Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(Licenciado)
Maio de 2001
SISTEMAS ESPACIAIS DE APOIO À DECISÃO
RESUMO
Seria de esperar que esta situação permitisse a tomada de decisões ambientais de um modo
mais informado, mais fácil e mais consistente, o que não se verifica na prática, pois os SIG
são ainda vistos como uma tecnologia complexa e inacessível para os decisores.
ii
SPATIAL DECISION SUPPORT SYSTEMS
ABSTRACT
In these circumstances, it would be expected that the decision making process would
become better informed, easier and consistent. This does not happen in real world problem
solving because GIS are still seen as a complex and inaccessible technology for decision
makers.
In this work, the concepts of spatial decision support systems are revised and an application
is developed for the Alentejo Environmental Regional Directorate (DRA-Alentejo), with
the objective of democratizing the use of a GIS tool among environmental decision makers.
This application allows the support of environmental permitting through an user interface
that evaluates spatial environmental constraints for a specific place.
iii
PALAVRAS-CHAVE
Condicionantes Ambientais
Aplicações de SIG
KEYWORDS
Environmental Constraints
GIS Applications
iv
NOTAÇÃO UTILIZA DA
DL – Decreto-Lei
DH – Domínio Hídrico
v
SGMB – Sistema de Gestão do Modelo de Base
SP – Sistema Pericial
vi
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Marco Painho por ter sido a primeira pessoa que me falou sobre SIG e
por me ter orientado no desenvolvimento deste trabalho.
Ao Professor Doutor João Bento por ter prestado uma colaboração muito activa e
interessada na elaboração deste documento.
À Sara Barradas por me ter ajudado a rever várias vezes este documento com um olho
clínico.
vii
ÍNDICE DO TEXTO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................1-1
1.1 Enquadramento ......................................................................................................1-1
1.2 Objectivos ..............................................................................................................1-3
1.3 Pressupostos ...........................................................................................................1-4
1.4 Metodologia Geral .................................................................................................1-4
1.5 Organização da tese................................................................................................1-5
viii
3.4.1 Arquitectura ................................................................................................... 3-58
3.4.2 Modelo de objectos de componentes ............................................................. 3-62
3.5 Cartas de condicionantes ...................................................................................... 3-65
3.6 Fontes de informação utilizadas para a construção das cartas de condicionantes 3-66
3.7 Metodologia utilizada para a construção das cartas de condicionantes ............... 3-75
3.8 Interacção com o utilizador.................................................................................. 3-77
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 92
ix
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2 Tabela que resume o equilíbrio entre o cliente e o servidor (Lopes, 2000)........ 2-41
x
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Fases do processo de tomada de dec isão segundo Simon (Malczewski, 1997).. 2-11
Figura 2 Estrutura do grau de problemas de decisão segundo Simon (adaptado de
Malczewski, 1997)............................................................................................................. 2-13
Figura 3 Tipos de problemas de decisão, tipos de sistema e actividades de resolução de
problemas (adaptado de Sprague e Watson, 1996)............................................................ 2-15
Figura 4 Exemplo de conversão de dados geográficos em informação geográfica........... 2-17
Figura 5 Níveis de informação (adaptado de ESRI, 2000)................................................ 2-19
Figura 6 Polígonos, linhas, pontos e o modelo relacional (adaptado de ESRI, 1995) ...... 2-20
Figura 7 Exemplo de partição do espaço segundo o modelo matricial (ESRI, 1995) ....... 2-21
Figura 8 Níveis de tecnologia para SEAD segundo Sprague (1980), adaptado de Densham
(1991)................................................................................................................................. 2-25
Figura 9 Componentes de um SEAD (adaptado de Malczewski, 1997) ........................... 2-29
Figura 10 Infra-estrutura para SEPAD (adaptado de Malczewski, 1999) ......................... 2-35
Figura 11 Infra-estrutura para SEAD-MC (adaptado de Malczewski, 1999).................... 2-37
Figura 12 Configuração baseada no servidor (adaptado de Foote e Kirvin, 1998) ........... 2-40
Figura 13 Configuração baseada no cliente (adaptado de Foote e Kirvin, 1998).............. 2-40
Figura 14 Configuração híbrida (adaptado de Foote e Kirvin, 1998) .............................. 2-41
Figura 15 Área de estudo do DOCLOC (Geochoice, 2000).............................................. 2-43
Figura 16 Página de Internet do OSDM (Carver, 96) ....................................................... 2-49
Figura 17 Interface do Virtual Slaithwaite em Java (Carver, 1999)................................. 2-50
Figura 18 Introdução de comentários no sistema (Carver, 1999)...................................... 2-51
Figura 19 Modelo da Espiral (adaptado de Boehm, 1994)................................................ 3-56
Figura 20 A arquitectura DNA da Microsoft (Redmond, 1999) ...................................... 3-58
Figura 21 Estrutura de uma aplicação Three-tier (adaptado de Redmond, 1999)............. 3-59
Figura 22 Aplicação Two-tier (adaptado de Redmond, 1999) .......................................... 3-61
Figura 23 Modelo de Objectos de Componentes (adaptado de Williams e Kindel, 1994)3-62
Figura 24 Estrutura dos componentes do SAL nos três níveis da arquitectura ................. 3-65
Figura 25 Pormenor da carta de condicionantes para a zona da Albufeira do Roxo ......... 3-76
Figura 26 Interface do Sistema de Apoio ao Licenciamento............................................. 3-78
Figura 27 Exemplo de pesquisa efectuada por Freguesia.................................................. 3-80
Figura 28 Catálogo de imagens com informação do IGeoE.............................................. 3-81
Figura 29 Catálogo de imagens com imagens de satélite da zona de Sines (SPOT 4)...... 3-82
Figura 30 Representação temática de uma cobertura utilizando classes ........................... 3-83
Figura 31 Selecção do tipo de implantação espacial ......................................................... 3-84
Figura 32 Formulário com informação alfanumérica sobre o processo e correspondente
implantação espacial.......................................................................................................... 3-85
Figura 33 Resultado da análise.......................................................................................... 3-86
Figura 34 Resultado da análise no Word ........................................................................3-86
xi
1 INTRODUÇÃO
1.1 Enquadramento
1-1
A informação ambiental tem uma dimensão espacial, temporal e institucional, pelo que a
sua análise e a sua avaliação beneficiam largamente da utilização de análise geográfica,
constituindo esta a principal razão pela qual os sistemas de apoio à decisão espaciais
integram tecnologia SIG. No entanto, as ferramentas de SIG actualmente disponíveis estão
ainda longe de ser de fácil utilização, dado exigirem um elevado grau de experiência e
conhecimentos informáticos, para que delas se retirem todos os benefícios que a utilização
deste tipo de tecnologia oferece.
Esta situação resulta num dos principais factores de insucesso dos processos de
implementação de SIG, dado criarem-se situações de distanciamento entre as pessoas que
realmente beneficiariam da utilização deste tipo de sistema e o próprio SIG. Felizmente os
fabricantes de aplicações de SIG aperceberam-se desta situação e começaram a
disponibilizar no mercado ferramentas de desenvolvimento que constituem uma grande
evolução ao nível das tecnologias de informação geográfica, por permitirem uma maior
integração com as restantes tecnologias de informação.
1-2
existentes para um determinado local. Pretende-se que esta aplicação seja de fácil utilização
e possua apenas as funcionalidades necessárias para dar resposta a um problema específico,
pelo que não constitui uma solução para os especialistas na utilização de aplicações de SIG,
mas sim por um leque mais variado de pessoas, não necessariamente especialistas na
utilização deste tipo de ferramentas.
1.2 Objectivos
1-3
1.3 Pressupostos
1-4
• estruturação da base de dados operacional e geográfica para armazenamento e
integração da informação recolhida;
As bases de dados cartográfica e alfanumérica foram cons truídas com recurso ao ArcInfo
NT, versão 7.2.1, da Environmental Systems Research Institute (ESRI); no que se refere à
visualização e análise, foi utilizado o ArcView, versão 3.1, da ESRI; o desenvolvimento
aplicacional foi levado a cabo por meio de MapObjects, versão 2.0 da ESRI, assim como
de Visual Basic , versão 6, da Microsoft; para a produção de relatórios, foi utilizado o
Word, versão 97 da Microsoft; finalmente, para o armazenamento de dados, recorreu-se
ao Access, versão 97 da Microsoft.
1-5
No Capítulo 3, efectua-se uma descrição pormenorizada dos aspectos metodológicos que
estiveram subjacentes ao desenvolvimento de uma aplicação de apoio ao licenciamento,
salientando aspectos de programação relacionados com o desenvolvimento aplicacional e
de implementação, a construção de cartas de condicionantes, assim como as vantagens e
limitações da aplicação desenvolvida.
1-6
2 SISTEMAS ESPACIAIS DE APOIO À DECISÃO
Este capítulo tem por objectivo descrever as principais características dos Sistemas de
Apoio à Decisão e dos problemas de decisão que incluem uma componente espacial.
No final dos anos 60 apareceram os primeiros Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), tendo-
se iniciado a introdução na literatura desta temática progressivamente a partir desta data,
coincidindo com o abandono do conceito de Sistemas de Informação para Gestão (SIG/MIS
- Management Information Systems). Os SIG/MIS eram sistemas de informação totais, que
suportavam todas as necessidades de informação da organização, enquanto que os SAD
consistem em pequenos sistemas vocacionados para uma decisão específica, a ser tomada
por um único decisor.
2-7
O aparecimento dos SAD foi, de acordo com Sprague e Watson (1989), resultado de vários
factores, de entre os quais se salientam a evolução tecnológica ao nível do hardware e do
software, os avanços na investigação nas principais universidades, uma crescente
preocupação com o suporte ao processo de tomada de decisão, um crescente ambiente
económico turbulento e um aumento das pressões competitivas.
Foi em 1971 que o termo SAD foi utilizado pela primeira vez, numa comunicação da
autoria de Gorry e Scott Morton, onde se explicava este conceito como operando sobre
domínios semi-estruturados, em que os humanos – e não os sistemas - tomavam decisões.
Ainda segundo estes autores, o sistema interagia com o decisor no que respeitava aos
aspectos estruturáveis do problema.
Durante os anos que se seguiram, o desenvolvimento deste tipo de sistemas tornou-se muito
popular e os conhecimentos e a experiência no desenvolvimento deste tipo de sistemas
evoluiu significativamente, culminando com a primeira publicação específica sobre SAD
em 1978, por Keen e Scott Morton.
Um dos modelos mais importantes foi publicado por Keen (1980), que consid era os SAD
como o resultado de um processo conhecido por desenho adaptativo, em que os elementos-
chave são o sistema, o utilizador é a pessoa que constrói o sistema, sendo a compreensão da
interacção entre estes três elementos fundamental no processo de desenvolvimento do SAD.
Segundo este autor, é através da evolução do sistema - que, de certa maneira, representa a
compreensão por parte dos decisores do problema - , que é realmente fornecido o suporte à
decisão. Os sistemas desenvolvidos são normalmente de reduzida dimensão e podem ser
dispensados assim que se dê resposta ao objectivo específico para o qual foram
desenvolvidos.
2-8
também uma importante infra-estrutura para os SAD, conhecida como a arquitectura DDM
(Data, Dialog and Models). Esta arquitectura consiste, basicamente, numa especificação de
requisitos que um software deverá possuir para desenvolver SAD, ou seja, a capacidade de
gestão de dados, diálogos e de modelos.
Esta situação levou ao surgimento, no final da década de 80, dos Sistemas de Informação
para Executivos (SIE/EIS – Executive Information Systems) que, como o próprio nome
indica, são sistemas vocacionados para fornecer informação aos gestores de uma
organização.
2-9
• facilidades de acesso aos dados e navegação pela informação através de interface,
apresentando os dados na forma textual ou gráfica, permitindo ao utilizador
interagir com o sistema com o rato ou com o teclado; a agregação e a abstracção são
funcionalidades-chave para tornar a informação acessível e utilizável e,
frequentemente, levam a que se constituam réplicas não normalizadas dos dados
relevantes, para alimentar de modo mais fácil os SIE.
Ao longo dos últimos anos, a investigação no domínio dos SAD tem-se concentrado mais
no desenvolvimento de ferramentas do que propriamente nos métodos.
1
Herbert Simon, considerado um dos pais da Inteligência Artificial, utiliza o termo design com o significado
de projecto. Contudo, é frequente o uso de “desenho” de sistemas de informação, com o significado de
“projecto” de sistemas de informação.
2-10
Figura 1 Fases do processo de tomada de decisão segundo Simon (adaptado de Malczewski, 1997)
Ainda Simon (1960) defende que os humanos são racionais na concepção de um certo
número de alternativas escolhendo, seguidamente, a melhor alternativa, e que têm tendência
para tomar decisões satisfatórias em detrimento de decisões óptimas. Estas três fases da
decisão não têm necessariamente de seguir um caminho linear desde o reconhecimento à
escolha, passando pela fase de desenho. A qualquer momento do processo de tomada de
decisão poderá ser necessário regressar a uma fase anterior. Cada uma das três fases do
processo de tomada de decisão exige um tipo de informação diferente.
O mesmo autor introduz o conceito de heurística2 como sendo regras que os humanos
utilizam para simplificar a tarefa de tomada de decisão. As heurísticas constituem uma
ajuda para a tomada de uma decisão satisfatória, rapidamente e com eficiência e estão,
frequentemente, associadas ao uso de conhecimento empírico sobre o domínio em causa
que, por se basear em experiência, permite encurtar o caminho para a tomada de decisão.
2
A palavra heurística vem da palavra Grega heuriskein e significa o acto de descobrir. É um processo de
resolução de problemas não algorítmico (Bento, 96).
2-11
2.2.2 Conceito de Sistema de Apoio à Decisão
• são sistemas desenhados para ajudar os gestores nos seus processos de decisão, no
que se refere a problemas semi-estruturados (ou não estruturados);
• têm como objectivo melhorar a eficácia das decisões e não a eficiência com que as
decisões são tomadas.
O sistema deverá ajudar o decisor a resolver problemas não estruturados, não programáveis
(ou semi-estruturados) e deverá possuir um mecanismo de interrogação interactivo que
utilize uma linguagem de fácil utilização e aprendizagem (Bonczek et al., 1980).
Todos os problemas de decisão recaem sobre um intervalo de variação contínuo (Figura 2),
entre decisões estruturadas e decisões não estruturadas (Simon, 1960):
2-12
• as decisões estruturadas ocorrem quando a tomada de decisão pode ser estruturada
pelo decisor ou com base em teoria relevante;
Figura 2 Estrutura do grau de problemas de decisão segundo Simon (adaptado de Malczewski, 1997)
2-13
separação funcional dos papéis do analista e da pessoa encarregada de tomar a decisão
(Goodchild, 1993).
2-14
Dados os elementos de decisão de problemas e a distinção entre problemas estruturados e
não-estruturados, podem evidenciar-se quatro tipos de problemas de decisão, com os
respectivos tipos de sistemas (Figura 3):
Figura 3 Tipos de problemas de decisão, tipos de sistema e actividades de resolução de problemas (adaptado
de Sprague e Watson, 1996)
2-15
• problemas do tipo IV - os problemas de decisão enquadram-se nesta categoria se
todo o conhecimento relevante não puder ser incluído numa base de conhecimentos;
os sistemas que resolvem este tipo de problemas designam-se por Sistemas Periciais
de Apoio à Decisão (SPAD).
2-16
Localização de clientes Despesa anual média (1000 esc.)
ID DESPESA
1 268
2 3550
3 128
4 232
5 240
6 287
7 112
8 1770
9 271
10 79
11 356
12 64
13 610
14 341
15 2390
16 2980
17 353
18 354
19 218
Distribuição da despesa dos clientes 20 388
21 3900
22 136
23 215
24 102
25 28
26 23
27 303
28 158
29 4
30 427
1:1000
Os problemas de decisão que envolvam dados geográficos e informação são designados por
problemas de decisão espacial. De acordo com Malczewski (1997), os problemas de
decisão espacial caracterizam-se, normalmente, por permitirem a inclusão de um grande
número de alternativas de decisão, cujas consequências ou resultados diferem no espaço.
Cada alternativa é avaliada com base em múltiplos critérios; alguns desses critérios podem
ser qualitativos e outros quantitativos. Na resolução destes problemas existe,
frequentemente, mais do que um decisor, envolvido no processo de tomada de decisão.
2-17
Cada decisor apresenta preferências distintas em termos da importância relativa dos
critérios de avaliação e das respectivas consequências. As decisões envolvem, na maior
parte dos casos, um ou mais factores de incerteza. O processo de conversão de dados em
informação é crucial para a tomada de decisão e proporciona um valor acrescentado aos
dados. O sucesso da tomada de decisão depende largamente da quantidade e da qualidade
da informação disponível para os decisores.
Burrough (1998) define SIG como um poderoso conjunto de ferramentas que permitem
recolher, armazenar, extrair, transformar e visualizar dados espaciais que representam a
realidade para um certo conjunto de objectivos.
2-18
Modelo vectorial
Árvores
Edifícios
Eixos de via
Realidade
2-19
Figura 6 Polígonos, linhas, pontos e o modelo relacional (adaptado de ESRI, 1995)
Modelo matricial
Assim num determinado nível para cada célula podemos ter, por exemplo, a média da
reflectância captada por uma banda de satélite de detecção remota (regista o nível de
radiação recebido pelo sensor – se for de 8 bits significa que armazena valores entre 0 e
255), um esquema de classific ação no qual se atribuem valores arbitrários ao uso do solo
(Figura 6), o valor obtido por interpolação a partir de uma amostra de valores de um
determinado fenómeno como a altimetria ou a humidade, etc.
2-20
Figura 7 Exemplo de partição do espaço segundo o modelo matricial (adaptado de ESRI, 1995)
O principal objectivo dos SIG é o de fornecer informação para auxiliar a tomada de decisão
que envolve dados espaciais. As capacidades dos SIG para suportar uma decisão podem ser
analisadas dentro do contexto do processo de tomada de decisão (Figura 1), em que cada
uma das etapas exige um tipo de informação diferente. No entanto, segundo Openshaw
(1991), os sistemas deste tipo possuem capacidades limitadas no que se refere ao suporte às
fases de desenho e escolha do processo de tomada de decisão, pois apenas disponibilizam
um ambiente de modelação estático, o que implica capacidades reduzidas face às das
ferramentas de apoio à decisão.
2-21
• as capacidades de produção de relatórios tabulares são, na maioria dos casos,
inadequadas para o decisor, que precisa de relatórios mais personalizados.
2.3.3.1 Reconhecimento
Os SIG podem desempenhar um papel vital na fase inicial da tomada de decisão espacial,
concorrendo para a coordenação da análise da situação de decisão, através da sua
capacidade de integração e exploração de dados e informação de um variado leque de
fontes. Além disso, os SIG permitem, efectivamente, armazenar, integrar e processar
grandes quantidades de dados georreferenciados e apresentar a informação de uma forma
compreensiva e graficamente apelativa para os decisores que, se utilizassem relatórios
tabulares, não conseguiriam analisar todos os dados e informação de modo eficiente.
2.3.3.2 Desenho
2-22
modelo formal é normalmente utilizado para ajudar um decisor na geração de um conjunto
de alternativas.
Apesar de os SIG serem descritos como sistemas que suportam o processo de desenho e a
avaliação de alternativas de decisão espacial, a maior parte das aplicações comerciais de
SIG não possuem o tipo de análise espacial e modelação exigido pelos decisores (Keenen,
1995 e Grimshaw,1994, citados por Malczewski, 1999). Devido a esta limitação, torna-se
necessária a integração de técnicas de decisão analíticas e funcionalidades de SIG, através
da incorporação directa de modelos analíticos na aplicação de SIG ou do desenvolvimento
de interfaces de fácil utilização incluídas num sistema de análise de decisões previamente
desenvolvido. Os modelos concebidos para gerar decisões alternativas em ambiente SIG
operam fora do alcance dos utilizadores.
2.3.3.3 Escolha
Esta fase da tomada de decisão envolve a selecção de uma decisão de entre um leque de
decisões alternativas, em que cada uma é analisada e avaliada em relação às outras, em
função de uma regra de decisão. É de salientar que a geração de alternativas faz
exclusivamente parte da fase de desenho; no entanto, a sua avaliação corresponde à fase de
2-23
escolha. As regras de decisão são utilizadas para estabelecer uma hierarquia entre as
alternativas consideradas ou a considerar.
A utilização de SIG nesta fase é crítica para a capacidade de incorporação das preferências
do decisor no processo de tomada de decisão, embora, normalmente, os SIG não
disponibilizem um mecanismo flexível que permita a incorporação dessas preferências no
processo de tomada de decisão (Carver 1991, Heywood 1995 citados por Malczewski,
1999). Esta restrição torna os SIG um ambiente estático de modelação e reduz a sua
capacidade como ferramenta de apoio à decisão (Heywood, 1995 citado por Malczewski,
1999).
O sucesso dos SIG nesta fase da tomada de decisão depende da capacidade do sistema se
comportar como um sistema de apoio à decisão espacial (SEAD), ao ser incorporado no
processo de tomada de decisão (ponto 2.6).
2-24
Figura 8 Níveis de tecnologia para SEAD segundo Sprague (1980), adaptado de Densham (1991)
A infra-estrutura desenvolvida por Sprague é constituída por cinco papéis distintos, não
necessariamente desempenhados por cinco pessoas diferentes, correspondendo os três
primeiros aos três níveis que constituem a arquitectura do modelo. Assim sendo, existe um
especialista no desenvolvimento de aplicações, uma pessoa especializada na criação de
ferramentas de software que utilizam a mesma linguagem de programação da aplicação.
2-25
SEAD específico que faz a configuração deste nível, a partir de módulos disponibilizados
pelo gerador de SEAD. O intermediário é a pessoa que se senta à frente do interface e
interage fisicamente com o sistema, no qual o decisor é o responsável pelo
desenvolvimento, implementação e gestão da solução adoptada.
O sistema é actualizado por cada uma das pessoas que têm a seu cargo os requisitos e
especificações técnicas nos três níveis da infra-estrutura de Sprague, sendo este processo de
adaptação e modificação em relação às preferências do decisor conhecido por processo de
modificação adaptativo (Keen, 1980).
2-26
2.3.5.1 Sistemas Espaciais de Processamento de Dados
Segundo Malczewski (1999), este tipo de sistemas aplica-se a todos os problemas em que
os quatro elementos da actividade de resolução de problemas (dados; procedimentos;
objectivos e condicionantes; estratégias) são estruturados; ou seja, toda a informação
exigida se encontra disponível, existe um conjunto bem definido de critérios e
condicionantes, o problema pode ser resolvido a partir de procedimentos padronizados, e
não existe a necessidade de uma estratégia complexa para gerar e avaliar as alternativas.
Neste tipo de sistemas não existe a necessidade de envolver o decisor na resolução do
problema, pois existe a possibilidade de incorporar todos os elementos do problema num
modelo que pode ser analisado através de técnicas sistematizadas ou algoritmos. Os SEPD
não têm a capacidade de gerar estratégias flexíveis, sendo esta uma das características que
os distingue dos outros tipos de sistemas que suportam decisões espaciais.
Densham (1991) acrescenta que este tipo de sistemas se caracteriza por disponibilizar uma
infra-estrutura que integra os sistemas de gestão de base de dados com os modelos
analíticos, os dispositivos gráficos de visualização, a possibilidade de produção de
relatórios tabulares e a inclusão dos conhecimentos do decisor.
Geoffrion (1983), citado por Densham (1991), refere que as características que definem um
SAD também podem ser utilizadas para definir um SEAD. No entanto, devido à
complexidade dos problemas que possuem uma componente espacial, torna-se necessário
que um SEAD possua capacidades e funcionalidades adicionais, com o intuito de:
2-27
• permitir a representação de relações espaciais complexas e de estruturas comuns em
informação geográfica;
A tecnologia que compõe um SAD deverá consistir em três conjuntos de capacidades nas
áreas de diálogo, dados e modelos, que constituem o paradigma DDM – Data Dialog and
Models (Sprague e Watson, 1996).
2-28
Malczewski (1997) acrescenta que, à semelhança de um SAD, um SEAD bem desenhado
deverá estabelecer um equilíbrio correcto entre estas três capacidades.
Componentes
Funções
As funções de um SEAD são específicas para cada um dos seus componentes (Tabela 1).
No que respeita ao componente das bases de dados de gestão, este deverá permitir a leitura
2-29
de dados de localização, como por exemplo, coordenadas, freguesias, locais, etc. Deverá,
igualmente, prever a possibilidade de obtenção de vistas a partir de perguntas feitas ao
sistema, assim como efectuar a aquisição, o armazenamento, a manipulação e integração de
dados lógicos, utilizando o sistema de gestão de base de dados residente na aplicação
(Malczewski, 1999).
Uma outra característica importante será a possibilidade de modelar a incerteza dos dados
com base em regras de decisão e através de análises de sensibilidade e/ou de propagação de
erros (Malczewski, 1999).
2-30
COMPONENTES FUNÇÕES
Bases de dados de gestão Tipo de dados:
• Localização (ex. coordenadas)
• Topológicos (ex. pontos, linhas, polígonos e suas relações)
• Atributos (ex. geologia, elevação, rede de transportes, etc.)
Vistas de dados lógicos:
• SGBD relacionais
• SGBD hierárquicos
• SGBD de redes
• SGBD orientados por objectos
Gestão de bases de dados internas e externas:
• Aquisição
• Armazenamento
• Manipulação
• Perguntas
• Integração
Modelo de base e gestão Análise
• Busca por objectivos
• Optimização
• Simulação
• "What-if "
Estatísticas e previsões
• Análise exploratória de dados espaciais
• Análise confirmatória de dados espaciais
• Séries temporais
• Geostatística
Modelação das preferências do decisor
• Estrutura de valores
• Estrutura hierárquica de objectivos, critérios de avaliação,
objectivos e atributos
• Valores/utilidade de atributos múltiplos
Modelação de incerteza
• Incerteza dos dados
• Regra de decisão de incerteza
• Análises de sensibilidade
• Análise de erros de propagação
Gestão do diálogo Utilização amigável
• Mensagens de erro e ajuda
• Modo iniciado e avançado
• Variedade de estilos de diálogo
• Linhas de comando
• Menus
• Caixas de diálogo
• Interfaces gráficos para o utilizador
Dispositivos de visualização gráfica e tabular
• Visualização no espaço de decisão (dispositivos de visualização
de cartografia)
• Visualização no espaço de decisão resultante ( imagens 2D e 3D,
gráficos, relatórios, etc.)
2-31
2.3.5.3 Sistemas Espaciais Periciais
Generalizando, os SEP consistem num conjunto de regras e de dados que interagem através
de um mecanismo de inferência (Kim et al., 1990; Schmoldt e Rauscher, 1996, citados por
Malczewski, 1999).
3
Enquadramentos (frames em inglês) são colecções de atributos e valores associados que descrevem uma
entidade do mundo real (Rich & Knight, 1991).
2-32
Além do interface para o utilizador, os SEP possuem dois componentes principais:
[condição(ões) → resultado(s)]
As regras utilizadas para se inferir um determinado resultado são definidas no exterior por
um perito. Para se representarem as regras num computador, torna-se necessário obtê-las
dos peritos, num processo conhecido por aquisição de conhecimentos, que consiste em
identificar qual a informação que os peritos utilizam para resolver um problema específico
e como combinam essa informação para chegarem a um resultado. O mecanismo de
inferência é o elemento responsável pela inter-relação das regras constantes na base de
conhecimento (Rich & Knight, 1991).
2-33
2.3.5.4 Sistemas Espaciais Periciais de Apoio à Decisão
são bastante diferentes. A principal diferença reside no facto do objectivo do SEAD estar
Malczewski (1999) propõe uma infra-estrutura para este tipo de sistemas (Figura 10)
semelhante à infra-estrutura para SEAD, com a particularidade de se poderem adicionar um
ou vários SP. A principal ideia subjacente a este tipo de abordagem é permitir
disponibilizar ao utilizador, mesmo que inexperiente, uma ferramenta que dê respostas aos
problemas de decisão espacial.
2-34
Figura 10 Infra-estrutura para SEPAD (adaptado de Malczewski, 1999)
Os SEAD permitem que o utilizador lide com o problema de um modo flexível, incluindo
as suas preferências pessoais, através da manipulação de dados e modelos, enquanto que
nos SEPAD, o utilizador tem pouca, ou nenhuma, flexibilidade.
Segundo Malczewski (1999), a decisão espacial baseada em critérios múltiplos requer uma
articulação dos objectivos do decisor e a identificação de atributos úteis para indicar o grau
com que estes objectivos são efectivamente atingidos. O objectivo e os atributos formam
uma estrutura hierárquica de critérios de avaliação para um problema de decisão específico.
2-35
Ainda segundo este autor, os critérios, individualmente e em conjunto, deverão representar
adequadamente a natureza multi-critério de um problema de decisão. Cada critério que
compõe este tipo de problemas, deve ser individualmente, mensurável e compreensível. Os
critérios de decisão, no seu conjunto, deverão ser completos, operacionais, divisíveis em
componentes individuais, não redundantes e minimalistas. Uma vez estabelecida a estrutura
hierárquica dos objectivos e atributos, cada critério deve ser representado num nível de
informação da base de dados geográfica.
Os sistemas de apoio à decisão espacial multi-critério (SEAD-MC) podem ser vistos como
uma classe de SEAD, com a particularidade de se basearem em vários critérios para a
tomada de decisão espacial. Os problemas de decisão multi-critério envolvem um conjunto
de alternativas que são avaliadas com base em critérios não ortogonais. Os SEAD-MC são
sistemas baseados em computador, controlados pelo utilizador, que disponibilizam dados e
modelos para suportarem problemas de decisão espaciais semi-estruturados (Malczewski,
1999).
Nos últimos anos foram propostas várias infra-estruturas no que diz respeito ao desenho de
SEAD-MC, tendo todas elas em comum o facto de pretenderem integrar as capacidades dos
SIG com as técnicas de decisão baseadas em critérios múltiplos. O modo como estes dois
componentes são integrados depende da filosofia da estratégia de desenho, dos tipos de
problemas de decisão e dos modelos de decisão multi-critério incorporados no SEAD-MC.
2-36
Figura 11 Infra-estrutura para SEAD -MC (adaptado de Malczewski, 1999)
Muitos problemas espaciais são intrinsecamente complexos e a sua resolução requer uma
abordagem interdisciplinar. Consequentemente, os indivíduos envolvidos na sua resolução
colaboram muitas vezes no desenvolvimento de soluções para este tipo de problemas como
membros de um grupo ou de uma task force.
2-37
Segundo Densham e Armstrong (1995), é neste tipo de colaboração que os sistemas
espaciais de apoio à decisão existentes apresentam maiores fraquezas: não foram
explicitamente concebidos para fornecer ferramentas que permitam a grupos de indivíduos
desenvolver e avaliar soluções alternativas para problemas espaciais complexos.
4
Trata-se de um protótipo de aplicação em UNIX que utiliza extensivamente GRASS GIS, programação em
FORTRAN e scripts em UNIX. O sistema foi concebido e testado com o objectivo de auxiliar a gestão de
recursos hídricos na província de Manitoba, Canadá.
2-38
Plewe, citado por Lopes (2000), utiliza o termo Sistemas de Informação Geográfica
Distribuídos (SIGD) para referir a tecnologia de distribuição de informação geográfica por
uma vasta audiência, familiarizada ou não com SIG, de forma a permitir a realização de
funções e obtenção de resultados similares aos existentes num ambiente SIG centralizado.
Lopes (2000), refere existirem quatro formas de distribuir informação espacial disponíveis
a partir de um SIGD:
Existem várias estratégias que podem ser utilizadas para distribuir dados georreferenciados
e adicionar funcionalidades de SIG à Internet (Foot e Kirvin, 1998):
2-39
• baseadas no servidor - permitem que os utilizadores (clientes) façam os seus pedidos
sobre dados e diversas análises. O servidor processa o pedido de informação e devolve
os dados, ou a análise, para o cliente remoto (Figura 12).
2-40
• soluções híbridas - combinam as características das estratégias baseadas no cliente
e no servidor, optimizando o desempenho e respondendo a necessidades específicas
dos utilizadores (Figura 14).
Estas estratégias implicam diferentes situações de equilíbrio entre clientes e servidores para
com um conjunto de tarefas típicas destes sistemas (Tabela 2).
2-41
Os programadores podem desenvolver este tipo de aplicações desde a raiz, ou optar pela
compra de módulos adicionais de aplicações comerciais de SIG. O desenho da interface
exige um grande cuidado para assegurar que os utilizadores compreendam a informação e
utilizem as funcionalidades disponibilizadas pelo sistema.
O grande desafio das aplicações de SIG para a Internet reside na criação de aplicações que
sejam independentes das plataformas em que operam, e que funcionem em qualquer rede
baseada em protocolo TCP/IP, ou seja, qualquer computador que esteja ligado à Internet
através de um browser.
2-42
DOCLOC 5 - Afectação de recursos de serviços de saúde
Este caso de estudo retrata um SEAD-MC denominado DOCLOC, que foi concebido para
ajudar o Departamento de Saúde do estado de Idaho, E.U.A., a avaliar as necessidades dos
vários serviços de sáude primários.
5
O DOCLOC foi desenvolvido pela empresa norte-americana Geochoice (www.geochoice.com). Esta é uma
empresa especializada em desenvolvimento de software de apoio à decisão espacial.
2-43
Foram estabelecidos 13 critérios para avaliar as necessidades de financiamento das áreas de
serviço de cuidados primários (PCSA – Primary Service Areas). Estes agrupavam-se nas
seguintes categorias: características sócio-económicas das PCSA, disponibilidade de
médicos e instalações e número estimado de visitas não atendidas.
• nível operacional: quantificação das necessidades de serviços deste tipo nas áreas
servidas pelos serviços existentes; classificar as PCSA com base nas suas
necessidades; utilizar essa classificação para a afectação dos fundos.
O modelo SEAD-MC recebe como input uma tabela de decisão. Seguidamente, a regra de
decisão de ponto ideal (TOPSIS)6 permite ao utilizador o estabelecimento de preferências e
6
TOPSIS (Technique for Order Preference by Similarity to the Ideal Solution): desenvolvida por Hwang e
Yoon, 1981, define a melhor alternativa como sendo simultaneamente mais próxima da alternativa ideal e
mais longínqua do ponto mais negativo, com base no conceito de utilidade monótona crescente (quanto maior
2-44
a classificação de alternativas. As alternativas de localização são listadas por ordem
decrescente, assim como o nome (ou número) das áreas de cuidados de saúde, sendo-lhes
atribuídas pontuações. Todas as componentes do sistema consistem em aplicações de
Windows e correm a partir do mesmo interface, o que assegura a consistência da
utilização do sistema.
O Rio Colorado e os seus afluentes abastecem de água cerca de um terço da área do estado
do Colorado, EUA. A gestão das águas do Colorado está condicionada por pactos, um
tratado internacional, um decreto do Supremo Tribunal e legislação estadual diversa. O
Pacto do Rio Colorado, datado de 1922, dividiu o uso das águas do Sistema do Rio
Colorado entre uma Bacia Superior e uma Bacia Inferior, a que correspondem benefícios
decorrentes do uso para consumo. Para além disso, o Tratado Mexicano de 1944 atribuiu
também ao México um caudal anual. O Rio Colorado serve uma região árida, onde a água
disponível é insuficiente para satisfazer as necessidades de todos os utilizadores.
Tanto o Estado como os restantes utilizadores têm interesse em ter acesso ao impacte das
transferências de direitos sobre a água e à evolução dos recursos hídricos. No estado do
Colorado, os direitos sobre a água são considerados propriedade privada, permitindo ao
indivíduo que os detém a sua utilização; acresce ainda que esses direitos são transmissíveis
entre tipos de usos e de um local para outro, desde que não se transgrida nenhum direito
consagrado na legislação.
valor do atributo, melhor é a alternativa) ou decrescente (quanto menor o valor do atributo, melhor é a
alternativa).
7
Em 1993 o estado do Colorado, EUA, iniciou o desenvolvimento do CRDSS. A informação relativa a este
projecto encontra-se disponível no seguinte endereço de Internet: http://cdss.state.co.us
2-45
O estado do Colorado procede a avaliações constantes da gestão dos seus recursos hídricos
face ao crescimento da população e da procura, e às reduções de fundos relativos a
programas hídricos federais. A gestão e uma utilização mais eficiente dos recursos
existentes tem recebido uma atenção acrescida, tanto por parte dos utilizadores como das
autoridades estaduais. A gestão dos recursos hídricos e o SAD do Rio Colorado propõem-se
incluir:
• ser um sistema funcional que possa ser utilizado por decisores e outros, e cuja
manutenção e actualização caiba ao estado do Colorado;
2-46
recursos hídricos e de políticas de gestão de recursos hídricos. Os dados são associados a
localizações na bacia do rio, utilizando um sistema de informação geográfica. Este sistema
deverá permitir aos decisores aceder aos dados sobre recursos hídricos e simular potenciais
decisões e políticas a implementar, assim como examinar consequências potenciais,
relacionadas com os seguintes factores:
• política de Pactos Interestaduais, incluindo a avaliação de depósitos alternativos e
políticas operacionais do rio, a determinação da água disponível e a maximização da
distribuição das águas do rio;
• planeamento dos Recursos Hídricos, incluindo o desenvolvimento e a utilização de
um modelo de planeamento de recursos hídricos (i.e., novos projectos, permutas de
água, planos operacionais) e a avaliação dos impactos das apropriações de fluxos de
correntes (ou seja, cardumes de peixes em perigo, correntes mínimas);
• gestão de Direitos sobre a Água, incluindo a optimização da gestão de direitos sobre
a água, a partilha de informação on-line entre utilizadores da água, e a gestão dos
direitos sobre a água no contexto das disposições estabelecidas pelo Pacto (i.e.,
estratégias alternativas de gestão que permitirão a máxima utilização dos recursos
disponíveis).
O projecto do CRDSS foi organizado em tarefas que, quando completas, são integradas
num sistema computacional concebido para atingir totalmente os objectivos originais.
Trata-se de um SAD orientado para o utilizador, centrado em cinco elementos críticos:
• desenvolvimento da base de dados;
• modelos;
• integração do sistema;
• documentação.
2-47
OSDM – Open Spatial Decision Making on the Internet
Trata-se de sistemas baseados em SIG, acessíveis através da Internet (Figura 16). O caso
retratado seguidamente foi concebido como um meio auxiliar para encontrar as localizações
adequadas para o tratamento de resíduos nucleares.
Desenvolvido por Carver (1996), trata-se de um sistema que não exige conhecimentos
prévios de SIG nem de SEAD-MC. Todas as respostas são obtidas por meio de ícones e
botões, com a utilização do rato.
O sistema permite aos utilizadores aceder a dados de SIG (imagens de mapas digitais) e
informação acerca desses dados (fonte, relevância, etc.), assim como a identificação de
localizações adequadas, de acordo com as suas preferências individuais, dado que a
avaliação dos critérios é importante para a escolha de localizações das estações de
tratamento de resíduos nucleares.
2-48
Figura 16 Página de Internet do OSDM (Carver, 96)
2-49
Utilizando uma área de 2 km2 de terreno em redor de Slaithwaite, este projecto consistiu no
desenvolvimento de um modelo virtual da localidade, que permitisse à comunidade local
interagir com um mapa digital, dando-lhe um acesso quase instantâneo às questões
apresentadas (queries) e aos resultados decorrentes. O sistema Virtual Slaithwaite consiste
num “SIG on-line de participação pública”, e deverá ter sido um dos primeiros sistemas
acessíveis ao público a permitir fluxos de informação nos dois sentidos. A janela do
browser de Internet consiste em 4 frames para cada tipo específico de informação. Os
utilizadores podem visualizar um mapa de Slaithwaite, ampliar ou encolher a imagem,
proceder a operações que ajudem a visualização e a navegação, fazer perguntas acerca de
edifícios e estradas e, ainda, fornecer sugestões acerca de sites específicos identificados a
partir do mapa. Todos os inputs fornecidos pelos utilizadores são guardados por meio de
logs de acesso à Internet, para serem seguidamente utilizados para análises futuras e
servirem de feedback para o processo de planeamento.
2-50
Criou-se, assim, uma base de dados desta comunidade, representando pontos de vista
acerca das actividades de planeamento, que os utilizadores fornecem por meio de
preenchimento de caixas de texto. Os utilizadores apenas têm de seleccionar o objecto
(edifícios, espaços abertos, rio ou canal). As caixas de texto são enviadas para o sistema
quando o utilizador termina e sai do sistema; o utilizador é ainda confrontado com um
questionário de avaliação da aplicação e podem fazer comentários adicionais (Figura 18). A
aplicação foi implementada utilizando as classes de vectores de Geotools 8.
As respostas dos utilizadores são tratadas por meio de scripts PERL por parte do servidor e
de formulários de HTML. Foi decidido que os utilizadores não tivessem acesso aos
comentários de outras pessoas, com vista a tentar receber sugestões imaginativas.
8
Trata-se de um pacote de software baseado em Java para visualização e elaboração de queries para ficheiros
em formatos da ESRI.
2-51
Este método apresentou diversas vantagens em relação ao modelo PFR tradicional, de entre
as quais se destacam:
2-52
Neste contexto, a informação deverá estar disponível tanto no que se refere aos aspectos
espaciais como não-espaciais do problema de decisão. Estes poderão tomar a forma de
mapas e outras formas de dados espaciais (fotografias aéreas, imagens de satélite, etc.),
assim como sob a forma de multimédia - texto, som, imagens e vídeo.
2-53
3 O SISTEMA DE APOIO AO LICENCIAMENTO DA DRA-
ALENTEJO
3.1 Enquadramento
A DRA-Alentejo emite pareceres sobre toda a área sob a sua jurisdição, com base na
legislação ambiental em vigor, constituindo este processo de avaliação uma das tarefas dos
seu técnicos. Este tipo de análise tem vantagens em utilizar tecnologia SIG, explorando em
particular a base de dados espacial e as capacidades de análise que lhe são inerentes.
3-54
3.2 Objectivos
3-55
O faseamento das actividades a levar a cabo no desenvolvimento do SAL não implicou uma
rígida progressão sequencial das fases de trabalho realizadas, pois verificou-se, em várias
ocasiões, a necessidade de rectificar ou completar aspectos anteriormente desenvolvidos.
Devido a esta particularidade, comum a projectos de desenvolvimento aplicacional, houve a
necessidade de se optar por um modelo de desenvolvimento que apresentasse um carácter
iterativo, de modo a corresponder da melhor forma possível aos objectivos estabelecidos.
Assim sendo, o modelo que foi adoptado baseia-se na construção de protótipos sucessivos,
seguindo a filosofia do modelo desenvolvido por Boehm (1994), denominado por Espiral
(Figura 19).
3-56
Neste modelo, o sistema informático é desenvolvido por etapas, podendo cada uma das
fases repetir-se várias vezes até à conclusão do projecto, que acontece quando o cliente
aprova o resultado do desenvolvimento.
Cada fase deste modelo encontra-se dividida em quatro quadrantes, que reflectem as
actividades principais:
A dimensão radial do modelo representa os custos cumulativos de cada etapa, enquanto que
a dimensão angular representa o progresso de cada um dos ciclos. Durante o primeiro
circuito à volta da espiral são estabelecidos os objectivos, identificados condicionalismos e
alternativas, e levantada e analisada toda a informação relativa ao projecto a ser
desenvolvido.
Cada volta à espiral, no sentido dos ponteiros do relógio, representa uma fase que resulta
num protótipo, ou seja, uma extensão natural do protótipo desenvolvido anteriormente.
Nesta fase, o desenvolvimento aplicacional resulta num protótipo a ser avaliado pelos
utilizadores, que deverão proceder à sua avaliação e apresentar as devidas sugestões; com
base na avaliação e nas sugestões, será iniciada uma nova volta à espiral.
3-57
Em cada nova iteração são ajustados os requisitos, em estreita colaboração com os
utilizadores, criando-se protótipos cada vez mais evoluídos. A utilização de uma ferramenta
de desenvolvimento rápido, como por exemplo, o Visual Basic , faz com que este modelo
seja considerado adequado à execução deste projecto. Este tipo de ferramentas permite
reduzir consideravelmente o tempo de desenvolvimento e os recursos consumidos na
implementação.
O modelo da Espiral revelou-se como sendo o mais indicado, pois inclui uma metodologia
na qual os protótipos constituem elementos essenciais para se atingir a especificação final,
quer ao nível das funcionalidades a implementar, quer em relação ao próprio interface do
SAL.
3.4.1 Arquitectura
Para se efectuar a implementação do SAL, optou-se por um modelo baseado na arquitectura
DNA da Microsoft (Windows Microsoft Distributed Internet Applications) (Figura 20).
3-58
Uma arquitectura DNA não constitui um produto, mas sim uma estratégia vocacionada para
desenvolver aplicações utilizando a plataforma do Windows, e tem como objectivo
disponibilizar a tecnologia de componentes, os serviços de interoperabilidade e as
ferramentas para os programadores desenvolverem aplicações. Esta arquitectura representa
a abordagem da Microsoft no que se refere ao desenvolvimento de aplicações distribuídas
que utilizam uma arquitectura lógica, dividida em três níveis lógicos (Three-tier), baseadas
na plataforma Windows (Figura 21).
Neste tipo de aplicações, as funcionalidades podem ser segmentadas em três níveis lógicos,
sendo cada nível representado e identificado pelos serviços que disponibiliza:
3-59
pelos serviços de negócio, recepção e apresentação da informação processada pelos
serviços do negócio.
A localização física dos componentes poderá igualmente ser feita, embora não
obrigatoriamente, em três níveis: no computador cliente (posto de trabalho), num servidor
de serviços do negócio e no servidor de dados (onde o sistema gestor de bases de dados está
instalado).
3-60
• Manutenção – caso haja uma alteração nas características do negócio, basta alterar
a implementação do componente que disponibiliza esses serviços.
Uma arquitectura Two-tier (Figura 22) apresenta apenas dois níveis lógicos de
funcionalidades: os serviços de apresentação e os serviços de dados, não apresentando o
nível intermédio da arquitectura Three-tier.
Para a implementação do SAL, optou-se por uma arquitectura com três níveis lógicos, em
detrimento de uma apenas com dois níveis lógicos, fundamentalmente devido ao facto desta
última apresentar os seguintes problemas:
3-61
• qualquer alteração feita na estrutura das bases de dados, no que se refere à
localização dos dados ou ao acesso aos dados implica, também, uma reconstrução
das aplicações no cliente;
• os drivers das bases de dados têm de ser instalados e configurados nos postos-
-cliente;
3-62
Devido ao facto do modelo de objectos de componentes ser independente, os
programadores podem utilizar qualquer linguagem ou ferramenta para a criação de
aplicações que utilizem componentes, como por exemplo, Visual Studio, PowerBuilder,
Delphi, etc. O modelo COM baseia-se na reutilização binária, o que significa que as
aplicações (componentes) podem ser desenvolvidas sem dependência do código-fonte. Os
programadores podem desenvolver aplicações baseadas em vários componentes, cada um
com um conjunto de funcionalidades específicas e alterar, sempre que necessário, apenas o
componente respeitante à funcionalidade que tenha sido alterada, sem ter de reescrever o
código para toda a aplicação.
3-63
Ao nível da implementação, procede-se a uma organização coerente destes objectos em
vários componentes. Assim, cada componente poderá incluir objectos que representam ou
tratam determinado domínio do sistema; por exemplo, um componente poderá incluir
objectos com a responsabilidade de aceder e disponibilizar informação da base de dados, ou
outro componente com objectos relativos ao interface.
3-64
Figura 24 Estrutura dos componentes do SAL nos três níveis da arquitectura
3-65
Antes de se iniciar o processo de construção das cartas, impõe-se uma recolha de toda a
informação que se pretenda vir a incluir nessas mesmas cartas para cada tipo de
licenciamento. A informação ainda não disponível poderá mais tarde vir a ser adicionada às
cartas de condicionantes existentes e, eventualmente, em utilização.
O software utilizado na construção das cartas de condicionantes foi o ArcInfo NT, versão
7.2.1, da ESRI.
• captação de águas;
• infra-estruturas hidráulicas;
• extracção de inertes;
• construções;
3-66
• apoios de praia e equipamentos;
• estacionamentos e acessos;
• culturas biogenéticas;
• marinhas;
3-67
O resultado da sobreposição de todas as condicionantes, cujo método se descreve no ponto
3.5.2, constitui a carta de condicionantes de licenciamento das utilizações do DH. O DH
inclui as massas de água, os seus leitos e margens e uma faixa territorial ao longo destas
(Sousa, 1996, citado por Santana, 1998).
• uma carta que abrange todo o território e onde foram incluídas todas as
condicionantes, a utilizar no processo de avaliação de outro tipo de pretensões.
3-68
Tabela 3 Condicionantes previstas no PDM de Aljustrel e de Beja ou em legislação geral em vigor (Santana, 1998)
CON- ARTº DO
CE- TIPO DE ZONA ABRANGIDA REG. DO RESTRIÇÕES DE USO EXCEPÇÕES
LHO CONDICIONANTE PDM OU
DIPLOMA
Aljustrel Albufeira de águas públicas 500m - Zona de Protecção; 16º Na Zona Reservada apenas é permitida a
50m - Zona Reservada DR 2/88 construção de infra-estruturas de apoio à
utilização da albufeira; na Zona de Protecção,
proibido o estabelecimento de certas indústrias,
instalações pecuárias intensivas e
armazenamento de pesticidas ou adubos
RAN Áreas identificadas nas 13º e 31º Proibidas todas as acções que diminuam ou Obras com finalidade exclusivamente agrícola;
cartas da RAN destruam as potencialidades agrícolas dos de interesse público; habitações de agricultores;
solos, nomeadamente obras hidráulicas, vias de vias de comunicação; minas e pedreiras; obras de
comunicação e acessos, construção de edifícios, defesa do património cultural, sem alternativa
aterros e escavações ou quaisquer outras formas válida de localização em terrenos não incluídos
de utilização não agrícola na RAN
REN - Leitos de Cursos de Água e Linhas de água e áreas 11º e 29º a) Não é permitida a construção de edifícios e de Obras que pela sua natureza ou dimensão não
Zonas Ameaçadas pelas Cheias identificadas nas cartas da infra-estruturas, com excepção de construções prejudiquem o equilíbrio ecológico; acções de
REN ligeiras de carácter não definitivo de apoio às interesse público, nacional, regional ou local sem
actividades agrícolas, turísticas e recreativas alternativa económica e técnica aceitável;
instalações de interesse para a defesa nacional;
florestação e
REN - Lagoas, Albufeiras e Faixas Áreas identificadas nas 11º e 29º b) Não é permitida a construção de edifícios e de exploração florestal decorrente de projectos
de Protecção cartas da REN infra-estruturas, excepto as de apoio à aprovados; remodelações, beneficiações e
utilização das albufeiras, nem a destruição da ampliações de instalações agrícolas e de
vegetação de protecção quando existente habitações de proprietários ou rendeiros e
trabalhadores permanentes, ou destinadas a
turismo rural; construção isolada nas
REN - Cabeceiras de linhas de Áreas identificadas nas 11º e 29º c) Proibidas todas as acções que impeçam a zonas de cabeceiras de linhas de água, áreas com
água cartas da REN infiltração das águas pluviais ou que riscos de erosão (desde que sejam utilizados
contribuam para aumentar a escorrência sistemas de defesa e tratamento de descargas de
superficial poluentes ou que sejam acompanhados de
medidas minimizadoras e de protecção contra a
erosão)
REN - Áreas de infiltração Áreas identificadas nas 11º e 29º d) Proibidas todas as acções que contribuam para ou em solos de REN com finalidade
máxima cartas da REN reduzir a infiltração das águas pluviais ou que exclusivamente agrícola; arranque ou destruição
provoquem a contaminação do lençol freático do coberto vegetal desde que integrado nas
técnicas normais de produção
REN - Áreas com riscos de erosão Áreas identificadas nas 11º e 29º e) Proibidas todas as acções susceptíveis de
cartas da REN provocar ou agravar directa ou indirectamente
a erosão do solo
(continua)
3-69
Tabela 3 (Continuação) - Condicionantes previstas no PDM de Aljustrel e de Beja ou em legislação geral em vigor (Santana, 1998)
CON- ARTº DO
CE- TIPO DE ZONA ABRANGIDA REG. DO RESTRIÇÕES DE USO EXCEPÇÕES
LHO CONDICIONANTE PDM
OU
DIPLOMA
Aljustrel Rede rodoviária IP - 50m, IC - 35m, OE - 17º Zona "non aedificandi" Vedações (IP e IC - 7m, OE - 5m da zona da
20m, EM - 6m para cada DL 13/94 estrada*); outras infra-estruturas e equipamentos
lado do eixo; podem ser instalados na faixa de 7m mediante
estradas nacionais aprovação da JAE
desclassificadas - 1ª, 2ª ou 3ª
classe - 15m, 12m, 10m, *inclui faixa de rodagem, bermas, pontes,
respectivamente, a contar do viadutos, valetas, passeios, banquetas e taludes
limite da plataforma;
Rede ferroviária Faixa de 10m para 18º Zona "non aedificandi"
construções e de 40m para
instalações industriais
Beja REN - Leitos de Cursos de Água e Linhas de água e áreas 9º Proibida a construção, obras hidráulicas, vias de Acções já previstas ou autorizadas; instalações
Zonas Ameaçadas pelas Cheias identificadas nas cartas da comunicação, re ou florestação com espécies de de interesse para a defesa nacional; acções de
REN Eucaliptus, a alteração do leito e acções que interesse público reconhecido; remodelações,
prejudiquem o escoamento (exceptuam-se as beneficiações e ampliações de instalações
operações de limpeza) e a instalação de abrigos agrícolas e de habitações de proprietários ou
fixos ou móveis titulares de direitos de
REN - Lagoas, Albufeiras e Faixas Faixa de protecção 10º Proibida a construção, obras hidráulicas, vias, exploração ou trabalhadores permanentes, com
de Protecção envolvente - 100 m edifícios e infra-estruturas, excepto os de apoio condicionamentos (índice de utilização=0,02;
à utilização da albufeira; instalação de fossas e área máxima=1000m2, altura máxima=6,5m com
sumidouros de efluentes; rega com águas excepção de silos, depósitos de água ou
residuais; florestação ou reflorestação com instalações tecnicamente justificáveis);
espécies de Eucaliptus construções para turismo rural,
REN - Cabeceiras de linhas de Áreas identificadas nas 11º Proibida a construção, obras hidráulicas, vias de de habitação ou agro-turismo (condicionamentos
água cartas da REN comunicação, (re) florestação com espécies de iguais à excepção do índice de utilização=0,02);
Eucaliptus, quaisquer acções que prejudiquem a infra-estruturas de abastecimento de água e
infiltração das águas e acelerem o escoamento e condução de esgotos; infra-estruturas viárias
a erosão integradas nas redes nacional, regional ou
municipal;
(continua)
3-70
Tabela 3 (Continuação) - Condicionantes previstas no PDM de Aljustrel e de Beja ou em legislação geral em vigor (Santana, 1998)
CON- ARTº DO
CE- TIPO DE ZONA ABRANGIDA REG. DO RESTRIÇÕES DE USO EXCEPÇÕES
LHO CONDICIONANTE PDM
OU
DIPLOMA
Beja REN - Áreas de infiltração Áreas identificadas nas 12º Proibida a construção, obras hidráulicas, vias de arranque ou destruição de vegetação natural
máxima cartas da REN comunicação, re ou florestação com espécies de integrada nas técnicas normais de produção;
Eucaliptus, descarga de efluentes não tratados, acções de florestação ou exploração florestal
instalação de fossas e sumidouros, rega com decorrentes de projectos aprovados ou
águas residuais sem tratamento primário autorizados pelas autoridades competentes na
matéria
REN - Áreas com riscos de erosão Áreas identificadas nas 13º Proibida a construção, obras hidráulicas, vias de
cartas da REN comunicação, (re) florestação com espécies de
Eucaliptus
RAN Áreas identificadas nas 14º Proibidas todas as acções que diminuam ou Obras com finalidade exclusivamente agrícola;
cartas da RAN destruam as potencialidades agrícolas dos de interesse público; habitações de agricultores;
solos, nomeadamente obras hidráulicas, vias de vias de comunicação; minas e pedreiras; obras de
comunicação e acessos, construção de edifícios, defesa do património cultural, sem alternativa
aterros e escavações ou quaisquer outras formas válida de localização em terrenos não incluídos
de utilização não agrícola na RAN
Captações subterrâneas de 20m - perímetro de 15º Não devem executar-se outras captações,
interesse público (*) protecção próxima; 100m - DL 46/94 instalações sanitárias que não providas de
alargada descarga para fora da zona de protecção
Albufeira do Roxo 500m - Zona de Protecção; 19º Na Zona Reservada apenas é permitida a
50m - Zona Reservada construção de infra-estruturas de apoio à
utilização da albufeira; na Zona de Protecção,
proibido o estabelecimento de certas indústrias,
instalações pecuárias intensivas e
armazenamento de pesticidas ou adubos
Rede Rodoviária - rede nacional IP - 50m, IC - 35m, OE - 30º, 31º, 32º e 33º Zona "non aedificandi" Vedações (IP e IC - 7m, OE - 5m da zona da
fundamental; rede nacional 20m, EM - 20 para cada lado estrada*); outras infra-estruturas e equipamentos
complementar; estradas nacionais do eixo; podem ser instalados na faixa de 7m mediante
desclassificadas; rede municipal estradas nacionais aprovação da JAE
desclassificadas - 1ª, 2ª ou 3ª
classe - 15m, 12m, 10m, *inclui faixa de rodagem, bermas, pontes,
respectivamente, a contar do viadutos, valetas, passeios, banquetas e taludes
limite da plataforma
(*) A lei geral obriga à consideração de um “perímetro de protecção alargada” para todas as captações subterrâneas (continua)
3-71
Tabela 3 (Continuação) - Condicionantes previstas no PDM de Aljustrel e de Beja ou em legislação geral em vigor (Santana, 1998)
CON- ARTº DO
CE- TIPO DE ZONA ABRANGIDA REG. DO RESTRIÇÕES DE USO EXCEPÇÕES
LHO CONDICIONANTE PDM
OU
DIPLOMA
Beja Rede de distribuição de energia 25m 35º Afastamento das edificações terá um valor
eléctrica mínimo de 25m
Reservatórios de água potável Faixa circular de 15m 36º Proibida a construção, a deposição de resíduos
sólidos ou líquidos, a plantação de espécies
arbóreas ou arbustivas…., e a fertilização de
culturas agrícolas
Condutas de água, emissários e Faixa de 10m, para cada 36º Interdita a plantação de espécies arbóreas ou
colectores de esgotos lado da conduta arbustivas danosas
Estações de tratamento de águas Faixa de: 36º Interdita a edificação e p roibida a abertura de
residuais 100m - lagunagem; poços ou furos
50m - biodiscos,
a partir do limite exterior
Servidão radioeléctrica (faixa de 24m - feixe hertziano 38º Proibida a implantação ou manutenção de
desobstrução entre centros Beja/Serpa; 26m - f.h. Beja edifícios ou de outros obstáculos que distem
radioeléctrico) /Alcaria Ruiva; 35m - f.h. 10m do elipsóide da 1ª zona de Fresnel
Alcáçovas/Beja (*)
Marcos geodésicos Faixa de 15m de raio 39º Interditas acções de plantação, construção e
circunjacente outras obras ou trabalhos de qualquer natureza
que impeçam a visibilidade das direcções de
triangulação
(*) Estes valores são provenientes do Artº38º do Regulamento do PDM (conforme coluna seguinte); no entanto, a faixa cartografada na Carta de Condicionantes do PDM de Beja tem a largura de 100m,
indistintamente do feixe hertziano em causa. Este foi o valor considerado para efeitos de elaboração das cartas de condicionante de licenciamento das utilizações do DH
3-72
Tabela 4 Coberturas utilizadas na elaboração da Carta de Condicionantes de Licenciamento de Captações
Subterrâneas (Santana, 1998)
(*) Na zona em estudo, todas as ETARs urbanas existentes no Concelho de Beja são constituídas por sistemas de lagunagem
Zona Reservada da Albufeira do Roxo ALBUF Selecção segundo ID_ALBUF seguida de “buffer” de 50 m ->
ZRESERV
Reserva Agrícola Nacional SOLOS Selecção de RAN = 1 -> RAN
Captações subterrâneas existentes CAPTRES Selecção de captações e “buffer” de 100 m -> BUFCAPS
(*) Na zona em estudo, todas as ETARs urbanas existentes no Concelho de Beja são sistemas de lagunagem
3-73
Tabela 6 Coberturas utilizadas na elaboração da Carta de Todas as Condicionantes
(*) Na zona em estudo, todas as ETARs urbanas existentes no Concelho de Beja são constituídas por sistemas de lagunagem
(**) Na zona em estudo, todas as ETARs urbanas existentes no Concelho de Beja são sistemas de lagunagem
3-74
3.7 Metodologia utilizada para a construção das cartas de
condicionantes
5. O resultado deverá conter apenas os seguintes campos: Area, Perimeter, ID, _ID,
COND1, COND2. Todos os outros campos em duplicado deverão ser
eliminados com o comando DROPITEM, dentro do módulo TABLES.
3-75
6. A cobertura resultante do processo de união constituirá uma carta de
condicionantes com duas condicionantes.
A produção das cartas de condicionantes (Figura 25) gera coberturas bastante pesadas, o
que implicará a criação de uma ferramenta que permita utilizar apenas a informação
corresponde à zona que se esteja a analisar. A opção a tomar passará pelo
desenvolvimento de um componente, incorporável no SAL, que permita a utilização de
um catálogo de cartografia vectorial para se poder utilizar eficazmente este tipo de
informação.
Figura 25 Pormenor da carta de condicionantes para a zona da Albufeira do Roxo (escala 1: 25000)
3-76
3.8 Interacção com o utilizador
• Baseado em eventos - permitir que o utilizador esteja consciente das tarefas que
está a executar.
Foram efectuados testes informais de adaptação dos utilizadores reais ao interface que
foi desenvolvido, tendo em conta os princípios aqui enumerados. Não constitui, no
entanto, objectivo desta tese efectuar uma análise rigorosa relativamente a métodos
utilizados na avaliação das interfaces de utilizador que poderiam passar pela avaliação
por peritos e gravação de percursos.
Pretende-se, com a utilização desta aplicação, que seja possível armazenar, numa base
de dados, os dados alfanuméricos do processo e a respectiva implantação geográfica.
Não é objectivo desta aplicação disponibilizar todas as funções de um SIG, mas sim
apenas as funcionalidades necessárias para dar resposta à avaliação de uma pretensão de
licenciamento. Outra grande preocupação tida em conta foi a de permitir que qualquer
3-77
pessoa, independentemente dos seus conhecimentos informáticos, utilizasse a aplicação
sem dificuldades de maior.
Assim sendo, e para cumprir estes objectivos, foi desenhado e testado um interface
(Figura 26) que é constituído por três partes distintas:
3-78
Este interface contém uma barra de ferramentas com botões com diversas
funcionalidades:
Afastar – permite fazer uma redução do mapa clicando com o rato sobre a área do
mapa que se pretende reduzir. Esta funcionalidade é, também, acessível através do
menu Visualizar / Afastar.
Mover – permite efectuar uma deslocação do mapa clicando com o rato sobre o
mapa e arrastando-o para o local pretendido. Esta funcionalidade é, também, acessível
através do menu Visualizar / Mover.
Os botões foram desenhados no ISEGI e estão a ser utilizados noutras aplicações que
possuem funcionalidades semelhantes.
3-79
Este interface indica também a escala a que se está a visualizar o mapa, as coordenadas
militares da localização do rato em relação ao mapa, e dispõe, ainda, de um mapa de
navegação, em tamanho reduzido, para auxiliar o utilizador a localizar-se na região.
Com o objectivo de auxiliar o utilizador a pesquisar a zona onde se situa o local para o
qual pretende obter informação, este interface permite efectuar pesquisas por Concelho
ou por Freguesia, a partir de uma caixa de diálogo criada para o efeito (Figura 27).
3-80
Figura 28 Catálogo de imagens com informação do IGeoE.
Uma vez activado o catálogo de imagens, é também possível efectuar pesquisas pelo
número da carta militar. O catálogo de imagens é um componente configurado para
utilizar imagens no formato Mr_Sid ; no entanto, é possível alterá-lo, de modo a
suportar vários outros tipos de imagem, como por exemplo, os formatos TIFF,
BMP, JPG, ERDAS, RLC, etc. Deste modo, é também possível activar o
catálogo de imagens com outros tipos de informação, como por exemplo, imagens de
satélite, ou ortofotomapas (Figura 29), desde que se encontre num formato compatível
com o MapObjects, sem necessidade de converter as imagens, bastando, para tal,
alterar o componente.
3-81
Figura 29 Catálogo de imagens com imagens de satélite da zona de Sines (SPOT 4, 1999)
Outro formato legível por esta aplicação é o formato GRID, produzido com o software
ARCINFO ou a extensão Spatial Analyst do software ArcView, ambos da ESRI.
Mais uma vez, foi utilizado um componente específico para a configuração de temas,
previamente desenvolvido para outras aplicações no ISEGI-UNL e, devido à
característica de reutilização de código que os componentes incorporam, tornou-se
possível incluir as funcionalidades desse componente nesta aplicação. Este componente
permite que a representação temática possa ser efectuada através de um símbolo único,
valores únicos ou classes, sendo também possível atribuir etiquetas referentes a um
qualquer atributo existente na tabela da cobertura. Permite ainda definir a visibilidade
dos temas com base no factor de ampliação, possibilitando, deste modo, controlar a
escala de visualização da cartografia incluída na aplicação.
3-82
Figura 30 Representação temática de uma cobertura utilizando classes
Depois de se visualizar a zona sobre a qual se pretende obter informação (Figura 31), o
utilizador pode simular as condicionantes através de uma janela de diálogo que permite
seleccionar o tipo de implantação espacial do processo.
3-83
Figura 31 Selecção do tipo de implantação espacial
Após o desenho da implantação espacial sobre o local para o qual se pretende obter
informação, o utilizador preenche um formulário (Figura 32) com informação sobre o
processo, que fica registado numa base de dados em Access com a correspondente
implantação geográfica, armazenada numa cobertura em formato shapefile.
É nesta fase que o utilizador define qual o tipo de projecto que pretende avaliar, que
poderá ser de três tipos:
• captações subterrâneas.
3-84
Figura 32 Formulário com informação alfanumérica sobre o processo e correspondente implantação
espacial
3-85
Figura 33 Resultado da análise
3-86
4 CONCLUSÕES
Uma das limitações do SAL está relacionada com a informação cartográfica utilizada,
principalmente devido à desactualização das cartas disponíveis, assim como à sua
escala. É necessário ter em conta que as cartas utilizadas na construção das cartas de
condicionantes, devido ao facto da sua escala não permitir uma precisão suficiente para
analisar condicionantes da ordem dos 10 metros, também estão, na sua maioria,
desactualizadas, o que constitui um problema acrescido para o processo de tomada de
decisão. Não se podem tomar decisões sobre licenciamento com base em cartografia à
escala 1:25000, pois existem condicionantes da ordem dos 10 ou 20 metros. O ideal
seria utilizar cartas com escalas maiores, o que nem sempre é possível, devido à sua
inexistência.
4-87
A construção de cartas de condicionantes precisas é um factor fundamental, dado que a
inclusão de dados errados no sistema levará a que sejam tomadas decisões erradas.
Existe, contudo, um obstáculo à sua implementação: o facto de ainda não existirem
cartas de condicionantes em formato digital para a totalidade da região do Alentejo. O
exemplo aqui demonstrado utilizou apenas as cartas de condicionantes com informação
da Bacia Hidrográfica da Albufeira do Roxo.
A principal preocupação é que a interface seja de utilização muito fácil e eficaz e que
sejam construidas cartas de condicionantes com tal precisão que os utilizadores
acreditem na eficácia do sistema e adiram à sua utilização. A aderência à sua utilização
constituirá um factor crítico de sucesso deste projecto.
Não se pretende, com esta aplicação, criar um sistema que emita pareceres vinculativos,
mas sim um sistema que ajude os técnicos a tomar e a fundamentar decisões. Acredita-
se que esta aplicação será uma ferramenta muito útil para os técnicos da DRA-Alentejo
que têm a seu cargo a avaliação deste tipo de problemas.
4-88
objectivos importantes: a democratização da utilização de SIG e o acesso à informação,
tão propalada no Livro Verde para a Sociedade de Informação.
Os SEAD demonstram que os SIG, por si só, consistem num instrumento de apoio à
decisão rudimentar, tornando-se necessária a associação a outros métodos mais
sofisticados de apoio à decisão. De entre os SEAD, existem diversos tipos, sendo que
alguns se aproximam daquilo que se se considerar ser essencial para o futuro dos SIG: a
possibilidade de utilização por parte de diversos tipos de utilizadores, que não terão de
ter forçosamente formação em SIG, nem conhecimentos das ferramentas que,
tradicionalmente, lhe são próprias.
Enquanto que nos SEAD o processo de tomada de decisão é baseado na interacção entre
o decisor e o sistema, nos SEPAD o objectivo centra-se numa recomendação
disponibilizada para o decisor baseada em conhecimento de peritos armazenado no
sistema, permitindo disponibilizar ao utilizador, mesmo que inexperiente, uma
ferramenta que dê respostas para problemas de decisão espacial.
4-89
Por sua vez, os SEAD-MC são sistemas baseados em computador, controlados pelo
utilizador, que disponibilizam dados e modelos para suportarem problemas de decisão
espaciais semi-estruturados. Envolvem um conjunto de alternativas que são avaliadas
com base em critérios conflituosos.
4-90
vasta audiência, então será com certeza o caminho certo para a universalização e
democratização na utilização dos SIG.
A Internet torna possível o acesso aos utilizadores a funcionalidades SIG, sem que para
tal tenham de ser necessariamente proprietários de licenças de aplicações de SIG,
bastando para tal disporem de um computador pessoal com ligação à Internet e de um
browser. Para além disso, a Internet permite o acesso generalizado a discussões sobre
novos avanços no que se refere ao desenvolvimento de aplicações, ao acesso a novos
dados, à disponibilização de nova bibliografia referente a assuntos específicos e também
aos avanços tecnológicos e tendências de mercado, através do acesso às páginas das
empresas que comercializam software para SIG.
4-91
REFERÊNCIAS
5. Bonczek R. H., Holsapple C.W and Whinston A.B., (1980), Future directions
for developing Decision Support Systems, Decision Sciences, 11, nº4, 616-631
8. Carver S., Evans A., Kingston R., e Turton I. (1999) Geographical Information
Systems on the World Wide Web: improving public participation in
92
environmental decision making, Leeds, Yorkshire, England: School of
Geography, University of Leeds,
http://www.ccg.leeds.ac.uk/vdmisp/publications/easst.html
12. Dyer, R.F. and Forman E.H. (1991), An Analytic Approach to Marketing
Decisions, Upper Sadddle River, Prentice-Hall
13. Eastman J., Kyem P., Toledano J. Jin W. (1995), Gis and Decision Making,
UNITAR Explorations in Gis Technology, Volume 4
17. Evans, A., Kingston R. Turton, I., Carter, S. (1999), Web-based GIS used to
enhance public democratic involvement, Geocomp 99 Conference Preceedings,
Mary Washington College, Virginia, USA, 25-28 July 1999
18. Foote, Kenneth E. and Anthony P. Kirvan. (1997), WebGIS, NCGIA Core
Curriculum in GIScience,
http://www.ncgia.ucsb.edu/giscc/units/u133/u133.html, posted July 13, 1998
19. Goodchild, Michael F. (1993), Environmental Modeling with GIS, The State of
GIS for Environmental Problem-Solving, Oxford
93
20. Gorry, G. A., M.S. Scott Morton (1971), A Framework for Management
Information Systems, Sloan Management Review
22. Holsapple C.W. and Whinston A.B. (1987), Decision Support Systems: Theory
and Application, NATO ASI Series, Series F: Computer and Systems Sciences,
Vol. 31
24. Keen, P.G. W., M. S. Scott Morton (1978), Decision Support Systems: an
organizational perspective, Reading, Addison-Wesley
25. Keen, P.G. W., M. (1980), Adaptive Design for Decision Support Systems, Data
Base, 12 nos. 1 and 2, 15-25
26. Keen, P.G. W., M. (1987), Decision Support Systems: The Next Decade,
Decision Support Systems, 3 , 253-265
27. Kingston R., Carver S., Evans A., e Turton I.,(1999) Virtual Decision Making in
Spatial Planning: Web-based Geographical Information Systems for Public
Participation in Environmental Decision Making,
http://www.ccg.leeds.ac.uk/vdmisp/publications/icppit.html
94
31. Malczewski, J. (1997), Spatial Decision Support Systems, NCGIA Core
Curriculum in GIScience,
http://www.ncgia.ucsb.edu/giscc/units/u127/u127.html, posted October 6, 1998
32. Malczewski, J. (1999), Gis and Multicriteria Decision Analysis, John Wiley &
Sons, Incorporated
33. Missão para a Sociedade da Informação (1997), Livro verde para a sociedade da
informação em Portugal, Ministério da Ciência e Tecnologia
34. NCGIA Core Curriculum (1991), Application Issues in GIS, Unit 51:
Application Areas, Ed. By Michel Goodchild and Karen Kemp, pp. 1-10
35. Openshaw, S., Charlton M. and Carver S. (1991), Error Propagation: a Monte
Carlo simulation. In Masser I. and Blakemore M, Handling Geographic
Information: methodology and potential application, Harlow, Essex, Longman
Scientific and Tecnhical, 78-101
36. Power, D.J. (1999), A Brief History of Decision Support Systems. DSS
Resources, World Wide Web, http://dss.cba.uni.edu/dss/dsshistory.html
37. Power, D. J. (1999), Decision Support Systems Glossary. DSS Resources, World
Wide Web, http://dss.cba.uni.edu/glossary/
95
42. Sprague R. H. (1980), A framework for the development of decision support
systems, Management Information Systems Quartely, 4, 1-26
43. Sprague Jr. R. H. and Carlson E. D. (1982), Building effective Decision Support
Systems, Prentice Hall Inc.
44. Sprague Jr. R. H. and Watson H. J. (1989), Decision Support Systems - Putting
Theory Into Practice, Second Editio n, N.J., Prentice Hall International Editions
45. Sprague Jr. R. H. and Watson H. J. (1996) Decision Support for Management,
Upper Saddle River, N.J., Prentice Hall Inc.
46. Turban E., Liebowitz J., (1990), Managing Expert Systems, Idea Group
Publishing
47. Williams S., Kindel C., (1994) The Component Object Model: A Technical
Overview, Microsoft MSDN On-line Library http://msdn.microsoft.com/
96