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Locomotivas
Belo Horizonte - MG
2011
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
IEC - Instituto de Educação Continuada
Mecânica de Locomotivas
Elaborado por:
José Luiz Borba
Coordenadores do Programa:
José Heleno Ferracioli Nunes
Paulo C. Barroso Magalhães
Belo Horizonte - MG
Março – 2011
Prefácio
Cora Coralina
Pós-Graduação em Engenharia Ferroviária Mecânica de Locomotivas
Sumário
1 Dinâmica Ferroviária ................................................................................... 1
1.1 Aderência.................................................................................................... 2
1.1.1 Teoria da aderência superficial .................................................................... 3
1.1.1.1 Força de aderência ...................................................................................... 5
1.1.1.2 Tração por aderência .................................................................................. 9
1.1.1.3 Equação de Coulomb ................................................................................ 12
1.1.1.4 Patinagem ................................................................................................. 13
1.1.1.4.1 Causas da patinagem ................................................................................ 14
1.1.1.5 Demanda de aderência na tração .............................................................. 15
1.1.2 Mecânica do contato roda-trilho ................................................................ 17
1.1.2.1 Geometria do contato roda-trilho .............................................................. 18
1.1.2.2 Cálculo da área de contato ........................................................................ 21
1.1.2.2.1 Exemplo.................................................................................................... 22
1.1.2.3 Aderência disponível ................................................................................. 23
1.1.2.4 Fatores que afetam o coeficiente de aderência .......................................... 24
1.1.2.4.1 Efeito de cabragem ................................................................................... 26
1.1.2.4.1.1 Exemplo.................................................................................................... 28
1.1.2.4.2 Variação do coeficiente de aderência com a velocidade ............................. 29
1.1.2.5 Efeitos da perda de aderência na tração .................................................... 33
1.1.2.6 Aumento da aderência .............................................................................. 34
1.1.2.6.1 Micro-escorregamentos - “Creep”............................................................... 36
Figuras
Figura 1.1 Rodas de aço que rolam sobre trilhos de aço ............................................ 2
Figura 1.2 Superfície rugosa ...................................................................................... 3
Figura 1.3 Corpo metálico em repouso sobre uma superfície horizontal .................... 3
Figura 1.4 Pontos de contato ..................................................................................... 3
Figura 1.5 A roda metálica cilíndrica desliza sobre uma superfície horizontal ............ 5
Figura 1.6 A velocidade linear de cada partícula da roda ............................................ 5
Figura 1.7 A roda metálica cilíndrica rola sobre uma superfície horizontal ................. 6
Figura 1.8 A roda está girando em torno de um eixo perpendicular ........................... 6
Figura 1.9 Velocidade linear de cada partícula da roda............................................... 6
Figura 1.10 Força de atrito cinético.............................................................................. 7
Figura 1.11 Força de aderência .................................................................................... 7
Figura 1.12 Efeito do deslizamento da roda ................................................................. 8
Figura 1.13 Roda apoiada sobre o trilho no ponto de contato 𝐜 ................................... 9
Figura 1.14 𝑷𝒂 é equilibrado pela reação de apoio 𝑵 ................................................... 9
Figura 1.15 Aplicação do conjugado motor 𝑪𝒎 .......................................................... 10
Figura 1.16 Decomposição do conjugado motor ........................................................ 10
Figura 1.17 Sentido de deslocamento ........................................................................ 11
Figura 1.18 Força resistente 𝐅𝐫 .................................................................................. 11
Figura 1.19 Força de aderência .................................................................................. 11
Figura 1.20 Força de tração capaz de colocar o rodeiro em movimento ..................... 13
Figura 1.21 Heinrich Rudolf Hertz .............................................................................. 17
Figura 1.22 Elipse de Hertz ........................................................................................ 18
Figura 1.23 Contato roda-trilho ................................................................................. 18
Figura 1.24 Roda em contato com o trilho sem nenhuma carga ................................. 19
Figura 1.25 Roda em contato com o trilho com carga ................................................ 19
Figura 1.26 Deslocamento da área de aderência ........................................................ 20
Figura 1.27 Locomotiva estacionária .......................................................................... 26
Figura 1.28 Locomotiva puxando o trem.................................................................... 26
Figura 1.29 Distribuição de carga nos eixos .............................................................. 27
Figura 1.30 Contato roda-trilho com a roda em movimento ....................................... 29
Figura 1.31 Variação da aderência com a velocidade segundo Parodi ......................... 30
Figura 1.32 Variação da aderência com a velocidade segundo Curtius e Kniffler ........ 31
Figura 1.33 Variação da aderência com a velocidade segundo a ABA ......................... 32
Figura 1.34 Calo de roda ........................................................................................... 33
Figura 1.68 Curvas dos esforços normais do trem com vagão carregado ................... 97
Figura 1.69 Curvas de esforços ocasionais do trem com vagão carregado .................. 99
Figura 1.70 Deslocamento do corpo provocado por uma força 𝑭 ............................. 103
Figura 1.71 Força de tração aplicada ao eixo de um rodeiro .................................... 104
Figura 1.72 Força de tração ..................................................................................... 104
Figura 1.73 Cadeia de transferência da potência disponível ..................................... 106
Figura 1.74 Curva de esforço de tração x velocidade ............................................... 115
Figura 1.75 Curvas de esforço de tração x velocidade .............................................. 116
Figura 1.76 Curvas de esforço de tração x Velocidade por ponto de aceleração ....... 117
Figura 1.77 Limite estabelecido pela aderência disponível ....................................... 118
Figura 1.78 Curvas de esforço de tração e de resistência ao movimento .................. 119
Figura 1.79 Pontos notáveis..................................................................................... 120
Figura 1.80 Gráficos da trajetória e dos pontos de aceleração da locomotiva ........... 121
Figura 1.81 Operação do trem ................................................................................. 122
Figura 1.82 Curva de velocidade desenvolvida pela locomotiva ................................ 124
Figura 1.83 Gráficos da trajetória e dos pontos de aceleração da locomotiva ........... 125
Figura 1.84 Operação do trem ................................................................................. 126
Figura 1.85 Curva de velocidade desenvolvida pela locomotiva ................................ 128
Figura 1.86 Força de frenagem .................................................................................... 129
Figura 1.87 Sistema de freio pneumático ................................................................. 129
Figura 1.88 Força de inércia .................................................................................... 131
Figura 1.89 Força de frenagem ................................................................................ 131
Figura 1.90 Calo de roda ......................................................................................... 134
Figura 3.103 Diagrama básico do sistema EFI de uma locomotiva Dash ..................... 316
Figura 3.104 Painel eletrônico do sistema EFI ............................................................ 317
Figura 3.105 Sensores de rotação e posição do eixo virabrequim............................... 318
Figura 5.64 Três chaves estáticas ligadas num mesmo período ................................ 448
Figura 5.65 Seqüência de operação das chaves estáticas .......................................... 449
Figura 5.66 Carga trifásica resistiva pura ligada em estrela ...................................... 450
Figura 5.67 Seqüência de ligação das chaves à uma carga em estrela ...................... 451
Figura 5.68 Formas de onda das tensões de linha e de fase na carga em estrela ...... 453
Figura 5.69 Onda de tensão quase quadrada ........................................................... 455
Figura 5.70 Fundamental da onda quase quadrada .................................................. 456
Figura 5.71 Onda de tensão quase quadrada recortada por pulsos de largura ....... 456
Figura 5.72 Forma de onda modulada por largura de pulso ..................................... 457
Figura 5.73 Formação dos instantes de disparo para onda modulada por 5
pulsos ................................................................................................... 458
Figura 5.74 Modulação de 3 pulsos ......................................................................... 459
Figura 5.75 Inversor alimentando uma carga trifásica resistiva pura ligada em
estrela................................................................................................... 459
Figura 5.76 Formas de onda modulada por largura de pulso para um inversor
trifásico ................................................................................................ 460
Figura 5.77 Símbolo do IGBT canal N ....................................................................... 468
Figura 5.78 Estrutura física do IGBT canal N ............................................................. 468
Figura 5.79 Invólucro do IGBT .................................................................................. 469
Figura 5.80 Estrutura física do IGBT canal N ............................................................. 470
Figura 5.81 Montagem de um módulo de fase com IGBT .......................................... 470
Figura 5.82 Soprador dos inversores ....................................................................... 471
Figura 5.83 Inversor de tensão imposta utilizando o IGBT como chave estática ........ 472
Figura 5.84 Montagem do inversor .......................................................................... 472
Figura 5.85 Motor de indução ligado a um inversor de tensão imposta .................... 474
Figura 5.86 Circuito equivalente de um motor de indução trifásico ligado em
estrêla................................................................................................... 474
Figura 5.87 Esquemático da ligação de um motor de indução trifásico em estrela
a um inversor de tensão imposta........................................................... 474
Figura 5.88 Controle com tensão variável ................................................................ 475
Figura 5.89 Acionamento com inversor utilizando IGBT ........................................... 475
Figura 5.90 Circuito básico de um inversor de tensão imposta de onda quase
quadrada alimentando um motor de indução ........................................ 476
Figura 5.91 Formas de onda básicas das tensões de linha e de fase ......................... 477
Figura 5.92 Formas de onda da tensão e da corrente na fase “a” .............................. 478
Figura 5.93 Correntes nos componentes do módulo de fase a ................................. 478
Tabelas
Tabela 1.1 Peso por eixo .......................................................................................... 28
Tabela 1.2 Resistências ao movimento em tangente de alguns tipos de veículos ...... 49
Tabela 1.3 Valores da resistência na partida ............................................................. 55
Tabela 1.4 Força de tração na rampa de inclinação 𝒊 ................................................ 66
Tabela 1.5 Limites de aceleração .............................................................................. 83
Tabela 1.6 Equações para cálculo das resistências normais dos veículos .................. 93
Tabela 1.7 Resistências normais dos veículos ........................................................... 94
Tabela 1.8 Esforço resistente normal dos veículos .................................................... 95
Tabela 1.9 Esforço resistente normal do trem .......................................................... 96
Tabela 1.10 Esforço resistente ocasional dos veículos ................................................ 98
Tabela 1.11 Resistência ocasional do trem na partida............................................... 100
Tabela 1.12 Resistência ocasional do trem devido a aceleração ................................ 102
Tabela 1.13 Operação do trem ................................................................................. 122
Tabela 1.14 Operação do trem ................................................................................. 126
Mecânica de Locomotivas
1 Dinâmica Ferroviária
1.1 Aderência
Aderência;
Resistência ao movimento;
Potência de tração;
Via férrea;
Material rodante;
Material de tração.
No transporte ferroviário, temos rodas de aço que rolam sobre trilhos de aço.
Pensava-se, antigamente, que o fenômeno do atrito seco podia ser explicado pelo fato de
que ambas as superfícies em contato possuem certo grau de rugosidade, as quais se
entrelaçam durante o contato.
P
Figura 1.3 Corpo metálico em repouso sobre uma superfície horizontal
Devido à rugosidade das duas superfícies em contato, o corpo se apoia sobre a superfície
somente em alguns pontos.
Por ser muito pequena a área dos pontos de contato, as pressões desenvolvidas podem
ser de tal intensidade que as moléculas ficam tão próximas que, analogamente à força de
coesão existente no interior dos corpos, exercem fortes forças intermoleculares umas
sobre as outras, contribuindo sensivelmente para o agarramento entre as duas
superfícies.
Quando uma roda metálica cilíndrica desliza sobre uma superfície também metálica
disposta horizontalmente, seu eixo 𝒆 se desloca linearmente sobre a superfície no
mesmo sentido da força aplicada 𝑭, fazendo surgir uma força de atrito cinético 𝒇𝒄
aplicada no ponto de contato 𝒄, que se opõem ao deslizamento.
Sentido de deslocamento
N F
R e
fc c
P
Figura 1.5 A roda metálica cilíndrica desliza sobre uma superfície horizontal
Ao fazermos a roda rolar ao invés de deslizar sobre a mesma superfície, seu eixo 𝒆 se
desloca linearmente no mesmo sentido da força aplicada 𝑭, enquanto que qualquer uma
de suas partículas gira em torno do seu eixo 𝒆.
A velocidade linear de cada partícula da roda será perpendicular à linha que une a
partícula ao eixo 𝒆, e o seu valor será proporcional à distância correspondente.
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
e
R
Desse modo, devemos tratar o movimento da roda como uma combinação de dois
movimentos:
Movimento de rotação;
Movimento de translação.
No entanto, também é possível tratar o movimento da roda que rola sobre a superfície
como se fosse uma rotação pura.
Inicialmente, vamos considerar uma roda metálica cilíndrica que rola ao longo de uma
superfície metálica disposta horizontalmente, como na Figura 1.7.
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
R e
c
Figura 1.7 A roda metálica cilíndrica rola sobre uma superfície horizontal
Em qualquer instante, podemos considerar que a roda está girando em torno de um eixo
perpendicular que passa pelo ponto de contato 𝒄.
Sentido de
rotação e
R
A velocidade linear de cada partícula da roda será perpendicular à linha que a une ao
ponto 𝒄, e o seu valor será proporcional à distância correspondente.
Sentido de
rotação R e
R
Isto equivale a dizer que, naquele instante, o movimento da roda é equivalente a uma
rotação pura em torno do ponto de contato 𝒄, que passa a funcionar como o centro
instantâneo de rotação.
Esta rotação será infinitesimal, pois esse ponto de contato é imediatamente substituído
por outro ponto da superfície da roda infinitamente próximo, formando um novo centro
instantâneo de rotação.
Durante o deslocamento da roda, o centro instantâneo de rotação permanece estático em
relação ao seu eixo 𝒆, se deslocando paralelamente e na mesma velocidade que ele.
A rotação em torno do centro instantâneo de rotação faz com que as soldas
microscópicas formadas a cada instante sejam descascadas e não cortadas como no
deslizamento.
Desse modo, quando fazemos a roda rolar sobre a superfície, surge também no ponto de
contato 𝒄 uma força de atrito cinético 𝒇𝒄 , que se opõe ao rolamento, mas com intensidade
muitas vezes menor que a correspondente no movimento de deslizamento.
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
N F
e
R
fc c
P
Figura 1.10 Força de atrito cinético
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
N F
e
R
fc c Fa
P
Figura 1.11 Força de aderência
Para que esse fenômeno não aconteça é necessário o surgimento de uma força aplicada
no ponto de contato 𝒄, que se oponha ao escorregamento, denominada de Força de
Aderência, ou simplesmente Aderência.
Fisicamente a Aderência é uma força passiva exercida entre as moléculas das superfícies
em contato, agindo como uma força de reação à força que tende a produzir o
desligamento do contato.
Quando acontece o desligamento, a roda realiza um movimento de rotação em torno do
eixo 𝒆, deslizando no mesmo lugar, sem avançar.
A Aderência sofre apreciável redução e é substituída pelo atrito devido ao deslizamento,
de intensidade muito menor que ela.
Sentido de giro
N F
e
R
c fd
P
Figura 1.12 Efeito do deslizamento da roda
Peso = 𝑷;
Número de eixos = 𝒎;
𝑷
𝑷𝑨 = ∙𝒏
𝒎
𝑷𝑨 𝑷
𝑷𝒂 = =
𝒏 𝒎
Cada eixo trator é composto de um par de rodas de raio 𝑹, solidárias a um eixo 𝒆, que
são apoiadas sobre os trilhos no ponto de contato 𝒄.
e
R
Pa
Figura 1.13 Roda apoiada sobre o trilho no ponto de contato 𝐜
e
N
R
Pa
Figura 1.14 𝑷𝒂 é equilibrado pela reação de apoio 𝑵
Para que ocorra o deslocamento do trem sobre a via férrea, é necessário que a locomotiva
produza uma força de tração 𝑭𝒕 e a aplique no ponto de contato 𝒄 de cada uma das rodas
dos seus 𝒏 eixos tratores com o trilho.
Cm e
N
R
c
Pa
Figura 1.15 Aplicação do conjugado motor 𝑪𝒎
O conjugado motor:
𝑪 𝒎 = 𝑭𝒕 ∙ 𝑹
Uma força −𝑭𝒕 Tangente ao trilho, aplicada no ponto de contato 𝒄 entre a roda e o
trilho, tendendo a empurrá-lo para trás com o braço de alavanca 𝑹.
Cm e Ft
N
R
-Ft c
Pa
Figura 1.16 Decomposição do conjugado motor
A força de tração 𝑭𝒕 , aplicada em cada um dos eixos tratores, faz com que a roda gire
enquanto o ponto 𝒆 se desloca no sentido de aplicação da força.
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
Cm e Ft
N
R
-Ft c
Pa
Figura 1.17 Sentido de deslocamento
Para que isso ocorra, não significa condição suficiente o fato de se ter a força de tração 𝑭𝒕
com maior intensidade do que a força resistente 𝑭𝒓 , que é uma força resultante de um
conjunto de forças que está constantemente se opondo ao movimento do trem, ou seja:
𝑭𝒕 ≥ 𝑭𝒓
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
Fr Cm e Ft
N
R
-Ft c
Pa
Para que a roda não escorregue sobre o trilho durante seu movimento de rotação, não é
condição suficiente que o peso aderente 𝑷𝒂 seja equilibrado pela reação de apoio 𝑵.
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
Fr Cm e Ft
N
R
-Ft c Fa
Pa
Também é necessário que a força −𝑭𝒕 seja neutralizada pela força de aderência 𝑭𝒂 , que é
a força de reação do trilho sobre a roda, isto é:
𝑭𝒕 ≤ 𝑭𝒂
Uma vez que os trilhos são fixos aos dormentes e estes ao leito da via, a força 𝑭𝒂 se opõe
ao deslizamento da roda sobre o trilho.
Enquanto o valor de −𝑭𝒕 não superar o valor máximo de 𝑭𝒂 , esta força será passiva e o
ponto de contato 𝒄 não poderá deslocar-se ao longo do trilho no sentido de −𝑭𝒕 .
Isto foi traduzido por Charles A. Coulomb através da equação:
𝑭𝒕 ≤ 𝝁 𝒂 ∙ 𝑷 𝒂
1.1.1.4 Patinagem
Consideremos uma força de tração aplicada ao eixo 𝒆 de um rodeiro, tal que possa
colocá-lo em movimento.
Sentido de deslocamento
Sentido de giro
Fr Cm e Ft
N
R
-Ft c Fa
Pa
Figura 1.20 Força de tração capaz de colocar o rodeiro em movimento
𝑭𝒕 > 𝑭𝒓
𝑭𝒕 > 𝝁 𝒂 ∙ 𝑷 𝒂
𝑭𝒕 ≤ 𝝁 𝒂 ∙ 𝑷 𝒂
Aumento de 𝑭𝒕 ;
Diminuição de 𝝁𝒂 ;
𝑭𝒕 ≤ 𝝁 𝒂 ∙ 𝑷 𝒂
vemos que a força de tração que o eixo trator de uma locomotiva pode exercer é limitada
pelo peso aderente descarregado sobre ele e pelo coeficiente de aderência entre a roda e
o trilho.
O peso aderente da locomotiva é descarregado igualmente sobre os seus n eixos
tratores, isto é:
𝑷𝑨
𝑷𝒂 =
𝒏
𝑭𝑻
𝑭𝒕 =
𝒏
𝑭𝑻 ≤ 𝝁 𝒂 ∙ 𝑷 𝑨
ou,
𝑭𝑻
𝝁𝒂 ≥
𝑷𝑨
Da expressão, vemos que o valor mínimo do coeficiente de aderência para que ocorra o
deslocamento do trem é:
𝑭𝑻
𝝁𝒂 𝒎í𝒏𝒊𝒎𝒐 =
𝑷𝑨
Quando todos os eixos da locomotiva são eixos tratores, isto é, 𝒎 = 𝒏, seu peso aderente
é igual ao seu peso próprio.
Nesse caso, a Demanda de Aderência pode ser expressa por:
Se dois sólidos esféricos, elásticos e ideais, não exercem qualquer pressão entre si, então
o contato entre eles se resume a um único ponto.
Quando pressionado um contra o outro, produz-se, na região de contato, uma pequena
deformação de configuração elíptica, denominada de elipse de Hertz.
A distribuição de esforços, dentro desta elipse de contato, não é homogênea e, pelo
contrário, verifica-se de forma aproximadamente parabólica.
Elipse de
contato
N
e
R
c
Pa
A roda ao rolar sobre o trilho faz com que a área de aderência seja reduzida e se
desloque em direção da extremidade da superfície, a frente do sentido de
movimento.
Sentido de deslocamento
Sentido de
rotação N Ft
e
R
Tração c Compressão
Compressão Tração
Pa
Compressão
Trilho Roda
Roda Trilho
Tração
Para o caso ferroviário, desde que se tenha roda e trilho novos, a área de contato pode
ser calculada, de forma aproximada, pela seguinte expressão:
𝟐∙𝑸
𝑨=
𝝈
A tensão máxima de compressão ocorre na parte central da elipse e sua intensidade pode
ser calculada pela equação de Hertz aproximada pela seguinte expressão, com
coeficiente calibrado para o sistema métrico de medidas:
𝟐⁄
𝟏 𝟏 𝟑 𝟏⁄ 𝒌𝒈𝒇
𝝈 = 𝟏𝟕𝟖 ∙ ( + ) ∙𝑸 𝟑 [ ]
𝑹 𝒓 𝒄𝒎𝟐
1.1.2.2.1 Exemplo
Calcular a área de contato de uma roda de 𝟎, 𝟗𝟏𝟒 𝒎 (𝟑𝟔") de diâmetro, apoiada sobre um
trilho com raio de arredondamento do boleto de 𝟎, 𝟐𝟓𝟒 𝒎 (𝟏𝟎"), e carga de 𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇.
𝟐⁄
𝟏 𝟏 𝟑 𝟏⁄
𝝈 = 𝟏𝟕𝟖 ∙ ( + ) ∙ 𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝟑
𝟎, 𝟒𝟓𝟕 𝟎, 𝟐𝟓𝟒
𝒌𝒈𝒇
𝝈 = 𝟏𝟐. 𝟖𝟑𝟖, 𝟎𝟕 [ ]
𝒄𝒎𝟐
𝟐 ∙ 𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝑨= = 𝟏, 𝟓𝟓𝟖 [𝒄𝒎𝟐 ]
𝟏𝟐. 𝟖𝟑𝟖, 𝟎𝟕
A Demanda de Aderência exigida pela força de tração exercida pela locomotiva deve ser
superada por uma aderência confiável disponibilizada pelo contato da roda com o trilho,
ou seja, pelo nível de aderência com que realmente podemos contar, denominado de
Nível de Aderência ou Aderência Disponível.
A suspensão do veículo;
Durante a tração, o ponto onde ocorre o maior nível de aderência é no início de uma
patinação;
Os níveis de aderência indicados nas curvas devem ser considerados apenas como
valores de referência, pois eles podem sofrer influências de diversos fatores, entre os
quais podemos destacar as principais influências devidas:
À via permanente
Ao veículo trator
Rodas desbalanceadas;
Oscilações da locomotiva;
Habilidade do maquinista.
Alguns dos fatores, que nos permitem utilizar melhor a aderência e que justificam o
emprego de coeficientes de aderência diferentes nos cálculos de tração para locomotivas
de idêntico número de eixos e peso aderente igual, são:
Quando uma locomotiva de peso bem distribuído está estacionária, todos os seus eixos
estão recebendo a mesma quantidade de carga.
Todavia, quando esta locomotiva estiver puxando um trem, seu centro de gravidade
tende a se deslocar para trás como consequência do surgimento de um conjugado
estabelecido entre a força no engate e a força de tração desenvolvida nas rodas, que faz
com que o eixo líder de cada truque tenda a empinar, transferindo parte de sua carga
para os outros eixos.
Este efeito é conhecido como transferência de peso ou ainda como efeito de cabragem.
Consequentemente há uma diversificação na aderência dos rodeiros individuais, afetando
sensivelmente o nível de aderência da locomotiva e correspondente limitação à força de
tração máxima sem haver patinação.
A diferença entre as cargas dos eixos de um mesmo truque varia com a base rígida,
sendo tanto maior quanto maior for o comprimento do truque.
Em alguns tipos de veículos, essas forças devem ser rigorosamente determinadas antes
de se fazerem os cálculos de frenagem e tração para se saber o nível exato de aderência
com que se pode contar nas acelerações e desacelerações.
Vários são os fatores que influem no cálculo do efeito de cabragem, entre os quais
podemos destacar os seguintes:
Taxa de aceleração;
Tipo da suspensão;
Na Figura 1.29, enquanto o sinal negativo indica uma redução, o sinal positivo indica um
aumento do peso nominal do eixo correspondente de uma quantidade percentual do
esforço de tração desenvolvido pela locomotiva.
Dentre os fatores que determinam tal transferência de peso, quando em marcha, temos:
1.1.2.4.1.1 Exemplo
Calcular a distribuição de peso por eixo, se a locomotiva de seis eixos tiver um peso igual
à 𝟏𝟖𝟎 𝒕𝒇 e desenvolver um esforço de tração de 𝟎 𝒌𝒈𝒇, 𝟐𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇 e 𝟒𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇
respectivamente.
Esforço de Tração
Da Tabela 1.1 vemos que, enquanto a locomotiva estiver em tração, o eixo 4, eixo líder
do segundo truque, é sempre o mais leve.
Portanto, o eixo 4 é o mais propenso a ser o primeiro a patinar.
No entanto, deve-se levar em consideração o fato de que o eixo 1, eixo líder do primeiro
truque, é aquele que encontra os trilhos nas piores condições de contaminação.
Acrescente-se a isto, o fato de que as rodas do eixo 1, além de guiarem as outras rodas,
também limpam os trilhos, melhorando assim as condições de aderência das rodas dos
outros eixos da locomotiva.
Esses fatos aumentam a probabilidade do eixo 1 patinar antes que o eixo 4 o faça.
Este problema pode ser corrigido parcialmente, ou melhor, atenuado, através da
aplicação de areia entre a roda e o trilho.
Procura-se amenizar esta situação pela geometria dos truques.
A cada instante, o ponto de contato entre a roda e o trilho é estacionário por um curto
intervalo de tempo, formando um centro instantâneo de rotação, sendo nula a velocidade
relativa naquele ponto, qualquer que seja a velocidade do trem.
Entretanto, constata-se que o coeficiente de aderência diminui com o aumento da
velocidade.
𝟏
𝝁𝒂 = 𝝁𝟎 ∙ [%]
𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝒗
Pela fórmula Parodi, para 𝝁𝟎 = 𝟑𝟎%, pode-se traçar o gráfico da Figura 1.31.
35
30
25
Nível de Aderência [%]
20
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidade [km/h]
𝟖 + 𝟎, 𝟏 ∙ 𝒗
𝝁𝒂 = 𝝁𝟎 ∙ [%]
𝟖 + 𝟎, 𝟐 ∙ 𝒗
Para 𝝁𝟎 = 𝟑𝟎% aplicado à fórmula para eixos motorizados independentes, pode-se traçar
o gráfico da Figura 1.32.
35
30
25
Nível de Aderência [%]
20
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidade [km/h]
Para fins de projeto de sistemas de freio, a Air Brake Association (ABA) publicou as curvas
levantadas em função do estado da superfície dos trilhos, que também podem ser
utilizadas para fins de tração, embora haja uma boa diferença.
Nível de aderência [%]
35
25
20
Velocidade
0 10 20 30 40 50 60 70 [km/h]
Uma película de orvalho atingindo uma parte do boleto suja de óleo, mesmo seco, em
virtude do fenômeno de tensão superficial, faz com que o óleo avance, formando uma
fina película de óleo (filme) que lubrifica a cabeça do trilho, diminuindo a aderência.
A patinação das rodas é bastante nociva à operação das locomotivas em tração, sendo
passível de ocorrer os seguintes efeitos:
Sobre aquecimento súbito das rodas, com consequências muitas vezes graves;
Lavar o trilho com jato de água quente, emanada da própria locomotiva, a fim de
limpá-lo de resíduos de óleo, graxa, etc., sendo isso, entretanto, um recurso raramente
usado.
O sistema de areeiros das locomotivas dispõe de depósitos de areia (caixa de areia) que
podem estar localizados nas duas extremidades de cada truque ou nas extremidades da
carroceria da locomotiva.
Granulometria recomendada;
Lavada;
Peneirada;
Seca (torrada);
Isenta de argila.
Controle do “Creep”.
Em uma roda ferroviária em marcha normal, seu centro instantâneo de rotação está
estaticamente em contato com um ponto do trilho e se desloca paralelamente e na
mesma velocidade do eixo 𝒆.
No entanto, as deformações elásticas permitem uma ligeira rotação à roda, mesmo não
existindo desligamento entre as duas superfícies, havendo, porém, uma pequena
variação entre o deslocamento linear do centro da roda e o percurso real efetuado por um
ponto situado na periferia do seu aro.
Esta variação denomina-se pseudodesligamento, que persiste até o limite elástico do
material da roda, quando então ocorre o desligamento puro da roda sobre o trilho.
Portanto, os pseudodesligamentos proporcionam os micro-escorregamentos, também
denominados de creep, os quais na realidade é que causam o coeficiente de aderência do
contato roda-trilho.
Quando os micro-escorregamentos ocorrem, a área de aderência se desloca sobre a área
da superfície de contato da roda com o trilho até o limite da mesma, quando passa a
ocorrer a patinagem.
No seu deslocamento até o centro da superfície de contato, a área de aderência sofre um
aumento, que provoca um consequente aumento da aderência.
Pa Pa Pa Pa
X X X X
A partir desse ponto, a área de aderência começa a reduzir rapidamente até atingir a
extremidade da área de escorregamento.
Pa Pa Pa Pa
X X X X
A Figura 1.41mostra várias curvas de creep para o rodeiro número 1 de uma locomotiva
com motores de tração de corrente contínua, sob várias condições dos trilhos em
tangente.
Coeficiente de aderência [%]
40
seco+areia
35
seco
30
óleo+areia
25
água água+areia
óleo
20
15
10
Creep [%]
0 5 10 15 20 25 30 35
A carga a ser transportada é dotada de Peso útil, que é somado ao Peso morto ou Tara,
que é o peso do recipiente onde se coloca a carga útil.
A fim de deslocar a carga sobre a via é necessária aplicar uma força que vença a
resistência ao seu movimento.
Peso do veículo;
Inércia do trem;
Quaisquer perdas desse teor sofridas pelo trem durante o seu movimento.
𝒌𝒈𝒇
[ ]
𝒕𝒇
𝒌𝒈𝒇
𝑭𝒓 = 𝜸 [ ] ∙ 𝑷 [𝒕𝒇] = 𝜸 ∙ 𝑷 [𝒌𝒈𝒇]
𝒕𝒇
Dessa forma, para uma mesma condição de resistência, um trem com todos os vagões
carregados estará sujeito a uma força resistente maior do que quando os vagões
estiverem vazios.
Normais;
Ocasionais.
Atrito
- Nos mancais;
Gravidade
Meio
Sobre os mancais de um veículo ferroviário é aplicada uma força igual à carga por eixo do
veículo menos o peso próprio do rodeiro.
(P-p)
F r
R
Como se pode ver na figura abaixo, para avançar, a roda tem que vencer a elevação
causada pela deformação do trilho devida a carga no eixo, afetando assim, a resistência
ao rolamento do trem.
Portanto, o atrito de rolamento é causado pela deformação dos trilhos.
Sentido de movimento
F O
A
B
Quando o trilho não suporta a carga aplicada pela roda, ele se deforma num ponto
situado entre dois dormentes, como é mostrado na Figura 1.46.
Sentido de movimento
Este tipo de deformação também pode ser causado pela resiliência do leito ferroviário,
isto é, o trilho suporta a carga apresentada pela roda, mas o leito da via cede quando da
passagem da roda, fazendo o dormente baixar causando a deformação no trilho.
Sentido de movimento
1.2.1.4 Resistência do ar
v
R
S S
l
Figura 1.48 Volume de ar a ser deslocado
A função básica dos engates é fazer a ligação entre os diversos veículos de uma
composição, e durante a ação de acoplamento ou após ser feita a ligação, estes agirão
como transmissores de esforços de um veículo para outro.
Figura 1.49 Engates ligando duas locomotivas e ligando uma locomotiva e um vagão
Portanto, os aparelhos de choque e tração dos vagões e das locomotivas têm por função:
Unir os veículos;
Transmitir os esforços;
Amortecer os impactos.
Os meios utilizados pelo homem para deslocamento dos bens necessários à sua
sobrevivência têm evoluído continuamente.
Nos primórdios da civilização, o próprio homem transportava os seus bens, utilizando,
pois, a energia muscular.
Depois passou a empregar animais, colocando as cargas em seu dorso e fazendo-os mais
tarde puxá-las.
Neste último caso, o animal tinha de vencer uma resistência equivalente à força de atrito
de deslizamento da carga (ou de seu recipiente) no solo, ou seja, desenvolver um esforço
trator igual a:
𝑭 = 𝜸𝒅 ∙ (𝑸 + 𝑻) = 𝜸𝒅 ∙ 𝑷
𝑭 = 𝜸𝑹 ∙ 𝑷
𝒌𝒈𝒇
Tipo de veículo 𝜸𝑹 𝑒𝑚 [ ]
𝒕𝒇
A tração mecânica rodoviária sobre pneus em pavimento liso apresenta uma resistência
mínima igual a:
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝑹 = 𝟏𝟓 [ ]
𝒕𝒇
Para um vagão vazio de 𝟐𝟏 𝒕𝒇 com velocidade inferior a 𝟔𝟓 𝒌𝒎/𝒉, podemos tomar para a
resistência o seguinte valor mínimo:
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝑹 = 𝟐, 𝟓 [ ]
𝒕𝒇
Isto é fácil de aceitar se for lembrado que o vagão vazio, por ter menor inércia, estará
sujeito a maiores variações quanto ao seu movimento.
1.2.1.6.1 Exemplo
Tomemos:
Que força de tração mínima deverá exercer o caminhão e o vagão para vencer o atrito de
rolamento?
Para vencer o atrito de rolamento teríamos uma força de tração mínima igual a:
Para o caminhão
𝒌𝒈𝒇
𝑭 = 𝟏𝟓 [ ] ∙ 𝟑𝟎[𝒕𝒇] = 𝟒𝟓𝟎 [𝒌𝒈𝒇]
𝒕𝒇
Para o vagão
𝒌𝒈𝒇
𝑭 = 𝟏, 𝟐 [ ] ∙ 𝟏𝟐𝟎[𝒕𝒇] = 𝟏𝟒𝟒 [𝒌𝒈𝒇]
𝒕𝒇
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝒗𝟐
𝒙= [𝒎]
𝟐 ∙ 𝟑, 𝟔𝟐 ∙ 𝒈 ∙ 𝜸𝑹
𝒌𝒎
𝒗 Velocidade [ 𝒉
];
𝒎
𝒈 Aceleração da gravidade [𝒔𝟐];
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝑹 Coeficiente de atrito de deslizamento [ 𝒕𝒇
].
1.2.1.7.1 Exemplo 1
Que distância percorrerá até parar um vagão de 𝟏𝟐𝟎 𝒕, se for deixado correr livremente a
partir de 𝟔𝟓 𝒌𝒎/𝒉?
𝒌𝒈𝒇
Para 𝜸𝑹 = 𝟏, 𝟐 [ 𝒕𝒇
]
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝟔𝟓𝟐
𝒙=
𝟐 ∙ 𝟑, 𝟔𝟐 ∙ 𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 ∙ 𝟏, 𝟐
𝒌𝒈𝒇
Para 𝜸𝑹 = 𝟏, 𝟔 [ 𝒕𝒇
]
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝟔𝟓𝟐
𝒙=
𝟐 ∙ 𝟑, 𝟔𝟐 ∙ 𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 ∙ 𝟏, 𝟔
1.2.1.7.2 Exemplo 2
Que distância percorrerá até parar um caminhão de 𝟑𝟎 𝒕, se for deixado correr livremente
a partir de 𝟔𝟓 𝒌𝒎/𝒉?
𝒌𝒈𝒇
Para 𝜸𝑹 = 𝟏𝟓 [ 𝒕𝒇
]
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝟔𝟓𝟐
𝒙=
𝟐 ∙ 𝟑, 𝟔𝟐 ∙ 𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 ∙ 𝟏𝟓
𝒌𝒈𝒇
Para 𝜸𝑹 = 𝟏𝟖 [ 𝒕𝒇
]
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝟔𝟓𝟐
𝒙=
𝟐 ∙ 𝟑, 𝟔𝟐 ∙ 𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 ∙ 𝟏𝟖
Comparando os valores obtidos nos exemplos acima, podemos concluir que o transporte
sobre trilhos é o que requer o menor esforço trator e apresenta a maior distância
percorrida até parar, o que demonstra ser o meio de transporte terrestre mais
econômico, sob o ponto de vista energético.
Suspensão do veículo;
Condições atmosféricas;
Temperatura ambiente;
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝑷 𝑒𝑚 [ ]
𝒕𝒇
Tipo de mancal
Trem esticado Trem encolhido
de escorregamento 17 a 22 7 a 10
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝑷 = 𝟏𝟏, 𝟐 − (𝟎, 𝟑 ∙ 𝒑) [ ]
𝒕𝒇
Dos tipos de resistências normais ao movimento que vimos até aqui, observamos que:
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒏 = 𝑨 + 𝑩 ∙ 𝑽 + 𝑪 ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒕𝒇
𝒌𝒎
𝑽 Velocidade de deslocamento do veículo em [ 𝒉
].
Trem clássico
Locomotiva
𝟐𝟗 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟑𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟒𝟎 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
Vagão de carga
𝟐𝟗 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟒𝟓 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟓𝟎 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
Carro de passageiro
𝟐𝟗 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟑𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟑𝟒 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
Trem unidade
Carro dianteiro
𝟐𝟗 𝑺 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟒𝟓 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟒 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒇
Carro reboque
𝟐𝟗 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟒𝟓 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟓𝟎 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
Carro motor
𝟐𝟗 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟗𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟒𝟎 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
Cabe ainda dizer, que os coeficientes apresentados foram tabelados para a faixa de 𝟎 a
𝟏𝟎𝟎 𝒌𝒎/𝒉.
Convém notar que, apesar de um longo lapso de tempo que nos separa, o estudo de
Davis pode ser perfeitamente aplicado na maioria das ferrovias brasileiras, onde a faixa
de velocidades está compreendida entre 𝟎 a 𝟏𝟎𝟎 𝒌𝒎/𝒉, e os materiais empregados são
ainda do mesmo gênero que os do tempo de Davis.
Por outro lado, mesmo nos Estados Unidos, este estudo se aplica, pois as ferrovias
americanas pouco têm evoluído no sentido de maior velocidade, isto é, estão na sua
grande maioria dentro da faixa de velocidades acima considerada, se bem que outras
tenham velocidades um tanto maior, mas, mesmo em velocidades pouco maiores, o
estudo ainda se aplica.
As Fórmulas de Davis podem ser consideradas como bastante aproximadas, sob
condições razoáveis como: tempo ameno; temperatura não muito fria; etc.
As Fórmulas de Davis não se referenciam as locomotivas que em tração múltipla atuam
como comandadas, isto é, as locomotivas que estão posicionadas atrás da primeira
locomotiva, denominada comandante.
Para esta situação, o professor Leopoldo Corrêa Roza sugere a seguinte fórmula:
𝟐𝟗 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟎𝟑𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟔𝟎 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
𝟕𝟐, 𝟓 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟏, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟏𝟓 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟓𝟓 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
𝟐𝟎 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟎, 𝟔 + + 𝟎, 𝟎𝟏𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟔𝟓 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
𝟗, 𝟎𝟕𝟏𝟖𝟓𝟕 𝑺 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒏 = 𝟎, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟎𝟑𝟏𝟎𝟕 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟐𝟐𝟓 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒇
- Truque de 3 peças
𝟏𝟖 𝑺 𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒏 = 𝟎, 𝟖𝟓 + + 𝟎, 𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟔𝟓 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒐𝒏𝒇
𝟖, 𝟏𝟔𝟒𝟔𝟔𝟑 𝑺 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒏 = 𝟎, 𝟖𝟓 + + 𝟎, 𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟐𝟐𝟓 ∙ ∙ 𝑽𝟐 [ ]
𝒑 𝒏∙𝒑 𝒕𝒇
Esta nova fórmula reduz ainda mais o fator de resistência de um trem de carga.
À gravidade
- Resistência de rampa.
Ao atrito
- Resistência de curvatura;
À inércia
- Resistência à aceleração.
G
T
N
P
𝑻 = 𝑷 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝜶
Na ferrovia, normalmente o ângulo de inclinação das rampas não ultrapassa a 𝟐°, ou seja,
∝< 2°.
Portanto, é válido considerar que o valor do seno se aproxima do valor da tangente, isto
é:
𝒔𝒆𝒏 𝜶 ≅ 𝒕𝒂𝒏 𝜶
Então:
𝑻 ≅ 𝑷 ∙ 𝒕𝒂𝒏 𝜶
𝑻 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ [ ]
𝑷 𝒕𝒇
ou,
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝒕𝒂𝒏 𝜶 [ ]
𝒕𝒇
𝒊% 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ [ ]
𝟏𝟎𝟎 𝒕𝒇
ou,
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏𝟎 ∙ 𝒊% [ ]
𝒕𝒇
Da expressão acima vemos que, por causa da ação da gravidade, cada 𝟏% de rampa
ascendente representa uma resistência ao movimento de 𝟏𝟎 ∙ [𝒌𝒈𝒇⁄𝒕𝒇].
No caso de uma rampa descendente, a cada 𝟏% o trem sofre uma aceleração de 𝟏𝟎 ∙
[𝒌𝒈𝒇⁄𝒕𝒇].
1.2.2.1.1 Exemplo
Um trem de 𝟐𝟒. 𝟎𝟎𝟎 𝒕𝒇, ao trafegar por uma rampa ascendente de 𝟎, 𝟒%, sofre uma
resistência ao movimento somente devido à rampa igual a:
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏𝟎 ∙ 𝒊% [ ]
𝒕𝒇
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟎, 𝟒 = 𝟒 [ ]
𝒕𝒇
𝑭𝒊 = 𝜸𝒊 ∙ 𝑷 [𝒌𝒈𝒇]
F
G
T
N
P
Podemos escrever:
𝑭= 𝑻+𝝁∙𝑵
ou então:
Sendo,
𝒕𝒂𝒏 𝜶 = 𝒊
temos:
𝑭 = 𝑷 ∙ (𝝁 + 𝒊) ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶
𝑭𝟎 = 𝝁 ∙ 𝑷
𝑭 𝑷 ∙ (𝝁 + 𝒊) ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶 𝒊
= = (𝟏 + ) ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶
𝑭𝟎 𝝁∙𝑷 𝝁
𝑭 𝒊 𝑭 𝒊
( ) = (𝟏 + ) ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶 ( ) = (𝟏 + ) ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶
𝑭𝟎 𝑬𝑭 𝝁𝑬𝑭 𝑭𝟎 𝑬𝑹 𝝁𝑬𝑹
Vemos que, em cada caso, a força de tração na estrada de ferro é menor do que a força
de tração na estrada de rodagem, mas essa vantagem vai diminuindo à medida que a
rampa cresce.
Daí especificarem-se rampas mais suaves para as estradas de ferro, para melhor
aproveitar a vantagem de redução da força de tração, o que aumenta o seu custo de
construção
Do raio da curva;
Da força centrífuga.
Os rodeiros utilizados nos sistemas ferroviários são constituídos por duas rodas
rigidamente conectadas entre si por um eixo, de modo a não permitir o movimento
rotacional diferencial entre elas, isto é, a rotação angular do rodeiro é idêntica para as
duas rodas.
Desta forma, no início da negociação de um rodeiro ferroviário com uma trajetória curva,
haverá produção de forças longitudinais diferenciadas entre os pontos de contato de
cada roda com o respectivo trilho, que causam o deslocamento lateral do rodeiro em
relação à via férrea.
Devido à conicidade da superfície de rolamento das rodas, o deslocamento lateral relativo
faz com que o raio de rolamento da roda externa seja maior do que o da roda interna à
curva, produzindo um conjugado que atua no sentido de buscar o alinhamento do
rodeiro com o centro da curva, formando um pequeno ângulo de ataque do rodeiro em
relação à via férrea.
ângulo de ataque
Caso o ângulo de ataque do rodeiro não seja favorável, dirigindo o rodeiro para fora da
curva, a maior parte das forças laterais necessárias será gerada pelo encosto do friso da
roda externa no trilho.
O atrito entre o friso das rodas e o trilho não exerce influência significativa sobre a
resistência de curvatura, consequentemente, pode ser desprezado.
ângulo de ataque
b
B2 b2
Sistema AAR
𝒍𝒃𝒇
𝜸𝒄 = 𝟎, 𝟖 ∙ 𝒈𝒓𝒂𝒖 [ ]
𝒕𝒐𝒏𝒇
Sistema métrico
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒄 = 𝟎, 𝟔 ∙ 𝑮𝟐𝟎 [ ]
𝒕𝒇
Os valores:
𝒍𝒃𝒇
𝟎, 𝟖 ∙ 𝒈𝒓𝒂𝒖 [ ]
𝒕𝒐𝒏𝒇
𝒌𝒈𝒇
𝟎, 𝟔 ∙ 𝑮𝟐𝟎 [ ]
𝒕𝒇
𝟏𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒄 = 𝟎, 𝟐 + ∙ (𝑩 + 𝒃 + 𝟑, 𝟖) [ ]
𝑹 𝒕𝒇
Da fórmula podemos observar que, além da bitola e do raio da curva, Stevenson também
considerou a base rígida dos truques.
1.2.2.3.3 Superlargura
seria necessário considerar o valor dessa resistência para cada veículo da composição ao
longo do percurso do trem, para que os cálculos de resistência ao movimento fossem
feitos com toda a precisão.
Em termos de simplificações no cálculo da resistência ao movimento, introduz-se o
conceito de perfil compensado, através de uma expressão que engloba o efeito da
resistência devida à ação da gravidade numa rampa de inclinação constante, e o efeito da
resistência das curvas que se encontram nessa rampa.
Em outras palavras, temos que transformar os efeitos das curvas em uma rampa
equivalente e acrescentarmos as rampas existentes.
O perfil compensado de um trecho é aquele equivalente ao trecho considerado,
admitindo-se, que o mesmo não tivesse curvas.
1.2.2.4.1 Exemplo 1
Devido à rampa:
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏𝟎 [ ]
𝒕𝒇
Devido à curva:
𝟏. 𝟏𝟒𝟔
𝑮𝟐𝟎 = = 𝟐, 𝟐𝟗𝟐°
𝟓𝟎𝟎
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒄 = 𝟎, 𝟔 ∙ 𝟐, 𝟐𝟗𝟐° = 𝟏, 𝟑𝟕𝟓 [ ]
𝒕𝒇
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊𝒄 = 𝜸𝒊 + 𝜸𝒄 = 𝟏𝟎 + 𝟏, 𝟑𝟕𝟓 = 𝟏𝟏, 𝟑𝟕𝟓 [ ]
𝒕𝒇
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊𝒎á𝒙 = 𝜸𝒊 + 𝜸𝒄 [ ]
𝒕𝒇
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊𝒎á𝒙 = 𝟏𝟎 ∙ 𝒊𝒎á𝒙 % [ ]
𝒕𝒇
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊 = 𝟏𝟎 ∙ 𝒊% [ ]
𝒕𝒇
Então,
𝟏𝟎 ∙ 𝒊% = 𝟏𝟎 ∙ 𝒊𝒎á𝒙 % − 𝜸𝒄
𝒊% = 𝒊𝒎á𝒙 % − 𝟎, 𝟏 ∙ 𝜸𝒄 [%]
1.2.2.5.1 Exemplo 2
- Devido à curva:
𝟏. 𝟏𝟒𝟔
𝑮𝟐𝟎 = = 𝟐, 𝟐𝟗𝟐°
𝟓𝟎𝟎
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒄 = 𝟎, 𝟔 ∙ 𝟐, 𝟐𝟗𝟐° = 𝟏, 𝟑𝟕𝟓𝟐 [ ]
𝒕𝒇
𝒊% = 𝒊𝒎á𝒙 % − 𝟎, 𝟏 ∙ 𝜸𝒄 [%]
𝒊% = 𝟎, 𝟖𝟔𝟐𝟒𝟖 [%]
Na maioria dos cálculos de tração é por demais trabalhoso estabelecer e utilizar o valor
da resistência ao movimento devido às rampas e curvas de cada trecho, pois nem sempre
todo o trem está dentro de um mesmo perfil compensado.
A noção de perfil equivalente visa simplificar o problema para diversos perfis
compensados consecutivos.
O problema consiste em determinar a expressão de um perfil equivalente com uma
determinada inclinação, em função dos perfis compensados a partir da hipótese de que o
trabalho realizado por uma locomotiva para percorrê-lo seja igual ao trabalho que a
locomotiva realiza quando percorre os perfis compensados.
1.2.2.6.1 Exemplo
i = 0,6% i = -0,43%
i = 0%
500 m 700 m 800 m
3° 5° 10°
Devido às rampas:
Devido às curvas:
𝟎, 𝟔 ∙ 𝟓°
𝒓𝒂𝒎𝒑𝒂 𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍𝒆𝒏𝒕𝒆 = = 𝟎, 𝟑𝟎 %
𝟏𝟎
Nos cálculos de frenagem em rampa descendente, deve ser examinado o perfil do trecho
quanto à existência de curvas e os seus raios, pois em frenagem, enquanto a gravidade
está acelerando, a curva está desacelerando.
1.2.2.7 Superelevação
Em uma via ferroviária estabelecida num plano horizontal, a força centrífuga deslocará o
veículo no sentido do trilho externo, provocando neste um forte atrito através dos frisos
das rodas, isto é, produzindo resistência a tração.
Se a grandeza da força centrífuga exceder certo limite poderá ocorrer o tombamento do
veículo.
Para contrabalançar o efeito nocivo da força centrífuga, inclina-se a via ferroviária de um
ângulo 𝜶, elevando o trilho externo da curva, através da inclinação do dormente, de
modo a criar uma componente que equilibre a força centrífuga.
𝑭 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ [ ]
𝑷 𝒕𝒇
𝒎∙𝒂 𝑷′ ∙ 𝒂 𝟏, 𝟏 ∙ 𝒂 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ = 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ = 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ [ ]
𝑷 𝑷∙𝒈 𝒈 𝒕𝒇
𝟏. 𝟏𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = ∙𝒂 [ ]
𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 𝒕𝒇
Para os cálculos práticos, é mais útil exprimir essa resistência não em função da
aceleração a, mas sim do aumento da velocidade 𝒗 no fim do trecho considerado 𝒅.
Temos que:
𝒂 ∙ 𝒕𝟐
𝒅=
𝟐
mas,
𝒗𝒇 − 𝒗𝒊
𝒕=
𝒂
logo,
𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 𝟐 𝟐
𝒂∙( ) (𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 )
𝒅= 𝒂 =
𝟐 𝟐∙𝒂
ou,
𝟐
(𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 )
𝒂=
𝟐∙𝒅
𝟐
𝟏. 𝟏𝟎𝟎 (𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 ) 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = ∙ [ ]
𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 𝟐∙𝒅 𝒕𝒇
𝟐
𝟏. 𝟏𝟎𝟎 (𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 ) 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = 𝟐
∙ [ ]
𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 ∙ 𝟐 ∙ 𝟑, 𝟔 𝒅 𝒕𝒇
𝟐
(𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 ) 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = 𝟒, 𝟑𝟐𝟕𝟓 ∙ [ ]
𝒅 𝒕𝒇
X
Y
Tanto podem ser espontâneos, causados pelas vibrações naturais do próprio veículo,
como provocados.
Se o movimento parasita for do tipo provocado, há o perigo de ele ter uma determinada
freqüência, que pode entrar em ressonância, causando danos, fadigas, ou mesmo
descarrilamentos, principalmente se houver ressonância com as junções dos trilhos.
Apesar de ser possível reduzir-se a sua extensão e atenuar seus efeitos, é impossível
eliminá-los totalmente.
De qualquer maneira, há necessidade de que eles sejam atenuados através de molas e
amortecedores mais eficientes.
Todos os chamados movimentos parasitas, embora possam ser analisados
individualmente, se confundem e se superpõem.
Etc.
Rotação
Translação
A roda esquerda desloca-se para frente e o eixo desloca-se para o trilho direito até
que o flange da roda direita encoste.
Dependendo das condições gerais do aro e do flange das rodas e do peso aplicado aos
eixos, serão encontradas condições de ressonância que causam violentas forças laterais,
danosas aos trilhos, aos truques, a carroceria e a carga.
Essas forças são causadas por movimentos oscilatórios descontrolados dos trilhos e da
carroceria.
Oscilações nas curvas são resultantes do perfil cônico das rodas.
Isso faz com que as rodas em movimento e o conjunto de eixos desloquem-se ao longo
dos trilhos descrevendo um modelo senoidal, criando uma perturbação lateral periódica.
As oscilações tornam-se perigosas quando essas perturbações laterais estão em
ressonância com o movimento brusco ou suave do veículo, e quando a ressonância não
pode ser controlada.
Se a ressonância ocorre a baixas velocidades, assim como nos truques articulados, as
forças laterais são fracas e facilmente controláveis por um dispositivo apropriado de
absorção instalado no truque.
Danos à carga.
1.2.2.11.1 Exemplo
Uma ferrovia de bitola métrica possui nos trechos críticos, rampas compensadas com
𝟎, 𝟐𝟎% de inclinação máxima e raio de curvatura mínimo de 𝟏𝟓𝟎 𝒎.
Calcular as forças resistentes a serem superadas por duas locomotivas que tracionam
170 vagões, sabendo que:
Locomotiva
• Peso = 𝟏𝟔𝟎 𝒕;
• Número de eixos = 𝟖.
Vagão
• Área frontal = 𝟖 𝒎𝟐 ;
• Tara = 𝟐𝟎 𝒕;
• Carga útil = 𝟖𝟎 𝒕.
Tabela 1.6 Equações para cálculo das resistências normais dos veículos
𝒌𝒈𝒇
Resistências Normais [ ]
𝒕𝒇
Locomotivas
Comandante
𝟏𝟑, 𝟏𝟓𝟒𝟏𝟗𝟑 𝑺
Davis 𝟎, 𝟔𝟓 + + 𝟎, 𝟎𝟎𝟗𝟑𝟐𝟏 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟒𝟓𝟐𝟒 ∙ ∙ 𝑽𝟐
𝒑 𝒏∙𝒑
𝜸𝒏𝒍𝒄𝒎𝒆 =
Comandada
𝟏𝟑, 𝟏𝟓𝟒𝟏𝟕𝟗 𝑺
Leopoldo 𝟎, 𝟔𝟓 + + 𝟎, 𝟎𝟎𝟗𝟑𝟐𝟏 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟏𝟑𝟏 ∙ ∙ 𝑽𝟐
𝒑 𝒏∙𝒑
𝜸𝒏𝒍𝒄𝒎𝒂 =
Vagões
ABA – 75 𝟗, 𝟎𝟕𝟏𝟖𝟓𝟕 𝑺
𝟎, 𝟑 + + 𝟎, 𝟎𝟎𝟑𝟏𝟎𝟕 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟐𝟐𝟓 ∙ ∙ 𝑽𝟐
𝜸𝒏𝒗 = 𝒑 𝒏∙𝒑
AAR – 88 𝟖, 𝟏𝟔𝟒𝟔𝟔𝟑 𝑺
𝟎, 𝟖𝟓 + + 𝟎, 𝟎 ∙ 𝑽 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟐𝟐𝟓 ∙ ∙ 𝑽𝟐
𝜸𝒏𝒗 = 𝒑 𝒏∙𝒑
𝒌𝒈𝒇
Resistência em [ ]
𝒕𝒇
- Locomotivas
- Vagões
Vazio Carregado
Veículo - Fórmula
25 km/h 65 km/h 25 km/h 65 km/h
40.000
Esforço Resistente [kgf]
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
Figura 1.67 Curvas dos esforços normais do trem com vagão vazio
40.000
Esforço Resistente [kgf]
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
Figura 1.68 Curvas dos esforços normais do trem com vagão carregado
- Locomotivas
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊𝒍 = 𝟏𝟎 ∙ 𝒊% [ ]
𝒕𝒇
- Vagões
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒊𝒗 = 𝟏𝟎 ∙ 𝒊% [ ]
𝒕𝒇
100.000
80.000
Esforço Resistente [kgf]
60.000
40.000
20.000
Rampa 0,0% Rampa 0,1% Rampa 0,2%
𝒌𝒈𝒇
𝜸𝑷 = 𝟏𝟏, 𝟐 − (𝟎, 𝟑 ∙ 𝒑) [ ]
𝒕𝒇
Trem esticado
Trem encolhido
𝜸𝒑𝒍 ∙ 𝑵𝒍 ∙ 𝑷𝒍 𝜸𝒑𝒗 ∙ 𝑵𝒗 ∙ 𝑷𝒗
𝑭𝒑 = 𝑭𝒑𝒍 + 𝑭𝒑𝒗 = + [𝒌𝒈𝒇]
𝟐 𝟐
𝒌𝒈𝒇
Resistência em [ ] Esforço Resistente em [𝒌𝒈𝒇]
𝒕𝒇
𝟏. 𝟏𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = ∙𝒂 [ ]
𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 𝒕𝒇
𝟐
𝟏 (𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 ) 𝒎
𝒂= ∙ [ 𝟐]
𝟑, 𝟔𝟐 𝟐∙𝒅 𝒔
temos,
𝟐
(𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 ) 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = 𝟒, 𝟑𝟐𝟕𝟓 ∙ [ ]
𝒅 𝒕𝒇
𝒎
𝒂 < 𝟎, 𝟎𝟒 [ 𝟐 ]
𝒔
logo,
𝟐
(𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 )
𝒅>
𝟏, 𝟎𝟑𝟔𝟖
Para
𝒌𝒎 𝒌𝒎
𝒗𝒇 = 𝟐𝟓 𝒆 𝒗𝒊 = 𝟎
𝒉 𝒉
𝒅 > 𝟔𝟎𝟐, 𝟖𝟐 𝒎
Para
𝒌𝒎 𝒌𝒎
𝒗𝒇 = 𝟔𝟓 𝒆 𝒗𝒊 = 𝟐𝟓
𝒉 𝒉
𝒅 > 1.543,21 𝑚
Fazendo,
𝒅 = 𝟐. 𝟎𝟎𝟎 𝒎
temos,
𝟐 𝒌𝒈𝒇
𝜸𝒂 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟏𝟕𝟑𝟕𝟓 ∙ (𝒗𝒇 − 𝒗𝒊 ) [ ]
𝒕𝒇
𝑭𝒂 = 𝜸𝒂 ∙ 𝑷𝒕 = 𝜸𝒂 ∙ (𝑵𝒍 ∙ 𝑷𝒍 + 𝑵𝒗 ∙ 𝑷𝒗 ) [𝒌𝒈𝒇]
Sentido de movimeto
F F
d
Figura 1.70 Deslocamento do corpo provocado por uma força 𝑭
Em tal situação, define-se o trabalho realizado pela força sobre o corpo como sendo o
produto do módulo da força pela distância que o corpo percorreu, ou seja:
𝑾=𝑭∙𝒅
A potência pode ser definida como a taxa com que o trabalho é realizado em um dado
período de tempo, isto é:
𝑾
𝑷=
𝒕
𝒅
𝑷=𝑭∙
𝒕
Da cinemática, temos que a velocidade com que o corpo se desloca é igual a distância
percorrida pelo corpo na unidade de tempo, isto é:
𝒅
𝒗=
𝒕
logo:
𝑷=𝑭∙𝒗
𝑾, 𝒌𝑾 ou 𝒉𝒑
Cm e Ft
N
R
-Ft c
Pa
Figura 1.71 Força de tração aplicada ao eixo de um rodeiro
𝑷
𝑭𝒕 =
𝒗
𝟐𝟕𝟑, 𝟕𝟒𝟒𝟖𝟏 ∙ 𝑷
𝑭𝒕 =
𝒗
𝑵, 𝒌𝑵 ou 𝒌𝒈𝒇
Um termo correlato à força de tração é a força no engate, ou seja, a força de tração final
do veículo motriz, depois de deduzida a parcela da força necessária para movimentar o
próprio veículo.
Numa locomotiva diesel-elétrica o motor diesel além acionar o gerador de tração também
aciona vários outros equipamentos auxiliares.
Por conseguinte, a potência total fornecida pelo motor diesel é:
𝑷𝒐𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝑩𝒓𝒖𝒕𝒂 =
= 𝑷𝒐𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝑫𝒊𝒔𝒑𝒐𝒏í𝒗𝒆𝒍 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒓𝒂çã𝒐
+ 𝑷𝒐𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝑬𝒏𝒕𝒓𝒆𝒈𝒖𝒆 𝒂𝒐𝒔 𝑨𝒖𝒙𝒊𝒍𝒊𝒂𝒓𝒆𝒔
Lembrando que:
Fazendo:
temos,
𝑷𝒕𝒓𝒂çã𝒐 ∙ 𝜼𝒍𝒐𝒄𝒐
𝑭𝒓𝒐𝒅𝒂 =
𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
Uma locomotiva ao rebocar outros veículos aplicando sua força de tração, demanda certa
quantidade de aderência, que é dependente do seu peso aderente, isto é:
Porém, a Demanda de Aderência exigida pela força de tração exercida pela locomotiva
deve ser superada por uma aderência disponibilizada pelo contato da roda com o trilho,
ou seja:
𝝁𝒂 ≥ 𝑫𝒂
Caso contrário, as rodas motrizes têm uma grande tendência a patinar por não possuírem
aderência suficiente.
A aderência disponível pode ser determinada pela expressão de Parodi:
𝟏
𝝁𝒂 = 𝝁𝟎 ∙ [%]
𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝒗
1.3.1.1 Exemplo 1
Uma locomotiva de 𝟒. 𝟒𝟎𝟎 𝒉𝒑 de potência disponível para tração, 𝟏𝟖𝟎 𝒕𝒇 de peso aderente
e 𝟖𝟐% de rendimento no sistema de tração, disponibiliza a uma velocidade de 𝟏𝟎 𝒌𝒎/𝒉
um esforço trator igual a:
𝑭𝒍𝒐𝒄𝒐
𝑫𝒂 = ∙ 𝟏𝟎𝟎 [%]
𝑷𝒍𝒐𝒄𝒐
𝟗𝟖. 𝟕𝟔𝟕, 𝟏𝟑
𝑫𝒂 = ∙ 𝟏𝟎𝟎 = 𝟓𝟒, 𝟖𝟕 %
𝟏𝟖𝟎. 𝟎𝟎𝟎
Esse nível de demanda de aderência seria impossível de ser atingido em uma locomotiva
convencional, uma vez que, usando Parodi, com uma aderência para a velocidade nula
igual a 32%, a aderência disponível para 𝟏𝟎 𝒌𝒎/𝒉 seria de:
𝟏
𝝁𝒂 = 𝝁𝟎 ∙ [%]
𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
𝟏
𝝁𝒂 = 𝟑𝟐 ∙ = 𝟐𝟗, 𝟎𝟗 %
𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝟏𝟎
Se todo o torque fosse aplicado, as rodas patinariam sem poder deslocar a locomotiva.
1.3.1.2 Exemplo 2
𝑭𝒍𝒐𝒄𝒐
𝑫𝒂 = ∙ 𝟏𝟎𝟎 [%]
𝑷𝒍𝒐𝒄𝒐
𝟔𝟏. 𝟕𝟐𝟗, 𝟒𝟓
𝑫𝒂 = ∙ 𝟏𝟎𝟎 = 𝟑𝟒, 𝟐𝟗 %
𝟏𝟖𝟎. 𝟎𝟎𝟎
Para que não haja patinação para essa demanda de aderência a 𝟏𝟔 𝒌𝒎/𝒉, necessitamos de
uma locomotiva que apresente aderência disponível para velocidade nula igual a:
𝝁𝟎 = 𝑫𝒂 ∙ (𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐 ) [%]
Esse nível de aderência seria impossível de ser atingido em uma locomotiva convencional,
mas pode ser atingido por uma locomotiva moderna, equipada com um bom dispositivo
de detecção e correção de patinação, como uma locomotiva microprocessada ou uma
locomotiva em corrente alternada.
1.3.1.3 Exemplo 3
Uma locomotiva de 𝟒. 𝟎𝟎𝟎 𝒉𝒑 de potência disponível para tração, 𝟏𝟐𝟎 𝒕𝒇 de peso aderente
e 𝟖𝟐% de rendimento no sistema de tração, possui sistema de detecção de patinação
eficiente, isto é, a aderência disponível para velocidade nula é igual a 𝟑𝟗, 𝟕𝟖%.
A locomotiva somente poderá fazer uso da sua capacidade de esforço de tração a partir
de uma velocidade igual a:
𝟏 𝒌𝒎
𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐 = [ ]
𝑷𝒍𝒐𝒄𝒐 𝒉
𝝁𝟎 ∙ − 𝟎, 𝟎𝟏
𝟐𝟕𝟑, 𝟕𝟒𝟒𝟖𝟏 ∙ [𝑯𝑷] ∙ 𝜼𝒍𝒐𝒄𝒐
𝟏 𝒌𝒎
𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐 = = 𝟐𝟑, 𝟏𝟕
𝟏𝟐𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒉
𝟎, 𝟑𝟗𝟕𝟖 ∙ 𝟐𝟕𝟑, 𝟕𝟒𝟒𝟖𝟏 ∙ 𝟒. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝟎, 𝟖𝟐 − 𝟎, 𝟎𝟏
1.3.1.4 Exemplo 4
𝑭𝒍𝒐𝒄𝒐
𝑫𝒂 = ∙ 𝟏𝟎𝟎 [%]
𝑷𝒍𝒐𝒄𝒐
O valor obtido é compatível com este tipo de equipamento, mesmo não tendo um
sistema de detecção e correção de patinação.
Na partida do trem, a força de tração necessária para tirar o trem da inércia e colocá-lo
em movimento, começa crescendo ligeiramente e depois decresce rapidamente à medida
que a velocidade de desligamento aumenta.
Como visto anteriormente, o veículo motriz precisa de peso aderente para rebocar os
outros veículos, utilizando para tanto sua força de tração, dada pela expressão:
𝑭𝒕 = 𝝁𝒂 ∙ 𝑷𝒂 [𝒌𝒈𝒇]
1.3.2.1 Exemplo
Uma locomotiva de 𝟒. 𝟎𝟎𝟎 𝒉𝒑 de potência disponível para tração, 𝟏𝟔𝟎 𝒕𝒇 de peso aderente
e 𝟖𝟐% de rendimento no sistema de tração, que possui sistema de detecção de patinação
eficiente com aderência disponível para velocidade nula igual a 𝟑𝟗, 𝟕𝟖 %, desenvolve um
esforço de tração na partida igual a:
𝑭𝒕𝒑 = 𝟎, 𝟑𝟔 ∙ 𝑷𝒂 [𝒌𝒈𝒇]
𝟏
𝝁𝒂 = 𝝁𝟎 ∙ [%]
𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
𝟏
𝝁𝒂 = 𝟑𝟗, 𝟕𝟖 ∙ = 𝟑𝟒, 𝟒𝟏%
𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝟏𝟓, 𝟓𝟗
O exame da expressão da potência mecânica desenvolvida nos eixos dos rodeiros de uma
locomotiva diesel-elétrica:
mostra que o esforço de tração nas rodas da locomotiva decresce à medida que a
velocidade aumenta, ou vice-versa, se a potência for mantida constante, isto é:
50.000
40.000
Esforço de Tração [kgf]
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
Quanto maior for o peso aderente de uma locomotiva de grande potência, menor será a
demanda de aderência e maior será sua capacidade de tração.
Isto indica que precisamos de peso na locomotiva para rebocar um trem e de potência
para imprimirmos velocidade a ele.
Portanto, maior potência disponível para tração serve somente para imprimir maior
velocidade ao trem.
Locomotiva de 3.000 hp
50.000
Locomotiva de 3.600 hp
Locomotiva de 4.000 hp
40.000
Esforço de Tração [kgf]
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
# 3 - 850 hp # 4 - 1300 hp
50.000
# 5 - 1800 hp # 6 - 2.300 hp
# 7 - 2.950 hp # 8 - 3.600 hp
40.000
Esforço de Tração [kgf]
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
𝑭𝑨𝒅 = 𝝁𝒂 ∙ 𝑷𝒂 [𝒌𝒈𝒇]
𝟏
𝝁𝒂 = 𝝁𝟎 ∙ [%]
𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
Como visto anteriormente, uma locomotiva diesel-elétrica não pode converter todo o
torque disponível em força de tração, pois a sua força de tração depende principalmente
da aderência disponível.
A utilização da parte superior das curvas de esforço de tração fica limitada pela curva de
aderência disponível, sob pena de a locomotiva entrar em patinação.
40.000
Esforço de Tração [kgf]
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
Na Figura 1.78, além da curva esforço tração x velocidade de uma locomotiva diesel-
elétrica, foi traçada a curva representativa da resistência ao movimento que o trem tem
que vencer, para se locomover nas diversas velocidades, admitindo um trecho em nível,
isto é, 𝒊 = 𝟎%.
Admitamos, agora, que o trem atinja uma rampa.
Além da resistência anterior, o trem terá que vencer, mais uma resistência adicional no
sentido contrário ao da marcha do trem, devida a componente da gravidade.
Neste caso, as curvas representativas da resistência do trem serão: 𝒊 = 𝟎, 𝟏%, 𝒊 = 𝟎, 𝟐%, 𝒊 =
𝟎, 𝟑%, 𝒊 = 𝟎, 𝟒%, 𝒊 = 𝟎, 𝟓%, conforme o valor da rampa a vencer.
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
Observamos também que, antes dos pontos de intercessão, isto é, nas velocidades
inferiores, as ordenadas da curva de esforço de tração são maiores do que as ordenadas
da curva do esforço resistente.
As diferenças de ordenadas representam forças aceleradoras que poderão aumentar a
velocidade do trem.
Ao contrário, após os pontos de intercessão, isto é, nas velocidades superiores, as
ordenadas da curva de esforço de tração são menores do que as ordenadas da curva do
esforço resistente.
As diferenças de ordenadas representam forças retardadoras que poderão diminuir a
velocidade do trem.
Para operação da locomotiva em pontos de equilíbrio situados acima da velocidade
mínima contínua, os motores de tração da locomotiva poderão sofrer superaquecimento
se não respeitado seu perfil térmico.
Para os pontos de equilíbrio acima da curva de aderência disponível, existe a
possibilidade da locomotiva patinar.
30.000
Para rampas com inclinação igual ou
superior, a locomotiva se deslocará com
Força aceleradora velocidade abaixo da mínima contínua
Esforço Trator > Esforço Resistente
20.000
Força retardadora
Esforço Trator < Esforço Resistente
Ponto de equilíbrio
Esforço Trator = Esforço Resistente
10.000
Velocidade Velocidade
Mínima Contínua de regime
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
1.3.4.1 Exemplo 1
Altitude
8 1
A4
7 0,0%
A3 0,1%
6
A2 0,1%
5 0,2%
A1
Ponto de
aceleração
5
#8
4
#7
3 6 7
#6
2 8 1
#5
1
#4
#3
#2
#1
Idle t
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8
Vamos considerar que a locomotiva diesel-elétrica que traciona o trem possui 𝟑. 𝟔𝟎𝟎 𝒉𝒑 de
potência e curvas de esforço de tração para cada um de seus ponto de aceleração como
as que estão traçadas sobre as curvas de resistência do trem para cada condição de
rampa equivalente, como mostrado na Figura 1.81.
30.000
6 5
20.000 8 7
4
2 3
1
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
Posição no
Operação do trem
gráfico
Velocidade
[km/h]
4
60 3
50 2
40 1 1
5
30 7
6 8
20
10
0 t
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8
1.3.4.2 Exemplo 2
Altitude
6 2
A2
0,0%
0,3%
5
A1
0,3%
1 0,0% 2 0,0% 3 0,0% 4
A0 t
Ponto de
aceleração
5
#8
4
#7
3 6 2
#6
2
#5
1
#4
#3
#2
#1
Idle t
t1 t2 t3 t4 t5 t6
Vamos considerar que a locomotiva diesel-elétrica que traciona o trem possui 𝟑. 𝟔𝟎𝟎 𝒉𝒑 de
potência e curvas de esforço de tração para cada um de seus ponto de aceleração como
as que estão traçadas sobre as curvas de resistência do trem para cada condição de
rampa equivalente, como mostrado na Figura 1.84.
6 5 Aderência Disponível
Esforço de Tração [kgf]
30.000
20.000
3 4
1 2
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Velocidade [km/h]
Posição no
Operação do trem
gráfico
Velocidade
[km/h]
4
60 3
50 2 2
40 1
30 5
20 6
10
0 t
t1 t2 t3 t4 t5 t6
A frenagem dos trens é produzida por um sistema de freio pneumático que possui como
atuador final um dispositivo mecânico, acionado por um cilindro de freio, cujo êmbolo é
deslocado de forma que sua haste, através de um conjunto de alavancas, denominado de
timoneria, aplique esforço numa peça, denominada de sapata de freio, que atrita
diretamente com a superfície de rolamento da roda.
Cilindro de freio
P
Timoneria
Alavanca de freio
Contra sapata
Sapata de freio
A força total exercida pela sapata de material não metálico sobre a superfície de
rolamento da roda na direção radial é originada pela atuação de ar comprimido sobre o
êmbolo do cilindro de freio.
Durante o contato deslizante entre a sapata e a roda, surge uma força de atrito,
diretamente proporcional à força aplicada pela sapata de freio, que produz o conjugado
retardador responsável pela redução da velocidade do trem.
Por esse motivo, o sistema de freio pneumático também é denominado de sistema de
freio de atrito.
𝑪 𝒊 = 𝑭𝒂 ∙ 𝑹 = 𝝁 𝒂 ∙ 𝑷 𝒂 ∙ 𝑹
𝑭𝒂 Força de aderência;
𝝁𝒂 Coeficiente de aderência;
𝑷𝒂 Peso aderente do veículo;
𝑹 Raio da roda.
Sentido de movimento
Ci C
Fi e r
N Fr
R
Fa c -Fi
Pa
Sentido de movimento
Sapata de freio
Ci Cr
Fi e CF FF
N Fr
R Ff
Fa c -Fi
Pa
𝑭𝑭 = 𝝁 𝒇 ∙ 𝑭𝒇
𝑪 𝑭 = 𝑭𝑭 ∙ 𝑹 = 𝝁 𝒇 ∙ 𝑭𝒇 ∙ 𝑹
Por sua vez, o conjugado 𝑪𝑭 aplica uma força igual à 𝑭𝑭 ao eixo da roda, que também se
opõem à força 𝑭𝒊 produzida pela inércia do trem, fazendo retardar seu movimento.
𝑪𝑹 = 𝑪𝒓 + 𝑪𝑭
𝑪𝑹 ≥ 𝑪 𝒊
𝑪𝒓 + 𝑪𝑭 < 𝑪𝒊
isto é,
𝑭𝒓 ∙ 𝑹 + 𝑭𝑭 ∙ 𝑹 < 𝑭𝒂 ∙ 𝑹
ou
𝑭𝒓 + 𝑭𝑭 < 𝑭𝒂
Sendo,
𝑭𝑭 ≫ 𝑭 𝒓
podemos escrever:
𝑭𝑭 < 𝑭 𝒂
de onde podemos concluir que a força tangencial à roda, criada pelo atrito da sapata
sobre a superfície de rolamento da roda, não deve assim ultrapassar a força tangencial
contrária criada pela aderência da roda ao trilho.
Substituindo as expressões das forças na desigualdade acima, temos;
𝝁 𝒇 ∙ 𝑭𝒇 < 𝝁 𝒂 ∙ 𝑷 𝒂
ou,
𝝁 𝒂 ∙ 𝑷𝒂
𝑭𝒇 <
𝝁𝒇
A força aplicada sobre a sapata de freio poderá ser tanto maior, quanto maior for o
coeficiente de aderência e quanto mais carregada estiver a roda.
No entanto, é regra básica na técnica de frenagem, que durante a frenagem as rodas não
devem deixar de rodar, porque se as rodas pararem e deslizarem sobre os trilhos:
Formam-se calos e defeitos térmicos nas rodas, que não só são dispendiosos de
remover, como encurtam grandemente a vida das rodas.
Portanto, a força 𝑭𝒇 aplicada na sapata de freio deve ser o mais intensa possível, porém
limitada a valores tais que o deslizamento da roda sobre o trilho se torne improvável nas
condições normais de operação do trem.
𝒇𝒐𝒓ç𝒂 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒕𝒂𝒓𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐
𝑫𝒂 =
𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒗𝒆í𝒄𝒖𝒍𝒐
Mecânica de Locomotivas
1866 O gerador de corrente contínua auto-excitado foi inventado por Werner Von
Siemens;
1892 O motor de combustão interna a óleo combustível que foi patenteado por
Rudolf Diesel.
1925 O motor diesel foi empregado pela primeira vez numa locomotiva de manobras
da Central of New Jersey Railroad.
1941 O motor diesel foi utilizado no transporte de cargas na Ferrovia Santa Fé.
-
~
Locomotiva com motores de tração de corrente contínua Locomotiva com motores de tração de corrente alternada
2.2 Truques
Estrutura (aranha);
Suspensão;
Timoneria de freio;
Areeiros.
Um eixo do rodeiro;
Um par de rodas;
Uma engrenagem;
Um pinhão;
Um motor de tração.
Os eixos dos rodeiros são em aço forjado segundo a Norma AAR M-101.
𝒂×𝒃
Exemplos:
𝟔 ½" × 𝟏𝟐"
𝟓 ½" × 𝟏𝟎"
A manga do eixo define a resistência do mesmo de acordo com a carga por eixo da
locomotiva.
2.2.1.2 Rodas
As rodas das locomotivas são de múltiplas vidas, podendo ser em aço forjado e laminado
ou fundido segundo a Norma AAR M-107 Classe C.
Diâmetro:
𝟑𝟔" = 𝟗𝟏𝟒 𝒎𝒎
𝟒𝟎" = 𝟏. 𝟎𝟏𝟔 𝒎𝒎
𝟒𝟐" = 𝟏. 𝟎𝟔𝟔, 𝟖 𝒎𝒎
Devido à sua importância no aspecto segurança, a roda tem que ter as medidas do friso e
do aro frequentemente inspecionadas e reperfiladas.
O reperfilamento (usinagem) de uma roda permite que ela tenha várias vidas antes de ser
finalmente sucateada.
2.2.1.3 Mancais
Os mancais de rolamentos tipo rolos cilíndricos são lubrificados a óleo e compostos de:
São aplicados e removidos do eixo sem expor seus elementos, vedações ou lubrificantes
a uma contaminação ou avaria.
Ele é retido no eixo por uma capa terminal, que é segura por três parafusos de tampa e
uma placa trava.
A caixa do rolamento é usada para fixar o conjunto do mancal aos pedestais do truque.
Devem ser limpas e isentas de sujeira, poeira, cavacos de metal e material estranho, os
quais podem impedir o assentamento adequado do rolamento no adaptador.
2.2.1.4 Engrenamento
2.2.1.4.1 Engrenagem
Tem furo cilíndrico não chavetado e é montada por prensagem a frio no eixo do rodeiro,
sendo fixada ao eixo apenas pela interferência entre ambos.
Se engrenagens e pinhões com desgaste excessivo forem reutilizados, poderá vir a
ocorrer altas cargas entre estes e as engrenagens que com eles se acasalarem.
2.2.1.4.2 Pinhão
Fabricado com furo cônico sem chaveta é montado a quente ao eixo do motor de tração,
ou seja, o pinhão é fixado ao eixo unicamente pela interferência eixo-pinhão.
Pelo fato do pinhão estar montado numa ponta de eixo em balanço e sujeito a altos
torques, o acoplamento do pinhão com o eixo do motor se torna um ponto fraco, pois, é
muito comum a ocorrência de defeitos como:
Pinhão cortado
Pinhão trincado
Pinhão avariado
Para evitar que este excesso de concentração de carga possa causar ruptura por fadiga, a
espessura do dente é ligeiramente mais larga na parte mais próxima do motor (dentes
ligeiramente cônicos).
Em função dos muitos defeitos de soltura, trinca, quebra de dentes do pinhão, foi
desenvolvido um pinhão integrado, que é fabricado de forma solidária ao eixo.
A altura da caixa de graxa em relação ao topo do trilho deverá ser superior a 𝟏𝟎𝟖 𝒎𝒎
com rodas novas.
O motor de tração é preso ao eixo das rodas pelos mancais de apoio, que podem ser de
dois tipos:
De fricção
A lubrificação dos casquilhos e do eixo das rodas é garantida pela escova ou mecha.
De rolamentos
O fechamento dos mancais de apoio de rolamentos é feito por uma peça denominada de
“tubo U”, onde são montados os rolamentos.
Devido aos tipos de mancais de apoio, podemos ter dois tipos de montagem dos
conjuntos:
De fricção
De rolamentos
No caso das locomotivas que utilizam “truques articulados”, o peso da parte superior da
locomotiva é descarregado sobre as travessas flutuantes intermediárias, ou travessões de
distribuição de cargas, denominados de “span bolster”.
Os pinos centrais da plataforma da locomotiva são encaixados em cada um dos pratos
centrais do “span bolster”, que, por sua vez, têm piões que se encaixam nos pratos do
“bolster” correspondente a cada um dos truques.
2.2.6 Suspensão
As caixas de rolamento, montadas nas pontas dos eixos dos rodeiros, têm seu
movimento relativo ao truque limitado pelos pedestais laterais, aos quais estão
aparafusadas as placas de desgaste, chamadas de “telhas”, que guiam o movimento
vertical das caixas de rolamento.
Na base dos pedestais laterais é aparafusada uma placa de aço que limita o deslocamento
vertical inferior da caixa de rolamentos entre os pedestais, e evita que as bases dos
pedestais se distanciem entre si, provocando folgas entre as caixas de rolamento e as
telhas.
Todo o peso da locomotiva é transferido das estruturas dos truques para os eixos dos
rodeiros através de um conjunto de molas helicoidais, fabricadas conforme a Norma AAR
M-114, que se apóia diretamente sobre as caixas de rolamento.
Além das molas helicoidais, na suspensão primária podem ser utilizados amortecedores
telescópicos hidráulicos, cuja função é de absorver as oscilações provocadas pelos
movimentos parasitas da estrutura da locomotiva.
Isto é conseguido por um artifício mecânico, pela utilização de uma corrente diretamente
ligada ao mecanismo de freio.
2.2.8 Areeiros
Localizados à frente dos rodeiros líderes de cada truque da locomotiva, os bicos dos
areeiros são presos a estrutura do truque e direcionados para o ponto de contato da roda
com o trilho.
Ao número de eixos
Truque B 2 eixos
Truque C 3 eixos
Truque D 4 eixos
Quanto à flexibilidade
Rígidos
Articulados
De alto desempenho
Figura 2.70 1- Pino central; 2- Pino luva de tração; 3- Pino junção de tração; 4- Haste do
laço da tração; 5- Castanha
Radiais
2.3 Plataforma
Suportar as cabinas;
São duas vigas I que se estendem paralelamente ao longo da plataforma e podem ser
formadas por:
Chapa de piso;
Chapa de fundo;
Esta chapa une as duas vigas principais pela parte inferior da plataforma, formando uma
espécie de caixa.
Nas locomotivas de médio e grande porte, essa caixa é aproveitada como duto do ar para
resfriamento dos motores de tração e dos equipamentos elétricos sobre a plataforma.
Na Figura 2.79 vemos detalhes do processo de montagem e de formação da plataforma
de uma locomotiva.
Chapa de piso
Viga
lateral
Duto
de ar Viga
principal
Chapa de fundo
Vigas Transversais;
A junção entre as duas vigas principais é feita com duas peças chamadas de vigas
transversais, placas centrais ou travessas da plataforma.
Estas peças tanto podem ser feitas de aço fundido como de chapas de aço.
Pinos Centrais;
Localizados nas vigas transversais, os pinos centrais, também conhecidos como pião, são
os elementos de ligação entre a plataforma e os truques da locomotiva.
Vigas agulha;
Olhais de içamento;
Na Figura 2.83, vemos locomotivas sendo desembarcadas do navio suspensas por seus
olhais de içamento.
2.3.2 Testeiras
Sustentam:
As tomadas jumper;
O limpa trilhos.
É uma estrutura reforçada de chapas de aço soldadas que abriga o aparelho de choque e
tração.
Instaladas em cada uma das testeiras, são projetadas para transmitir à plataforma os
impactos e os choques de tração e compressão recebidos pelos engates.
2.3.2.3 Engates
2.3.3 Escadas
A locomotiva deve possuir uma escada em cada lado de suas extremidades, dotada de
corrimão, com degraus em chapa de aço com superfície antiderrapante.
2.4 Cabinas
As cabinas da locomotiva são todas leves, feitas de chapas e perfis de sustentação de aço
de baixo-carbono, com função apenas de proteção.
Limpadores de pára-brisas;
Tudo o que há dentro dela pode ser retirado para trabalhos de manutenção através das
portas ou janelas.
A cabina do motor diesel possui uma capota independente que pode ser removida da
plataforma como uma unidade completa para facilitar o acesso aos equipamentos nela
contido.
A capota possui portas laterais e escotilhas que permitem o livre acesso para manutenção
ou remoção dos equipamentos do motor, enquanto na locomotiva.
O número de ordem da locomotiva está posicionado na parte superior dos dois lados de
ambas as extremidades, com lentes de vidro e letras brancas impressas sobre fundo
preto, e iluminados para identificação noturna.
Também são impressos em ambos os lados da parte externa da cabina do operador,
conforme padrão.
2.4.5 Faróis
Na extremidade dianteira, um farol oscilante e dois faróis com lâmpadas alógenas, com
controle individual que permita operar com duas intensidades de luz, inclusive em tração
múltipla.
Podemos ter também, com controle individual, dois faróis com lâmpadas alógenas e um
par de faróis que, quando em funcionamento, se alternam simulando o farol oscilante,
denominados de ditch light.
No seu interior são soldadas chapas de aço, denominadas quebra ondas, que dividem o
tanque em compartimentos, a fim de evitar ondas que se formam com o balanço da
locomotiva.
O fundo do tanque serve como uma bacia e é equipado com um bujão de dreno em cada
extremidade para que a água condensada no tanque seja drenada periodicamente.
2.4.7 Reservatório de ar
2.4.7.1 Secador de ar
O tipo mais comum de secador de ar é o secador por adsorção, que utiliza um elemento
dissecante, uma substância formada por pérolas à base de silicato de alumínio, cuja
estrutura molecular é extremamente higroscópica, que absorve o vapor de água existente
no ar.
A fim de tornar o sistema com capacidade de secagem praticamente ilimitada, utiliza-se o
processo de regeneração depois de determinados intervalos, efetuado com ar seco e
expandido.
Peso próprio
• EFVM trilho 68
• EFVM 25 ton/eixo
Centro de Gravidade
Inscrição em Curvas
• EFVM 80 m
Mecânica de locomotivas
3.1 Introdução
Tudo começou com o francês Beau de Rocas em 1862, que através de publicações
registrou a compressão preliminar e estimou a auto-ignição de uma mistura gasosa
inflamável.
Entretanto, esse princípio só foi colocado em prática em 1877 pelo alemão Nikolaus Otto,
quando patenteou seu Motor Silencioso a Gás.
Posteriormente, esse motor foi adaptado pelo também alemão Gottlieb Daimler em 1884
para usar gasolina como combustível.
A busca por motores mais eficientes levou ao desenvolvimento de motores a óleo,
culminando com o tipo patenteado em 1892, pelo engenheiro francês, nascido em Paris,
Rudolf Diesel, que desenvolveu o primeiro motor em Augsburg, na Alemanha, no período de
1893 a 1898.
Oficialmente, o primeiro teste bem sucedido foi realizado no dia 17 de fevereiro de 1897, na
Maschinenfabrik Augsburg.
O Motor Diesel é uma máquina térmica alternativa, de combustão interna, destinada ao
suprimento de energia mecânica ou força motriz de acionamento.
Considerado como um dos maravilhosos instrumentos da vida moderna que permite ao
homem se deslocar, transportar e multiplicar sua atividade sobre a terra, sua primeira
aplicação marítima em 1910, automobilística em 1922, e em 1940 começou a
predominar nas indústrias.
Na área ferroviária, as tentativas começaram desde que foi patenteado, porém o primeiro
sucesso resultou somente em 1925.
Um motor é dito térmico quando a energia mecânica que fornece tem origem em uma
fonte calorífica, sendo esse calor desenvolvido pela combustão de combustíveis como
gasolina, álcool, óleo diesel, gás, etc.
O Motor Diesel é um motor térmico de combustão interna, onde a combustão é realizada
sempre sob pressão em câmara específica, na parte interna do motor, diretamente na
presença dos elementos destinados a produzir os movimentos.
O que diferencia o motor diesel dos motores a gasolina e álcool é o método de ignição da
mistura ar/combustível.
O chamado Motor Otto, ou motor a gasolina, hoje amplamente usado pela indústria
automobilística, é caracterizado pela combustão da mistura ar/combustível vaporizado
(gasolina, álcool, etc.) injetada e comprimida sob baixa pressão nos cilindros do motor,
provocada por uma centelha elétrica aplicada próximo à parte superior do curso de
compressão do pistão.
Diferentemente, o motor diesel tem inicialmente o ar injetado nos cilindros do motor,
que é subitamente comprimido pelo pistão de modo a elevar sua temperatura a um valor
que permita a ignição espontânea do combustível (óleo diesel) introduzido na câmara de
combustão próximo à parte superior do curso de compressão do pistão.
Os gases aquecidos resultantes da combustão dessa mistura forçam o pistão para baixo,
que faz girar o eixo manivelas, também denominado de eixo virabrequim, e permite a
realização de trabalho útil.
Assim, o motor diesel também é classificado como um motor de combustão interna, pois
transforma a energia da queima do óleo diesel no interior de uma câmara de combustão
em energia mecânica disponibilizada na ponta de um eixo de manivelas.
O combustível que é injetado ao final da compressão do ar na maioria dos motores do
ciclo Diesel é o óleo diesel comercial, porém outros combustíveis, tais como nafta, óleos
minerais mais pesados e óleos vegetais (biodiesel) podem ser utilizados em motores
construídos especificamente para a utilização destes combustíveis.
O processo Diesel não se limita a combustíveis líquidos.
Pode ser utilizado também carvão em pó e produtos vegetais.
Também é possível a utilização de gás como combustível nos motores conhecidos como
de bi-combustível, combustível mistos ou conversíveis, que já são produzidos em escala
considerável e vistos como os motores do futuro.
A vantagem do motor diesel sobre os de ciclo Otto, reside na sua maior capacidade
térmica (maior produção de trabalho por unidade de consumo de combustível) e no fato
do óleo diesel ser mais barato devido a sua menor necessidade de refino.
Além disso, o motor diesel é mais adequado para suportar trabalho pesado durante
longas jornadas por ter elevada capacidade de força e ser mais durável.
No entanto, quando em alta rotação, o motor diesel é mais barulhento e requer mais
manutenção, razão pela qual o motor a gasolina é mais popular nos automóveis de
passeio.
3.3 Características
Combustível utilizado
Aplicação
Estacionários
Industriais
Veiculares
Marítimos
No instante da ignição, a mistura ocupa um volume muitas vezes menor que o volume
ocupado pelo ar no início da compressão.
Essa relação volumétrica é denominada de taxa de compressão.
A taxa de compressão nos motores diesel é de 𝟏𝟐 𝒂 𝟐𝟎: 𝟏, enquanto que, nos motores a
gasolina, esta relação é de aproximadamente 𝟕: 𝟏.
As pressões de compressão variam de 𝟒𝟎𝟎 𝒂 𝟗𝟎𝟎 𝒑𝒔𝒊, e as pressões de ignição podem
alcançar 𝟏. 𝟒𝟎𝟎 𝒑𝒔𝒊.
Em conseqüência dessa alta pressão, a temperatura atinge valores superiores a 𝟓𝟎𝟎℃,
podendo, por isso, inflamar o combustível sem a necessidade da produção de uma
centelha.
Quantidade de cilindros
𝟖, 𝟏𝟐, 𝟏𝟔 ou 𝟐𝟎 cilindros
Potência
O motor tem sua capacidade definida pela quantidade de trabalho que é capaz de
realizar na unidade de tempo, indicada em termos de potência, em hp (horse power)
ou cv (cavalo vapor).
São comercializados em potências que variam de uns poucos 𝒉𝒑 a mais de 10𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝒉𝒑.
As locomotivas operam nas potências de: 𝟕𝟎𝟎, 𝟏. 𝟎𝟎𝟎, 𝟏. 𝟓𝟎𝟎, 𝟏. 𝟖𝟎𝟎, 𝟐. 𝟎𝟎𝟎, 𝟐. 𝟐𝟎𝟎,
𝟐. 𝟒𝟎𝟎, 𝟑. 𝟎𝟎𝟎, 𝟑. 𝟑𝟎𝟎, 𝟑. 𝟗𝟎𝟎, 𝟒. 𝟏𝟓𝟎 e 𝟔. 𝟑𝟎𝟎 𝒉𝒑.
Ciclo de trabalho
Dois tempos
Quatro tempos
Modo de admissão do ar
Soprado
Laser
Trabalho leve
Trabalho pesado
Médio contínuo
Contínuo
Sistema de arrefecimento
A água
A ar
3.3.1 Exemplos
Características:
𝟗𝟎𝟎 𝒓𝒑𝒎
𝟑. 𝟗𝟎𝟎 𝒉𝒑
𝟐𝟎 cilindros
Em V - ângulo de 𝟒𝟓°
Dois tempos
Turbinado
Trabalho pesado
Arrefecido a água
Características:
𝟏𝟎𝟓𝟎 𝒓𝒑𝒎
𝟒. 𝟏𝟓𝟎 𝒉𝒑
𝟏𝟔 cilindros
Em V - ângulo de 𝟒𝟓°
Quatro tempos
Turbinado
Trabalho pesado
Arrefecido a água
Bloco;
Cárter;
Eixo de manivelas;
Conjunto de força;
Bielas;
Pistão;
Camisa;
Cabeçote.
Nas figuras a seguir são apresentados os desenhos em corte de alguns motores, onde
estão destacadas suas partes principais.
3.4.1 Bloco
Os conjuntos de força;
Os acessórios.
Além desses elementos principais, também aloja todas as tubulações dos sistemas de
arrefecimento, lubrificação e combustível, estão fixadas interna ou externamente ao
bloco.
Na seção dianteira do bloco se alojam as engrenagens de distribuição de movimentos
para os acessórios externos, tais como bomba d’água, ventilador, alternador de carga das
baterias e para sincronismo da bomba de combustível e da árvore de comando de
válvulas.
Na seção traseira se encontram o volante e a respectiva carcaça, para montagem do
equipamento acionado.
Quando o motor tem a configuração em 𝐕 (ângulo de 𝟒𝟓°), existem duas bancadas, a da
direita e a da esquerda.
Todos os cuidados de manutenção preventiva se concentram sobre os sistemas do motor.
O mecanismo principal só recebe manutenção direta por ocasião das revisões gerais de
recondicionamento ou reforma, quando é totalmente desmontado, ou se, eventualmente
necessitar de intervenção para manutenção corretiva, em decorrência de defeito ou
acidente.
Os componentes internos estão sujeitos a desgastes inevitáveis, porém sua durabilidade
e performance dependem unicamente dos cuidados que forem dispensados aos sistemas.
Liga de alumínio
A grande maioria dos motores tem o bloco constituído de uma única peça em ferro
fundido, que é usinada para receber a montagem dos componentes.
3.4.2 Cárter
Como a temperatura de trabalho desse eixo é bastante elevada, o mesmo possui canais
internos e externos de lubrificação que permitem a circulação do óleo lubrificante para os
mancais fixos e móveis, a fim de arrefecer o conjunto eixo virabrequim-casquilhos.
O eixo virabrequim é fixado ao bloco através dos mancais principais (mancais fixos) nos
munhões, e suporta o torque proveniente dos conjuntos de força através dos mancais
das bielas (mancais móveis) nos moentes.
Cada motor diesel possui dois eixos de comando de válvulas, também conhecido como
eixo de cames devido aos ressaltos excêntricos que possui.
É montado um de cada lado do bloco do motor diesel, e são acionados pelo virabrequim
através de engrenagens.
Nos motores grandes, os eixos de comando de válvulas são compostos de segmentos, o
que permite um manuseio mais fácil durante a manutenção.
As seções são conjuntadas com parafusos prisioneiros e porcas.
A biela;
O cabeçote;
A camisa;
3.4.5.1 Bielas
Bielas são peças de aço forjado de alta resistência mecânica e usinagem de precisão.
Têm a função de transmitir a força motriz do pistão (movimento alternado:
ascendente/descendente) ao virabrequim (movimento rotativo).
Normalmente, em cada moente do virabrequim dos motores diesel em 𝐕 são instaladas
duas bielas.
O formato das bielas depende de cada projeto.
Nos motores de quatro tempos existe uma biela mestra ou principal e outra articulada
ou secundária.
A biela articulada é acoplada à biela mestra através de um pino.
Nos motores de dois tempos também existe uma biela mestra ou principal (biela garfo)
que é intertravada a outra articulada ou secundária (biela faca).
3.4.5.2 Pistão
Nos motores de quatro tempos os pistões são formados por duas peças:
A região superior em aço, também chamada de coroa, que suporta as mais altas
temperaturas;
3.4.5.3 Anéis
3.4.5.4 Camisa
É dentro da camisa que ocorre a combustão, e para tanto é constituída de ferro fundido.
A camisa e o pistão são peças interdependentes, ou seja, suas medidas têm que ter um
ajuste dimensional perfeito entre si para que seja obtido o melhor desempenho possível
do motor.
A rugosidade e a profundidade da camada superficial interna de cromo/ferrox ou nitreto
da camisa também é essencial para que se tenha um perfeito assentamento dos anéis.
Nas locomotivas com motor de dois tempos a camisa é independente do cabeçote e vai
montada diretamente no bloco do motor.
Flange de entrada d’água a água entra, circula pelo cilindro, subindo para
escoar-se no cabeçote.
Nas locomotivas com motor de quatro tempos a camisa e o cabeçote formam uma
peça única que é montada dentro da jaqueta.
Estrutural;
De arrefecimento da camisa.
3.4.5.5 Cabeçote
A parte inferior do cabeçote constitui a parte superior da câmara de combustão, pois é ali
que ocorre a combustão da mistura ar-óleo diesel pulverizado.
Nos motores de dois tempos, o cabeçote é fixado ao bloco do motor por meio de placas
ou de uma peça chamada caranguejo.
3.4.5.6 Válvulas
3.4.5.7 Balancins
Os balancins são postos a funcionar diretamente pelo eixo comando de válvulas através
de um rolete montado na extremidade bifurcada de cada balancim.
Uma mola e um assentamento de mola são presos na haste da ponte de válvula por um
anel trava.
O diagrama pressão x volume mostrado na Figura 3.1 nos dá uma visão da sequência a
que se submete, dentro do cilindro, uma porção de combustível e comburente durante
um ciclo de trabalho de um motor diesel ideal, a fim de que esta mistura libere a energia
térmica contida na mesma.
Pressão
Calor absorvido
a pressão constante
b
P2 c
Não há troca
de calor
W
Não há troca
P3 d
de calor
Calor cedido
a volume constante
P1 a
Volume
V2 V3 V1
Figura 3.32 Diagrama pressão x volume do ciclo de trabalho de um motor diesel ideal
Quatro Tempos;
Dois Tempos.
Enquanto que os motores de quatro tempos são mais eficientes, os motores de dois
tempos são mais simples.
Portanto, a razão para usar um tipo ou outro é realmente uma questão de preferência.
As locomotivas fabricadas pela EMD possuem motores de dois tempos, e as fabricadas
pela General Electric (GE) possuem motores de quatro tempos.
Um ciclo do Motor Diesel de Quatro Tempos se completa com quatro cursos do pistão, o
que corresponde a duas rotações do eixo virabrequim, havendo somente um Tempo
Motor em cada ciclo de trabalho.
Ar
Escape
PMS
PMI
A Figura 3.4 mostra os ângulos de giro do eixo virabrequim em que ocorrem os eventos
da sequência de funcionamento de um dos cilindros de um motor de quatro tempos.
Lavagem
126°
Válvulas de admissão PMS
e escape abertas
65° 61°
82° Fechamento das
Abertura das
válvulas de escape
válvulas de admissão
61°
Compressão 295°
Trabalho
135°
125°
Início da injeção de
278°
combustível
270° 90°
125°
Estando o pistão no seu movimento descendente, do ponto morto superior (PMS) para o
seu ponto morto inferior (PMI), a 𝟔𝟏° do PMS a válvula de admissão é aberta e a de escape
é mantida fechada.
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Um pouco antes de o pistão atingir o PMS do seu curso, o injetor pulveriza óleo
combustível no cilindro.
Ar
Escape
PMS
PMI
No Motor Diesel com Injeção Eletrônica (EFI), o combustível começa a ser injetado sob
altíssima pressão pelos injetores na câmara a partir de 𝟖𝟐° antes do PMS.
Ar
Escape
PMS
PMI
Figura 3.42 Nos motores com EFI a injeção do combustível se dá a partir de 𝟖𝟐° antes do
PMS
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
A 𝟔𝟓° de o pistão atingir PMS, a válvula de admissão também se abre, dando início a um
período intermediário chamado lavagem, cuja função é a de expulsar os resíduos da
combustão para fora do cilindro e, ao mesmo tempo, auxiliar no arrefecimento dos
componentes internos do conjunto de força.
Ar
Escape
PMS
PMI
A lavagem ocorre com as válvulas de admissão e escape abertas e com o pistão em seu
movimento ascendente e descendente durante um curso de 𝟏𝟐𝟔°.
Ar
Escape
PMS
PMI
Ar
Escape
PMS
PMI
Admissão
Escape
Escape
Compressão Trabalho Compressão Trabalho
1 rotação 1 rotação
1 ciclo 1 ciclo
Figura 3.51 Ciclo de trabalho de um motor de dois tempos
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
10
3°
Abertura das válvulas de escape
°
61° 77
45°
45 °
Válvulas de escape abertas
Fechamento das válvulas de escape
Fechamento das janelas de ar Abertura das janelas de ar
Janelas de ar abertas
PMI
Admitindo-se que:
O pistão está no PMI do seu curso e está iniciando seu movimento ascendente;
Ar penetra nos cilindros através das janelas, expulsando os gases deixados pela
combustão anterior para a atmosfera através da abertura da válvula de escape,
passando em seguida a encher de ar o cilindro.
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
Quando o pistão atinge 𝟒𝟓° acima do PMI, as janelas de ar são fechadas pelo próprio
pistão.
Em seguida, as válvulas de escape também são fechadas, fazendo com que o volume de
ar fique preso no interior do cilindro.
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
Continuando seu curso ascendente, o pistão comprime o ar que está preso no cilindro,
até um volume muito pequeno.
Um pouco antes de o pistão atingir o PMS do seu curso, o injetor pulveriza óleo
combustível no cilindro.
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
O movimento do pistão continua até que as válvulas de escape voltem a ser abertas.
As válvulas de escape são abertas antes das janelas dos cilindros a fim de evitar o escape
de uma grande parte dos gases de combustão, reduzindo a pressão no cilindro.
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
Escape Escape
Ar
PMS
PMI
O Motor Diesel possui cinco sistemas cujas funções estão mostradas na tabela.
Sistema Função
A função do sistema de óleo lubrificante é interpor uma película de óleo lubrificante entre
as partes móveis do motor diesel, reduzindo os efeitos causados pelo atrito, através da
circulação contínua do óleo lubrificante do cárter até as partes a serem lubrificadas, como
o eixo virabrequim, as bielas, as engrenagens, etc.
3.6.1.1 Lubrificação
Qualquer tipo de movimento relativo entre corpos sólidos, líquidos ou gasosos origina
um atrito, que se opõe a esse movimento.
O atrito produz calor que, entre outros inconvenientes, representa uma perda direta de
energia.
No funcionamento de qualquer motor diesel ocorre o fenômeno conhecido como atrito
metálico nas partes animadas de movimentos relativos.
É, portanto de grande importância reduzir a um mínimo o atrito metálico, não só com
finalidade de minorar a perda de energia e o aquecimento pelo calor desprendido, como
também para diminuir o ruído e o desgaste das peças, eliminando os riscos de ruptura
das mesmas.
Isto é obtido com a interposição, entre as peças metálicas, de uma substância fluida, o
lubrificante, que fornece uma película adequada.
Esta película exerce uma função denominada lubrificação.
Daí dizer-se que lubrificar é:
Redução de desgaste;
Reduz o atrito;
Reduz o desgaste nas fases da partida, parada e em regimes de alta carga do motor;
Com a evolução dos lubrificantes, estes passaram a acumular novas funções como:
Auxílio à vedação;
Transferência de calor;
Para que possamos realizar a medida real do volume de óleo no cárter, é importante que
se aguarde que o óleo desça das partes mais altas por pelo menos 5 minutos após o
motor ter sido desligado.
Posteriormente o óleo lubrificante é fornecido pela bomba de limpeza sob alta pressão
para ser filtrado nos filtros Michiana.
Dos filtros Michiana o óleo lubrificante aquecido pelo motor segue para o resfriador,
também denominado de trocador de calor, onde o calor do óleo é transferido para o
sistema de arrefecimento.
O resfriador de óleo é do tipo de passagem simples, pois a água do sistema de
arrefecimento passa pelo resfriador apenas em uma direção.
Há basicamente dois tipos de resfriadores de óleo: um com colmeia composta por tubos
e aletas e outro por um feixe de tubos.
Embora de construção diferentes, o método de resfriamento é o mesmo.
Uma série de defletores controla o fluxo do óleo aquecido dentro do tanque do
resfriador, fazendo-o correr em zig-zag em volta dos tubos do feixe de tubos de água.
O óleo passa por estas passagens até as cruzetas dos tuchos de combustível e
válvulas.
Em seguida, o óleo sobe através dos tuchos das válvulas, para fornecer lubrificação
às partes operativas das válvulas no topo do cilindro.
O retorno do óleo é feito através das cavidades dos tuchos das válvulas para
lubrificar os excêntricos e os roletes dos excêntricos e, em seguida, retorna ao
cárter.
As engrenagens de acionamento dos eixos de comando são lubrificadas por
respingos, através de um orifício e um encanamento vindo do coletor de óleo do
motor.
Ventiladores de resfriamento;
Alimentadores de água;
3.6.2.1 Funcionamento
Sempre que o motor diesel estiver funcionando, o sistema de arrefecimento deve ser
mantido pressurizado a fim de elevar seu ponto de ebulição do líquido refrigerante e
evitar a cavitação, isto é, a destruição das partes internas das bombas centrífugas em
consequência da presença de vapor, durante condições de passagem de temperaturas
elevadas, tais como operação através de túneis longos.
Após circular pelo bloco do motor diesel absorvendo o calor gerado, o líquido
refrigerante aquecido é arrefecido nos bancos de radiadores de resfriamento.
Devido à forma construtiva dos radiadores de resfriamento, principalmente nas uniões
dos tubos ao flange das colmeias, é importante que os mesmos sejam corretamente
O líquido refrigerante aquecido atua sobre o elemento térmico de cada uma das chaves
termostáticas, que estabelece o circuito elétrico para ligar os contatores do respectivo
ventilador.
Assim, à medida que a temperatura do líquido refrigerante vai se elevando, os motores
dos ventiladores de resfriamento vão sendo acionados sequencialmente para controlar o
fluxo de ar através dos radiadores de resfriamento a fim de manter o motor diesel na
temperatura adequada de funcionamento.
A rotação do motor do ventilador é diretamente proporcional à frequência da corrente
alternada, a qual por sua vez depende da rotação do motor diesel.
Atingida uma temperatura mínima de operação do sistema de arrefecimento, o
acoplamento é desfeito e as pás do ventilador de resfriamento voltam a girar à baixa
velocidade.
No lugar das chaves termostáticas pode ser usado um único sensor de temperatura em
estado sólido.
A vantagem desse sistema sobre o que utiliza chaves termostáticas reside no fato de não
necessitar de ajustes periódicos, uma vez que seu ponto de atuação é programável e
armazenado em memória não volátil.
Nas locomotivas com motores soprados, o ar da atmosfera passa inicialmente nos filtros
de porta e em seguida por um filtro de banho a óleo, para remoção de partículas pesadas
e de água.
O ar limpo proveniente do filtro de banho a óleo é dirigido aos cilindros sob pressão pelo
soprador através das caixas de ar de cada lado do motor diesel.
Entrada de ar
Chaminé
de exaustão
Câmara de
ar limpo
Coletor dos gases
de combustão
Turboalimentador Filtro
Cilindros Purificador
After Cooler Tela
3.6.3.2.1 Descrição
Os filtros de inércia são formados por tubos individuais, que atuam como um separador
ciclônico de impurezas em miniatura.
.
Figura 3.82 Tubo purificador de ar
Após passar pelos filtros de inércia, o ar limpo é novamente filtrado nos filtros sacola.
Conjunto do rotor
O turbo alimentador comprime o ar puro a uma pressão muitas vezes superior à pressão
atmosférica, o que favorece sobremaneira a homogeneidade da mistura, e o envia por
tubulações de descarga em cotovelo aos resfriadores intermediários, onde é removida
uma parte do calor gerado pela compressão.
Ao parar o motor diesel, o turbo alimentador continuará girando por inércia por um
intervalo de tempo que depende da rotação em que operava o motor quando foi
desligado, bem como da carga a que estava submetido.
Sem receber óleo lubrificante, uma vez que a bomba de óleo parou de funcionar, os
mancais do turbo alimentador sofrem desgastes no contato entre a bucha e a carcaça e
também entre a bucha e o eixo.
A fim de que os mancais do turbo alimentador estejam sempre lubrificados, mesmo antes
de haver pressão de óleo lubrificante disponível, em alguns motores existe uma bomba
acionada por motor elétrico cuja função é manter a lubrificação dos mancais antes
mesmo da partida e logo após a parada total do motor diesel.
Nos motores diesel que não dispõem deste sitema e habitualmente se desliga o motor
em alta rotação imediatamente após o alívio de carga, a durabilidade do turbo
compressor fica sensívelmente reduzida, podendo ser medida em número de partidas ao
invés de horas de operação.
Nas demais aplicações, onde não há paradas freqüentes do motor em alta rotação, a
durabilidade do turbo compressor pode chegar a até 4.000 horas, contra o máximo de
1.000 partidas nos grupo diesel-geradores.
Por isso, recomenda-se não parar o motor imediatamente após o alívio da carga,
deixando-o operar em vazio por um período de 3 a 5 minutos.
Existe um dispositivo acumulador de pressão para ser instalado na linha de lubrificação
do turbo compressor que ameniza os efeitos das paradas.
Os gases resultantes da combustão são descarregados pelos cabeçotes dos cilindros para
uma ou duas tubulações de exaustão, que são constituídas de um conjunto de câmaras,
juntas de expansão e conjunto de adaptadores.
o Filtros de combustível;
o Injetores de combustível;
o Coadores;
o Tubos de conexão.
A função do segundo visor é de mostrar o óleo que será desviado do circuito normal caso
o filtro secundário esteja entupido.
Quando o volume desviado é grande, o motor poderá parar por falta de combustível.
Nos motores turbo alimentados, devido a pressão máxima de combustão, é exigido uma
maior pressão da injeção de combustível.
Filtros são montados nas conexões de entrada e saída do combustível para proteção das
partes móveis do injetor.
A engrenagem é chavetada e o êmbolo tem encaixe corrediço, a fim de permitir seu
movimento vertical.
A pulverização do combustível é obtida pela alta pressão alcançada durante o movimento
do êmbolo para baixo, forçando o combustível a passar através da agulha da válvula e
sair pelos orifícios no bico pulverizador.
A rotação do êmbolo feita por intermédio da cremalheira e da engrenagem controla a
quantidade do combustível injetado no cilindro a cada movimento.
A posição da cremalheira é controlada pelo governador, através da alavanca de controle
do injetor.
A regulagem do tempo de injeção durante o movimento do êmbolo é feita por um
parafuso ajustador colocado na extremidade do balancim.
A rotação do êmbolo regula o período em que as duas aberturas são fechadas na ocasião
do movimento vertical, controlando desta maneira a quantidade do combustível injetado
no cilindro.
Quando o êmbolo está sendo girado da posição “Lenta” para a posição de “Plena carga”, a
injeção é antecipada e o período de bombeamento é prolongado, de modo a injetar uma
maior quantidade de combustível.
As hélices na extremidade do êmbolo controlam a abertura e fechamento das duas
janelas para passagem de combustível na bucha do êmbolo.
Quando a carga aplicada no eixo de um motor diesel, operando num dos seus oito
pontos de rotação preestabelecidos, cresce, sua rotação tende a cair, pois a
quantidade de combustível injetado num dado tempo é menor que o exigido para
acionar aquela quantidade de carga.
Nesse instante, o governador atua para aumentar a quantidade de combustível
entregue aos cilindros em cada ciclo de trabalho do motor, restabelecendo sua
rotação.
Se a carga aplicada diminuir, a rotação do motor tende a subir, e o governador atua
para reduzir a quantidade de combustível de forma a restabelecer a rotação.
Nos governadores de grande sensibilidade a queda de rotação nesses casos é
desprezível, de modo que podemos afirmar que o governador é isócrono, isto é,
para cada um dos oito pontos de rotação do motor diesel, o governador mantém
1. Controle elétrico remoto do acelerador para oito pontos de rotação e mais uma
posição de desligamento;
Movimento Movimento
horizontal dos horizontal dos
volantes volantes
Movimento
Conexão para dispositivo
vertical do Colar
de controle pistão de força
colar
Acionamento
pelo motor
A coluna, que contém a cabeça dos pesos volantes rotativos, mola de rotação,
conjunto servo de regulagem de rotação bem como os conjuntos da válvula piloto
de regulagem de rotação e válvula piloto de controle de carga;
No topo da coluna estão montados os quatro solenoides elétricos de regulagem de
rotação, designados A, B, C e D, e o solenoide de sobre passagem O.
Rotação
Ponto Válvula A Válvula B Válvula C Válvula D
[rpm]
Idle X 426
#1 X 426
#2 X 551
#3 X X 643
#4 X X X 748
#5 X X X X 843
#6 X X X X 843
#7 X X 951
#8 X X X 1.050
Para manter motor diesel com as características desejáveis ao serviço ferroviário e para
que não sofra danos maiores no caso de ocorrência de qualquer problema relacionado ao
seu funcionamento, alguns parâmetros são constantemente acompanhados por sensores
e subsistemas.
Normalmente esses parâmetros são controlados pelo governador, onde estão montados
dispositivos auxiliares que recebem, atuam e enviam informações dos equipamentos.
Excesso de rotação
A pressão do óleo do sistema de óleo lubrificante deve ser mantida durante todo o tempo
de operação do motor diesel.
Uma pressão de óleo insuficiente provocará extensas avarias nos mancais, pistões,
cilindros e outras partes móveis do motor diesel.
A chave de baixa pressão de óleo é um dispositivo de segurança automático, localizado
no interior do governador de controle do motor diesel.
Se existir uma condição de insuficiência de pressão de óleo lubrificante, a chave de baixa
pressão de óleo lubrificante fará acender uma luz indicadora na cabine do maquinista, e
atuará para:
Desligar o motor diesel sempre que for atingido um baixo valor de pressão no
coletor de óleo lubrificante, interrompendo o funcionamento do motor da bomba de
transferência de combustível.
Sobrepressão do cárter
A combinação dos detectores de baixo nível d’água e baixa pressão no cárter forma um
dispositivo sensível à pressão usado para determinar condições anormais do sistema de
arrefecimento e do sistema de lubrificação do motor diesel.
Se existirem condições potencialmente prejudiciais ao motor, este dispositivo de
proteção causará a parada do motor.
Figura 3.102 Conjunto detector de baixo nível de água e baixa pressão no cárter
O detector de baixo nível d’água equilibra a pressão de saída da bomba d’água com a
pressão da caixa de ar do motor para manter o alívio de óleo fechado.
Quando a pressão de saída da bomba d’água é menor que a pressão na caixa de ar, o
diafragma se move, causando a abertura da válvula de dreno do óleo e alívio da pressão
de óleo do motor no sensor de baixa pressão de óleo no governador.
O governador sente a baixa pressão de óleo e inicia a parada do motor por baixa pressão
de óleo.
Este detector proporciona proteção contra cavitação da bomba d’água, que pode ser
resultado de:
o Cavitação da bomba;
o Trinca no cabeçote;
o Choque hidráulico;
Noutra versão desse dispositivo, o detector de baixo nível d’água é substituído por um
detector do diferencial de pressão entre a entrada e a descarga da bomba de água,
recebendo a denominação de mecanismo protetor da combinação do diferencial de
pressão.
O detector equilibra o diferencial de pressão da bomba d’água com a pressão da caixa de
ar do motor para manter o alívio de óleo fechado.
Em condições normais de operação, o diferencial de pressão da bomba excede a pressão
da caixa de ar.
Falha, insuficiência de pressão ou condições de cavitação da bomba d’água fazem com
que o diferencial de pressão da bomba de água seja menor do que a pressão na caixa de
ar.
A seção do diferencial de pressão de água fornece proteção contra as condições que
possam causar:
Gaxeta defeituosa;
Componentes avariados;
O mau funcionamento, que resulta em pressão positiva no cárter, é sentido pela seção de
pressão do cárter do dispositivo, causando o disparo do detector e a parada do motor.
A paralisação do motor se dá através do sensor do governador de baixa pressão de óleo
ou por meio da paralisação do solenoide do governador.
Sensor de arranque
Sensor de temperatura do
líquido de resfriamento
Controle de tempo;
Diagnósticos.
Além de monitorar os parâmetros do motor diesel, o sistema EFI identifica quais os que
estão fora dos limites normais para cada ponto de aceleração e carga, alertando o
sistema de microcomputadores do controle de excitação e potência para reduzir a
rotação do motor diesel e/ou a excitação/carga do alternador.
Estes parâmetros relacionam-se primariamente com baixas pressões nos sistemas de
água, óleo lubrificante e óleo combustível, sob as condições de demanda.
Economia de combustível;
Mecânica de Locomotivas
4.1 Introdução
Volante
Fonte de
corrente
alternada
M M
trifásica
Motor ac
Gerador
Grupo Motor-Gerador Auxiliar Gerador cc Motor cc
Volante
Motor Diesel
Gerador
Grupo Motor-Gerador Auxiliar Gerador cc Motor cc
Motor Diesel
Gerador de Tração
Motor
Circuito de Controle de de
Grupo Motor-Gerador Excitação e Potência Tração
Uma vez que o Motor de Tração é alimentado pelo Grupo Motor-Gerador, formado pelo
conjunto Motor Diesel+Gerador de Tração, que forma um sistema de produção e geração
de energia elétrica, completo e isolado, que tem como fonte primária de energia o Motor
Diesel, uma locomotiva diesel-elétrica pode ser caracterizada como sendo:
Uma locomotiva elétrica que transporta a sua própria usina geradora de energia elétrica
A cadeia de transmissão de energia desde o Motor Diesel até as rodas de uma locomotiva
diesel-elétrica está representada esquematicamente no diagrama de blocos da Figura 4.4.
vemos que a produção de um esforço de tração constante faz com que o Gerador de
Tração solicite do Motor Diesel uma potência crescente com a velocidade.
Assim, para um esforço de tração constante elevado, na faixa de velocidades altas da
locomotiva, o Gerador de Tração irá solicitar uma potência maior do que o Motor Diesel é
capaz de fornecer.
Como isso é impossível de acontecer, nessa faixa de velocidades o Sistema de Controle
do Grupo Motor-Gerador mantém constante a potência a ser fornecida ao Motor de
Tração.
A operação em potência constante produz um decréscimo contínuo do conjugado com o
aumento da velocidade, diminuindo igualmente o esforço de tração da locomotiva.
A variação do conjugado em função da velocidade do Motor de Tração pode ser
controlada pela incorporação de características especiais no Sistema de Controle do
Grupo Motor-Gerador.
A operação pode ser mostrada graficamente através da Figura 4.5.
Potência
Conjugado Conjugado
constante
Potência
constante
Velocidade
Primeira Malha
A primeira malha tem como elemento principal o Motor Diesel, e atua no sentido de
manter a sua rotação constante no valor correspondente a cada um dos pontos de
aceleração.
Combustível
+
Acelerador Governador Motor Diesel Rotação
-
Segunda Malha
Energia Energia
elétrica mecânica
Potência
Circuito de
+ elétrica
Regulador controle de Gerador de Motores Esforço de
de carga excitação e Tração de tração tração
- potência
Como resultado da ação conjunta das duas malhas, o sistema produz, para cada ponto
de aceleração do motor diesel, as curvas de Potência x Velocidade, mostradas nas Figura
4.8, e de Esforço de Tração x Velocidade da locomotiva mostradas na Figura 4.9.
3.500
3.000
#1
2.500 #2
#3
Potência [hp]
2.000
#4
#5
1.500
#6
1.000 #7
#8
500
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Velocidade [km/h]
50.000
45.000
550 hp
40.000
900 hp
35.000
1.250 hp
30.000 1.600 hp
Esforço de tração [kgf]
25.000 1.950 hp
2.300 hp
20.000
2.650 hp
15.000
3.000 hp
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Velocidade [km/h]
Esforço de
tração
Primeira
marcha
Segunda
marcha
Terceira
marcha
Quarta
marcha
Velocidade
Gerador de tração em
corrente contínua
Motor
diesel
Gerador de tração em
corrente alternada Retificador
Motor =
diesel ~
Gerador de tração em
corrente alternada Retificador Inversor
Motor = =
diesel ~ ~
Arrancar o trem;
Acelerar o trem;
Volts
Amperes
Volts
Amperes
Esta curva difere da do gerador porque reflete a mesma potência em qualquer ponto, isto
é, o produto volts-amperes em qualquer ponto da curva é sempre o mesmo,
desprezando-se pequenas variações na eficiência do gerador dentro daquela faixa.
O relacionamento entre as duas curvas apresentadas acima é mostrado na Figura 4.13.
Volts
Região de tensão
excessiva
2 Curva do gerador
de tração
Região de corrente
Curva do excessiva
motor diesel
3
Amperes
Se o motor diesel for solicitado além desses valores, a sua rotação diminuirá.
O mesmo ocorrerá com a sua potência de saída.
Uma sobrecarga poderá fazer com que o motor apague.
O gerador de tração, sendo acionado diretamente pelo motor diesel, não pode gerar mais
energia do que aquela que recebe.
A harmonização entre o gerador e o motor diesel é função do sistema de controle de
excitação e potência da locomotiva, isto é, ele tem a função de casar as duas curvas para
que seja possível utilizar a potência máxima do motor diesel dentro da faixa de maior
utilização da locomotiva.
Para conseguir um casamento perfeito, o sistema de controle de excitação e potência
deve limitar a saída do gerador nas três áreas hachuradas.
Volts
Amperes
1.400
1.200
#1
1.000 #2
#3
800
Tensão do gerador de tração [V]
#4
#5
600
#6
400 #7
#8
200
0
0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000
Corrente do gerador de tração [A]
3.500
3.000
#1
2.500 #2
#3
Potência [hp]
2.000
#4
#5
1.500
#6
1.000 #7
#8
500
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Velocidade [km/h]
50.000
45.000
550 hp
40.000
900 hp
35.000
1.250 hp
30.000 1.600 hp
Esforço de tração [kgf]
25.000 1.950 hp
2.300 hp
20.000
2.650 hp
15.000
3.000 hp
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Velocidade [km/h]
Regulador
de Carga Circuito de Controle
de Excitação e Potência
V I
Acelerador Governador
- +
Pedestal
+
Motor Diesel
-
Motores de
Tração DC
Gerador Principal
Gerador de Tração
Bateria;
Derivação;
Diferencial;
Compensação;
Comutação;
Partida.
Este processo tem limitações elétricas e mecânicas que se mostram mais acentuadas com
o aumento das potências geradas.
Por este motivo, nas locomotivas mais modernas, este tipo de gerador foi substituído
pelo alternador de tração.
Seu eixo é suspenso por um único rolamento, localizado na extremidade do lado do
comutador da armadura, enquanto que o lado oposto é diretamente acoplado ao próprio
eixo do motor diesel.
Rder
Campo
Armadura
derivação
Interpolo
Campo de
comutação
Armadura
+ Bateria Campo de
compensação
Campo
Regulador
de carga
Campo de
partida
Gerador principal
Os Geradores de Tração em corrente contínua podem ser compostos por duas máquinas
de corrente contínua em cascata, isto é, um gerador de menor porte, denominado
Excitatriz, que produz a excitação de um segundo gerador, denominado Gerador
Principal.
Regulador
de Carga Circuito de Controle
de Excitação e Potência
V I
Acelerador Governador
- +
+ -+ -
Pedestal
Motor Diesel
Motores de
Excitatriz
Tração DC
Gerador Principal
Gerador de Tração
Como resultado, temos respostas mais rápidas, fazendo com que o nível de aderência
apresentado por esse tipo de locomotiva, atinja em torno de 𝟐𝟏%.
4.4.1 Excitatriz
A Excitatriz é uma máquina de corrente contínua independente que possui três campos:
De bateria;
Diferencial;
Derivação (shunt).
Possui refrigeração própria produzida por um ventilador acoplado diretamente ao seu eixo.
Rder
Interpolo
Campo Campo
derivação principal
Armadura
Armadura
Armadura
Rdif
Campo Campo de
diferencial comutação Campo
+ Bateria
Regulador
de carga
Motor de tração
Campo de Campo de
-
bateria partida
Regulador
de Carga Circuito de Controle
de Excitação e Potência
V I
Acelerador Governador
- +
- +
Pedestal
Motor Diesel
Motores de
Excitatriz
Retificador Tração DC
Alternador Principal
Alternador de Tração
Campo Campo
Armadura
(Rotor) (Estator)
As bobinas de campo são ligadas eletricamente a anéis coletores, que estão montados na
extremidade livre do eixo do rotor.
Excitatriz
Alternador Principal
As linhas de força do campo magnético desenvolvido pelo campo rotativo induzem uma
tensão nos enrolamentos estacionários da armadura à medida que o rotor gira.
O princípio de funcionamento do alternador de tração está ilustrado na Figura 4.38.
4.5.2 Retificador
A
B
C
Fusíveis
A
B
C
Cada fusível é equipado com um indicador pressionado por uma mola, que se torna
saliente quando o fusível se funde devido à avaria do diodo.
+
Circuito Supressor
de Transientes
Fusíveis
A
B
C
Para suprir a corrente demandada pelos motores de tração, cada braço do retificador
pode ser constituído por um conjunto de diodos em paralelo, devido à baixa capacidade
de corrente dos diodos.
A
B
C
A1
A2
A3
A4
A5
B1
B2
B3
B4
B5
C1
C2
C3
C4
C5
A
B
C
A`
B`
C`
A
B
C
A`
B`
C`
-
Figura 4.47 – Ligação em série
As duas situações anteriores podem ser obtidas numa mesma locomotiva pela utilização
do circuito da Figura 4.48.
A
B
C
S1 S2
A`
B`
C`
A transição da ligação série para a paralela, e vice-versa, é obtida pelo chaveamento das
chaves S.
Regulador
de Carga Circuito de Controle
de Excitação e Potência
V I
Acelerador Governador
- +
- +
Pedestal
Motor Diesel
Alternador Motores de
auxiliar Retificador Tração DC
Alternador Principal
Alternador de Tração
Campo Campo
Armadura
(Rotor) (Estator)
Por estar montado na mesma carcaça e compartilhar o mesmo eixo, o alternador auxiliar
é mecanicamente acoplado ao alternador de tração, mas eletricamente é independente.
Retificador semi-controlado
Campo Campo
A
B
C
Relé de
terra
A`
B`
Circuito de proteção C`
por relé de terra
A ocorrência de pelo menos uma das condições de falha citadas acima resultará na
energização da bobina do relé de terra, que através do fechamento dos seus contatos:
Regulador
de Carga Circuito Microprocessado de
Controle de Excitação e Potência
V I
Acelerador Governador
- +
- +
Pedestal
Motor Diesel
Alternador Motores de
auxiliar Retificador Tração DC
Alternador Principal
Alternador de Tração
Microcomputadores Principais:
Cada controlador tem tarefas específicas que executam em conjunto entre si e com o
sistema de controle da locomotiva.
Alertor CAB
Controle de
sobrevelocidade
EXC
Controle de Funções Integrado
Caixa Áudio/Visual - IFC
- AVB
AUX
Controle de
velocidade baixa
DID
Indicador auxiliar
de velocidade
PTU
Funções
Ler a posição das chaves controladas pela fiação da Unidade Múltipla - MU e pelo
operador, para determinar o modo em que a locomotiva está operando
(Motoração, Frenagem Dinâmica);
Controla
Registra
Diagnóstico de informação;
Histórico de falhas;
Pacote de dados.
Funções
Ler sinais de rotação (motor diesel, motores de tração, motores dos sopradores
dos resistores do freio dinâmico, motor do compressor de ar);
Controla
Carga de bateria;
Amperímetro de carga;
Registra
Sensores de rotação.
Controla
Carga de bateria;
Amperímetro de carga;
Registra
Registrador de Eventos;
O computador usa o painel DID para alertar o operador sobre uma falha ocorrida,
indicando a descrição da mesma e, em alguns casos, fazendo soar a campainha de
alarme.
Algumas falhas podem ser esclarecidas e corrigidas pelo operador.
Outras requerem um conhecimento mais profundo para a eliminação do problema
ou para esclarecer e rearmar o sistema.
Estas devem ser deixadas para serem resolvidas pela manutenção.
A falha fica gravada no registro de falhas para ser revista posteriormente pela
manutenção.
As informações sobre falhas podem ser chamadas da memória do CAB através de
digitação do teclado do painel DID, o qual pode mostrar até 1.000 mensagens de
falha.
Quando a manutenção verifica dados de falhas gravados, o CAB decodifica a
informação de falha gravada e passa para o painel DID, que a exibe.
O operador pode usar o painel DID para rever todas as falhas ativas e suas
respectivas restrições.
A manutenção também pode utilizar o painel DID para monitorar várias condições
de operação assim como executar auto-testes de diagnose nas locomotivas.
Circuito Microprocessado de
Controle de Excitação e Potência
V I
Acelerador Injeção eletrônica
- +
- +
Pedestal
Motor Diesel
Alternador Motores de
auxiliar Retificador Tração DC
Alternador Principal
Alternador de Tração
Circuito
Circuito Microprocessado de Microprocessado
Controle de Excitação e Potência de Controle do
Inversor
V I
Acelerador Injeção eletrônica
- +
- +
Pedestal
Motor Diesel
C
Alternador Motores de
auxiliar Retificador Inversores Tração AC
Alternador Principal
Alternador de Tração
A solução de aumentar o peso por eixo trator esbarra nas limitações impostas pelas
características da via férrea.
A aplicação de motores de corrente alternada, acionados por circuitos inversores, se
mostrou bastante eficiente no controle do creep, por apresentar respostas rápidas e
precisas.
Mecânica de Locomotivas
5.1 Introdução
São máquinas que convertem a energia elétrica em energia mecânica para movimentar a
locomotiva.
A energia elétrica é fornecida ao motor através dos cabos de alimentação, que acessam o
interior dos mesmos através de dispositivos especialmente vedados.
A energia mecânica é disponibilizada pelo motor na ponta de seu eixo.
Devido às características do serviço de tração das locomotivas diesel-elétricas de baixa
velocidade, possuem regime variável de funcionamento e sua velocidade normal está
compreendida entre 𝟓𝟎𝟎 𝒆 𝟑. 𝟎𝟎𝟎 𝒓𝒑𝒎.
A transmissão do movimento do motor para as rodas é efetuada por meio de um par de
engrenagens cilíndricas, denominadas de pinhão e engrenagem.
A montagem direta do motor sobre o eixo das rodas teria a vantagem de evitar a perda
de energia nas engrenagens, mas obrigaria o uso de motores lentos e, por conseguinte,
volumosos e de custo elevado.
O resfriamento dos motores de tração se dá através da passagem forçada pelo seu
interior de certa quantidade de ar, que é produzida por um soprador acionado
diretamente pelo eixo do motor diesel ou por um motor elétrico.
Construção sólida;
Rendimento elevado.
Normalmente não têm vida longa, pois são máquinas sujeitas à desgastes pronunciados,
uma vez que são submetidas a todas as variações de carga impostas ao trem.
Sua vida útil depende grandemente do modo como o operador solicita a tração através do
acionamento do acelerador e dos freios.
O reparo dos motores elétricos de tração é demorado e tem custo altamente significativo.
Estator;
Rotor.
Comutador Armadura
Rolamento Interpolo
Mancal Campo
5.2.1 Estator
Carcaça
A carcaça é uma estrutura de ferro fundido, que tem a finalidade de suportar o conjunto
e conduzir o fluxo magnético.
Podemos observar da figura, que seu contorno é octogonal, o que possibilita um melhor
aproveitamento dos espaços, levando a uma redução do seu volume.
Polos de excitação
São constituídos por condutores retangulares de cobre enrolados, formando uma bobina,
sobre um núcleo de lâminas de aço-silício, que é chamado de sapata polar, cuja
extremidade possui um perfil cilíndrico que se ajusta à curvatura da armadura.
Polos de comutação
Porta-escovas e escovas
As molas mantêm constante a pressão das escovas sobre o comutador à medida que
estas sofrem desgaste.
Na Figura 5.12 vemos a montagem dos polos, dos interpolos e dos porta-escovas no
interior da carcaça.
Figura 5.12 Montagem dos polos, dos interpolos e dos porta-escovas no interior da
carcaça
5.2.2 Rotor
Eixo
Nas aplicações em serviço de tração ferroviária a periferia completa do motor pode ser
inacessível para manutenção e reposição das escovas.
O enrolamento de a armadura indicado para essa aplicação é o do tipo ondulado, por
causa da possibilidade de usar apenas dois conjuntos de escovas, dispostos de forma a
serem facilmente acessados.
O motor com enrolamento ondulado é recomendado para aplicações em alta tensão e
baixa corrente, o que indica que o motor deve operar em altas velocidades.
A especificação de tensão é limitada pelo aparecimento de arco elétrico entre os
segmentos adjacentes do comutador e pela qualidade do isolamento das bobinas da
armadura.
No enrolamento ondulado, cada bobina do enrolamento da armadura está em contato
elétrico com uma determinada lâmina do comutador.
Comutador
O comutador, mais comumente chamado coletor, é uma peça vital de todos os motores
de corrente contínua.
A dificuldade de comutação.
O comportamento dos motores de tração pode ser representado por meio de curvas que
reproduzem graficamente as relações entre as diferentes grandezas elétricas e mecânicas
que caracterizam o motor.
Tais curvas são chamadas de Características do Motor de Tração.
A característica mais importante de um motor de tração é a que apresenta o conjugado
mecânico desenvolvido pelo motor na ponta do eixo com a variação da corrente de
alimentação do motor com a potência de entrada mantida igual à nominal.
Esta curva é chamada de Característica Mecânica do Motor de Tração.
Outras características importantes são:
Tensão x corrente;
Rendimento x corrente.
I
+
Ra+Ri+Re
C
+ nR
rp re v
E F
- R
V Cp np
I
Is
If
S
Rf
Rs
-
𝑹𝒔
𝑰𝒇 = ∙𝑰
𝑹𝒔 + 𝑹𝒇
Vemos que a introdução do resistor de shunt produz uma redução da corrente de campo
e, conseqüentemente, um enfraquecimento do campo magnético.
Fazendo:
𝑹𝒔
𝒙= ≤𝟏
𝑹𝒔 + 𝑹𝒇
Obtemos:
𝑰𝒇 = 𝒙 ∙ 𝑰
𝝓 = 𝒂 ∙ 𝑰𝒃𝒇 = 𝒂 ∙ 𝒙𝒃 ∙ 𝑰𝒃
𝑽 = (𝑹𝒂 + 𝑹𝒊 + 𝑹𝒆 + 𝒙 ∙ 𝑹𝒇 ) ∙ 𝑰 + 𝑬 = 𝑹𝑻 ∙ 𝑰 + 𝑬
𝑬 = 𝒌𝒆 ∙ 𝝓 ∙ 𝒏𝒆𝒊𝒙𝒐
𝟐∙𝒑
𝒌𝒆 =
𝟔𝟎 ∙ 𝒈
𝑬 = 𝑨 ∙ 𝒙𝒃 ∙ 𝑰𝒃 ∙ 𝒏𝒆𝒊𝒙𝒐
(𝑽 − 𝑹𝑻 ∙ 𝑰)
𝒏𝒆𝒊𝒙𝒐 =
𝑨 ∙ 𝒙𝒃 ∙ 𝑰𝒃
𝑽 − 𝑹𝑻 ∙ 𝑰 = 𝟎
𝑽
𝑰=
𝑹𝑻
𝑪𝒆𝒊𝒙𝒐 = 𝒌𝒄 ∙ 𝝓 ∙ 𝑰
𝒑∙𝒛
𝒌𝒆 =
𝟐 ∙ 𝝅 ∙ 𝒌𝒑
𝒌𝒄 ∙ 𝒂 = 𝑩
obtemos:
𝑪𝒆𝒊𝒙𝒐 = 𝑩 ∙ 𝒙𝒃 ∙ 𝑰(𝟏+𝒃)
e para 𝒙 = 𝟏:
𝑪𝒆𝒊𝒙𝒐 = 𝑩 ∙ 𝑰(𝟏+𝒃)
Da expressão acima, vemos que para o motor fornecer o elevado conjugado de partida
exigido pela locomotiva, é necessário que a corrente assuma valores também elevados.
Devido ao aquecimento não uniforme do comutador quando parado, que pode causar
uma ovalização do comutador, é recomendado que a corrente não assuma valores
excessivos e que sua aplicação não exceda um tempo máximo em função da carga.
A partir da equação do conjugado podemos traçar as curvas dos motores de tração GM
D31 e GE 761 ANR5 utilizados em locomotivas de bitola métrica.
800
520; 528,28
500
775; 469,12 805; 492,91
735; 437,83
750; 449,50
400 705; 414,69
300
Motor GM D31
200
Motor GE 761 ANR
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
Corrente [A]
Figura 5.20 Curvas conjugado x corrente dos motores GM D31 e GE 761 ANR
Partindo de que:
𝑪=𝑭∙𝒓
A potência desenvolvida num eixo que gira é igual ao produto do conjugado pela
velocidade angular:
𝑷=𝑪∙𝜼
podemos obter:
ou,
𝟏 𝒏𝒆𝒊𝒙𝒐
𝑭𝒓𝒐𝒅𝒂 = ∙ ∙𝜼 ∙𝑪
𝒓𝒓𝒐𝒅𝒂 𝒏𝒓𝒐𝒅𝒂 𝒆𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎 𝒆𝒊𝒙𝒐
Lembrando que:
𝒏𝒆𝒊𝒙𝒐
=𝓡
𝒏𝒓𝒐𝒅𝒂
temos:
𝓡
𝑭𝒓𝒐𝒅𝒂 = ∙ 𝜼𝒆𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎 ∙ 𝑪𝒆𝒊𝒙𝒐
𝒓𝒓𝒐𝒅𝒂
𝓡 ∙ 𝜼𝒆𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎
𝑭𝒓𝒐𝒅𝒂 = ∙ 𝑩 ∙ 𝑰(𝟏+𝒃)
𝒓𝒓𝒐𝒅𝒂
8000
995; 7.327,00
7000
640; 6.660,69
4000
Motor GM D31;
Roda 40 pol;
3000 Engrenamento 64:13
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
Corrente [A]
Figura 5.21 Curvas esforço de tração x Corrente dos motores GM D31 e GE 761 ANR5
Da Figura 5.21 se pode verificar que, enquanto não é atingida a saturação magnética, a
velocidade do motor aumenta de forma quase inversamente proporcional à intensidade
da corrente de armadura, de onde se pode concluir para o caso da carga se tornar muito
pequena, a velocidade do motor se torna tão grande que as forças centrífugas podem
destruir sua armadura.
Por isso, quando por alguma razão o eixo do motor perde o engrenamento com o eixo do
rodeiro, acontece a desintegração da armadura do motor.
𝓡 ∙ 𝜼𝒆𝒏𝒈𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎
𝑭𝒍𝒐𝒄𝒐 = 𝑵 ∙ ∙ 𝑩 ∙ 𝑰(𝟏+𝒃)
𝒓𝒓𝒐𝒅𝒂
900 hp
40.000 16,91 ; 39.833 880 A- 5 minutos
1.250 hp
19,02 ; 35.409 805 A- 10 minutos
35.000 20,00 ; 33.676 775 A- 20 minutos
1.600 hp
20,88 ; 32.248 750 A- 30 minutos
21,45 ; 31.398 735 A- 60 minutos
Esforço de tração [kgf]
25.000 2.300 hp
2.650 hp
20.000
3.000 hp
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Velocidade [km/h]
Conforme pode ser verificado da figura, o esforço de tração produzido pelo motor com
excitação em série decresce à medida que a velocidade aumenta, e vice-versa.
A curva representativa da variação do esforço de tração com a velocidade é hiperbólica.
Assim sendo, após a partida, em que é solicitado um esforço de tração elevado, o esforço
de tração diminui automaticamente enquanto a velocidade aumenta.
Numa sobrecarga, o acréscimo de resistência mecânica que se opõe à rotação é
facilmente vencido, pois o motor automaticamente diminui a velocidade, mantendo a
potência absorvida quase constante.
Podemos concluir que o motor de excitação série modifica a sua velocidade ao variar a
carga, adaptando seu funcionamento às necessidades de serviço, sem provocar elevadas
variações de corrente na linha que o alimenta.
A curva de esforço de tração em ponto oito de aceleração oferece os seguintes pontos
singulares:
𝟐𝟗. 𝟕𝟏𝟔 𝒌𝒈𝒇 @ 𝟐𝟐, 𝟔𝟔 𝒌𝒎/𝒉 É o esforço de tração que a locomotiva pode desenvolver
𝟑𝟏. 𝟑𝟗𝟖 𝒌𝒈𝒇 @ 𝟐𝟏, 𝟒𝟓 𝒌𝒎/𝒉 É o esforço de tração que a locomotiva pode desenvolver por
𝟑𝟐. 𝟐𝟒𝟖 𝒌𝒈𝒇 @ 𝟐𝟎, 𝟖𝟖 𝒌𝒎/𝒉 É o esforço de tração que a locomotiva pode desenvolver por
𝟑𝟑. 𝟔𝟕𝟔 𝒌𝒈𝒇 @ 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 𝒌𝒎/𝒉 É o esforço de tração que a locomotiva pode desenvolver por
𝟑𝟓. 𝟒𝟎𝟗 𝒌𝒈𝒇 @ 𝟏𝟗, 𝟎𝟐 𝒌𝒎/𝒉 É o esforço de tração que a locomotiva pode desenvolver por
𝟑𝟗. 𝟖𝟑𝟑 𝒌𝒈𝒇 @ 𝟏𝟔, 𝟗𝟏 𝒌𝒎/𝒉 É o esforço de tração que a locomotiva pode desenvolver por
𝟒𝟔. 𝟖𝟓𝟑 𝒌𝒈𝒇 @ 𝟏𝟒, 𝟑𝟕 𝒌𝒎/𝒉 É o esforço de tração que a locomotiva pode desenvolver na
I I
+ +
Ra+Ri+Re Ra+Ri+Re
C C
+ nR + nR
rp re v rp re v
E F E F
- R - R
V Cp np V Cp np
I I
S1 S3 S1 S3
If RF If RF
S4 S2 S4 S2
- -
Nesse tipo de ligação, todos os motores são ligados diretamente aos terminais do
Alternador de Tração.
I
I
+ /6 +
V V
- -
Alternador de tração Motores de tração
Do circuito da Figura 5.25 podemos observar que a tensão sobre os motores de tração é
igual à tensão na saída do alternador de tração, isto é:
𝑽𝑮𝑻 = 𝑽𝑴𝑻
enquanto que cada um dos motores demanda 1⁄6 da corrente total produzida pelo
alternador de tração, ou seja:
𝑰𝑮𝑻 = 𝟔 ∙ 𝑰𝑴𝑻
Nesse tipo de ligação, cada associação de dois motores em série é ligada diretamente aos
terminais do alternador de tração.
I
/3 +
I
V
/2
+
-
V I
/3 +
- V
/2
Alternador de tração
-
Motores de tração
Do circuito da Figura 5.26 podemos observar que a tensão desenvolvida sobre cada um
dos motores de tração é igual à metade da tensão do alternador de tração, isto é:
𝑽𝑮𝑻 = 𝟐 ∙ 𝑽𝑴𝑻
enquanto que cada um dos motores demanda 1⁄3 da corrente total produzida pelo
alternador de tração, ou seja:
𝑰𝑮𝑻 = 𝟑 ∙ 𝑰𝑴𝑻
5.2.5.3 Transição
𝑰𝑮𝑻𝑷
} ⟹ 𝑰𝑮𝑻𝑷 > 𝑰𝑮𝑻𝑺−𝑷
𝑰𝑮𝑻𝑺−𝑷
Tensão
V2
V1
Corrente
I2 I1
Figura 5.27 Curva tensão x corrente
A potência fornecida pelo gerador de tração em cada um dos tipos de ligação dos
motores de tração é dada pelas seguintes expressões:
𝑷𝑮𝑻𝑷 = 𝑷𝑮𝑻𝑷−𝑺
𝑽𝑮𝑻𝑷−𝑺 = 𝟐 ∙ 𝑽𝑮𝑻𝑷
Essa elevação de tensão resultante será dividida igualmente entre os motores de cada
uma das ligações série, de modo que a potência em cada um dos motores também será
mantida constante.
Assim, na partida da locomotiva, quando há uma maior solicitação de corrente, os
motores estarão ligados em série-paralelo.
À medida que a locomotiva ganha velocidade, cresce a força contra-eletromotriz dos
motores, fazendo com que a corrente diminua.
O gerador aumenta a tensão para contrabalançar a queda da corrente, pois a potência é
mantida constante.
O estágio seguinte consiste em fechar os contatores de enfraquecimento de campo dos
motores de tração para novamente aumentar a corrente que circula pelos motores, e com
isso aumentar o conjugado motor e continuar elevando a velocidade da locomotiva.
Chega-se num instante em que a força contra-eletromotriz limita a corrente nos motores.
A partir daí se deve aplicar uma transição, passando para a ligação em paralelo com
campo pleno, de modo que os motores recebam a tensão plena do gerador de tração,
aumentando mais o conjugado motor.
Durante essa transição, é necessário que a corrente de campo da excitatriz seja retirada
e, por conseguinte dos motores de tração, para que o conjunto de chaves e contatores de
acionamento sejam operados.
Somente depois de completada a nova ligação é que os motores voltarão a serem
alimentados pelo Gerador de Tração.
Durante esse período de tempo a locomotiva deixará de tracionar, podendo provocar
choques no trem quando do restabelecimento da tração.
40.000
30.000
3P-2S (100%)
3P-2S (83,33%)
Esforço de tração [kgf]
3P-2S (66,67%)
20.000 6P (100%)
6P (83,33%)
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidade [km/h]
Primeiro estágio
Segundo estágio
É aplicada uma redução na corrente de campo dos motores de tração para 83,33%,
mantendo a ligação dos motores em 3 paralelos de 2 séries.
Terceiro estágio
É aplicada nova redução na corrente de campo dos motores de tração para 66,66%,
mantendo a ligação dos motores em 3 paralelos de 2 séries.
Quarto estágio
Como a tensão de saída do gerador de tração atinge seu valor máximo no final do
terceiro estágio, se faz necessário alterar a ligação para 6 motores de tração em
paralelo, com corrente de campo de 100%.
O gerador de tração volta a fornecer a máxima corrente.
Quinto estágio
É aplicada novamente uma redução na corrente campo dos motores de tração para
83,33%, mantendo a ligação dos motores em 6 paralelos.
Nas locomotivas que utilizam alternadores o efeito da transição pode ser obtido pela
alteração do modo de ligação dos retificadores na saída do alternador, em série ou
paralelo.
+ +
A A
B B
C C
A` A`
B` B`
C` C`
Nesse tipo de transição, é necessário que a corrente de campo da excitatriz seja retirada
e, por conseguinte dos motores de tração, para que o conjunto de chaves e contatores de
acionamento sejam operados.
Somente depois de completada a nova ligação é que os motores voltarão a serem
alimentados pelo gerador de tração.
Durante esse período de tempo a locomotiva deixará de tracionar, podendo provocar
choques no trem quando do restabelecimento da tração.
Quando acopladas com locomotivas sem transição ou com transição em velocidades
diferentes, poderão provocar deslizamento de rodas e perda de tração.
Em locomotivas de grande potência, mantendo os motores de tração ligados em paralelo
em toda a faixa de velocidades da locomotiva, pode resultar numa velocidade mínima
contínua relativamente alta, incompatível com a velocidade mínima das locomotivas das
outras frotas.
Para proporcionar a compatibilidade das velocidades mínimas é aplicada uma redução de
potência nas velocidades baixas da locomotiva, denominado de Power Match.
Este tipo de transição é realizado pelo circuito de controle de excitação e potência de
forma automática, sem acionamento de contatores para modificação da ligação dos
motores de tração.
Na Figura 3.32 vemos a curva de esforço de tração de uma locomotiva de 3.600 hp com 8
motores operando com transição de potência.
60.000
50.000
Esforço de tração [kgf]
40.000
30.000
20.000
10.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Velocidade [km/h]
1 Frenagem regenerativa
2 Frenagem dinâmica
I I
fluxo de fluxo de
G energia V M G energia V G
Cm Cm
Cf
O motor de tração desenvolve tração O motor de tração desenvolve frenagem regenerativa
St Sf St Sf
I Rf I Rf
fluxo de fluxo de
G energia V M G V G energia
V V
Cm Cm
Cf
O motor de tração desenvolve tração O motor de tração desenvolve frenagem dinâmica
7 Tamanho do ventilador;
Da mesma forma, as armaduras dos motores de tração são ligadas em série, em conjunto
de duas armaduras, e esses conjuntos são conectados às resistências do banco de
resistências do freio dinâmico.
As resistências de freio dinâmico formam a carga que é aplicada sobre os motores de
tração, que estão atuando como geradores.
Devido a sua semelhança os resistores de freio dinâmico são denominados de grade ou
grelha.
O resfriamento das grades de freio dinâmico é realizado por sopradores, que são
alimentados pela tensão existente sobre a parte da resistência a que estão ligados.
À proporção que a corrente aplicada sobre a grade sobe, também sobe a tensão de
alimentação dos sopradores, que passam a girar mais rápido.
À proporção que a corrente decresce, a tensão também cai, e os sopradores giram mais
lentamente.
Como exemplo, na figura está mostrado a ligação dos seis motores de tração de uma
locomotiva durante a frenagem dinâmica, onde os circuitos de campo dos seis motores
são ligados em série e excitados pelo alternador de tração, enquanto que seus circuitos
de armadura são ligados em série dois a dois.
Ar aquecido Ar aquecido
Sopradores do
freio dinâmico
Banco de
resistências do
freio dinâmico
Conjugado
Alternador de tração de frenagem
I
+
V Circuito de campo dos motores de tração
-
A passagem da ligação dos motores de tração em tração para a ligação dos motores de
tração em freio dinâmico é realizada pelo acionamento de um conjunto de chaves do tipo
“P” ou do tipo “BKT”, similar a chave reversora.
Ia
If
Ra+Ri+Re
+ Ceixo reixo
+ RFD
Vf Rf E
- neixo
-
resulta:
𝟐
𝑨 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝓡 𝟐
𝑷𝒇𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎 = 𝑹𝑭𝑫 ∙ ( ∙ ∙ 𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐 ) ∙ (𝑰𝒃𝒇 )
𝑹𝑭 𝟏𝟐𝟎 ∙ 𝝅 ∙ 𝒓𝒓𝒐𝒅𝒂
A força aplicada pelo motor de tração no rodeiro durante a frenagem é dada pela
expressão:
𝑷𝒇𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎
𝑭𝒇𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎 =
𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
𝑹𝑭𝑫 ∙ 𝑰𝟐𝒂
𝑭𝒇𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎 =
𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
ou:
𝑨 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝓡 𝟐 𝟐
𝑭𝒇𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎 = 𝑹𝑭𝑫 ∙ ( ∙ ) ∙ (𝑰𝒃𝒇 ) ∙ 𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
𝑹𝑭 𝟏𝟐𝟎 ∙ 𝝅 ∙ 𝒓𝒓𝒐𝒅𝒂
𝟑, 𝟔 𝑨 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝓡 𝟐 𝟐
𝑭𝒇𝒓𝒆𝒏𝒂𝒈𝒆𝒎 = ∙ 𝑹𝑭𝑫 ∙ ( ∙ ) ∙ (𝑰𝒃𝒇 ) ∙ 𝒗𝒍𝒐𝒄𝒐
𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝟔𝟓 𝑹𝑭 𝟏𝟐𝟎 ∙ 𝝅 ∙ 𝒓𝒓𝒐𝒅𝒂
Das equações vemos que o controle da força de frenagem poderá ser executado pelo
controle da corrente de campo fornecida ao circuito de campo dos motores de tração ou
pelo controle da corrente de grade, que é a fornecida pela armadura do motor de tração.
Mas, como podemos observar, a corrente fornecida pela armadura é função da corrente
de campo e da velocidade da locomotiva.
Logo, o aumento do esforço de frenagem de zero ao máximo será determinado pela
velocidade da locomotiva e pela excitação aplicada aos campos dos motores de tração.
Considerando um trem circulando em alta velocidade em um trecho de uma ferrovia.
Para redução da velocidade, o operador realiza a aplicação do freio dinâmico,
movimentando o Manípulo de Freio Dinâmico, posicionado no posto de comando, acima
do punho de aceleração, devendo sempre ser combinada com a aplicação do freio
convencional.
35.000
30.000
Esforço de frenagem [kgf]
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Velocidade [km/h]
Juntamente com a força do freio dinâmico, a corrente que circula pelo circuito de
armadura e pelos resistores do banco de resistências de freio dinâmico, produzida pelo
motor atuando como gerador, também aumenta até um valor máximo que é determinado
pelos limites de:
Portanto, esse valor máximo de corrente não pode ser ultrapassado sob pena de provocar
danos aos motores de tração causados por flashover’s ou por excesso de aquecimento.
Nessa faixa de velocidades a potência de frenagem é mantida constante, isto é:
o que faz com que o esforço de frenagem decresça hiperbolicamente com a velocidade.
Não é capaz de produzir uma parada total do trem, uma vez que a força de
frenagem é nula com o trem parado.
35.000
30.000
Esforço de frenagem [kgf]
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Velocidade [km/h]
35.000
30.000
Esforço de frenagem [kgf]
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Velocidade [km/h]
35.000
30.000
Esforço de frenagem [kgf]
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Velocidade [km/h]
Esta característica é obtida através dos contatores de faixa estendida, que colocam em
curto-circuito setores dos resistores do banco de resistências de freio dinâmico.
Banco de Ar aquecido
resistências do
freio dinâmico
Ventilador do
freio dinâmico
Circuito de armadura
35.000
30.000
Esforço de frenagem [kgf]
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Velocidade [km/h]
Figura 5.44 Freio dinâmico de faixa estendida com controle de corrente de campo
35.000
30.000
Esforço de frenagem [kgf]
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Velocidade [km/h]
Figura 5.45 Freio dinâmico de faixa estendida com controle de corrente de grade
Teoricamente, um motor elétrico terá uma probabilidade maior de não apresentar falhas
em seu isolamento por degeneração devida ao acréscimo de calor, desde que a
sobrelevação de temperatura a que for submetido durante seu funcionamento permaneça
dentro dos limites previstos em norma para sua classe de isolação.
É lícito então se pensar na seguinte tese geral:
Qualquer das partes de um motor de tração, incluindo o isolamento, tem uma maior
probabilidade de falhar devido à fadiga mecânica associada à elevação da temperatura
acima dos limites previstos em norma.
É de capital importância para uma ferrovia o ótimo desempenho de seus trens conforme
as necessidades dos fluxos de carga.
Para tanto, a correta utilização da frota de locomotivas com otimização econômica e sem
redução da sua vida útil, determina o estabelecimento de um quadro de tração nos
diversos trechos da ferrovia sem que haja sobrecarga térmica nos seus motores de
tração.
O problema pode ser resumido da seguinte maneira:
Por outro lado, essas temperaturas não podem ficar muito abaixo das máximas admitidas
pelas normas, pois isto significaria perda de tração na adoção do trem-tipo.
Existem vários métodos que podem ser usados para prever a temperatura, dentre os
quais o chamado Perfil Térmico.
Como a locomotiva não tem um regime fixo de trabalho, e consequentemente os motores
também não, após cada intervalo de observação devemos verificar o valor da diferença:
𝜣𝒅𝒊𝒇 > 0 Há uma sobrecarga térmica propriamente dita, cujo valor indicado pelo
cálculo, revelará seu mau funcionamento em termos de risco térmico;
𝜣𝒅𝒊𝒇 < 0 O regime operacional estabelecido está abaixo dos valores nominais,
indicando que os motores de tração trabalham aliviado, o que, em termos
ferroviários, representa perda de tração na utilização de suas unidades.
É importante notar que, o que define uma sobrecarga térmica para um trem-tipo no
trecho considerado da ferrovia, é o sinal da diferença e não a relação entre correntes
entre dois intervalos consecutivos.
Em outras palavras a corrente pode diminuir de um intervalo para outro e os motores
podem assim mesmo sofrer uma sobrecarga térmica.
Portanto, a sobrecarga térmica depende do passado das temperaturas alcançadas pelo
motor de tração.
O perfil térmico dos trens-tipo que trafegam na ferrovia pode ser traçado pela aplicação
dos dados de viagem obtidos de registradores de eventos instalados nas locomotivas às
equações desenvolvidas.
Das aplicações realizadas verificamos que a sobrecarga térmica depende do passado das
temperaturas alcançadas, pois ela é atingida mesmo que o maquinista respeite todos os
limites de tempo/corrente estabelecidos, mas não observe um intervalo de tempo mínimo
necessário para o resfriamento dos motores de tração.
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
06:00 00:00
06:10 00:10
06:20 00:20
06:30 00:30
06:40 00:40
06:50 00:50
07:00 01:00
Figura 5.46
Mecânica de Locomotivas
07:20 01:20
07:30 01:30
07:40 01:40
07:50 01:50
08:00 02:00
08:10 02:10
08:20 02:20
08:30 02:30
08:40 02:40
08:50 02:50
09:00 03:00
09:10 03:10
09:20 03:20
Te mpo [ hh:mm ]
Te mpo [ hh:mm ]
09:30 03:30
09:40 03:40
09:50 03:50
10:00 04:00
10:10 04:10
10:20 04:20
10:30 04:30
10:40 04:40
10:50 04:50
11:00 05:00
427
Mecânica de Locomotivas Motores Elétricos de Tração
Desde 1879, quando Werner Von Siemens mostrou ao mundo a primeira locomotiva
elétrica, que o motor de corrente contínua, por apresentar excelentes características,
sempre conseguiu se impor na competição com outros tipos de motores na sua aplicação
como motor de tração.
Entretanto, a utilização de motores de corrente contínua apresenta inúmeras
desvantagens oriundas de suas características construtivas, que elevam seu custo de
fabricação e de manutenção.
Devido a essas desvantagens, um esforço intenso vem sendo realizado para substituir os
motores de corrente contínua por motores de corrente alternada, principalmente por
motores de indução.
Os esforços contínuos de se usar o motor de indução como motor de tração se baseiam
principalmente no fato de:
Apesar do primeiro motor de indução ter sido realizado no ano de 1885 pelo físico
italiano Galileo Ferraris, suas desvantagens em relação ao motor de corrente contínua
somente foram eliminadas com o desenvolvimento da Eletrônica de Potência, que
produziu transistores de potência mais rápidos e criou técnicas capazes de adequar o
motor de corrente alternada a um acionamento de frequência variável, com desempenho
Estator
Rotor
Não há conexão elétrica externa para o rotor e nem ligação elétrica entre o rotor e o
estator, de modo que toda a tensão desenvolvida no enrolamento do rotor é induzida
através do espaço vazio existente entre o estator e o rotor, denominado de entreferro,
pelos campos magnéticos criados pelas correntes de estator.
Os circuitos do rotor e do estator são acoplados magneticamente.
5.5.1.1 Estator
5.5.1.2 Rotor
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica 𝐼, é criado um campo
magnético 𝐻, direcionado conforme o eixo da bobina e de valor diretamente proporcional
a corrente.
O enrolamento do estator da figura é constituído de um par de polos, um polo norte e
um pólo sul, cujos efeitos se somam para estabelecer o campo magnético.
O fluxo magnético atravessa o rotor posicionado entre os dois polos e se fecha através
do núcleo magnético do estator.
I N
A
A
B1 C1
Linha
C
Trifásica
C B
A1
B
Os três enrolamentos defasados entre si de 𝟏𝟐𝟎° no espaço, devem ser percorridos por
três correntes de igual frequência e valor eficaz, defasadas uma das outras de 𝟏𝟐𝟎° no
tempo.
A A A A A A
0 N N 0 S S
B C 1 B1 C 1 B1 C 1 B1 C 1 B1 R C 1 B1 R C1
1
N S N 0 0 N S N S H1 0 0 H1 S
H3 H2
R H2 H3 R H2 H3
H2 S H1 S H1 0 H3 N N 0
N 0 S S 0 N
C B C R B C R B C B C B C B
0 S S 0 N N
A1 A1 A1 A1 A1 A1
1 2 3 4 5 6
C C
A B
0º 60º 120º 180º 240º 300º
B A
O sentido de rotação está ligado à sucessão de atrasos de fase das correntes nas
bobinas.
O número de pólos magnéticos, que deve ser sempre par, de um motor de indução
trifásico é determinado pelo modo com que os enrolamentos são dispostos no estator.
Cada uma das fases da linha de alimentação trifásica deve ser aplicada a cada polo
magnético do estator, fazendo circular uma corrente através deles, que produz uma onda
invisível de fluxo magnético que gira em torno do estator, denominada de campo
magnético girante.
A velocidade de rotação do campo magnético girante é a velocidade síncrona do motor,
definida pela expressão:
𝟏𝟐𝟎 ∙ 𝒇
𝒏𝒔 =
𝑷
5.5.1.5 Escorregamento
𝒔 = 𝒏𝒔 − 𝒏
Teoricamente, para um motor girando em vazio e sem perdas, não temos tensão
induzida no rotor, que irá girar na velocidade síncrona, isto é:
𝒔=𝟎
𝒏𝒔 − 𝒏 𝒏
𝒔= ∙ 𝟏𝟎𝟎% 𝒐𝒖 𝒔 = (𝟏 − ) ∙ 𝟏𝟎𝟎%
𝒏𝒔 𝒏𝒔
5.5.1.5.1 Exemplo
Para um motor de 4 polos ligado a uma rede de alimentação de 60 𝐻𝑧, qual é sua
velocidade síncrona e seu escorregamento, se sua rotação é de 1.750 𝑟𝑝𝑚?
𝟏𝟐𝟎 ∙ 𝒇
𝒏𝒔 =
𝑷
𝟏𝟐𝟎 ∙ 𝟔𝟎
𝒏𝒔 = = 𝟏. 𝟖𝟎𝟎 𝒓𝒑𝒎
𝟒
𝒏𝒔 − 𝒏
𝒔= ∙ 𝟏𝟎𝟎%
𝒏𝒔
𝟏. 𝟖𝟎𝟎 − 𝟏. 𝟕𝟓𝟎𝒏
𝒔= ∙ 𝟏𝟎𝟎% = 𝟐, 𝟕𝟕𝟖%
𝟏. 𝟖𝟎𝟎
A curva típica de um motor de indução trifásico, para uma tensão de alimentação a uma
dada frequência mantida constante, é mostrada na Figura 5.53.
Esta curva indica como o conjugado varia com a velocidade de rotação do motor.
Região
de
Conjugado operação
do motor
Curva de Duas vezes e meia o
Conjugado do Motor Conjugado Nominal
Curva de
Conjugado da Carga
Conjugado
Conjugado Máximo
com rotor Conjugado
bloqueado Mínimo Conjugado
Nominal
Velocidade
n min
nn s [rpm]
A figura mostra que, o conjugado cresce com o aumento da velocidade até atingir um
ponto em que a reatância indutiva começa a limitar a corrente do rotor.
A partir desse ponto, um aumento adicional na velocidade provoca um aumento na
reatância indutiva, que por sua vez causa uma diminuição na corrente do rotor e,
consequentemente se verifica uma queda no conjugado.
Para a velocidade síncrona o conjugado é nulo.
À medida que vai sendo adicionada carga ao motor, sua rotação cai gradativamente até
atingir um valor máximo de conjugado.
Se esse valor de conjugado máximo for ultrapassado, haverá uma queda abrupta na
velocidade e na potência do motor, podendo até travá-lo.
Na prática, a região de funcionamento de um motor AC está situada entre o ponto de
velocidade síncrona e um ponto de conjugado no máximo igual a duas vezes e meia o
conjugado nominal do motor, inferior ao conjugado máximo.
𝑽
𝑰=
𝒁
verifica-se que uma redução na tensão de alimentação do motor provoca uma diminuição
da corrente de estator, que causa uma redução na densidade do campo magnético
girante.
Consequentemente, a corrente induzida no rotor também será reduzida e, com isso,
teremos uma redução da força do rotor que produz o conjugado do motor.
A desvantagem deste método reside no fato de que num pequeno intervalo de tensão, o
valor limite da corrente induzida no rotor é alcançado e a tensão não pode ser mais
reduzida.
O efeito é mostrado na Figura 4.10, onde pode ser visto que uma faixa muito estreita de
ajuste de velocidade é possível por meio da redução da tensão.
Conjugado
inal
om
on
t e nsã
% da
100 inal
om
on
e nsã
da t CR
75%
nal
omi
ão n
da tens
50%
Velocidade
n nnn [rpm]
3 2 1 s
Conjugado
Frequência
f f f f f f 2,5.f [Hz]
n 1 2 3 4 5 n
Essa redução na corrente do rotor pode ser compensada por um aumento da corrente do
estator através de um aumento da tensão de alimentação.
Assim, para se manter constante o conjugado máximo desenvolvido pelo motor, é
necessário que o aumento da frequência da fonte de alimentação seja acompanhado de
um aumento da tensão, isto é, a relação tensão/frequência da fonte de alimentação deve
ser mantida constante.
Mantendo-se a relação de tensão/frequência da fonte de alimentação constante, obtemos
curvas de conjugado x velocidade semelhantes às plotadas na Figura 5.56.
Conjugado
Conjugado
máximo
Frequência
f f f f f f 2,5.f [Hz]
n 1 2 3 4 5 n
Conjugado
Potência
constante
Frequência
f f f f f f 2,5.f [Hz]
n 1 2 3 4 5 n
Conjugado
Conjugado
constante
Frequência
f f f f f f f
[Hz]
6 5 4 3 2 1 n
Da Figura 5.58 podemos observar que o conjugado máximo permanece constante exceto
na região de baixa frequência, onde o fluxo no entreferro é reduzido pela queda da
impedância do estator.
Nessa região a queda da impedância do estator deve ser compensada por um reforço
adicional na tensão a fim de produzir o conjugado máximo.
As diferentes regiões das curvas conjugado x velocidade de um sistema de acionamento
de um motor com fonte de tensão e frequência variáveis são mostradas na Figura 5.59.
Frequência
f f f f f f f f f f f f 2,5.f [Hz]
6 5 4 3 2 1 n 1 2 3 4 5 n
5.5.3 O inversor
Conversor
Inversor
de Circuito Carga
de ordem
corrente intermediário trifásica
de fases
contínua
L
Inversor
Conversor
de Corrente
de Carga
Imposta
corrente trifásica
contínua
- CSI -
Link DC
O indutor apresenta uma indutância L de valor muito elevado, que armazena ou fornece a
energia elétrica, de forma que variações na tensão de entrada do inversor possam ocorrer
𝑑𝑖 𝑑𝑖
equilibradas por 𝐿 ∙ 𝑑𝑡 , porém com apenas um pequeno 𝑑𝑡
, assim efetivamente mantendo
Inversor
Conversor
de Tensão
de Carga
C Imposta
corrente trifásica
contínua
- VSI -
Link DC
A alimentação de uma carga trifásica também pode ser obtida de um inversor trifásico na
configuração em ponte.
Na Figura 5.63 é mostrado o circuito básico de um Inversor de Tensão Imposta Trifásico
em Ponte alimentando uma carga trifásica, onde as chaves estáticas do inversor estão
representadas por contatos elétricos e seus circuitos de comutação foram omitidos.
a
S1 S3 S5
a
b Carga
V C b Trifásica
c
S4 S6 S2
c
Através da comutação cíclica das chaves estáticas do inversor em seis etapas se consegue
sintetizar a saída de tensão trifásica sobre a carga a partir de uma fonte de tensão em
corrente contínua.
O instante da entrada em condução de uma chave coincide com o instante de corte da
condução de outra, logo, o comando para disparar uma chave serve também para
bloquear a outra, o que torna o circuito de acionamento das chaves mais simples.
Cada chave irá conduzir por ângulo de condução múltiplo de 60º.
As chaves estáticas do inversor são acionadas de modo que três chaves são ligadas num
mesmo período.
Nesta forma de comando das chaves estáticas, a cada 60° do ciclo da tensão de saída do
Inversor de Tensão Imposta alimentando uma carga trifásica, teremos alternadamente,
duas chaves da parte superior conduzindo simultaneamente com uma chave da parte
inferior, ou, uma chave da parte superior conduzindo simultaneamente com duas chaves
da parte inferior do circuito em ponte.
Não é permitido que as chaves que estão conduzindo simultaneamente pertençam a um
mesmo braço do circuito em ponte, isto é, S1 não conduz com S4, S3 não conduz com S6 e
S5 não conduz com S2, sob pena de produzir um curto circuito nos terminais do conversor
CC.
a
S1 S3 S5
a
b Carga
V C b Trifásica
c
S4 S6 S2
c
Dessa forma, as seis combinações possíveis de ligação das chaves estáticas será a
mostrada na Tabela 5.1.
Período
Chave
estática
0° a 60° 60° a 120° 120° a 180° 180° a 240° 240° a 300° 300° a 360°
Chave
estática
on on
S1 off off
wt
on on
on on
on on
S4 off off
wt
on on on
S5 off off
wt
on on on
S6 off off
wt
Seqüência de 0° 60° 120° 180° 240° 300° 360° 420° 480° 540° 600° 660° 720°
chaveamento wt
1 1 1 2 3 4 1 1 1 2 3 4
5 2 2 3 4 5 5 2 3 3 4 5
6 6 3 4 5 6 6 6 4 4 5 6
Da Figura 5.65 podemos observar que cada uma das chaves conduz por um período de
180° do ciclo da tensão de saída do Inversor de Tensão Imposta.
a
S1 S3 S5
A
b
V C b B
c
C
Carga
Resistiva
S4 S6 S2 pura
c
Na Figura 5.67 também estão indicados os seis períodos e as chaves que são ligadas
durante cada período.
a + c a +
1 3 5 V/3
C A
A
b -
V C B V
+
C
Carga B 2V/3
4 6 2 Resistiva
pura
c - b -
Conversor CC Link DC Inversor de Tensão Imposta
a + a +
1 3 5 2V/3
A
A
b -
V C B V
+
C
Carga C B V/3
4 6 2 Resistiva
pura
c - c b -
Conversor CC Link DC Inversor de Tensão Imposta
a + a b +
1 3 5 V/3
A B
b A -
V C B V
+
C
Carga C 2V/3
4 6 2 Resistiva
pura
c - c -
Conversor CC Link DC Inversor de Tensão Imposta
a + b +
1 3 5 2V/3
B
A
b -
V C B V
+
C
Carga A C V/3
4 6 2 Resistiva
pura
c - a c -
Conversor CC Link DC Inversor de Tensão Imposta
a + b c +
1 3 5 V/3
B C
A
b -
V C B V
+
C
Carga A 2V/3
4 6 2 Resistiva
pura
c - a -
Conversor CC Link DC Inversor de Tensão Imposta
a + c +
1 3 5 2V/3
C
A
b -
V C B V
+
C
Carga B A V/3
4 6 2 Resistiva
pura
c - b a -
Conversor CC Link DC Inversor de Tensão Imposta
A partir das tensões estabelecidas nos circuitos equivalentes para cada uma das etapas
mostradas na Figura 5.67, podemos gerar as formas de onda das tensões de linha e de
fase na carga, mostradas na Figura 5.68.
Vab
V
wt
-V
Vbc
V
wt
-V
Vca
V
wt
-V
Va
2V/3
V/3
wt
-V/3
-2V/3
Vb
2V/3
V/3
wt
-V/3
-2V/3
Vc
2V/3
V/3
wt
-V/3
-2V/3
Seqüência de 0° 60° 120° 180° 240° 300° 360° 420° 480° 540° 600° 660° 720°
chaveamento wt
1 1 1 2 3 4 1 1 1 2 3 4
5 2 2 3 4 5 5 2 3 3 4 5
6 6 3 4 5 6 6 6 4 4 5 6
Figura 5.68 Formas de onda das tensões de linha e de fase na carga em estrela
As formas de onda na Figura 5.68 mostram que, enquanto as tensões de linha na carga
são quase quadradas, as tensões de fase na carga são em degraus, gerando uma forma
de onda de seis pulsos.
Diz-se que o inversor opera em onda quase quadrada e as tensões de fase aplicadas a
carga são chamadas de tensão de 6 pulsos, cuja frequência pode ser variada modificando-
se o período com que ocorrem os acionamentos das chaves.
O modo de comando das chaves estáticas pode ser escolhido baseado no conteúdo
harmônico da forma de onda das tensões fornecidas à carga.
Portanto, a forma de comando das chaves geralmente adotada é aquela em que cada uma
conduz durante 180° do ciclo da tensão de saída, o que faz com que tenhamos sempre
três chaves conduzindo simultaneamente.
Vale lembrar também que a taxa de chaveamento determina a frequência da tensão
trifásica aplicada sobre a carga
v0
p
wt
0 p 2p p 2p
6 3 6
-V
A onda quase quadrada da tensão v0, mostrada na Figura 4.36, pode ser descrita pela
equação:
∞
𝟒∙𝑽 𝟏 𝒏∙𝝅
𝒗𝟎 = ∑ ∙ 𝒔𝒆𝒏 ( ) ∙ 𝒔𝒆𝒏 (𝒏 ∙ 𝒘𝒕)
𝝅 𝒏 𝟑
𝒏=𝟏,𝟑,𝟓,…
𝟐 ∙ √𝟑 ∙ 𝑽 𝟏 𝟏 𝟏
𝒗𝟎 = ∙ [𝒔𝒆𝒏 𝒘𝒕 − ∙ 𝒔𝒆𝒏 (𝟓 ∙ 𝒘𝒕) + ∙ 𝒔𝒆𝒏 (𝟕 ∙ 𝒘𝒕) − ∙ 𝒔𝒆𝒏 (𝟏𝟏 ∙ 𝒘𝒕) + ⋯ ]
𝝅 𝟓 𝟕 𝟏𝟏
𝟐 ∙ √𝟑
𝒗𝟏𝒎á𝒙 = ∙ 𝑽 = 𝟏, 𝟏𝟎𝟑 ∙ 𝑽
𝝅
𝟐 ∙ √𝟑
𝒗𝟏𝒓𝒎𝒔 = ∙ 𝑽 = 𝟎, 𝟕𝟖𝟎 ∙ 𝑽
𝝅 ∙ √𝟐
Em outras palavras, podemos dizer que o valor eficaz da tensão de linha de um inversor
de onda quase quadrada pode ser no máximo igual a 78% da tensão do Link DC.
V0, V1
V1máx=1,103 V
V
V1rms=0,780 V
wt
p 2p
Componente fundamental
-V
v0
p
1
wt
0 2p
fp
1
2f
-V
Figura 5.71 Onda de tensão quase quadrada recortada por pulsos de largura
𝒇𝒑
𝑵=
𝟐∙𝒇
O número de pulsos N é um número inteiro ímpar entre 1 e 21, isto é, pode assumir os
valores 1, 3, 5, 7, 9,....., 19,.21.
Para variação da amplitude da tensão de zero ao seu valor máximo V, a largura do pulso
deve variar sobre o range:
𝝅
𝟎≤𝜹≤
𝑵
Fica claro que o valor máximo e eficaz da componente fundamental da forma de onda de
tensão v0 recortada por diversos pulsos em cada um de seus meio ciclos depende
diretamente da largura dos pulsos .
Uma melhoria na forma de onda recortada é a variação nos períodos de condução e
bloqueio, tal que o pulso central de cada semi ciclo tenha uma largura maior, enquanto
que os pulsos das extremidades formam uma imagem espelho, conforme mostrado na
Figura 5.72.
v0
V
Componente fundamental
p
wt
0 2p
-V
v0
V
Componente fundamental
p
wt
0 2p
-V
Na Figura 5.72 temos 5 pulsos em cada semi ciclo, de modo que o inversor é dito operar
com modulação de 5 pulsos
A onda modulada por largura de pulso tem componentes harmônicos de baixa ordem
muito menores que as outras formas de onda.
Um método que pode ser usado para determinar os instantes em que cada uma das
chaves estáticas é aberta e fechada, necessários para sintetizar corretamente a onda
modulada por largura de pulso, consiste em gerar uma senóide de referência, que possui
a mesma frequência da tensão desejada, dentro do circuito de controle, e então compará-
la com uma onda triangular de frequência mais elevada, dentro do circuito de controle,
como mostrado na Figura 5.73.
Os pontos de cruzamento das duas ondas é que determinam os instantes corretos.
Onda triangular
Senóide de referência
wt
v0
V
p
wt
0 2p
-V
Figura 5.73 Formação dos instantes de disparo para onda modulada por 5 pulsos
𝒇𝒓𝒆𝒒üê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒅𝒂 𝒕𝒓𝒊𝒂𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓
𝒎=
𝒇𝒓𝒆𝒒üê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒅𝒂 𝒔𝒆𝒏ó𝒊𝒅𝒆
Onda triangular
Senóide de referência
wt
v0
V
p
wt
0 2p
-V
a
S1 S3 S5
a
A
b
V C b B
c
C
Carga
Resistiva
S4 S6 S2 pura
c
Figura 5.75 Inversor alimentando uma carga trifásica resistiva pura ligada em estrela
A aplicação consiste em modular com uma onda triangular de alta frequência, três
senóides de referência, defasadas entre si de 120º, como ilustrado na Figura 5.76.
Referência
da fase c
Onda
triangular
wt
Referência
da fase a
Referência
da fase b
va
V
p
wt
0 2p
Fundamental
-V da fase a
vb
V
p
wt
2p
Fundamental
-V
da fase b
vc Fundamental
V da fase c
p
wt
2p
-V
Figura 5.76 Formas de onda modulada por largura de pulso para um inversor trifásico
Assegurar que os tempos de chaveamento não estejam tão próximos que não
permitam um tempo mínimo de condução e corte requerido pelas chaves estáticas
eletrônicas utilizadas.
Inicialmente, essas funções eram realizadas por uma associação de circuitos analógicos e
circuitos digitais, que permitiam ao usuário programar o inversor para se adequar a sua
própria aplicação.
Atualmente, os microprocessadores são quase que universalmente utilizados para
determinar os instantes de chaveamento.
Os instantes de chaveamento podem ser determinados de uma maneira similar ao
método analógico pela geração de uma onda triangular a partir de pequenos degraus
crescentes e decrescentes, sendo então comparados a uma amostra e retenção de onda
senoidal.
Construídos na unidade do microprocessador, os tempos de condução e corte das chaves
estáticas podem ser mínimos, assim como a otimização da amplitude da tensão para o
motor (carga), a partida suave e os tempos de aceleração e frenagem.
Além de serem utilizados para determinar os instantes de chaveamento os sistemas de
controle microprocessados podem realizar várias outras funções:
Minimização de perdas
Diodo de Potência
Até 1970, o SCR foi utilizado de maneira exclusiva para o controle da energia elétrica em
aplicações industriais.
Na prática, os diversos dispositivos têm méritos relativos, que os fazem mais apropriados
a uma aplicação ou a outra.
Em algumas áreas existe sobreposição de características dos dispositivos a serem
escolhidos, não havendo facilidade de distinção.
Um importante critério para aplicação em circuitos depende, freqüentemente, dos
parâmetros de valores nominais, perdas por condução e chaveamento, tempos de
chaveamento, estratégias de controle e, finalmente, o custo.
Os SCR’s têm as maiores especificações de todos os dispositivos, é robusto, tem baixas
perdas de condução, é barato, mas é lento para o disparo e não pode ser desligado a não
ser cessando sua corrente de carga.
Na faixa até 15 kHz a família dos tiristores, particularmente o GTO, é competitiva devido
a robustez, baixas perdas em condução e valores de capacidade de sobrecarga e
transientes superiores.
Até 100 kHz o Transistor Bipolar e o IGBT são competitivos, tendo baixo custo e baixas
perdas em condução, mas com perdas durante o chaveamento maiores que as do
MOSFET.
Onde as maiores taxas de chaveamento são requeridas, acima de 100 kHz, o MOSFET é
único.
A família dos transistores pode operar em temperaturas de até 150 C, enquanto a
família dos tiristores está limitada a 125 C.
O baixo consumo de um circuito necessário para o disparo de um MOSFET controlado por
tensão e de um IGBT pode ser um fator decisivo quando comparado a circuitos
controlados por corrente, como o BJT e a família dos tiristores, que têm um maior
consumo.
A proteção dos dispositivos contra condições de falta é mais fácil para a família dos
tiristores, e esse tem sido um dos fatores que limita o progresso da utilização dos
transistores nos equipamentos com especificações mais elevadas.
Trabalhos de pesquisa e desenvolvimento estão constantemente procurando melhorar os
dispositivos existentes e desenvolver novos dispositivos mais próximos da chave
eletrônica ideal.
Um novo dispositivo que associa a alta impedância da porta e o rápido disparo do
MOSFET de potência com a ação de travamento regenerativo do tiristor e sua baixa perda
durante a condução está sob intenso desenvolvimento.
5.5.4.2 O IGBT
Coletor - C
Gate - G
Emissor - E
A seção em corte da estrutura física de um IGBT canal N mostrada na Figura 5.78, que
consiste basicamente de quatro camadas, é semelhante à do MOSFET, com uma única
diferença de que o substrato do IGBT é P-N e o do MOSFET é N-N.
Emissor
Gate
N+ N+ N+ N+
J1
P-base P-base
J2
N-base
J3
P+
Coletor
Proteção contra:
Sobre corrente
Curto circuito
Sobre temperatura
C
C
Sinal óptico de
controle do gate G
Driver
E
I/F
RTC
Es
Sinal óptico de
Proteção Is
erro
Fonte de Controle de
alimentação corrente em
24V/100kHz tempo real
O invólucro do IGBT deve ser montado numa estrutura contenha suas proteções e que
possibilite o seu resfriamento e as conexões com os circuitos de controle e de potência.
Normalmente, para inversores com potências da ordem de 1.000 ℎ𝑝,a refrigeração pode
ser obtida por ventilação forçada através de sopradores.
S1 D1 S3 D3 S5 D5
a
a
b Carga
V C b Trifásica
c
c
S4 D4 S6 D6 S2 D2
Figura 5.83 Inversor de tensão imposta utilizando o IGBT como chave estática
Na Figura 5.84 vemos um inversor com IGBT montado no armário elétrico da locomotiva.
Suponha que através da comutação cíclica das chaves estáticas de um inversor de tensão
imposta em ponte se consiga direcionar a tensão sobre os enrolamentos de um motor de
indução a partir de uma fonte de tensão em corrente contínua.
a
S1 S3 S5
a
b
V C b
c Motor de
Indução
Trifásico
S4 S6 S2
c
a
L
R
b
L R
R
L
Motor de
Indução
Trifásico
c
a
S1 S3 S5
L
a
R
b
V C b
L R
R
c Motor de
L
Indução
Trifásico
S4 S6 S2
c
a
S1 S3 S5
L
a
R
b
V C b
L R
R
c Motor de
L
Indução
Trifásico
S4 S6 S2
c
ia
iCC
S1 D1 S3 D3 S5 D5
a
L
a
R
b
V C b
L R
R
c Motor de
L
Indução
Trifásico
c
S4 D4 S6 D6 S2 D2
ia
iCC
S1 D1 S3 D3 S5 D5
a
A
b
V C b B
c
C
Motor de
Indução
c
S4 D4 S6 D6 S2 D2
Figura 5.90 Circuito básico de um inversor de tensão imposta de onda quase quadrada
alimentando um motor de indução
Vab
V
wt
-V
Va
2V/3
V/3
wt
-V/3
-2V/3
Va
V
Fundamental
-2V/3 da tensão
wt
-2V/3
-V
ia
Fundamental
da corrente
wt
Na Figura 5.93 estão representadas as correntes nos IGBT’s e nos diodos de roda livre do
módulo de fase a.
iS1
wt
iD1
wt
iS4
wt
iD4
wt
Podemos observar da Figura 5.93 que o período de condução nos IGBT’s é maior do que
nos diodos de roda livre.
Isso se deve ao fato de que o motor de indução está operando como motor, e não como
gerador, sendo o fluxo de potência do conversor CC para o motor de indução.
A forma de onda da corrente na saída do conversor CC contém um fator de ripple
elevado.
iCC
wt
O motor não representa uma carga simples para o inversor, porque ele reage
diferentemente a cada harmônico da forma de onda de tensão.
Os efeitos das diferentes frequências têm de ser considerados se for examinada a
característica conjugado x velocidade de um motor, em particular nas diferentes
frequências determinadas pelo inversor.
Por não existir filtro na saída do inversor, os conjugados harmônicos tornam o
acionamento instável em baixa velocidade, fazendo com que o inversor de onda quase
quadrada seja inadequado para o acionamento do motor de indução abaixo de
aproximadamente 5 Hz.
Para operação em baixa velocidade, até o nível de velocidade zero, deve ser utilizada a
técnica de modulação por largura de pulso para se obter frequências das harmônicas
suficientemente elevadas.
A vantagem da forma de onda modulada por largura de pulso é que ela possui
componentes harmônicos de baixa ordem muito menores que outras formas de onda, de
modo que a impedância própria do motor de indução produz baixas perdas por corrente
nestas frequências.
A forma de onda da corrente de fase modula por largura de pulso da Figura 4.66 mostra
claramente a redução nas componentes harmônicas, se comparada com a forma de onda
da corrente de fase do inversor de onda de seis pulsos, mostrado anteriormente.
Um problema para os motores de indução alimentados por inversores é que podem
surgir instabilidades, particularmente quando estão presentes sub harmônicos nas
formas de onda de tensão.
Para evitar os sub harmônicos, o índice de modulação deve assumir valores múltiplos de
três (3).
Va
2V/3
Fundamental
V/3 da tensão
wt
-V/3
-V
ia
Fundamental
da corrente
wt
No entanto, há limites técnicos para a taxa nos quais os dispositivos do inversor podem
ser chaveados.
Os dispositivos semicondutores de potência requerem um tempo mínimo 100 𝑠 para
entrar em corte ou em condução, o que limita sua frequência de chaveamento máxima
em 400 𝐻𝑧.
Foi observado que a impedância do motor de indução limita qualquer harmônica superior
a 200 𝐻𝑧 que estiver presente nas tensões aplicadas ao motor.
Frequência da onda
triangular [Hz] m=9
400 m=6
m=3
300
m=1
200
100
Frequência da onda
50 100 150 200 de referência [Hz]
Uma vez que as harmônicas pares não estão presentes, e que numa carga trifásica
equilibrada as harmônicas de ordem múltipla de três (3, 6, 9, 12, . . . ) são canceladas, então,
a harmônica de mais baixa ordem presente nas ondas das tensões aplicadas ao motor de
indução é a de quinta ordem.
Isto limita a menor frequência de chaveamento do inversor em 1/5 de 200 𝐻𝑧, ou seja,
40 𝐻𝑧.
Portanto, a frequência de chaveamento dos dispositivos semicondutores que atuam como
chave estática deve estar situada na faixa entre 40 e 400 𝐻𝑧.
Para se evitar pulsos muito longos que provocariam variações de correntes inadmissíveis,
sobretudo em baixa frequência, e ainda para se evitar pulsos muito estreitos, que
acarretariam grandes perdas de comutação decorrentes da multiplicidade de bloqueios e
disparos das chaves estáticas, se opera o inversor com elevadas taxas de modulação nas
frequências mais baixas e pequenas taxas nas frequências mais altas.
Nas frequências muito baixas (<10 Hz) se pode operar próximo da frequência máxima de
chaveamento do IGBT.
Isto é conhecido como a modulação livre.
No caso das frequências elevadas, a taxa de modulação é igual à unidade acarretando,
portanto, apenas um retângulo de tensão positiva ou negativa em cada meio ciclo das
tensões aplicadas ao motor de indução.
Nesta situação, o motor trabalha em onda plena.
As faixas de frequência por região de operação são mostradas na Figura 5.97.
Conjugado
Região de Região de
Conjugado Potência
constante constante
Frequência
0 10 20 30 45 [Hz]
a a a a a
10 Hz 20 Hz 30 Hz 45 Hz 120 Hz
m=9 m=6 m=3 m=1
I1 I2
V
Im I2 I1
Iq
V Ramo de
magnetização
Im Id
Idealmente, o fluxo do rotor estabelecido pela corrente do rotor está em quadratura com
o fluxo do estator, com o fluxo resultante sendo distorcido no entreferro e, portanto,
gerando conjugado.
O conjugado desenvolvido é relacionado à componente em fase de 𝐼2 mostrada como 𝐼𝑞 e
o fluxo é relacionado à corrente 𝐼𝑚 modificado pela componente reativa de 𝐼2 para dar a
componente mostrada como 𝐼𝑑 .
O objetivo do controle vetorial é controlar separadamente o módulo das duas
componentes 𝐼𝑑 e 𝐼𝑞 , de tal forma que o fluxo seja proporcional a 𝐼𝑑 e o conjugado
proporcional a 𝐼𝑞 .
Controlando independentemente cada componente, temos um sistema que até supera ao
do motor de corrente contínua nas respostas de regime permanente e transitório.
Para implementar o controle vetorial, os parâmetros do motor têm de ser conhecidos e
seus valores colocados em um conjunto altamente complexo de equações matemáticas,
desenvolvido a partir da teoria generalizada da máquina.
Dessa maneira, os valores desejados das duas componentes da corrente do estator
podem ser traduzidos para determinar os valores instantâneos das correntes dos três
enrolamentos do estator.
Foi o advento de microprocessadores rápidos que permitiu que os cálculos fossem
realizados em tempo real e que o controle vetorial se tornasse um sistema prático.
Controle do
Conversão Ia
fluxo Parâmetros Motor
Ajuste de de duas
do Inversor
velocidade em três
Controle do motor Ib
fases
conjugado
Ic
A corrente de estator tem de mudar para acomodar esse movimento da corrente do rotor
no espaço.
Em essência o sistema está tentando manter um escorregamento consistente com a
condição de conjugado.
Os dados dos parâmetros do motor têm de ser predeterminados e armazenados no
sistema de controle, ou medidos pelo sistema de controle e então armazenados.
As variações de temperatura alterarão os valores de resistência e em particular a
constante de tempo do circuito do rotor.
Através de sensores de temperatura instalados no interior do motor, essas variações são
medidas e contabilizadas para entrar nos dados dos parâmetros do motor.
A saturação do fluxo magnético também pode alterar os parâmetros do motor.
Os sistemas de controle menos complexos que contam tão somente com o
estabelecimento da relação tensão/frequência e limitação de corrente, ou controle pela
determinação do escorregamento, são geralmente conhecidos como controle escalar.
O sentido de rotação do motor de indução pode ser facilmente invertido por meio da
inversão da sequencia de chaveamento das chaves estáticas, invertendo assim a
sequencia de alimentação trifásica para o motor.
Alternador de tração
Link DC
a
b
C Inversor
c
Alternador de tração
Link DC
b
a
C Inversor
c
Para evitar variações súbitas de conjugado no motor, uma malha em rampa é incluída no
circuito de controle do motor, de forma que qualquer variação súbita na entrada do
controle seja introduzida lentamente no circuito de potência.
Conjugado
0 1 2 Velocidade
1 0 -1 Escorregamento
Operação como gerador
ia
iCC
S1 D1 S3 D3 S5 D5
a
a
A
b
V C b B
c
C
Motor de
Indução
c
S4 D4 S6 D6 S2 D2
Se os IGBT’s forem omitidos na Figura 5.103, vemos que a potência gerada pelo motor de
tração é entregue a uma carga CC (Link DC) através de um retificador trifásico de onda
completa em ponte.
ia
iCC
S1 D1 S3 D3 S5 D5
a
A
b
V C b B
c
C
Motor de
Indução
c
S4 D4 S6 D6 S2 D2
Va
V
Fundamental
-2V/3 da tensão
wt
-2V/3
-V
ia
Fundamental
da corrente
wt
As formas de onda da tensão e da corrente na fase a são mostradas na Figura 4.57 como
uma senóide para simplificar a visualização do defasamento entre elas.
Na prática, assim como a tensão, a corrente também contém componentes harmônicos.
iS1
wt
iD1
wt
iS4
wt
iD4
wt
Figura 5.106 Formas de onda das correntes nos diodos, D1 e D4, e nas chaves estáticas,
S1 e S4, supondo correntes senoidais
iCC
wt
Ar aquecido
Ventiladores do Alimentação
freio dinâmico externa
Banco de resistências
do freio dinâmico
C Inversor
Link DC
t1
R1 R
T
t1
wt
T
t2
R2 R2 R
T
t2
wt
T
t3
R3 R3 R
T
t3
wt
T
Assim, a corrente direcionada para o banco de resistências pode ser mantida constante,e
consequentemente o esforço de frenagem, para uma grande faixa de velocidades, como
pode ser observado na curva de esforço de frenagem de um motor apresentado na Figura
5.110.
Esforço de
Frenagem
[kgf]
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
Velocidade
[km/h]
10 20 30 40 50 60 70 80
Desde 1879, quando Werner von Siemens apresentou a primeira locomotiva elétrica,
que o motor de tração é de corrente contínua;
Demanda uma menor manutenção por não possuir comutador e escovas, que é o
ponto crítico do motor de corrente contínua;
Possibilita uma maior quantidade de carga transportada por trem, tracionado por
composições de igual potência;
Maior eficiência;
Frequência Frequência
Inversor Inversor baixa Inversor Inversor alta
1 2 1 2 1 2
aumenta a frequência
Conjugado
Conjugado
Conjugado
do rodeiro 2
ponto de operação
ponto de operação do rodeiro 1 novo ponto de operação
do rodeiro 1 e ponto de do rodeiro 2
do rodeiro 2 operação
do rodeiro 1
ponto de operação
do rodeiro 2 ponto de
operação
do rodeiro 2
Velocidade Velocidade Velocidade
[km/h] [km/h] [km/h]
Alternador de tração
Link DC
Motores de tração
C Inversor de um truque
Link DC
C Inversor
Alternador de tração
Link DC
Motores de tração
C Inversor
de um truque
Link DC
C Inversor
Mecânica de Locomotivas
6 Modos de Tração
Por isso, recomenda-se o uso de locomotivas específicas para manobras que custam
menos, consomem pouco combustível, requerem uma manutenção bem simples e menos
dispendiosa, se inscrevem mais facilmente nas curvas dos pátios, e são projetadas para
operar em baixas velocidades.
No decorrer dos últimos anos, o consumo de óleo combustível passou a ser considerado
como um dos indicadores de maior importância no custo operacional das ferrovias.
Por isso, muitas ferrovias, estão procurando adotar medidas econômicas, entre as quais:
Para carga das baterias chumbo-ácidas é utilizado um pequeno gerador, que pode ser
acionado por um motor diesel, uma micro-turbina ou uma célula de combustível.
Figura 6.4 Grupo motor diesel-gerador para carga das baterias chumbo-ácidas
6.2.1.1 Vantagens
Melhora a performance;
6.2.2.1 Definições
Define-se como:
Slug:
Em 1971, a General Electric – GE desenvolveu slug’s com o nome de MATE – Motors for
Added Tractive Effort.
O MATE da GE era uma unidade capaz de operar nos serviços de linha com velocidades
superiores às encontradas nos serviços de pátio.
6.2.2.2 Composição
Não existe uma única maneira para se compor o slug, mas geralmente os projetos
apontam para as configurações:
6.2.2.3 Vantagens
Um slug não é uma simples unidade de helper, mas uma fonte de esforço de tração de
multiuso, flexível e eficiente que oferece as seguintes vantagens:
Menor consumo de combustível – temos uma maior eficiência energética que pode
proporcionar, segundo algumas publicações, uma redução de até 𝟏𝟎%.
A definição pelo uso de slug’s e a configuração mais adequada para cada caso se
baseiam na análise de importantes itens entre os quais podemos destacar:
Perfil do traçado.
𝑷 = 𝑭 ∙ 𝒗 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆
𝑷 Potência de tração
𝑭 Força de tração
𝒗 Velocidade
À medida que a unidade slug ganha velocidade, a impedância dos motores de tração
aumenta e conseqüentemente a tensão do gerador principal também aumenta.
A um determinado valor, ocorrem duas situações indesejáveis:
As velocidades em que estas situações surgem devem ser determinadas para que
artifícios como redução de campo, transição ou desligamento da unidade lastreada,
sejam usados.
A escolha de um ou mais artifícios dependerá substancialmente do perfil do traçado e da
tecnologia e orçamento disponível.
Poucas mudanças devem ocorrer em relação ao freio dinâmico e ao freio a ar, porém o
equipamento deve permitir que a unidade lastreada trafegue na condição de locomotiva
comandada e rebocada morta.
Durante a elaboração do projeto, devem-se agregar ao conjunto algumas vantagens
como:
Atingir o máximo peso permitido pela via permanente para cada eixo, levando-se
em conta a estrutura da unidade lastreada;
Potência;
Fabricantes diferentes.
Por isso, para se formar um conjunto de locomotivas, vários pontos deverão ser
observados.
O primeiro obstáculo é o sistema elétrico, pois todos os pontos dos receptáculos de
unidade múltipla deverão ser compatíveis nas locomotivas que estão sendo acopladas.
Para o cálculo de capacidade de tração, deve-se considerar que a força de tração ocorre
na velocidade mínima contínua mais alta das locomotivas do conjunto.
6.3.2 Exemplo
Locomotiva A
Potência - 𝟐. 𝟎𝟎𝟎 𝒉𝒑
Velocidade mínima contínua - 𝟐𝟏 𝒌𝒎/𝒉
Eficiência da transmissão - 𝟖𝟐 %
Locomotiva B
Potência - 𝟏. 𝟒𝟎𝟎 𝒉𝒑
Velocidade mínima contínua - 𝟏𝟔 𝒌𝒎/𝒉
Eficiência da transmissão - 𝟖𝟐 %
Tração múltipla:
O preço dos combustíveis faz com que a conta do óleo diesel represente um grande
percentual dos custos do transporte de uma ferrovia dotada de locomotivas diesel-
elétricas.
A crise do petróleo dos anos setenta motivou a busca de novos procedimentos e técnicas
de economia de combustível em toda a área de transportes, entre as quais a do
transporte ferroviário, grande consumidor.
Na sequência de datas e de eventos dada a seguir, podemos observar que a preocupação
com a economia de combustível também se estabeleceu na EFVM, e motivou a realização
e desenvolvimento de alguns experimentos.
5. Alternância da comandante;
3. Se não for feita a alternância da comandante, esta poderá ficar sem combustível.
Erro de velocidade
𝑬 = 𝑽𝒓𝒆𝒇 − 𝑽
𝑽 > 𝑽𝒑𝒂𝒓𝒕𝒊𝒅𝒂
𝑬 > 𝟎 ⟹ 𝜟𝑬 = 𝑬 − 𝑬𝒂 𝒔𝒖𝒑
𝑬 < 𝟎 ⟹ 𝜟𝑬 = 𝑬 − 𝑬𝒂 𝒊𝒏𝒇
Aceleração da composição
𝜟𝑽 = 𝑽𝒂𝒕𝒖𝒂𝒍 − 𝑽𝒂𝒏𝒕𝒆𝒓𝒊𝒐𝒓
Região E E V Atuação
0 - - - Paralelo
- 2 pontos
V >0 >0 >0
- 3 pontos
Na figura abaixo se pode observar uma representação gráfica das diversas regiões de
controle do CAP.
Velocidade
V
Limite Superior
III Ea sup
Vref
II IV Ea inf
Limite Inferior
I
Vpartida
0
tempo
Em ferrovias de traçado sinuoso, a formação de trens mais longos fazendo uso da tração
múltipla convencional intensifica os esforços que se opõem ao movimento e amplifica as
solicitações da estrutura da composição e da própria estrutura da via.
Figura 6.19 Trem extra longo com tração múltipla trafegando pela EFVM
Na Figura 6.3 se pode observar o registro fotográfico real de ocorrência desta natureza,
em que houve tombamento de vagões carregados, numa curva de 𝟏𝟒𝟓 𝐦 de raio, durante
operação de demarragem na saída de um pátio ferroviário.
À medida que os tamanhos e pesos dos trens cresciam, as ferrovias operando em trechos
de rampas acentuadas sentiram a necessidade de espalhar a fonte de esforço de tração
ao longo do trem para diminuir as tensões internas que atuam sobre os engates.
Desde muito cedo a distribuição de potência, com locomotivas operando em partes
distintas do trem, formando a tração distribuída, apresentou-se como alternativa natural
diante da necessidade de ampliar-se o peso do trem sem ultrapassar os limites de
resistência disponíveis.
Esse recurso surgiu muito antes que se projetasse qualquer tipo de equipamento através
do qual se pudesse exercer remotamente algum tipo de controle ou sincronismo, e tem
sido muito utilizado fora do país há alguns anos.
Em 1934 uma composição especial, onde cinco locomotivas a vapor foram distribuídas da
cabeceira até a cauda do trem que conduziu o duque de Gloucester e sua comitiva,
subindo a rampa de Rimutaka na Nova Zelândia.
Figura 6.24 Trem de 570 vagões formado na BHP Iron Ore com tração distribuída
Tração múltipla
Tração distribuída
Possibilita a circulação com maior velocidade, sob certas condições do trem na via;
O esforço nos engates, que solicita tanto o equipamento quanto a via, é drasticamente
reduzido com a tração distribuída, fazendo com que haja:
Tração distribuída
Tração distribuída
Tração distribuída
Tração distribuída
Tração distribuída
Tração distribuída
A segurança da operação do trem com tração distribuída é garantida se, e somente se, o
"link” for estabelecido entre a Líder e as Remotas de um mesmo trem, não havendo a
possibilidade de comunicação entre locomotivas de trens diferentes.
Desta forma evita-se que uma locomotiva Remota que não faz parte deste trem reconheça
qualquer comando da Líder ou que a Líder reconheça qualquer informação de uma
Remota que não faz parte do seu trem.
Figura 6.31 Link estabelecido somente entre a líder e a remota de um mesmo trem
Cada unidade do sistema possui uma identidade única e cada locomotiva é reconhecida
por esta identidade e também pela sua identidade específica na ferrovia.
O operador do trem informa ao sistema quais são as locomotivas consideradas Remotas e
que estão no mesmo trem da locomotiva Líder.
O processo de “Linkagem” é iniciado com a identificação pela Líder de quais são as
unidades Remotas que poderão se comunicar com ela.
Este processo irá confirmar se de fato as locomotivas, cuja identidade foi informada
através de entrada de dados pelo operador, estão fazendo parte de um mesmo trem.
Após identificar todas as locomotivas que estão dentro da área de cobertura do rádio da
unidade da locomotiva Líder, o sistema inicia uma nova forma de link, chamado link
pneumático.
Momentos antes de o trem entrar no túnel, as comunicações entre líder e remota eram
normais.
A partir da líder, o maquinista isola a interruptora das remotas antes de chegar aos
túneis;
6.5.4.2 Problemas
6.5.5 Locotrol
74 Volt
Breaker
J1 J2
74 Volt J3 Electronic Brake
Radio
Breaker Valve
Module
DC-DC
J4 Converter J200
J3 J1 J100
74 Volt 74 Volt
J5 Operator
Breaker J1 Breaker
J3 Interface
Module
Electro-
Extend TL:BG
pneumatic
Integrated
Control Unit
Processor TL:PC
Module J102
J6 J1 J3 J101 TL:N
Test port J2 J4 J2
J7 BP
Relay Interface
Module
20P
Pneumatic
J4
Trainline trainline
J5 Locomotive 13P
interface
74 Volt interface
Breaker J3 J1 wiring
Trainline
Interface
Module
J2 Traction Motor To traction
Trainline Current Module motor #2
interface
Mecânica de Locomotivas
7 Referência Bibliográficas
7.1 Livros
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[1] Electro Motive Division – GM – 48” AC motor driven cooling fan – MI 4102 C
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[1] ABNT – NB-00465 – 1976 – Terraplenagem para Via Férrea - Estudo Geotécnico para
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[2] ABNT – NB-00467 – 1978 – Terraplenagem para Via Férrea - Estudo para Projeto de
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[3] ABNT – NB-00466 – 1980 – Terraplenagem para Via Férrea - Movimento de Terra -
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[4] ABNT – NBR 07949 – NB-00463 – 1980 – Terraplenagem para Via Férrea - Corte -
Projeto
[6] ABNT – NB-00430 – 1981 – Terraplenagem para Via Férrea - Estudos Preliminares
para Projeto
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