Compreendendo Depressão

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elenita domingues ribeiro da silva - Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental

Av. visconde de Albuquerque, 776– 1º andar- Madalena – Fone: 30761188 / 2446-6991 / 9928-9743
COMPREENDENDO A DEPRESSÃO
A depressão inclui não apenas humor triste, mas também inúmeros sintomas cognitivos, comportamentais, físicos e
emocionais. Quando estes sintomas são severos, crônicos ou ocorrem repetidamente podem interferir em nossos
relacionamentos pessoais ou em nossas vidas profissionais.
Os sintomas cognitivos da depressão incluem autocrítica, desesperança, pensamentos suicidas, dificuldade de concentração e
negatividade generalizada. As mudanças comportamentais associadas à depressão incluem afastar-se de outras pessoas, não
fazer atividades prazerosas e agradáveis como de costume e ter dificuldade de iniciar atividades. Os sintomas físicos
associados a depressão incluem insônia, dormir mais ou menos do que de costume, cansaço, comer mais ou menos do que de
costume e alterações de peso. Os sintomas emocionais que acompanham a depressão incluem sentimentos de tristeza,
irritabilidade, raiva, culpa e nervosismo.
Aspectos Cognitivos da Depressão
Aaron T. Beck foi pioneiro na compreensão moderna da depressão. Nos anos 60, Beck demonstrou que a depressão era
caracterizada por padrões de pensamentos que, de fato, mantinham o humor deprimido. Por exemplo, Beck observou que,
quando estamos deprimidos, temos pensamentos negativos a respeito de nós mesmos (autocrítica), do mundo (negatividade
generalizada) e de nosso futuro (desesperança).
Pensamentos Negativos em Relação ao Self
A crença central subjacente a cada um desses pensamentos é “Não tenho valor”, ou “Não presto”.
Quase todas as pessoas deprimidas têm esse tipo de pensamento autocrítico. Os pensamentos são prejudiciais, porque
contribuem para a baixa auto-estima, a baixa autoconfiança e para problemas de relacionamento; e eles podem interferir em
nossa vontade de fazer coisas que nos ajudem a nos sentirmos melhor.
Pensamentos Negativos em Relação ao Mundo
Pensar em relação a suas experiências atuais de um modo negativo é outra característica do pensamento depressivo. Com
freqüência, não consideramos os acontecimentos por seu valor nominal: Interpretamos, ou interpretamos distorcidamente, os
acontecimentos que ocorrem à nossa volta. Um exemplo disso é “ler entre linhas” quando um amigo, parente ou colega de
trabalho está falando. Quando estamos deprimidos freqüentemente percebemos os outros como sendo negativos, maus ou
críticos.
O pensamento negativo em relação ao mundo é um estilo de pensamento no qual notamos e lembramos os aspectos
negativos de nossas experiências de forma mais nítida do que os eventos positivos ou neutros. Por exemplo, quando estamos
deprimidos, tendemos a olhar e a lembrar os artigos do jornal que relatam desastres e a não lembrar os artigos que relatam
eventos positivos. Dar mais atenção às duas tarefas que não foram feitas dentre as dez que foram feitas em um sábado seria
outro exemplo de pensamento negativo em relação ao mundo.
Pensamentos Negativos em Relação ao Futuro
Quando estamos deprimidos, imaginamos que o futuro será completamente negativo. Tal previsão ou antecipação de que os
acontecimentos acabarão de forma negativa é chamada de desesperança. Exemplos desse tipo de pensamento incluem “Vou
estragar tudo”, “Ninguém lá vai gostar de mim”, “Não serei bom nisso”. Uma atitude negativa em relação ao futuro pode
também manifestar-se em pensamentos como “Nunca sairei desta depressão” ou “Para que tentar? Eu nunca vou melhorar”.
Podemos prever que uma conversa não correrá bem, que um novo relacionamento não dará certo, que um problema não pode
ser resolvido ou que não há saída para a depressão. Em sua forma mais extrema, a desesperança pode contribuir para
pensamentos suicidas.
Tratamento para a Depressão
A depressão quase sempre pode ser curada. Esta reação resume as abordagens terapêuticas que se mostraram
eficazes na redução da depressão: A reestruturação cognitiva, a medicação, a melhora das relações interpessoais e o
planejamento de atividades. Embora a reestruturação cognitiva possa ser a mais importante para a redução duradoura da
depressão, o tratamento freqüentemente começa com o planejamento de atividades e/ou com medicação.
Reestruturação Cognitiva
As pessoas deprimidas tendem a notar e a lembrar os aspectos negativos de suas experiências com mais facilidade do que os
aspectos positivos ou neutros. Também estão mais propensas a interpretar suas vidas com uma tendência negativa, enquanto
que as pessoas não-deprimidas interpretam os acontecimentos com uma tendência positiva.
O objetivo central da terapia cognitiva para a depressão é ensinar as pessoas a como testar pensamentos negativos através da
revisão de todas as informações em suas vidas – positivas e neutras, bem como as negativas, este processo é chamado de
reestruturação cognitiva.
MEDICAÇÃO
Se você experimenta depressão intensa ou depressão duradoura, ou se sua depressão inclui sintomas fisiológicos, tais como
perturbações do sono, agitação, fadiga ou perda de apetite, seu terapeuta provavelmente recomendará uma consulta a um
médico psiquiatra, que possa avaliar a necessidade ou não de medicação. Algumas pessoas se preocupam com os efeitos da
medicação antidepressiva. Algumas das preocupações mais comuns são tratadas aqui.
Como saber se uma medicação vai ajudar?
Aproximadamente de cada três pessoas deprimidas, duas podem ser ajudadas, em algum grau, por medicação antidepressiva.
Pode haver um processo de ensaio-e-erro para a prescrição de antidepressivos. Atualmente, existem inúmeros
antidepressivos disponíveis, de forma que você e seu médico não podem saber com certeza qual antidepressivo funcionará
para você até que você apresenta e do efeito específico que você e seu médico desejam alcançar. Se o primeiro
antidepressivo prescrito para você não produzir um efeito benéfico, então seu médico tentará outros até que o efeito desejado
elenita domingues ribeiro da silva - Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental
Av. visconde de Albuquerque, 776– 1º andar- Madalena – Fone: 30761188 / 2446-6991 / 9928-9743
seja alcançado. Diferente de muitas outras medicações, os antidepressivos com freqüências levam de duas a quatro semanas
para alcançar seu efeito benéfico. E levando em consideração que você pode não responder de forma positiva à medicação
inicial prescrita, pode levar oito semanas ou mais para alcançar os níveis terapêuticos do antidepressivo certo.
Uma desvantagem dos antidepressivos são os efeitos colaterais desagradáveis, especialmente quando se toma antidepressivos
pela primeira vez. Os efeitos colaterais incluem boca seca, sonolência e alterações de peso, mas tais efeitos geralmente
diminuem ou desaparecem após a medicação ser tomada por um certo período de tempo.
Tomar uma medicação significa que sou louco? Quando você está deprimido, a produção cerebral de serotonina e/ou
noradrenalina, substâncias químicas naturais do cérebro que afetam o pensamento e o humor, encontra-se diminuída. As
medicações antidepressivas ajudam a aumentar os níveis dessas substancias químicas, geralmente bloqueando os locais
receptores, áreas do cérebro que metabolizam essas substâncias. As medicações restabelecem ao cérebro um estágio mais
saudável, não deprimido, de equilíbrio da serotonina e da noradrenalina.
De fato, as medicações antidepressivas funcionam muito como a insulina para alguém diabético. A insulina é uma
substância química natural que as pessoas diabéticas não conseguem produzir em quantidade suficiente para a manutenção
da saúde. Assim como as pessoas diabéticas necessitam de insulina suplementar para permanecerem saudáveis, as pessoas
deprimidas necessitam de medicações suplementares para retornarem a um estado natural de boa saúde. Mas diferente da
insulina para os diabéticos, a maioria das pessoas não necessitam tomar antidepressivos para sempre.

Vou ficar viciado à medicação?


As medicações antidepressivas não causam dependência. Entretanto, é importante que você siga as instruções de seu médico
para seu uso, porque as doses, as vezes, precisam ser aumentadas ou diminuídas e devem ser ajustadas somente de acordo
com orientação médica.
Uma vez que você seu médico tenham encontrado um antidepressivo eficaz, você provavelmente o tomará pelo
período de seis meses a um ano, embora algumas pessoas beneficiem-se do uso de medicação antidepressiva por mais tempo,
algumas até por diversos anos. Seu médico o ajudará a avaliar o tempo que você deve tomar a medicação. De qualquer
forma, quando seu médico recomendar que você diminua a medicação antidepressiva, você não experimentará sintomas de
abstinência como você experimentaria se essas medicações causassem dependência.

A Mente Vencendo o Humor, de Dennis Greeberger e Christine A. Padesky. 1985.


Elenita Domingues -Psicoterapia Cognitivo-Comportamental

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