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Princípios

da

Ozonioterapia

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Princípios
da Ozonioterapia

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lamentações e legislações vigentes.
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relacionamentos.
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Princípios
da Ozonioterapia
Sumário
1. Princípios da Ozonioterapia - introdução e a história.........................................4
Ozônio....................................................................................................................................................4
Como o ozônio se forma?.......................................................................................................4
O ozônio no meio ambiente..................................................................................................5
Ozônio X cloro..................................................................................................................................6
História........................................................................................................................................................ 7
Legislação (Madrid)....................................................................................................................8
Bioquímica e biofísica da ozonioterapia...........................................................................9
Como funciona o ozônio?.......................................................................................................9
Efeitos fisiológicos....................................................................................................................... 10
Mecanismo de ação...................................................................................................................11
Toxicidade do ozônio.................................................................................................................12
Contraindicações....................................................................................................................... 13
Efeitos colaterais da ozonioterapia................................................................................ 13
Alergia ao ozônio......................................................................................................................... 13
Paciente em tratamento com anticoagulantes................................................... 14
Ação oxidante imunomoduladora................................................................................. 14

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Princípios
da Ozonioterapia

1. Princípios da Ozonioterapia - introdução e a história


Ozônio
O ozônio é a forma triatômica do oxigênio, enquanto o oxigênio é normalmente
encontrado em sua forma diatômica (O2). Forma-se quando as moléculas de oxi-
gênio (O2) se rompem e, os átomos separados, combinam-se individualmente com
outras moléculas de oxigênio. Pode ser formado naturalmente pela ação dos raios UV
ou pelos geradores de ozônio, que convertem O2 em O3.
Christian Friedrich Schonbein (1799-1868), descobriu o ozônio em 1840, quando,
trabalhando com uma pilha voltaica na presença de oxigênio, notou a emergência
de um gás com um “cheiro elétrico e pungente” que poderia ser um tipo de “oxigênio
super-ativo”. Podemos cheirá-lo durante uma tempestade, porque a descarga elé-
trica de raios entre nuvens e terra catalisa a formação de ozônio a partir do oxigênio
atmosférico. O nome ozônio vem do grego e significa exalar cheiro, em condições
normais é um gás incolor, mas na estratosfera é responsável pelo azul do céu.
O ozônio O3 é 10 vezes mais solúvel que que o O2. Entre os agentes oxidantes, o
ozônio é o terceiro mais forte depois de flúor e persulfato, um fato que explica a sua
elevada reatividade.
O ozônio medicinal é sempre uma mistura de ozônio e de oxigênio puro, produzi-
do por um gerador de ozônio. O equipamento promove uma descarga elétrica entre
13.000 e 15.000 volts nas moléculas de oxigênio, o que possibilita a agregação dos
átomos e a formação do gás ozônio.

Fonte: Biomedicina estética, 2019

Como o ozônio se forma?


Forma-se quando as moléculas de oxigênio (O2) se rompem devido a um raio ou
a ação radioativa ultravioleta que vem do sol. Quando atingidas, estas moléculas de
(O2) separadas, vagam solitárias até se unir com outra molécuIa de (O2) que ainda
não foi dividida, ocorrendo a transformação química e o surgimento do (O3).

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Molécula de
oxigênio (O2)
Formação do Ozônio (O3)

Ozônio (O3), Molécula de


alto poder de oxigênio (O2) é dividida
desinfecção por uma descarga elétrica
Ozônio (O3)
Torna-se um
átomo de (O2)

Transformando-se Em seguida, uni-se com


agora em (O3) outra molécula de (O2)

O ozônio no meio ambiente


O ozônio é uma molécula natural, instável, composta por três átomos de oxigênio.
É formado durante uma reaçdo endotérmica reversível, que consome 68,4 calorias.
No ambiente essa reaçdo é catalisada pelos raios UV, que sao absorvidos, com isso
o ozônio controla a irradiacao destes, protegendo os sistemas biológicos na Terra. E
considerado um agente oxidante, altamente reativo, que se decompoe espontanea-
mente. Dentre os agentes oxidantes o ozonio e o terceiro mais poderoso, atras ape-
nas do fluor e persulfato. (BOCCI, 2005).
O ozônio esta presente na atmosfera terrestre, sendo encontrado na estratosfera
em concentração máxima, já que a baixa temperatura diminui sua degradação tér-
mica. O oxigênio rarefeito, presente na estratosfera, e uma de suas principais fontes.
(OLIVEIRA, 2008)
Quando ocorrem tempestades, onde há a passagem de elétrons entre a super-
fície terrestre e as nuvens, trovões, raios e relâmpagos, ocorre a transformação do
oxigênio em ozônio de um jeito semelhante ao que ocorre na estratosfera, podendo
ser detectado através do olfato, dependendo da distância. Dependendo da tempe-
ratura da regido, as concentrações de ozônio voltam ao normal rapidamente. (OLI-
VEIRA, 2008)
O tempo de vida da molécula de ozônio esta diretamente relacionado a tem-
peratura. Quanto maior a temperatura ambiente, menor o tempo de vida do ozônio,
e consequentemente seu poder de açdo. A meia vida do ozônio e de 140 minutos a
OOC, já a 200 ºC atinge apenas 40 minutos. (OLIVEIRA, 2008 e BOCCI, 2005)
Outra fonte de ozônio de grande destaque e a poluição, sendo este denominado
ozônio antropogênico, e seus principais produtores são os veículos e as indústrias.

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Normalmente na natureza existe o controle natural entre a reaçdo de formação


do ozônio e de sua dissociação. Mas infelizmente, em consequência da poluição este
equilíbrio tem sido diretamente afetado. A continua emissão de gases poluentes
como monóxido de carbono, dióxido de carbono, enxofre, entre outros, tem favoreci-
do para que o nível de concentração de ozônio aumente, causando uma sobrecarga
na atmosfera e gerando uma alta taxa de toxicidade. Já os derivados do CFCs (cloro,
flúor e carbono) são capazes de destruir milhares de moléculas de ozônio. (BOCCI,
2005 e OLIVEIRA, 2008)
Poucos sabem que depois de oito horas, seus resíduos já não existem mais, en-
quanto o restante dos poluentes persiste no ambiente por meses elou anos. (OLIVERA,
2008)

Ozônio X Cloro
Comparado ao cloro, o ozônio oferece muitas vantagens no processamento de ali-
mentos e bebidas e na sanitização de materiais e superfícies. O cloro tem sido utilizado
como produto de primeira escolha na indústria de alimentos e no tratamento de água,
no entanto, sabe-se que muitos subprodutos são derivados da ação oxidante do Cloro,
como a formação de THM (trihalometanos), cloraminas, dioxinas que são produzidas
na reação de cloro com matéria orgânica. Estas substâncias são conhecidas como
carcinogênicas e trazem grande malefício à saúde de humanos e animais.

OZÔNIO CLORO

Não causa alergias ou irritações e não No tratamento de piscinas causa problemas como
descolore roupas e piscinas de vinil. irritação nos olhos, pele e descoloração de roupas.
Em contato com proteínas, gera compostos or-
Em contato com outros compostos, se gânicos clorados (cloraminas), substâncias que
dissocia a oxigênio. contaminam o meio ambiente e são canceríge-
nas aos humanos.
O ozônio é um excelente desodorizador,
Deixa odor, gosto e coloração branca na água.
despolarizador e clarificador.
Gera compostos tóxicos, chamados trialometa-
Não deixa resíduos.
nos que são cancerígenos.
Não necessita de transporte ou conso- Necessidade de adquirir e transportar produtos
me insumos, é produzido no local. químicos perigosos.
O ozônio é 168 vezes mais forte e 3000
O cloro leva 4 horas pra realizar a ação de purifi-
mais rápido na ação de purificação da
cação e deixa resíduos prejudiciais a saúde.
água levando 5 segundos.

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História
1840
O gás ozônio foi descoberto pelo pesquisador alemão Dr. Christian Friedrich Scho-
enbein, que observou um odor característico quando o oxigênio era submetido a uma
descarga elétrica. E, pela frequência sistemática com que isto ocorria, o chamou de
“ozein”, que em grego significa “aquilo que cheira”.

1857
O físico Dr. Werner Von Siemens desenvolveu o Gerador de Alta Frequência, apa-
relho que forma o gás ozônio em átomos de oxigênio por meio de descargas elétricas.

1896
Em 1896, Nicola Tesla, patenteou o primeiro gerador de O3 medicinal e começou
a vender a máquina geradora de O3 e óleo ozonizado.

1914-1918
Durante a Primeira Guerra Mundial, médicos alemães e ingleses, utilizaram o ozô-
nio para tratamento de feridas em soldados, conforme já publicado na revista THE
LANCET, nos anos 1916 e 1917.
Desde o século XIX, a Ozonioterapia médica era usada na Alemanha, inicialmente
para combater a ação de bactérias e germes na pele humana.

1935
Erwin Payr, importante cirurgião austríaco e professor em Leipzig, experienciou o
tratamento com ozônio e apresentou uma publicação de 290 páginas intitulada “O
tratamento com ozônio na cirurgia”.
Este foi o início da Ozonioterapia que conhecemos hoje. A ausência de materiais
adequados e resistentes à oxidação — como plásticos para aplicação local de ozônio
em feridas, ou insuflação retal do gás - tornava sua utilização complicada, razão pela
qual foi esquecida durante um tempo.

1975
No Brasil, o médico Heinz Konrad iniciou a prática em sua clínica em São Paulo
e com ela trabalha até hoje. EM meados dos anos 90, Dr. Edison de Cezar Philippi (in
memorian) introduziu a prática em Santa Catarina e difundiu a Ozonioterapia em
inúmeros cursos e congressos.

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1979
Hans H. Wolff dedicou sua vida à pesquisa e à aplicação do ozônio. Em 1979, um
ano antes de sua morte, publicou seu livro “O Ozônio Medicinal” — no qual apresen-
ta sua pesquisa e prática médica do uso do ozônio. Ele fundou a Sociedade Médica
Alemã de Ozônio, posteriormente renomeada Sociedade Médica para Aplicação Pre-
ventiva e Terapêutica do Ozônio.

Legislação
O marco para a Ozonioterapia no Brasil ocorreu com a publicação da Portaria
nº 702, de 21 de março de 2018, do Ministério da Saúde, na qual inclui novas práticas
na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC, no âmbito do
SUS, sendo a ozonioterapia uma dessas práticas, podendo ser aplicada por qualquer
profissional da área da saúde. A partir desse marco, os Conselhos de Classe buscaram
compreender e regulamentar a ozonioterapia no âmbito de atuação de cada profissão.
A regulamentação das práticas de ozonioterapia pelos Conselhos das Classes
Profissionais de: Odontologia, Fisioterapia, Farmácia, Enfermagem, Medicina Veteri-
nária e Biomedicina, cada um no seu âmbito de atuações e com definição específica
sobre capacitação, colaboram por modificar de uma vez por todas o cenário das
Práticas Integrativas e Complementares no Brasil, trazendo mais possibilidades de
tratamento, cuidados com a saúde para toda a população.
Além do uso em tratamento de saúde, todos os Conselhos autorizam a ozoniote-
rapia no âmbito da estética, para os profissionais devidamente habilitados.
O Conselho Federal de Medicina ainda aguarda por mais evidências científicas,
por isso somente autoriza atividades no âmbito experimental.

Nota: Atualmente, existe aproximadamente 4900 publicações na PUBMED.

Regulamentação da prática de ozonioterapia pelos conselhos de classe:

Odontologia: Enfermagem:
CFO Resol. nº 166 de 24/11/2015 Parecer normativo nº 001/2020 COFEN
Habilitação com CH mínima de 32 h Habilitação com CH mínima 120 h
Fisioterapia: Biomedicina:
COFITO Resol. nº 380 de 11/11/2010 CFBM Resol. nº 321 de 16/16/2020
Veterinária:
Farmácia: CFMV Resol. nº 1364 de 22/10/2020
CFF Resol. nº 685 de 30/01/2020
CFF Resol. nº 695 de 15/12/2020 Biologia:
CFBIO Resol. nº 614 de 10/12/2021

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Bioquímica e biofísica da ozonioterapia


Como funciona o ozônio?
As reações bioquímicas e sucessiva ocorrem em células diferentes em todo o
corpo, assim, deve ficar claro que uma boa parte de ozônio é consumida pelos an-
tioxidantes presentes no plasma e apenas a segunda reação é responsável pelos
efeitos tardios biológicos e terapêuticos. Isto deveria esclarecer o motivo pelo qual
uma dose muito baixa de ozônio pode ser ineficaz ou equivalente a um placebo. ROS
incluem vários radicais como ânions superóxido (O2), monóxido de nitrogênio (NO),
peroxinitrito (O = NOO).
A hidroxila, já mencionada, composto radicais e outros compostos oxidantes como
peróxido de hidrogênio e ácido hipocloroso (HCIO), são compostos potencialmente ci-
totóxicos (Fridovich, 1995; Pullar et al, 2000; Hooper et al, 2000), mas felizmente têm uma
meia-vida curta (normalmente uma fração de segundo) e, tanto o plasma como as
células, têm antioxidantes capazes de neutralizá-los, caso suas concentrações não so-
breponham a capacidade antioxidante. As LOPs geradas após a peroxidação de uma
grande variedade de PUFAs são heterogêneas e brevemente são representados por
radicais de peróxido (ROO); assim, uma variedade de hidroperóxidos (R-OOH) e uma
mistura complexa de baixos produtos finais aldeídicos de peso molecular, nomeada-
mente malonyldialdeyde (MDA), e alquenais, entre os quais 4-hidroxi-2,3 transnonenal
(4—HNE), são os mais citotóxicos. A química e a bioquímica desses compostos foram
minuciosamente descritas pelo grupo de Esterbauer (1991). Se alguém pensa sobre ri-
queza e heterogeneidade química de lipídios, glicolipídios e fosfolipídios presentes no
plasma, torna-se difícil imaginar quantos compostos potentes, potencialmente noci-
vos podem ser gerados pelos lipídios reagindo com ozônio.

Ozônio e plasma
Substrates Messengers Targets Functional modifications

Erythrocytes Improved O2 delivery


ROS Leukocytes Immune activation
Platelets Release of autacolds and growth factores
PLASMA

O3
Endothelium Increased release of NO–
Generation of super-gifted erythrocytes
LOPs Bone marrow
Release of stem cells
Other organs Upregulation of OSP and antioxidant
enzymes (Ozone tolerance)

Fonte: Conselho regional de Farmácia, 2019.

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Efeitos fisiológicos
Deve-se enfatizar que SANGUE EXPOSTO AO OZÔNIO, SUCEDE UM ESTRESSE OXIDATI-
VO TRANSITÓRIO - necessário para ativar funções biológicas sem efeitos prejudiciais.
O estresse deve ser adequado (não subliminar) para ativar mecanismos fisiológicos,
MAS NÃO EXCESSIVO - para sobrecarregar o sistema antioxidante intracelular e cau-
sar danos. Assim, uma dose excessiva de ozônio ou incompetência em manipular
esse gás pode ser prejudicial. Por outro lado, doses de ozônio (abaixo do limiar), são
totalmente neutralizadas pela riqueza de antioxidantes plasmáticos e podem produ-
zir apenas um efeito placebo. O conceito de que a Ozonioterapia é dotada de um oxi-
dativo agudo, incomoda os adversários dessa abordagem porque consideram isso
como um dano infligido aos pacientes, possivelmente já sob uma doença crônica
de estresse oxidativo. Portanto, NÃO ACREDITAM QUE A OZONIOTERAPIA INDICA UMA
RESPOSTA TERAPÊUTICA MULTIVARIADA JÁ BEM DOCUMENTADA EM ALGUMAS DOENÇAS.
Além disso, NÃO promovem O STRESS OXIDATIVO CRÔNICO (COS), DEVIDO A UMA EN-
DÓGENA E DESCONTROLADA HIPEROXIDAÇÃO.
A RESPOSTA TERAPÊUTICA alcançada após estes repetidos estresses oxidativos,
pode ser considerada como um Efeito de PRECONDITIONING- eventualmente capaz de
reequilibrar o sistema redox e alterado por estímulos pato genéticos. (BOCCI, 2002).
Como já mencionado, as concentrações submicromolares de LOPs podem atuar
como mensageiros fisiológicos, capazes de reativar um sistema biológico despreo-
cupados. Do ponto de vista farmacocinético, os vestígios de LOPs podem atingir to-
dos os órgãos, em particular a medula óssea e o Sistema Nervoso Central. Os LOPs
são extremamente importantes para informar células específicas e receptores de um
estresse oxidativo mínimo e calculado, que pode provocar a resposta adaptativa.
Em relação aos eritrócitos, as LOPs podem influenciar a linhagem eritroblástica,
permitindo a geração de células com melhores características bioquímicas. Estes
eritrócitos, durante os quatro meses seguintes, são capazes de fornecer mais oxigê-
nio em tecidos isquêmicos. A consequência de tratamentos repetidos, obviamente
dependendo de o volume de sangue ozonizado, a concentração de ozônio e o crono-
grama, é que após alguns tratamentos iniciais uma parte (cerca de 0,8% do grupo)
de eritrócitos entrará diariamente na circulação e implacavelmente substituirá ve-
lhos eritrócitos gerados antes da terapia. Isso significa que durante a Ozonioterapia
a população de eritrócitos incluirá não apenas células com diferentes idades, mas o
mais importante, eritrócitos com diferentes capacidades bioquímicas e funcionais.
No curso de terapia de ozônio, já foi medido um aumento marcado de G6PD e outras
enzimas antioxidantes em eritrócitos jovens. (Bocci, 2014).

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O processo de ativação celular é muito dinâmico e não dura para sempre, porque
as células do sangue possuem vida definitiva e uma memória bioquímica limita-
da; portanto, a vantagem terapêutica DEVE SER MANTIDA COM MENOS TRATAMENTOS
FREQUENTES. A toxicidade do ozônio no sangue, fluidos biológicos e órgãos internos,
podem ser totalmente evitados quando a dose de ozônio se reduz apenas em parte.
O sistema antioxidante tem evoluído durante os últimos dois bilhões de anos como
uma defesa essencial contra o oxigênio. É constituído por componentes de eliminado-
res, nomeadamente albumina, vitaminas C e E, ácido úrico, bilirrubina, cisteína, ubiqui-
nol, ácido alfa-lipoico, e de antioxidantes intracelulares como: GSH, tioredoxina, enzi-
mas (superóxido dismutase, SOD, GSH-Px, GSH-Rd, GSH-T, catalase, etc.) e proteínas tais
como transferrina e ceruloplasmina, capazes de checar ferro livre e cobre que, de outra
forma, pode favorecer a formação de radicais hidroxilo. A riqueza e a variedade de an-
tioxidantes extracelulares e intracelulares, descrito por Chow e Kaneko (1979), Halliwell
(1994; 19990a, b; 2001), Frei (1999), HoImgren, (1989), Di Mascio et al, (1989), Jang et al,
(1997), Packer et al, (1997), Bustamante et al, (1998) e Chae et al, (1999), são capazes de
explicar como quantidades variadas de ozônio podem ser domesticadas, com os resul-
tados de estimular vários sistemas biológicos sem efeitos deletérios.(BOCCI, 2002).

Mecanismo de ação
Em primeiro lugar, o ozônio, como qualquer outro gás, dissolve-se na água, quer
seja do plasma (a parte líquida do sangue), nos fluidos extracelulares, ou na cama-
da fina de água cobrindo a pele e particularmente a mucosa do trato respiratório,
intestino, vagina, etc. Na temperatura normal e pressão atmostférica, devido à sua
alta solubilidade e dependendo da sua relativa pressão, um pouco de ozônio dis-
solve-se na água, mas ao contrário do oxigênio, NÃO É EQUILIBRADO com o ozônio
restante na fase gasosa; isso acontece porque o ozônio, sendo um oxidante potente,
imediatamente reagirá com uma série de moléculas presentes em fluidos biológicos.
Nomeadamente são: os antioxidantes, as proteínas, os hidratos de carbono e, prefe-
rencialmente, os Ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs).

A reação do ozônio com tantas moléculas implica dois processos fundamentais:


1. A primeira reação é conhecida como: “THE OZONE INICIAL REACTION’ - porque uma
pequena porção de ozônio é, inevitavelmente, consumida durante a oxidação de
ácido ascórbico e ácidos: úricos, sulfúricos (SH), grupos de proteínas e glicopro-
teínas. Apesar da albumina, os ácidos ascórbicos e úricos dominam a dura re-
atividade do ozônio (Halliwell, 1996); eles permitem essa primeira reação que é
importante, pois ela gera espécies reativas de oxigênio (ROS); o que desencadeia
vários produtos bioquímicos no sangue. À ROS é neutralizada dentro de 0,5-1 mi-
nutos pelo sistema antioxidante.

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2. A segunda reação bem característica é conhecida como “PEROXIDAÇÃO UPÍDICA”


- No plasma hidrofílico, um mol de uma olefina (particularmente ácido araqui-
dônico presente em triglicerídeos plasmáticos e quilomícrons) e um mol de ozô-
nio, originam dois moles de aldeídos e um mol de peróxido de hidrogénio (H202).
Estas Duas reações, concluídas em segundos usam a dose total de ozônio que
gera peróxido de hidrogênio, um oxidante, mas não uma molécula radical (geral-
mente incluído na família ROS) e uma variedade de aldeídos conhecidos como
PRODUTOS DE OXIDAÇÃO LIPÍDICA (LOPs).

Toxicidade do ozônio
O ozônio nunca deve ser inalado. Esta rota é proibida. O ozônio não é tóxico quan-
do usado na dose adequada e por profissionais treinados com os protocolos clínicos
corretos. Casos fatais são o resultado de mala práxis (conduta imprópria ou inade-
quada, falha ou falta médica).
O ozônio é uma especie reativa de oxigênio e um componente importante na
atmosfera. Os efeitos tóxicos da exposição aguda ao gás inalado, que pode cau-
sar inflamção pulomonar e danos as celulas epitelias da cavidade nasal, bronquios,
bronquiolos, e macrofagos alveolares já sao bem conhecidos.
A terapia com oxigênio-ozônio médico, não se utiliza da via inalatória. Inúmeras
publicações demonstram que a terapia utilizada por outras vias de administração é
segura e com excelentes resultados clínicos.

Indicaçôes
O ozônio medicinal pode ser indicado para diversos tratamentos, entre eles:
• Problemas circulatórios;
• Diversas doenças e condições do paciente idoso;
• Doenças causadas por vírus, tais como hepatites, Herpes simples e Herpes zoster;
• Feridas com infeccões ou inflamadas de difícil cicatrizacão como úlceras, feridas
de origem vascular, arterial ou venosas (varizes), úlceras por insuficiência arterial,
úlcera diabética, riscos de gangrena;
• Colites e outras inflamacões intestinais crônicas;
• Queimaduras;
• Hérnia de disco, protrusão discal, dores lombares;
• Dores articulares decorrentes de doencas inflamatórias crônicas;
• Imunoativação geral;
• Terapia complementar para alguns tipos de câncer.

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Contraindicações
A administração de ozônio é contraindicado quando administrado sistemica-
mente devido a:
1. Glicose-6-fosfato. Deficiência de desidrogenase (favismo, anemia hemolítica
aguda);*
2. Hipertireoidismo Tóxico - Status de Sepulturas com Base;
3. Trombocitopenia menor que 50.000 e distúrbios graves da coagulação;
4. Instabilidade cardiovascular grave;
5. Intoxicação aguda por álcool;
6. Infarto agudo do miocárdio;
7. Hemorragia maciça e aguda;
8. Durante estados convulsivos;
9. Hemocromatose;
10. Pacientes recebendo tratamento com cobre ou ferro por administração intrave-
nosa;
11. Hipertensão descompensados;
12. Caquexia.

*A prevalência de deficiência de glicose 6 fosfato desidrogenose (G6PD) varia entre os grupos étnicos com frequ-
ência geral mais baixo nas Américas (3.4 Z). Europa (3.9 g) e Pacífico (2.9 g) em comparação com a África Sub-
saariana (7.51 ), Oriente Médio (6,0 g) e Ásia (4,7 Z). Recomenda-se o teste de G6PD antes da ozonioterapia para
evitar complicações. (MADRI. 2020)

Efeitos colaterais da ozonioterapia


Os efeitos colaterais da ozonioterapia são mínimos:
• dor pela picada da agulha e sensação de queimação transitória (dura segun-
dos) no local da injeção;
• flatulência (no caso de insuflação via retal do gás);
• hipotensão ortostática e;
• hipoglicemia transitória (por este motivo se recomenda que o paciente não este-
ja em jejum ao ser submetido ao procedimento).

Alergia ao ozônio
Em 2002 em artigo publicado na Science, pesquisadores norte-americanos de-
monstraram que os neutrófilos fabricam ozônio DURANTE o processo de defesa do
organismo para ativar anticorpos, fato confirmado no ano seguinte por Barbior e co-
laboradores. Assim, NÃO É POSSÍVEL ser alérgico ao ozônio, uma biomolécula natural-
mente produzida pelo organismo humano.

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Paciente em tratamento com anticoagulantes


A administração sistêmica concomitante de ozônio e anticoagulante pode mo-
dificar a via de coagulação, isso implica a necessidade de monitoramento frequente
do Índice Normalizado Internacional (INR). Se forem utilizados os novos anticoagu-
lantes orais de ação direta (ACOD) ou novos anticoagulantes orais (NACO) indicados
para o tratamento da doença tromboembólica venosa (DVT), eles são totalmente
compatíveis com o ozônio e não requerem controles INR (Rivaroxaban (nome comer-
cial: Xarelto@), Dabigatran (Pradaxa@), Apixaban (Eliquis@), Edoxaban (Lixiana@).

Ação oxidante imunomoduladora


O Ozônio induz a liberação de espécies reativas do oxigênio (EROS) que, em con-
centrações controladas regulam a liberação de mediadores inflamatórios e estimu-
lam a produção de enzimas antioxidantes e protetores de membrana, como gluta-
tiona peroxidase, catalase e superóxido desmutase. As EROS muitas vezes constituem
os radicais livres, que causam danos a moléculas importantes.
Porém, alguns autores sugerem que a exposição a doses controladas de O3, le-
vam a um pré-condicionamento oxidativo no fígado, prevenindo os danos causados
por radicais livres. Ocorre ainda, estímulo para produção de prostacidina, uma pros-
taglandina de ação vasodilatadora.
Em humanos, a administração de O3 na concentração de 30 a 55 ug/cc, gera um
aumento na liberação de TNF e interleucina-2 (estimula a produção de linfócitos T, B
e células NK) e aumento na produção de interferons (proteínas que interferem na re-
plicação de patógenos, especialmente virais, e estimulam a defesa de outras células.

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