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Análise do Discurso

Ciências da Linguagem
Alexandra Guedes Pinto
Professora Associada da FLUP
Membro do Conselho Científico do CLUP
mapinto@letras.up.pt

Material Pedagógico

Intertextualidade, interdiscursividade, dialogismo, heterogeneidade


enunciativa, polifonia1

Os seguintes excertos, relativos às definições dos conceitos de Intertextualidade, Dialogismo


e, parcialmente, o de Polifonia, foram traduzidos e adaptados de Dominique Maingueneau e
outros – Dictionnaire d’Analyse du Discours, refletindo a diversidade de olhares que diferentes
escolas e autores projetam sobre os conceitos.

Intertextualidade
Este termo designa (…) o conjunto de relações explícitas ou implícitas que um determinado texto
ou grupo de textos mantém com outros textos.

A noção de “intertextualidade” foi introduzida por Julia Kristeva para o estudo da Literatura.
Através desta noção a autora apontava para a “produtividade” da escrita literária que
redistribui, dissemina (...) textos anteriores num determinado texto; seria, por isso, necessário
pensar no texto sempre como um “intertexto”. Para Kristeva o texto poderia ser considerado
como um “mosaico de citações”:

"[…] tout texte se construit comme mosaïque de citations, tout texte est absorption et
transformation d'un autre texte. A la place de la notion d'intersubjectivité s'installe celle
d'intertextualité, et le langage poétique se lit, au moins, comme double." (Kristeva, 1969).

Esta conceção é retomada e prolongada por Roland Barthes:

1 Este guião corresponde apenas uma enumeração-síntese de tópicos de aula.


“Tout texte est un intertexte; d’autres textes sont présents en lui, à des niveaux variables, sous
des formes plus ou moins reconnaissables (…) L’intertexte est un champ général de formules
anonymes, dont l’origine est rarement repérable, de citations insconscientes ou automatiques,
données sans guillemets” (1973)

G. Genette (1982:8) preferiu adotar o termo “transtextualidade”, conferindo assim um valor


mais restrito à “intertextualidade”. A sua tipologia das relações transtextuais distingue vários
tipos de relações textuais que ainda hoje são consideradas:

. a intertextualidade, que supõe a presença de um texto no outro (através da citação, da


alusão…);

. a paratextualidade, que diz respeito ao cotexto do texto propriamente dito, à sua periferia
(títulos, prefácios, ilustrações, … etc);

. a metatextualidade, que se refere à relação de comentário de um texto por outro;

. a arquitextualidade, bastante mais abstrata, que põe um texto em relação com as diversas
classes a que ele pertence (um certo poema de Baudelaire encontra-se em relação de
arquitextualidade com a classe dos sonetos, a classe das obras simbolistas, a classe dos poemas,
a classe das obras líricas, etc.);

. a hipertextualidade, que cobre fenómenos como os da paródia, o pastiche…

Interdiscursividade
Noções centrais na definição de discurso, a intertextualidade e a interdiscursividade conhecem
propostas de delimitação conceptual variáveis de acordo com os autores.

Charaudeau e Maingueneau (2002) defendem que todo o discurso é um interdiscurso, já que


todo ele estabelece um diálogo real ou virtual com outros discursos já produzidos e apenas
ganha sentido pleno dentro desse universo de outros discursos face aos quais se posiciona. A
interdiscursividade é, assim, um fator constitutivo do próprio conceito de discurso, comparável
ao conceito de dialogismo constitutivo recuperado de Bakhtin (1977, 1984) (ver abaixo).

Fairclough (1992) propõe uma distinção entre os conceitos de intertextualidade e


interdiscursividade, distinguindo entre uma “intertextualidade manifesta” e uma
“intertextualidade constitutiva” ou “interdiscursividade”. Esta última diferencia-se da primeira
porque se relaciona com o cruzamento entre géneros e estilos discursivos.

Para Charaudeau e Maingueneau (2002: 327), o termo intertextualidade designa o conjunto de


relações explícitas ou implícitas que um determinado texto ou grupo de textos mantém com
outros textos. Estes autores distinguem uma intertextualidade interna de uma intertextualidade
externa (ibidem: 329), consoante estejamos perante a ligação entre um determinado discurso e
outros do mesmo campo discursivo ou uma ligação entre discursos de campos discursivos
distintos, por exemplo entre um discurso teológico e um discurso científico. Realçam também a
questão de que se tende a falar de intertextualidade quando se trata de uma relação entre
textos-fonte precisos (citação, paródia…) e de interdiscursividade nos casos em que as
recuperações são mais difusas (ibidem).
Fiorin secunda esta tendência de separação entre os conceitos de
intertextualidade/interdiscursividade, defendendo que a intertextualidade é “um processo de
incorporação de um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para
transformá-lo”, e a interdiscursividade, “o processo em que se incorporam percursos temáticos
ou figurativos, temas e/ou figuras de um discurso em outros.” (Fiorin, 2003: 35).

Dialogismo
Conceito retomado pela Análise do Discurso ao Círculo de Bakhtin e que se refere às relações
que todo o enunciado mantém com os enunciados produzidos anteriormente assim como com
todos os enunciados a produzir no futuro pelos seus destinatários. Mas o termo, tal como diz T.
Todorov (1981: 95), acabou por assumir uma pluralidade de sentidos excessiva: “une pluralité
de sens parfois embarrassante”, tanto dentro dos escritos do Círculo de Bakhtin, como também
à medida que foi sendo compreendido e retrabalhado por outros autores.

Para M. Bakhtin e V.N. Volochinov, com efeito, “ le dialogue – l’échange de mots – est la forme
la plus naturelle du langage. Davantage: les énoncés longuement développés et bien qu’ils
émanent d’un locuteur unique – par exemple: le discours d’un orateur, le cours d’un professeur,
le monologue d’un acteur, les réflexions à haute voix d’un homme seul – sont monologiques par
leur seule forme extérieure, mais, par leus structure sémantique et stylistique, ils sont en fait
essentiellement dialogiques” (Bakhtin e Volochinov, 1981: 292).

Assim compreendida, “(…) l’orientation dialogique est, bien entendu, un phénomène


caractéristique de tout discours (…). Le discours rencontre le discours d’autrui sur tous les
chemins qui mènent vers son objet, et tel ne peut pas ne pas entrer avec lui en interaction vive
et intense. Seul l’Adam mythique, abordant avec le premier discours um monde vierge et encore
non dit, le solitaire Adam, pouvait vraiment éviter absolument cette réorientation mutuelle par
rapport au discours d’autrui, qui se produit sur le chemin de l’objet.” (Bakhtin in Todorov, 1981:
98). (…)
“On peut comprendre le mot «dialogue» dans un sens élargi, c’est-à-dire non seulement comme
l’échange à haute voix et impliquant des individus placés face à face, mais tout échange verbal,
de quelque type qu’il soit”

“Toute énonciation, quelque signifiante et complète qu’elle soit par elle-même, ne constitue
q’une fraction d’un courant de communication verbale ininterrompue (touchant à la vie
quotidienne, la littérature, la connaissance, la politique, etc.). Mais cette communication verbale
ininterrompue ne constitue à son tour qu’un element de l’évolution tous azimouts et
ininterrompue d’un groupe social donné” (Bakhtin e Volochinov, 1977: 136).

Dialogismo vs monologismo

Todo o enunciado é, pois, constitutivamente dialógico, inclusivamente o discurso interior,


atravessado pelas avaliações de um destinatário virtual (independentemente, portanto, da
vontade e da consciência do locutor). Assim a distinção entre um enunciado dialógico e um
monológico é apenas aparente pois um enunciado monológico é um enunciado que se
apresenta como “aparentemente” monológico (Volochinov, 1981: 292-293). O dialogismo
assume diferentes formas de acordo com os géneros de discurso em que se manifesta (…), ou
de acordo com os graus de presença do discurso do outro e de acordo com as diferentes
maneiras de o representar que a língua permite (alusão, evocação, menção, citação… discurso
direto, discurso indireto, discurso indireto livre).

Dialogismo interlocutivo, dialogismo interdiscursivo – Heterogeneidade constitutiva

Todo o discurso é duplamente dialógico e este duplo dialogismo inscreve dois tipos de relações
(Bakhtin, 1978): as que todo o enunciado mantém com os enunciados anteriormente produzidos
sobre o mesmo objeto (relações interdiscursivas); aquelas que todo o enunciado mantém com
os enunciados de compreensão-resposta dos destinatários reais ou virtuais, que antecipamos
(relações interlocutivas). Esse duplo dialogismo, que “escapa largamente e inevitavelmente ao
enunciador e que muitas vezes não se manifesta no fio do discurso através de marcas
linguísticas.” (Authier-Revuz, 1985: 117) (…) participa do que J. Authier-Revuz chama a
“heterogeneidade constitutiva”.

Para efeitos da descrição dos discursos de transmissão de saber, S. Moirand (1988a: 309-310,
457-458) recupera a distinção de Bakhtin entre dialogismo interdiscursivo e dialogismo
interlocutivo e fala de duas formas de dialogismo: aquele que faz explicitamente referência a
discursos anteriores, a discursos-fonte ou a primeiros discursos, e aquele que faz explicitamente
referência aos discursos que antecipamos ou atribuímos aos destinatários. Ora, este duplo
dialogismo parece, de fato, estar presente em qualquer género de texto, uma vez que o dizer
do outro (dizer anterior ou dizer imaginado do interlocutor) vem justificar ou autentificar o dizer
do locutor, ou servir de apoio a uma contra-argumentação (Moirand, 1990:75).
Dialogismo explícito, dialogismo constitutivo

Face ao dialogismo constitutivo, que se esconde ou se mascara por detrás das palavras, das
construções sintáticas, das reformulações ou das reescritas não ditas de segundos discursos,
“completamente diferente é o nível do dialogismo “explícito”, quer dizer, a representação que
um discurso dá em si mesmo da sua relação com um outro discurso, do lugar que lhe reservou,
explicitamente, designando na cadeia do discurso, por meio de um conjunto de marcas
linguísticas, pontos de heterogeneidade” (Authier-Revuz, 1985: 118).

Assim, certos discursos mostram explicitamente o discurso de outros que os atravessa; ao passo
que outros discursos contêm em si outros discursos, não o manifestando explicitamente.

Por exemplo, no domínio dos discursos de transmissão de conhecimento ou de divulgação


científica, podemos ver fortes diferenças entre o dialogismo explícito e o dialogismo constitutivo
se compararmos os manuais escolares, onde tendencialmente não ocorrem marcas de
dialogismo explícito (embora estes sejam constitutivamente dialógicos) e o discurso de
vulgarização científica, por exemplo, o discurso sobre ciência na imprensa genérica, onde o
dialogismo exibe a sua inscrição explicitamente nos textos saturados de heterogeneidade
enunciativa e semiótica formalmente marcadas.

Para além das numerosas interpretações, nem sempre convergentes que foram feitas das
conceções de dialogismo do Círculo de Bakhtin, nomeadamente pelos seus diferentes
tradutores, acontece que, por vezes, se emprega o termo “dialogismo” como um simples
substituto de “dialogal”, em particular, na análise da interação verbal, o que conduz E. Roulet
(Roulet et al., 1985: 60) a propor o cruzamento dos pares dialogal/monologal e dialógico
/monológico, a fim de evitar ambiguidades e clarificar a descrição. (…)

Polifonia
O termo “polifonia” foi retomado da área da música, referindo-se, no domínio linguístico, ao
facto de os textos veicularem, na maior parte dos casos, muitos pontos de vista diferentes: o
autor pode fazer falar várias vozes através do seu texto. (…)

Em França, Oswald Ducrot desenvolveu uma noção linguística da polifonia de que se serve para
a análise de toda uma série de fenómenos linguísticos. (…) Em paralelo, mas de forma
independente, os analistas da Literatura desenvolveram a noção de polifonia de Bakhtin (que
propõe uma noção nova de polifonia quando estuda, na obra de Dostoievski, as relações
recíprocas entre o autor e o herói), sendo que, nos últimos anos, assistimos a tentativas de
conciliação das duas abordagens de polifonia, para fazer dela um instrumento eficaz na Análise
do Discurso.
Em Linguística, a polifonia é estudada ao nível do enunciado. O facto de o enunciado conservar
marcas dos protagonistas da sua enunciação é um aspeto bem conhecido. Estas marcas são de
vários tipos: pronomes pessoais, adjetivos subjetivos, marcas de modalidade… Esta presença
dos participantes do discurso no discurso é um fenómeno profundamente integrado nas línguas
naturais. (…) A análise da inscrição do sujeito no discurso conduz-nos a verificar que outros
pontos de vista, para além dos do locutor, podem ser veiculados nos enunciados.

Vejam-se, por exemplo, os enunciados em que um determinado locutor convoca a “voz anónima
do mundo” ou a voz de outros enunciadores para deles se aproximar ou distanciar, consoante
os seus objetivos:

(1) Diz-se que esta crise é a maior crise do século XXI.

(2) Alguns dizem que a solução da austeridade é o único caminho possível.

(3) Alega-se que a austeridade é a única solução possível.

Foi mérito de Oswald Ducrot o ter sistematizado a observação de que um enunciado pode
veicular mais do que um ponto de vista, introduzindo a noção de polifonia nos estudos
linguísticos (1984). A originalidade do seu trabalho reside na cisão do sujeito falante ao nível do
enunciado (…) O. Ducrot introduz uma distinção entre o locutor e os enunciadores. O locutor é
o responsável pela enunciação. Ele deixa marcas de si no seu enunciado, como por exemplo os
pronomes de primeira pessoa. Mas o locutor pode colocar em cena, no seu enunciado,
enunciadores que apresentam diferentes pontos de vista, podendo ele associar-se a certos
enunciadores e dissociar-se de outros. É importante sublinhar que todos estes “seres
discursivos” são seres abstratos. A relação do locutor com o ser real não interessa a Ducrot. (…)

A negação sintática é o exemplo por excelência usado por O. Ducrot para ilustrar a polifonia.
Assim, num enunciado como.

(1) Este muro não é branco.

temos claramente a impressão de que dois pontos de vista (incompatíveis) coabitam:

Pdv1 : “este muro é branco.”

Pdv2: “pdv1 é injustificado”, logo, isto fundamenta a enunciação de (1) Este muro não é branco.

Se o emissor se serviu da negação em (1), foi porque alguém pensa ou poderá pensar que o
muro é branco (pdv1), o que é contrário à opinião do locutor (pdv2). Note-se que, enquanto que
o pdv2 (contrário ao pdv1) é forçosamente o ponto de vista do locutor (o que podemos
confirmar pelo facto de este não poder, num discurso coerente, negar este ponto de vista), não
podemos deduzir, somente a partir do enunciado isolado, quem é o responsável do pdv1, mas
somos levados a inferir que esse ponto de vista, contrário ao do locutor, efetivamente existe,
sendo até o que inspira o enunciado: (1) Este muro não é branco.

São observações deste género que inspiraram o desenvolvimento da teoria linguística da


polifonia. O importante é que a existência destes dois pontos de vista está marcada no material
linguístico pela presença da negação.2

Para Ducrot, o próprio sentido é polifónico, na medida em que, contrariamente à ideia


tradicional da unicidade do sujeito falante, ou seja, à ideia de que no enunciado se expressa uma
só pessoa, a teoria polifónica da enunciação afirma que no mesmo enunciado estão presentes
vários sujeitos, com estatutos linguísticos diferentes e se confrontam várias vozes, não
necessariamente em concordância. Assim, Ducrot distingue o sujeito empírico - o autor ou
produtor do enunciado; o locutor - o responsável pelo enunciado, que pode estar manifesto ou
não; e o enunciador ou enunciadores - os pontos de vista presentes no enunciado. Estes
enunciadores não são pessoas ou agentes mas "pontos de perspetiva" abstratos, espécie de
vozes, de onde resulta o termo “polifonia”, face aos quais o locutor pode ter posições que vão
desde a identificação à rejeição. Segundo Ducrot (idem), sendo várias as perspetivas presentes
no enunciado, todas têm de ser consideradas na sua interpretação. Assim, dar conta do sentido
de um enunciado, consistiria em fazer aparecer a enunciação como o confronto de várias vozes
que se sobrepõem ou se respondem umas às outras, considerando não só o locutor e a sua
posição relativamente aos pontos de vista ou vozes postos em confronto na enunciação, mas
também estes mesmos pontos de vista postos em cena pelo locutor.

A negação não é o único fenómeno linguístico que se presta a um tratamento polifónico.


Podemos encontrar análises polifónicas de fenómenos tão diversos como a modalidade, os
conetores, a argumentação, a pressuposição, a ironia, o discurso relatado, para mencionar
apenas alguns exemplos. A polifonia oferece-nos um quadro teórico que nos permite identificar
relações sistemáticas entre fenómenos frequentemente concebidos como independentes uns
dos outros. Entretanto, a literatura sobre o assunto torna claro que a polifonia é usada com
aceções variadas. Tanto se fala de marcadores polifónicos ao nível do enunciado, como de textos
polifónicos e mesmo de géneros polifónicos. O conceito não se mantém o mesmo de contexto
para contexto.

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2
Posteriormente, Ducrot distingue dentro da. suposta “negação conflitual” dois subtipos de negação, a
negação polémica e a negação metalinguística, reservando a segunda para os enunciados negativos que
refutam metalinguisticamente outros enunciados efetivamente produzidos por um locutor e aplicando a
negação polémica aos casos em que um locutor se posiciona contra um ponto de vista contrário ao seu
enunciado, mesmo não tendo existido no cotexto um enunciado efetivo que ele esteja a refutar, mesmo que
se trate de um enunciador virtual, responsável por um dado ponto de vista, que o locutor convoca para dele
se afastar. Em qualquer um dos casos, quer se trate da negação de um enunciado efetivamente existente ou
de um ponto de vista virtualmente possível, mas não efetivo, a negação mantém a natureza de negação
conflitual e polifónica.
Exercícios de aplicação

1. Justifique a presença de intertextualidade e/ou de interdiscursividade no seguinte poema de


Reinaldo Ferreira (1922-1959). Faça o levantamento das marcas linguísticas pertinentes para a
questão.

Receita de herói

Tome-se um homem feito de nada

Como nós em tamanho natural

Embeba-se-lhe a carne

Lentamente

De uma certeza aguda, irracional

Intensa como o ódio ou como a fome.

Depois perto do fim

Agite-se um pendão

E toque-se um clarim

Serve-se morto.

2. Retomando a distinção introduzida por Ducrot (1973: 123-124) relativamente à negação


descritiva e à negação polifónica: “Nous distinguerons deux sortes de négations. Une négation
‘polémique’ qui correspond à un acte de parole de négation, et qui se présente donc comme
réfutation de l’énoncé positif correspondant (…). Et d’autre part une négation ‘descriptive’, qui
est l’affirmation d’un contenu négatif, sans référence à une affirmation antithétique. »,

2.1 Justifique a eventual presença da negação polifónica ou conflitual nos enunciados abaixo
transcritos;
2.2 Identifique elementos linguísticos (para além da negação) ou contextuais que, em cada um
dos enunciados, favoreçam a interpretação polifónica / polémica das negações.

A - Títulos publicitários:

(1) A SIDA não está no nosso sangue (Comissão Nacional de Luta contra a SIDA)
B - Manifestos Políticos (Eleições presidenciais portuguesas de 2011)

(1) Nos tempos que correm, o que está em causa não é apenas garantir a vida no presente. O
que está em causa é o futuro dos nossos filhos, o futuro dos nossos netos. (MCS, p 3)
(2) Daí que, ao contrário do que muitos pretendem fazer crer, o debate não deve situar-se na
questão Estado vs mercado. (MCS, p 8)
(3) A resposta à crise não é só económica, é e tem de ser política. (MMA)

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