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Metodológicos do Ensino
da Matemática
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Bem vindo(a)!
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Introdução
Sabemos que a matemática é uma manifestação cultural e que está presente no
nosso dia a dia nas ações rotineiras mais simples como, por exemplo, na receita de
um bolo, na construção de uma pipa, ou até mesmo quando vamos a feira comprar
um maço de salsinhas e cebolinhas, todas essas atividades exigem medidas
matemáticas que possibilitam o desenvolvimento do raciocínio lógico, da
criatividade e a capacidade de resolver problemas.
Além disso, compreender a criança, a forma com que ela aprende e os pressupostos
teóricos que fundamentam o seu desenvolvimento são de extrema importância
para a re exão acerca das práticas pedagógicas que serão abordadas em sala de
aula.
Justi camos o nosso propósito, por entender que a matemática enquanto disciplina,
vai além do apresentado em sala de aula, e quando contextualizada, partindo das
situações problemas do cotidiano do aluno vai abrir um leque de oportunidades
dentro da sua realidade que permitirão que ele construa sonhos e projetos dentro
de modelos matemáticos que são pertinentes a sua individualidade.
Então, vamos lá! Bom estudo e espero que o material que preparei para você
contribua de forma e caz para sua formação.
Considerações sobre a
história da matemática
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Um breve relato sobre a História da
Matemática
Segundo relatos históricos, a vida humana teve seu surgimento no período da Idade
da Pedra que vai até 3.500 a. C. aproximadamente, período esse caracterizado por
um cenário bem diferente da atualidade.
Tais mudanças foram signi cativas para o seu modo de vida. Acredita-se que nessa
época o conceito de quantidade e grandeza já estavam sistematizados no homem,
pois mesmo que de forma ainda muito arcaica, ele já conseguia reconhecer a
diferença de quantidades, ou seja, ele conseguia diferenciar mais e menos.
Entretanto, por volta de 2.000 a. C., contar pedrinhas, fazer riscos nas paredes e dar
nó em cordas, passou a ser um problema para contar e registrar grandes
quantidades, pois devido às novas necessidades que foram surgindo, como por
exemplo, os primeiros sistemas de comércio e a divisão da caça pelas tribos, zeram
com que esse processo que era considerado satisfatório para pequenas quantidades
passasse a não ser mais e ciente.
Para dar conta das novas demandas o processo de contagem passou a ser
sistematizado pelos povos, onde cada um usava a sua própria linguagem e sistema
para representar as quantidades como o sistema egípcio, romano, japonês e indo-
arábico, surgindo então a numeração escrita que abordaremos na Unidade 2.
Também tem como função fazer o aluno construir valores e atitudes que visam a
sua formação integral enquanto cidadão, in uenciando na formação do
pensamento do aluno que o permitam criar relações sociais e adquirir consciência
social. Corrobora Duarte (1987) que:
[...] o ensino de matemática, assim como todo ensino, contribui (ou não)
para as transformações sociais não apenas através da socialização do
conteúdo matemático, mas também através de sua dimensão política
que é intrínseca a essa socialização. Trata-se da dimensão política
contida na própria relação entre o conteúdo matemático e a forma de
sua transmissão-assimilação (p. 78).
Assim sendo, para que a educação matemática de fato se efetive, o professor deve
se interessar pelo seu desenvolvimento intelectual e pro ssional, repensando sua
prática, a m de se tornar um professor pesquisador em constante formação que
paute a construção do conhecimento da matemática sob uma visão histórica onde
os conceitos apresentados deverão ser discutidos, pensados e repensados com o
objetivo in uenciar o pensamento do aluno e na sua existência.
Para Medeiros (1987) “implica olhar a própria matemática do ponto de vista do seu
fazer e do seu pensar, da sua construção histórica e implica, também olhar o ensinar
e o aprender matemática, buscando compreendê-los” (p. 27).
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AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Nesse tópico abordaremos um pouco sobre os pressupostos teóricos que norteiam a
educação baseados na teoria de Piaget e Vygotsky, bem como as crianças formam
os primeiros conhecimentos matemáticos. A nalidade deste tópico é dar um
embasamento aos que se preocupam com o Ensino da Matemática na Educação
Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, proporcionando um estudo
sobre a criança e a construção do seu conhecimento matemático, uma vez
entendemos que qualquer professor deve ter subsídios teóricos sobre a evolução
histórica do conceito matemático e de como a criança constrói este conceito.
A construção do conhecimento, na
concepção de Piaget e Vygotsky.
Existem diferentes teorias diferentes que tem como objetivo, explicar como funciona
o processo de aprendizagem do indivíduo. Jean Piaget e Lev Vygotsky, são os
autores que mais se destacam na educação contemporânea.
A evolução da lógica moral, de acordo com Piaget (1970), pode ser resumida em
quatro estágios de desenvolvimento: São eles, sensorial-motor, pré-operatório,
operatório concreto e operatório formal.
2. Pré-operatório (2-7 anos): esta fase está dividida em dois períodos, o primeiro se
refere a inteligência simbólica, que acontece dos dois aos quatro anos, onde a
criança é capaz de substituir um objeto por uma representação. O segundo se refere
ao período intuitivo, que acontece dos quatro aos sete anos, nesse período a criança
utiliza a percepção que tem dos objetos e não a sua imaginação.
Neste sentido, podemos perceber que todas as fases citadas por Piaget se referem a
organização dos conceitos matemáticos que são ensinados na escola.
SAIBA MAIS
Caso você queira se aprofundar um pouco sobre a teoria de Piaget,
recomendamos a obra de Iris Barbosa Goulart, com o tema:
Vygotsky, assim como Piaget, foi outro grande pesquisador sobre as teorias da
aprendizagem. Sua teoria enfatiza o processo-histórico social e a importância da
linguagem no desenvolvimento cognitivo do indivíduo. Para ele, o pensamento e a
linguagem convergiam em conceitos úteis que auxiliavam no pensamento do
indivíduo (VYGOTSKY, 1984).
Para o pesquisador, a criança se desenvolve em sala de aula por meio das interações
sociais que acontece entre os professores e as crianças e do diálogo que a criança
estabelece com o grupo. Esse relacionamento também estimula o desenvolvimento
oral e escrito.
Nesse sentido, os professores podem ajudar a criança a organizar suas ideias desde
os primeiros passos escolares que acontecem na Educação Infantil criando para isso,
situações que irão favorecer tais aprendizagens, buscando a ampliação e
consolidação desses saberes cotidianos relacionados à matemática podendo tornar
mais signi cativo seus conhecimentos. Para isso é importante que haja um
ambiente matematizador, que vá além dos conhecimentos escolares, onde muitas
vezes o conhecimento está voltado somente para a repetição e memorização de
números.
[...] não basta de modo algum a criança saber contar verbalmente ‘um,
dois, três, etc’, para achar-se na posse do número. Em outras palavras,
memorizar apenas não basta, é preciso compreender o número,
principalmente como representação de quantidade (p.15).
De acordo com os estudos de Piaget (1970), para que a aprendizagem de fato ocorra,
é fundamental que haja uma interação entre o sujeito e o objeto a partir de três
processos:
Por volta dos 4 e 5 anos, já é possível trabalhar jogos como o tangram, quebra-
cabeças chinês a m de trabalhar conteúdos como geometria. Atividades como
seriação, classi cação, quanti cadores, e contagem quando são realizados com a
criança desde a Educação Infantil poderão criar condições necessárias que
favorecerão à construção do conceito de número nos anos iniciais do Ensino
Fundamental.
A criança precisa se sentir a vontade e nunca deve ser forçada a participar de algum
jogo ou atividade. Sua participação deve ser espontânea. Ver os colegas brincarem,
pode ser um grande incentivo para que ela passe a se sentir segura e entre na
brincadeira.
Cabe então ao professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental dar sequência
nesse processo, fazendo com que os alunos continuem desenvolvendo seu
conhecimento matemático, propondo situações e utilizando materiais diversi cados
que contribuam para um ambiente matematizador.
Dessa forma a criança por meio da sua inteligência, das suas ideias de quantidade e
da sua interpretação dos sistemas de numeração interage com o meio ambiente,
começa a atribuir signi cado ao que está fazendo, o que possibilitará que se
aproprie dos conceitos.
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
O indivíduo, enquanto cidadão que sonha, arquiteta projetos e que vive em
sociedade tentando dar signi cado a ela por meio de seus conhecimentos, por meio
das relações que estabelece com o meio e com os pares, no cumprimento das leis e
do trabalho. A matemática, nesse contexto, tem como função oferecer as
ferramentas necessárias para que ele alcance seus objetivos, tanto individuais,
quanto coletivos. Assim sendo, nesse tópico falaremos um pouco sobre a
importância da matemática e suas necessidades sociais, enquanto atividade
humana, capaz de promover o conhecimento necessário para a formação de um
cidadão crítico, re exivo em seu papel na sociedade.
Formar indivíduos capazes de contribuir para a sociedade não é tarefa fácil, consiste
em uma caminha longa a ser percorrida, pois a construção do conhecimento é um
processo que inicia nos primeiros anos de vida e vai se concretizando ao longo da
história.
Quando o professor traz para a sala de aula a realidade contextualizada como parte
integrante do conteúdo, faz com que os alunos re itam sobre as situações propostas
e as possíveis respostas, tornando o conteúdo mais atraente e signi cativo,
possibilitando um aprendizado de qualidade, capaz de promover o conhecimento
necessário para a formação de um cidadão crítico, re exivo em seu papel na
sociedade.
Para que isso de fato aconteça é preciso que haja um maior entendimento da escola
e do professor acerca dessa nova tendência, que por meio dos modelos
matemáticos tem como propósito levar o aluno a desenvolver seu pensamento
analítico e crítico na resolução de situações problemas, como um cidadão ativo que
tem interesse pelo coletivo e que seja capaz de fazer a diferença na sociedade.
REFLITA
Na vida dez, na escola zero.
Também veri camos que a, LDBEN, (nº. 9394 de 20 de dezembro de 1996), foi a
responsável pelas novas interpretações sobre o ensino da matemática, ao elencar
conteúdos, que de fato fazem parte do campo desse campo do conhecimento. E que
a partir daí no ano de 2003 a SEED de agrou um processo de discussão a m de
resgatar importantes considerações teórico-metodológicas para o ensino da
matemática que culmina com as Diretrizes Curriculares de Matemática para a
Educação Básica.
Ao darmos sequência em nosso estudo, veri camos que a intenção dessa discussão
era propor um ensino da Matemática diferente do ensino clássico de métodos
puramente sintéticos, essas discussões pautavam a busca por um ensino intuitivo e
indutivo e enquanto campo de estudo que proporcionam fundamentação teórica e
metodológica que direcionam a prática docente.
Também foi possível dar embasamento teórico aos que se preocupam com o Ensino
da Matemática na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental,
abordamos um pouco sobre os pressupostos teóricos que norteiam a educação
baseados na teoria de Piaget e Vygotsky. Nesse sentido, proporcionamos um estudo
sobre a criança e a construção do seu conhecimento matemático, uma vez
entendemos que qualquer professor deve ter subsídios teóricos sobre a evolução
histórica do conceito matemático e de como a criança constrói este conceito.
Essa unidade ainda nos permitiu veri car que a matemática enquanto disciplina, vai
além do apresentado em sala de aula. E quando aplicada a vida abre um leque de
oportunidades dentro da realidade de cada pessoa, permitindo assim que ela
construa sonhos e projetos dentro de modelos matemáticos que são pertinentes ao
indivíduo se tornando humanizada. Vale ressaltar que o uso da modelagem
matemática em sala de aula como ferramenta auxilia na aprendizagem e promove o
desenvolvimento individual, intelectual e o raciocínio por meio de interações entre o
conhecimento sistematizado e o conhecimento empírico que é advindo do cotidiano
do indivíduo.
Portanto, para que a aprendizagem seja de fato signi cativa é preciso que haja um
maior entendimento da escola e do professor acerca dessa nova tendência, que tem
como propósito levar o aluno a desenvolver seu pensamento analítico e crítico na
resolução de situações problemas, como um cidadão ativo que tem interesse pelo
coletivo e que seja capaz de fazer a diferença na sociedade.
Dessa forma concluo essa Unidade lembrando que é muito importante que seus
estudos possam ir além do material didático. Busque novos conhecimentos e
re exões sobre novas formas de ensinar, persevere e não desista, para que enquanto
futuro pro ssional possa contribuir para uma prática pedagógica responsável e
consciente.
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Unidade 2
Noções básicas para
alfabetização matemática e
seus aspectos
psicogenéticos
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Introdução
Vivemos em um mundo cheio de números, ideias de espaços e formas, onde o
contato com a matemática ocorre muito cedo na vida da criança. O número da
roupa, dos calçados, o preço de uma bolacha, a quantidade de balas que é dividida
entre os primos, a temperatura do forno, nas brincadeiras infantis que são feitas
contagens, são experiências fundamentais para a aproximação da criança com o
conteúdo matemático que será apresentado na escola.
No decorrer dos estudos também será possível perceber que a matemática surgiu e
tem se desenvolvido em função das necessidades do homem e, o quanto as
civilizações antigas e suas culturas contribuíram para a evolução dos sistemas
numéricos que utilizamos hoje. Além disso a história da matemática quando
contextualizada em sala de aula poderá contribuir para que a criança entenda as
diferentes situações e ações que envolvem o número. Daí a importância de
começar por situações matemáticas, que envolvam o cotidiano e depois com o uso
de materiais a criança vivencie as ações.
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
O processo de aquisição do número, por parte das crianças, se inicia pela contagem
e servirá de base para toda sua aprendizagem futura.
Você já parou para observar uma criança pequena contar? Ao realizar a contagem
de uma determinada quantidade de objetos, por exemplo, a criança tem o costume
de recitar os números, algumas vezes ela pula um, outras vezes repete mais de uma
vez um número já contado anteriormente. Isso acontece porque nessa fase a criança
ainda não desenvolveu o seu conceito de número. Tais competências são oriundas
de processos de aprendizagens informais, que estão incorporados no seu dia-a-dia e
se dão por meio do contato social, jogos, brincadeiras, músicas e outras atividades o
qual a matemática está presente. (LOPES; VIANA; LOPES, 2005).
Enquanto se desenvolve outras habilidades como contar, classi car e seriar vão se
formando. A criança vai constituindo condições que são necessárias para a
consolidação das habilidades de quanti cação e operação numéricas, conforme vai
aperfeiçoando e articulando as habilidades de classi cação e seriação.
Por volta dos sete anos que a criança chega à ideia operatória do número, apoiada
pelas capacidades de seriação e classi cação que foram desenvolvidas
anteriormente. São essas capacidades que irão ajudar a criança na estruturação do
sistema decimal e dos números naturais. Conforme Piaget; Szeminska (1964), o
número é uma síntese de dois tipos de relações entre os objetos e que são
elaboradas pela criança, cuja primeira se refere a origem e a segunda se refere a
inclusão hierárquica.
A criança constrói mentalmente a relação de ordem dos objetos para ter certeza de
que não irá esquecer-se de contar nenhum deles, ou que os conte mais de uma vez
e até mesmo para que não conte objetos inexistentes. Quando não consegue
ordenar mentalmente, a criança deixa objetos sem contar, ou conta a mais. Essa é
uma característica comum as crianças que ainda não construíram essa relação.
Dessa forma o aluno poderá perceber que existem diversos tipos de representações
numéricas, em consequência dos mais diferentes problemas enfrentados pela
humanidade, além de ampliar seu conceito de números quando tiver que
confrontar situações problemas que envolvam as operações fundamentais.
É importante ao professor saber que, ao trabalhar com as operações, deve ter como
objetivo levar a criança a compreender os diferentes signi cados atribuídos a cada
uma, bem como promover um estudo re exivo sobre os cálculos, contribuirá para
que a criança aprenda a decidir que operação deve mobilizar para cada tipo de
situação problema.
A invenção dos números, sistemas
de numeração e operações
fundamentais
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
No decorrer desse processo histórico, cada civilização desenvolveu sua própria cultura sendo que a agricultura e
o comércio tiveram grande importância em todas elas. “A agricultura e o pastoreio modi caram
profundamente a vida dos homens, dando origem às primeiras aldeias que, lentamente, transformaram-se em
cidades. Algumas destas cidades cresceram e abrigaram as primeiras grandes civilizações”, (IMENES 1993, p.18).
A agricultura por sua vez, trouxe consigo os calendários que eram utilizados para determinar o plantio e a
colheita, surgindo então a necessidade de novos conhecimentos como matemática e astronomia. O comércio
foi responsável pela organização dessas civilizações e estimulou o contato entre elas. Mesmo com suas
particularidades e diferenças esses povos possuíam características comuns entre si. Uma dessas características
é a linguagem escrita, que foi desenvolvida por todas essas sociedades.
Tais demandas exigiram um novo grau de organização que culminou em vários problemas que exigiam o
conhecimento e o domínio dos números para que fossem solucionados. A realização das mais diversas
atividades como a construção de casas, templos e estradas, além do comércio, exigiam cálculos e contagem. O
que fez com que cada uma dessas civilizações criasse sua linguagem própria de escrita e desenvolvessem
diferentes formas de representação das quantidades.
Sistemas de numeração
Sistema numérico é o nome dado a um conjunto de regras e símbolos utilizados para representar os números.
Desde a antiguidade, as civilizações já utilizavam uma forma organizada de representação numérica que serão
apresentadas a seguir e que poderão contribuir para uma melhor compreensão do nosso sistema numérico
atual.
Começaremos pelo sistema numérico egípcio. Criado há, aproximadamente, 5 mil anos a.C. também é
conhecido como hieróglifos. Esse sistema é decimal de base 10, não posicional e estava baseado na ideia dos
agrupamentos. Os símbolos eram representados por imagens que tinham formas de bastão, pergaminho,
ferradura, or de lótus entre outros. Veja na gura abaixo:
Quando a contagem chegava ao número 10 eles trocavam de símbolo e passavam a utilizar o calcanhar que
indicava o agrupamento dos números. O número 30, por exemplo, era representado pelo agrupamento de três
calcanhares. E assim sucessivamente, conforme o número que desejavam representar. Dessa forma, para
representar o número 238, os egípcios deveriam utilizar os seguintes símbolos da tabela acima:
ou seja, 100+100+10+10+10+1+1+1+1+1+1+1+1.
Ainda que maneira muito rudimentar, os egípcios conseguiam realizar algumas operações aritméticas como
somar, subtrair, multiplicar ou dividir por 10 utilizando seu sistema numérico. Entretanto tais formas de
operações não serão estudadas nesse tópico.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I II II IV V VI VII VII IX X
XX XXX XL L C CC CCC CD D M
Fonte: o autor.
I→1 II → 2 III → 3
X → 10 XX → 20 XXX → 30
Princípio aditivo: Neste princípio, ao escrever à direita de um símbolo de valor maior um outro
símbolo de valor menor, então eles serão adicionados (somados).
VII → 5 + 2 = 7
Princípio subtrativo: Para não ter que repetir quatro vezes o mesmo símbolo, eles utilizavam a
subtração, o que assim como no sistema egípcio di cultava a representação de alguns números.
IV → 5 – 1 = 4
IX → 10 – 1 = 9
¯
¯¯¯¯ ¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯
X = 10 x 1000 = 10 000 XXV I I = 27 x 1000 = 27 000
Apesar disso, na atualidade ainda é possível encontrar números romanos em capítulos de uma obra,
marcadores de relógios e para representar os séculos.
Nosso sistema de numeração é posicional de base 10. A escolha do número 10 é feita de forma
conveniente, pois corresponde ao número de dedos das mãos de uma pessoa. Com os dez
algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), é possível gerar uma quantidade in nita de números. O número
10 é uma combinação de 0 e 1; o número 11 é formado pela repetição do número 1; o 12, pelo 1 e pelo
2, e assim por diante. É possível a rmar então, que os números maiores ou iguais a 10 são
combinações dos números menores do que 10. (p. 20)
Apesar de ter sido desenvolvido pelos hindus, foram os árabes os grandes responsáveis por sua disseminação
por todo o mundo. Foi assim que surgiu o nome indo-arábico. Uma das características desse sistema é que o
mesmo permite realizar cálculos de forma simples e rápida, além de permitir a representação de qualquer
quantidade numérica, uma vez que a cada 10 unidades, se forma uma nova unidade com valor superior, o que
não acontecia com o sistema egípcio e romano. Segundo Imenes (1997a,)
[...] talvez, na época em que tal sistema foi inventado, as necessidades práticas não envolvessem
quantidade tão imensas. Entretanto no mundo atual, deparamos frequentemente com a
necessidade de registrar números muito grandes. Assim, tanto o sistema numérico romano, quanto
o egípcio não seriam realmente práticos nos dias de hoje (p.42).
Vejamos abaixo alguns exemplos da escrita dos algarismos e suas modi cações ao longo dos séculos até
chegar a representação que utilizamos nos dias atuais:
Figura 3 - Escrita dos algarismos e suas modi cações ao longo dos séculos.
Foi a partir do século VI que esse sistema se expandiu, no entanto foi preciso mais de um milênio para que
fosse aceito pelo mundo ocidental.
Sistema de Numeração é um conjunto de símbolos e regras utilizados para escrever números. Nosso sistema é
o de base 10 e envolve dois aspectos, o decimal e o posicional.
No aspecto decimal a passagem de uma ordem para outra ordem superior imediata é feita por agrupamentos
de 10. Ou seja, dez unidades formam uma dezena, dez dezenas formam uma centena e assim por diante,
conforme o exemplo: 1+1+1+1+1+1+1+1+1+1=10; 10+10+10+10+10+10+10+10+10+10=100.
O aspecto posicional permite a representação de diversas quantidades com apenas dez símbolos, onde o valor
de um mesmo algarismo é determinado pela posição que ele ocupa no número. Conforme o exemplo:
O número 456 é diferente de 654, ou seja, o mesmo número assume valores diferentes quando colocado em
posições diferentes. Quando não há compreensão desses dois aspectos, podem ocorrer di culdades na
aprendizagem dos algoritmos e das quatro operações fundamentais.
Apesar de utilizarmos o sistema de base 10, é importante apresentar a criança outras bases que também são
utilizadas nos dias de hoje, como a base cinco e a base dois que é utilizada na área de Informática, além da base
duodecimal utilizada para a contagem em dúzias e a base sexagesimal que é utilizada na leitura de ângulos e
para as horas do relógio.
É importante que a criança conheça o trabalho que foi desenvolvido no decorrer da história da humanidade
pelos vários povos existentes, e que lhe seja oportunizada a viabilidade do uso de outras bases como
alternativas para a construção do conceito de número, já que a própria história da matemática e a tecnologia
demonstram isso. Dessa forma, é importante o professor explorar atividades de agrupamentos e trocas que
envolvam diferentes bases.
Podemos representar qualquer quantidade de números utilizando apenas dez signos o qual damos o nome de
algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5 ,6, 7, 8, 9). Eles são separados por ordens e classes para facilitar a compreensão do
conceito de número, onde cada algarismo corresponde a uma ordem. Conforme exemplo abaixo:
Por exemplo, o número 1.773.349 possui 7 ordens e 3 classes. 1.773.349 (um milhão, setecentos e setenta e três
mil, trezentos e quarenta e nove unidades).
1ª ordem: 9 unidades
2ª ordem: 4 dezenas
3ª ordem: 3 centenas
9ª 8ª 6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª
7ª ordem
ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem
1 7 7 3 3 4 9
Fonte: o autor.
Uma das características do sistema posicional é a sua relação com o chamado valor relativo ou absoluto dos
algarismos.
O valor posicional no sistema de numeração decimal que utilizamos é caracterizado pela sua relação com o
valor relativo ou valor absoluto dos algarismos em um determinado número. Conforme exemplo abaixo:
No número 555, o algarismo 5 ocupa três posições distintas, ou seja, três valores relativos: 5, 50 e 500.
Fonte: o autor.
As contas (cálculos numéricos escritos) são formas de representação de ações que envolvem as quantidades e,
para compreender e construir os conceitos das operações fundamentais é importante que a criança entenda as
diferentes ações que envolve cada operação, brincando e vivenciando elas. É, portanto, a partir das diferentes
experiências e ações, considerando também o seu nível de desenvolvimento, que a criança passará a
compreender esses conceitos.
A criança gosta de situações matemáticas, de atuar sobre elas como descobridora, ela também gosta de achar
as soluções e enfrentar desa os. Nesse sentido, nos anos iniciais do ensino fundamental, é natural que se
comece por situações matemáticas, que envolvam o cotidiano e depois com o uso de materiais a criança
vivencie as ações, a m de compreender o que está fazendo.
Por isso, é importante que o professor tenha um olhar diferenciado para que possa perceber o interesse da
criança e assim estimulá-la, incentivá-la nesse processo. Após esse momento o professor poderá utilizar a
linguagem matemática para ensinar a representar a operação.
Corrobora Ramos (2009) que, as crianças quando vivenciam situações o qual acrescenta quantidades a outras,
está compreendendo o conceito ou ideia de adição, na subtração ela compreende o conceito quando retira
quantidades de outras, aprende a multiplicar quando têm pacotes de balas contendo a mesma quantidade e
aprendem o conceito da divisão quando distribuem gurinhas em caixas.
Ainda, segundo Ramos (2009), “operação matemática é uma transformação que pode ser desfeita. Operação =
operar + ação. Transformação = transformar + ação. Ou, seja, sem ação não acontece uma transformação; e, da
mesma forma, sem ação não ocorre operação” (p.67).
A seguir, veremos alguns exemplos que envolvem as ações ou ideias das quatro operações fundamentais
baseado nos estudos de Ramos (2009).
Ideias de Adição:
Em uma quadra havia 17 bolas, e outras 3 foram jogadas nela. Quantas bolas há na quadra?
Em um armário há 10 pratos e 6 copos. Qual o total de louças?
O exemplo acima deixa claro que as duas contas são de adições, entretanto há uma diferença entre elas.
Na primeira conta foi utilizada uma “ação de acrescentar”: havia 17 e foram jogadas 3 totalizando assim 20 bolas
na quadra, ou seja, acrescentamos quantidade a uma quantidade já existente. Essas ações são mais claras e
elementares e estão apresentadas em três tempos: o estado inicial, o fato ou ação que transformou e o estado
nal, onde o verbo declara a ação.
Na segunda conta foi utilizada uma “ação de reunir”: 10 pratos + 6 copos = 16 louças, ou seja, apenas reunimos as
quantidades para sabermos o valor total. Na ação de reunir o verbo não aparece de forma explícita, não existe
questão temporal e no estado nal só houve a inclusão das classes, ou seja, tudo já estava lá. Esta é uma ação
que depende do ponto de vista de quem está interpretando a questão.
Nos exemplos acima podemos veri car que realizamos a mesma conta, porém com ações ou ideias diferentes.
Ideias de Subtração:
Na subtração ocorre o mesmo que na adição, onde diferentes ações são resolvidas por meio da subtração.
Nessa conta foi utilizada uma “ação de retirar”: havia 20 e saíram 17 = 3 crianças que caram na piscina. Nessa
ação eu retiro uma parte do todo e a parte que permanece ca menor. Esta ação é apresentada em três
tempos: estado inicial, estado que transforma a quantidade inicial, estado nal. Nessas situações a ação é
explícita, o verbo declara qual é a ação e a mesma é o inverso da ação de acrescentar.
No meu álbum cabem 100 fotos, já coloquei 65. Quantas fotos ainda devo colocar para que ele que
completo?
Nessa conta foi utilizada uma “ação de completar”: cabem 100, colei 65 = 35 fotos que ainda devo colocar. Esta
situação há um todo que pode ser completado, ou que inclui as partes consideradas. Aqui o verbo não é
explícito, o todo sempre usa a ação de incluir, e suas partes são as suas subclasses. É uma ação oposta a de
reunir, porém ambas trabalham com ideias de inclusão.
Ideias de Multiplicação:
Usaremos como exemplo uma das ideias de multiplicação, a multiplicação aditiva.
Multiplicar envolve uma ação diferente de somar. Na adição contam-se elementos ou quantidades, como por
exemplo, balas.
Figura 4 – Exemplo de Adição
Fonte: o autor.
Na multiplicação aditiva contam-se grupos com elementos, como por exemplo, sacos com balas.
Fonte: o autor.
Multiplicar e somar consiste em raciocínios diferentes. A natureza dos números utilizados na multiplicação
aditiva é diferente, ou seja, um dos números conta os grupos e o outro grupo conta quantos elementos existem
em cada grupo.
Entretanto é preciso entender que se invertermos as situações: 5 sacos e 3 balas em cada saco = 15 balas,
mesmo que a quantidade de balas seja a mesma as duas situações são diferentes. Dessa forma, é preciso que a
criança entenda que mesmo que a ordem dos fatores não altere o produto, as situações vividas não são iguais,
elas se transformam.
Ideias de divisão:
Assim como nas demais operações fundamentais, as mais diversas situações podem ser resolvidas com as
divisões, conforme os exemplos comparativos logo abaixo:
Tenho 15 balas e quero distribuí-las em 3 sacos. Quantas balas devo colocar em cada saco para que quem
com quantidades iguais?
Resposta: 15 dividido por 3 = 5 balas por saco. Observe que nessa situação utilizamos a ideia de distribuição, ou
seja, eu sei quantos grupos (sacos) eu tenho e quero saber quantos elementos (balas) carão em cada grupo.
Outra situação: Tenho 15 balas e quero colocar 3 balas em cada saco. Quantos sacos precisarei?
Resposta: 15 dividido por 3 = 5 sacos. Observe que nesta situação, utilizo a ideia de formar grupos, e apesar do
valor numérico ser o mesmo da situação anterior, as situações são diferentes. Aqui eu sei quantos elementos
(balas) colocarei em cada grupo e preciso saber quantos grupos (sacos) eu utilizarei.
Ao fazer o registro numérico de forma concreta, por meio de desenhos ou até mesmo dos objetos, o professor
consegue atribuir com mais facilidade o signi cado dos números e as operações.
Ao contextualizar uma situação de cálculos, o professor estará oportunizando a criança a encontrar a solução
por meio de uma construção progressiva dos diferentes signi cados das operações matemáticas sem que
resolver problemas ou fazer contas seja algo sem sentido e mecânico.
SAIBA MAIS
Para aprofundar seu conhecimento sobre o algoritmo da adição e subtração, sugerimos a leitura
do capítulo 6 do livro da autora Ana Cristina S. Rangel. Educação Matemática e a construção do
número pela criança: uma experiência em diferentes contextos socioeconômicos – Porto alegre:
Artes Médicas.
Conceitos básicos para a
construção metodológica
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Diversos pesquisadores, entre eles Jean Piaget, foram responsáveis por criar
modelos de teorias que conseguem explicar como o nosso raciocínio se desenvolve
de tal forma que nos permite perceber e transformar de modo intencional as
características das formas que habitam o espaço. Tais teorias também são
responsáveis pela organização dos conhecimentos que são uteis ao professor, tendo
em vista que ajudam a compreender quais são as características do conhecimento
matemático e no planejamento das atividades a m de potencializar as
aprendizagens tornando-as signi cativas. Nesse sentido partiremos do pressuposto
de que a nossa mente lida com o espaço por meio da representação e intuição que
são dois conceitos centrais que constituem uma síntese de ideias presentes nos
modelos piagetiano e que serão brevemente apresentados aqui com o intuito de
compreendermos que a partir da representação e intuição também poderemos
entender algumas situações que se referem ao signi cado e ao sentido, bem como
as noções de concreto e abstrato presentes na matemática.
Representação e intuição
Representação é a capacidade que temos de de nir registros das coisas por meio
dos nossos sentidos. Tais registros podem ser imagens constituídas apenas nossa
própria mente ou concretizadas de outras formas por meio de registros, sejam eles
pela linguagem oral ou escrita, sejam por formas grá cas, como esculturas, ou por
formas planas, como esquemas e mapas.
Utilizada para de nir os conceitos matemáticos, é por meio das representações que
registramos características que consideramos importantes sobre um objeto, a m
de manipulá-lo, trabalharmos ele em nossa mente, raciocinarmos sobre ele para que
possamos tirar conclusões acerca desse objeto.
A intuição é constituída pelo conjunto dos conhecimentos que nos ajudam a atribuir
signi cados às percepções que temos de forma imediata e consciente. É
caracterizada pela mistura da percepção e do entendimento.
Por exemplo: quando ouvimos o barulho de um objeto caindo ao chão longe dos
nossos olhos, algumas vezes conseguimos identi car o objeto pelo som, sem
mesmo tê-lo visto, isto se dá porque nossa mente relembra algum conhecimento
que já possuímos sobre esse objeto e que está relacionado com a nossa audição.
Outro exemplo interessante é quando estamos na rua e sentimos cheiro de café, ele
evoca em nossas mentes o conhecimento que já temos sobre seu gosto e que são
percepções que estão ligadas ao nosso olfato e ao nosso paladar.
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Exemplo 1: dizemos: seu lado esquerdo é o lado onde está situado seu coração.
Exemplo 2: também dizemos que cinco vezes um é a mesma coisa que somar um
mais um, mais um, mais um, mais um. Representamos: 5 x 1 = 1 + 1 + 1 + 1 + 1.
Di cilmente algo fará sentido para nós, se não conseguirmos compreender o que
for captado por nossas percepções, ou seja, para darmos sentido as coisas,
precisamos fazer uso da nossa capacidade de representar e intuir.
Concreto e abstrato
Concreto, sua característica fundamental é apresentar-se tal como na realidade, de
modo completo. Apesar de atribuirmos o seu signi cado a tudo que é material e
palpável, não é necessário que seja dessa forma, pode ser algo que evoque ou
represente determinado objeto sem que o mesmo perca a sua totalidade. Como por
exemplo, um lugar onde moramos na infância, e que ao lembrarmos nos traz
lembranças que podem ser bem concretas, mesmo que tal lugar já não exista mais,
podemos nos recordar dele por meio de propriedades como cheiro, cor, sabores e
texturas.
Contudo não está errado dizermos que se refere a algo material, uma vez que é um
dos signi cados da palavra e que é demonstrado pelos dicionários.
REFLITA
Chamamos de esquemas de ação de uma estrutura mental, um plano
de ação. O esquema de ação contém uma sequência (ou matriz) de
conhecimentos estruturados para uma nalidade. Mas é útil admitir a
existência de outros tipos de estruturas cognitivas que, de um modo
geral, se chamam de esquemas: esquemas de percepção, esquemas
motores, etc. (ROSA NETO 2010, p. 33).
Outro exemplo interessante sobre abstração de acordo com Guimarães (2012, p. 46)
é, “a inclusão de maçãs e bananas na classe das frutas. Essa classi cação não se
deve aos objetos em si (maçãs e bananas), mais sim a relação mental do sujeito ao
incluir ou não as maçãs e bananas nessa classi cação”. Esse conhecimento é um
processo interno e que se apoia sobre as formas e atividades cognitivas da criança.
Com base nos conceitos vistos até agora, podemos perceber o quão importante é
para o aluno a re exão sobre o espaço vivido/ experimentado por ele em sala de
aula. Estimular a exploração consciente e a experimentação de movimentos,
favorece a criança a ligação entre experiência e os conhecimentos sistematizados,
contribuindo para que a criança desenvolva melhor a intuição e o pensamento
geométrico.
Também veri camos que o uso do valor posicional dos algarismos a ideia principal do
sistema decimal e que ao compreender essas regras as operações fundamentais
tornam-se mais fáceis. Dessa forma, ao trabalhar com as as quatro operações, o
professor deve oportunizar as crianças a resolução de situações-problema que
envolvam seu cotidiano.
Filme
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Unidade 3
Referencial curricular e os
parâmetros curriculares
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Introdução
Caro(a) aluno(a), nesta Unidade você conhecerá de forma breve a trajetória das
reformas curriculares no Brasil no que se refere ao ensino da Matemática, baseada
nas discussões que tem acontecido nos últimos anos no Brasil e em diversos países,
cujo objetivo é adequar o trabalho escolar a uma realidade que está sendo marcada
pela crescente presença da matemática nas mais diversas áreas da atividade
humana.
Apresentamos os conteúdos básicos por meio de uma ação pedagógica que parte
do pensar sobre a realidade na qual a criança está inserida, respeitando seu
conhecimento prévio sobre determinado assunto para, a partir dele, construirmos o
conhecimento cientí co.
Neste sentido deixamos claro, que o saber escolar se faz a partir do papel do
professor, uma vez que é ele que conciliará os objetivos propostos com
conhecimentos prévios a m de propor no seu encaminhamento metodológico,
conteúdos e atividades que irão interferir na percepção e na concepção que os
alunos desenvolverão do que será ensinado.
O currículo de matemática
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Neste tópico abordaremos a trajetória das reformas curriculares ocorridas nos
últimos anos e analisaremos, de forma, o quadro atual do ensino de Matemática no
Brasil.
Naquela época a matemática era concebida como lógica, compreendida a partir das
estruturas e tinha papel fundamental na linguagem matemática. Entretanto os
responsáveis pela elaboração do currículo, sentiam a necessidade de uma reforma
pedagógica a partir de novas metodologias e novos materiais de estudo, o que levou
a intensi cação de pesquisas na área da didática da matemática.
No Brasil a Matemática Moderna foi difundia por meio dos livros didáticos, e teve
grande in uência. No entanto, foram constatadas inadequações em alguns
princípios que a compunham e algumas distorções em sua implantação o que
causou o re uxo do movimento.
A falta de pro ssionais com formação quali cada, tanto na formação inicial quanto
na formação continuada, concepções pedagógicas inadequadas, restrições no que
se refere às condições de trabalho, materiais didáticos com qualidade insatisfatória,
são alguns dos problemas enfrentados ao esbarrar com propostas inovadoras. Tais
problemas de acordo com os PCNs (1997) “acabam sendo responsáveis por muitos
equívocos e distorções em relação aos fundamentos norteadores e ideias básicas
que aparecem em diferentes propostas”. (p.22).
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
O que são Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCNs?
Documentos elaborados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) expressam o papel do Estado na busca
por coesão e ordem, no que tange os investimentos educacionais, as discussões,
pesquisas e recomendações que envolvem a educação básica.
Não se trata de um documento impositivo, mais que possui uma proposta exível,
onde as decisões que englobam o currículo e programas educacionais se
consolidam pelas escolas e professores das comunidades locais e regionais e que
procura responder as necessidades expressas de organização educacional, a m de
garantir que as diversidades culturais, raciais, religiosas, políticas e regionais sejam
respeitadas e a educação possa atuar de forma decisiva no processo de construção
da cidadania, em que a igualdade de direitos entre os cidadãos possa crescer entre
as comunidades, sendo valorizada para a formação dos indivíduos submetidos à
escolarização,
Os PCNs podem atuar como catalizadores de ações que visam uma melhor
qualidade educacional, entretanto ainda está longe de resolver todos os problemas
relacionados a qualidade do ensino e aprendizagem no Brasil, pois essa busca
demanda grandes investimentos nas mais diversas frentes, desde quali cação de
professores, material didático, salários, plano de carreira e recursos de multimídia,
além disso, importância do currículo, as atividades de aprendizagem também
devem ser colocadas em debate nas discussões políticas educacionais brasileira.
(BRASIL, 1998). Essa busca tem sido recorrente na história das políticas públicas de
educação no Brasil.
A seguir, observamos a Linha do Tempo dos PCNs desde a sua elaboração até a sua
homologação:
Figura 1 – Linha do tempo dos PCNs.
Objetivos Gerais
Linguagem
Movimento
Oral e Escrita
Natureza e
Conhecimento de Mundo Música
Sociedade
Objetivos Objetivos
Conteúdos Conteúdos
Orientações Didáticas
Os PCNs iniciam com uma carta ao professor que foi escrita por Paulo Renato Souza,
Ministro da Educação e do Desporto na época, onde o mesmo relata que o objetivo
desses documentos, é auxiliar o professor na realização de seu trabalho educativo
junto às crianças pequenas, bem como apontar metas de qualidade que ajudem o
aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, re exivo e autônomo,
conhecedor de seus direitos e deveres. (BRASIL,1998).
Os PCNs de Matemática
Os PCNs descritos para área de Matemática ressaltam que essa disciplina tem como
característica levar o aluno a compreender e atuar no mundo por meio da sua
interação com o contexto natural, social e cultural que é fruto da construção
humana. (BRASIL, 1998).
Os PCNs apresentam os objetivos gerais do Ensino Fundamental, que orientam a
estruturação do currículo escolar. É a partir deles que os objetivos gerais de Área e
dos Temas Transversais são de nidos, bem como a forma com que deverão ser os
seus desdobramentos no primeiro e segundo ciclos. Sobre esses desdobramentos,
os PCNs corroboram da seguinte forma:
O professor ao utilizar os PCNs como um guia para a sua prática pedagógica, poderá
incluir em seu planejamento conteúdos que permitirão aos alunos estabelecer uma
relação entre as situações matemáticas que envolvam seu cotidiano, identi cando
conceitos, procedimentos e atitudes que são relevantes para a sua formação
enquanto cidadão.
Finalizamos nossos estudos sobre os PCNs veri cando que esse é um documento
norteador do fazer pedagógico, que visa apontar metas de qualidade que ajudem o
aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo e que tem contribuído
para a educação que temos hoje no Brasil. Entretanto é preciso lembrar que em
2017, visando uma nova era na educação brasileira, foi homologada a Base Nacional
Curricular Comum (BNCC).
SAIBA MAIS
Para se aprofundar nos conhecimentos sobre a BNCC, bem como seus
prazos para a implementação sugerimos a leitura do documento Base
Nacional Curricular Comum – Educação é base na íntegra que está
disponível no site do MEC.
ACESSAR
Os objetivos e conteúdos
básicos para o ensino da
matemática
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Neste tópico conheceremos os principais objetivos, bem como alguns conteúdos
básicos para o ensino da matemática na educação infantil e nos anos iniciais do
ensino fundamental. Começaremos nossos estudos pela educação infantil e em
seguida passaremos para as séries iniciais do ensino fundamental, considerando
seus objetivos e os diversos campos de conteúdo que envolve cada nível de ensino.
A Educação Infantil
Conforme já estudado nas unidades anteriores, veri camos que a criança ao
ingressar na educação infantil já traz consigo um conhecimento prévio acerca do
mundo que o rodeia, pois desde muito cedo em suas vivências cotidianas ela já tem
contato com os números, por meio de brincadeiras que envolvam quantidades,
formas, entre tantas outras atividades que onde a matemática se faz presente. Tal
conhecimento varia de criança para criança e pode sofrer a in uência do meio onde
vive.
Dessa forma, é importante mais uma vez lembramos que o professor deve respeitar
o nível de conhecimento que a criança está e a partir daí dar sequência a construção
de novos conhecimentos.
A partir dos objetivos acima a escola, enquanto mediadora desse processo deve criar
novas estratégias que estimulem e incentivem a produção de novos conhecimentos,
atribuindo signi cado ao que a criança já sabe e sistematizando novos saberes.
Para Piaget (1973), a criança cria sozinha alguns dos conceitos matemáticos,
entretanto, quando um adulto tenta impor algum tipo de conceito de forma
prematura na mente da criança, ela vai aprender apenas de forma verbal o que lhe
foi imposto, pois a compreensão do conceito só acontece com o crescimento mental
da criança.
ATENÇÃO
A contagem está inerente a vida da criança desde muito cedo por meio
da linguagem oral. Por isso é comum vermos pais felizes a seu lhou ou
lha para contar de um a dez por exemplo. A criança recita os números
como se fosse uma brincadeira, pois ainda não compreendeu o que
realmente signi ca contar.
Apesar disso, situações em que são utilizadas a recitação, pode ser útil para o
processo da aprendizagem, como por exemplo, jogos de esconder, ou de pega, onde
um dos participantes deve contar enquanto os demais se escondem; brincadeiras e
cantigas de roda que envolvam diferentes formas de contagem: “a galinha do vizinho
bota ovo amarelinho; bota um, bota dois, bota três, bota quatro, bota cinco, bota seis,
bota sete, bota oito, bota nove e bota dez”. (BRASIL 1998, p. 221).
O Ensino Fundamental
No ensino Fundamental, assim como na Educação Infantil é importante que a
história de vida da criança, seu conhecimento prévio sobre determinado assunto,
suas condições psicológicas, sociológicas e culturais sejam consideradas. Além disso,
o professor deve ter clareza sobre suas concepções matemáticas, pois a sua prática
pedagógica, objetivos, conteúdos propostos, métodos de avaliação, são processos
que estão ligados a essas concepções. (BRASIL, 2001).
Essa concepção não indica que o professor deixa de cumprir seu papel, mais que ele
deixa de ser o agente transmissor do conhecimento, com respostas prontas, e se
torna mediador, estimulador, que vão permitir ao aluno a re exão, a formulação de
hipóteses e apresentação de resultados.
A forma com que esses conteúdos serão selecionados, os valores mais relevantes de
cada um, as suas competências e como eles irão contribuir para o desenvolvimento
do conhecimento matemático são fundamentais no momento em que o professor
for escolher a metodologia que será aplicada quando estiver preparando seu
planejamento.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre os conteúdos básicos para o ensino fundamental
orientamos a leitura dos CONTEÚDOS CONCEITUAIS E
PROCEDIMENTAIS, que se encontram nos Parâmetros Curriculares
Nacionais – Matemática v.3, disponíveis no site:
ACESSAR
Conclusão - Unidade 3
Foi possível veri car que no decorrer dos anos as reformas ocorridas apontaram
sempre para o uso de metodologias inovadoras que levem em consideração aspectos
culturais, socioeconômicos, bem como o conhecimento prévio do aluno durante as
abordagens pedagógicas como forma de construção do conhecimento. Fica claro a
importância da matemática aplicada a prática.
O documento também mostra que há diversos problemas antigos além dos novos
que surgirão e precisarão ser encarados e solucionados para que a matemática
alcance o propósito de formar cidadãos ativos e re exivos capazes de identi car e
solucionar situações-problemas do seu cotidiano, sabendo qual o seu lugar na
sociedade.
Foi possível veri car que o professor da educação infantil pode encontrar grandes
aliados no processo de ensino-aprendizagem ao organizar seu planejamento e incluir
nele os diferentes campos de conhecimento matemático, abordando de diferentes
maneiras o mesmo conteúdo, respeitando os blocos de conhecimento e os ciclos que
dividem o ensino fundamental.
Livro
Filme
Unidade 4
Aprender e ensinar
matemática na educação
infantil e anos iniciais
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Introdução
O processo de ensino-aprendizagem matemática tem sido alvo de muitas
discussões e pesquisas por ser uma área da educação que envolve um grande
número de di culdades apresentadas por alunos em sala de aula e por professores,
estes por ter di culdades em lidar com as di culdades dos alunos no ambiente
escolar.
Nos tópicos dois e três apresentamos algumas sugestões de atividade e jogos que
poderão auxiliar o professor em sua prática pedagógica e que podem contribuir de
maneira signi cativa para a aquisição de conceitos por parte do aluno.
Esperamos assim, contribuir para que, desde a graduação haja uma re exão sobre
as metodologias, tendências e práticas que serão utilizadas no ensino da
matemática tanto na educação infantil quanto nos anos iniciais do ensino
fundamental contribuam para a sua prática enquanto futuro pro ssional e
apresente um olhar diferenciado para a tão temida e muitas vezes detestada
matemática.
Aprendizagem na infância
e práticas docentes, com
elaboração de plano de
aula e regência
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
A prática docente e suas implicações para
a aprendizagem na infância
A prática pedagógica consiste em parte primordial da educação infantil e anos
iniciais, sendo estruturada em um contexto especí co e intrinsecamente ligado ao
Projeto Político Pedagógico que vai desde a organização do trabalho da instituição,
as relações que esta estabelece com a comunidade, com a sociedade se estendendo
até os processos que envolvem o trabalho do professor, como as condições materiais
e de conceitos. Dimensão essa que vai muito além da atuação do professor em sala
de aula e da realização de atividades.
Wallon (1975) e Vygotsky (2001), são estudiosos que veem como princípio da
educação a construção dialógica e democrática, que tem no professor um mediador
e parceiro que é sensível as necessidades da criança e que a reconhece como sujeito
ativo do processo de conhecimento, que possui autonomia, mas não está sozinha,
tem o professor ao seu lado.
Quanto mais preparado o professor estiver, maior será a possibilidade de sua aula
ser se tornar mais atrativa, criativa e interessante para o aluno. Neste sentido,
Almeida; Soares (2012) ainda enfatizam que,
Diante disso, é importante que ao preparar uma aula, todo o processo seja
conduzido a partir de muita re exão e análise, a m de que a aprendizagem ocorra
de maneira correta. A preparação das aulas é fundamental, pois a partir dela o
professor poderá desenvolver alguns princípios que o auxiliarão em sua atuação,
como o domínio do conteúdo, a didática e o uso da metodologia correta.
PLANO DE AULA
Escola: Disciplina:
Série:
Data: Professor:
Unidade didática:
Objetivos Nº de Desenvolvimento
Conteúdos
especí cos aulas metodológico
Preparação:
Introdução do assunto:
Desenvolvimento e estudo
ativo do assunto:
Sistematização e aplicação:
Tarefas para casa:
Avaliação:
Referencial teórico:
Existem diversos tipos de recursos didáticos que podem variar quanto a sua forma e
utilização. A tecnologia dispõe de diversos recursos didáticos que poderão auxiliar
pedagogicamente o professor na transmissão do conteúdo, entre eles estão os mais
tradicionais que são o quadro de giz, a tv, o rádio, o livro didático, jornais, revistas, etc.
(MUNHOZ, 2013).
O uso de recursos didáticos torna viável a prática pedagógica, neste sentido ca
claro que haja uma boa prática pedagógica deve haver também uma boa
elaboração do plano de aula, com domínio correto dos recursos que serão utilizados.
Desse modo, o professor, ao elaborar o plano de aula, deve veri car quais são os
recursos didáticos disponíveis na instituição para seu uso, evitando dessa forma
imprevistos durante a aula.
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
De acordo com o RCNEI (1997), na educação infantil os eixos educacionais são
divididos em três blocos: números: sistema de numeração, grandezas e medidas e
espaço e forma. Também temos o tratamento da informação que pode ser
abordado juntamente com os demais blocos e que está caracterizado pelo trabalho
dos grá cos tabelas.
[...] ensinar e aprender o aluno entra no mundo dos sonhos das fábulas,
proporcionando momentos agradáveis e ainda dando espaço a
criatividade, se deixando in uenciar com o lúdico, com as brincadeiras,
trabalhando desta forma não só o raciocínio lógico, mas também o seu
esquema corporal e se envolvendo como se diz “de corpo e alma”,
como consequência a matemática se torna envolvente.(p.03).
Abaixo alguns exemplos de brincadeiras e jogos que poderão ser exploradas nas
aulas de matemática.
Indiozinhos
__"Quantos passos?"
A mãe decide o número de passos que cada criança vai dar. Ganha
aquela que alcançar primeiro a mãe.
Adoleta
Em roda uma criança começa a contar, a seguinte diz o próximo
número e assim sucessivamente, ao mesmo tempo em que fala a
criança bate na mão do amigo do lado. Ao chegar no número dez (ou
outro estipulado pelo professor) o aluno deve retirar a mão evitando a
palmada; se conseguir começa outra sequência, se não conseguir sai da
brincadeira ou paga prenda.
Dois
Você e eu
Somos dois.
Você canta antes
Eu canto depois.
Você e eu
Somos dois
Você canta antes
Eu canto depois
Tem dois olhos na sua cara
Tem dois olhos na sua cara
Dois ouvidos você tem.
Dois ouvidos você tem.
Os olhos são pra enxergar
Os olhos são pra enxergar
Os ouvidos pra ouvir bem
Os ouvidos pra ouvir bem
Um mais um dois
(Thelma Chan - CD Pirralhada)
Memória de quantidade:
Longe / Perto
Se está longe
Não alcanço
Se está perto
Vou pegar.
Longe, perto
Perto, longe
Que gostoso
Vou brincar.
Longe, perto
Perto, longe
Que gostoso
Vou brincar.
(Thelma Chan - CD Pirralhada)
A pessoa misteriosa
Com os alunos organizados em las, o professor seleciona um deles
sem que os outros saibam quem é. Em seguida, apresenta algumas
pistas sobre a criança escolhida para que eles possam descobrir:
- A pessoa que eu escolhi usa (ou não usa) óculos.
- A pessoa que eu escolhi está sentada entre um menino e uma
menina.
- A pessoa que eu escolhi está na frente de João e atrás de Laura.
Jogos
Idade de 4 a 5 anos:
Sequência de Formas
Idade de 5 a 6 anos:
Memória n.º / n.º
Quebra-cabeça.
Dominó de Números.
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
Trabalhar Matemática vai muito além do que trabalhar as quatro operações
fundamentais de adição, subtração, multiplicação e divisão ou conceitos como
maior/menor, grande/pequeno, igual/diferente.
Jogos
Círculos da sorte.
Sequência numérica
Jogo da velha
Operações fundamentais:
Usando o ábaco:
Nessa atividade as crianças podem confeccionar seu próprio ábaco levando de casa
uma tampa de caixa de sapato, alguns rolos de papel higiênico e também palitos de
sorvete ou canudinhos. Para confeccionar o ábaco é só colocar inicialmente um
rolinho na tampa à sua direita, que signi ca a casa das unidades, o segundo rolinho,
a casa das dezenas e o terceiro rolinho, a casa das centenas.
Figura 1 – Ábaco.
Material dourado
O material dourado foi criado pela médica e educadora Maria Montessori com a
nalidade de trabalhar atividades matemáticas e auxiliar no processo de ensino- a
aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e nas operações
fundamentais. Esse material tem como objetivo, estimular a autonomia, a
autocon ança, a concentração, a coordenação e a ordem. Estabelecer a relação
entre as unidades do sistema decimal com material concreto.
Objetivo: Fazer com que todos a partir deste momento utilizem uma
mesma nomenclatura, em vez dos nomes particulares que cada um
possa ter atribuído no primeiro contato; estabelecer relações entre as
peças e regras válidas de agrupamentos e desagrupamentos.
Construções
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SAIBA MAIS
Para conhecer mais atividades educativas para a área da matemática
indicamos o site: ATIVIDADES EDUCATIVAS.
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Planejamento e avaliação
para a área de matemática
AUTORIA
Paula Regina Dias de Oliveira
O Planejamento
O ato de planejar faz parte da história do ser humano. No decorrer do dia a dia
enfrentamos diversas situações que necessitam ser planejadas, mesmo que nem
sempre nossas atividades se de nam pelas etapas concretas de ação. Entretanto,
quando realizamos atividades que não estão inseridas no nosso dia a dia usamos
processos denominados racionais, visando por meio deles, alcançar o que
desejamos.
Neste sentido, o planejamento pode ser entendido como um processo o qual uma
ou mais pessoas estão envolvidas, com a nalidade de pensar sobre a melhor forma
de realizar uma determinada tarefa.
Participação Objetividade
Coerência Exeqüidade
Flexibilidade Continuidade
Contextualização Clareza
Fonte: a autora.
Fonte: a autora.
Modelo básico de Planejamento:
Conteúdos
Objetivos Metodologia Avaliação
especí cos
A partir da análise das características acima, veri camos que o planejamento nos
apresenta um conjunto de princípios e concepções e sugerem as ações e estratégias
para a exploração de determinado conteúdo/conceito que poderão orientar a prática
pedagógica do professor.
Sabemos que cada professor utiliza um método avaliativo, que varia de acordo com
o nível escolar. No entanto é importante ao professor considerar em seu formato de
avaliação as avaliações formais e informais. Na literatura em educação matemática,
as avaliações costumam ser separadas em avaliações somativas (formais) e
avaliações formativas (informais).
Esse tipo de avaliação consiste em solicitar que os alunos resolvam uma tarefa em
sala de aula, sintetizem os principais tópicos da aula. Tal avaliação acontece ao longo
do processo de ensino-aprendizagem.
É por meio da análise realizada nesse tipo de avaliação que o professor irá encontrar
os subsídios necessários para a elaboração de estratégias que auxiliarão no processo
de ensino-aprendizagem para que os objetivos propostos sejam alcançados, ou seja,
ela permite ao professor adaptar a sua prática docente as características dos alunos.
Essa avaliação pode ser aplicada no início do ano ou semestre, ou no início de uma
unidade de ensino.
Esses processos de avaliação podem ser empregados de forma paralela, pois uma
pode complementar a outra. Todavia, o processo de avaliação precisa estar coerente
com o currículo, com o conteúdo matemático abordado em sala de aula.
Também é preciso considerar que na avaliação formativa a principal questão é
determinar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da
aprendizagem. (SILVA; BOGATSCHOV, 2012).
Além disso, ao utilizar metas claras o professor poderá tornar suas cargas de trabalho
mais gerenciáveis.
A avaliação é um assunto muito sério, pois não consiste em constatar o que ocorreu,
mais sim, o que não ocorreu, ou seja, estudar a diferença entre o esperado e o
atingido, porém de forma permanente e não somente de forma bimestral ou
semestral. Avaliar consiste em acompanhar as atividades do aluno, as mudanças de
comportamento ocorridas no decorrer do processo de aprendizagem e que podem
variar de aluno para aluno.
Quando os conteúdos são a única base para a avaliação, a mesma torna-se
engessada e quase que mecânica, com provas objetivas ou de múltipla escolha,
reprovando aqueles alunos com conteúdos insu cientes para atingir os objetivos da
avaliação. Todavia, quando a escola proporciona ao aluno um ambiente
matematizador, com atividades construtivas, desa adoras, contextualizadas, que
considerem o cotidiano do aluno e ligadas a seu próprio nível desenvolvimento, as
mudanças provocadas pela avaliação serão normais, sem traumas, respeitando a
individualidade de cada aluno promovendo um amadurecimento de forma
acelerada.
Diante das concepções acima, percebemos que avaliação precisa ser contínua e
deve servir como diagnóstico para o professor monitorar o desenvolvimento do
aluno. Avaliar é conhecer o aluno com o objetivo saber a hora certa, a maneira certa
e o momento certo de abordarmos determinada questão.
Desse modo, se o aluno não se desenvolveu como o esperado, pode ser que o
professor e a escola não tenham colocado questão certa no momento certo. Daí a
importância de avaliar não somente o aluno, mas também o professor e a escola.
Avaliar e também se auto-avaliar.
REFLITA
A avaliação e o “erro” como tentativa de acerto
Isto posto, cou claro que a avaliação é uma ação que está presente em
diversos momentos da vida do ser humano, e quando a serviço da
educação a avaliação pode promover experiências de aprendizagem e
desenvolvimento, e quando concebida dessa forma, é aceita como parte
indissociável em qualquer processo de aprendizagem.
Por meio dos estudos realizados nessa unidade, pôde-se perceber que a prática pedagógica consiste em parte primordial
da educação infantil e anos iniciais, sendo estruturada em um contexto especí co e intrinsecamente ligado ao Projeto
Político Pedagógico, no qual a prática pedagógica precisa partir da relação que se estabelece entre a teoria e a prática em
que relações que são estabelecidas e projetadas na atuação do professor, e das intenções assumidas no planejamento são
determinadas por ele com base no do Projeto Político Pedagógico.
Foi possível entender que a prática pedagógica é decorrente de uma determinação teórica, por meio do planejamento e
que pode in uenciar diretamente na aprendizagem infantil. Neste sentido, ca evidente que quanto mais preparado e
capacitado for o professor, menor será a chance de suas aulas serem fracassadas.
Nos tópicos dois e três, foi possível veri car a importância das atividades e jogos como recursos pedagógicos que poderão
contribuir para a prática pedagógica e, consequentemente, para a aprendizagem do aluno.
Em seguida, no tópico quatro, tratamos do planejamento como etapa principal do projeto político pedagógico, pois nele
estão explicitadas as orientações que nortearão o processo de elaboração do plano de aula e a pratica docente.
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Considerações Finais
Diante disso, foi possível perceber que a matemática atual não está voltada apenas
para a memorização, resolução de problema ou xação de exercícios e conceitos,
mais sim em oportunizar ao aluno estratégias que possibilitem a ele construir e
atribuir sentido e signi cado a matemática, onde o papel do professor organiza a
ação pedagógica, alinhando com a visão de mundo que o aluno possui e para que
essa proposta de fato se efetive é preciso que haja uma fundamentação teórica e
metodológica que direcione a prática docente, de tal maneira que as relações entre
o ensino-aprendizagem e o conhecimento matemático estejam entrelaçados.
Para nalizar nossos estudos, gostaria de lembrá-los que, o que foi aprendido até o
momento não esgota as possibilidades de novas pesquisas e re exões acerca das
temáticas abordadas neste material, contudo, espero que durante o período em que
se dedicou aos estudos dessa disciplina, os conteúdos aqui propostos tenham
oportunizado momentos de aprendizagem e contribuído com sua formação como
acadêmico e pedagogo.