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DANIEL LUCAS ANDRADE DE SOUZA

PROVA GERAL DE INTRODUÇÃO À


FILOSOFIA

Redação contendo Aplicação de Cinco


Aspectos da Cosmovisão Cristã ao
currículo de uma EBD, para a disciplina
Introdução à Filosofia sob ministração
do prof. Rev. Donizeti Rodrigues Ladeia

Seminário Teológico Presbiteriano


Rev. José Manoel da Conceição - JMC

São Paulo – SP
21/Junho/2018
ÍNDICE

PROGRAMA PARA EBD: APLICAÇÃO DE CINCO PONTOS DA


COSMOVISÃO CRISTÃ.......................................................................................3
BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................7

II
PROGRAMA PARA EBD: APLICAÇÃO DE CINCO
PONTOS DA COSMOVISÃO CRISTÃ

Jovens e adolescentes cristãos são fortemente assaltados por tendências


e pensamentos estranhos e frequentemente contrários às verdades bíblicas.
Esses ataques se dão principalmente nas escolas, onde tais tendências e
pensamentos se manifestam como frutos de cosmovisões que ou são rebeldes
à Revelação de Deus ou são inconsistentes em si mesmas, como nos casos de
sincretismos mais flagrantes. A fim de incentivá-los a compreender melhor e
viver de acordo com a cosmovisão cristã, bem como a compreender e lidar
com cosmovisões nocivas à Fé Salvadora, é dever da igreja, em seu papel
didático, ensinar sobre a cosmovisão bíblica reformada levando em conta suas
concorrentes. Para tal, será apresentado um programa superficial para ser
aprofundado no desenvolvimento de um currículo para Escola Bíblica
Dominical.

Inicialmente, é preciso ensinar o que é uma cosmovisão e, mais


especificamente, no que se constitui a cosmovisão cristã. A importância da
Aplicação de Cinco Aspectos da Cosmovisão Cristã ao currículo de uma EBD
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influência das cosmovisões1 deve ser apresentada, para que fique claro o
porquê de que alguém que se considera cristão deve pensar e agir como tal. A
ideia de que qualquer visão de mundo é igualmente válida deve ser refutada
apresentando-se o fato de que há cosmovisões melhores do que outras por
serem “compreensivas, sistemáticas e visões supostamente verdadeiras da
vida e do mundo”.2 Afinal “a obtenção de maior consciência de nossa
cosmovisão pessoal é uma das coisas mais importantes que podemos fazer, e
compreender a cosmovisão de outros é algo essencial para o entendimento do
que os torna distintos”3; de modo que essa maior consciência e melhor
compreensão servem de instrumentos não apenas para edificação própria, mas
também para levar o Evangelho ao próximo. Assim, num primeiro momento, o
ensino deve deixar claro que enquanto “um esquema conceitual que contém
nossas crenças fundamentais, sendo o meio pelo qual nós interpretamos e
julgamos a realidade”4, a cosmovisão cristã deve ser vivida por nós, a partir
daquilo que a Palavra nos ensina, e que as demais devem ser mais bem
compreendidas a fim de que o próximo seja mais eficazmente alcançado.

Num segundo momento deve ser ensinado que as cosmovisões contêm


pelo menos cinco conjuntos de crenças: sobre Deus, metafísicas (realidade
última), epistemologia (conhecimento), ética e antropologia. 5 As crenças sobre
Deus incluem perguntas como “Deus existe?”, “É uma força superior?” ou “É
pessoal ou não?”, etc. Mesmo um ateu tem uma crença que responda a essas
perguntas. As crenças metafísicas são as que respondem perguntas como “É o
universo eterno?”, “Há propósito no universo?” ou “O cosmo é natural ou
espiritual ou algo mais?”. As crenças epistemológicas são as que abordam
perguntas como “A verdade é relativa ou absoluta?” ou “O método científico é o
único ou o melhor para se obter conhecimento?”. Sobre a ética, as perguntas
são como “Há leis morais que governam a conduta humana?” ou “São as
mesmas para todos em quaisquer culturas ou circunstâncias?”. Por fim, há as
crenças antropológicas, que respondem a perguntas “O ser humano é apenas
corpo, materialidade, ou há algo mais?” ou “Com a morte física, termina a

1 cf. NASH, Ronald H., QUESTÕES ÚLTIMAS DA VIDA – UMA INTRODUÇÃO À


FILOSOFIA. Cambuci-SP: Cultura Cristã, 2008. p. 13.
2 Loc. cit.
3 Ibid, p. 14.
4 Loc. cit.
5 cf. Ibid, p.15.
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existência da pessoa humana?”.6 É esperado que os alunos tornem-se


conscientes de que “saibamos ou não – gostemos ou não – cada um de nós
tem uma cosmovisão”.7

Num terceiro momento, é necessário desenvolver melhor esses cinco


pontos com aplicações em cada um deles e que sejam familiares aos alunos,
conforme suas realidades. Será importante apresentar o papel dos
pressupostos, que são aquelas crenças que são aceitas sem que haja
demonstrações ou sem o apoio de argumentos ou de evidências, 8 bem como
dos paradigmas, que neste contexto é definido como “uma maneira habitual de
pensar”.9 É nesse momento em que problemas, como, por exemplo, o do
racismo, podem ser apresentados como decorrentes de pressupostos e
paradigmas que podem ser derrubados pelos testes que devem ser aplicados
na validação de qualquer cosmovisão, tal como será abordado a seguir.

Por fim, os testes aos quais uma cosmovisão precisa ser submetida serão
apresentados. Eles são quatro: o teste da razão, o teste da experiência
exterior, o teste da experiência interior e o teste da prática. O primeiro teste, o
da razão, basicamente consiste em verificar se a lei da não-contradição não foi
violada. O aluno deverá entender, por exemplos apresentados, que “A” não
pode ser “não A” ao mesmo tempo e com o mesmo sentido, e que, conquanto
que há erro sempre que essa lei for violada, a sua não violação não implica
necessariamente em uma verdade. 10 Para isso, entram os dois testes
seguintes, os da experiência exterior e interior. Deve ficar claro que, o primeiro,
“temos o direito de esperar que cosmovisões sejam coerentes com nossas
experiências referentes ao mundo fora de nós”. 11 A crença de que outras
pessoas não existem seria incoerente com a experiência exterior. Também
deve ser compreendido que, conforme a experiência interior, não podemos
negar que somos seres que geralmente têm consciência do que é moralmente
certo e errado e que nos sentimos culpados e pecadores quando falhamos em

6 cf. NASH, Ronald H., QUESTÕES ÚLTIMAS DA VIDA – UMA INTRODUÇÃO À


FILOSOFIA. Cambuci-SP: Cultura Cristã, 2008. pp. 15-17.
7 Ibid., p. 18.
8 cf. Ibid., p 20.
9 Ibid., p. 21.
10 cf. Ibid., p 27.
11 Ibid., p. 28.
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fazer o que é certo.12 Por fim, talvez o mais importante, seja o teste prático: a
cosmovisão, com seus pressupostos e paradigmas, deve ser possível de ser
vivia por aquele que a possui. A impraticabilidade de uma cosmovisão mostra
quando deve ser abandonada.

Espera-se, com a aplicação da exposição acima em ensino na igreja e à


luz da Palavra, que jovens e adolescentes sejam mais bem fundamentados na
cosmovisão cristã e mais bem preparados para lidar com pensamentos, que
não raro são sincréticos (ou até mesmo esquizofrênicos), tão confrontadores
em nosso meio.

12 NASH, Ronald H., QUESTÕES ÚLTIMAS DA VIDA – UMA INTRODUÇÃO À FILOSOFIA.


Cambuci-SP: Cultura Cristã, 2008. cf. p. 28.
BIBLIOGRAFIA

NASH, Ronald H., QUESTÕES ÚLTIMAS DA VIDA – UMA INTRODUÇÃO À


FILOSOFIA. Tradução de Wadislau Martins Gomes. Cambuci - SP: Cultura
Cristã, 2008.

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