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DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO REFRATÁRIA

E TRANSTORNO DE ANSIEDADE

Sempre fui muito ansiosa, perfeccionista, exigente, um pouco melancólica…


características que não chegavam a atrapalhar a minha funcionalidade, o bom
convívio social e desenvolvimento durante a infância e adolescência.
No entanto, comecei a apresentar severa dificuldade para dormir quando
ainda estava no início da faculdade de Direito - 17 anos. Procurei um médico e após
realização de exame, fui diagnosticada com distúrbio do sono, o que me levou a
um tratamento sem fim com remédios para dormir.
Em meados de 2013, prestes a fazer a prova da OAB, trabalhando em um
escritório de advocacia, o estado de melancolia e ansiedade passaram a me
incomodar bastante, chegando ao ápice quando uma amiga de infância muito
próxima foi tragicamente assassinada. Devido ao meu estado emocional, uma
amiga do trabalho me aconselhou a ir a uma psiquiatra, pois acreditava que podia
me ajudar. Eu fui e após uma análise verbal da minha vida, a médica concluiu que
eu tinha depressão ansiosa.
Com o tempo, fui a outros profissionais que confirmaram o diagnóstico em
breves entrevistas. Após anos, passaram a tratar como depressão resistente. Vale
ressaltar que a maioria desses médicos só conversaram comigo por 1 hora e
diagnosticaram. Nunca houve nenhum tipo de teste psicológico, neurológico ou
exames de imagem e físicos. Apenas, exames laboratoriais básicos. Bem como não
houve avaliação do estado mental de maneira aprofundada.
No decorrer do uso dos remédios, sem sucesso, jamais fui examinada em
uma consulta. Não percebi muito cuidado na determinação da doença e nem no
acompanhamento do tratamento. Acredito que esse fator é o que leva tanta gente a
ficar como “rato de laboratório”: testando remédio até dá certo, não importa o quão
desconfortável e inútil possa ser. “Somos todos macacos” (filme “Os 12 Macacos”).
Diante disso, preciso saber precisamente o que tenho, pois vivo há
muitos anos sem ter um antidepressivo ou estabilizador de humor ou qualquer
coisa que alivie os sintomas sem me prejudicar. Preciso de orientação: é
necessário e compensa fazer exames farmacológicos, de neuroimagem,
mapeamento cerebral e dosagem de neurotransmissores? E quanto a
simplesmente checar a pressão do paciente e o coração numa consulta de
rotina?
Muitas pessoas recebem diagnósticos errados e tomam remédios que pioram
a situação. Não é diferente o tratamento do bipolar e do depressivo? E quanto ao
bipolar e TDAH? Realmente preciso buscar, dentro dos recursos oferecidos,
uma maior pontualidade na determinação do problema e do tratamento.

LISTA DOS REMÉDIOS QUE EU LEMBRO DE TER USADO

Fluoxetina Escitalopram Sertralina

Venlafaxina Duloxetina Rexulti

Bupropiona Venvanse Ritalina

Lamotrigina Carbolitium Donaren

Quetiapina Pregabalina Rivotril

Alprazolam Neozine Stilnox

Imovane Melatonina Óleo de Canabidiol


(sem THC)

Suplemento Fluence Vitamina D Suplemento de ferro

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ATUAL

● Venvanse (2 de 50 mg ou de 70mg)
● Venlafaxina (1 ou 2 de 150mg)
● Pregabalina (2 de 75 mg)
● Rivotril (dependência)
● Quetiapina (100mg) ou Neozine (até 20 gotas).
● Suplementos: Centrum e Ômega 3.
COMO EU RESPONDO ÀS MEDICAÇÕES, NA PRÁTICA

Venvanse - o efeito dura até no máximo 3 horas. É muito rápido. E depois


do pico, há uma queda e eu me sinto deprimida, ansiosa e estranha. No momento, é
o único remédio, INFELIZMENTE, que tem me levantado. Quando não tomo, não
saio da cama. Porém, não considero como tratamento, pois não estabiliza o
problema.

Venlafaxina (1 ou 2 de 150 mg) - não faz efeito há anos, mas os psiquiatras


insistem em manter. Passei por tantos traumas que hoje, utilizo, tentando acreditar
que está fazendo alguma coisa. Tomo 1 comprimido de 150 mg ou 2 comprimidos
de 150mg (dose receitada), a depender do dia. Já cheguei a diminuir para 75 mg,
em dias alternados e não houve diferença. Apenas quando corto totalmente - já
tentei - sinto muita dor de cabeça e outros efeitos colaterais.

Pregabalina (2 de 75 mg) - eu não entendo a pregabalina. Já usei de tantos


laboratórios e cada um faz meu organismo se comportar de maneira diferente.
Quando encontro um que “funcione”, ele me parece bom para acalmar a ansiedade.
Mas a maior parte da minha experiência é ruim.
Quando tomo dois comprimidos de 75 mg, fico sonolenta, bem grogue, como
se estivesse bêbada, até passar mal. Eu não sei descrever com exatidão, mas é
algo anormal: parece que o pulso fica mais acelerado e eu sinto uma pressão na
minha cabeça difícil de explicar… além disso, muito calor no corpo e vertigem, entre
outros. Sem contar que, por algum motivo, alguns também me deixam com bastante
mau humor, após um tempo. Também fico muito lerda e com dificuldade de focar.
Quando tomo apenas 1 comprimido de 75 mg, em regra, não acontece nada,
ou sinto uma pressão na cabeça que incomoda (parece que estão esmagando meu
cérebro). Porém, recentemente, eu tomei 1 da medley que fez efeito de 2 e eu
passei muito mal. Logo, não há razão para tomar 1.

Rivotril (dependência) - Já sou dependente de rivotril há muitos anos. Hoje,


eu tomo durante o dia, o mínimo de 12 comprimidos de 2 mg. No entanto, já passou
dessa quantidade mais de uma vez. Ele não me deixa “dopada”. Eu tomo muito,
justamente, por ser difícil ter algum efeito dele e não possuo outra opção de
calmante. Isso me preocupa pelos motivos óbvios, e porque sinto muito UM
CANSAÇO MENTAL CONSTANTE, e penso que ele tenha alguma influência nisso.

Quetiapina (100mg) - Só tomo essa dose para me ajudar a dormir. Já tentei


ampliar a dose para a dose de tratamento de ansiedade e depressão, mas acabo
me sentindo mal e tenho taquicardia.

Neozine (até 20 gotas). - é só um SOS para ajudar a dar sono. Na maior


parte das vezes não funciona.

SITUAÇÃO E SINTOMAS ATUAIS

● total paralisação da vida;


● isolamento social total - trancada em casa há aproximadamente 2 anos e
meio;
● fobia social;
● incapacidade de trabalhar, estudar e imaginar um futuro;
● intensa fadiga mental;
● bloqueio de criação;
● dificuldade de concentração;
● pensamentos de desejo de morte;
● resistência ao efeito dos remédios;
● efeitos inesperados dos remédios a depender do laboratório, dia, hora;
● mudança de humor constante - melancolia, paz, explosão - algumas
relacionadas ao remédio. Exemplo: Venvanse e pregabalina.
● mudança de pensamentos rápidas e constantes - ex.: “quero fazer isso hj” e
alguns segundos depois, vem uma sensação de estranheza e penso “não
quero fazer mais”. Acontece bem rápido e várias vezes.
● provável anemia e deficiência nutricional em geral;
● falta de prazer nas coisas que me davam prazer;
● crises de ansiedade ou de pânico constantes - toda semana;
● muitos problemas de saúde, financeiramente impossíveis de resolver;
● dificuldade para dormir;
● sensação de falta de futuro;
● obesidade e trauma;
● dependência química de rivotril em grande quantidade;
● compulsão alimentar e de comportamento;
● falta de acompanhamento psicológico, pois até então, não encontrei
profissional da área que realmente me ajudasse, além da dificuldade
financeira;
● busca por tratamentos alternativos, onde medicações sejam subsidiárias,
uma vez que não respondo a elas de forma satisfatória e, em muitos casos,
há muitos efeitos colaterais. Com isso, gostaria de fazer os desmames da
maneira correta e sempre sendo informada com transparência dos possíveis
efeitos disso. Em especial, me interessei pela ESTIMULAÇÃO
MAGNÉTICA TRANSCRANIANA e a psicoterapia desvinculada de
autoajuda, coaching, budismo ou práticas e filosofias orientais que remetem a
religiões não cristãs;
● busca por reavaliação do diagnóstico, se necessário;
● busca por direcionamento quanto aos efeitos colaterais ou incômodos
dos remédios que permanecerem, sem menosprezar as reações estranhas e
investigando a melhor forma de lidar com elas, ainda que sejam incomuns.

FATOS E FATORES IMPORTANTES

● CIRURGIA BARIÁTRICA

Em _____ fiz cirurgia bariátrica e luto com problemas de absorção


de nutrientes; sendo que, no ano passado - 2022 - minha anemia atingiu um
nível muito sério, a ponto da médica psiquiatra sugerir que o SUS fizesse
aplicação de ferro intravenoso a domicílio e recomendou que não
caminhasse muito, pois compreendia que não tinha forças.
Para quem não conseguia nem sair da cama, eu tive uma melhora,
mas ainda assim, não tenho sido acompanhada por médicos da área;

● CIRURGIA PLÁSTICA
Em ______ fiz cirurgia plástica para compensar o emagrecimento da
bariátrica. Nada adiantou, uma vez que ganhei todo o peso que tinha e ainda
mais.
A cirurgia me deixou com cicatrizes horríveis e inesperadas na região
dos braços e seios;

● OCORRÊNCIAS TRÁGICAS SUPERADAS

Eu já estou trancada em casa há aproximadamente 2 anos e meio.


Nesse período “me cortei” pela primeira e única vez.
Já tentei suicídio uma vez, antes do divórcio;

● DESESTRUTURAÇÃO SOCIAL E DE REDE DE APOIO

Sempre tive bases sólidas - Deus, família, igreja e amigos - porém,


nos últimos anos tudo colapsou, com exceção da minha fé.
Perdi minha família pois meu pai saiu de casa sem falar nada e
nunca mais voltou. Entrou em contato para avisar que havia se divorciado, se
casara novamente e tinha outro filho. Mesmo com condições, ele em nada
contribui financeiramente para meus tratamentos.
Perdi minha família, também, porque eu, minha mãe e meu irmão,
naturalmente, mudamos na vivência desse processo: meu irmão ficou
agressivo e não dialoga mais comigo, sendo que ele sempre foi meu melhor
amigo; minha mãe permaneceu lutando por mim, embora tenhamos muitas
coisas mal resolvidas. Eu me afundei na falta de saúde, recursos e estrutura
emocional para construir minha vida.
Perdi a igreja porque meu pai era o pastor da igreja. Lá, eu e meu
irmão tocávamos vários instrumentos musicais e cantávamos; eu dirigia o
grupo de música; meu irmão e minha mãe palestravam. Crescemos assim e
até então, tem sido muito difícil encontrar outra igreja, apesar da fé
permanecer.
Já meus amigos, perdi em parte, por motivos particulares e em parte
porque me isolei.
● VULNERABILIDADE FINANCEIRA E MENTAL

Após o divórcio dos meus pais, em 2019 , eu tive uma grande


piora no quadro depressivo e ansioso.
O afastamento do meu pai deixou todos vulneráveis em todos os
sentidos, inclusive financeiro.
À época, eu estava trabalhando com audiovisual - produção,
direção, roteiro e câmera, fazendo cursinho na área e tinha o projeto de
montar uma produtora com o auxílio financeiro de meus pais, o que acabou
por tornar-se impossível. Precisei vender todos os meus equipamentos e já
não tinha mais como trabalhar.
Embora houvesse recebido uma bolsa para estudar cinema em São
Paulo e quisesse investir também no trabalho jurídico, tudo passou a ficar
fora de cogitação, uma vez que o dinheiro passou a ser destinado para
arcar com os remédios do tratamento psiquiátrico e outros.

● SURGIMENTO DE DIVERSOS PROBLEMAS DE SAÚDE EM 2021/2022

a) Odontológico: meus dentes começaram a cair, quebrar, até chegar a


um ponto de não poder sorrir publicamente ou ter saúde bucal, a não
ser que “arranque tudo”. Quando ainda era possível consertar, tentei
ajuda com meu pai, porém, ele se recusou;

b) Endócrino: meus exames mostraram a existência de hipotireoidismo


e eu não tenho endocrinologista. Além de ser um profissional essencial
no tratamento da obesidade. Apenas tomo Euthyrox;

c) Ausência de acompanhamento pós-cirúrgico: Preciso de um


especialista gastroenterologista para me avaliar como uma paciente
bariátrica e cuidar do meu sistema digestivo. Dessa forma, posso
saber como suplementar corretamente minha alimentação e não
desenvolver maiores problemas, como osteoporose, refluxo etc;
d) Nutricional: minha nutrição é deficiente e os exames mostram isso.
Preciso saber como me alimentar; principalmente levando em conta a
obesidade e o hipotireoidismo;
e) Oftalmológico: há muito tempo tenho miopia e astigmatismo.
Costumava usar lentes e óculos. Hoje, não tenho lentes nem óculos e
sinto que meu grau tenha aumentado bastante, o que, claro.
f) Circulatório e ortopédico: a obesidade contribuiu muito para que eu
tivesse erisipela. Fiquei muito tempo sem conseguir colocar o pé no
chão. Não pude atender às recomendações do angiologista e até hoje,
essa é uma questão não resolvida e que me atrapalha muito, pois, às
vezes, é difícil ficar muito tempo em pé, já que tenho dores e choques
em um pé, nas pernas, quadril e coluna. Algumas dessas dores devem
ter alguma ligação com a provável inflamação do nervo ciático que tive
ano passado.

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