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Aula Dependência Química 27-04
Aula Dependência Química 27-04
“(...) Mesmo assim, todas as noites após meia-noite, eu ponho minha jaqueta Arc’teryx e
meu boné preto do Departamento de Parques e Jardins, passo sorrateiramente pelo
saguão e vou até a rua 14 tirar dinheiro no caixa eletrônico da loja de conveniência da
esquina. A loja tem dois caixas, um ao lado do outro, e eu consigo passar o cartão e
digitar a senha e o valor do saque tão rápido nos dois que eles me dão mais do que o
limite de saque de mil dólares. Normalmente, preciso esperar e fazer cinco saques de
duzentos. Noite após noite, eu faço isso e depois compro um monte de isqueiros.”
SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL –
EDWARDS & GROSS (1976)
Saliência do uso
“Sei que essa vai ser a última gota. Mesmo que Noah me perdoe de novo, apesar de
saber que voltei a fumar desde que o abandonei em Sundance, Kate não vai me
perdoar. Estou sumido há quase duas semanas e já cancelei três reuniões com ela para
discutirmos nosso contrato de parceria e nossas finanças, coisa que já venho evitando há
muito tempo. Falei para todo mundo – amigos, clientes, funcionários – que dei um mau
jeito nas costas e que estou consultando médicos, acupunturistas e massagistas. Mas a
verdade é que, desde que voltei de Sundance cinco dias antes do combinado, venho
perambulando pelo meu apartamento envolto em uma nuvem de fumaça de crack.”
SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL –
EDWARDS & GROSS (1976)
Aumento da tolerância
“A única coisa que ouço enquanto Mark varre com raiva os vidros do chão, e a única
coisa que sinto à medida que a cidade vai despertando devagar lá fora, são as
exigências coléricas que há nas pontas dos fios que comandam a marionete. Durante
toda aquela interminável manhã, durante as horas arrastadas da tarde, e depois, elas
vão sendo gritadas mais alto, vão se tornando mais insistentes: puxe com mais força,
sacuda sem piedade, arranque o cartão de débito da minha carteira, os dólares dos
meus bolsos, os trocos do meu casaco, os vestígios de cor dos meus olhos, a alma do
meu corpo”
SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL –
EDWARDS & GROSS (1976)
Alívio ou evitação dos sintomas de abstinência pelo aumento do consumo
“Engulo três ou quatro doses de vodca e começo a ficar trêmulo. Mais de vinte minutos
sem fumar já é quase o limite, e já estou lá embaixo há pelo menos meia hora. A vodca
em geral me acalma a tremedeira, alisa as pequenas rugas de horror que surgem
quando a onda começa lentamente a acabar, mas ela não está ajudando muito agora”
SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL –
EDWARDS & GROSS (1976)
Percepção subjetiva da compulsão para o uso
“Fecho os olhos e tento esquecer o quanto quero ligar para Rico e fumar um pouco.
Depois de quatro ou cinco drinques, essa opção em geral surge e fica flutuando diante
de mim até eu ligar para ele, ligar para outro traficante ou ir dormir. (...) É pouco antes
de meia-noite e minha mente, aflita, começa a busca uma forma de fugir de Noah e
comprar crack. Digo que esqueci um manuscrito no escritório? Que preciso tirar dinheiro
no caixa eletrônico? Nada parece plausível. (...)”
SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL –
EDWARDS & GROSS (1976)
Reinstalação após a abstinência
Não sinto que estou fazendo nada de errado naqueles primeiros segundos após exalar
a fumaça tão familiar. É como reencontrar um velho amigo, retomar a mais incrível
conversa que já tive, uma que foi interrompida há sete meses e que, quando recomeça,
volta no ponto exato em que foi cortada. Mas é mais que uma simples conversa; é o
melhor sexo, a refeição mais deliciosa, o livro mais apaixonante – é como retornar
para tudo aquilo ao mesmo tempo, é como voltar para casa. A principal sensação que
tenho ao me recostar na cadeira e ver a fumaça invadir o escritório é: ‘Mas por que
será que eu fui embora?’”
Critérios diagnósticos dos
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-5 Transtornos por Uso de
Substâncias
TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS – DSM-5
Um padrão problemático de uso de substância, levando a um comprometimento ou sofrimento
clinicamente significativos, manifestado por pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante
um período de 12 meses.
Uso recorrente da substância em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física
Formas de apresentação
Fermentados: saquê 12%, vinho 12%, cerveja 3-7%
Destilados: cachaça 40-50%, tequila 38%, uísque 40-45%, vodca 40-45%, conhaque 40-45%
ÁLCOOL
Formas de administração
Via oral
Beber em binge
Beber igual ou acima de cinco doses para homens e quatro para mulheres, em um curto período de
tempo
ÁLCOOL – EFEITOS DO USO AGUDO
Alterações comportamentais: comportamento sexual ou social inadequado, humor
instável, julgamento prejudicado
Fala arrastada
Incoordenação motora
Instabilidade na marcha
Nistagmo
Comprometimento da atenção ou da memória
Estupor ou coma
ÁLCOOL – EFEITOS DO USO AGUDO
Maior vulnerabilidade aos efeitos do álcool nos idosos:
Efeitos depressores do álcool no cérebro
Taxas menores de metabolismo hepático
Redução do percentual de água no corpo
ÁLCOOL – EFEITOS DO USO CRÔNICO
Efeitos gastrointestinais: gastrite, úlceras estomacais ou duodenais
Cirrose hepática ou pancreatite (15% dos indivíduos com uso pesado)
Hipertensão leve
Neuropatia periférica: fraqueza muscular, parestesias e diminuição da sensibilidade
periférica
Sistema nervoso central: déficits cognitivos, comprometimento da memória e alterações
degenerativas do cerebelo
Traumatismos
Deficiências de vitamina (principalmente B, inclusive tiamina)
Wernicke-Korsakoff
ÁLCOOL – EFEITOS DO USO CRÔNICO
Dispepsia, náusea, edema juntamente a gastrite
Hepatomegalia, varizes esofágicas e hemorroidas
Tremor, instabilidade na marcha, insônia, disfunção erétil
Redução no tamanho dos testículos
Ciúme patológico
Absenteísmo, baixa produtividade, riscos de acidentes, violência e suicídio
Predisposição ao câncer em razão da supressão de mecanismos imunológicos
MARCADORES DIAGNÓSTICOS
Gamaglutamiltransferase: GGT
Transferrina Deficiente em Carboidrato: CDT
Volume Corpuscular Médio: VCM
ÁLCOOL – SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
Início: 4 a 12 horas após a diminuição ou interrupção consumo
Pico: 24 a 48 horas
Duração: 4 ou 5 dias
Sintomas:
Hiperatividade autonômica (ex.: sudorese, frequência cardíaca maior que 100bpm)
Tremor aumentado nas mãos
Insônia
Náuseas e vômitos
Alucinações ou ilusões visuais, táteis ou auditivas transitórias
Agitação psicomotora
Ansiedade
Convulsões tônico-clônicas generalizadas
ÁLCOOL – SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
Delirium Tremens:
5% dos pacientes
5-15 anos de uso intenso
30 a 40 anos de idade
Hiperatividade Autonômica
Alteração do Nível de Consciência
Distorções Perceptivas (agressividade)
Atividade Psicomotora Flutuante
Conduta Clínica
Repouso
Hidratação
Benzodiazepínicos
CANNABIS
CANNABIS
Princípio ativo
THC (delta-9-tetrahidrocanabinol)
Apelidos: maconha, baseado, erva, bagulho, maria joana, skunk, hemp, ganja, etc
Cada usuário compartilha um nome próprio com seu grupo.
CANNABIS
Formas de apresentação
Maconha: 4 a 20% de THC
Haxixe: 4 a 5 vezes mais potente que a maconha
Canabinóides sintéticos (ex.: K2, Spice, JWH-018)
Formas de administração
Via oral
Via pulmonar (cachimbos, narguilés, cigarro, vaporizadores)
Classificação: estimulante
COCAÍNA E CRACK
Formas de apresentação
Pó, pasta base de cocaína, base livre (freebasing), crack, merla, oxi
Formas de administração
Oral, intranasal, intravenoso e pulmonar
DIFERENÇAS ENTRE COCAÍNA E CRACK
Cocaína em pó Crack
O que é Sal branco solúvel em Pedras brancas ou
água amareladas
Quanto chega ao sangue De 25 a 80% De 60% a 70%
Indolaminas
Psilocibina (psilocina)
Dimetiltriptamina (DMT)
Ergolinas
LSD (dietilamida do ácido lisérgico; doce)