não satisfação de uma ou mais necessidades no plano físico, social ou
emocional. O progenitor não tem as prioridades certas no que respeita ao cuidado das crianças. Pode adoptar uma
atitude indiferente ou falta de interesse pela criança, pelo seu bem-estar e desenvolvimento. Mas não rejeita
totalmente o seu papel parental.

5. Seriamente inadequado: rejeição do papel parental (25)


O progenitor rejeita activamente o seu papel parental, adoptando uma atitude hostil em relação às crianças. Acredita
que os cuidados à criança lhe são impostos e pode exigir ser aliviado desta responsabilidade. Pode adoptar a atitude
de que não é esta a sua responsabilidade, o seu ‘trabalho’.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 21 – COOPERAÇÃO DOS PAIS COM OS SERVIÇOS

1. Adequado (100)
O progenitor está activamente e completamente envolvido na planificação e aplicação dos serviços e do tratamento
(serviços destinados à criança ou a si próprio). Aceita e utiliza activamente os serviços pertinentes, incluindo o facto
de ter sido referido a outros intervenientes ou organismos fornecedores de serviços. Comparece nas entrevistas,
mostra-se disponível e segue as directrizes o melhor que as suas capacidades o permitem. Mostra preocupação em
relação ao impacto dos serviços ou tratamentos, e queixa-se dos serviços inadequados, quando esse é o caso. Pode
não estar de acordo com tudo aquilo que lhe é sugerido mas tenta ser construtivo na identificação de alternativas.
Quando surgem problemas de cooperação, observam-se circunstâncias atenuantes.

2. Ligeiramente inadequado (64)


O progenitor não está tão activamente envolvido na planificação e nos serviços como devia estar. Pode dever-se a
desorganização ou a alguma ambivalência em relação aos serviços. Aceita e utiliza os serviços apropriados, mas nem
sempre faz o melhor uso destes ou desiste muito cedo. Comparece às entrevistas, mas por vezes não guarda os
registos/acordos, sem quaisquer circunstâncias atenuantes. Pode cooperar de forma satisfatória com os serviços
relativos às crianças, mas não com aqueles relativos a si próprio, podendo considerar que transmite uma má imagem
de si. Tende a esperar que sejam os outros a fazer sugestões. Queixa-se sem propor alternativas, mas aceita as
orientações.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. Moderadamente inadequado (50)
O progenitor está envolvido de forma mínima na planificação dos serviços. Evidencia uma atitude de resistência
passiva face aos prestadores desses serviços. Verbalmente, aceita os serviços, mas nem sempre os utiliza ou não segue
os acompanhamentos recomendados, e reclama assistência continuamente (ex: tem de ser transportado a qualquer
lugar, quando tem o seu próprio meio de transporte, etc.). Tem de ser muitas vezes coagido ou ‘correr-se atrás dele’.
Comparece às entrevistas, mas não as prepara previamente e perde os registos/acordos. Quando utiliza os serviços,
participa sem grande entusiasmo ou a um nível mínimo. Geralmente, não recusa o serviço, não se comporta
constantemente de forma hostil e não sabota activamente a intervenção. O organismo do serviço é capaz de manter
um contacto com a família.

4. Seriamente inadequado (30)


Resiste activamente a todo o contacto com os organismos ou envolvimento. Recusa qualquer serviço ou sabota
activamente o serviço quando persuadido ou coagido a aceitá-lo. Pode ameaçar os fornecedores de serviços ou tentar
por todos os meios desencorajá-los de implicar outras pessoas nestes serviços. Pode ser muito difícil contactar esta
família ou manter-se em contacto. A família pode mudar de residência, a fim de dificultar os contactos com os
serviços.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 22 – SUPORTE DISPONÍVEL PARA O PRINCIPAL PRESTADOR DE CUIDADOS


A pessoa que assume o papel maternal, habitualmente a mãe das crianças, é definida como o principal prestador de
cuidados.

1. Suporte disponível (100)


Sempre que necessário, pode contar com a ajuda de um ou mais membros da família mais próxima e de dois ou mais
amigos ou outros parentes. Os membros da família imediata são definidos como o outro progenitor, um avô/avó,
irmão, irmã, ou um filho adulto do principal prestador de cuidados.

2. Disponibilidade da família e de um amigo (96)


Logo que a necessidade se faz sentir, pode pedir ajuda a um ou mais membros da família mais próxima e a um amigo
ou outro parente.

3. Disponibilidade apenas da família (85)


Em caso de necessidade, pode pedir ajuda a dois ou mais membros da família mais próxima. Não tem amigos ou outros
parentes a quem possa pedir ajuda.

4. Disponibilidade apenas de um amigo (73)


Em caso de necessidade, apenas pode chamar uma pessoa para o ajudar. Esta pessoa é um amigo ou um parente, que
não pertence à família mais próxima. Não existem membros da família mais próxima com quem possa contar.

5. Disponibilidade de um membro da família (67)


Em caso de necessidade, apenas pode chamar uma pessoa para o ajudar. Essa pessoa é um membro da família mais
próxima. Não existem amigos ou outros parentes com quem possa contar.
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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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6. Nenhum suporte disponível (56)


Ninguém pode ser chamado e não pode contar com ninguém quando a ajuda é necessária, ou ainda, o principal
prestador de cuidados diz que a única pessoa com quem pode contar é um assistente social ou outro suporte
profissional.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 23 – DISPONIBILIDADE E ACESSIBILIDADE DOS SERVIÇOS

1. Adequado (100)
Todos os serviços essenciais de que a família precisa estão disponíveis em número e qualidade suficiente. Os serviços
são adequados e acessíveis. A família tem dinheiro de bolso necessário para pagar os serviços e para lhes aceder, se
implicarem custos (ou a família será reembolsada por esses custos). Os serviços são considerados disponíveis e
acessíveis mesmo se rejeitados pela família.

2. Ligeiramente inadequado (77)


Os serviços essenciais de que a família precisa estão disponíveis, pelo menos parcialmente, mesmo que sejam de
menor duração ou menos intensivos do que o necessário. Certos serviços não são facilmente acessíveis devido a uma
sobre-utilização (por exemplo, as longas listas de espera) ou devido a uma má localização. A família acaba por obter
os serviços, mesmo que, por vezes, falte a alguns encontros devido a problemas de acessibilidade. Por vezes, o serviço
mais apropriado não está disponível, mas pode ser obtido um serviço substituto (por exemplo, terapia de grupo em
vez de terapia individual, etc.).

3. Moderadamente inadequado (68)


Pelo menos um serviço essencial para a família não está disponível na comunidade ou não é acessível, mesmo que
outros serviços essenciais o sejam. Por esta razão, uma parte do plano de intervenção pode não pode seguido. No
entanto, a família recebe outros serviços.

4. Seriamente inadequado (57)


A família não obtém a maioria dos serviços de que necessita, por estes não estarem disponíveis nem acessíveis. O
plano de intervenção originalmente definido para esta família não pode ser aplicado. O trabalho com esta família
limita-se à intervenção dos assistentes sociais ou a uma monitorização.

5. Seriamente inadequado (29)


A família não pode obter nenhum dos serviços essenciais de que precisa. Os serviços não estão disponíveis na
comunidade ou simplesmente não são acessíveis. A instituição envolvida não tem os recursos para fornecer um serviço
mínimo, por exemplo, o aconselhamento social. Consequentemente, este caso será encerrado.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

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Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
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ESCALA 24 – ACEITAÇÃO DAS CRIANÇAS E MANIFESTAÇÕES DE AFECTO

1. Progenitor muito aceitante e afectuoso (100)


O progenitor aceita as crianças e mostra-se afectuoso com estas (por exemplo, utiliza frequentemente expressões
espontâneas ou gestos de afecto com as crianças). O progenitor encoraja e responde de forma calorosa às
manifestações da criança que tem necessidade de contactos físicos ou que evidencia uma resposta emocional.

2. Progenitor aceitante e afectuoso, mas com reservas (70)


O progenitor tem poucas expressões de afecto espontâneas ou gestos de afecto, mas descreve a criança de forma
positiva, se lho pedirmos. Raramente toma a iniciativa de manter contactos físicos, mas permite que as crianças os
mantenham, e responde-lhes. Estabelece certos limites quanto ao tipo e duração dos contactos, bem como dos
momentos em que devem ocorrer. Ocasionalmente, pode preferir certas crianças em detrimento em outras, mas não
exclui nenhuma.

3. Progenitor não afectuoso, mas não rejeitante ou hostil de forma explícita (45)
O progenitor tem tendência a descrever ou a falar da criança em termos objectivos ou descritivos. Parece não gostar
de contactos físicos com as crianças (por exemplo, permite os contactos, não afasta as crianças, mas raramente
responde de forma calorosa). Tenta restringir os contactos a um nível funcional (por exemplo, durante os períodos de
tempo em que veste ou alimenta as crianças). Parece desconfortável quando as crianças exprimem afecto. Pode dizer
que as crianças são muito exigentes, que o deixam embaraçado, etc. Pode demonstrar um favoritismo persistente (por
exemplo, mostrar afecto apenas a certas criança, mostrando-se indiferente face às outras).

4. Progenitor claramente rejeitante ou hostil (20)


Fala constantemente das crianças em termos negativos, com ressentimento ou zanga. De forma habitual, não permite
que as crianças mantenham contactos físicos e tenta minimizar ou mesmo evitar os contactos funcionais (por
exemplo, durante a hora de vestir ou alimentar a criança). Ocasionalmente, pode punir as crianças pelos seus pedidos
de afecto. Recusa ajudar ou dar suporte à crianças quando estas sentem problemas. Ocasionalmente, pode
demonstrar afecto por uma criança com o único objectivo de suscitar inveja ou ciúmes nos outros e para reforçar as
acções subsequentes de rejeição.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 25 – APROVAÇÃO DAS CRIANÇAS

1. A aprovação é a principal forma de orientar as crianças (100)


O progenitor prefere orientar a criança recompensando o seu comportamento adequado em vez de punir o
comportamento desadequado. O encorajamento e elogio são espontâneos. A crítica é limitada e construtiva. O
progenitor não tem uma atitude de favoritismo.

2. A aprovação e a desaprovação são utilizadas de forma condicional (78)


A punição e a desaprovação são utilizadas tão facilmente como a recompensa e a aprovação, dependendo do
comportamento da criança. A aprovação é dada face a comportamentos específicos, mas não de forma espontânea ou
sob a forma de um encorajamento geral. Os pais valorizam uma abordagem ‘olho por olho’.
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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. A desaprovação é a forma principal de orientar as crianças (72)


As crianças são raramente recompensadas ou felicitadas por um comportamento apropriado mas, frequentemente, são
punidas ou criticadas por um mau comportamento. O progenitor tende a ser justo na medida em que a punição e a
desaprovação estão relacionadas a um comportamento de forma consistente. O progenitor tem uma atitude punitiva.
Acredita que um bom comportamento contém em si mesmo a sua própria recompensa ou ainda que as recompensas
são ‘prémios’.

4. O uso da desaprovação é excessivo e severo (50)


O progenitor insiste muito sobre os defeitos e limitações das crianças. As críticas ou a desaprovação são
desproporcionadas em relação ao comportamento (por exemplo, a criança é qualificada de estúpida, sem valor, etc.).
As críticas e desaprovações não são utilizadas de forma justa e constante. O progenitor dá as recompensas apenas
para compensar ou diminuir o efeito do seu próprio comportamento injusto ou da sua reacção.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 26 – ATITUDES E EXPECTATIVAS DOS PAIS FACE ÀS CRIANÇAS

1. Progenitor realista (100)


O progenitor tem um bom conhecimento ou é capaz de identificar quais os comportamentos apropriados em função da
idade. Encoraja gradualmente a criança a adoptar um comportamento mais maduro, mas tem atenção para não a
frustrar. Ajuda a criança a executar as tarefas quando necessário, mas não a deixa desistir muito cedo. O progenitor
demonstra muita flexibilidade nos seus pedidos e oferece opções às crianças. O progenitor pode cometer alguns erros,
mas são facilmente reconhecidos e corrigidos.

2. Progenitor por vezes realista mas disponível para melhorar (80)


O progenitor tem um bom conhecimento dos comportamentos apropriados segundo a idade mas, por vezes, mantém
expectativas muito elevadas ou muito baixas em relação à criança. Faz, por vezes, pedidos que frustram a criança e o
progenitor ou, ainda, por vezes, não permite que a criança pratique novos comportamentos. Raramente pune a
criança por não responder aos pedidos ou por tentar praticar novos comportamentos. O progenitor está mais confuso
que zangado. Está disponível para aconselhamento e supervisão. Deseja ser realista com as crianças e compreender as
suas capacidades e necessidades.

3. Progenitor um pouco irrealista e indisponível para melhorar (65)


A mesma descrição da categoria 2, exceptuando o facto de que o progenitor mostra-se indiferente ou zangado quando
a criança não responde aos seus pedidos ou quando tenta novos comportamentos. Não é muito flexível e mostra-se
indisponível para aconselhamento.

4. Progenitor muito irrealista (40)


O progenitor tem uma compreensão pobre dos comportamentos apropriados em função da idade ou faz pedidos
irrealistas às crianças, mesmo compreendendo um pouco os seus comportamentos. Frequentemente pune as crianças
por não responderem aos seus pedidos, ou porque eles exibem comportamentos mais maduros. No quotidiano, podem
existir conflitos acerca das expectativas em relação ao comportamento das crianças. Estas podem tornar-se
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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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resistentes à exploração ou inovação. O progenitor pode recusar o reconhecimento do conceito de comportamento
apropriado em função da idade, ou pode acreditar que as suas expectativas são apropriadas. Mostra-se hostil a este
respeito. A criança pode demonstrar alguns atrasos ao nível do desenvolvimento (cognitivo ou outro), ou ainda, um
stress emocional devido a esta situação.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 27 – CONSISTÊNCIA PARENTAL AO NÍVEL DA DISCIPLINA

1. Grande coerência (100)


O progenitor cumpre sempre as promessas de recompensas ou punições face às crianças. Raramente se contradiz. As
crianças sabem o que esperar. As punições são apropriadas aos comportamentos.

2. Ligeira coerência, mas o progenitor está disponível para melhorar (85)


O progenitor nem sempre aplica as sanções. Por vezes, contradiz-se, mas esforça-se no sentido de se corrigir assim
que reconhece as suas inconsistências. Compreende o conceito de coerência e valoriza-a mas, por vezes, esquece-se
ou age impulsivamente.

3. Ligeira coerência, mas o progenitor não está disponível para melhorar (70)
A mesma descrição da categoria 2, excepto de que a criança nem sempre sabe o que esperar e o progenitor parece
indiferente a esta situação. Não parece valorizar a coerência, ou ainda, pode não compreender o conceito.

4. Baixa coerência (53)


Frequentemente, o progenitor reage indiscriminadamente ou de forma inconstante ao comportamento da criança. As
punições não são apropriadas ao comportamento emitido. Pode mostrar-se hostil face à abordagem destes problemas.
Pode acreditar que é coerente, dentro da sua própria lógica. Pode afirmar que o seu comportamento beneficia as
crianças (por exemplo, que as ajuda a adaptar-se ao mundo real).

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 28 – ESTIMULAÇÃO E ENSINO DAS CRIANÇAS

1. Progenitor muito activo (100)


O progenitor favorece a conversação ou a discussão. Encoraja as crianças a contar histórias, dar as suas opiniões ou a
demonstrar certas capacidades. Passa uma boa parte do dia em actividades centradas nas crianças. Faz um esforço
quotidiano para ensinar à criança coisas como as cores, palavras, maneiras, etc. Informa-se frequentemente sobre os
progressos da criança na escola e ajuda-a com os seus trabalhos escolares, se necessário.

2. Progenitor moderadamente activo (84)


De forma habitual, o progenitor não encoraja as crianças a demonstrar as suas capacidades ou a dar as suas opiniões,
mas mostra-se atento quando elas as exibem. Não organiza frequentemente actividades centradas na criança, mas
_______________________________________________________________________
Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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responde aos pedidos desta em relação à sua participação, na medida do possível. Tenta incluir as crianças em
actividades que não são centradas nelas próprias (ir às compras, cozinhar, etc.). Providencia um espaço para a criança
fazer os trabalhos escolares e faz perguntas sobre os mesmos, mas desencoraja qualquer pedido de ajuda. Mostra-se
disponível para aconselhamento no que respeita ao ensino e comunicação com as crianças.

3. Abordagem passiva com algumas privações (70)


O progenitor tende a mostra-se desatento ou indiferente às tentativas da criança de envolver os pais num diálogo ou
numa actividade. De forma habitual, prefere que as crianças aprendam por elas próprias ou se ocupem com jogos,
brinquedos, televisão, etc. Pode oferecer a sua participação em actividade que são do seu interesse, mais do que do
interesse da criança. Demonstra pouco interesse pelos trabalhos escolares da criança, mas permite que esta os faça
sem interrupção. As crianças mais velhas recebem uma atenção ou supervisão mínimas por parte do progenitor, mas
é-lhes permitido participar em actividades de grupo com os pares. O progenitor parece demonstrar pouco entusiasmo
com as crianças e contenta-se em desempenhar o seu dever ou ‘trabalho’.

4. Privações consideráveis (41)


O progenitor tende a ignorar ou a evitar as crianças. As tentativas da criança para captar a sua atenção podem
resultar em hostilidade. As crianças têm (quando têm) poucos jogos ou brinquedos, ou materiais de qualquer tipo. As
crianças mais velhas participam pouco em actividades com os pares porque os pais desencorajam este tipo de
actividades. As crianças não têm um local determinado para fazer os trabalhos escolares, ou os pais nada fazem para
prevenir as interrupções. A comunicação é monossilábica (habitualmente, restringe-se a ordens dadas às crianças para
que se mantenham quietas) ou de natureza correctiva (indicar os erros), mais do que construtiva (mostrar a forma
correcta de fazer as coisas). O progenitor pode pensar que as crianças são um aborrecimento ou que elas tentam, de
forma intencional, enervá-lo.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 29 – DISCIPLINA FÍSICA ABUSIVA

1. Nenhuma disciplina física é utilizada com a criança (100)


A criança nunca foi punida fisicamente. Apenas são utilizados métodos de disciplina não física ou não violenta (por
exemplo, retirar privilégios, desaprovação verbal, etc.). O progenitor não permite que outros punam fisicamente a
crianças.

2. Disciplina física utilizada, mas não de forma excessiva, inapropriada ou abusiva (93)
De forma habitual, apenas as formas de punição física culturalmente aceites são utilizadas (por exemplo, bater no
rabo). A punição não é excessiva nem deixa marcas física ou não causa muita dor. O objectivo da punição é, em
primeiro lugar, simbolizar a desaprovação, e não magoar ou fazer mal à criança.

3. Disciplina física excessivamente utilizada, mas não resultante em dano (50)


A mesma descrição da categoria 2. Por vezes a força física utilizada é excessiva e, mesmo não havendo dano na
criança, esta sofre dores temporárias consideráveis. O objectivo da punição é o de exercer um controlo firme sobre o
comportamento da criança.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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4. Utilização de força física excessiva ou inapropriada, resultando em danos superficiais (18)
Ver as definições e exemplos de força excessiva ou inapropriada.
A criança sofreu danos que são tipicamente superficiais (por exemplo, pequenos cortes, pequenas queimaduras de 1.º
grau, equimoses, etc.). Os danos são localizados numa ou duas regiões do corpo e não implicam mais do que uma
ligeira lesão da pele. Estes danos superficiais não necessitam habitualmente de tratamentos médicos. Os
medicamentos disponíveis em casa são suficientes (por vezes, um tratamento médico pode ser efectuado).

5. Utilização de força excessiva e inapropriada, resultando em danos moderadamente severos (13)


Ver as definições e exemplos de força excessiva ou inapropriada.
Os danos moderados resultantes devem habitualmente receber cuidados médicos de forma a reduzir os riscos de
complicação, acelerar a cicatrização ou reduzir a dor. Estes danos não colocam a criança em risco de vida e não são
susceptíveis de infecção, mesmo na ausência de tratamento médico. Os exemplos podem ser os seguintes: cortes que
necessitem de suturas, equimoses em todo o corpo, dentes partidos, queimaduras moderadamente severas (de 1.º ou
2.º grau), fracturas de pequenos ossos, contusões ligeiras, etc.). Os danos moderados não requerem habitualmente
hospitalização por razões médicas (por vezes, a criança pode ser hospitalizada por questões de protecção).

6. Utilização de força física excessiva e inapropriada, resultando em danos severos (01)


Ver as definições e exemplos de força excessiva ou inapropriada.
A criança sofreu danos sérios que requerem sempre uma atenção médica rápida, devendo ser tratados com urgência
(por exemplo, fractura dos ossos longos, feridas internas, queimaduras de 3.º grau, isto é, as mais severas, danos
cerebrais ou na espinal medula, danos nos olhos, cortes profundos ou perfurações que podem resultar em infecção).
Os danos podem pôr em risco a vida da criança ou resultar em deficiência física ou mental, podem causar desfiguração
ou dor crónica e profunda. A hospitalização é habitualmente requerida por razões médicas.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

Definições de força excessiva ou inapropriada:


a) O progenitor utiliza modos de correcção ou de punição física que são culturalmente aceitáveis, mas fá-lo
de forma muito prolongada ou utilizando uma força excessiva, ou ainda, de forma muito frequente.

OU

b) O progenitor utiliza modos de punição física que são culturalmente inaceitáveis ou inapropriados.

EXEMPLOS:
- Períodos longos e contínuos em que bate na criança, bater com a mão fechada, dar pontapés, morder,
prender os membros, queimar, escaldar, torcer, abanar, deixar cair, envenenar, sufocar, utilizar armas, etc.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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ESCALA 30 – PRIVAÇÕES FÍSICAS DELIBERADAS (COMIDA / ÁGUA)

1. Nenhuma privação (100)


A criança não é deliberadamente ou intencionalmente privada de alimentação e água sempre que estas estão
disponíveis. Nunca é utilizada como forma de punição. Podem existir restrições sobre o tipo de alimentação (por
exemplo, privar de sobremesa ou doces), por razões não disciplinares (por exemplo, por razões de saúde ou
económicas).

2. Ligeira privação (não abusiva) (75)


Pode ocorrer ocasionalmente uma privação intencional e deliberada de alimentação, dentro dos limites das normas
culturalmente aceites (por exemplo, a criança vai deitar-se sem jantar). A criança nunca é privada de água.

3. Privação moderada (35)


A criança é deliberada e intencionalmente privada de alimentação ou água durante pelo menos um dia, ou é
alimentada em quantidade mínima e/ou de forma inadequada durante vários dias. Sem sintomas clínicos de
desnutrição ou desidratação, mesmo se a criança tenha ocasionalmente sentido muita fome ou sede.

4. Privação significativa (15)


Devido a uma privação deliberada de água ou alimentação, a criança sofre de sintomas clínicos de desnutrição ou
desidratação. Nesta condição, a criança requer uma atenção médica e um regime alimentar de reabilitação. A
hospitalização não é habitualmente requerida por razões médicas (no entanto, a criança pode ser temporariamente
hospitalizada para a sua própria protecção).

5. Privação severa (04)


Devido a uma privação deliberada de água e alimentação, a criança está severamente desnutrida ou desidratada (por
exemplo, uma perda de peso severa, anemia, etc.) e a hospitalização é requerida por razões médicas.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 31 – RESTRIÇÕES FÍSICAS EXCESSIVAS

1. Ausência de restrição física (100)


De forma deliberada, a criança nunca foi fechada, atada ou restringida de qualquer forma como modo de punição.

2. Restrição ligeira (não abusiva) (94)


Ocasionalmente, a criança é fechada de forma culturalmente aceitável a fim de a punir. Por exemplo, a criança pode
ser fechada num quarto durante algumas horas; ou pode ser impedida de brincar fora de casa (ou de falar com os
amigos) durante um dia inteiro, etc. Os movimentos da criança não são fisicamente restringidos, atando-a ou ligando-
a a qualquer objecto. A criança nunca é colocada numa situação de perigo físico ou emocional.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. Restrição moderada, mas excessiva (24)
A criança é fechada ou restringida de forma não aceitável segundo as normas culturais. Por exemplo: (a) a criança
deve permanecer no seu quarto todo o dia e toda a noite; ou ainda, não lhe é permitido ir ao exterior durante vários
dias; (b) os movimentos da criança são restringidos de forma física, por exemplo, atando-a ou prendendo-a a qualquer
coisa, mas não mais do que algumas horas.

4. Restrição excessiva severa (13)


Existe um perigo potencial de criar um dano físico ou emocional.
Por exemplo: a criança é fechada no seu quarto durante alguns dias ou mais; a criança é fechada em locais escuros ou
muito restritos (por exemplo, um armário, despensa ou pequeno compartimento), mesmo que seja por um breve
período de tempo; qualquer privação sensorial ou colocar numa situação assustadora; a criança é amarrada ou presa a
algum objecto durante um dia ou mais.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 32 – ACESSO LIMITADO EM CASA (TRANCAR A CRIANÇA DELIBERADAMENTE)

1. Sem acesso limitado (100)


A criança nunca é privada do acesso a qualquer área da casa ou colocada fora de casa. Isto nunca é utilizado como
forma de punição.

2. Algumas situações problema, eventual perigo baixo, ausência de danos (53)


A criança é privada do acesso à sua casa ou expulsa de casa. Tem um local para onde ir (amigos, familiares e
vizinhos), e tem idade suficiente ou é suficientemente capaz para lá ir. Se é expulso durante toda uma noite, a
criança permanece num local seguro (noutra casa ou num abrigo). Esta categoria inclui a criança em fuga, mas que os
pais se recusaram a aceitá-la de volta, entregando-a à polícia ou a um serviço de ajuda. Não inclui as situações em
que a criança teve de pedir ajuda a estranhos.

3. Situação de potencial perigo, moderado a elevado, danos possíveis (30)


A criança é privada do acesso à sua casa ou expulsa de casa. Inclui todas as situações em que a criança não tem local
seguro para ir (amigos, familiares e vizinhos), ou quando não tem idade suficiente ou é suficientemente capaz para lá
ir. Inclui todas as situações em que a criança não é capaz de contactar a polícia ou outros serviços, sem ajuda de um
estranho. Inclui todas as situações em que a criança está durante muitas horas exposta a temperaturas inadequadas,
ou é muito nova para conseguir andar nas ruas de forma segura. Como resultado, a criança pode ter sofrido danos
ligeiros, superficiais, que não exigem cuidados médicos, ou ainda, ter sentido muito medo ou ter sido ameaçada. Não
existem danos severos ou acidentes, e não foi vítima de crime.

4. Consequências significativas (20)


Devido à expulsão de casa ou à recusa de a deixar regressar a casa, a criança sofreu danos ou uma doença que
habitualmente requerem cuidados médicos, mas não uma hospitalização. Ou ainda, a criança foi vítima de um crime
(por exemplo, foi roubada), mas não foi agredida física ou sexualmente, ou raptada. Ou ainda, a criança cometeu uma
ofensa ou um delito durante este período.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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5. Consequências severas (08)
Devido à expulsão de casa ou à recusa de a deixar regressar a casa, a criança sofreu danos severos ou foi vítima de
uma doença severa que requer hospitalização. Ou ainda, a criança foi vítima de um crime significativo (agressão,
rapto, etc.). Ou ainda, a criança cometeu uma ofensa significativa durante este período.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 33 – ABUSO SEXUAL

PARTE A: O TIPO DE ABUSO

1. Ausência de abuso (100)


O progenitor não cometeu qualquer abuso sexual nem provocou a criança de nenhumas das formas mencionadas
abaixo e não permitiu que qualquer outra pessoa o fizesse.

2. Sugestionamento sexual (48)


São feitos comentários sexualmente provocantes à criança, ou ainda, são-lhe mostradas fotos ou vídeos de teor
pornográfico. Não ocorreu qualquer abordagem sexual directa ou molestação em relação à criança.

3. Assédio sexual (18)


A criança sofre um assédio sexual: é encorajada ou são-lhe feitas sugestões para que faça coisas no plano sexual. Não
ocorreu qualquer acto sexual.

4. Exibicionismo sexual (15)


A pessoa ou o progenitor exibe-se sexualmente na presença da criança (exposição dos órgãos sexuais, masturbação,
etc.). A criança sofre alguma pressão a fim de participar, mas não o faz.

5. Molestação sexual (15)


A pessoa ou o progenitor molestou sexualmente a criança (acariciou o peito ou os órgãos genitais, levou a criança a
exibir-se sexualmente), mas não ocorreu qualquer sexual entre eles.

6. Relação sexual (06)


A criança foi abusada sexualmente: a relação sexual ocorreu (oral, anal, genital).

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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PARTE B: A PESSOA QUE COMETEU O ABUSO SEXUAL

1. Progenitor ou quem tem a guarda da criança


2. Outro adulto
3. Outra pessoa (identificar) ________________________

Nota importante: Para melhor avaliar esta situação de abuso, é muito importante obter toda a informação relativa à
duração e circunstâncias da situação descrita e de anotar esta informação no dossier

ESCALA 34 – AMEAÇA DE ABUSO

1. Ausência de qualquer ameaça verbal ou física de abuso (100)


Nenhuma ameaça verbal ou física, de fazer mal ou de abusar, é feita à criança. As ameaças de punição corporais que
são culturalmente aceitáveis não constituem uma ameaça de abuso.

2. Apenas ameaça verbal indirecta (54)


Nenhuma ameaça directa ou específica de abuso ou de fazer mal é feita à criança. O progenitor diz que se sente
sobrecarregado pela criança, que lhe poderá bater, que receia que a criança possa ter um acidente, que fica tão
zangado com a criança que não sabe o que poderá acontecer, etc.

3. Ameaça verbal directa (46)


São feitas ameaças verbais, específicas e directas, de abusar ou fazer mal à criança. Isto pode incluir algumas
ameaças indirectas. As ameaças são tais que, se forem executadas, poderão constituir um perigo real no plano físico e
emocional da criança. Esta categoria pode incluir ameaças de abuso físico, de privação excessiva de água e
alimentação, de abusos sexuais, etc. Nunca ocorreu qualquer tentativa de executar estas ameaças.

4. Ameaças directas de abuso sem resultar em dano (17)


A criança é colocada em diversas situações perigosas (por exemplo: debruçada numa janela aberta; aproximada de
água a ferver; deliberadamente, é-lhe permitido permanecer num local onde existe forte possibilidade de sofrer
danos, etc.). No entanto, a criança não sofreu qualquer dano, apesar de ter-se sentido muito assustada. Se ocorrer um
dano este deverá ser indicado na Escala 29, Disciplina física abusiva.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 35 – EXPLORAÇÃO ECONÓMICA

1. Ausência de exploração económica (100)


Se uma criança trabalha, é um trabalho apropriado (isto é, trabalho doméstico ou trabalho a tempo parcial após a
escola).

_______________________________________________________________________
Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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2. Trabalho doméstico inapropriado (54)
A criança é forçada a assumir uma grande responsabilidade em casa devido à sua idade (por exemplo, fazer
babysitting durante várias horas, vários dias por semana, preparar as refeições familiares regularmente, etc.). As
responsabilidades da criança vão para além dos trabalhos normais e aproximam-se das responsabilidades adultas. O
trabalho doméstico da criança interfere ou está em risco de interferir com a sua saúde ou actividades sociais e
escolares.

3. Trabalho inapropriado no exterior de casa (46)


A criança é forçada (ou é-lhe permitido) trabalhar, violando as leis relativas ao trabalho infantil, ou ainda, é envolvido
em actividades socialmente discutíveis (por exemplo, mendigar). No entanto, não é implicado em actividades
criminais.

4. Trabalho criminal (17)


A criança é forçada ou é-lhe permitido trabalhar de forma ilegal ou em actividades suspeitas a fim de obter ganhos
financeiros (por exemplo, roubos em lojas, implicação no tráfico de drogas, jogo, etc.). Esta categoria inclui a
exploração sexual com fins de obtenção de ganhos financeiros (por exemplo, prostituição, pornografia, etc.).

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 36 – PROTECÇÃO CONTRA OS ABUSOS

Esta escala aplica-se apenas se uma terceira pessoa abusou da criança anteriormente ou ameaçou de abuso. Se
este não for o ocaso, utilizar o código Z (Não aplicável).

1. Adequado (100)
No momento da primeira entrevista: a criança sofreu abusos por parte de uma terceira pessoa apesar do seu
progenitor ter tido bom senso, ou seja, não ter dado a essa terceira pessoa um acesso ilimitado à criança. Não
existem indicações anteriores de que o abuso poderia ocorrer ou que o progenitor não exercia as precauções
necessárias para tentar proteger a criança de todos os abusos em potencial.
Durante as entrevistas subsequentes: a terceira pessoa que abusou da criança anteriormente não permanece em casa.
Ou ainda: o progenitor cortou relações com essa pessoa ou mantém actualmente apenas uma relação cordial. O
potencial para abusos futuros parece virtualmente eliminado.

2. Um pouco inadequado
No momento da primeira entrevista (50): a criança foi abusada por uma terceira pessoa e o progenitor não utilizou a
sua capacidade de avaliação com vista a proteger a criança de um abuso potencial, ou seja, a terceira pessoa teve um
acesso ilimitado e não restritivo à criança. O progenitor mostrou-se muito confiante ou não percebeu os sinais que
anunciavam um abuso potencial. No entanto, ele não estava consciente deste abuso. O progenitor reagiu rapidamente
e razoavelmente face ao incidente, o que significa que denunciou o abuso ou pediu ajuda.
Durante as entrevistas subsequentes (30): a terceira pessoa que cometeu o abuso ainda está presente em casa.
E/ou
O progenitor não cortou as relações com essa pessoa. No entanto, o progenitor restringiu o acesso ilimitado à criança.
Mantém-se consciente do perigo potencial. O perigo de um abuso repetido está diminuído, mas não está eliminado.
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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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3. Seriamente inadequado
No momento da primeira entrevista (46): a criança foi abusada por uma terceira pessoa e o progenitor não fez nada
para interromper esta situação ou para evitar que o incidente se repetisse. Pode ter assistido passivamente sem
protestar.
Ou ainda:
Fingiu que não sabia. Não sinalizou imediatamente a situação ou não procurou ajuda.
Durante as entrevistas subsequentes (05): a terceira pessoa que abusou da criança ainda permanece em casa.
E/ou
O progenitor não cortou relações com essa pessoa. A terceira pessoa tem ainda um acesso ilimitado e não restritivo à
criança. O progenitor pode dizer que está preocupado com esta situação, mas não tomou medidas para reduzir o
perigo da reincidência do abuso. Ou ainda, pode dizer que não existem motivos para uma reacção de alarme. O
progenitor demonstra pouca capacidade ou motivação para intervir face a esta terceira pessoa e para prevenir a
repetição dos abusos.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 37 – ADEQUAÇÃO DA EDUCAÇÃO

1. Necessidades satisfeitas adequadamente (100)


A criança está inscrita ou prevê-se a sua inscrição numa classe ou programa apropriado em função das suas
capacidades. As necessidades de educação especial, quando as há, são satisfeitas (por exemplo, classe especial,
tutória, ensino individualizado, etc.). Se a criança tem um baixo desempenho, não se deve à falta de suporte
adequado.

2. Necessidades satisfeitas com alguns problemas (73)


A criança está inscrita na escola mas as necessidades em termos de tutoria ou instrução especial numa ou duas áreas
de funcionamento mantêm-se. A satisfação destas necessidades iria melhorar o desempenho da criança na escola.

3. Necessidades satisfeitas com problemas significativos (61)


A criança está inscrita na escola mas foi diagnosticada como tendo uma incapacidade no plano educativo, emocional
ou físico, que requer um programa especializado, uma classe ou um ambiente particular. Actualmente, a escola que
frequenta ou o programa educacional providenciam poucos benefícios. A criança é incapaz de acompanhar os pares
em todas as áreas.

4. Problemas severos, criança não inscrita na escola (41)


A criança tem idade escolar mas não está inscrita e não se prevê que seja inscrita na escola ou num programa
educativo. Inclui os casos em que a criança abandonou a escola antes da idade legal ou que foi expulsa.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
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ESCALA 38 – RENDIMENTO ESCOLAR

1. Aceitável (100)
Na escola, a criança obtém, pelo menos, as notas equivalentes à média. Ou ainda, a criança obtém notas abaixo da
média mas acredita-se que tal rendimento é devido ao seu potencial.

2. Ligeiramente aceitável (76)


O desempenho da criança situa-se abaixo da média mas não reprova a nenhuma disciplina. Acredita-se que o seu
rendimento é inferior às suas capacidades.

3. Moderadamente inaceitável (64)


A criança corre o risco de reprovar a uma ou duas disciplinas. Existe o risco de não transitar para o nível seguinte. Um
esforço adicional ou um trabalho reeducativo é requerido para prevenir esta situação.

4. Muito inaceitável (45)


A criança reprovou à quase totalidade das disciplinas e não irá transitar, ou ainda, será transferido para uma escola
diferente ou para um programa de recuperação.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 39 – FREQUÊNCIA ESCOLAR

1. Frequência média (100)


A criança pode ter faltado um certo n.º de dias à escola, mas não mais que as outras crianças. Inclui crianças com
frequência um pouco abaixo da média.

2.Frequência abaixo da média (80)


A criança tem tendência a estar ausente da escola mais frequentemente que as outras crianças, mas não parece ter
afectado o seu rendimento escolar. A escola efectua queixa junto dos pais mas não são contempladas outras acções.

3. Frequência baixa (45)


A criança vai à escola de forma irregular. Está ausente quase o mesmo tempo que está presente. Isto afecta de forma
negativa o seu rendimento. Existem várias queixas por parte da escola junto dos pais, mas não é ainda considerado
outro tipo de acção.

4. Frequência baixa, forte reacção da escola (42)


A criança não frequenta a escola durante várias semanas seguidas, estando ausente mais tempo do que aquele que
está presente. A criança terá necessidade de uma recuperação intensiva para acompanhar os colegas. Existem muitas
queixas por parte da escola junto dos pais e, actualmente, considera-se uma acção mais severa (por exemplo, uma
acção judicial).

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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5. Ausência de frequência, criança não inscrita (35)
à criança não frequenta a escola porque não foi inscrita pelos seus pais. Está muito aquém dos seus pares no plano
académico.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 40 – RELAÇÕES E DINÂMICAS FAMILIARES

1. Relações familiares geralmente positivas (100)


Existe tolerância mútua e os conflitos são resolvidos rapidamente. A criança participa adequadamente na vida da
família. Inclui as situações em que a relação familiar é boa, mesmo vivendo a criança noutro local.

2. Conflitos frequentes entre a criança e os membros da família, situação ainda positiva (72)
Muitas tentativas são feitas para resolver os problemas, ainda que nem sempre com sucesso. Existe alguma tolerância
mútua. A criança pode ser excluída temporariamente das actividades familiares ou serem-lhe retirados certos
privilégios.

3. O comportamento da criança perturba as relações familiares (não foi feito qualquer pedido de colocação da
criança) (52)
Os membros da família tentam evitar os contactos com a criança, ou vice-versa. Existem algumas tentativas de
contactos mas, habitualmente, resultam em conflito. Há poucas tentativas de resolver os problemas.

4. Criança em perigo ser separada da família devido aos conflitos em casa (31)
Por exemplo, os pais fizeram queixas relativamente às ofensas ou aos delitos, ou ainda, fizeram pedidos para uma
colocação da criança noutro local. Ou ainda, a criança deseja a colocação ou recusa permanecer em casa.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 41 – PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO DA CRIANÇA

No caso da avaliação ocorrer um certo tempo após o 1.º encontro com a família ou com a criança, devemos apenas
considerar as consequências significativas que se seguiram aos problemas de comportamento recentes, ou seja, depois
da sinalização ou desde o último follow-up.

1. Conduta geralmente aceitável (100)


A conduta recente da criança é comparável àquela que caracteriza outras crianças da sua idade.

2. Comportamento de oposição recente da parte da criança, mas sem consequências sérias para o próprio (56)
Ver exemplos de comportamentos de oposição e de consequências sérias no quadro abaixo.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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Os pais podem requerer ajuda para interagir com a criança, mas não pedem uma colocação. A escola pode queixar-se
junto dos pais, mas não existe ameaça de suspensão ou de expulsão iminente. Não existe implicação da polícia ou do
Tribunal.

3. Problemas moderadamente sérios de comportamento, mas sem consequências sérias para a criança (50)
Ver exemplos de problemas de comportamento moderadamente sérios e de consequências sérias no quadro abaixo.
Os pais podem requerer ajuda para a interacção com a criança, mas não solicitam a sua colocação. A escola pode
queixar-se junto dos pais, mas não existe ameaça de suspensão ou de expulsão iminente. Não existe implicação da
polícia ou do Tribunal.
Ocasionalmente, a criança pode ter sido chamada a atenção pela polícia, mas não foi presa nem a queixa chegou a
Tribunal.

4. Comportamento de oposição sistemático com consequências sérias para a criança (42)


Ver os exemplos de comportamentos de oposição e de consequências sérias no quadro abaixo.

5. Problemas de conduta moderadamente sérios e consequências sérias para a criança (33)


Ver exemplos de problemas de conduta moderadamente sérios e de consequências sérias no quadro abaixo.

6. Pelo menos um exemplo de problemas de conduta mais sério (violência ou delinquência) (23)
Exemplos: agressão a progenitor ou professor; agressão sexual; tráfico de drogas; posse de armas; roubo; etc.
Esta situação envolverá provavelmente consequências sérias para a criança.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

1. Exemplos de comportamentos de oposição


Em casa, a criança responde constantemente, é rude, recusa fazer as suas pequenas tarefas, recusa arrumar as
suas coisas, vem tarde da escola, recusa dizer onde vai, etc.
Na escola, recusa cumprir ordens, terminar os seus trabalhos, ou ainda, goza.
Isto exclui as ofensas contra a propriedade, ofensas violentas ou um comportamento que é perigoso
fisicamente para a criança.

2. Exemplos de problemas de conduta moderadamente sérios


Rouba os membros da família ou os seus pares; rouba nas lojas ou rouba pequenos artigos; parte coisas ou tem
actos de vandalismo; ameaça; foge; envolve-se em actividades sexuais não apropriadas; consome drogas ou
álcool; tem comportamentos de bullying junto dos irmãos ou pares.
Exclui todas as ofensas relativas a agressões ou actos de delinquência.

3. Exemplos de consequências sérias para a criança


Uma colocação no exterior da família é solicitada ou recebida; uma suspensão ou uma expulsão da escola
ocorre ou está iminente; é preso pela polícia; tem uma ordem para comparecer em Tribunal; tem danos sérios.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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ESCALA 42 – COMPORTAMENTOS DE ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA

O código 3 define o comportamento de adaptação mais desejável. Os códigos 1 e 5 indicam os extremos opostos de um
comportamento de adaptação indesejável.

1. Exteriorização incessante (47)


A criança quer fazer as coisas à sua maneira em todas as situações. Resiste activamente à autoridade. Insiste para que
os outros satisfaçam as suas necessidades. De forma incessante, pode lamentar-se. Não tolera atrasos nas suas
recompensas. Reage de forma intempestiva em reacção ao stress; segue sem discernimento os outros, ou pode
comportar-se de uma forma auto-destructiva. Não quer participar ou envolver-se em actividades com outros durante
algum tempo após as suas reacções. No final, amua.

2. Forte exteriorização (68)


A criança tem tendência a impor a sua forma de fazer as coisas, mas nem sempre em todas as situações. Responde à
utilização da persuasão ou a um pedido proveniente de uma figura de autoridade. Tenta que os outros satisfaçam as
suas necessidades mas, ocasionalmente, poderá ser ele a fazê-lo. Pode ser capaz de adiar a satisfação da suas
necessidades na presença de adultos, mas apenas durante breves períodos de tempo. Junto dos pares, mostra menos
controle. É capaz de parar de manipular ou lamentar-se quando verifica que isso não tem efeito. Agressivo para as
pessoas ou objectos que o frustram, mas não face a outros. É capaz de envolver-se em outras actividades depois desta
situação ocorrer. Não permanece amuado muito tempo.

3. Adaptação equilibrada e adequada em função da idade (100)


Capaz de comprometer-se e partilhar com os outros, e de afirmar os seus direitos quando necessário. De maneira
geral, é capaz de agir deforma independente em função da sua idade, mas é também capaz de pedir ajuda quando
necessário. Procura e aceita as recompensas, mas é capaz de adiar as gratificações, se necessário. Raramente
manipula ou lamenta-se.
Em situações de frustração, não agride os outros nem os objectos. Exprime os seus sentimentos e age de forma a
mudar a situação, mas não magoando os outros ou desistindo de forma precoce.

4. Forte interiorização (65)


A criança acha difícil afirmar os seus direitos mas tenta, quando apoiado pelos pais e pelos pares. Depende dos outros
de forma equilibrada mas, sob stress, consegue tornar-se pseudo-independente (afastando os outros, recusando pedir
ou aceitar ajuda).
Pode tentar acções independentes, mas desiste rapidamente. Tem medo em afirma-se ou satisfazer as suas próprias
necessidades, mas fá-lo se encorajado.
Sempre que é confrontado com os problemas, tende a isolar-se das pessoas e a retirar-se das actividades, ou ainda,
tende a não envolver-se em actividades que sejam benéficas mas potencialmente stressantes. Poderá procurar o
suporte de um adulto ou de um amigo mais próximo.

5. Interiorização incessante (30)


A criança é incapaz de se afirmar em quase todas as situações, mesmo quando encorajada por adultos ou pelos pares.
Recusa ajuda, ou não sabe quando nem como deve pedir ajuda, mesmo que essa seja essencial.
Praticamente não faz nenhuma tentativa para satisfazer as suas necessidades ou exprimir os seus sentimentos (por
exemplo, demonstra poucas emoções, parece não precisar de nada); tem um elevado auto-controle.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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Em situações de stress, isola-se totalmente. Pode assumir a posição fetal ou manifestar comportamentos sintomáticos
(por exemplo, balançar-se constantemente, chuchar no dedo, etc); ou ainda, foge da situação.

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

ESCALA 43 – INCAPACIDADES OU DÉFICES DA CRIANÇA

PARTE A: TIPO DE INCAPACIDADE


(para cada criança, escolha a mais severa)

A – Doença física crónica ou deficiência física


B – Atraso de desenvolvimento
C – Problema emocional diagnosticado (não falamos de problema de conduta ou desadaptação social, a menos que
seja acompanhada de um diagnóstico de perturbação emocional)
D – Problema de aprendizagem específico
E – Deficiência auditiva, visual ou da linguagem
F – Presença de um sintoma de incapacidade, mas não diagnosticado

X Desconhecido – informação insuficiente.


Z Não aplicável

PARTE B: GRAU DE INCAPACIDADE

1. Nenhum sintoma observado ou referido (100)

2. Sintomas ligeiros, alguma incapacidade, algumas dificuldades (92)


O sintoma existe mas não há incapacidade no cumprimento das actividades quotidianas, ou ainda a satisfazer as
exigências relacionadas com o seu papel. Pode ser devido ao facto dos sintomas serem muito ligeiros ou ainda porque
a criança beneficia de serviços que a ajudam a compensar os sintomas mais severos, permitindo-lhe funcionar dentro
dos padrões normais (por exemplo, medicação, terapia, ajuda física, etc).
A criança não tem mais dificuldade de funcionamento do que as outras crianças.

3. Sintomas moderados, ausência de incapacidade significativa, mas funciona com dificuldade (71)
Os sintomas existem e a criança mantém um nível normal de funcionamento nas actividades quotidianas e nos seus
principais papéis (membro da família, estudante, amigo, cidadão), mas com dificuldade e um esforço acrescido.
Tem uma dificuldade bem definida na sua capacidade de cumprir os papéis secundários (por exemplo, actividades
recreativas).
Isto poderá ser devido ao facto dos sintomas serem moderadamente fortes ou porque os serviços ou terapia fornecidos
não conseguem compensar completamente os efeitos de um sintoma mais severo.
Esta condição poderá causar alguma dor, desconforto, stress ou perda de tempo durante as actividades do menor.
Pode requerer que outros façam ajustamentos menores na sua relação com a criança para a integrar.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.
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No entanto, como resultado final, a criança funciona a um nível normal, quer no plano quantitativo, quer qualitativo
(por exemplo, a criança que se desloca em cadeira de rodas e vai à escola regularmente; o caso de certas crianças
epilépticas que têm certos episódios de crise).

Se os sintomas impedirem um funcionamento eficaz da criança, utilizar um dos códigos abaixo).

4. Sintomas severos frequentes, incapacidade definitiva, mas capaz de desempenhar os principais papéis a um
nível mínimo (51)
Os sintomas existem e há incapacidade definitiva (perda de eficiência) em desenvolver actividades diárias ou
desempenhar os principais papéis.
Isto pode acontecer se os sintomas forem frequentemente severos ou porque o apoio e a terapia providenciados até à
data não permitiram à criança ter um desempenho dentro dos padrões normais, mesmo com dificuldade.

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Adaptação de ‘Child Well-Being Scales’ (Magura e Moses, 1986), efectuada por
Laurendeau, R. e Vézina, A. (1989)
Tradução de Rute Agulhas, 2008.

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