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Boletim – câncer de mama

A pandemia de Covid-19 afetou diretamente o rastreamento precoce do câncer de mama. Com a


sobrecarga no sistema de saúde brasileiro, mais de um milhão de mulheres deixaram de realizar
mamografias no ano de 2020. O resultado foi o aumento dos custos com quimioterapia no SUS.

A taxa de realização do exame caiu 41% no primeiro ano de pandemia. A mamografia é indicada a
cada dois anos para mulheres com idade entre 50 e 69 anos.

Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pelo médico do trabalho da UFPR, Adriano
Hyeda. O estudo aponta que a cada R$ 1 gasto no SUS com mamografia, foram gastos R$ 8,62 em
quimioterapia para o câncer de mama em 2020.

Mesmo após o auge da pandemia de Covid-19, há uma tendência de queda no rastreamento do


câncer de mama. Outra evidência da pesquisa é que, ao não realizarem a mamografia
periodicamente, mais mulheres estão chegando aos estágios mais complicados da doença.

O custo do tratamento com a doença, que já é um dos mais elevados no SUS, torna-se três vezes
maior quando a enfermidade é descoberta em estágios mais avançados. Por isso, o diagnóstico
precoce do câncer de mama é fundamental tanto para o controle da doença, quanto para a
redução de seu impacto social e econômico.

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum no mundo (excluindo o câncer de pele não
melanoma), com uma estimativa de 2,3 milhões de novos casos por ano. Isso representa 11,7% de
todos os casos globais de câncer.

A doença é menos letal quando diagnosticado precocemente. As lesões menores, identificadas


pela mamografia, têm uma chance muito menor de evoluir para metástase e, consequentemente,
o tratamento para esse tipo de lesão é menos agressivo.

Até o final do estudo, em julho de 2021, não houve uma recuperação eficiente do rastreamento do
câncer de mama para alcançar a mesma tendência observada antes da pandemia.

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