PROPRIEDADE: R&A, LDA NAMPULA, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2023 www.ikweli.co.

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Moçambique “leva porrada” com cólera

Macomia: Novo ataque terrorista

faz 3 mortos Pág. 2

1

Macomia: FDS acham material usado
por terroristas
P
emba (IKWELI) – As Forças
de Defesa e Segurança
(FDS) moçambicanas
acharam diverso material
da pertença dos terroristas, inclu-
indo engenhos militares, abando-
nados numa mata do distrito de
Macomia, centro da província de
Cabo Delgado, em circunstâncias
ainda não bem esclarecidas.
O anúncio de localização do material
usado pelos terroristas e abandona-
do numa mata foi feito na semana
finda (na quinta-feira) pelo governa-
dor de Cabo Delgado, Valige Taua-
bo, num comício por ele orientado no
distrito de Palma.
E novo ataque terrorista faz 3 mortos
Quando tudo parecia estar bem e a
população regressando às suas al-
deias, os moradores da aldeia Novo
Cabo Delgado, posto administrativo
de Chai, em Macomia, foram sur-
preendidos por tiros logo ao princípio
da manhã de sexta-feira (10) por um
grupo de homens vestidos à militar
que se acredita serem integrantes
dos alshababs que actuam em vári-
os pontos de Cabo Delgado desde
meados de 2017.
Fontes bem informadas, na vila de
Política
Por: Redação
O governante acredita que as armas
e roupas que eram usadas pelos ter-
roristas, tenham sido abandonados
e os donos juntaram-se à população
civil. “Muitos já estão a abandonar as
matas, anteontem ou ontem, os nos-
sos militares acharam roupa e armas
no distrito de Macomia. Se alguém
sabe que tem um familiar, irmão, fil-
ho, primo ou sobrinho que fala com
ele ao telefone, que informe para re-
gressar e se entregar as autoridades
e se ele estar lá ainda será visto
como terrorista”.
Valige Tauabo, secundou, num dos
encontros que manteve com famili-
as regressadas no distrito de Palma,
Macomia, confirmaram na manhã de
sábado que a invasão à aldeia Novo
Cabo Delgado resultou em três (3)
mortos, sendo uma das vítimas in-
divíduo do sexo feminino.
“Bem cedo, entraram e começaram
a disparar, as pessoas estavam a
organizar-se para uma cerimónia e
daí cada um fugiu e mais tarde com
apoio das forças locais, encontram
três pessoas sem vida, a última ser
encontrada foi uma senhora”, disse
Saide Saide, afirmando que a cer-
IKWELI
que nos últimos dias há muitos jovens
filiados nas fileiras terroristas que se
renderam.
Segundo Valige Tauabo, o número de
famílias regressadas aos distritos de
origem, outrora, severamente afect-
adas pelos ataques terroristas atinge
um milhão de pessoas.
Contudo, o regresso tem sido um
grande desafio para as autoridades
segundo pesquisas tornadas públi-
cas por investigadores. Por exemplo,
uma pesquisa do João Feijó, partilha-
da num colóquio na sala da UCM em
Pemba, o investigador aponta que há
falta de serviços básicos nos locais
para onde as famílias regressaram.
imónia em causa era de ritos de ini-
ciação feminino.
De acordo com um outro residente,
os homens armados que atacaram a
aldeia Novo Cabo Delgado, também,
queimaram mais de uma dezena de
palhotas. “Estava a preparar uma cer-
imónia de tiros de iniciação feminina
e eles aproveitaram cedo e fizeram
ataque, queimaram as casas da pop-
ulação”, revelou outra fonte, afirman-
do que a Força Local de Litandacua
e Miangaleua se juntou para fazer
2
 Política IKWELI

perseguição.
Um membro da autoridade local na
vila de Macomia, que pediu anoni-
mato, descreveu ao Ikweli que du-
rante a perseguição houve troca de
tiros e três membros da Força Local
ficaram feridos, dois dos quais por
estilhaços de bazuca lançada pelos
supostos terroristas.
“Eu falei com um deles, porque tin-
ham se juntado a Força Local de
Novo Cabo, Litandacua e Mian-
galeua, então disse que encontraram
um lugar e daí os malfeitores foram
os primeiros a ver e atingiram os
homens da força local, três deles, um
na perna mesmo”, conta esta fonte.
Contudo, as fontes referiram que a
aldeia atacada não está distante de
uma posição das Forças Armadas
de Defesa de Moçambique, porém,
quando o comandante da Força
Local foi reportar, o quartel estava
supostamente abandonado.
O Ikweli apurou que algumas
famílias, parte das quais que tinham
recentemente regressado àquela al-
deia, retornaram à vila de Macomia,
onde antes tinham sido acolhidas. Há
outras que decidiram fixar-se na sede
do posto administrativo de Chai.

Angoche engajado no combate ao

analfabetismo
A
Por: Malito Joâo
ngoche (IKWELI) – O sec- A par deste interesse pela alfabet- que não sabem ler e escrever”.
tor de Educação no dis- ização, a dirigente assegurou que “Antigamente diziam que as pessoas
trito de Angoche, a sul o distrito de Angoche já não regista não queriam estudar por causa de
da província de Nampula, casos de abandono escolar por par- casamentos, porque os homens proi-
com um total de 26 centros de al- te de raparigas, “até algumas delas é biam as suas esposas de ir à escola
fabetização, anota estar empenha- que pedem para estudar porque es- por causa de ciúmes, mas agora isso
do no combate ao analfabetismo, tão abrindo os olhos e sabem o val- tudo ficou para a história, mesmo as
o que deverá garantir uma subida or de estudar, por exemplo este ano mulheres grávidas, perguntamos o
significativa da taxa de alfabetiza- verificamos uma mudança enorme da horário que elas pretendem estudar
dos no próximo ano, 2024. participação das mulheres e rapari- se é curso diurno ou nocturno, isso
Verônica Joaquim, directora dos gas no processo de ensino e apren- para não deixar de fora ninguém no
Serviços Distritais da Educação, dizagem em todas escolas e espero processo de ensino e aprendizagem”,
Juventude e Tecnologia (SDEJT) que nos próximos anos tenhamos anotou a directora Verônica.
de Angoche, disse ao Ikweli que o zero número de jovens e raparigas
principal foco tem sido as mulheres e
raparigas, de forma que elas possam
participar, activamente, na vida das
suas comunidades.
“O nosso desafio para o próximo
ano é aumentar as turmas, quando
cheguei a este distrito esse era o
meu propósito, como não podemos
multiplicar as turmas enquanto não
temos os alfabetizadores que pos-
sam levar em diante esse processo
de aprendizagem, estamos ainda a
criar condições necessárias”, disse
a fonte, prosseguindo que “recen-
temente fizemos a distribuição de
alguns materiais didáticos, estamos
a falar de giz, quadros pretos entre
outros. Apesar de não termos com-
pletado o material para todos os cen-
tros de alfabetização existentes por
causa da insuficiência do mesmo,
continuamos ainda a trabalhar para
que tudo corra bem”. Verônia Joaqum, Directora dos SDEJT de Angoche

3
Publicidade IKWELI

4

Degradação de via de acesso retarda
desenvolvimento de Covô Gêr-Gêr
N
ampula (IKWELI) – Al-
guns comerciantes do
posto administrativo de
Covô Gêr-Gêr, no distrito
de Nacala-à-Velha, clamam pela
reabilitação da via que liga a lo-
calidade à vila sede, pois segun-
do eles, o troço encontra-se em
avançado estado de degradação,
o que constitui um martírio que re-
tarda o desenvolvimento daquele
posto localizado no interior da
província de Nampula.
Covô Gêr-Gêr dista mais ou menos
60 quilómetros da vila sede do distri-
to de Nacala-à-Velha, entretanto, os
vendedores afirmaram ao Ikweli que,
mesmo usando um automóvel, le-
vam em média três horas de viagem
para chegar a este destino.
Os mesmos contam que, com a
via degradada, os produtores de
gergelim e amendoim bem como
cereais, são obrigados a vender seus
produtos a preços que, segundo eles,
não compensam.
Atanásio Benfica, vendedor de
gergelim há cinco anos, reclamou
que tem enfrentado dificuldades para
vender o seu produto, pois muitas
vezes é obrigado a “despachar” a
preço de banana para que o mesmo
não se deteriore.
Segundo Benfica, a via de acesso
degradada não tem ajudado os vend-
edores daquele posto, e isso faz com
que o produto seja vendido apenas
na localidade.
“Não está a ser fácil para nós. Mui-
tas vezes somos obrigados a vender
o amendoim e o gergelim a 40,00Mt
e 50,00Mt, enquanto que, no mes-
mo no distrito, é vendido a 100,00Mt
(cem meticais). Mas nós não temos
outra opção. A nossa estrada não
está boa, nós levamos três horas a
quatro para chegar a vila e é muito
tempo, mas também não recebemos
Sociedade
Por: Ângela da Fonseca
muitos visitantes”, disse esta fonte.
Mínimo Joaquim fez saber ainda que
um saco de gergelim é adquirido a
1.500,00Mt (mil e quinhentos metic-
ais), no entanto, o quilo é vendido a
50,00Mt (cinquenta meticais), então,
a fonte destacou as feiras agríco-
las no meio rural, como sendo um
dos factores que contribuem para o
sucesso da comercialização local de-
sta oleoginosa.
Apesar do governo, através do pro-
grama SUSTENTA, ter inaugurado
uma unidade de processamento de
grãos com destaque para o gergelim
no distrito de Nacala em 2021, os
vendedores queixam-se da via que
não facilita a mobilidade dos mesmos
para fazer chegar o produto à fábrica.
Por isso, pedem a quem de direito
a requalificar a estrada para ajudar
no escoamento do produto para os
grandes distritos próximos.
“Não é possível vender ao preço
desejado. Já pedimos uma inter-
venção para essa estrada há anos,
mas não temos tido sucesso. Lá em
Nacala tem uma fábrica de processa-
mento, nós podíamos vender lá ou a
um potencial comprador”, acrescen-
tou Mínimo.
Importa lembrar que o gergelim é a
principal matéria-prima para a fabri-
cação de óleo de cozinha e para a
avicultura nacional.
Pacientes reféns da
via degradada
Esta situação não preocupa somente
os comerciantes, mas também à di-
recção do centro de saúde de Covô
Gêr-Gêr que revelou ao Ikweli que
muitas vezes os doentes graves são
obrigados a permanecer na unidade
sanitária por longo período a espera
de ambulância que sai do distrito.
IKWELI
“Graças a Deus nunca tivemos mortes
aqui na nossa unidade por conta da
demora, mas já tivemos informações
que os doentes acabam perdendo a
vida pelo caminho ou ainda na en-
trada do hospital de Nacala-à-Velha,
isso acontece por causa da demora
e dos saltos pelo caminho, isso pode
agravar o quadro do paciente que
chega lá numa situação não muito
satisfatória”, afirmou Reginaldo Ro-
drigues, Director do Centro de Saúde
de Covô Gêr-Gêr.
Rodrigues explicou que se o cen-
tro tivesse uma ambulância facilitar-
ia o processo de transferência dos
doentes, que muitas vezes ficam
reféns. Para ele, a via de acesso in-
terfere no processo de movimentação
dos pacientes.
“Nós não temos ambulância, temos
que depender de uma que sai de
Nacala, e essa mesma ambulância
leva muito tempo na estrada para che-
gar aqui e daqui para o distrito. Por se
tratar de uma unidade sanitária mais
distante do distrito já há um plano de
se colocar uma ambulância”, refere.
De forma a aliviar o sofrimento dos
pacientes, a direcção do centro fez
saber que, dentro em breve, poderão
contar com um bloco para internar os
doentes.
“Estamos a construir novas enferma-
rias para o internamento dos doentes,
na verdade já foi montado o bloco,
só carece de alguns acertos. Tere-
mos tres quartos, nomeadamente
enfermaria de pediatria, enfermaria
de mulheres e homens. Há doenças
que nós podemos internar e tratar ao
nível local, mas não temos como dev-
ido a falta de enfermaria, mas penso
eu que nos próximos meses ou dias”.
5

Nampula: Emprego formal continua difícil
para os jovens locais
N
ampula (IKWELI) – Parte
dos jovens residentes na
cidade de Nampula, no
norte de Moçambique,
queixam-se da falta de oportuni-
dades de emprego formal, o que
faz com que muitos deles recor-
ram ao mercado formal para gerar
receitas de forma a suprir as suas
necessidades.
Alguns deles entrevistados pelo Ik-
weli, apontam o dedo acusador ao
governo, alegando que o mesmo
pouco faz para resolver esta prob-
lemática.
Eulário Jorge Mavambe, jovem de-
sempregado e residente na cidade
de Nampula, reconhece que a crise
económica e a falta de qualificação
profissional fazem com que os jo-
vens tenham pouco chance de en-
contrarem um emprego formal.
Barbeiro e residente no bairro do
Matadouro, o jovem Amade Domin-
gos, também, comenta que há a ne-
cessidade de se incrementarem ini-
ciativas abrangentes, para que mais
jovens tenham acesso ao emprego
Por ter sistemas de saneamento fracos
Moçambique “leva porrada” com cólera
N
ampula (IKWELI) – O gov-
erno moçambicano mos-
tra-se preocupado com
os crescentes casos de
cólera e diarreias que dão entrada
nas unidades sanitárias um pou-
co por todo o país, e teme que o
cenário piore no período chuvoso
já em curso.
Com a eclosão da cólera, no inter-
valo entre 14 de Setembro de 2022
a 7 de Novembro do ano em curso,
os dados avançados pelas entidades
Sociedade & Política
Por: Ruth Lemax
ou então tenham ou autoemprego,
tanto é que anota que no caso de a
dinâmica se mantiver como nos dias
actuais, a sua actividade poderá não
suprir as suas despesas no futuro.
Esta fonte reconhece ser impossível
que o governo e o sector privado
consigam prover emprego a todos
os jovens, mas apela para que haja
iniciativas que garantam que este
grupo etário consiga gerar receitas
próprias.
Sílvio, agente de serviços financeiros
móveis, apela aos jovens a tomarem
as rédeas das suas vidas financeiras,
de forma que não fiquem, somente, a
espera do governo.
É apelo desse jovem que os outros
não se limitem a curtição, pois quan-
do fizerem as contas o tempo já terá
passado.
Operador de táxi de mota, Vinock
Avelino, jovem residente no bairro
de Napipine, opina que o governo
deve preocupar-se com a abertura
de novas e mais fábricas, de forma
a absorver maior número de mão-de-
obra.
Por:Constantino Henriques
oficiais do país apontam que 150
pessoas perderam a vida por causa
desta. Igualmente, 36420 pessoas
deram entrada nas unidades sani-
tárias devido aquela doença endémi-
ca, no período em análise.
Dos casos diagnosticados a nível na-
cional, 4286 são pacientes da provín-
cia de Nampula onde em quase todos
distritos houve o registo da cólera.
Aliás, dos 150 óbidos, 6 foram habi-
tantes da considerada província mais
populosa de Moçambique.
IKWELI
“Eles [governo] devem saber que a
juventude é o futuro do amanha, os
jovens que se metem nas drogas e
outros vícios a culpa é do governo
porque não velam pelos seus filhos,
nós jovens moçambicanos, somos fil-
ho deles”, comente Vinock.
“Não quero muito, preciso apenas de
uma chance para melhorar a minha
vida e a da minha família”, refere
Saibo Mário, que reside em Mutau-
anha, que é mecânico.
Vendedeira ambulante de ovo cozido,
a jovem Jorgina Félix conta que os
seus dias na rua não têm sido nada
fáceis, pois para além de sofrer todo
o tipo de assédio, vê-se obrigada a
percorrer quilómetros e quilómetros a
procura de clientela.
Sérgio Francisco Júnior, residente no
bairro de Napipine, também, atribui
culpa ao governo pelo facto de cada
vez mais, jovens se envolverem no
consumo de drogas, por isso entende
que devia ser adoptada uma política
de emprego ou autoemprego não ex-
cludente.
Devido a tendência da doença no
país, na última sexta-feira teve lugar
na cidade de Nampula a reunião do
Comité Operativo de Emergência
Provincial (COE) de Nampula, que
contou com a participação da Ministra
da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze.
No encontro voltou a ser aponta-
da como uma das causas que torna
Moçambique vulnerável às doenças
de origem hídrica, o deficiente sa-
neamento do meio, sobretudo nas
grandes cidades, bem como o fraco
6

abastecimento de água às popu-
lações.
Para cortar a cauda da cólera no
país, e em Nampula de maneira em
particular, Ivete Maibaze pediu maior
e melhor colaboração de todos acto-
res sociais.
“O combate a cólera depende em
grande medida da colaboração de
todos, particularmente do indivíduo,
da família, e das comunidades. O
envolvimento de todas forças vivas
da sociedade na prevenção e con-
trole da cólera é fundamental, a pre-
venção está ao alcance de todos, ba-
stando cumprir com as medidas de
higiene individual e colectiva. Cuidar
da água, alimento e saneamento”,
reiterou a ministra.
Ivete Maibaze destacou, também,
a necessidade da prevenção at-
Hanane vai participar do vídeo clipe da
música “quem não chora não mama”
N
mpula (IKWELI) – O
controverso dirigen-
te desportivo, actual-
mente, promotor de
eventos em Namicopo, Abdul
Hanane, voltou a surpreender
ao mundo, sobretudo os seus
admiradores após aparecer
num vídeo vazado nas redes
sociais interpretando uma
música com título “quem não
chora não mama”.
Recorde-se, Abdul Hanane fi-
cou famoso quando assumiu a
presidência do Benfica de Nam-
pula, então Muahivire onde, para
além de ocupar o cargo máximo
do clube, desempenhava igual-
mente as funções de treinador
principal. Volvidas várias épocas
Hanane separou-se do Benfica
por força das reivindicações dos
sócios e simpatizante da agre-
miação.
Após separar-se do Benfica de
Nampula, Hanane criou uma eq-
uipa de futebol em Namicopo,
Sociedade & Cultura
ravés da idealização de um plano de
mitigação em todos os distritos da
província de Nampula.
Por outro lado, a fonte frisou a per-
tinência do reforço da vigilância nos
pontos de entrada, nas fronteiras
com os países vizinhos, promoção
de campanha de limpeza nos distri-
tos, como estratégias para estancar
o mal.
“No sector de saúde ao nível da
província, recomendar a garantia de
um sistema de vigilância eficiente
que permite identificar os casos sus-
peitos, incluido nas comunidades,
análise de confirmação rápido do
surto, notificação imediata a todas as
comunidades envolvidas, assegurar
a prontidão das unidades sanitárias
para o tratamento de casos de cólera
e, acima de tudo, o reforço da vig-
Por: Nelsa Momade
designada Águias de Namicopo.
Mas a sua fama viria a elevar-se
após abraçar o desporto motor-
izado, tendo inclusive suspenso
a prática de futebol no campo de
Namicopo para dar lugar a corri-
das de motorizada. Para além do
desporto motorizado, na “Repúbli-
ca de Namicopo” Hanane tem
promovido espectáculos music-
ais envolvendo artistas locais e
não só, expandindo ainda mais os
seus laços de amizades.
Foi com esta relação com os músi-
cos em que Abdul Hanane foi con-
vidado a participar na gravação
de uma música, especificamente
com o artista John Pires. A referi-
da música vazada na internet
apenas aparece o trecho em que
Hanane canta “quem não chora
não mama”.
Em conversa exclusiva com Ikwe-
li, Hanane disse que não contava
que seria algo sério uma vez não
ser seu sonho nem desejo de se
tornar um cantor, pelo que ficou
IKWELI
ilância comunitária com envolvimen-
to dos líderes comunitários de modo
a evitar óbitos nas comunidades em
face da época chuvosa que se aviz-
inha”, disse a ministra.
surpreso com o vazamento do tre-
cho musical e que está se tornar
viral.
“É o seguinte, John Pires que é
um dos cantores mais famosos
da nossa praça, a semelhança de
ele, muitos outros que tenho es-
tado a promover os eventos mu-
sicais, espectáculos, por aí fora,
então, efectivamente o que acon-
tece é que ele pediu-me para que
eu apresentasse um trecho com a
minha voz, num bit dele”, começou
por narrar Hanane.
“Eu pensei que fosse uma coisa de
brincadeira, mas afinal de conta é
algo muito mais sério e acabamos
fazendo uma gravação no estúdio
e ele tem vindo a namorar comigo
para que eu fizesse parte da filma-
gem do mesmo bit, mas eu tenho
andado fugitivo por não ser minha
área. Não é meu sonho, não é al-
guma ambição, não é alguma von-
tade de um dia ser cantor”, contou
o Presidente da Comissão Orga-
nizadora do Desporto Motorizado
7

em Namicopo.
“Na verdade, pensei que fosse
uma brincadeira, mas é sério.
Agora que ele faz a publicação
nas redes sociais nasce uma re-
sponsabilidade e cresce essa
responsabilidade, mas, efecti-
vamente, nunca passou pela
cabeça que iria passar nas redes
sociais aquele refrão que eu quis
adicionar no bit do John Pires”,
reiterou a fonte.
Face a isso, Abdul Hanane garan-
tiu ao Ikweli que vai participar na
filmagem do vídeo clipe da músi-
ca “quem não chora não mama”.
“Daqui em diante, uma vez que já
vazou nas redes sociais, é efec-
tivamente que eu faça uma obra,
fazer parte da filmagem, segundo
a vontade do John Pires. Terei
que, efectivamente, mudar de
Cultura
penteado, visual e fazer a filma-
gem para que os meus admira-
dores, as pessoas que lidam comi-
go no dia-a-dia, nutrem alguma
paixão para minha pessoa e eu
possa oferecer este bit, esta músi-
ca, mas que não estava nos meus
planos e não faz parte dos meus
sonhos. A filmagem do vídeo clip
está para breve. Em princípio não
tem uma data fixa, mas o tempo
já está a correr e uma vez está a
aparecer exigência por parte de
muitos colegas, muitos amigos a
ligarem toda hora a questionar so-
bre quando será o lançamento do
bit, então, dentro de alguns dias
havemos de lançar”, prosseguiu
Abdul Hanane.
Sobre o alcance da mensagem
da música, Hanane explicou que,
“quem não chora não mama, efec-
IKWELI
tivamente é um carinho que nós
temos para com as pessoas que
tem estado a sofrer e que devem
usar o choro como uma arma para
alcançar um objectivo. Por isso
a gente diz que quem não chora
não mama. É preciso chorar para
poder conseguir mamar. Mamar é
uma forma de dizer que, obter al-
guma coisa para poder conseguir
qualquer coisa que lhe possa aju-
dar. É uma mensagem muito bo-
nita, uma mensagem que é da ac-
tualidade, que chama atenção as
pessoas que é preciso se mexer.
Não é parado, é preciso fazer al-
guma coisa para poder se alimen-
tar, para poder ter um sucesso na
vida”.
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